ANO 2 | Nr.20 MENSAL | 5 DE DEZEMBRO | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€
500 despedidos
Queijo Fresco assume-se no Palácio Nacional de Mafra
Enoturismo é solução
É este o possível desfecho do provável encerramento da fábrica da Triumph em Sacavém. Funcionários, Sindicatos e Autarquia lutam para inverter o desfecho. Pág. 3
Este foi o local da I Entronização da Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia, que teve como objectivo classificar a região como capital do Queijo Fresco.
No mês do vinho, o vereador António Pombinho falou-nos de como uma aposta no Enoturismo pode promover o Concelho e criar riqueza. Pág. 23
Pág. 5
TEATRO IBISCO FORMA
ESTRELAS DE NOVELA
Págs. 12, 13
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EDITORIAL
Todo o terreno é fértil Pedro Santos Pereira Director Editorial
Dezembro é sempre um mês de utopia. De sonhos, de preocupação com o próximo, de alegria em abundância, de sorrisos, de civismo, de simpatia e tudo aquilo que de bom esperamos de uma sociedade evoluída. Podemos dizer que é uma boa forma de terminar o ano e começar o próximo. Pena que tudo se esfume tão rápido. Qualquer vento desfavorável parece um ciclone, qualquer chuva miudinha passa a
ser um dilúvio. É no meio destas hipérboles meteorológicas que de um bom fim passamos para um péssimo começo. Neste NL trazemos um exemplo de como a semente pode germinar, mesmo que o terreno não pareça fértil. Na verdade trazemos dois frutos cultivados nesse terreno, bem tratados por uns agricultores dedicados. Como é óbvio falo da Isabel e do Bruno, os frutos, da Quinta da Fonte, o
terreno árido e do Teatro IBISCO, os agricultores. De realçar que as sementes destes frutos são de boa génese, a família. Podemos constatar que pouco importa o solo, quando existem bons genes e bons agricultores. A arte de cultivar é determinante, mais do que o sítio onde ela é efectivada, como tal não devemos desistir por qualquer intempérie que possa aparecer. Devemos acreditar como no primeiro dia, no dia
seguinte à tempestade, qual Arca de Noé. Por último uma palavra para uma iniciativa que, não sendo nossa, abraçámos. Já que Loures é uma Galeria de Arte Urbana a céu aberto, durante uns meses, creio eu, reforçará esse epíteto com uma exposição itinerante de lençóis. Estes panos brancos desenhados têm como objectivo promover a solidariedade dos lourenses para com os refugiados
desse mundo, que são obrigados a fugir das suas terras, porque há minorias que se sobrepõem à força e não respeitam o próximo. E disse solidariedade e não tolerância de uma forma propositada. Porque tolerar dá um ar sobranceiro e de superioridade e, neste caso, isso não existe. São pessoas à procura de Paz e isso não os reduz em nada. Um Bom Natal e que o seu espírito perdure para lá de dia 2 de Janeiro.
O Notícias de Loures deseja a todos os seus leitores
Ficha Técnica
Boas Festas
Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Francisco Rocha, Gonçalo Oliveira, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rui Pinheiro Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: geral@ficcoesmedia.pt Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 126 489 Depósito Legal nº 378575/14
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Notícias de Loures
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500 postos de trabalho em causa O possível encerramento da Triumph Internacional de Sacavém está a preocupar o edil de Loures, que recebeu os representantes dos trabalhadores no dia 25 de Novembro. Em causa estão meio milhar de postos de trabalho. AF_AA4_ExpocarExpo_210x297mm_cockpit.pdf
O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, reuniu no dia 25 de Novembro, com representantes dos trabalhadores da Triumph Internacional de Sacavém, no âmbito do processo de venda desta fábrica de roupa interior. Em causa está a possibilidade de encerramento e deslocalização desta unidade fabril para fora da Europa, colocando em causa os 530 postos de trabalho desta empresa, que se encontra a laborar no concelho de Loures desde 1961. Esta delegação, composta pela Comissão de Trabalhadores da Triumph e pelo Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul, veio solicitar a ajuda da Autarquia, no sentido de intervir junto do Governo, na tentativa de evitar o encerramento desta fábrica têxtil que, segundo Manuela Prates do sindicato, “terá consequências objetivas no concelho, nomeadamente, a nível do desemprego”. Manuela Prates lembra que, no passado dia 11 de Novembro, quando a entidade patronal reuniu com os trabalhadores, a única justificação apresentada foi a deslocalização desta unidade para fora da Europa, alegando a redução de custos, facto que no seu entender não se justifica, porque “a empresa em 2014 teve meio milhão de euros de lucro. Portanto, não estamos a falar de uma empresa que tenha tido prejuízo, que esteja numa situação de insolvência ou que não tenha produção. Estamos a falar de uma empresa que está bem e tem como único objetivo o aumento do lucro, através da deslocalização para os países asiáticos onde a exploração da mão-de-obra é muito maior”. Já em Agosto deste ano, Bernardino Soares tinha dirigido uma carta ao ministro da Economia, alertando para a necessidade de se intervir neste processo mas, tal como a Comissão de Trabalhadores, também não obteve qualquer resposta e, por isso, comprometeu-se em chamar a atenção do novo Governo e das entidades públicas para a gravidade do encerramento de uma empresa com mais de 500 postos de trabalho e com um forte impacto nas exportações nacionais. “Nós entendemos que não podemos assistir passivamente à tentativa de encerramento desta empresa sem que tomemos uma posição, e é isso que queremos que o Governo e o Ministério da Economia façam. Que pressionem este grupo económico internacional a manter a empresa em laboração. Não podemos viver num País e numa União Europeia onde é permitido acabar com a produção, deslocalizando-a para obter condições de maior exploração em países mais longínquos. Isso não é futuro nem para Portugal, nem para a União Europeia. Temos de ter actividade produtiva, criar riqueza com essa actividade e fazê-lo respeitando os direitos dos trabalhadores e dando-lhes condições remuneratórias justas, como julgo que é possível neste caso”, afirmou o autarca. Manuela Prates agradeceu o apoio da Autarquia, lembrando que caso o Governo não responda aos apelos dos trabalhadores, terão que avançar com outras formas de protesto, nomeadamente, uma manifestação à porta do Ministério da Economia.
11/26/15
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ACTUAL
Câmara volta a atribuir Galardão de Mérito Empresarial Gelpeixe, EGEO e Novo Oculista de Loures foram as empresas distinguidas com o prémio, retomado após 16 anos de interregno. Autarquia anuncia lançamento da agência de investimento municipal e investimento de 17 milhões de euros para 2016.
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O tecido empresarial agradece o empenho da Câmara Municipal de Loures, algo de que a economia portuguesa bem necessita. Apontou Manuel Tarré, da Gelpeixe.
O Galardão de Mérito Empresarial foi de novo entregue no passado dia 12 de Novembro, no deslumbrante Palácio do Correio-Mor, em Loures. O prémio, uma iniciativa da Câmara Municipal de Loures com longa tradição no Concelho, foi retomado este ano e coube, desta feita, às empresas Gelpeixe, EGEO e Novo Oculista de Loures. Com o objectivo de reconhecer as empresas que contribuem para o desenvolvimento do Município, o prémio avalia, entre outras variáveis, a criação de riqueza, de valor e de emprego, dando especial ênfase às áreas da inovação, da capacidade empreendedora e da internacionalização. «Este é um momento marcante no nosso mandato, uma vez que retomámos a atribuição do Galardão de Mérito Empresarial, que existiu entre 1990 e 1999», disse na ocasião, Bernardino
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Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures. «Hoje regressa e é para continuar, porque é um momento importante para o nosso tecido empresarial, pois são as empresas que dão valor a este galardão», acrescentou. Sublinhando que o «apoio à actividade empresarial é estratégico para o executivo municipal, sendo importante que mais empresas se candidatem durante os próximos anos», o autarca realçou a «qualidade, a excelência e o investimento» que as empresas vencedoras deste ano têm disponibilizado ao município. AICEP municipal nasce em breve Bernardino Soares anunciou também que a abertura da Agência de Investimento de Loures está para breve e será uma iniciativa que permitirá «um maior
Se não fosse a cooperação com os agentes do poder local, que representa o nosso povo, o sucesso empresarial não seria possível. Disse Júlio Castro Caldas, da EGEO.
apoio aos agentes económicos». Segundo o edil, vai tratar-se de «uma espécie de balcão único para empresários e empreendedores, assente nos princípios da inovação e do desenvolvimento e com o objectivo de potenciar o investimento». O edil referiu ainda a aposta do executivo municipal no planeamento, o que permitirá «condições de estabilidade aos agentes económicos» para potenciar o desenvolvimento do Concelho. Júlio Castro Caldas, presidente do Conselho de Administração da EGEO, disse, por ocasião da recepção do prémio, que, «se não fosse a cooperação com os agentes do poder local, que representa o nosso povo, o sucesso empresarial não seria possível». O empresário acrescentou ainda que a EGEO é «uma empresa multinacional nascida orgulhosamente em Loures e que aqui cria emprego e desenvolve a sua actividade, com reflexos notórios na economia local». Por seu turno, Manuel Tarré, CEO da Gelpeixe, disse que «o tecido empresarial agradece o empenho da Câmara Municipal de Loures, algo de que a economia portuguesa bem necessita». Tarré fez ainda questão de «partilhar este galardão com todos os colaboradores da empresa, que têm contribuído decisivamente e sem os quais não seria possível o sucesso da Gelpeixe». A responsável máxima do Novo Oculista de Loures foi a última a receber o prémio. Paula Silva,
apontou na ocasião querer «agradecer à Câmara Municipal de Loures e às entidades que também venceram este galardão». Paula Silva destacou que tem sido a «aposta forte nas novas tecnologias e na formação dos colaboradores» o grande segredo para o sucesso da empresa. «Valorizamos o capital humano das empresas para que todos se sintam envolvidos no seu trabalho, algo que é vital para o sucesso», adicionou a responsável do Novo Oculista de Loures. Investimento municipal para 2016 ascende aos 17 milhões Na cerimónia de encerramento, o presidente da Câmara frisou ainda que o executivo municipal está empenhado em «desenvolver as empresas e os agentes da economia local, de que é um bom exemplo a A2S, assim como potenciar as sinergias entre as empresas e o sistema científico e de ensino superior». O edil reforçou também as iniciativas lançadas para «agilizar os processos e diminuir as burocra-
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cias entre as empresas do município, uma das maiores promessas do actual mandato». Bernardino Soares concluiu a intervenção, destacando ser «importante que as empresas saibam quais as nossas apostas estratégicas e as perspectivas para o futuro». O edil exemplificou com o aumento do «investimento municipal, que será de 17 milhões em 2016, o que só foi conseguido através da melhoria da gestão municipal nos últimos anos, mas que possibilitou aos empresários sentirem que há na autarquia um parceiro fiável». Na ocasião, estiveram ainda presentes a presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos, o vice-presidente da Câmara Municipal, Paulo Piteira, os vereadores António Pombinho, Tiago Matias e Fernando Costa, bem como os presidentes das juntas de freguesia de Bucelas, Camarate, Unhos e Apelação, Santo Antão e São Julião do Tojal e Santo António dos Cavaleiros e Frielas. André Julião
Valorizamos o capital humano das empresas para que todos se sintam envolvidos no seu trabalho. Referiu Paula Silva, do Novo Oculista de Loures.
