Notícias de Viseu 2 de Fevereiro 2017

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLII - Nº 2129 - Quinta-feira 02 de Fevereiro de 2017 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

Mais de dois milhões para requalificar bairros de Viseu Pág.3

Pluralidade marca o ritmo da Companhia Paulo Ribeiro Pág.12

Avó chamada ao palco do Teatro Viriato Pág.13

África em Mangualde e Viseu

O poder da Cultura Pág.12

Gastronomia e Termalismo da Galiza Turismo de excelência para o mundo No mundo de bom viver, a gastronomia e turismo, são fenómenos que se espalham, de modo a chamar, cada vez mais, pessoas a visitar destinos que têm cultura culinária. Neste aspeto e atitude de verdade, a Galiza, ligada ao Porto/ Norte e Centro de Portugal, tem sido palco universitário do maior evento gastronómico, chamando a Ourense a fina flor da industria hoteleira/alimentar do mundo, não só para dar a conhecer, provando as melhores ementas, mas também ensinando a confeccionar os alimentos por chefes considerados e distinguidos num desfile de menus, todos eles mostrando arte na apresentação (os olhos também comem) e na preparação dos produtos da melhor qualidade. Páginas 7 a 10

AGOSTINHO RIBEIRO NA HORA DA DESPEDIDA “O despacho da Direção Geral do Património Cultural não respeita a lei” DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA O CANCRO 4 DE FEVEREIRO

Felicidade e mágoa são os dois sentimentos que acompanham Agostinho Ribeiro, ex-diretor do Museu Nacional Gão Vasco, na hora da despedida. Fecilidade, pela consciência do dever cumprido e pelas demonstrações de solidariedade que recebeu da comunidade viseense; mágoa, pela forma como foi tratado pela Direcção Geral do Património Cultural, cujo despacho, em seu entender, não respeita a lei. Quanto ao futuro, tudo indica que irá abraçar um projecto inovador ligado ao património edificado. Mas não deixa de abraçar Viseu, “destino do coração”.

Páginas. 11 e 12

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2 Opinião

Quinta-feira 02/02/2017

A Educação oportuna afasta e previne a violência

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fevereiro 2017 quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

SEDE: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Redação: Telefone: 232 087 050 email:geral@noticiasdeviseu.com Publiciciade Telemóvel: 968 072 909 publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros

Maria Helena Marques (Prof.ª Ensino Secundário) Sabemos que o termo educação é usado muitas vezes em sentido ativo ou dinâmico – como processo – outras vezes em sentido – estático como resultado. Pelo que se refere ao primeiro sentido, que é o mais adequado, a educação pode definir-se como a ajuda que uma pessoa (um grupo ou uma instituição) presta a outra (ou a outro grupo) para que se desenvolva e aperfeiçoe nos diversos aspectos - materiais, espirituais, individuais e sociais – do seu ser, dirigindo-

se assim para o seu fim próprio. O termo deriva do latim e-ducare (ir conduzindo de um lugar para outro), ou também e-ducere (extrair). A primeira etimologia sublinha o progresso produzido pela educação; a segunda põe em relevo que os resultados alcançados se obtêm desenvolvendo as virtualidades contidas na interioridade do sujeito. O alarme social anda por aí. A expressão “ violência” é a mais repetida em todos os meios de comunicação social desde há muitos meses: violência na família (ou no agrupamento de pessoas a quem tem sido atribuída essa denominação), violência nas ruas, violência nas aulas. Agressões de pais a filhos, de filhos aos pais, entre pessoas da mesma idade, de grupos de jovens contra as lojas de ourivesaria, perfumarias, habitações, etc.,

de “bandos” organizados que demonstram que ninguém pode sentir-se seguro na sua própria casa... A escola não tem podido escapar a esta tremenda balbúrdia e, conforme as informações de determinado sindicato de professores de escolas públicas, um de cada quatro professores tem vindo a sofrer agressões físicas e psicológicas por parte dos seus alunos ou dos pais de alguns deles. O que é que está a acontecer? Abriu-se a caixa de Pandora e estão a saltar todos os impulsos perniciosos do ser humano? Recusamos envolvernos nesse clima aterrorizador que se apoderou desta sociedade apegada ao consumismo como cartão de identidade, mas não podemos vendar os olhos evitando olhar a realidade. E a realidade diária é dura e persistente: uma e outra

SÓCIOS Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela Lourenço de Abreu - Gerentes

Que volte a ser capela…

COLABORADORES Sofia Meneses Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Fernando José Ribas de Sousa Celso Neto José Mateus Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Pedro Gomes de Almeida Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos

Não sei por que carga de água, há vários anos a Capela que julgo pertencer ao Solar dos Albuquerques, imóvel adquirido pela autarquia, foi convertida em Quartel da GNR. Nossa senhora há de ter dado saltos no túmulo com a ida e permanência tão prolongada da GNR para aquele antigo local de culto e talvez lhe tenha custado a perdoar ao poder eclesiástico a indiferença que tal facto lhe mereceu na altura. Não me recorda de, à época, a Igreja ter esboçado o mais pequeno protesto, nem faço ideia onde se encontra neste momento a Ara do Altar, mas não me espantaria que tenha ido para o lixo, pois o desinteresse da Diocese e da paróquia quer pela Igreja Matriz de Santa Maria quer pela Capela, demonstra que hoje as atenções se viraram e ainda viram para o “Mamarracho Paroquial de Sátão” espaço amplo (pouco acolhedor) onde se concentram (e bem) os grandes eventos religiosos concelhios, como

DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa São Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Pau (França) - Laurinda Ribeiro Gabande (Espanha) - Enric Ribera TIRAGEM Mês de Outubro 30.000 exemplares Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião .................................. ...........2 Sociedade......................................3/4/5 Tradição.............................6. Destaque....................................7/8/9/10. Cultura......................................11/12/13 Saúde.................................................14 Passatempo.....................................15.. Últimas...............................................16

Por Celso Neto

sejam as Missas de domingo, as Festas Religiosas, a Catequese e as Cerimónias fúnebres, de um modo geral bastante participadas. O que passou…passou, mas penso que está na hora de “remediar” pecados antigos e nesse sentido parece-me urgente que a Paróquia encare e Igreja Matriz de Santa Maria numa perspetiva diferente da que têm acontecido até aqui e que pugne para que a “Capela GNR” volte ao seu velho “desígnio”, ajudando a engrandecer o “quase nada” que resta do nosso “centro histórico”, felizmente liberto de uma Instituição por quem não nutro simpatia, mas que respeito. Está mais bonito o espaço onde se situa a Igreja Matriz de Santa Maria, único Monumento emblemático da Vila, com a saída da GNR para o novo quartel, um moderno equipamento que, espero, ajude a motivar os senhores agentes da autoridade para um exercício responsável

da sua missão. Falta, agora, demolir aquelas obras (de legalidade duvidosa) circundantes à Capela e dar ao espaço circundante à Igreja Matriz de Santa Maria a importância que ele merece! Parece-me que a Paróquia tem algo decisivo a fazer, como seja a realização naquele espaço nobre de algumas atividades religiosas da Vila, como sejam as missas vespertinas e por intenção dos fieis defuntos, entre outras possíveis. Apelo aos senhores Deputados e aos senhores Vereadores eleitos para que sejam mais zelosos do que os que deixaram destruir a (pequena) Memória da Vila de Sátão, fazendo vista grossa às atrocidades que, então, se cometeram. Ao senhor Presidenta da Câmara, nem sempre atento ao terceiro mundismo de algumas pequenas coisas, (visíveis a olho nu) peço-lhe que seja “grande” como o foi no Cemitério, no Largo de S. Bernardo, no Espaço da Feira e na reconversão da Rua central do Sátão.

vez repete “violência”, “violência”. Acusamo-nos uns aos outros e procuram-se fórmulas para “curar” em vez de se pensar em “prevenir”, analisando com toda a honestidade quais são as fontes deste fenómeno. Levantam-se muitas vozes justificando que isto acontece também noutros países da União Europeia e do mundo, que estamos a caminho de avançar economicamente e que o bemestar ilude os valores tradicionais porque não são sintoma de progressismo... Valores?! Talvez seja esta a chave. À escola pede-se-lhe que resolva todos os problemas que surgem e são molestos (drogas, educação vial, alcoolismo, sexualidade, violência contra as mulheres, etc.) e, esquecese que um centro educativo tem a missão de dar formação integral aos seus alunos complementando a

educação que é direito e dever da família. E a família educa? Ensina boas maneiras e fomenta a educação dos sentimentos, do coração? Não é ela que, em muitas circunstâncias, consente a má educação, os gestos desabridos e as palavras depreciativas de seus filhos? A sociedade mudará quando todos descobrirmos que o caminho para a violência se inicia com a primeira falta de educação desculpada e admitida. E quando os pais consciencializarem que jamais se poderão demitir da sua autoridade e responsabilidade na nobre e urgente tarefa que lhes cabe como primeiros educadores dos seus filhos... e os principais responsáveis pela sua educação.

Serra das Meadas Por Viriato Lemos Serra das Meadas, ânsia incontida dos segredos, dobados, no azul da infância, com a alvura dos meus credos Serra, onde venci os medos, na aventura da distância, cavalgando altos penedos, meus corcéis de circunstância. Hoje, é outra a paisagem, desdobrada na mensagem da imagem que se descerro;

e eu prendo e retenho. Afago-a, pois ouço na boca da água a voz amiga da serra.


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Sociedade 3

Quinta-feira 02/02/2017

Mais de dois milhões para requalificar bairros de Viseu A Câmara Municipal de Viseu vai proceder à requalificação de bairros residenciais, em 2017 e 2018, num investimento total superior a dois milhões de euros. O plano municipal “Eu gosto do meu bairro” elege oito bairros das freguesias de Viseu, Abraveses e Ranhados, carentes de intervenção prioritária, e irá beneficiar 14 mil residentes. Já foi contratualizada a obra da 1ª fase de requalificação do Bairro das Mesuras, na freguesia de Viseu, no valor de 250 mil euros. A intervenção no terreno arranca em breve e terá um prazo de execução de cinco meses. Para breve está também a intervenção no Bairro da Quinta de São José, com

projeto já elaborado. Para o presidente da Câmara Municipal, Almeida Henriques, “este programa vai devolver e conferir um padrão elevado de qualidade e atratividade a alguns dos bairros mais importantes e queridos do concelho. É um novo fôlego à cidade-jardim e para o bem-estar de muitos milhares de residentes”. As obras que integram este programa respondem a diferentes necessidades, seja de nova infraestruturação de águas, esgotos, eletricidade e iluminação pública, de arborização e ajardinamento, de construção de passeios e organização de estacionamento, ou de construção e requalificação de alguns equipamentos de apoio aos bairros.

