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ANO 2 | Nr.18 MENSAL | 2 DE OUTUBRO | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Sacavém queixa-se de falta de verba

Moscavide, Portela e Sacavém com ciclovia em 2016

População discute Orçamento

Entrevista com Filipe Vítor Santos, presidente da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho, que lamenta o parco orçamento que dispõe e não lhe permite fazer mais obra. Pág. 12

Promessa feita na sessão de encerramento da Semana da Mobilidade, pelo vice-presidente da autarquia, Paulo Piteira. Uma boa notícia para o Ambiente.

A Câmara Municipal de Loures volta a abrir a discussão do Orçamento Municipal de 2016 à população. Conheça as datas e os locais onde pode dar a sua opinião. Pág. 8

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FEIRA SETECENTISTA

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MULTIDÃO ENCHE

SANTO ANTÃO DO TOJAL A população aderiu a mais uma recriação histórica, integrada no Dia Mundial do Turismo. A Câmara Municipal de Loures e Junta de Freguesia de Santo Antão e S. Julião do Tojal organizaram, novamente, um evento que já é uma marca no Concelho.

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EDITORIAL

Hora de decidir Pedro Santos Pereira Director Editorial

Muitas são as vezes que ouvimos que a classe política é pouco cativante, que está distante da população, que os políticos só se lembram do povo quando há eleições, entre outras frases mais, ou menos, feitas. Independentemente de haver fundamento para concordarmos com algumas, todas ou nenhumas, a verdade é que não nos podemos demitir das nossas obrigações.

Ficha Técnica

E se a classe política pouco tem feito para envolver os eleitores,

excepção às últimas eleições internas do PS e à forma como o Livre pôs à disposição os seus candidatos e programa, pouco ou nada foi feito para potenciar uma comunhão entre eleitos e eleitores. Mas apesar deste divórcio há coisas das quais não nos devemos demitir, direitos alcançados à custa de muitas batalhas e deveres para com o País que tanto estimamos. Votar é uma forma de mostrarmos quer o contentamento, quer o descontentamento, perante

quem nos governa ou aspira a governar. Temos o direito de mostrar, na urna, o que nos vai na alma, assim como temos o dever de contribuir para a melhoria do nosso País, de uma forma consciente com aquilo em que acredita. A abstenção tem vindo a aumentar de forma clara e se é verdade que a classe política nada tem feito para travar esta evidência, também não é menos verdade que é a nossa demissão deste nosso direito e dever que pro-

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Francisco Rocha, Gonçalo Oliveira, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rui Pinheiro Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: geral@ficcoesmedia.pt Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

voca esta situação. Em tantos partidos é possível encontrarmos uma opção válida, mas caso isso não aconteça há sempre o voto em branco, que tem um efeito ligeiramente superior à abstenção. É muito mais que um desligar, é marcar presença e dizer “nenhum me serve”. Sim, porque essa história do voto útil não existe. Não devem ser os eleitores a mudar o seu sentido de voto para travar A ou B, mas sim os eleitos a negociarem em prol da Nação. Qualquer dia só poderão existir dois partidos, porque

tudo o resto tem de ser eliminado, pois não têm possibilidades de vitória. Para mim isso não é democracia. Democracia é cada um votar naquele que melhor o representa, caso exista, independentemente de quem vá ganhar ou perder. Votar é participar, é dizer que me importo com o que se passa no nosso País. É um dos poucos momentos em que, verdadeiramente, valemos todos o mesmo, um voto.

Contactos

Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia

Notícias de Loures


ACTUAL

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Beatriz Ângelo na vice-liderança Filipe Esménio

O Hospital de Loures, Beatriz Ângelo, foi considerado o segundo melhor do País, atrás do Hospital de S. João do Porto. Esta classificação é atribuída após uma avaliação do desempenho dos hospitais públicos em Portugal Continental, efectuada pela Escola Nacional de Saúde Pública.

Comunicação

Mel de Cicuta A nossa arma é esta «Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda». Abraham Lincoln Falar de eleições poderia ser interessante se acrescentasse algo ao que já foi dito. Foram ditas tantas coisas que não será fácil. Independentemente da credibilidade ou não dos políticos, ficou claro que há ideias e projectos diferentes. Que há oferta política para todas as áreas e sensibilidades. E isso, meus amigos, é a democracia. Agora é só votar e respeitar os resultados. Nós por cá só esperamos uma coisa: Não nos voltem a pôr no buraco, por favor. Queremos ser bem geridos. Mas para isso devemos usar a nossa arma, o voto. Poderia enumerar os erros e as mentiras, as inverdades e os invertebrados. Os corruptos presos e soltos. Mas na prática essa lógica de pouco serve à democracia. Como dizia Miguel Esteves Cardoso «Os verdadeiros democratas não são aqueles histéricos que exigem isto e reivindicam aquilo, que dizem que precisamos de não sei quê e que vamos todos morrer estúpidos se não fizermos não sei que mais. São os que vivem e deixam viver. São os que respeitam as opiniões, as excentricidades e as manias dos outros, sem ceder à tentação de os desconvencer à força». E eu quero ser um verdadeiro democrata. Nasci numa família diversa, casei com uma mulher com ideias políticas diferentes das minhas e somos felizes. Porquê? Porque respeitamos a diferença. Porque acreditamos que o que nos une são os valores e a ética. Porque no fundo queremos o mesmo para Portugal ainda que de formas diferentes. Oscar Wilde dizia que «a democracia quer simplesmente dizer o desencanto do povo, pelo povo, para o povo».

O Hospital Beatriz Ângelo ocupa a segunda posição num ranking elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). No ano de 2013 o Hospital de Loures ocupava a quarta posição, tendo subido em 2014 duas posições ocupando o actual segundo lugar. De recordar que este Hospital resulta de uma Parceria Público Privada (PPP) e que apenas em 2013 fez parte do ranking, alcançando, na altura, o já referido quarto lugar.

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São estes os resultados provisórios da “Avaliação do Desempenho dos Hospitais Públicos (Internamento) em Portugal Continental (2014)”, coordenado pelo investigador Carlos Costa, da ENSP e disponível no site da instituição, onde o Hospital de São João repete a liderança. Este ranking resultou da avaliação de todos os episódios de internamento para as doenças do aparelho ocular, cardíacas e vasculares, digestivas, endócrinas e metabólicas, ginecológicas e obstétricas, infeciosas, músculo-esqueléticas, neoplásicas, neurológicas, órgãos genitais masculinos, dos ouvidos, nariz e garganta, pediátricas, da pele e tecido celular subcutâneo, respiratórias, dos rins e aparelho urinário, do sangue e órgãos linfáticos e hematopoéticos, traumatismos e lesões acidentais. Ao nível do internamento, o ranking analisou o desempenho global, mas também outros indicadores: mortalidade, complicações de cuidados e readmissões. Na lista geral, o Centro Hospitalar de São João, no Porto, mantém o primeiro lugar. O terceiro lugar foi atribuído ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que tinha vencido na edição de 2012. O quarto lugar do ranking distinguiu o Centro Hospitalar Lisboa Norte e o quinto a ULS de Matosinhos. Esta avaliação está disponível no site da ENSP. Pedro Santos Pereira

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LOCAL

Sacavém, Moscavide e Portela vão ter ciclovia em 2016 Sacavém, Portela, Moscavide será o traçado da nova ciclovia que vai servir as três localidades já em 2016. O projecto foi anunciado no âmbito da Semana da Mobilidade e serviu de mote para o debate sobre acessibilidade no município. Os obstáculos à circulação, a revitalização urbana e o preço dos bilhetes dos transportes públicos foram outros temas em destaque.

A Câmara Municipal de Loures vai construir, até final de 2016, uma ciclovia entre Sacavém e Moscavide, que vai atravessar a Portela de norte a sul. A revelação foi feita no passado dia 22 de Setembro, na sessão de encerramento da Semana da Mobilidade, pelo vice-presidente da autarquia, Paulo Piteira, no salão nobre da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Moscavide e Portela. O projecto está, neste momento, em fase de estudo prévio, ao que se seguirá a consulta pública e depois a fase de concurso de obra, que deverá ter início ainda no primeiro trimestre de 2016, devendo estar concluída antes do final do ano que vem. O projecto, orçado em mais de 220 mil euros, será dividido em cinco fases e terá início na actual ciclovia de Sacavém, na Rua Estado da Índia. A primeira fase será a extensão até à rotunda de acesso à Portela, seguindo-se a ligação entre a Rua Mouzinho de Albuquerque e a Avenida da República, já na Portela. A ciclovia desce abaixo do Centro Comercial,

onde vai ligar o Polidesportivo ao Jardim Almeida Garrett. A quarta fase será a ligação da Rua do Seminário aos Jardins do Cristo Rei, onde finalmente irá ter ligação à Praça José Queirós, entrando um pouco pelo município de Lisboa. Numa segunda empreitada, a ideia é prolongar a via até à estação de caminho-deferro de Sacavém e ligá-la à ciclovia proveniente do Parque das Nações. Paralelamente, está prevista a criação de zonas de estacionamento de bicicletas ao longo do trajecto, algumas delas cobertas. A autarquia pensou em ligar o traçado à Avenida das Escolas, na Portela, mas os problemas ao nível do trânsito e do estacionamento naquela via fizeram com que a Câmara optasse, para já, por não avançar com essa hipótese. «Iríamos afectar bastante a vida de algumas pessoas, nomeadamente os pais e estudantes que diariamente ali têm de se deslocar de carro e estacionar», defendeu João Félix, arquitecto da Câmara Municipal de Loures responsável pelo projecto.

Paulo Piteira, desvendou, por seu turno, que a autarquia vai «tentar estender a ciclovia às escolas, mas vai ser difícil, quer em termos de financiamento, quer ao nível da logística e dificuldades de deslocação naquela zona». Apesar disso, o vereador enfatizou o mérito do projecto, defendendo «não fazer sentido que, no sexto maior concelho do país, em termos de população, tenhamos apenas 900 metros de ciclovias». Este projecto justificase bastante, na opinião do vereador, até porque «a própria Portela e Moscavide têm conhecido uma diminuição da mobilidade, pelo suprimento de algumas carreiras de transportes públicos ao longo dos últimos tempos, algo que não é desejável». Paulo Piteira afirmou ainda não prometer o que não pode cumprir, pelo que «outros projectos de ciclovias no concelho estarão dependentes de financiamento externo». Questionado acerca da possibilidade de um projecto de partilha de bicicletas, à imagem do que já acontece em vários outros municípios espalhados pelo país, o vereador referiu que

«não há ainda nenhum projecto pensado para a partilha de bicicletas, pois concentrámo-nos na construção do trajecto, para permitir às pessoas utilizar a bicicleta, mas estamos a equacionar a hipótese e veremos se será possível avançar com algo nesse sentido».

Do Rodinhas à disparidade das tarifas de bordo A Semana da Mobilidade, que decorreu no concelho de Loures, entre 16 e 22 de Setembro, contou com diversas iniciativas espalhadas pelo município, que incluíram tertúlias inter-geracionais, sessões de sensibilização, caminhadas e seminários. Paulo Piteira fez um balanço positivo da iniciativa: «Foi a primeira vez que se organizou a Semana da Mobilidade em Loures e posso dizer que foi muito interessante. Apesar da época, tivemos uma adesão razoável da população e foi possível partilhar projectos para melhorar a qualidade de vida dos munícipes».

Para Manuela Dias, presidente da União de Freguesias de Moscavide e Portela, foi com agrado que a freguesia recebeu estas «notas de descentralização de actividades municipais». A responsável congratulou-se ainda pelos «quatro anos de trabalho com os técnicos das equipas envolvidas nos vários projectos de mobilidade» que passam pelas duas freguesias, que «estão virados para as pessoas e com os quais tem sido possível construir algo, sobretudo, em conjunto com a Rodoviária de Lisboa».Um dos projectos mais emblemáticos envolvendo as duas entidades – União de Freguesias de Moscavide e Portela e Rodoviária de Lisboa – é o Rodinhas Amigo da Bicicleta. Inaugurado no passado dia 22, este projecto permite aos munícipes transportarem as suas bicicletas no Rodinhas, de forma simples e fácil, através da porta traseira dos autocarros. O bilhete cobrado é igual aos dos outros utilizadores, sendo que a utilização do Rodinhas por ciclistas é gratuita até final do mês de Setembro.


