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ANO 2 | Nr.13 MENSAL | MAIO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Taxas de Aeroporto Proposta da Coligação Loures Sabe Mudar, aprovada por unanimidade, pretende receber parte das taxas cobradas no Aeroporto, a favor do Município. Pág. 3

Centro de Emprego de Sacavém Apesar de estar ainda em funcionamento, o Centro de Emprego de Sacavém parece destinado a encerrar, apesar dos esforços do Município e da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho. Pág. 4 e 5

Ciclovia para Sacavém, Portela e Moscavide Bernardino Soares, à margem do debate "Mobilidade: Novas práticas", promete a criação de uma ciclovia que envolverá estas três localidades. Pág. 6

Sacavenense faz 105 anos O Sport Grupo Sacavenense comemorou, no dia 19 de Março, o seu 105º aniversário. Esta é uma das instituições mais antigas do Concelho. Pág. 18

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EM BREVE

POLÍCIA MUNICIPAL PRONTA Nuno Botelho, vereador responsável por este pelouro, garante Polícia Municipal no terreno a breve trecho. Pág. 12 e 13


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EDITORIAL

Crónicas saloias

Maio, mês de trabalho Pedro Santos Pereira Director

Ficha Técnica

O mês de Maio é um mês de trabalhadores. Começando pelo dia 1, Dia Internacional do Trabalhador, uma data que faz alusão aos direitos dos trabalhadores. O facto de ser dia 1 está, directamente, relacionado com um protesto de funcionários em 1886, em Chicago nos Estados Unidos que, pretendiam a redução do horário de trabalho para oito horas semanais. Esta reivindicação causou vítimas e deuse precisamente a 1 de Maio. Anos mais tarde, para relembrar

e homenagear estas vítimas, foi decretado o dia 1 de Maio como Dia Internacional do Trabalhador. Interessante como, há mais de um século se lutava pelas oito horas diárias de trabalho e, hoje esse ainda não é um direito totalmente adquirido. Mas Maio também é o mês do Dia da Mãe. Outra trabalhadora incansável em prol dos filhos. Outrora desvalorizada, como se fosse um membro menor da família, mas hoje, cada vez mais,

é um exemplo de força, dedicação, empenho e amor. Em tempos não muito longínquos, o seu papel era mais caseiro, gerir a casa e tomar conta dos filhos, um trabalho nobre ao qual não era dado muito valor, sendo visto como uma obrigação. Hoje em dia os tempos mudaram, mas estas tarefas continuam intrinsecamente ligadas às mães, apesar de alguns pais também já as assumirem e as dividirem. Só que a mulher de hoje acumula as tarefas do antigamente, com

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Florinda Loureiro, Francisco Rocha, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Lucília Bahleixo, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro, Sónia Carvalho, Teotónio Gonçalves Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director) Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

as tarefas da mulher moderna e emancipada. Podemos dizer que é trabalho a dobrar. Feliz dia para todas as mães, em especial para a minha, que também comemora o seu aniversário neste mês. Mas Maio também é o mês do Coração. Essa máquina de trabalho que, por norma, só tira férias uma vez na vida e de forma definitiva. A sua preservação é importante, para que o dia de férias chegue o mais tarde possível. Nesta edição do

NL, a “nossa” nutricionista explica-nos quais os alimentos que melhor podem conservar e olear esta máquina. Dicas importantes que nos poderão proporcionar uma vida mais longa e com melhor qualidade, ou não fossem as doenças cardiovasculares a principal causa de morte em Portugal. Como se pode perceber Maio é um mês intenso.

Contactos Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia.pt

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Loures também quer as taxas e taxinhas Muitas foram as vezes que Lisboa se sobrepôs a Loures. Usando e abusando do nosso território em detrimento dos nossos moradores e esquecendo as nossas prioridades. Desta vez pode não ser assim. A Moção A moção apresentada pelos vereadores do PSD/ Coligação Loures Sabe Mudar e aprovada por unanimidade em Sessão de Câmara, relativamente às taxas associadas ao aeroporto de Lisboa parte de três premissas. O facto do aeroporto ter 20% da sua área no nosso concelho. O facto dos moradores de Loures serem prejudicados, de forma evidente, pela existência do aeroporto no seu território. E a necessidade de tratar de forma igual os municípios para as mesmas questões. Assim sendo a moção exige à ANA – Aeroportos de Portugal tenha para com o nosso concelho o mesmo tratamento a

tudo quanto se relaciona com indeminizações e ou taxas aplicáveis ou qualquer outra contrapartida á semelhança do que acontece em Lisboa. A consequência Na sequência desta moção, que une os partidos em tornos de um objectivo comum, importa agora agilizar a pressão sobre os órgãos decisores. Se necessário, eventualmente, ir mesmo para tribunal para fazer valer o direito de um concelho que tem sido sucessivamente preterido. Esperemos que desta vez não.

É servido, desde 1962, por duas pistas, uma com 3805 m de comprimento e outra com 2400 m de comprimento, ambas asfaltadas e com 45 m de largura. Dispõe de dois terminais civis (T1 e T2) ainda de um terminal militar, conhecido como Aeroporto de Figo Maduro. O Aeroporto bateu em 2 de Agosto de 2009 o recorde de passageiros diários num total de 55 282 passageiros. Nos anos de 2010 e 2011 teve um movimento de passageiros de 14 066 545 e 14 790 157, respectivamente. Em 2014 o aeroporto superou pela primeira vez os 18 milhões passageiros.

O aeroporto O Aeroporto da Portela foi aberto ao tráfego em 15 de Outubro de 1942. AF_Imprensa Fabia Break 2015_126x170mm_Sem TXT Carlar_v1_HI.pdf

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LOCAL

Sacavém deixa de ter Centro de Emprego O Centro de Emprego de Moscavide, localizado em Sacavém, vai ser encerrado em breve e os seus serviços transferidos para Loures. A decisão do IEFP está a indignar os responsáveis autárquicos e vai afectar directamente mais de cinco mil desempregados. Ricardo Andrade Comissário de Bordo

Anúncios de Abril No passado dia 21 de Abril pudemos assistir à apresentação do relatório/documento "Uma Década para Portugal", elaborado por 12 economistas para o PS e que o mesmo partido apresentou como um conjunto de medidas a, tendencialmente, serem incluídas no futuro Programa Eleitoral do Partido Socialista para as próximas eleições. Também no final do mês de Abril e, em particular, numa data simbólica como é o 25 de Abril, foi anunciado pelos líderes do PSD e do CDS o acordo de Coligação pré-eleitoral para as Eleições Legislativas de 2015. Se por um lado o anúncio das direcções do PSD e do CDS talvez não tenha provocado grande surpresa, em muitos portugueses e até nas estruturas de ambos os partidos, ele é, por outro, inquestionavelmente, um sinal da postura que podemos esperar da actual coligação governamental até e durante as próximas Legislativas. As palavras responsabilidade, coerência e sustentabilidade parecem-me a este propósito serem palavras-chave. Já no que diz respeito ao Partido Socialista e ao documento apresentado confesso que o mesmo me surpreendeu, não pela demagogia latente e pelas promessas fáceis de um caminho para o El Dorado, mas pela forma como contrariou algumas declarações/promessas/compromissos feitas por António Costa ao longo de alguns meses e ainda pela aparente falta de preparação, ou até mesmo do conhecimento de dados objectivos, por parte do porta-voz de um grupo de economistas propagandeado a todos como um grupo altamente avalizado e experiente. Os dois anúncios que referi e o que ambos demonstram parece-me particularmente importante, acima de tudo, por aquilo que indiciam ser os comportamentos durante os próximos meses por parte das principais forças políticas candidatas às próximas eleições. Talvez por isso confesso que estive particularmente atento (por não saber o que esperar) e posteriormente desiludido por aquilo que vi e li por parte do Partido Socialista. Não o digo por ser assumidamente social-democrata (não fanático e irrealista), mas sim por aquilo que julgo ser o dever de qualquer força política que pretenda governar o nosso País. No meu entender, a vontade de governar um País ainda a recuperar de uma crise económica duríssima não pode ser desligada de um pensamento realista e responsável, ausente de atitudes de "empurrar com a barriga" todas e qualquer medidas difíceis mas, eventualmente, necessárias. Confesso, em jeito de conclusão, que prefiro mil vezes recuperar devagar mas bem de uma lesão, do que apressar a mesma e voltar a lesionar-me com maior gravidade ainda. Cabe agora a Portugal continuar a decidir o caminho que pretende trilhar!!

O Centro de Emprego de Moscavide, localizado em Sacavém, está a funcionar a «meio gás» e prestes a ser extinto, passando os seus serviços a ser centralizados no Centro de Emprego de Loures. Afectando uma área com mais de 130 mil pessoas, o encerramento do Centro de Emprego de Moscavide segue-se à extinção do posto de atendimento da Segurança Social de Sacavém e está a indignar os responsáveis políticos da autarquia de Loures e da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho. A medida deverá afectar, directamente, mais de cinco mil desempregados da região. Inserida numa estratégia política de centralização de serviços nas sedes de concelho, o encerramento de centros de emprego em todo o país chegou a Loures, onde já só funcionam os serviços de atendimento, que deverão retirar-se em breve para a sede do concelho. «Foi-nos transmitido pelo presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), numa reunião que teve com o pre-

sidente da Câmara Municipal de Loures, que a intenção é cessar aqueles serviços e transferi-los todos para Loures, sendo que, durante um período de transição, que não sabemos quanto irá durar, continuarão a funcionar os serviços de atendimento», revela Maria Eugénia Coelho, vereadora com o pelouro da Coesão Social e Habitação, da Câmara Municipal de Loures. Filipe Vítor Santos, presidente da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho, revela-se «manifestamente contra o encerramento do Centro de Emprego, que, aliás, não leva em linha de conta a especificidade do concelho de Loures e a sua área oriental, com cerca de 135 mil habitantes, indo contra um princípio constitucional, o da descentralização.» Maria Eugénia Coelho revela que, nas reuniões mantidas com o presidente do IEFP, entidade responsável pelos centros de emprego de todo o país, a autarquia mostrou a sua oposição, tendo igualmente solicitado «uma reunião com o ministro

da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, à qual ainda não obtivemos resposta». Desempregados e comércio local serão os mais afectados A medida irá afectar uma grande fatia da população do concelho, números que, segundo Filipe Vítor Santos, andarão na «ordem das dezenas de milhar de pessoas, para além dos efeitos colaterais que esta saída origina, nomeadamente no comércio local de Sacavém». Consequências que fizeram a o presidente da junta arrepiar caminho e solicitar uma audiência ao ministro da tutela. «Na ausência de qualquer contacto por parte deste Ministério, a União de Freguesias de Sacavém e Prior Velho remeteu ofício, não só a manifestar o nosso desagrado quanto à presente situação, mas também solicitando uma reunião, no sentido de procurar eventuais soluções, visando a permanência deste serviço, sendo que, até à presente data, não obtivemos qualquer respos-

ta», conta Filipe Vítor Santos. Além de prejudicar os utentes, em termos de tempo, o fecho dos serviços do centro de emprego «prejudica os munícipes, que terão de se deslocar a Loures para tratar dos seus assuntos, ou seja, ficarão prejudicados em termos de mobilidade», explica o responsável. «Mas, acima de tudo, uma larga maioria destes utentes, que apresenta dificuldades financeiras, vêem nesta situação, um agravamento financeiro ainda maior», acrescenta. Para Maria Eugénio Coelho, a situação é igualmente inaceitável: «Os serviços públicos têm de estar próximos da população que servem. O nosso concelho tem mais de 200 mil habitantes, portanto aquela zona oriental, onde há maior concentração de habitantes, deve ter os serviços que são necessários à vida das pessoas. Além disso, esta é uma medida cega, pois mantém o mesmo critério para todos os concelhos do País. É típica de quem não conhece a realidade do país, pois há municípios com duas mil pessoas e outros com 200 mil».