Câmara de Nelas apoia construção do Lar e do Centro de Dia de Santar

Dos oito bairros a intervencionar, todos os projetos se encontram elaborados ou em fase de desenvolvimento e a sua execução será contratualizada com as Juntas de Freguesias das zonas abrangidas. Algumas das intervenções encontram-se já em fase de adjudicação ou lançamento, e até mesmo de execução, que é o caso do Bairro da Misericórdia, na freguesia de Ranhados. Ao conjunto destes oito bairros somam-se ainda outros, com início de execução no ano de 2019. O presidente da Câmara destaca ainda a importante cooperação desenvolvida entre a Câmara e Juntas de Freguesia na execução deste plano.

Quatro milhões para ETAR intermunicipal de Valgode

Minas de Póvoa de Cervães serão recuperadas As Minas de Póvoa de Cervães, situadas na União de Freguesias de Santiago Cassurrães e Póvoa de Cervães, Mangualde, vão ser recuperadas. O auto de consignação da empreitada foi assinado numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, e que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo. A empreitada está a cargo da

Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e desenvolve-se ao abrigo do contrato de concessão que o Estado lhe outorgou, com exclusivo, para a recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas e as obras serão financiadas por fundos europeus, mediante candidatura apro-vada pelo programa Operacional Sustentabilidade e Uso Eficiente dos Recursos (POSEUR). A intervenção incluirá saneamento

A Câmara Municipal de Nelas deliberou por unanimidade aprovar o apoio financeiro de 250.000 euros para a construção do Lar e do Centro de Dia de Santar que se encontra em curso desde maio passado. A obra orçada em cerca de 924.000 euros mais IVA, vai ser candidatada a um Aviso do Portugal 2020 que vai ser aberto em março próximo, que prevê a continuação da valência do Centro de Dia, para o internamento de 33 idosos. No futuro a Santa Casa da Misericórdia de Santar vai tentar ainda protocolar com a Segurança Social o apoio para o funcionamento do Lar, estando já o projecto e as respectivas especialidades aprovadas pelo Gabinete de Engenharia dessa entidade. O apoio agora concedido pela Câmara será liquidado em 50% no corrente ano e 50% até ao final do 1º trimestre de 2018 nas condições a definir com a Misericórdia, sendo certo que esta detém um financiamento bancário que assegura que esta importante infra-estrutura social seja concretizada.

de solos, remoção de escombreiras existentes e recuperação paisagística. Esta empreitada está englobada na rcuperação ambiental das an-tigas áreas mineiras dos concelhos de Gouveia e Fornos de Algodres (distrito da Guarda) e de Mangualde (Viseu), com o valor global de 2,9 milhões de euros, com o prazo de execução de um ano.

O contrato de empreitada da ETAR intermunicipal de Valgode, entre o Município de S. Pedro do Sul e o consórcio luso-espanhol Espina & Delfin / Fator Ambiente já foi assinado. A obra, que deverá arrancar no início de março, foi adjudicada por cerca de 4 milhões de euros e visa reabilitar a ETAR contemplando ainda a construção de 25 kms de emissários nos concelhos de Vouzela e de S. Pedro do Sul abrangendo as freguesias de S. Pedro do Sul, Várzea e Baiões, Bordonhos e parte de Pinho. Este é um projeto cofinanciado pelo Fundo de Coesão, através do POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia e tem como objetivos proteger o ambiente, melhorar a eficiência energética e ajudar a despoluir o Rio Vouga.

Viseu primeira “Cidade Nacional Convidada” da BTL Viseu será a primeira “Cidade Nacional Convidada” da BTL, já na edição de 2017, que se realiza entre 15 e 19 de Março. O anúncio foi feito pelo Município de Viseu, Turismo do Centro, Fundação AIP e Comissão Organizadora da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, em Lisboa, num encontro organizado para jornalistas e parceiros institucionais. A nova categoria surge no contexto da declaração de 2017 como “Ano Oficial para Visitar Viseu”, promovida pela autarquia, e da política de inovação daquela que é a mais importante feira internacional de turismo do país: a BTL. As instituições promotoras elegem “o aumento da notoriedade e da reputação de Viseu no mercado interno” e a “valorização do papel das cidades no turismo” como os principais objetivos da iniciativa. Segundo presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, “este novo estatuto é um empurrão na promoção de Viseu enquanto destino, no ano que deverá registar os melhores indicadores turísticos da década, consolidando a recuperação dos

anos da crise do turismo nacional”. Almeida Henriques defendeu ainda que “o ‘boom’ turístico em Portugal reclama iniciativas como esta e a afirmação de destinos complementares”. “Cidades médias, como Viseu, podem constituir alternativas de excelência às grandes cidades e às regiões turísticas tradicionais”, concluiu. Já o presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro, Pedro

Machado, defendeu que “a atribuição a Viseu do estatuto de ‘Cidade Nacional Convidada da BTL 2017’, na sua primeira edição, premeia o excelente trabalho desenvolvido pelo Município, honra a Região Centro de Portugal, estimula empresas e operadores e constitui um enorme incentivo para a captação de novos investimentos para a atividade turística.” “No ano em que Viseu declara

2017 como um tempo ‘obrigatório’ para ‘visitar e viver a cidade’, esta oportunidade demonstra o seu caráter nacional e a sua vocação para participar e receber grandes eventos, reforça a sua capitalidade e contribui para o aumento da notoriedade e atratividade da Região Centro de Portugal”, assinalam o responsável máximo da Turismo do Centro. Para a Fundação AIP e a Comissão Organizadora da BTL,

este novo estatuto da BTL é uma consequência da dinâmica “do maior evento de turismo em Portugal”. “Nesta 29ª edição e tendo em conta o interesse cada vez maior do grande público, a BTL lança esta nova categoria nos destinos convidados, localizando uma cidade e o papel das entidades regionais e das autarquias. As cidades têm características únicas e são, grande parte das vezes, um ponto de chegada para os turistas, nacionais e estrangeiros. As nossas cidades, são cada vez mais, bilhetes-postais do nosso País, cada uma com a sua cultura própria”, destacam. A organização da feira entende ainda que “este ano será Viseu a primeira Cidade Nacional Convidada da BTL, congratulando-nos com o trabalho desenvolvido entre o Município de Viseu e a Entidade Regional de Turismo do Centro, que tem vindo a revalorizar esta cidade enquanto destino, desenvolvendo os aspectos económicos, culturais e turísticos, através da iniciativa ‘2017, Ano Oficial para Visitar Viseu’.”


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4 Sociedade

Quinta-feira 02/02/2017

140º ANIVERSÁRIO DA PSP DE VISEU

Lúcio Campos deixa CDOS de Viseu

Comandante alerta para necessidade de reforçar meios humanos e materiais O Comandante Distrital da PSP de Viseu, Superintendente Victor Manuel Torres Rodrigues, no dia do 140º Aniversário desta Polícia, alertou para a necessidade de reforçar, este ano, os meios humanos e os meios materiais, com a entrada de mais agentes e a aquisição de novas viaturas, para continuar a garantir a segurança das cidades de Viseu e de Lamego. “Especialmente meios auto, onde só não estamos em situação de rotura, pelo facto de termos uma gestão muito rigorosa e cuidada, quer na distribuição quer na utilização destas, bem assim como na manutenção, onde, se tivéssemos em conta unicamente um critério de gestão economicista, muitas desta viaturas estariam já fora do ativo, tornando muito difícil mantermos a mesma qualidade do serviço prestado à população”,

afirmou. No que respeita à criminalidade, o comandante Distrital da PSP de Viseu disse que esta está em sintonia com as tendências nacionais: em 1016, registou 2017 crimes, o que representa uma redução de 1% (menos 121 crimes) na criminalidade geral em relação a 2015. Quanto à Criminalidade Violenta e Grave manteve-se estável em números reduzidos, registando-se apenas mais um crime do que em 2015, (49 em 2015 para 50 em 2016). Em termos de detenções, a PSP registou um decréscimo de cerca de menos 50 detidos. “Tal deve-se quase em exclusividade à diminuição verificada nos crimes de condução sob efeito do álcool, menos 46 detidos. Cremos que esta situação se deve a uma maior consciencialização das pessoas sobre a gravidade deste

tipo de conduta e ao grande incremento de ações de fiscalização que temos levado a efeito, o que tem levado a um maior cuidado dos automobilistas”, realçou. No combate ao tráfico e consumo de estupefacientes, a PSP obteve no ano de 2016 resultados muito satisfatórios o que também veio a ter reflexos na redução do número de detenções. Foram realizadas 633 ações rodoviárias e 619 em outras áreas como, fiscalização em estabelecimentos de diversão noturna, Segurança Privada, NAE, operações conjuntas, destacando uma operação realizada com o IMT visando especialmente as chamadas corridas ilegais na cidade de Viseu, da qual resultou a apreensão de vários veículos e a elaboração de vários autos de notícia de contra-ordenação. Ainda na área da fiscalização rodoviária

foram fiscalizadas diretamente 23 793 condutores e controlados por radas 65 443 viaturas. No que diz respeito aos acidentes rodoviários “registamos com muita satisfação uma redução, passando de 1200 acidentes em 2015 para 1063 em 2016, bem assim como de feridos ligeiros de 224 para 162, embora os feridos graves e mortos se tenham mantido no número de 7 e 2 respetivamente”, adiantou o comandante. A PSP desenvolveu também acções respeitantes à inativação de engenhos explosivos e levou a cabo programas especiais, destacando-se o Programa Apoio 65Idosos em Segurança, que tem inscritos 160 idosos das várias freguesias.

