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ANO 3 | Nr.25 MENSAL | 7 DE MAIO | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Bombeiros com mais apoio As verbas para os bombeiros têm vindo a ser anualmente reforçadas pelo executivo municipal. Este ano, há mais 50 mil euros para reparar as auto-escadas de Loures e Sacavém. Pág. 3

Fausto com enchente

O Minho em Loures

Fausto, voz de Abril e figura reconhecida da cultura e música popular portuguesa lotou, no dia 24 de Abril, o Pavilhão Paz e Amizade, num concerto que celebrou e relembrou os valores da democracia e da liberdade.

É este o desejo de Teotónio Gonçalves, presidente da direcção do Grupo Verde Minho, que em entrevista nos sintetiza o passado, o presente e o futuro desta associação. Manter e divulgar as raízes culturais da região minhota no concelho de Loures é o objectivo desta Associação. Págs. 8 e 9

Pág. 6

CAMARATE, LOURES, MOSCAVIDE E SACAVÉM

REVITALIZAÇÃO

URBANA

A Câmara Municipal de Loures vai levar a cabo quatro projectos de revitalização em Loures, Moscavide, Sacavém e Camarate, obras de fundo que têm como objectivo trazer uma «alma nova» à economia daquelas localidades e melhorar a qualidade de vida de quem lá mora e por lá passa. Pág. 5


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EDITORIAL Crónicas Saloias

Pedro Santos Pereira

A Arte como elo de ligação e partilha

Director

Ficha Técnica

Abril é um mês em que a Liberdade estará sempre associada. Em Loures Fausto foi o principal rosto das comemorações, numa simbiose perfeita entre Artista, Revolução e Povo. Mas Abril foi muito mais em Loures. Destaco dois eventos organizados por diferentes instituições. O primeiro, o T-Parade, um concurso que tinha como objectivo a decoração de chávenas. Uma ideia do agrupamento de escolas Eduardo Gageiro que, com esta iniciativa, pretendeu interligar os diversos agrupamentos

do Concelho, tentando derrubar obstáculos geográficos e fazer do Túnel do Grilo uma forma de união e não de separação, como assumiu o director do agrupamento, Carlos Candeias e a vereadora Maria Eugénia Coelho. As artes a funcionarem como um elo de ligação e partilha, valores essenciais de Abril. A segunda referência vai para o Teatro IBISCO que, uma vez mais, voltou a encantar, isto porque já não surpreende ninguém, tal o rol de qualidade que tem vindo a exibir sempre que estreia uma peça. “Meu Tesouro

Liberdade” é a mais recente obra protagonizada por este Teatro, tendo já sido apresentada ao público por duas vezes, a primeira no Teatro Meridional, localizado no Poço do Bispo, no dia 23 de Abril. A segunda foi em casa, no Teatro IBISCO, que fica no Centro Comunitário da Apelação e cuja representação foi no dia 29 de Abril. Uma peça que fala da importância da Liberdade e da sua procura, que além de incessante e constante deve ser partilhada, pois é um tesouro valioso que não se alcança com facilidade e que, depois de atingi-

Director: Pedro Santos Pereira Gestão de Marketing e Publicidade Patrícia Carretas Colaborações: ACES, Anabela Pereira, André Julião, Florbela Estêvão, Gonçalo Oliveira, João Alexandre, Patrícia Duarte e Silva, Paula Gomes, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade e Rui Pinheiro Fotografia: João Pedro Domingos, Miguel Esteves e Nuno Luz Direcção Comercial: geral@ficcoesmedia.pt Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

do, não tem garantia de duração. Aconselho vivamente a assistirem ao espectáculo, assim que tenham oportunidade. Bom argumento, em que a alegoria entre a Liberdade e um tesouro são constantes, excelentes representações, cada dia que passa a qualidade e maturidade destes actores é maior, e excelente direcção, apesar da saída de Miguel Barros, um dos grandes responsáveis por sucessos anteriores, a assunção da Susana Arrais e da Catarina Aidos, demonstrou, nesta representação, que a evolução vai continuar

e que o futuro está assegurado. Aproveitando o Miguel Barros que, de forma humorística, assume o Teatro IBISCO como o melhor teatro da Quinta da Fonte, despeço-me dizendo que essa assunção já é muito curta. PS: Maio é o mês da Gala Notícias de Loures 2016. As votações estão a decorrer em bom ritmo, até ao dia 12 às 23.59 horas e dia 13 de Maio estaremos no Pavilhão de Macau para homenagear os 51 nomeados que, durante 2015, elevaram o nosso Concelho.

Contactos Geral 219 456 514 | geral@ficcoesmedia.pt Editorial noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia

Notícias de Loures


ASSOCIAÇÕES

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Autarquia reforça aposta nos bombeiros As verbas para os bombeiros têm vindo a ser anualmente reforçadas pelo executivo municipal. Este ano, há mais 50 mil euros para reparar as auto-escadas de Loures e Sacavém. Com uma larga tradição no Concelho, os bombeiros do Município de Loures têm vindo a ver os seus orçamentos reforçados por verbas camarárias. Este ano, há um acréscimo especial de 50 mil euros, para reparar as auto-escadas dos bombeiros de Sacavém e da cidade de Loures. Para Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, esse apoio é um motivo de orgulho. «Neste momento, tirando algumas câmaras que têm bombeiros municipais, somos a segunda autarquia do País em termos de transferências para as associações de bombeiros», revela. «A nossa estratégia, neste mandato, tem sido de reforçar o apoio aos bombeiros em termos financeiros, um apoio que é distribuído por um programa de suporte ao associativismo voluntário que inclui vários sub-programas, destinados a formação, equipamentos e diversas outras actividades dos bombeiros e dos chamados GIPS – Grupos de Intervenção Permanente – na área do combate aos incêndios florestais», detalha o autarca. O reforço das verbas dos bombeiros tem sido contínuo ao longo do mandato do actual executivo municipal. Actualmente, essa verba já supera, em 160 mil euros, o valor que era atribuído em 2013. Além dos valores, o Executivo alterou também as regras dos protocolos, dado haver dificuldade de acesso a todas as verbas, pelas características dos programas então definidas. A dimensão das corporações no Município é muito diversa, pelo que as suas necessidades são bastante diferentes. «Demos uma maior flexibilidade no uso dessas verbas para permitir que as usassem completamente, o que foi amplamente consegui-

do nos últimos anos», avança Bernardino Soares. Em 2012, das verbas disponibilizadas, mais de 80 mil euros não chegaram a ser aplicados. Em 2013, essa verba era de quase 50 mil euros e, em 2015, do montante de 1,708 milhões de euros previsto, apenas não foram transferidos para os bombeiros 8,42 euros. «Este ano, a verba aumenta para 1,758 milhões – um acréscimo de 50 mil euros – e a nossa decisão foi que esse aumento dever ter como prioridade a recuperação dos dois veículos de escadas no Concelho: um em Sacavém e outro em Loures», explica o edil. O veículo de Sacavém está inoperacional e o de Loures está a precisar de uma recuperação significativa. Para o presidente da Câmara, a situação é inaceitável. «Entendemos que não é possível não termos este equipamento no Concelho, sendo que o poderíamos solicitar a outros municípios, mas o tempo nestas situações conta», alerta o responsável. Isto porque o concelho de Loures tem zonas fortemente urbanizadas e com uma volumetria muito grande, em que só os veículos com autoescada podem ser um eficaz meio de combate, quer para os próprios bombeiros, quer para as vítimas dos incêndios. «Estamos a trabalhar com os bombeiros de Loures e de Sacavém no sentido de pedir orçamentos para a sua reparação», revela o edil. Além das auto-escadas, a autarquia tem efectuado investimentos importantes na preservação dos depósitos de água para combate a incêndios, na torre de vigia, que funciona desde o dia 1 de Junho até ao final de Setembro, em permanência, no Cabeço de Montachique e noutras matérias.

Valorizar os bombeiros junto da comunidade «Desde o ano passado, passámos a comemorar o Dia Municipal do Bombeiro, que este ano vai ocorrer também no final de Maio e cuja intenção é valorizar os bombeiros perante a comunidade», adianta Bernardino Soares. «Isto para que as pessoas se apercebam da importância dos bombeiros para que os possam, inclusive, apoiar mais, pois os bombeiros precisam de todos quando recolhem verbas para o seu funcionamento», acrescenta. Em Loures, existem actualmente sete associações, com sete corpos de bombeiros, todos voluntários: Loures e Sacavém, Moscavide e Portela, Camarate, Fanhões, Zambujal e Bucelas. Durante as comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, haverá lugar a demonstrações de actividades dos bombeiros, no Parque da Cidade, em Loures, um seminário técnico mais reservado aos próprios bombeiros, assim como uma cerimónia de homenagem

aos bombeiros que mais se destacaram no ano 2015, que este ano ocorrerá no Pavilhão dos Bombeiros de Sacavém e um desfile das forças dos bombeiros, na cidade de Loures, no dia 22 de Maio. A tradição dos bombeiros em Loures vem de longa data, sempre com fortes ligações à comunidade. Os bombeiros foram, desde sempre, um núcleo de apoio à população nas mais diversas áreas, alguns ligados, desde a sua origem, à actividade cultural, com destaque para as bandas. «Na zona norte, temos Bucelas, Fanhões e Zambujal e, em todas essas terras, os bombeiros surgiram da comunidade e são instituições fortemente enraizadas», aponta Bernardino Soares. Embora a tradição dos bombeiros seja muito forte em Loures, a verdade é que a realidade é hoje bem diferente. «Continua a haver a entrada de novos bombeiros, embora, com as condições que a sociedade hoje vive, de precariedade no trabalho, de muita gente a emigrar, isso também se faça

sentir nos corpos voluntários de bombeiros», revela Bernardino Soares. «Quando se está precário num emprego, é muito mais difícil vir atender uma necessidade de emergência nos bombeiros», explica. «A nossa aposta é que esta iniciativa do Dia Municipal dos Bombeiros e toda a aposta que a Câmara faz para valorizar o trabalho dos bombeiros também sirva para atrair mais jovens para a profissão», adianta o edil. O investimento nos bombeiros é, para a autarquia, uma aposta estratégica, sobretudo pelos riscos diversos que o território comporta. «O maior é o risco de cheias, em particular em Loures, Frielas e Sacavém, mas também temos uma zona rural muito grande e, por isso, temos equipamento para o risco florestal e temos também riscos urbanos muito acentuados nas zonas mais urbanizadas», explana o presidente da Câmara. Para fazer face a estes riscos, existem em Loures todas as especialidades de trabalho de intervenção, nomeadamente no plano aquático, para respostas a acidentes no Tejo, no plano florestal, nas zonas urbanas e ao nível das vias rodoviárias, com destaque para o desencarceramento. Existe igualmente resposta para acidentes ferroviários e até para incidentes de carácter nuclear, devido à presença do reactor e aéreo, por causa do aeroporto. «Os nossos bombeiros têm, inclusive, estatuto de entidade formadora e dão formação em entidades de todo o País», revela Bernardino Soares. «Além disso, todos os verões, há uma coluna que sai de Loures para acudir a incêndios noutras zonas do País», acrescenta. André Julião


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EMPREGO

Divagações de Maio? Ricardo Andrade

Pedro Cabeça

Valores e Princípios

Neste mês de Maio reconheço alguma incapacidade em vislumbrar um Futuro, que está tão próximo, que mal o vejo. Não sei exactamente o que este nos reserva, por isso a solução é mesmo olhar o Presente, sabendo que só se o olharmos, daremos conta que aquele é já passado. Com o aproximar dos balanços e dos projectos para o futuro, no que respeita às autarquias, que cautelas vão ter os partidos no que se escreve e pretende para os próximos anos? - Ainda falta tanto tempo dizem-me. Pois falta, digo eu, se pensarmos o Poder apenas numa lógica do quem e não do quê. - O que valerá um quem, se não sabemos o quê? A verdade é que hoje as pessoas, a quem importam verdadeiramente os concelhos, estão, ao que me parece (ou quero eu que pareça), bem

