Loures Notícias de
ANO 1 | Nr.01 MENSAL | MAIO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€
Delegação de Competências Integrado no plano de delegação de competências, a Câmara Municipal de Loures distribuiu 8,3 milhões de euros pelas 10 freguesias.
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Palácio dos Arcebispos Conheça a história de um dos monumentos mais emblemáticos do concelho. O palácio que em tempos foi local de férias dos patriarcas de Lisboa. Pág. 19
Município exige Metro para Loures O pretexto para tal reivindicação foi o debate promovido pela CM Loures, cujos temas principais foram os Transportes e o PDM. Pág. 21
Gageiro: O fotógrafo de Abril Eduardo Gageiro está a ser homenageado na sua terra, Sacavém, através de uma exposição que relembra a sua obra. O NL foi ao seu encontro e recolheu informações de um homem realizado.
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BERNARDINO SOARES PROMETE
GESTÃO "RIGOROSA" DA CÂMARA DE LOURES Grande entrevista ao NL focado no passado e no presente do nosso concelho, não esquecendo os grandes projectos para o futuro de Loures. Págs. 13, 14 e 15
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EDITORIAL
Pedro Santos Pereira Director Editorial
Crónicas saloias Uma nova visão de Loures
Ficha Técnica
É com enorme prazer que esccrevo o primeiro editorial do Notícias de Loures, um jornal regional dedicado, única e exclusivamente, ao concelho de Loures. Detectando essa lacuna na imprensa escrita, resolvemos pôr mão à obra e criar este órgão de comunicação, que tem por principal missão informar. Não foi uma decisão fácil, a conjectura não aconselha grandes aventuras, mas sentimos que estava na
altura, muito provavelmente uma das premissas dos "Capitães de Abril". O estado em que vivemos não pode ser desculpa para conformismos, não devemos abdicar daquilo que nos norteia porque as dificuldades são maiores. Tudo se torna mais difícil, o que não significa impossível. A confirmação de que a decisão foi a correcta, foi a disponibilidade demonstrada, pela maioria das forças vivas do concelho, em colaborar. Pretendemos chegar a todos, através dos habi-
tuais leitores do concelho do jornal "Expresso" que, no primeiro sábado de cada mês, terão a oportunidade de ler o NL. Também iremos distribuir o jornal em cerca de 200 pontos do concelho, aqueles com maior afluência de população, da qual nenhuma freguesia será negligenciada. É um jornal para todos os lourenses, independentemente do estrato social, da raça, da ideologia, da religião ou da cor clubística. Não pretendemos nem apoiar ou derrubar ninguém, ape-
nas pretendemos divulgar mensalmente, de uma forma isenta, tudo aquilo que de mais relevante se passa na nossa terra. Não iremos ser um jornal, unicamente, político, económico, cultural, social ou desportivo, queremos ser tudo isso. Dar a conhecer o que se vai fazendo nas autarquias, a forma como o nosso comércio evolui, a cultura saloia, os seus monumentos, a agenda cultural, os feitos dos nossos clubes, a forma como se vive neste concelho, que tem a particulari-
dade e riqueza de ser, simultaneamente, rural e urbano. Como não poderia deixar de ser, neste primeiro número quisemos trazer aos lourenses uma grande entrevista com o presidente do município, Bernardino Soares, que explica as perspectivas do executivo para o futuro do nosso concelho. Para finalizar, uma palavra de apreço para todos os colaboradores, que de forma graciosa, se disponibilizaram para colaborar com o NL, enriquecendo, desta forma, o nosso jornal.
Director Geral: Filipe Esménio Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Filipe Godinho, João Alexandre, José Reis Santos, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro Fotografia: João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director), Pedro Graña Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489
Loures NotĂcias de
CARTOON
Bruno Bengala Cartoonista
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SAÚDE
"O edifício está pronto e o Município irá protocolar, brevemente, a sua cedência com a ARS" Em entrevista ao Notícias de Loures, a Vereadora Maria Eugénia Coelho, responsável pelos pelouros da Educação, dos Recursos Humanos e da Coesão Social e Habitação, anunciou para breve a inauguração do novo Centro de Saúde de Moscavide e da possibilidade de abertura de novos centros de apoio à população sénior na União de Freguesias de Moscavide e Portela. Moscavide e Portela vão ter um novo Centro de Saúde, que beneficiará cerca de 25 000 utentes. Que mais-valias trazem este novo edifício? As condições do edifício em si são fundamentais para a mudança. Vão funcionar ali as duas unidades de saúde familiar de Moscavide, a que funciona nos contentores e a do edifício mais antigo, esta última sem condições nenhumas. O edifício está pronto e o Município irá protocolar, brevemente, a sua cedência com a Associação Regional de Saúde (ARS). Existem apenas algumas questões relacionadas com as acessibilidades que estão a ser resolvidas. Depois caberá à ARS providenciar o equipamento e o mobiliário para que possa entrar em funcionamento. A propriedade do edifício é pertença da Câmara Municipal de Loures. Irá existir um contrato de arrendamento ou o Município cederá graciosamente o espaço? Não sei qual o enquadramento jurídico para esta situação, mas a ARS não terá qualquer tipo de renda com este imóvel. O edifício será cedido chave na mão à ARS, o que é digno de realce, pois apesar de não ser da competência da autarquia foi entendido que o interesse da população
se sobrepunha. Isso permitirá à ARS uma poupança próxima dos 5 000 euros mensais, valor que é pago mensalmente pelo arrendamento dos contentores e do edifício onde funcionam as duas unidades de saúde? Sim, será uma poupança bastante significativa. Já há uma data para a inauguração? Não. Nós tivemos recentemente uma reunião com o Presidente da ARS em que foram discutidos estes pormenores, o que indicia que a abertura possa ser feita em breve, mas faltam resolver as situações atrás referidas pela ARS. De qualquer forma penso que não demorará. Este processo já vem do Executivo anterior. Qual a participação do actual? Realmente é um processo que já estava em andamento e o qual nós continuámos a acompanhar, fazendo todas as diligências para que o Centro de Saúde possa abrir o mais brevemente possível. Nesta nova urbanização, situada no ex-INDEP, estavam previstos vários equipamentos sociais. O pavilhão, que já existe, o Centro de Saúde, que vai existir, e o Centro de Dia. Em que ponto se encontra este último?
O equipamento está em fase de conclusão e agora falta pô-lo a funcionar, o que acontecerá em breve também. Esta transferência de edifício criará novos postos de trabalho, ou assegurará apenas os já existentes? Nós temos algumas lacunas a nível dos médicos e dos enfermeiros em todo o concelho de Loures, inclusive foi um dos pontos abordados na última reunião. Em relação aos médicos é um mal nacional, existem poucos médicos no país em função das necessidades, de qualquer forma entendemos que cada habitante deve ter o seu Médico de Família, o que implica necessariamente um reforço. Quanto aos enfermeiros é mais fácil, depende da vontade da ARS e do Ministério da Saúde, mas suponho, perante informações que nos foram transmitidas, que haverá um reforço destes profissionais de saúde. Há ainda dificuldades nos assistentes técnicos, que o Ministério terá de providenciar e que nós estamos disponíveis para ir conversando. No último jornal Moscavide Portela a Dra. Rita Santos, Coordenadora da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Moscavide, disse que as condi-
ções do novo Centro de Saúde, por si só, podiam ser um factor de atracção de novos médicos. Tendo em conta isto, não teme que haja uma deslocação de profissionais de saúde para o Centro de Saúde de Moscavide em detrimento de outros Centros do concelho? É natural que qualquer pessoa tente trabalhar num local com melhores condições e é óbvio, que existindo falta de médicos, que a sua entrada em determinado centro de saúde pressupõe a saída de outro. Por isso temos de ter uma visão global do concelho e exigir que em cada local as condições sejam mínimas e com dignidade para o serviço que prestam. Mas isso é um problema que o Ministério da Saúde tem de resolver, porque isto é uma condição básica e essencial à vida das pessoas. Até porque existem no município lacunas graves, quer na zona norte, onde o Centro de Saúde de Santo Antão do Tojal tem condições miseráveis, quer em Santa Iria da Azóia, onde falta um Centro de Saúde, apesar de já existir um terreno para o efeito, sendo necessário urgentemente proceder à sua construção. Na Bobadela, onde foi fechada a extensão local e que nós entendemos que deve ser reaberta,
tendo já disponibilizado 3 ou 4 locais para a ARS visitar e voltar reinstalar essa extensão. É algo para o qual temos sidos bastante insistentes e só estamos à espera de uma resposta da ARS sobre os espaços concedidos. Por fim Camarate continua com um problema, em que a população e a Câmara entendem que o centro de saúde deveria ser no centro, dadas as características daquela localidade. São boas notícias para uma freguesia com uma franja de população sénior bastante significativa. Como Vereadora, responsável pelo pelouro da Coesão Social, tem em mente outras medidas que tenham em conta este facto, o dos habitantes de Moscavide e Portela terem uma percentagem de idosos elevada? Sim. Já dialogámos com a Segurança Social com o intuito de alargarmos o apoio domiciliário, tanto em Moscavide como na Portela, que é uma lacuna evidente. Existem também alguns projectos com algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), no sentido de serem criados lares e centros de cuidados continuados que estamos a acompanhar. Pedro Santos Pereira
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BREVES
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Santa Iria de Azóia - Junta de Freguesia apoia criação de USF
Balcão da Segurança Social em Sacavém pode reabrir
A Junta de Freguesia de Sta. Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela decidiu participar, colaborar e apoiar a constituição da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Valflores, em Santa Iria de Azóia. Tal medida deveu-se ao constante assédio que os profissionais do Centro de Saúde (CS) desta localidade estavam a sofrer, no sentido de virem a integrar outras unidades de saúde já existentes. A falta de condições existente nos CS, aliada o sucesso que as USF têm tido, tem
O balcão da Segurança Social, entretanto fechado, poderá reabrir em breve. Segundo declarações da vereadora Maria Eugénia Coelho, responsável por esta área, as negociações já começaram e estão no bom caminho “temos tido negociações com a Segurança Social para a reabertura que têm sido muito profícuas. Disponibilizámos alguns espaços que a Segurança
provocado nos profissionais de saúde uma forte apetência para integrarem os segundos. Tendo em conta a gravidade da situação, onde os actuais profissionais de saúde já estão em número inferior ao desejado, a saída de mais alguns iria pôr em causa a prestação de cuidados de saúde na freguesia e aumentar o número de utentes sem médico. Neste sentido, após solicitação da equipa que está a constituir esta USF, a Junta de Freguesia entendeu participar de forma activa, colabo-
rando nas obras de melhoramento das actuais instalações do CS, de forma a que esta USF possa vir a entrar em funcionamento. O objectivo é claro, segurar os profissionais de saúde existentes de forma a que, após a construção do novo centro de saúde, que se espera para breve, a equipa se mantenha e possa ser reforçada na altura, onde as melhores condições de trabalho poderão ser um forte aliciante.
SMAS quer poupar três milhões em perdas de água Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Loures lançaram, no passado mês de Março, um plano que visa a redução, em quatro anos, de 50% das perdas de água e a consequente poupança de três milhões de euros. O plano,"Estratégia para a Redução de Perdas de Água", abrange os concelhos de Loures e Odivelas, os dois municípios servidos pelos SMAS de Loures,
que atualmente registam perdas de água na ordem dos 40%. Para combater o consumo fraudulento a Câmara de Loures vai optar por medidas que visam incentivar os devedores a regularizar a sua situação. Para que não haja interrupção do serviço, os SMAS criaram um sistema que permite limitar o fornecimento de água a cinco metros cúbicos por mês. O sistema será testado durante
um mês em dois prédios do concelho, cada um deles em bairros com diferentes realidades socioeconómicas. O plano de poupança de água nos municípios de Loures e Odivelas prevê igualmente acções de sensibilização, campanhas de fiscalização, reabilitação dos reservatórios de água, substituição da rede de abastecimento e a implementação da 3ª fase da telegestão.
Social avaliou, levando a que as conversações estejam no bom caminho e com fortes expectativas que o serviço possa ser reaberto”. As instalações não serão as mesmas, o município disponibilizou quatro locais distintos, todos em Sacavém, o que significará a manutenção deste serviço nesta localidade, que beneficiará também Moscavide e Portela.
EB1/JI de Lousa ganha novos equipamentos escolares A Junta de Freguesia de Lousa, após autorização da Câmara Municipal de Loures, procedeu à transferência dos equipamentos (tabelas de basquete e escorregas) da Escola Básica de Ponte de Lousa para a Escola Básica de Lousa. A Junta foi responsável pelo fornecimento, colocação e aplicação de tela microperfurada por forma a
manter em devida segurança as crianças que diariamente ali brincam.
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MUNICÍPIO
CM Loures distribui 8,3 milhões de euros A Câmara Municipal de Loures assinou, no passado dia 17 de abril, um protocolo de delegação de competências. Tal acordo vai permitir transferir, pelas 10 freguesias que compõem o concelho, 8,3 milhões de euros. Pedro Cabeça Advogado
Participação na Democracia É Hora de Sair e formar A evocação de uma data é sempre um momento de reflexão, por isso, 40 anos depois da vitória da Democracia, este texto, pela data da sua publicação, tornava-se óbvio. Mas não poderia escudar-me num pacífico discurso de enaltecimento dos valores de Abril sem os exercer, alertando, neste modesto texto, que vivemos um perigoso momento da Democracia, pois, por diversas razões, a maioria da população vai-se desviando do caminho da participação activa na vida do Mundo, da Europa, do País, do Concelho, da Freguesia, passando o sofá crítico a ser uma das poucas participações na sociedade de uma grande fatia da População. Salvo melhor opinião, quanto mais o abstencionismo se instala maior a propensão de poucos decidirem o destino de muitos, promovendo assim um exercício democrático do poder pelo poder, ao invés de um exercício democrático pelo mérito das propostas. A Democracia não evolui nem se afirma plenamente sem uma consciência activa e participativa de todos. Também não nego que grande parte desta consciência da necessidade de participar activamente na vida em sociedade, pode e deve ser fomentada pelos líderes políticos e por todos os que têm participação na vida política activa, escutando os cidadãos, entendendo as razões, compreendendo os próprios erros e agindo, demonstrando o que pode ser feito, como pode ser feito considerando o interesse comum como o interesse da maioria dos cidadãos (sabendo que os “unanimismos” não existem). Tudo isto sem esquecer as matrizes ideológicas de cada um. Urge mudar o ambiente nacional de descontentamento de sofá. É preciso dar corpo ao desígnio de uma sociedade construída por todos e não continuar a fomentar o mito português do Sebastianismo, esperando que problemas sejam resolvidos por um qualquer iluminado sem que seja necessário descalçar os chinelos, sair do sofá. Pensar num líder ou num único partido como salvador de todos os males da Pátria e da Democracia é pensar num caminho para construirmos uma Ditadura que não desejamos. É preciso agir pela positiva, promover o mérito. A escolha eleitoral, a todos os níveis de exercício do poder, pelo demérito e não pelo mérito é a escolha desejada por muitos (demasiados) dos que pretendem exercer o poder pelo poder, esperando que os erros dos outros sejam suficiente para que as pessoas votem no: “do mal o menos”. A democracia corre sérios riscos e não valerá a pena dizer que a culpa é dos outros, porque os outros nesta luta pela democracia somos todos nós. Considerando a limitação de caracteres voltarei certamente ao assunto aqui aflorado, deixando agora as palavras de Salgueiro Maia antes de marchar rumo à cidade adormecida, “ Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”.