Circunvalação vai ter semáforos para controlar velocidade Colocação de semáforos e passadeiras são os trabalhos atualmente em curso, na estrada da Circunvalação, em Viseu, os quais ficarão concluídos até dia 15 deste mês. Depois, o automobilista que ultrapassar os 50 quilómetros/hora, verá disparar o sinal vermelho que o obrigará a parar. Ao mesmo tempo, ficará a saber a velocidade a que conduzia, pois os semáforos

estão associados a radares que irão dar essa informação. “Há, assim, uma componente informativa e pedagógica”, afirma Almeida Henriques. O presidente da Autarquia está confiante de que, com este investimento de cerca de 350 mil euros, haverá um considerável aumento da segurança naquela que, sendo uma via urbana, tem

um grande escoamento de tráfego, como fez notar o edil. “Pretendemos, também, alterar hábitos de circulação e fazer com que a estrada da Circunvalação deixe de ser uma via em que as pessoas estão constantemente a ser multadas”. Os sinais luminosos estão a ser colocados junto à Universidade Católica e no troço entre a Ro-

tunda Paulo VI e a Rotunda das 4 Bicas. Ainda âmbito do programa “Viseu Seguro”, a Autarquia viseense vai proceder à reparação de pavimentos na cidade e nas aldeias, pretendendo “chegar ao final do mandato sem buracos”, disse Almeida Henriques. Um milhão de euros é o valor gasto anualmente nas estradas municipais.

O comandante operacional distrital de Operações de Socorro de Viseu, tenente-coronel Lúcio Campos, deixou, na passada quarta-feira, o cargo que ocupava há cerca de três anos e meio. Também o 2.º comandante, Rui Nogueira, deixará o cargo em março, mantendo-se no mesmo até à publicação da lei orgânica. As suas saídas provocaram uma onda de solidariedade e apreço pelo trabalho desenvolvido, por parte de vários bombeiros do distrito. O Governo decidiu não os reconduzir, embora reconhecendo a sua competência e qualidade. Recorde-se que no final de 2016, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu expressou a sua intenção de “dar continuidade ao excelente trabalho que vem sendo realizado no distrito pelos principais agentes de proteção civil ao nível da prevenção, sensibilização e fiscalização, bem como na capacidade e qualidade da resposta no combate aos incêndios florestais”. Em 2017, dizia então, “irá continuar a apostar na divulgação e promoção da Proteção Civil junto das populações, com especial incidência nos mais jovens, no sentido de se evitarem os comportamentos de risco e de se procurar preservar ao máximo o meio ambiente”. O balanço de 2016 foi considerado positivo, pela forma “eficiente, serena e organizada” com que deu resposta às mais de 65 mil ocorrências.

Lamego tem novo “Plano de Emergência e Proteção Civil” A Câmara Municipal de Lamego apresentou o novo "Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil" que define o modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal. Elaborado pela firma "GeoAtributo", este documento formal foi apresentado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na presença de muitos res-ponsáveis de instituições locais e regionais. Com um âmbito geral, este plano foi elaborado para o Município de Lamego enfrentar a generalidade das situações de emergência, abrangendo todos os riscos naturais, mistos e tecnológicos que podem acontecer neste território. Francisco Lopes, presidente da autarquia, acredita que vai reforçar a operacionalidade e a funcionalidade de um conjunto de meios que já estão no terreno."É uma forma de estarmos melhor preparados para dar

resposta, sendo muito mais eficazes". O "Plano Municipal de Emergência e Proteção

Civil de Lamego" será ativado sempre que se verifique a iminência ou ocorrência de uma

situação de acidente grave ou catástrofe, da qual se prevejam danos elevados para a população, bens ou ambiente, que justifiquem a adoção imedia-ta de medidas excecionais. Francisco Lopes diz que o próximo passo a dar nesta matéria passa por "chegar à população e às instituições". "Parece-nos que falta ainda o elemento de sensibilização. Todos sabemos que as instituições têm os seus planos próprios, mas isso não significa que sejam autossuficientes, muito longe disso", conclui. Na mesma ocasião, foi também apresentada a nova plataforma multimédia dos Serviços Municipais de Proteção Civil que reúne num único site diversa informação que se encontra dispersa e disponibiliza uma ferramenta operacional no computador e em mobile.


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Sociedade 5

Quinta-feira 02/02/2017

Melhoramentos na Linha da Beira Alta no concelho de Mangualde A Infraestruturas de Portugal concluiu os trabalhos de estabilização do talude na Linha da Beira Alta, localizado na zona de travessia da freguesia de Abrunhosa-aVelha, no concelho de Mangualde. A realização desta obra inserese num mais vasto conjunto de intervenções, executadas pela IP em diversos taludes existentes ao longo da Linha da Beira Alta, tendo em vista a reposição e melhoria

das condições de segurança e níveis de disponibilidade e fiabilidade da infraestrutura ferroviária. Trabalhos que envolveram a reparação e reforço dos taludes, a reabilitação dos sistemas de drenagem, a remoção de blocos rochosos e arvoredo em deficientes condições estabilidade e a colocação de rede de tripla torsão de modo a impedir a queda e invasão do canal ferroviário.

No conjunto das diferentes ações de estabilização de taludes na Linha da Beira Alta, foram investidos mais de 640 mil euros. A Infraestruturas de Portugal vai realizar, ainda, na Linha da Beira Alta, ao longo de 2017, várias ações de melhoria das condições da infraestrutura e tratamento de taludes, num investimento previsto da ordem dos sete milhões de euros.

MANGUALDE E LEMPDES

Geminação “à boleia” dos 2CV No âmbito de um projeto de geminação entre Mangualde e Lempdes (França), uma delegação composta por representantes de ambas as autarquias efetuou uma reunião de trabalho, em Mangualde, para estabelecer as bases desse projeto. Foram agendadas uma visita dos representantes de Mangualde a Lempdes, ainda no decorrer deste ano, e as cerimónias de Geminação que irão decorrer nas duas cidades em 2018. A ideia surgiu de uma iniciativa dos Clubes de 2CV das duas cidades, o “Club des Amis de La 2CV” de Lempdes e o “Club 2CV de Mangualde”. Na reunião de trabalho participaram o presidente da Câmara de Mangualde, João Azevedo, a vereadora, Maria José Coelho e o presidente do Club 2CV de Mangualde, Victor Cardoso. Lempdes é considerada a “ci-

No âmbito do projeto de intervenção social “São Pedro mais Solidário”, a Câmara Municipal, através do Programa Municipal de incentivo à natalidade “Mais Natalidade”, apoiou 38 bebés com 50 euros mensais no ano de 2016, num investimento total de 16.843,31 euros. Para além de promover a fixação da população no concelho de S. Pedro do Sul, a autarquia pretende “favorecer a qualidade de vida das crianças e respetivas famílias em situação económico-social mais desfavorecida”, refere o Município. Este programa, que terá continuidade no corrente ano de 2017, “também contribui para a economia local, tendo sido uma medida concreta de apoio ao Comércio Local, uma vez que todas as despesas apresentadas foram feitas em estabelecimentos comerciais da área do concelho de S. Pedro do Sul”.

Apoio ao Associativismo 2017 Encontra a decorrer, até ao próximo dia 15 de fevereiro, o período para submissão de candidaturas ao programa de Apoio ao Associativismo 2017 da Freguesia de Viseu. Toda a documentação necessária encontra-se no site da Freguesia de Viseu em www.freguesiadeviseu.pt.

Maria Manuela de Figueiredo Almeida NOTÁRIA NIF: 128 291 990 Av. Dr. António Manuel Tenreiro da Cruz, n° 54

Justificação Notarial

dade berço” do 2CV, tendo em conta que o criador do carro, Pierre Boulanger, residia naquela cidade (a sua casa abriga agora os Paços do Concelho). Mangualde por sua parte ficou associada à Citroën e ao 2CV em particular pelo facto de ter sido produzido o último exemplar desse

modelo na Citroën Lusitânia em 27 de julho de 1990. A realização da Rotunda 2CV à entrada de Mangualde e a colocação de um pequeno monumento junto da fábrica lembrando este facto, fez com que inúmeros bicavalistas passem em Mangualde, inbuídos do sentimento de memória e identidade.

“Parque Fluvial Km 10” vai nascer no rio Paiva A Câmara Municipal de Cinfães lançou a concurso o “Parque Fluvial Km10”, no rio Paiva, na freguesia de Travanca, segundo informação da Autarquia. A obra lançada pelo preço base de 315 mil euros prevê a instalação de uma infraestrutura de apoio, em madeira, com instalações sanitárias/balneário e bar, para apoio do rafting, atividade muito procurada e frequente no rio Paiva. A criação de zonas de estadia, lazer e contemplação também serão uma realidade com a instalação de mesas e bancos amovíveis. A empreitada contempla também a criação de um percurso de arvorismo, constituído por diversas pontes suspensas entre as árvores. Ao longo do parque serão colocados painéis informativos/educativos com o objetivo de “sensibilizar/educar os utilizadores para os valores naturais aí existentes, quer ao nível da flora, como também da fauna e geologia”. No centro do parque nascerá um pequeno anfiteatro que servirá, entre outros, de sala de aulas à comu-

Câmara de S. Pedro do Sul incentiva natalidade

Certifico, narrativamente para efeitos de publicação que por escritura exarada de folhas 35 a folhas 36 verso, do livro de notas número 147-I, deste Cartório, Ari Hugo Félix de Abreu casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Cândida Rita Moura Carvalho, natural da freguesia de Viseu (Santa Maria), concelho de Viseu, residente na Rua S. Vicente de Paulo, Urbanização Sol Nascente, lote 2, 3° esq°, Monte Salvado, Orgens, Viseu, declara-se com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor dos seguintes prédios, sitos no Borralhal, freguesia de Lordosa, concelho de Viseu: - Um Rústico, composto por pinhal e mato, com a área de mil cento oitenta e oito metros quadrados, a confrontar do norte com Leonel Almeida Simões, do nascente com Gil Almeida Pereira, do sul com José Maria Costa e do poente com Bernardino Mendes Martins, inscrito na matriz, sob o artigo 3282, desconhecendo a sua proveniência na antiga matriz, omisso na Conservatória do Registo Predial de Viseu. - Dois Rústico, composto por pinhal e mato, com a área de mil quatrocentos e cinquenta e dois metros quadrados, a confrontar do norte com António da Silva Costa, do nascente com baldio, do sul com Bernardino Mendes Martins e do poente com António Luís Vale, inscrito na matriz sob o artigo 3279, desconhecendo a sua proveniência na antiga matriz, omisso na Conservatória do Registo Predial de Viseu.

nidade escolar, público que se pretende seja o principal utilizador deste espaço. A via de acesso automóvel contemplará uma zona de retorno, que facilite a inversão de marcha automóvel. Ao longo desta via serão criados vários lugares de estacionamento. Além do Parque Fluvial Km 10, a Câmara Municipal de Cinfães adquiriu mais terrenos na zona

ribeirinha do Paiva, concretamente na freguesia de Souselo, no local denominado Lagoa ou Eirinhas, onde será construído um parque temático. O objetivo é valorizar um dos recursos naturais mais valiosos do Concelho, o Rio Paiva. O autarca Armando Mourisco realça a importância dos recursos naturais na atração do turismo e, consequentemente, o desenvolvimento da economia do Concelho.