Comissário de Bordo

Na política como na vida existem várias formas de encarar o que nos rodeia. Na política como na vida existem diversas maneiras de reagir ao dia a dia. Na política como na vida existem inúmeros obstáculos a que podemos ter de fazer face. Não existem, na minha óptica, fórmulas mágicas para seguir em frente. Não acredito também que existam soluções milagrosas. Muito menos caminhos únicos que devamos seguir. Talvez, por tudo o que escrevi antes, a minha convicção seja cada vez maior do que são os valores e princípios que vamos apreendendo ao longo da vida que nos devem nortear sempre. É esse conjunto de princípios e valores que deve ser o nosso farol, para não cairmos em facilitismos nem cedermos às tentações de trilhar caminhos que neguem aquilo que deve ser uma forma de viver a vida. Enquanto parte integrante de um projecto de sociedade e não apenas como seres individualistas, que se colocam a si mesmos à frente de um bem comum que é toda uma comunidade em que estão inseridos. A minha convicção é de que nesse rol de valores e princípios (nunca dogmáticos mas sempre de respeitar e de seguir) se encontram, claramente, conceitos como lealdade, responsabilidade e respeito. Lealdade para com pessoas, instituições e valores. Responsabilidade de sermos sempre melhores, de não vendermos ideais, de nunca desistirmos de lutar pelo bem comum. Respeito por nós mesmos mas acima de tudo pelo próximo e, decorrentemente, pelas estruturas existentes na sociedade que nos rodeia. Terão aqueles que estão em cargos públicos ou que detêm funções de liderança mais obrigações de não se desviarem desse caminho de valores e princípios do que os restantes? Terão os decisores políticos maiores obrigações de não hipotecarem um legado de valores e princípios? Julgo, verdadeiramente, que todos somos iguais enquanto membros de uma sociedade e que quem, temporariamente, exerce certos cargos não deve deixar jamais de se sentir parte dessa mesma sociedade como todos os outros. Mas não é menos verdade que quem, por certos períodos, é escolhido para liderar não deve nunca esquecer-se que mesmo tendo funções de decisão, deve nortear o seu comportamento nas mesmas pelo objectivo máximo de proporcionar o bem comum, respeitando sempre quer os seus pares que em si confiaram, quer as instituições existentes no regime democrático em que vivemos e que devem ser sempre o garante da liberdade e da democracia. E é precisamente com esse valor intocável do respeito, que termino estas breves linhas escrevendo que devemos sempre dar-nos ao respeito, para sermos em todos os momentos realmente respeitados.

Advogado

mais inclinadas para saber o que se pretende fazer, para depois saber se o quem será capaz de o fazer (reconheço que nem sempre é assim, às vezes, talvez demasiadas vezes, entendemos o quem, capaz para fazer o quê pelo seu percurso, porque lhe identificamos o Rasgo, porque acreditamos que será capaz, ou …. Porque sim). Mas falta tanto tempo – repetem. Pois... talvez. E de divagação (ou talvez não) em divagação escrevo aqui sobre a(s) assembleias municipais, esse órgão máximo de um Município, por teoria legítima, esse órgão que se anula por prática. Na minha modesta opinião, os representantes eleitos nas assembleias municipais deviam afirmar-se mais através das ideias, das propostas, deviam afirmar-se mais pelas dúvidas, pelas questões (os membros das assembleias devem estar sempre na

idade dos Porquês). O pior que pode acontecer numa Assembleia Municipal (é desta que falamos), é que os seus membros se anulem exclusivamente ao serviço das ideias dos outros, principalmente quando essas ideias nem sequer representam as ideologias com que se identificam, mas meras estratégias de Poder. Reconhecendo a incapacidade de meios para uma Assembleia Municipal exercer devidamente a sua missão fiscalizadora, urge que, sem fugir das suas competências, se reforce o seu papel criativo, urge dar asas a uma Assembleia Municipal que seja capaz de propor estratégias, de sugerir caminhos, numa função muito além da mera correia de transmissão dos vereadores das Câmaras (executivos e não executivos), sem nada de inovador para o Concelho que servem.

Não. Não pretendo que a Assembleia se substitua aos executivos, o que desejava é que as assembleias municipais fossem o polo dinamizador das grandes ideias para os concelhos, sem os espartilhos do Poder pelo Poder, ou da crítica pela crítica. Em Loures, durante os últimos anos, temos tido alguns exemplos (a meu ver muito poucos) de que esse caminho é possível, pelo que é preciso Lutar pela Mudança, é preciso saber dirigir essa mudança criando os laços de harmonia, capazes de unir todos em volta do bem comum. E tudo isto só será possível se os eleitores do Município impuserem essa necessidade a quem os representa. “O objecto principal da política é criar a amizade entre membros da cidade” Aristóteles

De regresso? A reabertura do Centro de Emprego de Moscavide, localizado em Sacavém, é uma possibilidade. É esta a perspectiva de Bernardino Soares, após reunião com o ministro Vieira da Silva, que mostrou disponibilidade para este desfecho. O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares afirmou, a 14 de Abril, que a tutela manifestou disponibilidade para reabrir o centro de emprego e o serviço de atendimento da Segurança Social de Moscavide, localizado em Sacavém, encerrados pelo anterior Governo. O encerramento do centro de emprego de Moscavide, que afectou cinco mil utentes, obrigando-os a deslocarem-se até à cidade de Loures, ocorreu em Outubro do ano passado. Além de Moscavide, este centro de emprego servia as localidades da Portela, Sacavém, Camarate, Prior Velho, Bobadela, São João da Talha e Santa Iria de Azóia. Já o serviço de atendimento da Segurança Social foi encerrado em Janeiro de 2014,

afectando 100 mil pessoas. Contudo, em declarações à agência Lusa, Bernardino Soares disse hoje que o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, já mostrou disponibilidade para reabrir os dois serviços. "Tivemos uma reunião com o senhor ministro e ele reconheceu a importância de existirem estes dois serviços na zona oriental do nosso Concelho". "Obviamente que ficamos muito contentes com esta abertura", afirmou. Relativamente ao serviço de atendimento da Segurança Social, Bernardino Soares explicou que a intenção é que venha a funcionar em instalações disponibilizadas pela autarquia, que carecem de obras de adaptação. "São pequenas obras e o custo não será muito avulta-

do. A indicação que temos é que muito brevemente será lançado um concurso para a empreitada", adiantou. No que diz respeito ao centro de emprego, o presidente da Câmara de Loures referiu que ainda não há certezas de que reabrirá no mesmo espaço onde funcionava anterior-

mente. "Para nós aquela localização era boa, dada a sua centralidade, mas vamos ver ainda com os técnicos. Isto é só apenas o início", ressalvou. Confirmando-se estas perspectivas, podemos aferir que são boas notícias para os habitantes da Freguesia.


URBANISMO

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Câmara revitaliza centros urbanos Loures, Moscavide, Sacavém e Camarate vão ser alvo de obras de requalificação, já no próximo mês de Outubro. O projecto visa revitalizar a economia daqueles centros e melhorar a vida de residentes e visitantes. A Câmara Municipal de Loures vai levar a cabo quatro projectos de revitalização em Loures, Moscavide, Sacavém e Camarate, obras de fundo que têm como objectivo trazer uma «alma nova» à economia daquelas localidades e melhorar a qualidade de vida de quem lá mora e por lá passa. Apresentados à população em quatro sessões públicas de esclarecimento, os projectos colheram aplausos, críticas e levantaram dúvidas a que o executivo camarário procurou responder. Em Moscavide, a sessão teve lugar a 29 de Abril e, como já é «tradição», provocou uma longa e acalorada discussão.

Os 4 irmãos gémeos Executados por fases, todos os quatro projectos irão ter os seus impactos reflectidos à medida que forem passando à prática. Similares em termos de valores, os projectos orçarão mais de um milhão de euros cada, embora o seu faseamento não seja exactamente igual. O prazo para o início das obras deverá ser simultâneo e passar pelo mês de Outubro. O grande objectivo é requalificar os centros urbanos de Moscavide, Sacavém, Loures e Camarate ao nível dos espaços públicos, infraestruturas, edificado, comércio local e coesão social. As obras pretendem promover a revitalização demográfica, económica e cultural, contribuir para a criação de mais emprego e melhorar a qualidade de vida das pessoas que habitam, trabalham ou usufruem destes centros. «Fizemos uma avaliação prévia e chegámos à conclusão que Loures, Sacavém, Moscavide e Camarate eram os quatro centros que precisavam prioritariamente desta intervenção, face à sua importância», revelou António Pombinho, responsável pelo gabinete de revitalização urbana da Câmara Municipal de Loures.

Moscavide: «revolução» na avenida Com início marcado para Outubro, as obras na Avenida de Moscavide vão afectar inevitavelmente, durante, pelo menos, seis meses, o comércio, o trânsito e o estacionamento na principal

artéria da localidade, o que foi amplamente questionado pelos comerciantes presentes na sessão de apresentação do projecto. A proposta inclui duas fases de intervenção: entre a Avenida de Moscavide e o Largo da Igreja e deste local até à zona do mercado. O objectivo principal é equilibrar os espaços pedonal e viário, que actualmente é de 30 por cento para os peões e 70 por cento para os veículos. O projecto prevê ainda a plantação e a recolocação de árvores, a alteração de paragens de autocarro, o alargamento do espaço pedonal, a criação de 300 novos espaços de estacionamento público, a substituição da iluminação pública por LEDs e a redução do número de sentidos do trânsito, das vias de circulação viária e do limite de velocidade. O orçamento deverá rondar os 1,3 milhões de euros. O projecto contempla igualmente a criação de uma loja de atendimento municipal, onde estarão disponíveis, nas antigas instalações da PSP, serviços da autarquia e dos SIMAR. «As boas soluções resultam de um debate amplo com as pessoas que residem e trabalham em Moscavide e este projecto tem de ser participado por todos», disse na ocasião Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures. Destacando a importância do comércio para a identidade da vila, o edil defendeu que «Moscavide tem condições para ser a grande centralidade a oriente de Loures e de Lisboa e, enquanto polo de atracção, deve expandir-se para zonas limítrofes».

O eterno problema do estacionamento Finda a apresentação, o espaço de debate foi aberto à população, que se apressou a colocar dúvidas e a fazer apreciações. O tema mais falado foi, uma vez mais, o estacionamento na vila. Em resposta, o vereador António Pombinho defendeu que «o mercado precisa de mais dinamização, para ser a praça que Moscavide não tem». Quando confrontado com o problema do estacionamento, o Vereador respondeu que a autarquia está muito «atenta ao problema» e

que «a oferta deverá passar pelo largo do mercado e pelo interior da vila». O trânsito foi outro dos problemas abordados, sobretudo pela redução do número de vias de circulação na Avenida de Moscavide. Para vários comerciantes presentes, a obra pode fechar a porta e estrangular o trânsito na vila. O facto de passar apenas uma via de rodagem levantou ainda questões ao nível das cargas e descargas e da segurança e emergência hospitalar. Garantindo que essas questões

irão ser acauteladas, António Pombinho enumerou outras iniciativas de fomento à economia local, nomeadamente a «redução ou isenção total das taxas municipais de investimento». Além disso, o Vereador anunciou ainda a «criação de um instrumento de financiamento alternativo ao sistema bancário e com condições favoráveis ao investimento, que a banca actualmente não permite». O responsável enfatizou ainda a dinamização do mercado para atrair pessoas e fomentar o comércio em toda a Vila. Além do

estacionamento, o mercado vai ter oferta de restauração e um espaço para festas e eventos. No final da sessão, que se prolongou pela madrugada, a presidente da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela estava satisfeita. «A mudança é sempre muito difícil, mas Moscavide tinha de ter alguma» disse Manuela Dias ao NL. «Considero que este projecto traz modernidade e melhores condições para os comerciantes», defendeu. André Julião


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LAZER

Paz e Amizade cheio por Fausto tante trazer bons músicos e boa música ao nosso Concelho”. O autarca realçou ainda que, além das comemorações dos 42 anos da Revolução de Abril, “estamos também a celebrar os 40 anos da Constituição da República Portuguesa, bem como as primeiras eleições livres e com sufrágio universal”. O edil concluiu a sua intervenção dizendo que “vamos ajudar a fazer um 25 de Abril hoje e sempre no nosso Concelho”.

