Noticias de Viseu 5 de Janeiro 2017

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLII - Nº 2127 - Quinta-feira 05 de Janeiro de 2017 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

VISEU 2017

É oficial: Temos visitas 2017 será o “Ano Oficial para Visitar Viseu”. O objectivo é “despertar e promover uma atitude colectiva de hospitalidade”.

ACAPO-Viseu quer criar oficinas em 2017

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TEATRO VIRIATO Nova diretora entra cena sem aplausos do Município

Sara Lourenço: Ver a vida para além do olhar

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Págs. 4 e 5

VISEU/2016 revisto pelos seus protagonistas Pág. 8

CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU

Obras na Urgência arrancam este ano GRANDE AFLUXO DE UTENTES NO INVERNO OBRIGA A PLANO DE CONTINGÊNCIA

DIA MUNDIAL DO RISO 18 DE JANEIRO

Hospital poderá ter que adiar cirurgias e limitar acesso de acompanhantes Pág. 12

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2 Opinião

Quinta-feira 05/01/2017

ANTÓNIO RODRIGUES BISPO

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Coisas & Loisas XII

Nome incontornável no jornalismo do distrito de Viseu

janeiro 2017 quinta-feira

António de Jesus Rodrigues Bispo era uma das mais prestigiadas figuras Registo DGCS 102220 da urbe de Viseu. Partiu Depósito Legal 182.842/02 rico desabedoria e huSemanário - sai às 5ªs feiras manidade. Partiu, mas não nos deixou; a sua memória SEDE: perdurará e os artigos Complexo Conventurispress como jornalista no jornal Av. do Convento, nº 1 do Comércio do Porto e 3510-674 Viseu Norte Jornal das Beiras de Viseu Redação: continuarão eternos. Escreveu sobre o distrito no exTelefone: 232 087 050 tinto jornal Comércio do Porto e continuou jornalista e-mail:geral@noticiasdeviseu.com durante muitas décadas, até à sua partida. Era uma força muito positiva que teve uma profunda Publiciciade paixão pelas raízes da cultura. Era um nome inconTelemóvel: 968 072 909 publicidade@noticiasdeviseu.com tornável no jornalismo do distrito de Viseu. Fez muitos artigos debruçados sobre os concelhos de Lamego, CasPROPRIEDADE tro- Daire, Resende e Tarouca. Nodigráfica - Informação Com a sua morte aos 79 anos, em 8/12/16, perdeue Artes Gráficas, Lda. se uma personalidade marcante da vida cultural, no senEmpresa Jornalística nº 223518 tido mais lato do termo. Contribuinte: 501 511 784 Foi Homem simples, modesto, sempre bem-disNº Registo Conservatória: 1299 posto. Falar de António Bispo é enaltecer um vulto da Capital Social: 75.000,00 Euros cultura portuguesa. Sempre com enorme lucidez e abertura de espírito, naquilo que há de mais essencial na SÓCIOS vida, ontem como hoje: as relações humanas. Tive o Fernando Mateus Rodrigues privilégio de ter muitas conversas com o Sr. “Bispo” relade Abreu - Administrador cionado com os artigos que lhe levava para publicação. Graça Maria Lourenço de Abreu Este pensamento enquadra bem a vida deste grande Anabela Lourenço de Abreu Homem: “Os cinco sentidos são os guias da alma” – - Gerentes Leonardo da Vinci. COLABORADORES Assim, lembrar António Bispo honra-nos, pois Sofia Meneses deixou-nos um legado de justeza que devemos recorAcácio Pinto dar.

Laurinda Ribeiro Fernando José Ribas de Sousa Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Pedro Gomes de Almeida Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos

DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa São Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Pau (França) - Laurinda Ribeiro Gabande (Espanha) - Enric Ribera TIRAGEM Mês de Outubro 30.000 exemplares Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião .................................. ..............2 Sociedade.........................................3/4/5 Cultura.......................................6/7 Destaque..................................................8 Saúde...............................................9 Desporto..............................................10 Passatempo............................................11 Desporto..............................................11 Últimas..............................................12

Viriato Lemos

NATAL/16 Natal, Natal. Uma estrela luzia lá nos céus, como um sinal… E a Mãe sorria, pura, lirial. Sabia que era divino o seu Menino, pequenino Era Deus.

O Amigo “Malta” (2) Engenheiro e combatente Por Álvaro de Meneses Nunca soube o nome verdadeiro do Malta, nem onde vivia. Ouvia dizer que era de Viseu e pertencente a uma família de gente sã. Deixo estes pormenores para quem, um dia, escrever a sua biografia. No “ofício”, tinha o Malta por colega, igualmente fadado para a “arte”, o Malagrida. Carta vez, armaram-se os dois em engenheiros da C.P. e foram, país acima, até ao Minho. Levaram consigo sofisticada aparelhagem de “topografia”. A saber: uma velha máquina de tirar retratos à la minuta, a servir de teodolito; três ou quatro varas pintadas a círculos horizontais de vermelho e branco, para marcar direcções; um livro de logaritmos, descoberto numa lixeira, por eles destinado aos complicados cálculos de azimutes, ângulos de curvatura e distâncias. Entrados numa herdade, montavam o instrumental “topográfico” apontando-o, mesmo em cheio, à habitação. Vinha o dono: - Mas que é isto?! Bocemecês quem são? - Ora viva, amigo! Somos técnicos da C.P. e andamos a marcar a passagem da nova linha férrea. - Ó raio! Linha do combóio?... E por onde vai passar? - Espreite aqui pelo aparelho e logo vê… - Não pode ser. Atira-me a casa abaixo! - Pode ser, sim senhor. A casa tem que desaparecer. É sua? - Pois é, meus senhores. Já vem dos meus avós. Mas isto não pode ser de outro jeito? E os “engenheiros”, compreensivos, boas pessoas, acabavam por dar um jeito, desviando da casa o traçado da linha, a troco dum serrabulho bem regado com umas canecas de verde e de umas notazitas de conto de réis. Tantas vezes, porém, o cântaro foi à fonte, que um dia ficou lá a asa. O Malta acabou por ser entregue ao Governo, como delinquente habitual. Durante a Guerra Civil em Espanha, veio a Viseu um padre jesuíta espanhol recrutar gente, para combater ao lado de Franco contra os “vermelhos”. Pagava bem. O Malta viu o furo e inscreveu-se. Veio despedir-se de meu Pai. - Logo pela tardinha, parto para Espanha com os “Viriatos” e venho despedir-me de V. Exª.. Sabe Deus se nos tornaremos a ver… Um dinheirito fazia-me jeito… - Vais mesmo?! Toma lá e porta-te bem. Boa sorte! Dois dias depois, o Malta aparece em S. Miguel, fresco como uma alface. - Logo vi… Não foste com os alistados. - Ó Sr. Dr., quando cheguei à Estrada de Mangualde já a camioneta do jesuíta, que estava estacionada junto ao Colégio do Sr. Padre Barreiros, ia ao Pinheiro dos Cinco Galhos. Mas que ia eu lá fazer? Nunca dei um tiro, na minha vida… Não estou arrependido, Sr. Dr.: carne humana para canhão não é a do Malta, não! Mas o dinheirito do jesuíta e uns obséquios que recebi de várias pessoas vão fazer-me um grande jeito… (Texto publicado em 23 de Novembro de 1995)

Continua, nas alturas, o canto triunfal: Paz às criaturas, porque é Natal. É Natal. Viriato Lemos

Nota de edição: Com este texto, damos por terminada (pelo menos por agora) a publicação da série de artigos sobre figuras típicas de Viseu, da autora de Álvaro Cardoso de Lemos Barba de Meneses, que trouxemos a esta página, ao longo de 2016. Não termina aqui, porém, a vontade coletiva de reunir estes e outros textos do mesmo autor, numa edição digna de Viseu e das suas memórias. Álvaro de Meneses completaria 89 anos no próximo dia 12 de Janeiro. Faleceu em 1999, com 71 anos de idade, mas o seu legado literário e humano continua a desafiarnos para a imensa possibilidade de olharmos a Vida para além das aparências, do redutor e do efémero.


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Sociedade 3

Quinta-feira 05/01/2017

Já é oficial: Temos visitas “2017 será o Ano Oficial para Visitar Viseu”, declaram conjuntamente a Câmara Municipal de Viseu (CMV) e a Viseu Marca. Esta grande iniciativa de marketing territorial irá arrancar, dia 20 de janeiro, com o Concerto de Abertura do Ano Oficial para Visitar Viseu. O objectivo principal é “despertar e promover uma atitude colectiva de hospitalidade”. Terá uma vertente externa, no sentido de atrair visitantes e turistas, e outra interna, através da participação da comunidade local. Desta forma, pretende-se reforçar “o sentido de pertença, o orgulho local, a identidade cultural e a motivação de participação”. Talentos locais serão envolvidos em acções especiais de programação e merchandising. A comunicação externa irá apostar em três eixos: Cidade de Viriato, Cidade Jardim e Cidade Vinhateira.

“Viseu, Temos Visitas” é a assinatura da campanha promocional. E o que vamos mostrar às visitas? Caminhos, lendas, segredos, sabores, obras são algumas das propostas. O “V” de Viseu ganhará força simbólica e comunicacional, constituindo um “selo” deste “Ano Oficial”, com diversas conotações positivas: “V” de Viriato, de Vinho, de Visita, de Vamos. Ao mesmo tempo, a letra “V” revela-se como uma imagem antropomórfica de braços abertos. Hoje, 5 de janeiro, é o dia de arranque da campanha de comunicação interna e, dia 10, o “Ano Ofi-

cial para Visitar Viseu” será apresentado na BTL, em conjunto coma AIP/FIL e a Entidade Regional do Turismo do Centro. A ideia tem por base a convicção da Autarquia de que Viseu “está a ganhar uma nova vida nos planos económico, cultura e turístico e, simultaneamente, a ser redescoberto enquanto destino”. Almeida Henriques, presidente da CMV, sublinha que os dados de crescimento da procura turística desde 2014 (e as taxas crescentes) confirmam essa convicção. “Entre 2013 e 2014, Viseu registou um aumento de mais de 16 mil dormidas, num total de 138 mil. Apesar desse crescimento, a taxa de ocupação hoteleira situase ainda em 24%, que compara com a média regional de 28% e nacional de 42%”.

