Loures Notícias de
ANO 1 | Nr.02 MENSAL | JUNHO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€
Especial Mundial Brasil 2014 Saiba tudo o que vai acontecer no Mundial de Futebol do Brasil. Os favoritos, os eleitos de Paulo Bento, o calendário e curiosidades acerca do evento.
Pág. 13 a 16
Entrevista a Félix Bolaños O director do Agrupamento de Escolas da Apelação conta-nos a forma como procura um futuro melhor para os alunos. Pág. 10 e 11
Eleições Europeias Partido Socialista vence estas eleições em todas as freguesias do concelho. Uma vitória que, a nível nacional, soube a pouco. Pág. 4 e 5
Conheça melhor o movimento Rotary Entrevista ao governador do distrito 1960, Fernando Martins, que explica o conceito de ser rotário.
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EGF - VALORSUL
TODOS UNIDOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO Todos os partidos com assento na Assembleia Municipal de acordo contra a venda da Empresa Geral de Fomento. Pág. 3
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EDITORIAL
Crónicas saloias
EGF- Valorsul A força vem das pessoas Pedro Santos Pereira Director
Ficha Técnica
Tive a oportunidade de, no dia 29 de maio, assistir à Assembleia Municipal de Loures, cujo ponto de debate era a privatização da Empresa Geral de Fomento. Um debate de contornos estranhos, em virtude do consenso geral em torno de um tema, algo que não é inédito, mas que é raríssimo. Afinal ainda é possível direita, esquerda e centro estarem de acordo em simultâneo, sobre um único tema! Afinal os interesses da população ainda são o que mais ordena e, neste caso específico, refiro-me a PSD
e CDS-PP de Loures, que puseram de lado os "interesses nacionais" em favor dos interesses locais. Com esta atitude insurgiram-se contra o Governo, o qual é composto pelos seus companheiros de partido, demonstrando, neste caso, que nem sempre são simples ovelhas apascentadas por um pastor. É bom que posições como esta aconteçam mais vezes, independentemente da força política, pois ganha a democracia, ganha o povo e ganham os partidos, que assim sentirão que os eleitos lutam por
si e não para si. São este tipo de atitudes que aproximam eleitores e eleitos e diminuem a abstenção, mais do que qualquer conselho ou apelo de figuras políticas com papel de relevo. Mas não chega. Para parar esta privatização, absurda e acelerada, parece-me, é preciso algo mais. É precisa a força da população. O deputado municipal socialista e nosso distinto cronista, Pedro Cabeça, alertou para a necessidade de envolvimento da mesma. Só que o povo não apoia por apoiar. Precisa de ser puxado,
de esclarecimento, perceber de que lado está a razão e sentir-se útil neste esgrimir de forças. Para isso não bastam uns cartazes, uma Assembleia Municipal, uns posts no facebook, uns apelos na internet e uma mobilização de centenas de pessoas, quase todas ligadas a partidos. É preciso mais. É necessário que cada junta de freguesia faça sessões de esclarecimento na sua área geográfica, é urgente que todos os percebam o que está em causa, o que esta privatização implica ou pode implicar no futu-
Director Geral: Filipe Esménio Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Ana Rodrigues, Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Anabela Pereira, Florbela Estêvão, João Alexandre, José Reis Santos, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro Fotografia: João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director), Pedro Graña Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489
ro. Se cada um dos 19 municípios esclarecer a sua população, através das juntas de freguesia, seguramente que as manifestações terão mais força e a população aderirá à causa. Acredito que dia 6 de junho haverá uma boa adesão junto à Assembleia da República, mas creio que poderia ser muito maior. Nota: Aquando do fecho de edição do NL a manifestação ainda não tinha decorrido. Edição encerrada a 2 de Junho.
ESTATUTO EDITORIAL O Notícias de Loures é um jornal mensal de informação generalista. Os jornais locais deverão ser publicações de natureza informativa e devem ser independentes do poder político e económico. O Notícias de Loures visa demonstrar transparência no exercício da sua actividade. Uma publicação feita essencialmente para os seus leitores.
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Valorsul Todos contra a privatização Assembleia Municipal Extraordinária No dia 29 de maio decorreu a Assembleia Municipal Extraordinária, cujo tema era a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF) e, por consequência, a Valorsul. No pavilhão José Gouveia, em S. João da Talha, juntaram-se mais de duas dezenas de pessoas, que saíram com um sentimento único, travar a privatização da EGF. Muitos foram os intervenientes mas o discurso foi sempre o mesmo, dizer não à venda da EGF a particulares. Desde a esquerda, passando pelo centro e acabando na direita, todos foram unânimes. De destacar a presença de alguns convidados, como deputados da Assembleia da República, representando BE, PCP e PS. Aliás o representante socialista, Pedro Farmhouse, foi o anterior presidente da Assembleia Municipal de Loures e, tanto ele como os outros deputados, prometeram defender no Parlamento a manutenção desta empresa na gestão pública. Como tal, a Assembleia Municipal de Loures irá associar-se à manifestação de dia 6 de junho em frente à Assembleia da República. O que é a EGF? A Empresa Geral do Fomento (EGF) é a sub-holding do grupo Águas de Portugal, sendo responsável pelo tratamento e valorização de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), tendo por objetivo “aumentar a qualidade de vida e do ambiente”. A EGF constitui um grupo de empresas possuindo, pelo menos, 51% de cada uma, o que significa que possui o controlo de 11 empresas, todas elas do setor de tratamento e valorização de RSU. Destas uma das maiores é a Valorsul, que opera em municípios da Grande Lisboa e da Região Oeste, da qual a EGF possui 55,63%. As outras empresas são a Valorminho (51%), Resulima (51%), Resinorte (51%), Suldouro (60%), Resiestrela (63%), ERSUC (51,5%), Valorlis (51%), Valornor (53,3%), Amarsul (51%) e Algar (56%). A Privatização O governo pretende privatizar a EGF o que, como visto anteriormente, faz com que o potencial comprador fique, não só com a EGF, mas
também com o controle todas as outras 11 empresas multimunicipais. Todo este processo está a ser muito controverso, com os municípios a oporem-se a tal ação. Um dos argumentos do governo é a necessidade de reinvestimento dispendioso na empresa, ao que as autarquias contra-argumentam que este pode ser feito com os lucros anuais gerados. Por último há ainda um aspeto a ser analisado: a esmagadora maioria dos municípios que possuem ações nessas empresas vêem-se traídos pelo Estado, já que este era a entidade que, anteriormente, detinha o controlo das mesmas. Toda esta polémica estendeu-se bastante, principalmente em relação à Valorsul, cujos acionistas são a EGF, a Associação de Fins Específicos AMO MAIS (5,25%) e as câmaras municipais de Lisboa (17,85%), Loures (11,51%), Amadora (4,61%), Vila Franca de Xira (4,61%) e Odivelas (0,54%). Detendo no total quase 40% da Valorsul, estes municípios estão insatisfeitos por verem o controlo da empresa que gere os RSU desses locais, atualmente pública, a cair possivelmente nas mãos de um privado. Alguns dos argumentos usados são o lucro gerado anualmente pela Valorsul, 6,4 milhões em 2013, o aumento dos tarifários, cada município paga 20 euros por cada tonelada, enquanto que nos privados o valor é 60. A redução dos postos de trabalho e os impactes ambientais negativos, duma empresa que serve 1,5 milhões de habitantes e trata um milhão de toneladas de resíduos por ano, 20% do que é produzido em todo o país. Ação, Reação Ainda em relação à Valorsul, algumas Câmaras Municipais expressaram a sua insatisfação lutando contra o Estado, por meio de providências cautelares que causam o adiamento do concurso público, para apurar um futuro potencial interessado na compra da EGF. No entanto, o Governo já entrou na luta e promete travar a providência cautelar que suspende a privatização, invocando o interesse nacional. Na ausência de diálogo extremam-se as partes. Filipe Amaral
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PS vence mas não convence O Partido Socialista venceu as eleições europeias, mas o resultado não foi suficiente para satisfazer parte do partido. Uma vitória que coincidiu com o pior resultado histórico de PSD e CDS-PP, que não chegaram aos 28% e conjuntamente com o BE, que desceu seis pontos e perdeu dois deputados, foram os grandes derrotados. Os grandes destaques deste escrutínio foram a CDU, que subiu dois pontos percentuais e acrescentou mais um deputado em relação a 2009 e o MPT que, através do efeito Marinho Pinto, elegeu dois deputados e obteve mais 7%.
CDU A CDU voltou a registar uma subida neste tipo de eleições, de dois pontos percentuais, dando cada vez mais a ideia de que é a 3ª força política nacional. Um resultado que eleva para três o número de deputados eleitos, mais um que em 2009, o principal objectivo desta coligação para este escrutínio. Aproveitando o descontentamento geral em relação ao governo, a fragilidade de socialistas em imporem-se como alternativa ao mesmo e o enfraquecimento do BE, foram dados que comunistas e verdes não desperdiçaram. Nem a subida do MPT os condicionou. No município, ao contrário das autárquicas, não venceu em nenhuma junta de freguesia, tal como em 2009, mas tornou-se no 2º partido mais votado, mercê da subida de 4.4%, o que se sentiu em 8 das freguesias de Loures, tendo em duas delas, Sto. Antão e S. Julião do Tojal e Bucelas, ultrapassado os 30%. Partido Socialista Os socialistas foram os vencedores das eleições, segunda vitória consecutiva após o triunfo nas autárquicas, porque tiveram mais votos e mais deputados que os adversários. Em comparação com 2009, o PS alcançou uma subida de cinco pontos percentuais, mantendo o mesmo número de mandatos. Um resultado que não revela uma descolagem efectiva sobre os partidos que, actualmente, sustentam o governo. Como tal, pode-se aferir que também o PS acabou por ser penalizado pela governação Sócrates, demonstrando que os portugueses poderão diluir os seus votos por outras forças ou personagens políticas, que não aqueles que pertencem ao arco da governabilidade. Esta subida que, para parte do partido e não só, não terá sido suficiente, pois as condições em que os resultados obtidos em 2009 e, agora, em 2014 eram díspares. Há quatro anos atrás o país era governado pelo socialista José Sócrates o que, por norma, costuma ser penalizador neste tipo de eleições. Neste ano, as premissas eram totalmente diferentes, pois o PS está na oposição e o país atravessa uma grave crise financeira e uma grande contestação social. Dados que permitiam sonhar com uma subi-
da mais substancial e, acima de tudo, garantir um intervalo maior sobre PSD e CDS-PP. Tal não se verificou e a vitória soube a pouco, tendo como consequência directa a assunção de António Costa como candidato a líder do partido. Apesar do triunfo, as críticas vieram de dentro criando uma crise interna, que apenas se resolverá aquando da resolução em torno do líder. Perante a celeridade das críticas, pode-se afirmar que muitos estariam à espera deste desiderato, só falta saber se também o desejariam. A velha máxima "em equipa que ganha não se mexe", por vezes, parece não fazer sentido. No que se refere a Loures, os resultados foram ligeiramente superiores (mais 0.4%) aos totais nacionais. No entanto é de referir que o PS venceu em todas as freguesias do concelho, o que revela uma hegemonia e a constatação que as eleições autárquicas são aquelas em que, as pessoas contam mais que os partidos. Aliança Portugal A coligação PSD/CDS-PP foi a grande derrotada nestas eleições, tendo atingido um mínimo histórico. O centro-direita foi penalizado, tendo em conta a insatisfação dos portugueses em relação ao actual governo. Uma derrota que se traduziu numa
perda de cinco deputados e numa descida de 12.4 pontos percentuais. Uma demonstração clara, daqueles que votaram, do descontentamento geral que assola o país. O único ponto positivo foi a não descolagem evidente do PS, o que acabou por gerar um descontentamento interno deste partido. Os quase 4% de diferença para os socialistas permitem a Aliança Portugal sonhar numa vitória nas próximas legislativas, mas parece anular qualquer possibilidade de uma nova maioria, mesmo tendo em conta que no próximo ano poderá haver um ligeiro abrandamento da carga fiscal. Nem a saída da "troika" fez milagres, nem os elogios de algumas personalidades políticas estrangeiras, no modo como o governo geriu o período de assistência financeira, parece ter sido convincente para os eleitores que exerceram o seu direito e dever cívico. Em Loures o partido, como é habitual, teve números inferiores aos registados no total do país. Desceu em todas as freguesias e apenas conseguiu ser o 2º partido mais votado em Lousa e Moscavide e Portela. Em todos os outras autarquias foi a 3ª força política. De 2009 para 2014, no concelho de Loures, a coligação teve um decréscimo de 9 pontos, inferior aos totais nacionais, mas de grande relevo.
MPT Este foi o partido com a maior subida percentual nas eleições, passou de 0.7% para 7.1. O efeito Marinho Pinto funcionou, uma personalidade sem papas na língua que, no contexto actual e com a elevada abstenção, demonstrou ser uma opção para os descontentes. De 0 deputados passou para 2, tendo José Inácio Faria chegado a uma eleição, que jamais conseguiria, não fosse o protagonismo do seu cabeça de lista. Em Loures foi o 4º partido mais votado (6.0%, menos 1.1% que nos totais nacionais), tendo mantido essa posição em 9 das 10 freguesias. Só Lousa, fruto do 2º candidato ao Parlamento Europeu do BE ser desta freguesia, o partido de Marinho Pinto ficou no 5º lugar. BE O segundo grande derrotado destas eleições, tendo perdido de 2009 para 2014, 6.1%. A saída de Francisco Louçã, as dissidências de algumas das suas principais figuras e liderança bicéfala do BE em nada têm ajudado o partido. A queda tem sido vertiginosa, quase como a sua ascensão, à qual não tem havido fórmula de a travar. Até o Livre se aproveitou disso, apesar de não ter eleito nenhum deputa-
do. Os bloquistas perderam dois deputados, passaram de 3 para 1 e passaram a ser 5ª força política. Em Loures os resultados demonstraram concordância com o resto do território e apenas na freguesia de Lousa conseguiu ser o 4º partido mais votado. Abstenção A abstenção, cada vez mais, continua a ser o maior flagelo da democracia. Não faz sentido que os eleitores se demitam dos seus direitos e deveres, independentemente de não se reverem em ninguém. Aliás o voto em branco é uma opção para quem não se revê em nenhum partido ou líder, algo que muitos já adoptaram, como se pode constatar nos 4.4% de votos brancos, apenas 0.2% menos que o BE, que elegeu um deputado. Muitos lutaram para que o voto fosse livre, para que todos, pelo menos neste momento, tivessem exactamente o mesmo poder e a mesma força. Não podemos desprezar tal conquista, não só em respeito aos que conseguiram esta forma de liberdade, mas por todos nós, para que juntos, apesar de ideologias diferentes, possamos contribuir para o futuro. Dois em cada três eleitores não pensaram desta forma. Mas também é altura de os partidos políticos deixarem-se de retórica e aproximarem-se de quem os elege. Não chega dizer que a abstenção é um problema, é preciso fazer algo. Por exemplo aquando de umas eleições europeias esclarecerem os portugueses da importância destas e dos seus programas para esta área, em detrimento da política governamental, que pouco ou nada importa neste tipo de votação. Cada eleição tem o seu cariz e é importante ser-se fiel ao mesmo, não extrapolando para outras áreas na procura de benefícios políticos. Todos os partidos têm uma linha de pensamento sobre as mais diferentes matérias, sobre as mais diferentes votações. Pois bem, usem-nas no momento certo e não as misturem, esclareçam os eleitores e não os confundam. E assim todos tenderão a ser mais participativos.