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LOCAL

Recorde-se que o Rodinhas é um autocarro que faz o trajecto entre Sacavém e Moscavide, passando pela Portela, pela estação de Metro e pelo Centro de Saúde de Moscavide. Os bilhetes são mais baratos do que nos transportes públicos regulares e os utilizadores podem entrar e sair a qualquer ponto do trajecto. Inaugurado em Julho de 2007, o Rodinhas foi inicialmente criado para fazer a ligação entre a Portela e a estação de comboios de Moscavide, trajecto que foi alterado para fazer face às alterações que surgiram em ambas as localidades, nomeadamente a chegada do Metro e a inauguração do Centro de Saúde. O Rodinhas faz hoje 56 voltas por dia e passa agora a poder transportar bicicletas, sem que os utilizadores tenham de pagar mais por isso. Segundo Maria José Coelho, responsável da Rodoviária de Lisboa, a empresa tem apostado forte na mobilidade, sobretudo de pessoas com necessidades especiais: «O Rodinhas está equipado com rampas que permitem a deslocação de pessoas em cadeiras de rodas e carrinhos de bebé. Os outros autocarros não têm ainda esse equipamento, mas temos tido essa preocupação na altura da renovação da frota». Um dos principais obstáculos à mobilidade na Portela, em Moscavide e noutros pontos do concelho é a grande disparidade entre tarifas de bordo nas várias companhias de transporte que servem a região. Sem passes combinados ou bilhetes intermodais, ao contrário do que acontece em Lisboa e noutros municípios, Loures tem dos preços mais elevados de bilhética da área metropolitana da capital. Confrontado com o problema, o vereador Paulo Piteira reconheceu as dificuldades e culpou o governo central pelas «opções ideológicas que tem tomado». Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, «restaria aos municípios lançar novas taxas para sustentar os transportes públicos, mas, na actual conjuntura, isso não é possível». Como tal, acrescenta, «vai ser muito difícil a integração dos sistemas de bilhética dos transportes públicos no município». Para Paulo Piteira, «um sistema multimodal é essencial para atrair utentes aos transportes públicos, mas no actual sistema, isso parece-me difícil de acontecer». No entanto, o vereador congratulou-se pelos novos projectos lançados: «Hoje, é possível a um munícipe em Sacavém apanhar o Rodinhas com a sua bici-

cleta e deslocar-se livremente, via Metro, para Lisboa, ou ir de comboio até Cascais».

A eterna questão da revitalização urbana A revitalização urbana tem sido uma das questões mais debatidas na Portela e em Moscavide, a par do estacionamento. Manuela Dias sublinhou as dificuldades que muitos fregueses sentem em transitar nas duas localidades, sobretudo os que, por alguma razão, têm dificuldades em deslocar-se. «Fizemos uma obra para agilizar as viagens de um menino em cadeira de rodas, que passou do quarto para o quinto ano, e teve de mudar de escola, e foi uma empreitada muito difícil», confessou. «Temos um problema grande de acessibilidade para cadeiras de rodas e carrinhos de bebé na Avenida da República e na Avenida das Escolas, na Portela, e ainda o problema do estacionamento à saída do Centro Comercial», enumerou a presidente da Junta. «Era necessária alocação de fundos, mas há cada vez menos verbas disponibilizadas pelo governo central», lamentou. Por seu turno, o vereador Paulo Piteira, anunciou a propósito, a realização de uma consulta pública relativamente à revitalização urbana já em 2016. A

partir daí, poderão surgir projectos e alterações várias, adiantou o responsável. Em jeito de balanço, Paulo Piteira classificou de «justa e atractiva a ideia da Semana da Mobilidade, um programa interessante, com iniciativas diversificadas e com a participação de várias centenas de pessoas». Defendendo que as questões da mobilidade são uma prioridade para a autarquia, o vice-presidente sublinhou que o município tem tentado estabelecer «uma relação diferente com os operadores de transportes públicos, o que já permitiu desenvolver novas respostas». Paulo Piteira referiu ainda que a autarquia tem privilegiado a questão dos cidadãos com mobilidade reduzida e o transporte pedonal. «Temos também actuado ao nível da remoção das barreiras arquitectónicas e da tentativa de não criação de barreiras novas», destacou. Como exemplo destas iniciativas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures anunciou um projecto-piloto desenvolvido na cidade de Loures e denominado Loures Acessível para todos, que inclui um corredor para os cidadãos com mobilidade reduzida acederem livremente aos serviços públicos. «É um projecto que pretendemos alargar a outras zonas», divulgou. André Julião

NOTÁRIA Paula Maria Lemos da Costa CERTIFICO que por escritura de trinta de Setembro de dois mil e quinze, exarada a fls. 82 e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número 91-P, de Notária Privada, com instalações na Rua da Devesa, número oito, rés-do-chão, Sabugal, foi por ANA MARIA PINTO, divorciada, natural de França e residente em 10 Boulevard Maria José Herédia, Pau, França, rectificada a escritura lavrada neste Cartório, aos vinte de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e trinta e sete e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número oitenta e seis - P, pela qual se declarou dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte bem, situado actualmente na União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, concelho de Loures, identificado na dita escritura sob a verba três: Seiscentos e dezasseis barra noventa e oito mil setecentos e vinte avos indivisos do PRÉDIO RÚSTICO constituído por cultura arvense, mato e pasto, com a área de noventa e oito mil setecentos e vinte metros quadrados no sítio de Galegas, a confrontar do norte com Companhia de Cimento Tejo, do sul com António José Machado e outro, do nascente com Companhia de Cimento Tejo, Rio Trancão e caminho e do poente com serventia pública, inscrita na matriz respectiva o artigo 1, da secção H (que proveio do artigo 1, da secção H, da extinta freguesia de São Julião do Tojal, concelho de Loures) com o valor patrimonial actual, correspondente à fracção de 0,36 euros e atribuído de quarenta euros, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número um, da mesma extinta freguesia de São Julião do Tojal, esta fracção sem qualquer inscrição a seu favor na mesma conservatória, encontrando-se registado a favor de José Lourenço Salvador e mulher pela apresentação catorze, de dois de Outubro de mil novecentos e setenta e três. Acontece, porém, que, por lapso, não se procedeu à notificação edital dos titulares inscritos José Lourenço Salvador e mulher Aurora dos Reis Salvador, o que deveria ter sido feito, uma vez que a referida fracção justificada se encontra registada a favor dos mesmos pela apresentação catorze, de dois de Outubro de mil novecentos e setenta e três. Assim, pela presente, rectifica aquela escritura no sentido de ficar a constar que possui aquele bem em nome próprio, convicta de que lhe pertence há mais de vinte anos, por o ter adquirido pelo ano de mil novecentos e oitenta e oito, no estado de solteira, maior (tendo posteriormente casado com Romuald Cedric Courcelle sob o regime da comunhão de adquiridos), por doação verbal feita por seus tios, António Simão de Andrade e Maria Augusta de Almeida Simão residentes que foram em Pau, França, que, por sua vez, o haviam adquirido pelo ano de mil novecentos e setenta e sete por compra verbal aos referidos José Lourenço Salvador e mulher Aurora dos Reis Salvador e desde então e ininterruptamente o cultiva, colhendo os frutos, fazendo as obras de conservação necessárias, posse que sempre exerceu, com conhecimento e à vista de todas a gente, sem oposição de quem quer que seja, sendo, por isso uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, pelo que os adquiriu por usucapião, não tendo todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhe permita fazer prova do seu direito de propriedade. Que assim dá por rectificada aquela escritura, mantendo-a, porém, inalterável em tudo o restante. Sabugal, 30 de Setembro de 2015

A Notária, (Paula Maria Lemos da Costa)

Conta registada sob o nº.

Como viajar com bicicletas nos transportes públicos Rodoviária de Lisboa É necessária a autorização do condutor do autocarro para levar a bicicleta. O dono da bicicleta é responsável por eventuais danos provocados pelo veículo. Mais informações em: www.rodoviariadelisboa.pt/regras

Carris A Carris criou um serviço de 5 carreiras, com autocarros especialmente desenhados para o transporte de bicicletas. Denominado Bike Bus, o serviço não tem encargos adicionais para os utentes. As carreiras são: 708, 723, 724, 725 e 731. Saiba mais em: http://carris.transporteslisboa.pt/pt/bike-bus

Metro Épossível transportar até 2 bicicletas por carruagem, desde que isso não perturbe o normal funcionamento do Metro nem se verifiquem grandes aglomerados de passageiros. Para saber mais, visite: http://metro.transporteslisboa.pt/ informacao/viajar-no-metro/utilizacao-do-metro

CP Épossível transportar bicicletas nos comboios da CP, nas carruagens especialmente designadas para o efeito. Cada passageiro só pode levar uma bicicleta e a CP não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo veículo. Para saber mais, basta ir a: www.cp.pt/passageiros/pt/informacao-cliente/informacao-util/transporte-bicicletas


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OPINIÃO

Reflexões sobre a gRH nos SP e nas AL Rui Pinheiro Sociólogo

Evidentemente, não irei aqui perorar sobre o “motor perpétuo” da chamada “gestão de Recursos Humanos”, denominação que em si mesma é já, um sofisma. Mas parece-me que seja qual for o nome que se dê à coisa, na essência, há duas únicas abordagens possíveis à problemática: ou se usam as decisões políticas, os meios legais e os instrumentos de acção para dignificação dos profissionais, das carreiras, funções e desempenho individual e colectivo ou, então, não. Ou seja, se não se escolhe o primeiro caminho, a opção alternativa é usar as prerrogativas políticas, os recursos legais e as ferramentas operacionais para respeitar pouco ou nada as capacidades pessoais e profissionais

e a superior dignidade do trabalho, no fundo, entregar-se às imbricadas estratégias, cheias de neologismos, para apenas acentuar a subordinação e os factores de dependência. Alegue-se, se se quiser, que entre uma e outras possibilidades, há uma imensa paleta de nuances. É verdade, mas ou se está - mesmo com erros e equívocos involuntários – conscientemente de um lado ou, inevitavelmente do outro. Não acredito em “reformismos” ou meias-tintas nesta matéria. Ter isto presente, tem toda a relevância no que concerne aos serviços públicos e, em particular, nas autarquias locais. Não há qualidade, eficiência e eficácia na prestação de serviços

aos utentes e aos municípes se não houverem profissionais respeitados, motivados, informados, empenhados. Os salários são aspecto central, mas não são menos importantes a adequação das funções às competências próprias e habilitações de cada um, bem como a responsabilização informada, a participação adequada nas decisões de organização e funcionamento dos serviços são aspectos decisivos para a boa interpretação e aplicação das decisões políticas, beneficiando a organização promotora e os destinatários das políticas. Mostram todos os estudos e experiências de base científica que desenvolvendo-se as condições de trabalho, o respeito

profissional e intelectual entre decisores políticos e executantes das políticas, fomentando o envolvimento, promovendo um relacionamento regular e próximo e a auscultação organizada e constante , se obtém disponibilidade, interesse e entusiasmo na aplicação executiva das políticas. Requer-se por isso - achamos nós - para uma profícua “gestão dos recursos humanos”: a) escolher o lado certo; b) reunir uma equipa de gestão sintonizada com o lado certo; c) ter sempre presente que trabalhadores motivados é condição sine qua non para sucesso das políticas; d) não esquecer que os trabalhadores são também utentes e munícipes; e) saber onde se quer chegar e ter objectivos parcela-

res claros e objectiváveis; f) ter coragem para responsabilizar; g) ter firmeza para respeitar; h) ter objectividade para avaliar; h) ter criatividade para solucionar; i) dedicar tempo a ouvir; j) ter descernimento para formular; k) ter humanismo para compreender; l) não adiar e decidir. Muito se pode fazer sem exigir mais do orçamento. Ouvindo bem, conhecendo bem, organizando bem, trata-se de levar as pessoas certas para os postos certos e disseminar uma verdadeira cultura de participação, respeito, rigor, ética, motivação e, já agora, de serviço.

