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ANO 2 | Nr.21 MENSAL | 2 DE JANEIRO | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Município aposta na Cultura Entrevista com o vice-presidente Paulo Piteira, responsável pela Cultura, que assume o compromisso de fazer mais por esta área tantas vezes, ou quase sempre, discriminada. Págs. 8 e 9

PAN nas autárquicas em 2017 Este é um dos objectivos deste partido, assumido em entrevista pelo seu actual líder, André Silva. Pág. 5

EXPOSIÇÃO NA QUINTA DA FONTE

WALLY

NA APELAÇÃO

No dia 11 de Dezembro, no Teatro IBISCO, foi apresentado “Wally na Fronteira”, que consiste numa exposição de lençóis, pintados pela artista Rita Guimarães, de expressões de refugiados. Uma mostra que está espelhada por toda a freguesia da Apelação, Camarate e Unhos. Pág. 23

A luta continua O encerramento do Centro de Emprego de Moscavide não criou resignação em alguns dos seus utentes, que continuam a lutar pela sua reabertura, naquele ou noutro espaço da zona oriental do Concelho. Pág. 10


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EDITORIAL

Crónicas Saloias

Positivo e negativo Pedro Santos Pereira Director Editorial

Ficha Técnica

O ano de 2015 já se foi e, com ele, uma quantidade de efemérides que se passaram no nosso Concelho. Entre as positivas e as negativas gostaria de destacar algumas que, na minha opinião, mais importância tiveram. Começando pelo negativo, deixando o melhor para o fim, de forma a acabar bem e deixar uma áurea positiva para o próximo ano. Assim começo pelos transportes públicos no Concelho, um problema identificado há anos, mas que continua por resolver, com especial incidência nos acessos ao Hospital Beatriz Ângelo. Também o Tribunal de Loures continua a penar, apesar das alterações efectuadas, tendo sido considerado um dos

piores do País. No Património, a Igreja Matriz de Loures precisa de ajuda e o Palácio Vale de Flores foi considerado um dos bens patrimoniais do País que mais precisa de reabilitação. Na política a discussão do Orçamento Municipal voltou à rua, uma ideia positiva mas que na verdade parece não funcionar. Nas sessões de discussão, após a propaganda política inicial, poucos ou nenhuns são os temas lançados para a mesa, esperando-se que seja o público a sugerir. Tendo em conta que o périplo é efectuado por todas as antigas 18 freguesias, podia dar-se a conhecer o que se pretende em cada uma dessas localidades, dando assim início a um debate

que podia ser mais profícuo e participativo. Outra das más notícias de 2015 foi a privatização da EGF e, consequentemente, da Valorsul. Uma venda que teve grande oposição dos municípios envolvidos, que ainda acreditam que este novo Governo possa reverter. Por fim um tema muito susceptível que é o desemprego. O encerramento do Centro de Emprego de Moscavide foi uma pancada dura, a que se seguiu, ou melhor, se está a seguir o provável encerramento da fábrica da Triumph em Sacavém. Passando para o lado positivo, destaque para os 100 anos da Associação Luís Pereira da Mota, um dinamizador social em prol dos que mais precisam,

Director: Pedro Santos Pereira Colaborações: Anabela Pereira, André Julião, Florbela Estêvão, Francisco Rocha, Gonçalo Oliveira, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Marina Aguiar, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rui Pinheiro Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: geral@ficcoesmedia.pt Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

assim como o Teatro IBISCO, que continua a dar frutos, não só sociais como técnicos também. Continuando pelo lado bom do ano, ressalva para a adesão maciça de pessoas para as diversas festas emblemáticas concelhias, casos das Festas da Cidade, do Festival do Caracol, do Carnaval de Loures, da Feira Setecentista ou da Festa do Vinho e das Vindimas. De sublinhar ainda a criação de duas associações de apoio às empresas, a INOVA e a A2S, assim como a distinção arquitectónica da Biblioteca de S. Paulo na Apelação, um prémio ibérico. Apesar da Saúde continuar a ser um problema no Concelho, a verdade é que durante este

ano foram inauguradas as novas instalações do Centro de Saúde de Moscavide. Também criado de novo foi a Confraria do Queijo Fresco, que denomina a zona saloia como a Capital do Queijo Fresco, uma forma de sublinhar pela positiva. Por fim, mas não menos importante, a presença na final do “Diversity Advantage Challenge” por parte do “Bairro i o Mundo” e o regresso, 100 anos depois, do Parlamento ao Tojal. Esperemos que 2016 continue na senda das coisas positivas e que consiga eliminar algumas das negativas, um objectivo que deve intrínseco a todos. Bom Ano.

Contactos

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Notícias de Loures


ANIVERSÁRIO

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Luís Pereira da Mota celebra 100 anos

No dia 12 de Dezembro, o Pavilhão Feliciano Bastos, em Loures, foi o local escolhido para comemorar o 100º aniversário desta Associação, que juntou, no mesmo espaço, cerca de 400 convidados, entre eles colaboradores, benfeitores e amigos da ALPM. A Associação Luís Pereira da Mota é uma Instituição Particular

Pedro Cabeça Advogado

Que agitado promete ser 2016. Que venha 2016 Aí está o novo e fresquinho ano de 2016 e, como é tradição (palavra da moda outono de 2015), desejamos sempre que este seja um ano melhor ou, como também é tradição, que pelo menos não seja pior, mas para mim desde já reivindico um ano melhor, não quero que seja igual aos últimos cinco e a verdade é que antevejo um ano animado por várias eleições. Logo a começar vêm as eleições

de Solidariedade Social em actividade desde 30 de Dezembro de 1915 no concelho de Loures e que, desde então, se tem revelado uma referência ao serviço da comunidade, prestando um sem número de serviços e respostas sociais nas áreas da infância, juventude e idosos. Para José Maria Lourenço, presidente da ALPM, a noite era de

“honrar o passado e perspectivar o futuro", homenageando “as mulheres e homens que deram e continuam a dar muito do seu tempo aos outros”. O dirigente lamentou os “tempos difíceis”, as fracas comparticipações do Estado, das autarquias e a diminuição dos rendimentos das famílias, mas prometeu “continuar a honrar os antepassados

presidenciais, que mais parecem um passeio de inevitabilidade, como se o voto não fosse para cada momento. Mas, certo, certo é que tudo parece calmo no reino, perdão, na República e as eleições de Janeiro parecem não levantar grandes dúvidas pelo menos para uma primeira volta e poucos acreditam numa segunda que poderia atrapalhar as “adivinhações”. Mas 2016 não pára por aqui. Depois das presidenciais vão os partidos para os ajustamentos internos e “adivinham-se” congressos, votações, novas lideranças e os votos arregimentados do costume, enfim tudo parecerá igual. Mas efectivamente não será e as perguntas andam no ar: - O PSD muda de líder? O PP/CDS muda de líder? E a pergunta para um milhão de euros: - O PCP mudará de líder? Não sabendo as respostas, nem tentando futurologia, limito-me a seguir curioso o agitadinho ano. Parece que 2016 promete. A menos de dois anos de eleições autárquicas começam os ciclos milagrosos com os partidos a prepararem os próximos ciclos autárquicos, substituindo os autarcas em fim de legal manda-

to, projectando candidatos com vista a uma eventual mudança autárquica, ou mantendo os actuais com promessas e obras. Parece que 2016 promete. E puxando a brasa à minha sardinha, no final do ano será também época de eleições para a Ordem dos Advogados, onde espero sinceramente que exista uma mudança num rumo errante e errado de quase uma década, pela minha parte, sem qualquer complexo, espero que Guilherme Figueiredo (que há três anos foi segundo) possa aceitar o desafio de se candidatar para voltarmos a ter um Bastonário dos Advogados. Aí está mais um ano carregado de novos sonhos. Parece que 2016 promete. Termino esta primeira crónica do ano desejando a todos um 2016 cheio de sonhos lembrando as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen, “Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias.”

e a camisola que vestimos”. José Maria Lourenço recordou não existirem em Loures equipamentos para apoio às pessoas com deficiência, anunciando que está prevista a entrada em funcionamento de um equipamento para esse fim, na Quinta das Sapateiras, que terá a valência de lar residencial e espaço para actividades ocupacionais. Ainda em processo de licenciamento, o presidente da ALPM espera “que em breve se torne uma realidade”. Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures também esteve presente, referindo que fazer 100 anos “não é vulgar, sobretudo por uma associação com a vitalidade que ALPM ainda tem”. O presidente da Câmara recordou que a ALPM “cresceu e modernizou-se muito nos últimos anos”, mas esse facto não contribuiu para que se “desumanizasse”. “Esta associação não perdeu a sua alma e não se transformou numa fábrica de apoio social”, reforçou. José António Vieira da Silva, Ministro do Trabalho, da

Solidariedade e da Segurança Social, foi outra das figuras presentes, que se referiu ao centenário da ALPM como “um assunto sério”. “Foram 100 anos de grande mudança na nossa vida coletiva em que foram enfrentadas guerras, situações de crise profunda, de asfixia ditatorial, mas também em que assistimos a uma alvorada de democracia com toda a esperança que trouxe para todos nós”, referiu o ministro. José António Vieira da Silva disse que a ALPM “merece de todos nós um profundo reconhecimento”, até porque “resistiu a toda esta evolução histórica, mantendo o seu perfil, fiel ao espírito humanista de defesa dos mais frágeis”. A festa continuou pela noite dentro com a Orquestr’UP a animar a gala, acompanhados pela cantora Rita Redshoes e ainda com um momento de homenagem aos corpos sociais da ALPM e aos associados com 25 e 50 anos de casa.

