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ANO 1 | Nr.08 MENSAL | DEZEMBRO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Centro de Saúde de Santa Iria A luta continua A construção do Centro de Saúde de Santa Iria arrasta-se desde 1986, mas os utentes não desarmam em prol deste equipamento.

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Escolas de Loures melhoram médias As escolas do concelho subiram no ranking nacional. Pela primeira existem quatro escolas no top-100 do ensino secundário.

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Quase um século de apoio ao próximo Entrevista com o presidente da Associação Luís Pereira da Mota, José Maria Lourenço, que nos explica o funcionamento da instituição e os objectivos para o futuro. Pág. 12

MENOS IMPOSTOS EM 2015

CÂMARA DE LOURES BAIXA IMI A Câmara Municipal de Loures aprovou o Orçamento para 2015. A descida do IMI em 0.005% e um empréstimo a contrair no valor de 12 milhões são as principais novidades. Pág. 3

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EDITORIAL

Crónicas saloias

Um desejo que se está a tornar num pesadelo Pedro Santos Pereira Director

Ficha Técnica

É inevitável, nos tempos que correm, falar da Justiça. Depois da detenção de José Sócrates, da condenação de Duarte Lima, Armando Vara, Isaltino Morais e afins, os portugueses começam a acreditar que a Justiça realmente pode ser cega, não olhando a caras nem a poderes instituídos. Nos últimos anos vários têm sido os casos com figuras públicas envolvidas, algumas mesmo condenadas. A história de só apanharem o peixe miúdo começa a desvanecer-se de uma forma mais rápida, este ano tem sido um óptimo acelerador, com vários peixes graúdos a veremse em maus lençóis. Mas agora, que tudo parece ir

ao encontro do pretendido, surge uma questão ainda pior, quem é que nos anda a governar? Aquilo que era um desejo passou a ser um pesadelo, desde aqueles que pertencem à esfera pública até aos que são da esfera privada dão-nos a ideia de que isto é um "salve-se quem puder", uma verdadeira selva. Como nós humanos temos a mania de tomar a parte pelo todo, generalizar tudo e fazer disso uma verdade absoluta, está na altura de fazer uma reflexão. De perceber que Portugal ainda tem gente honesta, felizmente a sua maioria, que os bancos ainda têm pessoas sérias, a maior parte daqueles que lá trabalham e que

os políticos podem ser personalidades íntegras, a maioria deles. Então como é que surgem certos fenómenos no meio de tantas pessoas sérias? É uma questão para a qual não tenho resposta, mas sobre a qual os actuais políticos de todos os partidos devem reflectir e tentar encontrá-la. Nós votamos em função das pessoas que cada partido político nos impõe e daí fazemos as nossas escolhas. Mas na verdade não temos muitas referências sobre a maior parte deles. Daí defender uma democracia representativa, onde a proximidade pode minorar, não eliminar, alguns destes acontecimentos. Quem sabe um dia...

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Ana Rodrigues, André Julião, Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Anabela Pereira, Florbela Estêvão, João Alexandre, José Reis Santos, Lucília Bahleixo, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director), Bruno Rodrigues Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

Por fim não poderia terminar este texto sem falar do Natal. Um mês que me é querido, é o meu. Ouvimos desejar votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo vezes sem conta. Palavras repetidas até à exaustão nesta altura, verdadeiros chavões do mês de Dezembro, mas que nem sempre são sinceras, pois passaram, muitas das vezes, a ser uma obrigação e não um desejo. Tal como o Natal ser sinónimo de família, generosidade e compaixão. Mas todos sabemos que não é exactamente assim, nem sequer que "o Natal é quando o Homem quiser", porque na verdade todos sabemos que há mais Natal em Dezembro que

noutro mês qualquer. Com isto quero dizer que esta altura do ano é muito marcante para quase todos, mas nem sempre pelas melhores razões. Não há Natal nenhum que não me lembre de uma história que li ainda miúdo, que todos seguramente conhecem, "A Vendedora de fósforos". Há muitas "vendedoras de fósforos" por aí... Se pudermos mudar o final de história de uma delas, já será um grande contributo que prestamos à sociedade e, acima de tudo, a nós mesmos. E isso sim é Natal.

Contactos Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia.pt Notícias de Loures


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Orçamento de 111 milhões para 2015 Orçamento de 2015 prevê a contratação de um empréstimo de 12 milhões de euros, a descida do IMI e uma diminuição de 10 milhões em relação a 2014. PS queria mais, propondo uma maior descida do IMI e uma diminuição na Derrama e no IRS. É este o valor do Orçamento aprovado em reunião da Câmara Municipal de Loures, tendo os votos favoráveis da CDU e da "Coligação Loures Sabe Mudar" e a abstenção do PS. Um orçamento inferior em 10 milhões de euros ao de 2014, que teve como principais medidas a descida do IMI e a contracção de um empréstimo a longo prazo, no valor de 12 milhões de euros.

de receitas que o Município terá em 2015, comparado com 2014. Aliás o PS tentou baixar vários impostos como a Derrama, abstendo-se na votação por entender que havia condições para baixar este imposto. Também o IRS foi um dos alvos do PS, propondo uma descida para os 4% em detrimento dos actuais 5%. Empréstimo de 12 milhões de euros

IMI baixa 5 milésimas A Câmara Municipal de Loures irá baixar o IMI no próximo ano em 5 milésimas. A anterior taxa era de 0.400 e em 2015 será de 0.395, prometendo que em 2016 baixará para 0.390. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da CDU e da Coligação "Loures Sabe Mudar". O Partido Socialista votou contra, tendo apresentado uma alternativa, uma descida para 0.375, justificando a proposta com o aumento

O empréstimo foi aprovado por unanimidade e já tem fins definidos. Os 12 milhões de euros serão utilizados para a construção da Escola nº1 de Camarate, que funciona em contentores e para a requalificação de outros equipamentos escolares que necessitam de manutenção urgente. Para a construção do Centro Comunitário de Santo António dos Cavaleiros, para a repavimentação de diversas estradas que se encontram com

um elevado grau de degradação e para a recuperação de centros urbanos, em especial o da cidade de Loures. Quatro tipo de obras específicas para os quais serão direccionados os 12 milhões do empréstimo. Pedro Santos Pereira

ticas. Uma acusação que não caiu em saco roto, levando Bernardino Soares a reagir. Aqui ficam os excertos do ataque do PS de Loures e da resposta do Presidente da Câmara.

Quem é perseguido?

O Partido Socialista lamenta, e mostra-se preocupado, com a atual situação de perseguições a funcionários da Câmara Municipal de Loures e Serviços Municipalizados, claramente por razões políticas, estando o PS Loures neste momento a identificar todos os casos de forma a denunciar todas estas situações.

No dia da aprovação do Orçamento para 2015, 29 de Outubro, o PS de Loures, através de um comunicado lido em conferência de imprensa durante a manhã, cujo título era "Balanço de um ano de mandato da coligação de gestão CDU/PSD no Município de Loures", acusou o actual executivo municipal de perseguição a vários funcionários municipais e de serviços municipalizados por razões polí-

PS de Loures acusa

Bernardino Soares exige provas ao PS de Loures O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, enviou uma carta ao presidente da Concelhia de Loures do Partido Socialista e vereador

da autarquia, Ricardo Leão, instando-o a concretizar e fundamentar de imediato as acusações de que existem perseguições a dezenas de trabalhadores do município por razões políticas, proferidas numa conferência de imprensa promovida pelo PS para fazer o balanço do primeiro ano de mandato. “Uma acusação desta gravidade tem naturalmente de ser fundamentada o que V. Exª não fez. Nem podia fazer uma vez que se trata de uma falsidade e de uma intolerável calúnia” escreve Bernardino Soares. O presidente da autarquia estranha ainda que o vereador Ricardo Leão tenha feito as acusações de manhã, mas que “não tenha tido coragem de as repetir” ao início da tarde do mesmo dia, na reunião de câmara. “À intolerável calúnia junta-se a cobardia política de não ter assumido perante os acusados as graves acusações que lançara horas antes” acusa.


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Manifestação por melhores transportes Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro Municipalização da Educação? Evidentemente, um disparate. Uma municipalização da educação só pode passar pela cabeça de alguém por duas ordens de razões: cretinice ou ideologia. Quanto à primeira, o assunto não merece grande debate. A cretinice poderá revestir vários formatos, alguns até chico-espertos, mas na essência, corresponde aquela convenção do QI não superior a 50. Já a questão ideológica tem outro alcance. Também temos os imbecis, predispostos a aceitar certo tipo de “verdades” e engolir qualquer coisa desde que venha do “clube” do seu coração, mas esses são irrelevantes para esta questão, como o são para as demais. E temos os outros, defensores concientes destas soluções, que habilmente mascaram com um argumentário estudado com cautela, os seus verdadeiros propósitos. Esses propósitos, tragam a roupagem que trouxerem, resumem-se a uma ideia: reproduzir a situação, assegurando que os mais poderosos o sejam cada vez mais e que todos os outros se limitem a trabalhar muito e a sobreviver pouco, para garantir o status quo social e político. Para tal desiderato, é indispensável que o ensino público de qualidade seja destruído, para justificar a privatização que, em si mesma, já é uma importante condição de rendimentos para uns quantos. Privatizar o ensino, é um ariete ideológico, no sentido em que permite um “controlo social” pelos socialmente mais poderosos, sobre a quantidade e qualidade dos indivíduos que podem ter acesso a boa educação e que, ideologicamente adestrados, terão a missão futura de assegurar a reprodução do sistema. E o que está na cogitação dos ideólogos da municipalização não é outra coisa, se não isso. Primeiro gera-se o caos no ensino e faz-se dele uma caricatura, depois critica-se a caricatura, o que sustentará a entrega à “competência” dos privados, a governação dessas incómodas coisas que são a educação, a investigação, o conhecimento, o saber, quando não controladas por aqueles que se querem assegurar que tudo fique na mesma, para sempre. Há municípios, presidentes de câmara e vereadores que, por cretinice uns, e por razões ideológicas outros, aderem à ideia com o argumentário mais provinciano e ignóbil que se pode ouvir a um autarca. Se calhar, não se arrependerão nunca do dislate, porque serão gente para quem uma qualquer réstia de um “poderzinho”, muito os compraz. O “magno” poder de “comandar” os professores e lhes “ditar” a matéria a leccionar, é algo que os embebeda, porque, ignorantes cabotinos, se sentirão como se fossem sábios atenienses. Infelizmente, temos também de estar atentos aqueles que, dizendo opor-se a este rumo desgraçado, actuam quotidiana e inconcientemente, a seu favor. O centro das políticas de educação têm de ser sempre os alunos e as famílias. Todos os demais intervenientes no processo educativo, altamente respeitáveis, são subsidiários. Nenhuma autarquia deve aceitar substituir-se ao Estado, alinhar em politicas corporativas, observar acríticamente projectos educativos em que não é parte activa ou limitar-se a fornecer recursos ao sistema educativo que constitucional e legalmente cabe ao governo assegurar. A municipalização da educação é um disparate. A esquizofrenia municipal a este respeito precisa rapidamente de tratamento.