Mais estacionamento pago em 2017 A Câmara Municipal de Viseu aprovou dia 22 de dezembro, em sessão pública, a nova proposta de estacionamento para o Centro Histórico. A solução, segundo a autarquia, “visa disciplinar e regular o estacionamento no casco antigo da cidade” e prevê a criação de mais 129 lugares de estacionamento, aumentando para 278 o número de lugares disponíveis, em funcionamento permanente. A totalidade de lugares de estacionamento será reorganizada em diferentes tipologias, procurando beneficiar na sua maioria os residentes do Centro Histórico. Deste universo de 278 lugares, 35 serão reservados aos moradores da zona e isentos de tarifas. Haverá tam-

bém 87 lugares de estacionamento onde a tarifa será aplicada, mas os residentes beneficiarão de aparcamento gratuito entre as 19 e as 10 horas e as 12 e 14 horas. Os novos lugares serão criados nas ruas Silva Gaio, D. Duarte, da Prebenda, do Carmo, das Ameias e outras artérias na zona histórica. Para a concretização deste projeto, o Município de Viseu irá proceder à aquisição de 13 novos parcómetros a instalar nas zonas de estacionamento. O tarifário a aplicar mantém-se naquele praticado atualmente nas zonas de estacionamento exploradas pelo Município – 0,40 cêntimos por hora -, delimitadas pelas ruas Serpa Pinto, Capitão Silva Pereira, Nunes

de Carvalho, Rua do Comércio e Avenida Emídio Navarro. Os valores permanecerão em vigor até à conclusão e adjudicação do concurso para construção e concessão dos lugares públicos e parques de estacionamento, atuais e futuros, da cidade, lançado pelo Município no passado mês de abril. Nessa altura, estes passarão a integrar a nova concessão. Prevê-se que o novo projeto de estacionamento esteja totalmente implementado até ao final de março de 2017, depois da aquisição, instalação e retificação da sinalética vertical e horizontal e respetivos parcómetros.

Estudantes brasileiros recolhem assinaturas em Viseu pela redução de propinas A Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros de Coimbra (APEB - Coimbra), com o apoio da Associação Mundificar, de Viseu, irá realizar, a partir do próximo dia 9, segunda-feira, uma recolha de assinaturas, com o objetivo de pressionar as entidades competentes para o cumprimento do Estatuto de Igualdade, para fins de redução de propinas. A recolha de assinaturas terá lugar na Junta

de Freguesia sita da Rua Miguel Bombarda, 66ª, no horário de funcionamento da própria junta. Esta acção, que decorre a nível nacional, teve início no 1º Encontro Nacional dos Estudantes Brasileiros em Portugal (ENEBRAP). Na ocasião, Déborah Andrade, representante da APEB – Coimbra, deu uma palestra sobre o caso e iniciou a recolha das assinaturas. A ideia é expandir a recolha por

todo o país e, com o documento final, articular o cumprimento da lei. O projeto atualmente é liderado pela Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros de Coimbra (APEB Coimbra), com o apoio da Associação Mundificar (Viseu), Casa do Brasil (Lisboa), Associação Amigos do Brasil no Porto (Porto).

Câmara de Tondela compromete-se a zelar por ETAR e estação elevatória A Câmara de Tondela irá limpar toda a envolvência da estação elevatória de Molelos e dotá-la de todos os equipamentos necessários ao correcto funcionamento. Irá também substituir todos os elementos corroídos da ETAR da Mata por elementos novos e compatíveis. Este compromisso vem na sequência da visita efectuada por técnicos da APA/ARH (Serviços descentralizados para assuntos das Regiões Hidrográficas) à ETAR e à Estação Elevatória, durante a qual constataram que esta não estava a funcionar correndo o efluente pelas imediações da estrutura para as linhas de água existente. Verificaram também que a ETAR da Mata apresenta deficiente ou mesmo ausência de funcionamento. A deslocação dos técnicos resultou da denúncia e das questões colocadas pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) ao Ministério do Ambiente, sobre o problema em causa. Agora, perante o compromisso assumido pela autarquia, a Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do BE quer continuar atenta ao desenrolar da situação até que esta esteja totalmente resolvida.

Poluição em Oliveira de Frades causa maus cheiros e atrai ratos O Partido Ecologista Os Verdes deslocou-se à vila de Oliveira de Frades para constatar in loco a existência de efluentes, aparentemente sem qualquer tratamento, que correm numa linha de água na periferia do aglomerado. Esta linha de água que deriva da zona industrial do Vilarinho, atravessa todo o aglomerado de Oliveira de Frades entubada, chegando até à designada Quinta dos Torneiros, onde “é visível o foco de poluição e desagua posteriormente no rio Vouga, a montante do Cunhedo”, referem em comunicado. Segundo a população, a situação arrasta-se há muito tempo, sendo frequente detetar, junto à Quinta dos Torneiros, a existência de maus cheiros, a presença de insetos e ratos e também a alteração da tonalidade/cor dos efluentes. Esta situação que se vai perpetuando no tempo “afeta a qualidade de vida da população, a biodiversidade e a própria água do rio Vouga”, alerta o PEV. Preocupado com a situação, o deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente. Os Verdes querem sem saber qual a origem dos efluentes e que medidas irão ser tomadas para estancar a poluição neste curso de água.

Câmara de Viseu recorre a linha de financiamento sob protesto da oposição A Câmara Municipal de Viseu vai recorrer a uma linha de financiamento até 10 milhões de euros (montante em função das candidaturas), que servirá para financiar os 15 por cento da contrapartida nacional dos projectos com recurso a fundos comunitários (90 milhões de euros, segundo a estimativa da Câmara). Embora essa linha de financiamento, com juros bonificados, tivesse sido criada para ajudar municípios endividados, sem contar para endividamento, a autarquia viseense decidiu aproveitá-la, pois, segundo o presidente da Câmara, “permite-nos financiamento a uma taxa muito próxima de zero”. Porém, o que Almeida Henriques e o PSD consideram ser “um princípio de boa gestão”, foi contestado, na última Assembleia Municipal, por toda a oposição que, de uma forma geral, considerou que a autarquia está a contrair um “empréstimo pagável a 20 anos comprometendo futuros executivos”.

Autárquicas: PSD e CDS coligados em cerca de metade do distrito PSD e o CDS irão concorrer em coligação em cerca de metade dos concelhos do distrito de Viseu, nas próximas eleições autárquicas. “Existindo significativos pontos de convergência, dos quais resultam um conjunto de propostas de coligação, desejadas pelas estruturas dos dois partidos e que reflectem o sentimento e a vontade dos leitores, importa prosseguir o esforço de dignificação e valorização dos eleitos locais, fazendo interessar novos valores e novos protagonistas no trabalho autárquico”, refere o acordo estabelecido entre o PSD e o CDS.


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4 Sociedade

Quinta-feira 05/01/2017

SARA LOURENÇO, PRESIDENTE DA ACAPO-VISEU

Ver a vida para além do olhar Aprender a ler e a escrever através do código Braille não é fácil, sobretudo quando a aprendizagem se inicia tardiamente. Sara Lourenço, presidente da delegação de Viseu da ACAPO – Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal, tinha 73 anos quando perdeu a visão e, hoje, passados 11 anos, ainda tem dificuldades na leitura. Não desiste, porém. Nunca desistiu de enfrentar a vida quebrando muros pessoais e sociais, que a todos nos impedem de olhar mais longe. Hoje, com 84 anos, quer manter a sua autonomia e, através da ACAPO, transmitir a todos uma força de vontade que não se vê, mas que se sente. Em criança, quando lhe perguntavam o que queria ser quando fosse grande, Sara Lourenço respondia sem hesitação: “Modista”. Acreditava que das suas mãos poderiam nascer peças originais e irresistíveis. Tal não aconteceu. Contudo, as mãos de Sara ajudaram a trazer ao mundo o que há de mais genuinamente original e irresistível - bebés. Foi parteira, atividade profissional que exerceu até se reformar, com 63 anos. “Pegar e olhar os bebés recémnascidos, seres tão frágeis e indefesos, era sempre um momento extraordinário e maravilhoso”, recorda. Sara cegou quando tinha 73 anos de idade, mas ainda hoje as suas mãos ajudam a dar vida: uma leva a bengala e a outra, estendea a quem precisa, num gesto solidário de dar e receber, que se multiplica na delegação da ACAPOViseu, a que preside. Foi na antiga papelaria Lumen, de Viseu, onde trabalhou depois de concluir o ensino secundário, que Sara Lourenço adquiriu os primeiros livros de enfermagem. Na altura, já tinha 20 dioptrias – “era conhecida pela ‘Óculos Grossos’” – e um prognóstico médico muito reservado, conta a própria. Condenada a ficar cega Nascida em Leomil, concelho de Moimenta da Beira, no ano de 1932, Sara Lourenço veio pela primeira ao médico oftalmologista, a Viseu, quanto tinha 10 anos e 10

parteiras não podem casar”. Assim era, de acordo com uma lei do tempo de Salazar. Algumas destas profissionais de saúde acabavam por engravidar, sobretudo de médicos, e eram obrigadas a ser mães solteiras. “Não faz mal, caso-me na mesma”, respondeu Sara, determinada a saltar mais um muro. Viria a contrair matrimónio em 1963, numa altura em que Portugal já permitia o casamento das enfermeiras e parteiras. Hoje, com 54 anos de casada, Sara tem no marido e na família um grande amparo físico, afetivo e emocional. A “cegueira” da PIDE

Sara Lourenço

dioptrias. Já sabia que aqueles valores iriam aumentar acompanhando o seu crescimento físico. O médico avisou a família de que a menina estaria condenada a cegar e que, até lá, não deveria fazer esforços, como ler, correr, saltar e outras brincadeiras próprias da idade, para não agravar as lesões existentes no fundo dos olhos. Sara ficou arrasada. Foi então que seu pai interveio, fazendo-lhe uma pergunta que valia mais do que qualquer atestado clínico: “Quem é que manda cá em casa, é o teu pai ou é o médico?”… A partir de então, desde que o pai dei-