Pedro Santos Pereira
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Loures Parque Serviço de Atendimento aberto à hora do almoço
Filipe Esménio Comunição
Mel de Cicuta A insustentável leveza dos políticos Não gosto de generalizações… mas por vezes…os dados estão à vista. A abstenção cresce desde 1974, acto eleitoral após acto eleitoral. As pessoas estão desgastadas e descrentes. A não partidarização ou a falta de identificação com as estruturas partidárias não dão frutos no que mais desejamos. Uma alteração efectiva dos comportamentos de quem nos governa e das políticas nos diferentes níveis de governação. Se formos no modelo de Milan Kundera, autor do livro a «Insustentável Leveza do Ser», somos governados por almas leves, que fecham os olhos ou os deixam semi cerrados em torno do óbvio. É preciso mudar a forma de governar. Aqui deixo algumas sugestões práticas que podem ser inconstitucionais, mas também o país foi parar à banca rota e o digníssimo Tribunal Constitucional nada fez para o impedir. Se for preciso mude-se a constituição. 1) Os eleitos que cumprem funções têm de cumprir os mandatos. Se saírem antes do tempo de mandato não podem candidatar-se ou exercer outras funções políticas ou organismos públicos. Habituem-se a cumprir os mandatos. 2) Rever de imediato a lei das incompatibilidades, a política passou a ser apenas para alguns e poucos e os critérios já não são os de qualidade. 3) Os que prevaricarem ou se prove que cometerem aliciamentos, abusos de poder, etc, devem ser punidos criminalmente e impedidos de exercer funções públicas, ou em empresas públicas, ou com capitais públicos, ou qualquer coisa que tenha a ver com o Estado. 4) Ninguém no sistema Estado, seja em que patamar seja, pode em condição alguma ganhar mais que o Presidente da República. Empresas públicas incluídas. 5) Todos os políticos e agentes nomeados pelo Estado têm de ter sistemas de reforma iguais a qualquer outro cidadão, de imediato sem qualquer cláusula de excepção. Os senhores do Banco de Portugal inclusive. 6) O sistema eleitoral deve ser um sistema misto, com círculos uninominais e um círculo nacional, reduzindo o número absoluto de deputados. 7) Deveria de imediato reduzir-se o número de concelhos a um número não superior a 150, com principal incidência no litoral. 8) Investimentos Públicos acima de determinado valor, a definir, têm de ser referendados. 9) Passagem imediata a sistema de voto electrónico nacional em paralelo com sistema vigente. Podendo votar-se em qualquer parte do país (incluindo consulados e embaixadas). 10) Reduzir o número de membros das Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais. 11) Um consenso entre TODOS OS PARTIDOS com assento parlamentar, não sobre questões de política ou de ordem económica, mas sobre questões de ética. Eu acredito ainda no Sonho ao Poder. Os poetas servem para ensinar a beber a vida até ao fim! E eu… estou vivo.
O novo Conselho de Administração da Loures Parque, EM, deliberou promover uma alteração no horário do serviço de atendimento ao público existente em Loures, no sentido de assegurar a sua abertura durante o período de almoço. Esta decisão surge na sequência das inúmeras sugestões que muitos utentes fizeram chegar ao Conselho de Administração, nas quais era realçado o facto da hora do almoço ser aproveitada por muitas pessoas para tratar de assuntos pessoais, em conjunto com as dificuldades resultantes do o facto do serviço de atendimento estar encerrado entre as 12:00h e as 14:30h.
Assim, com o objectivo de facilitar o acesso dos utentes ao serviço de atendimento da empresa, a partir do mês de maio, o mesmo serviço passou a estar aberto ao público à hora do almoço, com o seguinte horário de 2ª a 6ª feira: 9:30h – 17:00h. No serviço de atendimento da Loures Parque, EM, os utentes podem pedir ou renovar o seu Cartão de Residente, adquirir títulos de estacionamento pré -pagos, as Raspadinhas, as empresas solicitarem os seus Cartões de Estacionamento Autorizado para Trabalhadores e as autorizações para ocupação de via pública, em bolsas de estacionamento.
O serviço de atendimento tem ainda uma delegação em Moscavide, na Rua Francisco Marques Beato, n.º 53, com o horário de 2ªf a 6ªf, das 09:30h às 13:00h
Dias Abertos CEPRA 2014 Com o objetivo de dar a conhecer o sector da reparação automóvel nas suas várias vertentes: profissões, formação, emprego e novas tecnologias, o CEPRA promoveu a iniciativa Dias Abertos CEPRA 2014, nos dias 14 e 15 de maio nas instalações da sede no Prior Velho e no dia 16 nas instalações da Delegação em Pedrouços (Maia) com actividades subordinadas aos seguintes temas: Qualificação e Emprego em Portugal e na Europa dirigido a instituições com intervenção social ao nível do emprego e formação e a responsáveis de recursos huma-
nos/formação, em que foram abordados temas como: Perspectivas sobre a Evolução do Sector Automóvel, a Importância da Certificação Profissional para o Mercado de Trabalho e para a Mobilidade Profissional, o Reconhecimento de Competências dos Sistemas de Formação no Espaço Europeu e Mobilidade no Espaço Europeu. Tecnologia Automóvel e Ambiente dirigido a empresários/outros profissionais do sector automóvel, para o qual foi reservada a intervenção de representantes de marcas de automóveis para abordagem do
tema: Veículos Eléctricos e Híbridos, GPL/GNC – Novos desafios à Reparação Automóvel, complementados pelos temas: Lubrificantes de Alta Tecnologia; AdBlue; Biocombustíveis, Gestão de Resíduos na Reparação Automóvel e Legislação Ambiental. Mas houve outros motivos de interesse: a 15 de maio, para além dos Encontros Temáticos, decorreu uma Exposição de Veículos Eléctricos/ Híbridos/GPL, com a participação de importadores, Exposição Segurança Rodoviária e Ambiente e o Espaço Saúde, com a participação de organizações parceiras do CEPRA.
e das 14:30h às 17:00h e no Parque do Estado da Índia, na Av. Estado da Índia em Sacavém, com o horário de 2ªf a 6ªf, das 9:00h às 18:30h.
Administração da Loures Parque reúne com comerciantes e empresários O Conselho de Administração da Loures Parque reuniu com a direcção da AESCLO – Associação Empresarial Serviços e Comércio de Loures e Odivelas. Este encontro teve como objectivo principal ouvir as preocupações e as sugestões dos representantes das empresas e dos comerciantes sobre o serviço de regulação do estacionamento no concelho. Com esta iniciativa, o Conselho de Administração da Loures Parque, deu início a um conjunto de contactos directos com diversas instituições representativas do tecido económico e social do concelho de Loures, com o intuito de assegurar a sua participação no processo de melhoria contínua do serviço público de gestão e regulação do estacionamento.
Pagamento Móvel de Estacionamento A Loures Parque disponibilizou, desde o dia 1 de Junho, o serviço de Pagamento Móvel de Estacionamento. Este serviço permite aos utentes o pagamento do estacionamento na via pública, através do telemóvel. Para tal, podem os utilizadores descarregar a aplicação móvel para o seu smartphone ou aceder através do site móvel (estacionamento.pagamento.pt/ loures/mobile) ou ainda, enviar um SMS para o n.º 215 026 026. Mais informação, no site da Loures Parque (www.louresparque.pt).
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Rodinhas Moscavide/Portela muda percurso Desde o dia 19 de maio que, o Rodinhas que serve Moscavide e Portela, passou a ter um novo percurso, assim como um autocarro com maior capacidade de transporte de pessoas na hora de ponta. Uma decisão aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal de Loures, após os pareceres favoráveis da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela e da direcção das duas escolas directamente afectadas por este meio de transporte colectivo, a EB23 de Gaspar Correia e a Escola Secundária nº2 da Portela (Arco-Íris). O terminal encontra-se actualmente na Rua 1º de Maio, em frente à entrada da estação de Metro de Moscavide, sendo o Rodinhas uma forma rápida, barata (o preço de cada viagem são 0,55 euros) e eficaz para fazer a ligação entre a zona oriental de Moscavide e Portela com o Metropolitano de Lisboa. Mas não só, também tem sido de grande utilidade para a freguesia, promovendo uma ligação mais forte entre os moradores de Moscavide e Portela, auxiliando comércio e
serviços. Com uma distância percorrida de 5,5 km por trajecto, que dura aproximadamente 25 minutos, ao longo de 56 circulações diárias, este projecto é um dos mais bem sucedidos no concelho, no que a transportes diz respeito. Deixamos aqui o novo itinerário e horário, salientando que na zona azul não existem paragens fixas, o autocarro pára sempre que haja uma indicação para tal.
Rui Pinheiro Sociólogo
Habitação Municipal? O artigo 65º da Constituição da República Portuguesa esclarece na sua alínea b) que “Promover, em colaboração com as regiões autónomas e com as autarquias locais, a construção de habitações económicas e sociais”. Ou seja, cabe à Administração Central a promoção da habitação económica e social, obtendo a colaboração do poder local e não o contrário.
CUT SAC/F contra o preço dos transportes A Comissão de Utentes de Transportes de Sto. António dos Cavaleiros e Frielas irá, durante este mês de junho, lançar uma campanha de informação e revolta contra o preço dos transportes naquela zona. Esta acção contará com a distribuição de panfletos e a afixação de cartazes nas paragens.
A celeuma tem origem na diferença de preços cobrados pela Barraqueiro Sto. António que, em comparação com a Rodoviária de Lisboa, tem um acréscimo de 0,38 euros por viagem. É com base neste intervalo de preços que a campanha "Sabia que...?" irá para a rua. A CUT SAC/F
foi criada em 7 de dezembro através de um plenário geral da população, que se realizou na Associação de Moradores de Sto. António dos Cavaleiros (AMSAC). Uma das acções mais relevantes desta comissão foi a elaboração de um documento, onde estão compilados os direitos dos passageiros
de transportes rodoviários. Uma brochura realizada em função da legislação vigente, onde estão disponíveis todos os meios de reclamação ao dispor dos utentes. Um documento de informação inovador no país e que demonstra o que a cidadania pode fazer pela população.
Ora, esta circunstância, não despicienda, obriga a uma reflexão global sobre a conduta do Estado e à definição de políticas nas autarquias locais. Bem se sabe que o Estado Central tem alienado as suas responsabilidades em descarado arrepio das orientações constitucionais e tem sido o poder local ou regional a corresponder às necessidades sociais. Segundo o Inquérito à Caracterização da Habitação Social 2012 do INE, “As despesas associadas ao parque de habitação social, relacionadas com obras de conservação e/ou reabilitação e os encargos fixos, totalizaram, em 2012, cerca de 57 milhões de euros”, assinalando ainda que “Relativamente a rendas médias praticadas no âmbito da habitação social em 2011, verifica-se que o valor médio de renda nacional, independente do tipo de contrato associado, foi cerca de 58€/mês”. Estes factos, conjugados, significam, uma “canga” económica e social substancial para as autarquias locais, não se podendo ignorar e esquecer o conjunto de compromissos decorrentes do chamado “PER – Plano de Erradicação de Barracas” do governo de Cavaco Silva (1993) que ainda hoje estão em saneamento. O estado de coisas, exige das autarquias locais um upgrade das suas políticas e a definição de um novo rumo. Em Loures, que particularmente nos interessa, após uma década de uma visão instrumental da problemática, conformismo e políticas sociais de inspiração caritativa, requer-se a definição de um caminho, de objectivos, de procedimentos, que redefinam a acção política do Município e a tornem transparente, perceptível, responsável e sustentável. Por mim, duvido da vocação de proprietário imobiliário dos Municípios, questiono que lhe sejam imputadas todas as responsabilidades sociais, interrogo-me sobre a capacidade económica de dar resposta, per si, às novas e crescentes necessidades sociais de alojamento, inquieta-me que possam sobrevir visões de construção de novos “bairros sociais”, desintegrados e desintegradores. Há trabalho a fazer, inquestionavelmente.
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ECONOMIA
Marmita, alguém quer uma? Agora não precisa se preocupar com almoços nem ir carregado com lancheiras para o seu local de trabalho. Por 3,99 euros tem refeição garantida, podendo escolher dentro de um menu com 30 pratos, que inclui sopas, saladas, carne e peixe. Pedro Cabeça Advogado
A “reboque” das Eleições Europeias Falar do Concelho A escassa participação dos eleitores nas Eleições Europeias, e o alheamento das populações, não surpreenderam infelizmente ninguém. A falta de participação nas europeias confirmou o desinteresse das populações sobre questões essenciais para si mesmas. Este alheamento, produto de uma sociedade globalizada em que todos expressam livremente as suas opiniões nas designadas “redes sociais” mas em que muitos se coíbem, pelo desinteresse, da construção da coisa comum, extrapola o sentido de pertença à causa pública. Por isso,não quero perder o ensejo de deixar um apelo à efectiva participação das populações na luta contra a privatização da EGF e, em consequência, da Valorsul sedeada no nosso concelho. Esta privatização não justificada (nem o argumento populista e errado duma gestão pública ineficaz justifica esta privatização, a Valorsul obtém anualmente milhões de euros de lucro), iniciada ao arrepio dos accionistas (e principais clientes), irá necessariamente aumentar a factura dos consumidores finais, reduzir os investimentos nas áreas ambientais por parte de quem naturalmente irá perseguir mais lucro, preterindo assim o investimento na protecção da saúde pública. Este caminho injustificado e obstinado do Governo traz-me à lembrança (exagerada?) o negócio da recolha de resíduos em Nápoles e as suas nefastas consequências. Cidadãos, é imprescindível o envolvimento colectivo nesta luta para travar mais uma iniciativa governamental que só nos prejudicará. Repetindo a citação “Está na Hora de Sair e Formar”. O nosso bem-estar exige a nossa participação! Ainda a propósito de eleições europeias talvez a única “surpresa” tenha sido a dinâmica gerada no partido que mais votos obteve. O partido mais votado, (vitorioso em todas as freguesias do concelho, com uma subida no número de votantes relativamente a 2009) regista uma actividade intensa, porque vencer não era o suficiente. A vitória era esperada, mas a sua dimensão confirmou que o PS não é ainda uma alternativa, pelo que a disponibilidade assumida por António Costa dá ao PS a oportunidade de reflectir sobre o seu caminho de afirmação no panorama político português face à crescente indiferença dos cidadãos, dando vitalidade ao que parecia adormecido. Se mais não fosse, tal disponibilidade já obrigou a uma mudança no seio do PS (o próprio secretario Geral expressou um enérgico “Habituem-se, que isto mudou”) e poderá mesmo ser a pedra de toque para espoletar uma reflexão e reconstrução, pela positiva, do PS a nível local, ainda não recuperado da derrota sofrida nas últimas eleições autárquicas. P.S. - António Costa e o Partido Socialista de Loures contam com a minha disponibilidade na consolidação e clarificação da linha de orientação do Partido Socialista como verdadeira alternativa.