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10 euros por cada viagem ao Centro de Emprego Uma maior distância a percorrer torna o percurso de quem já vive com dificuldades ainda mais difícil, sobretudo tendo em conta que um desempregado tem de se apresentar nos centros de emprego de duas em duas semanas, para fazer prova de procura activa de emprego. Maria Eugénia Coelho acrescenta ainda o preço e a qualidade dos transportes no concelho: «Além da distância, em Loures, a rede de transportes é má e cara, o que, para uma população que se encontra já numa situação de grande fragilidade, devido às circunstâncias, torna esta medida totalmente desadequada. Recordo que a viagem para Loures, nalguns casos, pode custar mais de dez euros». Mas, os problemas não se ficam por aqui. O Centro de Emprego de Moscavide serve a corda oriental do concelho de Loures, onde vivem mais de 130 mil pessoas, estimando-se que, desse número, cinco mil sejam utilizadores habituais daquela estrutura do IEFP. Isso implica um acréscimo de cinco mil utentes ao Centro de Emprego de Loures, num cenário que se adivinha tudo

menos pacífico. «O IEFP tem de pensar nisso, pois, de facto, esses serviços não vão servir a população», desafia a vereadora. Embora adiantando que o Centro de Emprego de Loures terá obras de requalificação, o IEFP não explica como vai lidar com as outras variáveis da equação, nomeadamente as dificuldades de deslocação dos munícipes num concelho da dimensão do de Loures. Quanto a isso, a vereadora da CDU é peremptória: «Os serviços devem adaptar-se às circunstâncias e não o contrário. Continuaremos a manifestar o nosso desagrado e a nossa oposição ao encerramento daquelas instalações. Precisamos que haja sensibilidade de quem decide e que a população manifeste a sua discordância, como tem feito naquela zona. Já houve uma manifestação à porta, há uma petição a decorrer e já manifestámos a nossa discordância nos órgãos municipais». Autarquia «podia ter feito mais» Mas, para o presidente da Junta da União de Freguesias de Sacavém e Prior Velho, a autarquia podia ter feito mais. «Sendo

a Câmara Municipal de Loures constituída em parte por pessoas do partido que está no Governo e do que tenho conhecimento, não sei se fez o suficiente para ir de encontro a esta situação», acusa Filipe Vítor Santos. «O que eu sei é que os serviços têm sido transferidos de Sacavém», aponta. Maria Eugénia Coelho, por seu turno, defende a coesão do executivo municipal: «Segundo julgo saber, os vereadores do Loures Sabe Mudar também se opõem a este encerramento e também já manifestaram essa sua posição nos órgãos próprios. Se têm vias de acesso mais rápidas a quem decide, então que as utilizem». Para a vereadora, não cabe à autarquia apresentar alternativas, até porque «nunca foi colocado pelo IEFP qualquer problema relativamente às actuais instalações do centro de emprego». A responsável revela não se tratar de «um problema de falta de verbas para a renda ou de inadequação das instalações». O problema é que, acrescenta, «é objectivo do IEFP que haja, em cada concelho, apenas um centro de emprego, por isso, pretendem transferir aquela estrutura para Loures». Adiantando nunca ter sido pedido

pelo IEFP, nem tampouco sugerido, que houvesse a colaboração do município, Maria Eugénia Coelho espera que o processo seja reversível, com «possibilidade de fazer marcha atrás, porque, do ponto de vista da autarquia, o Centro de Emprego de Moscavide deve manter-se em funcionamento». Segurança Social iniciou retirada de serviços de Sacavém Filipe Vítor Santos, por sua vez, manifesta-se bastante revoltado com a situação e promete não virar a cara à luta. Para o presidente da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho, «temos vindo a assistir à retirada de serviços públicos essenciais por parte da Administração Central da cidade de Sacavém, uma estratégia que foi iniciada pelos serviços da Segurança Social e agora, com este eventual encerramento do Centro de Emprego em Sacavém». Embora sustente que o centro de emprego ainda não foi encerrado de facto, o responsável desvenda que «haverá uma sessão extraordinária na Assembleia de Freguesia de Sacavém e Prior Velho, em Maio, onde irá ser dis-

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cutida esta situação». Filipe Vítor Santos adverte ser «necessário repor os serviços públicos essenciais na cidade de Sacavém», aconselhando «qualquer Governo que saia das próximas eleições a pensar menos numa lógica economicista e mais no que está na sua essência, que é servir o melhor interesse das populações». Até ao fecho da edição, tentámos obter respostas por parte da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, uma das mais afectadas por esta decisão, no entanto, os responsáveis daquela entidade não tiveram disponibilidade para comentar este assunto em tempo útil. André Julião


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Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro Sacavém, Cidade a sério ?!... Nado e criado em Sacavém, foi na Vila de então, Cidade agora, que vivi com toda a intensidade a Revolução de 25 de Abril de 1974, o seu desenvolvimento e retrocesso. Tenho viva a memória da imensa esperança, da pujante vontade, de uma maioria de sacavenenses, pugnando por uma vida melhor para todos e pelo progresso da sua terra. E Abril, trouxe uma das mais sólidas e vibrantes alterações no país. O poder local democrático, que viabilizou um vasto conjunto de transformações de nível local, que se repercutiram muito positiva e globalmente no país. Em Sacavém, também assim foi. As transformações ensejadas e concretizadas no território, na vida colectiva e nas condições de vida dos sacavenenses, abriram imensas expectativas e oportunidades. Entretanto, muito se esboroou, muito se desperdiçou, muito se abandonou, mercê das políticas governamentais e inécia autárquica. Hoje, a minha Cidade, é uma terra deprimida, a passar por dificuldades inimagináveis há 40 anos atrás e muito depois disso. Os fugazes lampejos que subsistem aqui ou ali, de pessoas e instituições, ora resistindo, ora contrariando, o actual caminho de decadência, são forças sem recursos, impulso e ânimo para se conjugarem, agirem conjuntamente e retomarem um rumo de regeneração, revivificação e redinamização da Cidade. É certo que os executivos municipais liderados por Severiano Falcão, Demétrio Alves e Adão Barata procuraram, ao tempo, inverter o curso dos acontecimentos, com o Plano de Salvaguarda de Sacavém, com o PROCOM, com a resolução da chaga da Quinta do Mocho, com o Museu da Cerâmica e outras acções qualificadoras, mas remaram sozinhos contra a maré de retrocesso. Hoje o problema está maior, mais vasto, mais denso. São precisas soluções audazes, inovadoras, determinadas e mobilizadoras. Sacavém, bem merecia (e precisava) ter um espaço próprio no Loures em Congresso, para que fosse discutida a Cidade e, sobretudo o seu futuro. Mas ainda que não o seja nesta ocasião, é indispensável que o seja num futuro próximo. É isso mesmo que aqui proponho à actual Administração Municipal, que está a chegar a meio do seu mandato e, que estando sujeita a constrangimentos económico-financeiros muito substanciais que lhe permita uma intervenção robusta no imediato, deve aproveitar – penso eu – para na segunda metade do presente ciclo autárquico, lançar a reflexão e o estudo das oportunidades para a Cidade, o que é preciso fazer e o que é possível começar a fazer, designadamente, o rumo a seguir no próximo mandato. Sacavém não suporta muito mais depois disso. E aos sacavenenses, caberá “dar alguma coisa para o peditório”. Desde logo, nas próximas eleições legislativas, optarem entre mais austeridade e mais depressão ou ajudarem o país e os governos a mudarem de registo. Depois, participando, dando opinião, informando-se, debatendo. Que esperar se nós próprios nada quisermos fazer por nós e pela nossa terra?

LOCAL

«Criação de uma ciclovia entre Sacavém, Portela e Moscavide» Foi com esta promessa que Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, abriu “Mobilidade: Novas práticas”, um debate efectuado na Portela e que faz parte do Loures em Congresso, uma iniciativa municipal de debate e recolha de opiniões, de forma a preparar um futuro melhor para o Município. Foi no salão da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela que, no dia 1 de Abril, se reuniram em debate diversos especialistas em mobilidade urbana e acessibilidade. A sessão, subordinada ao tema Mobilidade: Novas práticas, realizou-se no âmbito do Loures em Congresso, iniciativa que pretende debater temas de interesse estratégico para o Concelho.

“Pretendemos, com esta semana dedicada à mobilidade, que estas questões sejam amplamente debatidas”, começou por dizer Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, na abertura do evento. “Já realizámos um debate sobre transportes públicos e quisemos agora complementá-lo com uma abordagem a novas práticas de mobilidade, mais suaves e alternativas.

Somos um concelho que deve ter maior atenção à possibilidade de se fazerem percursos pedonais e de promoção de outras formas de mobilidade, como a bicicleta, pois continuamos a ter, em muitas localidades do nosso concelho, imensas dificuldades de mobilização a pé”, acrescentou Bernardino Soares. O presidente da Câmara justificou, ainda, a realização deste debate na Portela, por ser um dos locais onde a Autarquia “pretende desenvolver, nos próximos anos, um projecto de criação de uma ciclovia que faça a ligação entre Sacavém, Portela e Moscavide”. Novos padrões de mobilidade Acessibilidade e mobilidade: factores de competitividade para o território foi o primeiro tema a ser abordado por Paula Teles, da mpt, empresa de planeamento e gestão da mobilidade. “Uma cidade é feita de pedaços, que têm de ser geridos. As cidades têm de ser mais organizadas, intuitivas e simples, sem esquecer que deve ser o peão o centro da mobilidade urbana”, referiu a engenheira de planeamento do território. Paula Teles falou nas novas realidades sociais, no direito à mobilidade, mais sustentável e na importância de se compreenderem as novas realidades urbanas, sempre com objectivo de desenhar cidades e vilas com mobilidade para todos, tornando os territórios acessíveis no edificado, no espaço público e nos transportes. Sérgio Manso Pinheiro, do IMT – Instituto de Mobilidade e Transportes, apresentou o plano CiclAndo, Plano de

Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves, reiterando a ideia de que a bicicleta e o andar a pé devem passar a estar no centro da vida quotidiana. A promoção de meios de transporte mais sustentáveis constitui a grande motivação e o principal desafio do Plano. Este insere-se num novo paradigma de mobilidade, que tem em vista combinar o desenvolvimento económico das cidades e vilas, bem como a acessibilidade como uma melhoria da qualidade de vida, a defesa do ambiente e a redução da dependência energética. Já Adélia Simões, da Câmara Municipal de Torres Vedras, partilhou a experiência das Agostinhas, sistema de aluguer de bicicletas públicas. As Agostinhas estão distribuídas por 11 estações de bicicletas públicas, distribuídas pela cidade de Torres Vedras, junto às escolas, áreas comerciais e serviços públicos, disponibilizando bicicletas convencionais, a pedal e eléctricas. Almada Ciclável foi outro dos projectos inseridos na mobilidade sustentável, apresentado por Catarina Freitas, da Câmara Municipal de Almada. A Autarquia está a apostar na bicicleta como modo de deslocação suave, para viagens quotidianas de curta distância, tendo o Município aprovado uma rede com 217 km de percursos cicláveis, contínuos, de três tipologias: percursos de uso quotidiano, cultural e de lazer e com qualidade ambiental. Estes foram alguns dos exemplos daquilo que se vai fazendo pelos concelhos vizinhos, no que toca a acessibilidade e mobilidade.


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Paz e Amizade enche para ouvir Canções de Abril Dois concertos, uma assembleia, um passeio e a decoração do Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte foram os pontos altos do 41º aniversário do 25 de Abril. O momento alto das comemorações do 25 de Abril aconteceu no dia 24, à noite, com o espectáculo Canções D`Abril, que lotou o Pavilhão Paz e Amizade. Nuno Guerreiro, Anabela, Olavo Bilac e Tózé (vocalista dos Perfume), a Banda de Música da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loures e a “Ganda Banda” foram os protagonistas deste concerto. Foram interpretadas canções alusivas à “Revolução dos cravos”, com especial incidência nas músicas de José Afonso. No mesmo dia, mas da parte da manhã, as celebrações tiveram início com a decoração do Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte com cravos elaborados pelas escolas, movimento associativo, instituições particulares de solidariedade social e pelos alunos da Universidade Sénior do concelho de Loures. No mesmo local teve lugar uma Assembleia Municipal de Jovens, onde foram debatidas “As Conquistas da Escola Pública”. Alunos de várias escolas secundárias do concelho participaram na sessão, que contou com a participação do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, do vice-presidente, Paulo Piteira, da vereadora Maria Eugénia Coelho, de Fernanda Santos, presidente da Assembleia Municipal de Loures e da presidente da freguesia de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Glória Trindade. “A escola é um espaço de democracia. Não pode ser vista como uma máquina de fazer técnicos, mas sim cidadãos”, afirmou Bernardino Soares. Já Maria Eugénia Coelho, vereadora responsável pelo departamento de Educação, apelou à necessidade de reflexão e debate sobre temáticas fundamentais ao percurso escolar e académico dos alunos, referindo que “a escola deve permitir um percurso adequado às suas características”. Fernanda Santos elogiou a condução dos trabalhos e a participação de todos, mostrando-se disponível para organizar assembleias com temas importantes para as escolas, ao mesmo tempo que manifestou “o direito que temos à aprendizagem, adaptada às nossas capacidades e necessidades”. O dia 25 ficou marcado pela Caminhada por Abril, um passeio urbano pelo património da cidade de Loures, com passagens pelo Parque da Cidade, Quinta do Conventinho, Biblioteca Municipal José Saramago, onde foi visitada uma exposição composta por textos de Adelino Gomes e fotografias de Alfredo Cunha e Edifício 4 de Outubro, onde foi possível ver a exposição “E Abril abriu”, de António Casquilho. Um percurso pontuado por apontamentos culturais evocativos das memórias de Abril e de personagens e locais que fazem a história do concelho. O dia encerrou com um concerto, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, protagonizado pela Orquestra Ligeira da Sociedade Recreativa Musical 1º de Agosto Santa Iriense.