No dia 17 de abril, nos Paços do Concelho, foi assinado o protocolo de delegação de competências, entre a Câmara Municipal de Loures e as 10 freguesias que compõem o seu município. Este acordo já havia sido aprovado por unanimidade na Assembleia Municipal e, segundo um comunicado da autarquia, "resultaram de negociações com todas as freguesias, baseadas nos princípios de igualdade, da não discriminação, da prossecução do interesse público e da melhoria do serviço público". A transferência de 8,3 milhões de euros do Município para as dez freguesias pressupõe que estas executem uma quantidade de tarefas, algumas que já eram de sua responsabilidade e outras que passaram a ser. Competências De acordo com o Anexo I da Lei nº 75, de 12 de setembro, que veio restabelecer o Novo Regime Jurídico das Autarquias Locais, prevê, no artigo 132, um conjunto de competências que se consideram tacitamente delegadas nas juntas de freguesia, que anteriormente eram competência das câmaras municipais. Tais tarefas são gerir e assegurar a manutenção de espaços verdes, assegurar a limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros, manter, reparar e substituir o mobiliário urbano instalado no espaço público, com excepção daquele que seja objecto de concessão. Também gerir e assegurar a manutenção corrente de feiras e mercados, bem como assegurar a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos dee educação pré -escolar e do primeiro ciclo do ensino básico e promover a manutenção dos espaços envolventes dos estabelecimentos anteriormente referidos. Outras competências também poderão ser da responsabilidade das juntas de freguesia, como as de controlo prévio, quando previstas em lei. Aí estão inseridas a utilização e ocupação da via pública, afixação de publicidade de natureza comercial, actividade de exploração de máquinas de
diversão, recintos improvisados. Também a realização de espectáculos desportivos e divertimentos na via pública, actividade de guarda-nocturno, realização de acampamentos ocasionais e realização de fogueiras e queimadas. As verbas por freguesia Apesar dos cortes, os presidentes de junta, com quem o NL falou, não se mostraram muito insatisfeitos. A ênfase foi dada, sobretudo, no facto de agora as regras serem mais claras. Estes pouco mais de oito milhões foram divididos pelas 10 freguesias, sendo a União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela aquela que mais recebeu, mais de 1,6 milhões de euros, o que representa 20% do total. Seguiu-se Camarate, Unhos e Apelação com 16%, Sto.
António dos Cavaleiros e Frielas com 15% e Loures com 13%. Todas estas freguesias receberam valores acima de um milhão de euros. Na cauda da lista ficou a freguesia de Fanhões, que recebeu 3% do total (246 mil euros), seguido de Lousa (257 mil euros) e de Bucelas com quase 400 mil euros (5%). Sacavém e Prior Velho ficaram em quinto, enquanto Moscavide e Portela em sexto e Sto. Antão e S. Julião do Tojal em sétimo. Como se pode vislumbrar as freguesias rurais do concelho foram as que menos receberam, em detrimento das urbanas, uma situação compreensível em função do novo mapa de competências. Presidente da Câmara A revisão deste protocolo foi um dos compromissos assumidos, pelo presidente
da câmara, um mês após ter tomado posse. A importância e o caminho percorrido para a concretização deste objectivo é salientado por Bernardino Soares, que destacou "chegámos a um consenso positivo e alcançámos uma base de trabalho muito boa para os próximos anos, o que permite que a população seja melhor servida". A importância das freguesias junto da população é sublinhada novamente quando, aproveitando o momento pascal, utiliza a expressão de Jesus Cristo para Pedro "tu és a pedra onde edificarei a minha Igreja", para comparar as freguesias ao apóstolo, no sentido em que são nelas que tudo assenta.
Pedro Santos Pereira
Ganhe dinheiro com o que deixou de servir aos seus filhos Faz em Junho 1 ano desde que abriu a nova loja Kid to Kid na zona Norte do Parque das Nações, em Lisboa. Aproveitando a oportunidade, publicamos uma entrevista com a Rita e Diogo Madaleno, pais de 4 crianças dos 2 aos 12 anos, responsáveis por este projeto. Noticias de Loures: O que é o Kid to Kid ? Rita e Diogo: O Kid to Kid são espaços bastante grandes onde os pais podem Comprar e Vender artigos de criança dos 0 aos 12 anos. Falamos de roupa, calçado, brinquedos, equipamentos, puericultura, etc. NL: De onde surgiu a ideia ? RD: O Kid to Kid é um conceito americano que apareceu em Portugal pela 1ª vez em 2003. Nós somos clientes praticamente desde o inicio e estamos convictos que ser cliente Kid to Kid é uma escolha inteligente. Tal como nós, existem bastantes casais com crianças, que percebem que reutilizar os artigos dos seus filhos faz todo o sentido e permite um ganho considerável no final de cada estação. NL: Como funciona uma loja Kid to Kid ? RD: Os pais que nos visitam podem optar por
Comprar artigos, Vender, ou fazer ambas as coisas. Para nos vender artigos, apenas têm que seleccionar tudo o que já não precisam e ainda esteja em bom estado para ser usado. Depois basta trazer os artigos à loja para serem avaliados através do nosso sistema informático. No final, cada cliente pode receber imediatamente em Dinheiro ou, se preferir outros artigos da loja, optar pelo Crédito na Loja, ganhando + 20%. NL: Acham que a actual conjuntura é benéfica ? RD: A actual situação de Portugal, da Europa e até do mundo, veio mexer com muitas formas de estar na vida. Estamos num periodo de grande mudança, de alteração de consciências, motivando ao não desperdicio, à reutilização, ao ser solidário. NL: O que podem dizer sobre a vossa loja ? RD: A loja é muito simpática e acolhedora, o marketing é muito cuidado e está numa zona priveligiada, de muito fácil acesso e estacionamento. São 200 m2 de exposição de milhares de artigos a preços extremamente convidativos. Temos mais de 10 mil clientes que ficaram bastante surpreendidos quando nos visitaram pela 1ª vez. Convidamos os leitores a fazerem-nos uma visita.
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Loures Notícias de
ACTUAL
Loures e Odivelas chegam a acordo quanto aos Serviços Municipalizados Apesar de cores partidárias diferentes, Loures e Odivelas chegaram a acordo para a constituição dos Serviços Intermunicipalizados. A comunicação foi divulgada, em conferência de imprensa, no passado dia 7 de abril nos Paços do Concelho de Odivelas, na qual estiveram presentes, lado a lado, os dois presidentes Bernardino Soares e Susana Amador. Depois de vários anos de costas voltadas quanto à partilha dos actuais SMAS, as Câmaras de Loures e Odivelas, finalmente, chegaram a acordo. A Constituição dos Serviços Intermunicipalizados de Loures e Odivelas (SIMAS) consiste na gestão do serviço de abastecimento de água, do serviço de saneamento de águas residuais e da gestão de resíduos sólidos urbanos. O Acordo Para que este compromisso existisse vários foram os pontos estabelecidos, permitindo assim uma convergência entre as duas câmaras. O primeiro ponto assen-
tou na criação de uma Comissão Mista, composta por dois membros de cada município, que elaborará uma proposta até dia 30 de junho deste ano, no que concerne à partilha dos actuais SMAS. Esse acordo, onde deverá constar todo o património do SMAS, seja sua propriedade ou seja património utilizado nas funções que lhe estão atribuídas, será submetido aos órgãos dos dois municípios. Todo este espólio será transferido para a entidade Intermunicipal, onde será partilhado. Este acordo tem como base todo o património existente até 31 de dezembro de 2013, sendo que a sua partilha será efectuada em função do
número de clientes existentes até à mesma data, dos quais 57% (95 757) pertencem a Loures e 43% (72 259) a Odivelas, algo que será revisto nos mesmos moldes de dois em dois anos. A Comissão Mista teve de elaborar, também, uma proposta relativa ao relacionamento financeiro, a qual já foi entregue. Quanto ao plano de investimentos para 2014, após consenso entre as duas edilidades, este consistirá num incremento para a execução de projectos, que apenas serão executados em 2015. Tal situação deve-se à inexistência de qualquer projecto para este ano, o que se percebe, pois a criação deste Serviço ainda está numa
fase embrionária. Enquanto a já referida Comissão vai acelerando todas as premissas para o que o SIMAS seja constituído, a Câmara Municipal de Odivelas indicará um representante que participará nas reuniões do SMAS, onde funcionará como observador activo. Posteriormente, após a sua criação efectiva, o SIMAS será gerido por um Conselho de Administração, que será composto por um presidente e dois vogais, que serão membros das respectivas câmaras municipais e nomeados pelos executivos das mesmas. Os vogais serão indicados um por cada município, enquanto o presidente será indicado, alternadamente, por cada uma das câmaras e por um período de dois anos. Em qualquer uma destas situações, tantos dos vogais como do Presidente do Conselho de Administração, não existirá nenhum tipo de remuneração. O mandato dos vogais será exercido por um período coincidente ao do seu mandato no município pelo qual é indicado, cessando na mesma altura, o que não invalida que se mantenham em funções até à sua substituição. Qualquer membro do Conselho de Administração poderá ser exonerado em qualquer altura e as principais linhas de gestão deverão ser aprovadas por unanimidade, conforme está previsto no Acordo de Gestão. Para que este dossier siga os trâmites normais, será necessário, a ambos os municípios, a aprovação do mesmo nos respectivos órgãos municipais, algo que terá de ser feito nos dois meses subsequentes à assinatura deste acordo. Em virtude de a Câmara de Odivelas ter aberto um concurso para a gestão particular deste tipo de serviços, caberlhe-á a não adjudicação de tais competências, o que será feito de
imediato após a formalização da constituição do SIMAS. A Conferência de Imprensa Susana Amador, presidente da Câmara Municipal de Odivelas, sublinhou a vontade de ambos os municípios em reatarem as negociações "na política não há pontos finais, não podemos ser inflexíveis. Foi um processo negocial que teve um diálogo franco e conseguiu-se encontrar uma solução equilibrada”. Quando questionada pelo Notícias de Loures (NL) sobre o fracasso das negociações com o Executivo do PS e o sucesso alcançado com a CDU, a Presidente desfez quaisquer dúvidas que pudessem existir "este tipo de questões não têm a ver com partidos, têm a ver com o diálogo que se faz. E para dialogar são precisos dois." Quanto a Bernardino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Loures, frisou também o empenho das duas autarquias em resolver este impasse "foi uma negociação complexa, mas franca, genuína e aberta". Mostrou ainda satisfação pela salvaguarda dos vínculos de trabalho e o triunfo do modelo de serviço público "um regime partilhado para os serviços intermunicipais, com reforço do investimento em várias áreas e que preserva os postos de trabalho. Uma derrota do modelo político de privatizar". Ambos os autarcas ainda referiram que pretendem aproveitar os fundos comunitários possíveis, dada a elevada limitação financeira existente. Apesar dessa necessidade, esta terá de ser feita sempre de forma sustentada. Foram estes os principais indicadores deixados por Bernardino Soares e Susana Amador nesta conferência de imprensa. Pedro Santos Pereira
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Auditoria à liderança socialista na CM Loures revela excessos A auditoria interna levada a cabo pelo actual Executivo, uma das promessas eleitorais da candidatura da CDU, revela graves excessos por parte da gestão socialista. Mas estes são apenas resultados parcelares, que incidem sobre a situação financeira, contratação pública, despesas com pessoal, gestão financeira e despesas com membros do executivo e seus gabinetes. No dia 10 de abril o Executivo que lidera a Câmara Municipal de Loures, através de uma conferência de imprensa marcada para o efeito, revelou os primeiros resultados da auditoria interna feita à gestão socialista de 2002 a 2013. A auditoria foi efectuada com meios próprios do município, contando com a participação do Revisor Oficial de Contas (ROC), não incluindo esclarecimentos dos visados, carecendo assim de contraditório. No entanto, muitos dos dados obtidos atingiram níveis de extrema dificuldade de apuramento, fruto da insuficiência de registos e de procedimentos desadequados. Daí que o presidente Bernardino Soares tenha definido esta acção como "uma tarefa de especial complexidade", não só pela "vastidão de matérias a analisar", mas essencialmente pelas condutas atrás referidas. Ainda antes de se conhecerem estes resultados, o actual Executivo já tinha denunciado algumas situações graves, como as obras e serviços sem procedimento no valor de 1 milhão e 350 mil euros. Algumas destas situações serão remetidas ao Ministério Público e outras
entidades competentes, em virtude das recomendações efectuadas pelos auditores e pelo ROC. Viagens, estadas e despesas de representação A maioria das deslocações não se encontram fundamentadas, nem têm relatórios que demonstrem o seu interesse para o Município. Desde 2002 foram gastos cerca de 300 mil euros nesta área, dos quais 70% ocorreram nos últimos cinco anos, período em que o PS deteve maioria absoluta (nos últimos quatro anos). Para reforçar ainda mais esta evidência, dos 110 mil euros gastos pelo Executivo e dos 60 mil euros despendidos pelos Serviços Municipalizados em despesas de representação, 65% foram gastos, novamente, nos últimos cinco anos. Destaque ainda para o facto que a justificação para o pagamento de refeições era vago tais como, almoço de trabalho com deputados municipais, ou com autarcas, ou com vereadores, não indicando o objectivo do almoço, além de os responsáveis serem, simultaneamente, autorizadores e beneficiários da despesa.
Comunicações Curiosamente, ou talvez não, também aqui os últimos anos foram os mais despesistas. Desde 2002 até 2013 foram pagos mais de oito milhões em telecomunicações, o que dá uma média de 680 mil euros ano, sendo que nos últimos quatro anos (os tais da maioria absoluta) esse valor subiu para os 850 mil euros. Em julho de 2010, perante tais gastos, foi deliberado uma diminuição de 20% nos custos com as comunicações para o segundo semestre, mas o que aconteceu foi um aumento de 15%!!! Além disso, a Câmara assumiu o pagamento do diferencial de situações em que o limite definido para o utilizador foi ultrapassado, sem invocar qualquer justificação. Viaturas Nesta área destaque para a utilização dos cartões GalpFrota e da Via Verde da Autarquia, por membros do Executivo ou dos gabinetes de apoio em período de férias. Nos últimos quatro anos foram gastos quase 3 100 euros em combustível e pouco mais de 1600 em portagens, isto em período de férias!
Avenças e prestações de serviço Mais algumas situações difíceis de explicar e perceber. Empresas que receberam avenças não existindo, no entanto, evidência de trabalho realizado. Quatro delas custaram mais de 600 mil euros à Autarquia durante seis anos. Outro caso estranho é o de uma empresa de comércio de vestuário, que prestava assessoria na elaboração de estudos e projectos para uma nova forma de intervenção dos serviços de apoio à família nas escolas! Consultadoria jurídica Aqui existem 85 processos referentes a rendas de habitação social que, de 2007 a 2010, não tiveram qualquer desenvolvimento. Assim como quase 200 processos que não tinham sido redestribuídos, após a cessação de serviço do advogado anterior. Alguns nem foram sequer devolvidos ao Gabinete.
Pedro Santos Pereira
Rui Pinheiro Sociólogo
Fora do Carreiro Para já, breves… Notícias de Loures, é uma boa notícia, porque têm sido vários os projectos de comunicação social escrita que têm falhado e o Concelho não tem tido, nos últimos anos, um veículo de informação jornalística como merece. Aqui deixamos as nossas saudações à coragem e determinação dos mentores do projecto e os votos dos maiores sucessos. Honra-me o convite para a minha modesta colaboração. 40º aniversário do 25 de Abril, é um momento incontornável a que se não pode evitar a referência. A liberdade conquistada, ”Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”. Merece destaque, em Loures, o programa municipal de comemorações de grande dignidade e qualidade que vem demonstrar que nem tudo se resolve ou faz, regado a dinheiro. Um exemplo para seguir e para perdurar. 6 meses de mandato autárquico, é o que acaba de ser cumprido pelos novos eleitos. Há que assinalar o trabalho e os desafios que tiveram de enfrentar e resolver neste primeiro semestre. Merecem notas altamente positivas, entre outras medidas: 1) a eliminação das avenças e assessorias desnecessárias e desproporcionadas, cujo montante de poupança é muito significativo; 2) A celebração de acordo com Odivelas para a criação dos Serviços Intermunicipalizados de Loures e Odivelas pondo cobro a um problema que se arrastou durante 12 anos e evitando a privatização que alguns queriam promover; 3) A negociação de inúmeras e substanciais dívidas deixadas pelo anterior executivo municipal, (re)credibilizando a Câmara Municipal junto de parceiros e fornecedores; 4) A realização de uma auditoria financeira e de gestão, cujas conclusões vêm pôr a nu, os desmandos, a incompetência e o desrespeito com que os recursos públicos foram usados nos anteriores mandatos de gestão PS; 5) A promoção de uma discussão pública generalizada, franca e participada do Plano Director Municipal que o anterior Executivo pretendia fazer passar sem uma consulta digna desse nome, sabe-se lá porquê… Realizado este trabalho, há agora desafios de outras índoles, a que aqui voltaremos.
