Loures Notícias de
ANO 1 | Nr.10 MENSAL | FEVEREIRO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€
Centro de Saúde a estrear Moscavide e Portela já têm disponível o novo Centro de Saúde. De momento apenas a Unidade de Cuidado de Saúde Personalizados se mudou, mas a breve trecho a Unidade de Saúde Familiar Tejo e o CATUS também se mudarão.
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Comunidade Hindu Integração plena Loures é um dos concelhos onde a comunidade Hindu decidiu viver. Com cerca de 2000 membros, sente-se plenamente integrada.
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António Pombinho em entrevista O vereador António Pombinho revela algumas das iniciativas que irão dinamizar a Economia do Concelho.
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O Bairro i o Mundo na Final O Bairro i o Mundo é um dos cinco finalistas do "Diversity Advantage Challenge", um concurso europeu que tem como objectivo premiar as melhores práticas no âmbito da diversidade cultural
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CAMÂRA MUNICIPAL DE LOURES
DÍVIDA DO MUNICIPIO BAIXA
Desde que tomou conta da Câmara Municipal de Loures, o actual executivo anunciou que já diminuiu a dívida em mais de 18 milhões de euros, uma Pág. 3 queda de 28,4%.
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Loures Notícias de
EDITORIAL
Crónicas saloias
Bons exemplos Pedro Santos Pereira Director
Ficha Técnica
Depois do massacre ocorrido na sede do Charlie Hebdo no início do ano, em 7 de Janeiro, muitos foram os comentários exercidos. Mais ou menos descabidos, mais ou menos racionais, mais ou menos emocionais, conforme o prisma de cada um, a verdade é que os temas abordados, mais sistematicamente, foram a condenação do acto em si, a liberdade de expressão e a integração de estrangeiros em países de cultura e religião diferentes. Muito se falou e escreveu e alguns extremismos chegaram a ser atingidos, tanto dos pró como dos anti-integracionismo, porque nestes momentos todos ralham e, normalmente, poucos têm razão.
Mais do que palavras são necessárias acções e não foi por acaso que o NL optou por, neste número, ter dado destaque a uma das comunidades de maior expressão no concelho de Loures, a comunidade hindu. Numa conversa com Kantilal Davda, um dos líderes da comunidade no Concelho, ficámos a perceber a forma, como estas pessoas oriundas da Índia e Moçambique, se integraram em Portugal. Paciência, tolerância, respeito pelo povo e costumes do País que os acolheu foram alguns dos ingredientes para que este cozinhado funcionasse. No entanto, fizeram tudo isto sem nunca perderem as suas raízes, a sua cultura, a sua religião, a sua língua, os seus desportos,
a sua indumentária, ou seja, não renegaram nada do que traziam consigo, mas mostraram-se dispostos a conhecer aquilo que iam encontrar. Foram pacientes e tolerantes com a desconfiança inicial dos portugueses e com paciência foram demonstrando aquilo que todos sabem, mas que nem sempre se lembram, que são apenas pessoas. Não são os costumes, a religião, a cor, a língua ou roupa que distingue os bons dos maus, mas a essência e educação de cada um. E aproximar pessoas é algo que todos devemos fazer, porque esta será sempre a melhor forma de prevenir radicalismos. Outro dos exemplos, este de migração, é o dos minhotos
Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Ana Rodrigues, André Julião, Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Anabela Pereira, Florbela Estêvão, Florinda Loureiro, João Alexandre, José Reis Santos, Lucília Bahleixo, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro, Sónia Carvalho, Teotónio Gonçalves Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director) Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14
no Concelho. Neste NL temos um artigo em que Teotónio Gonçalves descreve com simplicidade e realismo a chegada das pessoas do Minho a Lisboa e a Loures e a sua integração. Também eles foram olhados com desconfiança no início, mas a sua paciência e tolerância voltaram a ser determinantes para rebater esse tipo de sentimentos, numa zona, em muitas coisas, bem diferente daquilo a que estavam habituados. Também eles não renegaram as suas raízes, a sua cultura, a sua pronúncia, os seus costumes. Como é óbvio, também é necessário que os anfitriões tenham predisposição e educação para saber receber. Felizmente vivo num Concelho e
num País onde, apesar da dúvida inicial, isso acontece. Por fim, volto a destacar as pinturas da Quinta do Mocho que, por si só, já aproximou mais pessoas daquele bairro, outrora desprezado, que qualquer outra medida antes tomada. É impressionante como a arte pode aproximar pessoas e fazê-las sair do seu espaço de conforto. São acções como esta, atitudes como a de hindus e minhotos e mente aberta de quem recebe, que promovem a interacção de pessoas e povos e fazem do Mundo um local mais seguro para se viver. Há que passar das palavras aos actos.
Contactos
Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia.pt
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Câmara de Loures anuncia diminuição de dívida Numa nota à imprensa, a Câmara Municipal de Loures anunciou a redução da dívida em 18,4 milhões de euros, em relação à existente aquando da tomada de posse da actual administração. Variação da dívida entre 31-12-2013 e 31-12-2014
32.356.830,71 €
58.518.753,52 €
27.371.879,36 €
26.161.922,81 €
46.315.526,48 € 18.943.647,12 €
Dívida a fornecedores
Depesas bancárias
2013
Dívida total
2014
2013
2014
Variação da dívida entre 31-10-2013 e 31-12-2014
64.713.960,64 €
39.223.549,63 €
46.315.526,48 €
27.371.879,36 €
25.490.411,01 € 18.943.647,12 €
Dívida a fornecedores
Depesas bancárias
2013
Dívida total
2014
AF_AA3_ZeroJuros_NotLoures_25.3x17cm.pdf
2013
2/2/15
6:43:25 PM
2014
De 64, 7 milhões de euros para 46,3 é o resultado da diminuição de dívida anunciada pelo executivo do Município, uma quebra 28,4% em relação a 31 de Outubro de 2013 e de 20,9 % em comparação com 31 de Dezembro do mesmo ano. Segundo a nota de imprensa "a diminuição das dívidas a fornecedores, empreiteiros, bancos e outras entidades foi possível com o combate ao desperdício, a agregação de necessidades no perímetro autárquico, nas compras públicas a efectuar e a redefinição dos critérios de adjudicação em concursos públicos, que resultaram em poupanças significativas para o município. Por exemplo, com o novo concurso para o fornecimento das refeições escolares foi possível uma redução de cerca de 1,7 milhão de euros/ano, sem prejuízo dos critérios de qualidade”. É ainda ressalvado no mesmo documento que as condições financeiras
não eram as melhores "a diminuição da dívida assume ainda um maior significado, tendo em conta que a receita municipal sofreu um decréscimo de 5 milhões de euros (4,7%) no ano de 2014, comparativamente a 2013, situando-se no final de Dezembro em 101 milhões de euros. O município de Loures foi também penalizado pela diminuição de receitas impostas pelo governo às autarquias. A dívida a fornecedores diminuiu, neste mesmo período, 6,5 milhões de euros, passando de 25,5 milhões de euros em Outubro de 2013, para 18,5 milhões de euros em final de 2014”. Perante tais números podemos equacionar vários cenários, ou se desperdiçava muito no tempo da anterior administração, ou este executivo está a cortar em demasia, ou ambos? Pedro Santos Pereira
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Portela e Moscavide com novo centro de saúde Rui Pinheiro Sociólogo
Fora do Carreiro Agora, o rumo – parte I Julgo ser pacífico que nos nossos dias os Municípios portugueses, precisam escolher um rumo estratégico para as suas políticas, tendo em vista estarem em condições de corresponder às necessidades dos seus municípes. Impulsionar economicamente a sua esfera territorial, com a tão necessária geração de emprego, investir na cultura, na educação, no ambiente ou em quaisquer outros domínios, requer meios, que escasseiam, e hoje, mais do que nunca, estando como estamos, numa camisa de forças austeritária, sob o alto patrocínio de um incontável governo subserviente. Se uns conseguem definir o seu caminho com “naturalidade”, porque ou têm praias, ou têm floresta, ou têm quaisquer outros factores estruturais distintivos que “naturalmente” podem potenciar, muitos há que precisam reflectir, interpretar o contexto, definir com clareza objectivos de médio e longo prazo e estabelecer um rumo para lá chegar. Queiram ou não, estão em concorrência com os demais, pelo desenvolvimento económico, pelo emprego, pelo investimento (não necessáriamente externo, mas também), por fundos europeus, pela capacidade de proporcionarem acrescidas condições de vida e bem-estar às suas populações. Os Municípios ineptos, incompetentes ou retardados a iniciar a marcha, ficam inevitavelmente a perder. O Município de Loures, apesar da sua localização geográfica, junto à capital do país, teve de dedicar décadas a recuperar do atraso estrutural em que o fascismo o deixou. Teve de se adaptar rapidamente nas décadas de 80 e 90 a um crescimento impulsivo e irreflectido da Área Metropolitana de Lisboa de que foram pedra de toque a Ponte Vasco da Gama, a EXPO-98 e todo o conjunto de vias que tiveram um substancial impacto no território e ainda o PER, que condicionaram fortemente as direcções do investimento municipal. Espantosamente, o novo século, acabou por determinar, uma nova fase, mas de paralisia e anomia, ausência de ideias e ambições colectivas (que as pessoais e particulares não faltaram), de projecto ou de rumo. O período 2001-2013, por todas as suas circunstâncias, que deveria ter sido o período de lançamento das bases de um designío municipal, para a sustentabilidade e progresso da nossa comunidade, foi um tempo de desorientação e desgoverno. É por isso que, agora, não se pode continuar a atrasar o indispensável. É certo que é incontornável recuperar a credibilidade da Câmara Municipal, é verdade que é preciso pagar as dívidas que o anterior executivo deixou, é evidente que é urgente pôr a máquina municipal a funcionar para os munícipes e não para si própria, é claro que se está obrigado a ponderar muito cautelosamente todos os investimentos, obras e iniciativas, mas parece-nos que estabelecer rumo e objectivos será a melhor forma de assegurar que as iniciativas, obras e investimentos, mas também a reconfiguração da estrutura municipal e a credibilidade municipal, se conjuguem já num sentido certo e seguro. Isso há-de facilitar a missão e aligeirar a tarefa. Correr em todas as direcções, sob o pesado manto da incerteza, afigura-se-nos pior, mais trabalhosa e menos rendosa opção… Voltaremos ao tema, na parte II.
Desde o dia 26 de Janeiro que os utentes da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Moscavide começaram a ser atendidos nas novas instalações localizadas na Rua Adão Manuel Ramos Barata. Estas novas instalações foram cedidas pelo Município de Loures à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) para que as populações de Moscavide e da Portela disponham de infra-estruturas adequadas para a prestação dos serviços de saúde. Este novo edifício faz parte de um acordo celebrado entre a anterior administração do Município e o construtor da urbanização. A Unidade de Saúde Familiar Tejo, que serve a
população de Moscavide e da Portela e o CATUS, que serve cerca de 140 mil utentes da zona oriental do concelho de Loures, irão efectuar também a mudança para as novas instalações logo que estiverem reunidas as condições técnicas, o que deverá ocorrer ainda durante o mês de Fevereiro, segundo informação do Agrupamento de Centros de Saúde de Loures e Odivelas. Logo que foi informada desta abertura, a Câmara Municipal de Loures encetou de imediato contactos com a Rodoviária de Lisboa para que se procedam às alterações de percursos que sirvam esta nova unidade de saúde, o que deverá acontecer nos próximos dias.
