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ANO 1 | Nr.06 MENSAL | OUTUBRO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Muitos o querem Apesar do interesse de investidores nacionais e internacionais, a Câmara de Loures quer que o Hospital Beatriz Ângelo passe para as mãos do Estado.

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20 anos mais tarde Valorsul tratou 14 milhões de toneladas de resíduos em 20 anos, de 19 municípios das regiões de Lisboa Norte e Oeste. Pág. 8

Munícipes com direito a sugestão A Câmara Municipal de Loures encetou 18 sessões de esclarecimento sobre o próximo Orçamento Municipal. Clarificação de opções e percepção da vontade popular foi o objectivo. Pág. 3

Saúde dos lourenses em maus lençóis A população de Loures não tem grandes motivos para sorrir no que à saúde diz respeito. Estudo revela que os indicadores em diferentes áreas estão acima da média nacional.

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TRIBUNAL DE LOURES

GREVE A CAMINHO DO TRIBUNAL

Uma autêntica Torre de Babel é o que parece o Tribunal de Loures, agora designado de Comarca de Lisboa Norte.

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EDITORIAL

Crónicas saloias

Um bom princípio Pedro Santos Pereira Director

Já, uma ou outra vez, aqui tinha focado a distância entre o poder político e a população. Algo de que todos falam, até com um ar de preocupação, mas que poucos ou nenhuns têm feito o que quer que seja para inverter, não diria uma tendência, mas sim uma realidade objectiva. Ora indo contra esta minha observação, a Câmara Municipal de Loures teve uma medida que me parece sensata e que, eventualmente, pode vir a aproximar eleitos e

eleitores. Essa acção foi o debate do Orçamento Municipal com os seus munícipes, uma ideia que não é peregrina, mas que não retira objectividade ao propósito. Assim, quem estiver interessado, pode sugerir e questionar as opções do executivo municipal, ficar a perceber o porquê das opções tomadas e quais os seus objectivos. Estas sessões foram efectuadas, não nas 10 actuais freguesias, mas nas anteriores 18. Quiçá fazendo fé nas decla-

rações de António Costa, em que prometia, aliás um dos poucos compromissos que fez aquando dos debates com António José Seguro, um regresso ao passado na reorganização autárquica. É o que dá os partidos do poder não se entenderem, uns fazem outros desfazem e entretanto nós estamos aqui para assumir as dívidas. Há pouco referi-me como uma medida que poderá "eventualmente" aproximar eleitos e eleitores, porque isso só acon-

tecerá se esta iniciativa não for simples propaganda. Se houver um ouvido atento às sugestões e se forem tidas em conta aquelas que realmente podem melhorar o concelho, aí sim será um passo em frente, pois a população passará a acreditar que, finalmente, será uma voz activa. Mas como sou optimista e acredito que por trás de uma medida há sempre uma boa intenção, estou crente que em Loures foi dado um passo em frente.

Nota final para os péssimos indicadores de saúde dos Lourenses, mais álcool, mais tabaco, mais diabetes e menos cuidados de saúde primários. Urge fazer alguma coisa. Mais prevenção, mais consciência individual, mais condições em muitos dos centros de saúde e melhores transportes para o Hospital, não resolve tudo, mas melhora alguma coisa.

Ficha Técnica

Contactos: 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Ana Rodrigues, André Julião, Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Anabela Pereira, Florbela Estêvão, João Alexandre, José Reis Santos, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director), Pedro Graña Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14


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ACTUAL

Serviço Nacional de Saúde comemora 35 anos

Câmara debate Orçamento Municipal com a população A Câmara Municipal de Loures promoveu, de 17 de setembro a 3 de outubro, sessões públicas, em todas as freguesias do concelho, com o intuito de debater com os habitantes o Orçamento Municipal para 2015. O objectivo das 18 sessões já agendadas é ouvir as opiniões e sugestões dos munícipes, dando a conhecer à população a real situação financeira do Município, bem como os constrangimentos existentes à gestão municipal, resultantes das decisões do Governo e da situação económica e social que o

O Hospital Beatriz Ângelo foi o anfitrião das comemorações dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No Auditório do HBA foram apresentados os resultados do estudo "Evolução dos Indicadores de Saúde ao longo dos 35 anos do SNS". Com a presença de Bernardino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Loures, Célia Cravo, Vogal da ARSLVT, a Dra. Ileine Lopes, Directora Executiva do ACES Odivelas-Loures e Artur Vaz, do Conselho de Administração do HBA, formaram uma mesa que sublinhou a importância do SNS para os portugueses, ressalvando a saúde como um bem precioso a que todos devem ter acesso. Após esta primeira fase foi apresentado um estudo da Prof. Doutora Paula Santana da Universidade Coimbra sobre a evolução nesta

país atravessa. Em cada uma das sessões serão apresentadas as prioridades propostas para o próximo ano, abrindo espaço para as opiniões e sugestões da população, de forma a construir um orçamento mais próximo das suas necessidades. Sendo os recursos escassos, a sua aplicação deve ser transparente e a sua gestão rigorosa, com objectivos bem definidos, promovendo-se, assim, a participação democrática em decisões da maior importância na vida do concelho de Loures.

área nos últimos 35 anos. A apresentação foi efectuada pela Dra. Ângela Freitas, que descreveu as várias alterações, tanto a nível de doenças como de cuidados médicos nos últimos 35 anos. O ponto forte foi a descida da mortalidade infantil, um dado que põe Portugal como um dos países mais evoluídos no mundo neste indicador. Também foram comparados dados locais e ficou a saber-se que a diabetes, a morte por falta de cuidados médicos primários, o aumento do consumo de tabaco e álcool no concelho de Loures aumentaram acima da média nacional nos últimos anos. Dados preocupantes da saúde dos lourenses que nos devem levar a pensar. Quando questionada pelo NL sobre a forma como as autarquias (município e freguesias) poderiam ajudar na prevenção des-

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23/09/14

tas situações, a vereadora Maria Eugénia Coelho, presente na plateia, fez questão de referir que pela parte da Câmara já existe essa preocupação. Deu como exemplo a ementa das escolas sobre a égide do município, que foram elaboradas por nutricionistas ao serviço da edilidade, de forma a que fossem equilibradas e prevenir a diabetes. Referiu também que a Saúde deve continuar a ser uma preocupação do Estado, pois os municípios não têm condições para a suportar. A comentar este estudo estiveram presentes o Prof. Doutor Rui Maio, Director Clínico do Hospital Beatriz Ângelo e a Dra. Helena Canada, Presidente do Conselho Clínico do ACES Odivelas-Loures.

Pedro Santos Pereira 17:16

Filipe Esménio Comunição

Mel de Cicuta Conselho aos Pais Falar verdade. Parece-me que poderá ser a melhor maneira de educar uma criança. Falar verdade. Muitos pais olham para os seus jovens filhos como se não fossem um ser humano, como se fossem uma espécie menor, na compreensão, na inteligência. Não são. São crianças. Podem não saber falar, podem não ter o nosso conhecimento, podem não ter as sinapses todas desenvolvidas, mas são inteligentes, compreendem as coisas e têm uma componente intuitiva fortemente desenvolvida. As nossas crias terão maior facilidade em crescerem coerentes se lhe dissermos a verdade. Sim, podemos dar um pouquinho de cosmética a essa verdade. Podemos «compor a manta» mas devemos falar verdade. Os mais pequenos têm o «sexto sentido» activo e níveis de raciocínio elevados. Além disso são como uma esponja, assimilam tudo. Muitos deles trazem muitas coisas para nos ensinar... basta ficar atento. Queremos muitas vezes ensiná-los e entupimos o canal com informação. Esquecemo-nos que devem haver silêncios, esquecemo-nos que não há pressa. Acabam quase sempre por falar, por andar e por fazer todas as brincadeiras que queremos que eles façam à pressa. «Não podemos negar que a escola não deu aos seus alunos todas as possibilidades que lhes devia dar, desprezou os mal dotados, obrigou-os a actos ou tarefas que lhes depuseram na alma as primeiras sementes do despeito ou da revolta, deixando na sombra o que é o

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mais importante — formação do carácter e desenvolvimento da inteligência» Professor Agostinho da Silva. Talvez, por isso, as questões de carácter possam ser melhor trabalhadas em casa. A boa prática da verdade, a boa prática do amor, a boa prática da multiplicação dos valores são mesmo importantes para que haja coerência nos nossos actos. Para que haja coerência na educação de um menor. O condicionamento da educação faz com que a pessoa seja o reflexo da família, bem como do ensino a que foi sujeito. Se as circunstâncias foram favoráveis, ele adaptou-se ao seu meio, se não foram, o indivíduo fica entregue a si mesmo, sentir-se-á naturalmente inseguro, incapaz de encarar o futuro, fixando-se aos poucos na consciência patológica. Isto é apenas consequência de não ter podido desenvolver o seu potencial, acabando por viver em constante estado de “imaturidade”. Como em tempos li, se uma criança vive dentro da crítica, ela aprende a condenar. Se vive dentro da hostilidade, ela aprende a defender-se. Se uma criança vive dentro do ridículo, ela aprende a incomodarse. Se ela vive dentro da vergonha, ela aprende a culpabilizar-se. Se, ao invés, uma criança vive dentro da tolerância, ela aprende a ter paciência. Se vive dentro do encorajamento, ela aprende a ser confiante. Se uma criança vive dentro da motivação, ela aprende a valorizar-se. Se vive dentro da lealdade, ela aprende a ser justa. Se vive dentro da aprovação, ela aprende a amar-se e se vive dentro da amizade, ela aprende a encontrar AMOR em qualquer lugar. Acredite em si. Acredite que a natureza lhe deu o que precisa para educar o seu filho. Acredite na verdade. Acredite no amor.

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ACTUAL

Tribunal de Loures mergulhado no caos Funcionários em pé de guerra, obras a decorrer ao mesmo tempo das sessões, estacionamento caótico são algumas das incidências diárias da Comarca de Lisboa Norte, a nova designação do Tribunal de Loures. Os funcionários judiciais vão partir para a greve. Pedro Cabeça Advogado

O Nevoeiro Era inevitável falar das primárias e do PS considerando a vitória claríssima de António Costa, mas as minhas palavras seriam repetições de palavras já ditas e de lugares comuns, pelo que, ironicamente, me reduzo a uma reflexão meramente centralizada no misticismo do nevoeiro. O nevoeiro tem, nas histórias fantásticas, uma carga mística que anuncia sempre algo de pouco agradável, ou, no caso do imaginário Português, a componente mista (a pouco agradável e a agradável). Foi no nevoeiro que perdemos o nosso o jovem Rei e a soberania, e de lá virá quem nos salvará de todos os males. No caso das primárias do PS, e desta vitória claríssima de A.C., é preciso que não se siga o caminho do Sebastianismo colocando nos seus ombros toda a responsabilidade da salvação do Partido Socialista e do País. António Costa não é o D. Sebastião (nem o quer ser, ao que julgo saber). É, isso sim, o rosto da esperança que depressa findará se todos, pelo menos os que lhe reconhecem capacidades de liderança, não contribuírem activamente para que se concretize essa esperança. Apesar do que disse, reconheço, existe no ar uma espécie de encantamento o qual também rapidamente se quebrará se A.C. se embrenhar no meio do nevoeiro cercado de “Sherazades” de pacotilha que lhe mostrem uma fantasia que cubra a realidade que está, logo ali, depois do nevoeiro. Foi, aliás, nesse nevoeiro encantado que se perdeu A.J.S. quando as suas “sherazades”, mais preocupadas em salvar as suas vidas, lhe mantinham a ilusão de que o país real o adorava. Ouvindo, verdadeiramente, o país, A.J.S. saberia quais as conclusões a que todas chegavam: - o PS com a sua liderança dificilmente seria uma alternativa para Portugal e todas apontavam, em remate de conversa, um líder para conduzir uma alternativa de esperança. Os resultados das primárias fizeram ou deveriam fazer com que A.J.S. (e muitos outros, incluindo o vencedor e sua equipa) tomasse consciência que o tal nevoeiro pode ser esperança ou morte se nos deixarmos ir no canto mágico das sereias, vivendo em fantasia, sem rasgarmos o nevoeiro e olharmos a verdadeira realidade, mesmo que esta seja negra. A verdade é que o PS era liderado por alguém que já só representava uma minoria, isto era evidente, e foi comprovado pelo expressivo resultado de A.C., mas penso que A.J.S. não tinha essa noção, não foi capaz de ver além do nevoeiro que lhe criavam, e era essencial para o bem do Partido Socialista e do País que o tivesse feito. Esta atracção pela fantasia, ignorando que já só representam uma minoria, é aliás muito comum a qualquer nível: Governo, Autarquias, Estruturas Partidárias Nacionais ,Locais, etc . Espero que todos tirem lições e tomem as decisões essenciais para o bem comum. Viver na Fantasia do nevoeiro só é bom para egos inflados e, mesmo assim, só enquanto dura. Em homenagem aos seus 50 anos encerro este texto citando a contestatária Mafalda de Quino: “Engraçado... quando eu fecho os olhos o mundo desaparece.”

O novo mapa judiciário, que entrou em funcionamento a 1 de Setembro, lançou o caos no Tribunal de Loures, que passou a constituir a Comarca de Lisboa Norte, reunindo ainda as competências dos tribunais de Alenquer, Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e também, ainda que provisoriamente, o Tribunal de Comércio. Para fazer face a esta situação, o Ministério da Justiça alugou contentores para albergar parte dos serviços da nova comarca. Mas a solução está longe de ser satisfatória a colocou os funcionários do tribunal em «pé de guerra». Para piorar ainda mais a situação, o Citius – o sistema informático onde são enviadas e recebidas as peças processuais – ficou inoperacional, introduzindo atrasos

nos processos que ainda ninguém poderá contabilizar. Justiça lenta e metida nos contentores Divididos em três locais – palácio, tribunal velho e contentores – os funcionários do até agora Tribunal de Loures enfrentam condições de trabalho, no mínimo, indignas. «Relativamente a espaço, piorou-se muito, pois é como pôr o Rossio na Rua da Betesga», contou um dos funcionários ao «Notícias de Loures» (NL). Além disso, «o volume extraordinário de processos vindo dos outros tribunais tomou literalmente o lugar dos funcionários», acrescentou a mesma fonte. Isto, apesar de, desde o início, «a divisão das secretárias estar mal feita, tendo

em conta a arquitetura de raiz», disse ainda o mesmo funcionário. Por outro lado, «não há ar condicionado nos corredores dos contentores», funcionando apenas nos locais das secretárias, o que, nos dias mais quentes «é incomodativo para quem circula», assegura aquela fonte. João Lopes, dirigente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) corrobora estas informações. Para aquele responsável, «a situação no Tribunal de Loures é muito semelhante à dos restantes tribunais, incluindo a confusão processual originada pela inoperacionalidade do sistema informático». Particularizando, João Lopes defende que, em Loures, «a juntar a todo este caos, acresce a situação não

desejável de instalar tribunais em contentores», o que, «para além das deficientes condições de trabalho que provoca, pode pôr em causa a própria dignidade da Justiça». O responsável acrescenta ainda que as actuais infraestruturas do Tribunal de Loures não estão preparadas para receber a acumulação de comarcas e competências, «ou não seria necessário instalar serviços do tribunal em contentores, previsivelmente por muito tempo». A acrescentar a esta situação, decorrem diversas obras de adaptação, com os «naturais inconvenientes que acarretam para quem se desloca ao tribunal e para quem lá trabalha».