Notícias de Loures, 5/012/2015, 2.ª Publicação


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OPINIÃO

Novo Ano, Novas Oportunidades! Ricardo Andrade Comissário de Bordo

Desde pequeno que a vida fez com que a mudança fizesse parte do meu dia-a-dia. Desde novo que a adaptação a novas realidades tem sido uma componente evidente do meu desenvolvimento. Desde criança que aprendi que as circunstâncias se alteram a cada momento que passa. Talvez por tudo isso a passagem de um ano para outro não seja apenas marcada de um grande simbolismo, mas também seja, acima de tudo, uma oportunidade para que cada um de nós procure condicionar as alterações que o mundo impõe a cada um de nós.

É um pouco como se a “virada do ano” servisse para que tenhamos consciência daquilo que queremos e estamos dispostos a alterar, não apenas na nossa vida, mas naquilo que nos rodeia. Nesta altura do ano voltamos a tomar, um pouco, as rédeas do nosso destino e ganhamos, muitas vezes, força para não desistir dos nossos sonhos olhando mais para o que podemos fazer, do que para as dificuldades que se colocam à nossa frente. As resoluções de “Ano Novo” sucedem-se e os desejos de um futuro diferente são, nesta época,

em maior abundância. A nossa capacidade de sonhar acordados anda um pouco mais “à solta”. Os nossos mais íntimos desejos sobrepõem-se às amarras a que estamos agarrados. Nesta época do ano sou sempre mais um dos que olha para o futuro como uma possibilidade de fazer diferente. Penso sempre menos no que ficou para trás e mais no que pode vir para a frente. Tal como eu e cada um de nós, assim devem fazer e pensar as instituições que lutam pelas populações e pelo bem

-estar comum. Tal como todos nós, assim devem fazer e pensar os decisores políticos do nosso Concelho. Tal como qualquer munícipe de Loures, assim devem fazer e pensar aqueles em que os Lourenses depositaram o seu futuro. Nos passados anos sempre assim pensou o PSD Loures. Cabe agora às restantes forças políticas e, em especial, ao Partido Socialista de Loures que teve, até há não muitos anos atrás, responsabilidades de condução política do Concelho demonstrar, tal como o PSD Loures, que mais

do que fazer parte do problema pode ser um parceiro privilegiado de uma solução abrangente que beneficie não apenas os seus militantes e dirigentes mas, acima de tudo, todos os habitantes da nossa terra. Assim haja coragem e desprendimento por parte da estrutura do PS Loures. Mais do que as restantes forças políticas seriam, por certo, todos os Lourenses a agradecer. Aguardemos!!

demasiado tempo, nem podem decorrer dentro de uma caixa. Têm de saltar para a rua, ser debatidas e, sobretudo, precisam ser postas em prática. É o princípio do Pensamento-Acção. Em Loures, já boas coisas foram iniciadas ou retomadas, do Loures em Congresso (cujas conclusões, contudo, tardam em dar-se a conhecer, bem como o respectivo rumo para o Plano Estratégico), até à refundação da Agência Municipal de Energia. Mas urge que o Município dê ao ambiente e à sustentabilidade a primazia, a dinâmica e a transversalidade que se impõe, bem como a necessária articulação de políticas do Departamento de Ambiente municipal com a dita Agência de Energia e os demais serviços municipais, tendo em vista capitalizar resultados rapidamente. Entre muitos outros aspectos, é

preciso olhar para os consumos das viaturas municipais, os consumos energéticos dos edifícios municipais, a sustentabilidade da habitação social, a utilização de materiais reciclados nas obras municipais, a implementação de um verdadeiro sistema de gestão ambiental municipal, a verificação das condutas ambientais dos fornecedores do Município, envolver a perspectiva ambientalista no Prémio de Mérito Empresarial e tantas outras coisas que não significam gastos, mas antes poupanças e, mais ainda, sejam exemplo para os agentes sociais e económicos e também para a população. É tempo de pensar sim, mas de agir também. Loures tem de estar na linha da frente desta batalha decisiva. Espera o quê?

E agora?!... Rui Pinheiro Sociólogo

Diz o Secretário-Geral da ONU, dizem-no os Presidentes e Chefes de Governo, dizem-no os analistas e as organizações ambientalistas que a Cimeira do Clima de Paris foi um sucesso, por ter permitido um acordo de princípios sem precedentes – até pelo acordo dos EUA e China, os mais destacados poluidores – em ordem a salvar o planeta e a espécie humana. Coisas ditas – ainda assim – com uma circunspecção como se o que estivesse em causa fosse coisa pouca, com uma relevância ao nível de um mero acordo comercial entre países ou uma mera decisão da União Europeia para regulamentar a dimensão dos parafusos das mesas de cabeceira. Provavelmente, são muitas as cautelas e os caldos de galinha, porque a maioria dos países, especialmente, os mais ricos e poderosos, passam a vida a fazer

discursos grandiloquentes, mas completamente inconsequentes. A verdade é que no dia seguinte nada aconteceu e a vida continuou a rolar com a mesma determinação e rumo em direcção à extinção, como se não tivesse havido acordo algum. Se a decisão tivesse sido bombardear um qualquer “eixo do mal”, já todos os aviões estavam no ar! A verdade é que, para além de todas as hipocrisias e geo-políticas, o problema é muito sério e todos estamos obrigados a fazer o que estiver ao nosso alcance para salvar o planeta. Não creio que a diferença se faça pelos pequenos gestos, mas não haverá grandes gestos se estes não forem impulsionados por aqueles, se os cidadãos não obrigarem os governos a caminharem no sentido certo. O tema remete-nos pois, também, para o plano local. Na minha

modesta opinião, as autarquias locais, no mundo, mas igualmente em Portugal, estão obrigadas a ir mais longe do que meramente estabelecer pactos entre autarcas, aderir a documentos bem intencionados e proclamar princípios de sustentabilidade. Ir mais longe é, objectivamente, passar à acção. Há tanto por fazer e há tanto que se pode fazer. Rechaço, desde já, argumentos económicos para não se fazer nada ou para se fazer tão pouco. As políticas de sustentabilidade só o são se forem económica, social e ambientalmente vantajosas. Caso contrário, não passam de conversa fiada. Evidentemente, mudar de vida, alterar processos, passar para uma geração de políticas de sustentabilidade requer tempo, estudo, envolvimento, objectivos e planos, mas nem podem demorar


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ENTREVISTA

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Cada vez mais pessoas se juntam às causas que defendemos

André Silva é o primeiro deputado eleito pelo partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) no Parlamento. Ex-morador da Portela, que deixou aos 18 anos para fazer o curso de Engenharia Civil em Coimbra. Nesta entrevista fala-nos do partido, das Eleições Legislativas, do Parlamento e do Município. Pertence ao PAN desde 2012. O que o impeliu a abraçar esta causa? Estou no PAN desde o início de 2012, não tinha filiação partidária anterior porque, de repente, percebi que os animais estão no fim da linha, na medida em que ninguém está a assegurar a sua protecção. Depois de ler o manifesto do PAN, assumi o compromisso comigo de contribuir para que o partido fosse o mais longe possível. Acredito que o PAN tem um papel a desempenhar no aprofundamento da democracia em Portugal. E só o podemos fazer defendendo activamente as três causas (humana, animal e ecológica) como uma só, pela sua indissociabilidade e mostrando, pelo exemplo, que uma democracia mais participativa é possível e desejável e que, através da mesma, se contribui para uma existência mais harmoniosa, em respeito pelo próximo, humano ou não humano, bem como pela natureza. O que difere o PAN do partido Os Verdes? O mesmo que nos difere de todos

os restantes. O projecto de sociedade que promovemos baseia-se num novo modo de estar e trabalhar em sociedade e na política. Baseia-se também na promoção da não violência em todas as nossas medidas, tal como na percepção que os problemas actuais não poderão ser resolvidos com o mesmo pensamento que os originou. Manter uma economia baseada em crescimento infinito, em consumo irracional, num planeta com recursos finitos é uma utopia. Da mesma maneira a interligação das três causas basilares do PAN, as pessoas, os animais e a natureza, mostram que só com políticas integradas conseguiremos transitar para um modelo civilizacional sustentável, que respeite a nossa casa mãe, o planeta Terra.

Eleições Apesar de o PAN ser um partido dos animais e da natureza, os resultados das legislativas tiveram mais impacto nas zonas urbanas. Como explica que o tecido urbano tenha dado mais apoio que o rural?

Somos mais fortes nas regiões onde temos estruturas locais e regionais, pelo que, naturalmente, a expressão é ligeiramente superior em meios urbanos. Porém com uma maior exposição mediática a nível nacional, com a entrada na Assembleia da República e o profundo impacto que temos nas redes sociais, a página do PAN é a maior de todos os partidos em Portugal, temos a certeza que mais cidadãos e cidadãs das urbes e do mundo rural nos apoiarão. Os resultados no concelho de Loures e na freguesia de Moscavide e Portela foram superiores à média nacional. Deve-se a algum factor extra, como ser um ex-munícipe? Creio que não. O PAN fez uma boa campanha de proximidade com os cidadãos, o que certamente teve impacto nos resultados desta região.

Parlamento Quais são os grandes objectivos do Partido no Parlamento? O PAN é um partido de causas,

defendemos uma política integral e interligada entre pessoas, animais e todos os ecossistemas. Tendo esta premissa como base, as nossas principais linhas programáticas tocam várias áreas da sociedade portuguesa, nas diversas vertentes que integram a nossa ideologia – Pessoas, Animais e Natureza - nomeadamente a biodiversidade, saúde pública e o ambiente. Neste sentido, as propostas do PAN para a governação durante esta legislatura visam contribuir para colocar na agenda política e mediática temas transversais e fundamentais à nossa sociedade. A chegada do PAN ao parlamento, com a eleição de um deputado, mostra existir um crescente número de portugueses que têm a expectativa de ver discutido na casa da democracia temas que não têm beneficiado da atenção dos restantes partidos, os quais são fundamentais para a promoção de prosperidade social e para o bem-estar de pessoas, animais e natureza. Ao longo dos próximos quatro anos pretendemos desenvolver um trabalho parlamentar de qualidade, de modo a que os portugueses possam avaliar positivamente os nossos contributos, e possamos, futuramente, reforçar a nossa presença na Assembleia da República com mais deputados eleitos, que em muito virão beneficiar o trabalho a desenvolver pelas Causas e Valores PAN.