DIA MUNDIAL DO BRAILLE - A data de 4 de janeiro assinala o nascimento de Loius Braille, o criador do sistema de leitura e de escrita Braille, que permite através do toque facilitar a vida das pessoas invisuais e a sua integração na sociedade. Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809 em Coupvray, a cerca de 40 km de Paris. Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, fabricante de arreios e selas, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se ao olho direito, provocando a cegueira total. Aos 20 anos conseguiu formar um alfabeto usado por pessoas invisuais, através do toque. xasse, a menina fazia tudo o que lhe apetecia: estudava, brincava, saltava muros (físicos e psicológicos). Tudo isso lhe fez bem. Cresceu e abriu horizontes. “Na altura, os médicos não ti-

nham tendência para estimular os -sentidos, como agora é prática generalizada”, explica Sara. Quando decidiu ser enfermeira/parteira, o pai avisou-a: “Olha que as enfermeiras e

Foi na Escola Médica do Porto que tirou o Curso de Parteira, tendo por professor um grande mestre - Alberto Saavedra, que integrou o movimento de docentes em defesa da necessidade de construir uma maternidade no Porto, perante a elevadíssima taxa de mortalidade infantil antes de um ano de vida. “Era muito exigente e preparou-nos muito bem”, salienta, orgulhosa do seu professor. Concluído o curso, Sara trabalhou no Hospital de Santo António e noutras unidades de saúde do Grande Porto. Em 1971, estava no Posto Médico de Contumil, Porto,

Viseu tem campeões nos concursos de Braille A Acapo-Viseu orgulhase de ter, entre os jovens que acompanha, dois campeões nos concursos nacionais de Braille. Cegos de nascença, aprenderam a ler desde pequeninos e hoje não têm quaisquer hesitações na leitura, disse Sara Lourenço ao NV. As crianças cegas ou com problemas de visão aprendem Braille, em escolas públicas, com professores do ensino especial. Porém, nem todas as escolas têm esse apoio e, nos últimos anos, foram retirados alguns docentes. A Delegação de Viseu da ACAPO também proporciona essa aprendizagem. “Sempre que as escolas se dirigem a nós, damos esse apoio”, diz Sara Lourenço. A evolução tecnológica tem sido uma grande ajuda. Na ACAPOViseu e na Biblioteca Municipal há impressoras em Braille. O pior, segundo Sara Lourenço, é que “os manuais só chegam no

final do ano lectivo”, pelo que “os alunos têm que ser muito inteligentes para conseguir acompanhar as aulas sem esse suporte”. Quanto mais cedo se começar a aprender Braille, mais fácil se torna. Quando a aprendizagem se inicia em idade avançada, “leva tempo e é preciso que o tato esteja apurado”, adianta a responsável. Importante, mesmo, é não desistir perante as primeiras dificuldades e ir praticando continuamente. Um levantamento, divulgado no início de 2016, identificou mais de uma centena de invisuais, dos quais apenas 11 sabiam ler Braille. Há cada vez menos crianças invisuais de nascença, mas a cegueira continua a afectar os idosos, sobretudo, em consequência da diabetes. Sara Lourenço alerta para o consumo elevado de açúcar na nossa sociedade. “Grande parte dos nossos meninos estão em perigo, porque comem muitos doces, o que, mais tarde, tem efeitos graves na saúde e coloca em risco a sua visão”, salienta.


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Sociedade 5

Quinta-feira 05/01/2017

quando fez um comentário crítico sobre a atualidade nacional, sem saber que estava a ser escutada por agentes da PIDE. Quando deu conta da situação, já era tarde para evitar as consequências. “Recebi uma carta a informar-me que estava despedida por conveniência de serviço”, recorda. Desempregada, fez partos ao domicílio, designados, na gíria, por “trabalhos à peça”, por sinal muito mal pagos – 200 escudos cada um”. Depois do 25 de Abril, foi readmitida. Sara quis ir para a sua terra natal, Leomil, onde inaugurou o serviço de enfermagem, até então ali inexistente. Mais tarde, pediu transferência para Mangualde, ao abrigo da lei dos conjugues, e por lá ficou até se aposentar. Perdeu a conta às centenas de bebés que as suas mãos acolheram no primeiro contacto com o mundo. Ainda hoje recebe telefonemas e visitas de pessoas que ajudou a nascer. “Alguns já são idosos. É assim que eu vejo como estou velha!”, diz rindo. “Não sabia que o mundo era tão bonito” Entretanto, foi operada às cataratas, o que lhe permitiu desfrutar da visão como nunca antes lhe tinha sido possível. Foi um período de grande felicidade. “Não

ACAPO -Viseu quer criar oficinas em 2017 Criar oficinas para ocupar os invisuais e estimular a convivência e a troca de conhecimentos é um dos objectivos da ACAPO-Viseu, para 2017. “Vamos lançar esse desafio aos nossos associados. Trazerem para aqui os seus saberes e fazerem trabalhos, para depois os expor e vender. Será, também, uma forma de arranjar mais algum dinheiro para a associação”, diz Sara Lourenço. A ACAPO-Viseu tem atualmente cerca de 190 sócios efectivos e 150 sócios cooperantes, mas atende um total de perto de 350 pessoas, sejam ou não associadas. Além de ajudar na higiene e nas tarefas diárias, através de visitas domiciliárias, presta ajuda psicológica aos utentes e suas famílias. “Temos uma equipa multidisciplinar e duas viaturas (uma carrinha e um automóvel) para nos deslocarmos aos concelhos do distrito, onde há pessoas que precisam de ser ajudadas”, explica Sara Lourenço. A grande preocupação da ACAPO é estimular os invisuais, para que sabia que o mundo era tão bonito. Passei a poder ver os olhos dos passarinhos!...”. O médico avisou-a, desde logo, que não alimentasse ilusões. Realmente, foi sol de pouca dura. Mas durante cerca de 10 anos, Sara pode apreciar os olhos dos passarinhos e deslumbrar-se com toda a beleza do mundo. Até que um dia, imediatamente depois da morte do irmão, perdeu 50 por cento da visão. “Na véspera tinha estado a escrever no computador e, no dia seguinte, fui rever o texto e não vi nada. Pensei que o texto se tinha

apagado. Chamei o meu marido e ele disse-me que estavam lá as letras todas. Eu é que deixara de as ver”. Desde aí, a perda de visão acentuou-se. Aos 73 anos, cegou completamente. “Só vejo vultos, o que para os médicos não é nada, mas para mim é bom, porque ajuda a orientar-me”. “O essencial é invisível aos olhos” Só depois de cegar é que Sara decidiu aprender Braille. “Não é fácil e se não se praticar constante-

não desistam de fazer a sua vida, e reabilitá-los. “Por vezes, não se trata de reabilitar mas de habilitar. É o caso, por exemplo, de alguns homens que nunca cozinharam nem fizeram tarefas domésticas, mas que, entretanto, cegaram e ficaram viúvos. Temos que os habilitar a fazer esses trabalhos, para que possam cuidar de si, quando estão sozinhos”. Sara Lourenço adianta que há uma grande tendência para a desmotivação e para o isolamento, entre as pessoas cegas, sobretudo idosas. “Tentamos ajudá-las a todas, mas num distrito tão grande, com os nossos escassos recursos, é complicado chegar a todo o lado”. A verba recebida da Segurança Social, com quem a ACAPO tem um acordo atípico, não é suficiente para os encargos da associação. Por isso, são indispensáveis os apoios de empresas e os acordos com algumas autarquias. “A Câmara de Viseu é a que mais nos ajuda, assim como a Freguesia de Viseu”, diz Sara Lourenço.

mente, esquece-se. Já conheço as letras, mas tenho dificuldade em ler rápido”, afirma, decidida a prosseguir a aprendizagem. Sara Lourenço perdeu a visão, mas não perdeu a vontade de aprender, de sair de casa, de ir às compras e de fazer trabalhos de casa, esforçando-se por ser o mais independente e autónoma possível. Participou, como intérprete, nos espectáculos de Dança Inclusiva, no Teatro Viriato, onde viveu uma “experiência artística e humana inesquecível”, em conjunto com outras pessoas com diferentes

deficiências. Ajudar todos os que têm problemas de visão, para que não se isolem nem se desmotivem no diaa-dia, é o seu objectivo enquanto presidente da Delegação de Viseu da ACAPO. Afinal, como escreveu SaintExupéry, no Principezinho, “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. Sofia Meneses

ARMAMAR, RESENDE E TABUAÇO

ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

Reabertura de tribunais no distrito de Viseu

Carlos Costa renova mandato

No distrito de Viseu, irão reabrir os tribunais de Armamar, Resende e Tabuaço, encerrados na anterior legislatura. Os Tribunais de Castro Daire, Vouzela, Oliveira de Frades e S. João da Pesqueira voltam a receber julgamentos, deixando de ser secções de proximidade. O decreto-lei número 86/2016, publicado dia 27 de dezembro em Diário da República,

garante a reactivação de todos os tribunais encerrados e a reposição de competências noutros, a partir do dia 1 de Janeiro. “Consciente dos constrangimentos do acesso à jurisdição pela ausência de uma justiça de proximidade, o programa do XXI Governo Constitucional estabeleceu o desígnio de aproximar a justiça dos cidadãos, comprometendo-se para

o efeito a proceder à correção dos erros do mapa judiciário promovendo as alterações necessárias”, lê-se no decreto-lei. São assim reactivadas as vinte circunscrições extintas em todo o país e são criados quatro juízos de competência genérica, em Miranda do Douro, Nisa, Castro Daire e Oliveira de Frades, os dois últimos no distrito de Viseu.

Os órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viseu, encabeçada por Carlos Costa, tomaram posse, para mais um mandato, na condução dos destinos de uma instituição com 130 anos de existência. Recorde-se que entre os planos para o futuro está a procura de condições financeiras para obras de recuperação do quartel, com novos espaços para camaratas femininas, novo refeitório e espaços de formação. No discurso de tomada de posse, Carlos Costa enalteceu “o trabalho e o rigor da gestão dos órgãos sociais que o acompanham ao longo dos últimos anos”, agradecendo a disponibilidade dos novos elementos. O recém-empossado dirigente referiu ainda garantir total sincronia com todo o comando dos bombeiros, sublinhando que não serão poupados esforços para dar as melhores condições aos nossos bombeiros voluntários para cumprimento da sua missão. A Assembleia Geral é presidida por Valdemar Gomes Freitas e o Conselho Fiscal, por José Alberto Costo Ferreira.