Mais de uma centena de moradores marcaram presença, no dia 27 de Novembro, na manifestação organizada pela Comissão de Utentes dos Transportes de Santo António dos Cavaleiros e Frielas. O objectivo do protesto é a melhoria do serviço prestado na Freguesia pela empresa Barraqueiro Stº António, empresa que detém o monopólio dos transportes nesta freguesia, há mais de 40 anos. Os manifestantes pretendem que o Governo e a Barraqueiro resolvam um conjunto de situações, que diariamente dificultam a mobilidade dos utentes desta freguesia. Numa marcha barulhenta, entre o C.C. Flamingos e a rotunda de Santo António, os slogans mais ouvidos eram «por mais transportes para o hospital» e «passe único para toda a freguesia». A Câmara de Loures também marcou presença na manifestação, demonstrando solidariedade com os utentes. A manifestação culminou com uma concentração junto à loja da Barraqueiro na freguesia, com intervenções de Bernardino Soares, presidente da Câmara e Henriqueta Sabino da CUTSAC/F, que avançou com as razões que levaram a que os utentes tivessem decidido sair à rua «Lutamos pela adoção de uma única coroa para toda a freguesia, incluindo as Torres da Bela Vista, o Hospital Beatriz Ângelo e a Escola José Cardoso Pires, que neste momento estão numa coroa diferente com

agravamento de custos para a população que reside ou necessita de se deslocar a estes locais. A inexistência de uma tarifa urbana, a falta de ligação ao Metro de Odivelas, a não-aceitação do Passe Social (Intermodal), a má qualidade das viaturas, a total ausência de informação sobre horários e tarifas, bem como o Passe Combinado e o título Pré-comprado com as tarifas mais elevadas em comparação com todos ou outros operadores da área metropolitana de Lisboa, são alguns dos exemplos da injustiça a que estão sujeitos os moradores desta freguesia. A existência de um Hospital na freguesia e os milhares de utentes que o utilizam, carecia de uma atitude diferente por parte desta empresa, criando carreiras ou alterando trajectos que permitissem aos utentes uma melhor mobilidade. Tal não acontece. Esta situação, que tem tido a anuência dos sucessivos governos, tem que ser alterada, numa altura em que se discutem na Área Metropolitana de Lisboa as alterações de tarifários, coroas e concessões. Como não é compreensível a atitude prepotente e discriminatória desta empresa perante milhares de utentes, que diariamente utilizam os transportes públicos na freguesia e porque os vários pedidos de reunião não obtiveram qualquer tipo de resposta por parte da Barraqueiro, saímos à rua em defesa de um verdadeiro serviço público de transportes.» O presiden-

te da Câmara, Bernardino Soares, referindo-se às razões que levaram ao protesto sublinhou: «Uma freguesia como Santo António dos Cavaleiros, onde vivem milhares de pessoas, que está geograficamente perto de Lisboa, de Loures e de Odivelas, não pode estar isolada por falta de transportes públicos, em muitos horários, muitas zonas e ao fim-de-semana em particular. Por isso, podem contar com a Câmara Municipal para continuar a lutar por este justo objectivo, de termos melhores transportes públicos no concelho, mas que isso não signifique um aumento do preço dos passes e dos bilhetes», concluiu Bernardino Soares.

Seguidamente num acto simbólico, a Comissão de Utentes entregou ao presidente da Câmara o abaixo-assinado “Pelo Aumento da Oferta de Transportes para o Hospital – Alteração do Percurso da Carreira das Torres da Bela Vista”, que em menos de quinze dias, reuniu mais de 600 assinaturas, só de moradores das Torres da Bela Vista. No encerramento deste protesto, já com a chuva a fustigar os manifestantes, os utentes declaram-se disponíveis para continuar a lutar por melhores transportes públicos na freguesia. “Resistiremos. E depois deste protesto, continuaremos.”


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Santa Iria endurece luta por novo Centro de Saúde A população de Santa Iria de Azóia desceu em força à capital para exigir a construção de um novo Centro de Saúde, um projecto adiado desde 1986. O processo depende apenas do ministro da Saúde. A Comissão de Utentes de Base de Saúde de Santa Iria de Azóia manifestou-se, no passado dia 7 de Novembro, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir a construção do novo Centro de Saúde da localidade, uma obra há muito prometida pelo poder central. Ao protesto, classificado pela organização como um «estrondoso sucesso», podem seguir-se novas formas de luta até que a reivindicação da população seja finalmente atendida. A luta da população de Santa Iria de Azóia é apoiada pela Junta de Freguesia e pela Câmara Municipal de Loures, mas a Administração Regional de Saúde (ARS) teima em deixar arrastar o processo sem tomar qualquer decisão. O actual Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia está situado no terceiro andar de um prédio de habitação sem elevador, à imagem de outros centros de saúde no concelho e do que era prática corrente há algumas décadas. Isto constitui «uma barreira para milhares de utentes no acesso aos gabinetes dos médicos e enfermeiros», defende José Lourenço, um dos responsáveis pela Comissão de Utentes de Base de Saúde de Santa Iria de Azóia. «Percebemos que, há 43 anos atrás, tenha sido a solução possível, tanto mais que o que existia era um espaço reduzido, que também não respondia às necessidades da população», diz o responsável. «Mas, em 2014, não é, de todo solução», acrescenta. Em luta desde 1986 A freguesia de Santa Iria de Azóia tem hoje cerca de 19 mil habitantes, 16 mil dos quais serão utentes activos do Centro de Saúde. «Uma situação que não pode continuar», revela Carlos Machado, outro dos responsáveis da comissão. A luta, essa, remonta a 1986, data em que a autarquia e a população juntaram forças para tentar solucionar o problema. «Fizeram-se manifestações e concentrações, quer na freguesia, quer em Lisboa, aprovaram-se moções em Assembleia de Freguesia, realizaram-se reuniões no Ministério da Saúde e ARS, e as respostas foram sempre de compreensão para o problema e promessa de resolução», recorda Carlos Machado. «Foram as promessas, ficou o Centro de Saúde, com os problemas que se conhecem», desabafa. Seguiram-se anos de luta, em conjunto com a autarquia e os respectivos executivos, pressionando os vários Governos

centrais e as direcções das entidades responsáveis pela saúde. Apesar de todo este historial de luta, a verdade é que o processo tem encalhado, por uma ou por outra razão, como elenca José Lourenço: «Em Janeiro de 2011, o processo de mobilização e luta ganhou nova dinâmica com a eleição da Comissão de Utentes de Base de Saúde. Em estreita colaboração com o anterior executivo da Junta de Freguesia, foram realizadas acções conjuntas, nomeadamente várias concentrações junto do Centro de Saúde com impacto na comunicação social. Realizaram-se também reuniões com a administração da ARS e arrastou-se a administração da Câmara de Loures para se envolver no processo». Câmara de Loures falha prazos em 2012 O ano de 2011 seria, à partida, o início da solução para o Centro de Saúde, até porque, nas reuniões realizadas com os responsáveis da ARS, aquela entidade manifestou interesse em instalar provisoriamente uma Unidade de Saúde Familiar (USF) em Santa Iria. No entanto, a solução de monoblocos apresentada à população foi rejeitada, pelo que a ARS acabou por concordar com a construção de um novo Centro de Saúde de raiz. «Colocouse então o problema do terreno, situação resolvida quase de imediato, em estreita colaboração com a Associação de Proprietários do Bairro Terra de Frades, que disponibilizou o local para a construção do Centro de Saúde», conta Carlos Machado. A solução estaria, aparentemente, à vista. Contactada a administração da ARS, aquela entidade fez deslocar uma equipa técnica a Santa Iria de Azóia para ver o terreno, equipa essa que, desde logo, aprovou o local e a área disponibilizada. Era o início do fim do pesadelo, ou talvez não… Encontrado o terreno, o passo seguinte foi o estabelecimento de prazos de execução. «Os responsáveis da ARS estabeleceram duas datas – Outubro de 2012, caso fosse a própria entidade a desenvolver todo o processo, ou Janeiro de 2013, sendo a Câmara Municipal de Loures a desenvolver o processo, sendo depois ressarcida dos montantes respectivos», explica José Lourenço. O problema passou depois a ser outro, de acordo com o responsável da Comissão de Utentes: «A administração da Câmara Municipal não cumpriu nenhum dos prazos, a escritura do terreno, que poderia ter sido

realizada em Outubro de 2012, foi arrastada até Abril de 2013, colocando tudo em causa». Uma «história interminável» à espera do ministro A população de Santa Iria estava, desde 2001 e até essa altura, «quase por conta própria e sem grande envolvimento dos responsáveis da Câmara Municipal, fruto das dificuldades que implicam as exigências a governos da mesma cor». O entrave do processo naquela altura foi, por isso, uma desilusão natural para toda a população. O ponto de situação actual é de expectativa, mas o problema parece ter entrado numa situação de impasse, aguardando ansiosamente e há muito tempo por decisões do ministro da Saúde e da administração da ARS de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). «A

posição da actual administração da Câmara Municipal de Loures tem sido de total apoio à população e exigência ao Governo e administração da ARS, pela construção do Centro de Saúde, ao que sabemos disponibilizando-se para agilizar todo o processo», revela Carlos Machado. A ARS, por seu turno, acrescenta o responsável, «manifesta a disponibilidade que já manifestava há dois anos atrás, construir o Centro de Saúde».

No total, são quase três décadas de uma luta que depende apenas do parecer e decisão de um governante que tarda em decidir. «Não pretendemos datar as atitudes porque queremos ver o problema resolvido, mas é impossível não o fazer, porque são quase 18 mil pessoas que sofrem com a inércia dos que têm que tomar decisões», desabafa Carlos Machado. André Julião


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Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos dá razão a Loures Filipe Esménio Comunição

Mel de Cicuta 2014 - Odisseia no espaço A hora da verdade. As democracias têm momentos críticos, e ainda bem. Portugal teve recentemente uma intervenção estrangeira para garantir a nossa sobrevivência impedindo uma bancarota. Perdemos em parte a soberania. Temos um Primeiro Ministro detido e acusado de corrupção entre outros crimes. Ex-Ministros condenados por tráfico de influências, ex-deputados condenados por burla e branqueamento de capitais. Autarcas condenados por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção. E muito mais. A Justiça passou a estar no centro das notícias. E ainda bem. Em que é que podemos acreditar? Eu por mim acredito na justiça. Acredito que melhor ou pior, e por vezes pior, ela existe e age. Os dados estão aí para quem quer ver. Desvia-se o foco falando do segredo de justiça como se fosse essa a questão central. A questão crucial é que uma parte (mesmo que pequena) dos nossos políticos é corrupta, foge ao fisco e faz branqueamento de capitais. E começam a ser apanhados. Quem sabe em breve os agentes da justiça que violam o segredo de justiça também possam ser apanhados. Apanhar os políticos demorou quase 40 anos. Em paralelo, a abstenção cresce acto eleitoral após acto eleitoral. A população envelhece e não há nenhum acréscimo de natalidade visível. As reformas dos cidadãos estão em causa, o Estado Social está em causa. O Sistema, tal como o conhecemos, está em causa. E em parte, ainda bem. É hora de reflectir. Nunca como agora se torna essencial que o poder venha a terra. Às pessoas. Que as maçonarias se dediquem ao princípio da fraternidade e da filantropia e deixem de ser agências de emprego e negócio, que os DDT (donos disto tudo) sejam impedidos de fazer o que querem. Dentro de cada organização eles sabem quem é quem. Só não querem dizer. Está em causa a sobrevivência das próprias organizações e todos vão perceber isso e agir em conformidade, ou extinguem-se. Não queremos punir inocentes. Só queremos organizar a casa. E recomeçar. Agora é preciso coragem e determinação. Dos cidadãos, das organizações, dos agentes de justiça, das pessoas sérias que estão nos partidos porque também as há, e ainda bem. Portugal e os portugueses têm ainda muito para dar. Talvez possamos ser o novo paradigma de uma Europa mais justa e para os cidadãos. É a hora da verdade. A viagem apenas começou. A Odisseia está longe de chegar ao fim… Eu por cá…vou estando atento… e acredito em Portugal.

A Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) deu razão à Câmara Municipal de Loures na sequência de queixa apresentada em Setembro pela autarquia sobre a recusa pela Parpública ao pedido de consulta do processo de concurso público da privatização da EGF. No parecer agora enviado à Câmara Municipal de Loures, a CADA considera que sendo a Parpública uma empresa pública está sujeita ao cumprimento da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos. O direito de acesso está consagrado na Constituição da República Portuguesa (CPR) como um direito fundamental de natureza análoga aos direitos, liberdades e garantias. A CADA entende ainda que o acesso a documentos contendo informações respeitantes à utilização de dinheiros públicos não se encontra, em princípio, sujeito a restrições, assegurando-se, desta forma, a

transparência que deve pautar a actividade da Administração. Ainda no mês de Novembro, e a propósito da alteração de estatutos da Valorsul, a Câmara Municipal de Loures impugnou judicialmente o despacho de indeferimento do pedido de retificação, e consequente cancelamento, do registo de alterações dos estatutos da sociedade, apresentado pelo Município em Outubro. O Município de Loures considera que o registo de alteração de estatutos da Valorsul efectuado nesta conservatória é nulo, porque a alteração dos estatutos daquela sociedade anónima com capitais exclusivamente públicos sujeita ao regime jurídico das empresas públicas, só poderia ocorrer, nos termos da lei comercial, através de deliberação dos sócios em assembleia geral e que o Estado não tem competência para unilateralmente alterar os estatutos da Valorsul.