Bernardino Soares visita centros de saúde O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, iniciou no dia 2 de Fevereiro, em Santa Iria de Azóia, um périplo por quatro centros de saúde do concelho com o objectivo de conhecer a opinião dos utentes e profissionais de cada um destes equipamentos. Os centros de saúde de Santo Antão do Tojal (6
de Fevereiro), Sacavém (9 de Fevereiro) e São João da Talha (13 de Fevereiro) completam o programa de visitas que ocorrem após o envio de uma carta ao ministro da Saúde, na qual a autarquia volta a denunciar as situações que necessitam de uma resolução urgente, quer a nível de infra-estruturas, quer a nível dos recursos
humanos. Nessa missiva, Bernardino Soares relembra que cerca de 27 mil utentes do concelho continuam sem médico de família e que há longos anos que o Ministério da Saúde não faz qualquer investimento no território – tendo mesmo encerrado, em 2013, a Extensão de Saúde da Bobadela. Na carta enviada a Paulo
Macedo, o presidente da Câmara Municipal de Loures solicita a marcação de uma reunião, com carácter de urgência, na qual deverão ser analisadas estas e outras preocupações de grande premência para a população do concelho.
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Municípios articulados contra privatização da EGF Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Lisboa, Loures, Lourinhã, Odivelas, Torres Vedras e Vila Franca de Xira prepararam assembleia geral da Valorsul em Loures, numa acção conjunta, cujo objectivo principal é a exclusão da EGF como sócia da Valorsul.
No passado dia 2 de Fevereiro, em Loures, os municípios de Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Lisboa, Loures, Lourinhã, Odivelas, Torres Vedras e Vila Franca de Xira reuniram-se no sentido de articularem uma estratégia comum quanto à assembleia geral que solicitaram e que está marcada para o dia 5 de fevereiro, pelas 10h, na sede da Valorsul, em São João da Talha. Os municípios sublinham a importância desta Assembleia Geral de accionistas para prosseguir a defesa da Valorsul como empresa maioritariamente pública. Nessa assembleia geral será discutida a propositura de
uma acção judicial com a finalidade de excluir a EGF como sócia da Valorsul com fundamento em actuação desleal e não conforme os interesses da sociedade. Os municípios accionistas denunciam também as tentativas de condicionamento dos órgãos da sociedade, que se verificaram nas últimas semanas e que se consumaram com o pedido de assembleia geral, solicitada pela EGF, para recompor alguns dos órgãos sociais da Valorsul. Estas pressões só demonstram que esta acção é um importante passo para que a Valorsul se mantenha em mãos maioritariamente públicas o que sempre foi o objectivo assumido pelos municí-
pios envolvidos. Fica também demonstrado que este processo está ainda longe de estar finalizado pois, além dos diversos processos que ainda se encontram por decidir na justiça e da possibilidade de a Valorsul intentar esta acção judicial, é necessário ainda que a autoridade da concorrência se pronuncie sobre a privatização, o que ainda não ocorreu. Os municípios mantêm assim o compromisso de continuar a utilizar todos os meios políticos, jurídicos e institucionais para impedir a privatização de uma empresa lucrativa, ambientalmente segura, tecnologicamente avançada e com um elevado padrão social plasmado no acordo de empresa em vigor.
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Igreja Matriz de Bucelas: O Património Artístico
Pedro Cabeça Advogado
Não temos…?? Medo? O ano de 2015 iniciou-se com milhares de pessoas na rua a gritarem: “- Não temos medo”, com milhares de pessoas a dirigirem se às urnas e a votarem: - Não Temos Medo. Mas será que se começa a perder o medo ou simplesmente precisamos de sobreviver? Face à apregoada inevitabilidade de fundamentalismos, que podem tirar a vida dos nossos filhos, sem que nada possamos fazer, restanos sair para a Rua, enfrentar o Terror e dizer: “- Queremos Viver” (Não temos Medo). Face ao cansaço e indignação contra um mercado errático, contra representantes tecnocratas de errado Excel, contra a cegueira de uma economia de sentido único, sabendo que não podemos garantir a sobrevivência dos nossos filhos, resta-nos, contra as ameaças de mercadores fundamentalistas, votar e dizer: - Não temos Medo!!! Em Janeiro assistimos ao despertar da coragem. Não porque não exista realmente medo, em bom rigor o que se vai perdendo é a esperança, o que se vai ganhando é a certeza de uma certa impotência de garantir a sobrevivência das nossas “crias”, mais do que não termos medo, o que cada vez mais temos é raiva. Quando a França gritou: não temos medo ou a Grécia votou: não temos medo, cumpriu-se a regra de que um homem que só possa optar entre a espada e a parede, para que tenha uma hipótese mínima de sobreviver, escolherá sempre investir contra a espada, ganhando uma força inigualável para sobreviver e proteger a sua família. Mas nestas situações limites, também é demasiado fácil seguir o canto das sereias e em vez de lutarmos contra a espada, podemos estar apenas a optar por seguir o canto que nos faz encalhar num baixio de “ismos” ditatoriais. A Europa parece despertar, mas o resultado desse vigor é sempre uma incerteza e a verdade é que será bem melhor que todos retirem ilações e passem a agir construindo um caminho, que não seja o da espada ou o da parede. Por isso meus caros cinzentos homens da velha Europa (do velho País, do velho Concelho) apesar do aparente imobilismo e conformismo deste velho Continente (deste velho País, deste velho Concelho) devem pensar e reflectir porque, contudo eles movem-se, como diria Galileu.
Vai-se a Bucelas pelo bom vinho dessa região demarcada, eventualmente pelo ar do campo e pelo pitoresco de uma vila rodeada de vinhas, mesmo às portas de Lisboa. Mas muitos desconhecem que aí existe um monumento religioso com motivos de grande interesse artístico. Não tem de ser assim. Na construção transpatrimonial da identidade de Bucelas, a Igreja de Nossa Senhora da Purificação ocupa lugar de destaque e institui-se como referente histórico de primeira importância para a localidade. Porque foi construída e enriquecida por vontade
e à dimensão da comunidade que viveu ao seu redor ao longo dos séculos. Porque congrega a vivência religiosa de quantos, hoje, vivem na zona e reconhecem-se na sua silhueta. Porque uma visita ao seu interior motivará um conjunto de renovadas descobertas e o conhecimento de um património artístico mais valioso e surpreendente do que se poderia suspeitar. Algo adormecido e, por vezes, ignorado, o património da Igreja Matriz de Bucelas tem vindo a ser estudado de forma parcelar, sobretudo em teses de doutoramento e artigos em revistas da especialidade, mas falta uma
visão de conjunto que evidencie o estatuto cimeiro que este templo representa para a História da Arte da região. É precisamente essa visão totalizante
da história e impacto desta construção o que esta Jornada de História da Arte pretende alcançar.
Programa Auditório da Junta de Freguesia de Bucelas, 21 de Fevereiro de 2015 9h30 Abertura Pe. Tiago Neto (Pároco de Bucelas) Carla Varela Fernandes (Coordenadora) D. Manuel Clemente (Patriarca de Lisboa) Jorge Barreto Xavier (Secretário de Estado da Cultura) 10h00 Manuel Villaverde (Câmara Municipal de Loures/ Instituto de História da Arte - FSCH-UNL /FCT) A Igreja de Bucelas e o seu contexto local 10h30 Carla Varela Fernandes (CEAACP-Universidade Coimbra/ FCT) Património deslocado1: o retábulo gótico da igreja do Espírito Santo 11h00 Joaquim Oliveira Caetano (Museu Nacional de Arte Antiga - DGPC) Património deslocado2: duas pinturas quinhentistas 11h30 Pausa para café 12h00 Miguel Soromenho (Museu Nacional de Arte Antiga - DGPC) A igreja matriz de Bucelas e as igrejas colunárias quinhentistas da Grande 12h30 Debate 13h00 Almoço livre 14h30 Sílvia Ferreira (Instituto de História da Arte FSCH-UNL /FCT) As Campanhas de Obra de Talha da Igreja Matriz de Bucelas: novos dados para a sua história 15h00 Susana Varela Flor (Instituto de História da Arte - FSCH-UNL / FCT) As telas da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Purificação: autoria, programa artístico e estética Barroca em Bucelas 15h30 Joaquim Inácio Caetano (Mural da História / ARTIS-Instituto de História da Arte-FLUL) As pinturas murais da igreja de Nossa Senhora da Purificação de Bucelas 16h00 Debate e notas finais 16h30 Arinto de honra 17h00 Visita à igreja matriz de Bucelas
ADAL promove o positivo e negativo no Ambiente em Loures Desde 2005 a ADAL procede à apreciação e eleição dos factos positivos e negativos do ano, no município de Loures, nos domínios do ambiente e do património. Com esta iniciativa pretendese evidenciar os aspetos mais relevantes que marcam o ano, procurando apoiar e estimular as melhores práticas e censurar aquelas que se apresentem em
contradição com o interesse e bem-estar colectivos. Os factos ou aspectos são registados ao longo do ano por indicação de cidadãos que residem ou trabalham no município. Durante o mês de Fevereiro, é feito um apelo mais dirigido para essa participação, uma vez que a apreciação e decisão têm lugar na Assembleia Geral ordinária da ADAL, que
se realiza em Março. Na próxima Assembleia Geral, vão ser escolhidos os positivos e negativos do ano 2014, sendo os respectivos certificados entregues às entidades “vencedoras” em 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente. Em relação aos aspectos negativos, a ADAL acompanha as diligências que as entidades desenvolvem para a eliminação ou correção dos
problemas evidenciados. As sugestões devem ser enviadas até ao próximo dia 28 de Fevereiro em mensagem com o título Positivo / Negativo 2014 para adaloures@gmail.com. Os positivos e negativos de anos anteriores podem ser consultados em http://www.adaloures.pt/projectos/positivo-enegativo/
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Bruno Bengala Cartoonista
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COMUNIDADES
Netos de Diu, filhos de Loures Filipe Esménio
Chegaram a Portugal com os ventos de Abril e fixaram-se em Loures, bem às portas da capital. Hoje, com mais de 2.000 membros, a comunidade Hindu do concelho está plenamente integrada. Mas faz questão de manter a herança cultural e religiosa que herdou dos pais.
Comunição
Mel de Cicuta Cultura e educação: a receita. A cultura forma sábios, a educação forma homens. Há Homens sem cultura e Sábios sem educação. Todos queremos saber a receita certa para fazer dos nossos filhos produtos de excelência, mas haverá receita? Ser novo não é crime. Não ser sábio não deve ser um problema que nos angustie demais. Se formos educados já somos um bom produto. No facebook do Notícias de Loures vi um cartaz, partilhado de uma Associação, que achei delicioso. «Esta Escola transmite conhecimentos, as crianças devem vir educadas de casa» Pais continuam a bater em crianças sob a égide da educação. Outros, por oposto, nem repreendem as crianças procurando numa determinada ausência de autoridade criar os espaços para a criança crescer. Do oito ao oitenta: produtos amarfanhados, produtos de paizinhos sem sal. Os pais hoje, são mais informados. Têm a obrigação de ser melhores cozinheiros. E isso é bom. Mas têm de estar focados. Focados com a cabeça, focados com o coração. As crianças devem conhecer e dar valor às “coisas”. É bom saber o “sabor” de um desafio que lhes traz um prémio e, também, a mais pura desilusão por falhar. Será que queremos ter filhos obedientes ou cooperantes? É que a obediência implica submetê-los a uma hierarquia de poder, enquanto a cooperação pede conexão, tempo, entendimento, respeito, negociação, valorização... Acredito nas regras, desde que adequadas, flexíveis e congruentes. Muitos pais procuram ser coerentes na educação que dão aos filhos, quando, poderiam ser, acima de tudo, congruentes. A coerência implica ter a mesma resposta perante aquela dada situação mesmo que às vezes até apeteça fazer diferente, enquanto a congruência leva a pessoa a agir alinhada com os seus valores e que estes determinam a resposta, sem serem postos em causa. Mas para mim o essencial é a conexão, os silêncios, os tempos. Cozer em lume brando. Ou seja, estabelecer uma verdadeira relação afectiva que o vincule ao seu filho e que ele se sinta vinculado a si, resolve metade das situações de conflito. Nem tudo tem de ser dito, por vezes basta um olhar. É fundamental respeitar os tempos de todos, pois nem sempre o nosso timing é o da criança, e por vezes uns segundos fazem a diferença na cozedura. Tempo. Tempo de qualidade. Nessa medida é fundamental saber ser disciplinador mas não esquecer o tal tempo de qualidade, de festa de folia, de alegria com a criança. Tenha a criança 9 meses ou 90 anos. Conexão, congruência, silêncio, tempo, regras, amor. Alguns dos ingredientes para uma receita de sucesso. O resto pode ser um pouco de tudo mas, q.b. A educação é essencialmente dos pais, o ser sábio vai depender essencialmente deles. Mas serão sempre os nossos filhos. E serão sempre o nosso melhor cozinhado.