Mangualde abre o primeiro Espaço do Cidadão descentralizado A secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, o presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo, e o presidente da União de Freguesias de Tavares, Alexandre Constantino, inauguraram o primeiro Espaço do Cidadão descentralizado do concelho de Mangualde. O Espaço do Cidadão de Tavares, sito no Largo do Outeiro, em Chãs de Tavares, passa a funcionar no edifício da junta de freguesia de Tavares de 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 12h00 e das

13h30 às 17h30. Este novo espaço passa a acolher diversos serviços, tais como: ACT - Autoridade para as condições de trabalho, ADSE - Direção-geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública, DGLAB – Direção-geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas, IGAC - Inspeção Geral das Atividades Culturais, IHRU - Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, DGC - Direção-Geral do Consumi-

dor, SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, ISS - Instituto da Segurança Social, CGA - Caixa Geral de Aposentações, IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, AT - Autoridade Tributária e Aduaneira e AMA - Agência para a Modernização Administrativa. Está já prevista a abertura do próximo Espaço do Cidadão descentralizado, no próximo ano, desta feita na Freguesia de Fornos de Maceira Dão.


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6 Cultura

Quinta-Feira 05/01/2017

Paula Garcia substitui Paulo Ribeiro na direção do Teatro Viriato Nova diretora entra em cena sem os aplausos do presidente da Câmara Municipal de Viseu Paula Garcia é a nova diretorageral e de programação do Teatro Viriato, sucedendo no cargo a Paulo Ribeiro, recentemente nomeado pelo Ministério da Cultura para diretor artístico da Companhia Nacional de Bailado. A escolha de Paula Garcia não é do agrado do presidente da Câmara Municipal de Viseu, o qual consi-dera que esta é uma “solução destituída de ambição”. Mas a direção do CAEV (Centro de Artes do Espetáculo de Viseu - Associação Cultural e Pedagógica - constituída, em 1998, para programar e gerir o Teatro Viriato ao abrigo de um protocolo de financiamento tripartido assinado com a CMV e Ministério da Cultura) considera que a escolha de Paula Garcia “garantirá a continuidade e identidade do projeto artístico do Teatro Viriato”. Almeida Henriques frisou que Paula Garcia “é uma pessoa competente”. Porém, a Câmara teria preferido uma criadora de renome nacional, cujo nome não quis revelar, para substituir Paulo Ribeiro. “Procurei, em diálogo estreito com o Ministério da Cultura e com o CAEV, uma solução positiva, renovadora e ambiciosa”, afirma o autarca. “A solução agora co-nhecida, da responsabilidade do CAEV,

é para o Município de Viseu uma resposta interna, de transição e destituída de ambição, que salvaguarda no imediato os interesses de continuidade de gestão e organização do Teatro Viriato”. Diretora adjunta do Teatro Viriato, desde 2007, Paula Garcia colaborou ativamente com o coreógrafo Paulo Ribeiro na definição da estratégia de programação

da instituição; na criação/consolidação de relações de parceria nacionais e internacionais; bem como no desenvolvimento de conceitos e conteúdos artísticos que têm alicerçado projetos de produção própria do Teatro Viriato. O seu percurso iniciou-se em 1998, como Assistente de Direção; tendo acumulado, posteriormente, a coordenação da Produção (desde 1999).

À semelhança do que aconteceu quando Paulo Ribeiro foi nomeado para assumir a direção artística do Ballet Gulbenkian, em 2003, a Companhia Paulo Ribeiro mantém-se como estrutura residente do Teatro Viriato e passará a ser dirigida pelos coreógrafos António Cabrita e São Castro. Entretanto, a CMV já garantiu a sua parte de financiamento relativo ao ano 2017, para o Teatro Viriato. Trezentos mil euros é valor do apoio financeiro, com o objectivo de dar cumprimento ao acordo tripartido, existente entre a Autarquia, o Teatro Viriato e o Ministério da Cultura. A verba será entregue em três tranches, ao longo do próximo ano, para assegurar a programação. A Autarquia assegura ainda outras despesas, como a electricidade e outros gastos, que rondam cerca de 100 mil euros anuais. No âmbito desse acordo tripartido, o Ministério da Cultura - Direção Geral das Artes, apoiará com 400 mil euros, uma vez que o novo Governo não reformulou as candidaturas, decidindo prolongar por mais um ano o montante a atribuir pelo Estado.

CAEV ESCLARECE Criadora proposta pela Câmara não aceitou o cargo Em comunicado, o Teatro Viriato reage às declarações proferidas pelo presidente da CMV, lembrando que houve uma série de reuniões para se encontrar uma solução directiva de comum agrado. Após um longo processo negocial, a direção do CAEV “entendeu aceitar integrar na direção do Teatro Viriato a pessoa proposta pela CMV na qualidade de diretor artístico, tendo iniciado com a mesma os contactos e reuniões para a formalização do contrato, com definição de funções, entre outras”, diz o comunicado. Porém, a 23 de dezembro, a pessoa proposta pelo presidente da CMV terá comunicado que não aceitava o cargo de diretor artístico. “Perante esta situação e a indicação da CMV de ‘entregar ao CAEV a solução para a direção do Teatro, reservando-se ao direito de rever o acordo estabelecido no términus do

próximo ano’, a direção do CAEV deu cumprimento à cláusula que estipula que a utilização e a programação do Teatro Viriato são da responsabilidade do CAEV” e divulgou ontem, publicamente, a nomeação de Paula Garcia como diretora-geral e de programação do Teatro Viriato, tendo dado conhecimento prévio ao presidente da Câmara. O CAEV acrescenta que é seu propósito “cumprir escrupulosamente os contratos estabelecidos com o MC/DGArtes e o Município de Viseu e o projeto artístico neles definido, mantendo o respeito institucional que todos os parceiros merecem e que têm sido essenciais para a consolidação do projeto do Teatro Viriato amplamente reconhecido pela sua qualidade e pela sua pertinência artística e cultural”.

Fausto abre nova temporada Fausto Bordalo Dias abre a nova temporada do Teatro Viriato, dia 21 de janeiro de 2017, pelas 21h30, com um concerto único e que se prevê memorável. Considerado um dos mais importantes nomes da música popular portuguesa, apologista da música e da cultura em português, Fausto Bordalo Dias propõe-se neste espetáculo revisitar temas de cada uma das três obras (Por este rio acima, Crónicas da terra ardente e Em busca das montanhas azuis) que compõem a sua Trilogia sobre a diáspora lusitana e que é hoje uma referência incontornável da música popular portuguesa. A acompanhá-lo em palco estarão Mário João santos – Bateria, Baixo Vítor Milhanas – Baixo, António Pinto - Guitarra, Vincent D’Aversa - Teclados e Acordeão, e Fausto Ferreira – Piano. “Mais do que um concerto, esta será uma viagem por uma história sobre o país e o seu povo”, anuncia o Teatro Viriato.

Noite de Reis com Laginha e Orquestra das Beiras O Concerto de Ano Novo e Reis, dia 6 de janeiro, no Teatro Viriato, terá como convidado especial Mário Laginha, a juntar-se à Orquestra Filarmonia das Beiras. Sob a direção do maestro António Vassalo Lourenço, a orquestra e Mário Laginhas revisitarão as suas composições, num espetáculo caloroso. Com este espectáculo, o Município encerra o programa “Viseu Natal Sonho Tradicional”, cujo cartaz incluiu 100 espectáculos de música e teatro e envolveu mais de 120 instituições locais.

Concerto de Ano Novo em Mangualde O Complexo Paroquial de Mangualde acolhe, no dia 7 de janeiro, sábado, o Concerto de Ano Novo. São as melodias da Orquestra Poema e da Orquestra Juvenil das Escolas de Mangualde que vão ecoar numa noite que se espera memorável. O espetáculo está marcado para as 21h00 e a entrada é livre. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Mangualde e pelo Conservatório de Música de Viseu, Dr. Azeredo Perdigão e integra a programação do ‘Natal em Mangualde 2016’. Conta ainda com o apoio do Agrupamento de Escolas de Mangualde e Paróquia de Mangualde.

Seu Jorge por 7,5 euros até Julho Findo o período promocional de seis euros, que decorreu até 1 de janeiro de 2017, os ingressos para o concerto de Seu Jorge, a primeira grande confirmação para a Feira de São Mateus deste ano, passarão a custar 7,5 euros, até Julho. Após esse período, o preço poderá conhecer nova progressão. Pela primeira vez, a organização da Feira anunciou um concerto com oito meses de antecedência e cria uma campanha promocional para venda dos bilhetes. Um dos maiores nomes da música brasileira, Seu Jorge promete encher o Campo de Viriato, a 12 de agosto de 2017.


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Cultura

Quinta-Feira 05/01/2017

Fado de saudade por Avantino Sousa

outras visões Por José Mateus

Avantino Marques de Sousa, músico e guitarrista, faleceu dia 25 de dezembro, com 68 anos de idade. O Sousa, como era conhecido, figura emblemática de Viseu, acompanhou muitos fadistas dentro e fora da nossa região. Começou a sua vida artística no grupo Black Star, mas tocou noutros grupos e, também, no Retiro do Hilário e no seu próprio espaço de petiscos. Nasceu em Vila Cova à Coelheira, Vila Nova de Paiva, em 19 de Junho de 1949. Em 2015, foi-lhe feita uma grande homenagem, que reuniu mais de uma centena de amigos. Na ocasião, Maria Teresa Santos, viseense, hoje com 88 anos, fez-lhe e cantou-lhe estes versos, com a música do fado "Adeus Mouraria", da autoria de Nóbrega e Sousa. Versos que aqui publicamos, a pedido de Maria Teresa Santos, em sentida homenagem ao Amigo Sousa: Nesta homenagem ao Sousa Que há muito lhe era devida Me associo com prazer Pelo seu talento e arte Que aqui e em toda a parte Sempre fez por merecer Lembro a casinha Quase de bonecas Onde com amigas De surpresa entrei Sem eu saber como Lá, Sousa tocava Com um ar risonho Se sem eu ser fadista Dei azo a um sonho Saí quase artista Sendo exímio tocador Maneja sua guitarra Com maestria e prazer O melhor entre os melhores Sempre assim foi e será E a questão é querer

Fernando Lanhas - Conhecer o Mundo através da pintura

O som da guitarra Com seu dedilhar Transmite emoção Entra-nos na alma Quase faz chorar Logo, num repente Uma fantasia E outro som se sente A animar a gente Com grande alegria Inda há outros predicados Que lhe são reconhecidos Também de grande valor Respeito e muita alegria E uma boa companhia Quando ele está de humor E antes de terminar Inda quero agradecer O muito que ao fado deu Dignidade e valor Sempre o tratou com amor Em todo o lado e em Viseu