Que adquiriu a totalidade dos indicados prédios, em mil novecentos e noventa e cinco, então ainda solteiro, por doações meramente verbais que lhe foram feitas, o primeiro por Maria José Pais de Almeida e marido António Martins do Vale, residentes no mencionado lugar de Paçô e o segundo por António Duarte Figueiredo e mulher Prazeres de Almeida, residentes em Lordosa, Viseu, sem que assim, tivesse ficado a dispor de qualquer titulo formal, que lhe permita efectuar o seu registo na Conservatória do Registo Predial, sendo certo porém, que sempre tem exercido os poderes de facto correspondente ao direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como donos as utilidades possíveis, à vista de todos e sem discussão nem oposição de ninguém. Está conforme o original. Tondela, 19 de janeiro de 2017. A colaboradora da Notaria, devidamente autorizada para a prática deste acto, Carine Maria Martins Agostinho, inscrita na Ordem dos Notários sob o n° 110/4. Emitido recibo nº 83


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IX ENCONTRO DE JANEIRAS DO VERDE GAIO DE LORDOSA

Grande manifestação de cultura popular O Cantar das Janeiras é uma enraizada tradição, velha de séculos, em Portugal, que se faz de um a seis de janeiro, Dia de Reis Magos, anunciando, de porta em porta, o nascimento do Menino Jesus, com o fim de pedir, também, aos senhores da terra, esmola e donativos, para fins sociais e outros. Pegando nessa tradição, a Associação Verde Gaio de Lordosa vem desde há nove anos, a esta parte, adentro da sua sede, levando a cabo o cântico das Janeiras, chamando ao mesmo tempo outros agrupamentos foclóricos para um espetáculo de valor cultural importante, atraindo muitas pessoas da freguesia para assistir. Após o jantar, servido a todos os participantes, no salão de festas, atuaram os ranchos dos Camponeses de Mesquitela – Mangualde; as Costureirinhas de Cavernães e Verde Gaio de Lordosa. Antes, houve entrega de lembranças às entidades presentes, tendo o presidente da Junta de Freguesia de Lordosa, Carlos Correia, agradecido, para de seguida classificar de ímpar, na freguesia, a Associação Verde Gaio de Lordosa, por levar a cultura, o desporto e lazer muito a sério, como é o caso do folclore, bem como acontece com outras iniciativas: caso das marchas dos Santos Populares de Viseu, que, ao conquistarem o

Verde Gaio em atuação primeiro lugar, em treze anos consecutivos, têm arrasado a concorrência. Por tudo isso, Verde Gaio é uma Associação que mexe e mexe muito com a freguesia de Lordosa. De seguida, o vereador Guilherme Almeida, em representação da Câmara Municipal de Viseu, também elogiou a Verde Gaio de Lordosa pela trabalho magnífico que tem vindo a realizar nos diversos campos, salientando que o Encontro de Cantares de Janeiras são

uma forma de celebrar a Quadra Natalícia em Viseu e, assim, manter e preservar a nossa cultura tradicional popular. Na nossa região, o Natal é muito importante, por ser de festa para as pessoas e repleto de espírito solidário e familiar; naturalmente, daí, preservarem estas tradições. De uma maneira geral, quer os grupos, quer as empresas, no fundo a comunidade, toda ela se revive neste tipo de iniciativas.

Logo, é muito bom, por, em todas as freguesias do concelho de Viseu, haver diversos encontros, com cantares de Natal, Janeiras e de Reis o que muito nos orgulha por se manterem vivas estas tradições para os vindouros. Estes encontros que a Verde Gaio de Lordosa vem a realizar, desde há nove anos a esta parte, contribuem muito para esse fim. Daí que sejam muito importantes estas iniciativas que proporcionam, não somente o recordar de velhos

tempos, como também, um excelente espetáculo. De resto, Verde Gaio de Lordosa é uma Associação importante para o concelho de Viseu por andar, há anos a esta parte, a fazer trabalho válido, como aponta o alto nível das ações que promove e em que participa. É um exemplo de que “querer é poder”, ao manter muito vivas as tradições, com muita qualidade, sendo, assim, uma Associação de referência. F.A.

A receber lembranças: Guilherme Almeida, Carlos Almeida, Miguel Almeida e Fernando de Abreu

Vereador Guilherme Almeida ladeado pelos elementos da Junta de Freguesia

Rancho de Mesquitela

As Costureirinhas de Cavernães


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XANTAR Inegavelmente, Xantar tem como objetivo principal promover o turismo na vertente gastronómica, como acontece na 18ª Feira Internacional, que realiza em Ourense de 1 a 5 de fevereiro corrente, ao dar a conhecer a indústria alimentar, oferecendo comida gourmet, da mais rica qualidade, expondo para o mundo; mas, também, ensina a confeccionar, com os melhores chefes, num desfile de qualidade que a Universidade de Vigo acompanha, explicando como se faz gastronomia e turismo, apresentando mais de uma centena de atividades a promover a riqueza, numa perspetiva de sustentatibilidade, por forma a proporcionar um destino através da gastronomia, e que, sem dúvida, Xantar consagra na sua grandeza e plenitude.

Na mais rica confeção alimentar, Galiza é universidade para o mundo

FITUR RECEBEU XANTAR E TERMATALIA

Toda a grandiosidade das Feiras Internacionais De 18 a 22 de janeiro, decorreu em Madrid a Feira Internacional – FITUR, com uma superfície ocupada de 62 500 m2 e visitada por 235 mil visitantes, com grande estatuto mundial. Daí que as grandes organizações internacionais responsáveis estejam ali representadas, como aconteceu com a Expourense que levou para o espaço duas das suas feiras Xantar e Termatália, anexando-se à Galiza com uma série de pavilhões a evidenciar a sua grandeza como região acenando ao turista, com uma mão cheia de produtos.

A cidade de Ourense, para além de mostrar o seu passado histórico, esteve em força com duas das suas feiras internacionais de Xantar e Termatália. Estes dois certames tiveram apresentação separada em que participaram entidades e muito público, de modo a conhecer os vastos programas que cada uma das feira irá apresentar para Xantar, de 1 a 5 de fevereiro, e Termatalia, em Ourense, para setembro, como nas paginas seguintes vamos noticiar.


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PORTUGAL MARCA PRESENÇA EM XANTAR

“Qualidade e quantidade no seu melhor” Notavelmente, o número de turistas tem vindo a aumentar, de ano para ano, para visitar a cidade de Ourense, em consequência, em parte, das feiras internacionais que se realizam, anualmente, por iniciativa da Expourense, nomeadamente Xantar e Termatalia. Tanta é a racionalidade, sustentabilidade e cooperação que muito tem contribuído para a consolidação de Ourense como destino seguro da qualidade do património, história, cultura, águas termais e gastronomia. Perante tantas ofertas, o Alcaide de Ourense, Jesús Vázquez Abad, considera, na realidade, ser um prazer e forte orgulho acolher a 18ª edição de Xantar, por se tratar de uma festa de caríz gastronómico consolidada com sabores de todo o mundo.

- O vosso país - Portugal- tem tido, ao longo destas 18 edições, uma representação, ao mais alto nível, com presenças do secretário do Turismo Luso, e de vários autarcas, dos municípios da região Porto Norte, oferecendo qualidade e quantidade, tantas são as ligações e aproximações entre Portugal e a Galiza. Depois, ainda mais reforça, com abraço forte da gastronomia e turismo que, ambas regiões, tão bem sabem cozinhar comida gourmet de alta qualidade, com os melhores chefes da gastronomia Luso Galaica. Com este espírito de anfitrião, algo há cada vez mais para que, de 1 a 5 de fevereiro, o salão da Expourense seja de festa gastronómica como não haverá em parte alguma do mundo.

Alcaide de Ourense, Jesús Vázquez Abad

XANTAR

“Para ser internacional só se justifica com a participação de muitos países” Assim referiu Alejandro Rubin, diretor Geral de Xantar

Alejandro Rubin, diretor Geral de Xantar

Orgulhosamente, a cidade de Ourense sente-se orgulhosa com a empresa Expourense que tem a responsabilidade de organizar várias feiras durante o ano, entre elas duas de projeção internacional. Alejandro Rubin, à frente de uma equipa administrativa que nasceu expressamente para o ajudar, nas vastas tarefas do projeto, e de tal modo o fazem, que tem resultado num crescimento constante. Xantar é, pois, uma dessas meninas dos olhos, que chama a Ourense milhares de visitantes e algumas dezenas de países, como o disse Alejandro Rubin: - Xantar 2017 vai ser a feira mais internacional de sempre, com o maior número de países, que nela participam. Opcionalmente, em todos anos, Xantar tem tido um país convidado, outros há

com condições especiais de tratamento. Este ano foi designado o Panamá como país oficialmente convidado e outros como Portugal, México, Costa Rica, Argentina e Colômbia são considerados da casa, por quanto representam e participam em Xantar ao longo destes anos. Em segundo lugar, Xantar é preparado por profissionais chefes de cozinha, a que se juntam agentes de viagem, jornalistas de periódicos, rádios e televisões, não só de âmbito nacional – Espanha, mas também dos restantes países que participam. Daí que Xantar seja muito concorrido por visitantes vindos dos diversos pontos do mundo, para provar as dezenas de menus confecionados pelos melhores chefes, enquanto, para os públicos, ensinam como se cozinham produtos da melhor qualidade e requinte na apresentação.