Município Passa pela estratégia do Partido apresentar listas às eleições autárquicas? Certamente. O PAN é promotor de uma democracia representativa, mas acima de tudo participativa. Por tal, as eleições autárquicas são fundamentais, pois aproximam e integram os cidadãos aos centros de debate e decisão. Podemos ver pelo exemplo de Lisboa, onde apenas um deputado municipal, Miguel Santos, conjuntamente com o PAN Lisboa, conseguiu implementar várias medidas no bem -estar animal (e.g. término de licenças para circos com animais na capital), na protecção eco-

lógica (e.g. fim da utilização de glifosato) e no bem-estar público (e.g. na mobilidade criação de um sistema de BikeSharing em Telheiras). O PAN é a favor da Reorganização Administrativa? Esta questão está em debate em sede de Comissão Política Nacional, pelo que é prematuro tecermos uma análise definitiva sobre o tema. Como encara a recente privatização da EGF e, consequentemente, da Valorsul? As políticas de privatização têm por norma objectivos a curto prazo que se restringem a visões economicistas da complexa realidade socio-económica actual. Serviços basilares para uma nova economia, como a sensata gestão de resíduos urbanos, devem manter-se na esfera pública, para que sejam rentáveis mas, acima de tudo, para que beneficiem as comunidades e os ecossistemas locais/regionais. A privatização destes serviços é um atestado de incompetência, injusto e prejudicial, à boa gestão pública feita por inúmeros cidadãos e cidadãs. Apesar da proximidade de Lisboa, com quem faz fronteira, o concelho de Loures tem uma zona rural de grande dimensão. De que forma esta característica pode ser uma mais-valia? As políticas do PAN têm sempre em conta a gestão inteligente dos recursos, pelo que esta interligação local é de vital importância. Devemos premiar a produção, distribuição e consumo de produtos locais/regionais biológicos e sem organismos geneticamente modificados. Só assim reforçaremos a soberania alimentar e a saúde pública. Esta aposta trará também uma redução do impacto ambiental, de importarmos bens, que facilmente podemos produzir em localidades vizinhas. A simbiose destas localidades e este novo modo de pensar a economia e a vida comunitária levarão a eficientes sinergias entre populações e actividades económicas. Pedro Santos Pereira


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AMBIENTE

Água e Resíduos

Interesses públicos vs interesses privados

Organizado pela Rádio Horizonte FM e pela ADAL – Associação de Defesa do Ambiente de Loures, o debate teve por objectivo esclarecer a população sobre os riscos da concessão de empresas públicas a privados, em áreas tão essenciais como a água e os resíduos. Realizou-se no dia 5 de Dezembro, no Museu de Cerâmica de Sacavém, o debate Água e Resíduos – Interesses públicos vs Interesses privados.

Bernardino Soares O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, um dos oradores convidados, referiu que «a água é um bem essencial e, por isso, deve ser preservada como um bem público, gerido na esfera pública», realçou que «estando os clientes sempre garantidos, a água é um bem muito atraente para os privados, que naturalmente orientam a sua acção sobretudo para a obtenção do lucro e menos para a satisfação universal e justa das necessidades da população, que tem direito a serviços de qualidade». Referiu que «se nada for alterado no desenvolvimento dos processos de privatização em curso, no sector da água o consumidor pode vir a sofrer aumentos substanciais nas suas facturas do saneamento (na ordem dos 10%) e da água (7,7%), sendo que, no domínio dos resíduos, o aumento da tarifa aplicada pela Valorsul é da ordem dos 4,6%». Esclareceu ainda que na Câmara «temos tido um forte empenhamento contra todos estes processos de privatização. Nalguns casos com sucesso, como foi a criação dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos de Loures e Odivelas - SIMAR, em que conseguimos um entendimento com a Câmara Municipal de Odivelas, contrariando a lógica privatizadora dos últimos anos.

Noutros, como o processo de extinção da SIMTEJO, temos desenvolvido acções no sentido de tentar reverter esta lógica. Até porque se trata de um processo totalmente ilegal, feito sem qualquer deliberação de extinção da assembleia-geral da própria empresa e que deu origem a acções conjuntas em tribunal, interpostas pelos municípios de Loures, Lisboa, Odivelas e Vila Franca de Xira. Para além disso, estamos também perante um aumento de tarifas de cerca de 10%, já em 2016, completamente

desnecessário, tendo em conta que a SIMTEJO, com a tarifa que cobrava, tinha recursos para sustentar a sua estrutura e para fazer os investimentos definidos no seu plano». Bernardino Soares lembrou ainda que, face a esta situação, a administração dos SIMAR decidiu actualizar as tarifas apenas ao valor da inflacção (1,2%), «com o compromisso de revertermos também esta actualização, se houver da parte do actual Governo a decisão de reverter, não só o processo de agregação, mas também dos respectivos aumentos». Para o autarca a reversão destes processos é necessária, para trazer de volta a participação dos municípios na gestão destes sectores estratégicos.

Cláudia Madeira Cláudia Madeira, em representação do Partido Ecologista Os Verdes, realçou que não podemos encarar a água como um negócio, onde o que interessa é o lucro, referindo-se aos diversos processos de concessão que têm vindo a ser implementados nos últimos anos. Os quais têm evi-

denciado as contradições entre os interesses privados e os benefícios ambientais dessas opções de gestão.

José Veloso A Associação Água Pública, representada no debate por José Veloso, que apelidou de “ingerível”, a mega concessão à Águas Lisboa e Vale do Tejo, que engloba 87 municípios. Este dirigente associativo realçou a importância que a sociedade civil pode assumir, dando como exemplo a mobilização conseguida em torno do abaixo-assinado entregue, em Fevereiro de 2015, na Assembleia da República com 40 mil assinaturas. Acentuou que discutir os problemas da gestão da Água é também discutir os recursos naturais, os níveis freáticos, a floresta… é dotar os cidadãos de informação que contribua para aumentar as suas competências ambientais.

Pedro Ventura Pedro Ventura, representante do grupo parlamentar do PCP, acrescentou ainda que «ao contrário do que está a acontecer em

vários países da Europa, em que se trabalha no sentido de municipalizar ou remunicipalizar estes serviços, em Portugal estamos a trabalhar para a privatização». Realçou o grande investimento feito pelos municípios em infraestruturas para garantir os serviços de saneamento e de abastecimento de água, a que se soma a grande capacidade e técnica ao nível dos recursos humanos, de que resulta a prestação de um serviço de qualidade, que agora não pode ser colocado nas mãos de privados. Terminadas as intervenções da mesa, o debate passou para as restantes entidades e público presentes, que manifestaram também o seu total desacordo face a estes processos de concessão a privados. As entidades organizadoras lamentaram que as entidades directa ou indirectamente responsáveis pelos processos de privatização, como os representantes dos grupos parlamentares do PSD e do CDS, ou a ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos) tivessem declinado o convite que lhes foi endereçado para a participação no debate.



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ENTREVISTA

Cultura vai ser aposta da autarquia em 2016

Inauguração da biblioteca Ary dos Santos, um festival de bandas de garagem e percursos pelo património são algumas das iniciativas promovidas pela Câmara Municipal de Loures que vão marcar o ano cultural. Entre os vários protocolos, destacase o efectuado com os proprietários da centenária Mercearia Santana.

Paulo Piteira, vice-presidente da Câmara Municipal de Loures e responsável pelo pelouro da cultura da autarquia fez ao NL um balanço da política cultural do executivo camarário, destacando as áreas mais desenvolvidas no último ano e fazendo um balanço das apostas da autarquia. O vereador desvendou ainda as principais apostas culturais para o ano que agora se inicia, onde se destaca o recente protocolo efectuado com a família Montez, proprietária da centenária Mercearia Santana, em Sacavém. Em que consiste o recente projecto com a Mercearia Santana? A parceria a propósito da Mercearia Santana com a família Montez resulta de um contacto estabelecido entre os técnicos do município e a família, visan-

funcionamento a partir daquela realidade. Temos desde os aposentos onde estavam as criadas, até ao local onde viviam os marçanos que faziam a distribuição dos bens alimentares, sendo que está também naquele edifício a residência dos proprietários. Isso permite-nos conhecer de que forma estava organizada socialmente a sociedade portuguesa, porque é um repositório dessa realidade. É um espaço único porque chegou aos nossos dias sem ser alterado. Tudo o que era a vivência, desde o serviço de casa de jantar até à biblioteca dos antigos proprietários, passando até por produtos que ainda existem e que estão nos seus locais de origem, por isso, desse ponto de vista, é uma jóia. É um quadro muito raro, que vai ser possível pôr à disposição da população de Sacavém e da zona oriental do Concelho, numa lógica de conhecer o património, permitindo fazer extrapolações para a realidade sócio-cultural associada àquele espaço que, de alguma forma, reflecte o todo do Concelho e do País.

do colocar de novo visitável e utilizável um espaço que teve um papel muito importante no século XX, em Sacavém, e que era a Mercearia Santana. Deixou de funcionar nos anos de 1980, mas, durante várias décadas, foi um dos pontos fundamentais de abastecimento das populações que viviam em Sacavém. Por isso, é também um património imaterial. O que procurámos fazer foi criar condições para que este espaço passasse a ser visitável, integrando os nossos percursos «À Descoberta do Património» de Sacavém e podermos fazer um trabalho de inventariação de tudo aquilo que contém a mercearia. O que está em causa é todo o edifício e, desse ponto de vista, o que ali está é uma peça raríssima, porque temos a possibilidade de conhecer toda a lógica de