“A Marmita” surgiu em Abril de 2012 e tem sido um sucesso, no ano passado registou um crescimento de 150% e para 2014 as previsões são animadoras. Carlos Caneiras trabalhava no ramo imobiliário, que começou a cair em declínio em 2007 acabando por provocar o encerramento da empresa. Com o capital acumulado, juntamente com mais dois sócios, criaram em 2009 a Rotina Perfeita, uma empresa que serve pequenos-almoços e refeições ao domicílio. O negócio correu bem, tendo partido da necessidade de
várias pessoas em ter comida feita e pronta a comer, o que os levou a avançar. É assim que surge “A Marmita”, que entrega almoços nas empresas, uma lacuna que havia no mercado. “Na altura havia a crise da troika que ajudou, depois foi o conceito personalizado que conquistou os clientes. As pessoas além de poderem comer comida saudável a um preço convidativo, ficam com mais tempo para conviver ou até para irem ao ginásio. “Diariamente são servidas mais de mil refeições e pretendemos alargar para as seis mil, ainda este ano
e atingir as 15 mil em 2015. Os pratos mais pedidos são; o bacalhau à lagareiro, arroz de pato e as saladas”, refere Carlos Caneiras. “A Marmita”, que facturou em 2013 600 mil euros, pretende chegar a vários pontos do país e até internacionalizar-se. Actualmente encontra-se apenas disponível na zona da Grande Lisboa. Recentemente foi feito um investimento de 100 mil euros nas novas instalações, que se situam no Parque Industrial do Arneiro, em São Julião do Tojal, tendo também estreado uma campanha publicitária em Março.
“Devem haver mais ideias inovadoras para a economia do país crescer. Se acreditamos numa ideia devemos tentar e ser persistentes”, comenta sobre a importância de conceitos inovadores para a economia do país. Fica aqui o testemunho de quem sentiu a crise mas não desmotivou, saiu do seu espaço de conforto, inovou e o sucesso foi alcançado. Um exemplo de empreendedorismo no concelho, que serve para todo o país.
Joyce Mendonça
Loures Notícias de
BREVES
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Remodelação na EB1 nº4 de S. João da Talha A Escola Básica nº4 de S. João da Talha vai sofrer obras de remodelação, um investimento superior a um milhão de euros. A acção irá decorrer em duas fases, uma primeira até ao final do ano lectivo (que já teve início) e uma segunda até ao início das aulas de 2014/15, a 26 de setembro. A reabilitação prevê a inclusão de três novas salas de ensino básico, duas salas de Jardim de Infância, a ampliação do refeitório e da cozinha, a substitui-
ção da sala de apoio à Multideficiência e Biblioteca e a remodelação de todas as instalações sanitárias. Este programa de reabilitação foi apresentado aos encarregados de educação no passado dia 19 de maio, numa iniciativa da Câmara Municipal de Loures, através dos Departamentos de Educação e de Obras Municipais. Na reunião estiveram presentes a vereadora Maria Eugénia Coelho e o arquitecto João Félix.
Lar encerrado no Prior Velho A Segurança Social encerrou, no passado dia 22 de maio, o Lar de Santa Ana no Prior Velho. Através de declarações à Lusa, a encarregada do lar, Fátima Pinheiro, apontou como razão principal para o encerramento da instituição "a falta de um corpo administrativo que garanta as normais condições de funcionamento". Mas também os problemas financeiros foram uma pedra no sapato, como "salários em atraso aos funcionários" e dificuldades no pagamento de serviços "há algumas semanas cortaram a água e a luz do lar, embora a situação se tenha regularizado após algumas horas, com o pagamento das facturas em atraso". O Lar de Santa Ana é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), que contava com capacidade para receber 16 utentes, tinha preenchidas "10 vagas, das quais duas eram acamadas", como referiu Fátima Pinheiro. A vereadora Maria Eugénia Coelho anunciou que "todos os idosos têm já respostas" e que foram "encaminhados para outros locais", através da actuação de uma equipa da Segurança Social. Apesar de ser uma instituição privada o que, segundo a vereadora, faz com que "a câmara não tenha qualquer responsabilidade", o que não significa que o município não se preocupe, pois "não é indiferente à situação". Contactada pela Agência Lusa, a administração do lar não quis prestar quaisquer declarações sobre o encerramento da instituição.
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo
Sonho
ONU visita Quinta da Fonte A Quinta da Fonte, na Apelação, recebeu, no dia 26 de maio, Jan Jarab, representante europeu do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Uma visita que teve como objectivo verificar os progressos do projecto "Envolve.Te Nesta Oportunidade - E5G", envolvendo uma reunião com o Gabinete de Apoio às Comunidades Ciganas (GACI), em que estiveram envolvidos jovens dinamizadores e mediadores desta etnia. Após este encontro Jan Jarab visitou
a Amadora e a Quinta da Fonte, onde existem projectos Escolhas, que financia directamente o "Envolve. te Nesta Oportunidade". O "Programa Escolhas" é uma acção governamental, criada em 2001 (governo de António Guterres), que vai na sua 5ª geração, cujo terminus será a 31 de dezembro de 2015. O Escolhas é promovido pela Presidência do Conselho de Ministros e integrado no Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), que tem como missão promover
a inclusão social de crianças e jovens de contextos socio-económicos frágeis, com o objectivo de reforçar a igualdade de oportunidades e a coesão social. O financiamento deste programa é efectuado pelo Instituto da Segurança Social, pela Direcção Geral de Educação e pelo Fundo Social Europeu, através do Programa Potencial Humano. As consequentes acções sociais na Quinta da Fonte não têm passado despercebidas, nem sequer a entidades internacionais, como é o caso da ONU.
Podia hoje escrever sobre centenas de assuntos, procurar dissertar sobre inúmeros temas que têm ocupado as manchetes dos jornais ou que têm sido notícia de abertura dos telejornais nacionais. Da saída da Troika à disputa interna no Partido Socialista muitos seriam, com certeza, os focos de interesse para debater ou para apenas " mandar umas larachas " com o objectivo de marcar espaço ou vincar posições políticas. As vitórias da equipa principal de futebol do Benfica no panorama nacional, ou a temporada histórica do Porto no andebol estariam no Top 10 das escolhas prudentes com o objectivo de prender, a este texto, os leitores da maioria das sensibilidades clubísticas em Portugal. Talvez por isso mesmo prefira escrever sobre algo diferente. Sobre algo que me acompanha todos os dias sem olhar a conjunturas pontuais, algo que está sempre em mim e que me move todos os dias. Ponha-se o sol mais cedo ou mais tarde, faça chuva ou faça sol, existe apenas uma coisa que ninguém pode alterar em mim... o sonho!!! Haruki Murakami disse um dia: " Eu sonho. Por vezes penso que é a única coisa certa que se deve fazer ". Sonhar é, qualquer que seja o momento da nossa vida, o estado do nosso país ou as opiniões de todos quantos nos rodeiam, a única coisa que não nos podem tirar. Sonhar é, inquestionavelmente, uma das poucas coisas na vida em que não existem certos ou errados. Sonhar é por isso mesmo a grande possibilidade que temos de voar para além de nós mesmos sem estarmos presos às amarras que inúmeras vezes nos prendem. E por isso mesmo o sonho é, provavelmente, o melhor que temos para deixar àqueles que amamos. Porque os nossos sonhos, além de comandarem a vida, são o mais bonito de partilhar com quem amamos. E assim, com a humildade de quem escreve para que outros o leiam,vos deixo com o meu sonho de que nunca ninguém deixe de sonhar!!
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Loures Notícias de
ENTREVISTA
“A prevenção é mais rentável que a remediação.” Félix Bolaños, Director do Agrupamento de Escolas da Apelação, dá-nos a conhecer o seu percurso, os desafios e também as pequenas vitórias que alcançou ao longo dos anos em que comanda um dos estabelecimentos de ensino mais problemáticos do país. des, um tem a ver com o bairro, os alunos e as famílias em si. Pretende-se que aproveitem ao máximo as oportunidades que lhes estão a ser proporcionadas para que depois tenham algum sucesso no seu futuro. E quando eu falo de sucesso não quero dizer grandes ordenados, grandes empregos mas que se sintam bem com eles próprios. Outro nível tem a ver com os professores, que para realizarem um trabalho com estes alunos e as suas famílias têm que mudar os seus hábitos, têm que ser menos rígidos, menos tradicionais e por fim a situação talvez mais complicada que é institucional. O Ministério da Educação é muito centralizador, quando concebe as suas leis e os seus regulamentos projecta uma escola ideal, o que não é compatível com as excepções, nomeadamente com o Agrupamento das Escolas da Apelação. Normalmente as regras não se adaptam a esta realidade.” “São miúdos fantásticos, com conversas interessantíssimas, por vezes têm um carinho e uma atitude perante aquilo que lhes é dado muito superior a outras crianças que têm tudo.”
O caminho trilhado para desbloquear o acesso a alunos com carências de vários níveis, desde sociais, financeiras e afectivas, é o que nos esclarece o professor Félix Bolaños. Defensor de uma linha de proximidade com o aluno, pois quanto mais perto mais rápida é a intervenção, demonstra-nos que a prevenção é o caminho a seguir. “Quando cheguei o seu estado era caótico, com um nível de violência e indisciplina muito alto.” A forma como se tornou Presidente do Agrupamento de Escolas da Apelação e as dificuldades que encontrou ao exercer esta função foi o primeiro tema de conversa. “Eu passei muito tempo fora da escola como professor, quase toda uma carreira. Trabalhei
numa Federação Académica de suporte universitário, depois numa Associação de Prevenção à Toxicodependência e por fim numa empresa privada. Só depois em 2004 é que regressei ao ensino para ser professor de Educação Física. Quando cheguei à escola da Apelação desafiaram-me para ser o Presidente da Comissão instaladora do Agrupamento de Escolas da Apelação e como sou uma pessoa que gosta de desafios, achei interessante e avancei. A minha experiência como professor era quase nula, não tinha quase conhecimento do que era um estabelecimento de ensino. Quando cheguei o seu estado era caótico, com um nível de violência e indisciplina muito alto. Hoje em dia tanto a violência como a indisciplina e o abandono escolar diminuíram bastante. Eu tenho três níveis de dificulda-
O discurso directo sobre a sua experiência com os jovens da Quinta da Fonte e a forma como os professores devem lidar com os alunos. “O facto relacional é muito fácil, tem a ver com o perfil das pessoas que lá trabalham. São miúdos fantásticos, com conversas interessantíssimas, por vezes têm um carinho e uma atitude perante aquilo que lhes é dado muito superior a outras crianças que têm tudo. O mais complicado é explicar-lhes a importância do conhecimento na vida deles. Eles não dão valor ao conhecimento teórico, das disciplinas. Por exemplo, juntamos um grupo de jovens da Quinta da Fonte e um grupo de jovens líderes de grandes empresas de toda a europa, estamos a falar de pessoas entre os 30 e os 40 anos que estão em chefias já muito altas, quase a dar o salto para directores dessas grandes empresas. Os dois grupos reuniram-se numa sala e houve um animador que colocou um desafio. Este desafio não tinha por base necessidade de nenhum conhecimento teórico, era um
desafio que precisava de criatividade para ser resolvido. E observei, tanto os jovens da Quinta da Fonte como os outros jovens, a resolverem o mesmo problema com as mesmas ferramentas. Ambos discutiram de igual para igual uma solução criativa para um problema em que a resolução não passava por conhecimentos teóricos. Estes jovens têm a capacidade de resolução de problemas, só não conseguem ir mais longe porque não têm a bagagem académica suficiente, que lhes permitiria dar um salto qualitativo na sua vida. Têm falta de estimulação, muitos não têm um livro em casa, as famílias não os podem acompanhar visto que trabalham muitas vezes fora das horas “normais” e não têm condições. Primeiro trabalha-se a relação humana, enquanto não houver uma relação entre o professor e o seu grupo de alunos muito dificilmente haverá evolução a nível escolar. Só depois de haver consistência nesse campo é que se poderá avançar para a aprendizagem de conteúdos. Além de educador, tem de ser um amigo, ser pai, mãe, ter a capacidade de criar proximidade com os educandos para que estes confiem nele e para que seja possível em conjunto desenvolverem um trabalho positivo.” “A prevenção é mais rentável que a remediação.” O balanço que faz desde os incidentes na Quinta da Fonte em 2008 até a actualidade. “No início, quando cheguei, estava tudo muito complicado na Quinta da Fonte. A partir de 2005 começaram a ser implementados vários projectos de intervenção no próprio bairro e a ser feito trabalho em rede entre parceiros, para melhorar a vida dos seus moradores. Quando os incidentes aconteceram em 2008 já o bairro estava num processo de ascensão. Foi um episódio que não estava em linha com a progressão que estava a acontecer. No entanto o bairro teve a capacidade de reabsorver rapidamente esses acontecimentos e continuar a ascender. Há dois ou três anos para cá começou a crise e o bairro começou a cair em declínio, não em termos relacionais mas em termos de condições de vida piorou bastante. Muita gente perdeu o
emprego e muitos formados em várias áreas emigraram. Estão a chegar novos habitantes que vão precisar de formação, mas neste momento os recursos são escassos para que seja possível financiá-la. Este ano houve um aumento de tensão entre os alunos, os moradores do bairro. Foi feita uma carta para a Câmara de Loures e houve uma resposta positiva. Marcou-se uma série de reuniões para saber o que se podia fazer, tomaram-se algumas decisões que tiveram o impacto que pretendíamos, visto que fomos novamente ocupar a rua e foi o suficiente para aliviar um bocado a tensão. A Câmara tem feito uma aposta muito grande na Quinta da Fonte. Falamos em ter um psicólogo a trabalhar na rua. E de certeza que um psicólogo por ano custaria muito menos ao estado do que aquele aparato policial que foi montado na altura dos incidentes de 2008. A prevenção é mais rentável que a remediação.” RESLEA (Redução do Abandono Escolar Precoce dos Jovens) Félix Bolaños fala sobre o projecto RESLEA e o modo tem sido implementado. “O projecto RESLEA (Reduction of Early School Leaving of Young People) é financiado pela União Europeia e tem como objectivo a redução do abandono escolar precoce dos jovens. É muito semelhante aquilo que já fazíamos no Agrupamento de Escolas da Apelação. O problema é que não tivemos nem o tempo nem o apoio necessário para fazer uma investigação e criar um modelo daquilo que estávamos a fazer. A EPIS – Associação Empresários pela Inclusão Social propôs-nos fazer um estudo piloto sobre um programa que foi construído com similares ao nosso trabalho para aplicar na escola, e ver se tinha o mesmo impacto ou não do que já estava a ser desenvolvido. As vantagens para uma escola em ter um modelo destes estandardizado é que possibilita fazer o mesmo com menos tempo e menos recursos, a nível de resultados não vi grandes diferenças. Ambas as situações que estávamos a ter melhoraram os resultados. Primeiro é uma intervenção global não actua só a nível do aluno.
