Notícias de Viseu - 17 de Setembro 2020

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VISEU

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232087050 Laboratório móvel das ciências percorre região de Viseu e Dão Lafões A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões apresentou um laboratório móvel das ciências, destinado aos alunos do 3.º e 4.º anos do primeiro ciclo de ensino básico, que vai percorrer as escolas dos 14 municípios da região. “A fábrica de robôs é a temática central e depois tem mais quatro módulos temáticos: corpo humano; fenómenos atmosféricos e alterações climáticas; engenhos e engenhocas; e a nossa escola no Cosmos. Para o período de férias, há um tema alternativo: Bolas e mais bolas”, explicou o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões.

Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2217 - Quinta-feira, 17 de Setembro 2020 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

PJ detém jovem suspeito de abusos sexuais a menor residente em Viseu

Sul-coreano Sena Yang é reforço do Académico de Viseu O médio defensivo sul-coreano Sena Yang, de 21 anos, é o mais recente reforço do Académico de Viseu, confirmou a SAD da equipa que alinha na II Liga portuguesa de futebol. Em 2019 assinou pelo Sporting de Braga, para alinhar na equipa de sub-23, de onde chega agora para representar o Académico de Viseu. Nascido na Coreia do Sul, foi no Japão que Sena cresceu, e onde começou a dar nas vistas na equipa de futebol da St. Andrew's University, em Osaca.

Câmara de Viseu articula com PSP fiscalização nas esplanadas

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2 Opinião

Quinta-feira 17/09/2020

EM BICOS DE PÉS

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setembro 2020 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de Agosto 15000 ex Dec. Lei 645/76 de 30/7

Sempre que há acontecimento, que envolve politico ou figura pública, aparecem intelectuais e pseudointelectuais, em bicos de pés, na mass-media. Para marcarem opinião? ou para aparecerem? Creio, na maioria das vezes, é apenas vaidade. Só vaidade; para se tornarem conhecidos… Joaquim Letria, quando faleceu Jorge Amado, escreveu interessante crónica intitulada: “ Abutres” (24 Horas - 20/8/01), Nela referese ao desaparecimento de figuras conhecidas, e assegurando que logo surge quem afirme ser amigo,

e narra curioso episódio ocorrido com ele: “ Morre uma personalidade – escreve Joaquim Letria, – um vulto, uma figura, como lhes querem chamar, e aí estão eles a voar baixinho, prontos a dizerem o que mais aprouver, sempre politicamente corretos, sem risco dum desmentido, pois o cadáver não reclama e parece mal à família protestar, em vez de estar entregue à sua dor. “ Surgem assim as grandes frases doa mortos, as controvérsias tardias, as confissões intimas, a última entrevista, as palavras no leito

de morte, as amizades desconhecidas, os amores escondidos, os murmúrios extemporâneos, as vivências exclusivas. Pobres mortos, que nem assim conseguem Fazem por amizade e admiração? Não! Fazem-no, para se tornarem importantes. Para se porem em bicos de pés, e serem conhecidos. Do mesmo jeito, muitos militam nos partidos políticos; bajulam os líderes; berram na praça pública; assinam abaixo-assinados e petições… Por convicção? Não! Apenas para obterem lugar rendoso, ou satisfazerem a vaidadezinha.

Todavia, há – mas poucos, muito poucos, – que se dedicam a uma causas. Que servem, e não se servem. Se o Mundo não está ainda pior, é devido a esse punhado de homens e mulheres, que abnegadamente se entregam, a obras meritórias, como a Irmã Teresa de Calcutá. Mas, infelizmente, são poucos, muito poucos A maioria, buscam apenas benesses….