O espaço, então, ainda não está aberto? Já esteve aberto, no dia em que firmámos o protocolo. Neste momento, estão a decorrer os trabalhos de identificação e estudo do património e a nossa intenção é que possa ser incluída nos percursos «À Descoberta do Património» em Sacavém já no próximo ano, altura em que será estabelecido o calendário de utilização com os proprietários, para que haja uma programação regular daquele espaço. Não é um espaço-museu porque continuará a ser propriedade da família Montez, que assume as despesas de funcionamento. Da nossa parte, há apoio técnico em termos de inventariação e do estudo do património lá existente, um trabalho que vai ter desenvolvimentos significativos este ano e passará a ter uma programação regular neste espaço. No entanto, a Mercearia Santana mantémse na posse da família e é gerida e mantida por ela. Não haverá, então, um horário de abertura regular ao público? O espaço não terá essas carac-

terísticas, a utilização será de carácter pontual, em condições a combinar entre as partes. Se houver um grupo ou uma escola que nos solicite, entraremos em contacto com a família e essa visita poderá ter lugar. A visita será guiada pelos nossos técnicos, que poderão falar de muitas outras realidades associadas a este espaço. Esta é a face visível de uma aposta maior da Câmara na área da cultura, sobretudo no último ano? Sim, assumimos quando nos candidatámos às autárquicas, que vencemos em 2013, que a actividade sócio-cultural estava bastante maltratada ao nível dos orçamentos municipais. Loures foi considerada, durante muitos anos, como uma referência nacional pelo seu trabalho na área do desporto e da cultura e entendemos que devíamos retomar, dentro das condições actuais, um papel mais importante no apoio a este tipo de actividades. Numa primeira fase, estabelecemos as bases de uma política cultural para a área do município, temos criado um conjunto de planos de intervenção municipal naqueles domínios de actividade que nos pareceram ser mais importantes: as artes plásticas, o teatro, a música, as tradições regionais e os ofícios, a rede de museus municipais, a rede de leitura pública e a descoberta do património natural e construído existente na área do Concelho. Isto para além do apoio aos agentes culturais que operam no concelho. Criámos planos de intervenção municipal, que têm um conjunto de acções que temos vindo a desenvolver aos poucos e que são para ser implementados num horizonte temporal de médio prazo. Por outro lado, quando chegámos ao município, existiam dívidas às colectividades e associações do concelho no valor de quase 200 mil euros, ao nível de protocolos assumidos pela Câmara e que não estavam a ser pagos. É muito difícil a um grupo de teatro de amadores sobreviver sem o apoio do município. O mesmo se passa com uma banda de música ou com um rancho folclórico.

Havia entidades como estas que estavam a aguardar há dois, três e, às vezes até há mais anos, que o município lhes pagasse o que havia protocolado. Hoje, boa parte dessa dívida está, felizmente, resolvida. Isso representou um enorme esforço no estado actual das finanças municipais. Num ano, regularizámos dois e três anos por regularizar às entidades. A cultura sai beneficiada com este orçamento municipal? A cultura vai ter um papel de destaque no que toca ao orçamento municipal. O Município fez a revisão do regulamento municipal de apoio ao associativismo, que estava suspenso desde o ano 2011, na totalidade, sendo que havia linhas de apoio que já estavam suspensas desde 2003. Este trabalho de revisão permite voltar a ter disponíveis para apoio das associações um conjunto de apoios municipais, que nos últimos anos não existiam. Isto materializa-se nos apoios à actividade regular, nas obras de intervenção nas sedes das associações que precisam de pequenas reparações, no apoio à aquisição de viaturas de apoio à actividade de cada uma das entidades e para as iniciativas com actividade pontual com interesse para o município. Está previsto o apoio às pequenas entidades que promovem a cultura no Concelho? Está previsto o apoio a todas as entidades de carácter cultural, desportivo e recreativo, bem como as associações de estudantes. Isto sem contar com a cedência de viaturas da câmara para actividades pontuais e outras de apoio logístico. E do ponto de vista da rede de leitura pública, qual será a grande aposta? Neste momento, estamos apostados num grande projecto, que está já em marcha e em construção, que é a biblioteca Ary dos Santos, em Sacavém. Prevemos que possa estar em funcionamento ainda durante o primeiro semestre do ano e que dê resposta a toda a zona oriental do Concelho. Sabemos das dificuldades de deslocação dentro do


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ENTREVISTA

Concelho, por isso, pretendemos dar à população da zona oriental, que é muito vasta, a resposta cultural de que necessita e ainda aumentar a resposta da rede de leitura pública. Este é o maior equipamento colectivo que será construído neste mandato, em termos de investimento, que supera o milhão de euros. Quais as iniciativas no âmbito da cultura mais emblemáticas desenvolvidas até 2015? Em primeiro lugar, no que tem a ver com as artes plásticas, temos hoje em funcionamento duas galerias municipais, uma no Parque da Cidade – a Galeria Municipal Vieira da Silva – e outra no castelo, em Pirescouxe. Neste mandato, abrimos outro espaço de exposição, que é o edifício 4 de Outubro, em Loures e avançámos com uma linha de apoio aos jovens criadores, de que é exemplo o prémio Jov’arte. Um dos principais problemas que os jovens artistas hoje enfrentam é não ter um local onde possam expor. Dar esta possibilidade é uma enorme ajuda. Uma outra aposta é a área da música. Criámos um plano municipal nesta área, onde se incluiu,

entre outros, o festival de bandas amadoras. Tivemos a internacionalização deste festival, com a presença de duas bandas espanholas, que foi importante para os nossos músicos. Temos, no Concelho, oito bandas filarmónicas em actividade, o que é um motivo de orgulho. Este festival corresponde a um momento de ruptura, não só pela sua internacionalização, mas também porque teve, nesta edição, concertos virados exclusivamente para a infância. Tivemos ainda uma exposição, onde demos a conhecer o historial das nossas bandas de música e que possibilitaram homenagear, de alguma forma, todos aqueles que têm vindo a dedicar-se ao trabalho da música no nosso Concelho. Tivemos, no Pavilhão Paz e Amizade, mais de 3500 músicos, a maior parte proveniente do nosso Concelho, o que dá bem nota da pujança que a música continua a ter em Loures. Somaria ainda a este aspecto o facto de termos investido num conjunto de eventos de grande qualidade, como o Clarinete in Orchestra, que trouxe a Loures o que de melhor há no mundo em termos de clarinete, sob a orien-

tação musical do mestre António Saiote, que é natural de Loures. Esta iniciativa teve ainda uma componente formativa, pois conteve um conjunto de workshops para os nossos músicos poderem evoluir com os grandes mestres. Vamos lançar, já este ano, um festival de música moderna para jovens criadores, as chamadas bandas de garagem. O problema destas bandas, que têm grande tradição no nosso Concelho, é que trabalham um pouco para si porque não têm espaços onde tocar e mostrar as suas criações. Queremos que a vinda ao concurso de música moderna seja a possibilidade de depois poderem fazer concertos e iniciar a sua carreira. O objectivo é que este concurso decorra durante o Março Jovem. Em relação à rede de museus municipais, gostava de referir o investimento que temos vindo a fazer nos últimos tempos. Quando chegámos à Câmara, encontrámos uma situação em que muitos museus tinham a mesma exposição desde 2009. Para que um museu seja atractivo, tem de ser vivo e um local onde as pessoas se revejam, do ponto de vista das exposições e em que haja

dinamismo. O que fizemos foi mudar todas as exposições que havia nos três espaços museológicos do concelho. A última foi no museu municipal da Quinta do Conventinho, que tem uma nova exposição chamada Narrativas de um Território. Nesta exposição, procurámos fazer uma viagem do longo do tempo, em muitos aspectos importantes para o Concelho, desde a pré-história até à actualidade. Tentámos que esta exposição tivesse uma vertente pedagógica, que as nossas escolas pudessem explorar. As pessoas só valorizam o espaço e o território onde vivem se conhecerem um pouco da sua história. Pensamos que os museus podem ser um instrumento pedagógico muito importante, um factor de interesse e de afirmação da comunidade e um factor de atracção para quem nos visita. O Museu da Vinha e do Vinho, em Bucelas, é disso um óptimo exemplo. Há um importante papel de articulação entre a cultura, o desenvolvimento do território e as actividades económicas. Que marcos na cultura vamos ter este ano? Há um conjunto de iniciativas

que têm já lugar cativo na nossa programação, como as comemorações do 25 de Abril, o aniversário do Concelho, o Encontro das Orquestras Ligeiras do concelho de Loures, o Clarinete in Orchestra e a Festa do Vinho e das Vindimas. Um outro marco será, sem dúvida, o aumento da rede de leitura pública, com a entrada em funcionamento da biblioteca Ary dos Santos, ainda durante o primeiro semestre. Além disso, muita gente não conhece mas, todos os meses, a Câmara Municipal organiza percursos pedestres à descoberta do concelho de Loures. São caminhadas que permitem falar sobre o património, a história e a cultura e que constituem uma descoberta para pessoas que não conheciam bem determinadas áreas do Concelho. É uma descoberta muito interessante, sobretudo para quem gosta de caminhadas, de natureza e de património cultural. O calendário anual das caminhadas está disponível no site da autarquia. Nalguns meses, há mesmo mais do que um percurso, sendo que, todos os meses, há caminhadas. André Julião


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EMPREGO

Movimento luta por novo Centro de Emprego na zona oriental São pouco mais de uma dezena, mas já conseguiram trazer para a sua luta o presidente da Câmara e ser recebidos pelo ministro da tutela. O Movimento Trabalhadores e Desempregados – Núcleo de Loures (MTD – Loures) vai agora pedir ao novo Governo que reverta o fecho do Centro de Emprego que estava localizado em Sacavém.