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LOCAL
I Entronização da Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia O Palácio Nacional de Mafra foi palco da I Entronização da Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia, onde os produtores se uniram para classificar a região como capital do Queijo Fresco. A Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia, associação que promove e reforça a singularidade do Queijo Fresco, realizou no domingo passado, dia 29 de Novembro, a sua primeira entronização no Palácio Nacional de Mafra. Mais de uma centena de convidados assistiram à cerimónia e aplaudiram os novos confrades. Apadrinhados pela Confraria do Arinto de Bucelas
e pela Confraria da Marmelada de Odivelas, os 65 primeiros confrades fizeram juramento trajados de azul e bege, cores que simbolizam, desde sempre, a indústria do Queijo Fresco. Têm a mulher queijeira como insígnia, símbolo da origem, da tradição e da história da iguaria que é o Queijo Fresco da Região Saloia. Dos 65 entronizados, entre confrades e confradinhos, muitas foram as caras conhecidas que quiseram fazer parte desta iniciativa. Bernardino Soares, Presidente da Câmara de Loures, Hélder Sousa Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, o Chef Henrique Sá Pessoa, o vereador António Pombinho são alguns dos nomes mais recentes de confrades da Região Saloia. Fernando Marques, Queijeiro-
Mor, adiantou que “pretendemos dar a conhecer o que de melhor se faz nesta região. Tencionamos dinamizar o mercado criando eventos e iniciativas que dêem a conhecer o Queijo Fresco da Região Saloia a todos os portugueses”. A Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia nasceu do desejo das autarquias da região, com o objectivo de impulsionar, promover e mostrar o que de melhor se faz nos concelhos de Loures e Mafra. A Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia é composta por representantes da Montiqueijo, Fresqueijo, Lactidarte, Lactifeita, Lactimonte, Lactinovo, Queijos Miguel Frade, Queijos Santiago, Requeijoeste e Tété.
Loures aprova Orçamento de 118,8 milhões É este o valor do Orçamento Municipal para 2016. Educação e Rede Viária são as grandes preocupações deste documento estratégico para o próximo ano. A Câmara Municipal de Loures aprovou, no dia 6 de Novembro, o Orçamento para 2016, no valor de 118,8 milhões de euros, dos quais 70,1 milhões estão destinados a investimentos (14,2% do orçamento) e actividades municipais. A Educação é a primeira prioridade do Município de Loures com cerca de 14,8 milhões de euros destinados à requalifica-
ção do parque escolar, ao apoio social escolar e ao aumento da oferta pública da rede do pré-escolar. Como segunda prioridade a Rede Viária, Mobilidade e Acessibilidades, que tem afecta uma verba de 7,4 milhões de euros para obras de repavimentação e de sinalização da rede viária, que permitam deslocações mais e seguras. Não menos importantes, são as intervenções previstas para garantir a acessibilidade a pessoas de mobilidade reduzida, nomeadamente no
acesso aos serviços públicos e para incentivar modos suaves de deslocação, com a criação de percursos pedonais e de ciclovias. No Ordenamento do Território, já com o novo Plano Director Municipal em vigor, a recuperação das Áreas Urbanas de Génese Ilegal terá uma maior intervenção municipal. O próximo ano marcará o arranque da revitalização dos núcleos urbanos de Loures, Sacavém, Camarate e Moscavide. Está também previsto o reforço da iluminação pública e a implemen-
tação de projectos de eficiência energética. Na Cultura, Desporto e Juventude, assinala-se o reforço do apoio ao movimento associativo e a abertura da Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém. A recuperação do Parque Habitacional Municipal e o apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e outras entidades, no seu papel de intervenção social junto da comunidade, assumirão carácter prioritário na Coesão Social e
Habitação. Destaque também para a implementação da Agência de Investimento de Loures e o desenvolvimento do projecto Loures Inova, em parceria com empresas e universidades, com vista à captação de investimento qualificado para o Concelho. Finalmente, 2016 será o ano de reorganização dos serviços municipais e da criação de um atendimento integrado ao cidadão (presencial, telefónico e plataformas virtuais), que visa permitir um melhoramento da comunicação.
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OPINIÃO
+7,7%+9,9%+4,6% = PSD+CDS Rui Pinheiro Sociólogo
Esta é apenas mais uma expressão do desgraçado legado deixado pelo PSD e pelo CDS com a sua governação. Tratam-se dos aumentos previstos para a Água, o Saneamento e os Resíduos em 2016. Estes brutais aumentos, para as actuais circunstâncias, de serviços essenciais prestados às populações, não são mais que uma peça do despropositado e insensato processo de privatização que tem, como princípio primordial, a transferência de recursos do factor trabalho, para o factor capital. Tal orientação ideológica, autoritária, mascarada de austeritária é, portanto, a raiz e razão de ser de uma vasta e insistente campanha pré-justificativa das privatizações, que deixa os portugueses e o País, sem recursos próprios
e completamente à mercê, dos mercados, das corrupções, de golpes financeiros e de empréstimos agiotas. Recorde-se que com a privatização da EGF – Empresa Geral de Fomento, a sub-holding da empresa Águas de Portugal para o sector dos resíduos, da qual a Valorsul é, provavelmente, o activo mais valioso, se deu um primeiro passo para a transferência para o sector privado de toda a Águas de Portugal. Mas um outro passo foi dado pelo anterior governo PSD + CDS, que foi a constituição de grandes empresas do sector do Saneamento com o intuito de gerar massa crítica que torne o negócio apetecível e muito rentável para os privados. A água, haveria de seguir-se, caso a malfadada coligação de
direita se mantivesse no poder, o que, tudo o indica, não acontecerá. Veremos de seguida, como se conduzirá o PS quanto a estas matérias, porque, não o esqueçamos, este caminho teve início e impulso com os governos de José Sócrates. O que está anunciado é então, um aumento do preço da água vendida pela EPAL ao Município de Loures em 7,7%. A nóvel Águas de Lisboa e Vale do Tejo que abrange uma área 33% do território nacional, 36% da população e 86 municípios (que no caso de Loures substituiu a Simtejo), determinou um aumento dos preços do tratamento das águas resíduais em 9,9% e a Valorsul, para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos procederá a um aumento de 4,6%. Estes são assim, os aumentos
que os municípios e, o de Loures em particular, terão de pagar em 2016 pelos serviços públicos essenciais, se o novo governo permitir esta enormidade. Em Loures, já o sabemos, os aumentos repercutidos à população serão apenas aqueles que resultam da aplicação da taxa de inflacção que, segundo as previsões do Banco de Portugal, deverão situar-se entre 0,5 e 0,7%. Será necessário ter consciência que com tais aumentos praticados ao Município e sem a sua repercussão nas taxas e tarifas cobradas aos municípes, Loures vê enfraquecida a sua capacidade de investimento. Protelase assim, a renovação de redes de abastecimento decadentes, reduz-se a capacidade de recuperar a rede viária que o anterior
executivo municipal deixou nas últimas e, de um modo geral, obstaculiza novos investimentos importantes para as comunidades locais. Escusado será - quer parecer-me neste quadro - que venham uns quantos políticos locais, querer que se levem a cabo não sei quantos projectos e construção de equipamentos colectivos, para os quais manifestamente não sobram recursos. Querer sol na eira e chuva no nabal, deve manter-se no quadro das mais elevadas improbabilidades. Não acredito que a situação seja sustentável mais do que um ano, a menos que o novo Governo ponha na ordem e, mesmo, reverta, tais decisões do governo Passos e Portas.
Loures
De uma nova visão/a um dejà vu Pedro Cabeça Advogado
Loures como concelho será, ou deverá ser, mais do que um concelho típico da periferia. Loures tem, ou teria, todas as condições para ser um concelho com características aglutinadoras entre a Capital e os concelhos que desta mais se afastam. Loures podia, ou deveria, ter um papel fundamental de simbiose entre estes dois “mundos”, capitalizando para si os benefícios de se encontrar próximo da Capital e os benefícios de se encontrar entre esta e os concelhos litorais mais afastados. Loures tem potencialidades, mas precisa de perder o complexo de sub-urbanidade e de alterar a sua própria visão de “colocação” geoestratégica, pensando o concelho nessa lógica de mediação entre a grande Lisboa e as sub-regiões mais
afastadas. Loures tem tudo para ser a marca diferenciadora de uma região turística que englobe, não só o Concelho mas, toda uma região que já no passado foi considerada estratégica, desde 1600 que se pensou nesta grande região entre o Tejo e o Oceano, entre montanhas e a Capital, é certo que essa era uma visão estratégica de carácter defensivo/militar, agora o que proponho é que essa mesma visão passe a ter carácter de desenvolvimento económico. Penso que toda a região sai a ganhar com esta nova perspectiva, mas Loures será certamente ainda mais beneficiada. É por isso que continuarei a defender que todas as assembleias municipais desta grande região se reúnam e encontrem
formas de coordenação, que levem à realização de, pelo menos para já, um “Novo“ estudo para implementação de um espaço canal da amarração da linha do Oeste, que englobe obrigatoriamente Loures, para que logo que o País tenha condições para uma obra estruturante desta dimensão, a dita possa avançar. Mas esta linha seria só mais um ponto num bordado estratégico. Era também um bom desafio pensar, por exemplo, o turismo não numa vertente de “umbigo” (até porque o nosso património, só por si, não é suficientemente motivador para que um turista opte por vir a Loures), mas integrado neste eixo entre as “sub-regiões” e a Capital. Nomeadamente promovendo os vinhos da região, onde o nosso
Arinto poderá ser sempre uma estrela, que traga também até Loures os turistas que escolhem Lisboa, mesmo os que vêm em escapadinhas de fim de semana (ou passam pelos cruzeiros). É preciso que Loures consiga mostrar aos turistas, que Sintra e Cascais não são os únicos pontos que motivam uma aventura rápida fora da Grande Cidade. E que tal um serviço que esteja disponível para captar turistas da capital para estas regiões, nomeadamente procurando dinamizar acções junto dos taxistas, ou colocando transporte junto dos hotéis, com guias que promovam esta rota estratégica entre o Tejo e o Atlântico. A autarquia que hoje aposta nos transportes reivindicativos e de protesto em direcção à Capital,
deveria começar a pensar também em apostar nos transportes de recreio e turismo no sentido da Capital para Loures. E vem aí o Natal e talvez, quem sabe, o já anunciado (pelo menos duas vezes em dois orçamentos) “O festival de Natal”. Afinal o que será tal evento? Será o Festival do Natal Saloio, em que o Pai Natal dos refrigerantes, em vez de renas, montará uma “parelha” de caracóis saloios que o transporta do Festival da Vindima até ao Carnaval de Loures? A ver vamos o que aí vem (ou não), mas assim de repente tenho uma sensação de dejà vu. A todos o desejo de Um Feliz Natal .
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LOCAL
Dia Nacional do Pijama na Portela Ricardo Andrade Comissário de Bordo
O País, o Concelho e a Vida como ela deve ser!! Escrever neste Dezembro um texto normal para o Notícias de Loures (NL) é algo de, pelo menos para mim, extrema dificuldade. Dezembro é o mês que termina todo um ano, em que tanto, mas tanto, aconteceu que reduzi-lo a um artigo, em tudo semelhante aos restantes, seria não ter minimamente em conta a importância deste ano e o impacto que vários acontecimentos tiveram na vida dos portugueses em geral e na minha em particular. Por isso, desta vez misturarei razão e coração e colocarei na análise (geral e potencialmente redutora) do ano, que agora termina, notas mais e menos “políticas”. No País e no campo político, assistimos a um quadro diferente de tudo quanto conhecíamos nos últimos 40 anos com, e desculpemme a crueza e honestidade, uma tomada de assalto ao poder por parte de alguém a quem jornais internacionais apelidam (simpaticamente) de “ilusionista” e que, passo a passo, põe em causa a imagem internacional do nosso País, como se pode constatar pelas “gaffes” e “erros de procedimentos” nas primeiras cimeiras a que compareceu como Primeiro-Ministro de Portugal. No panorama político do nosso Concelho e entre outras, mais uma descida de IMI com a nota de que agora (além de todos pagarem bem menos do que se esperava) as famílias com um ou mais dependentes, têm uma descida especial introduzindo-se, em Loures, um princípio de incentivo à natalidade e de respeito pela diferença de situações familiares, importante não apenas para os Lourenses, mas também para o PSD Loures que não tem desistido de colocar (através de uma descida, intransigente mas realista, dos impostos) o seu cunho social-democrata na gestão de uma Câmara, onde o PCP não tem a maioria absoluta que lhe permita uma gestão solitária dos destinos do Concelho. Na vida deste que vos escreve, os desafios foram mais do que muitos com várias etapas de vários percursos a terem desfechos variados e na sua maioria positivos. Mas com uma nota de ouro que foi a notícia da futura chegada de um novo membro da família, que não deixará indiferente a vida de um futuro pai que abraça esse papel com as mesmas incertezas e receios de todos quantos são pais pela primeira vez, mas com o amor que retira qualquer temor de falhar naquele que será, certamente, o papel mais importante de toda uma vida. Termino agora estas linhas com os mais sinceros desejos de um Feliz Natal e de um fantástico ano de 2016.