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Obras até final de 2015 O gabinete de comunicação do Ministério da Justiça garantiu ao NL que a situação dos contentores deverá manter-se «até final de 2015». Segundo Sara Soares, funcionária daquele gabinete, «a ampliação do Palácio da Justiça de Loures, onde ficarão instaladas as valências que actualmente estão nos módulos transitórios, deverá estar concluída até final do ano que vem». No entanto, o Ministério da Justiça alerta para o facto de que «apenas parte dos serviços, a correspondente às instâncias cíveis e trabalho, ficará em instalações provisórias, pois todas as instâncias criminais e família e menores estão instalados definitivamente no edifício». João Lopes, por seu turno, duvida do regresso breve da normalidade ao tribunal: «Ainda não é possível avaliar com algum rigor a dimensão dos impactos. Esta situação poderá demorar meses ou mesmo anos, pois os atrasos processuais nestes dias serão difíceis de recuperar com alguma celeridade.» Para o dirigente sindical, apesar de todos os alertas dados pelo SFJ, «infelizmente, não foi feito o melhor uso da informação que passámos». Mas o Ministério da Justiça apresenta outra versão, como adianta Sara Soares: «Por falta de soluções alternativas, quer em Faro, quer em Loures, apesar dos esforços que foram feitos para as encontrar, as soluções de módulos transitórios foram devidamente planeadas e do conhecimento dos tribunais locais. Em Faro, por exemplo, decorreram reuniões formais, em 2013, entre o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, a DirecçãoGeral da Administração da Justiça, magistrados, procuradores, funcionários e secretariado, visando explicar toda a situação». O mesmo se passou em relação à população, que, de acordo com o Ministério da Justiça, «foi informada das alterações ao mapa judiciário, nomeadamente no que se refere à localização das novas secções». Segundo Sara Soares, «esta informação foi prestada junto das diversas secretarias, através da divulgação de panfletos em todas as comarcas, contendo informação detalhada, que também foi disponibilizada na página electrónica da Direcção-Geral do Ministério da Justiça». Sindicato dos Funcionários Judiciais alertou Ministério No entanto, as reuniões parecem não ter surtido os efeitos desejados. João Lopes revela que há muito que o sindicato vinha alertando a tutela para as consequências da implementação do novo mapa judiciário. Segundo o delegado sindical, o SFJ propôs «mesmo a transferência faseada dos processos e instalação das novas comarcas». «E», acrescenta, «de forma muito persistente, solicitámos o adiamento da implementação do mapa, porque não estavam garantidas as condições necessárias, mas não fomos ouvidos». Como consequência, o NL sabe que os funcionários estão descontentes e a reagir mal a todo o caos que se instalou naquela comarca. Apesar da mudança física dos diversos tipos de

especialidades ter sido comunicada em Maio passado, «a alteração ou não dos diversos lugares dos funcionários foi dita somente 10 dias antes de arrancar o novo mapa judiciário», ou seja, em pleno mês de Agosto, relata a fonte do NL. «De salientar que a mudança dos processos foi toda feita á custa dos funcionários, com prejuízo, para muitos, das suas férias», acrescenta o mesmo funcionário. Ao caos nas instalações, juntou-se o caos informático, devido ao «crash» do sistema Citius, fruto das alterações introduzidas. «O tribunal está completamente parado, em virtude do sistema informático estar inoperacional, realizando-se apenas as diligências marcadas com carácter urgente e praticamente à moda antiga», revelou a fonte do Tribunal de Loures. «Faltou humildade e sensatez ao Ministério da Justiça», defende João Lopes. «Desde logo, deviam ter ouvido os alertas que foram feitos e ter consultado a anterior equipa do Habilus, que certamente conhece melhor esta situação informática do que os responsáveis actuais do IGFEJ.» Greve no Tribunal de Loures em Outubro Alertas e diligências que fazem com que o SFJ seja totalmente contra esta reforma do mapa judiciário, que, na opinião de João Lopes, «devia ter sido repensada, avaliando a sua dimensão e a ruptura que viria provocar». Para aquele dirigente sindical, esta reforma «não faz sentido no concelho de Loures, como não faz sentido no país, uma vez que o sistema que vigorava até ao dia 1 de Setembro precisava certamente de alguns ajustamentos, mas era adequado às necessidades e objectivos da Justiça». Além disso, a nova Comarca de Lisboa Norte «tem uma enorme necessidade de reforço dos quadros, assim como o preenchimento dos lugares de chefia com oficiais de justiça devidamente habilitados», sustenta João Lopes. O défice de funcionários, segundo o SFJ, «ronda já os mil – número assumido pelo Ministério da Justiça – em todo o país, já com uma redução do quadro de outros mil». Para mostrar a indignação dos funcionários judiciais face a toda esta situação, o sindicato está a organizar, durante todo o mês de Outubro, greves parciais diárias em cada uma das novas comarcas. Na comarca de Lisboa Norte, a greve será no dia 16. «Toda esta situação criou um sentimento de revolta e desmotivação nos oficiais de justiça e a nossa luta tem como objectivo exigir do Governo os meios necessários para o desempenho com dignidade da nossa função, que, como agora se revelou, é fundamental para o bom funcionamento do sistema de justiça», afirma João Lopes. «Estas greves não têm como objectivo imediato acabar com a situação, pois isso não é possível, mas se os tribunais forem dotados de pessoal suficiente e se as progressões de carreira forem implementadas, conseguiremos certamente resolver a situação mais rapidamente», acrescenta o dirigente sindical.

André Julião

O que muda em Loures com o novo mapa judiciário? O novo mapa judiciário, que entrou em vigor a 1 de Setembro, foi uma iniciativa do actual Ministério da Justiça e pretende reformar o sistema de justiça português, através da concentração geográfica e da especialização de comarcas. Divide o país em 23 comarcas, com sede nas 18 capitais de distrito e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, com um novo modelo de gestão. O objectivo principal é agilizar a distribuição e afetação dos processos e dos recursos humanos. Dos 311 tribunais existentes, 20 fecharam portas, segundo o critério estabelecido de volume processual mínimo - equivalente a 250 processos anuais - para justificar a existência de uma comarca. Foram também tidas em conta pelo Ministério da Justiça, as condições rodoviárias e os transportes para as populações. No contexto desta reforma, o Tribunal de Loures passou a Comarca de Lisboa Norte, recebendo ainda as competências dos tribunais de Alenquer, Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. Esta nova comarca recebeu igualmente, ainda que de forma provisória, o Tribunal de Comércio, que passará mais tarde para Vila Franca de Xira. Por falta de espaço nas actuais instalações, o Tribunal de Loures, assim como Faro e outras cidades, recebeu diversos monoblocos exteriores para garantir o funcionamento dos serviços da nova comarca até estarem terminadas as obras, o que deverá acontecer apenas no final de 2015.

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BREVES

Feira setecentista em Santo Antão do Tojal

Ricardo Andrade

Comissário de Bordo

Princípios Versa a expressão popular que " Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ". Talvez e de acordo com muitas ocorrências da vida pública e até mesmo da vida política portuguesa, pudéssemos acreditar que esta expressão justificaria uma forma de actuar marcada ou pela inconstância ou eventualmente pela adaptação a novos tempos. Se olharmos para a facilidade com que muitas das nossas figuras públicas adaptam o seu comportamento à "espuma dos dias" começamos a compreender que se justificam, hoje em dia, muitas alterações na postura pessoal com o evoluir da opinião generalizada. Julgo no entanto que, cada vez mais, se exige a quem tem responsabilidades públicas que compreenda que a tal mudança de tempos e de vontades deve estar sempre ligada a uma adaptação do comportamento individual à vontade popular e não ao desejo única e exclusivamente pessoal de quem deve sempre servir e não ser servido. Penso ainda que a coerência nos princípios e nos valores é, a cada dia que passa, mais importante no conjunto das características que qualquer titular de cargos públicos deve ter na medida em que, cada vez mais, existe um aumentar da exigência dos eleitores quanto à postura dos eleitos. Recorrendo a outra expressão comum acredito que, efectivamente, hoje em dia " À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta " e que a generalidade dos portugueses e dos lourenses procura sempre essa componente de seriedade naqueles em quem confia a condução dos seus destinos. Não porque julgue que dever ser mais exigente com os outros do que consigo mesmo mas porque a responsabilidade de quem tem o " peso " de decidir o futuro de uma comunidade deve estar ligada a uma forma de estar absolutamente clara e inequívoca nos valores modais fundamentais. Em suma e talvez por tudo o que escrevi nas linhas anteriores, eu acredite cada vez com mais vigor e convicção de que assistiremos nos próximos tempos a uma verdadeira valorização da coerência de valores e do respeito por princípios.

No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, realizou-se mais uma edição da Feira Setecentista e do Desfile Etnográfico, em Santo Antão do Tojal, no passado fim-de-semana, 27 e 28 de Setembro. Esta reconstituição histórica foi promovida pela Câmara Municipal de Loures e pela União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal. O programa teve início no sábado, dia 27 às 14 horas, com a chegada dos vendedores à Praça Monumental de Santo Antão, património construído barroco, para a abertura da Feira Setecentista e com figurantes - população local trajando a rigor vestuário da época. Os visitantes puderam adquirir vários produtos e divertir-se em momentos de animação e jogos tradicionais. A partir das 21 horas, decorreu o Cortejo Noturno, entre São

Nova app que pode salvar vidas

No âmbito das comemorações do Dia Nacional dos Surdos, 24 de Setembro, a Earthwnd, vem lançou a app 112, sistema de apoio de emergência em botão e videochamada para os cidadãos. Este é um sistema de teleassistência de acesso a todos os cidadãos surdos, surdos-cegos, idosos, com deficiência e sem deficiência. Uma aplicação que pode salvar vidas em qualquer hora e em qualquer lugar, em todo o mundo. Para mais informações fica aqui o website: www.app112.pt

Bairro da Castelhana legalizado

A Câmara Municipal de Loures entregou no dia 13 de Setembro o alvará de loteamento do Bairro da Castelhana, em São João da Talha, uma área urbana de génese ilegal com 861 fogos. O acto público teve lugar na Rua Alves Redol, com a presença de Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures. Com uma área de 26 hectares, o Bairro da Castelhana é a maior área urbana de génese ilegal (AUGI) de São João da Talha, sendo também a maior do concelho em dimensão, com reconversão de iniciativa dos proprietários. Trata-se de um bairro de caraterísticas residenciais, composto por moradias e dotado de redes de infraestruturas (redes de abastecimento de água, saneamento e eletricidade). O projecto de reconversão define áreas para espaços verdes e instalação de equipamentos de utilização colectiva. Próximo da Ribeira das Cachoeiras está previsto a construção de um parque

Julião do Tojal e o Largo da Fonte Monumental em Santo Antão. O desfile foi composto pelas diversas classes: nobres, clero secular, guarda, clero regular e povo. Contou com centenas de figurantes, escolta a cavalo, coche com a família Real (D. João V), carroças, gaiteiros e a figura do 1º Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida. O cortejo terminou com a cerimónia da bênção dos sinos com destino ao Convento de Mafra. No domingo, a animação começou às 10 e 30 horas com pregões, seguindo-se a leitura de poesias satíricas. Pelas 19 horas, houve um churrasco popular e às 21 horas teve lugar um espectáculo musical no encerramento da Feira Setecentista. Dois dias que nos transportaram ao passado num ambiente de festa.

urbano, com uma zona de mata, percursos pedonais e zonas de estar. No concelho de Loures estão por concluir cerca de uma centena de processos de reconversão de AUGI, sendo que 61 têm a sua conclusão condicionada à entrada em vigor do novo Plano Director Municipal. Entretanto a autarquia está a preparar a emissão de mais 10 alvarás de loteamento. Fica resolvida mais uma AUGI, um dos problemas que mais afecta o concelho, como se pode constatar pelo elevado número de processos (cerca de cem).

Requalificação de arruamentos em Unhos

Já teve início a obra de substituição das infraestruturas de abastecimento de água e drenagem de águas residuais – para posterior pavimentação – das ruas Nossa Senhora do Rosário e Cidade de Nova Goa, em Unhos. A obra, da responsabilidade da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados de Loures (SML), realizar-se-á em duas fases: a primeira, decorrerá nos próximos dois meses e é da responsabilidade dos SML, representando um investimento superior a 90 mil euros; numa segunda fase, a brigada de administração direta da Câmara Municipal de Loures irá assegurar a repavimentação das duas vias, num investimento municipal superior a oitenta e três mil euros.

CML aprova SIMAR

A Câmara Municipal de Loures aprovou, no dia 24 de Setembro, as propostas finais para a criação dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos dos Municípios de

Loures e Odivelas (SIMAR). Em reunião extraordinária o executivo camarário aprovou também a nomeação dos dois representantes da autarquia no novo conselho de administração dos SIMAR. No decorrer da discussão das propostas, Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, lembrou que "este é um momento importante na vida do concelho, sendo o fim de um processo que marca este mandato". Desta forma, acrescentou, "conseguimos garantir que a gestão pública seja a melhor para acudir às necessidades da população". Depois desta aprovação, que decorreu em simultâneo em Odivelas, o processo segue agora para as respetivas assembleias municipais, para posterior publicação em Diário da República. No dia 25 de Setembro realizou-se a primeira reunião do novo conselho de administração dos SIMAR, que aprovou os tarifários e o regulamento da empresa. O processo regressa às câmaras municipais a 8 de Outubro, para aprovação dos tarifários e do novo regulamento. Os SIMAR de Loures e Odivelas deverão estar a funcionar em pleno até 15 de Outubro.

Nova ponte sobre o Trancão causa desconfiança

A Câmara Municipal de Loures está a envidar esforços, junto da Estradas de Portugal (EP), para garantir que a obra de substituição da ponte sobre o rio Trancão, em Sacavém, não agrave o problema de cheias na zona baixa da cidade. Depois de ter sido informado sobre a consignação da nova ponte sobre o rio Trancão, o Município de Loures solicitou, de imediato, a realização de uma reunião com a EP, no

sentido de conhecer o projecto de execução e esclarecer um conjunto de questões sobre a obra. Realizaram-se, entretanto, duas reuniões entre o Município e a EP, tendo a Câmara Municipal manifestado a sua concordância com a substituição da antiga ponte sobre o Trancão – por ser uma obra necessária e há muito ambicionada pela população de Sacavém e de toda a zona oriental do concelho. No entanto, foram de imediato colocadas várias preocupações, relacionadas com o impacto desta intervenção, uma vez que importa garantir que a obra não venha a agravar o problema das cheias em Sacavém. Contudo, dos esclarecimentos até agora obtidos, não resulta que essa situação esteja assegurada, nem durante a execução da obra, nem posteriormente. Nesse sentido, o Município solicitou por escrito à EP que demonstre – de forma fundamentada – que a obra não venha a agravar o problema das cheias, nomeadamente por afectação do órgão de drenagem, designado como “caneiro de Sacavém”. A Câmara Municipal de Loures entende que esta é uma oportunidade única para resolver um grave problema da cidade de Sacavém. O Município defende que à travessia sobre o rio Trancão seja associada uma intervenção mais profunda, que contribua para a resolução do problema das cheias. No seguimento das diligências efetuadas, foram também solicitadas, com carácter de urgência, reuniões aos ministros da Economia e do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, com vista a apresentar e debater mais detalhadamente aquelas questões.