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Termatalia em Ourense em 2017: “Duas vertentes: termal e lúdica” Alejandro Rubin, diretor Geral de Expourense, responsável pela realização de Termatalia, feira internacional termal de turismo, saúde balnear e bem-estar, anunciou que a Termatalia em Ourense, em 2017, terá “duas vertentes: termal e lúdica”. Termatalia é, por excelência, a maior feira internacional de turismo, saúde e bem-estar, e a única especializada que se realiza no mundo, fazendo ponte termal entre a Europa e a América. Paralelamente, reúne um grupo de profissionais, dos mais credenciados naquelas especialidades; expõe ainda o mais sofisticado equipamento industrial, fei-

to em quase três dezenas de países e destinado à modernidade termal. Para Alejandro Rubin, diretor geral da Expourense e da Termatalia, esta realização tem tido um aumento constante, particularmente, na última década, porque, apesar das dificuldades económicas a nível global, as vantagens são muitas, o que leva a acreditar que este tipo de turismo, saúde e bem estar é perfeitamente positivas. Depois, são por demais relevantes pelo papel que Termatalia desempenha ao fazer ponte entre a Europa e a América, ao converter as duas metrópoles num espaço de convivência, onde se criam e cruzam sinergias

a darem excelentes resultados. Daí que Termatalia seja uma enorme exposição feita alternadamente, um ano em Ourense e o outro seguinte, num pais da América Latina. Nesta opção de alternar a realização, o ano passado foi contemplado o México . E, em 2018, onde irá ser realizada? - perguntamos a Alejandro Rubin. “Ainda não foi decidida em qual país irá ser realizado. Isto por terem sido muitos a candidataremse, facto que obrigou a uma seleção daqueles que reu niam melhores condições, ficando apenas dois”, respondeu Alejandro Rubin. Na verdade, há grande expectativa em se saber quem será o preferido, para

2018. Nessa corrida, encontram-se melhor posicionados a Colômbia e o Brasil, com candidaturas muito fortes. Estes países estão deveras apostados em chamar a si a realização de Termatalia 2018, nas suas estâncias termais, mas somente no próximo mês irá ser decidido. Mas Termatalia não veste somente a vertente de termalismo e saúde e bemestar; também é cultura da água. Alejandro Rubin a esse propósito acrescentou: “Na verdade, uma das mais importantes razões de Termatalia é a parte científica das águas, o seu valor mi-

Alejandro Rubin, diretor geral da Expourense e da Termatalia neral, demonstrado num quadro muito importante, com a Universidade de Vigo na base da classificação das melhores águas, que brotam

no mundo”. Todas estas razões levam Termatalia a ser a melhor Feira Internacional de Turismo, Saúde e Bem-Estar.

TERMATALIA – FEIRA TERMAL DE TURISMO Onde água cura por dentro e por fora

Maria Nava Castro Dominguêz, diretora de Turismo da Galiza

Paulatinamente, Termatalia tem vindo em constante crescimento realizando-se alternadamente, um ano em Ourense – capital termal de Espanha, e em países da América Latina, criando, convictamente, o estatuto de internacional ao envolver grande parte das termas existente do mundo. Daí que, os responsáveis pelo turismo Galego acolham, com ambas as mãos, posicionando-se do lado dos responsáveis pelo evento, comparecendo, com a sua presença física, em todos os atos, como patrocinando em termos generosos, para que

Termatalia tenha êxito, sobre êxito. Daí que Maria Nava Castro Dominguêz, diretora de Turismo da Galiza, considere que, Termatalia contribui, positivamente, para o crescimento da Galiza, ao mesmo tempo que garante a Província no mercado internacional no setor do turismo termal, posicionando também Ourense como capital termal, da Espanha. A realização de Termatalia 2017, irá logo capitalizar para a Galiza um destino seguro das grandes potencialidades, em termos de turismo termal e saúde balnear, bem-estar e da

venda e compra dos produtos associados, organizando ações profissionais e promocionais que irão contribuir, seguramente, para dinamizar o setor, promovendo a imagem galega como turismo de eleição, ao mesmo tempo que, com maestria, lidera o setor termal internacional. Neste aspecto, são evidentes as feiras termais realizadas fora de Ourense, como já tem acontecido, levando a marca da Termatalia a países da América Latina, nomeadamente ao Peru, Argentina e México. Em 2018, irá até à Colômbia ou Brasil, ainda por decidir,

mas um destes será o contemplado. Na verdade, é com estas ações, de grande envergadura e capacidade organizadora, que a Expourense consegue ultrapassar fronteiras, levando consigo Termatalia. Logo, Termatalia 2017 será, seguramente, o caminho certo para cuidar do corpo e do espírito, para descanso, num mundo histórico e paisagístico, com todo o encanto da Galiza, ao sentir o prazer agradável de viajar por terras onde a água cura por dentro e por fora.


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Ordem Caminho de Santiago entregou a mais alta condecoração ao ministro do Turismo da Argentina Concludentemente, Caminho de Santiago é a Ordem mais conceituada entre confrarias, academias gastronómicas, enófilas, culturais e religiosas. O seu nascimento teve origem militar castelhano – leonesa, instituída por Afonso VIII e aprovada pelo papa Alexandre III, na velha data de 5 de julho de 1175, tornando-se assim supra nacional, diretamente responsável da cristandade, com brilhante historial, neste quase milhar de anos de franca atividade. Em Portugal e nos países do mundo, a Ordem dos Caminhos de Santiago apareceu no início da fundação, no tempo do rei Dom Afonso Henriques, monarca português natural da cidade de Viseu.

Alejandro Rubin, presidente de Xantar e Termatalia, e Grão-mestre da Ordem do Caminho de Santiago, condecoraram o Ministro do Turismo da Argentina com o mais alto galardão, composto por colar, laço da Bandeira da Grã-Cruz, insígnia de Cavaleiro e placa de Comendador. À parte, noutra cerimónia e no pavilhão da Galiza, Alejandro Rubin aceitou, em nome da Ordem, Graciela Fresno, presidente da Federação Empresarial de Hotelaria Gastronómica da Argentina, a entrada naquela Ordem. Ambos os atos foram concorridos por membros da Ordem e público.

Panamá participa em Xantar como país convidado Em Xantar 2017, o Panamá participa como país convidado especial pela Expourense, com um stand para dar a conhecer o melhor que o país oferece, como destino turistico, cosmopolita em termos sustentável, conjugando o tradicional com a modernidade. Para além desta vertente, Panamá trás para a feira um restaurante próprio para dar a conhecer às virtudes da arte de bem cozinhar. Outrossim, participará em ações profissionais da feira nos showooking, em direto, onde os chefes ensinam o público interessado, organizando provas com produtos alimentares selecionados e da melhor qualidade. Todas estas ações serão diretamente comentadas no 12 º Encontro Internacional sobre gastronomia sustentável e saúde e bem estar.

“Termatalia é hoje uma marca” dois países, um caminho … Manifesto desejo de Melchior Moreira, presidente de Turismo Porto Norte. Convictamente, Melchior Moreira, presidente da delegação de turismo Porto Norte, tem vindo a manifestar o desejo de que, entre Porto Norte e a Galiza, sejam aliadas para melhor se apresentarem ao turista. Na FITUR, Melchior Moreira manifestou esse desejo publicamente. na sessão de apresentação de Termatalia, ao referir que “aquele evento era hoje uma marca mundial fortíssima, numa área importante, com uma situação estratégica para Portugal e Espanha, por ter resultados interessantes em termos turísticos, em zonas termais, saúde e bem- estar, daí que, desde o primeiro momento, sou defensor de um slogan de promoção: “ Dois países, um caminho…”


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AGOSTINHO RIBEIRO NA HORA DA DESPEDIDA

“O despacho da Direção Geral do Património Cultural não respeita a lei” No momento em que o leitor está a ler esta entrevista, Agostinho Ribeiro já não será diretor do Museu Nacional Grão Vasco (MNGV). Outra pessoa estará, provisoriamente, no lugar que aquele ocupou durante três anos. Quando contactado pelo NV, Agostinho Ribeiro tinha acabado de receber a resposta negativa da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), ao recurso que apresentou após ter sido informado de que a sua comissão de serviço não seria renovada. Pelas suas palavras perpassa um sentimento de mágoa, agravado pela convicção de que o despacho não respeita a lei. Mas, olhando para trás, diz-se orgulhoso e feliz. Quanto ao futuro, tudo indica que irá participar num projecto inovador ligado ao património edificado. Abraçará outros projectos, andará por outros caminhos, sem nunca deixar de abraçar Viseu, “destino do coração”. - Sente-se magoado com a forma como o seu caso foi conduzido pela DGPC? - Claro, com certeza. E penso que não serei só eu, mas todos os dirigentes intermédios na mesma situação. Não posso falar em nome de quem quer que seja, mas, se tiverem a dedicação à causa do serviço público, como eu tenho, sentirão o mesmo. Não era esta a forma de proceder. Penso convictamente que o despacho não respeita a lei, porque a fundamentação não tem susten-tabilidade legal. Uma direção geral, seja ela qual for, não pode esta-belecer um critério genérico à revelia da lei. O princípio da igualde não está assegurado. Segundo a nossa Constituição “todos os cidadãos são iguais perante a lei”, o que neste caso não se verifica. O Estado tem muitas direcções gerais e só a DGPC é que decidiu não reconduzir os dirigentes intermédios e realizar concursos. Há uma forma muito subtil de dar a entender que é tudo normal, transparente e igualitário, mas só nesta Direção Geral é que estamos a ser tratados desta forma menor, pela negativa. Sei de outros colegas que também se sentem profundamente incomodados. De resto, tenho recebido inúmeras manifestações de solidariedade, que muito agradeço e que me sensibilizam. -Não quis sugerir ninguém para o substituir. No entanto, qual é que considera ser o perfil ideal para assumir o cargo de diretor do MNGV? - A minha recusa não é por desconforto pessoal. As pessoas passam mas as instituições ficam. É só porque, se depois surgisse um nome diferente daquele que eu

tivesse sugerido, poderia suscitar comentários e, portanto, prefiro não me pronunciar. Mas quem assumir as funções, será de forma transitória, até ao concurso público. Sempre estive no exercício das minhas funções através de concursos públicos e não vou ser opositor a esse concurso por uma questão de ética. Parto do pressuposto de que quem concorrer e for escolhido desenvolverá as suas funções como bem entender. - Mas qual o perfil que considera ideal? - Quanto ao perfil, penso que tem que ser alguém sensível aos princípios conceptuais em que a nova museologia se movimenta. A minha percepção é que o MNGV, com a sua imagem e acervo bem consolidados, deve ser um museu com uma preocupação que, obrigatoriamente, tem que passar pelas funções tradicionais estabelecidas na lei quadro dos museus, mas deve ir mais além. Deve ter uma preocupação de cidadania, ou seja, qualquer museu, seja ele mais amplo ou menos amplo, deve ter a preocupação de ser próximo da comunidade em que está inserido. Não se deve limitar à dimensão da Arte e da erudição. Tem que discu-

Segundo a nossa Constituição “todos os cidadãos são iguais perante a lei”, o que neste caso não se verifica. O Estado tem muitas direcções gerais e só a DGPC é que decidiu não reconduzir os dirigentes intermédios e realizar concursos”

“Viseu será sempre um destino do coração”

“Não me faltam convites para trabalho profissional na Administração Pública, a que estou ligado”

tir os problemas da sociedade, refletir e despertar a comunidade. Essa componente de função social deve ser acarinha e aprofundada. Portanto, o perfil deve ser o de um gestor que tenha em conta o acervo do museu na sua perspectiva artística, com todas as suas componentes, mas tem também que ter capacidade de diálogo para interagir com a comunidade. Em 2016, no conjunto geral dos museus, as visitas dos estrangeiros ultrapassaram as dos nacionais, o que deixou muita gente contente. Mas eu acho que isso deve ser visto com preocupação. Felizmente, no MNGV, 77% dos visitantes são nacionais. Acho que esta relação percentual é dignificante, porque se os museus não forem instrumentos de cidadania, de identidade e de formação geral dos cidadãos, valorizando desde logo os cidadãos nacionais, não estarão a cumprir uma das suas funções mais importantes. - Em síntese, o que realça destes três anos no Museu?