Câmara de Loures apresenta novo Sítio na Internet A Câmara Municipal de Loures apresentou publicamente o novo Sítio da Autarquia, no dia 13 de Novembro, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures. O novo Sítio tem um registo visual distinto, que visa criar um novo relacionamento entre a Câmara Municipal, os munícipes do concelho e todos aqueles que queiram aceder a informação sobre o concelho de Loures. Toda a informação está agora mais acessível, através de menus simplificados. A questão da acessibilidade foi também uma preocupação, bem como a reorganização da informa-

ção em grandes áreas temáticas. Idealizado, concebido e executado com recurso a meios do Município, o novo Sítio da Autarquia torna-se, assim, numa ferramenta importante de divulgação, esperando-se que crie uma nova dinâmica entre autarquia e munícipes. Na sessão pública de apresentação, na qual marcou presença o executivo municipal, foi feita uma pequena “visita guiada” pelas áreas mais estruturantes do novo Sítio. O novo Sítio estará disponível na mesma morada em: www.cm-loures.pt.

Pedro Cabeça Advogado

Crónica de uma taxa anunciada Foi intenso o mês que passou, discutiram-se as taxas de IMI, a Derrama e o que cobraríamos de IRS, mas apesar da intensidade no concelho nada de novo. È nesta altura que começo a ouvir reclamações e ameaças de colocação destas palavras a confortar a caixa do gato, dos simpáticos arautos das certezas absolutas:- Então a taxa de IMI não foi reduzida? E aí sem delongas tenho de dar total razão a esses simpáticos arautos do poder instalado, é efectivamente verdade que este executivo desceu a taxa de 0,40 para 0,395. Não sabemos, é certo, quem foi o autor desta redução, pois o parceiro de coligação PSD (que em Loures faz de PP) chama a si esta conquista, a CDU (que em Loures faz de PSD) não comenta, nem desmente. Autorias à parte, foi a redução anunciada e divulgada com pompa e circunstância, criando nos munícipes a ilusão que pagariam muito menos imposto, antes mesmo da taxa estar aprovada pelos membros eleitos da Assembleia Municipal, órgão que, infelizmente para muitos, ainda existe, e que a lei ainda concede essa competência de aprovar as taxas em causa. Mas correias de transmissão, são correias de transmissão e em matérias tão importantes como esta nem vale a pena ir à assembleia, afinal está decidido. Certo é que apesar da previsível correspondência de voto, ainda existiram propostas com outras taxas mais reduzidas, (ver http://youtu.be/h0J-adNVBKI) mas não valia a pena, já estava previamente decidido, e naquele dia, no final daquela assembleia veio-me à memória o sermão de Santo António aos Peixes. O contra argumento, peregrino e original, de combate às restantes propostas apresentadas foi basicamente o do passado. Mas este contra argumento parece esquecer que é no presente que vai acabar a cláusula de salvaguarda, afinal os originais e criativos fazedores do argumento do passado esqueceram que também têm passado. Um passado em que sempre apresentaram uma proposta de IMI de 0,35 (Quando estavam na oposição claro). Agora que acaba a cláusula de salvaguarda e que com o seu fim o governo prevê um aumento de 10,1 % nas receitas do IMI, não é possível uma taxa de 0,375 Porquê? Sinceramente, quanto ao passado os eleitores já se pronunciaram e por isso castigaram nas autárquicas de 2013 o partido que estava no executivo, no presente estão outras forças políticas que sempre defenderam uma taxa de 0,35, e ao que parece agora que estão no poder só acederam a esta ínfima redução de 0.005 porque o parceiro de coligação PSD de Loures (a fazer de PP) assim o exigiu de contrário mantinham, como fizeram no ano passado a taxa em 0,40. Os munícipes “vão ficar felizes” porque vão poupar em média entre 2 e 4 euros por ano, os que não são afectados pelo fim da cláusula de salvaguarda, porque esses vão pagar mais apesar da demagógica descida anunciada. Em Dezembro assinalamos o desaparecimento de Sá Carneiro e em jeito de homenagem passo a citar "O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for." Mas também vêm aí o Natal pode ser que este nos traga como presente um futuro melhor. A todos Bom Natal e Feliz Ano Novo.


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PDM aprovado

Câmara de Loures vence prémio

O documento foi aprovado, por unanimidade, na Reunião de Câmara realizada a 26 de Novembro e integra todas as participações, incluindo sugestões, observações, reclamações e pedidos de esclarecimento, que foram objecto de ponderação, bem como as respectivas respostas fundamentadas. As 245 participações recepcionadas foram ponderadas, encontrando-se a resposta, individual, fundamentada no respectivo relatório de ponderação. Este relatório encontra-se disponível para consulta dos interessados no sítio da Câmara Municipal, em www. cm-loures.pt e no Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística, na Rua Ilha da Madeira, n.º 4, R/C, em Loures, todos os dias úteis, entre as 9 e as 16 horas. Poderá também aceder directamente ao Relatório de Ponderação da Discussão Pública da Revisão do PDM, através do Portal de Revisão do PDM. Foi, ainda, deliberada a abertura de um segundo período de discussão pública, com a duração de 30 dias úteis, contados a partir do 5º dia útil após a publicação do aviso em Diário da República, possibilitando, desta forma, uma nova fase de reflexão sobre a nova proposta de revisão do PDM de Loures.

A Câmara de Loures foi distinguida pelo terceiro ano consecutivo como ”autarquia familiarmente responsável” pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis (OAFR) e recebeu a “Bandeira Verde com Palma” no dia 19 de Novembro na Associação Nacional de Municípios, em Coimbra. Uma das medidas tomadas pela Câmara de Loures que lhe deu acesso ao prémio foi a tarifa familiar de água, que tem em consideração o número de pessoas por agregado familiar e não penaliza, assim, as famílias mais alargadas. A Câmara de Loures foi uma das 102 autarquias a responder ao inquérito realizado pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis a nível nacional e onde foram analisadas as políticas de família dos municípios em dez áreas de actuação: 1. apoio à maternidade e paternidade; 2. apoio às famílias com necessidades especiais; 3. serviços

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"Autarquia + Familiarmente Responsável" básicos; 4. educação e formação; 5. habitação e urbanismo; 6. transportes; 7. saúde; 8. cultura, desporto, lazer e tempo livre; 9. cooperação, relações institucionais e participação social; 10. outras iniciativas. São ainda analisadas as boas práticas das autarquias para com os seus funcionários autárquicos em

matéria de conciliação entre trabalho e Família. Das 102 Câmaras com inquéritos completos, 39 foram distinguidas por medidas concretas de apoio às famílias, algumas das quais com distinção de “Palma”. A Bandeira Verde tem como principal objetivo dar visibilidade às autarquias com

boas práticas e incentivar as restantes a fazerem mais e melhor no âmbito das políticas de apoio à família. A iniciativa favorece o diagnóstico interno e promove a cooperação entre as autarquias, ajudando à criação de uma cultura favorável à família e à conciliação Família/Trabalho.


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ASSOCIAÇÃO

Associação de Apoio Infantil e Social Quinta do Grilo 1. Quem somos A Associação de Apoio Infantil e Social “Quinta do Grilo” nasceu em Outubro de 2006, fundada por um grupo de pais e educadores que sentiam a necessidade de dar apoio escolar a crianças, desde a aquisição da marcha até ao apoio escolar após o ingresso no ensino básico. Somos uma Associação que transporta o lar das crianças para dentro da nossa instituição, como uma segunda casa deles. Usando as vivências do dia a dia. Estamos aptos a oferecer a crianças em idade escolar, apoio pedagógico; psicomotricidade; expressão plástica, dramática, corporal e musical; iniciação ao inglês; visitas de estudo e actividades ao ar livre. No meio rural em que estamos inseridos, além das habituais actividades pedagógicas para a idade pré-escolar, podemos igualmente usufruir da natureza que nos rodeia, bem como partilhar seus valores, tais como: • Conhecer os produtos específicos para cada época do ano e os benefícios que eles nos trazem à saúde; • Apreciar a beleza em nosso redor e com ela criar um imaginário em desenhos, contos, músicas, etc.; • Preservar e viver em comunhão com o ambiente. A importância da reciclagem. Foi nosso objectivo primordial iniciar o processo de candidatura para sermos considerados uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), para assim podermos recorrer aos apoios das entidades oficiais e, termos condições de praticar um preçário compatível com a situação financeira das famílias

que nos procuravam. Esse estatuto foi-nos concedido em 01 de Setembro de 2009. No sentido de nos identificarmos passamos a fornecer os nossos elementos legais identificativos: Denominação Associação de Apoio Social e Infantil “Quinta do Grilo” Morada Praça Tomás José Machado, nº1, 1º esq, 2670-672 Bucelas Telefone 924 140 684 Contribuinte 509 134 858 Reconhecimento do estatuto de IPSS – 28 de Maio de 2009 como registo nº56/09, a fls. 151 e verso, do livro nº12 das Associações de Solidariedade Social Publicação em Diário da República - 2ª série, nº191 de 03 de Outubro de 2006, página 20 918(3) A nível pedagógico além dos objectivos específicos que a Responsável pedagógica pretende atingir com as crianças, traçamos também objectivos para alcançar com as famílias e a comunidade local. Nas actividades que promovemos ao longo do ano lectivo, chamamos as famílias a participarem criando assim uma relação de interesse dos pais pela escola. Têm nascido relações de amizade que trazem para à Associação um ambiente familiar e de entreajuda. Com a comunidade local estamos atentos às iniciativas da Junta de Freguesia e fazemos a divulgação na instituição das que têm interesse para as nossas crianças e famílias.

Antes da remodelação do Jardim

2. Os nossos apoios Temos capacidade para ter a frequentar a nossa Instituição 35 crianças, desde a idade de aquisição da marcha até aos 12 anos divididas da seguinte forma: • regime de creche; • regime de jardim-de-infância; • crianças com idades entre 6 e 12 anos a quem damos acompanhamento escolar depois do horário da escola do ensino básico e secundário. Ainda sem apoios financeiros das entidades oficiais, as nossas actuais mensalidades variam entre o mínimo de 135 euros e o máximo de 235 euros e, estão divididas em 6 escalões que são atribuídos conforme o IRS apresentado por cada família. Estes valores foram calculados de forma a conseguirmos fazer face às despesas correntes da escola. a) As entidades oficiais Tendo em conta a situação económica que o nosso país atravessa, os apoios financeiros que estavam a ser dados às instituições foram diminuidos ou cancelados. Assim sendo, nunca tivemos qualquer apoio financeiro regular das entidades oficiais. Após vários contactos com a Câmara Municipal de Loures e a Junta de Freguesia de Bucelas, estas entidades têm-nos apoiado, incluíndo-nos nas suas iniciativas com a finalidade de angariarmos fundos e, com apoio em actividades pedagógicas: disponibilizando transporte para duas visitas de estudo em cada ano lectivo e, com a disponibilidade do auditório da Junta para fazer a nossa festa de final do ano lectivo. Na Segurança Social, candi-

datamo-nos ao apoio financeiro do Fundo de Socorro Social, para fazermos as obras exigidas por esta entidade. O projecto de remodelação das instalações que apresentamos já foi aprovado e aguardamos o seguimento do processo nos serviços da Segurança Social. Temos também apoio do Banco Alimentar com alguns alimentos que são confeccionados diáriamente nas refeições da instituição. b) As empresas e voluntários particulares A nossa instituição está instalada num edifício que data de 1900, no centro de Bucelas, concelho de Loures. As nossas instalações têm a necessidade urgente de serem melhoradas de forma a corresponderem aos actuais critérios de segurança e acessibilidade. Neste sentido, no verão de 2010 iniciámos a remodelação do nosso espaço exterior com cerca de 350m2. Com a doação de empresas particulares de materiais para obras e com a mão-de-obra voluntária dos pais e amigos da Associação conseguimos a quase remodelação do jardim. Os muros e canteiros foram todos limpos, reparados e pintados, colocamos cercas novas de protecção de um desnível no jardim, nas escadas e no parque infantil e construímos um telheiro. Finalizámos também a remodelação da lavandaria, sala do pessoal e sala para apoio escolar a crianças do ensino básico. Em 2011, remodelamos a sala da creche, também com materiais doados e com a mão-de-obra voluntária dos pais e amigos da