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ENTREVISTA
É muito mais abrangente, trabalhamos a sua relação com a família, com os outros alunos, com os professores, as suas competências relacionais, assim ele sente-se apoiado em todas as frentes. Entra sempre um mediador não tem de ser especificamente um psicólogo, tem que ser alguém com o perfil adequado, pode ser um sociólogo, um professor. A grande dúvida era se algo tão individualizado que nós já desenvolvíamos ao transformar em algo tão estandardizado iria ter o mesmo sucesso e o certo é que os resultados foram
muito semelhantes. O programa foi aplicado rigorosamente mas ainda pode ser melhorado. Este ano não foi possível aplicar devido a recursos insuficientes, mas já estamos a candidatar-nos para o próximo ano. O piloto foi implementado em vários países, além de Portugal, Reino Unido, Eslovénia e Hungria, todos com resultados positivos.” “O problema é sairem do bairro e continuarem a ser fortes mas de uma forma positiva e esse é que é o seu grande desafio.”
“O bairro está muito isolado, eles têm poucas vivências fora da sua realidade. Antes quando havia mais capacidades financeiras iam a visitas de estudo mas não as típicas que a maioria das escolas faz, mas sim visitavam fábricas, empresas no sentido de abrirem os seus horizontes. Neste momento ainda fazemos mas não de uma forma tão intensiva. Esse tipo de experiências facilita o seu contacto com as pessoas lá fora. Há uns anos atrás reunimos um grupo dos jovens mais complicados do bairro, alguns faziam
assaltos, roubos, andavam armados, e fomos fazer uma actividade com eles. Viajamos até Sintra no meu carro, quando íamos a chegar, era de noite e começamos a entrar por estradas secundárias, miúdos que fazem assaltos, roubam ficaram com medo do escuro, das árvores. Significa que é um problema de adaptação, enquanto estão no meio deles são uns heróis mas quando são deslocados de lá sentem-se muito fragilizados. O problema é sairem do bairro e continuarem a ser fortes mas de uma forma positiva e esse é que
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é o seu grande desafio. A Quinta da Fonte tem inúmeras oportunidades que eles podem aproveitar. O que é difícil é ultrapassarem as barreiras que eles têm em fazer coisas diferentes, pois isso implica exposição e mostrar as suas fragilidades. Depois de ultrapassar essas barreiras há jovens que fazem um trabalho brilhante no Teatro Ibisco, na Orquestra Geração. Crescem muito e tornam-se pessoas fantásticas.” Joyce Mendonça
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SAÚDE
Proteja-se do Calor O calor excessivo representa um perigo efectivo para a saúde humana e depende da capacidade de adaptação dos grupos populacionais, bem como de factores individuais e ambientais. Os eventos climáticos extremos, como as ondas de calor, matam dezenas de milhares de pessoas todos os anos em todo o mundo e prejudicam a saúde de milhões de pessoas. A partir da década de 80, os fenómenos associados às ondas de calor têm surgido com maior frequência fazendo com que muitos países europeus, incluindo Portugal, venham implementando sistemas de vigilância e alerta que contemplam medidas de prevenção face aos riscos para a saúde associados. Estes sistemas têm como objectivo melhorar o papel dos serviços de saúde, dos serviços sociais e dos serviços de Protecção Civil nos períodos de maior risco, tendo em vista a diminuição dos efeitos negativos na saúde da população. A Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Loures/Odivelas vem desenvolvendo desde 2009 um plano de contingência para as ondas de calor, conforme as directrizes da Direcção Geral da Saúde (DGS) e Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). O plano é activado entre 15 de Maio e 30 de Setembro, visto ser este o período em que se regista os efeitos mais nefastos do calor na saúde humana. Este é um instrumento estratégico que reforça a intervenção da USP, através das Autoridades de Saúde, em estreita articulação com o ACES, Hospital, Serviços Municipais de Protecção Civil, Segurança Social e demais parceiros locais com competências e atribuições no âmbito da protecção da população. Nem todas as pessoas são vulneráveis aos efeitos de calor de igual forma. Os grupos populacionais mais susceptíveis aos efeitos do calor são as crianças com menos de 5 anos; idosos (sobretudo, com mais de 75 anos); pessoas acamadas, com doenças crónicas; trabalhadores com actividades desenvolvidas ao ar livre; pessoas que residem em habitações degradadas e sem-abrigo; pessoas socialmente isoladas ou sem apoio institucional, entre outras. Para a activação do Plano de Contingência definem-se três níveis de alerta aos quais corresponde o desenvolvimento de medidas de protecção adequadas aos grupos de população vulnerável e respectivas necessidades. Os níveis de alerta para a ocorrência Ondas de Calor são definidos em função do índice ICARO (que mede os impactos de calor nos efeitos nefastos da saúde e que começou por ser um plano que relaciona os óbitos verificados por situações extremas de calor), disponibilizado no Boletim Diário do Instituto Nacional de Saúde (INSA) e dos valores da temperatura previstos pelo Instituto de Meteorologia. Os níveis de alerta definidos são: Verde, Amarelo e Vermelho. Poderá consultar estas informações no site da DGS (wwwww.dgs.pt) microsite “Especial Verão 2014”, onde está disponível o mapa diário de alertas de calor. Efeitos do calor na saúde Os primeiros efeitos sobre a saúde são subjectivos, relacionam-se com a alteração da sensação de bem-estar, causando ao indivíduo a sensação de estar sobrea-
quecido e originando respostas individuais de adaptação como sejam: ingestão de líquidos, procurar locais frescos, deslocar-se para espaço climatizado, adequar o vestuário. O organismo por seu turno desenvolve um processo de adaptação, aumentando a tolerância às condições de progressiva subida de temperatura e humidade por um período de 1 a 3 semanas. Contudo, a exposição a temperatura e humidade elevadas durante vários dias consecutivos, pode originar cãibras, desidratação, esgotamento, golpes de calor e agravamento de algumas doenças crónicas que de acordo com a sua gravidade, podem obrigar a cuidados médicos de emergência. As temperaturas elevadas no ambiente, associadas à ausência de vento, podem também provocar o aumento da concentração de poluentes e de produtos alergénios no ar, à deterioração da qualidade da água e a menor disponibilidade da mesma. Tais efeitos podem levar ao aumento de casos relacionados com rinites alérgicas, doenças transmitidas pela água, por alimentos ou por vectores. Principais efeitos sobre a saúde causados por Ondas de Calor Erupção cutânea, coloração vermelha, queimadura solar; Síncope, sensação de incómodo, mal-estar e ou irritabilidade; Golpe de calor, colapso por calor ou esgotamento por calor; Agravamento de doenças cardiovasculares; Agravamento de doenças respiratórias.
Medidas de Proteção Gerais Enunciamos algumas das principais medidas a adoptar contra o calor excessivo: Beber mais líquidos, sobretudo água, de preferência à temperatura ambiente e mesmo sem ter sede. Não ingerir bebidas alcoólicas, gaseificadas, com cafeína ou açucaradas; Fazer refeições leves, em menor quantidade e mais frequentes; Usar roupas leves, de cores claras e preferencialmente de algodão, sobretudo nas crianças. Usar chapéus de abas largas e óculos de sol com protecção contra a radiação UVA e UVB. Evitar vestir roupa justa ao corpo; No exterior, usar protector solar com índice de protecção elevado (>30) e fazer aplicações frequentemente (2 em 2 horas) durante o período de exposição solar; Permanecer em ambientes climatizados durante as horas de maior calor e pelo menos duas a três horas por dia. Informese sobre a existência de locais de "abrigo climatizados" perto de si. Evitar a exposição solar entre as 11 e as 16 horas; Evitar que o calor entre nas habitações. Correr as persiana durante as horas de calor intenso e manter o ar circulante e promover arejar a casa de manhã e ao final da tarde; Não praticar exercício físico, nem actividades que exijam esforços acrescidos ao ar livre durante as horas de maior calor; As pessoas idosas não devem ir à praia nos dias de grande calor. As crianças com menos de 6 meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitarse a exposição directa de crianças com
menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol; a água do mar e a areia da praia também reflectem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas. As queimaduras solares diminuem a capacidade da pele para arrefecer; Evite a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor. Não feche completamente as janelas. Leve água suficiente ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar para a viagem e pare para os beber; Não viajar durante as horas de maior calor. Nunca deixar as crianças, idosos ou indivíduos doentes dentro de veículos estacionados; Colocar menos roupa na cama; Se sofrer de doenças crónicas ou tomar medicação crónica falar antecipadamente com o médico assistente de forma a melhor planear a época de maior calor, com ajustes terapêuticos, dietéticos e de exercícios físico. Poderá consultar estas informações no site da Câmara Municipal de Loures http:// www.cm-loures.pt/ligacao.aspx?displayid=254#topo- -folhetos. Joaquim Martins Médico de Saúde Pública e Vogal do Conselho Clínico e de Saúde do ACES Loures/Odivelas
saude.publica@csloures.min-saude.pt
ESPECIAL MUNDIAL
ESTÁ A COMEÇAR O MAIOR EVENTO
FUTEBOLÍSTICO
MUNDIAL
A maior competição de futebol a nível mundial está de volta e nem os menos interessados por este desporto vão querer perder a magia e toda a emoção que rodeia este enorme evento desportivo. A partir de dia 12 de junho o assunto do dia será o Brasil 2014. O Brasil será, novamente, o local onde decorrerá este evento, 64 anos depois da última vez em que o Mundial teve lugar neste país. As cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo vão voltar a receber os jogos da Copa. Este país será o quinto a ser anfitrião do Mundial pela segunda vez, após o México em 1970 e 1986, a Itália em 1934 e 1990, a França em 1938 e 1998 e a Alemanha em 1974 e 2006. Esta será a quinta edição da
Copa na América do Sul, tendo a última tido lugar em 1978 na Argentina, cujo vencedor foi o país anfitrião. Será também a 20ª edição deste evento, sendo que o único país que participou em todas foi precisamente o Brasil. É de realçar também alguns aspetos curiosos neste Mundial, o facto da Bósnia-Herzegovina ir participar pela primeira vez na história, assim como o fato deste evento poder ser fulcral para o empate, ou o reforço da vantagem que os europeus têm face aos sul-
-americanos em número de competições ganhas. A Europa conta com 10 vitórias, contra 9 da América do Sul. Para além disto, é também o centésimo jogo em Mundiais da Alemanha, precisamente no dia em que joga contra Portugal, assim como o Brasil, que passará pela mesma experiência no dia 23 contra os Camarões. Outro fato interessante é o de, pela primeira vez, três equipas que se sagraram campeãs mundiais estarem no mesmo grupo (D), caso da Itália, Uruguai e
Inglaterra. Portugal estará pela sexta vez nesta competição, a quarta consecutiva, o que demonstra uma subida de qualidade e uma afirmação de poder no panorama futebolístico. Em cinco participações Portugal atingiu um 3º lugar (1966), um 4º lugar (2006), uns oitavos de final (2010) e ficou por duas vezes na fase de grupos (1986 e 2002). De destacar a presença pela 3ª vez de Cristiano Ronaldo e Ricardo Costa numa fase final de um Mundial, um recorde nacional. No que toca
a golos em fases finais Eusébio continua a ser líder, com 9 golos, enquanto Pauleta com quatro e José Torres e José Augusto com três ocupam as posições seguintes. Dos atletas convocados para o Brasil 2014 o que tem melhor registo é Cristiano Ronaldo, que já apontou dois golos, um em 2006 contra o Irão, de penalti e outro contra a Coreia do Norte, em 2010.
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CALENDÁRIO
ENTREVISTA
Sonho Luso
Conhecidos os jogadores para o Mundial e no meio de alguma controvérsia sobretudo pela não inclusão de Ricardo Quaresma, Danny e Antunes, em detrimento de jogadores como Vieirinha, Rafa e André Almeida, jogadores com menos experiência internacional, a Seleção está apta a disputar mais um Mundial, tendo já no dia 16 de Junho a sua primeira prova de fogo frente à Alemanha. Este será o jogo que se afigura de maior dificuldade para a equipa das Quinas, que procurará vencer de modo a conseguir o apuramento e, provavelmente, o primeiro lugar do grupo. Um jogo determinante, caso não haja nenhum deslize com o Gana e os Estados Unidos, que permitirá nos oitavos de final, defrontar a Bélgica ou a Rússia, favoritos ao apuramento no Grupo H. Uma coisa é certa, seja qual for a classificação na fase de grupos, quer primeiro quer segundo, Portugal irá enfrentar uma destas seleções e tal não vai ser um desafio fácil. Ainda assim os críticos esperam que Portugal chegue, pelo menos, aos quartos de final, às oito melhores seleções do mundo. A partir daí será difícil ultrapassar os colossos, Brasil, Espanha e Alemanha, bem como seleções como as da Inglaterra ou Argentina. No entanto, toda a motivação da equipa e todo o querer português, aliado a uma boa prestação de Cristiano Ronaldo, podem levar a equipa a ir mais além. Para isso é necessário fé, pois se os próprios jogadores e os portugueses não confiarem, então assim será difícil. Como tal é fundamental confiança e união, mais que em outra qualquer situação, em prol de levar a nossa Seleção, quiçá, à conquista do Mundial. Quem tem o melhor do mundo tem legitimidade para sonhar.