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Bruno Bengala Cartoonista

Loures

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Valorsul celebra 20.º Aniversário Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro Alerta: apenas temos 2 dias de água Passou completamente despercebido na comunicação social portuguesa, a circunstância civilizacional de, no passado dia 19 de Agosto, se ter virado, suicidáriamente, uma preocupante página na história da humanidade: o Homem passou a estar em défice ecológico com o Planeta. É uma questão magna, cuja omissão e ocultação, não me parece nada inocente. Contudo, em Portugal, anda-se entretido com os resultados do futebol, os cínicos pedidos de desculpas de ministros incompetentes e os absurdos debates Costa/Seguro. Ao mesmo tempo, perante a quase generalizada indiferença dos cidadãos, o governo português força a injustificada privatização da EGF, empresa responsável por parte importante da recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos no nosso país. A questão é que nem toda a gente sabe ou está atenta, ao facto de a EGF ser uma sub-holding da muito mais apetecível Águas de Portugal. E é exactamente a Águas de Portugal que é o objectivo a atingir, ou seja, o que se quer mesmo é privatizar a água em Portugal, numa miserável agenda ideológica que pretende privatizar tudo, mas especialmente a água, por muitos considerada o “petróleo do séc. XXI”. Como bem se compreende o epiteto de petróleo do séc. XXI não é uma denominação aleatória, antes se funda no facto de a água significar muito lucro e poder, muito poder. É isso que faz com que a água – composto químico único essencial à sobrevivência das espécies e, principalmente, da humana – seja hoje o principal foco de interesse daqueles que veem nela o principal instrumento de dominação futura. Uma nota mais, reveladora, sobre quem são os principais interessados e agitadores da marcha forçada para a privatização da água em todo o mundo: o Banco Mundial, o FMI e a União Europeia, que uma vez mais, demonstra inequivocamente ao serviço de quem se põe, sistematicamente. Em Portugal – embora muita gente inconscientemente pense que não – estamos na eminência de uma dramática escassez de água. Não é coisa de televisão que apenas acontece aos outros. Recordese que os 3 principais rios que cruzam o território nacional, Douro, Guadiana e Tejo, e que são cruciais para o abastecimento de água ao país, correm de Espanha e deixam-nos particularmente dependentes. Só temos água armazenada para 2 dias, repito, 2 dias. Ainda alguém se lembra que aqui há uns anos, Espanha reduziu substancialmente os caudais e os rios em Portugal pareciam ribeiros à beira da extinção ? Percebe-se melhor assim, porque é tão perigosa a privatização da água ? Por causa do poder de abrir e fechar a torneira para quem se quiser, quando se quiser. Paralelamente, à absoluta oposição à privatização da água, impõe-se uma campanha nacional de informação às populações sobre a necessidade de preservar rigorosamente este bem escasso e essencial, bem como tomar medidas operativas para acabar com o desperdício. Só em Loures, no final do reinado da gestão PS, as perdas na rede estimavam-se em 40%. É uma cifra escandalosa e temerária. Um governo a sério, aproveitaria o próximo ciclo de fundos europeus para fazer o que é preciso e urgente no domínio da água, enquanto recurso indispensável e tão ameaçado como está. Privatizar, como suposto instrumento de gestão, não passa de um grave crime lesa-pátria.

A Valorsul - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e do Oeste, SA, celebrou no dia 16 de Setembro, o seu 20.º aniversário. Em 20 anos de atividade, a Valorsul tratou e valorizou 14 milhões de toneladas de resíduos urbanos, produzidos por 1,6 milhões de cidadãos de 19 municípios das regiões de Lisboa Norte e Oeste. O sistema de gestão integrada da Valorsul produziu em 20 anos 4.215.864 MW de energia, o que representa uma receita de 337.067 milhões de euros, essencial para o equilíbrio do sistema e para a manutenção de uma tarifa de valorização de resíduos das mais baixas da Europa. Em 20 anos foram ainda recolhidas selectivamente 856 mil toneladas de resíduos de embalagem, que foram devidamente encaminhados para reciclagem. Foram ainda processadas 210 mil toneladas de matéria orgânica que deram origem a energia e a composto para a agricultura. Actualmente a Valorsul afirma-se como uma empresa de excelência, sustentável e socialmente responsável, dando especial importância ao incentivo de comportamentos ambientais corretos, através de diversas ações de educação e sensibilização junto da população, contribuindo desta forma para uma sociedade com

mais futuro. Esta empresa é responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos de 19 municípios da zona de Lisboa e região Oeste: Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. Segundo dados da empresa, a Valorsul valoriza mais de um quinto de todo o lixo doméstico produzido em Portugal, servindo 1,6 milhões de habitantes. Produz e exporta para a rede eléctrica 2% dos consumos domésticos nacionais. CM Loures não desiste da Valorsul A Câmara de Loures enviou à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos um pedido de parecer relativo à recusa, por parte da

Parpública, em permitir a consulta do processo de privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF). O Município de Loures invoca que a Parpública é obrigada a permitir a consulta do processo, por se tratar de um pedido no âmbito de relações entre entidades públicas administrativas, sendo a obtenção dessa informação necessária para as atribuições legais e competências da Autarquia e, ainda, porque existe interesse legítimo da Câmara – em virtude das impugnações judiciais interpostas no Supremo Tribunal Administrativo. Por outro lado, foram enviados para a ministra de Estado e das Finanças e para o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, ofícios a comunicar o desagrado do Município de Loures pelo indeferimento proferido pela Parpública.

Pedro Santos Pereira


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Loures quer gestão pública do Hospital Beatriz Ângelo Face à incerteza que paira sobre o futuro do Hospital Beatriz Ângelo, utentes e autarquia defendem a gestão pública daquele equipamento de saúde. O Governo já tem conhecimento. A queda do grupo Espírito Santo está a levantar muitas dúvidas sobre o destino de alguns dos activos e das empresas «saudáveis» daquela «holding». Um dos casos que está a levantar mais polémica é o do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, uma Parceria Público Privada (PPP) contratualizada pelo executivo de José Sócrates, entre a Administração Regional de Saúde (ARS), a Espírito Santo Saúde (ESS), empresa do grupo financeiro na altura liderado por Ricardo Salgado e a Mota-Engil. São já três as Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) pelo hospital – grupo Ángeles (México), grupo José de Mello Saúde (Portugal) e seguradora Fidelidade (dominada pelo grupo chinês Fosun) – e os utentes temem pelo futuro daquela unidade de saúde, que serve mais de 300 mil habitantes, dos concelhos de Loures, Odivelas, Mafra e Sobral de Monte Agraço. As reacções surgem de vários quadrantes da sociedade do concelho. A Câmara Municipal de Loures aprovou, em reunião de câmara do passado dia 24 de Setembro, uma moção pela gestão pública do Hospital Beatriz Ângelo. De acordo com a moção, a autarquia «repudia e manifesta a sua total oposição a qualquer alienação da posição detida pelo grupo Espírito Santo Saúde no Hospital Beatriz Ângelo, para qualquer grupo económico». A edilidade exige ainda e «reclama, junto do Governo PSD/CDS o desencadear do processo jurídico-político que conduza à gestão pública do Hospital Beatriz Ângelo». Recorde-se que o presidente da câmara, Bernardino Soares, já havia solicitado ao Ministro da Saúde uma reunião para debater a futura gestão daquele hospital. O edil relembrou, na carta enviada a Paulo Macedo, que a «Câmara de Loures sempre defendeu a construção» daquela unidade de saúde, na qual investiu mais de 20 milhões de euros, entre acessibilidades e terrenos. A moção inclui ainda um apelo «à população do município de Loures, para que se associe à exigência pelo cumprimento constitucional do direito à saúde, só assegurado em pleno por um Serviço Nacional de Saúde cada vez mais eficiente e ao serviço das populações».

Comissões de utentes temem degradação dos serviços Entretanto, as Comissões de Utentes dos Transportes de Santo António dos Cavaleiros e Odivelas e a Comissão de Utentes do Hospital de Loures já haviam enviado uma carta à Assembleia Municipal de Loures a apelar àquele organismo, assim como ao executivo camarário, que se pronunciassem sobre os prejuízos que a instabilidade em torno do hospital pode trazer à qualidade dos serviços de saúde prestados, nomeadamente no que se refere à sua qualidade e eficiência. Segundo a carta, a que o NL teve acesso, as comissões defendem que o hospital «continua a ter uma realidade de problemas e incertezas, que vão contra aquelas que são as aspirações dos seus utentes». O documento enviado pelas comissões acrescenta ainda que, «sendo o Hospital Beatriz Ângelo um equipamento público, consideramos legítimo solicitar ao governo português que denuncie a PPP, agindo na defesa do interesse nacional». As comissões acrescentam ainda que «acresce a esta situação todo um conjunto de problemas, como a escassez de transportes e o seu preço elevado, o parqueamento com tarifas exageradas e o acesso dos transportes públicos ao interior do hospital muito limitado, pondo em causa, deste modo, o direito de acesso dos utentes aos cuidados de saúde». Para as comissões, o «Hospital Beatriz Ângelo foi construído em conluio com a ARS, BES e MotaEngil, sem ter como princípio a defesa dos utentes e do bem público». Segundo a missiva, «a parceria então criada, Público/ Privada, com o BES Saúde, não visou o interesse e defesa do bem público, nem dos doentes, visando única e exclusivamente o lucro». Exigindo que o Hospital Beatriz Ângelo seja integrado na rede pública do Serviço Nacional de Saúde, mediante uma gestão pública, as comissões sustentam que a «saúde não é um negócio» e que «o Governo português deve agir na defesa do interesse nacional, eliminando as PPP na área da saúde». Isto porque, acrescenta o documento, «muitos foram os milhões arrecadados pelo BES com esta parceria» e, «com a queda deste grupo, outros estão preparados para adquirir essa parte e daí usufruírem dos lucros, à custa, não só do erário público e dos contribuintes, mas fundamentalmente numa prestação de saúde

em que o ser humano e os cuidados fundamentais ficam relegados». As comissões defendem ainda que «os doentes não podem ser considerados instrumentos de criação de riqueza para grupos económicos mexicanos, chineses, portugueses ou outros, que têm como único objectivo o lucro, agindo como abutres à espreita das decisões de um governo que tem desbaratado todos os serviços públicos». O concelho aguarda ansiosamente pelos próximos capítulos. André Julião


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ASSOCIAÇÃO

Biocoop

para quem prefere comida biológica José Reis Santos Investigador

Postais a leste

Damos aqui a conhecer uma cooperativa de produtos biológicos, um tipo de produtos cada vez com mais procura. Fica situada no nosso concelho, mais precisamente no Prior Velho. Uma opção para quem prefere produtos biológicos.

Ideias soltas sobre as eleições no PS Compreendendo por detrás das intenções do PS em organizar eleições primárias esteja a vontade de contribuir positivamente para a elevação da cultura política nacional. Procuraram os socialistas, desta maneira, simultaneamente dar resposta à falta de ligação entre a sociedade e os partidos e contribuir para um clima de abertura e transparência através da participação de militantes e simpatizantes na escolha do seu candidato ao cargo de PM, vis-à-vis as eleições legislativas de 2015. Ora a meu ver, contrariamente a estas intensões, julgo que tal processo não contribuirá para qualquer melhoria na qualidade do nosso sistema político, antes pelo contrário. Corremos, a meu ver, um risco muito elevado de assistirmos à colocação da última peça na construção de um sistema partidário personalista, clientelar e populista, ao triunfo de uma leitura oligárquica e directa da democracia, onde bastará um líder, um punhado de (bons) caciques e uma boa agência de comunicação para se montar um projecto político de Poder. É esta, pelo menos, uma das conclusões a retirar da campanha eleitoral no PS. Uma campanha excessivamente concentrada na personalidade dos candidatos – que usam e abusam do “eu” (em detrimento do “nós”) -, nos jogos de secretaria, nos ataques pessoais e em manobras de bastidores. Não conseguiu o PS, como eu esperara, transformar este acto eleitoral interno num momento de afirmação e abertura, de re-energização do partido, ou de apresentação de leituras críticas em relação à sua linha político-programática (como no caso das eleições entre Sócrates, Alegre e João Soares). Faltou debate, faltaram ideias alternativas, faltou vontade de fazer diferente, faltaram dinâmicas construtivas que envolvessem militantes do PS e simpatizantes na construção dos projectos políticos em contenda. Faltou ambição de se fazer mais e melhor, em ambas as candidaturas. E já agora, e uma vez que um dos temas da campanha tem sido a questão da transparência e separação da política dos ‘interesses’, porque não publicaram ambas as candidaturas, online, as suas contas de campanha? Não daria isso um exemplo de transparência? Ou porque não se promoveram debates online (transmitidos pelo PS), aberto a questões de militantes e simpatizantes? Pareceu-me que esta campanha apenas contribuiu (julgo que intencionalmente) para a definitiva presidencialização do nosso sistema partidário, simplificando e reduzindo a complexidade dos processos políticos a questões pessoais (e por vezes providenciais). Deseja-se, parece, uma política prêt-à-porter que não dê muito trabalho, ou que exponha em demasia. Afinal, requer tempo reunir com quem deseje colaborar num projecto político, humildade para aceitar propostas críticas e alternativas, e coragem para romper com alguns tabus e formas de estar e de se fazer política em Portugal. Mas tudo isto me parecem sinais dos (nossos) tempos. Tempos de apatia política, de acriticismo cívico e de personalizações sebastiânicas. E enquanto acefalamente continuarmos a consumir estes produtos (políticos) embalados pouco mudará na dinâmica entre a sociedade civil e a sociedade política, na qualidade da nossa democracia e na nossa cultura política (e cívica).