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CSEPDC de parabéns Filipe Esménio Comunição

No passado dia 10 de Abril a Cooperativa Sócio Educativa Para Desenvolvimento Comunitário (CSEPDC), de Santo António dos Cavaleiros, comemorou o seu 14º aniversário. Para assinalar este dia as Creches “O Vale Encantado” e “Crescer Saudável” criaram um mural, onde cada criança colocou um elemento alusivo ao Aniversário. No período da tarde, a Creche “Crescer

Saudável” veio até à Creche “O Vale Encantado” onde juntos cantaram os parabéns à CSEPDC. No final do dia, realizou-se uma cerimónia que contou com presença de 80 convidados. Esta cerimónia foi marcada pelo glamour e pela presença das demais entidades e personalidades que, ao longo dos 14 anos de vida da Instituição, contribuíram para

o seu crescimento. Todos os convidados desfilaram na passadeira vermelha, tendo sido posteriormente encaminhados para uma zona de cocktail's. No exterior aguardava-nos uma pequena cerimónia iniciando-se como uma pequena entrevista à presidente da direção da CSEPDC, Lurdes Gonçalves, onde se falou um pouco do historial da institui-

ção, assim como do rebranding que a Instituição irá sofrer, tendo sido anunciado o novo nome da Instituição, em substituição de CSEPDC, que será Start.Social. Para assinalar todo este historial, a Instituição homenageou personalidades, entidades, fundadores e dirigentes, que fizeram a diferença ao longo destes 14 anos, através da entrega de uma lembrança.

Mel de Cicuta Loures já é Loures tem uma imagem que tem de mudar. Apesar dos muitos esforços institucionais é necessário mudar o paradigma. Está na hora de cair na graça e sair das desgraças. De uma imagem depreciativa generalizada. A força de um concelho está nas pessoas. Naqueles que cá moram e fazem a sua vida profissional na nossa terra, mesmo que sejam de fora. Confesso-vos que conheço hoje o concelho como nunca conheci. É um concelho grande e diverso. Tem agricultura, indústria, comércio e serviços. Tem tradição tem cultura e tem identidade. Mas muitos de nós somos aqueles que menos valorizamos o nosso concelho. Centramo-nos nas suas problemáticas desvalorizando o património cultural e artístico de uma região diversa. Centramos nos seus defeitos e são muitos esquecendo ou minimizando as suas virtudes. Nós, as pessoas, somos o principal património de uma região. De alguma forma ao dizermos mal da nossa terra, dizemos mal de nós. Daquilo que podemos fazer por nós e pela nossa terra. Agora é preciso valorizar Loures. Agora é hora de contagiar a energia de projectos positivos. É necessário que o poder político gere uma comunhão com todas as pessoas do concelho, independentemente das cores partidárias, com projectos comuns em nome do concelho. Temos de criar referências que mudem paradigmas e orgulhem as pessoas. O Bairro i o Mundo é um projecto assim, fazer um festival de cinema, um festival de música, uma forte dinamização cultural de referência, dos dois lados do Túnel do Grilo, são caminhos para dar nome a Loures e unir as pessoas. Não basta o Festival do Caracol, é preciso mais. Muito mais. Temos dezenas de celebridades no nosso concelho de todas as áreas, do desporto às artes passando pela ciência. Temos de as valorizar. Faça-se uma caderneta de cromos para as escolas com personalidades e património de Loures. Valorize-se dignifique-se e coloque-se Loures no mapa pelas boas razões. Comece-se nas escolas e continuemos por todo o lado a valorizar o nosso concelho. Pode durar anos, mas o paradigma pode mudar. Nós seremos os principais agentes da mudança, todos nós. Loures já é. Basta fazer. Basta dizê-lo.

Prova de vinhos em Bucelas O Museu do Vinho e da Vinha, em Bucelas, inicia amanhã, dia 2 de maio, a partir das 15 horas, a iniciativa “Há prova no Museu”, uma degustação gratuita de vinhos da região de Bucelas. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Loures

e vai apresentar uma prova de vinhos do Chão do Prado, comentada pelo produtor António Paneiro Pinto. Instalado num edifício cuja história está intimamente relacionada com a tradição vitivinícola de Bucelas, o Museu do Vinho e da Vinha dá a

conhecer as principais fases do trabalho na vinha e os meios tradicionais de produção do vinho. Para usufruir desta iniciativa gratuita no Museu do Vinho e da Vinha, que se vai realizar no primeiro sábado de cada mês, sempre com vinhos de

Bucelas de diferentes produtores, basta reservar o lugar até à quinta-feira, através do número de telemóvel 924 487 297 ou pelo endereço museu_ vinho@cm-loures.pt. Esta iniciativa está limitada a um número máximo de 20 participantes.



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LOCAL

Construção do Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia para breve?

Pedro Cabeça Advogado

O Ministério da Saúde informou oficialmente a Câmara Municipal de Loures, de que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) está preparada para estabelecer um protocolo de cooperação com o Município para a construção do Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia.

Segundo a informação do Ministério da Saúde, brevemente a ARS-LVT apresentará à Câmara Municipal de Loures os termos, valores e prazos deste protocolo. Esta informação decorre na sequência de uma reunião, realizada a 19 de Março, a pedido do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares,

onde foram analisadas situações de grande premência para a população do concelho de Loures, na área da Saúde, nomeadamente em Santa Iria de Azóia. A construção de um Centro de Saúde em Santa Iria de Azóia é uma necessidade que tem dezenas de anos. A autarquia já cedeu o ter-

reno e manifestou disponibilidade para cooperar na execução da obra. As actuais instalações, num prédio de habitação de três andares sem elevador, não têm condições e tem motivado o protesto dos utentes.

Que Podemos Dizer de Maio? Confesso, neste solarengo fim de tarde em que me dediquei à escrita desta crónica, que será lida pelo mês de Maio, não vislumbro inspiração ou tema e questiono: afinal o que há de novo, ou relevante que possa trazer a esta crónica de Maio? Muitos ao lerem esta crónica já guardaram Abril no baú das recordações, os discursos já ganham pó na memória e o último discurso do actual Presidente da República Aníbal Cavaco Silva ficará na prateleira dos esquecidos. Para último discurso nem é digno de memória. Até as anunciadas coligações paridas na urgência das comemorações já nem são notícia: afinal o que há de novo, ou relevante, que possa trazer a esta crónica de Maio? No Concelho, provavelmente, estará em discussão e votação na Assembleia Municipal o PDM, o documento em que as orientações estratégicas desejáveis do ponto de vista político se tentam encaixar, na minha modesta opinião, sem êxito, numa azáfama técnica que apesar da apregoada participação na discussão se remete de novo, em versão “piorada”, para o que já existia. Parece-me que, além de foguetes e mais atrasos, não encontramos verdadeiras melhorias no documento que eventualmente irá a aprovação na Assembleia Municipal. Talvez o que vá escrever não seja politicamente correcto, mas ainda estou com um toque de Abril e por isso vou-me permitindo a estas “liberdadezinhas”, enquanto me deixarem claro. Eu não entendo porque um documento (talvez o documento) essencial na definição da estratégia dos concelhos é, regra geral, um espartilho organizado por técnicos a que os políticos se vão adaptando, independentemente das suas desejadas estratégias. Por vezes, os políticos parecem não ter a noção de que os PDMs acabam por rumar em sentido contrário ao da sua visão de desenvolvimento, isto para os que têm uma visão para o seu concelho e não se limitam a uma gestão comunicacional, ao estilo de jogos florais, só para a população se entreter. Realmente em Loures o tão aguardado PDM, que foi a votação em final de mandato do anterior, não me resolve, definitivamente, o meu problema de inspiração: afinal o que há de novo, ou relevante, que possa trazer a esta crónica de Maio? Talvez encontre inspiração na actividade do Município para o Mês de Maio. Não… parece que não existe nenhum evento que realmente resolva o meu problema de inspiração: afinal o que há de novo, ou relevante, que possa trazer a esta crónica de Maio? Assim sendo sem novidades, resta-me pedir desculpa aos leitores pela minha falta de inspiração. P.S.- como no primeiro domingo de Maio comemoramos o dia da Mãe, vou aproveitar para desejar um feliz dia da Mãe a todas as Mães leitoras e um desejo especial para as que, para mim, são as melhores Mães: a minha Mãe e a Mãe dos meus filhos, Adelaide e Andreia Feliz Dia da Mãe.

Políticos visitam futuras instalações do JI Nª Sr.ª dos Anjos No dia 12 de Abril, os membros do executivo e os eleitos na Comissão Permanente da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação esti-

veram presentes na obra das futuras instalações do Jardim de Infância Nossa Senhora dos Anjos, em Camarate, a convite da Direção da Associação Nª Sr.ª dos Anjos para conhe-

cimento do trabalho desenvolvido. Esta visita ficou oficializada com a entrega de um diploma pelo Presidente da Assembleia de Freguesia ao Presidente da Direção da Associação,

o que concretizou o agrado dos representantes pelo que tem vindo a ser feito em prol da população.

Mercado Agrobio de Loures com nova localização O Mercado Agrobio de Loures, realizado habitualmente no jardim da Praça do Município, passou a ter lugar na Avenida das Descobertas, junto à rotunda que confina com a Rua Vasco da Gama (junto ao edifício do balcão do BPI), no Infantado, em Loures, desde o dia 11 de Abril. Esta iniciativa da Câmara Municipal de Loures, em parceria com a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, realiza-se aos sábados, entre as 9 e as 14 horas, tendo como objectivo a promoção, venda e consumo de produtos frescos de produção biológica.


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LOCAL

Tradição invade Parque da Cidade No próximo dia 30 de Maio, o Parque da Cidade de Loures vai constituir o palco de mais uma edição do XXIII Encontro de Culturas Verde Minho. Como cenário deste encontro estará a réplica das ruínas de S. Paulo, em Macau, a qual serviu de fachada ao Pavilhão de Macau na Expo’98. É neste local que vão

Provenientes das mais diversas regiões etnográficas do nosso país, os grupos que vão mostrar um pouco das suas mais ricas tradições são os seguintes:

desfilar os usos e costumes das gentes do nosso País, exibindo as suas tradições, as danças e cantares, ao som da concertina e do cavaquinho e ao ritmo dos bombos e dos reco-recos, das castanholas e dos ferrinhos, mostrando como se canta e dança o vira e o malhão, a chula a rusga e a cana-verde.

● Grupo de Bombos Zés Pereiras os Baianenses – Baião ● Grupo de Bombos Zés Pereiras – Mercês, Sintra ● Grupo Folclórico e Etnográfico Verde Minho – Alto Minho ● Rancho Folclórico e Etnográfico Palmeiras – Braga ● Grupo Folclórico de Meãs do Campo – Baixo Mondego ● Rancho Folclórico de Alvarelhos – Trofa ● Grupo de Danças e Cantares Besclore – Lisboa ● Escola de Concertinas Filipe Oliveira – Lisboa

António Canteiro vence Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho O Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho 2014/2015, promovido pela Câmara Municipal de Loures, foi atribuído no Dia Mundial do Livro, 23 de abril, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures, pelas 21 horas. António Canteiro, com a obra “Logo à tarde vai estar frio”, é o vencedor da 11ª edição na moda-

lidade de prosa de ficção. O Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho pretende homenagear a memória da escritora e activista feminina, que muito contribuiu para a dinâmica cultural do concelho. Tem como objectivo incentivar a produção literária em língua portuguesa, premiando obras inéditas de autores portugueses nas suas mais diversas

modalidades. O júri desta edição foi composto por José Correia Tavares, representante da Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, professor universitário na área da literatura e Miguel Real, pseudónimo literário de Luís Martins, escritor, ensaísta e professor universitário na área da filosofia.