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Ciclo de debates sobre a Censura No âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, a Câmara Municipal de Loures elaborou duas conferências, cujo principal tema foi a Censura. Com a presença de várias caras conhecidas dos portugueses, como Mário Crespo ou António-Pedro Vasconcelos, várias foram as áreas abordadas, com especial destaque para a imprensa e a cultura. O NL esteve presente e aqui reporta o que de mais interessante foi dito. A Censura O primeiro debate ocorreu no dia 3 de abril, contando com a presença do Prof. Fernando Correia, do tipógrafo Carlos Pires e do jornalista Mário Crespo. A Censura na imprensa foi o tema debatido, não apenas durante o Estado Novo, mas também nos dias de hoje. Prof. Fernando Correia Numa primeira abordagem, o Prof. Fernando Correia fez questão de esclarecer que iria falar como jornalista e não como professor. Depois deste esclarecimento falou do estatuto profissional de jornalista, que não era dignificado, nem sequer existiam escolas de jornalismo. A profissão era mal paga e, por norma, exercida parcialmente, pois cada jornalista chegava a ter dois e três empregos. A ausência de mulheres nas redacções também foi recordado "contavam-se pelos dedos de uma mão as jornalistas em dezena e meia de jornais diários". Após esta introdução, o Prof. Fernando Correia, entrou
directamente no funcionamento dos jornais daquela altura. Nos anos 50, 60 e princípios de 70 a esmagadora maioria dos jornais (90%) tinham as redacções no Bairro Alto, local onde ficava também a Comissão de Censura. Uma proximidade que favorecia ambos, pois desta maneira o tempo perdido era menor. Cada jornal tinha os seus próprios contínuos, que tinham a tarefa de fazer o vaivém das provas entre a redacção e essa Comissão. Um desses funcionários, que fazia o transporte das provas para a Comissão de Censura, era Carlos Lopes, o campeão olímpico que, quase se poderá dizer, começou a sua carreira de atleta nesta função. Cada artigo podia ser censurado, através do famoso lápis azul, de várias formas: parcialmente, totalmente ou em fase de avaliação, ficando assim suspenso. Palavras como aborto, homossexual, suicídio ou droga estavam logo cortadas à partida, o que apelava à criatividade dos jornalistas, de modo a que pudessem iludir a censura,
mantendo a notícia. Textos sobre a guerra colonial, que não fossem oficiais, sobre a oposição, apesar de não existirem partidos, eram vetados à cabeça. Para se ser director de um jornal tinha de haver uma homologação por parte do governo, ou seja, outra forma de controlar ou censurar. Com tantos impecilhos, os próprios jornalistas criaram um sistema de auto-censura, de maneira a que os jornais saíssem a tempo.
A Censura nas Artes e na Comunicação No passado dia 11 de Abril realizou-se o debate “Apagar a cultura – a censura nas artes e na comunicação”, na Galeria Vieira da Silva no Pavilhão de Macau. António-Pedro Vasconcelos (realizador), Ruben de Carvalho (jornalista) e Mário de Carvalho (escritor) falaram da censura nas artes e na comunicação social desde o Estado Novo até aos dias de hoje. No cinema, durante o regime salazarista, António Pedro Vasconcelos comentou que além dos cortes, outra das regras caricatas era o facto de que os beijos
em cena serem cronometrados. “A PIDE contribuiu eficazmente para sustentar o fascismo durante quase meio século. As notícias veiculadas pelas agências noticiosas, antes de irem para as redacções dos jornais, passavam primeiro pela censura, onde eram alteradas e falsificadas. Desta forma a visão dos portugueses sobre o mundo, sobre a realidade era condicionada, formatada. A existência da censura é um ataque ao próprio exercício da profissão. Ninguém é jornalista com censura. Ninguém é cineasta com censura. Ninguém é escritor com censura.” Falou Ruben Carvalho sobre a realidade que
experienciou e a sua visão sobre a censura.
Carlos Pires Carlos Pires foi uma das pessoas mais importantes do jornal "Avante". Tipógrafo de profissão desde os 17 anos, este foi o homem que desde 1957 manteve este jornal clandestino e de oposição ao regime vivo. Um jornal quinzenal que muitos sustos lhe deu, tendo em conta a perseguição de que foi alvo, não da Comissão de Censura mas da PIDE. Viveu um pouco por todo o país, pois sempre que havia alguma suspeita de uma denúncia tinha de mudar de
A censura na realidade actual Mário de Carvalho considera que a censura hoje é mais eficaz e abrangente. Um dos factores que contribuíram foi a evolução das técnicas de edição de imagem, que permitem que haja uma total manipulação da realidade. Os três intervenientes concordaram que, actualmente, a Televisão é quem determina o que é notícia a uma escala única, tanto para os outros meios de comunicação como para a maioria da população. “Estamos bombardeados com
residência. Uma vez, no Porto, bateram-lhe à porta, eram os inspectores da Polícia do Estado. Já não bastava a aflição natural de uma visita destas, para complicar ainda mais, tinha a secar, numa das assoalhadas do apartamento onde morava, o jornal acabado de ser impresso. Pensou que era desta. Mas por sorte ou outra razão qualquer desconhecida, os inspectores entraram, revistaram a casa, viram os jornais no chão a secar mas, inexplicavelmente foram-se embora. caso será para dizer que Carlos Pires não esteve lá no dia seguinte para saber se eles voltavam. Foi assim até 1974, uma vida nómada, sempre a fugir e nunca sabendo o dia de amanhã. Mário Crespo O conhecido jornalista começou por revelar apreço que nutre pelos jornalistas, que corajosamente, desempenharam a função no período antes do 25 de Abril, representados, apesar de ser tipógrafo, em Carlos Pires. Uma altura complicada em que
constantes manobras de entorpecimento e empobrecimento dos espíritos, para que os interesses políticos e financeiros continuem a dominar as pessoas e que estas aceitem estes conceitos sem hesitação”, disse Mário Carvalho.” O inimigo não tem rosto “Estamos a viver um momento crítico. O inimigo não tem rosto, o capitalismo percebeu que pode viver com a democracia. Assistimos a um assalto ao estado, a um ajuste de contas com o 25 de Abril. A imprensa é alvo de uma censura muito mais sofisticada.” Assim definiu António-
a censura limitava o normal funcionamento dos meios de comunicação, algo que ainda não terminou, só que agora é feito de forma diferente. Foi baseado nisto, na censura ainda existente, que o jornalista centrou o seu discurso. Como exemplo deu um facto acontecido em 29 de outubro de 2012, em que os principais jornais portugueses apareceram, todos, com a mesma capa. Uma acto publicitário de um Banco, que segundo Mário Crespo, demonstra a permeabilidade da imprensa. Quando se consegue manipular a primeira página de vários jornais algo está mal. A dependência financeira dos jornais da publicidade, aliado ao facto de estarem centrados em poucas empresas de comunicação é um dos factores deste desfecho. Se antes era o poder político que controlava a imprensa, hoje são os grandes grupos económicos.
Pedro Santos Pereira
Pedro Vasconcelos o panorama político e a censura nos Media que se vive presentemente. Ruben de Carvalho afirmou que o mais importante para combater a censura é a persistência dos cidadãos. Esta iniciativa fez parte das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril em Loures, que tem como mote “Revolução com Futuro”. Um título que se enquadra com a conjuntura sociopolítica que o país tem vindo a atravessar nos últimos anos.
Joyce Mendonça
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Sta. Iria de Azóia recebe Sessão Solene A CM Loures escolheu Sta. Iria de Azóia para realizar a sessão solene da Assembleia Municipal, que celebrou os 40 anos do 25 de Abril. Na véspera, dia 24, no Pavilhão Paz e Amizade um espectáculo evocativo dos 40 anos do 25 de Abril e um discurso de Bernardino Soares antecederam o concerto dos Deolinda.
José Reis Santos Investigador
Postais a leste
A Escola EB 2,3 de Santa Iria de Azóia recebeu, no passado dia 25 de Abril, a sessão solene da Assembleia Municipal evocativa do 40º aniversário da Revolução dos Cravos de 1974. A sessão foi presididada pela Presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos, que contou com a presença de bastantes convidados. O evento terminou com actuação do coro do Conservatório de Loures, que cantou o hino de Abril “Grândola Vila Morena”, do poeta e intérprete, Zeca Afonso. Todo o público presente no pavilhão desportivo da escola levantou-se e cantou com o grupo de jovens, muitos com cravos vermelhos na mão ou na lapela dos casacos. Foi um momento de saudosismo e comoção. Esta iniciativa visou homenagear o 25 de Abril, mas também demonstrar uma vontade de descentralizar a realização das assembleias municipais. Os Deolinda festejaram com Loures os 40 anos do 25 de Abril Na noite de véspera, no Pavilhão Paz e Amizade, o começo deu-se pelas 21h30 com o espectáculo evocativo “Só nos faltava que este Abril não se cumprisse”. Um momento que nos transportou à época em que o simples acto de vocalizar uma opinião, podia constituir uma afronta para o regime que na altura
dominava o País. De seguida a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, que ressalvou o facto de, há muito tempo, Loures não comemorar tão intensamente o 25 de Abril. “A liberdade não pode parar, o 25 de Abril não pode parar”, disse o autarca. Passavam pouco das 22h30 quando subiram ao palco os Deolinda, há muito aguardados por uma sala cheia de pessoas. Por entre cravos vermelhos, aplausos e muita alegria, pessoas de todas as idades dançaram e cantaram ao som deste grupo, um dos mais marcantes de música portuguesa da actualidade, que há anos tem vindo a conquistar plateias com a sua originalidade, fanfarronice, ternura e letras que se colam aos ouvidos e com os quais muitos se identificam. Ana Bacalhau com a sua performance teatral e postura castiça encantou o público, que com ela cantou muitas das músicas dos Deolinda. Ouvimos desde Algo Novo, Gente Torta, Concordância do seu álbum mais recente, “Mundo Pequenino” como temas de álbuns anteriores como Mal por mal, Fado toninho, Um contra o outro ou Passou por mim e sorriu. Com o seu espírito muito próprio e energia contagiante animaram a noite e celebraram a liberdade com uma plateia entusiasta. Joyce Mendonça
Parir Abril Prestes a completar 40 anos de idade, o 25 de Abril, depois de uma infância feliz e uma adolescência intensa, depois de terminar um curso numa Universidade Pública e entrado no mercado de trabalho – primeiro como estagiário, depois com contrato a prazo -, depois de se ter apaixonado, casado e parido, de se ter emancipado e comprado casa, depois de se ter endividado e ter acreditado que teria melhor qualidade de vida que os seus pais, hoje está desempregado ou é precário, divorciado, tem custódia conjunta da criança, dívidas à Segurança Social, mestrado acabado e doutoramento incompleto, pensa sair do País onde sempre viveu e arriscar fortuna em Luanda, Madrid ou Rio de Janeiro. Mas enquanto pensa e repensa no que fazer à vida, agora interrompida, regressou envergonhado à cama de solteiro que mantém em casa dos pais, onde prepara CV’s, navega na net e ajuda nas tarefas domésticas. Em breve sairá à rua e descerá a Liberdade. E recordar-se de todos sonhos que Abril fecundado por um povo revoltado e motivado lhe possibilitou, ansioso de esperança e de transformar uma nação submissa e submersa por 48 longos anos de ditadura estéril e castrante numa sociedade tolerante, equitativa e progressista. Mas talvez uma fertilização insuficientemente feminina tenha adiado a conclusão de uma gravidez agora quatro décadas madura. Prometemos parir um sonho lindo, democratizar, descolonizar, desenvolver. Tudo fizemos e mudámos, para que tudo na mesma ficasse. Perdemos colónias que jamais foram nossas, desenvolvemos percepções de mudança e progresso especializadas em manterem os privilégios da nova oligarquia edificada e da retornada, entre a transição e a entrada na Europa, e fundámos uma democracia de autarcas e federações, de aparelhos e jotinhas, padrinhos e afilhados, doutores e engenheiros, all experts na prestigiada arte de se saberem governar. Nunca foi esse o Abril que quisemos parir. Soubessem então os jovens capitães que seriam velhos agora, sujeitos novamente ao roubo governamental institucionalizado, e talvez sugerissem que se interrompesse voluntariamente esta gravidez. Mas bem que não o fizeram, não desistiremos. Nunca desistiremos. Desceremos a Avenida a cada ano, mesmo descalços, recordaremos Abril em cada grito, mesmo que mudo, lutaremos pelos ideais de Liberdade, Igualdade, e Fraternidade, em cada Abril, mesmo que alguns decidam transitar a (r)evolução para Novembro.
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SAÚDE
ACES
Agrupamentos de Centros de Saúde Rodrigo Moreira
Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva
Notícias com ossos A Ortopedia no Séc. XXI O termo Ortopedia surge pela primeira vez no séc. XVIII com a fusão das palavras “Orthos – recto, sem deformidade” e “Paideía- Criança”. Em Portugal, foi no final dos anos 40 do século passado que a especialidade começa a ganhar o seu espaço, autonomia e reconhecimento. Até então o tratamento destas patologias estava a cargo dos cirurgiões gerais. As enfermarias de Ortopedia caracterizavam-se por extensos corredores com camas ou ocupadas por crianças com internamentos sem fim, ou por doentes com fracturas e complexas imobilizações gessadas. Se por um lado a melhoria das condições sanitárias, de vacinação e de medicação anti-infecciosa erradicaram doenças importantes no passado, a longevidade da população e os acidentes de viação banalizaram patologias raras no inicio do século passado. Temos então patologias diversificadas como o sejam a do desenvolvimento (ex. displasia da anca), infecciosa (ex. osteomielite), tumoral (ex. sarcomas),traumatológica (ex. rotura meniscal, fracturas) e degenerativa (ex. coxartrose, gonartrose). Surgem com naturalidade as subespecialidades que em Ortopedia se individualizam por regiões anatómicas. Assim, encontramos hoje especialistas em ombro, mão, coluna, anca, joelho, pé e tornozelo. Desta forma, aprofunda-se o conhecimento e a capacidade de resolver os problemas mais específicos. Hoje, os doentes deixaram de ser pacientes, e deram lugar a utentes ou clientes. As pessoas estão informadas e não se conformam com as suas limitações inerentes quer à idade quer à gravidade das lesões sofridas e lançam diariamente o desafio ao Ortopedista, com casos cada vez mais complexos do ponto de vista técnico. O desafio que me foi proposto foi o de colaborar nesta publicação escrevendo sobre situações clínicas frequentes no âmbito da Ortopedia, Traumatologia e Medicina Desportiva, numa forma acessível e esclarecedora para o cidadão comum. Desta forma, pretende-se informar e ajudar as pessoas a identificar e reconhecer patologias, e a sensibilizá-las de que, muitas vezes, o tratamento é possível e está ao nosso alcance.