Enquadramento Geral da Organização A Biocoop- Produtos de Agricultura Biológica, Crl, é uma Cooperativa de Consumidores que tem como objectivo providenciar a disponibilização e comercialização aos consumidores de produtos que contribuam para uma alimentação e vida saudáveis e cuja produção respeite a natureza e promova o desenvolvimento sustentável do Planeta. Os objetivos gerais da Biocoop passam pela afirmação enquanto Cooperativa de consumidores e produtores no mercado dos produtos biológicos; ser uma referência na qualidade, credibilidade e em boas práticas ambientais; crescer de forma sustentada, desenvolvendo a oferta através de prestação de novos e de melhores serviços apoiar e incentivar a Agricultura Biológica em Portugal.

com 5 colaboradores. É o maior espaço comercial do sector e interage em redes sectoriais através de afiliações: Associação Interprofissional Para a Agricultura Biológica (Interbio), Federação Nacional das Cooperativas de Consumidores (Fenacoop) e Biocoop França (maior rede de distribuição retalhista de produtos biológicos com mais de 300 pontos de venda na Europa). Pela sua dimensão e experiência, consegue disponibilizar produtos biológicos a preços acessíveis. O que pode adquirir na Biocoop A agricultura biológica baseia-se numa série de

objectivos e princípios, assim como em práticas comuns desenvolvidas para minimizar o impacto humano sobre o ambiente e assegurar que o sistema agrícola funcione da forma mais natural possível. Na Biocoop asseguramos que todos os nossos produtos são produzidos de acordo com normas rigorosas, que visam o respeito pelo ambiente e pelos animais. A Biocoop divide-se em cafetaria e loja que oferece uma enorme variedade de frutas e legumes frescos nacionais, produtos alimentares - mercearia seca e líquida, pão elaborado com cereais biológicos lacticínios, carne, peixe, produtos congelados, alimentação macrobiótica, vegetariana e vegan e produtos não ali-

mentares- cosmética, higiene e limpeza, artigos para o lar, brinquedos e roupa (bébé, criança, homem e senhora). Lembra-se daquela maçã imperfeita de aspecto esquisito, umas pintinhas e um cheiro e sabor inesquecíveis? Pois, temos na biocoop. Como temos morangos pequenos, perfumados e …com sabor; carne de vaca e frango, tenra e com sabor a carne de vaca e frango, peixe pescado à linha que não está moído e com sabor e cheiro a mar.. Visite-nos! Estamos no Concelho de Loures, às portas de Lisboa, junto à entrada do aeroporto militar de Figo Maduro.

História da Biocoop Fundada em 1993, a cooperativa nasceu com um grupo de pessoas interessadas pelo mercado dos produtos biológicos, que há data era praticamente inexistente em Portugal. As cerca de 50 pessoas que a constituíram, tornaram-se os seus primeiros sócios, entrando com capital para a constituição da Cooperativa, que resultou no aluguer de um pequeno espaço no Chão do Loureiro-Lisboa. O aumento do número de consumidores e consequentemente da actividade da cooperativa, conduziu à necessidade de um espaço maior e a Biocoop mudouse para Figo Maduro em 1995, para instalações com cerca de 500m2. Foi no início de 2009 que, para servir os seus mais de 3.500 associados, a cooperativa alargou as suas instalações e neste momento conta com 1.000m2 e um parque de estacionamento privado para 50 viaturas. A cooperativa conta actualmente

Horário de Funcionamento:

Segunda a Sexta-Feira- 09.00 às 20.00h Sábado- 09.00 às 20.00h Domingo- Encerrado

Contactos:

Rua Salgueiro Maia, nº12 2685-374 Figo Maduro Prior Velho Tel: 21 941 04 79 Fax: 21 942 81 41 Email: geral@biocoop.pt Site: www.biocoop.pt Facebook: www.facebook.com/biocooplisboa


Freguesia

Moscavide Portela

História de Moscavide

No passado dia 3 de abril fez 50 anos que Moscavide foi elevada a vila. O nome Moscavide parece derivar do árabe maskabat, que significa «sementeira», denotando assim a grande antiguidade do sítio. Conhecem-se alusões em tempos antigos ao sítio de Busca-Vides, que eventualmente também terá contribuído para a formação do topónimo moderno. Como freguesia foi criada em 1928, fruto do desmembramento das freguesias de Santa Maria dos Olivais (Lisboa) e de Sacavém (Loures), através do decreto nº 15222, que veio a declarar a Freguesia de Moscavide autarquia integrante

do concelho de Loures. Abrangia então os sítios da Encarnação, dos Marcos e de Beirolas, envolventes da chamada Estrada de Moscavide (à qual foi buscar o seu nome), que seguia rumo a Sacavém (curiosamente a dita estrada continuou integrada na freguesia dos Olivais até hoje; a parte remanescente originou a Avenida de Moscavide, que é hoje a rua mais movimentada desta vila). Mais tarde, na década de 40 no entanto, por motivos ainda não completamente esclarecidos, a região de Beirolas, onde estava sediado um quartel do Exército, transitou para o espaço da freguesia dos Olivais,

o que confere à localidade a sua estranha configuração geográfica na parte oriental. Diz-se que a razão da passagem de Beirolas para a freguesia dos Olivais prendeu-se com o custo das comunicações telefónicas do quartel. Ficando dentro de Lisboa os telefonemas do quartel para a capital eram mais baratos. O crescimento de Moscavide conheceu duas fases distintas, primeiro o crescimento designado como primitivo no século XIX com a fundação da Quinta do Cabeço e do Parque Ajardinado, e numa segunda fase, que decorreu em meados do século XX, o que deu origem ao núcleo urbano de Moscavide

e à Urbanização da Portela. Este crescimento baseado nas duas vertentes, juntamente com o fato de Moscavide ter sido elevada a vila em meados do século XX (1964), em pleno Estado Novo, reflecte a evolução que esta freguesia foi registando ao longo dos anos. Foi graças a este crescimento que a freguesia de Moscavide, nas décadas de 40 e 50, foi escolhida para a instalação de indústrias extremamente prestigiadas, como o INDEP e a Petrogal, o que conduziu a que este território tenha recebido muitos milhares de migrantes provenientes, sobretudo, do Alentejo e das Beiras, um claro Êxodo

Igreja de Santo António de Moscavide Concluída, tal como é hoje, em 1958, a Igreja de Santo António é a Igreja Matriz de Moscavide. O construtor responsável foi Diamantino Tojal e os arquitetos António de Freitas Leal e João de Almeida, na altura seminarista e estando este, desde estudante, fortemente ligado ao MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa, que surgiu com o Concílio do Vaticano II), no qual a Igreja de Santo António está inserida. Devido à criação da freguesia de Moscavide, em 1928, houve a necessidade de fundar também uma paróquia e, por isso, construir uma igreja dedicada ao padroeiro da vila: Santo António. Ainda assim, essa construção demorou algum

tempo, sendo o documento mais antigo relativo à mesma, uma escritura de compra de um terreno onde viria a ser edificada a Igreja. Mais tarde, a primeira pedra foi colocada a 15 de maio de 1955, e após várias doações dos habitantes de Moscavide, da Companhia Nacional de Eletricidade e do próprio Estado e de inúmeras iniciativas com o objetivo de recolher fundos para a construção da Igreja, esta foi finalmente iniciada a 13 de junho de 1955. O edifício propriamente dito foi concluído um ano depois e a sua inauguração foi a 9 de dezembro de 1956, data em que teve lugar um grande cortejo, para o qual a paró-

quia teve a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa, dos Bombeiros Voluntários, do Clube Familiar Moscavidense, do Atlético Clube, entre outros. Posteriormente também foi construída, por Clemente José Cancela, uma torre sineira, a alguns metros do edifício da Igreja, tendo sido inaugurada só no final de 1958. Há ainda uma estátua de Santo António, feita pelo escultor Lagoa Henriques, que também esculpiu o crucifixo do altar-mor, em bronze. Estando inserida no Movimento de Renovação de Arte Religiosa, a Igreja de Santo António apresenta uma arquitectura muito diferente da que havia anteriormente em edifícios religiosos em Portugal. Proveniente da

Suíça Alemã, esta nova arquitectura é mais sóbria, moderna e funcional, não tendo como objetivo qualquer monumentalidade. Apesar disso, a Igreja de Santo António não pode deixar de se destacar pelo seu aspecto peculiar, devido nomeadamente a um dos aspectos pormenores que mais se acentua no edifício: o painel de azulejos da fachada, da autoria de Miguel Cargaleiro. Assim, esta igreja foi uma das primeiras em Portugal a atribuir mais importância à atividade litúrgica em si. Quanto ao seu interior, esta arquitectura confere ao altar-mor uma importância acrescida, com o seu afastamento da parede de fundo, podendo esta arquitectura ser chamada “cristocêntrica”.

Rural que, como este fenómeno deixa antever, perseguiam uma melhor qualidade de vida. No entanto, a falta de capacidade da Junta de Freguesia em dar resposta às necessidades habitacionais levou a uma especulação imobiliária que teve consequências negativas. Entre estes destaca-se a falta de espaços verdes, dos quais só resta o Jardim de Moscavide, uma vez que as necessidades habitacionais dos habitantes levaram a que os espaços amplos de outrora passassem a ruas estreitas e superlotadas. Destaca-se ainda o mau planeamento urbanístico feito no passado, cujos reflexos se fazem sentir no presente. Em 1998 a Expo 98 veio revitalizar a freguesia, assumindo um papel relevante no desenvolvimento, conseguindo atrair investimentos públicos e privados, novos equipamentos sociais e de lazer e novas vias de acesso, dando algum equilíbrio à pirâmide etária de Moscavide, constituída sobretudo por população idosa. Não obstante o seu reduzido espaço, Moscavide cresceu bastante, fazendo com que a freguesia fosse, durante muito tempo, uma das de maior densidade populacional do concelho de Loures. Este desenvolvimento populacional exagerado é ainda hoje recordado no seu brasão, através dos favos de mel que fazem lembrar o modo como a vila cresceu. Paralelamente, a vida operária deu lugar ao comércio e aos serviços, que ainda hoje são uma imagem de marca da terciarização do espaço urbano moscavidense.


Freguesia

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Moscavide Portela

No 1º ciclo demos os livros todos, de cada ano, a 60 meninos carenciados Está a terminar agora o primeiro ano de mandato. A Portela já liderava há quatro anos, mas Moscavide foi uma novidade. Quais foram as principais dificuldades que encontrou nesta Vila? Em termos de organização administrativa basta que a linha de Gestão Autárquica seja diferente para tudo estar alterado. Nós sempre trabalhámos na Portela com um rigor que não encontrámos na Junta de Freguesia de Moscavide, fase a essa ausência de rigor encontrámos surpresas, que foram fruto de uma reorganização e de uma gestão nem sempre atenta aos normativos legais e aos deveres dos autarcas. Na Portela por exemplo tínhamos cerca de 30 colaboradores e em Moscavide cerca de 90 e isso faz toda a diferença, Partindo do princípio que o número de eleitores e as estruturas são semelhantes. Depois também encontrámos na Junta de Freguesia funções que cabe à Junta de Freguesia realizar e que não tinham sustentabilidade. Que funções eram essas? Encontrámos um Centro de Dia

Social e Comunitário que tinha uma despesa quase quatro vezes superior à receita e com algumas vertentes que nem sempre caberam da maneira como estavam implementadas para uma Junta de Freguesia. Além disso tínhamos vários compromissos assumidos pelo Executivo da Junta de Freguesia que não eram comportáveis por uma gestão rigorosa. Nós tivemos um grande corte nas receitas vindas do Município e uma série de encargos que não tinham sido cumpridos com o Estado. De facto há uma coisa clara que foi a ausência de cumprimentos para com a Caixa Geral de Aposentações, contribuições das Finanças e ADSE do anterior executivo. E estamos a falar de contribuições pagas pelos funcionários e não dadas ao Estado. Veja-se agora a dificuldade que é gerir uma parte da Freguesia, a Vila de Moscavide, com um orçamento muito inferior, uma diminuição superior a 50 % em números redondos em relação a 2013 e ter uma quantia muito grande de verbas para serem despendidas para os vários locais do Estado. Tudo isto é tão pertinente que não é passado e que continua a ser

presente. Ainda este mês a Junta despendeu quase 3 mil euros, que podiam ser gastos em actividades da nova freguesia, numa penhora da Vila de Moscavide. E que penhora é essa? Tem a ver com materiais adquiridos para uma obra ou realização de uma obra que foi feita na Vila de Moscavide no Verão e já muito ligada às eleições. O senhor presidente não pagou e deve ter havido uma reclamação, que desconhecíamos, entre os fornecedores e a Junta. Os fornecedores reclamaram para o Estado e este, em função da reclamação, em vez de transferir a verba a que a Junta tem direito, retirou logo a dívida que foi assinalada. Ainda mais grave foi o não pagamento dos descontos que funcionários fizeram para a Caixa Geral de Aposentações à mesma, algo que não foi efectuado em determinados meses pelo anterior executivo. Uma situação que não nos foi comunicada na transmissão de poderes, nem ao Tribunal de Contas. Esta última situação tem tido como consequência o pagamento das pensões de reforma, por parte da Junta, a três funcionárias, que

se aposentaram entre Dezembro e Janeiro deste ano, porque os nomes das mesmas ainda não saíram em Diário da República. Tal não aconteceu ainda devido às dívidas à Caixa Geral de Aposentações, o que tem provocado uma delapidação de património à Freguesia, porque está a pagar aquilo que devia ser feito pelo Estado, em consequência do incumprimento legal do executivo anterior. Assim temos estado a pagar as pensões de reforma e ainda vamos ter de pagar as dívidas à Caixa Geral de Aposentações para que os nomes saiam em Diário da República, para que o Estado passe a pagar as reformas. Só que não vamos receber esse dinheiro de volta, portanto estamos a tentar fazer uma engenharia financeira que dê para pagar, de uma só vez, esta verba à Caixa Geral de Aposentações. Quando se candidatou às eleições quais eram as grandes prioridades para a Vila, ou seja, quais eram os grandes projectos para Moscavide? Acção social na primeira linha, cultura e lazer para todos, apoio dinâmico à juventude e comércio

local revitalizado. Neste momento sente que está a cumpri-los todos? Sim. O que se destaca no primeiro ano de mandato foi ter-se dado resposta a estes compromissos assumidos. Apesar do rigor financeiro e de tudo aquilo que fomos encontrando, não há razão nenhuma para eu e o executivo não estarmos muito satisfeitos porque nós estamos a conseguir. Nós tomámos posse a 14 de Outubro, em Dezembro realizámos o concurso de montras de Natal na Vila de Moscavide, que já contribuiu para revitalizar o comércio de Moscavide e estávamos há muito pouco tempo em exercício de funções. Depois a acção social em primeira linha e o apoio à cultura e lazer para todos. Na Portela tem uma população claramente diferente da população de Moscavide, mas a Portela já está habituada a um dinamismo cultural e desportivo, com actividades que se desenvolvem tanto aqui na sede, como no Jardim Almeida Garrett, todos os sábados, Verão e Inverno.