Biografia

Fausto, voz de Abril e figura reconhecida da cultura e música popular portuguesa lotou, no dia 24 de Abril, o Pavilhão Paz e Amizade, num concerto que celebrou e relembrou os valores da democracia e da liberdade. A celebração do 25 de Abril, como é costume, é sempre uma das actividades mais sublinhadas

pelo Município de Loures e, este ano, foram diversas as iniciativas que assinalaram a revolução que devolveu ao Povo e ao País a liberdade e a democracia, pondo fim à ditadura. O concerto, propriamente dito, foi à “25 de Abril”. Esta designação porque houve uma interacção do Povo (plateia), com cravos ao

peito e uma atitude resiliente por parte do artista (Fausto), que mesmo com limitações na voz, não deixou de fazer o espectáculo. Antes do início do concerto, Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, referiu a sua satisfação “por ver o pavilhão cheio de gente. É impor-

Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu em 26 de Novembro de 1948, em pleno Oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado “Pátria”, que viajava de Portugal para Angola. Foi nesta antiga colónia portuguesa que passou a infância e adolescência e começou a interessar-se por música. Filho de beirões, assimilou os ritmos africanos a que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas. O primeiro grupo de que fez parte chamava-se "Os Rebeldes" e cultivava a música pop da altura.

Em 1968, com 20 anos, fixouse em Lisboa para iniciar os estudos universitários (é licenciado em Ciências Sócio-Políticas e frequentou um mestrado de Relações Internacionais) e foi no âmbito do movimento associativo que se revelou como cantor, aproximando-se rapidamente do movimento que já integrava então nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou Vieira da Silva – juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio – e que teve um importante papel político e cultural na resistência aos últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de 1974. É impossível dissociar o seu nome de discos tão fundamentais da música portuguesa contemporânea como «Por Este Rio Acima», «O Despertar dos Alquimistas», «Para Além das Cordilheiras», «A Preto e Branco» ou «Crónicas da Terra Ardente». Com Fausto, é toda uma viagem pelo universo dos sons, da memória colectiva, do sentir mais profundo que nos une enquanto comunidade(s).

Assembleia Municipal celebra liberdade e democracia No âmbito das comemorações do 25 de Abril no Município, realizou-se, na Portela, uma sessão da Assembleia Municipal de Loures. A sessão solene teve início com a actuação do grupo Contrastes, da Escola Fort’aplauso, à qual se seguiram as intervenções dos vários grupos políticos com assento na Assembleia Municipal. A presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos, relembrou os ideais e as conquistas de Abril, afirmando: “Estamos a celebrar mais um aniversário da Revolução de Abril, o dia inicial que marcou de modo inabalável uma nova etapa da nossa história recente. O dia em que tudo parecia possível, em que os sonhos de uma vida melhor, em circunstâncias de direitos iguais para todos, se concretizaram”.

“Dois anos depois, em Abril de 1976, é aprovada a Constituição da República Portuguesa, na qual sonhos, esperanças e direitos ficaram consagrados”, disse a autarca, referindo-se, de seguida, à celebração dos 40 anos da realização das primeiras eleições autárquicas. O discurso de Fernanda Santos ficou ainda marcado pela importância que o Poder Local Democrático assumiu na vida dos portugueses após o 25 de Abril: o acesso ao saneamento e abastecimento de água, estradas alcatroadas, habitações condignas, construção de escolas e bibliotecas, acesso à cultura e ao desporto, tudo isto se tornou possível com o apoio das autarquias e do movimento associativo. “É ainda o Poder Local que está à frente dos anseios das suas populações, apoiando as lutas e os direitos dos seus munícipes

ou fregueses, como é o caso do nosso Concelho”, afirmou a presidente da Assembleia Municipal de Loures. Fernanda Santos fez ainda referência à reorganização administrativa do território e das freguesias, apelando ao apoio junto da população: “Teremos de aprender com essa experiência e defender a nossa população, ouvindo-a sobre esta matéria e ouvindo os órgãos autárquicos. Chegou a altura de exigir, de uma vez por todas, que sejam cumpridas as promessas, feitas ao longo dos tempos, de mais competências e respectivos meios para as autarquias”. A sessão terminou com a actuação do Grupo Coral da Portela e ao som daquela que se tornou a canção da Revolução do 25 de Abril: Grândola, Vila Morena.


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Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro Loures não tem nada? Ocorre ciclicamente, nalguns meios, a estranhíssima tese segundo a qual “Loures não tem nada”. Por Loures, entenda-se o Concelho e todas e cada uma das suas freguesias. Em regra, esta ideia – filha da ignorância, prima da maldicência ou irmã da má-fé, é acompanhada de uns complementos mesquinhos, do género: “Aqui não há nada, mas na freguesia ali ao lado há tudo”. Olhadas essas coisas com um mínimo de objectividade, depressa se conclui que estão a léguas da verdade. De uma coisa estou quase certo, a maioria dos naturais e residentes numa qualquer freguesia do Concelho conhecem bastante mal as restantes freguesias, não conhecem os equipamentos colectivos que têm ao dispôr, o património natural e cultural e ignoram como vivem “os outros”. E assim, focados apenas numa pequena parcela do mundo, uns são assaltados por dúvidas existenciais, outros convencem-se que o mundo acaba naquele curto horizonte que a sua vista alcança. Por isso, talvez se entenda, em certas circunstâncias, a reivindicar para o espaço “vital” todo um acervo de recursos próprios e exclusivos (que normalmente se diz que os outros já têm). A Igreja, o Estádio, o Pavilhão, a Piscina, a Biblioteca, o Museu, a Escola, a Universidade, o Parque, o Jardim, o Autocarro, o Comboio e sabe-se lá que mais… Confesso que não sei bem como se pode conferir mundivisão, conhecimento e informação para além do uso dos meios já ao dispôr de todos. Para os que não queiram ouvir, saber ou conhecer será missão quase impossível, mas consigo acreditar que, à maioria, falta uma oportunidade, um impulso, um empurrão, para que se disponha a conhecer o Município e os fregueses vizinhos e, assim, compreender que a gestão dos recursos municipais, aconselham a uma distribuição dos equipamentos colectivos, de forma equilibrada por todo o território – segundo também as possibilidades e oportunidades – mas aos quais todos têm igualmente acesso e direito de usufruto. Não é necessário que tudo esteja à nossa porta, para que possamos sentir como nosso e utilizar como nosso, porque o são de facto. Ainda assim, diria que poderá justificar-se um programa municipal consistente de “viagens à realidade municipal”, que leve munícipes de Moscavide a Lousa, de Bucelas a Sacavém, de S. João da Talha a Frielas e por aí adiante. Conhecer as paisagens, o património construído, os equipamentos existentes, a gastronomia, o artesanato, pode bem (re)colocar muitos de bem com a sua comunidade mais alargada, conferir-lhes outra perspectiva do que os rodeia e disponibilizar a informação que só o contacto directo com o desconhecido permite apreender. Conhecer os museus, as bibliotecas, os parques urbanos, os parques desportivos, os locais arqueológicos, as quintas, os rios e tantos locais de interesse podem encerrar o potencial de despertar a auto-estima e o orgulho de viver ou trabalhar no concelho de Loures. Acredito ser da maior utilidade para os desígnios colectivos que se superem tricas, intrigas e disputas sem sentido (que alguns, perversamente, estimulam por razões pouco edificantes), apostando num percurso de inter-relação, participação, envolvimento, debate e comunhão que, respeitando as diferenças de opinião, a todos aproxime em torno de uma realidade básica: Todos somos Loures e Loures tem (quase) tudo. O que não tem, conseguiremos nós, mas juntos.

ENTREVISTA

”Transformar o «Encontro de Culturas» num grande festival de folclore, com projecção nacional e internacional” É este o desejo de Teotónio Gonçalves, presidente da direcção do Grupo Verde Minho, que em entrevista nos sintetiza o passado, o presente e o futuro desta associação. Manter e divulgar as raízes culturais da região minhota no concelho de Loures, tem sido uma alavanca que tem impulsionado estes munícipes. Quando surgiu o grupo “Verde Minho” e com que intuito? O Grupo folclórico Verde Minho surgiu em 1994, com a intenção de agrupar os minhotos radicados na região de Lisboa e, simultaneamente, promover o folclore da nossa região e transmitir aos mais jovens que, aqui nasceram, o apego às raízes culturais dos seus pais, assegurando a passagem de um testemunho cultural que tem a ver com a nossa identidade. Como podemos caracterizar o grupo? O Grupo Verde Minho representa em Lisboa os usos e costumes das gentes do Minho e assumese como uma “embaixada” desta região no concelho de Loures, onde se encontra sediado. É nesse sentido que tem vindo há mais de duas décadas a organizar o Encontro de Culturas, cujo formato se encontra em fase de renovação, assumindo-se como o maior festival de folclore da região, procurando constituir uma jornada de confraternização de diferentes povos e culturas, numa localidade marcadamente cosmopolita: o FolkLoures! Apesar de se tratar de um evento regional, possui a marca das gentes do Minho na sua organização, estreitando os laços que a unem à terra que os acolheu. Qual a forma que tem de subsistir? O Verde Minho subsiste através das quotas dos seus associados, da generosidade dos seus patrocinadores, do apoio que o Município de Loures e a Junta de Freguesia de Loures nunca regatearam e ainda das mais diversas parcerias estabelecidas com vista à sua participação em eventos culturais. Não obstante, apesar da necessidade de se financiar para manter a sua actividade, o Grupo Verde Minho não deixa de participar generosamente em eventos

de beneficência e solidariedade, o que o torna particularmente bem aceite e reconhecido entre a comunidade, o que também nos é muito grato registar. Consideram haver lacunas no apoio às associações que representem a tradição do Minho? Pelo que nos diz respeito, e no que ao poder local diz respeito, não possuímos razões de queixa. As maiores dificuldades registamse a nível de apoio na divulgação junto dos órgãos de comunicação social, mormente por parte daqueles que, sendo financiados com o dinheiro dos contribuintes, deveriam prestar o serviço público que lhes é devido. E, não concedendo espaço na sua programação

à divulgação das nossas raízes culturais e, a nível de informação, às iniciativas desenvolvidas pelos grupos e entidades que promovem as tradições do nosso povo, dificilmente se poderá aceitar que estejam realmente a prestar um serviço público! Quantos elementos compõem o grupo? É actualmente constituído por 45 componentes, distribuídos pela tocata, os cantadores e os bailadores. Enquanto os bailadores são escolhidos normalmente entre os mais jovens e ágeis, os cantadores possuem a particularidade de ainda conservarem a nossa pronúncia, um aspecto que também devemos considerar e faz todo o sentido.