“Quem vem… volta”

Roteiro de sabores A Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela vai organizar a 1.ª edição do evento “Quem vem…volta” - Roteiro de Sabores. Neste evento irá ser apresentado um Roteiro Gastronómico, com o objectivo de dinamizar os seus espaços de restauração, promovendo a sustentabilidade local com a revitalização do consumo fora de casa e a animação social destas localidades. Esta 1.ª edição do “Quem vem…volta” - Roteiro de Sabores vai realizar-se durante todo o mês de Maio e decorrerá em vários espaços de restauração das localidades que fazem parte da Junta de Freguesia. Os apreciadores da boa comida são convidados a petiscar nos diversos estabelecimentos aderentes, guiados por um passaporte, onde estão identificadas as paragens do Roteiro, bem como a respectiva ementa especial, no qual será afixado um carimbo por cada estabelecimento frequentado. «O nosso objectivo com este roteiro de sabores “Quem Vem … Volta” é dinamizar, apoiar e promover os estabelecimentos de restauração da União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela criando, igualmente, uma nova relação entre os cidadãos e os espaços públicos das localidades das Vilas, encorajando-os a sair de casa em ambiente de convívio e partilha, dinamizando económica e socialmente os estabelecimentos aderentes e as zonas envolventes.» refere Nuno Leitão, Presidente da Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, Para o Sr. Serafim Teixeira, gerente do Restaurante Estrela da Bobadela «é uma boa iniciativa para divulgar as localidades, dentro e fora da União das Freguesias, bem como de promoção da sua restauração e é por estes motivos que vamos participar e apoiamos também desde a primeira hora o “Quem vem…volta” - Roteiro de Sabores.» Petiscos e boa disposição não irão faltar…


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ENTREVISTA

Polícia Municipal finalmente no terreno Após mais de dois anos em «banho-maria», a Polícia Municipal tem finalmente condições para funcionar. O sub-comissário Paulo Morgado entra em funções nos próximos dias. A Polícia Municipal de Loures vai finalmente começar a funcionar. Após mais de dois anos de avanços e recuos, a força conta com 19 homens e recebe agora o comandante Paulo Morgado. Nuno Botelho, vereador responsável pelo serviço de Polícia Municipal, explica ao NL as razões da demora na entrada em funcionamento desta força e quais os próximos passos a partir de Maio. Porque demorou tanto a tomada de posse do director da Polícia Municipal? Nós entrámos no final de 2013. O processo da Polícia Municipal, na minha óptica, começou pelo telhado e não pelas bases da casa, uma vez que tínhamos os agentes em formação, mas nada mais estava preparado. Não tínhamos equipamentos, armas, móveis, computadores, carros, comunicações nem dirigente. Embora existisse um planeamento para isto tudo, a precipitação de enviar os homens para formação, sem ter todas estas valências foi o que desencadeou o atraso e os problemas que decorreram até aos últimos dias. Conseguimos encontrar uma sede provisória, que já está equipada com os meios dignos para o funcionamento de uma força, localizada no Infantado. Para a sede definitiva, está agora a decorrer a adaptação de um espaço da Câmara e esperamos, até final do ano, que os homens possam estar no seu local de trabalho permanente. As fardas, a logística, os materiais e as mesas foi algo que fomos resolvendo ao longo do tempo. Quando é que terminou a formação? A formação acabou em Fevereiro de 2013 e, quando chegaram, não tinham ainda as condições mínimas para trabalhar. Foram então colocados junto da Divisão Jurídica e Administrativa da Polícia Municipal, vulgo fiscalização, em que fizeram algumas acções para conhecerem o terreno. Faltava, no entanto, um líder, uma pessoa com experiência que, na nossa óptica, tinha de ser alguém também que trabalhasse muito bem com as forças de segurança. Por isso, escolhemos

um oficial da PSP, o sub-comissário Paulo Morgado, acerca do qual fizemos o pedido de mobilidade em Dezembro, mas só foi aceite nos últimos dias. Isso quer dizer que a Polícia Municipal começa a funcionar já em Maio? O sub-comissário toma posse já em Maio, nos primeiros dois a três meses será feita a definição

de competências que a Polícia Municipal vai assumir, mas os homens podem começar a trabalhar no terreno já em meados de Maio, exercendo as competências inerentes à Polícia Municipal. Há ainda outra definição a fazer, porque algumas das competências da Polícia Municipal coincidem com as de outros serviços da Câmara e não há interesse em duplicar trabalho ou

arranjar concorrência com esses departamentos. Paralelamente, iremos reunir com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e com a Guarda Nacional Republicana (GNR), porque não queremos constituir nenhum constrangimento às forças de segurança que estão no terreno. Podemos ser um complemento ou uma ajuda e queremos trabalhar em conjunto com essas forças de

forma articulada. Há competências que se cruzam e queremos definir muito bem aquilo que queremos fazer, para que não haja constrangimentos. Até porque só temos 19 homens, por isso, somos uma força pequena. A lei prevê que possamos ir até aos 90 homens, mas não temos condições, de forma alguma, para assumir esse número.


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ENTREVISTA

Quais as funções já definidas para a Polícia Municipal? Uma competência óbvia é a gestão do tráfego, no decorrer de uma obra da Câmara ou de uma Junta de Freguesia. Na fiscalização rodoviária, por exemplo, não nos interessa nem temos os meios para concorrer com a PSP, portanto não o vamos fazer, a não ser em casos pontuais. Também não vamos fazer uma dupla fiscalização do estacionamento, porque para isso já existe a Loures Parque. Durante as próximas semanas, haverá um conjunto de reuniões de trabalho com os vereadores que têm essas responsabilidades e competências, com o presidente da Câmara e com a PSP e a GNR para definir bem essas funções. Vamos depois preparar um plano de comunicação para dar a Municípios com Polícia Municipal

conhecer a Polícia Municipal às populações, para que não sejam apanhadas de surpresa. Temos de começar muito devagar e ir passo a passo, com uma atitude muito pedagógica junto das populações. Onde serão as instalações definitivas da Polícia Municipal? Serão no Infantado, onde está a Protecção Civil, numa antiga escola com três pavilhões. Teremos, em permanência, duas viaturas e duas motorizadas, além do carro do comandante. Todas as viaturas serão caracterizadas e equipadas com meios de comunicação e todas as condições necessárias para o seu funcionamento. Vamos utilizar viaturas da própria câmara, que serão mais do que suficientes para irmos para o terreno.

Quais as vantagens desta força para os munícipes? Por um lado, o município pode poupar muito dinheiro com esta força. Isto porque o conjunto de despesas externas que tem com segurança, cortes de vias de estrada, policiamento de eventos e outros podem constituir uma poupança significativa para a Câmara. Por exemplo, o Festival do Caracol custa, em segurança, cerca de 15 mil euros em policiamento, a que acresce os custos com segurança privada. Não podemos deixar de ter o policiamento, mas podemos deixar de ter a segurança privada. Esta grande poupança pode fazer com que esse investimento seja canalizado para áreas que toquem mais à população, como a redução de impostos, por exemplo, ou o apoio na área social, cultural ou

Municípios sem Polícia Municipal

turística. Concretamente no terreno, embora não seja uma polícia de segurança, quantos mais homens estiverem na rua fardados maior será o ambiente de segurança. São mais 19 homens fardados na rua, a quem as pessoas podem pedir ajuda. Podem também ser um elo de ligação em locais complicados, como os bairros sociais, actuando como parceiro das associações locais, das populações e de outros actores. Também podemos ter um papel muito importante junto das escolas e das populações mais jovens, pois a Polícia Municipal não é considerada uma polícia repressiva. Foi feito algum estudo que demonstre a poupança gerada pela criação da Polícia

Municípios com Polícia Municipal a Norte do Tejo Municípios com Polícia Municipal a Sul do Tejo

34 11%

1 3%

274 89%

33 97%

Municípios com Polícia Municipal nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto

Municípios com Polícia Municipal 11

Resto do País

10

7 17 50%

Municípios sem Polícia Municipal

7

17 50%

Área Metropolitana de Lisboa

Área Metropolitana do Porto

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Municipal? Havia um parecer, no anterior executivo, que indicava uma poupança, ao final de cinco anos, de cerca de 500 mil euros. Não fizemos cálculos concretos, mas posso dizer que gastamos muito dinheiro em segurança e no policiamento. Se baixarmos essa verba para metade, isso será uma grande poupança. Ao fim do primeiro ano já teremos uma noção mais concreta. Podemos chegar à conclusão de que 19 homens é muito pouco. Para fecharmos parte de uma via ao trânsito, são precisos, pelo menos, dois homens. A força tem de ir crescendo devagar, passo a passo, não vale a pena fazer grandes promessas. André Julião

Municípios com Polícia Municipal Albufeira Amadora Aveiro Braga Cabeceiras de Basto Cascais Coimbra Fafe Felgueiras Gondomar Guimarães Lisboa Loures Lousada Mafra Maia Marco de Canaveses Matosinhos Oeiras Paços de Ferreira Paredes Porto Ponta Delgada Póvoa de Varzim Santo Tirso Sintra Trofa Valpaços Vieira do Minho Vila do Conde Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Gaia Vila Nova de Poiares Viseu


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CULTURA

Tiago R. Santos vence Prémio Sophia 2015 Tiago R. Santos, nascido e criado no nosso Concelho, recebeu no dia 2 de Abril, no Centro Cultural de Belém, o Prémio Sophia 2015 na categoria de melhor argumento original, do filme Os Gatos não têm Vertigens. Os prémios Sophia foram lançados em 2012, para distinguir os profissionais do cinema nacional pelos próprios pares, e incluem

cerca de duas dezenas de categorias. É atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema que foi fundada em 2011 e é presidida pelo produtor Paulo Trancoso. Antes do início da cerimónia de entrega dos prémios, a Academia evocou a vida e obra de Manoel de Oliveira com a passagem de alguns filmes, como «Aniki Bobó», a primeira

longa-metragem do realizador, de 1942. O filme de António-Pedro Vasconcelos, Os Gatos não têm Vertigens foi o grande vencedor dos Prémios Sophia 2015. Das 15 nomeações averbadas conseguiram arrecadar nove. Mas mais do que os números esmagadores foram as categorias onde foram obtidos, além do já

Vencedores Prémios Sophia 2015:

referido para melhor argumento original, também ganhou o de melhor filme, melhor realizador, melhor actor e actriz secundária, melhor música e canção original, melhor som e melhor montagem. Uma demonstração de que foi o filme do ano, na opinião da Academia Portuguesa de Cinema.

Portelenses lançam livros Duas portelenses, ambas de nome Ana, editaram dois livros distintos. Ana Quitério debruça-se sobre os temas da educação, tanto na escola como na família, enquanto Ana Cássia Rebelo se foca no universo feminino e nas suas inquietações.

Ana Quitério Ana Quitério nasceu em Lisboa e viveu grande parte da sua vida na Portela. Mãe da Inês, da Maria e do João, filha de pais Professores, licenciou-se na Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, em Ciências do Desporto. Doutorou-se no ramo de Motricidade Humana na mesma instituição e é, actualmente, Professora no Departamento de Educação, Ciências Sociais e Humanidades dessa mesma faculdade, hoje inserida na Universidade de Lisboa, fazendo igualmente parte da direcção da Sociedade Portuguesa de Educação Física. No final da licenciatura, o seu encanto pela biologia e pedagogia da actividade física intensificou-se quando se iniciou como profes-

sora de um grupo de ginástica de manutenção - o Grupo do Estádio Nacional - do qual ainda hoje faz parte e com quem revela sentir semanalmente a magia da actividade física em grupo. A sua experiência como professora de Educação Física, assim como a sua convivência diária com Professores de Educação Física, proporcionam uma reflexão partilhada sobre a essência e missão desta profissão. Todavia, foi no decorrer dos últimos seis anos, com o nascimento dos seus três filhos, que os fenómenos da Educação conduziram à sua inspiração para a realização deste livro. Socorrendo-se de uma formação académica muito baseada na biologia da actividade física e desportiva, Ana enfrenta um quotidiano de perguntas acerca do corpo que mexe,

que sente, que pensa, que se expressa consigo e com os outros, dos estilos de vida, da educação dos jovens, da Pedagogia da Educação e do mundo dos comportamentos activos. Não foi pois de estranhar que o lançamento do livro fosse na Livraria Desassossego, no dia 21 de Março, que contou com a presença do jornalista Joaquim Franco, como orador convidado. Nesta sua primeira aventura da escrita, a autora desassossega um olhar sobre uma educação quieta e passiva, revelando publicamente o seu mais franco e sentido reconhecimento pela educação irrequieta, activa e integral. Sinopse Ler o livro da Professora Ana Quitério intitulado Ajuda-me Mãe!!!... Que eu

não sei correr… constitui uma oportunidade única para quem se interessa pelos temas da educação, quer na escola, quer na família. A obra centra-se, sobretudo, na vertente do cuidar dos mais novos, essa dimensão que deve sobrepor-se aos diferentes modelos de organização familiar às muitas dificuldades actuais da família e ao contexto de crise social que vivemos. Cuidar significa não só tomar conta, mas também amar e ajudar a crescer numa perspetiva de autonomia, como se pode verificar nestas páginas. A reflexão sobre a família e a escola, com destaque para as questões relacionadas com a Educação Física, surgem neste livro, escrito em linguagem acessível mas cheia de atenção e afeto para com as crianças.