Que venha o Outono, que caia a folha Pedro Cabeça Advogado

Outubro será o mês em que teremos nova Assembleia da República (curiosamente este ano teremos um novo parlamento republicano, depois da abolição do Feriado que relembrava a Implementação da República). Outubro será o mês em que se irá formar um novo governo emanado do parlamento eleito. Outubro será o mês onde iremos saber o que valem afinal estes estudos de opinião diários (barómetros), saberemos então dia 4 de Outubro se os ditos são indicadores ou condicionadores, se reflectem realmente o que os eleitores pretendem, ou são apenas fruto de comentários e estratégias comunicacionais de agências, contratadas para este ou aquele fim (facto novo desta campanha é mesmo este

fenómeno de 600 pessoas que têm telefone fixo representarem um País inteiro todos os dias). Para mim sondagens/barómetros ou inquéritos bons são os que conhecemos dia 4 de Outubro, depois das 19 horas. Mas avançando a todo o vapor (provavelmente muitos dos que vão ler estas modestas palavras, já o fazem depois do dia 4 de Outubro e, por isso, já teremos todas os resultados e respostas) voltamos pois a Loures, à linha férrea que defendemos na crónica do passado mês e que, na Assembleia Municipal, consubstanciámos em forma de recomendação, aprovada por maioria, com apenas 5 votos contra. Certo é que em conjunto com outras assembleias e outros órgãos autárquicos, poderemos

objectivamente demonstrar não só a pertinência do investimento, como reforçar a nossa já longa luta de trazer o Metro a Loures (não podemos esquecer que segundo os técnicos que elaboraram o PROTAML, deixando cair os planos de estender a linha de Metro até Loures e que, na altura, contestámos, não existia população suficiente a ser servida pela referida linha que justificasse o investimento) efectivamente se o comboio chegar a Loures, o Metro passará a servir população pelo menos até Leiria. Mas o prolongamento desta linha poderá, ainda (como já dissemos), servir outros projectos estruturantes que deveremos desenvolver em simultâneo (o que recomendaremos brevemente em sede de Assembleia). Mas

a verdade é que, pelos vistos, esta proposta terá uma qualquer carga ideológica, que o autor da recomendação não consegue vislumbrar e que granjeou cinco legítimos mas incompreensíveis votos contra. Enfim um dia talvez se entenda. E a outra Moção, também, emanada da bancada do Partido Socialista e aprovada por maioria, que visa beneficiar as famílias com redução de IMI, terá consequências? E quais as reflexões que poderemos tirar se, depois de aprovada pela Assembleia Municipal, não for reflectida na prática? Segundo a Comunicação Social tal deliberação não existe (é certo que o que foi aprovado foi uma moção), mas se o órgão competente para deliberar sobre o IMI já deu indi-

cação de como irá votar a proposta, será que no momento de a tornar real haverá mudança de sentido, em nome da estabilidade da coligação autárquica vodka/laranja que governa o nosso concelho? Pois…. Talvez o resultado eleitoral nas legislativas também tenha influência em todo este processo. Assim sendo que venha o Outono, que caia a folha e que pelo menos tenhamos um Governo sem maquilhagens, sem enganos e pronto para dar estabilidade e futuro para todos nós, com a certeza que o que temos hoje não tem qualquer interesse.


AF CA CreĚ dito Pessoal Imprensa PI 210x285.indd 1

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ACTUAL

Orçamento Municipal em discussão Ricardo Andrade Comissário de Bordo

Votar por Loures Cerca de um mês se passou desde o meu último artigo para o “Notícias de Loures”, em que partilhei com os leitores as razões da minha candidatura à Assembleia da República na lista da Coligação “Portugal À Frente”, pelo círculo eleitoral de Lisboa. Quero agora aproveitar para fazer um apelo final ao voto na lista que integro em geral e em mim em particular. Não vou aqui discorrer argumentos já muito batidos e rebatidos acerca da forma como o Governo de Sócrates levou Portugal à bancarrota e como o Governo liderado por Passos Coelho foi obrigado a tomar medidas duras para, com os Portugueses, salvar o nosso País. Não vou repetir inúmeros dados recentes que indicam, claramente, que Portugal assiste hoje a uma retoma evidente. Não vou cansar os leitores com conhecidos exemplos de que António Costa e o actual Partido Socialista não são uma alternativa credível e responsável para fazer com que Portugal continue num rumo que devolva Portugal ao lugar que merece. É verdade que nesta eleição está em causa Portugal e o futuro dos Portugueses e por isso mesmo também está em causa o futuro dos Lourenses. Loures não pode estar fechada num casulo e sem uma voz que lute pelo nosso Concelho no Parlamento. Loures merece ter alguém que não esteja preocupado em manter ou construir uma carreira à custa dos eleitores do Concelho, mas sim alguém que esteja disposto a colocar os interesses dos Lourenses, acima de tudo dedicando-se a sério na prossecução desses interesses. E sim, Loures merece uma voz que não olhe para o Concelho como sendo de esquerda ou de direita, mas como um vasto território pleno de oportunidades e merecedor de um futuro melhor. Foi também pelas razões que escrevi acima que o PSD Loures, o PSD do Distrito de Lisboa e o PSD Nacional resolveram dar a Loures a oportunidade de ter um representante bem posicionado na lista da Coligação “Portugal À Frente”, candidata pelo círculo eleitoral de Lisboa. Não sou com certeza diferente de muitos dos meus colegas de lista na vontade e na dedicação ao nosso País mas sou, penso eu, o melhor e mais bem posicionado interlocutor dos Lourenses nessa lista. Por isso e com humildade termino estas breves linhas como comecei... apelando ao voto de todos os leitores fora e dentro do concelho de Loures na Coligação “Portugal À Frente” para que possamos, juntos, lutar pelo nosso Concelho. No dia 4 de Outubro “Vote Por Portugal”!! No dia 04 de Outubro ”Vote por Loures”!!

Depois de em 2014 terem sido lançadas as raízes para um processo mais participado da discussão do Orçamento Municipal, a Câmara Municipal de Loures volta a repetir a receita. Segundo o Município “os contributos recolhidos junto da população em todas as freguesias do concelho ajudaram o Município a criar um Orçamento que, dentro não só das competências, mas também dos constrangimentos financeiros da Autarquia, procurou ir ao encontro das necessidades da população do Concelho, dando resposta às suas preocupações”. Perante a resposta positiva que a Autarquia obteve da população, quer pela participação, quer pela qualidade das propostas, a Câmara Municipal entendeu retomar esta iniciativa em 2015, tendo em vista a conclusão do Orçamento Municipal para 2016. Uma oportunidade para todos os munícipes sugerirem medidas para o próximo Orçamento e, dessa forma, sentirem a sua utilidade. No ano anterior uma das propostas mais veiculada foi a péssima condição das estradas do Concelho, algo que foi reforçado no Orçamento, através de um investimento maior.

Orçamento Municipal Debate público 7 - 17 Outubro 7 Outubro | 21:00 Loures, Biblioteca Municipal José Saramago Santo Antão do Tojal, Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos Lousa, Grupo Desportivo de Lousa 9 Outubro | 21:00 Sacavém, Museu de Cerâmica Unhos, Casa Multiusos de Unhos Santo António dos Cavaleiros, AMSAC – Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros 10 Outubro | 16:00 Frielas, Sala da Junta de Freguesia Prior Velho, Centro de Actividades do Prior Velho Bobadela, Sala da Assembleia de Freguesia 14 Outubro | 21:00 Fanhões, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fanhões Santa Iria de Azóia, Sociedade 1º Agosto Santa Iriense Moscavide, Auditório do Centro Cultural de Moscavide 16 Outubro | 21:00 Portela, Salão da Junta de Freguesia São Julião do Tojal, Salão da Junta de Freguesia Camarate, Salão da Junta de Freguesia 17 Outubro | 16:00 Apelação, Sala da Assembleia de Freguesia São João da Talha, Sala da Assembleia de Freguesia Bucelas, Auditório Tomás Noivo

Ai verdinho, meu verdinho… Não há desfolhada como a do verde Minho! As gentes minhotas radicadas na região de Lisboa recriam a tradicional desfolhada do milho, pela XIII vez. A iniciativa é do Grupo Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares Verde Minho e tem lugar no próximo dia 17 de Outubro, a partir das 14 horas, no terreiro fronteiro às instalações do Grupo União Lebrense, em A-das-Lebres, no concelho de Loures. A festa começa com a arruada de bombos e actuação de zés-pereiras. Após a desfolhada, juntam-se cerca de centena e meia de tocadores de concertina e cantares ao desafio, ao que nós chama-

mos desgarrada Minhota, a festa culmina com uma imponente sessão de fogode-artifício fazendo lembrar as romarias do Minho. Rapazes e raparigas descamisam o milho à procura da maçaroca. E, os conversados, eu bem sei!... Não falta o vinho e o petisco oferecido aos trabalhadores que participam no serão, recordando com nostalgia a juventude e a alegria de tempos idos. E, como a festa é minhota, dança-se o vira, a chula e a cana-verde. Para o minhoto, tudo é pretexto para a festa: o trabalho e a romaria, a religião e a gastronomia. Em todas as

ocasiões, o minhoto é alegre, levando sempre desse modo de vencida todas as agruras da vida, o que faz dele um triunfador, mesmo quando as dificuldades o forçam a deixar o seu rincão e partir para terras distantes. Para onde quer que vá, o

minhoto leva consigo a alma grandiosa da sua terra e a cor da esperança porque o Minho é verde e o folclore… é Verde Minho! Todos não somos demais. Inscreva-se marcando: 964006657 Teotónio Gonçalves


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COMUNIDADES

Da Turquia para estudar A presença da comunidade turca em Portugal é relativamente discreta, mas há duas marcas bem evidentes da sua passagem no país: os tapetes e os kebabs. Chegados sobretudo para estudar, os turcos sentem-se bem no País, mas anseiam por voltar às raízes, muito pelas saudades da cultura natal. Não são muitos, mas a sua influência faz-se notar um pouco por todo o País e Loures não é excepção. Portugal estará mesmo entre os países europeus onde vivem menos turcos. As razões são simples, como explica Burhan Akalin, responsável pela Associação de Amizade LusoTurca de Lisboa: «Os turcos que vivem em Portugal não têm direito de votar na Embaixada da Turquia em Lisboa, porque não são mais de 500 pessoas em todo o país». E, segundo dados da embaixada turca, só vivem em Portugal cerca de 250 cidadãos daquele país. «Além deste número, ainda vêm mais de 200 alunos turcos, por ano, para Portugal através de programas de intercâmbio entre os dois países», conta Akalin. Isso faz com que os turcos em Portugal sejam essencialmente jovens, com idades compreendidas entre os 24 e os 33 anos, que trabalham sobretudo em restaurantes, lojas, empresas na área tecnológica ou call-centers. Existem mesmo alguns empresários turcos a operar em Portugal. «Há alguns call-centers que trabalham com pessoas que falam turco, o que é uma boa oportunidade para os alunos ou para os turcos que procuram trabalho em Portugal», defende o responsável. «Um outro trabalho muito comum é abrir um restaurante turco ou vender kebab doner para os restaurantes», sustenta Burhan Akalin. Metade dos turcos em Portugal é licenciado, havendo um grupo de alunos que frequenta mestrados e doutoramentos. «As universidades portuguesas têm qualidade», diz Akalin. «Conheço mais de quatro pessoas que fizeram mestrados em Portugal e conseguiram arranjar uma posição de ensino nas universidades turcas, quando voltaram para o país», acrescenta. Portugal é ponte para o regresso A maioria dos turcos está em Portugal de passagem, havendo muitos que regressam ao seu país. «Portugal é um país maravilhoso para viver, mas os turcos têm uma grande ligação com a cultura», explica o responsável. «Como há poucos turcos no país, eles sentem-se muito sozinhos, especialmente nos dias mais importantes para as famílias, como o mês do Ramadão, por isso muitos têm o sonho de,

um dia, voltar à Turquia», acrescenta. Os turcos vêm para Portugal especialmente para estudar. Burhan Akalin conta, na primeira pessoa, a sua experiência: «Sou aluno de mestrado em Ciências de Comunicação na Universidade do Porto e gosto muito da minha universidade. Os professores têm muita qualidade e ajudam muito. Uma outra coisa que aprendi na faculdade foi a capacidade de tolerância dos portugueses. São muito tolerantes e atenciosos. Além da educação, eu e a minha esposa gostamos muito do clima de Portugal, das cidades, das pessoas e… dos pastéis de nata». Mesmo sendo poucos, os turcos em Portugal estão bem organizados. «Temos duas associações de cultura, uma em Lisboa e outra no Porto, sendo que o principal objectivo é o diálogo entre a cultura portuguesa e a turca», explica Akalin. Na Associação de Amizade Luso-Turca, são organizadas diversas iniciativas de divulgação da cultura turca em Portugal e de promoção da cultura portuguesa para os turcos que visitem o País. «Fazemos cursos de língua turca, culinária e aulas de arte turca e também organizamos dias da Turquia nas universidades e tentamos criar festivais de cultura Luso-Turca», revela o responsável. Os turcos e a crise económica A comunidade turca em Portugal também não escapou à crise

financeira que tem assolado o País. «Como os turcos que vivem aqui ganham os seus salários em Portugal, também foram afectados pela crise económica e financeira, até porque os restaurantes começaram a perder clientes, tal como os restaurantes portugueses», desvenda Akalin. Mas, quando saem de Portugal, os turcos só têm dois destinos: a Alemanha ou o regresso à Turquia. No entanto, foram poucos os que que se viram forçados a sair por causa da crise. Como também foram poucos os que vieram nos últimos anos, sendo que a comunidade tem-se mantido relativamente estável, em termos de números. As marcas mais conhecidas da presença turca em Portugal são o kebab doner e os tapetes turcos, duas provas da passagem turca bem presentes em todo o mundo. Em Lisboa, há várias lojas que vendem tapetes turcos e começam a multiplicar-se os restaurantes especializados em kebabs, bastante apreciados pelos portugueses. Embora vivam algumas famílias turcas em Loures, o grosso instala-se em Lisboa, até porque a maioria está habituada a cidades grandes. «Só para dar um exemplo, a cidade mais pequena da Turquia é Tunceli, mas ainda esta é maior do que Aveiro», refere Akalin. André Julião


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ASSOCIAÇÃO

Associação de Moradores Jardins do Cristo Rei

Juntos por uma Comunidade!