Onze-Base
Com um provável onze titular constituído por Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe, Fábio Coentrão, William Carvalho, Raúl Meireles, João Moutinho, Nani, Ronaldo e Postiga, o sucesso da seleção parece auspicioso. No entanto, a boa forma de Cristiano Ronaldo nesta competição é preponderante, isto é, se a seleção quiser fazer boa figura neste Mundial e enfrentar condignamente os adversários. Jogadores como Nani, bastante abaixo de forma no decorrer desta época e de quem se espera, também, um bom Mundial, dadas as suas características técnicas e de velocidade. É indispensável que esteja em boa forma, senão rapidamente perde o lugar para Varela que, certamente, muito lutará para ficar na frente de ataque da Seleção Portuguesa. Relativamente ao ponta de lança de raiz, as dúvidas residem entre Hugo Almeida e Éder ou Hélder Postiga, tudo dependendo do tipo de jogo que Paulo Bento irá pretender, consoante o adversário. Se pretender um jogador mais forte fisicamente optará certamente por Hugo Almeida ou Éder, que também são muito fortes no jogo aéreo. Caso pretenda um jogo com um ponta de lança mais tecnicista e com maior mobilidade, optará por Hélder Postiga. A grande dúvida reside em quem jogará na posição mais recuada do meio campo, se Paulo Bento optará por William, jogador novo mas com provas dadas no seu clube, o Sporting, ou então o habitual titular Miguel Veloso, visto que todos os outros jogadores titulares escolhidos pelo selecionador não serão difíceis de adivinhar.
Os Eleitos GR
Beto | 32 anos | Sevilha
GR
Eduardo | 31 anos | Sp. Braga
GR
Rui Patrício | 26 anos | Sporting
DF
André Almeida | 23 anos | Benfica
DF
Bruno Alves | 32 anos | Fenerbahçe
DF
Fábio Coentrão | 26 anos | Real Madrid
DF
João Pereira | 30 anos | Valência
DF
Neto | 26 anos | Zenit
DF
Pepe | 31 anos | Real Madrid
DF
Ricardo Costa | 33 anos | Valência
MD
João Moutinho | 27 anos | Mónaco
MD
Miguel Veloso | 28 anos | D. Kiev
MD
Raul Meireles | 31 anos | Fenerbahçe
MD
Rúben Amorim | 29 anos | Benfica
MD
William Carvalho | 22 anos | Sporting
AV
Cristiano Ronaldo | 29 anos | Real Madrid
AV
Éder | 26 anos | Sp. Braga
AV
Hélder Postiga | 31 anos | Lazio
AV
Hugo Almeida | 30 anos | Besiktas
AV
Nani | 27 anos | Manchester United
AV
Rafa | 21 anos | Sp. Braga
AV
Varela | 29 anos | FC Porto
AV
Vieirinha | 28 anos | Wolfsburgo
À partida os principais favoritos são: a seleção de Espanha, atual campeã europeia e mundial, comandada por Vicente Del Bosque, que tudo fará para manter o titulo de campeão mundial. A seleção do Brasil, extremamente motivada após a conquista da Taça das Con-
Brasil
federações e de ter vencido a seleção espanhola na final, que pretenderá ser campeã mundial em pleno Brasil e deste modo festejar em casa com os seus adeptos. Por fim a Alemanha, que procura uma quarta vitória nesta competição, que escapa aos alemães há
Este Brasil é capaz de ser, efetivamente, o principal favorito, tendo em conta a enorme motivação que os jogadores brasileiros sentem perante a última vitória contra a Espanha, na Taça das Confederações. O fator casa e todas as características que lhe são favoráveis, nomeadamente o clima quente, tão característico deste país, a que muitos jogadores europeus não estão habituados. Para além disso há que ter em conta a sua defesa consistente, em que se destaca Thiago Silva, muito possante e forte fisicamente, um dos melhores da sua posição assim como Daniel Alves, lateral direito do Barcelona que irá imprimir enorme velocidade e agressividade ao jogo deste Brasil. O seu meio campo em que se espera que jogadores como Paulinho, mantenham a grande qualidade que demonstraram na Taça das Confederações, o que neste caso concreto lhe permitiu assegurar o terceiro lugar na categoria dos melhores jogadores da competição, assim como Neymar, jogador do Barcelona, que apesar de ter realizado uma má época na adaptação à sua nova equipa, atormentada por algumas lesões, espera-se que seja dos jogadores mais preponderantes na Canarinha. A pressão vai ser muita sobre este jovem de 22 anos.
Espanha
24 anos, sendo que os pupilos de Low tudo farão para inverter esta tendência e desta forma vencerem o Mundial no Brasil. De facto são três equipas muito fortes, os três principais favoritos à vitória, no entanto todas as competições são suscetíveis de surpresas e esta
não é exceção. Seleções como as da Holanda, França, Argentina (quem tem Messi pode sempre sonhar), Itália e até mesmo Portugal são seleções que reúnem todas as condições para fazerem a diferença nesta competição. Independentemente do vencedor há
Por outro lado temos também uma seleção espanhola, que procurará algo quase inédito, a conquista de dois mundiais seguidos. Embora esta tarefa não se afigure fácil, até porque muitos críticos afirmam que a Seleção de Espanha começou a entrar em declínio, em especial após a derrota frente ao Brasil na Taça das Confederações. No entanto, mesmo que essa ideia se confirme, muito farão os espanhóis para contrariar essa tendência, contando com uma seleção muito forte, com um 11 inicial muito consistente e com um leque variado de escolhas no banco, o que lhe permitirá decerto efetuar uma excelente campanha nesta competição. Na verdade seria incompreensível se tal situação não se verificasse, jogadores como Sérgio Ramos e Piqué, dois defesas centrais soberbos muito contribuirão para a consistência defensiva desta Seleção. Assim como um meio campo constituído por Iniesta, Xavi e Busquets, meio campo habituado a jogar junto desde muito cedo no Barcelona, sendo que toda a experiência e entreajuda entre estes três elementos tem sido fundamental para o sucesso desta equipa, tal como a capacidade de finalização dos avançados que, nesta competição, poderá contar com Diego Costa, que se tem destacado de forma significativa no Atlético de Madrid e que poderá ser chamado para ajudar esta seleção nos seus objetivos. De qualquer forma as soluções são diversas como Fabregas, Villa ou Fernando Torres para essa posição.
fatos de que ninguém duvida, o Mundial de 2014 no Brasil vai ser um mundial extremamente competitivo, do princípio ao fim, cheio de paixão, no país do futebol, o que fará, certamente, que ninguém vá querer perder este acontecimento.
Alemanha
Teremos também uma seleção da Alemanha que, apesar de ser uma forte candidata, afigura-se das três como a que tem menos possibilidade de vencer, apesar de esta seleção de Low já ter demonstrado por diversas vezes ser muito forte e procurará, certamente, alcançar a sua 4ª vitória em mundiais. Por muitos considerado como o melhor guarda- redes do mundo, Manuel Neuer é das principais referências desta equipa, capaz de dar uma enorme estabilidade. Como senão bastasse, a Alemanha conta também com uma defesa muito consistente, onde se destaca o capitão e defesa do Bayern, Philip Lahm, um dos jogadores mais preponderantes, não só no balneário, como também dentro de campo. Para além de uma defesa coesa, temos também um meio campo fenomenal, com enorme diversidade de opções, onde se destacam Bastian Schweinsteiger e Réus. Se estes dois jogadores numa equipa já são suficientes para pesar e para serem determinantes, a seleção da Alemanha orgulha-se de contar com outros igualmente importantes, como Ozil, Toni Kroos, Draxler, Gotze e Muller, qualquer um capaz de decidir um jogo num pormenor técnico.
Manifestações, protestos, despesas, são três características que podemos atribuir a todo este processo que antecede o maior evento futebolístico do mundo, o Mundial de 2014 que irá decorrer no Brasil a partir do dia 12 de Junho deste ano. A verdade é que, de momento, o ambiente não é o mais favorável face às sucessivas manifestações por parte de alguma população brasileira, insatisfeita com todo o investimento financeiro que o governo tem vindo a efetuar. Apesar de todos estes constrangimentos prevê-se um Mundial de primeira linha. Francisco Rocha
Loures Notícias de
SOCIEDADE
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"Ser rotário é ser solidário" À margem da 68ª Conferência do Distrito 1960, que decorreu nos dias 9 e 10 de maio, fomos falar com o governador Fernando Martins, que em discurso directo explicou o que é ser rotary. Fique a conhecer melhor este movimento internacional, cujo objectivo é servir o próximo e que existe há mais de 100 anos.
O Rotary Clube de Loures organizou a 68ª Conferência do Distrito 1960, um distrito que abarca toda a zonal sul do país e ilhas. O evento decorreu num hotel de Santa Iria de Azóia e contou com a presença, entre outros, de Alceu Vezozzo, representante do Rotary Internacional, Fernando Martins, governador do distrito e Bernardino Soares, presidente do município, que enalteceu a importância e o impacto do movimento na solidariedade social. Para dar abertura à Conferência foi descerrada uma placa rotária à entrada do hotel, protagonizada por Alceu Vezozzo, Fernando Martins e Bernardino Soares. O Rotary Internacional é uma das maiores ONG´s existentes, a única com assento permanente na ONU e fonte de inspiração para a criação da UNESCO. O movimento tem maior incidência nos Estados Unidos da América, onde funcionam como uma referência na comunidade. Em Portugal, apesar dos vários projectos que executaram e apoiaram, ainda não têm o mesmo reconhecimento por parte da população, que ainda desconhece o que é ser rotary. Foi com base nesta premissa, que quisemos esclarecer com o governador do Distrito 1960 dos rotary, Fernando Martins, o que representa o movimento e a sua implantação no país. O que significa ser rotário? Ser rotário é, essencialmente, ser solidário, porque um dos princípios de rotário é servir. Servir quem precisa. Servir as nossas comunidades. Servir tudo o que faça falta baseado na ética unitária. Agora servir o quê? Essencialmente, somos
solidários humanitários. Quantos rotários existem em Portugal? Posso responder que no distrito 1970, que é o distrito do sul do País, para baixo e Ilhas, existem 1268 rotários. Tendo em conta que o lema é dar de si, antes de pensar em si, esta tem sido uma mensagem fácil de passar nos dias de hoje? Não é difícil. Passar a mensagem é fácil, o difícil é praticá-la. O governador tem por missão visitar os clubes todos e passa a mensagem, passa os objectivos, passa as intenções. Por vezes, existem imensas dificuldades na concretização. A mensagem é fácil de passar, é difícil é de realizar. O Rotary tem imensas campanhas promovidas, angariações de roupa, alimentos, as tampas de plástico. Os rotários intervêm em determinadas zonas, como a educação e a saúde. Eu respondo-lhe de uma forma indirecta, o governador é aquilo que os clubes fizerem, se os clubes fazem muito o governador é bom, se os clubes não fazem muito o governador é menos bom. Depois cada clube, com as suas características pessoais e intrínsecas, na localidade em que está inserido, faz aquilo que pode. Há clubes que fazem a recolha das tampinhas, que servem para angariar dinheiro, porque há uma fábrica que as recebe e depois cria as cadeiras de rodas que irão ajudar a sociedade. As roupas são para dar a carenciados. As acções são várias. Na área da saúde a panóplia é grande. Eu posso, por exemplo, dizerlhe que nesta conferência, um dos temas que vamos deba-
ter é a malária. Da alfabetização vamos falar da literacia e também iremos debater os recursos hídricos. Está tudo na moda, tudo faz falta, tudo é social e nós associamo-nos a isso. A ideia que fica dos rotários é que é uma comunidade muito próxima, ou seja, as pessoas interligam-se e conhecem-se e vão funcionando entre si, apesar de ser uma comunidade nacional? Falando na comunidade nacional e, concretamente, do nosso distrito, há uma grande interligação entre as pessoas, que se conhecem e, por vezes, aliado ao rotary existe um complemento de amizade. Vou porque há um amigo e depois vou ver o amigo e cumprimentá-lo, no fundo acaba também por vir compartilhar e servir o rotary. Pode-se dizer que é uma mais valia para que tudo funcione? É uma das mais valias, não tem preço, é incalculável. Porque nós se não conhecermos as pessoas e quisermos fazer uma acção monetária de apoio a alguém que precise, estamos sempre a bater à porta daqueles que já conhecemos e são estes que estão sempre prontos e disponíveis, sempre para ajudar, isto é rotary. Por vezes não sente uma certa desconfiança por parte das pessoas alheias ao rotary? Não diria a palavra desconfiança, diria antes desconhecimento. Por vezes as pessoas reagem da maneira A, da maneira B, porque desconhecem a causa em que estamos inseridos. O rotary,
uma das coisas que não tem tido é divulgação mas está agora a inverter a situação, está cada vez mais a cultivar a imagem e a divulgar aquilo que faz. Desde aí passámos a sentir que o desconhecimento é menor. Há sempre uma tendência de quando alguém oferece, as pessoas terem sempre dúvidas. Mas porque será? Qual o sentido? Qual é o objectivo de dar?! Nós não estamos na área política para ganhar o voto, não praticamos isso, estamos a dar para ajudar. Normalmente dizemos que demos, nunca dizemos a quem. Privilegiamos sempre a privacidade das pessoas que necessitam e que possamos ajudar. Com mil duzentos e poucos sócios na zona de Lisboa, presumo que não consigam fazer sozinhos, mesmo que tenham as ideias ou os projectos. Associam-se a outras entidades para o fazer? É verdade, existem por vezes projectos abrangentes com uma certa grandeza, que é difícil realizarmos sozinhos, então fazemos em parceria. Mas não sentem que por vezes nesses projectos os rotary são menos falados que as outras entidades, ficando um bocadinho à margem? É verdade, mas isso é o reflexo daquilo que lhe respondia anteriormente. Antigamente o rotary fazia e não se sabia quem é que fazia. Essa é uma imagem que estamos a mudar. Corremos esse risco, mas o corrermos o risco é uma coisa, estarmos bem com a nossa consciência é outra. Faz lembrar a frase de Jesus Cristo, “o que a tua mão esquerda fizer, que a direita não saiba”? É um bocado isso, é isso que fazemos. Estamos a mudar essa imagem, agora é preciso ver: o rotary começou em 1905, tem mais de cem anos, fez agora, salvo erro, 109 anos a nível internacional, começou em Chicago. Não é de um dia para o outro que conseguimos mudar a mentalidade de cem anos, leva tempo, se calhar precisávamos de outros cem. Ou pelo menos uma década, para que as pessoas quando falamos de rotary não nos digam: mas o que é isso? E já vai existindo esse conhecimento. Pedro Santos Pereira
José Reis Santos Investigador
Postais a leste Fulano e sicrano Tenho para mim que o mais interessante na actividade político-partidária é a possibilidade de poder contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas, promovendo para tal a edificação de uma sociedade justa e igualitária, quer num sentido pragmático-económico como numa perspectiva cultural e quotidiana. Para tal, é desejável que se construam e sedimentem programas políticos que tomem como primordial consideração as dimensões humanas e societais em detrimento das macro-económicas e financeiras. Ora para que promoção de tais projectos seja efectiva convém que, da parte do poder político-partidário, haja quem esteja disposto a liderar este processo de empoderamento de formas de participação cívicas activas. Que auxiliem a renovar o capital humano e político dos partidos, hoje francamente descapitalizados e demasiado dependentes de conjuntos de personalidades telegénicas devidamente alinhadas com os interesses de grupo e grupelhos. E, neste sentido, preocupam-me algumas das recentes inflecções verificadas na qualidade da democracia portuguesa, que confirmam o advento do fulanismo como fenómeno político-eleitoral, desviando o eleitor do ponto focal do que devem ser as qualidades políticas e cívicas de um candidato para questões de visibilidade, notoriedade ou capacidades telegénicas de determinado indivíduo, mesmo que desprovido ideias, projectos ou currículo; fenómeno que ajuda a explicar a eleição de Marinho Pinto e, em certa medida, em entender a reacção de Seguro ao anúncio (legítimo) de Costa em se candidatar a líder do PS. E se consigo, à luz do poder televisivo, entender o resultado eleitoral de Marinho Pinto (que qualifico como um epifenómeno), tenho mais dificuldades em compreender a reacção ad hominem de Seguro, que parece ter esperado pelo anúncio de Costa para ‘acordar’ politicamente, demonstrando que, nestes 3 anos de liderança do PS, não conseguiu construir a tal relação dinâmica que referi no 1º parágrafo. E é pena que tal tenha acontecido assim, pois teremos de esperar pela próxima oportunidade (que até pode estar no ‘novo/velho’ PS), para construir para Portugal o tal novo projecto alternativo consistente, progressista e ancorado numa forte dinâmica social e política, um que de preferência não dependa de fulano ou sicrano.