O Centro de Emprego de Moscavide, localizado na parte velha de Sacavém, fechou portas a 16 de Outubro passado, fruto da estratégia nacional do então Executivo de reduzir as representações do IEFP a apenas uma por concelho. Aconteceu a um sábado, sem dar nas vistas, data em que os últimos funcionários desocuparam as instalações, que já não abriram portas na segunda-feira seguinte, dia 19. Mas um grupo de pouco mais de 10 desempregados daquele centro não se conformou e formou um movimento que pretende reverter a situação e manter um Centro de Emprego a funcionar na zona oriental do Concelho. Denominado Movimento Trabalhadores e Desempregados – Núcleo de Loures (MTD – Loures), esta agremiação tenta a todo o custo que os mais de 5 mil desempregados da zona oriental tenham um Centro de Emprego na sua área de residência onde possam ser atendidos e fazer face à situação difícil em que se encontram. No passado dia 19 de Novembro, o MTD – Loures organizou uma manifestação à porta do Centro de Emprego de Loures, onde agora todos os desempregados da zona oriental do Concelho têm de se dirigir. A iniciativa teve cobertura mediática e deverá

agora ter sequência no pedido de reunião com o novo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Luís Miguens, um dos responsáveis do movimento, revela os próximos passos do MTD – Loures: «agora, em Janeiro, vamos tentar chegar à fala com o novo ministro. O nosso objectivo é manter um Centro de Emprego na zona oriental do Concelho, servindo as pessoas como serviu o que havia aqui em Sacavém. Pode ser no Prior Velho, na Bobadela, na Apelação ou em qualquer outro local que sirva esta população». Para lutar por um novo Centro de Emprego na zona oriental do Concelho, o MTD – Loures está a fazer um abaixo-assinado para uma petição que vai entregar na Assembleia da República, ao ministro da tutela, aos grupos parlamentares e à Câmara Municipal de Loures. «Vamos tendo já algumas assinaturas, tem havido uma boa adesão, sobretudo por parte de quem não está desempregado, mas muitos dos desempregados têm medo de assinar», conta Luís Miguens. A Câmara tem sido um aliado forte do MTD – Loures na luta por um novo Centro de Emprego. «Não falámos directamente com o presidente, mas sabemos que ele está de acordo com a reabertura do Centro de Emprego,

ou que se constitua um novo na zona oriental de Loures», conta o responsável. «Ele esteve connosco na concentração junto ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e já deu uma conferência de imprensa, onde mostrou o desagrado da autarquia para com a situação», acrescenta. No entanto, adianta que o «movimento não tem nenhuma cor partidária, dado tratar-se de uma iniciativa de pessoas desempregadas, mas somos poucos e não temos condições para muito, pelo que vamos pedindo favores, papel, canetas, desenrascando o que podemos», adianta Luís Miguens. «Vivemos um período em que a fábrica da Triumph de Sacavém vai despedir mais de 500 pessoas e penso que elas irão precisar do Centro de Emprego e serão mais algumas a acrescentar aos tais cinco mil que já existem nessa zona», alerta.

Ir ao «novo» Centro de Emprego sai caro Os desempregados da zona oriental do Concelho têm agora de se deslocar ao Centro de Emprego de Loures, uma viagem que custa quase quatro euros para quem for de transportes

públicos, valor que pode superar os 10 euros se for de táxi, valores só de ida. «Fora as filas que ali se formam, porque acumulou muita gente», revela Luís Miguens. «São os inscritos de Loures, mais estes cinco mil da zona oriental do concelho e ainda mais alguns que vêm de Mafra, que não tem Centro de Emprego, porque há pessoas que vivem em locais que fazem fronteira com o concelho de Torres Vedras e são enviadas para o Centro de Emprego de Loures», desvenda. Os transportes para Loures não são fáceis, sobretudo para quem se desloca das freguesias da Bobadela, Santa Iria da Azoia ou Apelação. «Sei de pessoas que vinham a pé da Apelação para este Centro de Emprego, dado não terem condições para virem de transportes», adianta Luís Miguens. «Para aqui ainda vinham a pé, agora para Loures não têm outra hipótese se não ir de transportes mesmo», sustenta. Defendendo que a situação é reversível, o responsável do MTD – Loures está certo de que há espaços disponíveis para albergar um novo Centro de Emprego na zona oriental, desde que haja «boa vontade governamental». Para isso, o movimento já realizou várias concentrações, nomeadamente uma à porta do antigo

Centro de Emprego, outra à porta do «novo» e outra ainda à porta do ministério da tutela. «Fomos também tentar falar com o anterior ministro, Mota Soares, tendo sido atendidos pela sua assessora, que nos disse que iam abrir uns gabinetes de atendimento», revela Luís Miguens. «Não sabemos em que medida esses gabinetes irão funcionar, que serviços irão prestar e onde irão localizar-se e, entretanto, andamos a recolher assinaturas, a falar com as pessoas que desconhecem o encerramento e a indicar que têm que se dirigir a Loures», adiciona. «Há um gabinete de atendimento em Odivelas, mas não sabemos o que faz ao certo, já que as pessoas que lá vão são reencaminhadas na mesma para Loures», desvenda o responsável. «Andamos a tentar fazer um abaixo-assinado para pedir a reabertura do Centro de Emprego e muitas pessoas fogem e dizem que não vale a pena assinar», conta ainda Luís Miguens. «Não sei porque isso acontece, até porque penso que quem está desempregado não tem muito a perder, só a ganhar, por isso não compreendo essa atitude», sublinha.

André Julião


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TEATRO

O Amor e a “Coisa” Amada! Falar de Amor nesta altura em que vos escrevo – na época Natalícia, pois claro! -, fica sempre bem, não é verdade? Pois falo-vos de Amor em estado puro! E em estado sólido, gasoso ou líquido. Falo-vos do Amor ao Teatro, do Amor à Arte, do Amor à Comunicação. Ah! E claro, de solidariedade! Senhoras e Senhores façam o favor de desligarem os telemóveis! Bem-vindos ao grande espectáculo do teatro Amador! Apresento-vos o Teatro Independente de Loures! O TIL (Teatro Independente de Loures) nasceu do TAB (Teatro Amador dos Bombeiros) em 1968, estando portanto a atingir 50 anos de idade, o que já por si é digno de nota. Tudo nasce a partir das cheias calamitosas que assolaram Loures no ano de 1967. Carlos Paniágua, nome que estará permanentemente em cena, ao longo deste artigo e da história do TIL, como os leitores se irão apercebendo, era um entre os muitos voluntários que ajudavam Loures a reerguer-se. “(…) À noite, como dizia o Mestre (Carlos Paniágua), a coisa serenava e as pessoas conversavam entre si. Dessas conversas Carlos Paniágua contou da sua experiência teatral nas Caldas da Rainha, onde já muito tinha feito acontecer. Uma das pessoas que soube dessa história foi a D. Maria José, Mãe do Luís Filipe, que perto do Natal desse ano foi bater à porta do Mestre para saber se ele conseguia montar um grupo de Teatro, porque o filho tinha o gosto de fazer teatro e nunca tinha feito e tinha sido chamado para a tropa... o que nessa altura implicava, quase de certeza, ir para a guerra do ultramar. E assim foi, montou-se o TAB - Teatro Amador dos Bombeiros que estreou a 13 de Julho de 1968, data que ainda hoje é comemorada pelo grupo - e o Luís Filipe esteve connosco este ano, mais uma vez, a partilhar histórias - e o Luís assentou praça no dia seguinte... Bom depois a história deulhe a felicidade de não ir para África e de ser um entusiasta, actor, encenador, escritor, iluminador de Teatro, principalmente no Grupo da Philips Portuguesa onde esteve até se reformar, mas continuou cá fora em vários grupos. Nos últimos anos o Luís voltou, a espaços para colaborar com o TIL, o seu grupo, tendo até feito a iluminação de duas das peças e oferecendo algum material técnico e a sua biblioteca de teatro e sempre disponibilizando-se - principalmente desde que o nosso Mestre ficou doente

- para o que lhe fosse possível, uma vez que não morava perto. Mas sempre ligado a nós! (…)”, como nos contou Luís Paniágua. Luís Filipe Cruz partiu no dia 3 de Dezembro de 2015. Aqui nos juntamos às condolências à sua família, tal como a todos os que integram o TIL. “Levar o Homem ao Teatro é pôr o Homem perante o Homem. Urge, portanto, levar o Homem ao Teatro” – Luís de SttauMonteiro. O T.I.L. – Teatro Independente de Loures, agrupa Amadores que, alguns deles desde 13 de Julho de 1968 (então como TAB – Teatro Amador dos Bombeiros), vêm dedicando ao Teatro bem mais do que os seus tempos livres. Nos seus primeiros anos de vida, foi co-fundador (em 68) e vogal da 1ª Direcção (em 74) da APTA – Associação Portuguesa do Teatro de Amadores. Destacamos ainda, em 75, a participação na Campanha de Dinamização Cultural do MFA

“Maio-Nordeste”: 10 dias no Distrito de Bragança com a peça “A Inauguração da Estátua”, de Jaime Salazar Sampaio, iniciando uma frutuosa ligação com este Autor. Em Abril de 79 interrompe as actividades, por falta de instalações. Reaparece em Julho de 86, com “Árvores, Verdes Árvores” também daquele dramaturgo e participa no Festival de Teatro de Amadores de Loures (2º prémio de Categoria Infantil e 1º de Música); e no Festival de Amadores do Distrito de Lisboa - 88 (2º prémio de Categoria Infantil), voltando a parar em 90, pelas mesmas razões anteriores. Volta à cena em Julho de 92, destacando-se, nesta última fase, a participação com a peça“ Um Homem Dividido”, de Jaime Salazar Sampaio, no Festival Internacional de Teatro de Portalegre – 99 e, em representação de Portugal, seleccionado entre 4 candidatos, no XIII Festival Internacional de Teatro Experimental do Cairo – 2001, sendo o único Grupo de

Amadores presente. Em 2002 volta ao Festival Internacional de Portalegre com “Romance de uma Rosa Verde”, teatralização de um texto daquele mesmo Autor. Em 2015 foi apurado para a fase final do CONTE 2015 – Concurso Nacional de Teatro da FPTA – Federação Portuguesa de Teatro em parceria com o Município de Póvoa de Lanhoso e Fundação INATEL, tendo recebido nomeações para melhor guarda-roupa, ambiente sonoro, encenação e melhor espectáculo. Em 2003, organizou em Loures o primeiro TEATRARTES, com a presença de várias Companhias e Grupos de Teatro, Dança, Música, para além de exposições de Fotografia, Pintura e Cerâmica e também ateliers de formação. Este evento bienal voltou a realizar-se em 2005 (Patrono: Jaime Salazar Sampaio), 2007 (Patrono: Ruy de Carvalho), 2009 (Patrono: João Mota), 2011 (Patrona: Eunice Muñoz) e 2013 (Patrono: Hélder Costa).