No dia 20 de Novembro celebrou-se o “Dia Nacional do Pijama” no Centro Comercial da Portela. Uma iniciativa da Mundos de Vida, uma instituição que protege crianças e seniores e que contou com a organização das lojas “Kids by Kanz” e “Beauty Concept”, na Portela. Um evento que teve a adesão de dezenas de crianças, que animaram as ruas deste espaço comercial. Uma iniciativa que, durante o mês de Novembro, através da colocação de mealheiros em 50 lojas aderentes, recolheu donativos para a Mundo de Vida, o que significou uma contribuição de 500 euros.
Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho
abril de 2016, data em que se assinala o Dia Mundial do Livro.
Está a decorrer, até 12 de dezembro, o prazo para entrega de obras a concurso ao Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, que nesta edição será destinado aos jovens talentos no género prosa de ficção. Os trabalhos poderão ser entregues na Biblioteca Municipal José Saramago, ou enviados por correio para a Câmara Municipal de Loures, Rua Frederico Tarré n.º 5, R/C, 2674-501 Loures. O prémio, no valor de mil euros, conta com o patrocínio da EGEO – Tecnologia e Ambiente, S.A., e será entregue no dia 23 de
Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres A Câmara Municipal de Loures associou-se, uma vez mais, ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinalou a 25 de Novembro. O fenómeno da violência doméstica tem um forte impacto sobre o bem-estar físico e mental das vítimas, devendo mesmo ser considerado não só uma violação dos direitos humanos, mas
também um problema de saúde pública, pela magnitude do número de vítimas, bem como pela enorme quantidade de recursos despendidos. Este flagelo internacional e nacional tem merecido o maior interesse por parte do Município de Loures, cujo executivo tem vindo a definir como prioridade máxima na sua linha de acção. Assim, a Autarquia no âmbito do trabalho desenvolvido pelo Espaço Vida (Centro de Atendimento à Vítima Loures) em parceria com todas as entidades da Rede Municipal de Combate à Violência Doméstica (RMIVD), veio recordar a efeméride atrás referida, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as mulheres.
Este acto simbólico teve como principal objectivo alertar todos os munícipes do nosso concelho para o flagelo da violência doméstica, recordando o elevado número de vítimas deste crime. A Autarquia de Loures tem um serviço especializado de apoio a vítimas de violência doméstica, Espaço Vida, que funciona em rede, em parceria com várias (tribunal, forças de segurança, CPCJ entre outros), que possui uma linha telefónica gratuita (800 500 333), que funciona em horário alargado (dias úteis das 9 às 20 horas) e com atendimento personalizado, confidencial e itinerante (de acordo com as necessidades da vítima).
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Associação Ahmadia do Islão condena ataques de Paris A Associação Ahmadia do Islão em Portugal, que se encontra enraizada no nosso Concelho, condena com veemência os vários actos de violência e exprime as suas condolências e profundo pesar às famílias e amigos das vítimas dos terríveis atentados terroristas em Paris. Esperado já veio na pessoa de Mirza Ghulam Ahmad (18351908) de Qadian, Índia. Mirza Ghulam Ahmad afirmou ser a segunda vinda metafórica de Jesus de Nazaré e o guia divino, cujo advento foi predito por Profeta Muhammad. A Comunidade acredita que Deus enviou Mirza Ghulam Ahmad, como Jesus, para acabar com as guerras religiosas, condenar derramamento de sangue e reinstituir a moralidade, justiça e paz. Advento de Mirza Gulam Ahmad trouxe uma era de renascimento Islâmico e moderação sem precedentes. Ele alienou os Muçulmanos de crenças e práticas fanáticas por defender vigorosamente os verdadeiros e essenciais ensinamentos do Islão. Em Comunicado de Imprensa, a Comunidade apela à calma e paciência enquanto as autoridades trabalham incessantemente para restaurar a segurança e a ordem. Expressando as suas mais profundas condolências ao povo francês, Fazal Ahmad, Presidente da Associação Ahmadia do Islão em Portugal, disse: «o evento representa um ataque contra a humanidade toda. Enquanto aguardamos informações adicionais sobre os atacantes e os seus motivos, condenamos qualquer tentativa de justificar a matança de pessoas inocentes. Nós estamos comprometidos com a restauração da paz». A Associação Ahmadia do Islão em Portugal exige uma justiça célere e deseja aos feridos a rápida recuperação, dos sete, altamente coordenados, ataques, incluindo tiroteios e atentados suicidas nos arredores de Paris. Uma condenação veemente, que não deixa margem para dúvidas nem incertezas, mostrando total lamento e solidariedade com as vítimas e familiares dos atentados. Comunidade Islâmica Ahmadia Internacional Também o Chefe Supremo e o Quinto Califa da Comunidade Islâmica Ahmadia Internacional, Hadrat Mirza Masroor Ahmad, condenou os ataques terroristas de 13 de Novembro em Paris. Falando de Londres disse: «Em nome da Comunidade Islâmica Ahmadia em todo o mundo, expresso a minha simpatia e sinceras condolências ao povo fran-
cês e governo após os hediondos atentados terroristas que tiveram lugar em Paris. Esse ataque brutal e desumano só pode ser condenado nos termos mais fortes possíveis. Gostaria, também, de reiterar que todas as formas de terrorismo e extremismo são completamente contra os verdadeiros ensinamentos do Islão. O Sagrado Al-Corão disse que matar uma pessoa é semelhante a matar toda a humanidade. Assim, o assassinato de um ser humano não pode, em circunstância alguma, ser justificado e aqueles que tentam justificar os seus actos odiosos em nome do Islão estão apenas a fazer para difamá-lo da pior maneira possível. As nossas simpatias e preces estão com as vítimas desses ataques e com aqueles que ficaram enlutados ou foram afectados de qualquer forma. Que Deus TodoPoderoso lhes conceda coragem e espero e oro que os perpetradores deste acto maligno sejam rapidamente trazidos à justiça». Sobre a Comunidade Islâmica Ahmadia A Comunidade Islâmica Ahmadia é uma comunidade internacional, muito dinâmica, reformista e uma das correntes Islâmicas de rápido crescimento. A Comunidade foi fundada em 1889 e estende-se por 207 países com filiação superior a 160 milhões. A Comunidade Islâmica Ahmadia estabeleceu-se em Portugal em 1987 como “Associação Ahmadia do Islão em Portugal”. A Comunidade Islâmica Ahmadia é a única organização Islâmica que acredita que o Messias
14ª Convenção Anual da Comunidade em Portugal A Associação Ahmadia do Islão em Portugal realizou a sua 14ª Convenção Anual, nos dias 30 e 31 de Outubro de 2015, na sede da Associação situada na Quinta do José Luís Serra da Luz, na freguesia de Pontinha. Jalsa Salana (convenção anual) foi iniciada por Mirza Ghulam Ahmad - Fundador da Comunidade Islâmica Ahmadia e realizou-se pela primeira vez em 1891, na Índia, onde participaram 75 seguidores, passando a ser tradição a realização dessa convenção anualmente, em todos os países onde a Comunidade Islâmica Ahmadia está representada. Pedro Santos Pereira
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COMUNIDADES
Moçambique ou uma viagem de ida e volta Comunidade moçambicana em Loures não vive em grandes aglomerados, mas é unida e junta-se nos momentos festivos. Crise levou muitos a emigrarem para Inglaterra, Espanha e Alemanha. Fluxo migratório faz-se agora no sentido inverso.
É uma das comunidades de língua portuguesa mais pequena em Portugal, mas ainda assim será superior a 3000 o número de moçambicanos a residir no País. Embora não haja dados específicos relativos ao concelho de Loures ou até mesmo à região da Grande Lisboa, a verdade é que a capital «concentra grande parte da comunidade populacional moçambicana», conta ao NL, Hélio Nhantumbo, adido consular do Consulado de Moçambique em Lisboa. «É na capital que existem mais escolas e mais empregos, pelo que grande parte dos moçambicanos está aqui concentrada», adianta o diplomata. «Não consigo precisar os números exactos na região de Lisboa, até porque
há pessoas em situação ilegal que não fazem parte dos números do SEF», acrescenta. Os moçambicanos são um povo que se movimenta bastante a nível global, sobretudo para países como Alemanha, Inglaterra e Espanha. «Com a crise financeira em Portugal, grande parte dos moçambicanos emigraram, embora mantivessem as suas residências no País, sendo que, muitos deles regressaram mesmo a Moçambique», explica o adido consular. Três gerações de moçambicanos em Portugal Existem em Portugal três gerações de moçambicanos. Alguns deles adoptaram mesmo a
nacionalidade portuguesa. Hélio Nhantumbo descreve os vários movimentos migratórios entre os dois países: «no período póscolonial, depois da independência, houve muita gente nascida em Moçambique que veio para Portugal. Essa foi a primeira geração, que ainda está muito ligada a Moçambique e formou algumas associações aqui em Portugal. Há uma segunda geração de moçambicanos que saiu do período do pós-guerra dos 16 anos. Muita gente saiu de Moçambique nessa altura, alguns foram para a África do Sul e outros vieram para Portugal e para outros países. Temos uma ligação histórica com Portugal, incluindo a língua e isso fez com que muitos viessem para cá à procura de emprego. Há ainda uma terceira geração de moçambicanos que veio cá para estudar. O grosso dos moçambicanos que têm vindo para cá ultimamente são os que têm vindo para estudar. Há ainda alguns que vêm para fazer tratamentos médicos, ao abrigo de um acordo entre os dois países, mas o grosso vem estudar e depois regressa a Moçambique». A estes fluxos não estará alheia a enorme crise que se abateu sobre alguns sectores económicos em Portugal, sobretudo no da construção civil. Muitos dos moçambicanos a residir em Portugal trabalhavam nessa área, em empregos muitas vezes precários, mas que permitiam que tivessem uma vida confortável em Portugal. «Os que estavam já muito ligados ao País, resistiram cá, arranjando um ou outro emprego precário,
mas muitos perderam a oportunidade de poderem trabalhar e emigraram para outros países», revela o responsável. Além de moçambicanos, também muitos portugueses emigraram para Moçambique nessa altura. Uma comunidade unida, mas não aglomerada Apesar de unida, a comunidade moçambicana em Portugal não vive em grandes aglomerados populacionais. «Trata-se de uma comunidade que, dependendo das circunstâncias do momento, consegue unir-se, no entanto, é um pouco dispersa e não é como a comunidade cabo-verdiana, que vive muito em conjunto, por exemplo», indica Hélio Nhantumbo. Mas, como para todas as comunidades, há dias especiais. «Nos dias comemorativos, há iniciativas para juntar a comunidade moçambicana a viver em Portugal, nomeadamente no Dia da Independência, Dia da Mulher, Dia da Paz, Dia das Forças Armadas ou no Dia dos Heróis Moçambicanos», conta o adido consular. Quando esses dias se aproximam, é uma oportunidade para juntar os moçambicanos com uma causa comum, que é festejar. «Este ano, como se assinalam os 40 anos da independência de Moçambique, todas as datas comemorativas foram assinaladas com alguma relevância», aponta Hélio Nhantumbo. Além dessas datas, as reuniões bienais que trazem o Presidente da República de Moçambique a Portugal são também aprovei-
tadas para juntar a comunidade. «Tentamos sempre promover o maior número possível de encontros que possam envolver moçambicanos, sobretudo de carácter cultural», explica o diplomata. Outra das formas de juntar a comunidade moçambicana a viver em Portugal é o associativismo. Mas, há ainda um outro tipo de iniciativas, que passam pela movimentação dos serviços consulares. «Por vezes, o consulado de Moçambique desloca-se para algumas regiões dentro de Portugal para assim se encontrar com moçambicanos que não residem em Lisboa», desvenda Hélio Nhantumbo. «E, nessas ocasiões, mesmo os moçambicanos que vivem a 20 ou 30 quilómetros dessa zona, procuram sempre aproximar-se para fazer dessa oportunidade um momento único», adiciona. Numa altura em que se aproximam as festividades do Natal, a comunidade moçambicana em Portugal tenciona reunir-se para assinalar o Dia da Família Moçambicana, a 25 de Dezembro. Isto porque, «embora a maioria dos moçambicanos seja católica, a nossa Constituição não aponta esse dia como o Dia de Natal, mas sim como o Dia da Família Moçambicana», sustenta o adido consular. «Por forma a não descriminar outras religiões professadas por moçambicanos, não existe o designado Dia de Natal, pelo que, assim todos podem comemorar em conjunto», defende Hélio Nhantumbo. André Julião
ACTUAL
Canil com novo terreno Loures cede terreno para novo canil da Chão dos Bichos. No dia 11 de Novembro, pelas 15 horas, a Câmara Municipal de Loures assinou o contrato de cedência, à Associação Chão dos Bichos, de um terreno municipal com cerca de 7.000 metros quadrados, destinado às novas instalações do canil/gatil desta associação. O acto público realizou-se no Cartório Notarial de Loures.