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Loures Notícias de
DESPORTO
Leonardo Jardim em Moscavide
Rodrigo Moreira
Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva
Notícias com ossos Os Entorses Mal Curados… A lesão mais frequente na prática desportiva e de actividades recreativas como o sejam o ballet ou a dança, é de longe o entorse do tornozelo. Deste mecanismo de torsão podem resultar um espectro de lesões mais ou menos graves, que podem ir do simples entorse até às conhecidas fracturas maleolares do tornozelo. Do entorse do tornozelo atrevo-me a dizer que todos nós já o vivenciámos em determinado momento da nossa vida. E se na grande maioria das vezes não sobrevalorizámos o sucedido e, com as medidas caseiras à base de gelo e de um qualquer anti-inflamatório, a situação se resolveu naturalmente ao fim de 3-4 dias, outras existem em que apesar de todo o cuidado dispensado as queixas persistem indefinidamente com o passar do tempo. Tudo foi feito. Os melhores exames complementares de diagnóstico, o cumprimento rigoroso das orientações terapêuticas do médico, inúmeros tratamentos de fisioterapia… Efectivamente importa dizer que 32% dos entorses do tornozelo deixam sequelas! Sem dúvida é uma taxa muito elevada, ainda para mais sendo uma lesão tão frequente. Contudo é também importante dizer que nem todas as queixas residuais são incapacitantes. Perante a não evolução na recuperação funcional do tornozelo, deverá ser realizada uma investigação clínica e imagiológica adequada de forma a excluir patologia do foro cirúrgico e, se for o caso, abordar essas patologias tratáveis. Ainda assim numa pequena percentagem de casos, apesar de tudo o que foi feito de tratamento, a situação é deveras incapacitante com repercussões na actividade desportiva, laboral ou, em casos extremos, na vida pessoal. Mas o que é verdadeiramente importante desmistificar em relação aos entorses do tornozelo é que a gravidade da lesão inicial é que vai condicionar os resultados finais, bem mais que o tratamento instituído ou a atenção dispensada. Assim, quando oiço dizer que “foi um entorse mal curado” eu prefiro explicar que “não, o entorse é que foi demasiado grave”, mas que mesmo assim, ainda pode haver algo a fazer.
A Filipe Moreira Sports Global voltou a organizar duas jornadas técnicas no Centro Cultural de Moscavide, com o apoio da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela que cedeu o espaço, do jornal Record e da Antena 1. Uma primeira sessão, dia 13 de maio, juntou numa mesa redonda os treinadores Leonardo Jardim, Lázaro Oliveira, Octávio Machado e António Carraça que debateram gestão e liderança. Com moderação dos jornalistas António Magalhães e José Carlos Freitas foram debatidos vários modelos de gestão e liderança e a implicação destes no seio de uma equipa. A diferença entre gerir e liderar, duas acções distintas que se interligam e ajudam a definir o êxito do treinador. Na segunda sessão, dia 16 de maio, o tema foi "Reflexões do futebol português". Como con-
vidados estiveram presentes José Gomes, presidente da APAF, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, Pedro Henriques, ex-jogador e comentador da Sport Tv, Carlos Janela, director desportivo, José Augusto e os treinadores José Augusto e António Simões. Compreender, analisar, estudar e aprender são factores que ajudam a evoluir e que não devem ser excluídos por nenhum agente desportivo. Só assim se pode ter um futebol melhor, segundo os intervenientes. O discurso foi moderado pelos jornalistas Luís Milhano e João Socorro Viegas. Mais duas sessões que ajudaram a perceber melhor o desporto rei, um hábito que Filipe Moreira tem vindo a desenvolver, tendo em Moscavide a sua casa.
Corrida das Colectividades O troféu "Corrida das Colectividades do Concelho de Loures" é um conjunto de 9 provas de atletismo, que no final designará o clube vencedor. Esta é a 30ª edição e durante o mês de maio realizaram-se mais duas provas. A primeira teve lugar em Lousa, a 3ª Corrida "Rota do Queijo", com a organização da Junta de Freguesia de Lousa. A equipa vencedora foi a CA Odimarq
com 182 pontos, a que seguiu os Amigos do Vale do Silêncio com 125 pontos, tendo ficado em 3º o GD Chelas com 112 pontos. Apesar da prova ser distribuída por vários escalões etários, o primeiro a cortar a meta na prova principal foi Luís Rações da CA Odimarq, que terminou a corrida com o tempo de 29 min 34 seg. No dia 18 de maio decorreu a 3ª Corrida "10 kms Bucelas
FootLoures 2014 A Câmara Municipal de Loures em colaboração com a Associação de Futebol de Lisboa organizou um torneio de futebol 7, no escalão de benjamins (nascidos 2003 e 2004). A primeira fase começou no dia 31 de maio e continuará hoje, dia 7 de junho, com os jogos a serem repartidos entre o Parque Desportivo 1º de Maio no Catujal e o Campo Major Rosa Bastos no Pinheiro de Loures. A fase final terá lugar no dia 10 de junho em Santo Antão do Tojal, no Parque Desportivo Municipal do Tojal. Os participantes são todas as equipas do concelho, que disponham desta modalidade no referido escalão.
Capital do Arinto. A equipa vencedora foi o Grupo Desportivo de S. Domingos com 248 pontos, seguido de perto pelo ACR Mealhada com 208 pontos. O último lugar do pódio pertenceu ao CA Odimarq com 156 pontos. Ao todo participaram cerca de 175 atletas, distribuídos por benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e veteranos masculinos e femininos. Consoante
o escalão as provas variaram entre os 1 000 e os 10 000 metros. O grande vencedor da prova foi Pedro Arsénio da CA Odimarq, que concluiu a prova em 33 minutos e 39 segundos. A organização ficou a cargo da Associação Recreativa Cultural e Desportiva de Vila de Rei e a Junta de Freguesia de Bucelas.
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DESPORTO
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Formação do Sacavenense em grande GS Loures Os juniores "A" do GS Loures conseguiram alcançar a subida de divisão na divisão de honra de Lisboa, o que implica que na próxima época estarão presentes na II divisão nacional. Uma promoção meritória da equipa que demonstrou
ser sempre a principal candidata, tendo conseguido, matematicamente, tal objectivo a duas jornadas do fim. O mesmo já não se poderá dizer dos juniores "B" que, na mesma divisão, não conseguiram a manutenção. Desta forma a equipa estará presente na I divisão distrital de Lisboa na próxima temporada.
Atlético Clube do Tojal
CD Olivais e Moscavide
Boa época dos seniores do Atlético do Tojal, que ascenderam ao campeonato pró-nacional de Lisboa. Uma promoção alcançada à custa do 4º lugar obtido
Depois de já ter garantido a subida à I divisão distrital de Lisboa, o CDOM conseguiu alcançar o título de campeão, tendo vencido o jogo com o Almargense por 4-0, uma partida caseira que lhe permitiu fazer a festa na derradeira jornada.
SG Sacavenense Um ano que correu de feição ao Sacavenense. Os seniores subiram de divisão, alcançando o 2º lugar no campeonato pró-nacional da distrital de Lisboa, atrás do Atlético da Malveira. Uma promoção que permite à equipa participar no campeonato nacional de seniores na próxima época, onde já milita o GS Loures. Mas o maior des-
taque vai para os juniores "A", esta equipa sagrou-se campeã nacional da II divisão, tendo vencido na final o Gil Vicente. Depois de um empate a um golo caseiro, a os jovens de Sacavém foram a Barcelos vencer por 1-0, alcançando assim o título. Um triunfo que espelha bem o poderio do clube nas camadas jovens onde tem somado sucessos atrás de sucessos, tornandose uma referência na formação
de jovens futebolistas, não só a nível distrital mas também nacional. Os juniores "B" e "C" garantiram a manutenção na principal divisão nacional, tendo vencido, em ambos os casos, as suas séries. Nos juniores "D" mais uma participação notável, alcançaram o terceiro lugar a escassos dois pontos de Sporting e Benfica, o que atesta bem da qualidade desta equipa.
na divisão de honra, onde garantiu a última vaga da subida, deixando para trás Ericeirense e Lindaa-Velha. Uma ponta final segura serviu para dilatar a vantagem sobre os seus opositores.
Catujalense
Pinheiro de Loures
O CDOM fez a festa de campeão distrital às custas do Catujalense, 2º classificado da II divisão distrital de Lisboa. De qualquer forma não há motivos para tristezas, pois o clube também assegurou a subida de divisão, mercê de um meritório 2º lugar.
Os juniores "A" desta equipa ainda lutam para subir à I divisão distrital de Lisboa. as expectativas são boas, pois ocupa a 1ª posição no grupo de apuramento do 5º ao 8º classificado da II divisão, com três pontos de avanço sobre o 2º. Boas perspectivas de subida para o Pinheiro de Loures neste escalão.
AM Portela luta até ao fim, mas não sobe AMSAC
AM Portela No ano passado os seniores da AM Portela não subiram por um ponto, este ano não foi por pontos, foi no confronto directo. Após ter terminado em igualdade pontual com o 1º classificado, o Burinhosa, o
clube do concelho não almejou o tão esperado sonho. Um empate em Santo António dos Cavaleiros foi determinante para não subirem à I divisão nacional. No entanto, o resultado final obtido é prestigiante, tanto para o clube como para o município. Esperemos que à terceira seja de vez.
Os seniores garantiram a manutenção na II divisão nacional, mas o grande destaque deste clube vai para os juniores "A", que alcançaram
Colégio Monte Maior a subida de divisão, transitando na próxima época para a divisão de honra. Terminaram a temporada na 2ª posição, tendo garantido a promoção uma jornada antes do final da prova.
O clube está de p a r a béns, em especial nos juniores "E", onde discute o apuramento para os cinco primeiros classificados de
Lisboa. A uma jornada do fim a equipa ocupa a 4ª posição, tendo ainda possibilidades de chegar ao 3º lugar. O futuro promete a estes benjamins.
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CULTURA
Museu do Vinho e da Vinha Desde julho de 2013, quando o município festejou o 127º aniversário, que o Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas está aberto ao público. Um espaço que promove uma das maiores riquezas do concelho, o arinto, uma casta vinícola celebrizada por grandes escritores, desde Eça a Shakespeare. Um orgulho para os bucelenses em particular e para todos os lourenses em geral, que devia ser visitado.
O Museu O Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas é um dos núcleos museográficos que integram o Museu Municipal de Loures e encontra-se instalado num edifício de finais do séc. XIX. Este edifício foi a residência de um dos maiores produtores de vinho de Bucelas, a família Camillo Alves, à qual estava associada uma adega e o respectivo armazém de vinhos. Espaços que foram recuperados e adaptados à nova função museológica juntamente com o jardim, que foi também renovado depois de ter sido construído, no seu subsolo, um estacionamento de apoio ao museu. A residência foi recuperada com o mínimo de alterações possíveis, de modo a abrigar os serviços administrativos, uma loja, uma sala de prova de vinhos, um centro de documentação, serviços educativos, salas de reuniões, arrumos diversos e uma sala separada, onde está instalado um “Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras”, que funciona autonomamente. O projecto esteve a cargo da Isabel Aires e José Cid Arquitectos, que adoptaram um estilo minimalista num espaço pequeno, onde o valor simbólico das peças expostas são as principais linhas de força, tal como os painéis expostos, que acabam por se tornar uma verdadeira fonte de conhecimento. Pode-se aferir que com pouco se pode mostrar muito. A inauguração realizou-se a 26 de julho de 2013, pelo então líder do município, Carlos Teixeira. De entrada gratuita até final de 2014, este espaço recebeu mais de 1000 visitantes durante o ano
transacto e no primeiro trimestre deste ano já passou das três centenas. Um local que apresenta uma linha programática direccionada para a história local e promoção do território, tendo como fio condutor o arinto, vinho característico desta região, demarcada desde 1911. O Museu apresenta dois espaços expositivos distintos, uma área de de exposição permanente, onde se podem observar e ficar a conhecer as principais fases de trabalho da vinha, tal como os meios tradicionais de produção de vinho. O outro espaço fica situado num mezanino, local onde se situam
as exposições temporárias, cujo tema se desenvolve sempre em torno da temática do vinho. Com facilidade de estacionamento e acessos adequados para visitantes com mobilidade reduzida, o percurso expositivo também dispõe de painéis em braille e de tradução para linguagem gestual dos conteúdos audiovisuais. O Museu está aberto de terça-feira a domingo das 10 às 13 horas e das 14 às 18, encerrando às segundas e feriados. Com este horário não há desculpa para não visitar este Museu, que exalta uma das maiores fontes de riqueza do concelho, o arinto.