São mais de 500 famílias e chegaram ao concelho no já longínquo ano de 1979, a maioria proveniente de Moçambique. A comunidade Hindu no município é uma das maiores e mais antigas do país e está hoje plenamente enraizada na cultura portuguesa. Kantilal Davda é um dos líderes da comunidade hindu existente em Loures e chegou a Portugal para viver em Santo António dos Cavaleiros em 1981. Como tantos compatriotas, estima-se que sejam hoje mais de 2.000, veio para Portugal aproveitar os ventos de mudança do 25 de Abril, após a independência de Moçambique. «Quando chegámos a Portugal, em 1979, os únicos locais que ficavam próximos de Lisboa e onde as casas eram baratas e com juros bonificados eram na Portela e em Santo António dos Cavaleiros, por isso optámos por nos fixar nessas zonas», disse ao NL, Kantilal Davda, um dos líderes da comunidade hindu do concelho de Loures. Tudo começou com pouco mais de meia dúzia de famílias, o resto veio atrás. «As casas estavam perto de acessos importantes a Lisboa e outras localidades», acrescenta Kantilal. Dos anos 1980 aos dias de hoje, muita coisa mudou. Nos últimos tempos, devido à crise, a comunidade terá perdido cerca de 10 por cento dos seus membros, «sobretudo os mais jovens, que tiveram de emigrar, sobretudo para o Reino Unido», conta o decano. «Quem teve possibilidades voltou para Moçambique e os mais idosos tiveram de regressar a Diu, a sua terra de origem», acrescenta. A maior parte das famílias indianas que residem na zona são originárias de Diu, o que contribuiu para um projecto de geminação que teve início há várias décadas. «Na altura da presidência de Demétrio Alves, foi-nos perguntado qual o estado mais indicado para firmar um protocolo e nós
indicámos Diu, por ser um antigo estado português», revela Kantilal Davda. «Foi então firmado um protocolo de geminação entre a Câmara Municipal de Loures e a Câmara de Diu, protocolo que teve lugar no dia de inauguração da Expo’98, no Pavilhão de Portugal, numa cerimónia que juntou governantes como António Costa e José Lello», acrescenta. O projecto está actualmente um pouco parado, mas a ideia da comunidade hindu de Loures é reactivá-lo o quanto antes, uma iniciativa que conta com a disponibilidade do actual presidente da câmara. «O objectivo é haver uma troca de programas culturais e, mais tarde, uma troca de âmbito comercial, embora Diu não tenha grandes indústrias», explica. Um projecto que teria início com a implantação de uma biblioteca portuguesa em
Diu, iniciativa que motivou a deslocação de uma comitiva lourense àquele território, liderada pelo então edil, Adão Barata. Mas a falta de resposta das autoridades locais inviabilizou o projecto até à data, algo que deverá estar prestes a mudar. «Os novos representantes da cidade de Diu, que são mais jovens, têm vontade de reactivar esta parceria e estão dispostos a ceder um espaço para o projecto», conta Kantilal. «Acho que a presença portuguesa lá é obrigatória e faz bastante bem, até porque Diu é um antigo estado português», confessa. Da associação de moradores ao Templo de Shiva As actividades religiosas e culturais da comunidade hindu no concelho de Loures começaram nas instalações da Associação de
Moradores de Santo António dos Cavaleiros. Mas, face à evidente falta de espaço, a Junta de Freguesia local e a Câmara Municipal de Loures decidiram concessionar um terreno para a realização das cerimónias. «Estávamos em meados dos anos 1990 e optámos por um terreno que dava para construir um local de culto e também para eventos culturais e desportivos», desvenda o agora responsável pela direcção da Associação Templo de Shiva, entidade criada em 1987 para gerir o templo. A única contrapartida era a construção de um espaço para estacionamento para que a vizinhança não fosse incomodada e assim fossem evitados eventuais conflitos. O terreno actual, com cerca de 16 mil metros quadrados, permite estacionar em torno do templo entre 500 e 600 automóveis.
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Na Portela, existe também um núcleo do Templo de Shiva a funcionar, perto das bandas da Gebalis, à entrada dos Ralis. Cem famílias pertencentes a Loures foram instaladas nessas casas e a Câmara de Lisboa cedeu uma loja para se instalar um pequeno templo, mediante o pagamento de uma renda simbólica. Apesar da sua pequena dimensão – o templo tem apenas 110 metros quadrados -, o espaço serve na perfeição para realizar cerimónias e apoiar aquela população. O próximo passo será, no entanto, a construção de um templo novo, no mesmo terreno onde está agora o de Santo António dos Cavaleiros, e que respeite as normas da arquitectura hindu. Um projecto que deverá dar os primeiros passos muito em breve, quando chegarem os arquitectos responsáveis, que virão propositadamente da Índia para o efeito. O novo templo será mesmo um dos maiores da Europa. Para manter vivas as tradições, o Templo de Shiva de Santo António dos Cavaleiros conta com a presença de um padre – um «shastriji» – que é responsável pelas cerimónias religiosas. Às mulheres mais velhas, cabe a
nobre tarefa de ensinar o «gujarati», o idioma oficial do estado de Gujarat, onde fica Diu. As voluntárias ensinam as crianças, todos os sábados, para manter viva a língua de origem da região de onde é originária a maior parte da comunidade indiana em Portugal. «Dispomos ainda de alguns livros, alguns deles sagrados, outros que ensinam a língua e outros ainda que permitem transmitir a cultura Hindu, para mantermos a ligação às nossas raízes», conta orgulhosamente Kantilal. No entanto, para que a integração das crianças seja mais fácil, a comunidade optou por seguir simultaneamente as tradições europeias, como o Carnaval ou o Natal. Além do «Diwali», o Natal hindu, que decorre entre Outubro e Novembro, consoante o calendário lunar, a comunidade celebra também o Natal cristão, onde conta inclusive com um «Pai Natal» que distribui presentes pelos mais novos. «A ideia é que eles sintam que devem seguir a cultura portuguesa, sem esquecer a sua cultura de origem e não se sintam à parte dos outros», refere Kantilal. «Para mim, todas as culturas têm um grande valor, sejam europeias, africanas ou indianas e em todas
temos muito a ensinar e a aprender, por isso, é importante mantê-las todas vivas», acrescenta. Para evitar que a geração mais jovem sofra como a anterior, que sentiu na pele a agrura das migrações - primeiro para Moçambique, depois de volta à Índia, mais tarde regressando àquele país africano e, por fim, a Portugal -, a comunidade hindu de Loures apostou forte na integração. «A nossa vida foi um pouco conturbada, mas tentámos integrar-nos bem e acho que a nossa comunidade o conseguiu fazer com sucesso», sustenta Kantilal Davda. «Grande parte dos nossos jovens já estão formados, muitos deles são gestores ou médicos e assumem hoje cargos de responsabilidade em grandes empresas ou entidades públicas», conta. Os anos da crise e a nova emigração As gerações mais antigas da comunidade hindu de Loures têm lojas das mais diversas naturezas e dedicam-se ao comércio. «Tenho uma empresa que funciona no Prior Velho e muitos outros têm lojas em Lisboa, regressando aqui a Loures apenas para pernoitar», afirma
Kantilal. «Na comunidade, existem muitas empresas familiares que ocupam todos os membros da família», diz. A comunidade hindu de Loures caracteriza-se por ser relativamente jovem, com uma média de idades entre os 35 e os 40 anos. Já muito poucos se mantêm actualmente na área comercial, pois os mais novos terminam as suas licenciaturas e mestrados e seguem as suas profissões de formação. «Já eu, fui obrigado a permanecer no comércio e os meus filhos também, devido à morte prematura dos tios, os meus irmãos, que sofriam de uma doença genética», revela o responsável. «Mas, ainda bem que os meus filhos entraram na empresa, porque eles têm formação superior e outra forma de ver as coisas, além de dominarem a tecnologia muito melhor do que os mais velhos», refere. No entanto, a crise económica que tem assolado o país afectou também a comunidade hindu do concelho. Os que ainda se dedicam ao comércio foram bastante afectados, assim como os que trabalhavam na área da construção, que tiveram de emigrar para outros países. «Muitos tiveram de reorganizar os seus orçamentos familiares e mandar
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os filhos trabalhar para fora do país para ajudar nas despesas», revela Kantilal. «Os nossos próprios orçamentos domésticos foram bastante reduzidos, mas, mesmo assim, no meio de todo o mal, conseguimos manter-nos», conta. Quanto ao povo português, Kantilal é perentório e só reserva elogios: «Tenho de tirar o chapéu ao povo português. Já falei com muitos indianos que vivem no estrangeiro e que me dizem que temos muita sorte, porque o povo português nos recebeu de braços abertos. Quando nos visitam, dizem que os portugueses são muito diferentes dos outros povos.» O líder da comunidade diz ainda que «o povo português é extremamente solidário», embora um pouco desconfiado no início. «Quando abrimos as nossas lojas, alguns manifestaram-se desagradados porque estavam habituados a ganhar muito dinheiro, mas depois viram que aumentámos o volume de negócio para todos, até para eles», revela. «Até os próprios comerciantes, instalados há 30 ou 40 anos, beneficiaram com o nosso negócio e hoje, somos todos grandes amigos», conta. André Julião
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Minhotos têm dois amores: o Minho e Loures Ricardo Andrade
Comissário de Bordo
Exemplo Os primeiros meses são, muitas vezes, uma altura importante nas nossas vidas para que possamos, de forma consciente, dar sinais inequívocos do que pretendemos que seja a nossa linha de actuação durante os restantes meses do ano. O habitual período de “fecho do ano”, em que fazemos retrospectivas e análises do que passou dá lugar a decisões do que queremos que seja o nosso futuro, mais ou menos imediato e de tudo quanto pensamos ser essencial para melhorar a nossa linha de conduta. Foi com essa ideia no pensamento que o PSD Loures e a sua renovada equipa decidiram realizar a sua cerimónia de Tomada de Posse dos Órgãos Concelhios durante o mês de Janeiro. Foi, imbuídos desse espírito, que mais de uma dezena de mulheres e homens social-democratas de Loures escolheram o início do ano para demonstrar a todos que pretendem continuar a trabalhar, para tentar continuar a fazer de Loures um melhor lugar para viver. Mas realizar um acto solene de tomada de posse fechado aos amigos, marcando o mesmo apenas com palavras, seria apenas fazer o que já muitos fizeram no passado. Organizar um qualquer tipo de actividade restrita para “os do costume” da elite partidária seria apenas repetir uma fórmula vazia de utilidade pública. Por isso e, pela primeira vez em muitos anos no nosso Concelho, o PSD tomou a iniciativa de convidar as forças políticas com representação no município e o movimento associativo de Loures, para que todos pudessem saber ao que vem o PSD em Loures. Para que todos ouvissem em primeira mão os projectos de uma das mais representativas forças partidárias do Concelho. Para que todos sentissem que as palavras de mudança de mentalidade apregoadas pelo PSD Loures não eram vazias de conteúdo, mas sim plenas de exemplo. Mas esta nova forma de estar só faz sentido com a participação de todos quantos queiram um futuro melhor para Loures. Mas esta forma mais participativa de ver a política só traz frutos se um, cada vez maior, número de lourenses decidir “responder à chamada” dizendo: “Presente”! E esta “lufada de ar fresco” só será um verdadeiro “vento de mudança” se todo e cada um de nós estiver disposto a construir, em conjunto, um concelho de Loures mais justo e solidário.