FILME: Os Gatos não têm Vertigens António-Pedro Vasconcelos (MGN Filmes) DOCUMENTÁRIO: E Agora? Lembra-me Joaquim Pinto (C.R.I.M. Produções) REALIZADOR: Os Gatos não têm Vertigens António-Pedro Vasconcelos ACTOR PRINCIPAL: Os Gatos não têm Vertigens João Jesus ACTRIZ PRINCIPAL: Os Gatos não têm Vertigens Maria do Céu Guerra ACTOR SECUNDÁRIO: Os Maias - Cenas da Vida Romântica João Perry ACTRIZ SECUNDÁRIA: Os Maias - Cenas da Vida Romântica Maria João Pinho ARGUMENTO ORIGINAL: Os Gatos não têm Vertigens Tiago R. Santos MONTAGEM: Os Gatos não têm Vertigens Pedro Ribeiro FOTOGRAFIA: Os Maias - Cenas da Vida Romântica João Ribeiro MÚSICA ORIGINAL: Os Gatos não têm Vertigens Luís Cília CANÇÃO ORIGINAL: Os Gatos não têm Vertigens “Clandestinos do Amor”, de Ana Moura SOM: Os Gatos não têm Vertigens Vasco Pedroso, Branko Neskov e Elsa Ferreira DIRECÇÃO ARTÍSTICA: Os Maias - Cenas da Vida Romântica Silvia Grabowski GUARDA-ROUPA: Os Maias - Cenas da Vida Romântica Sílvia Grabowski MAQUILHAGEM E CABELOS: Os Maias - Cenas da Vida Romântica Sano de Perpessac CARACTERIZAÇÃO / EFEITOS ESPECIAIS: Os Maias - Cenas da Vida Romântica Sano de Perpessac CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO: Encontradouro Afonso Pimentel CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO: O Meu Outro País Solveig Nordlund CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO: Fuligem David Doutel e Vasco Sá SOPHIA ESTUDANTE: Bestas Rui Neto e Joana Nicolau SOPHIA CARREIRA: Eunice Muñoz e Luís Miguel Cintra

Ana Cássia Rebelo Ana Cássia Rebelo tem pouco mais de 40 anos, três filhos e é jurista numa instituição bancária. E é muitas vezes no meio da elaboração de pareceres, na redacção de ofícios ou de contestações, que assume o seu outro papel. Esse papel é o de uma escritora de enorme singularidade, que, até ao momento, se deu a conhecer no blogue que mantém desde 2006, Ana de Amsterdam. Acerca do nome do blogue, elucida em entrevista ao jornal Público: “Gostava da canção, e foi apenas por essa razão que, há quase 10 anos, a escolhi para dar nome a um blogue. Havia a letra – tão simples quanto forte – e aquele verso

com o qual me identificava: “Sou Ana do Oriente, Ocidente, acidente, gelada.” “Ao longo destes anos”, diz ainda a autora, "muitas vezes, me interroguei sobre a mulher da canção, mas nunca procurei saber quem era. Ana de Amsterdam, mulher gelada, gelada como eu própria me sentia, permaneceu durante muito tempo uma desconhecida para mim." Antes do blogue Ana de Amsterdam ainda houve, em 2003, Alice no País dos Matraquilhos, depois Pano-Cru e, mais tarde, 2.º Andar Direito. Tanto este como o seu primeiro blogue roubavam o nome a músicas de Sérgio Godinho – como o

actual o rouba a Chico Buarque. Fazem parte da “santíssima trindade, Sérgio Godinho, Fausto e Chico Buarque”. Assume a necessidade de estar em Maina, próximo de Goa, como de estar na Portela ou em São Bartolomeu da Serra. São os lugares onde estão os pais, a tia e a família. E a família é tudo para Ana. Sinopse Do famoso blogue Ana de Amsterdam (cujo nome remete para a famosa canção de Chico Buarque), a autora juntamente com o escritor e investigador João Pedro George fizeram uma selecção dos melhores e mais memo-

ráveis textos. Um conjunto coeso que finalmente revela a poderosa e abrasiva voz literária de Ana Cássia Rebelo para lá da blogosfera. O diário íntimo (e ferozmente honesto) de uma mulher dos nossos tempos. Prefácio de João Pedro George Ana interpreta a condição de muitas mulheres que coabitam com a frustração, asfixiadas pela casa, pelos filhos, pelo trabalho, pela falta de apoio. Noutras palavras: pelos preceitos do repugnante machismo, que impede as mulheres de admitirem publicamente que os filhos lhes esmagam as ambições, as capacidades, as forças realizadoras, e as impossibilitam de desenvolverem plenamente as

múltiplas facetas da sua personalidade; pela práxis estabelecida, que diz que a mulher deve ser recatada, deve sujeitar-se ao decoro e circunscrever-se à lógica do coração e dos sentimentos; do pudor tradicional, que castiga as mulheres que confessam gozo sexual, indolência, frigidez, tristeza crónica, rotulando-as de grosseiras, indecentes, deselegantes, umas galdérias (se alguns destes textos chocarem a moralidade convencional, diga-se, desde já, bendita seja) e considerando-as inquietantes e irresponsáveis, sem textura moral, um foco de instabilidade e uma ameaça à educação dos jovens."


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CULTURA

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Ninho de Cucos

Alabama Shakes Sound & Color João Alexandre Músico e Autor

Nem sempre fáceis de catalogar, fruto de um cruzamento sonoro entre blues, funk e rock os Alabama Shakes, banda originária precisamente do Alabama e que começou por se chamar simplesmente Shakes, acabam de lançar o seu 2º trabalho intitulado “Sound & Color”. Depois da estreia auspiciosa com o álbum “Boys & Girls”, em 2012, com mais de 700.000 cópias vendidas e que lhes valeu três nomeações para Grammys no ano seguinte, os Alabama Shakes nascidos enquanto banda em 2009 e constituídos por: Brittany Howard – voz e guitarra; Heath Fogg - guitarra; Zac Cockrell baixo; Steve Johnson - bateria, voltam à carga e subindo a parada num sempre importante 2º disco, razão pela qual nos debruçamos sobre ele nesta edição de Maio do Notícias de Loures. Os Alabama Shakes, ao contrário de Jack White ou Black Keys (artistas que se podem considerar dentro de um estilo musical similar), não são propriamente os maiores aficionados pelas experiências de estúdio, sendo muito

mais orientados pelo potencial da captação ao vivo, orgânica, directa e eventualmente mais crua da sua música, sem que no entanto tal atitude dite uma absoluta devoção as cânones tradicionais do rock retro. Segundo o conceituado crítico Stephen Thomas Erlwine, “… as raízes desta banda são isso mesmo, raízes e não âncoras ou amarras, permitindo que o grupo cresça muitas vezes de forma inesperada e recheada de emoção…”. No álbum, estreia o som alicerçado na estrutura do blues e da soul dos anos 60 e, como que filtrado pela visão dos clássicos rock nos anos 70, corre sob o pulso de uma secção rítmica que bate tão forte quanto pode, banda sonora ideal para a voz de Brittany (que fez parte de coro de igreja Baptista) fraseando ao estilo de cantora rock, mas sempre de forma ultra expressiva na alegria ou no drama. No segundo álbum “Sound & Color” a banda que não esconde a influência na sua música do blues mais antigo, da soul, gospel

e country tão característicos da música do sul dos Estados Unidos da América. Desenvolvidos num rock mais moderno, liberta-se ainda mais de quaisquer trâmites, preconceitos ou regras rígidas de qualquer das variantes referidas e flui fresca sem se desagregar, sem que o trabalho se transforma numa manta de retalhos ou pareça desarticulado no seu conjunto enquanto disco. O funk continua forte, provavelmente mais forte, até e onde a banda se revelava mais austera no 1º trabalho, aparece agora bem mais colorida (fazendo jus ao título do álbum). É esse funk

poderoso que escutamos em “Don’t wanna fight” e esse poderio não é abandonado, mesmo quando os Alabama Shakes saltam para as baladas soul, como no caso de “Gimee all your love”. Em “Future people” aventuramse por terrenos do psicadelismo, com harmonias sussurradas, distorção fuzz e energia infinita, interligando o “velho” e o “novo” o “antigo” e o “moderno” de uma forma absolutamente revigorante. O tema “Shoegaze” lembra Rolling Stones e até para arranjos de cordas, providenciados por Rob Moose, colaborador de Bon Iver, há lugar.

Os Alabama Shakes passaram em Portugal em 2012 e 2013 nos festivais de Verão, respetivamente Super Bock Super Rock e Paredes de Coura. Está na hora de promotores nacionais apostarem numa banda em grande forma para um concerto de sala, sem misturas e outros motivos menores de distração. Experimentem no youtube: Alabama Shakes – “Don’t wanna fight” David Letterman… Funk and Roll !!!


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CULTURA

Paisagens & Patrimónios A Capela de Nossa Senhora da Saúde de Sacavém Florbela Estêvão Arqueóloga e museóloga

Capela de Nossa Senhora da Saúde de Sacavém A Capela de Nossa Senhora da Saúde, também conhecida como Santuário de Nossa Senhora da Saúde e de Santo André, é um edifício religioso, singelo, localizado numa zona alta da cidade de Sacavém, zona essa que até há pouco tempo se designava Sacavém de Cima. Por contraste com este núcleo urbano existia um outro, situado junto ao rio Trancão e, portanto, denominado Sacavém de Baixo, em estreita relação com um porto, no qual fundeavam numerosas embarcações antes do assoreamento da várzea de Loures. Aliás, Sacavém não está localizada somente no cruzamento de duas vias fluviais significativas, o Trancão e o Tejo, no qual aquele desagua; por aqui passam importantes redes viárias, que, pelo menos desde o período romano, ligam Lisboa a Santarém e, bem mais para norte, a Braga. Mas, sobre a travessia do rio Trancão

e das suas pontes falarei noutra crónica… Voltando à capela, esta está inserida no centro histórico da cidade, enquadrada por um largo que já se chamou Terreiro e é o actual Largo 5 de outubro; essa espacialidade exterior confere-lhe um certo destaque. É um exemplar de arquitectura religiosa de feição maneirista e barroca, que sofreu várias transformações ao longo dos anos, como nos atestam as várias datas mencionadas na inscrição que encima a entrada principal: «ERMIDA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE E SANTO ANDRÉ FEITA À CUSTA DO POVO, ANO 1652 E REEDIFICADA DO TERRAMOTO ANO 1756» Durante a Idade Média parece que houve ali uma capela tendo como orago Santo André, mas a primeira referência da sua

dedicação a Nossa Senhora da Saúde data de 1599, devido a um grave surto de peste que assolou a cidade de Lisboa e o seu termo e, consequentemente, incluindo a povoação de Sacavém. Foi reedificada com “esmolas do povo” em 1652, sofrendo novas obras de pedraria em 1671 por António Gonçalves. Devido ao grande terramoto de 1755, que lhe causou grave ruína, voltou a ser recuperada um ano depois. Finalmente datam de 1872 novas obras de beneficiação, uma vez mais custeadas pelas esmolas dos fiéis. Com efeito, a grave epidemia de 1569 causou uma elevadíssima mortandade em todo o reino e, em Sacavém, muitos dos seus habitantes sucumbiram à enfermidade, deixando a matriz da povoação de ter capacidade para acolher tantos corpos. Para obviar ao problema, segundo a lenda, os sobreviventes abriram uma vala perto desta ermida

e terá sido nessa ocasião que foi encontrada uma imagem da Virgem Maria com o Menino, à qual foi atribuída a cessação de tão malfadada moléstia, pelo que o edifício religioso passou a serlhe dedicado. Mas, segundo as crónicas, Sacavém também aparece associada a um surto anterior de peste, a epidemia de 1415, que terá levado à saída de muitos habitantes de Lisboa para localidades dos arredores, consideradas mais arejadas e saudáveis. Tal foi o caso de membros da família real, e, entre eles, da rainha Dª. Filipa de Lencastre, esposa de D. João I, que procurou primeiro refúgio em Sacavém. Infelizmente, porém, acabou por adoecer nesta povoação e, já doente, debandou daqui para procurar abrigo no Paço de Odivelas, onde acabaria por falecer. Durante a Idade Média, parece que houve junto à capela uma albergaria ou um hospital para dar apoio aos peregrinos, bem como uma gafaria de leprosos. Aproveito para destacar que nessa época existiam vários tipos de instituições cuja distinção nem sempre é fácil, como é o caso entre hospitais e albergarias, uma vez que a hospitalidade se confundia com assistência e também porque os cuidados com o corpo eram secundarizados, relativamente aos cuidados com a alma. Estávamos evidentemente longe do sistema e da prática da medicina, tal como nos é hoje familiar. A preocupação em cuidar das almas implicava confessá-las, proceder à comunhão dos moribundos de modo a assegurar a entrada das suas almas no além, o que incluía obviamente a celebração de um ritual fúnebre condizente com o estatuto social do enfermo. Quanto ao cuidado com o corpo, diferentemente dos tratamentos médicos da actualidade, na sua maioria as práticas incluíam sobretudo uma alimentação reforçada e a atribuição de vestuário. Assim, enquanto as albergarias eram destinadas a peregrinos, segundo as regras sociais da hospitalidade, os hospitais eram direcionados para o tratamento dos doentes pobres. No entanto, muitas vezes os hospitais incluíam dependências reservadas a peregrinos; ou

então, no caso de estas não existirem, os ditos peregrinos eram simplesmente albergados nas salas dos doentes. Somente os enfermos contagiosos eram tratados separadamente, não sendo de estranhar a existência de uma gafaria, ou seja, uma instituição apenas destinada aos leprosos. Olhando para esta casa religiosa de Sacavém é notória a sua volumetria, que a singulariza em relação aos restantes edifícios que a circundam. Apresenta uma fachada rasgada por um portal emoldurado por uma simples cantaria e encimado por um óculo ou janela. Tanto a porta como a janela são balizados por pilastras também de cantaria pintadas de azul. Ainda na fachada principal do templo podemos observar um relógio e um sino. No seu interior destaca-se a imagem da sua padroeira, que naturalmente ocupa o altar-mor, bem como o lambril azulejar (branco e verde), disposto em losangos. Saindo para o exterior e ainda no largo, paredes meias com a capela podemos observar um outro edifício, muito sóbrio, de planta quadrada, de dois pisos e que, embora um pouco descaracterizado, não deixa de chamar a atenção; trata-se da antiga torre medieval de Sacavém. Assim, só neste pequeno espaço urbano muitos são os indícios que nos reportam para vários tempos históricos, constituindo uma pequena paisagem urbana polissémica, diversificada, que importa conhecer, divulgar e preservar. Foi dentro destes prossupostos que se desenvolveu o Plano de Salvaguarda de Sacavém, exemplo de um trabalho interdisciplinar que teve como objectivo último requalificar o núcleo antigo deste aglomerado histórico. Assim, a propósito deste singelo edifício religioso, mas bem enraizado na história e na malha urbana desta urbe, fica aqui o convite para uma visita pedonal à cidade de Sacavém, lembrando que o Museu de Cerâmica desta cidade tem um programa de passeios, “Percursos pelo Património”, integrado numa programação à qual poderá aceder via internet, no menu “Agenda” do site do município. É uma oferta cultural que permite aos interessados conhecerem um pouco mais deste território.