São já 47 anos (36 de trabalho) de um percurso do qual fazem parte 42 montagens, 15 delas para crianças, de autores nacionais e estrangeiros (além de Jaime Salazar Sampaio, Anton Tchekhov, Harold Pinter, William Shakespeare, Ariano Suassuna, Jaime Gralheiro, Raul Brandão, Gil Vicente, Almeida Garrett, António Gedeão, Sophia de Mello Bryner Andresen, Samuel Beckett, etc.), bem como outro tipo de actividades: recriações históricas, jograis, leituras encenadas, animações, etc., que foram levadas aos mais variados lugares cénicos. A 19 de Dezembro do corrente ano, o TIL estreou no CineTeatro dos B. V. de Loures “Noite Fantástica” de Maria Emília. Mas a história do TIL não termina aqui. Para o próximo mês prometemos continuar a mexer no baú do TIL, com a ajuda preciosa de Luís Paniágua. Gonçalo Oliveira


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HISTÓRIA

Palácio de Vale de Flores

Uma varanda quinhentista sobre o Tejo Florbela Estevão Arqueóloga e museóloga

O notável conjunto patrimonial denominado Palácio de Vale de Flores ou também Palácio de Valflores, situado em Santa Iria de Azóia, foi recentemente notícia nacional e europeia por integrar a lista dos 14 monumentos e sítios da Europa mais ameaçados em 2016. A constituição da referida lista é da responsabilidade da Europa Nostra, principal organização europeia do património (representada em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Instituto do Banco Europeu de Investimento) que irá apresentar, em Março próximo, na cidade de Veneza, os sete locais mais ameaçados, escolhidos de entre aqueles 14. Se a nomeação do Palácio de Vale de Flores não deixa de ser, desde já, um reconhecimento público do seu alarmante estado de degradação e consequente ruína, é simultaneamente um alerta para a imperiosa necessidade de uma intervenção urgente no sentido da sua salvaguarda e recuperação. Desde há muito que várias entidades públicas, nomeadamente a Câmara Municipal de Loures, procuram uma solução para tentar travar a deterioração deste edifício histórico, tentando a obtenção de meios que possibilitem a execução de um projecto de salvaguarda e de valorização deste palácio quinhentista. Tanto os poderes autárquicos e estatais, como a Associação de Defesa do Património Ambiental e Cultural de Santa Iria da Azóia, além de investigadores de várias áreas, têm vindo a contribuir com acções de diversa índole no propósito de reforçar a importância arquitectónica e histórica desta residência civil e da premência de uma intervenção na mesma. O Palácio de Vale de Flores é uma casa de campo senhorial, ou seja, uma residência civil, construída no século XVI, de feição renascentista, de inegável valor arquitectónico. Estamos perante um dos poucos exemplares deste tipo de edificações, não só no distrito de Lisboa, mas também no resto do País, como assinalaram vários historiadores. Com

Palácio de Vale de Flor (Santa Iria de Azóia, Loures) com a sua “loggia” virada ao Tejo, foto anterior à sua derrocada parcial e estrutura de protecção. efeito, existem já poucas casas senhoriais deste género e época e, mais ainda, que tenham chegado até aos nossos dias com poucas alterações em relação à construção inicial. É claro que, ao longo do tempo, esta casa senhorial, à semelhança de muitas outras, sofreu algumas modificações decorrentes do seu uso, nomeadamente com construções posteriores adossadas ao corpo principal; mas, mesmo assim, mantém todas as características identitárias que justificam o seu interesse histórico, corroborado pela classificação como Imóvel de Interesse Público já em 1982 (Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982). É certo que quem se aproxima dela nos dias de hoje pouco poderá ver, devido à estrutura que a envolve como forma de protecção, enquanto não avançam outras medidas de conso-

lidação e de recuperação absolutamente indispensáveis. Mas mesmo assim, é perceptível a massa arquitectónica ainda existente e a sua relação com o local de implantação, sítio privilegiado voltado ao Tejo e às lezírias. Alguns historiadores, como Carlos de Azevedo, destacam as suas características medievais; outros, assinalam os seus atributos renascentistas, como o arquitecto João Vieira Caldas; mas todos eles são unânimes ao afirmarem que estamos perante um dos melhores exemplares de arquitectura do seu tempo, em Portugal. Esta residencial rural senhorial foi mandada erigir no século XVI por Jorge de Barros, fidalgo da casa real de D. João III. Esse importante fidalgo possuía uma casa em Lisboa, mas escolheu esta propriedade, com o seu palácio, como cabeça do morgadio, para

onde se terá arredado por alguns períodos, como forma de fugir ao bulício de Lisboa e da Corte e poder assim fruir a natureza, bem ao espírito humanista. Ora, Jorge de Barros desempenhou o cargo de feitor na Flandres, relevante centro comercial e cultural da altura e, igualmente, prestou outros serviços ao monarca, nomeadamente deslocando-se a Roma. Talvez tenha sido nestas suas estadias no estrangeiro, onde tomou conhecimento do espírito humanista desse tempo - o qual valorizava o regresso ao classicismo, o contacto com a natureza, ligado por exemplo à edificação de “vilas” em Itália para residências de campo dos seus proprietários - o que o terá inspirado a optar por este tipo de casa rural perto da cidade de Lisboa. Jorge de Barros acabaria por falecer em 1562, tendo sido

sepultado no panteão dos Barros de Vale de Flores, que ele próprio mandara construir na Igreja de Santa Iria de Azóia, a qual não fica muito distante desta sua quinta. A casa senhorial, erguida na encosta de uma propriedade rural, apresenta uma planta quadrangular com dois pisos e um sobrado nos torreões e capela adossada. A residência está virada a sul mas, para aquele que a visita, o que ressalta é a sua posição sobranceira em relação ao vale contíguo e, a distância, ao Tejo. Foi pois construída de modo a poder-se contemplar essa vasta paisagem, ou seja, uma “natureza” próxima à casa e uma outra mais distante, para lá da propriedade, além do vale. É por isso que a fachada principal do edifício possui uma graciosa e ampla galeria aberta para o rio Tejo, a “loggia”, grande e larga varanda à italiana, constituída por arcos abatidos sobre colunas toscanas. O que lhe confere o cariz típico das “vilas renascentistas” é a racionalidade do projecto, especialmente do piso nobre, com uma grande sala que desemboca naquela “loggia”, ladeada por outros compartimentos; são as molduras das portas e janelas ao estilo renascentista, bem como os cunhais em pedra rusticada próprias desse estilo, como elemento recuperado do período romano. Mesmo os torreões com ameias, que para alguns autores têm ainda um sabor medieval, aparecem em construções importantes italianas do Renascimento, incluindo edificações papais em Roma, bem conhecidas. Esta casa nobre, exemplar raríssimo em Portugal, como disse, merece toda a atenção e esforço na procura de uma solução que a reabilite. Não só recuperando o edifício, como toda a área circundante, ou seja, incluindo a quinta, destinada à produção agrícola e o aqueduto que fornecia água à propriedade. Será indubitavelmente um projecto multidisciplinar que é imperativo ético levar adiante.


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MÚSICA

Ninho de Cucos

A Head full of dreams João Alexandre Músico e Autor

Escrever sobre os Coldplay pode representar uma perda de tempo, tanto é o que se escreve sobre a banda, com particular ênfase nos tablóides e revistas cor-de-rosa, mas a sua importância no crescimento comercial do pop rock mais alternativo é inequívoca. Longe vão os tempos do single “Yellow” e do álbum que o contém, “Parachutes”, em 2000 e do qual resultaram ainda a edição de mais três singles e perto de 10 milhões de discos vendidos em todo o mundo. Chris Martin, voz, piano e guitarra, Jon Buckland, guitarra, Will Champion, bateria e Guy Berryman, baixista, nasceram e cresceram rodeados de música e instrumentos. Em 1996 a banda formou-se em Londres e em 1998 um primeiro EP “Safety” foi realizado apenas com 500 exemplares de prensagem. No entanto esse e outro EP foram o suficiente para chamar a atenção da Parlophone, com quem assinaram contrato em 1999. Depois disso, bom depois disso é o que se sabe, mais cinco álbuns editados “A rush of blood to the head” em 2002, “X&Y” em 2005, “Viva la vida” em 2008, “Mylo Xyloto” em 2011, “Ghost stories” em 2014 e agora, em Dezembro