Associação. 3. O que pretendemos alcançar As obras tão esperadas do projeto de remodelação e ampliação que ainda se encontra para despacho através do Fundo Socorro Social. Teremos capacidade para cerca de 60 crianças, para se manter o nosso lema: “ Esta casa será um acrescento da casa deles”, um ambiente familiar, onde é dada a oportunidade de cada criança ser como ela é. Neste momento, necessitamos de um apoio financeiro regular pois estamos a ser procurados por famílias, com membros em situação de desemprego e que, precisam de uma Instituição onde deixar as crianças para procurarem emprego. A nossa Instituição não tem capacidade de aceitar estas crianças sem o respectivo pagamento, até as famílias melhorarem a sua situação financeira, fazendo assim o trabalho social a que nos propomos. A curto prazo urge terminar a remodelação do jardim substituindo o parque infantil e adquirir material para as nossas salas de actividades futuras. Passamos facturas de doação Ao abrigo do estatuto dos benefícios fiscais, o seu donativo, sem qualquer contrapartida é considerado em sede de IRC como custo ou perda do exercício em valor correspondente a 140% do respectivo total (nº3 e al.a do nº4 do Artº 62) e em sede de IRS, majorado de 140% é dedutível á colecta do ano, em valor correspondente a 25% da importância atribuída com o limite de 15% da respectiva colecta (al.b nº1 do Artº 63)

Depois da remodelação do Jardim


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Loures «pouco amiga» das bicicletas Com poucas ciclovias e parcas condições de segurança para quem circula de bicicleta, o concelho de Loures tem ainda um longo caminho a percorrer para agilizar a mobilidade na região. Os ciclistas pedem mais formação, melhores condições de circulação e sinalização. Andar de bicicleta no concelho de Loures não é tarefa fácil. São poucas as ciclovias existentes, fracas as condições para os ciclistas e demasiados os obstáculos. Maria Matos, membro da Bicicletada de Santa Iria de Azóia - movimento espontâneo no âmbito da Massa Crítica, um movimento de âmbito mundial que pretende promover a mobilidade sustentável e a utilização da bicicleta como meio de locomoção – revela que, «neste momento, na zona oriental do concelho, não existem condições especiais para os ciclistas». Residente em Santa Iria de Azóia, Maria Matos utiliza a bicicleta como meio de transporte principal, sendo essa a primeira opção sempre que tem de deslocar-se a qualquer parte. Para esta aficionada das bicicletas, «existem sim condições especiais para os automobilistas, às quais peões, pessoas em cadeiras de rodas e ciclistas têm de se sujeitar». Mas a ciclista de Santa Iria vai mais longe: «Não é fácil deslocarmonos a pé por estes lados, com a falta de passeios, ocupados por estacionamento automóvel abusivo. As bicicletas têm a vantagem de circular na estrada e, boas ou más, há estradas para todo o lado. Contudo, conduzir um velocípede integrado no trânsito rodoviário não é a mesma coisa do que andar de bicicleta no quintal de casa ou no parque da cidade». Para Maria Matos, algumas zonas tornaram-se mais amigáveis para os ciclistas, mas fruto de hábitos a que os condutores já se acostumaram. «Embora, no dia-a-dia, veja várias pessoas a deslocarse em bicicleta, principalmente na zona da Bobadela, Sacavém e Moscavide, talvez esta zona da Estrada Nacional (EN) nº 10, sem declives acentuados, seja mais conhecida pelos desportistas do ciclismo de estrada e a abundância destes desportistas na EN 10, na minha opinião, faz com que esta seja uma das melhores ‘ciclovias’ da região, tão habituados e alertados estão os automobilistas de ver ciclistas ali». Bicicletas levadas «mais a sério» pelas autarquias Habituada a dar passeios em grupo, num movimento aberto e informal de pessoas que se encontram para andar juntas

de bicicleta em contexto urbano, Maria Matos defende que as autarquias, incluindo a de Loures, têm levado mais a sério a mobilidade por velocípede. «Penso que a única coisa que lhes falta é levarem a construção de ciclovias tão a sério como a construção de rodovias e articularem-se – ou, pelo menos, consultarem – com as associações especialistas nestas matérias, para resolverem problemas de implantação, dimensionamento e intersecção que persistem», afirma a ciclista. É um facto que, nos últimos anos, nomeadamente por motivos económicos, ecológicos e de saúde, o aumento do número de utilizadores de bicicletas no país tem aumentado substancialmente. Embora os organismos do poder central e local tenham reconhecido este fenómeno e o tenham refletido nas suas políticas de mobilidade urbana, o paradigma de actuação está actualmente a mudar. E, para melhor, reconhece Maria Matos: «Se inicialmente olharam para a bicicleta como um brinquedo e construíram pistas de lazer fechadas, isola-

das, sem saída, é evidente que, actualmente, o entendimento dos autarcas e vereadores sobre a mobilidade em bicicleta está melhor instruído. Já perceberam, por exemplo, a importância de ter ciclovias a ligar os principais centros de utilidade pública e de munir esses locais de parques de estacionamento seguros e apropriados.» No entanto, não há bela sem senão, desabafa a ciclista: «O que mais me aborrece nas ciclovias é a falta de indicação de direcções. Acontece encontrar uma ciclovia que não conheço e hesito em circular nela, porque não sei para onde vou ou se terá saída mais à frente. Na estrada, há sempre setas a indicar as direcções e isso é fundamental, certo?» Mais ciclovias, melhor sinalização e… formação nas escolas Circulando habitualmente entre a Póvoa de Santa Iria e o centro de Lisboa, Maria Matos articula a bicicleta com o comboio, uma vez que o transporte de bicicletas na CP é gratuito e permitido em

todos os horários. Questionada sobre as ciclovias actualmente existentes no concelho de Loures, Maria Matos reconhece que são poucas e critica a pouca utilidade que estas vias muitas vezes têm. «Reconheço a importância das ciclovias, mesmo quando pouco eficazes do ponto de vista das deslocações necessárias para o trabalho, serviços ou comércio», conta. «O problema das ciclovias é que não cobrem todos os locais onde queremos ir e, mais atrás ou mais à frente, acabamos por ter de circular na estrada», lamenta. «A ciclovia de Sacavém, que liga a Quinta do Património à estação de comboios tem apenas um quilómetro, o que não é nada!», acrescenta. «É uma ciclovia útil, mas não sei se alguém decide utilizar a bicicleta como meio de transporte por causa de um quilómetro», indaga. Quando às outras vias do género existentes em Loures, Maria Matos diz conhecer a ciclovia da Av. Estado da Índia, em Sacavém, construída há seis anos no âmbito da requalificação urbana daquela artéria e «’qualquer coisa’ no Bairro da Sacor, na Bobadela, que embora tenha sido chamada de ciclovia pela

Junta de Freguesia, será muito mais relevante e correcto todo o bairro ser classificado como ‘zona de coexistência’, conforme previsto no Código da Estrada». Mas, as ciclovias não são «remédio para todos os males», defende a ciclista: «Uma acção simples e pouco onerosa que os municípios poderiam promover é a formação de condutores de velocípedes. A Junta de Freguesia de Benfica já promoveu workshops de condução de bicicleta através de cooperativas, de forma gratuita. Esta formação é, de facto, das coisas mais importantes que as pessoas devem saber para a sua segurança, mas poucas estão dispostas a pagar para aprender a andar de bicicleta quando qualquer criança faz isso até sem mãos». A ciclista de Santa Iria vai mesmo mais além: «Arrisco dizer que os honorários desses instrutores são uma ninharia no orçamento municipal e estes workshops esporádicos poderiam ser disponibilizados gratuitamente pelas autarquias, abertos ao público geral ou, melhor ainda, nas escolas, incentivando os alunos a deslocarem-se autonomamente». André Julião


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ACTUAL

Loures José Reis Santos Investigador

Postais a leste Águas da Res Publica Os casos de justiça que recentemente grelham no lume da opinião pública e publicada têm tido o condão de, pelo menos, passarem a imagem de que Portugal é hoje um país diferente. Um país já não impune para os intocáveis, já não acanhado para enfrentar os ‘todo-poderosos’, mas antes um país (cons) ciente das responsabilidades institucionais inerentes ao principio fundamental de separação de poderes, em primeiro lugar, e de que ninguém se encontra acima de Lei, em segundo. E é sob este prima que tenho entendido o caso BES, os Vistos Gold, e agora a detenção de José Sócrates. Há 10 anos seria quase impensável tal torrente de investigações e detenções (vejamos agora que acusações e julgamentos). Hoje estamos todos à espera da próxima apreensão, que novo autarca, exministro ou ministro no activo, seja detido com aparato; ou que novas fugas de informação sobre BPN’s, submarinos, enriquecimentos ilícitos, lavagem de dinheiro, PPP’s ou outros quejandos sejam atirados à lareira da ávida comunicação social, queimando lentamente mais um ‘canalha’ espetacularmente apanhado nas malhas da Lei. Espero então que os casos de polícia não fiquem por aqui, até para não ficarmos com a ideia de que só alguns são investigados e detidos, enquanto outros se vão safando, mantendo os privilégios e os abusos. É essencial que a (boa e consistente) investigação à corrupção e abuso de poder mantenha um ritmo forte e proactivo, e refiro-o essencialmente por duas linhas de raciocínio: uma relativa à potencial falsa percepção que pode trespassar para o comum cidadão de que (finalmente) a justiça portuguesa está a funcionar, e outra no que respeita aos próprios corrompidos e corruptores, que sem mais casos com que se preocuparem podem ler os recentes acontecimentos apenas como um aviso à navegação e não como uma mudança de paradigma. Explico: o pior que podia acontecer, na minha opinião, seria construir a ideia de que as recentes e híper-mediatizadas detenções simbolizem por si só uma novidade sistémica com imediata implicação na qualidade da justiça nacional, i.e. que ela funciona. Ora tal não é verdade, pois a justiça em Portugal não funciona. Não funciona para as pessoas nem para as empresas, não funciona no nosso dia-a-dia. E uma lesta e célere justiça, que resolva problemas e contendas do nosso quotidiano, é bem mais importante que saber, à hora do telejornal, quem foi (ou irá) agora ser detido. Por outro lado, preocupa-me também não só as dezenas de mega-processos ainda sem investigação concluída (BPN’s, submarinos, etc) como todos os pequenos casos de pequena corrupção e abuso de poder espalhados pelo tecido administrativo nacional, em autarquias, institutos, ministérios. Isto porque apesar da importância de pescar ‘tubarões’, mais significativo é saber mudar as águas da Res Publica para que não se mantenham e multipliquem pequenas piranhas. E é esta a minha principal preocupação: não o tamanho do anzol ou do peixe, não a espetacularidade e visibilidade da justiça, mas a capacidade de limpeza das nossas (turvas) águas, para que delas todas e todos, e não apenas alguns, possamos usufruir.

tem quatro escolas no top 100 nacional As escolas do concelho de Loures estão de parabéns. Além das quatro escolas que ocupam um lugar nas 100 melhores do País do Ensino Secundário, houve uma subida generalizada das médias alcançadas nos exames, incluindo as escolas com menor ranking. O ranking das escolas, referente a 2014, demonstrou uma subida generalizada da média obtida nos exames pelos alunos do concelho. Pela primeira vez Loures consegue ter quatro escolas do concelho no top 100 nacional do Ensino Secundário, um dado objectivo que demonstra uma subida da qualidade de todos os intervenientes na educação do concelho. Muitos foram os estabelecimentos de ensino que melhoraram as médias, incluindo aqueles que ocupavam as últimas posições. Destaque para a Escola João Villaret em S. Julião do Tojal, que nos exames de 6º e 9º ano subiu mais de 500 lugares no ranking nacional. Exames do 12º ano Os resultados dos exames de 12º ano demonstraram uma subida geral nas médias de cada escola. Se anteriormente a melhor média pertencia à Escola Secundária Arco-Íris com 10.78, agora a média subiu para 11.73 obtida pela Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo, que subiu 432 lugares no ranking nacional. Como já se percebeu o pódio neste tipo de avaliação no concelho de Loures mudou, o que não aconteceu com a segunda posição, que o Colégio Bartolomeu Dias manteve, assegurando também o estatuto de instituição privada com melhores registos no ensino secundário. O terceiro lugar foi alcançado pelo Colégio Integrado de Monte Maior, outra instituição privada, que assim subiu da 5ª para a 3ª posição. Referência maio para o facto de quatro escolas, duas públicas e duas privadas, ocuparem o top 100 nacional, algo inédito e que prestigia todos aqueles que vão fazendo algo pela Educação em Loures. Por fim destacar a Escola Secundária de Sacavém que, apesar de manter o último posto no ranking concelhio, conseguiu

subir a média dos exames de 7.14 para 8.25, uma subida bastante significativa. Exames do 9º ano Neste patamar de avaliações apena uma escola do concelho figura no top 100, o Colégio Integrado de Monte Maior, que ocupa o 88º lugar, tendo descido 52 posições em relação a 2013, apesar de manter a mesma média de notas, 3.53. Neste parâmetro a maior subida pertenceu à Escola Básica Integrada de Bucelas que subiu 10 lugares no concelho, passou de 14º para 4º lugar e 605 posições a nível nacional, tendo passado de 934º para 329º. Uma subida galopante que foi acompanhada pela Escola Básica João Villaret (475 lugares),

pela Escola Básica de S. João da Talha (425), pela Escola Básica Integrada da Bobadela (337) e pela Escola Básica de Gaspar Correia (231). Como já foi referido não houve uma subida na melhor média de Loures, manteve-se nos 3.53, mas houve uma subida considerável nas piores médias, onde a Escola Básica Integrada da Apelação subiu de 1.50 para 2.06. Também nas escolas com média positiva existiu uma subida, em 2013 eram três e agora são cinco. Exames do 6º ano No 12º ano a média do primeiro subiu, no 9º manteve e no 6º desceu. O Colégio Integrado de Monte Maior voltou a ocupar a primeira posição, mas desceu de