Localizado em Santo Antão do Tojal, o terreno reúne as condições adequadas para o melhor funcionamento da Chão dos Bichos, que se dedica ao resgate de animais abandonados, negligenciados e maltratados, promovendo a sua reabilitação e inserção com vista à adopção e cujas instalações precárias da Murteira foram destruídas por um incêndio em Agosto.
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CULTURA
Um refugiado, uma história
Durante o mês de Dezembro, a zona sul do Concelho será inundada por lençóis, em que os protagonistas principais serão refugiados, numa obra de Rita Guimarães. O Conselho Português para os Refugiados, o Teatro IBISCO e o Notícias de Loures são alguns dos apoiantes já assumidos, estando outros mais na calha. Todos são bem vindos, desde instituições a pessoas. WALLY é um projecto de arte pública, criado por Rita Guimarães, que pretende ques-
tionar a forma como a actual crise de refugiados está a ser abordada, social e individualmente. Este projecto pretende adicionar-se a todas as vozes e iniciativas, que veem para além das estatísticas, dos grandes números, dos estereótipos étnicos e sociais e das imagens icónicas, procurando as pessoas no meio da multidão, as histórias individuais e os valores humanos por detrás dos valores numéricos e do preconceito. Assim, foram criados 28 retratos de refugiados em lençóis, para pendurar pelos estendais
e varandas de Lisboa, unindo a identidade urbana à identidade destes rostos e criando uma relação pessoal com quem os acolhe e com quem os vê. Uma multidão não é uma massa humana homogénea, é um colectivo de histórias individuais, personificadas, únicas, que merecem ser procuradas e vistas. Depois do sucesso em Lisboa, esta iniciativa está a chegar a Loures, com o apoio do Conselho Português para os Refugiados e a colaboração do Teatro IBISCO
e do Notícias de Loures. Numa primeira fase pretende exporse na zona zul do Concelho, que engloba as freguesias de Moscavide e Portela, Sacavém e Prior Velho, Camarate, Unhos e Apelação e Santa Iria de azóia, S. João da Talha e Bobadela. Numa segunda fase a exposição ocupará as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Fanhões, Bucelas, Lousa e Santo Antão e S. Julião do Tojal. A todos aqueles que se queiram voluntariar para receber os lençóis na sua varanda,
podem fazê-lo utilizando o e-mail do nosso jornal (noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt) ou a página do facebook www.facebook. com/wallynafronteira. Numa altura em que os atentados de Paris ainda estão na memória, nada como separar o trigo do joio e entender que refugiados não são terroristas. Só através de uma sociedade tolerante se pode chegar a uma Paz mundial, onde a liberdade de escolha de cada um, não interfira com a do próximo.
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ENTREVISTA
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Nunca parem de seguir os sonhos
Isabel Cruz Soares Sousa vai ser uma das actrizes da nova novela da TVI “Impostora”. Com apenas 9 anos, a Isabel é mais um resultado do excelente trabalho que o Teatro IBISCO vem fazendo. Os sonhos Os sonhos começam agora a tornarem-se realidade. Não desiste da dança, mas ser actriz passou a ser outra opção, pois pretende fazer as duas coisas ao mesmo tempo. «Para mim não tem diferença nenhuma. Na dança tens de expressar-te e no teatro também. Não és tu. É outra pessoa que estás a fingir». Apesar deste mundo novo que está descobrir, Isabel vê no Ensino uma via a seguir e não pensa em desistir, porque «a escola pode ser a tua vida, porque podes aprender a fazer mais coisas, aprender mais línguas novas. Nunca devemos desistir da escola». Mas não é a única mensagem que deixa, pois ninguém deve «parar de seguir os seus sonhos. Um dia esses sonhos podem tornar-se realidade, como está a acontecer comigo». O Teatro IBISCO
Com um ar esguio, mas sempre de sorriso nos lábios, a Isabel é uma menina de 9 anos, que durante o mês de Dezembro vai concretizar um sonho. Neste caso não se poderá dizer que é um sonho de nascença, pois esse é a dança, que continua a praticar, mas um sonho recente, que começou numa necessidade de ocupar o tempo, mas já lá vamos. Oriunda da «Apelação velha», como gosta de chamar, a Isabel, como todas as crianças da sua idade, estuda, estando no 4º ano, na escola primária da terra de onde é oriunda, tendo como disciplina favorita Estudo do Meio. As origens e a família Apesar de ter vivido sempre na Apelação, as raízes estão em Cabo Verde, de onde são os seus pais que, como ela faz questão de referir «lhe dão todo o apoio, não só na aprendizagem como na representação». A cultura cabo-verdiana está bem implementada, apesar dos milhares de quilómetros que separam a Apelação da Ilha de S. Vicente. A começar pela comida tradicional, que a mãe faz questão de preparar, não faltando nenhum dos pratos típicos daquele país, os quais a Isabel adora, apesar
do seu ingrediente favorito ser o camarão. A alimentação é um ponto importante na sua vida, pois comer é uma das coisas que mais aprecia fazer, vindo logo a seguir a dançar e representar. Visitar Cabo Verde é um objectivo, local onde mora um dos seus dois irmãos. A outra irmã, Inês, mora com a Isabel e também é actriz no Teatro IBISCO. A representação Representar não estava nos objectivos de Isabel, a sua grande paixão sempre foi a dança, que ainda faz. Mas a determinada altura, no final do dia de aulas, começou a não ter ninguém que pudesse tomar conta dela, pois os pais ainda se encontravam a trabalhar. Havia uma necessidade de arranjar uma actividade onde se pudesse inserir, de forma a ocupar aquele vazio. Começou a acompanhar a irmã até aos ensaios no Teatro IBISCO e foi aí que «a Catarina disse-me para experimentar». Assim o fez, gostou e pediu à mãe para ficar. Cataloga o ambiente no seio do Teatro como «muito bom», apesar de existirem «algumas discussões, mas são discussões de brincadeira», ou não fosse aquele um palco de representação. Vê no Miguel, na Catarina e na
Susana verdadeiros mentores. A novela O trajecto até chegar a actriz de novela foi curto. Depois de se ter iniciado no Teatro, esteve na Gulbenkian a representar na peça “O homem mais azarado do mundo”. Foi aí que «a Catarina gravou um vídeo meu e enviou a um amigo da TVI, que quis que eu fosse fazer um casting. Eu e duas meninas passámos, mas só podia ficar uma. Então fizemos um curso de uma semana para ver quem ficava, acabando por ser eu a escolhida». A novela chamar-se-á a “Impostora” e as gravações começarão neste mês de Dezembro. Os nervos já se afloram da pele e a expectativa é grande, pois sente que representará toda uma vizinhança que terá os olhos postos nela. Aliás, os comentários na rua já surgiram, «os pequeninos dizem: “Olá miúda do cinema” e os grandes dizem: “Tu és fantástica, vi-te na televisão, vi-te na revista…”». Sobre a personagem que irá desempenhar abre um pouco o véu «posso adiantar só um bocadinho. Vou ser uma miúda, cujos pais morrem, ficando órfã. Vive com um padre e tem um melhor amigo que se chama Jaiminho, que tem um problema de pele».
O Teatro IBISCO, como já foi escrito, foi o grande impulsionador da Isabel na arte de representar, algo ao qual ela se sente grata, garantindo que se manterá no Teatro com a «mesma paixão». Foi ele que a fez des-
cobrir esta vocação «antes eu não sabia que tinha este talento. Eu pensava que era uma criança normal como as outras, que por vezes se portava mal. Mas, quando fui para o Teatro, foi aí que eu descobri quem é que sou mesmo». Além disso a importância do Teatro na sociedade é evidente, como sublinha Isabel «antigamente diziam que a Quinta do Mocho e a Quinta da Fonte não se davam bem. Mas, se reparares, há miúdos da Quinta do Mocho que vêm cá de propósito para ir para o Teatro. Então o Teatro está a juntar estes dois bairros para não andarem à luta». O NL teve a oportunidade de confirmar esta situação, com diversos moradores da Quinta do Mocho presentes no palco do Teatro IBISCO na Quinta da Fonte, num ensaio onde tivemos o privilégio de participar. No final da entrevista lá estava o pai da Isabel para a ir buscar, demonstrando, na curta conversa que tivemos, o orgulho na filha e o agradecimento ao Teatro.