de 2015, interrompendo o normal ciclo de três anos de intervalo de edição, o último (anunciado como tal pela banda, o que não sabemos se é para levar a sério) “A head full of dreams”. São portanto sete álbuns de originais, com mais alguns ao vivo pelo meio, todos eles multiplatinados, dezenas de milhões de discos vendidos e de bilhetes para concertos de estádio esgotados nos cinco continentes. Aqueles que eram no início apontados no Reino Unido como os próximos Travis, devido às estruturas simples e acústicas das suas canções cresceram muito, tanto que se tornaram bem maiores que aquilo que alguma vez almejaram. Carregam na pele de muitas das suas canções ao longo da carreira aquela matriz melódica do álbum “Bends” dos Radiohead e dos primeiros trabalhos dos Oasis, mas as incursões pela electrónica e o trabalho com produtores como Brian Eno, Timbaland e Avicii, entre outros, dimensionam os Coldplay para algo muito mais abrangente e que culmina com a conquista total da América. O casamento de Chris Martin com Gwyneth Paltrow e o recente divórcio, o protagonismo do voca-

lista pelo movimento do “comércio justo”, ou as suas posições contra a intervenção no Iraque ou de apoio a Obama alimentam o alarido à volta dos Coldplay, mas servem igualmente de inspiração à obra da banda. Em “A head full of dreams”, o trabalho acabado de editar, Chris Martin dá a volta ao sofrimento do seu divórcio (bem vincado no anterior e sombrio “Ghost stories”) de forma bem positiva, sempre para cima, capítulo da sua vida bem encerrado e resolvido, expresso nas músicas que cintilam, brilham, espelham felicidade e boa disposição (veja-se o excelente vídeo de “Adventure of

a lifetime”). Não há aqui lugar para ressentimentos tantas vezes mal digeridos por quem compõe. Atente-se no texto de “Evergrow”, a 4ª faixa do álbum, “…Brothers in blood, sisters in rhyme/We swore on that night we’d be friends till we die.”… . Temos hinos com “oh eh oh” pelo meio, guitarras limpas, ritmos de dança, sintetizadores em ambiente electrónico e convidados escolhidos a dedo. “A head full of dreams” inclui a participação de Beyonce, escute-se “Hymn for the weekend” e de Tove Lo em “Fun”, samplers de Barack Obama, participações

adicionais de Noel Gallagher, da cantora gospel Merry Clayton e, imagine-se, backing vocals de Gwyneth Paltrow, a ex-mulher e Annabelle, a actual namorada. Tudo parece muito bem resolvido de facto. Se como já referido “A head full of dreams” fôr o último trabalho, enquanto banda, estaremos perante a chamada saída por cima, ou mais em voga, saída limpa. Próximo dos 40 anos de idade, Chris Martin e os Coldplay têm a cabeça cheia de sonhos e nem sempre se pode confiar neles, nos sonhos. Que se viva a vida!


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ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

M GOMES Biografia do autor Marcelo António Caetano Gomes (MGomes), Nasceu a 14 de Agosto de 1982, em Torres Vedras. Desde cedo, percebeu que tinha algum jeito para o desenho. Nas aulas por vezes passava o tempo a desenhar. Durante o seu percurso escolar nunca teve qualquer formação na área das artes. É autodidata portanto. Começou por fazer desenhos a carvão e só mais tarde experimentou os pinceis e as tintas. Foi nessa altura que começou a pintar umas telas como hobbie. Em Junho de 2014 foi convidado por um amigo a participar numa intervenção artística, “Choupal Urban Art” em Torres Vedras, onde fez o primeiro trabalho na rua. Desde aí foi convidado a colaborar com a Urban-Art - http://www.urban-art.com/pt -, a plataforma online agregadora de artistas. Em 2015, foi convidado a fazer uma intervenção, num posto de transformação no centro de Torres Vedras, intervenção essa promovida pela EDP Distribuição em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras, onde utilizou pela primeira vez o spray como técnica. Mas até agora a intervenção na Galeria de Arte Pública do Mocho, foi o seu trabalho de maior destaque.

Biografia da Obra SINOPSE – GIVE HAND Com este trabalho, o que pretendo demonstrar, é que independentemente da cor, etnia, estrato social,… são as crianças que actualmente precisam mais do nosso apoio. São as crianças quem mais sofre com crises económicas, sociais, etc... No mundo há milhões de crianças que são submetidas ao trabalho infantil. Muitas vivem na rua, outras são vítimas de tráfico, maus tratos, abandono, abusos… É nosso dever, dar o exemplo e o apoio necessário. O futuro depende do presente.

DANÇA

Natural é

dançar! É já no próximo dia 9 de Janeiro de 2016, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, que cerca de 800 alunos das Academias Ai!aDança sobem a palco para transmitir a sua paixão pela dança. Natural é Dançar! é o espetáculo que homenageia a Dança como uma manifestação instintiva e universal. Ou não fosse a Dança a forma mais elevada de comunicar com a alma. Ballet Clássico, Dança Espanhola,

Dança Contemporânea, Hip Hop, Dança Oriental, Ritmos Latinos são algumas das técnicas que entrarão em cena. Interpretadas por bailarinos amadores, mas com a “raça” de grandes profissionais, os alunos das Academias Ai!aDança irão exprimir-se com toda a sua essência. As Academias pertencem à produtora Ai!aDança, cujo principal objectivo é massificar e democratizar a arte em geral e a dança

em particular. Na área do Ensino Contínuo, o Ai!aDança tem sob a sua responsabilidade as Academias de Sintra I, II, Loures I, II, Santa Iria I, II e Pontinha. O espetáculo Natural é Dançar! será apresentado em três sessões: 15h30, 18h30 e 21h30. Os bilhetes podem ser adquiridos na Ticketline (www.ticketline.sapo.pt), Fnac, Worten e na Bilheteira do Centro Cultural Olga Cadaval.

Informações | Reservas: 219 107 110 (Centro Cultural Olga Cadaval) Link para o Vídeo do Espetáculo "Alegria" | Coliseu dos Recreios 2015 https://www.youtube.com/watch?v=I3_QLT0xSRM Link para Vídeo Oficial Ai!aDança | Quem Somos https://www.youtube.com/watch?v=FdWSf0agnlc



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ASSOCIAÇÃO

Grupo União Lebrense 48 Anos de Vida 1 - Um parto normal como todos Corria o ano de 1967 e o movimento associativo crescia. Também aqui, em A-Das-Lebres, um vasto grupo de jovens sentia a necessidade de se juntar para jogar à bola e conviver nos seus tempos livres, mas de uma forma organizada. É então que uma maioria se reúne num palheiro e sob a coordenação do mais entusiasta – Jaime Rodrigues – se propõe à formação de uma equipa amadora de futebol de onze, se subscrevem entre si, com quotas a 2$50, com alguns bailaricos de discos e acordeonistas se realizaram eventos, leilões, ofertas, petiscos e já havia fundos. Compram-se os primeiros equipamentos e a bola oficial e, numa fase de preparação em antestreia, perde-se por 4-0, em Casainhos, com o clube local. Não desanimaram e uma semana depois – a 10 de Maio – no

campo do G. S. Loures, com o Grupo Desportivo Raret (empresa de comunicações via satélite) que se anunciava oficialmente a estreia, com a vitória por 2-1. Era a data da fundação. 2 - Períodos Difíceis até à Fusão Com a PIDE a ameaçar acabar com tudo o que fossem reuniões ou encontros de jovens “eventualmente subversivos”, lá se foi sobrevivendo, angariando fundos e jogando. Os anos foram passando, mais jogos, novos equipamentos e a débil organização e o cansaço dos fundadores deu origem a novos nomes, novas iniciativas e também a vários locais provisórios como “sede”. Nunca acabou mas teve por perto, até que uma Comissão de Gestão relançou a prática desportiva, reorganizou e lançou alicerces para outros voos. Faltavam instalações próprias.

Com o 25 de Abril tudo se desanuviava, aparecem novos responsáveis, regista-se e criamse estatutos, acções, programas festivos, um bar convívio. Era o mínimo. Re-organiza-se o clube fundindo as existentes comissões de festas e de Carnaval numa única colectividade. 3 - Vida Nova / Casa Própria Já com ex-fundadores como directores e com várias iniciativas desportivas e recreativas concretizadas, cada vez mais se crescia e o espaço já era exíguo. Surge então a ideia de novas instalações, casa própria. Oferta de terrenos, outras cedências para mais espaço, projecto a avançar e com apoios autárquicos e governamentais possíveis arrancou a obra. Foi histórico. População em força, empresas e trabalho voluntário conseguiram em menos de dois anos, limitados pelas condições, trabalhar já

na nova sede. Em 1986, em definitivo e pelo aniversário transferiram-se e dai até hoje muito se trabalhou para angariar fundos que se iam gastando no que era mais urgente. Dias houve em que os ganhos de hoje eram para pagar despesas urgentes de amanhã. Sobrava a esperança. Fase após fase fomos terminando e hoje está pronta. Homens, mulheres e até crianças não esquecem os fins-de-semana de ajuda à obra. A moral esteve sempre em alta. Mais tarde aumenta-se o património com aquisição do terreno em anexo para recinto de festas ao ar livre. Adquire-se também uma viatura para transporte e compras. 4 - Novas Actividades e Gestão Com novas e excelentes condições havia que re-estruturar as actividades, definir modelos de gestão, fomentar novas modalidades e estabelecer um mapa

de iniciativas diversificadas de âmbito cultural, recreativo e desportivo. Aulas de ginástica, dança, taekwondo e outras actividades desportivas ou iniciativas nesta área foram e são uma realidade. Atletismo, chinquilho, xadrez e jogos de mesa também constam do património desportivo do clube. Excursões, festas anuais, festivais de folclore, de orquestras ligeiras, grupos corais, convívios diversos também aconteceram. Exposições temáticas, visitas de estudo, teatros, trabalhos em colaboração com as escolas, ciclos de cinema, tunas académicas e provas na natureza são ideias culturais conseguidas. Hoje em dia, bar convívio, zona de leitura, internet e actividades mais viradas às novas tecnologias completam um imenso programa de uma colectividade reconhecida como um exemplo de persistência e dinamismo.