Escola Básica João Villaret

3.76 para 3.72 a média. Uma situação que contrastou com os resultados obtidos pelos restantes estabelecimentos de ensino que de uma forma generalizada subiram, incluindo a Escola Básica Integrada da Apelação que, apesar de manter a última posição no concelho, subiu a média de 1.88 para 1.94. Tal como no 6º ano, também neste patamar houve uma subida do número de escolas com média positiva, passando de três para cinco e a maior subida voltou a pertencer à Escola Básica João Villaret, que ascendeu 540 lugares, também demonstrando melhorias evidentes esteve a Escola Básica de Gaspar Correia que subiu 246 posições. Pedro Santos Pereira


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ACTUAL 6º Ano

Ricardo Andrade

Comissário de Bordo

Continuar

9º Ano

12º Ano

Ao escrever para este número de Dezembro do Notícias de Loures não consigo deixar de olhar para trás e pensar nos meses que se passaram desde que me sentei a escrever o meu primeiro artigo para este jornal do nosso Concelho. Na altura era apenas um projecto inovador, desconhecido de muitos, uma incógnita. Hoje é uma certeza de qualidade e uma referência de isenção na informação e de enorme dedicação a Loures. Neste últimos oito meses muito aconteceu na vida do Concelho de Loures e também na minha. Alegrias, tristezas, ganhos, perdas mas acima de tudo uma enorme aprendizagem sobre mil e um aspectos que, julgo eu, fizeram de mim um ser humano melhor. Com o mês de Dezembro chega também, para mim e para mais de uma dezena de lourenses, a responsabilidade, depositada de forma expressiva, de mais dois anos de mandato à frente da estrutura concelhia do PSD e de continuar um projecto do qual tenho orgulho de fazer parte. Um projecto diferente do que era habitual para o PSD em Loures. Um projecto que não se afasta da luta por uma melhoria da qualidade de vida dos lourenses. Um projecto que mostra a todos, não apenas a novidade de um PSD unido, mas também uma enorme preocupação com questões sociais e também de democracia participativa. Se é fantástico poder ver que o trabalho desenvolvido por nós até agora tem sido para milhares de lourenses uma luz de esperança no meio de momentos sombrios, é também verdade que essa confiança transmitida por muitos dos nossos vizinhos, faz com que recaia sobre os ombros de quem constrói o PSD Loures a enorme responsabilidade de continuar a fazer um percurso sólido e responsável e de continuar a trabalhar em prol de todos os lourenses e não apenas em favor de quem tem confiado no PSD em Loures. Porquê? Porque uns não são mais nem menos lourenses do que os outros e porque sem pensar em todos, é impossível termos a consciência tranquila quanto ao caminho que trilhamos. Apenas assim, com isenção, esforço e dedicação podemos fazer a nossa parte para construir algo de diferente, algo de melhor para mais de 200 mil pessoas que merecem dos seus responsáveis políticos preocupação e respeito... Sempre!!!


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ENTREVISTA

Temos um lema na Associação que é: «Parar é morrer» O NL foi entrevistar o Presidente de uma das maiores IPSS do concelho de Loures e do distrito de Lisboa. José Maria Lourenço dirige a Associação Luís Pereira da Mota há 36 anos, tendo tido apenas um interregno de dois anos em que foi vice-presidente. O passado, o presente e o futuro foram os temas abordados O que é a Associação Luís Pereira da Mota? É uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), uma das cerca de 5 mil que existem no país, com uma função específica que tem a ver com o apoio às populações onde estão inseridas. Cada IPSS tem as suas características e a Associação Luís Pereira da Mota pretende estar sempre na primeira linha a dar

respostas às pessoas e aos problemas da comunidade. Estamos em Loures há 99 anos, e é a herança desse passado que nos vai conduzindo para o futuro. O que é que a Associação possibilita à comunidade? O percurso começou naturalmente com as crianças, quem é mais novo não se lembra dum passado onde a mulher não tinha um

papel activo na sociedade, onde apenas servia para tomar conta dos filhos e do marido, que era um pouco a filosofia do Estado Novo e, felizmente, depois do 25 de Abril isso mudou e a mulher ganhou direitos no mercado de trabalho e foi necessário dar respostas às suas necessidades. Também a constante imigração vivida em Portugal deixou os idosos carenciados, tanto de apoio

como de afectos e a partir daí começámos a pensar também neles, criando estruturas para apoio. Mais tarde, com a criação de bairros sociais monstruosos, um grande disparate diga-se, foi preciso criar estruturas de apoio às pessoas desses bairros, através de projectos contra a pobreza. Nós intervimos nesta área e deparámo-nos com situações de

risco, o que nos levou a avançarmos com o apoio a toxicodependentes e a ajuda a crianças em risco, para o qual criámos centros de acolhimento. Nesta instituição têm desde crianças a idosos, a quantas pessoas prestam serviço? Nós apoiamos diariamente cerca de 1200 pessoas, entre crianças, jovens e idosos.


Loures Notícias de

ENTREVISTA

Os utentes são todos do Concelho? Fora do Concelho só abrangemos no âmbito do apoio a idosos. No internamento em lar e na linha de emergência social. Pode-se aferir que é uma Associação que está virada, quase de forma exclusiva, para o Concelho? Quase. O nosso estatuto era de âmbito concelhio e alargámos para podermos dar resposta a estas situações de risco, que são a linha de emergência social. Presumo, com a crise em que vivemos, que o pedido de apoios tenha crescido? Tem conseguido dar resposta a todos os pedidos? Estamos a viver num momento difícil e não somos só nós, mas o País todo. Quando o País vive em dificuldade as famílias ressentem-se, existem menos rendimentos, têm mais problemas, as receitas da instituição são menores e os apoios são maiores. Cada vez temos mais pedidos para respondermos às necessidades das pessoas e, infelizmente, nem sempre temos capacidade para dar resposta. No caso da Associação, um aumento da actividade podese considerar negativo, pois significa que as pessoas têm mais necessidades… Exactamente. A única área onde a pressão não é tão grande é na área das crianças, porque a taxa de natalidade está a diminuir. As instalações da Associação Luís Pereira da Mota devem orgulhar as pessoas que usufruem das mesmas e são um exemplo a nível nacional. De que forma é que a Associação conseguiu evoluir de maneira a possibilitar estas condições? Nós temos um lema na Associação que é «Parar é morrer». Isso significa que nunca estamos parados e tentamos sempre criar boas condições para os nossos trabalhadores e colaboradores, o que é fundamental para que eles possam produzir. É necessário que as crianças tenham excelentes condições para o seu desenvolvimento e também excelentes condições para os idosos. Desde 1978 não parámos e honrámos sempre os nossos compromissos. Qual é o próximo passo? O próximo passo será, quando conseguirmos resolver a nossa situação financeira, apoiar e criar condições para pessoas com deficiência. É o principal passo? Para mim sim e para a Direcção também. Quantos funcionários há na Associação Luís Pereira da Mota? Nós no último ano criámos cerca de 40 postos de trabalho, mas neste momento devemos

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ter cerca de 300 colaboradores remunerados, além de sensivelmente 30 voluntários. Em função de declarações suas, deduzo que seja contra a criação de bairros sociais de grande dimensão. Penso que foi um grande disparate criar a Quinta das Sapateiras, a Quinta da Fonte e a Quinta do Mocho, que não serviu para integrar ninguém, mas sim criar locais de grande dimensão com problemas sociais graves. A nossa Associação passou momentos difíceis a ajudar algumas destas comunidades. Quem é que apoia a Associação Luís Pereira da Mota? Sem os apoios estatais as IPSS não funcionavam, todas as vossas intervenções e apoios são pagos consoante os rendimentos dos beneficiários. Não têm nada não pagam nada, mas se tiverem bons rendimentos têm de pagar bem. Já houve melhores dias tanto para as empresas como para nós. Em tempo de crise vamos tentando pedir-lhes apoio, mas não está fácil. De qualquer forma temos recebido alguns apoios, não financeiros mas materiais. A Associação Luís Pereira da Mota não se confina apenas à Sede. Em que outros locais estão presentes? Neste momento, felizmente, já não estamos espalhados por muitos sítios. Centralizámos quase todos os serviços aqui na sede e fora daqui só temos o Centro de Acolhimento em Loures, no Jardim Major Rosa Bastos, mais conhecido pela Casa da Palmeira e temos a Casa da Santa Tecla na Apelação. Quem foi Luís Pereira da Mota? A Associação vai fazer 100 anos no próximo ano com este nome, mas já existia antes. Era uma Irmandade que tinha a seu cargo tudo aquilo que era culto e área social. Com a implementação da República saíram novas leis que separaram a parte religiosa da parte civil e a Irmandade ou optava por fazer o culto ou a caridade. Então decidiram adaptar os estatutos, os irmãos passaram a sócios e assim tudo continuou igual, mas com o nome de Luís Pereira da Mota, que foi um benemérito da Irmandade. Curioso é que as suas maiores doações não foram para esta Associação, mas esta foi a única que o reconheceu de forma evidente, dando o seu nome à Obra. Mas para contar mais aprofundadamente a história, iremos lançar um livro com a evolução da Associação até ao 25 de Abril. Há quanto tempo está a frente da Associação Luís Pereira da Mota? Como Presidente estou desde 1978, apenas houve um mandato de dois anos em que fui vice-presidente, mas estou cá desde 1976. Eu vim para Loures em 1975,

Jorge Batista (Vice-Presidente) e José Maria Lourenço (Presidente da Associação)

já conhecia esta região e dada a minha formação religiosa e humana, a primeira coisa que fiz quando cheguei foi ver o que por cá havia e depois de fazer a alfabetização falaram-me numa Associação que estava fechada

e que, eventualmente, seria um bom sítio para colaborar. Era um espaço muito pequeno, eu na altura era desenhador e, com o apoio dos arquitectos com quem trabalhava, fizemos uns projectos para o local. Foi aprovado e

arranjámos financiamento para fazer as obras e a partir daí nunca mais parámos.