A chegada dos minhotos a saloia em virtude da origem mourisca das suas populações Loures originais ao tempo da recon As gentes minhotas que vivem quista cristã, o Concelho de no concelho de Loures têm Loures viu a sua população dois amores – o Minho, sua alterar-se ao longo dos tempos terra natal e dos seus ances- em virtude da industrialização trais e, em relação à qual dedi- e dos fluxos migratórios que se cam todo o seu afecto, quais foram registando na sua área extremosos filhos que nunca geográfica, fenómeno a que esquecem as suas raízes. Mas, também não é alheio a sua para além da sua dedicação relativa proximidade a Lisboa filial à terra que os viu nascer, e a melhoria dos transportes e trazem ainda no coração aque- vias de comunicação. la que no seu seio os acolheu Com efeito, os movimentos como se aí tivessem nascido – migratórios que se verificaram no país, principalmente a partir o concelho de Loures! Se ao Minho devotam todo do começo do séc. XX, jamais o seu amor filial, por Loures poderiam deixar de ter os seus nutrem um profundo sentimen- reflexos no crescimento urbato de gratidão pela forma hos- nístico e na distribuição demopitaleira como os acolheu. Foi gráfica do Concelho de Loures. aqui que, à falta de melhores O próprio facto histórico da procondições na sua terra natal, clamação antecipada do regiestabeleceram o seu lar, cons- me republicano na cidade de truíram a sua vida profissional Loures, para além das razões e o seu sucesso e é ainda no de ordem estratégica que esticoncelho de Loures que dão veram na sua origem, reflecte largas à sua maneira de ser, já as alterações sociais que se alegre e festeira, transmitindo a vinham operando com a foroutras gentes as grandezas da mação de uma burguesia e um sua terra de origem. E, se os operariado local, a par de uma minhotos jamais esquecem as ainda imensa população rural. suas origens, não é menos ver- Mas, foi sobretudo a partir dos dade que os que vivem no con- anos 60 do séc. XX que o celho de Loures se tornaram Concelho de Loures registou uma grande explosão, social lourenses de alma e coração! Quando, na sequência da traduzida no crescimento reforma administrativa imple- populacional e urbanístico, a mentada por Mouzinho da par da instalação de numeSilveira foi extinto o concelho rosas empresas industriais. de Santa Maria dos Olivais, A par de uma extensa área da extensa planície de férteis rural que se estende mais solos agrícolas, outrora apenas para norte, abrangendo as frehabitada por humildes agricul- guesias de Lousa, Fanhões, tores, emergiu em 1886 o pro- Bucelas, Santo Antão e São Julião do Tojal, surgiu outra gressivo Concelho de Loures. Integrado na chamada região onde as indústrias se fixaram,
situada mais na zonal oriental, nas freguesias de Sacavém, Bobadela, S. João da Talha, Sta. Iria de Azóia, Moscavide, Camarate, Portela, Prior Velho, Apelação e Unhos. Por sua vez, foi nas freguesias de Loures, Frielas e Sto. António dos Cavaleiros que se registou um maior crescimento urbanístico, para além das povoações de Odivelas, Olival Basto e Póvoa de Sto. Adrião, que entretanto deixaram de pertencer ao município de Loures, com a criação do município de Odivelas. O início da expansão urbanística destas localidades está relacionado, não apenas, com a deslocação de populações das zonas rurais do interior do país para a cidade de Lisboa, mas também com o crescente predomínio do comércio e serviços na capital, fenómeno que implica uma deslocação de pessoas para a periferia à procura de habitação a custos menos elevados. Por conseguinte, até meados da década de 70 do séc. XX, os novos habitantes do concelho de Loures eram predominantemente famílias jovens oriundas de várias regiões do país, mormente do Minho, de Trás-os-Montes e das Beiras, as quais aqui se fixaram para iniciar uma vida nova. Foi sobretudo durante este período que se verificou a expansão da “cidade nova” de Santo António de Cavaleiros. Os minhotos vieram para a região de Lisboa sobretudo a partir dos começos do séc. XX. Eram eles os taberneiros e carvoeiros que emparceiravam
com os seus vizinhos galegos – da Galiza d’Além Minho. Do concelho de Caminha vieram os pedreiros e estucadores, de Arcos de Valdevez os padeiros do Soajo e ainda os ervanários de Melgaço, os taberneiros de Vila Nova de Cerveira e os hoteleiros de Monção e Terras de Bouro. Entretanto, a partir de meados da década de 70, em consequência do processo de descolonização dos antigos territórios ultramarinos, esta região passou a receber um elevado número de cidadãos oriundos dos países africanos de expressão portuguesa, incluindo de origem goesa, a que se juntaram mais recentemente os imigrantes brasileiros e das mais diversas proveniências. O concelho de Loures possui actualmente cerca de 200 mil habitantes, distribuídos por uma área de perto de 170 Km2. Esta realidade transformou a área urbana do concelho de Loures num espaço multicultural que convive pacificamente com a região saloia que caracteriza a sua área rural. Trata-se de um autêntico mosaico de culturas que, longe de apagar a identidade de um Concelho que procura preservar as suas tradições mais genuínas, apenas vem enriquecer o seu panorama cultural e social, da mesma forma que, ao longo dos séculos, o encontro de culturas sempre se traduziu na grandeza da civilização portuguesa. Teotónio Gonçalves
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Grupo Folclórico Danças e Cantares Verde Minho Pela parte que lhes diz respeito, os minhotos que vivem no concelho de Loures constituem uma comunidade plenamente integrada e participante na sociedade local. Muitos dos seus membros dedicamse ao comércio e à hotelaria, possuindo alguns dos restaurantes mais afamados da região. São gente laboriosa e ordeira, dinâmica e empreendedora. São inconfundíveis na sua alegre maneira de ser a tal ponto que, aos primeiros acordes de uma concertina, de imediato se aprontam a dançar o vira ou a cantar ao desafio. Não admira, pois, que também aqui tenham criado o seu próprio agrupamento folclórico – o Grupo Folclórico Danças e Cantares Verde Minho. Ao escolheram a designação “Verde Minho” para identifica-
rem as suas origens, foi com toda a propriedade que o fizeram. Afinal de contas, o Minho é a região mais profusamente verdejante de Portugal. E, são eles próprios que citam o escritor transmontano Miguel Torga quando este disse “… no Minho tudo é verde, o caldo é verde, o vinho é verde…”. Com efeito, não podiam, pois, os minhotos que vivem no Concelho deixar de tomar para si a identificação cromática que caracteriza a sua terra de origem e que, curiosamente, aqui vêm encontrar, ainda que de uma forma menos exuberante. O "Grupo Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares Verde Minho" foi constituído em 9 de Setembro de 1994 por um grupo de minhotos radicados no Concelho de Loures que chamaram a si a
missão de preservar, salvaguardar e divulgar as suas próprias raízes culturais. Através da sua actuação, visa ainda a promoção cultural, sobretudo junto dos mais jovens e a sua identificação com as tradições culturais da região de origem dos seus pais, a valorização dos seus conhecimentos musicais e da etnografia portuguesa. As danças e cantares que exibem são alegres como as mais exuberantes romarias do Minho. Trajam de linho e serrobeco e vestem trajes de trabalho e domingueiros, de mordoma e de lavradeira, de noivos, de ir ao monte e à feira. Calçam tamancos e ostentam o barrete e o chapéu braguês. As moças, belas e graciosas nos seus trajes garridos, mostram os bordados que constituem obras primoro-
sas das suas delicadas mãos, denunciando o seu tanto artístico. Exibem com garbo os seus colares de contas e as reluzentes arrecadas de filigrana que constituem obra -prima da ourivesaria minhota, de ancestral tradição. Cantam ao som da concertina e da viola braguesa, do bombo e do reque-reque, dos ferrinhos e do cavaquinho, dançam a chula e o vira, a rusga e a cana-verde, com a graciosidade e a desenvoltura que caracteriza as gentes do Minho. O seu reportório foi recolhido em meados do século passado, junto das pessoas mais antigas cujo conhecimento lhes foi transmitido ao longo de gerações, nas aldeias mais remotas das serranias da Peneda e das Argas, nas margens do Minho e do Lima, desde Melgaço
a Ponte da Barca, do Soajo a Viana do Castelo. Levam consigo a merenda e os instrumentos de trabalho que servem na lavoura como a foicinha e o malho, os cestos de vime e os varapaus, as cabaças e os cabazes do farnel. O Minho foi a nossa primeira pátria – o berço da nossa nacionalidade. Qual hino a louvar o Criador, terra luminosa e verde que a todos nos seduz pelo seu natural e infinito encanto, salpicado de capelinhas aonde o seu povo acorre em sincera devoção, o Minho é representado em Loures por cerca de meia centena de jovens, uns mais do que outros, que presenteiam a quem lhes assiste com o que de mais genuíno têm para oferecer – o seu Folclore!
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Loures volta a ser «celeiro» da capital Impulso à economia e ao tecido empresarial no concelho passa por projectos intermunicipais e financiamento comunitário, revelou o vereador António Pombinho ao NL. Sector agroalimentar será grande aposta da autarquia
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O tecido empresarial em Loures sofreu as consequências da situação nos últimos anos, a exemplo das outras, porque não há ilhas em economia, muito menos ao nível dos concelhos. Parcerias com universidades, associações intermunicipais, uma AICEP-IAPMEI municipal e uma forte valorização da componente agroalimentar do concelho são alguns dos planos do vereador António Pombinho para os próximos meses. Em entrevista ao NL, o responsável pela pasta do Desenvolvimento Económico, Turismo e Promoção do Emprego da autarquia desvendou alguns dos projectos que irão alicerçar a política económica para Loures em 2015. Que iniciativas tiveram lugar ao longo do último ano para apoiar a economia e as empresas no concelho? Procurámos dar resposta às necessidades das empresas que têm objectivos e actividades que, de alguma forma, se prendem com o município, nomeadamente através do acompanhamento do processo de revisão do Plano Director Municipal (PDM), para que a solução final se aproxime o mais possível das necessidades, que cada uma das empresas terá para que o seu processo seja concluído, isto é, seja possível o licenciamento das instalações onde isso ainda não acontece. Temos também procurado dar resposta às necessidades das empresas que procuram novos mercados, procurando acompanhar e incentivá-las no relacionamento com outros mercados, permitindo o acesso a novas realidades e que haja contacto com entidades responsáveis, quer ao nível da embaixada, quer ao nível dos consulados.