ACTUAL

Festival de Natal em Loures Esteve a decorrer no centro da cidade de Loures, até ao dia 30 de Dezembro, o Festival de Natal. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Loures, realizou-se na zona envolvente dos Paços do Concelho e no Largo 4 de Outubro. Venda de Natal, com objectos únicos e originais, feira de queijo, fumeiro e doçaria, animação infantil, com ateliês, insufláveis, trono do Pai Natal e animação musical foram algumas das actividades. A inauguração oficial do evento deu-se no dia 10 de Dezembro, na qual marcaram presença o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, o vice -presidente, Paulo Piteira, e os vereadores António Pombinho, Nuno Botelho e Fernando Costa.

Cavaco nas novas instalações da

Science4you A empresa Science4you inaugurou, dia 18 de Dezembro, as suas novas instalações no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em São Julião do Tojal, Loures. A inauguração da nova fábrica desta empresa de brinquedos educativos contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares e dos vereadores António Pombinho, Tiago Matias e Fernando Costa. Com 8 mil m2, a nova fábrica visa dar resposta ao crescimento nacional e internacional da empresa que exporta já os seus produtos para mais de 27 países e prevê uma facturação de cerca de 12 milhões de euros este ano. A Science4you é uma empresa portuguesa que

se dedica à produção, desenvolvimento e comercialização de brinquedos educativos, em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade

de Lisboa, que estimulem o conhecimento de crianças e jovens. Constituída em Janeiro de 2008, nasce de um projecto académico de Miguel Pina

Martins, fundador e CEO da empresa. Conta neste momento com escritórios em Lisboa e Porto e filiais em Madrid e Londres. Em 2014, a Science4you

foi galardoada com a Medalha de Mérito Empresarial pela Câmara Municipal de Loures.


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SAÚDE

O rastreio colo-rectal e importância na detecção precoce do cancro do cólon e recto de doença do cólon ou do recto; • cancro colo-rectal; • res normais. Como é feito o rastreio?

O que é um rastreio?

Quem deve ser rastreado?

Este é um acto de medicina preventiva – é realizado em pessoas que não manifestem sintomas de doença para a detectar em fase precoce e permitir um tratamento mais eficaz. Não se aplica a doentes com sintomas ou doença instalada, porque estes doentes devem ter uma abordagem individualizada.

Indivíduos acima dos 50 até aos 74 anos de ambos os sexos que: •

Porquê fazer um rastreio? Um cancro é o crescimento de uma massa que não respeita a organização habitual do corpo humano e que acaba por dominar o seu funcionamento. Em Portugal, como no resto da Europa, o cancro colo-rectal ou seja, do intestino grosso e recto, (a parte final do tubo digestivo) é o segundo cancro mais comum (atrás dos cancros da próstata no homem e da mama na mulher) e o segundo que mata mais (depois do cancro do pulmão no homem e da mama na mulher). Por este motivo é importante a detecção destas doenças em fase inicial porque permite melhores resultados no tratamento. Com base nestes dados de saúde, o agrupamento de centros de saúde (ACES) de LouresOdivelas tem previsto no seu Plano Local de Saúde a ligação com o Hospital Beatriz Ângelo para fazer este rastreio.

Primeiro é usada a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Este é um teste que detecta quantidades muito pequenas de sangue humano nas fezes, o que acontece frequentemente nos casos de cancro colo-rectal. Isto acontece mesmo que não se note à vista desarmada (daí ser sangue oculto). No caso de ser detectado este sangue oculto nas fezes deve fazer-se uma colonoscopia total. A colonoscopia é um exame em que se utiliza uma câmara para ver o interior do cólon. Por isso é fundamental que se faça a preparação para o exame porque esta faz a limpeza do cólon – e só assim se consegue ter a certeza de ter visto tudo com a colonoscopia. Depois da colonoscopia a estra-

tégia depende do resultado: • deve ser tratado; • mente normal deve ser repetida após 10 anos; • terologista indicará um plano de seguimento apropriado. Caso a pesquisa de sangue oculto nas fezes seja negativa, ou seja, não sejam detectados vestígios de sangue, deve ser repetida após um ano. Grupos de Risco Este é o grupo de doentes que deverá realizar uma investigação diferente e não um rastreio, devendo recorrer ao seu médico assistente e/ou realizar uma colonoscopia. São doentes com: • alteração do trânsito intestinal recente, perda de peso inexplicada, dor abdominal (ou seja, de barriga) persistente; • tino; •

de cancro colo-rectal em primeiro grau; • digestivo. Indivíduos com estes sintomas devem ter uma consulta de gastroenterologia. • • conhecida; • baixa (sangramento pela boca ou ânus); • • ção de estômago inchado duran-

A prevenção e deteção precoces são fundamentais – responsabilize-se pela sua saúde!

Internos do Ano Comum António Sampaio Soares Rita Celorico Palma Médica Coordenadora da USP Elvira Martins


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PSICOLOGIA

12 Passas, 12 desejos Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

É costume fazer-se resoluções de ano novo na passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de Janeiro, traçar novos objectivos atribuindo à passagem de ano o simbolismo do virar da página, o começo de um novo ano. Porque sentimos esta necessidade? Precisamos de metas, precisamos de objectivos para nos focarmos e seguirmos em frente. Ao tomarmos uma resolução, estamos a definir uma prioridade, o que nos facilita a tomada de decisão em relação àquela acção. O que corre então mal? A principal razão é a falta de motivação. É importante saber qual a importância da mudança do comportamento no dia-a-

dia. Reflicta antes de tomar uma resolução. O que quer mudar? A alteração desse comportamento vai mudar o quê na sua vida? Qual é o ganho? Escolha duas. Torne o seu objectivo alcançável, mensurável e definido no tempo. Outra das razões tem a ver com um comportamento, que já abordei anteriormente noutra edição, que é o procrastinar. Se pensarmos bem, as resoluções de ano novo são uma forma de procrastinar, de deixar para o próximo ano metas que podíamos já ter começado a atingir. O facto de traçarmos a maior parte das vezes metas irreais faz com que desistamos rapidamente do objectivo traçado devido

à impossibilidade de o terminar no prazo pretendido. As resoluções têm de estar de acordo com a realidade e com a visão interna que as pessoas têm de si próprias. Para se conquistar um novo comportamento ou fazer mudanças profundas é preciso mudar também a nossa forma de pensar. Duas das resoluções de ano novo mais comuns são “Vou começar a praticar uma actividade física” ou “Vou deixar de fumar”. Qual é o problema? São resoluções muito vagas, por isso seja mais específico! Reformule para “ Até ao final do ano corro 10 km” e estabelece um plano semanal de corridas. Isto implica, por exemplo, que tem de deixar livre na

sua agenda um espaço para se dedicar ao plano semanal das corridas. Procure uma motivação extra, compartilhe com outras pessoas as suas metas, organize grupos de corrida. Ao terem um objetivo comum, existe um maior incentivo e motivação entre pares, diminuindo o abandono da resolução. Deixo algumas dicas para reflectir, fazer um balanço e lembre-se de que não tem que ser apenas no final de cada ano: • Procure soluções criativas para os problemas com que se depara. A criatividade é uma ferramenta-chave; • Seja flexível. Tente adaptarse às diferentes mudanças que podem acontecer;

• Empenhe-se e dê o seu melhor. Pode não ser o emprego com que sempre sonhou, mas seja bom no que faz; • Procure algo melhor. Se o seu actual emprego não corresponde às suas expectativas, não desista, se não continuar à procura nunca conseguirá a mudança desejada; • Imponha limites. Saiba dizer “não”; • Saiba gerir o seu tempo. Pense não só na sua vida profissional, mas também na que tem fora deste contexto. E já agora…Feliz 2016!

Lourense preside a Associação Nacional de Estudantes de Psicologia Decorreu no dia 6 de Dezembro de 2015, pelas 15 horas, na Universidade Fernando Pessoa do Porto, o Conselho Geral Eleitoral da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia (ANEP), que elegeu os novos Órgãos Sociais para o mandato 2015/2016. Como Presidente da Direcção Geral foi eleito Tiago A. G.

Fonseca, da Universidade de Lisboa. Tiago A. G. Fonseca lidera, assim, uma equipa composta por estudantes provenientes de todas as faculdades membros da ANEP. Na tomada de posse de ontem foi apresentada a vontade de apostar na qualidade de comunicação da ANEP com as instituições nacionais de representação estudantil, bem como

com a tutela da psicologia a nível nacional. Com o mote de pensar a psicologia no presente e no futuro, a agora eleita direcção da ANEP quer desenvolver e potenciar o sentimento de união entre os estudantes de psicologia e ser, cada vez mais, uma pedra basilar na representação nacional dos mesmos. O novo Presidente da Mesa do

Conselho Geral é Filipe Silva McGuire, da Universidade de Lisboa e, o Conselho Fiscal é agora presidido por Carolina Mendão, da Universidade de Évora. A Lista A, única a ir a eleições, garantiu o voto de confiança de todas as associações e núcleos membros da ANEP, tendo obtido uma votação unânime.


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FOTO-REPORTAGEM

Wally na Quinta da Fonte WALLY é um projecto de arte pública, criado por Rita Guimarães, que pretende questionar a forma como a actual crise de refugiados está a ser abordada, social e individualmente. Este projecto pretende adicionar-se a todas as vozes e iniciativas, que veem para além das estatísticas, dos grandes números, dos estereótipos étnicos e sociais e das imagens icónicas, procurando as pessoas no meio da multidão, as histórias individuais e os valores humanos por detrás dos valores numéricos e do preconceito.

Fotografia: Marina Aguiar


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