Pedro Santos Pereira
ENTREVISTA
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O Teatro IBISCO é uma lição de vida
Bruno Semedo é o Kandimba da telenovela da TVI “A única mulher”. Nesta entrevista, de uma forma descontraída, fala-nos do passado, do presente e dos seus sonhos. Acabar com os conflitos na Quinta da Fonte é o seu maior desejo. que estava na novela e fazia a personagem do Kandimba, mas não acreditavam. Depois começaram a acreditar e passaram a dar apoio: perguntam se eu preciso de ajuda para decorar os textos, às vezes perguntam quando é que eu vou gravar. E na escola, os colegas e as professoras reagiram da mesma forma? Os colegas sim. As professoras algumas. Há pessoas que não te conhecem e vão ter contigo? Sim. Há pessoas que não me conhecem e vão ter comigo para tirar fotografias e pedem autógrafos. Sonhos
Como é que te chamas? Bruno Semedo. Que idade tens? 12. E tens irmãos? Tenho uma irmã que se chama Leonor, da parte da mãe, tenho um mano que se chama Márcio e tenho mais uma mana que se chama Bruna que são da parte do pai. E dás-te bem com eles? Sim. Estamos sempre à guerra. Onde moras? Aqui na Quinta da Fonte. Sempre moraste na Quinta da Fonte? Sim. Em que escola andas? Em Santo António dos Cavaleiros, na Escola Maria Aveleda. Gostas da escola? Gosto. E a escola é para continuar até ao fim? Sim, até ao fim. Ser actor Como é que estás a viver esta nova experiência de seres actor? É fixe. É uma experiência nova. Estou a gostar. Os teus colegas portam-se bem contigo? Dão-te apoio? Sim, dão. Quando é que termina? Não tenho a certeza. O que é que faz a tua personagem? O Kandimba era um menino de
rua que passava dificuldades e não sabia onde estava a mãe. O Luís Miguel vai a Angola e no aeroporto ele conhece o Kandimba, que lhe rouba dinheiro. A partir daí eles começam a ser amigos e o Luís Miguel adopta o Kandimba, como se fosse pai. Como é que as pessoas reagiram ao facto de te verem na televisão? Os teus amigos, as pessoas mais velhas? Eles não sabiam e quando eu apareci na televisão, no início, duvidavam. Pensavam que não era eu. Perguntavam se era eu
O que é que gostas de fazer? Gosto de jogar à bola. Qual é o teu maior desejo para a Quinta da Fonte, algo que tu entendas que é muito importante? Que os conflitos acabassem. Sentes que, o facto de teres visibilidade pública, pode ser importante para esses conflitos acabarem? Tu dás o exemplo com o teu comportamento? Sim, às vezes digo aos rapazes que não vale a pena andarem em conflito. E no Natal, além de gostares que os conflitos terminassem, diz-me outra coisa que desejasses muito? Que o skatepark fosse fechado, porque há pessoas que atiram
garrafas de vidro. Eu tenho aulas de skate. Muitas vezes caímos e há pedaços de vidro. Devia ser fechado e a chave entregue no bar e quando tivéssemos aulas íamos lá buscar as chaves. Então para além do futebol também fazes skate? Jogo futebol com os amigos, mas já joguei no Benfica, já joguei no Catujal, agora estou a ter experiência como actor, já fiz jiu jitsu, já tive aulas de bicicleta e já fiz MMA com o meu pai. E o que é que jogaste no Benfica? Futsal. Fiz parte da primeira equipa de benjamins do Benfica. Naquela altura não havia. Porque é que saíste? Eu joguei dois anos no Benfica. No fim dos dois anos o Mister saiu. O outro Mister disse que já não precisava mais de mim. Depois o outro Mister queria que eu voltasse, mas a minha mãe não deixou, porque como agora estou a ter a experiência de actor, ela não quer que eu faça muitas coisas ao mesmo tempo. Ela diz “cada coisa a seu tempo”. Então já fizeste muitas coisas e gostas mesmo de praticar desporto. E a família tem dado apoio, tem ajudado? Sim. Também participam quando estás a decorar os textos? A minha mãe. Qual é o teu sonho para o futuro? É ser skater, é ser actor, é ser jogador de futsal, é ser
outra coisa diferente? Eu estou indeciso entre actor e futebolista. Mas acho que é o futebol. Teatro IBISCO Também chegaste a estar no Teatro IBISCO? Que importância é que teve para ti? Sim. Eu fui para a novela depois de ter estado no Teatro IBISCO. É uma lição de vida. Muita gente pensava que era só uma brincadeira, mas viram que eu fui um menino que saiu daqui para uma novela, agora já acreditam mais nisto. Ajudaste as outras crianças a perceber que podem atingir os seus sonhos? Sim. E a relação com as pessoas que estão à frente do Teatro Ibisco: o Miguel, a Catarina, a Susana? Eles têm ajudado muito? Sim. Na tua opinião deveriam haver outras iniciativas como o Teatro, para que os meninos pudessem fazer outras actividades? Eu e os meus amigos queríamos que houvesse futsal. Os mais velhos, os nossos tios e irmãos, jogam contra outras equipas. Nós também gostávamos de jogar contra outros miúdos de outros bairros.
Pedro Santos Pereira
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CULTURA
Ninho de Cucos
Mark Lanegan
Wtf is wrong with this world João Alexandre Músico e Autor
Nascido em Ellensburg, Washington, em 25 de Novembro de 1964, Mark Lanegan cresceu, palavras do próprio, numa família disfuncional e desenvolveu um apetite enorme por bebidas alcoólicas e drogas na adolescência, que o levaram a alguns problemas com as autoridades policiais. Aos 18 anos fez amizade com Van Connor, com o qual partilhava o interesse na música. Inicialmente inclinado para tocar bateria na banda com Van e o irmão deste, Gary, rapidamente se aperceberam que Lanegan era melhor vocalista que baterista, juntando-se a este trio Mark Pickerel para tocar bateria e formar os Screaming Trees, banda icónica do grunge americano. Os Screaming Trees lançaram o seu primeiro álbum, Clairvoyance, em 1986, mas só em 1992 alcançaram sucesso comercial, quando "Nearly Lost You" integrou a banda sonora do filme “Singles”, complementado pela edição do álbum “Sweet Oblivion”, intensamente promovido pela MTV. Ao mesmo tempo já Mark Lanegan iniciara uma carreira a solo. Ele e Kurt Cobain partilhavam uma paixão por Blues e com Krist Novoselic formaram uma banda, “The Jury”, com a intenção de gravar um EP com versões de Lead Belly, músico negro de folk e blues, fundamental na primeira metade do século XX. Apesar do projecto “The Jury” ter ficado pelo caminho, Lanegan acabou por aproveitar um dos temas de Lead Belly, “Where did you sleep last night”, numa versão com Cobain e Novoselic, como rampa de lançamento do
álbum estreia, a solo, “The winding sheet” em 1990 e, não obstante críticas muito positivas da imprensa, tal élan foi de certa forma abafado pelo sucesso dos Screaming Trees. Com “Sweet Oblivion” a banda levou a cabo uma longa tournée, interrompida pontualmente, e às vezes mais que pontualmente, pelas relações tensas entre os elementos da banda, quase sempre originadas pelo muito álcool que reinava. No final dessa tournée Mark Lanegan aproveita a paragem para desenvolver e realizar o segundo disco a solo, “Whiskey for the holy ghost”, lançado em 1994, uma vez mais impressionando a crítica com a sua voz poderosa, carregada de blues, rouca, rosnada e cheia de nicotina, mas sensual e assumindo uma sensibilidade poética negra e obscura com letras introspectivas, a refletir as lutas com os demónios que o assolam e no seu todo lhe conferem uma identidade muito própria. Entretanto, em 1996, os Screaming Trees lançam o extraordinário “Dust”, um monumento de psicadelismo, hard rock, indie e blues, mas que falha objectivos comerciais, abrindo as portas para edição de mais dois álbuns a solo de Mark Lanegan, “Scraps at midnight”, em 1998 e “I’ll take care of you”, uma compilação de covers em 1999. Em 2000 os Screaming Trees chegam ao fim e, a partir dessa data, Lanegan com o seu timbre único iniciará um conjunto de colaborações tão vasto quanto impossível de aqui enumerar. Algumas dessas iniciativas, cola-
borações e convites sobrepõemse, em termos de visibilidade e notoriedade, ao seu próprio trabalho. Entre outros, Mark Lanegan colabora pontualmente em homenagens a Willie Nelson, Skip Spence, na estreia de Mike Watt, com PJ Harvey, Melissa Auf Der Mar e … os Eagles of Death Metal (a 13 de Novembro Mark Lanegan twittou: “Prayers for my brothers @EODMofficial and all touched by the sickening violence in Paris tonight. Wtf is wrong with this world?”). Ou de forma regular com os Queens of the Stone Age, nos quais se torna um importante aliado da voz Josh Homme, mesmo sem nunca se tornar membro da banda, com Greg Dulli dos Afghan Whigs no projecto Twilight Singers, com
Isobel Campbell em três álbuns completos e com a banda britânica electrónica Soulsavers. Em 2001 é editado “Field Songs”, o quinto e último álbum pela editora Subpop. Imagem de marca de um Lanegan ainda mais soturno que nos registos anteriores. É precisamente o mote deste artigo, a edição no passado dia 20 de Novembro de uma colecção/caixa em vinil com os primeiros cinco trabalhos de Mark Lanegan, ou não estivesse o vinil em franca recuperação de vendas em todo o mundo. “One way street” é o nome desta compilação e revela-nos a amplitude de horizontes criativos de Mark Lanegan, para lá do trabalho rock com os Screaming Trees. As raízes do blues estão bem patentes nesta colecção, mas a mais-valia
da sua voz cavernosa e gutural, conjugada com textos adequadamente negros, são uma foto preciosa da primeira parte da carreira de um dos compositores e vocalistas mais poderosos do rock alternativo, agora com 51 anos. A escutar os temas “Ugly Sunday”, “The winding sheet”, “Where did you sleep last night”, “Carnival”, “Hospital Roll Call”, “Carry home”, “Resurrection song”, “One way street”, este último apresentado no Festival Paredes de Coura em Agosto e onde Lanegan presenteou o público com uma sólida actuação em registo compenetrado de poucas palavras e parado, agarrado ao tripé como é seu apanágio e com direito a uma bela versão de “Atmosphere” dos Joy Division.
CULTURA
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Vinyl Gourmet
muito mais que um simples vinil selecciona o catálogo de produtos, de forma a que, apenas contenha discos bem produzidos e deixando de fora as produções banais ou de má qualidade, até à experiência que os clientes têm quando visitam e usam a loja como a sua fonte principal de discos de vinil de alta qualidade. A importância especial que é dada à forma como os discos de vinil são manuseados, armazenados e enviados, porque estes aspectos são eles próprios uma ciência que apenas a verdadeira paixão e muita experiência permitem dominar. O tempo e esforço que foi colocado na investigação de detalhes rigorosos sobre cada edição e audição, ou investigação aprofundada de todos os discos que fazem parte do catálogo da loja e no desenvolvimento e design de estratégias de embalagem e caixas próprias para envio de discos de vinil, bem como serviços especiais para os apreciadores de música, audiófilos e colec-
O projecto Vinyl Gourmet nasceu da paixão pelos discos de vinil, música e audio de qualidade audiófila de Sérgio Redondo, vocacionado para quem procura apenas os melhores discos de vinil novos. A missão é providenciar uma experiência verdadeiramente Gourmet e trazer-lhe apenas a melhor música nos melhores discos de vinil novos, cuidadosamente seleccionados com base em muitos anos de investigação continuada sobre discos e audio em geral e colecção dedicada de milhares de discos de vinil, com vasta experiência com as principais editoras audiófilas do mundo. O Vinyl Gourmet é uma loja diferente, para quem procura o melhor que há no mundo do Vinil, sem enganos ou expectativas goradas pelas produções de qualidade inferior que se encontram nas lojas normais, que não fazem da qualidade a sua prioridade. Se procura apenas os melhores discos, para melhorar de forma significativa a sua experiência musical, o Vinyl Gourmet é a solução, onde não só vai encontrar os melhores discos novos da actualidade e de todos os géneros musicais, mas também vários serviços especializados que vão desde a limpeza profissional de discos, com máquina motorizada e líquidos especiais, consultoria sobre as questões audiófilas fundamentais relacionadas com os equipamentos audio, sistemas de
som e diferentes edições dos discos de vinil e ainda um conjunto de acessórios como capas interiores e exteriores Deluxe para discos e muito mais. Pode navegar no website onde vai encontrar vasta informação sobre cada disco, detalhes sobre o conteúdo musical e informação técnica rigorosa, fazendo compras online 24 horas por dia todo o ano, que poderá receber comodamente em casa numa das caixas desenhadas e fabricadas especificamente para o transporte seguro de discos de vinil pelo correio. Melhor ainda pode visitar o Showroom, localizado no concelho de Loures, no Prior Velho, um espaço especial na sede da empresa criado para receber clientes e oferecer um serviço completamente personalizado, onde pode ver e sentir a qualidade dos discos de vinil que fazem parte do catálogo da loja, apreciar um Café Expresso enquanto fala sobre a música que tanto adoramos e até ouvir alguns dos melhores discos no nosso sistema Audio de Referência. Juntese na celebração do fabuloso som do Disco de Vinil, marcando a sua visita (todos os dias, incluíndo Sábados e Domingos em horário alargado), através do e-mail info@vinylgourmet.com ou telefone 967 775 919. Assegura-se de que o tratamento Gourmet é aplicado a todas as áreas, desde a forma como se
cionadores mais exigentes, são características únicas do Vinyl Gourmet, não vai encontrar este nível de compromisso, dedicação e paixão, combinados com conhecimentos na área do audio e experiência com discos de vinil, em nenhum outro local. O Vinyl Gourmet está sedeado no Prior Velho mas o modelo de negócio é verdadeiramente internacional, obtemos as melhores prensagens de discos de vinil de todo o mundo e a loja foi concebida de raíz para oferecer os nos-
sos produtos e serviços a clientes de qualquer parte do globo. O orgulho de Sérgio Redondo é evidente em poder apresentar aquela que, acredita, virá a ser a melhor loja online de discos do mundo. Trazer este projecto à luz do dia foi um processo longo e difícil, mas esta visão muito especial está no ar e pode-se finalmente dar as boas-vindas à verdadeira experiência Vinyl Gourmet com a sua Música... bem servida!