“Muitas coisas que não ousamos empreender por parecerem difíceis, entretanto são ainda mais difíceis por não ousarmos empreendê-las.” S é n e ca De uma forma geral, todos nós temos o direito, mas também o dever, de lutar pela mudança por um mundo melhor. Só assim, de uma forma consistente, poderemos ser efectivamente actores da mudança. Aplicando este princípio a um plano mais local, não poderemos intervir no nosso próprio bairro? É claro que sim, sendo, em primeira instância, e desde logo, uma forma de solidariedade entre pessoas que partilham inúmeros espaços comuns, como é o caso de uma urbanização. No fundo, este será o princípio de qualquer associação de moradores: um espaço privilegiado que faz crescer a consciência de todos nós, que desejamos construir uma sociedade melhor para a nossa geração e gerações vindouras e onde podemos realmente exercer a nossa cidadania. Foram também estes os princípios subjacentes à nossa Associação. Criada em 18 de Junho de 2013, a Associação de Moradores Jardins do Cristo Rei, sempre se pautou por uma relação positiva e construtiva com o poder local, reivindicativa mas não contestatária, procurando encontrar soluções justas e equilibradas para a comunidade que serve, mas também procurando ter uma visão integrada do Concelho onde se insere. Como qualquer Associação, procura dar voz às preocupações e anseios dos seus moradores e comerciantes, junto das entidades competentes. Teve, na sua génese, uma manifestação de oposição veemente a um projecto designado como “Parque Social”, que iria ter fortes impactos na urbanização a vários níveis (tremendo impacto paisagístico, aumen-

to considerável da circulação e estacionamento automóvel, diminuição da qualidade de vida dos moradores, desvalorização do valor comercial das suas casas, etc.) mas, com o dinamismo imposto pelos seus fundadores, estabeleceu diversas áreas de intervenção: O urbanismo, procurando identificar pontos críticos da via pública, nomeadamente relacionados com a iluminação, com os passeios, jardins, parques de estacionamento, etc. O estacionamento e circulação automóvel, reivindicando um maior civismo relativamente ao estacionamento nos locais autorizados, solicitando junto das autoridades uma maior vigilância e actuação perante situações consideradas abusivas. A limpeza e manutenção dos espaços, solicitando mais e melhor equipamento para a recolha dos diversos tipos de lixo, dispensadores de sacos para os dejectos dos animais, bem como a manutenção adequada de todos os espaços verdes da urbanização. A segurança, pedindo às autoridades competentes uma maior vigilância, quer diurna, quer noturna e mantendo um diálogo por forma a reportar situações anómalas que façam perigar a segurança de pessoas e bens. Foi também desde a primeira hora apanágio da Associação a parceria entre os residentes e o comércio local presente na urbanização. Assim, foram criados protocolos com uma série de empresas que fazem parte da nossa comunidade, com o objectivo de promover e divulgar as actividades de ambas as partes, bem como de conseguir a dispo-

nibilização de condições especiais na aquisição dos serviços prestados por essas empresas. Desde a criação da Associação, várias têm sido as iniciativas levadas a cabo, tentando por vezes chamar a atenção para determinados assuntos prementes e, noutros momentos, tentando mobilizar os residentes para as nossas causas comuns, pois como em qualquer associação, são sempre bem-vindos novos elementos, que tragam o seu contributo e as suas ideias. Foi neste contexto e com estes objectivos que se organizaram actividades como o Dia da Criança no fabuloso espaço verde que temos numa das extremidades da urbaniza-

ção, o Dia do Parceiro, “Um café com a Associação”, entre outras, e que têm contribuído para estreitar relações entre vizinhos procurando fomentar o espírito de uma comunidade que se pretende viva e dinâmica. Apesar de por vezes o envolvimento e participação da comunidade não ser a que se espera, até pela maior força na nossa intervenção que daí poderia advir, o trabalho tem sido contínuo, positivo no entender de todos, procurando assim a valorização do nosso património comum, tendo a Associação sempre mantido uma postura alheia a quaisquer fins político-partidários ou religiosos.

Eleições No passado mês de Junho, na Casa da Cidade, teve lugar a Assembleia Geral Eleitoral da nossa Associação para o próximo biénio 2015/2017. Foi eleita por unanimidade a única lista apresentada, com o lema “Juntos por uma comunidade!”, tendo havido uma participação dentro das expectativas. Da lista vencedora fazem parte 10 elementos, 9 residentes na urbanização e um representante de um parceiro, reforçando assim o nosso compromisso com o comércio local, procurando contribuir para o seu desenvolvimento e estabelecimento.

Eis os órgãos sociais eleitos para o próximo biénio (2015-2017): NOME

ÓRGÃO SOCIAL

André Pires Lopes Ferreira Paulo Jorge Luís Espinha Gil Fernando Paulo Ferreira Murteira Eugénio Alberto Vale Antunes Perna Nuno Guilherme M. S. Goulartt de Medeiros João Paulo da Fonseca Ferreira Carvalho Paulo Alexandre da Silva Simões Sofia Carrondo do Amaral S Simões Nuno Miguel Ribeiro Henriques ReMax Re Oriente (Rep. Marta Pereira)

Direcção Direcção Assembleia Geral Conselho Fiscal Assembleia Geral Conselho Fiscal Conselho Fiscal Direcção (Suplente) Assembleia Geral

O programa apresentado nas eleições é ambicioso e consistente com o trabalho já realizado e com a necessidade de continuar a acompanhar de perto dossiers pendentes de resolução e/ou conclusão. Às áreas já mencionadas anteriormente, juntam-se agora também propostas e soluções para as vertentes socio-culturais e desportivas, um ponto débil na nossa urbanização por carência de infra-estruturas nessas áreas. A esse propósito, quer a Associação propor à Câmara de Loures a instalação de equipamentos desportivos, como por exemplo paddle e/ou de ténis, em terrenos da autarquia que neste momento estão disponíveis e são propriedade do município. Outro dos pontos fundamentais, que certamente contribuirá para a qualidade de vida da nossa urbanização, reside na ocupação que se fará da

parcela D, onde inicialmente estava previsto a construção do projecto descontextualizado e desproporcionado denominado “Parque Social” e que face à racional análise do poder local foi possível, ao que tudo indica, deslocalizar internamente na freguesia de Moscavide e Portela. A Associação contará ter aí um papel preponderante, consultando publicamente todos os seus associados, com o objectivo de identificar as melhores sugestões para a ocupação daquele espaço nobre e central da nossa urbanização. Igualmente a intervenção em pontos críticos diversos, como a resolução do estacionamento caótico na rotunda do Pingo Doce e no interior da urbanização, solicitando maior proactividade junto das forças de segurança; a minimização da velocidade através da instalação de passadeiras sobre-elevadas contribuindo

FUNÇÃO Presidente Tesoureiro Presidente Presidente Secretário Vice-Presidente Redactor Vice-Presidente Suplente Vice-Presidente

para o aumento da segurança nomeadamente junto às instalações de ensino infantil (creches e jardins de infância); a melhoria dos transportes públicos nos Jardins do Cristo Rei; bem como a instalação de aparelhos de ginástica no parque das merendas em substituição das mesas lá colocadas; entre outras acções, continuarão a fazer parte das prioridades de intervenção da Associação. E porque “o sonho comanda a vida” e tudo o que um sonho precisa para ser realizado é simplesmente que alguém acredite que possa efectivamente sê-lo, aproveitamos mais este espaço para o convidar a juntar-se a nós. Juntos, certamente faremos da nossa urbanização um local melhor para vivermos, nós e os nossos filhos. A ousadia é uma das qualidades do empreendedor. E o mundo pertence aos ousados!


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LOCAL

Sunset Moscavide

O sucesso esperado A Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, com o apoio da Câmara Municipal de Loures, voltou a organizar o Sunset Moscavide. O evento começou no dia 12 de Setembro às 16 horas e prolongou-se até à uma da manhã de dia 13. A exemplo do primeiro, em 2014, a adesão da população foi em massa, que além dos moscavidenses contou, também, com os moradores das freguesias vizinhas. Também o edil, Bernardino Soares, fez questão de estar presente, assim como, naturalmente, a anfitriã Manuela Dias, que não arredou pé da festa. Música, animação, stands e insufláveis foram as propostas para que a Avenida de moscavide rejuvenescesse não na idade, mas no espírito. A animação foi distribuída por dois palcos, o

Palco Avenida e o Palco Oriente, cada um com técnicos de som e logística para as actuações ao vivo. Organização, apoios e números do evento A organização do Sunset Moscavide pertenceu à Junta de Freguesia de Moscavide e Portela como o apoio directo do Gabinete de Turismo da Câmara Municipal. Mas como é normal, num evento desta dimensão, existiram outros apoios que tornaram a tarde/noite de dia 12 de Setembro um sucesso. Assim, Departamento de Obras, Mobilidade e Energia da Câmara Municipal de Loures, Polícia Municipal de Loures, Polícia de Segurança Pública, Protecção Civil, Cruz Vermelha Portuguesa

e Loures Parque foram as entidades que ajudaram ao sucesso da iniciativa. Também a Carris e a Rodoviária de Lisboa contribuíram para a festa, alterando o percurso regular das suas carreiras, de forma a que a Avenida de Moscavide estivesse “limpa” de trânsito. Mas o Sunset Moscavide também foi um momento de partilha de várias freguesias da zona, que cederam equipamentos que ajudaram a enfeitar a Avenida, casos de Santo Antão e S. Julião do Tojal; Camarate, Unhos e Apelação, Sacavém e Prior Velho; Odivelas e Vialonga, também eles responsáveis pelo êxito obtido. Ao todo participaram 124 comerciantes, todos da Vila de Moscavide, apesar de nem todos terem os seus estabelecimen-

tos na Avenida de Moscavide. Também estiveram presentes 22 artesãos e 10 artistas, além das Associações e Academias da freguesia, que deram outra côr àquela tarde/noite. Para a montagem do recinto foi necessário construir 105 negativos para colocação dos mastros, num total de 110, tendo sido utilizados 70 holofotes, mais de 300 metros de gambiarras, 46 pérgulas, 19 bancas medievais, 22 bancas artesanais, três caixas com três contadores da EDP, geradores de electricidade para 50 quadros de electricidade espalhados ao longo da Avenida, 100 mesas, 500 cadeiras, mil e quinhentos metros de cabos, montagem de 30 sinais de trânsito e colocação de 100 baias. Ao todo foram 50 trabalhadores que, no dia, asseguraram que tudo corresse

da melhor forma, provindos da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, da Polícia Municipal e da PSP. Sunset solidário Mas o Sunset Moscavide não foi só diversão e comércio, este ano foi-lhe adicionada uma componente solidária. O destinatário foram as obras do novo Centro Pastoral da Paróquia de Santo António de Moscavide, que obtiveram parte da receita gerada pelos Ateliers da JumpingClay Loures e pelo Circuito Rodoviário, actividades pedagógicas dirigidas a crianças. Uma forma que a Junta encontrou para apoiar as referidas obras, tendo cedido também um espaço para que a Paróquia de Moscavide pudesse dinamizar.


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ENTREVISTA

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Fazer omeletes sem ovos

Poucas vezes um ditado popular se terá aplicado tão bem quanto este à Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho. A braços com inúmeros problemas e uma reorganização territorial ainda «fresca», o presidente da Junta luta também contra limitações orçamentais para fazer face aos muitos «fogos» das duas localidades. Filipe Vítor Santos é um presidente de Junta atarefado. A liderar o Executivo da Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho com limitações orçamentais, o responsável tenta esticar as poucas verbas de que dispõe para fazer alguma obra. A área da intervenção social, dinamização sócio-cultural e liberalização do espaço público são apostas fortes. Filipe Santos falou ao NL sobre esses projectos em curso e abordou vários problemas das freguesias, do drama das cheias ao clube de futebol do Prior Velho e às necessidades de requalificação urgentes. Tem havido alguns mal-entendidos entre a Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho e o Futebol Clube do Prior Velho. Pode dar a sua versão dos factos?

O Executivo da União das Freguesias de Sacavém e Prior Velho tomou posse em Outubro de 2013, tendo na altura reunido com a direcção de futebol, em que estes expuseram os diversos problemas do clube, designadamente o campo de futebol de 11, sito na Quinta das Pretas e a degradação da sua Sede na Rua de Nampula. Após o início do nosso mandato e como é apanágio deste Executivo em relação ao Movimento Associativo, mostrámo-nos receptivos no apoio ao Futebol Clube do Prior Velho. Numa primeira abordagem relativamente ao campo de futebol de 11, procedemos à limpeza de entulhos e verdes que estavam depositados no campo, bem como à limpeza das infra-estruturas do mesmo, em conjunto com a Direção do Clube.