A Unidade de Saúde Pública do ACES Loures/Odivelas, recebeu convite do jornal “Notícias de Loures” para colaborar numa coluna mensal sobre saúde. Após concordância dos órgãos de gestão, estamos a elaborar uma programação de artigos de saúde que informe a população, nomeadamente a residente na zona de distribuição do Jornal - Loures, sobre questões de saúde de forma clara e directa e numa perspectiva de promoção de saúde e que motive todos para uma melhor auto-percepção da sua saúde e da saúde da comunidade onde se insere. Hoje damos uma visão geral da instituição. O que é o ACES Loures/Odivelas e como é constituído. De futuro falaremos de prevenção de doenças, cuidados de vigilância, comportamentos saudáveis, cuidados a ter com factores ambientais e outros, para os quais contaremos com a ajuda dos profissionais da área de Loures. Os ACES foram criados em 2008, constituídos por Unidades Funcionais (UF’s) e integraram um ou mais Centros de Saúde. Em 2012 procedeu-se ainda a uma fusão de ACES, tendo como critério a distribuição de zonas geográficas e densidade populacional. O ACES Loures/Odivelas resultou da fusão dos dois ACES que o denominaram, englobando os centros de saúde de Loures, Sacavém, Odivelas e Pontinha.
Estas estruturas pretendem prestar cuidados de saúde primários de proximidade e por área geográfica de implantação das Unidades Funcionais. O ACES Loures/Odivelas é constituído por: - Órgãos de gestão (uma Directora Executiva, Conselho executivo, Conselho Clínico e de Saúde e Conselho da comunidade, apoiados por Unidade de apoio à gestão e Gabinete do Cidadão). - Unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde (11 USF’s – Unidades de Saúde Familiar, 11 UCSP’s - Unidades de Cuidados de Saúde personalizados, 3 UCC’s – Unidades de cuidados na comunidade; uma URAP - Unidade de recursos assistenciais personalizados e uma USP - Unidade de Saúde Pública. Em Loures estão sedeadas as Unidades de Saúde Familiar “Ars Médica” e “Magnólia” em Stº Antº dos Cavaleiros, as USF’s “Loures Saudável” e “Parque da Cidade”, na Mealhada e a “UCSP Loures” (engloba Bucelas, Lousa, Tojal e Mealhada). Estão inscritos nestas UF’s 75.194 utentes, tendo a UCSP cerca de 2500 inscritos sem médico – 13% dos inscritos nesta unidade. Existe uma UCC Loures que presta cuidados na comunidade, através da vigilância e promoção de saúde, projectos de saúde (escolar, grávidas, idosos e outros) e de cuidados domiciliários integrados. A URAP fornece profissionais
das áreas de Estomatologia e Medicina Dentária, Higienistas orais, Psicólogos e Assistentes Sociais que integram as várias equipas multidisciplinares. A USP, sedeada em Stº Antº dos Cavaleiros é uma unidade única para todo o ACES com autonomia organizativa e técnica, em intercooperação com as restantes unidades funcionais do ACES Loures/ Odivelas e Conselho Clínico, garantindo também a necessária articulação interinstitucional e intersectorial. Tem uma intervenção de base territorial e populacional. A USP funciona como observatório de saúde da área geodemográfica e elabora informação e planos em domínios da saúde pública; Procede à vigilância epidemiológica; Monitoriza o estado de saúde da população e seus determinantes; Desenvolve as diversas actividades de planeamento em saúde, incluindo a identificação das necessidades de saúde da população, propõe e/ ou implementa as necessárias intervenções e procede à avaliação do impacto em saúde das mesmas; Gere programas e projectos de intervenção no âmbito da prevenção, promoção e protecção da saúde da população em geral ou de grupos específicos, no quadro dos programas nacionais, regionais ou locais; Colabora de acordo com a legislação respectiva, no exercício das funções de autoridade de saúde; Assegura a funcionalidade do sistema e circuitos de infor-
mação, acedendo à informação armazenada nos sistemas integrados de informação em saúde, existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em particular os relevantes para o ACES Loures/Odivelas; Assegura a cooperação e articulação com outras instituições relevantes para a saúde, públicas ou privadas, com partilha e divulgação de informação e conhecimento facilitador da intervenção multissectorial; Promove a articulação com as outras unidades funcionais do ACES Loures/Odivelas. Actualmente e através do Observatório de Saúde estamos a desenvolver o Plano Local de Saúde com a participação dos parceiros da comunidade, representados no Conselho da Comunidade do ACES que serão auditados em breve (Câmaras e Assembleias Municipais, Segurança Social, Agrupamentos de Escolas, Associação de Utentes, Associações Sindicais, Associação de Empregadores, Hospital Beatriz Ângelo, Equipa de Voluntariado Social e CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens). Esta participação da comunidade nas decisões da gestão do ACES, atribui também responsabilidades acrescidas aos cidadãos perante a saúde individual e comunitária. Joaquim Martins Médico de Saúde Pública e Vogal do Conselho Clínico e de Saúde do ACES Loures/ Odivelas
saude.publica@csloures.min-saude.pt
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Em entrevista ao NL, Bernardino Soares falou-nos das eleições, do mandato, das empresas municipais e do orçamento. Uma conversa onde, o recém-eleito Presidente da Câmara Municipal de Loures, não deixou nada por responder. Após seis meses de liderança Bernardino Soares já obteve o seu ponto alto, a intermunicipalidade dos actuais SMAS. Um acordo, com a Câmara Municipal de Odivelas, que permitiu manter a estrutura, evitando assim despedimentos. Apesar dos vários consensos alcançados, com o PSD no município e com o PS nos SMAS, não teme o combate político. Outra coisa não seria de esperar de quem licenciado em Direito e já foi líder da Juventude Comunista Portuguesa (JCP) e líder parlamentar do Partido Comunista Português (PCP). Não obstante ter estado no Parlamento desde 1995 e ser reconhecido a nível nacional, nunca deixou de estar por dentro do poder local, primeiro como membro da Assembleia de Freguesia de Camarate, depois como eleito na Assembleia Municipal de Loures.
As Eleições
"É preciso encontrar formas de resolver alguns dos problemas e isso faz-se com flexibilidade, com bom senso"
Sendo o PS líder desta câmara durante 12 anos e apesar de não ser o mesmo presidente a ser candidato, tornava-se uma tarefa complicada a vitória nestas eleições autárquicas. Qual foi a estratégia que utilizou para destronar o PS em Loures? De facto, o ponto de partida era muito diferenciado, mas nós apostámos em duas perspectivas. Primeiro, potenciar uma enorme vontade de mudança que existia dentro do concelho, fruto da degradação cada vez maior da gestão do PS e por outro lado, fazer uma campanha com o máximo de proximidade das pessoas. Portanto, andámos vários meses nas ruas, a falar individualmente com milhares de pessoas e isso teve um efeito muito positivo, criou uma dinâmica e uma convicção de que as coisas podiam mudar. Na sua opinião acha que a saída de Carlos Teixeira terá influenciado o resultado ou não foi relevante? Não sei dizer. De facto era a personalidade mais conhecida do PS, mas também era a mais criticada. Portanto, é difícil fazer agora o cálculo do que seria se fosse o candidato. O que eu acho é que as pessoas entendiam que a gestão estava esgotada e isso não se ligava só à personalidade do Presidente da Câmara. Tendo em conta que há sempre mérito do vencedor e demérito do vencido, na sua opinião, o que é que terá pesado mais? Sim, numa eleição há sempre essas duas questões: uma avaliação negativa de quem perde e uma avaliação positiva de quem ganha e aqui funcionaram as duas no mesmo sentido.
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Pensa que o facto de ser uma figura de âmbito nacional lhe terá conferido algum benefício? Sim, isso facilitou o contacto com as pessoas, porque já muitas me identificavam e conheciam, mas foi também muito importante o facto de eu ser daqui do concelho, de Camarate e ter uma proximidade muito grande com o território e os problemas do concelho. Isto é, este candidato não foi apenas um nacional que veio concorrer a um concelho importante. Foi alguém que esteve aqui envolvido sempre, que estava aliás na assembleia municipal. Como é que conseguiram subir quase 13 pontos percentuais impondo uma descida a quem está no poder de quase 17%, sendo que o PS não era partido do governo, o que por norma costuma ser mais penalizante para quem está nas autarquias? É verdade que nós tivemos este resultado aqui, num quadro em que o PS ganhou várias câmaras a nível nacional, que não tinha. Isso só acentua a degradação que aqui existia do Partido Socialista, dos autarcas do Partido Socialista e a identificação que as pessoas tiveram com as nossas propostas e com o nosso trabalho e isso foi determinante.
O Mandato Como é que surgiu a coligação com o PSD? Não há nenhuma coligação, há sim um entendimento para a distribuição de pelouros. A seguir às eleições, entendemos que era útil alguma estabilidade e também porque percebemos que todos os que estão representados no executivo devem ter a possibilidade de desempenhar funções, foram feitas propostas, tanto ao PS, como ao PSD, para assumirem funções do executivo. Quanto ao PS, apresentou uma contra-proposta com um número significativo de pelouros, que pretendiam gerir, que era para nós inaceitável, porque conduziria a uma continuidade com a manutenção da gestão do Partido Socialista em áreas fundamentais do governo do município. As pessoas tinham votado numa mudança. Assim, aceitar essa quase repartição de funções e de pelouros seria defraudar as expectativas de quem apostou numa mudança. Foi isso que as pessoas disseram nestas eleições. Quanto ao PSD foi possível chegar a um entendimento, em que ficou claro que o programa a aplicar é o programa da CDU. A atribuição de pelouros pareceunos razoável, são pelouros que têm o seu significado, mas não são a parte significativa das funções da câmara e correspondem também à dimensão eleitoral que o PSD teve nestas eleições. Esse entendimento que existe é para manter até final do mandato? Não temos nenhum prazo limite,
portanto, enquanto as coisas correrem bem é para manter. O PSD está no governo, como encarou as diversas críticas feitas e como as refuta? O problema foi que muita gente fez uma leitura nacional de um entendimento que é meramente local. Neste concelho, em virtude da repartição do peso de cada partido, já houve acordos de todos com todos. A CDU já teve no passado entendimentos com o PSD, já teve entendimentos com o PS. O PS já teve entendimentos com a CDU quando estava em maioria, com o PSD. Portanto isso é o normal no poder local democrático, a necessidade de haver entendimentos, por isso é que há vantagens dos executivos não serem monocolores, como alguns pretendem. Obriga a consensos e a entendimentos e aqui neste concelho é normalíssimo. No concelho só houve duas maiorias absolutas desde 1977. Portanto, o que é normal é haver alguns entendimentos, faz parte da vida política e não tem que ser sobrevalorizado como uma coisa original ou especial. Neste concelho não é e no resto do País também não, acontece em muitos sítios. Aqui ao lado, em Odivelas, o PS fez um acordo com o PSD. Como encara os elogios do vereador Fernando Costa, no congresso do PSD, em que disse que é um jovem com vontade, mas muito sério? Penso que foram sinceros, tem havido um grande respeito mútuo neste momento, como é normal, mas temos sabido conversar e encontrar pontos de consenso. Valorizo essas palavras como sendo sinceras e foi assim que as entendi.
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Este acordo (do SMAS com a CM Odivelas) é uma grande conquista deste mandato, que aconteceu em menos de seis meses, mas talvez seja a maior de todo o mandato. Empresas Municipais Um dos seus cavalos de batalha era conseguir um acordo com a câmara de Odivelas para a intermunicipalidade do SMAS, conseguiu. Que vantagens traz este acordo para ambos os municípios? Este acordo é uma grande conquista deste mandato, que aconteceu em menos de seis meses, mas talvez seja a maior de todo o mandato, porque vem resolver um problema e manter a gestão pública da água, do saneamento e dos resíduos. Permite manter os serviços intermunicipalizados, na mesma base que tínhamos até agora, mantendo o território e a população de Odivelas. Evitando não só um risco muito grande para os postos de trabalho dos trabalhadores dos SMAS, como uma destruturação da estrutura que temos aqui montada e que está dimensionada para 350 mil pessoas e não apenas para 200 mil. Resolver este problema permite-nos encarar agora o futuro dos serviços intermunicipalizados com outra estabilidade e aprofundar o trabalho que já tínhamos começado a fazer a melhoria do
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serviço, melhoria do investimento, de resolução de uma série de problemas que existem e que a população sente e que quer ver resolvidos, como é evidente. Acho que este acordo foi muitíssimo importante, ainda bem que o conseguimos, nem demorou assim tanto tempo, porque houve muita seriedade na negociação, de parte a parte e estamos aqui para trabalhar em conjunto e melhorar o serviço para a população. Foi uma vitória do actual executivo, já que o anterior, segundo a própria presidente da CM de Odivelas, nunca se mostrou disponível para dialogar. Depois do entendimento com o PSD e este acordo, podemos descrevê-lo como um negociador? Nós temos os nossos objectivos bem definidos e depois é preciso ter a capacidade de ouvir e de chegar a entendimentos justos com as outras partes. Isso nós, de facto, sabemos fazer, queremos fazer e tentaremos sempre fazer, até porque a alternativa é uma situação de ruptura. Não estamos à procura dos consensos pelos consensos. Quando não for possível em qualquer circunstância com qualquer entidade haver consenso, nós estamos cá para o combate político, não temos nenhum medo disso. É preciso encontrar formas de resolver alguns dos problemas e isso faz-se com flexibilidade, com bom senso. O que se fez anteriormente aqui no município de Loures foi querer ter o município de Odivelas dentro dos SMAS, sem que tivesse qualquer participação na sua administração. Para nós era evidente, que para ter o município de Odivelas, este tinha que estar de corpo inteiro.
Isto é, ter a sua população cliente, mas também ser da administração e não se esmagado pela gestão a das direcções de Loures.
como parte sentir partir
Tem-se mostrado contra as privatizações, referindo-o mesmo aquando do acordo intermunicipal com Odivelas. Ainda acredita que é possível inverter o processo de privatização da Valorsul? É muito complexo e há aqui um papel dos municípios que pesa muito no funcionamento da empresa e é isso que nos leva a achar, que o governo e os eventuais candidatos privados têm que pensar bem antes de dar em definitivo este passo. De qualquer forma, o governo está absolutamente isolado nisto, porque nenhum dos municípios do sistema Valorsul concorda com a privatização. Os trabalhadores já demonstraram com uma greve recente e com outras acções que estão contra e a população já percebeu que a privatização não serve os seus interesses. Só o governo é que continua irredutível nesta ideia de entregar ao lucro privado um serviço que é estratégico e que deve por isso continuar aqui. Outra das empresas municipais é a Loures Parque que tem sido por vezes muito criticada pela maioria das freguesias, nomeadamente por habitantes e comerciantes que acham excessiva a área em que há parquímetros. Acha que isso faz sentido ou que devem existir algumas alterações? Nós nomeámos uma nova administração da Loures Parque, que agora iniciou funções e tem vindo a desenvolver um processo participado (porque é isso que pretendemos), de reflexão sobre as áreas parqueadas e sobre a forma como estão a ser utilizadas. Quando os parquímetros foram criados, a sua intenção era disciplinar o estacionamento, beneficiar o comércio local e a vida dos centros urbanos e esse tem de ser o objectivo. O que não quer dizer que agora a solução é tirar os parquímetros de todo o lado, porque quando estes foram criados foi porque se verificou que a sua inexistência era negativa para o funcionamento dos centros urbanos. Agora o que vamos fazer é procurar encontrar formas de debate com a população, com os comerciantes e com as juntas de freguesia e fazer uma reformulação da actuação da Loures Parque, tendo em conta essas opiniões e que se oriente por este objectivo. A Loures Parque não existe fundamentalmente para obter receita, existe para disciplinar o estacionamento e o trânsito. Não pode dar prejuízo, é claro, mas é esse o objectivo que tem de cumprir, o melhor possível, para que a existência de parquímetros seja um incentivo às pessoas irem aos núcleos urbanos como Sacavém, como Moscavide, como Portela ou como Loures e não um desincentivo, não uma maneira de afastar as pessoas.