www.VinylGourmet.com Rua Lourenço Marques, nr 4 – 4º Dto 2685-347 Prior Velho 967 775 919 info@vinylgourmet.com https://www.facebook.com/vinylgourmet
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CULTURA
A curiosa experiência do comboio Larmanjat: uma visão efémera na paisagem estremenha Florbela Estevão Arqueóloga e museóloga
Na segunda metade do século XIX Portugal iniciou, à semelhança do que acontecia na Europa, uma política de investimento em obras públicas, nomeadamente infra-estruturas de transportes, esperando deste modo aproximar-se do nível de desenvolvimento de países como a Inglaterra, a França, a Bélgica ou a Alemanha. Esta nova política ferroviária nacional visava assegurar não só a ligação com o resto da Europa, como também promover a circulação de pessoas e de mercadorias entre os principais pontos do País, não esquecendo o interior. Num período particularmente atribulado da vida nacional, num contexto político, social e económico penoso, não foi fácil, aos políticos e industriais da época, a concretização deste propósito, repleto de hesitações, avanços e recuos. A primeira linha de caminho-deferro a ser aberta em Portugal foi o troço Lisboa Carregado, a “Linha do Leste”, inaugurada a 28 de outubro de 1856, numa distância de 36 km, começando a funcionar no dia seguinte, com duas viagens diárias de ida e de volta. Era explorada pela Companhia Real dos Caminhosde-Ferro Portugueses e marca o início da primeira fase de uma política ferroviária, nomeadamente com a construção de várias linhas fundamentais no Centro e Sul de Portugal, propósito que ganhou ritmo após os meados da década de 1860. Esta “Linha do Leste”, que rapidamente se estendeu a Santarém, visava ligar Portugal à Espanha, e deste modo à Europa. Pensavase que esse projecto, juntamente com a construção de um porto para transatlânticos na capital, iria reforçar a centralidade de Lisboa no contexto europeu e trazer um fluxo de viajantes que partiriam deste local com destino às Américas. Sobre esta linha e sua importância no que respeita à zona oriental do município de Loures falarei em próxima crónica. Agora, quero falar-vos de um outro comboio, já desaparecido, e desconhecido de muitos. Na segunda década do século
e progresso, que o País desejava e necessitava. Em Portugal, o sistema Larmanjat foi utilizado numa rede de três linhas: uma, que unia o Arco do Cego ao Lumiar (a partir de 1870); outra, que ligava as Portas do Rego à vila de Sintra (a partir de 1873); e, por último, a que ia das Portas do Rego a Torres Vedras, passando por Loures, com 54 km de extensão. Esta foi inaugurada, como referido, a 6 de Setembro de 1873, havendo apenas um comboio diário em cada sentido.
O Larmanjat em 1873. Imagem do Centro de Documentação Anselmo Braamcamp Freire. XIX, existiu uma linha de caminho-de-ferro que cruzava o actual município de Loures: o Larmanjat. Esta linha ligava Lisboa a Torres Vedras, passando por Loures, Pinheiro de Loures e Lousa; foi inaugurada a 6 de setembro de 1873. No entanto, problemas de circulação do referido comboio - descarrilamentos, atrasos nos horários, fraca clientela - condenaram este projecto ao fracasso: poucos anos depois da sua abertura a Linha Larmanjat foi suspensa (em 8 de abril de 1875) e viria a encerrar definitivamente em 1877, com a falência da Lisbon Steam Tramways Company. O que era então o Larmanjat? Este comboio representava uma inovação à época. Inventado por um engenheiro francês que lhe deu o nome, Jean Larmanjat, era uma tecnologia que apenas necessitava de um único carril (sistema monocarril), o que tinha uma dupla vantagem: diminuição no custo de implementação e maior rapidez de execução. Relativamente simples, a via era constituída por um carril ladeado por duas passadeiras de madeira
distanciadas de 20 centímetros do carril central. Para garantir estabilidade ao conjunto, tanto o carril como as passadeiras estavam pregados a travessas por meio de cavilhas de ferro. As locomotivas, as carruagens e os vagões estavam munidos de rodas centrais e laterais, rodando umas sobre o carril e outras sobre as passadeiras. Assim, as locomotivas subiam rampas e descreviam curvas de raio pequeno com relativa segurança, pelo menos nas viagens experimentais, em meio urbano. Este sistema permitia ao comboio circular nas estradas, ou então num corredor lateral, de simples construção, o que tornava a solução mais económica e, por conseguinte, mais aliciante, tanto para políticos como para investidores.
lia parte dos viajantes a sair do veículo para auxiliarem à subida, ou à reposição das carruagens nos trilhos; acidentes com outros transportes, como carroças que se atravessavam no percurso; atropelamento de animais. As carruagens, especialmente as de terceira classe, eram bastantes desconfortáveis, uma vez que eram abertas e, portanto, não protegiam os utentes do mau tempo no inverno e das poeiras no Verão. A instabilidade da composição durante a viagem provocava solavancos, tocando sinetas com alguma frequência. Todas estas dificuldades (que hoje nos parecem inverosímeis, se não mesmo cómicas) originavam incómodos, acidentes, atrasos, o que naturalmente precarizava a qualidade da viagem.
Na prática, verificaram-se alguns problemas técnicos: dificuldade de circulação por fraca adesão das rodas às passadeiras de madeira, devido às chuvas que enlameavam essas estruturas; equilíbrio precário e descarrilamentos frequentes por falta de estabilidade; desgaste das rodas; fraco desempenho em declives mais acentuados, o que compe-
Esta novidade chegou a Portugal por iniciativa do Marechal Duque de Saldanha, depois de uma estadia em França, onde ele assistiu à primeira demonstração do Larmanjat em 1868. Pareceu a Saldanha que tinha encontrado uma solução que podia ultrapassar o impasse gerado por disputas internas e dar resposta ao movimento de desenvolvimento
O comboio partia das Portas do Rego, São Sebastião da Pedreira e as composições passavam pelas seguintes estações: Campo Pequeno, Campo Grande, Lumiar, Nova-Cintra (zona do Olival de Basto), Santo Adrião, Loures, Pinheiro, Lousa, Venda do Pinheiro, Malveira, Vila Franca do Rosário, Barras, Freixofeira, Turcifal e Torres Vedras. A viagem durava quatro horas e meia quando tudo corria razoavelmente bem, o que era uma vantagem em relação às diligências, cujo tempo variava entre seis a sete horas. Os preços eram consoante o viajante viesse em primeira, 900 réis, ou terceira classe, 700 réis. Podiam os utentes transportar por este preço 15 kg de bagagem consigo; o excedente teria de ser encaminhado para os vagões. Esta linha, que ligava Lisboa a Torres, transportou não só pessoas como muitas mercadorias, nomeadamente vinho. Contrariamente, a linha de Sintra era vocacionada no essencial para o transporte de pessoas. Este movimento ajustava-se às tendências da altura, em que o transporte ferroviário representou em toda a Europa um crescimento dos fluxos turísticos da burguesia em ascensão. Para esta região rural de Loures e ainda num momento em que o primado das praias não se fazia sentir, o Larmanjat transportou muitos lisboetas no seu desejo de despaisamento, onde o verde, os bons ares, o sossego e o pitoresco eram motivos de interesse.
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CULTURA
André Martins vence JOV’ARTE
Gonçalo Oliveira Actor
"Para uma encenação de Hamlet” Teatro da Garagem no Teatro Taborda
Vamos para a cozinha! Ingredientes para uma tragédia: traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade. Junte-se Shakespeare, Carlos J. Pessoa e Jorge Listopad. Após atingir a maturidade desejada, regue-se com a equipa do Teatro da Garagem e sirva-se no Teatro Taborda. Desta receita e dada a estrutura dramática e a profundidade de caracterização, Hamlet pode ser analisada, interpretada e debatida por diversas perspectivas. Exactamente por as perspectivas poderem (e deverem!) ser diversas, o público, em vez de se sentar comodamente, é incomodamente levado ao palco (vulgo “tábuas”) e de pé começa a assistir aqui à inversão de poderes, que se eleva do pó de palco, não de talco. A inversão da luz; o claro/escuro ao contrário entre a plateia e o palco; a possibilidade de o público sentir-se actor/ personagem. Uma actriz entra pela plateia e, no lugar onde habitualmente estaria o público, dá início à função. Depois é partir em viagem pelos espaços vários do Teatro Taborda, onde em cenas apresentadas como se fossem “pedaços Hamletianos”, se vai sendo transportado ao universo das leituras mais variadas deste texto dramático (o mais longo escrito por Shakespeare!). Segundo Carlos Pessoa, ele próprio gosta de designar este espectáculo como teatro documental no programa cedido gentilmente ao público. Para tal invoca a sua convivência e estreita cumplicidade ao longo dos anos com Jorge Listopad. Não vem daí mal ao mundo. Conheço Listopad, convivi com ele em tempos, participei em “seminários” (hoje somos mais finos, chamam-se “workshops”!) e sou profundo admirador da sua obra e pessoa! Mas logo que a peça teve início, fui levado a “esquecer-me” do programa entregue, com o decorrer do espectáculo. O digladiar de poderes, desde o poder maternal (o complexo de Édipo de que já Freud nos falou!), o poder familiar e os poderes políticos. E, obviamente, falando-se de poder, logo somos levados a, infelizmente, falar de corrupção. Mas nada melhor do que tentar ir ver o espectáculo. Passemos da cozinha à orquestra. Sob a batuta de Carlos J. Pessoa os “músicos” da Garagem (feliz coincidência linguística) fazem brilhar Hamlet de Shakespeare/ Pessoa/Listopad. Tudo está certo, no lugar certo e no tempo certo! Soluções brilhantes ao nível da encenação, da cenografia, dos desenhos de luz e som. Interpretações imaculadas. Enfim… Um espectáculo perfeito! A não perder! Escrevo-vos sobre um Hamlet lavado, limpo, sem “to be or not to be”!
Com inauguração no dia 21 de Novembro, na Sala Multiusos do Pavilhão do Parque da Cidade, a exposição JOV’ARTE Bienal Jovem 2015 convidou jovens artistas, no campo das artes visuais, a expor as obras de maior qualidade, inovação e criatividade. Nesta edição foram recepcionadas 53 candidaturas de jovens cidadãos, nacionais e estrangeiros, residentes no território português, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos. Foram seleccionadas 15 obras que estarão patentes até 27 de Fevereiro, de segunda a sábado das 10 às 13 horas e entre as 14h e as 18h. O júri desta iniciativa foi composto por Carlos Farinha, artista plástico e vencedor JOV’ARTE 92/Pintura, Cláudia Camacho, curadora independente e directora da Antiframe – Art Consulting, Cristina Azevedo Tavares, curadora independente e professora associada da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, João Pedro Vale, artista plástico e vencedor JOV’ARTE 99/Escultura e Paulo Piteira, vice-Presidente da Câmara Municipal de Loures. O 1º prémio, no valor de 1 500 euros, foi atribuído ao Retrato Colectivo: 60 pessoas de André Martins, o 2º prémio, de mil euros, à obra Projecto de Retrato de Pontes do Carmo e o 3º prémio, no valor de 500 euros, à obra Celeno de Daniel Alfacinha. Foi ainda distinguida com uma Menção Honrosa a obra CTT|Cova da Piedade|Almada|2015 de Sara Rocha Silva. André Martins, 21 anos, vencedor deste certame, mostrou-se feliz com este reconhecimento público, principalmente com a possibilidade de expor individualmente a sua obra. Renovada, reestruturada e preparada para novos desafios, esta iniciativa regressou depois de 10 anos de interregno. Foram definidas novas formas de categorização das obras a concurso, assim como dada a possibilidade aos candidatos de apresentarem os seus trabalhos em 2D, 3D e 4D.