Bom filho, educado E respeitador Meu vizinho do lado Muito delicado Para mim sempre foi E também prestável Nunca se negou Com sua guitarra A quem precisava Fazer um favor

Era assim o Sousa Quando o conheci E é desse modo Sem qualquer diferença Que até hoje o vi Também pelo apreço Que testemunhamos Os meus parabéns E um abraço amigo Nós hoje lhe damos Maria Teresa Santos

Festival de Metal/Rock em Mangualde Dia 7 de janeiro, sábado, o histórico festival de Metal/Rock Mangualde Hardmetalfest regressa a Mangualde. O espetáculo tem início às 15h00. O festival de Metal/Rock é uma organização da empresa Rocha Produções, com o apoio da Câmara Municipal de Mangualde e realizase, anualmente, no Centro Cultural de Santo André. O evento, considerado um dos dez Festivais de Metal indoor mais antigos do mundo e o mais antigo em Portugal, conta com a estreia, em Portu-

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gal, dos lendários ingleses Tygers of Pan Tang, banda de heavy metal que influenciou, nos anos 80, bandas como os Metalica. Os germânicos Holy Moses, banda de thrasmetal de culto também fazem a sua estreia em Portugal. A banda liderada por Sabina Klassen irá com certeza compensar os fãs portugueses pelo tempo de espera com a sua garra e determinação. Os Ancient Rites, da Bélgica, são outro nome sonante e de culto para os mais extremos, com nuances de folk misturadas com um

black/thrash à maneira antiga. Há vários anos que a banda não toca em Portugal. De Inglaterra e mais melódicos estreiam-se os Solstice, uma banda que tem uma legião de fãs da onda epic doom metal, contrastando com a sonoridade brutal dos Finlandeses Convulse ou dos espanhóis Bloodhunter. Subirão ainda ao palco os portugueses: Theriomorphic, Destroyers of All, Machinergy, Estado de Sítio, Derrame, Humanart e Shoryuken.

Um pássaro esquisito voa na ACERT Pais e bebés dos 6 meses aos 3 anos ganham um espaço especial na programação do 1º Trimestre da ACERT-Tondela. Dia 14 de janeiro, às 15h30, no Auditório 2, terá lugar o “Afinal o Íbis”, pela Andante Associação Cultural. Será um espectáculo de teatro de promoção da leitura para bebés, com poesia de Fernando Pessoa, música de Joaquim Coelho e imagem de Mafalda Milhões. A história de um pássaro esquisito inventada por Fernando Pessoa, o Íbis do Egipto, é o pretexto para embalar, brincar, cantar, voar com os bebés. A partir deste, outros pássaros de Pessoa se lhe juntam.

Na Quinta da Cruz – espaço do Município de Viseu vocacionado para a arte contemporânea – podem ver-se obras do artista Fernando Lanhas (Porto, 1923-2012). A exposição itinerante resulta de uma colaboração com a Fundação de Serralves, o que permite ver em Viseu algumas obras da sua extensa coleção. Desenhos, pinturas (habitualmente óleo sobre aglomerado), seixos pintados e poemas, além de diversas publicações em redor do seu trabalho, bem como um catálogo, bastante completo, que contextualiza coerentemente a sua obra. Fernando Lanhas era arquiteto, mas dedicou-se tmbém a muitas outras atividades: foi pintor, etnólogo e arqueólogo, astrónomo, poeta, só para citar talvez as que mais influenciaram a sua pintura. Teve sempre uma preocupação comum a todas as atividades que desenvolveu: o conhecimento do mundo era a sua motivação principal. Não de uma forma enciclopédica e extensiva, mas sim como uma consciência da realidade das coisas, uma visão da sua essência. Daí que muita da sua atividade como artista, se dedique não à voragem do tempo que passa, mas antes àquilo que permanece, ao imutável. O tempo é, pois, um tema central nos seus trabalhos, do ponto de vista simbólico, mas também oficinal. Por exemplo, recolhia seixos que o mar trazia com as marés – seixos especiais, de formas regulares e com cores uniformes – e depois desenhava sobre eles. De uma forma especial. Segundo o artista, era o próprio seixo, a sua forma, que comandava os seus gestos. As suas cores tentam a aproximação a essa matéria visceral do universo que se forma por acumulação, e que o tempo de certo modo desbota. As suas pinturas apresentam um cromatismo quase neutro, que confere uma sensação visual plana às suas pinturas. Como se a transição de umas cores para as outras fosse apenas uma subtil mudança de tonalidade de uma mesma cor universal. Do ponto de vista do desenho, encontramos a mesma atitude de procurar as formas essenciais: o círculo, o quadrado, o triângulo. E até o nome das pinturas é codificado, numa simbologia mais utilizada no campo científico (uma letra indica o suporte utilizado, outra a técnica, depois um número de série e finalmente o ano). Arte e ciência à procura do mesmo: o conhecimento do mundo, das leis que o regulam. Os seus poemas refletem também esta obsessão. Nalguns descreve-se a si próprio como um menino, em diálogo com um mestre. Esta procura da essência das coisas, produziu nas suas pinturas um grande despojamento visual, e por isso é associado ao início do abstracionismo geométrico em Portugal, num momento em que o país se encontrava culturalmente significativamente isolado das tendências internacionais. Por exemplo o “suprematismo”, um movimento iniciado pelo artista russo Malevitch (1878 – 1935), cujas pinturas se baseavam nas formas geométricas simples e na utilização de um conjunto reduzido de cores. Esta evolução da pintura é essencial para se compreender a arte contemporânea. Depois da pintura se ocupar de “retratar” a realidade, os artistas passaram a ocupar-se da própria matéria da pintura, independentemente da realidade exterior. Questionaram os próprios fundamentos da sua arte: os suportes, os materiais, os formatos expositivos (veja-se, por exemplo, a evolução de Helena Almeida, embora num contexto diferente). Pela relevância das questões que coloca, a visita à exposição de Fernando Lanhas ganha se for explicada e mediada por alguém com formação específica em História da Arte. Na Quinta da Cruz pode antever-se o que viria a ser a evolução das artes visuais em Portugal.

“O muro onde a sombra persiste” vence Prémio Judith Teixeira “O muro onde a sombra persiste”, da autoria de Luís Aguiar, é a primeira obra de poesia a ser galardoada pela Câmara Municipal de Viseu (CMV) e pela Editora Edições Esgotadas, no âmbito do Prémio de Poesia Judith Teixeira, instituído em maio deste ano. Ao autor, residente em Águeda, será entregue um prémio monetário no valor de 3 mil euros pela CMV e a sua obra será publicada pela Edições Esgotadas. A cerimónia de entrega de prémios e a apresentação pública do livro decorrerá no primeiro semestre de 2017, em data a anunciar. Participaram no concurso 24 obras de poesia.


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8 Destaque

Quinta-feira 05/01/2017

2016 - O Passado em diálogo com o Futuro 2016 foi um ano de comemorações em Viseu. O V Centenário da Dedicação da Catedral, os 500 Anos da Misericórdia, e os 100 Anos do Museu Grão Vasco e dos Paços do Concelho colocaram a Região num clima de festividade e reflexão permanente. A dimensão histórica inerente às efemérides não esqueceu o diálogo com o Futuro, como expressam as palavras dos representantes de cada uma destas instituições.

MUSEU GRÃO VASCO Agostinho Ribeiro, director do Museu Nacional Grão Vasco, não continuará neste cargo após 31 de janeiro, a menos que seja reconsiderada a decisão da Diretora-Geral do Património Cultural de não reconduzir os diretores dos museus, com avaliação positiva. O facto foi comentado na última Assembleia Municipal de Viseu, com muitas vozes a levantarem-se contra a saída de Agostinho Ribeiro e a defenderem a sua permanência em funções. Sem se pronunciar sobre o assunto, Agostinho Ribeiro acedeu a uma breve revisitação do ano do centenário do MNGV:

“O sentido do dever cumprido” Houve um sem número de atividades museológicas, académicas, artísticas e sociais, em múltiplos projetos realizados ao longo do ano. Para que tal pudesse ser possível alargamos e aprofundamos as nossas relações institucionais com inúmeras instituições e entidades públicas e privadas da sociedade viseense, alcançamos a designação de museu nacional em 2015 para assim podermos comemorar, de forma que nos pareceu muito digna, diversificada nas áreas temáticas e plural nos públicos a atingir, o Centenário da Fundação do Museu. Em 2016 estiveram patentes ao público 10 exposições temporárias, sendo 9 no museu e uma, numa parceria com a Fundação D. Luís I, no Centro Cultural de Cascais; realizamos 8 conferências abordando relevantes temáticas da museologia, turismo, património, arte e história; 2 congressos internacionais de grande relevância para a museologia (ICOM Portugal) e a investigação académica (Congresso Habitar Património Viseu); beneficiamos de uma emissão filatélica especial dedicada ao centenário; celebramos o dia da fundação do museu com várias iniciativas de grande relevância, como a inauguração da exposição dos 100 anos do MNGV e um magnífico concerto pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos; editamos catálogos das diversas exposições realizadas e das atas dos Congressos Habitar património Viseu; festejamos a Noite e o Dia Internacional dos Museus com uma grande festa em parceria com o IPDJ; o museu foi palco de inúmeras iniciativas de teatro, música, dança e diversas performances, em parceria com inúmeras entidades que connosco colaboraram nas festividades do centenário; e desenvolvemos um projeto educativo especial do centenário. A Assembleia Municipal de Viseu reuniu no MNGV, na sessão solene do Dia da Liberdade, 25 de abril de 2016, em honra do Centenário da Fundação do nosso Museu. Em parceria com o Departamento de Obras da DGPC, resolvemos alguns problemas estruturais com que o edifício se debatia, impermeabilizando o interior do Paço dos Três Escalões; recuperamos os vãos do edifício que denotavam o efeito de degradação produzida pelas condições atmosféricas adversas; recolocamos em funcionamento alguns equipamentos de controlo ambiental que se encontravam inoperacionais; e, finalmente, iniciamos um processo de resolução do grande problema do controlo ambiental das salas de exposição do piso 3. Alcançamos também muito bons resultados operacionais, com aumentos significativos em todos os dados mensuráveis da nossa gestão nos últimos três anos, com um crescimento médio anual de mais de 22% nas receitas e de mais de 18% nas entradas, sendo que no presente ano do centenário (2016) este crescimento ultrapassa os 31% em relação ao ano transato, fixando-se em cerca de 115.000 visitantes em numero absoluto de entradas, muito acima dos 100.000 visitantes que tínhamos estabelecido como meta para o centenário. Fomos ainda agraciados com diversos prémios e reconhecimentos de várias entidades, com destaque para a Medalha de Ouro da Cidade de Viseu Temos, portanto, o sentido do dever cumprido. Agostinho Ribeiro, diretor do MNGV