Freguesia

Que actividades têm sido essas? Quando dizemos que a acção social está em primeira linha e a cultura e lazer é para todos em Moscavide, é porque é verdade. Temos aquele equipamento social de eleição, que é o Centro de Dia da Junta de Freguesia, aberto a todos os residentes. Este tem tido actividades que são bailes aos domingos, durante o dia há uma variedade de actividades que passam por aulas de concertina, estimulação cognitiva, ateliê de costura criativa, aulas de cavaquinho, informática, dinâmicas de grupo e estimulação da memória, treinos de motricidade fina e grossa, ateliê de bijuteria, ateliê de artes plásticas e ao sábado vamos iniciar um projecto que se chama “Mexa-se a dançar” com serviço de almoço. Desde sempre que o Centro esteve fechado aos sábados e domingos e agora vai abrir. Além de abrir aos domingos com os bailes, vai abrir aos sábados com este projecto durante a manhã e serviço de almoço. Pela primeira vez o Centro tem uma Técnica Superior de Animação e Integração Social com preparação para estar com os idosos. O apoio dinâmico à juventude, posso afirmar que Moscavide não é só idosos. Aquilo que eu posso dizer é que quando eu e o executivo iniciámos funções, alguns idosos de Moscavide tinham alguma protecção pelo facto de serem idosos. Neste momento por um lado alargámos estas actividades a todos, mas já conhecemos a população jovem e posso dizer que as sessões de cinema, o festival de concertinas, que decorreu no mês de Julho e algumas outras actividades têm a presença de jovens. As duas actividades mais flagrantes foram os espectáculos na noite da Feira Saberes e Sabores e no “Sunset”, onde o programa da noite teve centenas de casais jovens. Durante o mês de Junho tivemos um programa muito engraçado que foi levar as crianças até aos doze anos à praia, eles iam almoçar ao Centro de Dia e toda a tarde interagiam com os idosos, fazendo actividades, foi damas, xadrez, dominó, adivinhas e portanto aqueles meninos conheceram uma realidade e vão ser fregueses e clientes do Centro de Dia, ou seja, é uma nova visão do estar a trabalhar numa freguesia. Já falou do “Sunset Moscavide”, como o define? O “Sunset” revitalizou claramente o comércio de Moscavide, são muito poucos os que não reconhecem isso. Os comerciantes vieram dizer-me que o negócio tinha sido muito superior ao normal. Houve pessoas que são de Moscavide, mas não vinham cá há muitos anos e agora regressaram por causa deste evento, o que gerou um encontro entre pessoas que não se viam há muito tempo. Além dos comerciantes que estavam satisfeitos porque viram entrar pessoas nos seus estabelecimentos que nunca lá tinham entrado. Por isto

Moscavide Portela

tudo tinha que deixar marcas. Não lhe parece que foi este evento que chamou tanta gente e no futuro tudo poderá voltar a ficar como estava antes? Não tenho dúvidas que a Avenida de Moscavide cada vez mais é uma Avenida que ao sábado tem muita vida. Não tenho dúvidas que algumas pessoas que estiveram no evento que ficaram a conhecer o comércio e não conheciam ou já não se lembravam que existia e tenho a certeza que isso se vai reflectir mas também não é uma coisa que se vai reflectir de hoje para amanhã. Mas com a repetição deste evento e de outros criar-se-á uma habituação, ou seja, o comércio vai começar a ser mais visível e a pouco a pouco nós vamos lá. Acha que Moscavide pode ser um género de Campo de Ourique? Sim, porque as lojas parecem ser antigas mas os produtos são de qualidade. Temos mercearias com produtos gourmet, temos lojas de moda com as últimas colecções saídas, portanto a fachada é ilusória. Já se falou do passado, agora estamos a falar do presente e para o futuro quais são as suas prioridades, tanto para Moscavide como para a Portela? Ainda dentro do presente, dentro da área social, juntando a freguesia toda, começou a escola e nós gastámos quase cinco mil euros em reparações, cumprimos aquilo que está no acordo de execução da Câmara, mas bem. Fizemos uma gestão rigorosa. No 1º ciclo demos os livros todos de cada ano a 60 meninos carenciados, cujas famílias nos pediram. Fizemos a entrega dos livros e foram quase 4 mil euros, com os 5 mil atrás referenciados perfaz 9 mil. Mais 4 mil euros para pôr um parque infantil novo, porque o antigo não cumpria as normas de segurança na Creche/ Jardim de Infância que entretanto passou a ser responsabilidade deste executivo. No Centro de Dia investimos entre 15 a 18 mil euros, porque nunca tinha tido manutenção. Depois as actividades que nós temos aos sábados, domingos e dias de semana no apoio aos idosos, como ir buscá-los a casa, medicamentos, levá-los aos hospitais, proporcionar-lhes o filme, o teatro e as visitas a outras localidades. Tudo isto bem gerido e para todos, que é esta a grande aposta deste executivo, já lá vão mais de 20 mil euros, portanto é necessário uma engenharia financeira, um enorme rigor, uma diminuição em despesas supérfluas, uma diminuição em gastos que dêem proveito a nós próprios, colaboradores de Junta, para em prol da população ter estas preocupações e no futuro manter isto tudo. Vamos continuar a ganhar sustentabilidade na nossa gestão financeira e vamos continuar a dar prioridade às quatro áreas com que nos comprometemos. No futuro temos eventos pre-

parados já para o Natal, tendo em conta o comércio tradicional e também toda a dinâmica da Portela. A 1ª Feira de Saberes e Sabores de Moscavide é para repetir, recuperando assim uma tradição que tinha sido abandonada. Vamos continuar a tentar que a Vila de Moscavide seja uma Vila e não um Bairro, recuperando as tradições antigas. Já demos um grande enfâse às festas de Santo António e colaborando com quem nos pediu, concretamente com a Igreja e os Escuteiros. Vamos também abrir e manter o Centro de Dia Social de Moscavide a todos os fregueses que queiram. O Centro de Dia tem, por exemplo, um serviço de tratamento de roupa aberto a todos, pois não tem lógica que eu tenha vários casais jovens em Moscavide ou de idade menos nova e que este serviço seja apenas para idosos com algumas características. E é aberto a todos? Vai ser aberto a todos, o que implica uma mudança do quadro normativo. É pago a quantias irrisórias porque é um tratamento de roupa, não uma lavandaria. Se eu disser que a conta da electricidade do Centro de Dia ronda sempre o mil euros por mês, dá para perceber que lucro não dá, porque o tratamento de roupas tem de ter máquinas de lavar, de secar e engomadoras. Dentro do comércio há algo previsto para o mercado? Em parceria com o Município e Vereador, que tem colaborado muito connosco, temos tido algumas reuniões. O mercado é para ser activado mas, independentemente dos projectos, todos têm a cobertura limpa, melhor luz, uma série de obras, tem recolha de lixo. Antigamente os “restos” de peixe e carne também iam para o mesmo sítio dos resíduos orgânicos e, neste momento, estamos na fase final de assinar um protocolo com uma empresa para vir buscar esses restos, pois isto era uma coisa obrigatória que

nunca foi feita. O mercado é a nossa preocupação neste futuro próximo e vamos reanimá-lo continuando com a parceria do município. E a reanimação passa por manter o que já existe ou não? Temos que abrir áreas novas, mas também manter as áreas já existentes. Vai ter de haver uma mudança de horário, porque aqueles estabelecimentos que estão abertos até às 13 horas não servem os trabalhadores. Porque um trabalhador chega tarde a casa e quando quer ir às compras para casa está tudo fechado, portanto é uma aposta que vamos fazer. Mas há mais projectos? Temos o projecto “Alimentarte” na Creche/JI, onde todas as sobras das refeições são partilhadas com funcionários ocasionais da Junta, que são carenciados. Nestes meses partilhámos 250 pratos principais, 200 sopas e 200 pães. É bom saber que tudo aquilo que sobrou das refeições das crianças não vai para o lixo. Vamos continuar com o projecto da recolha e distribuição de alimentos, trabalhando com a parceria do mercado. Melhorámos muito a componente de ajuda à família, que é outra estrutura que nasceu na Vila de Moscavide. Esta tem muitos casais novos com crianças, em que as mães vão cedo para o trabalho e depois chegam tarde a casa. Nós vamos buscar as crianças à escola e damos-lhes uma merenda de manhã e à tarde, com o apoio do Município, porque nem sempre as refeições da escola são suficientes. Esse complemento é gratuito, ou tem algum custo? Gratuito, mas é feita uma avaliação criteriosa. Tento em conta que tanto Moscavide como a Portela têm duas igrejas de referência a nível nacional, de que forma isso pode potenciar o turismo dentro desta Freguesia?

Se de facto o concelho de Loures fizer roteiros globais virados para os percursos turísticos, não tenho dúvidas que as duas igrejas vão ser colocadas nestes percursos. Agora com o metro a chegar a Moscavide tudo se torna mais simples, para que haja um aumento de visitantes nestes dois locais. Em termos de segurança como classifica esta freguesia? Média com uma agravante. É que os fregueses não nos dão conhecimento dos assaltos, o que poderia reforçar as nossas conversas com as entidades competentes. Nós tínhamos uma esquadra em Moscavide e, neste momento, temos um posto de atendimento, além da esquadra de Sacavém. Da parte dos agentes é feito o possível e o impossível para nos darem respostas, mas para isso a freguesia tem de nos dar conhecimento do que se passa para que possamos reivindicar. Em relação às outras freguesias quais são as grandes virtudes de Portela e Moscavide em função do concelho? É uma freguesia com uma bela qualidade de vida. A requalificação de algumas habitações em Moscavide está a ser uma obra de qualidade, pois Moscavide não tem só casas antigas, ou pior, casas velhas. Tem casas antigas requalificadas e as pessoas que vivem em Moscavide gostam de cá viver. Moscavide está muito mais linda, tem passeios permanentemente varridos e lavados, transportes, entrada do metro, tem comércio tradicional sem haver necessidade de nos deslocarmos para Centros Comerciais. A zona da Portela tem muita qualidade, anda-se a pé, tem espaços verdes, tem parques infantis, tem escolas com qualidade, dentro da Portela há o Centro Comercial que é mercearia e loja de roupas tradicionais. São qualidades que não se vêem nas freguesias vizinhas.


Freguesia

Moscavide Portela

História da Portela força centrífuga, que possibilitasse o encontro das pessoas num mesmo local. Por outro lado, ordenamento territorial proporcionaria uma gestão mais eficaz. Muitos aspectos do projecto inicial ficaram por concretizar ou, com o passar dos anos, relevaram-se desajustados. Ficaram por criar equipamentos culturais e desportivos mais diversificados, bem como passadeiras aéreas que permitissem uma circulação mais segura, Previa-se uma população inferior àquela que veio a existir, e o modo de vida actual tornou insuficientes algumas infra-estruturas, como os parques de estacionamento. Estima-se que residam na Portela cerca 12 mil pessoas (previsão inicial de 18500 habitantes). Memórias de um padre

A Urbanização da Portela deve o seu nome à proximidade com o aeroporto de Lisboa. Construído nos anos trinta, este aeroporto instalou-se na área onde existia um aglomerado habitacional de características agrícolas chamado Portela. Também a nossa urbanização, projectada na década de sessenta, se desenvolveu em terrenos onde outrora havia um conjunto de quintas, dedicadas à produção agrícola, com frondosas casas senhoriais. Hoje, não existem quase vestígios desses

tempos, com excepção da Quinta da Vitória, da qual resta ainda o antigo palacete, recuperado para as instalações da Universidade Internacional, Além da Quinta da Vitória, a Portela construiu-se sobre a Quinta do Casquilho, do Carmo, da Alegria e do Ferro. Desta última, ficou ainda o muro que delimitava a oportunidade. A génese da urbanização Em 1965, foi aprovado o projecto de urbanização desta área, pelo Ministério das Obras Públicas,

embora o início da sua construção tenha sido nos anos 70. O loteamento da zona ficou a cargo de Manuel da Mota, principal responsável por todo o projecto. Não houve expropriações durante todo o processo, uma vez que se tratava de um empreendimento particular. A Urbanização da Portela foi concebida à imagem da cidade de Brasília, e foi o primeiro bairro em Lisboa com ordenamento de território. A ideia de organizar os prédios em torno de um pólo comercial era a de criar uma

Igreja de Cristo Rei da Portela O Complexo Paroquial foi projectado em 1981 pelo Arquitecto Luiz Cunha. A construção iniciou-se em 1988 e foi concluída em 1992. A dedicação e inauguração da Igreja foram presididas por Sua Eminência o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro, em 15 de Novembro de 1992, sendo pároco o Cónego João Rocha. Um pároco que teve uma acção determinante na motivação da comunidade, levando-a a colaborar activamente no projecto de construção, tal como no acompanhamento que deu à obra. Além do templo, estão incluídas infra-estruturas logísticas que suportam actividades religiosas, culturais e sociais. No conjunto das várias construções que servem estes fins englo-

bam-se amplos espaços livres que se assemelham a pracetas urbanas. No espaço dedicado ao templo, seguiu-se a directiva das últimas reformas litúrgicas, que privilegiam a zona do altar, visível de qualquer um dos 800 lugares sentados que constituem a capacidade da Igreja. O revestimento das paredes em tijolo, além de contribuir para as excelentes condições acústicas, procura evocar a tradição dos templos cristãos dos antigos centros religiosos mediterrânicos. A imagem de CristoRei do Universo, que ocupa um lugar de destaque no presbitério, é da autoria da Escultora Eloísa Nadal Byrne; os painéis de mosaico (representando a História da Salvação) e as esculturas em mármore com os sím-

bolos dos quatro evangelistas foram desenhados pelo Arq. Luiz Cunha, tal como a Tapeçaria da Zona do Presbitério; o Painel do Baptistério foi criado por Emília Nadal. Estão colocados à veneração dos fiéis as imagens de quatro santos portugueses, esculpidas por José de Sousa Fontes, e que testemunham uma forma especial de vivência da fé cristã: Santo António de Lisboa, Santa Isabel de Portugal, São João de Deus e São João de Brito. No altar de Nossa Senhora de Fátima, foram recentemente colocadas as imagens dos Pastorinhos (Jacinta e Francisco) beatificados em Maio de 2000 por Sua Santidade o Papa João Paulo II.