Pedro Santos Pereira

A Associação

Luís Pereira da Mota deseja a todos os Associados, colaboradores, Parceiros e Utentes um Bom Natal e Votos de Próspero Ano Novo. Agradece também toda a colaboração dispensada ao longo do ano de 2014. A Direcção


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BREVES

Futebol

Sacavenense em alta Rodrigo Moreira

Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva

Notícias com ossos Nas últimas semanas deparei-me na minha prática clínica com algumas situações preocupantes, e que creio que irão tornar-se cada vez mais frequentes no futuro próximo. Prende-se com a “verdade absoluta” que os relatórios dos exames complementares de diagnóstico assumem na medicina actual. Num curto espaço de tempo assisti dois pacientes com histórias clínicas inequívocas de lesões de gravidade significativa (que implicavam cirurgias urgentes). Contudo, eram portadores de exames imagiológicos a conferir a normalidade da sua situação! Arrastavam-se há dias de médico em médico, e estes confirmavam a banalidade dos seus problemas. A boa prática médica assenta numa cuidada anamnese (questionário) e no exame objectivo. Quando termina este exercício, o clínico gera a sua impressão diagnóstica, a qual poderá vir a ser validada, ou não, por exames que por vezes tem ao seu dispor. Mas, os exames como o próprio nome diz, são complementares e jamais substituem o essencial da observação clínica. Os exames complementares são uma enorme mais-valia na identificação de determinadas patologias, no seu estadiamento, no delinear uma estratégia terapêutica ou no prognóstico. Mas não nos podemos esquecer que são realizados, interpretados e validados por médicos. Esses médicos diferenciaram-se nessas áreas, tal como outros investiram na auscultação cardíaca, ou outros na cirurgia do joelho. Não são os donos da verdade e são passíveis de erros, fruto de variadas razões, como o sejam, a inexperiência ou a incompetência, tal como acontece a cada um de nós. E mais, existem exames com elevadas taxas de variabilidade interobservador (interpretação diferente do mesmo exame por pessoas diferentes) e até intra-observador (interpretação diferente pela mesma pessoa em momentos diferentes). Então, porque acredita mais um doente no relatório de um exame do que no próprio médico com quem conversa e que o observa? Porque no relatório vem escrito! “Dr., está a ver aqui escrito!” Como médico, quando vejo por exemplo uma ressonância magnética, não prescindo de primeiro ver as imagens, gerar a minha interpretação e depois confrontar com o relatório realizado por outro médico. E quantas vezes não concordo com o que está relatado, fruto do meu conhecimento e de uma experiência sustentada em situações semelhantes já vividas, e que não se aprendem nos livros. Como doente, desconfio quando o médico se baseia cegamente nos exames e prescinde daquilo que o deveria diferenciar de um outro qualquer. Afinal qualquer um sabe ler um relatório?

A equipa de Sacavém é neste momento a maior potência futebolística do concelho, não só nos seniores, mas também na formação. Os mais graúdos lutam por um lugar que lhes permita aceder à segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores, fase esta em que disputará o acesso à II Liga. Neste momento ocu-

Futsal

Portela e AMSAC prometem

Portela e AMSAC continuam a ser os maiores embaixadores da modalidade no Concelho. Ambos disputam a Série E da II Divisão Nacional, onde os dois primeiros irão passar a uma segunda fase, que apurará a equipa que no próximo ano estará na I Divisão. Neste momento a Portela lidera com três pontos de avanço sobre o Vinhais, enquanto a AMSAC se encontra no terceiro lugar a dois pontos do segundo. As possibilidades destas duas equipas conseguirem o acesso à fase seguinte são boas. Na formação a Portela está em maior destaque, ocupando o 4º lugar nos Juniores A e o 3º nos Juniores C. De realçar que os seis primeiros destas divisões irão disputar o título de campeão de Lisboa. Destaque também para AMSAC e Infantado que ocupam as duas primeiras posições na I Divisão de Juniores B, lugares que dão acesso ao principal escalão da modalidade a Divisão de Honra.

pam a quarta posição da Série G, apenas dois são apurados para discutir a promoção, a seis e quatro pontos de primeiro e segundo classificados, sendo que o 1º de Dezembro (2º) tem mais um jogo. Uma tarefa possível, uma vez que ainda faltam sete jornadas. O Loures também se encontra nesta divisão, mas ocupa um lugar mais modesto, sétimo a 11 e 9 pontos dos líderes. Na formação o Sacavenense continua a dar cartas, mostrando que não foi em vão a distinção efectuada pela Câmara Municipal de Loures, ocupando a liderança na Série D da I Divisão de Juniores B (Juvenis), estando à frente de Real, Benfica e Sporting, segundo, terceiro e quarto classificados respectivamente. Para a fase seguinte apenas os dois primeiros são apurados e a equipa de Sacavém tem demonstrado argumentos para ser um deles. Em Juniores A (Juniores) as coisas não estão a correr tão bem, pois ocupa o penúltimo lugar

da I Divisão - Zona Sul. Esperemos que ainda garantam a manutenção. Nos Juniores C (Iniciados) a prestação tem sido de destaque, estando instalados na quarta posição.



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Ninho de Cucos

Um Natal mais indie

ou a playlist alternativa aos coros de centro comercial em repeat! João Alexandre Músico e Autor

Nesta época, o som de fundo (às vezes bem mais que de fundo) residente nos espaços comerciais portugueses não será propriamente o mais convidativo e apelativo à sanidade mental dos seus clientes. É quase um contra senso mas na verdade coros de ternurentas crianças a clamar “a todos um bom Natal” em modo repeat, rapidamente se transformam num inferno capaz de ombrear com o outro que são as compras propriamente ditas. Deixamos neste número do Notícias de Loures a sugestão de uma playlist alternativa para quem não pretendendo dispensar a temática do Natal e afins, não queira por outro lado sujeitar-se ao martírio também conhecido como tortura inevitável da época, de continuar a escutar em casa, no carro ou no trabalho aquilo que forçosamente irá ouvir nos ditos espaços. É uma ideia! Feliz Natal! 1. The Waterboys – December Um tema do álbum estreia dos escoceses Waterboys gravado em 1982 precisamente para a época natalícia. 2. Chris Rea – Driving home for christmas Clássico de Natal (de facto não é mesmo nada alternativo) das ruas de Nova Iorque ou Londres, editado em 1986. Por cá também se escuta, em lojas de bom senso e é perfeito para a quadra. 3. Paul Haig – Christiana Tema editado pela independente belga “Les disques du crepuscule” numa coletanea de Natal. 4. Tom Waits – Christmas card from a hooker in Minneapolis Uma canção escrita por Tom Waits e editada em 1978. Há quem diga que é um sketch bem lacónico na primeira pessoa. A letra narra uma carta escrita por uma prostituta a um homem de nome Charlie.

9. The Walkmen – No christmas while i’m talking Tema incluído no 2º álbum de originais da banda “Bows + arrows). 10. Flaming Lips – A change at christmas Do ep “Ego tripping at the gates of hell” de 2003 e em que a letra fala de paz, amor e solidariedade entre os homens de uma forma que nunca percebemos se é ou não séria. 11. Mojave 3 – Breaking the ice Tema retirado do derradeiro álbum de originais dos Mojave 3, “Puzzles like you”, fiel ao som característico da banda que cruza dream pop com folk/rock.

12. Au Revoir Simone – Fallen snow Tema do aclamado álbum “The bird of music” de 2007, deste trio feminino de Brooklyn. 13. Sufjan Stevens – Holy Holy Holy Sufjan Stevens não fez por menos e em 2006 lançou não um mas uma coleção de 5 discos intitulada “Songs for Christmas”, onde se inclui “Holy Holy Holy”. 14. Snow Patrol – When i get home for christmas Incluído em coletanea de Natal de 2000 com versões e originais de diversos artistas.

15. The Raveonettes – The Christmas song Single obscuro de 2003 do duo dinamarquês.

18. Antena – Noelle à Hawai A visão diferente de um Natal no Hawai para o trio franco-belga Antena em 1982.

16. Low – Just like christmas Mais uma banda de raís muito indie que se dedicou em exclusivo a fazer um álbum de Natal em 1999, no caso um presente para os fans do grupo.

19. The Shins – Wonderful christmastime A versão dos Shins em 2012 para o tema “Wonderful christmastime” de Paul McCartney.

17. Julian Casablancas – christmas treat A voz dos Strokes num tema que primeiro se chamou “I Wish It Was Christmas Today” e utilizado no programa de tv americano “Saturday night live”.

20. Cat Power – Have yourself a merry little christmas E para finalizar a versão de Cat Power para este tema escrito por Hugh Martin e Ralph Blane e celebrizado mais tarde por Judy Garland e Frank Sinatra.

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5. !!! – And anyway it’s christmas Tema de 2013 dos nova iorquinos !!! ( Chk Chk Chk), a última banda de quem se esperaria uma sentimental canção de Natal com sininhos e harmonias vocais. 6. Magnetic Fields – Everything is one big christmas tree Tema que integra o álbum “Realism” de 2011 da banda de Stephin Merritt. 7. Galaxie 500 – Listen the snow is falling Tema de 1990 para a banda americana de culto, Galaxie 500. 8. Mazzy Star – Flowers in December Do álbum “Among my swan” de 1996.


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Paisagens & Patrimónios Castelo de Periscoxe Florbela Estêvão

Arqueóloga e museóloga

Escolhi como tema desta crónica o conjunto patrimonial conhecido como Castelo de Periscoxe, cuja origem remonta ao século XV, e que é um exemplo da arquitetura civil da nobreza de quatrocentos. Atualmente inserido na malha urbana da povoação de Periscoxe, que parcialmente o esconde a quem estiver mais desatento, assim perdeu parte da sua antiga posição sobranceira sobre o Tejo e a lezíria, dela apenas conservando uma réstia de visibilidade. De qualquer modo, para quem o visita é fácil imaginar que outrora teria seguramente uma posição dominante na paisagem da região, não esquecendo que, um pouco mais abaixo, ladeando o rio Tejo, passava a antiga Estrada Real (hoje a estrada nacional 10), uma das principais vias de acesso à capital do reino. Além da referida estrada o próprio rio era, também ele, uma importante via de comunicação. Durante muito tempo, tanto a atividade piscatória, como a produção de sal nas marinhas, foram importantes, e são mencionadas em vários documentos relacionados com este local. Observando a fisionomia exterior do conjunto arruinado que se conservou até aos nossos dias, verificamos que apresenta elementos arquitetónicos associados aos castelos, com sejam as ameias, os merlões, os adarves, ou as torres adossadas às muralhas. Porém esses na verdade não se relacionam com uma função bélica, mas antes visam dar-lhe uma aparência acastelada. Podemos afirmar que estamos perante um paço que não renuncia à sua imagem militar, o que é especialmente compreensível quando sabemos que foi escolhido para servir de cabeça a um novo morgadio, a “quintaã de Castelbranco Ho Novo”. Ora, foi precisamente em 1442 que Nuno Vasques de Castelo Branco e sua mulher, D. Joana Zuzarte, titulares do viscondado de Castelo Branco, instituíram um morgadio neste local, então

uma quinta de família. Passando desde essa data a ser a residência oficial desta nova linhagem, o antigo paço terá recebido obras de melhoramento de acordo com o seu novo estatuto, procurando aliar as questões estéticas e funcionais próprias das habitações nobres dos finais da Idade Média à necessidade de transmitir uma imagem de poder e de força essencial à consolidação do estatuto social e político dos novos senhores. Recuando um pouco mais no tempo, uma das referências documentais mais antigas que poderá ser associada ao chamado Castelo de Periscoxe data do século XIV, justamente num documento em que é mencionada a compra de uma quinta na Azóia realizada em 1334, por D. Gonçalo Pereira, Arcebispo de Braga. Esta quinta possuía um paço atorreado, lagares de vinho e de azeite, adegas, pombal, assim como terras de cultivo, vinha e olivais. Tal propriedade, com o seu paço, destinava-se a albergar os arcebispos de Braga durante as suas deslocações a Lisboa, e estava perfeitamente integrada no termo desta cidade, numa área periurbana, com acesso fácil por estrada ou pelo rio Tejo. Sabe-se também que o paço de Pero Escouche terá pertencido a um oficial régio, Diogo Afonso de Alvernás, que possivelmente faleceu em 1409. A sua viúva, D. Joana de Zuzarte, casou em segundas núpcias com um filho segundo, Nuno Vasques de Castelo Branco o Novo, em 1421; e será este, como já referi anteriormente, que irá instituir com a sua esposa o morgadio de Castelo Branco o Novo em 1442, passando o paço a ser o local de residência familiar. O último proprietário da linhagem dos Castelo Branco foi D. Pedro CasteloBranco, capitão da Guarda do Príncipe D. Teodósio, filho de D. João IV, tendo o paço ficado desabitado após a sua morte em 1675. Entrou então num proces-