DIOCESE DE VISEU: “Um ano vivido de forma jubilosa” O ano 2016 foi especial para a Diocese de Viseu por, essencialmente, quatro acontecimentos de relevo muito importante: celebração dos 500 anos de Dedicação da Catedral (Igreja Mãe da Diocese), publicação das Constituições do Sínodo Diocesano, publicação da História da Diocese e celebração do Ano da Misericórdia. Se este último tem a ver com uma proposta do Papa Francisco para toda a Igreja e levou à celebração de momentos únicos nos Santuários propostos, os outros comprometeram, de forma jubilosa e na totalidade, a nossa Diocese. Assim, o Jubileu da Catedral foi vivido ao longo de um ano – de 23 de Julho de 2015 a 23 de Julho de 2016. Trouxe a Viseu o Senhor Núncio Apos-

tólico e um número significativo de Bispos das Dioceses do País e foi acolhido e vivido, com grande entusiasmo, por todos os cristãos, nas 208 paróquias que constituem a Igreja diocesana. Já o Sínodo Diocesano, terminado em 8 de Dezembro de 2015, teve, em 23 de Julho de 2016, a sua conclusão solene, com a apresentação das Constituições Sinodais. Estas são as principais conclusões dos 5 anos de trabalhos, orientadas para a renovação da nossa Igreja e propostas para serem concretizadas nos próximos 10 anos. Como gesto de gratidão – a Deus e a Maria – a Diocese encheu a Basílica da Santíssima Trindade, na primeira Peregrinação diocesana a Fátima, que levou à Cova da Iria mais de 11 mil pessoas. Finalmente, organizada e decidida

no início do Sínodo, em 2010, foi publicada a História da Diocese de Viseu, em 3 volumes. Com a coordenação do Prof. José Pedro Paiva – Diretor da Faculdade de Letras de Coimbra e com origens em Santar – e com a colaboração de 15 historiadores, entre os quais, a Doutora Maria de Fátima Eusébio, foi dada à estampa uma Obra que, neste alcance e valor, é a primeira nas dioceses de Portugal. Este é um balanço, limitado a poucas coisas mas significativas e das quais nos vem a alegria e o dever de ação de graças – a Deus, a Maria e a todas as pessoas que foram especiais agentes da sua preparação e realização. D. Ilídio Pinto Leandro, bispo da Diocese de Viseu

MISERICÓRDIA: “Mensagem de proximidade” Com o final do ano de 2016, conclui-se o programa das comemorações dos 500 anos da Misericórdia de Viseu. Foi um programa extenso e que considero cumprido nos principais objetivos. Ao longo dos doze meses, foram várias as iniciativas que evocaram o passado secular da Misericórdia de Viseu e proporcionaram uma reflexão, que apontou caminhos para o futuro. Procurámos que as comemorações fossem abertas a um público alargado, envolvessem a comunidade e deixassem marcas da nossa identidade como instituição de solidariedade social. A par da divulgação da realidade atual da Irmandade, visível no trabalho realizado nas diversas valências, procurámos passar uma mensagem de proximidade, dando a conhecer a índole da nossa missão, com relevo para o serviço prestado à comunidade, sobretudo aos que mais precisam do apoio institucional. Num breve depoimento, como é pedido, registo a realização das Jornadas sobre as áreas do “envelhecimento, natalidade, qualidade e

alimentação” e sobre o património das Misericórdias portuguesas e os 5 séculos da história da Misericórdia de Viseu. Ainda na vertente cultural, mais propriamente artística, promovemos duas exposições, uma de homenagem aos provedores Engrácia Carrilho e Virgílio Lopes. Na sessão de encerramento das comemorações, quisemos homenagear os trabalhadores com mais de 35 anos de serviço na Misericórdia. Nessa sessão, além da lição proferida por uma reputada académica, da atuação de um conceituado organista viseense e do lançamento de um Catálogo, tivemos a presença do senhor Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, que muito nos distinguiu com as palavras de reconhecimento pelo trabalho realizado por esta instituição. Por fim, gostaria de salientar a participação do senhor Presidente da República nestas comemorações. Considero-a o ponto alto pelo simbolismo que comporta a presença nas nossas instalações, pela primeira vez, do Chefe de Estado, ao longo de 500 anos. Essa presença foi ainda mais significativa pela mensagem deixada pelo Professor

Marcelo Rebelo de Sousa aos públicos das nossas valências que acarinhamos de modo especial: as crianças e os mais idosos. Quanto a planos para o próximo ano, sabemos que há vários desafios a vencer e obstáculos a ultrapassar. Uma das áreas em que as Misericórdias têm assumido um papel que o Estado não tem possibilidades de cumprir na plenitude é a da assistência aos idosos. Pelo longo historial que a Misericórdia tem nesta área, expressei já a disponibilidade para encarar desafios futuros neste âmbito. Para isso, contamos também com o apoio da comunidade e dos poderes públicos, por saberem valorizar o trabalho de entrega a uma causa comum, que vai ao encontro da população que todos procuramos servir É com este espírito positivo que enfrentamos o novo ano, desejando que nos traga boas notícias, para melhor podermos desenvolver a nossa missão. Adelino Costa, provedor da SCMV

PAÇOS DO CONCELHO: “Cidade Antiquíssima que se reinventa” O Centenário dos Paços do Concelho de Viseu foram, em 2016, uma das motivações para redescobrir Viseu como cidade histórica e patrimonial, ao lado de outras comemorações notáveis. Os Paços do Concelho são hoje um património arquitetónico e artístico muito relevante de Viseu e um testemunho do impulso reformista e de modernização da cidade. Cidade Antiquissima e Nobilissima, que se reinventa e renova – nos séculos XIX e XX e agora, também, no século XXI, com um ambicioso programa de regeneração urbana. Edifício marcante da Praça da República da cidade do Século XX, é, para além disso, a Casa da Democracia, a casa de todos nós. E por esse motivo,

a Câmara Municipal de Viseu promoveu, de forma inédita, um programa de visitas guiadas regulares, numa atitude de porta aberta para que viseenses e turistas conheçam e vivam os Paços do Concelho, o seu património rico e a sua história (e estórias). O que o Rossio e os Paços do Concelho são hoje desenhou-se há 140 anos, despontava um momento de mudança e evolução, com ideologias progressistas a emergir no país e, na cidade, um pioneiro e reformista “Plano de Obras Municipais”, a partir do qual nasceu o nosso “Mercado 2 de Maio”, as ruas Formosa e do Comércio e o emblemático edifício da Câmara Municipal no Rossio. Viseu e a sua paisagem urbana são, assim, o fruto de

uma história de transformações com mais de 2500 anos. Fruto que nos orgulha e que hoje constitui um valor de identidade comunitária e um fator de desenvolvimento cultural, social, económico e turístico. Cem anos depois, os Paços do Concelho, a história da sua edificação, a sua arquitetura, pinturas e as decorações são um marco histórico e cultural Viseu, que se inscrevem no coração de uma cidade antiga e moderna. Em 2017, “Ano Oficial para Visitar Viseu”, o meu convite é para que redescubra, viva e partilhe a nossa história com 2500 anos! Viseu, sempre Antiquissima e Nobilissima. Almeida Henriques, presidente da CMV


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Saúde

Quinta-feira 05/01/2017

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CENTRO HOSPITALAR TONDELA VISEU

Liga de Amigos e Voluntários rejeita alterações que prejudiquem doentes Drª. M. Lurdes Botelho CLÍNICA GERAL E DOMICÍLIOS

Policlínica Srª da Saúde Quinta da Saudade (rotunda de Nelas, em frente ao Restaurante Perdigueiro)

Telefones: 232 181 205 / 967 003 823

ALEXANDRE LIBÓRIO TERESA LOUREIRO

A Liga de Amigos e Voluntários do Centro Hospitalar Tondela Viseu (LAVCHTV) considera, em comunicado, que os utentes do Serviço de Nefrologia (especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento clínico das doenças do sistema urinário, em especial o rim) devem ser referenciados “sempre e em primeira linha” para o Centro Hospitalar Tondela Viseu, pelo que entende reivindicar essa prática junto da tutela, através do sítio do Ministério da Saúde e directamente em ofício dirigido ao titular da pasta. A posição da LAVCHTV surge na sequência do novo mapa de referenciação da especialidade de Nefrologia, em consulta pública, cujas alterações propostas poderão vir a traduzir-se numa “perda de competências que prejudicam fortemente a população do distrito”, como alertou o deputado do

CDS Hélder Amaral (ver edição do NV de 23/1/16). A LAVCHTV afirma que, “apesar da exiguidade das instalações do Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar”, este dispõe de maior número de profissionais médicos por habitante, e é “um Serviço de inegável qualidade, quer técnica quer profissional”. Por isso, a Liga de Amigos aceita alterações que a verificar-se, se traduziriam “num manifesto prejuízo, para Viseu e para o seu C entro H o s p i ta l ar ”. A Liga adianta que os utentes pertencentes ao ACES Douro Sul, derivam normalmente para Lamego e de Lamego para Vila Real. “Esta é uma situação que se vem a verificar há alguns anos, apesar de existirem acordos pontuais entre os autarcas locais e o Conselho de Administração do CHTV, para que esses doentes sejam atendi-

dos em Viseu em detrimento de Vila Real”. Para a LAVCHTV, “é da mais elementar justiça, apesar da situação geográfica destes concelhos, por razões históricas, de afinidade territorial, de vias de comunicação e meios de transporte, que estes utentes passem definitivamente a integrar a ARS Centro e a pertencerem de pleno direito, não só na especialidade em causa, mas em todas as outras a serem referenciados para o CHTV.” O comunicado refere ainda que “pela mesma razão, não se entende que os utentes pertencentes à ULS da Guarda, mormente dos concelhos de Seia, Gouveia e Fornos de Algodres derivem para a Guarda em referenciação primária e depois, numas especialidades para Viseu, noutras para a Cova da Beira e Castelo Branco e noutras ainda, directamente para Coimbra”.