- O balanço é extremamente positivo. Sinto um grande orgulho por tudo o que foi feito, com uma equipa pequena, mas muito empenhada. Dividiria estes três anos em três grandes objectivos: o primeiro (em 2014) foi a aproximação à comunidade, que teve um grande momento no dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, com a assinatura de cerca de 22 protocolos com diferentes entidades; o segundo (em 2015) foi a consagração do museu para além de Viseu – em 18 de maio, tivemos a prenda antecipada do centenário, que foi a elevação a Museu Nacional; o terceiro (em 2016) foi o programa comemorativo do centenário, com 55 nomes na comissão de honra presidida pelo Presidente da República, e uma pluralidade de atividades e projetos dirigidos a diferentes públicos, desde exposições, conferências, teatro, música, dança… - Conseguiu, como era seu intuito, “transformar o MNGV num jovem de 100 anos voltado para o

O MNGV registou, nestes três anos, "um crescimento médio anual de 24% nas receitas e de 19% nas entradas", segundo Agostinho Ribeiro. No ano do centenário (2016), o número de visitantes cresceu mais 33%", tendo-se fixado nos 114.568 visitantes o número absoluto de entradas, muito acima dos 100.000 visitantes que tinha sido colocado como meta. "Somos hoje o quinto museu do Estado (DGPC) mais visitado, e o primeiro fora de Lisboa", afirma Agostinho Ribeiro.

futuro”? - Sim, ainda bem que o lembra. Era aí exatamente que eu queria chegar. Houve uma grande componente de festa e de jovialidade e uma grande participação de artistas das novas gerações, incluindo uma parceria com o Instituto do Desporto e da Juventude de Viseu, que resultou numa grande festa e numa acção multiplicadora. Queria realçar também o projecto educativo do museu que, em 2016, apresentou 16 unidades temáticas. Tivemos um aumento de 28% de participação. Enfim, houve uma grande valorização da componente formativa. - Qual foi o melhor momento enquanto diretor? - Não é fácil escolher um momento. Do ponto de vista institucional, foram as presenças dos mais altos dignatários da Nação, designadamente, na exposição “Além de Grão Vasco”, com a presença do Presidente da República e do Ministro da Cultura. Mas, enquanto diretor, o melhor foi a satisfação de trabalhar, no dia a dia, com uma equipa excelente e ver, em cada momento, o Museu a ser dignificado. Às vezes, tendo que enfrentar muitos problemas, mas encontrando sempre soluções, para cada situação. Do ponto de vista pessoal, o melhor é perceber que o trabalho foi reconhecido pela =>>


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Pluralidade marca o ritmo na Companhia Paulo Ribeiro

outras visões Por José Mateus África em Mangualde e Viseu. O poder da Cultura.

Mostrar a pluralidade de linguagens artísticas e desmistificar a ideia de que a dança é uma arte dificil de perceber são alguns dos objetivos dos novos diretores artísticos da Companhia Paulo Ribeiro, António Cabrita e São Castro. Em 2017, haverá três novas criações e um ciclo de formação em dança, aberto à comunidade. “O que importa é gostar e sentir”. António Cabrita e São Castro são os novos diretores artísticos da Companhia Paulo Ribeiro (CPR), que se mantém como estrutura residente do Teatro Viriato (TV). Os coreógrafos e bailarinos, que sucedem a Paulo Ribeiro (agora, na direção artística da Companhia Nacional de Bailado), apresentaram-se à comunicação social, num local simbólico – a sala-estúdio da Companhia. Ambos representam uma nova António Cabrita e São Castro geração de criadores portugueses, têm trabalhado juntos, desde “À Maneira de Paulo Ribeiro” é a 2011, foram premiados, conhecem primeira estreia da nova temporada, bem a linguagem coreográfica de Paulo que terá lugar dia 20 de fevereiro, no Ribeiro e este identifica-se com eles arestúdio da CPR. Trata-se de uma oficitisticamente. Estão assim reunidas as na, criada e dirigida pela coreógrafa condições para “a salvaguarda do paLeonor Barata, destinada ao 3º Ciclo do trimónio imaterial construído ao longo Ensino Secundário, que visa explorar a de 20 anos por Paulo Ribeiro” e para a expressividade própria de cada particiintegração das criações próprias de Anpante, partindo da obra de Paulo Ritónio Cabrita e São Castro no reporbeiro e da História da Dança. Poderá tório da Companhia. Criação artística, ser desenvolvida em contexto de sala difusão do reportório e formação são de aula e está disponível para ser apreas principais atividades que a CPR consentada noutros espaços. tinuará a desenvolver. Em 2017, haverá três novas criações e um ciclo de workProcura-se bailarino shops de formação em dança contemporânea. A segunda estreia da temporada – “Queremos desmistificar a ideia de “Um solo para a sociedade” – será a que a dança é algo difícil de perceber. primeira peça de António Cabrita e São Mais do que perceber, o importante é Castro com a chancela da CPR. Para gostar e sentir”, disse São Castro. esta criação, que tem como elemento

=> sociedade viseense, à qual muito agradeço a honra que me deram com a expressão do seu sentimento de apreço e solidariedade. Não poderia sentir-me mais feliz e honrado. - O que é que não teve tempo para concluir, num Museu que tem alguns problemas, quer de espaço físico, quer de recursos humanos? - A grande prioridade será conseguir o controlo ambiental das salas do 3º piso, onde estão as obras maiores de Vasco Fernandes e seus continuadores. Já temos vindo a preparar a necessária intervenção, mas não está ainda concluída. Há um outro problema que tem a ver com os recursos humanos que são reduzidos, como é sabido. É urgente conseguir mais pessoas, até porque as exigências são cada vez maiores, agora que tem estatuto de Museu Nacional. Além disso, há também que refletir profundamente sobre o discurso expositivo. Há opções intocáveis, como por exemplo, a colocação do S. Pedro, mas, no piso 2, poderia haver alterações. Não um novo modelo, mas uma readaptação funcional do discurso expositivo, acompanhado da requalificação dos suportes. Depois, tentar levar o museu para

fora, não só de Viseu, mas de Portugal, para o projetar e valorizar o nosso património. - As comemorações dos 100 anos prolongam-se até março de 2007. Irá acompanhar algumas acções, ou prefere manter-se afasta-do? - Boa pergunta. Sabe que uma das coisas que me magoou mais foi este procedimento de colocar tudo em gestão corrente e decidir abrir concurso, antes de analisar os relatórios, com uma fundamentação que não tem sequer uma base legal. É a primeira vez que isto acontece na Administração Pública. Não se percebe. - Isso faz com que prefira manterse afastado? - Depende da minha disponibilidade. Sou Técnico Superior - Assessor Principal da Administração Pública, da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Irei regressar a essas funções e dependerá das exigências do serviço. - Que actividade profissional irá exercer em concreto? - Ainda estamos em conversação. Mas não me faltam convites para trabalho profissional na Administração Pública, a que estou ligado.

de pesquisa o livro “O Contrabaixo” de Patrick Suskind, os coreógrafos farão uma audição, dia 1 de Abril, para escolher um bailarino de nacionalidade portuguesa ou residente em Portugal (candidaturas até 12 de março). O processo de criação decorrerá em maio e a estreia está agendada para 9 de junho, no TV. A terceira e última estreia do ano é assinada por Paulo Ribeiro. “Walking with Kylián. Never Stop Searching”, é apresentada a 17 e 18 de Novembro, também no TV. “Neste temporada temos quatro criadores (eu, a São Castro, a Leonor Barata e o Paulo Ribeiro), ou seja, há uma pluralidade de linguagens que a companhia tem por objetivo trabalhar”, disse António Cabrita. A área da formação é reforçada, através de um programa de workshops orientados pelos diretores artísticos, para todos os interessados em dança contemporânea. O primeiro avança já este mês, dia 25, sob o título “A interpretação física das ideias”. Simultaneamente, ao longo deste ano, a CPR manterá a digressão dos espectáculos “Ceci n´est pas un film. Dueto para Maçã e Ovo” e “A Festa (da insignificância)”, ambos de Paulo Ribeiro. SM - Já sabe o que vai fazer no dia 1 de fevereiro? - Sim, já sei. Vou-me apresentar na DRCN, na cidade do Porto. Depois, logo se verá. Já está mais ou menos definido, mas não completamente concluído, pelo que ainda é cedo para falar. Mas creio que irei colaborar num projecto muito importante, interessante e inovador no contexto do património edificado, afeto à DRCN. - Qual será, doravante, a sua relação com Viseu? - Com Viseu terei sempre as melhores relações. Não podem ser melhores! Sou de Lamego, mas sendo do distrito de Viseu, sou também viseense. Eu e a minha mulher sentimos que foi um privilégio a forma como fomos recebidos desde a primeira hora. Há sempre uma ou oura picardia, não podemos agradar a todos, mas isso faz parte. Sinto que foi uma grande felicidade ter tido a possibilidade de trabalhar em Viseu e estou muito agradecido. Viseu será sempre um destino do coração. Sofia Meneses