O Padre Manuel Gonçalves foi o primeiro Prior da Portela. Veio para O Seminário dos Olivais a convite do Patriarcado de Lisboa, para construir uma comunidade cristã, em 1975. Quando o Padre Manuel Gonçalves chegou ao bairro, a Portela estava ainda numa fase embrionária. «Isto era uma ilha entalada entre o RALIS e Moscavide». Nesta época, os transportes públicos não chegavam à Portela. O crescimento da Portela dá-se depois da construção do Centro Comercial, que o Padre lembra ter um projecto «mais arejado». O Prior recorda ainda a existência de uma taberna, perto do Centro, no local onde hoje é a Igreja. A construção da Igreja era algo ainda muito distante, nos primeiros anos da Portela. A comu-

nidade cristã foi criada a 30 de Novembro de 1975, e a primeira missa foi celebrada na Igreja do Seminário, no primeiro domingo do Advento do ano seguinte. Durante muitos anos, o Seminário serviu de sede à comunidade cristã portelense, que se veio a construir como paróquia do Cristo-Rei. O nome deve-se ao próprio Seminário, também chamado da mesma forma, por ter sido baptizado pelo Cardeal Cerejeira, muito devoto ao CristoRei. O primeiro peditório para a comunidade cristã foi de quarenta escudos: «Não dava nem para as velas!» Como habitante antigo da Portela, o Padre Manuel Gonçalves lembra-se que o primeiro telefone público foi o do Seminário. Recorda também a primeira loja do Centro, pertencente à D. Aida, que abriu na época do Natal como venda de bacalhau. Actual Portela A urbanização da Portela sofreu grandes transformações desde então. A população ronda hoje os 12 mil habitantes distribuídos por cerca de 5500 fogos, criou-se uma rede transportes públicos, surgiram várias escolas, algumas delas já desaparecidas ou restruturadas. Em 1985, a Portela, na sequência de uma luta política protagonizada pelo Dr. Ângelo Correia, e apoiada pela população, tornou-se freguesia, deixando de estar dividida entre Moscavide e Sacavém. Em 2013 com a reorganização autárquica juntou-se a Moscavide, tornando-se na União das Juntas de Freguesia de Moscavide e Portela.


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CULTURA

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Paisagens & Patrimónios Florbela Estêvão

Arqueóloga e museóloga

Considerando que estamos no mês de outubro, pareceu-me, neste breve apontamento mensal - onde procuro divulgar valores históricos, paisagísticos e, em geral, patrimoniais do território do município de Loures -, que não poderia deixar de dar destaque a um acontecimento histórico que ocorreu no concelho, e, particularmente na actual cidade de Loures, há mais de cem anos. De fato, irei abordar a implantação da República aqui em Loures por uma Junta Revolucionária, evento que ocorreu a 4 de outubro de 1910, ou seja, um dia antes da sua eclosão a nível nacional. Foi, sem qualquer dúvida, um acontecimento que ficou a distinguir esta comunidade, ou, pelo menos, alguns dos seus líderes, situando este território, à época predominantemente rural, num contexto inovador de movimentos nacionais e internacionais. Diga-se porém que, na região de Lisboa, outros locais também anteciparam a sua adesão à República um dia antes da data de 5 de outubro, como foi o caso de Almada e da Moita. Vários factores podem explicar estas antecipações. Por um lado, os movimentos locais republicanos reuniam-se em segredo, e não haveria na altura uma estrutura de comunicação eficaz entre eles, levando a algum desacerto na acção. Assim, no caso de Loures, quando se soube que a Calçada de Carriche tinha sido bloqueada, e também que havia

Quem hoje atravessa o pequeno Largo do Chafariz, no centro de Loures, dificilmente imagina a dimensão dos acontecimentos aí ocorridos no início do século passado, nomeadamente em termos de movimentação da população. Nessa altura Loures era um aglomerado urbano ainda relativamente pequeno; estendia-se desde o Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte até à Igreja Matriz e Casa do Adro. Entre estes dois limites, o casario era interrompido por propriedades agrícolas; na malha urbana mais densa, junto ao núcleo onde se situam agora os Paços do Concelho, o Largo do Chafariz (onde então estava o Centro Escolar Republicano), tinha naturalmente uma impor-

escaramuças em Lisboa, deduziu-se que o movimento desencadeado estava vitorioso. Como é sabido, os ideais republicanos tinham uma forte adesão em elites culturais nacionais que consideravam a monarquia como instituição moribunda e portanto incapaz de governar o país. Este carecia de urgente desenvolvimento, capaz de diminuir um profundo fosso entre a população pobre, quase miserável, que era maioritária, e um pequeno núcleo pertencente à nobreza e à alta burguesia, que vivia faustuosamente, mostrando-o de forma ostensiva. Tal minoria controlava os órgãos de decisão a todos os níveis, atrofiando um país que, situado na Europa e no início do século XX, não acompanhava os padrões de desenvolvimento dos seus parceiros continentais. Aquelas elites republicanas pertenciam sobretudo a meios urbanos, nomeadamente das cidades de Lisboa e Porto; mas também tinham implantação nas zonas industriais, ao nível do operariado, como facilmente se compreende, dada a exploração de que esta classe era alvo. No caso concreto do concelho de Loures, uma zona essencialmente rural, como já foi referenciado, mas que tinha conseguido a sua autonomia administrativa em 1886, existia uma burguesia ligada à exploração agrícola, a pequenas indústrias e a acti-

vidades comerciais. Quando se analisa quem foram os líderes do movimento republicano no concelho, ou seja, os elementos que fizeram parte da chamada Junta Revolucionaria de Loures verifica-se claramente qual a sua origem social. Assim, no dia 4 de outubro de 1910, os republicanos locais, seguindo o que estava planeado ao nível do movimento que visava derrubar a monarquia, trataram também de pôr em execução o plano combinado. Reuniram-se no antigo Largo do Chafariz (actual Largo 4 de Outubro), onde se situava o Centro Escolar Republicano. Foi neste local que alguns membros do movimento aguardaram o desenrolar dos acontecimentos; entretanto a eles se foram juntando na rua diversos habitantes locais. Foi então eleita a Junta Revolucionária constituída por oito homens, que acompanhados por outros elementos da população, se dirigiram à Casa da Guarda dos Paços do Concelho, na altura situados na Rua Azevedo Coutinho (actual Rua da República), e forçaram à rendição os guardas da Polícia Civil de Lisboa. Ocupando essas instalações sem encontrar resistência, e tendo controlado também outras repartições públicas, hastearam depois a bandeira verde e rubra no edifício da Câmara, a cuja varanda principal o cidadão Augusto Herculano Moreira Feyo anunciou à população, pelas três

horas da tarde, que a República tinha sido implantada em Loures. Gerou-se grande entusiasmo entre todos os que presenciaram estes acontecimentos e, no dia seguinte, tendo chegado a confirmação da vitória republicana na

capital e no país, houve foguetório, grandes manifestações de júbilo, e, à noite, iluminados os Paços do Concelho, a alegria generalizou-se a toda à população com vivas à República!

Junta Revolucionária de Loures (imagem que foi cedida pelo Centro de Documentação Anselmo Braamcamp Freire). Em pé (da esquerda para a direita): Jacinto Duarte, encarregado do Setor Operário da Câmara Municipal de Loures; Joaquim Veiga, escrivão das Finanças; Manuel Raso, padeiro; e Joaquim Augusto Dias, comerciante. Sentados (da esquerda para a direita): António Rodrigues Ascenso, ourives e relojoeiro; Augusto Herculano Moreira Feyo, farmacêutico; e José Paulo d’Oliveira, comerciante e regedor. Está omisso nesta foto o oitavo elemento, o José Ferreira Cleto.

tância relativa maior que hoje. Apesar do seu carácter urbano modesto, Loures era então um município com alguma importância económica, notória ao nível dos impostos ali cobrados. E embora a indústria não tivesse um peso muito significativo, havia pequenas oficinas e fábricas, destacando-se, de maior dimensão, a Fábrica de Loiça de Sacavém, e a Fábrica de Papel da Abelheira, esta última ainda hoje em laboração. O operariado que trabalhava nestas unidades fabris aparentemente aderiu à nova realidade republicana liderada pelas elites culturais burguesas que defendiam ideais que eram expressos em nome da vontade colectiva de todo o povo. Largo do Chafariz, cidade de Loures (foto de FE)


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Ninho de Cucos

Prefab Sprout

Enormes na Europa, quase ignorados na América! João Alexandre Músico e Autor

A música será porventura um dos últimos focos de resistência ao poderio avassalador da globalização. Não serão muitos os exemplos. Ainda assim significativos se atendermos à influência de uma banda como os Prefab Sprout na música popular do final do século XX. Os Prefab Sprout nascidos em 1977 em Inglaterra, Newcastle, são uma das bandas mais amadas e aclamadas da pop dos anos 80 e 90 mas não experimentaram mais que um pequeno sucesso nos tops americanos da época. Curiosamente parte das suas vidas passou-se exatamente na América mas sempre afastados das luzes da ribalta e do culto e devoção dos seus fãs. Paddy Mcaloon o vocalista e compositor é justamente referenciado como um dos mais brilhantes compositores da sua era e ao qual se associam não raras vezes os nomes de Elvis Costello ou Morrissey. O 1º álbum datado de 1984 e intitulado “Swoon” é apontado pelos críticos como um trabalho cheio de canções elaboradas, com letras impenetráveis e inflexões musicais que lhe conferem um charme próprio, que só se revela após algumas audições e onde “há mais ideias por compasso que em qualquer álbum dos tops de vendas desse ano”. Logo a seguir à edição de “Swoon” o trio formado por Paddy na voz, guitarra e piano, o seu irmão Martin no baixo e Wendy Smith uma fã do início passa a quarteto com entrada de Neil Conti para a bateria. Num rasgo decisivo a banda contrata Thomas Dolby para a produção do 2º álbum, o clássico “Steve McQueen” (nos Estados Unidos intitulado “Two wheels good” devido a divergências com a utilização do nome do actor falecido). Além de produtor, Thomas Dolby contribui igualmente em Steve McQueen com os seus teclados para enriquecer a sonoridade dos Prefab Sprout, amaciando as tais inflexões musicais e o som mais cru do 1º trabalho. A escrita continua densa mas já não impenetrável e Dolby tem um enorme peso na pop sofisticada, como se de um cruzamento actualizado de Paul McCartney com Burt Bacharach se tratasse e a produção é refinada e luxuosa, característica de boa parte do som dos Prefab Sprout, bem patente em temas como “Apettite” e “When loves break down” um dos sin-

les que teve 4 lançamentos em momentos diferentes até se tornar de facto um êxito. É em 1988 que chega “From Langley Park to Memphis” o 3º álbum de originais, que inclui ainda Thomas Dolby na produção e uma vasta equipa de técnicos e músicos convidados que vão desde Stevie Wonder, até Pete Townshend ou ao nosso Luís Jardim na percussão. O tema “The king of rock n’roll” que abre o disco, rapidamente se transforma num êxito massivo no Reino Unido e em conjunto com os temas “Cars and girls” e “Hey Manhattan” levam o grupo a atingir o estatuto mais elevado nos Estados Unidos, longe contudo das expetativas mais optimistas. Seguem-se em 1989 “Protest songs”, um álbum que na verdade havia sido escrito em 1985 e que funcionou como a edição de material não selecionado para “Steve McQueen” e que comprova que Paddy Mcaloon não consegue fazer más canções e em 1990 “Jordan: The Comeback”, que McAloon descreve como um álbum conceptual sobre Jesse James e Elvis Presley, aclamado pela crítica mas infelizmente um fracasso comercial nos EUA que nem uma produção exuberante e muito cuidada o conseguiram evitar. A história não acaba aqui apesar de alguns fãs de velha guarda se divorciarem neste momento da banda, o que é talvez injusto porque apesar da edição irregular os Prefab Sprout lançam ainda “Andromeda Heights” em 1997, “The gunman and other stories” em 2001, “Let’s change the world with music” em 2009 e “Crimson/ Red” no final do ano passado que completam a discografia até à data e em qualquer dos casos nunca baixam a fasquia e jamais colocam em causa a qualidade de composição e evolução de Paddy Mcaloon como cantor e criador de pérolas que deixamos na playlist a seguir. Que o digam Rufus Wainwright, Belle and Sebastian ou Ben Folds! Aos 57 anos, Paddy Mcaloon o mentor e a força dos Prefab Sprout, confessou ao The Guardian que continuará a fazer a música que quer, mesmo sem público e corrigiu o seu posicionamento outrora demasiadamente modesto para um “…I clearly didn't realise what a megalomaniac I am”. É legítimo!

… When love breaks down The things you do To stop the truth from hurting you When love breaks down The lies we tell They only serve to fool ourselves… In "When loves break down" do album «Steve McQueen»

Playlist 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Appetite Cars and girls Goodbye Lucille #1(Johnny Johnny) When love breaks down We let the stars go The king of rock n’roll Life of surprises Faron young

Clark em destaque na TVI

Pedro Tavares no Vila Galé Ópera

Os Clark, a banda de Joao Alexandre, Marco Carvalho, Miguel Sapateiro e Bruno Fernandes continuam na senda de um cada vez maior reconhecimento sustentado em passos e conquistas alcançadas com o último trabalho. O álbum "Bipolar" segue o seu percurso de afirmação com mais de 12.000 downloads/streaming em todo o mundo. Deste álbum destacam-se dois temas sincronizados em duas telenovelas portuguesas, actualmente em exibição na TVI. O tema "Brilho assassino" faz parte da banda sonora da novela "Mulheres" e o tema "Peculiar" integra com destaque a novela "Jardins proibidos".

O tenor Pedro Tavares canta e encanta todas as sextasfeiras, pelas 21 e 30 horas no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. Habitante do concelho, Pedro Tavares iniciou-se nas lides musicais, na ordem de São Francisco Xavier aos 15 anos, continuando mais tarde a sua formação em solfejo e piano no Conservatório regional de Loures. Um ano depois, apenas com 16 anos, integra o Coro de Santo António dos Cavaleiros como tenor, sob a regência do maestro José Rocha. Aos 19 anos entra para o Teatro Nacional de S. Carlos, nas aulas de educação vocal sob a orientação do professor e maestro Cortes Medina, com quem trabalhou nove anos. Continuando a investir na sua carreira musical frequenta em 2001 um Master Class de canto, realizado pela Escola

Pode ouvi-los em http://youtu. be/BJ9_3z3VXaA ou www.youtube.com/user/FarolMusica ou www.facebook.com/clarkoficial

Profissional de Música de Almada com o maestro e professor Helmut Lips. Em 2002, participa num workshop de Canto Gregoriano em Évora organizado pela Escola de Música da Sé de Évora. Durante um ano teve aulas de “Aperfeiçoamento do Canto Lírico” com a professora Anabela Duarte. No ano de 2003 Pedro Tavares integra a Banda Sinfónica da PSP, ao ser convidado pelo subintendente Ernesto Esteves, o maestro titular à época. A não perder, para quem gosta de uma boa voz.


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CULTURA

AGENDA

CULTURAL Festas da Portela - dias 3, 4 e 5 de Outubro Tasquinhas, animação musical e espaço infantil

Art Music Fest dias 3, 4 e 5 de Outubro no Castelo de Pirescoxe Comemorações do Dia Internacional da Música, 17º aniversário da agita, animação musical e infantil e stands de artesanato 3 de Outubro 22:00 - Skool Daze 00:00 – Acromaniacos 4 de Outubro 17:30 - Sunset «Dj Thruster» 22:00 - d´O Jorge 23:30 - Martim Vicente 5 de Outubro 17:00 - Rancho Folclórico da Bobadela - Rancho Folclórico do Bº da Fraternidade - Rancho Folclórico da Sociedade 1º de Agosto 21:30 - Noite de Fados «guitarra e voz, escola de fado» Entrada livre

XVIII Encontro de poesia e a exposição de arte sénior - 4 de Outubro

Comemorações do mês do idoso no Parque da Cidade de Loures. No dia 31 realiza-se um grande baile com a orquestra ligeira do Clube União Recreativo de São Julião do Tojal e o grupo “Alma Viva”.