Demos também a maior importância à necessidade de promover uma relação mais simples e directa entre as empresas e as universidades, no sentido de que haja um clima mais favorável à inovação empresarial, ao nível do produto, da gestão e outras. Temos já um projecto com o Instituto Superior Técnico (IST), com o Madan Parque/ Universidade Nova de Lisboa e com o MARL, numa iniciativa que tem também a participação do município de Odivelas e que visa, por um lado, permitir, a muito curto prazo, a criação do primeiro centro de incubação de empresas em Loures, nas instalações do MARL e também um conjunto de actividades em diferentes sectores, como o agroalimentar e a logística, para que possa haver condições para novos projectos, novos produtos e para que as empresas possam ser mais inovadoras. E o que tem sido feito na área da promoção do emprego e do empreendedorismo? Também estamos preocupados em dar resposta à área do emprego. Apoiando as empresas que pretendam fazer investimento, em princípio, apoiamos também a criação de emprego, mas, além disso, através de um serviço específico que temos para essa área, estamos a apoiar novos projectos de criação de empresas. Uma aposta muito forte da Câmara Municipal é a criação da Agência de Investimento, que já tem o desenho feito, o de uma AICEP+IAPMEI local. Estamos a tentar encontrar umas instalações dignas, num local central, para que ela possa começar a trabalhar no terreno e a ter uma visibilidade e uma capacidade de resposta que vão de encontro às necessidades das empresas. Por outro lado, já em Fevereiro, terá início um conjunto de visitas com o presidente da Câmara Municipal de Loures a empresas de diferentes dimensões e sectores de actividade. Visitaremos também empresas na área agrícola e rural para dar visibilidade a esse sector, que é muito impor-
tante para o nosso concelho. Na grande discussão sobre o futuro de Loures, a economia vai ser um dos grandes temas, porque sem criarmos riqueza, valor e emprego, não poderemos ter um território desenvolvido. Já há uma data prevista para o arranque da AICEP-IAPMEI municipal no concelho de Loures? Estamos a trabalhar no sentido de que, durante o primeiro semestre, possamos ter concluído o processo e tê-la instalada. Esta entidade vai pretender ser o interlocutor único e privilegiado de qualquer agente económico no município de Loures. Qualquer questão que uma empresa tenha para tratar pode fazê-lo nesse novo organismo. Como está o tecido empresarial em Loures? O tecido empresarial em Loures sofreu as consequências da situa-
ção nos últimos anos, a exemplo das outras, porque não há ilhas em economia, muito menos ao nível dos concelhos. Temos empresas com muito boas condições que atravessaram estes últimos anos bem e estão em condições de se desenvolver e avançar para novos projectos e outras que sofreram gravíssimos problemas, como as da área da construção. Pensamos que temos clusters, na área agroalimentar, da logística, da saúde, do ambiente e das indústrias criativas, que têm muito boas condições para se desenvolverem em rede. Temos uma particular aposta em criar condições para o desenvolvimento deste tipo de clusters, porque agindo enquanto rede de empresas criam mais oportunidades para surgirem novas empresas dentro de cada rede por um lado e, por outro, porque cada uma delas tem melhores condições para se desenvolver,
porque trabalha num ambiente mais favorável. O que pretendemos fazer relativamente à inovação em Loures é potenciar aquilo que cada uma das universidades melhor sabe fazer, fazendo com que dê resposta aos problemas específicos que algum tipo de empresas tem. Vou dar-lhe um exemplo: o IST tem instalações na Bobadela, onde tem o reactor nuclear. Pelo facto de lá estar o reactor, permite que haja um conjunto de actividades na área da radiação que é muito importante para a saúde, nomeadamente o trabalho que a entidade mantém com a Hovione. Aquilo que pode fazer relativamente à indústria agroalimentar na criação de produtos de valor acrescentado, já de quarta gama, para dar resposta às necessidades dos consumidores, permite que uma parceria com o IST e com um conjunto de empresas do nosso concelho seja extremamente importante para todas.
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ENTREVISTA
Se a Hovione não precisa que a câmara faça trabalho porque o fez directamente, já as nossas PME precisam. Este papel de facilitador é fundamental, por isso tentamos fazê-lo o melhor possível, criando credibilidade junto das empresas e junto das universidades, no sentido de que a necessidade de trabalhar em conjunto possa ser uma realidade. Estão em curso ou pensadas iniciativas locais de apoio à criação de incubadoras de empresas?
Sim, por um lado, vamos nós próprios promover algumas, nomeadamente aquelas que tenham directamente a ver com universidades que sejam nossas parceiras e, por outro, se houver iniciativas privadas ou associativas na área das incubadoras de empresas, certamente que daremos apoio, pois é importante haver espaços para que empresas nascentes, que não tenham condições de pagar rendas ao preço de mercado, possam ter um local para incubar. Estão previstos incentivos às
empresas do concelho ao nível da derrama, do licenciamento e outros de ordem fiscal, nomeadamente para as que criem postos de trabalho? Sim, estamos a trabalhar numa política fiscal municipal para as empresas que seja inteligente e incentivadora daquilo que consideramos vir a apoiar em particular, nomeadamente investimento e criação de emprego. O que está a ser pensado para dinamizar o desenvolvimento rural? Temos um sector primário e uma
Avança candidatura para projecto na frente ribeirinha António Pombinho revelou ao NL o projecto para a requalificação da zona ribeirinha do concelho. Dependendo de financiamento externo, o projecto incluirá a participação de alguns municípios limítrofes. Qual o objectivo deste projecto? A ideia é que na frente ribeirinha possa haver zonas de espaço público, com possibilidade de actividades de lazer e alguns equipamentos que valorizem essa área. Estamos a trabalhar com o Instituto Superior Técnico da Bobadela, no sentido de apresentar um projecto candidatável a financiamento, que visa uma ligação do Campus da Bobadela à frente ribeirinha. Estamos já a trabalhar com as empresas ali instaladas no sentido de permitir que os seus pontões possam ser utilizados em termos de espaço público. Quantas reuniões já existiram para esse projecto? Tem havido contatos com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e houve um contacto recente com a Câmara Municipal de Lisboa. Estamos a trabalhar diariamente com as várias entidades, em reuniões sucessivas e pensamos que temos todas as condições para que as coisas corram bem. Neste momento, são valorizadas as candidaturas que englobem mais do que um município.
Há ali muitos terrenos privados, isso não será um grande obstáculo ao projecto? São quase todos privados, por isso é que estamos a falar com todas as empresas e está a ser um obstáculo bem menor do que à primeira vista poderia parecer. A ideia é que haja várias zonas de atravessamento naquela área directamente onde está o rio. O objectivo é criar canais em direcção ao rio? Todas as freguesias ribeirinhas de Loures terão esse tipo de ligação? Sim, e depois ter passadiços, zonas de acesso. A ideia é que haja o máximo possível de ligações directas com o rio e que todas estejam incorporadas. A Estrada Nacional 10 será um entrave nalgum ponto? É uma via com muito tráfego, mas existem formas de a contornar, nomeadamente passando por cima da estrada. É importante referir que, no âmbito deste projecto, estamos a falar de um percurso que vai desde a ponte sobre o Rio Trancão até à Póvoa de Santa Iria. Quando deverá estar concluída a candidatura? O Programa Operacional de Lisboa ainda não está regulamentado. O nosso objectivo era ter o projecto desenhado ainda no primeiro semestre.
área de desenvolvimento rural muito importante. Continuamos a ser os principais alimentadores de produtos hortícolas de Lisboa e continuamos a ter no nosso território o MARL, do qual somos accionistas. Pretendemos criar condições para o desenvolvimento da produção hortícola nas melhores condições de escoamento. Pensamos que parte do projecto do Parque da Várzea possa contribuir para aumentar a produção de produtos hortícolas e que a distribuição, quer através do MARL, quer através de mecanismos de distribuição de proximidade, também seja desenvolvida. Pensamos criar uma relação próxima e directa entre os nossos produtores e os consumidores colectivos, como os restaurantes, os refeitórios e as IPSS. Estamos a trabalhar num projecto que vai arrancar a curto prazo nesta área. Por outro lado, temos as questões de desenvolvimento rural. Pela primeira vez na região de Lisboa, vai ser possível ter acesso aos fundos de apoio ao desenvolvimento rural. Constituímos uma associação – a A2S – que engloba 23 parceiros dos municípios de Mafra, de Sintra e de Loures e apresentaremos, até 14 de Fevereiro, uma candidatura para a qualificação, que esperamos que seja vencedora, para vermos canalizado para este território um valor razoável para apoiar pequenos investimentos na área do desenvolvimento rural. A incidência será de Loures para norte, ou seja, Loures, Lousa, Bucelas, Tojais e Fanhões e temos uma grande expectativa porque serão projectos cuja decisão será feita a nível local. Há um grande empenho dos três municípios e dos parceiros privados e temos a maior expectativa de fazer um bom trabalho e que permita ter novos projectos de pequena dimensão, que sejam diferenciadores nos nossos territórios rurais. O objectivo é aumentar a
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oferta em termos de produtos, de respostas sociais e na área do turismo rural. No caso de Loures, já há projectos pensados? Há vários projectos pensados. Estamos ainda na fase da elaboração da estratégia, mas quer os parceiros, quer outros agentes que trabalham nestes territórios, têm já projectos pensados e com pessoas a trabalhar no sentido de os concretizar. Em que moldes funcionará a A2S? Haverá eleições muito brevemente para os órgãos sociais da associação, que terão uma direcção com sete elementos, que será equilibrada relativamente aos três municípios e depois funcionará de forma colegial, havendo reuniões mensais, onde discutiremos todas as questões da actividade da associação e também analisaremos os projectos que forem apresentados. Cada território municipal terá o mesmo peso e a liderança será efectuada de forma rotativa. Em que é que esta associação melhorará a vida das populações de Loures, Sintra e Mafra? Nas áreas económica, nomeadamente ao nível dos pequenos projectos dentro das explorações agrícolas, pequenas iniciativas, sobretudo a criação de pequenas e micro-empresas em vários sectores de actividade ligados à área rural, na área do turismo rural, na área social, na área do património e na área da valorização dos produtos. Quem vai decidir sobre estes projectos é uma associação cuja direcção conhece profundamente o território, conhece os promotores e por isso estará em condições de decidir melhor quais os que devem ser apoiados.
André Julião
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CULTURA
Carnaval de Loures com novidades Como já havia sido noticiado no NL 9, o Carnaval de Loures terá como tema este ano o "Cinema". Este ano o Carnaval de Loures traz algumas novidades como animação nocturna com dj's, também a seguir aos desfiles carnavalescos, de domingo e 3ª feira a partir das 19 horas, inclusivé no Pavilhão Paz e Amizade. Os já habituais bailes de 2ª e sábado terão duração prolongada até às 4 da manhã, também com dj's! Porque o Carnaval de Loures é só uma vez por ano. A não perder!
Ary dos Santos dará nome à biblioteca de Sacavém A Câmara Municipal de Loures aprovou, em reunião do executivo, atribuir o nome de Ary dos Santos à nova Biblioteca Municipal de Sacavém, que vai ser construída no antigo quartel dos bombeiros desta cidade. Ao dar o nome de Ary dos Santos à nova biblioteca municipal, equipamento de relevância cultural, que desta forma assumirá também a responsabilidade de preservar e divulgar a sua vasta obra poética, a Câmara Municipal de Loures pretende homenagear o poeta e declamador português que permanece na memória de todos nós devido à atualidade dos seus poemas, que continuam a ser interpretados por vozes maiores da música portuguesa, mas também pelas pessoas comuns. A Biblioteca Municipal Ary dos Santos será um polo de dinamização cultural na zona oriental do concelho de Loures. A sua construção vai arrancar no primeiro trimestre deste ano e deverá estar concluída no princípio de 2016.
Concerto Solidário em Loures O Concerto de Ano, promovido pelo Conservatório d’Artes de Loures, teve lugar no Pavilhão Paz e Amizade, no domingo, dia 25 de Janeiro, pelas 17h30. O objectivo foi angariar fundos e ajudar o Conservatório que, neste momento, vive momentos difíceis a nível financeiro. A entrada no espectáculo custou três euros, tendo sido gratuita para crianças até aos cinco anos de idade. O Conservatório d’Artes de Loures nasceu a 21 de Outubro de 2008, no Catujal e é hoje conhecido como uma escola de ensino especializado artístico, básico e secundário, tutelada pelo Ministério da Educação e Ciência. Possui cerca de 4400 alunos e ministra diversos cursos no âmbito das artes performativas, nomeadamente de dança, música, teatro e teatro musical. Esta instituição desenvolve vários projectos e programas inovadores na área da educação artística e cultural, destacando-se, entre eles, “ABC da Música”, “Musicando”, “Bebéthoven”, “Músicos de Palmo e Meio” e “Música pela Vida”. Por ano, são realizadas mais de 700 actuações, das quais se destacam o concerto na Aula Magna, em 2011; no Coliseu dos Recreios, em 2012, e no Centro Cultural de Belém e na Casa da Música, em 2013. Em 2014, o Conservatório foi convidado a actuar uma vez mais no CCB, na Casa da Música e também no Meo Arena.
Concertos de Ano Novo Nos dias 18 (Igreja de Moscavide) e dia 25 (Igreja Matriz de Loures) realizaram-se dois concertos de Ano Novo, que tiveram a participação de vários lourenses. Dois momentos para escutar boas vozes e boa música com as participações do Grupo Coral da Portela, do Coro de Pequenos Cantores da Portela e da Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima em Moscavide e o Grupo Coral da Portela, novamente, o Coro de Santo Inácio e o Cramol em Loures.