Processo:5832/13.7TCLRS Justificação no Caso de Morte Presumida Requerente: Ana Maria de Jesus Alves e Outro Requerido: Manuel Alves Nos autos acima identificados, correm éditos de 4 (quatro) meses, contados da publicação do anúncio de que foi proferida sentença em 28-09-2015 a declarar a morte presumida de Manuel Alves, BI 02523057, residente que foi no Bº Nª Senhora da Saúde, Rua da Paz, Viv. Ponte, R/C, Unhos, 2680-569 UNHOS, LOURES, reportando-a ao dia 08/06/2000. Loures, 13-10-2015 N/Referência: 125665297 A Juíza de Direito, (ass.digital) Raquel Prata O Oficial de Justiça, Maria da Conceição C Folgado


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ENTREVISTA

Entre que idades? A componente etária no Grupo Verde Minho varia entre os 9 e os 74 anos de idade. Tratase de um espaço inter-geracional único, que contribui para a formação da personalidade dos mais jovens, promovendo o respeito e a amizade pelos mais velhos, aproveitando a sabedoria que a idade lhes proporcionou e, desse modo, tornando-os bons cidadãos. Por outro lado, os mais velhos beneficiam desse contacto permanente com os mais jovens, conservando-lhes o espírito e a juventude apesar da idade. São poucas as formas de participação na sociedade que, à semelhança do que sucede com os ranchos folclóricos, contribuem para um relacionamento saudável entre pessoas das mais variadas gerações, conservando os mais jovens afastados dos vícios e malefícios que a sociedade actualmente vem oferecendo… O que significa recriar as tradições do Minho? O Grupo Folclórico Verde Minho não pretende recriar as tradições do Minho no sentido em que o mesmo possa ser entendido como renovação. O Verde Minho procura conservar e dar a conhecer aquilo que constitui o património cultural do nosso povo, a um tempo anterior à padronização dos costumes e mentalidades que nos foram impostas por uma sociedade industrializada ou seja, os finais do séc. XIX e começos do séc. XX. Por falta de documentação suficiente, jamais poderemos recuar mais no tempo, como seria desejá-

vel. A maior parte das pesquisas no domínio da etnografia foram feitas em meados do século passado, graças ao aparecimento da fita magnética e do filme de 8 mm, proporcionando aos investigadores trabalharem directamente no terreno, junto das populações, nomeadamente na recolha musical. Porém, quando falamos em recriação, referimo-nos à reconstituição de tradições, feitas em moldes que não são absolutamente reais, na medida em que apresentam as limitações inerentes de algo produzido fora do contexto e do tempo. É o que sucede com a realização de uma desfolhada do milho que promovemos anualmente e que, na realidade, constitui apenas uma simulação. Aliás, de outra maneira não podia ser!

que nos fez criar o Grupo Verde Minho! Quais são os projectos futuros do grupo? O projecto mais imediato do Grupo Verde Minho, com o qual dependem vários objetivos, consiste na transformação do “Encontro de Culturas” que já vai na sua 23ª edição, num grande festival de folclore com projecção nacional e internacional. Mas dentro de um conceito

diferente àquele que está subjacente à esmagadora maioria dos festivais de folclore, os quais se reduzem à exibição pura e simples de danças e cantares, fazendo desfilar em palco uns tantos grupos cuja representação a tal se limita. Trata-se de conceber um novo figurino que, para além das nossas tradições, terá ainda em linha de conta as nossas influências culturais junto de outros povos e comunidades ao longo de vários séculos, desde

os Descobrimentos Portugueses, com gentes com as quais convivemos quotidianamente nas nossas cidades. Finalmente, quero em nome do Grupo Folclórico Verde Minho, agradecer ao Notícias de Loures a oportunidade que nos deram para apresentar o nosso trabalho e a representação que fazemos do Minho no concelho de Loures e na região de Lisboa em geral. Muito obrigado!

Que sentem quando actuam nas nossas comunidades de emigrantes? O contacto com os nossos emigrantes é sentido, como se de um reencontro familiar se tratasse. Um abraço entre amigos, onde o tempo e a distância fizeram crescer a saudade. E sentimo-lo porque, de certa forma, também somos “emigrantes” dentro da nossa própria Pátria: tal como eles, tivemos de deixar as nossas famílias e amigos para procurarmos melhores condições de vida em terras distantes, com gentes e costumes diferentes dos nossos, embora portugueses como nós. E foi precisamente esse distanciamento que nos acendeu na alma a chama imensa do amor que sentimos pela nossa terra e

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POLÍTICA

"Problema dos transportes públicos em Loures tem de ser resolvido a nível central" Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar do BE, defendeu solução central para um dos maiores problemas do Concelho. Na opinião do responsável, grupos de trabalho na Assembleia da República podem ajudar a «melhorar a vida das pessoas» a nível local. des que têm de se ultrapassar e, nesse aspecto, o Bloco, através dos seus eleitos locais, tem feito um trabalho extraordinário, com presença na Assembleia Municipal. Isso mostra como é importante para qualquer executivo ter uma boa oposição. Sendo uma boa oposição, o Bloco pode melhorar a política levada a cabo no concelho de Loures e mostrar que mais força tivesse, mais conseguia ainda melhorar as respostas que o executivo camarário e as juntas de freguesia dão junto das pessoas».

O lado negro da herança da Expo’98

O problema dos transportes público em Loures, nomeadamente a falta de carreiras, o preço elevado dos bilhetes e passes e a ausência de soluções intermodais a preços acessíveis já ultrapassaram há muito as fronteiras do Concelho. «Julgamos que esse problema que afecta o concelho de Loures tem de ser resolvido a nível do Governo central», disse ao NL, Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), por ocasião da inauguração da nova sede concelhia do partido, em Santo António dos Cavaleiros. «Sendo o Bloco um elemento de pressão para que se façam políticas à esquerda, tem aqui um papel fundamental e que tentaremos levar a bom porto», prometeu o deputado. Quando confrontado sobre outros proble-

mas do Concelho que dependem do Executivo, como a retirada do Centro de Emprego de Sacavém, a falta de médicos nos centros de saúde ou a privatização da Valorsul, Pedro Filipe Soares sustentou que «existem grupos de trabalho que tocam nessas questões, como o da Segurança Social, o da Energia ou o da Precariedade», sublinhando ainda a intenção do partido de «encontrar entendimentos para dar passos em defesa das pessoas». No entanto, o líder bloquista defende uma premissa para a realização de investimentos essenciais. «Para haver investimento público, vamos ter de fazer uma batalha a nível europeu, que nos garanta a possibilidade de reestruturar a dívida e de garantir que o País fica liberto

dos condicionalismos que hoje enfrenta», realça. Mas, apesar de todos os problemas que Loures enfrenta, o responsável destaca a mudança ocorrida na autarquia. «Houve uma mudança política nas últimas eleições autárquicas, mudança essa que cria esperança junto das pessoas», afirma. No entanto, Pedro Filipe Soares destaca alguns aspectos menos positivos: «Quando falamos em bens essenciais como a água e vemos que uma Câmara, que se esperava que tivesse uma política diferente, continua a ter políticas de restrições de acesso a bens essenciais, vimos que isso é difícil de aceitar e é um dos motivos pelos quais temos de lutar mais. Quando uma Câmara continua a estar refém de dívidas antigas acumuladas, isso são dificulda-

Vítor Edmundo, responsável da concelhia de Loures do BE, sustenta, por sua vez, que «Loures é um concelho com muitos problemas, alguns deles de muitos e muitos anos». Para o responsável, «o impacto que a Expo’98 teve ao nível da Grande Lisboa, fez-se reflectir negativamente no concelho de Loures, sobretudo porque parte do Concelho foi ocupado e transformado para dar resposta àquele grande acontecimento e isso produziu um impacto muito forte em duas situações importantes, sendo uma delas a “guetização” do Concelho». Os resultados, para Vítor Edmundo, foram desastrosos: «Foram construídos bairros sociais sem qualquer ordenamento territorial, onde juntaram as pessoas sem qualquer cuidado». No entanto, o responsável destaca a construção de novas dinâmicas que estão a atenuar os efeitos nefastos conhecidos. «A outra questão prende-se com a saúde e os transportes, uma vez que Loures continua muito deficitário na questão dos equipamentos de saúde, pois não há médicos de família que dêem resposta à população e muitos dos locais onde se prestam cuidados de saúde não têm condições de funcionamento», defende. Isso sem esquecer a inevitável questão dos transportes. «Loures é o concelho mais desordenado

e desorganizado em termos de transportes», acusa. «Vale aqui tudo e as operadoras de transportes dominam o Concelho e são donas e senhoras da organização que lhes dê mais benefícios», acrescenta. Vítor Edmundo revela ainda que, «do levantamento que fizemos há poucos meses, verificámos que Loures é o concelho da zona metropolitana de Lisboa onde os transportes são mais caros e que menos servem as pessoas». Em Loures, diz ainda Vítor Edmundo, «salvo raríssimas excepções, a partir das 21h30 não há mobilidade interna a nível dos transportes públicos».

Nova sede em Santo António dos Cavaleiros A concelhia do Bloco de Esquerda de Loures inaugurou uma nova sede no Concelho, após vários anos a partilhar instalações com Odivelas. A festa de inauguração contou com a presença de Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, de vários elementos da direcção da concelhia e de muitos curiosos. Entre os convidados, marcou presença também a presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros, Glória Trindade. Na ocasião, Pedro Filipe Soares disse ao NL ter a «noção clara de que as eleições e particularmente o novo momento político, com a maioria constituída no Parlamento e com o novo Governo, têm dado uma margem de manobra diferente do ponto de vista político e isso é reconhecido junto das pessoas». Defendendo que o partido começa a ter maior proximidade e influência, fruto do apoio popular, Pedro Filipe Soares enaltece o trabalho das concelhias, sobretudo as do distrito de Lisboa. «Quando já há trabalho feito, uma mudança política ajuda a cimentar esse trabalho e a ganhar um impacto maior na vida das pessoas», sublinhou. André Julião


Start.Social (CSEPDC)

junta Instituições do Concelho de Loures em prol de uma causa Social

Vivemos numa época, em que, cada vez mais, se dá relevo à necessidade de reinventar as práticas sociais das Instituições Sociais. A intervenção social precisa de ser pensada, inovada e recriada numa sociedade que se encontra em constante mudança, procurando o bem-estar social. A Start.Social (CSEPDC) ao longo dos 15 anos de intervenção social nas várias Freguesias do Concelho de Loures tem desenvolvido a sua atividade, com o objetivo de apoiar as populações onde está inserida, nomeadamente junto das que apresentam maior vulnerabilidade social, crianças, jovens, mulheres e idosos, tanto a nível social, como comunitário, nos domínios da educação e formação profissional, na criação de espaços de acolhimento de crianças e jovens. A intervenção da Start.Social, desenvolve-se através das várias Respostas Sociais/Serviços/ Projetos, atualmente conta com 115 crianças em Equipamentos de Creche. A Área Social tem desenvolvido várias atividades que promovem a inclusão social, e a igualdade de oportunidades, no último ano apoiamos cerca de 2080 beneficiários, dos quais 291 no âmbito do apoio alimentar; 1789 no âmbito do RSI e GIP. Efetuamos 2072 atendimentos sociais; acompanhamos 3145 indivíduos em apresentações quinzenais; realizamos 58 sessões coletivas abrangendo 782 beneficiários. Realizamos ainda 1361 visitas domiciliárias no âmbito da ação social. Brevemente contamos com a abertura do novo equipamento social Residência Sénior “Casa da Ponte”. A Instituição conta ainda com um departamento de Comunicação e Marketing que tem como objetivo desenvolver um conjunto de estratégias centradas em alcançar uma maior equidade social a fim de promover ações e eventos inovadores e diferenciados que permitam a sustentabilidade da instituição. Todo este trabalho, só seria possível graças a uma estratégia de intervenção assente numa visão estruturada e fundamentada, focada nas necessidades existentes no Concelho, e numa equipa dinâmica e multifacetada que ao longo de todos estes anos, tem vestido a camisola da Organização com toda a dedicação e empenho. É importante o envolvimento de todos, por isso consideramos essencial a realização de atividades sociais em conjunto por ser um fator importante para o desenvolvimento e crescimento das instituições sociais. Assim, estabelecer parcerias para garantir a melhoria das condições de atuação e envolver a sociedade civil nos dias que correm é um desafio. Neste sentido a Start.Social tem promovido em parceria, várias iniciativas que promovem a sustentabilidade da Organização, nomeadamente, nos dias 23, 24 e 25 de Junho, irá realizar o Evento Taskinhas Start.Social nas Instalações da Residência Sénior. Não menos importante e a realizar brevemente, no dia 4 de Junho, é o nosso Evento Km’Solidários, organizado em parceria com 4 Instituições Sociais locais, nomeadamente, AMSAC, ABA, Centro Cultural e Social de Stº. Antº. dos Cavaleiros e O Saltarico. Aberto a participantes de ambos os sexos e de todas as idades, o evento tem como objetivo angariar fundos para os 5 projetos sociais das Instituições envolvidas, 100% da verba angariada reverte a favor dos seus projetos, essenciais para o bem-estar dos seus beneficiários. Este evento conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Loures, União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Vaz Constrói, Farmácia de Santo António, VivaFit. de Stº António dos Cavaleiros e Urbanwish. Contamos com a vossa presença. Saudações Solidárias


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Quando as pessoas recorrem ao crédito, que seja para melhorar a sua vida.