so de degradação, dado ter perdido a sua função como residência permanente. Porém, tendo em conta a grande extensão da propriedade, que se alongava até às margens do rio Tejo, é de considerar como válida a hipótese de a mesma ter sido arrendada para fins agropecuários, os quais possivelmente serão responsáveis por algumas reconversões identificadas no seu interior, como por exemplo a construção de um lagar, de que restam vestígios. Já no século XIX, esta propriedade de Periscoxe foi vendida por D. Constança Manoel de Castelo Branco, em 1884, a Maria da Assunção Carvalho, tendo esta senhora mandado construir ali palheiros, estrumeiras e arrecadações. Terminava assim a ligação deste conjunto patrimonial a uma linhagem nobiliárquica, os Castelo Branco. No Castelo de Periscoxe - e apesar de se desconhecer em parte a estrutura interna do conjunto patrimonial edificado devido ao estado de ruina em que entrou após o seu abandono parcial - os vestígios que chegaram até hoje permitem afirmar que se enquadra no contexto das casas nobres senhoriais quatrocentistas. É notória a preocupação deliberada pela simetria e racionalidade, expressa na planta quadrangular, bem como nas suas três torres quadrangulares, de apenas dois andares, que reforçam a muralha que corre a toda a volta do conjunto, uniformemente rematada por ameias, sendo as torres flanqueadas por matacães sobre modilhões, o que lhe confere a fisionomia militar a que já aludi. No entanto, no interior, o espaço ameniza-se, uma vez que a sua organização obedecia a critérios mais funcionais, que procuravam dotar o paço de um certo conforto inerente ao estatuto social e político do seu proprietário. No centro do conjunto o destaque vai para o pátio, ao redor do qual se distribuíam as restantes funções residenciais: para o lado da fachada principal desenvolvia-

se o corpo habitacional destinado aos senhores, subsistindo a grande chaminé cónica possivelmente pertencente ao salão nobre (embora de menor dimensão é semelhante às chaminés do Palácio da Vila de Sintra), dependência que estaria ligada lateralmente a outros quartos, bem como a áreas de apoio e à capela; para as traseiras estariam as dependências domésticas destinadas à criadagem, assim como as cozinhas, arrecadações e espaços para armazenamento e para outras funções necessárias à vida do paço. Neste período, o espaço interior das casas nobres obedecia a uma hierarquia que ia do mais público ao mais privado, ou seja, de acesso progressivamente mais restrito, atravessando-se deste modo uma sucessão de salas, que comunicavam entre si de forma contínua, em que a área mais reservada estava destinada à alcova. Depois desta encontrava-se o espaço sagrado, que podia ser o de uma pequena capela, ou tão-somente confinarse a um simples oratório. Devido à sua notoriedade e reconhecida importância histórico-arquitetónica, o Castelo de Periscoxe foi classificado em 1961 como Imóvel de Interesse

Público, fato que não impediu na prática o avanço da sua ruina. Será já no início de 2000 que a Câmara Municipal de Loures assume a liderança de um projeto de valorização, em parceria com o IPPAR (organismo da tutela do património classificado) e com a empresa Obriverca, que incluiu não só intervenções arqueológicas (de salientar aqui a Dra. Ana Raquel Silva, arqueóloga do município de Loures que acompanhou estes trabalhos e tem realizado várias iniciativas de visam a divulgação deste património), como ações de consolidação, reconstrução e readaptação para novas funções: transformar esta ruina num equipamento cultural. O projeto de reabilitação do Castelo de Periscoxe esteve a cargo do Arquiteto Francisco Silva Dias, até que em dezembro de 2001 o conjunto foi inaugurado como Galeria Municipal. Termino hoje com mais um desafio dirigido a você, leitor: venha percorrer este conjunto monumental rodeado por velhas oliveiras, e aproveite não só para visitar a galeria municipal, como para descansar na simpática esplanada instalada no pátio... sentir-se-á por momentos noutros tempos...

Castelo de Periscoxe - fachada principal onde de pode ver a grande chaminé.


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Museu do Vinho e da Vinha com loja de promoção Promover e divulgar vinhos e outros produtos regionais é o grande objectivo da Loja do Vinho, inaugurada no Dia Europeu do Enoturismo, no Museu do Vinho e da Vinha, em Bucelas. Muitas iniciativas de promoção turística vão seguir esta inauguração, disse ao NL, o vereador António Pombinho. Em 2015, está previsto o lançamento de uma agência de investimento municipal. Foi inaugurada, no passado dia 9 de Novembro, data que assinalou o Dia Europeu do Enoturismo, a Loja do Vinho do Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas. O espaço, inserido no edifício do museu, tem como objectivos promover a produção vitivinícola local e divulgar os vinhos do concelho de Loures, nomeadamente da Região Demarcada de Bucelas, incluindo os afamados néctares Quinta da Romeira (Wine Ventures), Caves Velhas (Enoport United Wines), Quinta da Murta, Chão do Prado, Monte do Roseiral, Casa D’Além e Quinta das Carrafouchas. A Loja do Vinho, que vai vender também outros produtos regionais, está aberta ao público de terça-feira a domingo, entre as 10h00 e as 13h00 e entre as 14h00 e as 18h00, encerrando às segundas-feiras e feriados. Para António Pombinho, vereador com os pelouros do Desenvolvimento Económico, Turismo e Promoção do Emprego, da Câmara Municipal de Loures, «não fazia sentido haver um Museu da Vinha e do Vinho sem haver um espaço para a promoção e venda dos nossos vinhos.» O vereador disse ao NL que a autarquia tem, no entanto, «uma ambição maior, que este espaço possa ser a casa-mãe da Rota dos Vinhos de Bucelas e um espaço onde a promoção dos nossos vinhos, do nosso território e da nossa oferta enogastronómica e enoturística possa ser levada a cabo.» Aliar o vinho à promoção do território de Bucelas O Museu do Vinho e da Vinha, onde é possível vivenciar um

mo em 2015», revelou António Pombinho. Janeiro traz uma AICEP+IAPMEI municipal

conjunto de actividades, tradições e memórias de uma comunidade e do seu território, dispõe de visitas guiadas e de provas comentadas mediante marcação prévia, por telefone ou e-mail. No âmbito da inauguração da Loja do Vinho, foi assinado um protocolo entre a Câmara Municipal de Loures e alguns produtores vinícolas da região. «Vamos chamar os promotores e os produtores de vinho, todos os operadores da área do turismo e os municípes, no sentido de que possam conhecer melhor a oferta que temos, para apreciarem os nossos vinhos, assim como os outros produtos, as nossas paisagens, as nossas ofertas culturais e recreativas, enquanto oportunidade para manter contacto com uma realidade que importa promover», defendeu António Pombinho. Recorde-se que o município de Loures integra a Associação de Municípios Portugueses do Vinho, constituída por 22 cidades portuguesas e por quatro

rotas do vinho. «Temos a ideia de que Bucelas é um território fantástico, que tem todas as condições para se desenvolver e estamos a fazer uma aposta séria no sentido de que possa crescer e se possa dinamizar, para dar resposta ao que as pessoas vinham procurar ao fim-de-semana para o seu lazer, para beber, para comer e para se divertirem», desvenda o vereador. «Bucelas vai voltar a ser isso tudo, no âmbito desta nova aposta», acrescenta o responsável. Reabilitar turismo de Loures, Moscavide, Sacavém e Camarate Trata-se de uma iniciativa inserida num vértice estratégico, de onde partirão diversas outras, não só em Bucelas, como noutros centros do concelho, como releva António Pombinho: «Em relação a Bucelas, estamos a promover um conjunto de iniciativas no âmbito da Rota

dos Vinhos e a ideia é que haja circuitos e ofertas integradas, que possam trazer cada vez mais pessoas ao final da tarde, nomeadamente também ao fim-de-semana, para terem experiências e contacto com realidades diferentes. Relativamente a outras localidades, a grande aposta do executivo é no sentido de reabilitar e fazer renascer os centros urbanos de Loures, Moscavide, Sacavém e Camarate. São centros que estão a ficar cada vez mais debilitados e abandonados e isso não pode acontecer. Temos de reabilitar os nossos centros urbanos, voltar a darlhes vida e capacidade de atracção das pessoas.» Iniciativas como o «Sunset Moscavide» vão por isso repetir-se um pouco por todo o concelho, de acordo com o responsável. «Como já houve duas vezes no Infantado, vão haver mais iniciativas do género do ‘Sunset Moscavide’ e vai haver um reforço do investimento para a área do turis-

Mas a grande aposta no que toca ao turismo e ao desenvolvimento económico passa pela criação de uma agência de investimento municipal. António Pombinho levantou a «ponta do véu» ao NL sobre o que irá ser esta espécie de AICEP local: «Vamos instalar a nova agência do investimento de Loures, uma enorme aposta e o primeiro compromisso eleitoral do executivo que ganhou as eleições e que vai querer ser um interlocutor privilegiado de todos os investidores que queiram vir para Loures e também de todos os agentes económicos já instalados.» Mas, António Pombinho foi mais longe: «Durante o primeiro trimestre de 2015, no âmbito de um conjunto de discussões que vamos ter sobre o futuro do concelho de Loures, vamos poder apresentar iniciativas e actividades que vamos desenvolver relativamente a esta matéria e vai ser público o sistema de inovação que está a ser constituído em parceria com os agentes económicos do concelho de Loures e com os centro de inovação, nomeadamente as universidades que estão a colaborar connosco. Esta é uma aposta fortíssima, porque Loures tem de ser um território inovador daqui a muito pouco tempo. A agência vai ser em Loures, mas ainda não posso revelar exactamente o local. Será uma espécie de AICEP mais IAPMEI municipal.» André Julião


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AGENDA

CULTURAL 7 de Dezembro

7 de Dezembro

7 de Dezembro

8 de Dezembro

Mercado da Vila Natal - Pavilhão Leonel Pires - Música, artesanato, desporto e solidariedade Entrada: livre - a partir das 9 horas Baile Sénior com o Duo Musical Águias D´Ouro - Centro de Dia Social e Comunitário da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela Entrada: livre - Das 15 às 18 horas

7 de Dezembro

Noite de Fados - Sala da Assembleia da Junta de Freguesia da Bobadela Entrada: 10 euros - 21 horas

Noite de Teatro Solidária - Peça "O Nascimento do Salvador" - GDR Corações Vale Figueira Entrada: 1 bem alimentar - 21 e 30 horas Aniversário de Bucelas - Várias animações - Todo o dia

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Mega Zumba Solidária - GMR Bemposta Entrada: 1 bem alimentar - 19 horas

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SAÚDE

A propósito do surto de Legionella Pneumophila em novembro de 2014 Durante os meses de outubro e novembro de 2014 desenvolveu-se um surto de doença infeto contagiosa provocada pela Legionella Pneumophila. O surto esteve circunscrito às freguesias de Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa e Vialonga, tendo sido notificados até 21 de Novembro 336 casos e 10 óbitos (dados da Direção Geral de Saúde). A maior parte destes óbitos relacionou-se com co-morbilidades dos doentes, padeciam de outras doenças debilitantes ou baixa de imunidade. Do total de casos notificados, 42 são residentes do concelho de Loures, mas tiveram origem no surto verificado nas freguesias acima descritas. Caraterização da Doença do Legionário A infeção por legionella pneumophila ficou conhecida como Doença do Legionário em 1976, após um surto de infecção na Convenção da Legião Americana, em Filadélfia, EUA. A bactéria Legionella pneumophila provoca uma infecção pulmonar conhecida por Doença dos Legionários. Para além desta doença, também pode causar uma síndrome gripal chamada Febre de Pontiac. Esta bactéria pode ser encontrada em reservatórios naturais como rios, lagos e poços. Está também presente em reservatórios artificiais como sistemas de arrefecimento (torres de arrefecimento, condensadores/evaporadores, humidificadores, sistemas de ar condicionado), redes prediais de água quente e fria, sistema de água climatizada de uso recreativo ou terapêutico (piscinas, spas, jacuzzis), sistemas de abastecimento/distribuição de água, de lavagem de automóveis, de água contra incêndios, de rega por aspersão, fontes ornamentais, repuxos e tanques recreativos, entre outros. Nestes sistemas o desenvolvimento da bactéria ocorre quando estão presentes os nichos ecológicos favoráveis à sua multiplicação e desde que estejam reunidos alguns factores: zonas de reduzida circulação de água, temperatura entre 25ºC a 45ºC, humidade relativa superior a 60%, pH entre 5-8. Modo de transmissão A Legionella transmite-se por via aérea através da inalação de gotículas de água contaminada – aerossóis -, não sendo possível a transmissão directa entre seres

humanos ou através da ingestão de água. O período de incubação da doença varia entre 2 e 14 dias Doença dos Legionários A infecção causada por esta bactéria pode manifestar-se por: febre, calafrios, dores de cabeça, desorientação, dores musculares, tosse seca, dificuldade respiratória, diarreia e vómitos. Os adultos com doenças pulmonares, doenças renais, imunodeprimidos, diabetes mellitus ou fumadores têm maior risco de ficar doentes. O diagnóstico é estabelecido pela avaliação médica e exames laboratoriais. O tratamento inclui antibiótico e cuidados gerais. Prevenção Os programas de vigilância, inspecção e limpeza dos meios contaminados são a principal medida preventiva. Na rede pública de água potável a desinfeção química é assegurada pela cloragem

(0,2-0,6mg/L) da água. Nos sistemas de água quente sanitária recirculante, a desinfeção térmica é feita com o aquecimento da água nos depósitos a temperaturas superiores a 750 C. Nos demais sistemas aquáticos e de ar condicionado deve ser promovido um programa regular de limpeza/desinfeção e manutenção dos mesmos. O que fazer? Limpar regularmente os crivos das torneiras e chuveiros;

Substituir torneiras, chuveiros e canalizações em mau estado de conservação; Os cilindros e termoacumuladores de águas quentes devem manter a temperatura acima dos 750 C; Utilizar água destilada nos aparelhos de aerossois/terapia respiratória; Limpar e desinfectar regularmente os aparelhos de ar condicionado; Em fontes decorativas, renovar a água regularmente e aplicar desinfectante; Nas piscinas e jacuzzis, efetuar

o controlo e manutenção regular da qualidade da água e dos seus equipamentos

Autores: Unidade de saúde Pública do ACES Loures-Odivelas Ângela Dias, enfermeira de saúde pública, Fernando Dias e Margarida Seabra, técnicos de saúde ambiental, David Sousa e Filipe Rodrigues, médicos internos


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SAÚDE

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Na Ceia de Natal não pode faltar o tradicional arroz doce. Desfrute deste delicioso doce natalício sem remorsos! O arroz doce é um doce tradicional de Natal do Minho e Douro Litoral.