Loures anuncia "corrupção" como palavra do ano O anúncio da palavra eleita realizou-se no dia 5 de Janeiro na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures, pela 5ª vez consecutiva. Entre as 10 palavras colocadas a votação no site Infopédia.pt durante o mês de Dezembro, “corrupção” foi a vencedora. Com 25% dos votos de 22 mil portugueses, tornou-se a palavra do ano de 2014. O segundo lugar foi para “xurdir” e o terceiro para “selfie” (ambas com 22%). “Os vários casos de suspeita de corrupção que foram sendo conhecidos ao longo do ano passado e a consequente atenção dada pelos media, que alimentou debates e conversas, terão influenciado a escolha feita pelos portugueses”, justifica a editora na nota de divulgação dos resultados.
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CULTURA
Paisagens & Patrimónios Casa Medieval da Torre de Cima Florbela Estêvão
Arqueóloga e museóloga
Junto à povoação de Bucelas, situada na encosta setentrional da serra dos Picotinhos, numa paisagem marcadamente rural, existe um importante e raríssimo exemplar da arquitetura civil medieval que julgo ser merecedor de destaque, a Casa Medieval da Torre de Cima. Este imóvel histórico, embora de pequena dimensão, está localizado entre as povoações do Freixial e de Bucelas, afastado assim das principais redes viárias, isolamento que talvez explique o fato de ser pouco conhecido. Apresentando atualmente alguma ruina, não deixa de ser um imóvel de grande valor patrimonial pela sua raridade, uma vez que não abundam, em território nacional, exemplares como este da arquitetura civil medieval. Tal valor foi reafirmado pela sua classificação como Imóvel de Interesse Público em 2002, e deveria ser objeto de um estudo mais aprofundado, incluindo um plano de recuperação e de valorização, numa articulação entre interesses públicos e privados. A redescoberta deste exemplar de arquitetura civil medieval, possivelmente datado do século XIV, inseriu-se num projeto-piloto desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do Departamento Sócio Cultural do município de Loures, projeto que nos inícios da década de noventa do século XX procurou recolher e caraterizar o património cultural e natural da freguesia de Bucelas. Ora, precisamente um dos indícios relevantes que podem contribuir para a identificação de novos locais de interesse patrimonial é a recolha dos topónimos, em especial a toponímia menor, nomes que muitas vezes nos remetem para tempos passados de ocupação humana e que alertam os investigadores para o potencial de certos sítios. Foi o caso da Casa Medieval da Torre de Cima. O topónimo “torre” sucessivamente associado a pequenos casais agrícolas ao longo da encosta da serra dos Picotinhos - Torre de Baixo, Torre do Meio e Torre de Cima - chamou a atenção dos investigadores pela sua frequência. Numa saída de campo verificou-se na altura que o casal da Torre do Meio estava abandonado, mantendo ainda o conjunto habitacional em relativo bom estado de conservação, com as casas destinadas à habitação, bem como as instalações relacionadas com a atividade agrícola, das quais se destacava o lagar. Nessa visita verificámos que a casa possuía alguns objetos quotidianos deixados na cozinha pelos seus últimos ocupantes, como pratos, talheres, papeis recortados que decoravam as
prateleiras, e até fotografias antigas de família, que nos interpelavam, como figuras próximas. Mas o mais surpreendente foi quando se prosseguiu a subida para o casal da Torre de Cima e se vislumbrou a fachada de um edifício, relativamente atarracado, com um portal gótico. A sua localização próxima de um regato permite a existência de uma zona densamente arborizada junto à linha de água; assim, este lugar é encantador, por contraste com outras áreas das proximidades. Mais recentemente foi plantada vinha em parte da encosta, quando a propriedade passou para a posse da Casa Camilo Alves, conhecidos produtores de vinho na região. Uma pequena mina de água alimenta uma fonte entre o referido arvoredo. Por outro lado, a vista ampla para o vale de Bucelas atravessado pelo curso do rio Trancão, permite contemplar a zona do Freixial com o seu arvoredo e vinhedos, a Bemposta, e as serranias de Nossa Senhora da Ajuda, o que torna este local muito aprazível ao nível paisagístico. Os vestígios de um moinho centenário e de uma antiga eira junto ao mesmo remetem-nos para a produção de cerais nestas encostas, o que nos confirmou a última habitante do casal agrícola, Ângela da Conceição. Relativamente perto desta casa, num afloramento rochoso, constatámos outro indício de antiguidade - várias sepulturas escavadas na rocha, algumas parcialmente destruídas, que reforçam uma vez mais a ocupação medieval do local. Voltando à casa medieval, é óbvio que teve sucessivas reformulações e funcionalidades ao longo dos séculos, possuindo elementos caraterísticos de uma época avançada na Idade Moderna, como sejam as janelas quadrangulares dos pisos superiores. Mas vários são os elementos medievais ainda presentes na estrutura do edifício; seguramente, um estudo aturado possibilitaria revelar mais dados sobre a sua história. O edifício apresenta uma planta em L, sendo composto por dois pisos, com a fachada principal virada a poente, na qual se destaca a tal grande porta com um arco ogival, encimada por cinco mísulas que provavelmente se destinavam a suportar um alpendre em madeira, ou, com menor probabilidade, um balcão do segundo piso, à maneira de varandim nobre. Atravessado este portal, tem-se acesso a um espaço relativamente amplo que teve sucessivas funções, desde a sua utilização como lagar ao uso, em épocas ainda mais recentes, como curral,
com manjedouras encostadas às paredes. Este compartimento por sua vez permite o acesso a uma zona mais interior, um vestíbulo, que conserva também dois arcos quebrados, espaço que funcionava como uma zona de distribuição; por um lado, para acesso aos dois quartos do piso superior através de uma escada em pedra; por outro, a várias salas de planta quadrada do piso térreo, com especial destaque para a cozinha, localizada no extremo sudoeste do conjunto. Nessa cozinha existia uma chaminé e um forno em abóboda, além de um conjunto de cantarias, parcialmente derrubadas, que faziam parte de mais um arco quebrado, o qual por sua vez dava acesso ao exterior. Sabemos que em 1524 esta propriedade pertencia a Violante Tavares, viúva de um tal Nuno Álvares. Já nessa altura era referenciada como Quinta da Torre, o que poderá pressupor a existência de uma estrutura fortificada da qual não há atualmente sinal visível. Nessa data foi adquirida por Joana de Ataíde, que a anexou ao Mosteiro da Rosa, em Lisboa. Terá ficado na posse deste mosteiro até que as freiras e os seus bens se transferiram para o Convento de Santa Joana (em Lisboa) após o terramoto de 1755. Com a extinção das Ordens Religiosas, no século XIX, a propriedade passou para a posse de Maria José Magriço, viúva do visconde Francisco Lopes de Azevedo Pereira e Sá Coelho, falecido em 1876. Já no século XX foi arrendada. Nessa altura o pagamento da renda era anual e em géneros, sendo o grosso da produção agrícola os cereais. Na encosta junto à linha de água tinham os rendeiros autorização para cultivar uma pequena horta e uma vinha,
Pormenor do portal medieval da Casa da Torre de Cima tudo isto para consumo próprio, bem como para criar algum gado ovino e caprino, que aproveitava as zonas de pastagens da Quinta da Torre de Cima. Finalmente, Ângela da Conceição, que ainda conhecemos na visita, e sua sogra, abandonaram a propriedade devido a não renovação do contrato. Uma vez nas mãos da empresa Camilo Alves, esta aproveitou o terreno para tentar o plantio de vinha, sem grande sucesso; a casa deixou assim de ser habitada desde finais do
Casa Medieval da Torre de Cima
século passado. A atribulada história da Quinta da Torre, em particular nos dois últimos séculos, foi responsável pela constante reconfiguração da propriedade a diferentes funções, determinando transformações no próprio edifício residencial. De qualquer modo, estamos perante um caso raro de arquitetura civil medieval, que importaria não só conhecer melhor pela pesquisa arqueológica e histórica, como naturalmente valorizar, enquanto é tempo.
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OS ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO
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Miguel Brum Começa nesta edição do NL uma rubrica de apresentação dos artistas que pintaram as empenas de diversos prédios da Urbanização Municipal Terraços da Ponte, mais conhecida por Quinta do Mocho, uma acção inserida no Festival O Bairro i o Mundo. O primeiro artista a ser apresentado é Miguel Brum, nascido e criado no Concelho e que pintou a “Mulher-mocho” e que descreve o objectivo e significado desta obra.
Biografia pessoal Nasceu em Lisboa, em 1983 em Santa Justa, mas sempre viveu e estudou no concelho de Loures, na freguesia de Loures. Frequentou todas as escolas em Loures (amarelas, verdes e azuis). Sempre estudou na área de artes e pinta graffiti por toda a área metropolitana de Loures desde os 14 anos. Entrou para o IADE - Instituto de Arte, Design e Empresa em 2003, para frequentar o curso de design, tendo terminado em 2007, altura em que começou a trabalhar para empresas como designer gráfico para publicidade, web entre outras. Após 3 anos de trabalho digital, que acumulou com a intervenção artística nas ruas resolveu-se dedicar-se exclusivamente à pintura, sobretudo por se querer afastar das plataformas digitais e assumir-se cada vez mais como artesão, iniciando um processo de criação a partir dos materiais e das paredes que pretendia “ocupar”. Gosta de pintar na rua, chamar a atenção para espaços abandonados e deixar a sua “marca” por onde passa. Não gosta de passar despercebido, enquanto artista e pensa que o graffiti e o street art lhe dão esse espaço de criação e intervenção, dado que desta forma sente-se como uma parte viva do espaço onde vive e que partilha com os outros. Tem colaborado com a Câmara Municipal de Loures, mas na verdade tem “ocupado” mais paredes do concelho do que as desenvolvidas com o Município. Participou também no Festival O Bairro i o Mundo, na Quinta da Fonte, na Apelação com, uma obra.
Biografia da obra Para a participação no Festival O Bairro i o Mundo na Urbanização Municipal Terraços da Ponte, conhecida emocionalmente como Quinta do Mocho resolveu criar uma obra que estivesse simbolicamente ligada ao bairro. Daí a mulher-mocho que pintou na Rua Pêro Escobar. Esta pintura representa e faz tributo às mulheres deste bairro, às mães deste bairro. Uma mulher-mocho com 4 olhos que significa simbolicamente a sabedoria, a atenção e o carinhos que todas as mulheres deste bairro dedicam à família, à comunidade e ao bairro. Esta é uma forma simbólica de “mostrar” e agradecer a todas as mulheres da Quinta do Mocho que vivem cá.
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Ajude as obras de restauração da Igreja Matriz de Loures Tendo em conta os diversos contactos efectuados por particulares para a redacção do Notícias de Loures, cujo intuito era a contribuição para as obras de restauro da Igreja Matriz de Loures, deixamos aqui o NIB directo da conta para a qual poderá fazer a sua contribuição. Amigos da Matriz NIB 0046 0044 0060 0156 59792 (Banco Popular)
BREVES
Santa Iria de Azóia celebra 27 anos como Vila Foi no dia 1 de Fevereiro de 1988 que Santa Iria de Azóia deixou de ser localidade para ser Vila. Uma elevação que foi comemorada na Casa da Cultura e que contou com a presença do anfitrião, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela, Nuno Leitão, do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, da presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos e do vereador Fernando Costa.