No início de 2014, a Junta de Freguesia, em reunião com a Câmara Municipal de Loures, abordou este tema e, relativamente ao estado de degradação do campo de futebol de 11, referiu que se iria proceder a uma intervenção, por forma a que o piso fosse reabilitado para a prática daquele desporto. Foi igualmente referido, que sozinha, esta autarquia não teria capacidade financeira para proceder à restante reabilitação necessária ao equipamento desportivo em causa. Recordamos que o campo de futebol de 11 é propriedade municipal. Em Maio de 2014, procedemos a uma intervenção que se traduziu na compactação e nivelamento do campo de futebol de 11, assim como, na requalificação dos terrenos em volta do mesmo. Dois meses depois, procedeu-se à requalificação e reconstrução dos muros em volta do campo de futebol, tendo sido disponibilizadas tintas e outros materiais à direcção do Futebol Clube do Prior Velho para esse efeito. De referir, que esta intervenção teve um encargo para esta autarquia no montante de 35 mil euros, quando recebe da Câmara

Municipal de Loures, com o Protocolo de Descentralização de Competências, a verba anual de 15.150 euros, valor este que contempla os diversos recintos desportivos na freguesia de propriedade municipal. Entretanto e após esta operação, persistia a necessidade de um conjunto de outras intervenções - electricidade, ligação de águas, balneários - e que esta autarquia não tem capacidade para realizar sozinha, não havendo qualquer retorno por parte do Município de Loures junto desta Junta de Freguesia, relativamente a este assunto. Paralelamente e não dispondo o Futebol Clube do Prior Velho do campo de futebol de 11 para a prática desportiva, o clube começou a utilizar, a partir de Setembro desse ano, o rinque situado na Rua Maestro Lopes Graça, para maior apoio à prática desportiva e serviços de secretaria. Convém mencionar o apoio material prestado por esta autarquia para a realização das intervenções no rinque, assim como a aquisição e instalação de rede, investimento que se traduziu no valor de 2.500 euros. Perante o impasse do campo de

Futebol de 11, em Abril de 2015, surgiu a oportunidade de colocação de um relvado sintético, oferecido pelo Estoril-Praia, mostrando-se esta autarquia receptiva relativamente a apoio logístico e a material para a instalação de tal equipamento. Contudo, tal operação foi inviabilizada por razões já conhecidas. Não desprezamos e não fugimos às nossas responsabilidades, pelo contrário, estamos dispostos a colaborar e temos colaborado. Como pode a Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho ajudar ao regresso do futebol ao FC Prior Velho? Fizemos uma desmatação e aplicação do herbicida, vamos fazer a drenagem e nivelação e, a partir daí, precisamos que o outro parceiro – a Câmara Municipal de Loures – venha falar connosco. Não temos capacidade para recuperar tudo sozinhos, pelo que faltará alguma interacção entre a Câmara, a Junta e o FC Prior Velho. Temos o campo, mas falta a água, a luz e condições mínimas para dar aos atletas.


ENTREVISTA

Como se poderá então viabilizar o futuro do clube? Passará por parcerias, nomeadamente em termos de gestão de escolas de formação, à semelhança do que já se faz um pouco dentro do distrito de Lisboa. Nessas parcerias, poderá entrar um investidor com um investimento na realização do equipamento, mas com o clube sempre com uma posição determinante sobre a gestão do espaço e do próprio clube. Até porque estamos a falar num campo que é património municipal. Está sob a gestão da Junta, de acordo com o protocolo de descentralização de competências, mas continua a ser património municipal. Houve um protocolo em que a verba que estava consignada para o campo de futebol da Quinta das Pretas rondaria os 4.500 a cinco mil euros. Neste momento, essa verba está diluída numa outra mais ampla, que contempla outros equipamentos desportivos sob a nossa alçada, como os rinques da Quinta do Mocho, o campo de futebol da Quinta das Pretas e outros. Mas, vai sempre depender do papel da Câmara Municipal de Loures e de uma maior interacção entre as três partes. Que balanço faz das festas de Nossa Sr.ª da Saúde, que decorreram há poucas semanas? Penso que seja positivo. Devo dizer que o nosso apoio às festas de Nossa Srª da Saúde foram a nível material, logístico e da total disponibilidade dos funcionários da Junta. De há uns anos a esta parte decidimos, dentro do nosso quadro de limitações financeiras, dar algum apoio às festas das localidades de Sacavém e Prior Velho, entre as quais as de Nossa Sr.ª da Saúde. Há cerca de cinco ou seis anos, as festas estavam a decair e a Junta tentou fazer uma parceria com a comissão de festas na tentativa de reabilitar um pouco a sua imagem, dentro do quadro das nossas limitações orçamentais. É difícil, pois os apoios financeiros são poucos, o principal suporte é da Junta, que tem evidentes limitações orçamentais, com os cortes financeiros que são conhecidos. No entanto, com muito esforço, quer a parte das festas, quer a parte da procissão, correram bastante bem e o balanço é claramente positivo. Como está a questão das obras no rio Trancão e como isso vai afectar a baixa de Sacavém? As obras estão a decorrer há quatro meses. O dono da obra é a Infraestruturas de Portugal.

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nova lei das Finanças Locais. O trabalho ficou mais difícil e não se pouparam grandes verbas. Fomos o elo mais fraco porque, em vez de se ir aos municípios, foi-se às freguesias.

Fomos o elo mais fraco porque, em vez de se ir aos municípios, foi-se às freguesias. Nós fazemos um acompanhamento dos trabalhos, mas não de forma intensiva. O ideal seria não se ficar pela construção da nova ponte, apostando igualmente na reclassificação do trânsito nas zonas circundantes, nomeadamente na zona da Praça da República. A Infraestruturas de Portugal assumiu o compromisso de fazer a ponte, mas o ideal seria a reclassificação nomeadamente da rotunda da Praça da República, que é um sonho desta freguesia, de há muitos anos para cá. Neste momento, estamos um pouco expectantes para saber se a construção da ponte poderá provocar o agravamento das cheias na área. O prazo de construção da ponte são 12 meses, por isso, irá apanhar todo o Inverno. Está tudo preparado para as cheias deste próximo Inverno? Houve alguns cuidados especiais? Relativamente às cheias, que é uma velha questão, estamos a pedir uma solução que, a curto prazo, remedeie a situação. O que é certo é que, com a ligação de um colector de águas residuais, que vai agora descarregar directamente no rio Trancão, os problemas deverão minimizar um pouco o efeito das cheias. O que também é certo é que pouco ou nada foi feito para resolver a situação e estamos à porta das primeiras grandes chuvadas de Outono. Ficamos com o coração nas mãos, sem que tenhamos visto algo de mais ser feito em concreto para remediar a situação, para além do dito colector. Infelizmente, a expectativa é que venha a haver problemas na mesma. As entidades responsáveis andam a fazer o jogo do empurra e quem é prejudicado são os moradores e o comércio local, assim como toda a zona que desce a ribeira do Prior Velho e que concentra a água na Praça da República. São cheias nas caves, cheias nos estabelecimentos comerciais e a Junta, dentro da sua acção imediata, tem feito a limpeza antecipada das sarjetas e colocado os seus

equipamentos sempre em estado de prontidão para que, se houver alguma cheia repentina, nós consigamos actuar de imediato. A união das freguesias entre Sacavém e o Prior Velho veio facilitar o trabalho da Junta? Não, o trabalho ficou mais complicado. Fui contra a reorganização administrativa, sei que nalguns aspectos fez sentido mas, na maioria dos casos, perdeu-se em várias vertentes, sobretudo na proximidade com a população e na aferição de verbas, graças à

Em que projectos a Junta está a apostar para o futuro? A Junta pretende, a prazo, apostar em vários vectores, dentro das suas limitações financeiras, nomeadamente na liberalização do espaço público, na dinamização sócio-cultural e na intervenção social. O primeiro aspecto, no âmbito da descentralização de competências que o município de Loures tem feito junto das freguesias, o segundo numa perspectiva de adaptação à cidade de Sacavém e vila do Prior Velho e o terceiro, fruto da realidade actual, em que várias entidades se demitiram de dar apoio ao nível da área social e nós, enquanto linha da frente junto das populações, assumimos esse papel. Estou a falar de várias áreas por toda a freguesia e não apenas da Quinta do Mocho. Temos de intervir porque as pessoas vêm ter connosco e não têm

a quem recorrer. Além de termos um atendimento integrado, que consiste numa parceria entre a Segurança Social, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, em que atendemos pessoas com problemas, temos também uma parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa, que disponibiliza 100 refeições à população carenciada, 50 almoços e 50 jantares. Temos ainda parcerias fortes com duas instituições do Prior Velho – a Unidos pela Caridade e a Associação Famílias Diferentes – que dão apoio limitado a famílias carenciadas em termos de alimentação. Ainda ao nível da intervenção social, temos a oficina de apoio ao reformado, a carrinha de transporte social, que transporta pessoas com problemas de mobilidade para hospitais, centros de saúde e outros locais. Dispomos ainda de uma área de saúde e bem -estar, no Prior Velho, em que prestamos serviços de fisioterapia e medicina a preços sociais. Tudo isso fora um conjunto de outros apoios circunstanciais que damos, dentro do âmbito social. André Julião


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CULTURA

Ninho de Cucos

Kurt Vile na maioridade João Alexandre Músico e Autor

Natural de Philadelphia, o compositor Kurt Vile já aos 14 anos gravava os seus primeiros temas, pouco tempo depois do seu pai, um amante do bluegrass (música tradicional americana) lhe ter comprado um banjo para incentivar a sua criatividade juvenil. Aos 17 anos Vile passou a produzir e comercializar as suas gravações caseiras, nessa altura fortemente influenciadas por alguma da indie pop mais experimental da editora Drag City. Prolífico na criação, Kurt Vile continuou a gravar cassetes e cdr’s do seu material a solo, enquanto durante o dia exercia a profissão de operário de empilhadora. Depois de uma curta passagem por Boston, Vile voltou a Filadélfia em 2003 e começou a colaborar com o cantor/guitarrista Adam Granduciel e, em 2005, este duo, nem mais nem menos que os War on Drugs, nasceu e cresceu ate à banda plenamente realizada, consagrada e aclamada que é hoje, embora já sem Kurt Vile. Até 2008 Vile foi dividindo o seu tempo entre os War on Drugs e o seu trabalho a solo. Aliás o álbum estreia a solo “Constante Hitmaker” acabou por ser lançado, praticamente, ao mesmo tempo que “Wagonwheel Blues”, o trabalho estreia dos War on Drugs. O crescimento e o sucesso dos War on Drugs encaminhou Vile para uma ruptura, amigável é certo e basicamente motivada pelo receio de que tal expansão em fama, espectáculos e sucesso ofuscasse a carreira a solo. Muitas vezes partilhando os membros dos Drugs como músicos de backup para os seus pró-

prios concertos, Vile concentrouse então no seu próprio trabalho lançando um conjunto de álbuns consistentes, fortes e cada vez mais aclamados por público e crítica. Em 2009 a reedição de Hitmaker foi, digamos, o empurrão decisivo para colocar as coisas a rolar, logo seguida por “God is saying this to you”, uma compilação de canções mais antigas dos tais cdr’s e alguns temas de EP’s anteriormente realizados. Nesse mesmo ano de 2009 Kurt Vile lançou “Childish Prodigy” que marcou a obra mais produzida de Vile até aquela data. A produção lo-fi e a caixa de ritmos básica dos registos anteriores foram aqui substituídas por uma instrumentação rica, por vezes distorcida, influenciada pelas suas raízes de rock experimental, bem como pela abordagem das guitarras à Dinosaur Jr. e pelas composições de Bruce Springsteen. O trabalho chamou como nunca de forma muito positiva e unânime a crítica, o que se repercutiu nas vendas e concertos do artista. Mas o estado de graça não havia terminado. Em 2011 assinou com a Matador Records e o álbum que se seguiu “Smoke ring for my halo” foi ainda mais bem recebido e elogiado pela crítica. Entrou para os tops da Billboard e deu ainda para realizar mais um EP, para aparecer como convidado no 2º trabalho dos War on Drugs e tocar incessantemente ao vivo. Um quinto álbum, “Wakin on a pretty daze”, foi lançado em 2013 mantendo a bitola de Kurt Vile, entrando no campeonato dos artistas que não fazem discos maus e, sobretudo, alcançando

um “word of mouth” precioso num estilo musical que não é imediato “B’lieve I’m goin down…” 6º álbum de carreira de Kurt Vile, lançado no passado dia 25 de Setembro e razão máxima deste artigo, mantém alguma da excentricidade dos trabalhos anteriores, corta em alguns excessos, mas as canções estão lá. A instrumentação base é fornecida por violas acústicas e banjos,

mas isso não torna o disco num manifesto introspectivo e se as guitarras eléctricas não desapareceram, servem agora para dar cor em arranjos elegantes, como detalhes que se sentem de forma subtil mais do que o que se escutam efectivamente. Estão lá pianos acústicos, pianos eléctricos, percussões mais ou menos evidentes que transmitem a emoção do artista, mas tudo se

desenrola na lógica de um sonho e na forma correctamente organizada como estão os 12 temas do álbum, compostos integralmente por Kurt Vile e de onde é mesmo difícil destacar algum ou alguns. “B’lieve I’m goin down” é um album melancólico e suave, mas que brilha e seduz quem o escuta. A não perder!