São quase noventa anos a servir a população de Loures por uma instituição bancária que firma os seus créditos ano após ano mesmo em tempo de crise. Entrevista com José António Barreira Presidente do Conselho de Administração da CA de Loures Sintra e Litoral. Há quantos anos está a CA instalada no concelho de Loures? No concelho de Loures, a CA está instalada à 89 anos, sendo de Camarate o primeiro balcão. Quantos balcões têm actualmente no concelho? Temos 6 balcões: Loures, Lousa, Bucelas, Catujal, Bobadela e Fanqueiro. Todos com capacidade para executar todos os serviços. Loures é a sede. Quantos empregados é que a CA tem neste momento? Temos 61 empregados. Temos a sede e mais 14 balcões. A nossa área social engloba 6 concelhos: Loures, Odivelas, Amadora, Oeiras, Sintra e Cascais. Quando contratam uma pessoa, privilegiam as pessoas locais, fazendo a diferença pertencer ao concelho de Loures ou não? À partida são pessoas que têm de estar no concelho. Recrutamos sempre pessoas que sejam do concelho. Se por exemplo precisarmos de um empregado na zona de Sintra, tentamos que seja uma pessoa daquela zona, sobretudo por causa dos transportes: as pessoas devem vir para o local de trabalho, satisfeitas. Devem gostar do seu trabalho e sentir-se realizadas e confortáveis. Somos a favor do sorriso, da alegria. Privilegiamos o bem-estar. Mesmo quando necessitamos de transferir pessoas, tentamos sempre que se desloquem o mínimo possível da sua casa, para haver menos despesa e menos perda de tempo. O balanço que faz da gestão da CA no nosso concelho é positivo, numa altura de crise/ agitação bancária? Estou na CA desde Março de 1987. As Caixas Agrícolas são bancos que funcionam com muita simplicidade existindo uma grande abertura entre os nossos clientes, sócios ou não sócios, e os corpos sociais. É muito fácil qualquer cliente chegar até ao Presidente de Administração. Não há barreiras. Nada se esconde. Nós somos muito transparentes. Aqui predomina a honestidade, a entrega ao nosso trabalho, e a disponibilidade para colaborar com os nossos clientes e investidores para que a sua parceria com o Banco seja honesta e funcional.


LOURES INVESTIMENTO

O Grupo CA são 82 caixas que estão solidárias para o bem e para o mal. Quando uma Caixa está em dificuldades, há outra para ajudar. Por exemplo, a Caixa de Sintra e Litoral estava com algumas dificuldades e a Caixa de Loures ajudou, colaborou, fez a fusão. Para além de todo o grupo, temos ainda o Fundo de Garantia: todos os anos descontamos uma percentagem do nosso rendimento para o Fundo. Assim, se houver alguma dificuldade em alguma instituição, o Fundo está lá para apoiar com um juro muito baixo. O dinheiro é do grupo. A CA é um banco que praticamente não é falado, não manifestando os mesmos problemas de outras instituições bancárias. O nosso objectivo é que quando as pessoas recorrem ao crédito, seja para melhorar a sua vida e não para se desorientarem. São sempre aconselhadas numa conversa; quando se está a analisar

o investimento alertamos sempre para os prós e os contras através do nosso departamento técnico de análise de risco. Somos uma família: clientes e CA. Trabalhamos com capital nacional, não há aplicações que não sejam nacionais, investimos em Portugal. A diferença que há entre a banca nacional e as Caixas Agrícolas, é a transparência. Não sofremos dos problemas dos outros bancos. Do ponto de vista económico, qual é o volume de negócios global desta Caixa? Esta Caixa está acima dos 250 milhões de euros anuais. Do ponto de vista do crescimento o que é que pensa a médio prazo? Temos um plano de crescimento que passa pelo aumento do número de balcões. O território permite-o e os clientes pedemno. Esperamos por uma ligeira melhoria global para fazer face ao plano de investimento.

Estamos à espera de abrir mais delegações. É uma área muito grande e por isso poderíamos ter duas ou três dezenas de balcões. Temos um milhão e trezentos mil habitantes, seis concelhos dos maiores de Portugal. Mas desde 2007 quando fizemos a fusão, até 2015, as coisas não têm sido fáceis. Nós temos um rácio de transformação até bastante baixo e podemos subir. Estamos à espera que os investidores apareçam, bem como os bons negócios porque somos um banco muito exigente nas garantias e na qualidade do investimento. O que é que acha que o concelho de Loures tem a ganhar com a presença da CA? Muito. Eu disse isto há 29 anos quando assumi a Direcção da Caixa: Loures tem agora uma instituição disponível e aberta à evolução. E Loures evoluiu mesmo muito, assim como a CA, obtendo lucros, que permitiram ajudar a Caixa de Sintra e Litoral sem precisar de recorrer ao Fundo de

Garantia. Para além disso, Loures é uma zona muito boa, um concelho rico e tem uma agricultura muito próspera. Mas as pessoas por vezes não se atrevem nos seus investimentos e levam mais tempo a apostar. Por outro lado, a CA de Loures investiu muito em formação contínua, demos algumas dezenas de cursos no centro de formação em Lousa. Antigamente, o perfil do cliente da CA, era o agricultor. Qual é o perfil, hoje, do seu cliente? Nós somos um banco universal, trabalhamos com todos os particulares e empresas, associados ou não. Fazemos todo o tipo de operações. Podemos então dizer que hoje a CA é um banco comercial e concorrencial com toda a banca, com todos os produtos e serviços? Sim. E algo que não possamos fazer sozinhos, faz-se em parce-

ria com a nossa Caixa Central. Nestes casos somos intermediários ou parceiros nas operações. Importante é medir bem os riscos, e nisso podem contar connosco. O que é que acha do jornal Notícias de Loures? Leio todos os meses. Considero que faz falta no Concelho para alertar para algumas melhorias a fazer, através de uma crítica construtiva. Uma terra sem jornal é como um jardim sem flores. O que é que acha do novo executivo da Câmara? São pessoas de muita qualidade, íntegras e honestas. A CA e a Câmara têm relações óptimas. Discutimos negócios e não política. Eu como Presidente da CA, a minha política aqui é o negócio, o dinheiro, a compra e a venda. Só posso dizer bem deste novo executivo. Não posso deixar de dizer que também tinha óptimas relações com o executivo anterior.


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ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

L7M Biografia do Autor

Nasceu nos arredores de São Paulo, em 1988. Desenvolveu, desde cedo, um talento especial para as artes. Durante a infância participou e venceu muitas competições artísticas. Aos 13 anos tem, pela primeira vez, contacto com o spray. Esta experiência abre-lhe os horizontes para novas técnicas. Passa a misturar tinta da china, latex, tintas acrílicas e pastel. A mistura de sentimentos com os materiais utilizados cria composições excessivas, de múltiplos sentidos e simbolismos, que transportam para a sua obra a beleza da vida, a revolta da dor humana e a vivência nas cidades. Identifica-se pela simplicidade das cores, pela geometria livre, e pelos sentimentos contraditórios e desconfortáveis que gera em quem vê as suas obras. Esse é o objectivo dos trabalhos que produz, incomodar e questionar o modo de vida da sociedade actual, através de imagens, cores e linhas. Actualmente, para além de se dedicar à arte urbana, trabalha em agências de publicidade, expõe o seu trabalho e promove workshops em empresas, escolas e centros culturais.

Biografia da Obra GUARDIÃO DOS ESQUECIDOS É um erro considerar que qualquer crença seja mais livre do que outra. É a possibilidade de mudança que é importante. Toda a nova forma de liberdade está destinada a, eventualmente, se tornar noutra forma de escravatura para a maioria dos seus aderentes. Não há liberdade de dualidade neste plano de existência, mas pode-se pelo menos aspirar à escolha de dualidade.

Loures: A Arte é (cada vez mais) Pública Um mural pintado no Posto de Transformação que se encontra instalado na Rua 25 de Abril, em Loures. É a confirmação de que a EDP Distribuição está a desenvolver um papel cada vez mais preponderante no projecto autárquico “Loures Arte Pública”. Uma evidência que salta à vista nas imagens – e que pode ser confirmada até à exaustão na página que o projecto criou no Facebook (https://www.facebook.com/Louresartepublica/), em que se partilham todas as iniciativas que vão sendo levadas a efeito e que têm envolvido empresas, artistas e comunidade. No caso presente, o artista, Nark homenageou o cosmonauta soviético Iuri Alekseievitch Gagarin (9 de março de 1934 — 27 de março de 1968), o primeiro homem a viajar pelo espaço.

EXTRACTO PARA PUBLICAÇÃO Sofia Alves Paulico Valente, com autorização da Notária Maria Helena Varandas Afonso, registada na Ordem dos Notários com o nº 38/8, notária no concelho de Lisboa, com cartório na Rua de Moscavide, nº 18 B, na mesma cidade: Certifico, para efeitos de publicação, que no dia 15.04.2016, neste Cartório, a folhas 55, do Livro 145-A, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual JOSÉ DA CONCEIÇÃO ALMEIDA, viúvo, residente na Av. Serpa Pinto, Vivenda Almeida, Lote 4, Santa Iria de Azóia, em Loures e RUI MANUEL ANTUNES ALMEIDA, casado, residente na Rua das Flores, Lote 10, Portela de Azóia, em Loures, declararam ser donos e legítimos possuidores de 280/87200 avos do prédio rústico sito em Travessas Grandes, na freguesia de Santa Iria de Azóia, concelho de Loures sob o artigo 83 da secção 1B, «…» descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número 1136. Que em data que não conseguem precisar no ano de 1978, por contrato meramente verbal, Maria Helena dos Santos Pegas da Cruz e marido José Tomás da Cruz, «…», venderam a José da Conceição Almeida e mulher Maria Alice Antunes, a referida fracção alíquota de 280/87200 avos do referido prédio. Que, «…», no dia dezoito de Janeiro de dois mil e quatro, faleceu aquela Maria Alice Antunes, tendo deixado como seus únicos herdeiros o cônjuge, José da Conceição Almeida e o filho Rui Manuel «…» continuaram, assim, a posse que vinha sendo exercida, nas mesmas condições, praticando da mesma forma os actos de composse. «…» Que a posse dura há muito mais de vinte anos, sempre exercida de boa-fé, de forma contínua, pacífica e pública, o que conduziu à aquisição do direito de propriedade da referida fracção alíquota de 280/87200 avos por usucapião. Que, porém, devido à falta de título formal que lhes permita provar o seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais atendendo ao referido modo de aquisição, invocam a usucapião para justificar esse direito para estabelecimento de novo trato sucessivo no registo predial sobre a referida fracção alíquota de duzentos e oitenta barra oitenta e sete mil e duzentos avos, por forma a gozarem da presunção legal e da oponibilidade a terceiros que esse registo proporciona aos titulares inscritos. Está conforme o original, na parte transcrita, o que certifico. Cartório Notarial de Lisboa, da Notária Maria Helena Varandas Afonso Nogueira, aos 15 de Abril de 2016. Pela Notária,