Protocolo de cooperação para o desenvolvimento do conhecimento científico No dia 23 de Janeiro no Grande Auditório do Campus Tecnológico e Nuclear, na Bobadela, foi assinado um protocolo entre a Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela, o Instituto Superior Técnico, a Science4you e os Agrupamentos de Escolas de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela Este protocolo de cooperação visa o desenvolvimento do conhecimento científico, nomeadamente das actividades experimentais no âmbito das ciências. Considerando que a estreita colaboração entre o mundo académico e autárquico se revela um objectivo estratégico para o desenvolvimento do conhecimento, este protocolo centrase no estímulo ao conhecimento e no desenvolvimento de competências nas matérias científicas, garantindo aos alunos e professores dos agrupamentos o acesso a um conjunto de actividades, que promoverão um contacto prático e próximo com as ciências. Este protocolo consagra e estabelece os princípios orientadores para o desenvolvimento desta parceria, em articulação com parceiros públicos e privados, num quadro de vantagens orientadas para as prioridades dos jovens cidadãos, nomeadamente no tocante à aquisição de competências que valorizem as aptidões e promovam uma geração capaz de dar novas respostas nos domínios científicos.
Árvore mais velha de Portugal está em Santa Iria de Azóia Uma oliveira bravia, com 2850 anos, foi identificada como a árvore mais velha do país por um grupo de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Vive em Santa Iria de Azóia e teve o guerreiro Viriato como contemporâneo. A árvore está situada no Bairro da Covina no que resta de um antigo olival, próximo das ruínas do castelo de Pirescouxe, tendo sido a idade determinada através de um método inovador de datação de árvores antigas desenvolvido pela UTAD. O processo, que tomou em conta a avaliação de cem árvores, foi dirigido pelos professores José Luiz Lousada e Pacheco Marques, após um contacto do empresário de árvores ornamentais André Soares dos Reis para estimar a idade desta planta lenhosa. Até aqui, a árvore mais antiga do país – considerando apenas as certificadas até Fevereiro deste ano – contava 2210 anos na certidão de idade e era também uma oliveira, localizada nas Pedras d’El Rei, em Tavira. O método científico aplicado à época é, porém, segundo José Luiz Lousada, menos credível do que o desenvolvido na UTAD nos últimos quatro anos, que se baseia na análise dos padrões de crescimento da espécie, como a altura, o perímetro e o diâmetro.
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CULTURA
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Sem abrigo, sem Amor Com frio, com fome Sónia Carvalho
Actriz Membro dos Voluntários de Rua
Inexistente para os que por eles passam, invisíveis para o Governo, que os deixa morrer nas ruas da Capital. Vivem de esmolas e de restos, de comida deixada nos contentores de lixo pelos ditos senhores da sociedade. Senhores, que são bem mais pobres e vazios que estes sem abrigo. Os sem abrigo sabem reconhecer um amigo, ser gratos pela migalha de pão que lhe é ofertada, pelo abraço sentido e um sorriso carregado de emoção sublime em sabedoria e compaixão. Sem abrigo, sem tecto, mas com alma, alma de quem já teve tudo e hoje nada tem, mas mesmo assim agradece a Deus por mais um dia. Só o Sol é verdadeiramente seu amigo, pois ele aquece-os sem ter de lhe pedir nada em troca. As pedras da calçada, onde fazem suas camas de cartão são as suas melhores amigas, elas ouvem-nos, choram com eles e ainda assim
os abraçam nas noites frias de solidão. Vivemos numa sociedade podre, onde ninguém se importa com ninguém sem ser consigo mesmo. Mas estes amigos, sim amigos, ajudam-se uns aos outros, dividem o pouco que têm e ainda assim tratam e alimentam, muitos deles, um animal. Animal este que é mais do que uma companhia, é da família. Para muitos a única família que têm. Eis que aparecem os VOLUNTÁRIOS AMIGOS DE RUA Para servirem as nossas sopas e um prato de comida, uns kits de sobrevivência a troco de um sorriso, a troco de um abraço, a troco de emoções e experiências. Estes amigos VOLUNTÁRIOS DE RUA são isso mesmo, um grupo de amigos que se juntam para ajudar quem mais precisa.
Porque dançamos tanta repulsa? Porquê tanto esquecimento? Porque a pessoa que dança é mais crítica, pensa, age e movimenta-se.
Florinda Loureiro
Professora de ballet
De todas as artes, a dança, tem sido ao longo dos séculos a arte mais esquecida, porquê? Se a dança é movimento e o movimento é vida, porquê tanto pudor? Porquê
O movimento começa no 1º batimento do coração, na 1ª respiração. É a manifestação da vida. O movimento é andar, correr, saltar...é a manifestação do corpo. É a expressão do ser, a alma materializada, visível com as suas formas, por vezes belas, outras disformes, mas continua a ser a expressão de ternura ou raiva, de leveza ou dureza. Todos somos belos, todos somos bizarros, somos humanos. Quem nunca teve um momento de fúria, raiva, paixão, loucura? Depois vem o terno, doce, afetuoso, amoroso. E a pressa do tempo, que passa e que não passa, e o não ter tempo e o nada fazer, e o lazer e o refa-
zer, e o refletir para ter tempo de construir. Num espaço apertado um corpo move-se! No espaço o corpo esvoaça, voa, solta-se e a alma liberta-se. O corpo reprimido desenha-se bruto, suave, pequeno, enorme e enche o mundo. E aquele pequeno ser insignificante ganha asas, voa, cria, inventa, Dança. E a dança é tão sublime que vaporiza gotas de paixão, amor eterno, sem condição. E a alma nua dá-se no corpo que se movimenta em voltas de transe e o mundo para e vê o movimento de uma vida, o movimento de uma bailarina. Dançamos porque queremos estar vivos.
Tudo o que levamos para a rua, a comida que fazemos, os cobertores que oferecemos, as roupas que doamos são tudo obra do esforço e empenho deste grupo unido sem qualquer ajuda governamental, ou apoio social, ou até mesmo apoio dos media. Juntos vamos lá ajudar estes amigos, que hoje são eles, mas nada nos garante que amanhã não possamos ser nós. A pobreza e a fome são cada vez mais um negócio, não só em Portugal mas no Mundo. E é triste verem-se PESSOAS, SIM PESSOAS a MORRER DE FOME nas ruas sem tecto, sem amor, sem que ninguém sinta a sua falta, depois são enterrados, não sepultados, mas sim enterrados como se fossem nada. Mas todos nós merecemos e temos o direito ao respeito. E aos direitos humanos.
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DESPORTO
III Trail Bucelas Aventura 2015 (Classificações) Rodrigo Moreira
Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva
As Outras Redes Sociais… Quando há pouco mais de 10 anos atrás iniciei a minha carreira hospitalar era habitual atender pessoas de todos os estratos sociais. Professores e engenheiros, entre jovens e idosos. A todos prestávamos os cuidados necessários em regime de ambulatório, ou até mesmo nos internamentos indicados. Nos últimos anos e apesar de universal, assistimos a um Serviço Nacional de Saúde (SNS) usufruído sobretudo pelos mais carenciados. O SNS por muitos considerado o principal bem dos que pouco ou nada têm, permitiu melhorar as condições de saúde num país tendencialmente pobre. Hoje temos uma esperança média de vida de 80 anos (era de 64 anos em 1960!), uma taxa de mortalidade infantil de 0,34% (era de 7,7% em 1960!), até há bem pouco tempo com acesso a medicamentos e dispositivos médicos de última geração e, com médicos bem formados e com provas prestadas entre os seus pares. O panorama actual de uma enfermaria dos hospitais centrais é desolador. Doentes acamados com múltiplas patologias, inúmeros internamentos, dezenas de medicamentos tomados diariamente. Aqui há dias a nossa enfermaria de 70 camas estava habitada por uma população com idade média de 82 anos! Mas o que choca mesmo são que cerca de 1/3 dos doentes já têm alta clinica há vários dias, mas continuam retidos por motivos de ordem social. Os que têm família, estas não têm tempo nem disponibilidade para vir buscar o seu familiar, que mais uma vez resistiu ao chamamento. Para os outros, os que pouco ou nada têm, o sistema não está preparado para um país naturalmente envelhecido, para os acolher e prestar os cuidados necessários nesta etapa de dependência. Apesar das suas doenças, a que têm direito pelo que já viveram, nota-se que o principal mal de que padecem é da solidão e do abandono. Não podemos virar as costas. Este é um problema de todos. Como dizia a música, amanhã provavelmente será a nossa vez: “Sabes eu acho que todos fogem de ti para não ver, a imagem da solidão que irão viver, quando forem como tu”. É urgente investir mais numa rede de cuidados continuados extra-hospitalar eficaz, capaz de acolher, prestar cuidados, e tornar o fim da vida digno.
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SAÚDE
A Saúde Oral do bebé Desde o nascimento, é importante cuidar da Higiene Oral do bebé. Após o nascimento do bebé e, sempre após dar de mamar, a boca do recém-nascido deve ser limpa com gaze embebida em água fervida ou soro fisiológico, para remoção dos restos de leite da boca. Este ritual ajuda a evitar posteriormente a recusa da escovagem de dentes.
Colocar o bebé no colo facilita uma escovagem correcta e eficaz. Após a escovagem, o excesso de dentífrico deve ser removido da boca com uma gaze seca, sem usar água.
A partir dos dois meses e meio, é recomendável iniciar-se uma limpeza diária completa da gengiva e do céu da boca do bebé, com uma fralda húmida enrolada no dedo.
Para que o bebé cresça com uma dentição saudável, deve adquirir hábitos de higiene oral o mais precocemente possível.
Primeiros dentes Perto dos seis meses nasce o primeiro dente de leite -o incisivo central. A dentição de leite, ou decídua, é composta por vinte dentes e fica completa por volta dos 3 anos de idade. Os dentes de leite são muito importantes: • Guiam o nascimento dos dentes permanentes; • Abrem os espaços para a dentição posterior; •São essenciais para a mastigação e para a fala correctas. A saúde e os cuidados dados aos primeiros dentinhos são fundamentais para uma dentição permanente saudável. Para estimular e motivar a criança a escovar os dentes, os pais devem iniciar a escovagem desde o nascimento do primeiro dentinho. Escovagem A escova de dentes deve ter cerdas macias, de nylon e uma cabeça pequena, facilitando o acesso a todas as partes da boca. Verifique na embalagem a idade recomendada para o seu uso. O dentífrico deve conter flúor e indicado para crianças, devido ao sabor Colocar uma quantidade mínima de pasta na escova seca, suficiente para formar uma fina camada sobre parte das cerdas (o equivalente ao tamanho da unha do dedo mindinho do bebé). Cada dente deve ser escovado cuidadosamente, fazendo suaves movimentos circulares na área de contacto entre o dente e a gengiva, também a língua deve ser escovada suavemente.
Hábitos
A principal causa das cáries não é a quantidade de açúcar na alimentação, mas sim a frequência com que ele é ingerido, seja em comidas ou em bebidas. O consumo de substâncias açucaradas deve ser reduzido ao máximo e guardado para a hora da refeição. A cárie é uma doença infecciosa, isto é, o agente bacteriano responsável pelo seu aparecimento, o streptococcusmutans, pode ser transmitido da mãe para o filho pelo contacto directo. Por isso, deve evitar-se soprar a comida do bebé, experimentá-la com o talher dele, pois são formas de transmissão do referido microrganismo. Os pais são os principais responsáveis pela transmissão de hábitos saudáveis quer de higiene oral quer alimentares, com especial atenção na contenção de alimentos açucarados. A Cárie de Biberão A saliva tem uma acção protectora dos dentes e ajuda a manter a
boca limpa, mas durante o sono, a quantidade de saliva diminui, conjuntamente com a presença de restos alimentares e de bactérias, favorecendo a rápida instalação da cárie. A cárie do biberão é provocada principalmente pela alimentação nocturna da criança (seja o leite materno ou não) seguida do sono sem a devida higienização. Geralmente ocorre em crianças que passam muito tempo ao biberão. A cárie de biberão também é provocada pelo uso habitual de açúcares na alimentação da criança, bebidas açucaradas no biberão, o hábito de adocicar a chupeta para acalmar o bebé e/ou adormecê-lo. A cárie de biberão provoca muita dor e afecta todos os dentes da criança num curto espaço de tempo, provocando mau hálito, deficiência na mastigação e na fala. A boa higiene oral desde recémnascido é o começo de uma dentição saudável durante a vida. Recomenda-se que as visitas ao Dentista/ Higienista Oral comecem assim que os primeiros dentinhos nascem. Uma forma pedagógica de tornar as idas à cadeira dentária um hábito da criança é levá-la como acompanhantea esse tipo de consulta. ACES Loures -Odivelas Unidade de Saúde Pública Margarida Santos Higienista oral
Todas as crianças têm direito a sorrisos lindos! O que fazer? Antes do 1º dente: • Limpar a gengiva com uma compressa ou fralda húmida após as refeições e sempre que tomar algum xarope. • Se o bebé usar chucha, esta deve ter forma anatómica ou de gota (assim como as tetinas). Após o 1º dente: • Escovar carinhosamente os dentes com uma escova macia e adequada ao tamanho da boca bebé, com pasta fluoretada para criança. • Deixar o bebé observar pais, irmãos a escovar os respectivos dentes. • Substituir a escova de três em três meses. • Visitar regularmente o Higienista Oral e/ou o Médico Dentista a partir dos 3 anos.