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OS ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

Adres Irreverente, com um olhar crítico e atento à realidade política e social, Adres (1981) tem deixado pequenas pérolas de intervenção visual nas ruas de Lisboa e arredores desde 2004. Para trás, ainda na década de 1990, ficara uma breve incursão no graffiti clássico, mas a insatisfação com as suas limitações e a natureza fechada do meio fizeram-no parar, até à altura em que descobriu a obra de Banksy e o site do Wooster Collective. Ao deparar-se com uma nova dinâmica gráfica e visual que conquistava o mundo, Adres sentiu-se contagiado. O contacto com o stencil não só despertou a sua imaginação e vontade de intervir, mas veio também proporcionar-lhe uma ferramenta que se adequava bem às suas capacidades e à linguagem que queria expressar. Aos poucos foi experimentando com vários tipos de figuras e intervenções, apurando técnicas e estilos. Em 2009, porém, a figura de um rapaz que apregoava a troca do computador Magalhães por uma Playstation surgiu espalhada por vários pontos de Lisboa. A intervenção em stencil não passou despercebida; chamou a atenção de vários meios de comunicação e depressa tornou-se aclamada pelo modo irónico e inteligente como tratara o assunto. Adres quebrava assim a barreira de comunicação que o limitava à comunidade de artistas urbanos e atingia com satisfação o objectivo de interagir a sério com o vasto e heterogéneo público que compõe a cidade. Nascido e criado no limite suburbano de Lisboa oriental, afirma com um sorriso viver “nas quintas”, designação irónica para a velha zona rural, nas margens do Tejo. Optando não frequentar a universidade, passou por vários trabalhos para ganhar experiência e independência até inscrever-se num curso de Design Multimédia, que lhe deu acesso a muitas ferramentas para trabalhar com vídeo, imagem e som. Entendeu de vez que tinha um interesse especial em trabalhar com imagem, que coincidiu com a sua descoberta da Street Art. Hoje em dia, no entanto, o trabalho profissional noutra área torna por vezes difícil a articulação com as suas actividades nocturnas, mas o gosto impele-o a vencer tanto estes contratempos como a sua própria preguiça. Ecléctico nos seus gostos, aberto a influências de vários quadrantes, prefere fugir a labels que limitem a sua apreciação do mundo: “gosto de skate e desportos radicais, de música, mas também

gosto de rally por exemplo, e de snooker, e poker!”, exclama com humor. “Depois de ter entrado no mundo da Street Art, abri muito o meu leque de interesses, sobretudo quanto ao design, linguagens gráficas e publicidade, mas estou muito mais atento à forma do que ao conteúdo”, revela. A prática de skate serviu como porta de entrada ao mundo da cultura de rua, permitindo-lhe desenvolver uma leitura alternativa da arquitectura e do meio urbano na perspectiva do utilizador: “tal como as pessoas que andam de skate reinterpretam constantemente a arquitectura dos lugares, as pessoas ligadas ao graffiti acabam por ter uma visão muito específica da cidade na procura de novos sítios para intervir”, comenta. Nas suas peças explora pontos de tensão social de forma irónica e humorística, de um modo bem português. Personagens da cultura popular como o Zé Povinho realçam esta herança, mas não só. Crianças que escrevem nas paredes reflectindo o próprio acto do graffiti, a figura do Capuchinho Vermelho mordazmente apetrechada de G3 (Little Red Riding the Hood), o olhar crítico à cultura dominante do universo Disney e outros conglomerados multinacionais através do desvio e manipulação gráfica dos seus logos, a interacção com os transeuntes nas vias de acesso à capital estranguladas diariamente pelo trânsito (Bom Dia Para Ficar na Cama), a abordagem aos espaços devolutos, a crítica à especulação imobiliária (Demolido de Fresco), o aproveitamento de peças deixadas no lixo para veicular uma dinâmica de mensagem através da repetição em jeito de instalações site-specific profundamente efémeras (Confie o Seu Dinheiro a Profissionais, Colchão Geral de Depósitos, em colchões; VIP Lugar Reservado, em poltronas e sofás) e muitas outras ideias têm vindo a compor o seu discurso visual, a sua interacção com o meio e as pessoas que o habitam. “Interessa-me tentar despertar a atenção das pessoas para estas leituras da realidade e comunicar com elas,” reflecte, “o que importa não é tanto o lado artístico, mas a mensagem imediata.” Simples e eficaz, ou não fosse essa a sua mestria de comunicação.

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DESPORTO

Sacavenense comemora 105 anos

Lizette Braga do Carmo

Encontro de Gerações Uma das maiores responsabilidades que cabe a qualquer sociedade é a transmissão de conhecimentos e de saberes entre gerações. A necessária renovação não pode fazer-se sem que aqueles que, de entre nós, têm mais experiência passem o seu testemunho às novas gerações. Os nossos jovens, e o nosso País, só terão sucesso amanhã se conhecerem o caminho percorrido até aqui, contextualizando o Antes e o Depois através de um diálogo aberto e descomplexado entre as várias gerações. Neste momento de especial significado para o nosso futuro, os partidos políticos não podem demitir-se da responsabilidade de promover uma cidadania activa. Temos vivido, e vivemos ainda, tempos muito exigentes em consequência de um severo e vexatório programa de ajustamento a que o País foi sujeito. Hoje, graças ao empenho de famílias e empresas, começamos a redefinir o nosso futuro: um futuro mais sólido mas igualmente exigente, e que obrigará necessariamente à solidariedade geracional. Importa preparar esse futuro – discutindo-o de forma pragmática e produtiva, sem tabus e sem rodeios. Por esta razão, e antecipando esta discussão tão actual quanto urgente, será realizado, no próximo dia 16 de Maio, no Parque da Cidade (Pavilhão Multiusos/Pavilhão de Macau) um debate aberto a todas as gerações e a toda a população, designado “Fórum Jovem – O nosso hoje, o teu amanhã”. Os temas a abordar serão diversos: o empreendedorismo; a educação; a economia; a acção social; a juventude e a política. Num momento em que tanto se fala de conflitos geracionais, é responsabilidade de todos promover iniciativas abertas, capazes de agregarem as diferentes experiências, expectativas e realidades. Organizámos um programa rico e com vários pontos de interesse que reúne pessoas de reconhecida experiência profissional e jovens oradores - dos quais vários independentes de qualquer força política, mas todos com grande consciência cívica. Esta iniciativa, a realizar em Loures, é aberta à população em geral, e constitui um contributo para uma discussão viva e informal destas temáticas transversais a toda a nossa comunidade, de quem esperamos também uma participação activa. Este é o desafio que lançamos. Só assim Portugal será capaz. Contamos consigo. Participe!

No dia 19 de Abril o Sport Grupo Sacavenense realizou a sua Sessão Solene das comemorações do seu 105º aniversário, onde se distinguiram os associados com 25, 50 e 75 anos de filiação ao clube. Foram homenageados cinco associados com o emblema de prata (25 anos), quatro associados com o emblema de ouro (50 anos) e um associado com emblema de diamante (75 anos). Também foram distribuídos os Prémios Teófilo Lopes Constantino, que distinge atletas, treinador, associado e dirigente da época, referentes à época de 2013/2014. História O Sacavenense é um clube desportivo da cidade de Sacavém, um dos mais antigos do concelho de Loures, tendo sido fundado em 19 de Março de 1910, em pleno período de efervescência republicana, num misto de grande fer-

vor associativista e de desenvolvimento do desporto em Portugal. Em tempos praticaram-se, como modalidades desportivas, o atletismo, o ciclismo, andebol, o basquetebol, o voleibol, o hóquei em patins, o râguebi, ou o ténis de mesa, presentemente, apenas o futebol, desde 1911, continua a merecer destaque. No futebol, o Sacavenense logrou alcançar 27 presenças na II Divisão (actual II Liga, tendo inclusivamente, em meados dos anos 1980, quase chegado ao escalão maior do futebol português), outras tantas na III Divisão (tendo mesmo sido Campeão Nacional da III Divisão na época 1977/78), 37 participações na Taça de Portugal (tendo conseguido por duas vezes alcançar a 5.ª eliminatória, 1980/81 e 2001/02). No final da época 2003/04, desceu aos campeonatos distritais, tendo subido ao Campeonato Nacional de Seniores em 2013.

Fanhões recebe 4x4

Treinador do ano é da GesLoures

Após o arranque em Oleiros, a segunda etapa do CN Navegação 4x4 decorreu no concelho de Loures, em Fanhões, sob orientação do Clube Terra a Terra. Ao todo foram 15 as equipas participantes (duas na Classe Promoção) desafiadas a cumprir 70 waypoints, divididos por seis estratégias, livres e dois controlos horários, mas o máximo alcançado foram 34, pela equipa Megape 1 (Luís Loureiro/Alípio Neto) que acabaram por alcançar o primeiro lugar do pódio, depois de terem falhado a etapa inaugural por motivos de saúde. Nas primeiras horas de prova foram duas as equipas aspirantes a subir ao pódio que ficaram pelo caminho, nomeadamente a Megape 2 (Mário Mendes/Sérgio Mouralinho), devido a um pneu furado e a CF4X4 /Freitas Car Service (Elísio Carvalho/Hilário Mendes) por problemas mecânicos no Discovery. Os actuais campeões nacionais, Trilhos do Estreito/OFM (Tiago Dias/João Martins) foram a equipa que mais waypoints validaram, contudo, devido a um erro, foi-lhe anulado um dos 38 realizados, o que os relegou para o terceiro lugar. O segundo posto foi arrebatado pela equipa Maxidrive/Historical Tours (Paulo Reis/Ricardo Reis), provando estar na luta para reconquistar o título alcançado em 2013.

O trabalho do treinador da GesLoures foi reconhecido no Congresso Técnico e Científico da APTN, que se realizou nos dias 25 e 26 de Abril, em Anadia, onde foi considerado o Treinador do Ano. Carlos Mota é treinador da GesLoures desde 1992, onde desenvolve um trabalho específico na natação adaptada. Conta no seu currículo com participações nas últimas cinco edições dos Jogos Paralímpicos – Atlanta, Sidney, Atenas, Pequim e Londres – acompanhando sempre nadadores da GesLoures. O próximo desafio é a preparação dos nadadores para a participação nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Prémios

Teófilo Lopes Constantino 2013/2014 Dirigente - Francisco Saque Associado - José Ferreira Treinador - Luís Nunes Atleta Sénior - Paulo Correia (Paulinho) Atleta Júnior - Joel Neves Atleta Juvenil A - Rui Patrício Atleta Juvenil B - Mário Vale Atleta Iniciado A - Ivan Bandeirinha

AMP com campeão do mundo em artes marciais

Após três dias de intensa competição, terminou o Campeonato do Mundo Inter-Estilos de artes marciais e desportos de combate. A representar a AMP estiveram dois atletas mais um Professor

do PW, que obtiveram excelentes resultados: Ricardo Prazeres - 5º lugar na categoria light Kick (-74kg), João Cunha - campeão mundial wac (-57 kg) em light Kick e low Kick e o Prof. Rudi Mendes - campeão mundial (-75 Kg) Esta competição contou com 3856 atletas, desde os 4 anos de idade até aos 76 anos, que representaram 36 nacionalidades, envolvendo 493 organizações de diferentes estilos. Nos dias 27, 28 e 29 de Março passaram pelo pavilhão cerca de 10 000 espectadores.