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e em Santa Iria de Azóia já temos um terreno, que iremos disponibilizar à ARS, para a construção de um novo centro de saúde, uma vez que o daquela zona não oferece as melhores condições. São situações que temos de ir trabalhando, tentado sempre arranjar alternativas em benefício das pessoas. No entanto é algo que não depende exclusivamente do município.
Orçamento Uma das questões que foi muito falada, foi a auditoria, que ilações retira dos resultados? A auditoria ainda não terminou em determinados temas, mas nos últimos meses temos vindo a encontrar várias situações para as quais não precisamos de auditoria para ver que são negativas. A auditoria é muito importante porque é uma análise técnica e independente que nos permitirá ter um recenseamento do que é que foram os principais problemas e tirar conclusões daí, até porque algumas alterações de procedimento que ainda possam ser feitas vamos com certeza retirar daí. A situação financeira em que encontrou a câmara fê-lo mudar o orçamento para 2014? Sim. Nós incluímos no orçamento todas as dívidas que encontrámos, o que significa, antes de mais, despesa. A câmara tem de continuar a funcionar e há algumas coisas a que vamos tendo que dar resposta. O nosso objectivo este ano é também, no final do ano, mesmo não tendo pago todas as dívidas, o que é impossível, obter um corte substancial nas dívidas que encontrámos e irmos para 2015 com uma situação um pouco melhor, não resolvida ainda, mas melhor do que a que encontrámos. Uma coisa é certa, este ano não vamos agravar a situação da dívida. Isto é, vamos gastar menos do que a receita que, efectivamente, vamos obter. De que teve de abdicar por causa desta situação financeira? De algumas intervenções, por exemplo, em ruas e estradas, asfaltamentos, vamos fazer
algumas coisas, mas muito menos do que é necessário, porque ao longo dos últimos anos, praticamente não foi nada feito. A nossa rede viária está numa situação muito difícil e era preciso ter um plano muito maior para chegar a mais sítios e isso não vai ser possível. Depois era importante podermos construir novos equipamentos e isso não vamos ter. O único grande equipamento que vamos ter é a biblioteca de Sacavém, uma parte do seu custo é suportado por verbas do turismo, que não é suficiente. Ainda vamos ter de encontrar verbas para o resto, porque o apoio não foi dimensionado para as necessidades de construção da biblioteca, mas essa vai ser a grande obra que vamos fazer neste mandato.
muitos polos e tudo mais, mas daí não está a vir nenhuma receita para o nosso município. Para além da questão da receita, aquele território era importante para resolver alguns problemas das freguesias de Moscavide e Sacavém. Era em relação às freguesias de Sacavém e de Moscavide, o espaço possível e onde estava planeada a existência de um novo equipamento que faz falta e que na malha urbana de Sacavém e de Moscavide dificilmente terá espaço para ser construído e portanto, ficamos ali, para além da questão financeira, com um problema em relação a equipamentos, já que não vão ali construir uma escola no fim do seu território, pois não faz sentido para eles.
Foi simples, eficaz e necessário poupar meio milhão de euros em avenças? Deu algum trabalho de avaliação do que isso nos trazia e foi necessário porque da maior parte das avenças que eliminámos não havia nenhum resultado concreto para o município. Só que os serviços, nalguns casos, que as tinham nos seus departamentos, alguém lhes perguntou, finalmente, se precisavam daquelas prestações de serviços. Estão ainda a terminar algumas, que tinham prazos para isso. A nossa expectativa é poupar esse valor e isso ajuda-nos a pagar as dívidas.
Está prestes a ser inaugurado o novo edifício do Centro de Saúde de Moscavide, mas entretanto fechou o da Bobadela. Como está servido o concelho nesta área tão sensível? Temos alguns problemas que estamos a tentar resolver. O de Moscavide está resolvido
A perda do Parque das Nações para Lisboa, sem a salvaguarda do IMT, que comentário faz? Ainda estamos a receber este ano a cobrança do IMI do Parque das Nações, mas do IMT já não. Agora há muitas notícias de que há muita compra de habitações no Parque das Nações, até porque há
Projectos
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Andámos vários meses nas ruas, a falar individualmente com milhares de pessoas e isso teve um efeito muito positivo, criou uma dinâmica e uma convicção de que as coisas podiam mudar.”
Loures é um dos concelhos do País com mais AUGI’s, de que forma pretende resover este problema? O alargamento do prazo de discussão do PDM poderá ser útil na resolução destes casos? O processo das AUGI’s está a ser tratado. As indicações são para que se resolvam o mais rápido possível aqueles que reúnem todas as condições para serem legalizados. Quanto à discussão do PDM ela pode ser útil, sendo que há determinadas zonas onde não é possível interferir e aí não há nada a fazer. O concelho é um dos menos bem classificados nos rankings elaborados anualmente e que classificam as escolas. Que pretende fazer para inverter esta situação? As listas que definem as melhores escolas são falíveis. Apenas têm em conta os resultados obtidos, esquecendo-se das condições e o meio em que os estabelecimentos de ensino estão inseridos, como tal não me parece relevante. No que se refere à melhoria do ensino em Loures iremos, dentro das nossas possibilidades, fazer reparações nos edifícios que o justifiquem, criando mais condições para que os alunos tenham melhores condições e que isso os possa levar a melhores desempenhos. Loures tem um serviço de transportes públicos aquém do ideal, que melhorias pretende implementar? Antes de mais garantir um bom serviço de transportes para o Hospital Beatriz Ângelo, juntamente com melhores acessibilidades para os utilizadores, pois as que existem não são suficientes. Depois mostrar o nosso descontentamento junto das entidades competentes, de forma a que Loures tenha uma melhoria significativa nesta área, tendo em conta a quantidade de munícipes que se deslocam para Lisboa diariamente. Daqui a quatro anos recandidatar-se-á novamente à Câmara? Ainda é muito cedo para pensar nisso. O principal, neste momento, é resolver os problemas do município, arranjando soluções que melhorem as condições de vida dos habitantes do concelho. Pedro Santos Pereira
Filipe Esménio Comunição
Mel de Cicuta O erro comanda a vida Sempre que o Homem erra o Mundo pula e avança. E Loures tem pulado muito. Muitos foram os erros cometidos neste concelho ao longo dos anos, desde sempre, e em particular desde 1974, onde já podíamos escolher o nosso rumo. Os erros são memória, até porque são passado, e só o presente interessa. Somos uma «marca» que não é prestigiada. A culpa não é só dos políticos, é também nossa que ao longo dos anos dormimos nesta terra, dizemos mal dela, e gastamos o dinheiro em Lisboa. Mas há esperança, Loures pode ser uma marca «préstige», o post-it e o vinho da Madeira, e muitas outras invenções, surgem de erros e da criatividade a que isso obriga. É preciso sermos criativos. Temos no nosso concelho do melhor que se faz em Portugal, temos empresas de topo, temos o vinho de Bucelas, o queijo de Lousa, restaurantes de referência imbatíveis na relação qualidade/preço, em comparação com Lisboa. Temos campeões nacionais como André Almeida, pelo Benfica, ou Francis Obikwelu, pelo Sporting. Temos políticos de referência e de dimensão nacional, ministros da Nação, magistrados de craveira. Temos o Tejo e o Trancão. Temos as pessoas e cultura saloia, por muitos rejeitada, mas que existe, é nossa e deve ser preservada. E temos um concelho gigante onde homens e mulheres todos os dias trabalham. E como diria Freud “de erro em erro vaise descobrindo toda a verdade”. É hora de ter orgulho, é hora de fazer. É hora de meter a mão na massa, sem medo e com os parcos meios que hoje temos de fazer mais, catapultando Loures para outra dimensão sócio cultural. Loures tem condições para ser um concelho de referência. Nós queremos fazer parte desse projecto. Fazer de Loures um concelho de referência. Com as suas disparidades, com as naturais desigualdades que um concelho desta dimensão tem. É preciso ir buscar, nos ideais de Abril, a realização dos três D’s, mais democracia, mais desenvolvimento, porque quanto à descolonização estamos falados. Ainda hoje pagamos a factura. É possível fazer mais e todos temos de colaborar. Por Portugal, por Loures, por nós.
Loures Notícias de
BREVES
Rota Linhas de Torres conquista Europa Nostra 2014
CM Loures lança Portal do Movimento Associativo de Loures
A Rota História das Linhas de Torres candidatouse aos Prémios Europa Nostra, uma iniciativa da Câmara Municipal de Loures em conjunto com os municípios de Arruda dos Vinhos, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
O Portal do Movimento Associativo de Loures vai ser lançado no dia 29 de abril, às 21h, na Galeria Municipal Vieira da Silva, no Parque da Cidade de Loures. Esta aplicação desenvolvida pela Câmara Municipal de Loures pretende ser um importante meio de divulgação das actividades dinamizadas pelo movimento associativo, mas também uma ferramenta útil e interactiva, que permita dar resposta às dúvidas e solicitações destas associações. A grande mais-valia deste novo portal é permitir uma maior rapidez e eficácia na articulação com o município, garantindo, desta forma, procedimentos mais céleres e transparentes, principalmente no que diz respeito aos apoios concedidos pela autarquia. (Nota: O fecho desta edição foi no dia 28 de Abril).
Este prémio vem acrescentar visibilidade a toda uma região, em particular à edificação das linhas militares de defesa, que foi dirigida pelo general Arthur Wellesley, duque de Wellington, e que viria a ajudar a derrotar o exército de André Massena na Terceira Invasão Francesa
(1808). Capítulo histórico documentado no filme e depois também série televisiva, As Linhas de Wellington (2012), realizado por Valeria Sarmento, e onde a figura do militar britânico é interpretada por John Malkovich.
Miguel Sousa Tavares em Loures no Dia Mundial do Livro O autor Miguel Sousa Tavares apresentou no passado dia 23 de Abril a sua mais recente obra, “Madrugada Suja” em Loures, na Biblioteca Municipal José Saramago, que contou também com a presença do director-geral da editora Clube do Autor, António Lobato de Faria.
Este evento assinalou o “Dia Mundial do Livro” e insere-se na iniciativa “Loures um conc/selho para a leitura”. Depois de seguir da literatura infantil e de viagens, o seu primeiro romance, “Equador” de 2004, tornouse um best-seller, tendo sido editado em mais de
uma dezena de línguas estrangeiras, acabando por ter adaptação televisiva em Portugal e no Brasil. “Madrugada Suja”, com tradução em curso em italiano, narra com crítica social e política a história, de forma romanceada, dos últimos 30 anos da vida pública portuguesa.
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Exposição sobre as lutas antifascistas no Museu Municipal de Loures No âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril desde o dia 9 de Abril e até ao final do ano no Museu Municipal de Loures, estará patente a mostra de documentação relacionada com as lutas antifascistas. A organização é da responsabilidade da Câmara de Loures e do Centro de Documentação Anselmo Braamcamp Freire, que abrirão as portas da sala de exposições bibliográficas do Museu Municipal a todos aqueles que queiram pesquisar ou saber mais sobre os acontecimentos e os protagonistas do concelho na resistência contra a ditadura do Estado Novo.
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O Município de Loures celebrou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 2014 no Castelo de Pirescouxe, em Santa Iria de Azóia, nos dias 15 e 16 de abril. Este dia tem como principal objectivo aumentar a consciência pública relativamente à diversidade do património e dos esforços necessários para a sua proteção e conservação, para além de também chamar a atenção para a sua vulnerabilidade. O tema subjacente às comemorações deste ano é “Lugares de Memórias”. O Castelo de Pirescouxe é um imóvel público, de interesse histórico, recuperado pela CM Loures com o objectivo de transformá-lo num polo cultural do concelho. A intervenção terminou em 2001, ano em que foi inaugurada a Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe, onde, desde então, se promovem artes plásticas e as mais diversas tendências artísticas.
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Ricardo Andrade
Comissário de Bordo
Partes e diferenças Muito se fala, nos dias de hoje, naquilo que a sociedade deve dar ao cidadão. Muito se opina acerca da forma como as classes dirigentes se preocupam ou não para com aqueles que neles depositaram a sua confiança e os seus futuros. Mas, infelizmente, esquecemo-nos muitas vezes daquilo que podemos dar a quem, diariamente, se cruza nas nossas vidas. No nosso dia-a-dia é, muitas vezes, mais cómodo olhar apenas para o nosso pequeno casulo e para os cinco metros em frente dos nossos olhos do que pensarmos em como um gesto, ou até mesmo uma atitude da nossa parte, podem mudar alguma coisa. Criticar os outros, apontar os erros ao próximo ou debater as falhas alheias sem procurar apontar aquelas que julgamos serem as soluções para os problemas à nossa volta é sempre fácil. O difícil é esquecermo-nos um pouco de nós e pensarmos mais nos outros. O incómodo é gastar um pouco do tempo que julgamos ser nosso e dá-lo a alguém que verdadeiramente sinta falta. Fazer a diferença é isso mesmo! Será ilusão acreditar que podemos fazer a nossa parte para mudar, para melhor, o mundo que nos envolve? Será um engano pensar que podemos colaborar, de uma pequena forma, para um objectivo tão grande quanto os nossos sonhos? Talvez o erro seja esquecer que jamais o podemos fazer sozinhos. Talvez o erro seja não ter a consciência de que apenas com muita convicção e espirito de sacrifício podemos fazer a nossa parte. E fazer a nossa parte só faz sentido envolvendo sempre os outros. Fazer a nossa parte só faz sentido aceitando desafios. Fazer a nossa parte só faz sentido compreendendo que todos podemos ter uma palavra a dizer. E é por essa razão que estas linhas que hoje escrevo fazem tanto sentido para mim. Não simplesmente por ter algo a dizer. Mas sim por poder fazê-lo num espaço (este recém-criado "Noticias de Loures") que tanta falta fazia a esta terra onde os meus pais escolheram um dia criar os seus filhos e onde me sinto feliz por, dia após dia, tentar fazer um pouco da minha parte para fazer alguma diferença.