Na Biblioteca Municipal de Mangualde pode ver-se a exposição de fotografia “Rostos de Moma”, de Nuno Santos. São fotografias de crianças Moçambicanas, que o fotógrafo fez paralelamente à sua profissão de geólogo, em África. Segundo o próprio, a ideia nasceu em Angola, onde pela primeira vez fotografou crianças e depois imprimiu as imagens e as deu aos fotografados, que nunca tinham visto uma imagem de si próprios. A reação que então obteve, levou-o a continuar e ampliar o projeto, agora em Moçambique. Mas transformou-o num projeto social. Além de fotografar as crianças e de lhes dar “o seu retrato”, expõe as imagens e vende-as noutros locais. Com os fundos angariados, contribui com a aquisição de utensílios essenciais à sobrevivência da comunidade daquelas crianças, sobretudo barcos para a sua faina piscatória. Nuno Santos lança-nos o desafio de olharmos aqueles rostos, e viajarmos pela consciência de que somos todos humanos, sem fronteiras nem nacionalidades. Realmente aqueles rostos e olhares, talvez um pouco fechados em si mesmos, transportam uma espécie de necessidade de sair para o mundo e para outras possibilidades, que não têm. Em Viseu, estiveram Luaty Beirão e Marcos Mavungo, num debate sobre “Liberdade de Expressão” promovido pela Amnistia Internacional Portugal, núcleo de Viseu, que encheu o salão da Associação Comercial. Luaty Beirão iniciou a sua intervenção referindo o seu passado como músico de RAP, que trazia a realidade angolana para a sua música (fez até uma pequena demonstração), e como isso despoletou a vontade de ir mais longe na mobilização das pessoas para se manifestarem publicamente. Lembrei-me de um espetáculo a que assisti, em 2013, também organizado pela Amnistia, mas em Lisboa, no Tivoli, o “Live Freedom II”. Participaram Sérgio Godinho, Luísa Sobral e os BATIDA, projeto musical dinamizado pelo músico luso-angolano Pedro Coquenão. Lembro-me de ver os BATIDA em palco e sentir que aquilo era agitação política explícita, musical e visual (a imagem, poderosa, radica em influências da pintura utilizada nas danças tribais). Estava a ouvir o Luaty Beirão e a pensar nos BATIDA e noutros rapers angolanos. No fim fui falar com o Luaty sobre RAP. Perguntei-lhe se achava que a música também servia para alguma coisa (referia-me a atividade política). Respondeu-me que sempre que alguém se manifesta, seja de que forma fôr, isso é bom. Gostei da resposta. Também em 2013 vi a exposição de fotografia africana “Present Tense”, na Gulbenkian, comissariada por António Pinto Ribeiro. 14 fotógrafos africanos, de diversas gerações e nacionalidades (incluindo Angola, Moçambique, África do Sul e outras), que trabalham com diversos formatos e temas (colonialismo, apartheid, tensões raciais), refletem a situação em África através das suas imagens. Não só localmente, mas em confronto com uma escala global. Por exemplo, a geração mais nova que já vive no pós-colonialismo e pós-apartheid, reflete as diversas tensões existentes: cicatrizes do colonialismo, problemas entre vizinhos e fonteiras, tensões culturais no espaço público, etc… Lembro-me de ver aí uma imagem de um território imenso completamente exausto pela exploração mineralífera, com alguém a vaguear por ali, que me impressionou pela sua grandeza destruidora. Quando vi aqueles rostos de meninos em Mangualde, o que me espantou foi a sua alegria por poderem ficar com os retratos. É isso que de alguma forma me diz que aquela é uma outra realidade. Ao ler o Mia Couto em “As Confissões da Leoa” percebe-se o pensamento mágico africano e como as figuras do partido encarnam agora, para as populações, as personagens tribais tradicionais, e como o povo se movimenta entre todas estas realidades como se da mesma coisa se tratasse. E é a Cultura que nos oferece a poderosa intuição desta realidade tão longínqua.


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Cultura 13

Quinta-feira 02/02/2017

BIBLIOTECA MUNICIPAL COMEMORA 15 ANOS

Nova sala e catálogo online entre as prendas de aniversário A Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva irá receber duas prendas especiais, durante as comemorações do seu 15º aniversário: a primeira é uma nova sala de leitura, com mais de 70 lugares, que resultará da ampliação do terraço de edifício. A segunda é o catálogo online que permitirá aos leitores reservar livros para empréstimo domiciliário e obter, a qualquer momento, a informação sobre a disponibilidade das obras. O programa comemorativo, apresentado pelo presidente da Autarquia, Almeida Henriques, e pela vereadora da Cultura, Odete Paiva, contempla um conjunto de ações diversificadas, começando pela exposição inaugurada dia 28 de janeiro, em parceria com o GICAV, de homenagem a Luís Beira. O ilustre crítico e colecionador de banda desenhada doou o seu espólio à Biblioteca Municipal (BM), assim surgindo a BDTeca Luiz Beira, uma das mais ricas do país, tendo já ultrapassado 9300 documentos. A exposição estará patente até 22 de Abril. Momento alto do programa será a Exposição Comemorativa do Aniversário, a inaugurar dia 6 de maio, que irá mostrar o valioso espólio de que é guardiã há 15 anos, depois de um percurso de 153 anos desde a sua fundação. Entre as “jóias” do Fundo Antigo da Biblioteca destaca-se o Foral Manuelino e a Virtuosa Benfeitoria (Século XV). Este volume foi enviado para a Torre do Tombo, para ser restaurado e “regressa a casa”, a

Odete Paiva e Almeida Henriques

Novo espaço de leitura concluído em 2018 A ampliação do terraço da Biblioteca Municipal D. Manuel da Silva, obra orçada em cerca de 200 mil euros, inteiramente suportada pela Autarquia, irá dotar este equipamento cultural de uma nova sala, por sinal, “panorâmica, com vista para a Serra”, como comenram Odete Paiva e Almeida Henriques. A sala, com cerca de 75 lugares, funcionará de forma autónoma, ficando aberta todos os sete dias da semana. As obras terão início ainda este ano e estarão concluídas no primeiro semestre de 2018. O presidente da Câmara realçou a importância da nova sala, numa cidade com elevado número de estudantes (mais de sete mil no ensino superior), e numa biblioteca com mais de 100 mil utilizadores anuais, entre os quais seis mil crianças. Aberta à comunidade 300 dias por ano, a BM conta 250 ações de promoção do livro e da leitura.

tempo de integrar a exposição comemorativa, segundo Almeida Henriques. Muito mais, porém, haverá para mostrar, já que a BM tem 7232 volumes anteriores a 1820 (fundo antigo) e conta 60 mil documentos. No mês de maio (26 e 27) haverá um Encontro Nacional sobre o tema “Bibliotecas do Século XXI – Principais desafios”, que reunirá especialista da área para refletir acerca dos papéis das bibliotecas públicas na sociedade e na cultura. Em 2017 (um ano depois de Ponte do Lima), Viseu, através da BM, irá atribuir o Prémio A. de Almeida Fernandes (1917-2002), destinado a reconhecer e incentivar estudos de investigação em História Medieval Portuguesa. Este prémio anual, atribuído intercaladamente, visa homenagear um ilustre historiador, autor da tese de que D. Afonso Henriques nasceu em Viseu, como Odete Paiva lembrou na ocasião. Gilberto de Carvalho e Mário Viegas serão também recordados, em duas exposições, a inaugurar em setembro e novembro, respetivamente. Além de muitas outras iniciativas, a Câmara irá prosseguir o seu programa de “Inclusão pela Leitura”. Neste âmbito Almeida Henriques sublinhou o protocolo de colaboração entre a Câmara e o estabelecimento prisional de Viseu, que contempla um conjunto de práticas para estimular a leitura, considerada relevante no processo de reinserção social dos reclusos. SM

Teatro do Montemuro prepara duas novas criações O Teatro do Montemuro (TM) inicia o ano de 2017 “com objetivos definidos, um caminho para percorrer e toda a motivação para trabalhar”, segundo o próprio informa em comunicado. Terá quatro espetáculos em cena de anos anteriores ("Memórias Partilhadas" e "Monólogos de uma vida”), duas novas criações, trabalho com escolas (Acolhimento de Escolas), o Festival Altitudes, o "Serões Na Serra" e outras "aventuras” que ainda estão a ganhar forma. O projeto educativo "À Espera que volte" de Madalena Victorino, estreado em 2013 também está de volta aos palcos, mais precisamente às salas de aula, com 20 apresentações até 8 de fevereiro, pelas escolas do 1.º ciclo do Município de Castro Daire. Entretanto em maio inicia os en-

saios de um novo espetáculo de rua"Exploradores da Serra", com a Encenação de José Carretas, que

procura a tradição dum teatro popular nascido da investigação histórica, do trabalho exaustivo de experimentação dos profissionais envolvidos e das vivências concretas. Será “uma narrativa divertida, fazendo o paralelismo entre o passado e o presente com humor e alguma ironia sem deixar de comover em alguns momentos”, adianta o TM. A estreia está marcada para 9 de junho. Ainda em maio, regressa ao palco o projeto "O Gigante", uma coprodução do Teatro do Montemuro com os ingleses The Fetch Theatre num es-

Avó chamada ao palco do Teatro Viriato “A Tundra”, de Luís Guerra (dança), dia 2 de fevereiro, e “Ivan ou a Dúvida”, de Sónia Barbosa (teatro), dia 4, são as duas estreias que o Teatro Viriato irá acolher na nova temporada, em curso até final de março. A nova criação de Luís Guerra teve como ponto de partida um convite à sua avó, para integrar a coreografia, na companhia de dois bailarinos e um actor. A peça que é apresentada ao abrigo do programa de apoio à criação, da rede 5Sentidos, promete um poema visual coreografado. Também Sónia Barbosa estreia mais um momento da sua pesquisa de criação teatral que tem por base a obra Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Segue-se, na programação, a companhia Trupe dos Bichos, com “Ícaro”, dias 8 a 11 de fevereiro. Dia 15, o coreógrafo Wim Vandekeybus, da companhia Última Vez, uma das melhores de dança europeia, traz a Viseu a sua mais recente criação: “Speak low, if you speak love”. No âmbito do “Sentido Criativo”, a nova temporada propõe oficinas e experiências artísticas para alunos, professores, pais e público em geral, entre elas, “E tu Camões não dizes nada?”, até 9 deste mês, e “3 Movimentos”, com mais duas sessões a 15 e 21 de fevereiro. .