CULTURA

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Crónica sobre “O saloio” da região saloia do termo de Lisboa Capítulo I

Gonçalo Oliveira Actor

A Reentrada ou “A Rentrée” A Reentrada ou “A Rentrée”, conforme o lugar, as pessoas ou o ambiente em que estiver integrado. (Um LOOOOL para quem estiver a ler esta crónica no seu smartphone, tablet, pc ou ipad ou ipod). Para além da “rentrée” política, que terá o seu auge nas próximas eleições (e façam o favor de irem votar!), também regressam e estreiam espectáculos de dança ou teatro, abrem exposições e, depois dos festivais de música de verão, voltam os concertos às salas. É preciso ir ver (eu inclusivé) o último espectáculo da Cornucópia, para assistir a “Hamlet” de William Shakespeare, numa tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen e, obviamente, com encenação de Mestre Luís Miguel Cintra; e ir até Palmela (Vale Barris) ver O Bando apresentar a partir de Outubro, “Abstenção”, um espectáculo que se passa num reino que decide não decidir, onde se fala de cegueira, ética, indiferença, letargia e onde os votos são de silêncio. Ainda dois espectáculos a que assisti e que recomendo vivamente: “Lúcia Afogada” com Dalila Carmo e encenação de Martim Pedroso. “Lúcia Afogada” cruza a dramatização do conto “História da Gata Borralheira” do livro de contos “Histórias da Terra e do Mar” com a poesia marítima extraída do livro “Dia do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen. É uma viagem de vida que começa na terra e acaba no fundo do mar. Um delírio dramático e poético sobre a frugalidade, sobre como é fácil ser-se corrompido e levado a escolher o outro caminho menos essencial. “António e Maria” no Teatro Meridional com Maria Rueff. Para ler e escutar Lobo Antunes é preciso ter a chave certa. Se calhar, a chave mais directa e mais complexa é a mulher. Melhor dizendo, a multidão de mulheres que vivem nos seus livros. Quem diz livros, diz peça de teatro. O espectáculo “António e Maria” é uma procura, uma surpresa, um monólogo múltiplo de mulheres. Vozes mutantes num corpo iluminado. Um exercício, por assim dizer, de doméstico sublime. Aproveitando uma lição simples do escritor para a vida toda: “Espreitar para dentro de uma bota porque às vezes há coisas. ”Texto de António Lobo Antunes, Dramaturgia e Adaptação de Rui Cardoso Martins e Encenação Miguel Seabra. Duas actrizes superiores, em dois espectáculos igualmente superiores e a não perder! Até à próxima crónica! Dentro das parcas possibilidades que o nosso país oferece, façam o favor de serem felizes, como nos recomendava Raul Solnado!

Envio esta crónica, por capítulos, para quem goste de ler sobre estas coisas de etnografia, porque no meio de outras razões, há duas que, embora racionais, me servem para demonstrar a minha maneira de ser, o meu gosto intrínseco ligado à etnografia do nosso país. Uma delas é acreditar que toda a região saloia, que se estende a norte de Loures por Torres Vedras e Alenquer, passando por Vila Franca no regresso em círculo, e para oeste atravessando a Malveira, Ericeira e caminhando por Sintra, abarcando toda a linha de Oeiras, açambarcou a maioria dos Transmontanos que resolveram atracar em Lisboa, onde construíram o

Feira do Livro em Loures A Feira do Livro está de volta a Loures entre os dias 25 de Setembro e 10 de Outubro, no Edifício 4 de Outubro, na Rua da República. Na Feira do Livro, os visitantes podem obter descontos, entre 10 e 20 por cento, em todos os livros, podendo adquirir obras dos principais autores nacionais e internacionais nas áreas da ciência, história, poesia, romance, literatura infantil, entre outras. Esta iniciativa surge da parceria entre a Câmara Municipal de Loures e a Página a Página – Divulgação do Livro, para a realização de feiras do livro no Município.

seu futuro. Por outro lado, é o facto de podermos alargar o conhecimento, em termos etnográficos, que se não soubermos o que existe, nada nos levará a investigar, e, também, se quisermos, podemos fazer um paralelo com as gentes que nos viu nascer, concluindo que não é abismal a diferença vivencial que separou os nossos antepassados, mesmo geograficamente distantes. Ainda e também, porque haverá famílias constituídas de casamentos misturados de todas as zonas onde vivemos. Por via de frequentar aulas de Etnografia e Folclore na Universidade Sénior de Loures, reforço permanentemente o gosto por estas

matérias, já que o professor Jaime Coelho é competentíssimo nestas áreas. Serve, portanto, esta crónica para dar a conhecer o saloio da região de Loures, conhecida como o Termo de Lisboa, até meados do século passado. Ao vocábulo Termo era dado três significados, como se vai ver depois, ao longo da descrição. Antes de começar a apresentar o tema, deixem-me dizer-vos uma coisa, que me deliciou ao fazer a pesquisa: Foi o facto de ter descoberto a riqueza desta região, quer em termos etnográficos, quer paisagísticos, que alguns historiadores chegam e chegaram a compará-la à vila de Sintra. Depois, nem imaginam as semelhanças que encontrei com os habitantes da minha região, o interior transmontano. Era um trabalho interessante ver as diferenças e semelhanças, mas por agora fiquei-me, simplesmente, mas não tão simples como isso, por descrever esta gente estremenha, ainda que não profundamente. Sempre gostei de pessoas, o mundo gira à volta delas e elas rodam com o mundo. Temos assim que O Termo de Lisboa foi o lugar de fixação do saloio, território oferecido por D. João I como recompensa aos habitantes por haverem participado

na defesa de Lisboa contra Castela. Nesse tempo vieram também de fora muitos Flamengos e Franceses que se instalaram em ricas quintas e mansões nesta região. A estrada de Loures até Odivelas era repleta de quintas e solares, como é exemplo ainda a Quinta da Flamenga. O significado de Termo pode referir-se ao terminar de Lisboa, ou aos arrabaldes de Lisboa, ou ainda ao campo, ao espaço ocupado pelas terras de cultivo. O que é certo, é que quando alguém se queria referir à região saloia também a chamavam de Termo. Não vou contar como evoluiu o povoamento da região, sabemos que o território estava ocupado pelos árabes e que muitos cristãos existentes se obrigaram a converter-se à religião muçulmana, tendo todavia, os outros, espaços para os seus cultos sem intromissões. A mistura passou a chamar-se moçárabes. Porque seria fastidioso, vou evitar descrever a extinção dos moçárabes, vou só dizer que a origem do termo saloio vem precisamente da palavra árabe ÇAHRUI, havendo historiadores que lhe encontraram outras origens um pouco polémicas e mais arrevesadas. Cremilde Esteves Alonso


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ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

HUGO LUCAS

Biografia do autor Nasceu em Ferreira do Alentejo há 39 anos, mas actualmente vive e trabalha em Lisboa. Do curriculum consta um curso tecnológico de Design no liceu Diogo de Gouveia, em Beja, um curso de cerâmica artística no museu rural de Beringel, uma licenciatura em Artes Plásticas e a frequência do mestrado em Artes Visuais na Universidade de Évora. Academismos fora, é membro da ALT – Associação de Criadores de Fotografia e faz trabalhos de design e ilustração, criando personagens e histórias com caneta, lápis, pincel, cartão, pasta de moldar ou qualquer material que esteja por perto.

Biografia da Obra "Nesse mar infinito" "Nesse mar infinito" que é a vida em comunidade, onde há várias correntes, várias espécies, várias marés, onde todos são mais fortes quando remam para o mesmo lado. Um mar infinito onde se aprende, questiona, cresce, onde se apanham diferentes ondas, se seguem diferentes rumos, mas onde a vida sempre se cruza e entrelaça.

BREVES

Empresas de Loures nos Prémio Mobis 2015 O Prémio Mobis 2015 está a chegar! Homenagear e premiar as melhores marcas e os melhores empresários portugueses do sector do mobiliário e da decoração em diferentes categorias é, ao longo dos anos, o objectivo desta cerimónia. São muitas as empresas nomeadas para esta comemoração a nível nacional tão prestigiante, de Loures são elas: Henriques & Rodrigues e Dyrup. O director do Prémio Mobis e da revista Mobiliário em Notícia, Emídio Brandão, afirma que “esta XII Gala conta com uma renovação fantástica, note-se que mais de 60% dos nomeados fazem parte dos novos talentos nacionais que emergiram nestes últimos anos. São eles designers, decoradores, arquitetos de

interior, empresários, que rejuvenescem este sector em ebulição. Caso para dizer que o sector está em franco crescimento!” Este evento de um dos sectores que mais contribui para as exportações nacionais – segundo dados do INE o volume de vendas no primeiro semestre de 2015 posiciona-se acima dos 376 milhões de euros, crescimento homólogo de 8% tem já as votações online a decorrer. São 15 anos de comemoração do sector do mobiliário, do design, da arquitetura, em suma, do lar. Este ano volta a realizar-se no dia 8 de Outubro, no Casino do Estoril, pelas 20h00. Faça uma visita online, conheça os nomeados e vote em mobiliarioemnoticia.pt!

Festa do Vinho e das Vindimas A vila de Bucelas vai receber a sua festa entre os dias 9 e 11 de Outubro. Um concerto com Vitorino, o desfile etnográfico e uma mostra vitivinícola e de produtos regionais são alguns dos destaques da edição de 2015 da Festa do Vinho e das Vindimas. Um concerto em que Vitorino comemora os seus 40 anos de carreira abre com chave de ouro a

Festa do Vinho e das Vindimas, no dia 9 de Outubro, às 22 horas, uma festividade que se afirma como um dos maiores eventos culturais, de cariz associativo, da região saloia. A programação inclui ainda um desfile etnográfico, constituído por 26 carros alegóricos que representam todo o processo de produção do vinho, no dia 11, às 15 horas, que é o ponto alto da Festa do

Vinho e das Vindimas, uma mostra vitivinícola e de produtos regionais, provas de vinhos, bailes, passeios, exposições, folclore, teatro, fanfarras, mostra de filmes e muito mais. A organização da Festa resulta de um esforço concertado entre a Câmara Municipal de Loures, a Junta de Freguesia de Bucelas e o movimento associativo da Freguesia de Bucelas.