Festival nternacional de Bandas Filarmónicas Loures recebeu, de 20 a 22 de Novembro, o Festival Internacional de Bandas Filarmónicas, num fim-de-semana dedicado à música. O Pavilhão Paz e Amizade foi o palco deste Festival, que juntou diversas ban-
das do concelho de Loures, a Banda de Música da Força Aérea, Banda Sinfónica da PSP, Banda Musical de Arouca e as bandas espanholas “La Lira” de Toro, de Zamora, e Societat Instructiva Unió Musical de Montserrat, de Valência. Milhares de pessoas assistiram ao festival, um dos maiores eventos do género no País, que tem vindo a ganhar destaque a nível nacional e internacional. A cerimónia oficial de recepção às bandas teve lugar no dia 21 de Novembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a presença do presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares e do alcaide de Montserrat – Valência, Josep Maria Mas García. Bernardino Soares quis “assinalar este momento, recebendo-os na sala mais importante do Município, dando uma grande dignidade a este momento e ao Festival, que é um dos maiores e mais importantes eventos do nosso concelho”. O alcaide referiu a “importância que a música tem na vida da sociedade”, destacando os músicos como “os verdadeiros heróis, que trabalham intensa e desinteressadamente”.
Concerto para crianças A manhã de 23 de Novembro foi dedicada às crianças, com o Concerto de
palmo e meio da Banda Sinfónica da PSP, que deu a conhecer aos mais pequenos instrumentos não tradicionais. Ainda houve tempo para Conversas com a Música, que alertou para a sensibilização da música na infância e para a importância das bandas filarmónicas nesse desígnio. À tarde decorreu a última série de concertos, tendo o presidente da Câmara de Loures destacado “a importância dos músicos que trabalham durante todo o ano para formar mais públicos, a enorme musicalidade das bandas e a aprendizagem da música como uma das coisas mais bonitas da vida”. As bandas do concelho presentes foram, por ordem de actuação, a Banda de Música da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Zambujal, Banda de Música da Sociedade Recreativa de Casainhos, Banda de Música da Academia Musical Recreativa de Sacavém, Banda Recreativa de Bucelas, a Banda de Música da Sociedade Recreativa e Cultural de Pinteus, Banda de Música da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loures, Banda de Música da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fanhões e Banda de Música da Academia Sons & Harmonia.
Notícias de Loures, 5/012/2015, 1.ª Publicação
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ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO
TAMARA ALVES
Biografia do autor Tamara Alves (nasceu em 1983) é uma artista Portuguesa que reside, de momento, em Lisboa e utiliza uma linguagem plástica inspirada na vivência urbana. Utilizando suportes com características multifacetadas – da pintura, à ilustração, da instalação à arte urbana. Tamara interessa-se por uma arte “contextual”, que se insere no mundo, abandonando lugares comuns, tendo como predilecção apresentar as suas obras na rua ou em espaços públicos. No trabalho de Tamara Alves, é representado o panorama erótico de um corpo contemporâneo, com esses efeitos de dilatação dos limites que o constituem. Uma paixão bruta, em vez da deliberação racional, um corpo-sem-órgãos, um devir animal, as sensações experimentadas, “esfomeados histéricos nus”(Allen Ginsberg). Desde 2000 que participa em vários projectos, exposições colectivas e individuais e intervenções de arte urbana.
Biografia da Obra "UNKNOW PLEASURES" Enviando uma mensagem positiva, mas sempre com um olhar crítico sobre a situação do Bairro, desta vez foi feita com um tigre usando uma t-shirt da banda Joy Division, que tem uma música em específico intitulada "Love Will Tear Us Apart". No caso da minha pintura ela completa a música com "Unless it’s True Love". Neste caso a nível de acção social, integração e espírito comunitário.
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SAÚDE
Prevenção dos efeitos do frio intenso PARA A PREVENÇÃO DOS EFEITOS DO FRIO INTENSO RECOMENDAM-SE AS SEGUINTES MEDIDAS:
Embora Portugal seja um país do sul da Europa, influenciado pelos ventos do Norte de África, Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, caracterizandose por ter invernos temperados, com temperaturas não muito baixas, existe evidência que o excesso de mortalidade ocorrido durante o Inverno é superior à dos países do Norte da Europa. Para além da mortalidade associada às condições meteorológicas do Inverno, com o frio intenso, são produzidas alterações no organismo que facilitam o aparecimento de doenças como a gripe, a pneumonia, a bronquite e o agravamento das doenças crónicas, nomeadamente, das cardíacas e das respiratórias. As alterações no comportamento social na época invernal, propiciando aglomerações em locais fechados, contribuem ainda para a difusão de determinadas doenças infeciosas. A Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde LouresOdivelas vem desenvolvendo, desde 2009, um Plano de Contingência para as Vagas de Frio, conforme as directrizes da Direção-Geral da Saúde e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. No dia 1 de Novembro entrou em vigor o Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas – Módulo Inverno, que estará activo até 31 de Março. O Plano tem orientações que permitem preparar e adequar a resposta dos serviços de saúde e dos cidadãos, perante a perspectiva de ocorrerem condições meteorológicas adversas de frio extremo, ou um aumento da incidência de infecções respiratórias. Este Plano inclui também informação e medidas para os cidadãos e para os profissionais de saúde sobre prevenção, contenção e controlo, nomeadamente:
• Medidas de Saúde Pública, como a higiene das mãos, medidas de “distanciamento social” de doentes e de etiqueta respiratória (por exemplo: tossir/espirrar para o antebraço e utilizar lenços de papel descartáveis); • Vacinação contra a gripe recomendada para grupos de risco; • Adequação dos serviços de saúde face ao aumento esperado da procura nas consultas, nas urgências e no internamento; • Articulação entre as instituições do Ministério da Saúde com as de outros sectores como os Serviços Municipais de Proteção Civil e a Segurança Social. Pretende-se com estas medidas prevenir e minimizar os efeitos negativos do frio extremo e das infecções respiratórias, nomeadamente da gripe, na saúde da população em geral e nos grupos de risco em particular.
No domicílio
Alimentação
Mantenha a temperatura da sua casa entre os 18ºC e os 21ºC; Se não conseguir aquecer todas as divisões da casa, tente manter a sala de estar quente durante o dia e aqueça o quarto antes de se ir deitar; Se utilizar lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos a gás mantenha a correcta ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde, evitando os acidentes por monóxido de carbono que podem ser causa de intoxicação ou morte; Evite dormir/descansar muito perto dos equipamentos de aquecimento; Apague ou desligue os equipamentos de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa, de forma a evitar fogos ou intoxicações; Mantenha sob vigilância a utilização de botijas de água quente, para evitar o risco de queimadura.
Faça refeições mais frequentes encurtando as horas entre elas; Dê preferência a sopas e a bebidas quentes, como leite ou chá; Aumente o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e anti-oxidantes (ex. frutos e hortícolas), pois contribuem para minimizar o aparecimento de infecções; Faça uma alimentação variada e saudável, evitando alimentos fritos, com muita gordura e alimentos açucarados; Evite bebidas alcoólicas visto que provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.
Higiene pessoal e vestuário Mantenha a higiene pessoal tomando banho com água morna, uma vez que a água muito quente remove a camada protetora natural da pele; Mantenha a pele hidratada, principalmente mãos, pés, cara e lábios; Use várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa e não use roupas demasiado justas que dificultem a circulação sanguínea; Proteja as extremidades do corpo (com luvas, gorro, meias quentes e cachecol) e use calçado adequado às condições climatéricas; Evite andar descalço no chão frio ou molhado.
Mantenha-se atento aos avisos das Autoridades de Saúde, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e da Autoridade Nacional de Protecção Civil. Em caso de emergência ligue o 112. Para mais informações ligue para a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24 Pode também consultar informação sobre o assun-
Actividades e exercício físico no exterior Mantenha a prática de exercício físico habitual, mas em situações de frio intenso evite fazer exercício físico de esforço ao ar livre; Se tiver de realizar trabalho com muito esforço, proteja-se com roupa adequada e vá doseando o esforço; Procure um local abrigado se a temperatura diminuir e houver muito vento; Em caso de frio intenso faça pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas evitando o arrefecimento do corpo; Evite caminhar sobre o gelo devido ao risco de lesões por queda; Procure manter-se seco e evite arrefecer com a roupa transpirada no corpo; Beba água antes, durante e depois da actividade física para evitar a desidratação.
to no site da Direção-Geral da Saúde www.dgs.pt Unidade de Saúde Pública do ACES LouresOdivelas Ana Verde - Técnica de Saúde Ambiental Fernando Dias - Técnico de Saúde Ambiental Hugo Esteves - Médico de Saúde Pública Elvira Martins - Médica de Saúde Pública
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SAÚDE
Especiarias que ajudam a perder peso Anabela Pereira Nutricionista
As especiarias têm origem em flores, sementes, frutos, caules de plantas e possuem um aroma e sabor bastante intenso. Para além de darem cor e sabor aos alimentos também contribuem para a perda de peso. O seu uso no tempero dos alimentos tem milhares de anos, mas ultimamente tem-se acentuado a sua recomendação, numa tentativa de substituição do sal, açúcar e gordura. Estes condimentos permitem confeccionar pratos extremamente deliciosos e coloridos, melhorando assim o perfil nutricional de uma receita. Além destas vantagens possuem ainda benefícios de saúde, auxiliando na absorção de certos nutrientes e melhorando o fun-
cionamento do seu metabolismo. Algumas das especiarias que pode adicionar às suas receitas contribuindo para a perda de peso são: Canela É uma das especiarias mais anti-
gas e tem sido usada em várias culturas durante séculos. Para além do seu uso culinário, estudos científicos têm demonstrado vários benefícios para a saúde, ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue, tem propriedades anti-inflamatórias,
ajuda a saciar a fome e aumenta o metabolismo do corpo, queimando maior número de calorias.
metabolismo, mantém o apetite controlado e aumenta a oxidação das gorduras no organismo.
Gengibre É uma das especiarias mais usadas em todo o mundo, especialmente nos países asiáticos. Grande emagrecedor por diminuir o apetite, ajudar na digestão, queimar toxinas e elevar a temperatura do corpo para aumentar o metabolismo. Também ajuda no combate à celulite por ser um óptimo anti-inflamatório.
Açafrão O açafrão contem curcumina, substância que dá o pigmento amarelo à especiaria. Esta substância elimina as toxinas e tem propriedades anti-inflamatórias, revelando-se um potente anticelulítico. É termogénico, ou seja, aumenta a temperatura corporal, o que ajuda a acelerar ainda mais o metabolismo e gastar calorias.
Pimenta A pimenta tambem está na lista das especiarias amigas da balança. O componente activo da pimenta, a capsaicina, acelera o
As especiarias podem ser um bom coadjuvante das dietas de perda de peso, utilize-as e ofereça um toque especial às suas receitas.