Centro de Interpretação das Linhas de Torres O centro de documentação é sobre as Guerras Peninsulares, o outro nome pelo qual são conhecidas as Invasões Francesas. O museu integra uma ala, outrora a habitação da família Camilo Alves, onde funciona o Centro de Interpretação das Linhas de Torres. Integrado na Plataforma Intermunicipal das Linhas de Torres, que junta seis concelhos onde foram construídas as fortificações, aborda este importante capítulo da história militar. A ligação ao vinho de Bucelas não surge por acaso, está ancorada nos factos históricos, nos quais o Duque de Wellington, comandante das tropas inglesas, desempenhou um papel central. Foi ele o responsável pela popularização do vinho no seu país, tendo-o oferecido ao rei Jorge III, daí que a sua imagem tenha destaque no painel da entrada.
Alguns investigadores defendem que a casta riesling do Reno é o arinto português, trazido pelos cruzados teutónicos, aquando da sua passagem por Portugal provenientes da Terra Santa. Outros defendem a teoria que o arinto é uma variante das castas do Reno, importada pelo Marquês de Pombal, com o intuito de valorizar a viticultura da região. Perante estas teorias existe um factor histórico que acentua a possibilidade de uma origem comum entre ambas as castas. Independentemente da sua proveniência ser lusa ou germânica, a verdade é que os navios ingleses que carregavam especiarias no Porto de Lisboa também levavam vinho, por eles designado de Lisbon Hock, sendo que Hock é a denominação dada aos vinhos do Reno, o que não dissipa as dúvidas, mas que deixa a entender que ambas as teorias têm um fundo de verdade.
O vinho e o arinto na região de Bucelas Desde os tempos dos romanos que existe um imaginário em volta da região de Bucelas e do seu vinho. Posteriormente, durante a ocupação árabe, a cultura da vinha não desapareceu, tendo-se mantido, essencialmente, para o consumo de uvas e passas. A produção de vinho diminuiu mas não se ausentou completamente, em particular nos períodos de menor fervor religioso. Os vinhedos, nos tempos da Reconquista, eram frequentes e encontram-se referências ao arinto na Idade Média. A origem desta casta, o arinto, dominante na zona de Bucelas não é consensual.
O arinto na literatura Vários foram os escritores que se renderam a esta casta, incluindo os seus vinhos nos seus livros. O branco de Bucelas acabou por ser imortalizado através de alguns dos maiores nomes da literatura mundial, casos de William Shakespeare, Lord Byron, Charles Dickens ou o "nosso" Eça de Queirós, que o refere em "Os Maias". Uma passagem desta obra-prima está patente no Museu, onde o vinho é descrito como "Magnificente" e de "cor rica".
Pedro Santos Pereira
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Paisagens & Patrimónios Florbela Estêvão
Arqueóloga e museóloga
Inauguro esta conversa com os leitores evidenciando um tema que tenho investigado, e que se enquadra perfeitamente no mote que escolhi para este espaço de partilha: paisagens e patrimónios; ou seja, irei começar a apresentar sucintamente o conjunto patrimonial das Linhas de Torres Vedras. Este valioso património histórico-militar, edificado nos inícios do século XIX para proteger a cidade de Lisboa da 3ª Invasão Napoleónica, marcou uma vasta região, transformando zonas rurais numa paisagem militar. Porém, a sua importância só poderá ser inteiramente compreendida se inserida no contexto das Guerras Peninsulares. Assim, esse conjunto de fortificações assume uma importância não só local, mas também regional e internacional, na medida em que se relaciona com a história europeia. Actualmente, a sua Patrimonialização, através da implantação de uma rota cultural e turística - a Rota Histórica das Linhas de Torres - transforma, uma vez mais, o que foi um sistema de fortificações, na sua maioria abandonadas durante duzentos anos, em pólos de interesse e de visita para todos aqueles que gostam de fruir a história, o património e as paisagens culturais. Nos inícios do século XIX, Portugal viu a sua integridade ameaçada pelos interesses das duas principais potências europeias da altura, a França e a Inglaterra; ambas procuravam a hegemonia da Europa e do comércio colonial. Através da diplomacia, Portugal tentou manter uma posição neutral; mas a sua não adesão ao Bloqueio Continental decretado pela França acabou por levar à invasão do reino e à retirada estratégica da família real e da corte para o Brasil. A Inglaterra, por sua vez, ameaçara Portugal - caso este cumprisse os desígnios franceses - com a ocupação das colónias, principalmente do Brasil. É, portanto, neste contexto das Invasões Francesas, mais
concretamente entre a 2ª e a 3ª Invasão, que o Sistema Defensivo das Linhas de Torres é construído, fazendo parte de toda uma estratégia delineada por Wellington, comandante do exército luso-britânico, para assegurar o domínio de Lisboa e do Tejo, e também garantir o embarque das tropas britânicas em segurança, em caso de revés. Wellington sabia que era difícil defender as fronteiras terrestres face à ameaça napoleónica, não só pela extensão delas, mas também porque o exército que comandava era inferior ao inimigo em número de homens, poder de fogo e experiência de combate. A sua estratégia foi sempre ir desgastando o invasor, optando por não combater o adversário em confrontos massivos e em campo aberto, mas, pelo contrário, ir sempre recuando de norte para sul no território nacional. Nessa movimentação, deslocava os seus contingentes para posições que lhe fossem mais favoráveis, retrocedendo assim até as Linhas de Torres. De fato, foi junto a Sobral de Monte Agraço que a força napoleónica coman-
dada por Massena parou – dados os obstáculos que tinha à sua frente e as limitações decorrentes principalmente da falta de abastecimentos - e tomou a decisão de bater em retirada. Afinal, no que consiste este sistema defensivo que se revelou eficaz? Como qualquer obra militar, também esta está forçosamente associada ao território onde foi construída. Uma das suas particularidades é a perfeita simbiose entre as estruturas militares e as características geomorfológicas dos locais em que se implantarão. A região a norte de Lisboa possui características particulares, que formam como que uma barreira natural, com serranias e vales encaixados. Destes, apenas quatro constituíam possíveis vias de comunicação que possibilitassem a marcha, com todos os corpos, artilharia e abastecimentos, necessários a um exército que pretendesse tomar Lisboa. Sucintamente, tais vias de comunicação entroncavam em dois grandes nós:, o desfiladeiro do Calhandriz (Vila Franca de Xira/Loures) e o Desfiladeiro de Montachique (Mafra/Loures). Como é de compreender, foi nes-
sas duas confluências de caminhos/estradas que se concentrou uma densidade maior de fortificações dispostas em rede, pois se tinha a antecipada certeza de que o adversário se apresentaria por aí, se vindo de norte. Tinha sido da autoria do engenheiro miliar Neves Costa a carta topográfica militar de uma parte da província da Estremadura, onde se identificavam obstáculos naturais de três níveis, assim como os locais mais importantes e estratégicos para construir fortificações. Sem este conhecimento prévio, com algum rigor, do território, Wellington não teria tido tempo de realizar o seu plano. O general inglês mandou construir um vasto conjunto de obras militares de campo, localizadas nos tais pontos altos e estratégicos, articuladas em rede, de forma a bater os vales em fogo cruzado de artilharia. Este sistema defensivo estendia-se deste o rio Tejo até ao Atlântico, atravessando, portanto, toda a Estremadura, e era reforçado nas suas extremidades por canhoneiras flutuantes. A estas estruturas estavam associadas obras acessórias de defesa (tais
como trincheiras, valas, covas de lobo, etc.), e obras de hidráulica, para garantir a inundação de vastas áreas de terreno (em Torres Vedras, em Vila Franca de Xira e na várzea de Loures), de modo a criar artificialmente lençóis de água, e assim gerar sérios obstáculos à progressão do adversário. Também foram colocadas minas para destruição de posições militares, pontes e estradas. Todo o sistema defensivo estava ligado por uma rede viária que garantia a mobilidade das tropas anglo-lusas e o seu abastecimento. Ainda para assegurar uma maior eficácia de todo este sistema defensivo, ao nível da comunicação, foram implantados dois sistemas ditos de telegrafia visual, um de inspiração inglesa, outro de inspiração portuguesa (este inventado por Francisco Ciera). Quatro linhas que circundaram a cidade de Lisboa, num conjunto de fortificações que excedia uma centena e meia, formando uma barreira delimitada pelo oceano Atlântico e pelo rio Tejo. Voltarei brevemente a este fascinante assunto.
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Loures Notícias de
LAZER
Ninho de Cucos
A beleza do ruído
"They didn’t sell a lot of records, but everyone who heard them started a band" João Alexandre Músico e Autor
A Kickstarter é uma plataforma de internet fundada em 2008 e sedeada em Brooklyn, Nova Iorque que se dedica ao financiamento colectivo de projectos inovadores e criativos nas áreas do cinema, jogos, música, exposições, moda, design e tecnologia. A Kickstarter ajuda a dar vida a estes projectos criativos, autónomos e independentes através dos fundos obtidos junto dos financiadores na sua plataforma de crowdfunding sem interferência na sua concepção e desenvolvimento. Desde o seu lançamento, mais de 6 milhões de pessoas contribuíram com um bilião de dólares apoiando mais de 60000 projetos na plataforma Kickstarter. Porque aqui o tema é música, vamos apresentar o projecto “Beautiful noise” um documentário sobre o movimento musical “ shoegaze” do final da década de 80 e até meados de 90, um dos mais influentes e marcantes do século XX e precisamente financiado na Kickstarter. Sob o lema “Nunca venderam muitos discos mas todos os que os escutaram criaram uma banda”, Cocteau Twins, My bloody Valentine, The Jesus and Mary Chain, entre outros, ganham neste documentário, um protagonismo nunca antes alcançado e sobretudo compreendido. O período temporal referido tornou-se fascinante pela inovação criada por bandas que misturaram o ruído provocado pelos pedais de guitarra fuzz, chorus, delay e reverb com estruturas de canção pop convencional e mantendo uma filosofia de deixar a música falar por si, desafiando regras nas suas experiências sónicas (algumas bem radicais, como as do feedback arrasador de ouvidos pelos My Bloody Valentine e Chapterhouse em 1989 Londres, no Subteranea club e presenciadas aqui pelo escriba). A liberdade criativa por um lado, a timidez por outro e a não preocupação com a reação do público durante os espectáculos levava as bandas adoptar a pose “shoegaze”, de cabeça para baixo, como em contemplação permanente dos seus próprios sapa-
tos ou atacadores. No caso dos Jesus and Mary Chain o extremo foi atingido com a realização de uns quantos shows de costas para o público, nem sempre consensuais! No “shoegaze” assumia-se uma determinada estética da não estética face aos padrões antes estabelcidos nas diferentes correntes da música popular. Muitos lhes chamaram “dream pop” na sua vertente e sonoridade mais “limpa” mas pelo menos de sonho comercial nunca se tratou para estes artistas da obscuridade, ironicamente. E ironicamente alguns deles constam dos line ups dos festivais europeus um pouco por todo o mundo nos anos que correm. Quando não estão presentes fisicamente são reencarnadas pelas actuais ban-
das que não renegam o peso de tal influência. No documentário “Beautiful noise” são apresentadas cerca de 50 entrevistas com Kevin Shields dos My Bloody Valentine , Jim Reid dos Jesus and Mary Chain, Robin Guthrie e Simon Raymonde dos Cocteau Twins que nos contam histórias com mais de 20 anos em alguns momentos de forma quase envergonhada daquele período criativo. Alan Moulder produtor, Alan Mcgee da extinta Creation Records, juntamente com os elementos dos Ride, Slowdive , Lush , Catherine Wheel e Boo Radleys . Há igualmente comentários de Wayne Coyne (Flaming Lips) , Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Robert Smith (The
Cure) e Trent Reznor (Nine Inch Nails) , bootlegs e vídeos pessoais inéditos fazem igualmente parte deste belo ruído. O filme será exibido a 31 de maio e 1 de junho, no Seattle International Film Festival antes de ir para o Sheffield Doc Fest nos dias 8 e 9 de Junho. Eric Green Sarah Ogletree diretor e produtor especialista em marketing cinematográfico com 15 anos de experiência na indústria e a produção de inúmeros promos, trailers e kits de imprensa é a força motriz deste projecto. Lançou a campanha de crowdfunding para o filme em novembro de 2012, depois de 8 anos de trabalho mais ou menos exaustivo. Com um objetivo inicial de reco-
lher 75000 dólares em 30 dias, a marca atingiu os 84000 dólares com o contributo de 1500 financiadores, para pagar o licenciamento e distribuição do documentário e apesar dos sucessivos adiamentos devidos ao acréscimo de custos sobre custos intermináveis e insanos no momento do lançamento, agora parece ser mesmo de vez, segundo revelou Eric Ogletree à revista Wired. Documentário fundamental para quem gosta dos estilos em causa mas sobretudo de cultura musical que nos ajuda a situar e descobrir a raíz sonora de muitas das mais importantes bandas actuais na cena pop-rock.
Loures Notícias de
CULTURA
Noite Europeia dos Museus em Loures
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Livro “A Minha Casa Em Loures” é objecto de solidariedade No passado dia 22 de Maio realizouse o lançamento do livro “A Minha Casa Em Loures”, de Mário Ferreira do Carmo na Biblioteca Municipal José Saramago. Participaram na apresentação o autor, a sua filha, Lizette Braga do Carmo e o advogado da família, Dr. Agostinho da Silva.
A Câmara Municipal de Loures promoveu, no dia 17 de Maio, a 10º Edição da “Noite dos Museus”, tendo sido assinada no Museu de Cerâmica (Sacavém), Museu do Vinho e da Vinha (Bucelas), e na Quinta do Conventinho (Loures), no âmbito da Noite Europeia dos Museus. O Dia Internacional dos Museus é comemorado anualmente a 18 de Maio. Associada à comemoração europeia, o Museu Municipal de Loures promoveu uma programação especial, diver-
Bruno Bengala Cartoonista
sificada para todos os públicos e gratuita nos museus municipais do concelho. Segundo o Vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira, iniciativas como estas aproximam a comunidade. Sublinha ainda, que há uma aposta nestas iniciativas, porque muitas pessoas passam todos os dias pela Quinta do Conventinho e não têm consciência do que nela existe como uma capela, um bom jardim para passear ao fim de tarde em família e muitas exposições.