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CULTURA

Paisagens e Patrimónios

A importância da paisagem Florbela Estêvão

Arqueóloga e museóloga

Quando pensamos em “paisagem” vem-nos logo à ideia a imagem de uma (mais ou menos bela, ou atraente, e harmoniosa) “vista”, ou seja, um panorama que observamos à distância a partir de um ponto fixo ou, então, que se vai desenrolando ante os nossos olhos (e outros sentidos) ao longo de um percurso. A palavra vem do francês paysage, que por sua vez deriva de pays, no sentido de região habitada e vivida. Mas, em geral, tradicionalmente, aqueles que cultivavam a terra e viviam no mundo rural não vivenciavam, nem encaravam, o seu ambiente como paisagem, pois a ideia inerente a esse conceito pressupõe um observador distanciado, um proprietário que não trabalha directamente o solo, ou um visitante. Isto é, aquele que labora a terra e lhe dá forma, sentindo-se um elemento entre outros do meio, esse, o camponês, não pode ser, ao mesmo tempo, um elemento externo que observa, que contempla, de longe, um território. A sua mentalidade, a sua cultura, está profundamente imbrincada no mundo em que mergulha, com que se identifica, e o qual com as suas mãos e alfaias transforma. Em inglês, o termo para paisagem é, como se sabe, landscape, e, originariamente, referia-se a um terreno de actividade agrária e a que esta emprestava formas diversas, consoante as culturas. Porém, a palavra entrou na linguagem da pintura, sobretudo a partir do séc. XVII, como nos explica o antropólogo britânico Tim Ingold, muito ligada ao sentido de visão tipicamente ocidental, sentido esse que se acentuou com a modernidade e a exploração científica do mundo, na qual o sentido da visão e a tecnologia óptica são predominantes. Conhecer passa a ser observar e descrever com detalhe a realidade que nos cerca, o teatro do mundo, atitude que se nota tanto nas observações científicas de Galileu, como, por exemplo, nas obras de arte, que levam à origem da ópera, com Monteverdi. Esta última é uma representação teatral nova, que traz o mundo

para dentro de uma cena, destinada à fruição contemplativa, tal como o óculo astronómico traz para o olhar do sábio a verdade do universo. Na verdade, de início, por exemplo na Idade Média, as paisagens, ou seja, as representações de campos ou de cidades vistas ao longe, ocorriam de forma muito secundária, em segundo plano, no conjunto da composição figurativa. Mesmo nas imagens do Paraíso, ou Éden, o que hoje chamaríamos “paisagens”, apareciam predominantemente de forma convencional e idealizada, para ilustrar o tema bíblico. Mas, com a Renascença, e depois com o racionalismo do séc. XVII em diante, dá-se a vinda, para primeiro plano, da imagem da vida quotidiana, do retrato de grandes personagens (ou seja, a pintura tende a aproximar-se da vida corrente) e aparece também, cada vez mais, em relação com isso, a representação de territórios, de vastos panoramas, nos quais a actividade comum dos homens se desenrolava. Entretanto, a descoberta da perspectiva tinha permitido transformar, de algum modo, o quadro a duas dimensões numa imagem que se assemelhava ao que podia ser visto de uma janela, a três dimensões. A paisagem ganhava, pouco a pouco, um papel de actor principal da obra de arte figurativa, substituindo o seu carácter essencialmente secundário ou meramente decorativo anterior. De facto, a perspectiva era uma técnica que, com as suas “linhas de fuga”, permitia simular a visão que temos de um panorama quando o observamos, dando a ilusão de realidade, com os seus vários planos, desde o próximo até ao mais distante. Até que a paisagem se transforma mesmo num género da pintura, que procura dar, por exemplo na segunda metade do séc. XIX e princípios do XX, a luz, a cor, a textura dos mais diferentes ambientes terrestres. Quando pensamos em “paisagens” é tudo isso que nos vem à memória. Paisagem liga-se a contemplação, distanciada, e a viagem,

quer dizer, ao turismo, ao prazer do despaisamento e da fruição do diferente, do exótico, do sublime mesmo, prazer esse que, de início, era privilégio das elites aristocráticas e depois burguesas. Mas, com o desenvolvimento dos transportes tendeu, cada vez mais, a abarcar massas trabalhadoras que, entretanto, no séc. XIX, se tinham deslocado dos campos para as cidades, com a Revolução Industrial. O barco a vapor e o comboio são responsáveis, para além do enorme desenvolvimento do comércio, da criação de polos de atracção e de fruição novos, ao ar livre, como sejam parques naturais e até a própria moda das praias e da prática balnear. Portanto, paisagem liga-se à ideia de industrialização, de capacidade técnica de construção em larga escala de realidades inéditas, como sejam as cidades industriais do séc. XIX, onde imperava a ideia optimista de progresso, que entrou em crise no séc. XX com os grandes traumas que constituíram as guerras e os morticínios nunca antes vistos a tal escala. Nesse sentido, a fotografia e depois o cinema e a TV viriam cada vez mais a multiplicar as imagens e seus consumos e, entre elas, toda uma imaginária paisagística completamente nova, que hoje

Vista panorâmica do vale de Bucelas prolifera de forma alucinante com a passagem do analógico ao digital e com a internet. Ou seja, com a generalização da vida passada em frente de ecrãs, seja de computador, de televisão ou de telemóvel (tornado uma verdadeira prótese do sujeito contemporâneo) e com a proliferação da imagem, é a própria paisagem contemporânea que sofre uma profunda transformação. Nós queremos consumir paisagens, ver, visitar, fotografar, registar, publicar, transmitir experiências a outrem, nomeadamente inseridos em paisagens, den-

tro do que poderíamos chamar uma tendência para a exibição que é notória, por exemplo, nas redes sociais. É um sinal de estatuto uma pessoa, ou grupo, publicar a sua imagem em frente de uma paisagem prestigiante, longínqua, exótica, fascinante. Assim, a importância que damos hoje à noção de paisagem tem muito a ver com o facto dela implicar a totalidade da nossa vivência e a própria imagem que queremos dar de nós mesmos, da nossa identidade, construída sobre um fundo de paisagens surpreendentes.


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MÚSICA

Ninho de Cucos

Capitão Fausto Têm os dias contados João Alexandre Músico e Autor

Ao terceiro álbum, os Capitão Fausto “Têm os dias contados” para permanecer agarrados às saias da mãe. A banda de Lisboa formada por Tomás Wallenstein na voz principal e guitarra, Manuel Palha em guitarra, teclas e voz, Domingos Coimbra no baixo e voz, Francisco Ferreira nas teclas e voz e Salvador Seabra na bateria, lançou no mês passado o novo trabalho precisamente intitulado “Têm os dias contados”. Depois da auspiciosa estreia com “Gazela” em 2011, os Capitão Fausto saltaram alguns degraus mais em “Pesar o Sol”, o seu segundo trabalho editado em 2014, levando-os a actuar em palcos importantes, onde consolidaram a sua já alargada base de devotos fãs, que não se pode dissociar dos bons e muito bons concertos dados. Durante 2015 a banda regressou a uma aldeia no Minho, onde já havia preparado “Pesar o Sol”, para fechar a pré-produção do disco que aqui destacamos. Gravado e produzido entre Dezembro de 2015 e Março de 2016 por Nuno Roque, portelense de criação, um engenheiro de som e produtor cada vez mais ligado a discos de referência feitos em Portugal na área do pop-rock e que tem sido o produtor de todos os trabalhos dos Capitão Fausto, “Têm os dias contados” é um conjunto de 8 excelentes temas, do melhor que se fez em Portugal nos últimos anos no pop-rock nacional. Representa um salto enorme na discografia da banda colocando-a num patamar superior de criatividade e competência, sobretudo se atendermos à idade dos músicos, à volta dos 25 anos, que revelam uma maturidade musical assinalável. Os Capitão Fausto têm obviamente, influências perceptíveis de forma mais ou menos evidente ao longo do disco, mas utilizam-nas com sabedoria e talento natural, sem os decalques trágicos de algumas bandas portuguesas, que as tornam por vezes tão desinteressantes. Aqui e ali laivos de The War on Drugs, nas tiradas de solos com delay e reverb, o psicadelismo dos Tame Impala, nos arranjos de teclas, os Blur nos coros de “Morro na praia”, Beach Boys no tema “Semana em semana”, fragmentos do melhor dos Heróis

do Mar ou Salada de Frutas são alguns dos nomes que nos podem surgir à memória, quando escutamos o álbum mas nada que incomode ou mereça dedo acusador. Nos “...dias contados” tudo flui, é revelador de inteligência e desenvoltura musical. Metais a preceito, muito menos crueza à la Arctic Monkeys dos anteriores trabalhos, mais eloquência, ornamentação e maturidade estética, quem sabe, a tirar proveito do estudo dedicado a Syd Barrett para espectáculo realizado no ano passado. “Amanhã tou melhor”, o single de lançamento, mostrou-se escolha acertada e escuta-se em muitas rádios nacionais. A banda de Alvalade, como se apresenta por estes dias e sem conotações clubísticas que escreve letras sobre a passagem à idade adulta, a assunção da responsabilidade, e os traumas da saída da casa dos pais tem agenda cheia por todo o País de Março a Agosto e confirma ao vivo toda a capacidade já conhecida de anteriormente, com duas diferenças, eles estão ainda melhores e têm ainda melhores canções. Tivemos oportunidade de assistir a um dos concertos esgotados de apresentação em Lisboa, na Discoteca Lux que decorreu em ambiente de festa com direito a (muito) crowdsurf, um público jovem, mas não só, entusiasta e com capacidade de assimilação dos novos temas, facilitada pela excelente prestação dos cinco músicos. Os Capitão Fausto, definitivamente, não têm os dias contados.


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TEATRO

O Teatro é a minha vida e a minha morte (Mário Viegas)

O Teatro Português, mas infelizmente não só, neste ano de 2016 tem ficado sucessivamente mais pobre! Ao palco já não voltarão a subir António Filipe (Artistas Unidos, Teatro Aberto, o Teatro Ibérico, o Teatro do Século, e o Teatroesfera e na televisão em Até Amanhã, Camaradas de Joaquim Leitão e na telenovela Perfeito Coração); Joaquim Rosa (A Banqueira do Povo ou Médico de Família); Jorge Sequerra (Bem Vindos A Beirais, Nico de Obra, Médico de Família, A Minha Sogra é uma Bruxa, Morangos com Açúcar e Floribella); José Boavida (Televisão: Telhados de Vidro, Inspetor Max, Doce Fugitiva, Morangos com Açúcar e, mais recentemente, Bem-vindos a Beirais; e no cinema em O Grande Kilapi, de Zézé Gamboa, A Vida Privada de Salazar, de Jorge Queiroga, O Contrato, de Nicolau Breyner, Amália - O Filme, de Carlos Coelho da Silva, O Mergulho, de Jorge Paixão da Costa, Até Amanhã Camaradas, de Joaquim Leitão, Capitães de Abril, de Maria de Medeiros e Alta Fidelidade, de Tiago Guedes e Frederico Serra); Nicolau Breyner (Actor, realizador, produtor e apresentador de televisão. Entre muitos outros trabalhos: ‘Vila Faia’, ‘Cinzas’, ‘Senhor feliz e senhor contente’, ‘Eu Show Nico’, ‘A Bela e o Paparazzo’, ‘Os Imortais’, ‘Os gatos não têm vertigens’ de António-Pedro Vasconcelos), ‘Corrupção’ de João Botelho e ‘A arte de Roubar’ de Leonel Vieira). O último a fechar o pano foi Francisco Nicholson.

A vida é para ser vivida, não morrida. (Francisco Nicholson) Francisco António de Vasconcelos Nicholson, mais conhecido como Francisco Nicholson (Lisboa, 26 de Junho de 1938 – Lisboa, 12 de Abril de 2016), foi actor, argumentista televisivo, dramaturgo e encenador português. Nasce no seio de uma família ligada à arte. Começa a fazer Teatro no antigo Liceu Camões pela mão de António Manuel Couto Viana, que o convidou a integrar o Grupo da Mocidade onde se cruzou com Rui Mendes, Morais e Castro, Catarina Avelar, Mário Pereira, entre outros. Estudou em Paris na Academia Charles Dullin, do

Théatre Nacional Populaire. Estreou-se, profissionalmente, como actor e autor, com a peça infantil “Misterioso Até Mais Não”, no Teatro do Gerifalto. Fez parte dos elencos da Companhia Nacional de Teatro e do Teatro Estúdio de Lisboa. Raul Solnado convidou-o para inaugurar o Teatro Villaret integrando o elenco da peça “O Inspector Geral” de Nicolau Gogol. Foi no Teatro ABC que se popularizou com o teatro de revista. Estreou-se com "O gesto é tudo" ao lado de Eugénio Salvador, Camilo de Oliveira e a brasileira Berta Loran. Com a peça “Gente Nova em Bikini” afirma-se como autor (em conjunto com César de Oliveira e Rogério Bracinha), actor (ao lado dum elenco muito jovem com nomes como Ivone Silva, Manuela Maria, Irene Cruz, Henriqueta Maya, António Anjos, Iola e João Maria Tudela) e também encenador. Na televisão dá-se a conhecer com Riso e Ritmo (autor, actor e produtor). É um dos autores da canção "Oração" com que António Calvário venceu, em 1964, o primeiro Festival RTP da Canção. Paula Ribas esteve no Festival internacional da Canção do Rio de Janeiro, com “Canção de Paz para todos nós” de sua autoria e de Jorge Costa Pinto. Vitória Maria participa depois nas Olimpíadas da Canção, em Atenas, novamente da mesma dupla que também escreveram para Madalena Iglésias as canções “Amar é vencer”, apresentada no III Festival Internacional da Canção e "Tu Vais Voltar" que obteve o 4.º lugar nas Olimpíadas da Canção na Grécia. Como autor conquistou por duas vezes o Festival da Canção da Figueira da Foz. Como letrista escreveu para António Calvário, Madalena Iglésias, Tony de Matos, Simone de Oliveira, Paula Ribas, Marco Paulo, Fernanda Batista, Fernanda Maria, Maria da Fé, Maria Armanda, Ada de Castro, Lenita Gentil, Florbela Queirós, Anabela, Natércia Maria, Mariema, José Bravo, Vitória Maria, Maria Lisboa, João Braga, “Os Três de Portugal” e “Conjunto Sem Nome”. No cinema assinou os guiões dos filmes Operação Dinamite (1967) e Bonança & Cª (1969) de Pedro Martins.