MÉDICOS DENTISTAS

NOVOS PROTOCOLOS ADSE ( GNR - PSP )

Consultas de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30; e das 14h30 às 19h. Consultório: Rua 21 de Agosto Centro Comercial “Happy Dream” - 3510 VISEU Telefone: 232 435 141 / 917 264 605 Urgências: 917 882 961

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Prémio Fórum Nacional Álcool e Saúde para Agrupamento de Escolas do Viso O agrupamento de escolas do Viso, em Viseu, foi distinguido a nível nacional com o Prémio Fórum Nacional Álcool e Saúde - “Prémio FNAS”. Trata-se de uma iniciativa conjunta da Direção-Geral da Educação, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, da Associação Nacional de Municípios Portugueses e do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) no âmbito do Fórum Nacional Álcool e Saúde. Na categoria Educação, foi distinguido como vencedor o Agrupamento de Escolas do Viso em Viseu, com uma intervenção continuada no tempo, que abrangeu muito em especial o 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, e que se centrou na sensibilização da comunidade educativa (pais, professores auxiliares), na formação de profissionais (professores e assistentes) e na intervenção psico-educativa com as crianças e jovens, trabalhando o aumento de literacia em saúde, a adoção de estilos de vida saudáveis, a capacitação para a tomada de decisões e a prevenção ou redução de comportamentos de consumo de bebidas alcoólicas. A intervenção envolveu os directores de turma, os docentes de Educação Cívica, e outros docentes de diversas áreas disciplinares, em especial Ciências Naturais, Português, Físico Química, Educação Física, Educação Visual e Educação

Tecnológica. O Agrupamento irá continuar com os projectos de Educação para a Saúde, em articulação com o ACES e as suas estruturas internas, nomeadamente o Programa (In)Dependências, num ciclo de 5 anos, de forma a poder “aferir resultados a longo prazo, sobre a qualidade e eficácia do modo de intervenção”, refere em comunicado.

Investigações em Enfermagem da ESSV premiadas em congresso internacional Três trabalhos de investigação realizados no âmbito do curso de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação da Escola Superior de Saúde (ESSV) do Instituto Politécnico de Viseu foram recentemente premiados no “Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação APER 2016, que decorreu no Hotel Montebelo em Viseu. No concurso nacional de comuni-

cações livres, o trabalho “Impacto de um Programa de Reabilitação na Qualidade de Vida dos Indivíduos com Patologia Cardíaca”, da autoria de Fátima Marques e do professor Carlos Albuquerque, aluna e docente da ESSV, foi distinguido com o 1º prémio. No concurso internacional de pósteres, relevo para os 2º e 3º lugares alcançados, respetivamente, com os trabalhos “Evaluación Funcional y Cog-

nitiva de Pacientes con Enfermedad de Huntington” e “Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais de Doentes de Huntington”, ambos com assinatura de Alexandra Dinis e Hugo Moita, alunos do curso de mestrado em Enfermagem e Reabilitação da ESSV, com orientação da professora Rosa Martins, docente desta escola superior do IPV.


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10 Desporto

Quinta-feira 05/01/2017

ANDEBOL Seleções Nacionais de Portugal e Áustria em Lamego na preparação para o Campeonato da Europa 2018 As emoções dos grandes jogos vão regressar ao Centro Multiusos de Lamego já no próximo sábado, dia 7 de janeiro. Este recinto vai receber a partida, de carácter particular, que vai opor as Seleções Nacionais “A” de Andebol de Portugal e Áustria. As equipas entram em campo a partir das 15 horas. A

entrada é livre. Organizada com o apoio da Câmara Municipal de Lamego, esta partida amigável insere-se no âmbito da preparação para o Campeonato da Europa 2018 que será disputado na Croácia. O jogo é transmitido em direto pela TVI24. O Complexo Desportivo de

Lamego acolhe desde o dia 2 de janeiro, o estágio durante o qual a equipa técnica preparará o jogo particular com a Áustria. Após a realização dos dois jogos de estreia com a Alemanha e a Eslovénia, esta será a segunda vez que a seleção estará em preparação sobre os comandos da nova equipa téc-

nica. O estágio conta, por isso, com algumas novidades: haverá sessões abertas a treinadores, com o intuito de proporcionar mais momentos de formação e de criar uma maior proximidade dos treinadores com as seleções nacionais.

GOLFE Taça João Vinagre 2016

Este memorial que é já um clássico com a assinatura do clube de golfe de Viseu, foi disputado novamente no Montebelo com a presença de mais de quatro dezenas de amigos do João. Nesta edição, o presidente da colectividade Carlos Tinoco, puxou dos galões e obteve claramente o passe para o seu

nome constar no troféu. O Carlos conseguiu a proeza ao concluir o percurso caramulo com 66 pancadas net, menos 6 que o par. De referir, que até à 8ª posição, todos os jogadores venceram o campo, o Marco Gomes contabilizou 67 pancadas, Agostinho Lopes 68, Idalina Cardoso 69, Teresa Cabral e Alfeu

Rodrigues 70 e Leonel Seixas e António Araújo 71. Na vertente pura do golfe, o Agostinho Lopes venceu com 81 pancadas, seguido pelo Carlos Tinoco com 82, Bruno Vicente 84, Daniel Coutinho 85, Leonel Seixas 87 e António Araújo, Idalina Cardoso e Marco Gomes todos com 89. Após o almoço que

contou com os filhos do João os “vinagretes”, assim carinhosamente chamados e que colaboraram na distribuição dos prémios, tendo agradecido a todos os presentes a participação nesta prova que visa homenagear o seu progenitor. Álvaro Marreco

ANTÓNIO LOUREIRO CONTINUA A LIDERAR CLUBE TRAMBELO

Fernando Ruas toma posse como presidente da Assembleia Geral Fernando Ruas, ex-presidente da Câmara de Viseu e actual eurodeputado, tomou posse como presidente da Assembleia Geral do Lusitano Futebol Clube. António Loureiro continua como presidente da Clube Trambelo. A tomada de posse dos órgãos sociais decorreu no dia 23 de dezembro, na sede do Lusitano. Fernando Ruas elogiou o trabalho que tem sido realizado, defendendo, mesmo, que o modelo de gestão do clube deveria ser exportado. António Loureiro agradeceu a todos os que têm colaborado com o clube e defendeu que, para que este se mantenha na senda do desenvolvimento, é necessária a colaboração de todos.

Subida do Viriato dia 7 de janeiro A velocidade e a resistência física vão ser postas à prova no próximo dia 7 de janeiro, em Viseu. A “Subida do Viriato” é uma prova de ciclismo e atletismo que desafia os interessados a percorrer os 450 metros da Calçada de Viriato, com partida do Campo de Viriato até à Igreja da Misericórdia, no Adro da Sé. Esta é uma iniciativa organizada pela Velocafé, com o apoio da Câmara Municipal de Viseu e uma rede de instituições e empresas locais. Em bicicleta, a correr ou a caminhar, os participantes devem competir na conquista do melhor tempo face à inclinação acentuada do percurso. Numa primeira etapa, todos os atletas terão que disputar um contrarelógio individual, seguido de duas eliminatórias, as meias-finais e finais, nas categorias de masculino e feminino. A prova é aberta a atletas federados ou não federados, maiores de 16 anos, e limitada a 200 inscrições. Haverá prémios monetários para os primeiros dois classificados, mas também para o participante com o equipamento mais original. Parte das receitas das inscrições revertem a favor da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal).

S. Silvestre põe São Pedro do Sul a correr Realizou-se a IV prova de São Silvestre de São Pedro do Sul, denominada de «Manuel dos Santos Almeida» que foi um dos grandes dinamizadores da modalidade. A prova organizada pela Câmara Municipal, tinha uma distância de 10.000m para séniores, femininos e veteranos, correndo-se entre S. Pedro do Sul e as Termas.. A prova teve mais uma vez quase duzentos participantes, representando vários clubes de norte a sul do país. O Grupo Desportivo "Os Ribeirinhos" acabou por ser uma das equipas com mais atletas chegados, sendo o José Figueiredo (13º da geral) o melhor atleta ribeirinho com o tempo de 33,55´´.


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Passatempo 11

Quinta-feira 05/01/2017

Ainda 2016 - ANO DE COMEMORAÇÕES

Teste à cultura geral viseense O ano de 2016 foi rico em comemorações, na cidade de Viseu, com a celebração dos V Séculos da Dedicação da Catedral, dos 500 anos da Santa Casa de Misericórdia, do I Centenário do Museu Grão Vasco e dos 100 anos do Edifício dos Paços do Concelho de Viseu como recordamos com o devido destaque na página 8 desta edição. Agora, neste espaço que se pretende lúdico e recreativo, mas também didáctico e informativo, desafiamos o leitor a fazer um teste à sua cultura geral, no que respeita a Viseu. O que sabe sobre cada uma daquelas vetustas instituições? Tente responder às perguntas que lhe colocamos e, caso não saiba, não se preocupe: no próximo número, dar-lhe-emos as respostas.

Sé Catedral:

Sé, integrada na comemoração dos 500 anos da Dedicação da Catedral?

- Quem foi o fundador e 1º Director do Museu Grão Vasco? - Qual o verdadeiro nome do pintor Grão Vasco?

- Em que ano foi criado o Museu-Tesouro da Sé, reaberto durante as comemorações dos 500 Anos da Dedicação da Catedral?

Misericórdia: - Qual o nome do bispo que, entre 1528-1534, mandou edificar um novo claustro na Sé, segundo o desenho do arquiteto italiano Francesco de Cremona? - Quantos volumes tem a obra «História da Diocese de Viseu» (que cobre um período de cerca de 1500 anos de história), apresentada, dia 23 de Julho de 2016, na

- Qual o rei que, no ano de 1516, fez a outorga do primeiro compromisso fundador da Misericórdia da Cidade de Viseu?

- Quantas obras consideradas - Onde fica situado o Museu da Misericórdia de Viseu?

Museu Grão Vasco:

- Onde está guardado o documento da outorga, referido na pergunta anterior, com capa de pergaminho e grande importância histórica?

Tesouros Nacionais estão expostas no Museu Nacional Grão Vasco?