José Cid em Mangualde petáculo de marionetas que estreou em 2013. Em Março, tem início a temporada de programação do Espaço Montemuro com o projeto "Serões Na Serra". A 17 de março a Companhia de Teatro de Braga abre o programa de Acolhimentos do Teatro do Montemuro. Até ao final do ano são várias as companhias que apresentarão os seus projetos em Montemuro: o Teatro das Beiras, o Cendrev, a Escola da Noite, o Teatro O Bando e a ACERT. O Festival Altitudes regressa em pleno mês de Agosto, transformando, entre 12 e 19 de Agosto, a aldeia de Campo num "retiro" cultural”. Já para o final do ano, o Teatro do Montemuro prepara uma nova criação.

José Cid estará em Mangualde no próximo dia 24 de fevereiro para um concerto agendado para as 21h00 no auditório do Complexo Paroquial. A aquisição dos bilhetes deverá ser efetuada nos locais habituais: Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, Papelaria Adrião, AMA e Relógio Velho. Até 15 de fevereiro, o preço do bilhete é de 10,00€ e a partir de 16 de fevereiro é de 12,00€.


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14 Saúde

Quinta-feira 02/02/2017

”Saber Envelhecer” em reflexão na Escola Superior de Saúde de Viseu Drª. M. Lurdes Botelho CLÍNICA GERAL E DOMICÍLIOS

Policlínica Srª da Saúde Quinta da Saudade (rotunda de Nelas, em frente ao Restaurante Perdigueiro)

Telefones: 232 181 205 / 967 003 823

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CONSULTAS: SEGUNDAS E QUINTAS, DAS 14H ÀS 20H Rua Miguel Bombarda, nº 66, Sala BU - 1º - VISEU Telefone: 232 426 695

O auditório da Escola Superior de Saúde de Viseu (ESSV) acolhe hoje, 2 de fevereiro, mais uma edição do simpósio ”Saber Envelhecer…Um desafio emergente”. O evento tem como objetivo aprofundar conhecimentos e promover reflexões, debates e partilha de conhecimentos nas áreas da gerontologia e geriatria. O direito e os idosos, Cuidar os muito idosos, Café Memória: projeto, O idoso no serviço de urgência, Emergência: traumatismo em idosos, Constrangimento no atendimento aos idosos, Apresentação de novas “ajudas técnicas”, Doença gastrenterológica no idoso, Gestão das necessidades e cuidados nos últimos dias, Preservação da dignidade do idoso institucionalizado, Musicoterapia e Risoterapia, são os temas das comunicações em debate. O seminário é uma organização do corpo docente e discente do 4º Curso de Pós-Graduação em Gerontologia e Geriatria (CPGGG) da ESSV e tem como destinatários os alunos e funcionários do IPV, ex-alunos desta pósgraduação, profissionais da área e público em geral.

Cartões + Sénior inclui desconto nos tratamentos termais em S. Pedro do Sul O presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, e a vereadora Teresa Sobrinho procederam à entrega de mais 100 Cartões + Sénior, no Salão Nobre do Município. Já foram realizados cerca de 1200 pedidos de adesão ao Cartão + Sénior que permite utilizar gratuitamente os transportes da rede da Transdev no território concelhio e usufruir de 20% de desconto nos tratamentos termais em época baixa e de 10% na época alta na Termalistur, com oferta da inscrição clínica, existindo já diversos descontos no comércio local.

O Cartão, cuja adesão é gratuita, destina-se a todos os residentes no concelho de S. Pedro do Sul com idade

igual ou superior a 60 anos à data de inscrição.

Unidade móvel de mamografia faz rastreio em Carregal do Sal

Mangualde ensina a comer fruta

Desde 24 de janeiro e até cerca de meados de março, uma unidade móvel de mamografia do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai estar junto ao Centro de Saúde de Carregal do Sal. A unidade estará a atender das 9h às 12h30 e das 14h às 17h, de segunda a sexta, e o serviço é gratuito. O Programa é dirigido à população feminina entre os 45 e os 69 anos, inscrita no Centro de Saúde de Carregal do Sal e que será convocada por carta convite para efetuar o rastreio. Para marcações ou informações adicionais, devem contactar o Centro de Coordenação do Rastreio, através do telefone 239 487 495/6 ou do email rcmama.nrc@ligacontracancro.pt. O exame mamográfico deve ser repetido de dois em dois anos, de forma a garantir uma prevenção eficaz.

De forma a sensibilizar os mais novos para os benefícios do consumo de fruta, a Câmara Municipal de Mangualde está a levar a cabo a iniciativa “Kids Cooking”. A iniciativa começou em janeiro e termina dia 13 de fevereiro, entre as 10h00 e as 11h30. Será uma forma diferente de comer fruta, dinamizada pelo chef Nuno Fonte e pela sub-chef Inês Beja. A iniciativa decorre na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves. A atividade insere-se no âmbito das medidas de acompanhamento do Regime de Fruta Escolar e contempla os 603 alunos do 1.º ciclo do ensino Básico do concelho de Mangualde. Este regime visa a distribuição de frutas e produtos hortícolas, frutas e produtos hortícolas transformados, bananas e produtos derivados às crianças nos estabelecimentos de ensino.


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Passatempo 15

Quinta-feira 02 /02/2017

Teste à cultura geral viseense Pergunta colocada na edição anterior: Sabe o que é que em tempos funcionou no local que vemos na imagem? Resposta: Aqui, entre a Rua de S. Lázaro e a Rua do Arco, funcionou, durante muitos séculos (de 1296 a 1526), a gafaria ou leprosaria de Viseu. Constituída por hortas, pomares, fontes, poços e uma capela, a gafaria era um sinistro lugar de segregação social, que os leprosos eram obrigados a habitar. Para ali iam, também, algumas pessoas saudávels, vítimas de falsas denúncias, por vezes feitas por vingança, e de erros de diagnóstico. Este local foi um dos pontos de paragem das visitas guiadas nocturnas, intituladas “Viseu Misteriosa”, realizadas durante a Feira de S. Mateus 2016, iniciativa da Viseu Marca, conduzidas pela Neverending (empresa viseense de turismo temático), com encenações efectuadas pela Zunzum Associação Cultural.

NOVO DESAFIO Sabe de quem foi a autoria artística do painel de azulejos do Rossio de Viseu?

Do livro de

“Honradez de um beirão” Fernando de Abreu Aguente-se com o seu marido !

CAPITULO XIX

AUGUSTO CUIDA DO CAVALO (conclusão) CAPITULO XX

ANA MARIA GOSTA DE AUGUSTO -Basta-me o homem que tu és, perante a sociedade, pobre sim, mas honrado, com sentimentos do meu agrado. Gosto de ti, é contigo que quero casar, para seres pai dos nossos filhos. -Pois bem, fico muito feliz com esses seus sentimentos, por mim. animam- me e dão- me vida para lutar... - Para já, e quando estivermos os dois, deixa-me de me chamares por menina e muito menos por você. Fora destes nossos encontros, vamos continuar a tratar-nos como até agora, para que os outros empregados não desconfiem deste nosso namoro, que agora começa. Por algum tempo, vamos manter as parecias! Na certeza, de que, a tua vontade, não será jamais um beco sem saída, antes uma avenida que nos leve a esse teu e meu desejo em casarmos- nos, com véu e grinalda. É, isso mesmo, vamos ambos unidos, na alegria e na tristeza, em termos esse objetivo em comum, havendo desde já companheirismo e cumplicidade para os atos que virão a seguir, até à nossa chegada ao altar. Convictamente, na esperança de que esse dia chegará na mais pura e desejada realidade.

Naquele instante abraçaram-se com um sorriso feliz em expressão de enigmas e de incertezas refletidas no rosto de ambos, com espectro de profundeza do amor que já reinava no coração e na alma de ambos. Aconchegado-a junto ao peito, Ana Maria sentiu o coração de Augusto com fortes batimentos, de respiração acelerada, cedendo às carícias suaves que lhe fazia na cabeça, para logo se separar, não fosse os padrinhos aparecer e despedi-lo do trabalho.

CAPITULO XX ANA MARIA GOSTA DE AUGUSTO Daí para a frente Ana Maria e Augusto Pereira continuaram a encontrar-se sem que os padrinhos e patrões dessem por isso. Seria o fim do namorico de ambos. Para que os encontros se passassem no segredo da noites, no maior silêncio, Ana Maria deixava que os padrinhos entrassem para o quarto e logo saia para o jardim, onde Augusto a esperava escondido. Era importante conversarem, como haviam de ultrapassar a situação, fazendo

a cabeça ao padrinho para aceitar aquela ligação quando sabiam e apostavam num noivo com bens e de boa família, pois, convictamente, jamais, permitiriam que a afilhada casasse com Augusto - borra botas seu empregado. - Espera, Augusto! Isso que tu estás a pensar não faz qualquer sentido. Não vai haver engano nenhum no nosso namoro. Já repeti por diversas vezes, és tu que vais ser o meu marido e não se fala mais nisso. E esta certeza vem ao longo destes meses, desde quase quando cheguei à quinta e por ter andado junto dos trabalhadores, mais para estar perto de ti e sentir a maneira de ser como homem na vida, a tua simplicidade, espontaneidade, delicadeza e generosidade, para chegar à conclusão, certa, mesmo segura, de que irei ser para ti uma rainha, amada e respeitada – confidenciou a Augusto convicta do sentimento que sentia por ele. Ah, isso é verdade, tanto que a irei respeitar até ao dia do nosso casamento, só depois de casados iremos ter relações... Ana Maria aconchegou-se no peito de Augusto, sem relutar, cedeu às carícias segurando-lhe o rosto entre as mãos, beijou os cabelos, enquanto a Ana Maria sentia

a respiração do namorado acelerada, mesmo sentindo o aroma do suave perfume do cabelo não ser o mais agradável. Nesse momento, as lágrimas de Ana Maria rolaram pela face ao sentir tanta felicidade. - Sabes, Augusto, o meu amor por ti não é material, é por este teu sentimento e afeto, é o teu coração, a tua bondade de me respeitares, sem tentares ser oportunista... São, na verdade, subtilezas que me encantam e fazem da tua pessoa um feitiço especial para mim que te quero assim com essa ingenuidade e honradez que tu mostras ter em teu coração. Reconheço que existem abismos profundos, entre ambos que não deixam de me assustar e numa grave incerteza, mas ao sentir o teu coração bater, não farei outra coisa que não seja seguir em frente para ser tua e esperar pelo casamento para me deitar contigo e vir a ter os nossos filhos, daí que, desde já, esteja protegida para suplantar todos obstáculos que possam aparecer à minha frente mesmo aqueles que pareçam intransponíveis.


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