O que evitar fazer? • Evitar passar a chucha por mel, açúcar ou qualquer medicamento doce. • Evitar adicionar açúcar à alimentação do bebé. • Evitar que o bebé chuche no dedo. • Evitar que o bebé adormeça com o biberão. • Evitar provar ou soprar a comida do bebé com a colher dele, pois estará a transmitir-lhe as bactérias, algumas das quais causadoras da cárie.
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Bucelas limpa Trancão Está em curso a limpeza do rio Trancão na freguesia de Bucelas. O objectivo é desobstruir aquela linha de água, de modo a evitar cheias. Mas não só, segundo Élio Matias, presidente da Junta de Freguesia, esta limpeza também permitirá aproximar a população do rio. A limpeza do rio Trancão, na zona de Bucelas, está a ser feita em estreita colaboração entre a Junta de Freguesia de Bucelas, Câmara Municipal de Loures, Associação de Beneficiários de Loures, empresários da região e proprietários dos terrenos contíguos à linha de água. Os trabalhos de limpeza tiveram início, em Setembro de 2014, junto à foz do rio do Boição estendendo-se, numa primeira fase, até junto da Areipor – Areias Portuguesas (cerca de 600 metros) – empresa parceira deste projecto de intervenção no Trancão.
Prevenir cheias
O objectivo é desobstruir o rio de forma a prevenir as cheias, mas também controlar infestantes (canas) e planear a plantação de árvores, de forma a suster as margens do rio, protegendo, assim, toda a zona ribeirinha da vila – que estava sem uma intervenção desta dimensão há mais de 11 anos. A segunda fase da obra, que está agora a decorrer, estende-se por uma área com mais de dois mil metros (da Areipor até à ETAR), cifrando-se o investimento (1.ª e 2.ª fase) num total de 40 mil euros. De acordo com Élio Matias, presidente da Junta de Freguesia de Bucelas, é importante “devolver o rio à população. Bucelas não é só o Arinto. É muito mais do que isso. Com este trabalho que agora estamos a desenvolver – e que pode levar anos até estar consolidado – queremos dar outra dignidade ao rio Trancão. E isso passa por desenvolver actividades em que ele esteja incluído, como percursos pedestres ou passeios de BTT, entre tantas outras ideias”. Pretende-se que a terceira fase da obra, que ainda está em estudo, se estenda até à ponte do Furadouro, na entrada de Bucelas. A ambição da Junta de Freguesia passa, ainda, por recuperar os açudes, que em tempos eram uma das imagens de marca do rio e criar espelhos de água.
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O que é o amor? Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica
No mês em que se celebra o Dia de S. Valentim, patrono dos namorados, falemos de amor. Segundo o dicionário da Texto Editora, o amor, do Latim amore é 1.Viva afeição que nos impele para o objeto dos nossos desejos; 2. inclinação da alma e do coração; 3. objeto da nossa afeição; 4. paixão; afeto; 5. inclinação exclusiva. Camões define-o como “fogo que arde sem se ver”; Séneca, pensador romano, como “algo que não se define”; Helen Fisher, antropóloga, afirma que “As pessoas compõem poesia, romances, sitcoms, por amor. Vivem por amor, morrem por amor. Este pode ser mais forte do que o impulso para nos mantermos vivos”. A ciência, contudo, dá-nos a resposta, o amor é química no seu
sentido literal. Um processo que envolve duas hormonas sexuais, a testosterona e o estrogénio e dois neurotransmissores, a dopamina e a serotonina. A sabedoria popular já dizia, “o amor é cego”. Estudos científicos fazem jus a esta sabedoria, revelando que os sentimentos amorosos podem levar à inibição da atividade de várias áreas do cérebro ligadas à capacidade crítica, ao pensamento lógico e ao planeamento a longo prazo, produzindo efeitos semelhantes aos de uma droga. Sendo o amor uma reação química, podemos concluir que todos temos a capacidade de amar. O ser humano precisa de acreditar no amor. Shakespeare, ao criar o par amoroso Romeu e
Julieta, não imaginava o impacto que esta história teria no imaginário romântico das futuras gerações. Símbolo de um amor que tudo ultrapassa, onde nem a morte constitui barreira, a cidade de Verona em Itália continua a ser palco de inúmeras visitas de casais apaixonados que trocam juras de amor eterno. O que procuramos então num parceiro? Uma pessoa que nos ame, que seja de confiança, com estabilidade emocional, maturidade e com uma atitude positiva perante a vida. Podemos dividir o amor em três fases: • Atração física - fase do impulso sexual, desencadeado pela testosterona nos homens e pelo
estrogénio nas mulheres; • Enamoramento e paixão - passagem da fase do desejo sexual para a do amor. É nesta altura que a realidade gira à volta da pessoa amada, que perdemos o sono e a concentração. O corpo produz uma quantidade de endorfinas, que contribuem para um estado de felicidade exacerbada; • Compromisso - nesta fase, alcança-se a estabilidade emocional, o amor maduro, onde é reconhecida a individualidade e liberdade de cada um dos parceiros. O casal faz escolhas que refletem o conhecimento que têm um do outro, reconhecendo as diferenças, mas também o que os une. Não havendo receitas nem fórmulas mágicas para o amor,
ficam algumas sugestões: • Conheça o seu parceiro - é esperado que haja pontos de vista diferentes, mas o ideal é que cheguem a um consenso que agrade a ambas as partes; • Defina objetivos em conjunto – apesar de ter objetivos individuais, as grandes metas da vida devem ser definidas a dois; • Mantenha a individualidade na relação - não é necessário fazer tudo a dois; • Aceite a ideia de que não existem casais perfeitos - aprenda a enfrentar e a resolver os problemas que surgem; • Converse com o seu parceiro a melhor fórmula para manter um relacionamento feliz e saudável. E, como diria Raúl Solnado, “Façam o favor de ser felizes!”
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Quinta do Mocho na final
Teatro Ibisco trouxe peça brasileira a Loures
O "Festival O Bairro i o Mundo" está a dar que falar um pouco por todo o mundo, fazendo jus ao nome da actividade. Neste momento a Urbanização Municipal Terraços da Ponte, mais conhecida como Quinta do Mocho, entrou no mapa. Hoje o interesse sobre o bairro e os seus moradores deixou de ser a criminalidade, para passar a ser as pinturas de arte urbana, facto que tem trazido muitos visitantes. Uma medida que trouxe a Quinta do Mocho para as bocas do mundo por aspectos positivos, sendo esta iniciativa uma das cinco finalistas do "Diversity Advantage Challenge", um concurso europeu que tem como objectivo premiar as melhores práticas no âmbito da diversidade cultural. Na corrida estarão também outros quatro projectos, NDM – para mais diversidade nos meios de comunicação, da Alemanha, Heróis Comuns, da Bósnia-Herzegovina, XEIX - Promoção das relações interculturais em torno de empresas locais, da Espanha e Diversidade no Trabalho: os habitantes carpinteiros de uma nova dinâmica no seu bairro!, da França. O início deste concurso deu-se a 31 de Outubro, data em que finalizou o prazo de candidaturas, tendo concorrido 63 candidatos. A 27 de Novembro foram dados a conhecer os 15 pré-finalistas e a 14 de Janeiro foi comunicada a lista dos cinco finalistas. O vencedor deste concurso será anunciado no dia 24 de Março, em França, e receberá um mínimo de 10 mil euros de prémio. Além desta distinção, apesar de ainda não se conhecer o vencedor já se poderá considerar uma vitória estar nos cinco finalistas, em Nuremberga o entusiasmo com que foi recebida esta iniciativa foi de tal modo encantador, que já se prepara nesta cidade alemã um projecto semelhante.
Nos dias 23 e 24 de Janeiro no Centro Comunitário da Apelação e no dia 25 de Janeiro na Casa da Cultura de Sacavém o Elenco de Ouro (Brasil), em parceria com Selvática Ações Artísticas (Brasil) e o Teatro Ibisco, apresentou a peça "Cabaret Glicose". Um espectáculo que surgiu do processo de pesquisa sobre a linguagem do cabaré. As cenas dispostas como números musicais, a velocidade das trocas de roupa, o coro, as coreografias, a música ao vivo, os assuntos marcantes da história passados “em revista” são elementos que compõem esta montagem e ressaltam o caráter espetaculoso da cultura de massa. Assumindo uma perspectiva “decolonialista” - que considera a possibilidade de uma construção singular de identidade cultural em povos colonizados, bem como a necessidade de novos parâmetros para a compreensão destas realidades especí-
ficas – este trabalho se vale de estereótipos de brasilidade para reflectir sobre identidade, originalidade e plágio num ambiente pós-utopia. A primeira apresentação de Cabaret Glicose deu-se em formato de mostra de processo, dentro do evento Cena Breve Curitiba, no ano de 2007. Nesta ocasião, o projecto foi seleccionado por um júri especializado e pelo voto popular para fazer uma curta temporada no Teatro da Caixa, em Curitiba. Em 2013, o Elenco de Ouro retomou este processo de investigação e estruturou o espetáculo com antigos colaboradores do grupo (tais como Leonarda Glück e Ricardo Nolasco) e com outros artistas residentes da Casa Selvática. Um trabalho de cooperação luso-brasileiro entre o Teatro Ibisco, o Elenco de Ouro e a Selvática Ações Artísticas que possibilitaram a muitos lourenses esta partilha cultural.
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PÓVOA DE SANTO ADRIÃO
SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS
Lote de 420m2 com viabilidade de construção de 1 moradia. O sonho é seu, cada imóvel é desenhado de acordo com as suas necessidades, estilo capacidade financeira e respeitando o terreno que possui ou vai adquirir.
Apartamento T3 junto a transportes, comércio e serviços. Varanda, Marquise, Quartos de 20 e 23m2. Excelente oportunidade de negócio. Classe Energética C.
Excelente Apartamento T3. Junto ao hospital de Loures, completamente remodelado, boas áreas. Boa exposição solar. Classe energética C.
Apartamento T3 remodelado. Arrecadação, excelente localização em zona calma. Classe Energética C.
\ 092140255
\ 092150018
\ 092140353
\ 092140303
47.000 €
85.000 €
90.000 €
SÃO JULIÃO DO TOJAL
ALMIRANTE
SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS
Lote de 381m2 com viabilidade de construção de 1 moradia. O sonho é seu, cada imóvel é desenhado de acordo com as suas necessidades, estilo, capacidade financeira e respeitando o terreno que possui ou vai adquirir.
Apartamento T3, com terraço. Cozinha totalmente equipada, suite com closet. 2 quartos com roupeiro embutido. Garagem box e arrecadação. Classe Energética C.
\ 092140304
\ 092140328
Excelente T1 remodelado, Cozinha Semi-Equipada, Hall´s com roupeiros de apoio. Arrecadação. Boa localização perto de transportes, comércio e serviços. Classe Energética C.
50.000 €
169.000 €
\ 092150006
77.000 €
QUINTA DAS FLORES
105.000 €
SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS
Apartamento T4 com varanda e arrecadação. Junto à igreja, ginásio. Classe Energética C.
\ 092150023
80.000 €