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CULTURA

A Paisagem Florbela Estevão Arqueóloga e museóloga

Esta rúbrica tem incidido sobre aspectos do concelho de Loures na base de duas ideias que figuram no respectivo título: paisagem e património. Como se fossem dois conceitos óbvios e transparentes para toda a gente, isto é, não sujeitos a debate. Ora, na verdade, nem paisagem, nem património reúnem obrigatoriamente consenso, havendo numerosas perspectivas sobre essas temáticas, o que só as enriquece. Mas são complexas. Quer dizer, envolvem praticamente todas as questões do conhecimento, quer das chamadas ciências sociais e humanas (as que visam perceber o homem e a sociedade), quer as das ciências ditas naturais, que procuram compreender fenómenos de uma realidade, supostamente exterior a nós e que nos envolve. Se pensarmos bem, um camponês, ou lavrador, não vai usar a palavra “paisagem” para caracterizar a terra, isto é, o território, a região, onde vive e trabalha. Para ele, isso não é paisagem, algo que se vê um pouco à distância, de fora, que se contempla e até eventualmente se fotografa, tipo postal. Esta é antes a perspectiva do visitante ou turista. Para o camponês, ou lavrador, ao contrário, a terra onde vive faz parte integrante da sua identidade mais intrínseca, é um prolongamento do seu próprio corpo, de toda a sua vida. Está pejada de memórias de infância, de adolescência, enfim, de toda uma vivência, que lhe não permitem ver a realidade envolvente como uma simples imagem exterior ou como um conjunto de pontos de referência (monumentos, ou sítios pitorescos, etc.), a visitar. Trata-se daquilo que se pode chamar a experiência do lugar, do lugar vivido e, portanto, totalmente diferente daquele que caracteriza a atitude do visitante mais informado ou do turista mais exigente. Esse, o viajante ou o turista, procura paisagens e patrimónios que lhe são exteriores, que quer contemplar e fotografar, enriquecendo se possível tal visita com uma ou outra

experiência, mas sempre uma experiência localizada no tempo e no espaço, separada da sua vida normal, quotidiana, que se desenvolve alhures. Paisagem é um conceito que deriva da pintura, da importância dada ao olhar, à visão, quando, a partir do Renascimento (séculos XV, XVI) os pintores começaram a organizar os seus quadros (nomeadamente os que hoje chamamos representações de paisagens) de acordo com leis da perspectiva, por forma a que, quando olhamos para eles, tenhamos a impressão de chegar a uma janela e de ver, mesmo no quadro, uma “vista” real. Isto é obviamente uma ilusão, mas de tal modo bem conseguida que, muitas vezes, quando contemplamos uma parcela de território, sobretudo bela e, por exemplo, a partir de um miradouro, tendemos a dizer: “até parece uma pintura”. Quer dizer, de tanto vermos imagens em museus, já muitas vezes vemos a realidade envolvente como se fosse, ela própria, uma sucessão de imagens. Paisagem e património estão intrinsecamente ligadas a esta ideia de imagem omnipresente: e à fotografia, cinema, televisão, agora internet, etc., etc. Por outras palavras, a maneira

de ver moderna, que transforma o espaço em sequências de paisagens, articula-se com uma ideia que já não tende a ser a do lugar, ou conjunto de lugares e de percursos, espaços vividos, sentidos, emocionalmente ligados à experiência diária tradicional (inclusivamente física, corporal e acumulada ao longo de vidas e de gerações). Paisagem é portanto uma noção sobretudo abstracta e que se liga à visão do espaço compartimentado (longe da noção medieval dos lugares cheios de fadas, bruxas, magia, coisas obscuras) e assim à progressiva racionalização do território, como elemento produtivo e passível de ser dividido como mercadoria, que se pode comprar e vender (de forma muito mais extensa do que no Antigo Regime, em que grandes propriedades pertenciam aos nobres e à Igreja). É a visão capitalista do mundo, que pouco a pouco (mas drasticamente com a Revolução Francesa e com a predominância dada à Razão pelo pensamento burguês, que instala o lucro e o dinheiro como valor supremo) retira ao mundo a sua aura de mistério, em última análise de origem divina e o racionaliza como espaço de expansão da indústria e do comércio. A isso tudo se liga

a ideia, depois tornada comum, de paisagem: ela é aquilo que o proprietário vê, fotografa, manda pintar para ter na decoração do interior da sua confortável casa e manda organizar para obter o máximo de produtividade. De espaço vivido, emocional, que também fornecia os meios de subsistência, o território foi-se transformando pouco a pouco (ou subitamente, conforme as zonas da Terra), sobretudo num factor de produção, que depois a própria indústria (incluindo a turística) transformaria. Ou seja, a terra foi durante milénios o principal património, que se transmitia de pais a filhos, ao longo das gerações e, por isso, a própria palavra património envolvia a ideia de pai (pater em latim). Mas, com a modernidade e a burguesia, criou-se a noção de espaço público, de bem público, pertencente à nação, e que esta deve preservar e valorizar como elemento identitário comum e já não apenas privado. Daí deriva a preocupação moderna pela conservação e fruição de bens pertencentes a todos os cidadãos (a maioria dos quais eram dantes apenas súbditos do rei). O valor passa da esfera transcendente (deus, a nobreza, etc.) para a esfera bem terrena do

negócio, da acumulação de capital (“tempo é dinheiro”) e também do ócio, não já apenas de elites, mas igualmente voltado para as massas. E porquê? Porque estas requerem um mínimo de instrução para poderem votar e, além disso, um mínimo de distração nos seus intervalos de trabalho para poderem regenerar a sua força produtiva. E assim – dito muito esquematicamente, porque estou restringida ao espaço curto desta rúbrica; mas certamente voltarei a estes assuntos - surge a grande indústria moderna do turismo, virada para a fruição das paisagens e dos patrimónios. Estes, como valores públicos, de cidadania, são indissociáveis da sociedade moderna burguesa que sobretudo se desenvolveu a partir do século XIX, com a expansão das cidades e da transformação dos campos em espaços rurais cada vez mais urbanizáveis. Finalizo esta nossa conversa com mais um convite; o Museu Municipal da Quinta do Conventinho em Loures, instalado num antigo convento arrábido conserva alguns dos seus miradouros. De qualquer um deles o leitor poderá contemplar vastas paisagens, um deles é precisamente o Mirante da Boa Vista!


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ENTREVISTA

Grande entrevista a Luís Estrela, o novo treinador da AMP

"É importante jogar jogo a jogo com o máximo de ambição” Depois de jogador de eleição, que começou e terminou na AM Portela, Luís Estrela passou a treinador da equipa do seu coração. Uma entrevista onde nos fala da sua carreira e as perspectivas e objectivos para o clube que melhor tem representado o futsal de loures nas competições nacionais nos últimos anos. com grandes treinadores – Adil Amarante, Orlando Duarte, Paulo Fernandes, Luís Alves, Coronel, Jorginho, Zé Amado, Alípio Matos. O início da carreira de treinador começou há 16 anos atrás quando comecei a dar aulas de ténis na Expo e, desde logo, senti que era uma área que me agradava imenso. Posteriormente há cinco anos, quando regressei à Portela como jogador acumulei o cargo de treinador de Juvenis. Posso dizer que neste momento estou na minha cadeira de sonho com as funções desempenhadas no Futsal da Portela.

Depois de jogador agora passa a treinador do seu clube de coração. Que sentimentos é que vêm agregados? São dois sentimentos distintos. Um sentimento de nostalgia por ter terminado algo que sempre foi o meu “mundo mágico” e onde me sentia totalmente livre e realizado. Jogar futebol ou futsal. Quando encerrei esse capítulo há dois meses reconheço que foi muito difícil de “gerir”. Por outro lado passar a ser treinador do meu clube de coração, local onde nasci, estudei, onde estão as minhas raízes, onde fiz grande parte dos meus amigos e onde hoje vivo faz-me sentir um misto de orgulho, satisfação e uma vontade de vencer enorme. Foi um jogador de eleição, chegando mesmo a ser internacional e representando os dois maiores clubes de futsal do País, Benfica e Sporting

(formação), o que deseja agora nesta nova fase da sua vida? Como jogador felizmente atingi quase todos os objectivos que a determinada altura prometi a mim mesmo realizar. Ser Internacional, jogar no Benfica (ser campeão pelo Benfica), jogar no Sporting e Olivais foi algo que aconteceu que recordo e guardo com muita alegria e, claro, jogar pela equipa de futsal da Portela. Não tenho memória curta, sei de onde vim e a importância do meu clube formador. Faço parte de uma última geração que via os jogos no rinque dos nossos ídolos. Acima de tudo o que desejo nesta nova etapa é retribuir ao meu clube formador os conhecimentos que adquiri como jogador, como licenciado em treino desportivo e acima de tudo todas as componentes técnico/tácticas e de gestão de grupo que “bebi” dos treinadores com que trabalhei. Trabalhei

Estava à espera deste convite para treinar a AM Portela? Sinceramente não. A AMP tinha uma equipa técnica muito competente e quando falei com o treinador principal sobre a minha decisão, de ser o último ano como jogador, ele transmitiu-me imediatamente a intenção de me juntar à sua equipa técnica. A verdade é que, por motivos diferentes, a partir daí não tive mais nenhum desenvolvimento da parte da equipa técnica, a não ser uma última conversa na reunião de final de época, individual com cada jogador, onde me transmitiram que não tinham algo concreto para mim, pois não sabiam o que contar com o orçamento da AMP. O convite para treinar a equipa sénior da AM Portela foi uma surpresa total, aconteceu durante as minhas férias e recebi-o com muito orgulho e satisfação, mas passados seis dias estávamos já a competir contra o Sport Lisboa e Olivais para a Taça de Lisboa. O que mudará com a sua nova liderança no futsal da Portela? O meu objectivo é manter tudo o que de bom foi feito num passado recente no futsal da Portela e modificar pequenos pontos, que na minha perspectiva não estariam a correr da melhor maneira. Assegurar o futuro do futsal da Portela é o objectivo e para isso é crucial existir espaço para atletas formados na nossa casa. Para isso acontecer é crucial existir um acompanhamento dos melhores jogadores em todos os escalões e o plantel sénior ser curto, para dar espaço a juniores com qualidade de começarem a “beber” da equipa sénior, para no futuro serem eles a carregar a equipa

às costas com a sua qualidade mas, acima de tudo, com os valores da Associação Moradores da Portela. O que eu pretendo é estarmos todos sincronizados sobre a realidade do futsal da Portela, todos os escalões de formação neste momento estão sobre observação, trabalharmos com um objectivo comum em mente, formar jogadores, não queimar etapas de crescimento, detectar talentos, imprimir diferentes metodologias de treino para os diferentes escalões e, acima de tudo, ensinar o que é o privilégio de vestir a camisola azul. A Portela esteve nos últimos três anos quase a alcançar a subida ao principal escalão de futsal. Acredita que será desta? Tendo feito parte dos últimos três anos e de um quarto ano onde subimos da 3º divisão para a 2ª divisão, só com vitórias e um empate, atingindo os oitavos-definal da taça de Portugal, a verdade é que o passado recente foi muito positivo em termos desportivos, ainda para mais quando nos anos anteriores o Futsal da Portela Sénior estava num trajecto descendente em termos de resultados desportivos. A verdade é que o objectivo principal definido nos últimos três anos, por vários factores não foi conseguido. Recordo que não subimos um ano por golos (empate de pontos com a Burinhosa), outro ano por um ponto (num jogo que a 30 segundos do fim contra o adversário directo, estávamos empatados e marquei de livre de 10 metros, mas o árbitro no momento do remate apitou falta de 5 segundos, numa decisão muito estranha e que deu como resultado final empate, se tivéssemos ganho provavelmente teríamos subido) e o ano passado, em que bastava vencer o último jogo e acabámos por perder em Vilaverde, com cerca de 10 adeptos nossos a ver um jogo decisivo, onde tivemos uma prestação lastimável. A verdade é que temos que olhar para a frente, mas a realidade mudou em termos de objectivos para o Futsal da Portela. O que me foi pedido pela Direcção, o qual eu estou 110 % de acordo, é num contexto de redução do orçamento aproveitar de outra

maneira os recursos da formação e formar um plantel com portas abertas para esses mesmos atletas e dotar o plantel de elementos que compreendam o que é a “mística” da Portela, ou que sintam um privilégio enorme por representar este clube, criando assim um equilíbrio com outro conjunto de atletas que garantem sucesso desportivo. O plantel Sénior deste ano já tem vários jogadores formados nos nossos escalões jovens (Castro, Palma, Fidalgo) um júnior integrado (Quintela), vários atletas com muitos anos de Portela (Kiko, João Silva, Pinheiro, Sandro) e atletas que vieram de outros clubes que apresentam excelentes índices de talento e perfil mental, que nos parece ser o mais indicado para uma excelente dinâmica de grupo (Neutel, Samuel, Ricardo, Danny, Cristovão e Bruninho). Muito deste plantel veio das decisões da equipa técnica anterior, que me pareceram muito acertadas, tendo a actual equipa técnica escolhido o regresso do Palma, Pinheiro e Sandro. Neste contexto teremos sempre uma porta aberta e trabalho de coordenação com os talentos vindos dos juniores, integrando a equipa sénior sempre que decidirmos nesse sentido. Neste contexto o nosso objectivo passa por um ano zero de implementação de sementes para se criar uma dinâmica positiva e o fortalecimento de laços de união entre todos os presentes, para no futuro, quem sabe, a “mística” da Portela poder estar de volta. Recordo que todos os escalões de formação estão na Divisão de Honra. Conheço bem os atletas de cada escalão e sinto que é possível aproveitar o seu talento e a ligação entre o clube que o formou com a transição de alguns atletas para o plantel Sénior. Temos muita qualidade nos nossos jovens, equilibrada com elementos de fora que possuam características que, para nós sejam essenciais, valor no plano desportivo, mas também valor na vertente humana e na dinâmica colectiva do jogo. Para isso acontecer é importante jogar jogo a jogo com o máximo de ambição e respeito pelo adversário e no final faremos as contas sobre a nossa classificação. Pedro Santos Pereira



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NUTRIÇÃO

Saiba como escolher a melhor fruta na hora de comprar Anabela Pereira Nutricionista

Por vezes quando chega o momento de escolher a fruta, no supermercado ou no mercado, surgem dúvidas. Compre frutas para o consumo de uma semana em três estados de maturação diferentes, ou seja, maduras (para consumir nos dois primeiros dias), quase maduras (para os próximos três dias) e menos maduras para os dois dias seguintes. Desta forma quando for comer não correrá o risco de estarem maduras ou verdes demais. Ao comprar as frutas seleccione sempre as de época, são mais baratas e mais saborosas, e na hora de escolher tenha em consideração a seguinte informação:

Abacaxi: se a folha do centro da coroa se desprender com facilidade é sinal que está maduro. Quanto mais aberta e mais lisa estiver a malha (casca) do abacaxi, mais maduro ele está. Quanto mais húmida estiver a base mais fresco ele vai estar. Laranja: prefira as mais firmes e pesadas, têm mais sumo. As variedades de laranja que têm casca lisa e fina são mais suculentas. Pêra: escolha as de casca firme, mas que não estejam duras porque essas ainda não estão maduras e são indigestas. A casca não deve ter manchas ou cortes. Morango: escolha os não muito

grandes e de cor vermelho forte, sem manchas e zonas moles. Os muito grandes não são tão saborosos. É uma fruta delicada, portanto deve ser manipulada o mínimo possível, sendo conveniente adquirir já acondicionada em caixas. Verifique o estado dos morangos das camadas inferiores. Melancia: se for pesada é sinal que contém muita água, logo é mais saborosa. Dê pancadas na melancia, se o som for oco é sinal que está madura. Não se esqueça de ingerir entre três a cinco doses de fruta por dia. Agora que já conhece as dicas, boas compras!