Tem o seu regresso ao Teatro ABC com “É o fim da macacada”, que escreveu com Gonçalves Preto e Rolo Duarte e também encenou, “Pró menino e prá menina” e “Tudo a Nu”, em que é um dos autores, intérprete e encenador. “Tudo a Nu” estava em cena, com grande êxito, no Teatro ABC no dia 25 de Abril de 1974. Com o final da censura são repostos os cortes efectuados pelos censores e modificado o nome para “Tudo a Nu com Parra Nova”. Com a participação de nomes importantes do nosso espectáculo como a bailarina Magda Cardoso, o coreógrafo Fernando Lima, ou o cenógrafo e figurinista Mário Alberto é um dos fundadores do Teatro Adóque que provocou uma alteração no Teatro de Revista. Vence a Grande Marcha de Lisboa, em 1981, com "Cantar Lisboa", em colaboração com Gonçalves Preto, Braga Santos e Fernando Correia Martins. Foi o autor de "Vila Faia", a primeira telenovela portuguesa. Repetiu o papel em "Origens" de 1983. Regressa ao Parque Mayer escrevendo com Henrique Santana, Mário Zambujal, Rogério Bracinha e Augusto Fraga a Revista "Não batam mais no Zezinho", no Teatro Maria Vitória, em 1985, que permanece dois anos em cartaz. Seguem-se uma sucessão de Revistas de que foi figura de topo. Dirigiu e interpretou vários programas como "Clubíssimo", "O canto alegre" e "Euronico". Em 1992 escreveu a telenovela "Cinzas" da RTP. Em 1995 voltou a vencer a Grande Marcha de Lisboa, desta vez com música de Rui Serôdio. Foi também autor de outras novelas e séries para televisão, como "Os Lobos", "Ajuste de Contas", "Ganância", "O Olhar da Serpente", entre outras. Colabora com a revista "Já Viram Isto?!...", estreada em 25 de Outubro de 2006, onde aparece uma nova equipa de criadores, cabendo a si a direcção, coordenação e encenação. Em 2007 entrou na telenovela "Fascínios" da TVI, onde desempenhou o papel de João Andrade. Tem participações em episódios de "Casos da Vida" e "Bem Vindos A Beirais". Entre alguns prémios conquistados foi distinguido com a “Medalha de Ouro de Mérito

Cultural”, atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa. Também foi galardoado pela autarquia de Oeiras. Na imprensa, colaborou no suplemento A Mosca do Diário de Lisboa e em A Bola, Diário Popular, Capital, Jornal de Notícias, Norte Desportivo, Revista R&T. Faleceu agora, a 12 de abril de 2016, aos 77 anos de idade, no hospital Curry Cabral, em Lisboa. Era casado com a bailarina e

também actriz Magda Cardoso e pai da actriz Sophia Nicholson. Mas tal como dizia, “A vida é para ser vivida, não morrida”. E… o espectáculo tem de continuar!!! Um sentido obrigado a todos eles da minha parte! Pelo que me ensinaram como Artistas e como Homens! Por tudo! Bem hajam! E como se diz nos Açores… Haja saúde! Gonçalo Oliveira

Notícias de Loures, 7/5/2016, 1.ª Publicação



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SAÚDE

Como lidar com o Zika Estou em Portugal e não vou viajar. Estou em risco? Neste momento, a única zona de Portugal em que se podem encontrar os mosquitos que transmitem o vírus é a Madeira. Apesar de existirem casos de doença registados nesta ilha, todos foram importados de outros países. Considera-se, por isso, que o risco de transmissão local é muito baixo. Em Portugal, as dádivas de sangue estão devidamente protegidas e não existe risco de transmissão da doença. Recomenda-se o uso correcto do preservativo entre parceiros que possam estar infectados. O que é o Zika? O Zika é um vírus que foi identificado em humanos em 1952. Em 2016, a Organização Mundial de Saúde declarou o vírus Zika como um problema de saúde emergente. Como se transmite? Este vírus transmite-se através de picadas de mosquito (Aedes aegypti e A. albopictus) infectado pelo vírus; durante a gravidez, da mãe para o feto; contacto sexual com homens ou transfusão san-

guínea. Como reconhecer a doença? Apenas uma em cada cinco pessoas infectadas apresenta sintomas, habitualmente leves e de curta duração. As queixas mais comuns são febre, vermelhidão da pele, dores articulares ou musculares, conjuntivite e dores de cabeça. As mortes são extremamente raras. Quais as complicações? Embora existam dados que sugiram uma relação entre a infecção

Acta nº 31 Aos dois dias do mês de Abril de 2016, pelas quinze horas, reuniu-se a Assembleia de proprietários do bairro das Coroas B, na sala da delegação da Junta de Freguesia de Unhos no Catujal com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Discussão e votação das contas do ano de 2015; 2. Informação sobre o andamento do processo; 3. Outros assuntos de interesse geral. Iniciou-se a reunião com a discussão das contas do ano de 2015, tendo as mesmas sido aprovadas por unanimidade. De imediato, passou-se ao segundo ponto da ordem de trabalhos. Questionado por alguns proprietários, o Arq. Jorge Alves relembrou o processo em curso de legalização dos terrenos, destacou algumas dificuldades do projecto, desde o relevo do terreno às inúmeras entidades envolvidas num processo deste tipo, como por exemplo: a EDP ou o Ministério do Ambiente. A própria CCDR lembrou que as ruas deveriam ter perfis de acordo com a lei, apesar de tal não ser prática habitual nesta zona. A própria Câmara Municipal de Loures considerou estas exigências excessivas, embora, ainda por definir, a solução apresentada foi reduzir a largura dos passeios de forma a aumentar o perfil das estradas. Esta solução encontra-se em avaliação pela Câmara Municipal de Loures. Outro assunto equacionado foram os custos previsíveis para urbanizar o bairro. Em seguida, o Arq. Joaquim Silva, em representação da Câmara Municipal de Loures, afirmou que o novo PDM veio exigir uma nova aprovação do projecto na Câmara Municipal de Loures. Relembrou a necessidade de concluir os projectos de especialidade nomeadamente: arranjos exteriores, gás, conformidade com o ruído ... O ponto 3, para concluir a Assembleia, serviu para o Arq. Jorge Alves explicar a alguns proprietários (antigo Martins do Vale), que estes não terão que arcar com os custos de construção de infraestruturas no Bairro das Coroas (versão antiga), limitando-se a participar nos custos de projecto e em eventuais melhoramentos que venham a ser exigidos naquela zona (Martins do Vale). Fez-se a leitura da acta nº 31 que foi aprovada por unanimidade. Catujal, 2 de Abril de 2016

em grávidas e a ocorrência de malformações fetais (microcefalia), ainda não está excluída a possibilidade de outras causas. Da mesma forma, uma possível ligação entre a infecção por Zika e a ocorrência de uma doença que afecta o sistema nervoso (Síndrome Guillain-Barré) está ainda por esclarecer. Quais as áreas afectadas por Zika? Áreas onde existe transmissão do vírus Zika. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention Até à data, a transmissão de Zika tem-se verificado em vários países, nomeadamente Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, Guiana Francesa, Honduras, Martinica, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela e Belize. É expectável que mais áreas possam vir a ser afectadas. Existe tratamento? Ainda não existe nenhuma vacina ou tratamento dirigido. Em caso de infecção, o tratamento disponível é apenas sintomático.

Qual o controlo de mosquitos em Portugal? A Rede de Vigilância de Vectores (REVIVE) reúne informação relacionada com a distribuição e abundância de mosquitos em território continental e insular, fazendo colheitas regulares em diferentes locais. Em articulação com as restantes entidades, os serviços de Saúde Pública encarregam-se de notificar os casos de doença e alertar a população para a adopção de medidas de controlo. Vou viajar para uma área afectada. Como posso protegerme? Se está grávida e vai viajar para uma zona afectada por Zika, deverá adiar a viagem ou procurar aconselhamento prévio em consulta do viajante. Durante a viagem é recomendado tomar precauções de modo a prevenir a picada de mosquitos, que ocorre com maior frequência ao amanhecer e anoitecer. Recomenda-se o uso de camisas e calças compridas, de cor clara, expondo o mínimo de pele, e a aplicação de repelente de mosquitos na pele e roupa. É aconselhado que o local de estadia tenha ar condicionado e

protecção adequada com redes mosquiteiras. Locais com águas estagnadas devem também ser evitados durante a viagem. As grávidas deverão usar preservativo em todos os contactos sexuais com parceiros que possam estar infectados. Voltei recentemente de uma zona afectada. O que devo fazer? As pessoas que tenham viajado para uma área afectada que apresentem, nos 28 dias após o regresso, os sintomas descritos anteriormente, devem contactar a linha de Saúde 24 ou o seu médico. Os homens devem usar preservativo nas relações com uma mulher grávida ou que possa engravidar, nos 28 dias após o seu regresso (caso não tenha tido sintomas), ou durante 6 meses, se tiver sintomas. Qualquer grávida que tenha viajado recentemente para uma zona afectada, mesmo sem sintomas, deverá consultar o seu médico para ser avaliada. Tenho uma questão sobre Zika que não foi esclarecida… A Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) está disponível para aconselhamento. Elvira Martins, Médica coordenadora da Unidade de Saúde Pública do ACeS LouresOdivelas Afonso Sepúlveda, Médico interno do Ano Comum Mafalda Castelão, Médico interno do Ano Comum Miguel Duarte, Médico interno do Ano Comum Pedro Fernandes, Médico interno de Medicina Geral e Familiar, USF LoureSaudável Raquel Paulinetti, Médico interno do Ano Comum Vânia Morais, Médico interno do Ano Comum


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NUTRIÇÃO

Dieta sem glúten Tendência ou necessidade? Anabela Pereira Nutricionista

Em Portugal, há uma nova tendência alimentar, a preferência de alimentos sem glúten. Actualmente, é possível encontrar nos supermercados uma panóplia de produtos sem glúten, tornaram-se a coqueluche dos adeptos de um estilo de vida mais saudável. O glúten é uma das proteínas mais consumidas no mundo. Está presente em cereais como o trigo, o centeio, a cevada e a aveia e em todos os derivados, como pão, massas, bolos, bolachas e até mesmo a cerveja. Mas a proteína surge ainda em diferentes produtos processados, na composição de molhos, sobremesas instantâneas, chocolates e caldos de cozinha. No entanto, mesmo sem apresentar qualquer tipo de sintomas

há quem acredite que abdicar do glúten ajuda a emagrecer ou a ter uma alimentação mais cuidada. O corte radical do consumo de alimentos com glúten, leva naturalmente a uma redução da ingestão de calorias e assim, a uma possível redução de peso. Mas este efeito não está directamente ligado à retirada do glúten da alimentação e sim à eliminação de alimentos muito calóricos. Excluir o glúten da alimentação deve ser destinado a pacientes com diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca ou alergia ao glúten, salientando-se que o diagnóstico clínico é de competência exclusiva do médico. Uma das diferenças entre a alergia ao glúten e a doença celíaca é que, no caso da alergia existe

medicação para minimizar os sintomas ou insensibilizar a pessoa das reacções ao alimento alergénico. Na doença celíaca ainda não existe cura para a reacção auto-imune à proteína, o único tratamento é uma dieta rigorosa isenta de glúten para toda a vida. É de salientar que a generalização é a base que desvirtua qualquer recomendação alimentar. A sensibilidade ao glúten e o espectro de patologias associadas não estão presentes em todos os indivíduos. Assim sendo, nem todos beneficiam de uma dieta sem glúten e é um erro utilizá-la como estratégia generalista de redução de peso.