Festival de Natal Loures, envolvente dos Paços do Concelho 9 > 30 dezembro
Natal na desportiva Programa de Ocupação de Tempos Livres Crianças e Jovens 10 > 15 anos 21 > 23 dezembro
Inscrições 10 > 11 dezembro ajuventude@cm-loures.pt 211 151 160 211 150 140
Celebrar o Natal
Natal ambiental
Instituições seniores e de infância 5 > 6 dezembro
Escolas 10 > 11 dezembro Público em geral 12 dezembro
> Exposição > Venda > Animação > Convívio
> Ateliês > Insufláveis > Recolha de brinquedos
Pavilhão Paz e Amizade 14:30 > 20:00
Parque Urbano de Santa Iria de Azóia 10:00 > 18:00
> Venda de Natal > Feira de queijo, fumeiro e doçaria > Animação infantil – ateliês, insufláveis e o trono do Pai Natal > Animação musical Dias úteis 10:00 > 20:00 Sábados 10:00 > 19:00 Domingos 12:00 > 19:00 24 dezembro 10:00 > 16:00 30 dezembro 10:00 > 19:00
www.cm-loures.pt
facebook.com/MunicipiodeLoures
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PSICOLOGIA
A materialização dos afectos Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica
Uma prenda significa mais do que uma palavra? Mais do que um gesto? Nesta altura do ano, as crianças são um dos alvos constantes e preferenciais das propagandas apelativas e agressivas de marketing e do consumismo natalício, cabendo, por isso, aos pais reconhecerem a necessidade da colocação de limites aos filhos, neste caso, os de ordem económica. É importante que as crianças compreendam que podem gostar de muita coisa, mas que não podem adquirir tudo o que gostam. Também os pais têm de pensar criticamente sobre a compra, se a criança precisa ou não daquele produto, se querem ou não adquiri-lo. Lembre-se, a decisão é sua e não da criança!
Aproveite a oportunidade da carta ao Pai Natal para fazer uma actividade conjunta com os seus filhos, ao mesmo tempo que lhes transmite valores como a partilha, a generosidade e a responsabilidade. A partilha não é apenas uma troca de presentes, é o saber presentear. Não com aquilo que o outro quer, mas com aquilo que o outro precisa. Que tal este ano incentivar e ajudar os seus filhos a fazerem os presentes de Natal que gostariam de oferecer em vez de os comprar? É uma excelente maneira de lhes mostrar que não é o valor monetário que mais interessa, mas sim a intenção. Estimule o seu filho a escolher 1 a 3 presentes que queira; o mesmo número que o Menino
Jesus recebeu dos três Reis Magos. Pense qual o seu tecto orçamental e, ao fazê-lo, modera as expectativas da criança em relação a esta quadra. Qual é o presente que se destaca? Comece por esse. O facto de a criança receber muitos, faz com que não se aperceba do significado de cada um deles, de quem o deu, é apenas mais um, não estabelecendo qualquer relação com o mesmo. Ao mesmo tempo que molda as expectativas, também trabalha com ele a importância de fazer escolhas. O saber esperar, o apreciar o que tem, são aprendizagens cruciais para a gestão da frustração e da tolerância na vida futura. O saber ouvir um “não”, devidamente justificado, ajuda a criança a lidar com as emoções
negativas como a tristeza, a raiva ou a frustração. Encontrando-se o Natal no término de um período escolar, frequentemente, o discurso é orientado para o reforço do bom comportamento e das boas notas traduzido no número de presentes que irá receber. O reforço não pode estar apenas associado a presentes, mas sim a uma atitude, a um gesto de alegria por parte dos pais, que se mostram felizes com o que a criança alcançou. E quando se tenta compensar a ausência com o número de presentes no Natal? Devido às exigências impostas pelo dia a dia das famílias, por vezes instala-se um sentimento de culpabilidade nos pais, que se traduz na troca de afecto por
bens materiais. Ao invés, pode chegar a casa e expressar ao seu filho o quanto teve saudades dele, através de um abraço, de tirar um tempo para o ouvir, brincar com ele, perguntar o que mais gostou de fazer na escola, substituindo a oferta de um presente pela sua presença e disponibilidade. Lembre-se que o tempo em família é o melhor presente que pode oferecer ao seu filho! A minha sugestão vai para os pais e familiares: O que acham de aproveitar as festividades para organizar momentos que envolvam outro tipo de troca que não somente a de presentes? Fica a ideia…Boas Festas! Se tem algum tema que gostasse de ver abordado, escreva-me para patriciasilv@hotmail.com
DESPORTO
Novos Corpos Sociais do Grupo União Lebrense Assembleia Geral Presidente – José Júlio Santos Pinto Sócio nº 230 Vice-Presidente – Sofia Alexandra Leite Mugeiro Sócio nº 283 Secretário – Raquel Alexandra Santos Fernandes Sócio nº 387 Direcção
Biénio 2015 a 2017
Presidente – João Carlos Duarte Viana Sócio nº 11 Vice-Presidente Adm. e Financeiro - Saúl Manuel Trindade Patrão Sócio nº 613 Secretário – Tiago Marques Tavares Lucas Caré Sócio nº 578 Tesoureiro – Nuno Miguel Ruas de Almeida Sócio nº 108 Vice-Presidente Cultural e Área Social – Leopoldo José Rodrigues Sócio nº 468 Vogal Cultural – José Manuel dos Reis Cruz Sócio nº 542 Vice-Presidente Rec. e Desportivo – Mário António
Fernandes Santos Sócio nº 112 Vogal Recreativo – Ricardo Gil Pontes Florindo Sócio nº 151 Vogal Desportivo – André Tiago Duarte Cipriano Sócio nº 563 Suplentes Fernando Ribeiro Quaresma Sócio nº 457 João Carlos Oliveira Otão Sócio nº 609 Dora Marina Ferreira Castanheira Sócio nº 538 Carla Coutinho Rodrigues Sócio nº 467 Carlos José Carvalho Fernandes Sócio nº 284 Conselho Fiscal Presidente – Paula Alexandra Silva Mota Sócio nº 470 Secretário – António Luís Medeiro Oliveira Sócio nº 225 Relator – Mário Simples da Cunha Sócio nº 32 Representante da GUL na CPCCRD – Sérgio Manuel Pratas Sócio nº 217
Apoio associativo A Câmara Municipal de Loures aprovou, dia 11 de Novembro, mais de 85 mil euros de apoios ao movimento associativo do Concelho. Em reunião camarária, o executivo municipal deliberou apoiar, através do estabelecimento de Acordos de Colaboração, bandas filarmónicas, escolas de música, grupos corais, fanfarras e orquestras ligeiras, bem como grupos de teatro de amadores e profissionais. A Autarquia decidiu ainda atribuir a verba de 5.000 euros ao Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, para apoiar o seu núcleo museológico e 1.500 euros a várias associações participantes no Troféu “Corrida das Coletividades do Concelho de Loures”.
Terminou o X Festival de Artes Marciais No passado sábado, dia 28 de Novembro, decorreu a cerimónia de encerramento do X
Festival de Artes Marciais 2015, no Pavilhão Paz e Amizade. Esta décima edição contou com a co-organização da Associação Amizade Portugal-Japão (AAPJ). Entre as 10h e as 19 horas realizaram-se diversas actividades de artes tradicionais e terapias japonesas, exposições, gastronomia japonesa e aulas abertas. Às 20 e 45h deu-se início às intervenções oficiais com a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, seguindose a do Embaixador do Japão em Portugal, Hiroshi Azuma e do presidente da AAPJ, João Ribeiro. Pelas 21 horas tiveram lugar as demonstrações das Associações Portuguesas de Kyudo, Karate Wado-Ryu, Iaido, Bushido e Shokotai, das Federações de Aikido, Jujutsu, Sumo, Shorinjl Kempo, Judo e do Pau Português, do Centro de Artes Orientais e da União Portuguesa de Karate Goju-Ryu. O encerramento com entrega de prémios e desfile dos participantes deu-se pelas 23.30h.
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ACTUAL
Novembro, mês do Vinho Foi um mês inteiramente dedicado ao vinho, onde não faltaram iniciativas ligadas ao enoturismo, como provas de vinhos, gastronomia, roteiros e até o lançamento de uma aplicação informática. Em Novembro, o Dia Europeu do Enoturismo é já uma tradição no concelho de Loures. Novembro foi o mês do Enoturismo no concelho de Loures. A comemoração do Dia Europeu do Enoturismo prolongou-se de 1 a 30 e estendeu-se a um amplo conjunto de acções e de actividades com um denominador comum: o vinho. Instituído em 2009, pela Rede Europeia das Cidades do Vinho, o Dia Europeu do Enoturismo assinala-se a cada segundo domingo de Novembro nas cidades que fazem parte da rede, mas, em Loures, alargou-se ao resto do mês. O programa envolveu restaurantes, produtores de vinho, associações e empresários do Concelho, numa programação onde se destacou o Roteiro Gastronómico, uma iniciativa em que os restaurantes apresentaram ementas especiais com a casta do arinto. António Pombinho, vereador do Desenvolvimento Económico, Turismo e Promoção do Emprego, disse ao NL que «existe, em Bucelas, uma casta, que é a do arinto e que é, cada vez mais, reconhecida como a melhor casta de vinhos brancos
existente, sendo que, o que pretendemos é trabalhar com cada um dos produtores, no sentido de poder apoiar os investimentos para a qualificação da sua actividade, para a qualificação dos vinhos que produzimos e, com base nessa qualificação, fazer todo um processo de desenvolvimento à volta». Ou seja, acrescenta o vereador, «além do vinho propriamente dito e da necessidade de o colocar em melhores condições no mercado nacional e internacional, há também as questões ligadas ao turismo, aos eventos que acontecem nos espaços dos produtores e ao que pode ser feito para atrair mais investimento e mais qualidade de vida a Bucelas». Durante todo o mês de Novembro, os produtores vitivinícolas de Bucelas estiveram de portas abertas ao público, com o objectivo de fomentar a promoção e a divulgação da região, dos seus vinhos e produtos gastronómicos. No dia 8, na Quinta das Carrafouchas, em Santo Antão do Tojal, houve lugar a uma prova comentada e um almoço de cozi-
nha regional, que contou com a presença de Fernando Melo, prestigiado crítico de vinhos e gastronomia e autor do "Guia Restaurantes de Portugal". Vinho com «app» intermunicipal «Além disso», explica António Pombinho, «a confraria do Arinto organizou eventos relativos ao enoturismo e foi lançada uma aplicação, promovidas pelas câmaras municipais de Loures, Cascais, Oeiras e Sintra, para a rota dos vinhos». Esta aplicação para dispositivos móveis – tablets e smartphones - «permite a qualquer interessado ter acesso a um conjunto de informações sobre as localizações e as ofertas que existem na rota dos vinhos, do ponto de vista da gastronomia, das adegas, das paisagens, do alojamento e de todas as áreas existentes», revela o vereador. «Essa aplicação foi apresentada no mês passado e já está a funcionar», adianta. «O mês do enoturismo esteve em curso em Novembro e consistiu num conjunto de eventos
promovidos pelos produtores de vinho, nos seus espaços, tendo havido igualmente uma panóplia de iniciativas na área cultural que decorreu nas adegas», conta António Pombinho. «Um desses eventos foi um concerto, que teve lugar numa dessas adegas, em Bucelas e que consistiu numa iniciativa bastante original», acrescenta, desvendando o projecto que a edilidade tem para o sector vitivinícola do município. «Esse é o projecto que temos e aquilo que pretendemos vir a concretizar e é isso que está a acontecer, sendo que, contamos também com a parceria da Confraria do Arinto, que está a fazer um esforço no sentido de levar o mais longe possível o nome de Bucelas e do seu vinho», defende António Pombinho. Vinho para promover o Turismo Poderá haver também sinergias no sector do Turismo, nomeadamente com iniciativas como provas de vinho. «Aquilo que pretendemos é que o produto seja um chamariz para que cada vez
mais visitantes e turistas venham a Bucelas à procura do vinho, da nossa paisagem, dos nossos produtos, da nossa gastronomia, restauração e alojamento», revela António Pombinho. «É importante ter uma oferta cada vez mais valiosa e cada vez mais integrada relativamente a estas matérias», aponta o vereador. Como tal, o mês do Enoturismo é uma iniciativa a repetir em 2016 e nos anos seguintes, porventura já com a ajuda da agência municipal para o investimento, que a autarquia vai lançar em breve. «As iniciativas como a Loures Investe poderão potenciar também este tipo de projectos, já que a Loures Investe pretende ser uma resposta a todas as necessidades de criação de valor e de riqueza no concelho de Loures», desvenda o vereador. «E o vinho poderá ser um forte sector impulsionador da economia do concelho de Loures», conclui. André Julião