Jantar Concerto do tenor Pedro Tavares 4 de Outubro 20:45h – Sociedade Velha Filarmónica Riachense

Loures Fashion Design 4 de Outubro em Santo Antão do Tojal

Loures Fashion Design é um evento que vai reinventar conceitos de moda em Loures, no dia 4 de outubro, pelas 21 horas, no Largo Monumental, em Santo Antão do Tojal.

Festival o bairro i o mundo - 3, 4 e 5 de Outubro

Urbanização Terraços da Ponte / Quinta do Mocho - Sacavém. Intervenções artísticas dos mais prestigiados writers nacionais, concertos, teatro, stand up e workshops

Festa do Vinho e das Vindimas 10, 11 e 12 de Outubro

Bucelas, Capital do Arinto, pronta a receber milhares de visitantes para mais uma Festa do Vinho e das Vindimas. Durante três dias não vai faltar animação nas ruas de Bucelas, com muita música, gastronomia e, claro, o tradicional desfile etnográfico.

Baile D'Outono - 31 de Outubro 21:30h - Parque da Cidade "Pavilhão de Macau"

4º Bobadela Vila Rock

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CULTURA

47.ª Festa do Folclore na Bemposta Rodrigo Moreira

Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva

Notícias com ossos O Cárpico… Uma das afecções mais comuns na população em geral é a síndrome do túnel cárpico. Chama-se “a síndrome” (ou o síndroma) ao conjunto de sintomas e sinais que caraterizam determinada doença, e, neste caso, “do túnel cárpico” porque a sua génese ocorre num canal osteoligamentar localizado na transição punho – mão, e cujas paredes são formadas em parte pelos ossos do carpo. Neste túnel caminham diversas estruturas: os tendões flexores dos dedos e o nervo mediano, aquele que confere sensibilidade na maior parte da palma da mão e que inerva determinados músculos da mesma. Quando este canal começa a ficar “apertado” sobretudo devido ao espessamento do ligamento anular do carpo, as estruturas nele contidas entram em sofrimento progressivo. O nervo como tecido mais vulnerável a esta compressão é o primeiro a manifestar o seu sofrimento e desta forma as suas funções vão ficando comprometidas e dar sintomas e sinais próprios. Do ponto de vista epidemiológico esta neuropatia compressiva afecta sobretudo indivíduos com trabalho manual marcado, sendo o sexo feminino claramente o mais afectado. Clinicamente apresenta-se com sintomatologia de agravamento progressivo ao longo de meses ou anos, caracterizada por formigueiros nos dedos com distribuição anatómica característica, acompanhados de dor de agravamento nocturno e sensação de falta força. Nas situações mais arrastadas e instaladas a atrofia muscular da mão torna-se evidente e, é sinal de cronicidade. O diagnóstico é eminentemente clinico, isto é, a história clinica assente nas queixas ao longo do tempo, complementadas por alguns testes específicos fazem o diagnóstico. O recurso a exames complementares mais concretamente o electromiograma permite caracterizar o comprometimento do nervo e confirmar a suspeita clinica. Salvo as raras excepções nas quais a síndrome é secundária a causas transitórias (ex. gravidez), o tratamento definitivo é cirúrgico e caracteriza-se pela libertação do nervo mediano que se encontra comprimido. Trata-se de uma cirurgia de complexidade relativamente reduzida, de recuperação fácil, e sobretudo de resultados imediatos no alívio dos sintomas, pelo que é muito gratificante quer para o cirurgião quer para o doente.

A 47.ª Festa do Folclore e da Cultura Popular da Bemposta em Bucelas comemorou-se no dia 6 de Setembro, pelas 21 horas, com a entrega de lembranças. Contou com a actuação dos grupos: Rancho de Folclore e Etnografia “Os Ceifeiros da Bemposta” (Loures); “Rancho Folclórico de Perosinho” (Vila Nova de Gaia); “Rancho Folclórico de Paranhos da Beira” (Seia) e o “Grupo Etnográfico de Danças e Cantares da Nazaré”. Segundo o Presidente da Junta de Freguesia de Bucelas, Élio Matias, a comemoração da Festa de Folclore é importante, porque “ é algo com uma tradição de grande

data”. Sublinhou ainda que “é uma festa que representa a cultura e a região, e dános a conhecer os hábitos e costumes da cultura saloia. O intercâmbio que há entre grupos permite que o nome de Bucelas percorra todo Portugal”. “O Folclore permite demonstrar a cultura, tradições, hábitos e costumes vividos no passado. Apesar de as músicas serem parecidas cada terra dança à sua maneira, dependendo das suas origens”, sublinhou o Presidente da União das Freguesias de Serzedo e Perosinho, João Morais. Luísa Barbosa e Vítor Barbosa conheceram-se

no Rancho de Folclore e Etnografia “ Os Ceifeiros da Bemposta” há 47 anos e hoje são casados. “A existência de grupos de folclore é fundamental para que o passado não seja esquecido”, afirmou o casal. No entanto, sentem que há cada vez menos pessoas a assistirem a espectáculos de Rancho de Folclore. O grupo “Os Ceifeiros da Bemposta” tem como representações o abegão, os cantares ao desafio, as cantigas, as modas, os pregões, as pulhas de Entrudo, a recriação de “balho” e a recriação de trabalhos de campo. Com 15 anos, Maria Dias faz parte do “Grupo Etnográfico de Danças e Cantares da Nazaré” desde dos 8 meses. “Os meus pais já faziam parte do grupo, por isso praticamente nasci como membro”, contou a jovem. Destaca ainda que fazer parte do grupo a faz crescer porque ao viajar muito consegue conhecer várias culturas. E os estudos? “Conciliar é difícil, mas quando se gosta há tempo para tudo”. Fernando Barqueiro, Presidente do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares da Nazaré, caracteriza o rancho desta terra como um dos mais difíceis. “Todos os homens e mulhe-

res dançam e cantam ao mesmo tempo. É preciso ter um maior controlo da respiração, mas torna-o mais bonito. Outro pormenor é que os homens e mulheres dançam descalços”. Pertencer a um Rancho Folclórico é uma forma de ocupar população mais idosa, dando-lhes a oportunidade de convívio e a capacidade de estar activa, afirmou Eduardo Mendonça, Director do Rancho Folclórico de Paranhos da Beira (Seia). Além de assistir aos grupos de Rancho Folclore esteve aberto ao público o Núcleo Museológico Luís Serra em que se pôde observar peças raríssimas do quotidiano saloio. As peças deste Núcleo Museológico contam a história do povo saloio do início do Século XX. Apesar da sala bem composta, para assistir às actuações dos vários grupos naquela noite, alguns membros dos grupos presentes na 47.ª Festa do Folclore afirmam que “O Folclore tem vindo a ser esquecido”. Cabe às novas gerações continuarem com a tradição dos seus antepassados, e manter viva esta expressão cultural portuguesa. Ana Rodrigues

Sunset Moscavide

Nas comemorações dos 50 anos da Vila de Moscavide, a Junta de Freguesia de Moscavide e Portela organizou o “Sunset Moscavide” no dia 13 de Setembro entre as 16 e as 24 horas. A Avenida de Moscavide encheu-se de luzes e muita animação.

O “Sunset Moscavide” tornou a Avenida de Moscavide diferente do habitual. Uma rua com lojas abertas até às 24 horas, espaços de lazer para crianças e adultos, espaços de saúde, cosmética, beleza, moda, produtos alimentares e tasquinhas.

O evento teve como objectivo desenvolver e apelar ao comércio local, que tem vindo a ser esquecido. A Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, desde da tomada de posse em Outubro, «tem procurado dinamizar a Vila», disse Manuela Dias, presidente da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela. A Avenida contou com a existência de dois palcos em pontos opostos que garantiram animação durante todo o evento como a presença de “DJ Pedrinho” e o “Mágico Banana” e a Mascote do Panda”. Houve também “stand up comedy”, aulas de zumba, danças tradicionais, entre outros, tendo estado abertos até às 24 horas 165 locais. A iniciativa trouxe muita alegria à Avenida e “é para continuar de preferência de seis

em seis meses. A ideia é ter um “Sunset” de Verão e outro de Inverno, porque com esta experiência sentimos os comerciantes satisfeitos e a avenida com movimento”, realçou a presidente Manuela Dias. Segundo Bernardino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Loures, a ideia para a concretização surgiu da Freguesia Portela e Moscavide que sentia a necessidade de dar vida à freguesia e apoiar o comércio local. A Câmara Municipal de Loures, como já tinha colaborado com projectos semelhantes concretizados em outras vilas, apoiou da melhor forma. Será uma ideia para replicar em outras freguesias do concelho de Loures. Ana Rodrigues


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DESPORTO

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Primeiro Hombu Dojo do País na Portela O Jujutsu é uma das mais antigas e completas artes marciais existentes. É a arte marcial desenvolvida pelos Samurais do Antigo Japão que está na origem do Judo, do Karaté do Wado Ryu e do Aikido. A Federação Portuguesa de Jujutsu e Disciplinas Associadas está sediada no nosso concelho, mais concretamente no edifício dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela. No passado dia 27 teve lugar neste local a inauguração do Hombu Dojo, o único em Portugal, que teve uma cerimónia tipicamente japonesa seguida de estágio multidisciplinar. Um evento que contou com representantes da Embaixada do Japão, da Câmara Municipal de Loures, da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, com quem assinaram protocolos e do senhorio, os Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela. Este Dojo estará a cargo do Mestre Luís Fernando. Jujutsu O Jujutsu é uma arte marcial de elevado valor educativo. O praticante de Jujutsu, para além de melhorar a sua con-

dição física, contacta com os princípios éticos próprios da modalidade, adopta comportamentos que o valorizam humana e socialmente, como o caso da saudação aos colegas de treino, assim como aprende todos os códigos de conduta e honra que são protagonizados pelos samurais. O Jujutsu, sendo uma arte marcial originária de muitas outras (Judo, Karaté do, Aikido, etc.), tem por objetivo a defesa pessoal do indivíduo, que consiste em vencer o adversário através da utilização de técnicas de murros e pontapés, de projecção, imobilização e estrangulamento e de luxação da articulação. A prática do Jujutsu desenvolve altos níveis de resistência, força e flexibilidade, ao mesmo tempo que proporciona a aquisição motora de técnicas eficazes de defesa pessoal, aumenta exponencialmente a autoconfiança. O Jujutsu é um estado de espírito e uma Filosofia de Vida. A Federação Portuguesa de Jujutsu e Disciplinas Associadas (FPJDA) é uma entidade sem fins lucrativos, tem como objectivo a divulgação e a prática das Artes Marciais tradicionais japonesas, com uma experiência de

Artes Marciais para Crianças No âmbito do programa especial para crianças, a FPJDA está a promover a prática do Jujutsu para crianças do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico com as seguintes condições: Aulas de artes marciais sem qualquer mensalidade (1º e 2º ciclos) – 2x semana. Mensalidade com desconto de 50% (3º ciclo, até aos 15 anos inclusive) – 3x semana. Oferta de Quimono para a prática da modalidade. Oferta do seguro de prática desportiva. Pagamento apenas de Quota anual da FPJDA.

mais de 30 anos de existência e de gestão técnica de clubes de artes marciais. Agora desenvolveu um programa especial dirigido às crianças, permitindo o ensino gradual e evolutivo das técnicas marciais, para que os seus praticantes aprendam técnicas ajustadas à sua idade e que lhes proporcione o melhor equilíbrio ao longo do seu crescimento como pessoa e membro ativo da sociedade.

Pedro Santos Pereira

CDOM promove Ética no Desporto O Clube Desportivo Olivais e Moscavide e o Instituto Português de Desporto e Juventude organizaram uma iniciativa denominada “Ser Desportivo”, com o apoio do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED). A apresentação teve lugar no passado dia 8 de Setembro, pelas 18 horas, no Pavilhão do Estádio Alfredo Marques Augusto em Moscavide. A apresentação do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED) contou com a presença

da embaixadora da Federação Portuguesa de Futebol e ex-internacional lusa Carla Couto, o judoca Nuno Delgado e com o Técnico da Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ, I.P., José Branco. Carla Couto, a futebolista portuguesa mais internacional de sempre com 145 jogos, partilhou a sua experiência vivida durante 24 anos afirmando que “durante toda a carreira procurei regerme por valores que me foram incutidos pelas várias pessoas

presentes na minha vida como familiares, amigos, treinadores, colegas e adversários”. A Educação dada pelos pais às crianças foi um dos tópicos abordados durante o evento. A Ética Desportiva não se aplica apenas aos atletas, mas também a dirigentes, treinadores e, principalmente, aos pais. É importante que os pais conheçam a Ética no Desporto, porque são eles que educam os seus filhos. O desporto é uma maisvalia nas crianças e nos jovens

e para o seu desenvolvimento devem-lhes ser incutidas boas práticas desportivas. “No nosso país fala-se muito de desporto, mas é preciso praticar mais e a solução está em cada um de nós. Temos de fazer com que o outro sinta vontade de praticar desporto. Principalmente se forem os nossos filhos”, disse Nuno Delgado, antigo judoca olímpico. A mensagem que se quis transmitir aos jovens é que “o desporto é uma ferramenta extraordi-

nária de inserção na sociedade. Pratiquem desporto e mesmo sem ganhar, fazer parte deste meio já é uma conquista/vitória”, reforçou José Branco. O evento contou ainda com demonstrações e zonas de experimentação de algumas das modalidades desportivas que podem ser praticadas na zona oriental de Lisboa.

Ana Rodrigues


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SAÚDE

Bebida de sementes de chia para reduzir o apetite

Anabela Pereira

Ingredientes

Preparação

• 1 colher de sobremesa de sementes de chia

1. Coloque num copo de água uma colher de sobremesa de sementes de chia

Nutricionista

Quais os benefícios das sementes de chia para a saúde? Estas sementes pequeninas, arredondadas que podem ser de cor pretas, brancas ou acinzentadas são originárias do México. Para termos uma ideia, se adicionarmos uma colher de sobremesa à nossa alimentação diária, estamos a acrescentar cerca de 1200mg de ácidos gordos ómega 3, 2g de fibras solúveis, cerca de 50mg de cálcio e vários antioxidantes. É a fonte vegetal mais rica em ácidos gordos ómega 3 que se tenha conhecimento até à data. Estas sementes, devido à sua riqueza em ácidos gordos ómega 3, apresentam vantagens para quem sofre de doenças inflamatórias crónicas (colite, gastrite, fibromialgia, artrite) porque exercem uma importante acção anti-inflamatória no nosso organismo e durante a gravidez ajudam a prevenir a depressão pós parto, contribuindo para o adequado desenvolvimento cerebral e da retina do feto. O alto teor de fibras solúveis presentes nas sementes de chia, retardam a absorção dos hidratos de carbono (açúcares) e ajudam a controlar as glicémias (níveis de açúcar no sangue), sendo benéfico o seu consumo por pessoas com diabetes. São também uma excelente ajuda para quem sofre de obstipação crónica, contribuindo para amolecer as fezes e regularizar o trânsito intestinal. São um óptimo aliado nas dietas de emagrecimento, pois tem a capacidade de absorver mais de 10 vezes o seu peso em água, se tomadas com água antes das refeições, reduzem o apetite e a gordura absorvida. Contem mais cálcio do que o leite, maior concentração de ferro que o espinafre, duas vezes mais potássio que a banana e mais oxidantes que os mirtilos. As sementes de chia são muito fáceis de incluir na nossa alimentação, podemos adicioná-las a iogurtes, batidos, papas, cereais, sopas, arroz, massa, bolos e saladas, revelando-se um grande aliado na manutenção de uma boa saúde.