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CULTURA

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AGENDA

CULTURAL Até 30 de Maio Exposição “Desenhar a Prosa” Átrio da Biblioteca José Saramago Trabalhos de alunos do 2º ano de desenho da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e integra também ilustrações, que têm como ponto de partida a obra da Joana Bértholo "Diálogos para o fim do mundo", distinguida com o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho em 2009. Entrada livre

02.05 – 10 horas Feira Coisas e Loisas Rotunda Nuno Rodrigues dos Santos – Portela Entrada livre

03.05 – 10 horas 4ª Corrida Rota do Queijo de Lousa Participação livre

Feira Coisas e Loisas

16.05 – 9.30 horas Maratona desportiva Associação Luís Pereira da Mota 1 Euro (para maiores de 12 anos)

16.05 – 9.30 horas Fórum Jovem – O nosso hoje, o teu amanhã Pavilhão de Macau 10-13 horas - Debater Portugal Educação: Rui M. Ramalho Ortigão Neves Empreendedorismo: António Bob Santos Inovação e Economia: Isabel Caetano Acção Social: Pedro Barreto 15-18 horas - A Política e os Jovens A juventude e a sua relação com a política: Miguel Pires da Silva A juventude e as questões sociais: Diogo Agostinho Juventude Popular vs Partido: João de Almeida Perspectivas de futuro: João Gonçalves Pereira Encerramento do Fórum: Telmo Correia Entrada livre

24.05 – 9.30 horas 1ª Légua Urbana da Portela (atletismo) Portela Participação livre

29 e 30.05 – a partir das 18.00 Smallville Festival Estádio Alfredo Marques Augusto (CDOM)

30.05 – 9 horas Km’Solidários Caminhada urbana de 6 km com início na Quinta do Conventinho Pelo segundo ano consecutivo, a CSEPDC promove em parceria com cinco instituições sociais locais: AMSAC, Eu Amo Sac, Centro Cultural e Social de Santo António dos Cavaleiros e O Saltarico e a União de Freguesias de Stº. António dos Cavaleiros e Frielas este evento. Aberto a participantes de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, o evento tem como objectivo angariar fundos para os projectos sociais de cada uma das instituições envolvidas, permitindo às mesmas, elevar a qualidade dos serviços, promovendo assim um maior e melhor apoio social na freguesia. É também uma oportunidade para promover o desporto e o convívio. Adultos – 3 Euros 12-18 anos – 2 Euros

31.05 – 10 horas Corrida de galgos ingleses Clube União Recreativo de São Julião do Tojal (Prova do Campeonato Nacional) Entrada livre

Cartório Notarial de Lúcia Ataíde Notária em Loures Certifico narrativamente, para efeito de publicação, que foi lavrada no cartório a meu cargo, sito em Loures na Rua Combatentes da Grande Guerra, nº4, r/c, no dia 21/04/2015, com início na folha 11 do livro de notas 74-A, uma escritura de justificação notarial de constituição do direito de servidão de águas por usucapião, outorgada pela sociedade comercial denominada “Fapajal – Fábrica de Papel do Tojal, S.A.”, com sede no Lugar de São Julião do Tojal, 2660-394 São Julião do Tojal, União das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, concelho de Loures, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Loures sob o número único de matricula e de pessoa colectiva 500.109.192, no qual foi declarado e confirmado que no prédio inscrito na matriz sob o artigo 1, secção G, designado por Quinta da Abelheira, existia uma fábrica denominada Fábrica da Abelheira, fundada no século XVIII, onde foram construídos poços de água e furos artesianos para abastecer a referida fábrica, que em mil novecentos e setenta e quatro tornou-se a actual fábrica da Fapajal – Fábrica de Papel do Tojal, SA. Em mil novecentos e noventa e quatro, o prédio foi dividido na matriz em dois prédios distintos, e autonomizados na segunda Conservatória do Registo Predial de Loures, como a seguir se identifica: Prédio misto, sito na Quinta da Abelheira, união das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, concelho de Loures, descrito na 2º Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número 886, da freguesia de São Julião do Tojal, composto de parte rústica, constituída pelas parcelas 24 a 29, inscrita na matriz sob a parte do artigo 1, secção G, e parte urbana onde se localiza um edifício destinado a fábrica de papel, inscrito na matriz sob o artigo 273, da união das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, concelho de Loures, actualmente propriedade da Fapajal, e prédio misto descrito na dita Conservatória sob o numero 887, da freguesia de São Julião do Tojal, composto de parte rústica, constituídas pelas parcelas 1 a 23, 30 e 31, inscrita na matriz sob parte do dito artigo 1, secção G e parte urbana, actualmente propriedades do Banco Comercial Português, S.A., Que nas parcelas 18 e 20 da parte rústica do prédio identificado em 2º lugar, estão localizados 2 furos artesianos e na parcela 21 estão localizados 2 poços de água e 3 furos artesianos, identificados na planta arquivada na escritura. Que a sociedade Fapajal, através dos seus representantes, desde o ano de 1974, há mais de 41 anos, capta e canaliza a água proveniente dos poços e furos artesianos, localizados nas parcelas atrás referidas, para abastecimento e laboração da referida fábrica de papel. Que esta posse das águas tem sido exercida sem interrupção, de forma ostensiva, à vista de toda a gente, e sem violência ou oposição de quem quer que seja, de boa fé, contínua, pacifica e pública, pelo que, assim, ficou constituída, por usucapião, uma servidão de águas sobre o prédio identificado em segundo lugar, prédio serviente, a favor do prédio identificado em primeiro lugar, prédio dominante. Que a usucapião foi acompanhada da construção de obras visíveis e permanentes nas parcelas onde se localizam os poços e furos artesianos, que revelam a captação e a posse da água, comprovadas documentalmente através fotografias, que constam da dita planta. Que o percurso e condução da água faz-se através do prédio indicado em segundo lugar até ao prédio indicado em primeiro lugar, propriedade da referida sociedade, pelas seguintes formas: Furo 1 Georreferenciação: M= -85286.948 m, P = -88537.863m. Percurso da água até à Fapajal (582.9 m): 1º etapa, entre o furo e a caixa D, numa extensão de 96.2 m (sentido sul-norte), em conduta própria com 0,5m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1m de profundidade média, partilhada com os furos 2 a 5, com os poços 5 e 6. Furo 2 Georreferenciação: M= -86324.659 m; P = -88213.569m. Percurso da água até à Fapajal (732.5m): 1º etapa, entre o furo e a caixa E, numa extensão de 69.2 m (sentido norte-sul), em conduta própria com 1 m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa E e a caixa D, numa extensão de 176.6m (sentido norte-sul), em conduta partilhada com o furo 3; 3º etapa, entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1m de profundidade média, partilhada com os furos 1,3,4 e 5 e com os poços 5 e 6 . Furo 3 Georreferenciação: M= -86290.212 m, P= -88276.245 m. Percurso da água até à Fapajal (694.8 m): 1º etapa, entre o furo e a caixa E, numa extensão de 31,5 m (sentido nascente-poente), em conduta própria com 0,5 m de profundidade média ; 2º etapa, entre a E e a caixa D, numa extensão de 176.6 m (sentido norte-sul), em conduta com 1 m de profundidade média, partilhada com o furo 2; 3º etapa, entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1 m de profundidade média, partilhada com os furos 1,2,4 e 5 e com os poços 5 e 6. Furo 4 Georreferenciação: M= -86339.030m, P= -88319.665m Percurso da água até à Fapajal (641.5m): 1º etapa, entre o furo e a caixa C, numa extensão de 25.7m (sentido poente-nascente), em conduta própria com 0,5m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa C e a caixa D, numa extensão de 129.1m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, partilhada com as águas do furo 5, e do poço 5 e do poço 6; 3º etapa, entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486,7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui um metro de profundidade média, partilhada com os furos números 1,2,3 e 5 e com os poços 5 e 6. Furo 5 Georreferenciação: M= -86349.134 m, P= -88240.139m. Percurso da água até à Fapajal (724.1m): 1º etapa, entre o furo e a caixa A, numa extensão de 19.3m (sentido poente-nascente), em conduta própria com 0,5m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa A e a caixa B, numa extensão de 41,0m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, partilhada com o poço 6; 3º etapa, entre a caixa B e a caixa C, numa extensão de 48m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5 m de profundidade média, partilhada com os poços 5 e 6; 4º etapa entre a caixa C e a caixa D, numa extensão de 129.1m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, partilhada com o furo 4 e o poço 5 e o poço 6; 5º etapa entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1m de profundidade média, partilhada com os furos 1 a 4 e o poço 5 e o poço 6. Poço 5 Georreferenciação: M= -86351.610m, P= -88281.619m. Percurso da água até à Fapajal (690.8m): 1º etapa, entre o poço e a caixa B, numa extensão de 27.0m metros (sentido poente-nascente), em conduta própria com 0,5m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa B e a caixa C, numa extensão de 48m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, na qual também se reúnem as águas do furo 5 e do poço 6; 3º etapa, entre a caixa C e a caixa D, numa extensão de 129,1m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, partilhada com os furos 4 e 5 e com o poço 6; 4º etapa entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1m de profundidade média, partilhada com os furos 1 a 5 e com o poço 6. Poço 6 Georreferenciação: M= -86360.237m, P= -88223.636m. Percurso da água até à Fapajal (737.3m): 1º etapa, entre o poço e a caixa A, numa extensão de 32.5m (sentido poente-nascente), em conduta própria com 0,5m de profundidade média; 2º etapa, entre a caixa A e a caixa B, numa extensão de 41m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, na qual também se reúnem as águas do furo 5; 3º etapa, entre a caixa B e a caixa C, numa extensão de 48m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, na qual também se reúnem as águas do furo 5 e do poço 5; 4º etapa, entre a caixa C e a caixa D, numa extensão de 129.1m (sentido norte-sul), em conduta, que possui 0,5m de profundidade média, na qual também se reúnem as águas dos furos 4 e 5 e do poço 5; 5º etapa, entre a caixa D e a Fapajal, numa extensão de 486.7m (sentido norte-sul), numa conduta geral, que possui 1m de profundidade média, partilhada com os furos 1 a 5 e com o poço 5. Está conforme o original. Loures, 22 Abril de 2015 A Notária _________________________________________________________________________________________________________________________ (Lúcia Maria de Ataíde Oliveira Sucena) Registo nº_________________________________________________________________________________________________________________________


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SAÚDE

Maio, mês do coração Conheça os alimentos que protegem o coração Anabela Pereira Nutricionista

A Fundação Portuguesa de Cardiologia elegeu maio o mês do coração. Segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares, conjunto de patologias que afectam o coração e os vasos sanguíneos, continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. O estilo de vida actual, fortemente ligado ao sedentarismo e ao excesso de consumo de gorduras saturadas, açúcar e sal provenientes de alimentos processados, tem uma influência directa no aparecimento de problemas cardíacos e vasculares. A boa notícia é que a maioria das doenças cardiovasculares podem ser evitadas através da prática de uma alimentação saudável. As escolhas que fazemos no dia a dia determinam a nossa saúde

e, particularmente, a saúde do nosso coração. Conheça os alimentos que vão ajudar o seu coração a bater a um ritmo harmonioso: Azeite Extra-Virgem Uma investigação europeia liderada por portugueses veio comprovar os benefícios do azeite na protecção do coração. De acordo com o estudo, o consumo de duas colheres de sopa de azeite por dia, durante seis semanas, provoca uma descida dos biomarcadores característicos da doença coronária. Rico em antioxidantes chamados polifenóis, que ajudam a proteger os vasos sanguíneos. É uma excelente fonte de gordura monoinsaturada, reduz o LDL (mau colesterol) e o risco de desenvolver doenças cardíacas.

Alho

Nozes e amêndoas

É composto por selénio, um mineral que previne a formação de gordura nas artérias reduzindo a pressão arterial. Outra substância presente é a alicina que fluidifica o sangue e dilata os vasos sanguíneos, o que permite melhorar a passagem do sangue nas artérias.

São ricas em ómega-3, que actua como anti-inflamatório natural dos vasos sanguíneos e reduz os triglicéridos, prevenindo o desenvolvimento de doenças cardíacas. São uma fonte de cálcio, magnésio, fósforo e vitaminas B e E. É recomendável o consumo diário de duas nozes e quatro amêndoas.

Chocolate Negro Tomate É rico em magnésio, um mineral essencial para o bom funcionamento do coração. Possui propriedades antioxidantes, a presença de ácido gálico e flavonóides atribui-lhe uma função cardio-protectora que baixa a pressão arterial. É aconselhável o consumo diário de um quadrado de chocolate com 70% de cacau.