Bucelense brilha na China

A atleta de Bucelas, Loures, Raquel Filipa Mendes Ferreira, com o seu trio, composto com as atletas Carolina Dias e Matilde Moura, do Ginásio Clube Português, em representação da Selecção Nacional de Ginástica Acrobática, no escalão WG - 13/19 Júnior, participaram no Campeonato do Mundo, (9th Acrobatic Gymnastics World Age Group Competition), que se realizou de 23 a 29 de Março, em Putian – China. Este é o escalão maior da compe-

tição, onde estiveram 21 equipas/ Trios, referentes a 13 delegações/ países. A prova teve dois momentos de qualificação, resultantes dos exercícios de Equilíbrio e de Dinâmico, aos quais correspondeu o 6º lugar nos apuramentos, dando acesso à final, onde estiveram os oito primeiros classificados, sendo apurado apenas um por delegação/país, afastando assim a sua congénere portuguesa do AC Maia. Na final, muito disputada, realizaram o exercício de combinado, saindo vencedoras a Rússia e Grã-Bretanha em igualdade de pontos, seguido de Israel e Estados Unidos da América, arredando o trio nacional para o 5º lugar da classificação geral. O trio Nacional Carolina/Matilde/ Raquel, competia com uma das atletas em recuperação de lesão grave sofrida no cotovelo, um mês antes da partida, pelo que o resultado superou as expectativas.


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PSICOLOGIA

Quem tem medo do lobo mau? Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

O medo é um estado emocional que nos deixa vulneráveis, quando experienciamos situações que não conhecemos e que estão fora do nosso controlo. Na infância, os medos são esperados e têm um efeito normativo e estruturante para a criança. Quando examinamos os seus medos, podemos observar que na maioria das vezes estes são reflexo dos medos ocultos dos adultos. A criança está a começar a perceber o mundo e esses medos são mais visíveis, sendo por isso importante que ela compreenda completamente e entenda os modos de lidar com cada situação. Ao ajudá-la a compreender, podemos amenizar os seus medos e ela pode se sentir mais preparada para encarar as adversidades. Como devem os pais/educadores actuar perante os medos infantis? Primeiro que tudo reconheça o medo da criança, não o desvalorize! As crianças têm uma grande imaginação, por isso oriente-as para que a usem em seu favor. Pensemos, por exemplo, numa criança com medo do escuro. Se deixar ficar a lanterna do pai no quarto durante a noite, a criança sentir-se-á mais segura. Abra as linhas de comunicação, o segredo é dar à criança a informação de que ela precisa para ficar em segurança, mas sem a assustar. Lembre-se de que abordar questões sobre segurança, explicando as regras e relembrando-a cada vez que surgir a oportunidade, produzem um melhor efeito do que constantes avisos e ameaças. Caso a criança não cumpra a regra, terá de haver uma consequência. Essa consequência, a maior parte das vezes traduzida num castigo, deve ser proporcional, imediata e uma oportunidade para as regras voltarem a ser relembradas. Use jogos e actividades para ajudar o seu filho a ser observador. Por exemplo, estar no carro e ir dizendo quais as letras da matrícula, as cores dos outros carros, as particularidades das pessoas que passam. Todos estes exercícios de memória

podem ser úteis para desenvolver a capacidade de observação. Aceite as perguntas do seu filho, dê respostas curtas, concretas e simples. Devolva a pergunta quando o seu filho lhe fizer uma pergunta difícil, ao conhecer a razão da pergunta saberá como começar a conversa ou como responder à questão. Muitos sentimentos de medo e preocupação podem surgir quando os nossos filhos são inadvertidamente expostos a imagens que podem ser perturbadoras. Já pensou que o tipo de programas que o seu filho vê diariamente também influencia a maneira como vê o mundo? Muitos jogos, ditos de entretenimento, são mais violentos e assustadores do que telejornais. Por isso, moderação é a chave. Coloque a televisão e o computador em sítios onde possa controlar a duração da sua utilização e conteúdo visionado. Sente-se e veja televisão ou jogue no computador com o seu filho sempre que possível, para que assim lhe possa explicar questões sensíveis ou confusas, que possam surgir. É importante discutir os pontos confusos e controversos. Outra situação que importa referir são as situações de violência entre pares. Os pais têm medo que ocorra bullying com as crianças e muitas vezes, ao prevenirem os filhos de possíveis situações em que isso possa ocorrer, fazem com que o filho tenha medo antes de ter vivenciado essa experiência. Observe o que está a acontecer na vida do seu filho na escola, no parque, em sítios nos quais ele está a lidar com as pessoas sozinho, deixando-o agir em primeiro lugar por conta própria e, posteriormente, pode mostrar-lhe como é que ele se pode comportar naquela situação específica. Enquanto é pequena, a criança é quase uma extensão dos nossos sentimentos, se sentirmos medo, ela provavelmente também irá sentir medo. O medo é uma sensação natural, por isso enfrentá-lo é a única forma de o ultrapassar. Não espere que o tempo resolva o problema. Ao ajudá-la a compreender, podemos amenizar os seus medos e ela pode sentir-se mais preparada para encarar adversidades.

Formação para empresas de Loures Estão abertas as pré-inscrições para o plano de formação do Loures INOVA, destinado às empresas dos sectores agro-alimentar, transportes e logística de Loures. Este plano resulta do trabalho de parceria desenvolvido com instituições creditadas na área da formação, designadamente, o ISCTE/Audax e o IAPMEI/Academia de PME, e constitui uma oportunidade para as empresas de Loures dotarem os seus recursos humanos de formação adequada às suas necessidades. Basta consultar o plano de formação e fazer a pré-inscrição, de forma a garantir a presença. Se o perfil do candidato se enquadrar na tipologia definida para a acção, este receberá a ficha final de inscrição para preencher e formalizar a participação na formação. O Loures INOVA, centro de negócios e de capacitação empresarial, sedeado no MARL, é uma parceria entre a Câmara de Loures, o MARL e a Madan Parque – Associação Parque de Ciência e Tecnologia Almada/Setúbal. Este novo projecto tem como objectivo fomentar a fixação de novas empresas no concelho de Loures, permitindo a requalificação do tecido empresarial, apostando na inovação e no investimento de base tecnológica para os sectores agro-alimentar e de logística.

2ª edição do “QUEM VEM… VOLTA” A freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela vai organizar a 2.ª edição do evento “QUEM VEM…VOLTA” - Roteiro de Sabores. As localidades da Freguesia, situadas no Concelho de Loures e a poucos minutos de outros concelhos limítrofes, como Lisboa e Vila Franca de Xira, vão novamente apresentar um roteiro gastronómico, com o objectivo de dinamizar os seus espaços de restauração, promovendo a sustentabilidade local, com a revitalização do consumo fora de casa e a animação social destas localidades. Esta 2ª edição do “QUEM VEM…VOLTA” - Roteiro de Sabores vai realizar-se entre 16 de Maio e 10 de Julho de 2016 e decorre em 27 estabelecimentos de restauração das localidades que fazem parte da Freguesia. Este ano o evento será ligado à temática do futebol, tendo em conta que se realiza o Campeonato Europeu de Futebol, entre 10 de junho e 10 de julho. Os estabelecimentos aderentes vão apresentar um prato dedicado à Selecção Nacional de Futebol que irá disputar o Europeu em França. Os apreciadores da boa comida são convidados a petiscar nos diversos estabelecimentos aderentes, guiados por um passaporte, onde estão identificadas as paragens do Roteiro bem como a respectiva ementa especial [prato (pequeno) + bebida= 3 euros], no qual será afixado um carimbo por cada estabelecimento frequentado. Petiscos, futebol e boa disposição não vão faltar…


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CULTURA

À espera de ser preservado Está patente, até ao próximo dia 8 de Maio, no Museu de Cerâmica de Sacavém, a exposição "Arqueologia Industrial. Um mundo a descobrir. Um mundo a defender. 30 anos depois". Uma mostra de interesse histórico que visa a sensibilização para a necessidade de preservar o património arqueológico industrial, nomeadamente em Loures. sado. É ele que nos permite criar laços à nossa História", refere Jorge Custódio. "A arqueologia industrial é uma ciência que estuda as manifestações da sociedade industrial no espaço e no tempo. E há vários estudos no Concelho sobre indústrias que encerraram. Quanto à preservação de vestígios nem sempre isso é possível", continua. A Fábrica de Loiça de Sacavém é um caso de sucesso. "Esta Fábrica é um exemplo de preservação de património industrial, com a conservação de um dos fornos e o aproveitamento do espaço para Museu. Contudo, há outras fábricas, com idêntica relevância no Concelho, que não foram preservadas. É o caso da Fábrica de Moagem de Sacavém, cuja obra foi embargada", explica o nosso interlocutor. E é em nome da nossa história Mudam-se os tempos... e as indústrias. O concelho de Loures foi no séc. XIX e XX um dos concelhos mais industrializados do distrito de Lisboa, tendo acolhido empresas como a Fábrica de Papel da Abelheira, a Fábrica de Loiça de Sacavém, a Fábrica de Moagem de Domingos José de Morais & Irmão, a Covina, os Móveis Olaio, a Sacor, a Fábrica Nacional de Munições e Armas Ligeiras, a Fima, a Unilever, entre outras. Recorde-se que a Fábrica de Loiça de Sacavém chegou a ser uma das 25 maiores indústrias do País, com cerca de 750 trabalhadores. "O que se pode dizer sobre o concelho de Loures é que de facto a evolução da sua paisagem é acompanhada pelo desenvolvimento industrial. A proximidade com Lisboa associada ao lançamento do caminho de ferro e de vias fluviais, levam a uma implantação industrial, no séc. XIX, com certa planificação, entre os Olivais e Vila Franca de Xira. O concelho de Loures é ainda beneficiado por vias de comunicação, da zona saloia, com entrada em Lisboa pela Calçada de Carriche e do rio Trancão, com importante expressão na fixação de empresas na zona de Sacavém", explica Jorge Custódio, coordenador geral da Associação Portuguesa de Arquelogia Industrial. Mas foi na segunda metade do séc. XX que a indústria mais se desenvolveu na zona oriental de Lisboa e, com ela, a população mais que quadruplicou. Ao que consta, vieram muitos trabalhadores das Beiras

e Alentejo na esperança de uma vida melhor. O fluxo de trabalhadores e a necessidade de mão de obra levou mesmo à criação de bairros operários, como o bairro da Petrogal, na Bobadela e o bairro da Covina, em São João da Talha e bairros "clandestinos", que foram surgindo um pouco por todo o Concelho, em parte, fruto do preço dos terrenos na periferia de Lisboa. Mas, os tempos mudaram …Os momentos áureos da indústria vêm a conhecer uma nova realidade. A concorrência externa e a falta de modernização, entre outros factores, ditaram o encerramento de algumas fábricas, como a Fábrica da Loiça de Sacavém, em 1983, os Móveis Olaio, em 1995, a fábrica de Moagem de Domingos José de Morais e & Irmão, a Fábrica de Cortiça Tavares & Cª Lda., a Fábrica de Curtumes de Henrique Rodrigues dos Santos, entre outras. Mais recentemente, foi a fábrica da Lever de Sacavém que fechou portas, em 2013. Neste caso, porém, os trabalhadores foram transferidos para as empresas Fima e Iglo do mesmo grupo, que ao contrário da Lever, se mantêm em laboração. "Há vestígios industriais interessantes, como ruínas e outros testemunhos, no concelho de Loures. Mas pouca coisa está preservada. Tem a ver com a nossa cultura. Dá-se pouco valor ao património arquitectónico, apesar da preservação ser um direito e um dever mencionado na nossa Constituição. O património é futuro, não é pas-

e do nosso património, que está patente, no museu da Fábrica de Loiça de Sacavém, Museu de Cerâmica de Sacavém, a exposição "Arqueologia Industrial. Um mundo a descobrir, um mundo a defender". Uma visita " obrigatória" que muito explica o ordenamento e evolução do concelho de Loures. A referir, contudo, que apesar do encerramento de algumas fábricas que ditaram o progresso deste Concelho, este continua a ser um "polo" industrial importante às portas de Lisboa. A Fima Olá - Produtos Alimentares, a Covina, a Copam, a Sociedade Lisbonense de Metalização, a Alcântara Açucares e a Kilom são apenas alguns dos exemplos de sucesso no Concelho que dão emprego a muitos milhares de trabalhadores. Paula Gomes


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