No primeiro sábado de cada mês, durante o verão, a Câmara Municipal de Loures dinamiza sessões gratuitas subordinadas ao tema “Contos de uma noite no Museu”, com a recriação de momentos e personagens históricos da Quinta do Conventinho. “Pode-se esperar uma viagem no tempo, porque todas as recriações de momentos e personagens têm por detrás um trabalho de investigação. São noites marcantes da história num espaço com quatrocentos e
quarenta anos de existência”, conta Conceição Macieira, Responsável pelos Museus e Galerias de Loures. Estão agendadas duas sessões – 21 e 23 horas - uma iniciativa destinada a todas as pessoas. A entrada é gratuita, mas implica uma marcação prévia até à sexta-feira que antecede cada sessão. Podese escrever através do telefone: 211 150 673 ou pelo e-mail: se_conventinho@ cm-loures.pt Ana Rodrigues
“A Minha Casa Em Loures” relata os encontros e desencontros, que a família Carmo tem tido ao longo de 25 anos com o construtor do imóvel. Os desentendimentos começaram desde que foram habitar a moradia em Loures. Um livro sem fins lucrativos, pois a receita reverte inteiramente a favor dos Bombeiros Voluntários de Loures.
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Loures Notícias de
CULTURA
AGENDA
CULTURAL Clark em concerto
Dia 10 às 19h – FNAC do Chiado; dia 13 às 22h – FNAC de Alfragide; dia 15 às 18h – FNAC do Colombo. Os Clark, banda de origem portelense, continuam o seu périplo de showcases nas Fnac da Grande Lisboa. Depois de em maio terem estado nas FNAC do Shopping de Cascais, do Centro Vasco da Gama e do Almada Forum, o tour continua durante o mês de junho, tal foi o sucesso alcançado. Outra nota de destaque é o tema "Brilho assassino", do álbum "Bipolar", que integra a banda sonora da novela da TVI "Mulheres", que estreou a 1 de Junho.
6 kms Solidários
Todos a caminhar por uma boa causa A caminhada 6 kms Solidários tem como objetivo a captação de verba para a concretização de projetos de cinco instituições sociais de Santo António dos Cavaleiros. A caminhada realiza-se no dia 7 de Junho e tem início às 9 horas, tem como ponto de partida o Centro Comunitário de Frielas. As inscrições têm o valor de 2 euros e poderão ser feitas em cada uma das instituições, ou então online, através das respetivas páginas de Facebook ou da aplicação QR, disponível para smartphones.
Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe
“Exposição Coletiva de Ilustração” de 31 de Maio até 19 de Julho. Exposição Coletiva de Ilustração na Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe até 19 de Julho, em Santa Iria de Azóia. Conta com a participação de quatro talentosos artistas portugueses – Ana Nobre, Ângela Serra, Cristina Salvador e Dinis Mota.
"Toca a Mexer"
Aos domingos de manhã - Maio e Junho A iniciativa “Toca a mexer”consiste na prática de exercício físico aos domingos de manhã, entre os meses de Maio e Junho tem a participação de instrutores de ginástica de vários ginásios sediados no concelho de Loures. 8 de Junho – Equilíbrio Loures; 15 de Junho- Be Active Infantado; 22 de JunhoVivaFit Santo António dos Cavaleiros; 29 de Junho- VivaFit Infantado.
Museu de Cerâmica de Sacavém
Conhecer o Arquivo Empresarial da Fábrica de Papel da Abelheira Nos meses de Maio a Junho de 2014 no o Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso, do Museu de Cerâmica de Sacavém, está patente uma exposição sobre o início do Arquivo Empresarial da Fábrica de Papel da Abelheira, relativo ao tempo da gestão da Casa Graham. Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso Museu de Cerâmica de Sacavém Urbanização Real Forte | 2685 Sacavém Horário: segunda a sexta, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00 Telefone: 211 151 090 - E-mail: museu_ceramica@cm-loures.pt
Escritores diferentes. Uma só língua.
Comunidade de Leitores / Timor – 18 de Junho às 21:00 Os interessados deverão formalizar a sua participação entregando a respetiva ficha de inscrição, devidamente preenchida, na Biblioteca Municipal José Saramago. Também poderão enviá-la por correio ou para o e-mail bmjs@cm-loures.pt.
“Só nos faltava agora que este Abril não se cumprisse”
No próximo dia 7 pelas 21H00, no Eco Parque de S. João da Talha, será repetido, quase na íntegra, o evento evocativo, concebido e realizado pela Câmara a 24 de Abril no Pavilhão Paz e Amizade. Tal como no original, participarão vários dos grupos do concelho – Teatro Agita, G.E.T.A do Atlético de Via Rara, GDR Corações de Vale Figueira, TIL – Teatro Independente de Loures, bem como outras entidades como a Academia Sénior de São João da Talha, Academia Recreativa e Musical de Sacavém, Coral dos Amigos das Minas de São Domingos, Rancho Folclórico de Montachique. O evento é, como se percebe, muito datado e poderá não voltar a ter lugar. Desta vez quem garantiu toda a Logística foi a Organização da Recriação Histórica, onde o evento vai estar incluído.
“A Flor da Aldeia”
Dia 7, pelas 21H15, o Cénico de Fanhões da AHBV Fanhões, grupo que esteve parado muitos anos e que voltou à cena em Outubro do Ano passado, fará a 3ª atuação do espectáculo de Teatro , seguido de um programa de Variedades, no Salão Nobre do Edifício Sede. Deverá ser a última actuação desta montagem antes das férias, mas parece que o Grupo voltará a representá-la depois dessa pausa.
Feira do Parque - 29 de junho
Antiguidades e peças em segunda mão, produtos agrícolas, vinícolas e biológicos são algumas das atrações desta edição da Feira do Parque.
Museu de Cerâmica de Sacavém
À Conversa com..." no Museu de Cerâmica de Sacavém 4º Sábado de cada mês, 15:00 O Museu de Cerâmica de Sacavém recebe sessões da iniciativa “À conversa com…”, para falar e refletir sobre diversas temáticas relacionadas com museus, cultura, história e arte em Loures.
Quinta da Fonte, Apelação
Mais Fortes Do Que o Medo 7 e 14 de Junho às 17:00 h “Mais fortes do que o medo” é um espectáculo sobre a vida na escola, a amizade, as relações sociais, as tensões, o bullying e tudo o que faz parte dos quotidianos escolares dos “actores kodé”. O espectáculo que estreou no dia 1 de Junho, dia Mundial da Criança será reposto nos dias 7 e 14 de junho às 17:00. Aceitam-se reservas através dos telefones 960 062 104 ou 966 198 105.
Ao 2.º sábado de cada mês
“Eduardo Gageiro: memórias na objetiva” - 14 junho Ao segundo sábado de cada mês, entre as 15 e as 17 horas, o Museu de Cerâmica de Sacavém promove a iniciativa“Eduardo Gageiro: memórias na objetiva”, através da qual se proporciona o contacto direto dos visitantes com este fotojornalista português de renome internacional.
"Visita Animada ao Conventinho" - 21 de junho
O Museu Municipal de Loures acolhe, até ao final do primeiro semestre deste ano, novas sessões da "Visita Animada ao Conventinho", sempre ao terceiro sábado de cada mês, a partir das 15 horas. A entrada é livre, mas os interessados devem proceder à reserva de lugar até à véspera da sessão pretendida, junto da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Loures, através do telefone 211 150 273 ou pelo e-mail:ser_educativo_conven@ cm-loures.pt
O Arraial Saloio 2014
Nos dias 7, 8, 12, 13, 14, 15, 21, 22 e 28 de Junho no Parque da Cidade de Loures. Os famosos Caracóis, sardinhas, os tradicionais bailaricos com um programa diversificado de grupos musicais, juntam-se aos Santos Populares. O Arraial Saloio no ano passado recebeu a visita de milhares de pessoas.
Feira Rural na Portela
21 de Junho Rotunda Nuno Rodrigues dos Santos (3º Sábado de cada mês)
Mais Fortes Do Que o Medo
Quinta da Fonte, Apelação 7 e 14 de Junho às 17:00 h “Mais fortes do que o medo” é um espectáculo sobre a vida na escola, a amizade, as relações sociais, as tensões, o bullying e tudo o que faz parte dos quotidianos escolares dos “actores kodé”.
Loures Notícias de
BEM ESTAR
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Sumo de beterraba, cenoura, maçã e gengibre Este sumo tem uma cor incrível e é deliciosamente doce. A beterraba e o gengibre adoram o seu coração, enquanto a maçã e a cenoura são uma injecção de vitamina. Anabela Pereira Nutricionista
Ingredientes • 1 beterraba grande, cortada em quartos • 2 cenouras grandes • 1 maçã grande, cortada em quartos • Raspas de gengibre fresco • 1/2 limão espremido
Preparação 1. Misture tudo na máquina de sumos. 2. Mexa. 3. Desfrute!
Sumo super verde A saúde num copo! Beba uma destas maravilhas pela manhã ou como um snack a meio do dia para refrescar e recarregar baterias.
Ingredientes • 1 caneca de couve cortada em pedaços • 4 talos de aipo • 1 1/2 pêras, cortadas em pedaços grandes • Raspas de gengibre fresco • 1/2 limão espremido
Preparação 1. Misture tudo na máquina de sumos, alternando a couve com os outros ingredientes para ajudar a que esta se misture mais facilmente no sumo. 2. Mexa o sumo. 3. Beba.
Saber comer, saber viver Sumos detox, uma tendência a seguir? O recente aumento do interesse pelos sumos detox faz com que muitas questões se levantem, em relação à função que desempenham no nosso organismo. O principal objectivo a que se propõem é sem dúvida desintoxicar, daí a escolha do nome detox. Prometem também hidratar, regular o trânsito intestinal, emagrecer e aumentar os níveis de energia. Misturam-se frutas, legumes, folhas verdes, raízes, sementes, bagas, ervas aromáticas, especiarias em combinações que podem ser infinitas. Contudo, a sua eficácia vai depender da sua composição. Muitos dos consumidores destas bebidas estão a optar por as elaborar em casa, contudo é necessário ter em consideração as propriedades nutricionais dos ingredientes e algumas regras de preparação, para que se possa tirar o melhor partido sob o ponto de vista nutricional. Como exemplo, estes sumos não devem ser coados e é aconselhável que sejam consumidos imediatamente após a sua preparação, pois perdem rapidamente os seus nutrientes e propriedades antioxidantes. Há que ter em conta também que as folhas verdes, quando consumidas cruas, podem provocar desconforto intestinal. Não podemos esquecer que a fruta tem açúcar e que não se deve adicionar mais de duas peças, de forma a evitar fazer um sumo calórico. Uma das principais vantagens destes sumos é o facto de ser uma forma de incluir frutas e legumes na sua alimentação, uma mais-valia para quem não aprecia e não ingere estes alimentos. Estas bebidas facilitam a eliminação de toxinas pela urina e fezes, porque favorecem a diurese e o trânsito intestinal. São uma forma complementar de hidratação, embora não substituam a água que devemos ingerir ao longo do dia. Como nutricionista, penso que os sumos detox não são milagrosos, podem, no entanto, ser bons complementos de uma alimentação saudável, mas nunca substitutos de refeições principais. Bem elaborados são um óptimo suplemento para colmatar carências nutricionais, que advenham de uma alimentação menos cuidada. Sumos detox, como tudo na vida, uma boa tendência a seguir mas com moderação.
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Loures Notícias de
Construção de Estacionamento no Bairro de Santa Maria em Loures A Associação Dr. João dos Santos, no bairro de Santa Maria em Loures, que desenvolve a sua actividade na área infantil, vai ter zonas de estacionamento nas suas imediações, o que facilitará a vida dos pais das crianças que frequentam a instituição. As suas instalações dispõem de creche, pré-escolar e ATL. Nela passam, por dia, centenas de pessoas, que já tinham mostrado a sua insatisfação face à lacuna de locais onde pudessem estacionar as suas viaturas e deixar os seus educandos. A Junta de Freguesia de Loures em colaboração com a Câmara Municipal, através das equipas da Administração Directa, do Departamento de Obras, Mobilidade e Energia iniciou esta obra que decorre e que deverá estar concluída em breve.
Inaugurado Novo Espaço na Quinta da Fonte O projecto “Fonte” foi inaugurado no passado dia 10 de Maio e teve a presença de Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures. O novo espaço que foi recuperado pela associação TIBISCO (Teatro Inter Bairros para a Inclusão Social e Cultura do Optimismo) é composto por um ginásio, um bar e uma galeria de arte. Esta iniciativa teve o apoio do programa “Escolhas” e foi financiado pelo banco Barclays. Neste local os moradores do bairro têm a possibilidade de praticar desporto, conviver, beber um café ou ver uma exposição.
20 000 flores pelas ruas de Moscavide e Portela A Associação de Jovens de Moscavide (AJM) organizou, pela 5º ano consecutivo, a Festa da Flor. Um evento que contou com 20 000 flores distribuídas pelos 100 comerciantes aderentes. As flores chegaram a Moscavide no dia 29 de maio, em frente à igreja, onde estava a Mimi, a mascote da Festa da Flor, para as receber. A cerimónia de recepção contou também com as músicas e danças do Rancho Tradicional de Cinfães, da presença do cantor popular Alex e da direcção da AJM, com destaque para o vereador Ricardo Lima, presidente e Ricardo Bastos,
BREVES
Informática na Biblioteca Municipal José Saramago A Biblioteca Municipal José Saramago em Loures promove “Informática para Todos”, que tem como objectivo combater a iliteracia a nível das tecnologias de informação e comunicação. O programa inclui sessões sobre Word, Excel, Internet e Facebook que estão disponíveis para todos aqueles que estejam interessados. As acções de formação são gratuitas, estão divididas em 5 módulos e irão realizar-se na Sala de Leitura Juvenil/ Adultos nos meses de Maio/Junho, Setembro/Outubro e Novembro/ Dezembro.
Confraria do Arinto de Bucelas organiza 6ª Entronização No dia 31 de maio Bucelas acordou em festa com a 6ª Entronização dos novos confrades. A cerimónia decorreu no Museu do Vinho e da Vinha e contou com a presença de outras confrarias báquicas e gastronómicas. O ambiente, como não podia deixar de ser, foi de diversão e serviu para demonstrar a força bucelense na defesa do arinto, não só mantendo a tradição e divulgando-a, mas vivendo-a, que é a melhor forma de perpetuar algo.
Recriação histórica do 25 de Abril
A Junta de Freguesia de Sta. Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela organizou uma recriação histórica do 25 de Abril. O evento, que promete, decorrerá no Ecoparque de S. João da Talha das
14.30 horas do dia 6 de junho, até ao final da noite de dia 7 do mesmo mês. Esta é mais uma forma, por parte da autarquia, de celebrar e recordar os 40 anos daquela data histórica.
Loures NotĂcias de
LAZER
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