Paços do Concelho - Quem foi o autor da planta original do projeto do atual edifício da Câmara Municipal? - O interior dos Paços do Concelho de Viseu é rico em motivos

decorativos, chamando especial atenção o medalhão central e a galeria de retratos de viseenses ilustres. A que pintor se deve esse admirável trabalho? - Os sinos do relógio dos Paços do Concelho de Viseu voltaram a soar no dia 1 de Maio de 2016, depois de um silêncio de quantos anos?

livro de “ Honradez de um beirão ” Do Fernando de Abreu

Aguente-se com o seu marido ! - O Amiga, tu chegas a esse ponto de te humilhares assim tanto! Isso não é amor por ele, é simplesmente obsessão... - Mais, ele é tão sacana que não me quer dar filhos para não se prender, para ser menos dolorosa a separação...Assim, é bem mais fácil dar – me um chuto no traseiro e despachar – me para casa dos meus pais. -Mas, Amélia enche – te de coragem e corre com ele, não te merece... Sinceramente, se é assim, não sei como tu aguentas essa situação pelo que me leva a dizer que, esse teu marido, é mesmo um imbecil, não sabe a mulher que tem... -Mas, pior! A mãe de uma dessas garotelhas, telefonou – me a dizer que a filha dela, menor, andava romantizada com o meu marido... Esta denuncia não tinha outra finalidade se não, para eu pedir a separação e assim deixar o caminho aberto para ele ficar com a filha... -O que esta gente faz para conseguir determinados objetivos. E tu, o que disseste? -Que não acreditava que o meu marido me traísse e muito menos

ser um pedófilo, andando metido com uma menor, até porque se fosse assim, ele sabia bem a responsabilidade que isso acarretava, ou seja, o crime que estava a cometer... Mas eu tinha a certeza de que ele não anda somente com a filha daquela mãe, ele tem outras, muitas mais... Vou fingindo de que nada sei para ver até quanto tempo o tenho ao meu lado, já que amor, de parte a parte, acho que não existe e não sei mesmo se chagaremos, em tempo algum, a sentir alguma paixão. -Amélia és uma mulher bonita, parte para outra, requer tu o divorcio não esperes que ele o faço, já que será muito pior, para ti, sentires que estás a ser rejeitada. Logo, é bom seres tu a dizer que o não queres, é muito melhor impores tu a rejeição, por não te merecer... -Minha boa amiga, quanto te agradeço a tua preocupação e os conselhos que me dás, mas não sou capaz de tomar essa iniciativa de ser eu a pedir a separação... ou seja, ser eu a dar o primeiro passo. -Acho que ele é um tarado sexual

CAPITULO XVIII

CAVALO P´RÀ SOBRINHA

ao sentir inferioridade por ter um pénis pequenino,tal como as mãos dele de anão, mais me parecendo um “fode – e – foge...”, dai que o amor dele fosse um amor desgarrado, desde logo sem remédio de qualquer possível cura, nem qualquer lenitivo.... Na verdade, o amor dele por mim não era mais do que ter uma atitude de serva, sem ganhar nada, nem o amor dele... Ao longo deste tempo, só uma cega, como eu, não via o fatalismo inexorável, a baixeza cruel a que ele me submetia com a união do casamento. Como aconteceu ser religioso, coube a mim a cruz que ao longo deste tempo tive que a carregar às costas, para toda a minha vida, mas, ao que parece, ele próprio, quer destruir logo na primeira estação. Oh, Amélia. Ainda é bem que deixas esse pedófilo em liberdade não te massacra mais e para ultrapassares esta fase e partires para outra, bem melhor... -Eu sou boa, sim! Foi criada com outros princípios, bem mais honrados e ´sérios. Coisa que, na casa dele, nunca soube o que era esse

bem da sociedade, nunca bebeu, chá das cinco... Mas, ele vai se enganar. A Amélia que aqui vez , frágil vai ver como vou atuar, olho por olho, dente por dente... - Ei, lá... amiga, estás forte! - Não lhe vou perdoar, em nada, nem estou apta a dar – lhe alimentos para manter naquele raquítico, de modo a continuar a viver com tara sexual -Desculpa contrariar te, minha querida Amiga, mas quem és tu para fazeres frente ao Teófilo, uma vez que ele fará uma luta desigual, ao ter os melhores advogados e tu, nem os teus pais, tem conhecimentos para o contrariar, lembrou Ana Maria. Estou convicta de que o teu marido irá atuar conforme o teu toque. Ou seja conforme tu musicares, assim ele irá imprimir o ritmo à dança. Logo, quando muito podes pagar lhe luta com luta, indiferença com indiferença, mas a ele lhe cabe o arbitro que é, ao fim e ao cabo, quem decide marcar as grandes penalidades, embora injustas, mas somente para ele ganhar... E, contra isso, batatas!


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CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU

PLANO DE CONTINGÊNCIA

Obras na Urgência arrancam este ano

Hospital prevê adiamento de cirurgias e limitação de acompanhantes

As obras de alargamento e remodelação das instalações dos serviços de urgência polivalente (SUP) do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) deverão arrancar no 2º semestre deste ano e espera-se que estejam concluídas no 4º semestre de 2018, ou seja, daqui a cerca de ano e meio. A estimativa total do custo da obra é de cinco milhões e 650 mil euros. O anúncio foi feito por Ermida Rebelo, presidente do Conselho de Administração do CHTV, numa sessão que teve lugar, dia 3 de janeiro, no Auditório do Hospital de S. Teotónio, na presença de muitos profissionais de saúde e da comunicação social. A candidatura já foi entregue, no âmbito do Programa Portugal 2020, e em breve será lançado o concurso internacional para adjudicação dos trabalhos que vão tornar realidade o projeto assinado por Jorge Henriques. O arquiteto explicou os detalhes do projeto, o qual inclui a construção de “um novo corpo na zona da entrada”, para libertar espaços até agora muito congestionados, aumentar a zona de triagem, criar salas de espera para diferentes tipos de doentes, aumentar a privacidade, entre outros objectivos.

Profissionais de Saúde apelam à compreensão e solidariedade dos utentes

Jorge Henriques, Helena Pinho, Ermida Rebelo e Miguel Sequeira Este alargamento e remodelação é uma necessidade premente. Basta dizer que, anualmente, conta-se, aproximadamente, 190 mil episódios de urgência. Entre o rol de dificuldades, há a impossibilidade física de ter mais de 52 macas simultaneamente no espaço do serviço de urgência, mesmo com a ocupação de corredores. Consequentemente, aumentam as reclamações de utentes e sobe a insatisfação no ambiente de trabalho, ao mesmo tempo que cresce o “risco de infeções cruzadas”. O Hospital de S. Teotónio, que completa em 2017, 20 anos de existência, já foi alvo de pequenas remodelações,

mas debate-se, cada vez mais, com falta de espaço. O problema agudiza-se no Natal, Inverno, julho e agosto - considerados “períodos críticos” -, em que “a afluência chega a duplicar em relação à média habitual”, como explicaram Helena Pinho, directora clínica, e Miguel Sequeira, director do SUP – Serviço de Urgência Polivalente. Com este investimento pretendese, em síntese, criar condições dignas para os profissionais e “melhorar a satisfação dos doentes do SUP, principalmente com as instalações e com a privacidade na prestação de cuidados e com menos tempo de espera”. SM

35 acidentes e dois mortos na Operação “Ano Novo” da GNR O Comando Territorial de Viseu, no decorrer dos quatro dias da Operação “Ano Novo” e, comparativamente a igual período do ano anterior, registou 35 acidentes (mais 14), dois mortos (em 2016 não houve), um ferido grave e 18 feridos leves (mais 4); Relativamente às infrações rodoviárias foram regis-

Voilá 2017 Pela foto, até poderemos ser levados a pensar que os primeiros visitantes do “Ano Oficial para Visitar Viseu” (ver pág. 3), caíram do céu, logo após as doze badaladas que anunciaram 2017... Mas não, o que vemos na imagem é um momento do espectáculo com que Viseu deu as boas vindas ao Novo Ano. Quatro homens de negócios perderam o último comboio do dia. Atrasaram-se por causa de uma sem-abrigo que lhes ofereceu uma flor. E assim se desenvolveu uma grande e emocionante performance de teatro aéreo, pelo grupo de teatro experimental espanhol Voalá, que combinou poesia, música e acrobacias aéreas, a partir do Adro da Sé e tendo o céu como limite. Cerca de 50 mil pessoas saíram à rua para viver a noite de Réveillon que começou com o DJ Wilson Honrado. À meianoite, a festa fez-se de luz e cor com o espetáculo piromusical “Lendas do Rock”. Seguiu-se “Voalá Station” e, depois, a animação continuou com DJ Wilson Honrado.

tadas neste período 81 por excesso de velocidade, uma por utilização indevida do telemóvel durante a condução e 11 pela incorreta ou não utilização do cinto de segurança. Houve ainda 22 infrações por condução sob a influência do álcool (6 detidos com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l).

O Céu como limite

O Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) tem em curso um plano de contingência, com o objetivo de conseguir o bom funcionamento dos serviços de atendimento, nesta época do ano em que as baixas temperaturas provocam uma maior afluência de utentes e uma ocupação de camas superior à capacidade existente. Helena Pinho, directora clínica, lança um apelo à população para que seja compreensiva e solidária, pois o hospital poderá ter que adiar algumas cirurgias de rotina, sem deixar de assegurar a realização, em tempo útil, de cirurgias urgentes ou oncológicas. O plano de contingência passa também por limitar o acesso dos acompanhantes, para não congestionar o espaço. “Dia 26 de dezembro, entraram 80 doentes em duas horas. Isto não é gerível sem um plano de contingência definido”, disse a responsável. “As pessoas têm que ser solidárias com os doentes mais graves e compreender, se tivermos que adiar uma operação a uma hérnia ou a uma prótese do joelho”, exemplificou. Ermida Rebelo, presidente do Conselho de Administração, realça que há um compromisso da Administração, no sentido de que nenhum doente fique internado em maca. “Daí que optemos por sacrificar, eventualmente, algumas intervenções cirúrgicas de rotina, para possibilitar que todos os internados tenham uma cama”, disse. Não se sabe até quando durará o plano de contingência, porque as temperaturas de Inverno e a incidência da gripe são imprevisíveis e esta não se verifica em simultâneo em toda a região Centro. “Até agora, terá afectado mais o litoral, mas poderá estar a chegar ao interior e não se sabe por quanto tempo. O ano passado, o período d contingência foi até Abril. Este ano vamos lá a ver”, diz Helena Pinho.


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