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Loures Notícias de
ACTUAL
Moscavide 50 anos como Vila Moscavide celebrou as bodas de ouro como vila. Uma distinção que merece ser recordada e que o MP se associa, deixando aqui alguns dos episódios históricos mais marcantes, com especial destaque para a Igreja de Santo António, o seu monumento de referência. No passado dia 3 de abril fez 50 anos que Moscavide foi elevada a vila. Um marco histórico que a Junta de Freguesia de Moscavide e Portela fez questão de sublinhar, exibindo um filme sobre a história da vila no Centro Cultural de Moscavide. O MP também se associa, naturalmente, a este aniversário deixando aqui alguns dos fatos históricos mais relevantes e uma descrição do seu mais emblemático monumento, a Igreja de Santo António. Localização geográfica A freguesia de Moscavide é uma antiga freguesia do concelho de Loures, que desde outubro de 2013 faz parte da União de Freguesias de Moscavide e Portela, ainda inserida no mesmo município. Tem fronteira com Lisboa a este e a sul, com Sacavém a norte e com a Portela a oeste. Perdeu a ligação direta ao Rio Tejo, desde que em 2013, com a reorganização autárquica, perdeu a zona do Parque das Nações que lhe estava adstrita. Situa-se a cerca de 11 km de Loures, a sede concelhia, localizando-se no extremo sudeste da mesma. Nos Censos de 2011 Moscavide tinha uma população residente de 14 266 habitantes, número que terá baixado com a desagregação da parcela afeta ao Parque das Nações. História O nome Moscavide parece derivar do árabe maskabat, que significa «sementeira», denotando assim a grande antiguidade do sítio. Conhecem-se alusões em tempos antigos ao sítio de Busca-Vides, que eventualmente também terá contribuído para a formação do topónimo moderno. Como freguesia foi criada em 1928, fruto do desmembramento das freguesias de Santa Maria dos Olivais (Lisboa) e de Sacavém (Loures), através do decreto nº 15222, que veio a declarar a Freguesia de Moscavide autarquia integrante do concelho de Loures. Abrangia então os sítios da Encarnação, dos Marcos e de Beirolas, envolventes da chamada Estrada de Moscavide (á qual foi buscar o seu nome), que seguia rumo a Sacavém (curiosamente a dita estrada continuou integrada na freguesia dos Olivais até hoje; a parte remanescente originou
a Avenida de Moscavide, que é hoje a rua mais movimentada desta vila). Mais tarde, na década de 40 no entanto, por motivos ainda não completamente esclarecidos, a região de Beirolas, onde estava sediado um quartel do Exército, transitou para o espaço da freguesia dos Olivais, o que confere à localidade a sua estranha configuração geográfica na parte oriental. Diz-se que a razão da passagem de Beirolas para a freguesia dos Olivais prendeu-se com o custo das comunicações telefónicas do quartel. Ficando dentro de Lisboa os telefonemas do quartel para a capital eram mais baratos. O crescimento de Moscavide conheceu duas fases distintas, primeiro o crescimento designado como primitivo no século XIX com a fundação da Quinta do Cabeço e do Parque Ajardinado, e numa segunda fase, que decorreu em meados do século XX, o que deu origem ao núcleo urbano de Moscavide e à Urbanização da Portela. Este crescimento baseado nas duas vertentes, juntamente com o fato de Moscavide ter sido elevada a vila em meados do século XX (1964), em pleno Estado Novo, reflete a evolução
que esta freguesia foi registando ao longo dos anos. Foi graças a este crescimento que a freguesia de Moscavide, nas décadas de 40 e 50, foi escolhida para a instalação de indústrias extremamente prestigiadas, como o INDEP e a Petrogal, o que conduziu a que este território tenha recebido muitos milhares de migrantes provenientes, sobretudo, do Alentejo e das Beiras, um claro Êxodo Rural que, como este fenómeno deixa antever, perseguiam uma melhor qualidade. No entanto, a falta de capacidade da Junta de Freguesia em dar resposta às necessidades habitacionais levou a uma especulação imobiliária que teve consequências negativas. Entre estes destaca-se a falta de espaços verdes, dos quais só resta o Jardim de Moscavide, uma vez que as necessidades habitacionais dos habitantes levaram a que os espaços amplos de outrora passassem a ruas estreitas e superlotadas. Destaca-se ainda o mau planeamento urbanístico feito no passado, cujos reflexos se fazem sentir no presente. Em 1998 a Expo 98 veio revitalizar a freguesia, assumindo um papel relevante no desenvolvimento,
conseguindo atrair investimentos públicos e privados, novos equipamentos sociais e de lazer e novas vias de acesso, dando algum equilíbrio á pirâmide etária de Moscavide, constituída sobretudo por população idosa. Economia Não obstante o seu reduzido espaço, Moscavide cresceu bastante, fazendo com que a freguesia fosse, durante muito tempo, uma das de maior densidade populacional do concelho de Loures. Este desenvolvimento populacional exagerado é ainda hoje recordado no seu brasão, através dos favos de mel que fazem lembrar o modo como a vila cresceu. Paralelamente, a vida operária deu lugar ao comércio e aos serviços, que ainda hoje são uma imagem de marca da terciarização do espaço urbano moscavidense. Património Quanto ao património tem como principais pontos de referência a Capela de Nossa Senhora da Quinta do Candeeiro, capela esta que surgiu no século XVIII, a Igreja de Santo António, edificada no século XX (1955), a Estação
Ferroviária, a Vivenda Mouzinho e, por fim, o Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais fundado em 1931 e responsável pelo acolhimento dos seminaristas das dioceses de vários distritos de Portugal. Estes monumentos aliados ao comércio, é uma das localidades do País com mais comércio de rua, e uma rede de transportes ímpar, por exemplo é a única localidade do concelho a usufruir do Metropolitano de Lisboa, fazem com que esta vila detenha um património único e diferenciado, sendo culturalmente um ponto interessante de visitar. Passado ou presente? Eis a questão As opiniões divergem relativamente á preferência entre a freguesia de Moscavide das décadas de 50 – 60 e a vila da atualidade. No entanto, goste-se ou não, o certo é que as condições socioeconómicas, urbanísticas, paisagísticas e socioculturais alteraram-se drasticamente não só em Moscavide mas também nas suas áreas circundantes. Francisco Rocha
Loures Notícias de
MONUMENTO
Palácio da Mitra (Palácio dos Arcebispos) Função O Palácio da Mitra era, inicialmente, uma residência de verão dos Arcebispos e posteriormente dos Patriarcas de Lisboa. Daí, também, ser conhecido por Palácio dos Arcebispos. Situa-se em Loures, na freguesia de Santo Antão do Tojal. História Foi mandado construir em 1554 pelo arcebispo D. Fernando de Vasconcelos, o palácio e a igreja a este associado, tomando o lugar de uma casa que pertencia à Mitra de Lisboa. Assim, ao primitivo palácio de planta em L, foi acrescentado um corpo, que formava um U, fechado por um muro alto, onde se abre o imponente portão coroado pelas armas dos Almeidas. No interior, a típica azulejaria portuguesa do século XVIII, em azul e branco, caracteriza-se pela riqueza temática e grande qualidade pictórica (representações das estações do ano, cenas campestres, venatórias ou de pesca, figuras mitológicas; nas cozinhas surgem representados temas culinários). Alguns dos azulejos foram mais tarde trasladados para o Paço Patriarcal de São Vicente de Fora e encontram-se hoje no Museu
Nacional de Arte Antiga. Por sua vez, os painéis das escadarias, onde se destacam as figuras de convite, podem ter sido executados por Nicolau de Freitas. Na fachada, de estilo italiano, encontram-se três mármores de Carrara, representando as estátuas de São Bruno de Colónia (o fundador da Cartuxa), a Rainha Santa Isabel e a Imaculada Conceição. Nos primeiros anos do século XVIII, por ordem do primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, foi restaurado o palácio ao estilo barroco, que se encontrava já em ruínas e mandado construir de raiz o aqueduto e o chafariz. Em 1732 é dada a última reformulação na estrutura do palácio pelo arquitecto António Canevari, onde são incluídos um jardim, lagos e pombais. Seguem-se visitas de vários membros da família real, como é o caso da visita do rei D. João V em 1732, ou o caso da visita da rainha D. Maria Ana de Áustria acompanhada pelos príncipes do Brasil e pelo infante D. Pedro, em 1734. Em 1755, parte do conjunto é danificado devido ao terramoto, que levará à demolição de parte da fachada por consequência dos estragos.
Estilo Toda a estrutura do palácio data do século XVIII e representa o estilo barroco. São de destacar os típicos azulejos azuis e brancos que decoram o interior do palácio e, no exterior, o aqueduto que abastece dois chafarizes, um dos quais de grande envergadura. Actualidade Actualmente, após várias obras de restauro no século XX, o palácio tem funções de carácter assistencial e religiosa. Está nele sediado as instalações da Casa do Gaiato, uma instituição de solidariedade que tem como objectivo educar e integrar na sociedade crianças e jovens que se viram afastados das suas famílias. Os decretos de 26 de Setembro de 1940 e de 18 de Agosto de 1943 protegem o conjunto do palácio, aqueduto, pombais, chafarizes e capela como Imóvel de Interesse Público. Mais tarde, foi publicado no Diário da República de 24 de Dezembro de 2012 a alteração deste conjunto de Imóvel para Monumento de Interesse Público.
Martim Santos
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LAZER
Ninho de Cucos
Festivais de Verão – Antevisão
João Alexandre Músico e Autor
Os “Festivais de Verão” em Portugal vieram para ficar. São hoje uma realidade incontornável da oferta musical, cultural e turística, distribuídos um pouco por todo o país e com especificidades que os ajudam a ganhar identidade e espaço próprios. São igualmente um conjunto de negócios associados e uma disputa de grandes marcas por notoriedade e, obviamente, retorno dos investimentos efetuados. Um estudo da GFK Metris revela que apenas 20% dos portugueses rejeita este tipo de eventos e que, em 2013, o número de espetadores de música foi superior ao número de espetadores total dos jogos de futebol da 1ª Liga. Mas os “Festivais de Verão” de maior dimensão há muito que ultrapassaram fronteiras. Segundo Álvaro Covões da Everything is New e mentor, entre outros, do Optimus Alive em Lisboa, no ano passado foram vendidos cerca de 12.000 bihe-
tes para o estrangeiro e 17.000 em 2012 (factor Radiohead). A internacionalização deste festival é um facto e bastará percorrer alguns metros dentro do recinto, para logo percebermos que por ali se fala muito mais que apenas português. Espanhóis (muitos), franceses, ingleses, alemães, italianos, americanos, entre outros, habituaram-se já a ter em conta este festival referenciado por todo o mundo, pelo cartaz apresentado, pela cidade, pessoas, clima e preços. Numa breve antevisão sobre alguns destes maiores eventos para o corrente ano, sem desprimor pelas largas dezenas que se realizam em todo o país com diferentes objetivos e vocações, analisemos o cartaz proposto na presente data de 3 deles: Rock in Rio, Optimus Alive e Super Bock Super Rock. Rock in Rio 2014 Realiza-se nos dias 25, 29,30, 31
de Maio e 1 de Junho no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Autointitula-se como o maior festival de música no mundo, que tem como objetivo levar todos os estilos de música aos mais variados públicos, abordando ainda os temas muito em voga da sustentabilidade e responsabilidade socio ambiental, de modo a consciencializar as pessoas de que poderão também elas tornar o mundo num lugar melhor. É bonito! Relativamente ao cartaz, este festival confirma as próprias pretensões e é sem dúvida um evento para o povo em todos os sentidos. Há de tudo e para todos ainda assim com algum critério na divisão estilística por dias, o que por outro lado poderá condicionar a compra de passes, naturalmente substituída pela aquisição de bilhetes diários em função dos gostos de cada um. Robbie Williams com Ivete Sangalo e Boss Ac no 1º dia, Rolling Stones (provavel-
mente uma última oportunidade de ver estes monstros sagrados ao vivo, apesar deste rumor já correr há uns 20 anos) e Xutos e Pontapés, no mesmo dia de Gary Clark jr. e Rui Veloso com Lenine (rock e fusão luso-brasileira), dia 30 com mais peso assegurado pelos Queens of the Stone Age (que regressam após uma grande concerto no ano passado protagonizado no Meco) e Linkin Park. Dia 31 uma noite a piscar o olho a outro público, com a presença dos Árcade Fire, Wild Beasts, Ed Sheeran e os portugueses Capitão Fausto e no dia de encerramento um mix que inclui Justin Timberlake, Bombay Bicycle Club, o disco dos Chic, Linda Martini e João Pedro Pais com Jorge Palma. http://rockinriolisboa.sapo.pt/ Optimus Alive É em Algés, Lisboa, que decorrerá nos dias 10, 11 e 12 de Julho o Optimus Alive, aquele que é provavelmente o Festival feito em terras lusas mais galardoado e referenciado lá fora, apresentado como um “Glastonbury Festival” mas com sol e praia. Num cartaz que aproveita e entra no roteiro dos artistas que tocam nesta altura por todos os maiores festivais europeus, o Alive estreita a “banda” de público atingida, ainda assim muito larga e internacional como atrás referido. Arctic Monkeys, Interpol, Imagine Dragons, Elbow no dia 10 de Julho, Black Keys, MGMT e Buraka Som Sistema no dia 11 e Foster the People, Bastille e Daughter no último dia. Estes são apenas as cabeças de cartaz, entre muitos outros, mais de 125, espalhados por seis palcos que garantem a presença de muita gente, muito consumo de cerveja, muita festa, substâncias mais ou menos legais e correrias de um para outro palco. É um festival urbano, onde muitos adquirem o
passe porque a música e artistas apresentados se enquadram no padrão de rock e pop rock mais ou menos alternativo. http://www.optimusalive.com/ Super Bock Super Rock Realiza-se no Meco/Lagoa de Albufeira nos dias 17, 18 e 19 de Julho, precisamente uma semana depois do Alive. Após o fracasso da edição de 2012, fruto de um cartaz pobre em termos comparativos e que afastou muitos potenciais espetadores, o SBSR ajustou em 2013 um cartaz que teve Killers, Queens of the Stone Age e Arctic Monkeys como cabeças de cartaz e recuperou a credibilidade perdida e ofuscada pelo pó contínuo que, apesar de esforços, tende a persistir. Para 2014 os nomes fortes são para já Massive Attack, Eddie Vedder e Kasabian, juntamente com os portugueses Dead Combo e Legendary Tigerman. Parecenos ainda pouco mas crê-se que mais um ou dois nomes de relevo garantirão o sucesso do evento. http://www.superbock.pt/sbsr/pt/ site.aspx Aproveitamos ainda para destacar dois festivais a norte, normalmente com cartazes muito apetecíveis e, sobretudo, em locais muito aprazíveis como são o Optimus Primavera Sound no Porto (este ano com Pixies, Caetano Veloso, The National, Mogwai, etc), que decorrerá a 5, 6 e 7 de Junho e o Vodafone Paredes de Coura, o mais rural de todos, que se realiza num fantástico anfiteatro natural à beira rio, entre 20 e 23 de Agosto e que conta entre outras com as actuações de Franz Ferdinand, Beirut e Cut Copy. Muitas opções, muita música e alegria, momentos únicos para mais tarde recordar assim haja saúde e dinheiro nestes dias de crise agora vividos.
Loures Notícias de
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A Unilever Jerónimo Martins celebrou o Dia Mundial da Árvore em Loures Os colaboradores da Unilever Jerónimo Martins celebraram, no passado dia 21 de Março, dia Mundial da Árvore, com a plantação de 100 árvores nas instalações da empresa em Santa Iria da Azóia. Depois de plantarem as árvores, tiveram a oportunidade de baptizá-las com nomes relacionados com a empresa. Este acontecimento, que se enquadra no Plano de Sustentabilidade da Unilever tem como objectivo minimizar o impacto ambiental causado pelas obras que estão a decorrer nas unidades fabris de Santa Iria da Azóia.
Artes e Sabores Regionais” no Parque da Cidade de Loures O município de Loures abriu um espaço para divulgar os produtos da região, onde vinhos, queijos, artesanato e outros produtos estão disponíveis ao público. Além de aproximar os produtores locais dos consumidores possibilita uma divulgação mais abrangente, já que os técnicos estão presentes no local e fornecem variada informação sobre os produtos. A loja “Artes e Sabores Regionais” situa-se no Pavilhão de Macau, no Parque da Cidade de Loures e está aberto de segunda a sexta-feira das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Município quer Metro até Loures
No dia 22 de abril a Câmara Municipal de Loures promoveu um debate, cujo tema era Transportes Públicos e Revisão do Plano Director Municipal (PDM). Foi este o mote para que, falando à margem do debate à Agência Lusa, o presidente da autarquia, Bernardino
Soares, tenha reclamado outro tipo de soluções para o concelho "não podemos continuar a ter a ausência total de transporte não rodoviário neste eixo. Nós sabemos que existem dificuldades financeiras, mas não podemos deixar esta questão como uma grande prioridade". A
fiquem fora deste circuito, ou que tenham transportes muito reduzidos. O mesmo se aplica aos bairros de génese ilegal”. Outro dos problemas referidos foi o dos transportes para o hospital Beatriz Ângelo, que carece de acessibilidade “temos talvez o único hospital do país em que o principal problema não é a lista de esperas ou as consultas, mas sim o transporte para lá chegar. Têm de ser criadas condições para que outras alternativas existam”. Um debate que serviu para marcar posição nos transportes públicos, faltando agora que sejam feitas as diligências necessárias e que consequências isso trará. Apesar da proximidade, no que a distância diz respeito, entre o concelho de Loures e o de Lisboa, notam-se ainda grandes diferenças a nível de tempo gasto em transportes públicos.
O Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale Figueira organizou o Gimnocorações 2014, no passado dia 26 de abril. O evento decorreu no Pavilhão José Gouveia e teve como cartaz o Festival de Ginástica, às 15h 30m e o Sarau de Gala, às 20h 30m. Num ambiente de festa, em que participaram diversas escolas de ginástica do País, tal como a anfitriã, o recinto esteve repleto de espectadores, tornando-se um verdadeiro sucesso.
Dia
Actividades
Local
Horário
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Feira “Coisas e… Loisas”
Rot. Nuno Rodrigues dos Santos (junto às Piscinas – Portela)
10.00h – 14.00h
Jardim Almeida Garrett
10.00h – 18.00h
Sede da Junta de Freguesia
17.00h – 21.00h
Maio 2014
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A Biblioteca Municipal José Saramago (BMJS), em Loures, recebe uma Comunidade de Leitores, entre 19 de Março e 9 de Julho de 2014, dedicada ao tema “Escritores diferentes. Uma só Língua”. Esta iniciativa do Departamento de Cultura, Desporto e Juventude, da Câmara Municipal de Loures, é uma forma de assinalar a “universalidade” da língua portuguesa celebrando os oito séculos da mesma, idioma oficial em oito países com distintos contextos geopolíticos e culturais – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
inexistência de uma opção ferroviária no concelho, que sirva a zona do hospital Beatriz Ângelo, a freguesia de S. António dos Cavaleiros e a cidade de Loures são os motivos de tal reivindicação. Daí que tenha afirmado "estamos a preparar-nos com este debate e com os contributos que virão dele, para ter um caderno reivindicativo sustentado tecnicamente, que responda às necessidades das pessoas e exija soluções, quer à Administração Central, quer às concessionárias". Também a zona oriental da autarquia é motivo de preocupação, desejando que sejam melhoradas as ligações entre estações na linha de comboio da Azambuja. Também os transportes rodoviários urgem de alterações, conforme o edil de Loures sustenta “têm de deixar de haver zonas rurais do concelho que
Gimnocorações em S. João da Talha
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Loures celebra a Língua Portuguesa com debate na BMJS
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Dia da Actividade Física
Junta de Freguesia / Farmácia Paula de Campos / Dance Floor
Matiné Dançante
Academia de Dança da Portela - Dance Floor
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Sessão de Cinema Português – “Sonhar é Fácil”
Centro Cultural de Moscavide
15.00h
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Espectáculo “O Fado Acontece” Espectáculo “A História da Carochinha” Grupo de Teatro Sénior da Ass. Luís Pereira da Mota
Cinema S. Jorge
21.30h
Centro Cultural de Moscavide
15.00h
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12.º Encontro de Coros da Portela
Passeio público em frente à Igreja de Sto. António de Moscavide Escola EB1/JI da Portela
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Comemorações do Dia Mundial da Dança
Jardim Público de Moscavide
15.00h
11
7.º Encontro de Coros Infantis da Portela
Escola EB1/JI da Portela
12 a 16
Exposição de Pintura de M.ª Helena Barroso
Sede da Junta de Freguesia
14 17
Visita Animada ao Conventinho Dia dos Patudos
Quinta do Conventinho - Loures Jardim Almeida Garrett Rot. Nuno Rodrigues dos Santos (junto às Piscinas – Portela)
17.00h 10.00h – 13.00h / 14.00h – 18.00h 15.00h 10.00h – 18.00h
10
Feira “Coisas e… Loisas” – A Feira vai a Moscavide
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Feira “Coisas e… Loisas”
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Espectáculo “O Barómetro” Grupo de Teatro Amador de Moscavide
Centro Cultural de Moscavide
10.00h – 14.00h 21.30h
10.00h – 14.00h 15.00h
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Festa da Flor
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1.ª Conferência “Envelhecimento em Meio Urbano”
Passeio público em frente à Igreja de Sto. António de Moscavide Centro Cultural de Moscavide
I.ª Feira dos Saberes e Sabores
Jardim Público de Moscavide
10.00h – 24.00h
Curso de Iniciação à Fotografia Documental
Sede da Junta de Freguesia
Sábado manhã
10.00h – 14.00h 09.00h – 18.00h
Sede da Junta de Freguesia - Portela: Ex-Escola Vasco da Gama, Av. da República, 2685-232 Portela LRS 21 944 6417 / 21 944 4135 / 93 449 1885 - secretaria.geral@jf-portela.pt / secretaria.atendimento@jf-portela.pt Em Moscavide: Rua António Maria Pais, n.º 6- 2.º Dto., 1885-001 Moscavide - 21 945 86 70
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Loures Notícias de
ARTE
Rui Aleixo, filho do concelho, brilha em Óbidos sa a Óbidos para o último longo período de permanência na vila. O tempo é partilhado entre as visitas às escolas – para o acompanhamento do projecto NÓS – e a montagem da exposição na galeria. Durante três semanas o artista faz da galeria o seu atelier, onde instala as obras previamente concluídas (pintura) e constrói grande parte do trabalho tridimensional site-specific (escultura e instalação). À entrada da galeria encontrase WALL #2 (desinstalação), um mural composto por postais. Esta imagem surge a partir da tela de Josefa de Óbidos, que encima o retábulo de Santa Catarina de Alexandria (1641) da Igreja de Santa Maria, em Óbidos. O visitante pode escolher as parcelas (postais) que deseja retirar da parede, actuando assim sobre a imagem inicial – a que encontra ao entrar na galeria – e participando na construção de uma nova imagem – a que deixa ao sair da galeria – que incluirá uma nova porção de parede nua (como contrapartida é sugerido um valor simbólico por cada postal escolhido).
Formação Rui Aleixo nasceu em 1976 e passou a infância e juventude entre a Portela e a zona Saloia, passando os fins-de-semana e as férias na casa dos avós paternos (Chamboeira, região de Bucelas). Concluiu o Plano de estudos completos em Pintura, o Curso avançado de Artes Plásticas e o Projecto Individual de Artes Plásticas no Ar.Co. Após ter concluído o curso de Canto no Conservatório Nacional, licenciou-se em Canto na Escola Superior de Música de Lisboa. Exposição em Óbidos WE é o nome da exposição de Rui Aleixo, patente na galeria novaOgiva em Óbidos de 22 de fevereiro a 18 de maio de 2014 (aberta todos os dias entre as 10h e as 18h; encerra às terçasfeiras e das 13h às 14h para almoço). Trata-se da primeira exposição individual do artista, que ocupa por inteiro o espaço da galeria com trabalho recente, construído de raiz para o projecto. WE é em simultâneo uma alusão ao Oeste (West) e ao tipo de alcance e reflexão pretendido para o projecto: uma exposição que aproxime o público do artista (e vice-versa) e do seu processo criativo. Como afirma Rui Aleixo “na Arte os processos não
dependem de uma única pessoa. Ela é constituída por uma teia intrincada de intervenientes e, o artista, por mais eremita ou autónomo que seja, não alimenta a sua obra exclusivamente com o que traz dentro de si. Ele precisa do mundo – ele vive no mundo. E, em última análise, a obra precisa do observador para se tornar num “objecto de arte”.” A preparação deste projecto começa com períodos de residência na vila de Óbidos. Em Outubro de 2013, uma primeira residência “preparatória” serve para fazer levantamentos do espaço expositivo e das necessidades materiais e humanas para a produção e montagem. É uma permanência num local que, até então, o artista só frequentara enquanto visitante. Corresponde igualmente à fase de pesquisa de documentação, informação e imagens que serão ponto de partida, tema ou conteúdo para alguns dos trabalhos apresentados. Durante os meses de Dezembro e Janeiro Rui Aleixo desenvolve o trabalho num atelier improvisado, um apartamento na Portela. É aqui que surgem as telas C.A.L. e o painel WE(st) é concebido de forma a que os módulos sejam autónomos e portáteis. Em Fevereiro Rui Aleixo regres-
A outra obra que ocupa o piso térreo da galeria é WE(st), um painel composto por 20 telas, agrupadas em 10 módulos/ unidades. O painel forma uma mancha cromática que ocupa a maior parede da galeria. A forte componente cromática das telas não resulta de um acaso ou de uma composição decorativa, mas de uma correspondência visual com o mapa, com as épocas da construção do centro histórico de Óbidos e com as transformações emblemáticas da estrutura da vila. Nos três pisos da galeria vêemse telas caiadas, esculturas e instalações criadas especificamente para o espaço: as peças entram em diálogo com a arquitectura modernista da galeria mas relacionam-se igualmente entre si. O piso intermédio funciona como um “patamar performativo” onde ocorrerá uma performance nos dias 10 e 17 de Maio às 16h. Trata-se de uma acção que integra o espaço da galeria e usa os objectos/materiais que habitam o espaço, como cenário e personagens da própria história. A moleira é o nome da performance onde o artista cruza as artes plásticas com a música, a sua outra área de formação. No mezanino do último piso o visitante é presenteado com um espaço onde se observam os materiais e matérias-primas utilizadas na
execução das obras, assim como os desenhos e cópias das páginas dos cadernos onde foram anotados os passos do trabalho. Artes plásticas Em 2013, Rui Aleixo apresenta o projecto de instalação e performance Transition (Nur als Schmetterling) na Kunsthause de Hamburgo, numa parceria com a artista Valeska Schulz; desenvolve o conceito de uma performance musical – interpretada por um quarteto de cordas – em diálogo directo e simultâneo com uma performance visual. Em 2012 participa no projecto colectivo de instalação Montra 0.47, com as artistas Andrea Brandão e Glória Oliveira, ocupando uma loja vazia de um centro comercial. No mesmo ano realiza Manifesto P, uma Acção de intervenção urbana na Praça de Espanha. Na Experimenta Design 2011 participa com o projecto tangencial de artes plásticas WALL #1 (desinstalação), trabalho onde explora a co-criação de um determinado resultado plástico operada entre o artista e o público. Em 2009 participa em três mostras colectivas: School Out-Out of School (Arthobler - Lx Factory), 12|09 (9arte) e Bolseiros e Finalistas do Ar.Co 08 (Palácio Galveias). Em 2008 participa nas colectivas Projecto E – Bolseiros e Finalistas do Ar.Co 07 (espaço Tranquilidade – Projectos Especiais) e Pôr a Par (espaço Avenida). No mesmo ano entra no exercício colectivo de escultura Nota de Encomenda (galeria da livraria Assírio & Alvim). É seleccionado para a mostra Jovens Criadores (Montijo) e participa em SIM NÃO, um projecto de instalação de Francisco Tropa (auditório de Serralves, Porto) em 2006. Tem obras presentes em várias colecções privadas e numa
pública (Fundação Portuguesa das Telecomunicações) e ilustrações editadas em Portugal e em Espanha (para mais informações, ver http://ruialeixoartistaplastico. blogspot.com/). Canto Em Música, Rui Aleixo trabalha como tenor. Em 2013 é Pilatos na Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Joannem de Arvo Pärt e canta as Leçons de Ténèbres pour le Mercredi Saint de François Couperin. Em 2012 apresenta-se no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian na Acção Imagética Ifigénia e Isaac do colectivo A kills B (João Ferro Martins e Hugo Canoilas). Em 2011 participa na estreia mundial da ópera Ainda não vi-te as mãos e em 2009 na de In Memoriam Bernardo Soares op 37 (Edward Ayres d’Abreu). Em Oratória interpreta Bach e Mozart e em Ópera é o Marinheiro em Dido & Eneias de Purcell (Teatro Nacional de São Carlos, 2009). Em 2007 participa n’A Barca de Veneza para Pádua de Adriano Banchieri (Teatro Taborda e Teatro da Comuna). É membro co-fundador do grupo vocal d’Homini+. Colabora regularmente com o Coro da Casa da Música e com o Coro Gulbenkian, faz parte do Coro de Câmara Lisboa Cantat. Em 2012 participa no espectáculo A Africana, da companhia de teatro Cão Solteiro e de Vasco Araújo e na ópera Páris e Helena de Gluck, com o Estúdio de Ópera da ESML, encenação de Clara Andermatt e cenografia de Rui Horta. Pedro Santos Pereira
Foto: Rui Dias Monteiro
Loures Notícias de
ARTE
Eduardo Gageiro
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Uma Vida Através das Imagens
A Terra que o viu nascer, homenageia um dos seus filhos mais ilustres com a exposição, “Eduardo Gageiro. Rapaz de Sacavém, Fotógrafo do Mundo” comentou sobre a sua carreira, a exposição, o que é necessário para tirar uma boa fotografia e sobre uma personalidade que gostava de ter fotografado. “Ainda sinto o cheiro do estojo de couro” A sua primeira foto publicada foi na primeira página do Diário de Notícias quando tinha apenas 12 anos. “Ainda sinto o cheiro do estojo de couro”, falou emocionado sobre quando o pai lhe ofereceu a sua primeira máquina. Iniciou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado e nunca mais parou de fotografar. Foi colaborador em várias e prestigiadas publicações nacionais e estrangeiras e foi fotógrafo oficial da Presidência da República. Expõe individual e coletivamente nos cinco contiEduardo Gageiro, uma das maiores referências do fotojornalismo português, chegou acompanhado da sua fiel companheira, uma máquina fotográfica e com a vivacidade de quem ama o que faz, guiou os visitantes numa viagem emocional pela sua obra e pela sua vida. A iniciativa “Eduardo Gageiro: memórias na objetiva” proporciona o contato directo com o artista e realizase no segundo sábado de cada mês no Museu da Cerâmica de Sacavém. O fotógrafo vive há mais de meio século através das imagens, que registaram grandes acontecimentos da sociedade portuguesa e do mundo. Fotografou desde cidadãos anónimos até figuras públicas, como o ex-presidente António Ramalho Eanes, Xanana Gusmão até ao Papa João Paulo II. O 25 de Abril de 1974 O fotógrafo chegou a ser interrogado pela PIDE, que o queria convencer a fotografar paisagens bonitas em vez das pessoas humildes que existiam em Portugal, imagem que o regime político da altura não queria que fosse transmitida além-fronteiras. Um dos maiores acontecimentos que marcaram a sua carreira e a História de Portugal foi a Revolução dos Cravos. Gageiro captou o instante decisivo, quando o Capitão Salgueiro Maia regressava das negociações na rua do Arsenal e ao perceber que a revolução tinha triunfado, mordeu o lábio para não chorar. Nesse dia, quando chegou estavam militares por todo o lado a
impedir a passagem. Eduardo Gageiro disse a um soldado: “Faz favor, leve-me ao comandante que eu sou amigo dele. Eu não sabia quem era o comandante, nem era amigo dele, mas o rapaz acreditou, coitado". Nesse dia fez centenas de fotografias, muitas foram publicadas no jornal diário “O Século”. “Posso morrer amanhã que morro feliz. Estava a dignificar o meu país, a minha terra.” “Esta exposição significa o culminar de uma carreira, que foi feita a pulso e com muita honestidade. Quando soube que iria ser concretizada, foi na altura que descobri que estava doente com um linfoma. Na inauguração estavam vários amigos como o casal Eanes, a actriz Eunice Muñoz, a deputada Ana Gomes e muitos outros. Num pequeno discurso disse – Posso morrer amanhã que morro feliz. Estava a dignificar o meu país, a minha terra. Nunca trabalhei a pensar nos louros. Desde o início da minha carreira sempre tentei dar o meu melhor e estar próximo dos mais humildes e os mais frágeis. Sempre que ganhava um prémio internacional ficava feliz, sentia que estava a prestigiar Portugal. É preciso gostar, amar muito aquilo que se fotografa, sentirmo-nos identificados. Enquanto fotografamos as pessoas temos que falar a linguagem delas, para que a sua essência transpareça na imagem. A personalidade que gostava de ter fotografado era o Nelson Mandela, foi um grande homem”,
nentes, desde 1967. Os seus trabalhos estão espalhados por todo o mundo. Venceu mais de 300 prémios internacionais. Entre os quais destacam-se em 1974, o 2º prémio no World Press Photo, na categoria Portraits e em 2005 o Prémio Especial do Júri, a Medalha de Ouro para a melhor fotografia e a Medalha de Ouro para a melhor fotografia a preto e branco da 11ª Exposição Internacional de Fotografia Artística da China, o maior concurso de fotografia do mundo, onde participaram mais de 3500 fotógrafos de 68 países e mais de 35.000 fotografias. Publicou 16 livros, com textos de alguns dos principais escritores portugueses, tais como: José Cardoso Pires, José Saramago, António Lobo Antunes, Lídia Jorge, Sophia de Mello Breyner Andresen e Miguel Torga.