• sumo de limão • uma pitada de canela

2. Deixe hidratar durante 20 minutos 3. Acrescente sumo de limão e uma pitada de canela 4. Beba de seguida, 30 minutos antes do almoço e jantar


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SAÚDE

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A importância da higienização das mãos As mãos são um dos mais importantes veículos de transmissão de microorganismos causadores de doenças. Todos nós possuímos microorganismos no nosso corpo, especialmente na pele e tubo digestivo, que nos ajudam a manter a saúde através de funções meta-

bólicas importantes. Nas mãos encontramos dois tipos de microorganismos, uns são facilmente removíveis, os transitórios que sobrevivendo por períodos limitados de tempo são, no entanto os mais contaminantes, podem ser provenientes da terra, poeira ou alimentos (espe-

cialmente os crus). Os outros, os residentes, encontram-se por vezes nas camadas mais profundas da pele, multiplicando-se nela e raras vezes causam problemas. A via de transmissão mais comum de microorganismos através das mãos é pelo contacto.

As mãos sujas são muitas vezes responsáveis pela contaminação de alimentos (podendo causar intoxicações alimentares) ou ainda no contacto físico com o ambiente (quando tocamos no puxador da porta, pressionamos o botão do elevador, seguramos no apoio dos transportes públi-

cos) ou mesmo um simples aperto de mão, que posteriormente em contacto com as mucosas ou pele lesada, podem causar infecções no organismo (como, as constipações, gripes ou diarreias).

Visitar amigos ou familiares no Hospital Lavar as mãos correctamente com água e sabão é a forma mais simples e eficaz de ajudar a reduzir a transmissão da infecção e proteger-se a si e aos que o rodeiam Quando lavar as mãos? • Antes de manipular ou consumir alimentos; • Após utilizar as instalações sanitárias; • Após assoar o nariz, tossir ou espirrar; • Antes de efectuar qualquer acção que inclua o contacto com mucosas corporais (por exemplo, colocar ou retirar lentes de contacto); • Após contactar com animais; • Após mexer em objectos sujos ou potencialmente contaminados (por exemplo, sacos do lixo ou fraldas usadas); • Após usar transportes públicos; • Antes e após contactar com pessoas doentes ou acamadas; • Sempre que as mãos estão visivelmente sujas.

Sabe lavar as suas mãos? A correcta higiene das mãos é feita com água corrente, sabão e toalhetes de papel para secar a pele. As bactérias são removidas por acção mecânica, ou seja, é necessário esfregar as mãos. A espuma presente no sabão também ajuda a remover a gordura da pele, eliminando uma maior quantidade de microorganismos. Apenas demora cerca de 60 segundos para lavar as mãos correctamente. É o mesmo tempo que levamos a cantar "Parabéns a você" duas vezes seguidas.

Técnica de Lavagem das Mãos Na ausência de água e sabão, o gel de limpeza das mãos é tão eficiente quanto uma lavagem correta, já que contém álcool, que remove boa parte das bactérias. No caso de outros produtos, como os lenços humedecidos, deve-se prestar atenção à sua composição, pois apenas os que contêm álcool são eficazes. Todos os outros farão apenas a limpeza parcial das mãos. Secar as mãos tem o que se lhe diga. Quando se secam bem as mãos previnem-se fissuras da pele, reduz-se a contaminação das mãos (as mãos molhadas contaminam-se mais facilmente) e removem-se algumas bactérias e vírus. Dada a importância da higienização das mãos, é indispensável orientar desde a infância sobre os benefícios desse processo As crianças devem ser encorajadas a higienizar as mãos de forma correcta, assegurando que essa prática se torne um hábito ao longo da vida Face à relevância da lavagem das mãos enquanto medida promotora da saúde e preventiva da doença, foi criado, em 2008, o Dia Mundial da Lavagem das Mãos (Global Hand Washing Day), que é celebrado a 15 de Outubro. Este dia foi criado com três objetivos principais: apoiar uma cultura global de lavagem das mãos com sabão, chamar a atenção dos governantes para a importância desta atividade e aumentar a consciencialização sobre os seus benefícios. Foi também instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um segundo dia dedicado ao assunto, focado principalmente nos profissionais de saúde. O dia 5 de Maio foi o dia escolhido, pois a data associa o quinto dia do quinto mês aos cinco momentos da Higiene das Mãos. A lavagem das mãos é um componente importante da higiene pessoal devendo este procedimento ser uma rotina para TODOS! A campanha “Salve Vidas: Higienize as Mãos”, tem como objetivo melhorar a higienização das mãos e reduzir as infecções relacionadas com a assistência à saúde, promovendo a segurança de pacientes, profissionais e demais utilizadores dos serviços de saúde.

Em meio hospitalar, lavar as mãos pode salvar vidas. Os profissionais de saúde, qualquer que seja a sua área de trabalho, estão sujeitos a cuidados mais rigorosos e por isso devem lavar as mãos com maior frequência. Daí que a chamada de atenção seja não só para os profissionais de saúde mas também para os familiares e amigos que vão visitar os doentes. Caso vá visitar um familiar ou amigo, não se deve sentar na cama do doente para evitar contaminações nem mexer em pensos, soros ou quaisquer equipamentos que rodeiam a cama. Se estiver doente deve evitar estas visitas. Em situações de visita deve lavar as mãos antes de entrar na enfermaria. Além disso, poderá friccionar as mãos com uma solução antisséptica de base alcoólica, habitualmente disponível à entrada dos serviços. Estas recomendações são extensíveis aos doentes que deverão ser incentivados a lavar as mãos após a utilização dos sanitários, bem como antes e após as refeições. Lembre-se: Lavar as mãos é um detalhe que faz toda a diferença, não apenas na sua saúde, mas também na saúde de seus entes queridos e de toda a comunidade


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Teatro da Malaposta homenageia Carlos Paniágua Féteiro Carlos Paniágua Féteiro volta a ser homenageado este ano, depois de condecorado pela Câmara Municipal de Loures, agora é a vez do Teatro da Malaposta, sinal do excelente trabalho realizado. Esta distinção está inserida em mais uma Festa de Teatro Amador organizada por esta entidade. Escolhido como patrono, Carlos Paniágua Féteiro cuja vida foi, quase na íntegra, dedicada ao Teatro, foi descrito, pelo Director Artístico da Malaposta, Manuel Coelho, da seguinte forma, que passamos a transcrever: “A forma única como fez do Teatro a sua vida leva-nos a refletir de como a humanidade está carente da humildade de seres como Carlos Paniágua Féteiro - Ator Encenador Amador de Teatro, para um crescimento harmonioso e sensível. São de enorme beleza e sensibilidade os pensamentos que nos tributa acerca do quão importante é habitar este vasto mundo a que se denominou Teatro. Realça-nos Carlos Paniágua a

BREVES importância e é o papel do Teatro de Amadores como socializador das classes e com função determinante na educação do indivíduo e na maneira de estar perante as outras pessoas: toma-se sempre uma postura corporal cuidada, e um tom de voz e dicção entendíveis; Perdoem-me que não resista a dar-vos a conhecer a Beleza de uma confidência de Carlos Paniágua aquando de uma das muitas justas homenagens de que já foi alvo, sobre o início da sua ligação ao mundo do Teatro de Amador, nas Caldas da Rainha. “Foi aí, nesse mundo, que conheci, namorei e casei com aquela que é hoje minha mulher, também ela uma amadora de teatro. E um grande orgulho meu é que também os nossos filhos e os nossos netos comungam esta nossa paixão envolvendo-se entusiasticamente no mundo do teatro. São três gerações…” É de fato nesta família que habitamos, a família teatral onde o amor a compreensão e o desejo de conhecer o outro em toda a sua plenitude faz de todos quantos a abraçaram seres de um grande humanismo. O Amador é feito de ingenuidade de infantilidade, de sensibi-

lidade e de coragem na busca do personagem a interpretar. Sem medo de errar sem medo de cair no ridículo ele expõe-se perante todos nós no ato mais sublime de humildade que se chama Teatro. Abracemos esta enorme massa humana que faz da arte a sua razão de ser e existir e que com muito esforço e dádiva nos tributa os espetáculos que nos próximos dias iremos receber. VIVA O TEATRO!” Um texto sentido sobre uma das maiores figuras do Teatro no concelho de Loures.

III Encontro Nacional de Centros de Documentação de Museus No próximo dia 31 de Outubro realizar-se-á o III Encontro Nacional de Centros de Documentação de Museus, que terá lugar no Museu de Cerâmica de Sacavém. Este ano o tema será “Desafios da gestão integrada dos acervos nos museus”. Em 2014 este Encontro procura trazer à discussão a reflexão teórica que começa a surgir no mundo académico, continuar a dar a

conhecer algumas boas-práticas de gestão de documentação nos museus em Portugal e promover o diálogo entre os profissionais dos museus em torno da necessidade de um trabalho conjunto e pluridisciplinar na gestão e comunicação dos acervos museológicos. Objetivos do III Encontro Nacional de Centros de Documentação de Museus: - Discutir a relevância da gestão integrada da documentação no museu, abordando em conjunto todos os acervos arquivísticos, biblioteconómicos e museológicos; - Promover a produção de conhecimento nos museus a partir dos seus acervos; - Desenvolver a comunicação das coleções dos museus para o público; - Divulgar ao público o trabalho museológico; - Dinamizar o debate entre os profissionais da museologia e documentação; - Abrir espaço para novas parcerias e partilhar experiências entre os profissionais dos museus. Por todas estas razões o Programa para o próximo III Encontro Nacional de Centros de Documentação de Museus a realizar no Museu de Cerâmica de Sacavém, apre-

senta-se como um desafio aos profissionais que contribuem todos os dias para a Gestão da Informação nos Museus Portugueses.

Loures Fashion Design A Câmara Municipal de Loures promoveu, no passado dia 20, o “Loures Fashion Design”. Este evento realizou-se no Largo Monumental de Santo Antão do Tojal, pelas 21 horas. O “Loures Fashion Design” foi composto por um desfile em traje saloio, evocativo da cultura e tradições no concelho de Loures e um outro em traje moderno, exibindo as tendências actuais da moda. Os trajes saloios foram, em grande parte, cedidos por um rancho folclórico do concelho e as propostas modernas tiveram a marca da Escola de Tecnologias, Inovação e Criação, bem como dos alunos do curso de Design de Moda. Os jovens modelos que participaram no “Loures Fashion Design” foram seleccionados através de um casting que decorreu em Moscavide para candidatos entre os 16 e os 30 anos de idade.

Inauguração do novo Relvado Sintético do Clube Futebol Santa Iria Foi no passado Sábado, dia 27 de Setembro pelas 14h30 que contou com a presença de Bernardino Soares, presidente da CM Loures, Nuno Leitão, presidente da União de Freguesias de Santa Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela e Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa e o Presidente do Clube Futebol Santa Iria, Rui Patrício. As bancadas do campo estavam repletas de pessoas para assistir à inauguração que contou na abertura da cerimónia com a Orquestra Ligeira da Sociedade 1º de Agosto.


Loures NotĂ­cias de

LAZER

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Loures Notícias de

BREVES

Dia Mundial do Coração A Câmara Municipal de Loures associou-se às comemorações do Dia Mundial do Coração, assinalado a 29 de Setembro. A Fundação Portuguesa de Cardiologia, enquanto membro da World Heart Federation, é o promotor nacional e parceiro do Município de Loures. Assim, no dia 28, decorreu no

Parque da Cidade em Loures, entre as 10 e as 12 horas, uma aula de zumba, dinamizada pelo ginásio Beactive. Na manhã de domingo, a oferta manteve-se animada e saudável, proporcionando o convívio e a participação de todos os membros da família e da comunidade.

Variante de Bucelas com luz verde

Quinta da Fonte esteve em festa

O protocolo entre a Câmara Municipal de Loures e a SIF – Sociedade Imobiliária do Freixial, SA, que garante os terrenos necessários para construção da Variante a Bucelas, foi assinado no dia 26 de Setembro, pelas 16 horas, na Cinemateca Portuguesa – Centro de Conservação (ANIM), na Chamboeira, em Bucelas. A Variante a Bucelas permitirá a ligação entre as Estradas Nacionais 115 e 116, evitando a passagem de trânsito pelo centro da vila de Bucelas.

No passado fim-de-semana o Bairro da Quinta da Fonte, na Apelação, celebrou as festas em honra de Nossa Senhora da Fonte. O evento foi proporcionado através de uma organização conjunta entre a Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação, o Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, a Paróquia da Apelação e a Câmara Municipal de Loures, que se associou à festividade através do Contrato Local de Segurança de Loures (CLSL). O programa da Festa de Nossa Senhora da Fonte reflecte a diversidade cultural e religiosa entre todos, desde a missa campal onde se harmonizam elementos simbólicos característicos, no almoço comunitário constituído por pratos representativos das comunidades, como são os casos do Borrego de Casamento (Comunidade Cigana), Cachupa (CaboVerde), Calulu de Galinha (São Tomé), Dobrada com Feijão Branco (Portugal), Muamba de

A sua construção é um antigo anseio da população e factor essencial à sua segurança e acessibilidade na zona norte do concelho de Loures, particularmente à circulação de viaturas pesadas e de mercadorias. O protocolo abre também caminho para a conclusão do processo de legalização das instalações destinadas a actividades económicas, existentes na Quinta dos Melos.

Galinha (Angola) e Mancarra com Citi (Guiné-Bissau) e na animação de palco, promovida por diferentes grupos de danças e cantares típicos. A iniciativa, como foi anteriormente referido, é dinamizada no âmbito do CLSL que promove uma cidadania activa e a criação de práticas e de hábitos sociais conscientes, através do envolvimento das entidades locais e da população. Enquanto projeto-piloto, o CLSL foi implementado, em 2008, nas freguesias da Apelação, de Camarate e de Sacavém, abrangendo cerca de 50 mil habitantes e teve como áreas de intervenção prioritárias a prevenção da delinquência juvenil, da pequena criminalidade, da violência doméstica, dos comportamentos anti-sociais e dos fenómenos de insegurança. Unir através da diferença foi o que se pôde assistir durante estes dois dias de festa, dos quais se espera que se prolonguem no tempo.

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