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SAÚDE

O ACES Loures – Odivelas colabora no inquérito sobre a saúde com exame físico da população portuguesa

4.200 participantes em estudo nacional Quais são as doenças prevalentes entre a população portuguesa? Que hábitos alimentares temos? Que medicamentos tomamos e para quê? Que utilização fazemos dos serviços de saúde? É para encontrar respostas concretas para estas perguntas que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) vai promover um Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). Os dados obtidos através deste Inquérito vão dotar os decisores da área da saúde de informação relevante para planear, desenhar, avaliar programas e a intervenção em saúde pública. O INSEF tem como objectivo conhecer o estado de saúde da população portuguesa, as doenças mais frequentes, a utilização de medicamentos e o recurso aos serviços de saúde. Pretendese igualmente contribuir para o conhecimento de alguns hábitos de vida da população, como por exemplo a alimentação e o exercício físico, entre outros aspectos importantes que influenciam a sua saúde. A participação das pessoas convidadas a colaborar no estudo consiste em fazer um pequeno exame físico (medir a pressão arterial, altura e o peso, entre outros), análises clínicas de rotina e responder a algumas perguntas sobre a sua própria saúde. No total vão ser abrangidos 4.200 cidadãos, entre os 25 e os 74 anos, residentes em todo o território nacional, seleccionados ao acaso de entre a população registada no Serviço Nacional de Saúde. Este estudo é uma oportunidade única de conhecer o estado de saúde da população de uma forma rigorosa e, assim, contribuir para a melhoria dos cuidados

de saúde prestados, promovendo a melhor qualidade de vida das gerações actuais e futuras. Neste estudo vão ser seguidos procedimentos internacionais de medição, permitindo comparar os resultados com outros países europeus e os primeiros resultados vão ser conhecidos no início de 2016. Este inquérito nacional decorrerá também no ACES Loures – Odivelas, de 28 de Setembro a 30 de Outubro, nas unidades de saúde da Póvoa de Santo Adrião, Mealhada e Santo António dos Cavaleiros. A sua realização ficará a cargo de profissionais de saúde que tiveram formação específica para este efeito. O INSEF tem a mais-valia de conjugar informação colhida por entrevista e uma componente objectiva através de um exame físico e análises clínicas. Esta é a grande novidade em relação a

outros inquéritos realizados anteriormente. Efectivamente, alguns aspectos da saúde apenas podem ser avaliados, de forma fiável e válida, através de estudos que juntem uma componente de exame físico a uma entrevista. São, disto exemplo, a medição da pressão arterial, o índice de massa corporal, o perfil lipídico ou genético, entre outras. Por fim, os participantes no estudo terão uma outra vantagem directa, já que os resultados das análises clínicas e do exame físico serão enviados ao médico assistente dos participantes, para uma possível actuação clínica caso se justifique. A participação no INSEF não terá qualquer custo para os participantes. O INSEF é coordenado pelo Instituto Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, em colaboração

com as Administrações Regionais de Saúde, com a Secretaria Regional de Saúde da Região Autónoma dos Açores, com a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais da Região Autónoma da Madeira e o Instituto Norueguês de Saúde Pública. Esta iniciativa tem um financiamento de cerca de um milhão e meio de euros, dois quais 85% são assegurados pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através do programa Iniciativas em Saúde Pública das EEA Grants e 15% pelo Estado Português. O Instituto Ricardo Jorge desenvolve uma tripla missão como laboratório do Estado no sector da saúde, laboratório nacional de referência e observatório nacional de saúde. O Instituto tem por missão contribuir para ganhos em saúde, para a definição de políticas de saúde e para o aumento da qualidade de vida

da população. Foi fundado em 1899 pelo médico e humanista Ricardo Jorge, como braço laboratorial do sistema de saúde português. O Instituto Ricardo Jorge dispõe de unidades operativas na sua Sede em Lisboa, em centros no Porto (Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira) e em Águas de Moura (Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas Doutor Francisco Cambournac). Para mais informações contatar: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge Gabinete de Comunicação, Marketing e Relações Externas Telefones: (00 351) 217 519 395 / (00 351) 963 902 534 Mail: comunicacao@insa.minsaude.pt / Internet: www.insa. min-saude.pt


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NUTRIÇÃO

Saiba como escolher a melhor fruta na hora de comprar Anabela Pereira Nutricionista

Por vezes quando chega o momento de escolher a fruta, no supermercado ou no mercado, surgem dúvidas. Compre frutas para o consumo de uma semana em três estados de maturação diferentes, ou seja, maduras (para consumir nos dois primeiros dias), quase maduras (para os próximos três dias) e menos maduras para os dois dias seguintes. Desta forma quando for comer não correrá o risco de estarem maduras ou verdes demais. Ao comprar as frutas seleccione sempre as de época, são mais baratas e mais saborosas, e na hora de escolher tenha em consideração a seguinte informação:

Abacaxi: se a folha do centro da coroa se desprender com facilidade é sinal que está maduro. Quanto mais aberta e mais lisa estiver a malha (casca) do abacaxi, mais maduro ele está. Quanto mais húmida estiver a base mais fresco ele vai estar. Laranja: prefira as mais firmes e pesadas, têm mais sumo. As variedades de laranja que têm casca lisa e fina são mais suculentas. Pêra: escolha as de casca firme, mas que não estejam duras porque essas ainda não estão maduras e são indigestas. A casca não deve ter manchas ou cortes. Morango: escolha os não muito

grandes e de cor vermelho forte, sem manchas e zonas moles. Os muito grandes não são tão saborosos. É uma fruta delicada, portanto deve ser manipulada o mínimo possível, sendo conveniente adquirir já acondicionada em caixas. Verifique o estado dos morangos das camadas inferiores. Melancia: se for pesada é sinal que contém muita água, logo é mais saborosa. Dê pancadas na melancia, se o som for oco é sinal que está madura. Não se esqueça de ingerir entre três a cinco doses de fruta por dia. Agora que já conhece as dicas, boas compras!


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LOCAL

Santo Antão volta ao passado A Câmara Municipal de Loures e a União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal promoveram, nos dias 26 e 27 de Setembro, mais uma edição da Feira Setecentista e do Desfile Etnográfico. No sábado, pelas 14 horas, os vendedores abriram a Feira, na Praça Monumental de Santo Antão, com bancas para exposição de artesanato, criação (animais), doçaria e enchidos, entre outros produtos. Pelas 21 horas, teve início o

Cortejo Nocturno, entre São Julião do Tojal e o Largo da Fonte Monumental em Santo Antão. O desfile foi composto por centenas de figurantes - população local trajando a rigor vestuário da época, entre os quais, as classes de nobres, clero secular, guarda, clero regular e povo, escolta a cavalo, coche com a família real (D. João V), carroças, gaiteiros e a figura do 1º Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida. No final, decorreu a bênção dos sinos com destino ao Convento de Mafra.

No domingo, a Feira e os jogos tradicionais começaram às 10h30. O programa incluiu visitas animadas ao Palácio dos Arcebispos, às 11h30, às 15h e às 17h e um churrasco popular que teve início às 20 horas. Este Feira Setecentista esteve incluída nas comemorações do Dia Mundial do Turismo, onde a Região de Lisboa contou com uma série de eventos como passeios, provas de vinho, concertos e exposições, entre outros que decorreram no próprio dia, 27

de Setembro, ou em datas próximas. As actividades promovidas no Dia Mundial do Turismo incluíram passeios a bordo dos barcos varinos “Amoroso” e “Liberdade”, com partida do Seixal no dia 25 e de Vila Franca de Xira no dia 27, um circuito enoturístico na Vindima da Quinta do Piloto em Setúbal no dia 26 e uma prova de Moscatel de Setúbal gratuita na Casa Mãe da Rota de Vinhos, em Palmela. O dia também foi marcado por uma visita ao Moinho de Maré

da Mourisca, na Reserva Natural do Estuário do Sado, com uma palestra de Antonio Antunes Dias sobre “As Ostras do Sado”, enquanto que o núcleo antigo da Vila de Alcochete recebeu um espectáculo musical, com inspiração do sec. XVI, que convidou o público a seguir o quarteto de sopros e percussão. A cidade do Barreiro também celebrou o dia com actividades, das quais se destacam a exposição fotográfica “Varino Pestarola, um olhar sobre o Barreiro”.


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PSICOLOGIA

Pensar positivo faz bem à saúde!

Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

Alguma vez experienciou aquela sensação de mal-estar quando acorda de manhã e não consegue identificar o porquê? Nem sempre é possível controlar o nosso estado de espírito, quer seja por nos sentirmos desanimados, quer por nos encontrarmos em situações de difícil resolução, quer por doença, os motivos podem ser vários. Independentemente das questões com que nos deparamos, a maneira como pensamos e falamos, podem condicionar a visão que temos da vida, determinando o nosso estado emocional e, por conseguinte, o nosso estado físico. A motivação para agir vem do nosso pensamento. Quando queremos agir, primeiro pensamos sobre uma acção, para então a executarmos. Quando não pensamos devidamente nessa acção, não agimos, perdemos a motivação. Estudos indicam que um estilo de vida caracterizado por pensamentos positivos resulta num

estilo de vida mais saudável, onde o risco de doenças do foro psicológico e físicas serão menores. Existe também uma forte correlação entre o positivismo e o aumento da longevidade, a diminuição do risco de depressão e dos níveis de “stress”, assim como a melhoria da saúde cardiovascular. Estudos revelam ainda que as pessoas com tendência para o pessimismo apresentam períodos de recuperação mais longos a doenças, pois as defesas do organismo diminuem, afectando o seu sistema imunológico. De que maneira pode a negatividade afectar a nossa vida? A baixa auto-estima pode servir de travão a novos perspectivas e projectos futuros, criando pensamentos negativos que dificilmente nos deixam ver uma saída. Pessoas mais optimistas têm menos “stress” psicológico e lidam melhor com os obstáculos, adaptando-se melhor. Contudo, ninguém é optimista ou

pessimista de livre vontade. Os contextos onde estamos inseridos também têm influência directa no nosso estado de espírito. Pode haver também alguma predisposição genética, derivada das características de personalidade de cada pessoa. Deixo-lhe algumas sugestões para pôr em prática: • Detecte os pensamentos negativos: Esteja alerta e identifique-os para a seguir os tentar desbloquear e reformular; • Sorria: O sorriso tem um efeito imediato no nosso ânimo; • Ria de si mesmo: Ao rir de si mesmo relativiza determinadas situações; • Repita afirmações positivas: Palavras como “Eu sou capaz”, “Vou conseguir” fazem com que se sinta mais seguro de si mesmo; • Defina metas a curto prazo: Crie expectativas realistas e objectivos concretizáveis; • Relacione-se com pessoas que encontrem o lado bom da vida:

faça de cada obstáculo um desafio a superar; • Faça coisas que o entusiasmem: Se contrabalançar as coisas que gosta com aquelas que tem de fazer, mas que gosta menos, será menos morosa e difícil a tarefa; • Aprenda a ser feliz com o que tem. É urgente começar a apreciar as pequenas coisas do nosso quotidiano. O pensamento positivo está fortemente relacionado com o desenvolvimento de competências, como a identificação de gatilhos negativos, a influência como a forma como estruturamos os pensamentos tem na nossa vida, o controlo do diálogo interno e a maneira como tomamos consciência de nós mesmos. Se a nossa estrutura mental estiver construída numa visão positivista da realidade, a probabilidade de um obstáculo ou de uma situação negativa afectarem o nosso bem-estar e a felicidade, será menor.


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