Um estudo de referência da Harvard School of Public Health, descobriu que as mulheres com níveis mais elevados de licopeno (o fitonutriente que dá a cor vermelha aos tomates) no sangue apresentam menor risco de doenças do coração. Apesar dos tomates frescos serem uma boa fonte de licopeno, cerca de 80%

do total de licopeno provém de produtos feitos à base de tomate, como molhos, ketchup e sumo de tomate. Uvas Vermelhas Já conhecemos os benefícios do consumo de vinho tinto para a saúde do coração, mas as uvas vermelhas fornecem os mesmos benefícios, mas sem álcool. Contem resveratrol e flavonóides, poderosíssimos antioxidantes que ajudam a proteger os vasos sanguíneos e diminuem os níveis de LDL (mau colesterol). Estes alimentos aliados à actividade física regular ajudam a evitar a formação de gordura, prevenindo as doenças cardiovasculares. Mas, para serem eficazes devem fazer parte da nossa rotina alimentar.

Proteja o seu

CORAÇÃO Seja activo e participe na iniciativa Saúde e Ação – Coração de Campeão, desenvolvida pela Câmara Municipal de Loures que se realiza durante o mês de Maio, aos domingos das 10h às 13h:

10, 17, 24 e 31 Maio Parque da Cidade de Loures

10 e 24 Maio Parque Urbano de Santa Iria da Azóia

17 e 31 maio Jardim Almeida Garrett - Portela


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SAÚDE

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SNIPI

Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância Na sequência dos princípios estabelecidos na Convenção das Nações Unidas dos Direitos da Criança e no âmbito do Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade 2006-2009, foi criado, ao abrigo do Decreto – Lei nº 281/2009, publicado no Diário da República a 6 de Outubro, o Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância. O SNIPI funciona através da actuação coordenada dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Educação e da Saúde, conjuntamente com o envolvimento das famílias e da comunidade.

ELI Loures População alvo A ELI Loures desenvolve a sua ação no concelho de Loures, com o objetivo de intervir junto de crianças dos 0-6 anos, com alterações nas funções ou estruturas do corpo, que limitam a sua participação nas atividades típicas para a sua idade e comprometem o seu desenvolvimento e crescimento, bem como das crianças com risco grave de desenvolvimento, determinadas por fatores ambientais, ou biológicos, tal como é descrito na “Ficha de Referenciação” (constante no Programa de Saúde Infantil do SAM e que poderá ser solicitada e enviada à ELI, através do mail, eliloures@gmail.com). Atualmente são acompanhadas por esta equipa, um total de 292 crianças e famílias, sendo que 111 delas, se encontram em apoio directo, 154 em vigilância e as restantes em fase de avaliação. Constituição da equipa A ELI de Loures é constituída por uma educadora, sete docentes de educação especial (Agrupamento Escolas nº1 de Loures), uma técnica de serviço social, uma terapeuta da fala, uma fisioterapeuta e uma psicóloga, da IPSS ComDignitatis (por protocolo de

cooperação com a Segurança Social). A tempo parcial, a equipa conta com a colaboração de uma enfermeira da do ACES Loures/ Odivelas se e uma psicóloga da Câmara Municipal de Loures.

avaliação interdisciplinar da criança e emitir o seu parecer. Posteriormente a ELI remete os processos de candidatura aos respetivos serviços da Segurança Social/DGEstE, para análise.

Sede da ELI de Loures

Funcionamento

A sede da ELI, situa-se no Centro de Saúde de S. João da Talha, rua Maria Conceição Costa em S. João da Talha, com o telefone 219959943 e e-mail, eliloures@ gmail.com.

Os casos sinalizados são alvo de análise em equipa, que se reúne semanalmente. A cada caso e de acordo com a descrição do referenciador, são destacados dois técnicos da equipa para um primeiro contato com a criança e família nos respetivos contextos (domicílio e ou estabelecimento de ensino), procedendo-se à recolha de dados, preenchimento dos documentos do SNIPI, para caracterizar a família e respetivos recursos. É feito um levantamento de necessidades e preocupações da família e educadores. Sempre que possível, neste primeiro contato, realiza-se uma observação do desenvolvimento da criança, no contexto, a partir da check-list de registo do “Programa Portage” e no caso de se tratar de bébés, através do “Programa Crescer”. Toda a informação recolhida é posteriormente discutida em equipa, tornando o processo de avaliação interdisciplinar. A ELI articula com as Unidades de Saúde do ACES Loures/

Quem referencia? Profissionais de saúde, educação, ou elemento/ serviços da comunidade, desde que haja conhecimento e concordância dos pais, ou cuidadores da criança, que poderão eles próprios, sinalizá-las à ELI. Subsídio de Educação Especial O requerimento de candidatura a subsídio de educação especial (Modelo RP. 5020 – DGSS), para crianças dos 0-6 anos, pode ser solicitado pelas famílias de crianças com Necessidades Educativas Especiais de Caracter Permanente. Estes requerimentos devem ser enviados por correio para a sede da ELI, cuja função é a de proceder a uma

Odivelas onde as crianças estão inscritas, assim como com as C. Desenvolvimento, ou outras especialidades do HDE, HSM e HBA. Existem reuniões mensais da Equipa da ELI com as C. Desenvolvimento HDE e HBA. Plano Individual de Intervenção Precoce (PIIP) Para cada criança/família é elaborado um PIIP, sendo que a equipa designa um técnico responsável de caso, que assegurará a sua operacionalização e que deverá ter em conta, não apenas os problemas, mas também o

potencial de desenvolvimento da criança, a par das alterações a introduzir no meio ambiente para que tal potencial se possa afirmar. “Uma criança, uma família, uma intervenção” Ana Paula Ramos (Médica de família) - NST Distrito Lisboa, Fátima Borrego (Enfermeira) – ELI Loures Helena Rodrigues (Educadora Especializada) - Coordenadora da ELI Loures Unidade de Saúde Pública ACES Loures Odivelas


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SAÚDE

Libério Ribeiro Presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica

Diagnóstico precoce da asma infantil previne insucesso escolar A asma é uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias, responsável por episódios recorrentes de pieira, dificuldade respiratória, aperto torácico e tosse, sobretudo no início ou final do dia. Afeta 300 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das doenças crónicas mais frequentes na criança, sendo que em 2025 será a doença crónica com maior prevalência na infância. Além do componente genético, que muitas vezes é determinante é influenciada por mudanças ambientais, climatéricas e do estilo de vida. Em Portugal, o número de casos de asma infantil tem vindo a aumentar e estimase que, atualmente, afete cerca de 15 por cento das crianças. Os sintomas em crianças até aos dois anos de idade podem não ser suficientemente evidentes, manifestando-se a doença apenas através de tosse noturna e matinal, aperto no peito e/ ou respiração acelerada. Estes sinais podem ser esporádicos, intermitentes ou persistentes e a intensidade pode variar entre ligeira, moderada ou grave. A primeira manifestação da doença costuma surgir antes dos

cinco anos de idade e influencia diretamente a vida das crianças em diversas áreas: atividade física, bem-estar psíquico, social e sucesso escolar. Deste modo, torna-se imprescindível o diagnóstico precoce da asma infantil como o único procedimento capaz de evitar a progressão da doença, a sua evolução para formas irreversíveis e a sua inter-

ferência na qualidade de vida das crianças. As crises de asma podem ser desencadeadas ou agravadas por estímulos específicos, como os ácaros do pó de casa, os pêlos dos animais, os pólenes das plantas, os bolores e alguns alimentos, ou por estímulos não específicos, que incluem infeções virais ou agentes irritantes

(perfumes, vernizes, tintas, vapores de cozinhados, pó de talco, poluentes atmosféricos, fumo do tabaco), alterações climatéricas e prática de exercício físico. Para diagnosticar a asma, o médico deverá solicitar a realização de vários exames, como é o caso dos testes cutâneos, que verificam os alergénios que provocam a reação alérgica, ou

o estudo da função respiratória que avalia alterações existentes, a determinação do óxido nítrico exalado que reflete o grau de inflamação dos brônquios. Para complementar o diagnóstico, podem ainda ser solicitados exames ao sangue, fezes e estudos radiológicos. Os inaladores, comprimidos, xaropes ou aerossóis são os medicamentos mais utilizados para o tratamento da asma e para o controlo das crises. No entanto, o tratamento é adaptado a cada doente, estando sempre dependente da gravidade e natureza da doença. Esta doença não tem cura mas pode ser controlada. Particular importância deve ser dada à terapêutica inalatória pelas suas vantagens (maior eficácia e menos efeitos secundários). No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Asma, que se assinala a 5 de maio, a Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica vai realizar sessões de sensibilização em escolas do ensino básico e secundário em todo o país com o objetivo de promover o diagnóstico precoce da asma em idade escolar.


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Quem tem uma mãe, tem tudo? Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

O mês de Maio é o mês da mãe e do coração, será coincidência? Ao longo dos séculos a figura da mãe tem sido alvo de inúmeros estudos. A mãe é o garante do vínculo emocional que não se extingue com o corte do cordão umbilical, antes perdura e se desenvolve numa relação incondicional. Quando uma mulher engravida, a sua identidade muda. Passa a ser “a grávida”, a “futura mãe” e começa então a preparar-se para a chegada de um novo elemento, a ter de saber lidar com um novo ser, com vida e individualidade própria. A nível psicológico, este processo requer a integração de um novo “eu”, podendo esta etapa ser ou não serena depen-

dendo da gravidez ter sido ou não planeada e/ou desejada. Psiquicamente, a mulher não nasce mãe, ela torna-se mãe, aprende a ser maternal por influência da cultura e da sociedade. São também os filhos que a vão ensinar e ajudar neste processo, através da construção de um amor sem barreiras. Cada mulher deve procurar em si própria o sentido que o desejo de ser mãe representa. A maternidade não deve ser algo imposto, obrigatório, mas sim sonhado, idealizado, internalizado e, acima de tudo, desejado. A mulher não deve ter que eliminar ou secundarizar partes do seu “eu”, precisa sim de saber que agora tem de desempenhar

vários papéis e esta opção é simultaneamente uma grande vitória e um desafio: o ser mãe aliado ao ser mulher, esposa, amiga e profissional. Quando a licença de maternidade termina, surgem inúmeras dúvidas e inseguranças em relação ao regresso ao trabalho. A sensação inicial é de ruptura na relação mãe-filho, mas não devemos esquecer que a mãe, também mulher, precisa do seu espaço, de voltar a centrar-se nela. O trabalho, a família e os momentos de lazer são situações de importante valor pessoal e relacional. A mãe perfeita não existe, apenas a “mãe possível”, a que respeita a sua individualidade. A mãe não

precisa de ser perfeita, precisa de ajudar, de educar, de apoiar, de amar e ao, mesmo tempo, de dar espaço ao crescimento saudável e à independência do filho. Recuperar o investimento em si mesma, após um período de dedicação exclusiva ao bebé, é fundamental para que a mulher possa viver de maneira equilibrada, investindo na felicidade do seu filho e na sua também. A maternidade é feita de escolhas contrastantes, “Sinto falta das coisas que fazia antigamente, mas não me arrependo de ter tido um filho”; “Sinto que o trabalho me tira demasiado tempo com o meu filho, mas gosto do que faço e também me estou a realizar profissionalmente!” Esta

dualidade constante cria por vezes sentimentos de culpa e de angústia. A chave está no equilíbrio e no bom senso! Saber organizar o tempo, bem como investir nesse tempo de forma qualitativa, cultivando os bons relacionamentos familiares, favorece a interacção e a construção do amor, que valida o contacto mãe-filho. O estar presente constantemente não significa ser uma excelente mãe, a qualidade está na construção de um bom vínculo maternal. A saudade que advém dos momentos de ausência é saudável, a criança vai aprender que a mãe vai, mas volta. Um feliz dia (da) mãe!


SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS

LOURES

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SÃO SEBASTIÃO GUERREIROS

Excelente apartamento 4 assoalhadas, em bom estado de conservação. Suite, piso flutuante nos quartos.Junto a transportes e escolas. Classe energética C.

Apartamento 3 assoalhadas, bem localizado, optimas áreas, central, boa exposição solar. A precisar de alguns melhoramentos. Boa oportunidade de negócio. Classe energética C.

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SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS

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Apartamentos 2 assoalhadas, varanda, box. Optimos acabamentos, boa exposição solar. Classe energética A.

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Excelente terreno com 748 m2 com 261 m2 de área de construção Zona residencial com projecto aprovado para 2 moradias geminadas, mas com possibilidade de construção de moradia isolada. Bons acessos. O sonho é seu, cada imóvel é desenhado de acordo com as suas necessidades, estilo, capacidade financeira e respeitando o terreno que possui ou vai adquirir.

Lote Urbano, central e com bons acessos. Área de 330 m2. Viabilidade construção, com projecto aprovado para uma moradia de 5 assoalhadas com 198 m2.

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65.000 €

77.500 €


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