A obra de Eduardo Gageiro transmite um realismo que nos desarma, a prioridade é dada à riqueza das emoções, ao captar do interior, da alma humana. É esta visão que tornou a sua obra única e ao longo de décadas contribuiu para a construção da memória visual do povo português. A mostra constituída por seis núcleos, inclui inúmeros depoimentos de amigos, familiares, colaboradores e figuras públicas, conta com o apoio institucional de diversos organismos públicos, como a Assembleia da República e a RTP. O público poderá visitá-la até ao final do ano no Museu da Cerâmica em Sacavém, num espaço que será baptizado com o nome do fotógrafo. Joyce Mendonça
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Loures Notícias de
DESPORTO
Formação do Sacavenense em grande O Sacavenense vai, no próximo ano, ter juniores, juvenis e iniciados na 1ª divisão nacional, um feito, digno de registo, de uma das melhores escolas de formação do País. Destaque ainda para a boa época GS Loures, que durante algum tempo ainda criou o sonho de subir à II Liga em seniores. GS Loures
SG Sacavenense
Depois de uma exemplar prestação na série G do Campeonato Nacional de Seniores, onde alcançou a 1ª posição, a equipa caiu no apuramento para a subida à II Liga. Sete derrotas em 11 jogos ditaram o afastamento de um sonho que, por momentos, pareceu possível. De realçar que o Oriental, que havia ficado em 2º na série G, é o actual líder e um dos principais candidatos à subida à II Liga. Nos juniores "A" as coisas estão a correr melhor, apesar da derrota caseira na última jornada com o Lourel. A equipa ocupa o lugar cimeiro com cinco pontos de vantagem sobre o 1º Dezembro na divisão de honra, isto quando faltam apenas quatro jornadas para terminar o campeonato. As perspectivas para uma subida de divisão são muito animadoras, podendo a este escalão na próxima época estar a disputar a 2ª divisão nacional. O mesmo não acontece nos juniores "B", onde a descida parece evidente.
A equipa de Sacavém ainda continua na luta para ascender ao Campeonato Nacional de Seniores. Neste momento está no 2º lugar a três pontos do At. Malveira, quando ainda faltam três jornadas para o terminus. A próxima jornada pode ser determinante, com a deslocação do líder ao terreno do 3º classificado, o Tires. Nos juniores "A" tudo corre às mil maravilhas, depois de assegurar o regresso à principal divisão deste escalão, a equipa irá disputar ainda o troféu de campeão da 2ª divisão nacional. O apuramento de campeão será disputado em duas mãos com o Gil Vicente, sendo o primeiro jogo em Sacavém, no dia 3 de maio e o segundo em Barcelos, no dia 10 de maio. Espera-se uma presença maciça de espectadores, que possam ajudar os juniores "A" a sagrarem-se campeões. Nos juniores "B" destaque para a permanência do clube no principal escalão nacional da modalidade. Inserida na fase de manutenção, a equipa deu uma exce-
lente resposta tendo, praticamente, assegurado o 1º lugar da sua série. Nos juniores "C" a situação é em tudo idêntica ao juniores "B", excepto que a diferença que tem para o 2º classificado é de apenas dois pontos a duas jornadas do fim. De qualquer forma a manutenção está assegurada. Nos juniores "D" mais uma excelente prestação deste clube. Neste momento, a quatro jornadas do fim, encontra-se a cinco pontos do 1º (Sporting) e a dois do 2º (Benfica), o que atesta bem a qualidade desta equipa. Parabéns ao Sacavenense que, nos escalões de formação, é indiscutivelmente a melhor equipa do concelho e uma das melhores do distrito de Lisboa. Para o ano juniores "A", "B" e "C" estarão todos no principal escalão nacional e os "D" só não estarão porque não há.
Atlético Clube do Tojal
Lisboa. Neste momento encontra-se na 4ª posição, a última que dá acesso à subida, com um ponto de avanço sobre o Ericeirense, isto quando faltam três jornadas.
CD Olivais e Moscavide
Pinheiro de Loures
O CDOM já garantiu a subida à I divisão da AFL. O clube está determinado a reconstruir-se, tentando aproximar-se de patamares que já foram seus. Esta promoção é um primeiro passo, de uma equipa que ainda disputa o título de campeão desta divisão. A uma jornada do fim, o CDOM tem um ponto de vantagem sobre o Catujalense, recebendo na derradeira jornada o Almargense, penúltimo classificado. Pode-se dizer que tem tudo nas mãos, neste caso nos pés, para se sagrarem campeões.
Catujalense A equipa de Santo Antão do Tojal está com boas possibilidades de ascender ao PróNacional, o campeonato principal da Associação de Futebol de
Esta é a equipa que ainda discute o 1º lugar com o CDOM. Uma excelente época desta equipa, que garantiu a subida, liderando durante várias jornadas a classicação e perdendo-a, apenas, a três jornadas do fim, quando foi desfeiteado no reduto do líder por 2-1.
A equipa de juniores "A" do Pinheiro de Loures ainda luta por um lugar que dê acesso à divisão de honra da AFL. Na 1ª jornada do grupo que define as classificações do 5º ao 8º lugar, a equipa empatou no terreno do Lisboa e Águias a dois golos, recebendo na próxima jornada o Juventude Vila Fria, actual líder com dois pontos à maior. Nos juniores "B" o clube luta pelos mesmo objectivos, estando a quatro jornadas do fim em 2º, o último lugar que dá a promoção. A vantagem não é larga, três pontos, mas gerível, mais ainda quando foi ganha na última jornada, o que é sempre moralizante. Pedro Santos Pereira
Loures Notícias de
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AM Portela perto do sonho AM Portela
Uma época para não esquecer. É a melhor equipa no concelho no escalão de seniores, liderando, neste momento, a série B da II divisão. O regresso ao principal escalão de futsal não é apenas uma miragem, a liderança a três jornadas do fim, com dois pontos de avanço, fazem deste histórico da modalidade, o principal favorito. Loures poderá a voltar a ter uma equipa na I divisão, este que é um dos concelhos com mais história no futsal, na altura ainda com Odivelas agregado, tendo sempre diversas equipas no principal escalão, sendo um dos pioneiros do futebol de 5, que anos mais tarde viria a dar origem ao actual futsal. Em juniores "A" a manutenção
está complicada, pois no final do campeonato a equipa ficou em 10º lugar, o que por norma seria suficiente para garantir a manutenção, mas com as alterações ao regulamento em janeiro, passando a descer cinco equipas, a situação complicou-se. Assim a equipa foi para o Torneio Extraordinário em posição desfavorável, numa posição de descida e a três pontos da manutenção. A boa reacção da equipa nesta fase tem demonstrado que a despromoção é evitável, em cinco jornadas venceu quatro jogos, estando na luta com Oficinas de S. José, Sassoeiros e Belenenses na fuga à última vaga de descida. Uma luta difícil, uma vez que as quatro equipas estão apenas separadas por três pontos. Em juniores "B" mais uma época extraordinária dos portelenses, alcançando um brilhante 3º lugar na principal divisão de Lisboa, ficando somente atrás de
Sporting e Benfica. AMSAC
Enquanto os seniores têm a II divisão praticamente assegurada, os juniores "A" estão a ter um excelente desempenho na I divisão da distrital de Lisboa. O actual 2º lugar permite à equipa sonhar com a promoção ao principal escalão de Lisboa, a Divisão de Honra. A quatro jornadas do fim o acesso não está fácil, dispõe de um ponto de avanço sobre 3º e o 4º classificados e três sobre o 5º. Mas chegar a esta fase nesta posição só pode ser motivo de orgulho, sendo este um bom motivo de superação para a equipa. A AMSAC, juntamente com a AM Portela, são dois históricos no
concelho, equipas respeitadas a nível nacional, mais pelo seu passado do que pelo presente, mas que têm esse estatuto, o de equipas com história. Em juniores "C" o clube esteve uma excelente prestação, ocupando neste momento o 5º lugar, atrás de Sporting, Benfica, Belenenses e o surpreendente Bairro da Boavista. S. Julião do Tojal
Em juniores "C" a equipa de S. Julião do Tojal desceu da Divisão de Honra para a I divisão. Com apenas um ponto em 22 jornadas, ficou claro as dificuldades passadas por esta equipa este ano. Nada como erguer a cabeça, sabendo que na formação o grau de competitividade tem mais
a ver com as gerações, do que com o clube em si. Colégio Monte Maior
Destaque para a equipa de juniores "E" do Colégio Monte Maior, que discute neste momento o torneio que define os cinco primeiros classificados de Lisboa. Benfica, Núcleo de Sintra, Milharado e Futsal Oeiras, obviamente com o Colégio Monte Maior, são as equipas que lutam pelo título de campeão. Neste momento a equipa de Montemor ocupa a terceira posição, a seis pontos de Benfica e Núcleo de Sintra.
Pedro Santos Pereira
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Loures Notícias de
DESPORTO
Jornadas Técnicas de Futebol em Moscavide A FM Sports Global, liderada pelo treinador Filipe Moreira, organizou dois eventos dedicados aos amantes do futebol. Decorreram com o apoio da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, que cedeu o Centro Cultural de Moscavide, do Record, jornal oficial do evento e da Antena 1, a rádio oficial do certame. O dia 31 de março foi exclusivamente dedicado à parte táctica e à homenagem a Manuel Pedro Gomes. Na plateia estiveram presentes alguns ilustres do futebol português, casos do jogador internacional Jorge Andrade e do treinador Carlos Dinis. O primeiro orador foi o Prof. Jorge Castelo, que definiu o "modelo de jogo" minuciosamente, alertando que próprio deve ser aplicado em função dos jogadores que compõem o plantel. Acrescentou ainda que o "modelo de jogo" é uma construção teórica, que define e reproduz todo um sistema de relações e inter-relações em conjunto. Jogar como se treina e treinar como se joga é outro dos pontos essenciais do ex-adjunto de Eriksson ou Sá Pinto. Seguiuse João de Deus, treinador do Gil Vicente, que defendeu o 4-4-2 losango. Na parte ofensiva deu
especial destaque à finalização, enquanto na parte defensiva destacou a transição, na qual devem estar 4+2 jogadores para dar equilíbrio. Sublinhou que, independentemente do "modelo de jogo", existem factores extrafutebol, como as condições meteorológicas ou lesões e indisponibilidades, que poderão forçar uma alteração de estratégia. Após a intervenção do treinador do Gil Vicente seguiu-se o ex-treinador do Belenenses, Marco Paulo. O "modelo de jogo" defendido foi o 4-4-2 clássico, com três linhas bem definidas, a da defesa, a
do meio-campo e a do ataque, sendo para isso sacrificado o "nº 10". É um modelo que privilegia o jogo mais directo, com a bola a chegar aos avançados através dos alas. Os avançados deverão contrastar entre si, sendo um mais móvel e outro mais posicional. Esta forma de jogar deve ser reajustada ou adaptada em função da equipa adversária. Por último um dos treinadores com mais jogos de Primeira Liga, Carlos Brito. Ao contrário dos seus dois colegas anteriores, defende o 4-3-3. Um modelo mais equilibrado, na sua opinião,
Corrida das Coletividades Durante o mês de abril decorreram mais duas provas que compõem o 30º Troféu “Corrida das Coletividades”, do concelho de Loures. A primeira realizou-se no dia 13 de abril em Moscavide, a “19ª Milha Urbana de Moscavide”, enquanto a segunda teve lugar no dia 25 de abril em Loures, a “15ª Milha Urbana de Fonte das Almoínhas”. A prova de Moscavide foi organizada pelo Grupo de Atletismo Super Estrelas de Moscavide e contou com o apoio da Câmara Municipal de Loures, da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela e Polícia de Segurança
Pública. A prova iniciou-se às 9h e 30m e contou com a participação da maioria dos clubes do Concelho, tendo em conta que este evento faz parte, como já foi referido, do 30º Troféu "Corrida das Coletividades do Concelho de Loures", mais alguns provenientes de localidades fora do Município. Uma corrida para todas as idades e para todos os géneros, pois continha 23 escalões de avaliação, desde os Benjamins aos Veteranos com mais de 65 anos, divididos entre masculinos e femininos. O percurso foi de 800m para Benjamins e Infantis e de 1609m para os restantes escalões. O trajecto começava e terminava na Avenida de Moscavide,
depois de percorrerem as ruas Salvador Allende e 25 de Abril. No final foram distribuídos os prémios, que contemplavam os três primeiros classificados de cada escalão e taças para as 10 melhores equipas da classificação geral. Uma situação similar à ocorrida no dia 25 de abril, só que desta feita contando com a organização da Associação Cultural e Recreativa da Mealhada, que tiveram o apoio da Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Bombeiros Voluntários e PSP de Loures. Duas corridas que, além da competição inerente, serviram para dar maior dinamismo e cor a estas localidades do concelho.
em que não se deve castrar os jogadores que fazem a diferença no último terço do terreno. A equipa deve ser montada em função dos jogadores, mas sem que isso obrigue a alterar o sistema táctico. Para o ex-treinador do Rio Ave, mais importante que o "modelo de jogo" é a mensagem que se transmite aos jogadores. No final do primeiro dia deuse a aguardada homenagem a Manuel Pedro Gomes, que recebeu o "Prémio Carreira". Por fim no dia 4 de abril, numa conferência aberta ao público graciosamente, podemos ouvir
António Fidalgo, José Couceiro, Norton de Matos e Manuel Pedro Gomes falarem sobre as diversas valências do treinador. Numa sessão denominada "Polivalência do Treinador", estas quatros figuras do panorama futebolístico nacional trouxeram algumas experiências vividas, eles que foram jogadores, treinadores e dirigentes técnicos. Duas tardes de puro convívio e aprendizagem futebolística, aquelas que se viveram nos dias 31 de março e 4 de abril. Filipe Godinho
Apresentação da Escola de Ciclismo do GDLousa No sábado, 22/03/2014 foi efetuada a apresentação ao público da Escola de Ciclismo do GDLousa, cuja equipa se encontra composta por 15 atletas, 8 deles jovens residentes da Freguesia.
Loures NotĂcias de
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105.000 €
LOURES
Apartamento T2 Semi-Novo no Centro de Loures. Cozinha Equipada, Arrecadação, Quartos com Roupeiros Embutidos. Excelentes áreas e acabamentos. Classe Energética B
\ 092140101
110.000 €
SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS
Apartamento T3 Semi-Remodelado. Excelente localização em zona central. Varanda Fechada, Zona de arrumos c/ 6m2 no imóvel. Perto de transportes, comércio e serviços. Classe Energética C.
\ 092130171
60.000 €
SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS
Apartamento 3 assoalhadas em muito bom estado. Roupeiros, Sala com varanda e arrecadação. Excelente localização perto de transportes, comércio e serviços. Classe Energética B.
\ 092140032
78.000 €