Arroz Doce Ingredientes (10 pessoas) • 250g de arroz • 7,5 dl leite magro • 65g de açúcar light • 3 gemas de ovo

Preparação 1. Levar ao lume o leite previamente fervido com o arroz e o açúcar, e quando levantar fervura juntar a casca de limão. 2. Quando o arroz estiver fervido, retirar do lume, juntar uma pitada de sal e as gemas previamente batidas.

• casca de limão

3. Mexer muito bem e levar ao lume até as gemas cozerem.

• canela

4. Servir polvilhado com canela.

Anabela Pereira Nutricionista

Sugestões para um Natal mais Saudável Já cheira a Natal, as iluminações de rua já anunciam o Natal e as montras das pastelarias também...exibem bolo-rei, filhós, rabanadas, sonhos, azevias, entre outras iguarias natalícias. A época natalícia é a época festiva mais celebrada em Portugal. Apesar da diversidade, a ingestão de gorduras e açúcares excessiva acaba por ser frequente. Como bem sabem, o Natal não se restringe apenas ao dia 24 e 25 de Dezembro, podendo começar mais cedo e apenas terminar no dia de Reis. As festas são para aproveitar e não para ficar com remorsos ou a ver os outros a celebrar. De formar a tirar o máximo partido das maravilhas que esta época nos presenteia, deixo-vos algumas sugestões para que tenham um Natal mais saudável: É importante fazer uma boa gestão da quantidade de comida que é preparada, para evitar comer sobras durante uma semana. Acompanhe as refeições tradicionais, como o bacalhau, polvo ou peru com muitos legumes e tempere com pouco azeite. Opte por colocar na mesa frutos secos como nozes, avelãs, amêndoas, pinhões e amendoins (de preferência sem adição de sal ou açúcar). Estes frutos além de serem saciantes, são ricos em ácidos gordos essenciais. Coloque no centro da mesa uma bonita taça com salada de frutas frescas enfeitada com romã, que dará um efeito natalício. Da enorme variedade de doces natalícios, dê preferência à aletria e ao arroz doce, estes são ricos em proteínas de alto valor biológico. Outro truque é confecioná-los com leite magro. Um truque para reduzir as quantidades de açúcar das receitas é utilizar canela e fruta, são outras alternativas para dar sabor a doces e bolos. Se fizer fritos, escorra-os bem para retirar a gordura e utilize papel absorvente. Evite a reutilização excessiva dos óleos. Tenha atenção à quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas, porque o álcool é o segundo maior fornecedor de calorias, a seguir às gorduras, mantenha-se hidratado bebendo água e chás. Nos dias seguintes às refeições mais calóricas, aproveite e faça uma caminhada com a família, gastando assim parte de calorias ingeridas. As festas existem para serem comemoradas, com estas sugestões celebre a época natalícia sem culpa. Desejo-vos um um Feliz Natal e um Próspero Ano 2015!


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A Dança na sua Essência. É! Lucília Bahleixo

No início era o nada e o nada só começou a existir quando os batimentos cardíacos ganharam automatismo e ritmicidade próprios. É assim que começa a vida enquanto embriões, ainda na fase intra-uterina. A dança começa aqui também, ou não fosse a mesma, a comunicação com o mundo através do movimento. Se Deus quis mostrar que a primeira forma de Existir é através do movimento do corpo, aqui o demonstra de maneira inequívoca. De resto, toda a Existência Vital é feita de movimentos, em forma de par, senão repare-se: inspiração e expiração, sístole e diástole cardíaca, contração e relaxamento, ingestão e expulsão e até para adormecer, as mães embalam os seus filhos com movimentos de ir e voltar… Destes movimentos tal como o mar, o corpo vai respondendo aos impulsos da alma, e já desde pequeninas que as crianças se “mexem muito”, não porque sejam irrequietas, mas talvez, só talvez, porque o espírito não aguente mais o silêncio, a quietude e precise muito de se manifestar na fisicalidade. A vida, afinal, não é uma estátua, é uma amálgama de inquietações feli-

zes ou não e há que deixar sair para fora do corpo…Nasce a Dança, assim! A linguagem oculta da Alma. Depois, só depois é que surgem essas entidades de luz que se chamam Bailarinos, que se vestem de corpo. Não são o corpo. Há quem diga que quando à noite se deitam despem o corpo, para o deixar descansar, saem para fora dele e vão voar. Aquilo que o público pensa que vê em palco é um corpo a dançar, porém o que "realmente vê" é uma centelha divina, despida de corpo que se expande através de cada célula e átomo. É movimento em forma de Deus. Há quem diga que os bailarinos fazem amor sem corpo. É a sua luz feita alma que perfura cada poro do Ser com quem se fundem. Os corpos dos bailarinos são nus e imaculados. São pura luz, ar, fogo e mar. Dissolvem-se. Não se espante se se sentir profundamente amado quando dançar: renda-se! Está a aprender a despir-se do corpo e a Amar! Em suma, a Dança é a prova divina da essência da alma. E se ainda não acredita muito nisso, permita-se refletir, da forma que o seu corpo reage quando é abraçado e beijado.


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Natal e Fim de ano rimam com felicidade? Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

Aproxima-se mais uma vez a época natalícia e parece haver à nossa volta uma exigência interna e externa para estarmos felizes e vivermos o espírito natalício a 100%. E se não nos sentirmos assim? E se nesta época vivenciarmos antes uma mistura de sentimentos? As emoções despertadas pelo Natal são bastante complexas. O Natal é uma época para muitos caracterizada por alegria, amor, mas para outros pode ser uma época triste acompanhada por sentimentos de solidão, desesperança e desânimo. A depressão das festas é comum no mês de dezembro. A época “mais feliz do ano” pode ser especialmente difícil para quem já está deprimido ou a passar por uma crise existencial. Somos bombardeados pelos

media por imagens de pessoas extremamente felizes, de famílias reunidas para a consoada, de reencontros familiares, que tentam a todo o custo vender-nos a ideia de que é esse o verdadeiro estado de espírito. Com o Fim de Ano celebra-se também um ciclo repleto de memórias de um ano que findou. Rito de passagem, momento de renovação e início de um tempo novo, é altura de fazermos um balanço geral das várias áreas da nossa vida. Que objetivos conseguimos atingir? O que não cumprimos? Sentimentos como a frustração e a tristeza são uma constante. Perguntamo-nos “Será que o próximo ano vai ser melhor?”, criamos expectativas, muitas vezes irrealistas sobre o que pretendemos alcançar.

Como podemos diminuir o “stress” característico destas épocas festivas? - Permita-se a si próprio estar triste ou saudoso, mas não o faça de uma forma deprimente. Relembrar os que nos foram queridos é uma forma de os manter vivos. Fale dessa pessoa abertamente, relembrando episódios curiosos ou caricatos, frases ou tiques usuais. - Crie uma tradição de Natal para a sua família. Um ritual que celebre a reunião das pessoas. Ter boas memórias é muito importante para a saúde mental. Há várias atividades que pode promover, sugiro que se dediquem a construir a Árvore Genealógica da vossa família, mas de maneira a envolverem ativamente todos

os elementos da família, do mais pequeno ao mais crescido. Recolha toda a informação possível. Para tornar a história da família mais animada, inclua um pequeno texto sobre a pessoa em causa. Na consoada ou no almoço de Natal, reservem um tempo para a apresentação do que investigaram sobre a vossa família aos restantes familiares. - Minimize as expectativas e transforme o Natal e a Passagem de Ano numa festividade “normal” Ajustar os nossos sonhos à realidade e estabelecer metas atingíveis são duas decisões crucias para a entrada no novo ano. - Organize um programa para esses períodos. A minha proposta este ano vai no sentido de partilhar tempo

em comum. Não há melhores recordações do que aquelas que ficam ao fazermos alguma coisa juntamente com as pessoas de quem gostamos. - Trace metas realistas e alcançáveis para o novo ano. Mude o olhar que tem sobre esta época, não a veja como um julgamento, mas sim como uma oportunidade para colocar em prática aquilo que que não teve oportunidade de fazer. Boas Festas!


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Loures Notícias de

BREVES

Prémio Literário Maria Professor do programa Amália Vaz de Carvalho "Chefs’Academy" ensinou diabéticos em Loures Até 6 de Dezembro decorre a recepção de trabalhos para a 11ª edição do Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, desta vez dedicado ao género prosa de ficção. Os trabalhos devem ser entregues na Biblioteca Municipal José Saramago ou através do correio, para a Câmara Municipal de Loures, Rua Frederico Tarré nº 5 R/C, 2674-501 Loures. O Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, no valor de três mil euros, é instituído pela Câmara Municipal de Loures desde 1993 e tem como objectivo incentivar a pro-

dução literária em Língua Portuguesa, premiando alternadamente obras inéditas de prosa de ficção e de poesia. Simultaneamente, pretende homenagear a memória da escritora e activista feminina que, ao longo da sua vida, contribuiu para a dinamização cultural do concelho. O prémio será entregue, em sessão pública, no dia 23 de abril de 2015 – Dia Mundial do Livro. O regulamento está disponível em www.cm-loures.pt

Que 2015 traga um renovado optimismo e uma ERA de boas novas para todos os portugueses

O Chef António Alexandre, Chef Executivo do Lisbon Marriott Hotel e professor do programa “Chefs´Academy”, da RTP, foi um dos convidados especiais do evento organizado pelo Hospital Beatriz Ângelo, em colaboração com os centros de saúde da sua área de influência, para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, no passado dia 15 de Novembro. O famoso chef António Alexandre, com a ajuda do jovem chef Carlos Daniel, do Martinhal Beach Resort & Hotel, em Sagres, ensinou a cozinhar pratos saudáveis e baratos para os diabéticos, e não só, contribuindo assim para a educação em saúde da população que sofre com esta patologia. Neste evento, que decorreu nas instalações da Associação Luís Pereira da Mota, em Loures, entre as 10 e as 16 horas, o público teve ainda a oportunidade de aprender a ler os rótulos dos alimentos, de ficar a saber como preparar um pequeno-almoço e

um lanche nutricionalmente equilibrado e de aprender exercícios físicos básicos de manutenção, tão essenciais como tudo o resto para a manutenção de estilos de vida saudáveis. Tudo isto com a ajuda das dietistas do HBA, de um professor de ginástica treinado para responder aos problemas relacionados com a diabetes e ainda das nutricionistas do Grupo Sonae, que aceitou colaborar com os cuidados de saúde da região de Loures nesta iniciativa. O evento foi aberto a todo o público mas teve também um espaço destinado às crianças, com fantoches e ginástica, para também elas aprenderem hábitos de vida saudável. A diabetes, que é considerada pela Organização Mundial de Saúde como a epidemia do séc. XXI, afecta 12% da população portuguesa e tem custos diretos e indiretos no nosso sistema de saúde estimados em mil milhões de euros por ano.

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