Humberto Pinho da Silva

Faleceu um familiar? Quais as burocracias que tenho de tratar… Quando se perde um ente querido, temos de tratar das muitas burocracias que existem, e em especial ter em atenção ao que toca às heranças. Irei deixar um pequeno resumo que pode facilitar este processo, que passos deve seguir para receber a sua parte e certificar-se de que a partilha de bens é feita corretamente. A primeira coisa a fazer após o falecimento será registar o óbito. Deve fazê-lo dirigindo-se à Conservatória do Registo Civil, num prazo de 48 horas, fazendo-se acompanhar do certificado de óbito, bem como dos seus documentos de identificação. O certificado de óbito é emitido pelo médico que verificou a morte e, atualmente, é enviado via eletrónica diretamente para o IRN (Instituto dos Registos e Notariado). O familiar pode solicitar o certificado presencialmente no IRN ou via online, no site deste Instituto, sem qualquer custo. Posto isto, será emitida a declaração de óbito, um documento que oficializa o falecimento. Em segundo, é necessário saber quem são os beneficiários. Assim, o cabeça-de-casal (que pode ser o cônjuge, um testamenteiro, um parente ou um herdeiro testamentário) (art. 2.080º Código Civil), terá que fazer

uma escritura pública num Cartório Notarial ou no Balcão de Heranças para requerer a habilitação de herdeiros. A habilitação de herdeiros é um documento que identifica os sucessores ao património deixado pelo falecido, não tem prazo de realização, mas é aconselhável realizar, para por exemplo poder movimentar títulos do tesouro ou aforros. O cabeça-de-casal, para além de ser o responsável pela escritura, fica também incumbido de gerir a herança até à partilha de bens. (art. 2087º Código Civil) Em terceiro lugar temos a relação de bens. Este processo é realizado pelo cabeça-de-casal. Porém, existem duas formas diferentes de o fazer, consoante o objetivo pretendido: ou no âmbito de inventário ou para ser entregue nas Finanças. A realização do inventário não é obrigatória, sendo apenas necessária caso haja desacordo entre os herdeiros face à divisão de bens, se as dívidas do falecido forem superiores ao valor da herança deixada ou se existirem herdeiros menores ou incapacitados. Se entender instaurar inventário a relação de bens deve especificar todos os bens deixados pelo falecido, sendo enumerados numa lista pela seguinte ordem:

Títulos de crédito; Dinheiro; Moedas estrangeiras; Objetos de ouro, prata, pedras preciosas e semelhantes; Bens móveis; Bens imóveis. Devido à publicação da lei 176/2019, 2019-09-13, deixou de ser necessário recorrer em exclusivo aos Cartórios Notariais podendo ser feito atualmente em tribunal. A relação de bens para ser entregue nas Finanças é obrigatória e deve ser efetuada pelo cabeça-decasal. Nesta declaração consta uma lista com o património tributado às Finanças (imóveis, terrenos, carros, ações, negócios…) deixado pelo defunto. A relação deverá ser entregue às Finanças pelo cabeça-de-casal num prazo máximo de três meses após a morte, como forma de declarar o óbito, mencionando a sua identidade, data e local em que ocorreu o falecimento, bem como os herdeiros legais e respetivas relações de parentesco. O último passo é o da partilha de bens por cada herdeiro. Caso não exista litígio, esta partilha é feita informalmente mediante acordo entre as partes, que pode ser efetuada, num Cartório Notarial, na Conservatória ou por Documento Particular autenticado no seu advogado. Caso existam disputas, esta

partilha é feita recorrendo ao inventário. Uma vez chegado a acordo sobre que quota-parte cabe a cada herdeiro, dá-se por concluído o processo. Seja uma partilha simples ou um inventário, deve sempre consultar o seu advogado, nem sempre as coisas são tão fáceis como parecem, e os bens imóveis por vezes têm lapsos e não correspondem muitas vezes ao que esta no local dos imoveis, existe ainda os impostos e os registos que devem ser levados muito a sério. Fica um pequeno resumo que serve para tentar facilitar a sua vida, mas toda esta informação não dispensa a consulta de um advogado para resolver o seu problema. Ricardo Joel Santos Advogado-estagiário ricardosantos-44826c@advest.oa.pt

ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião................................. Viseu..................................... Regional ............................... Diversos ................................. Saúde........................................ Última ....................................

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Senhor, ex construtor emigrante no estrangeiro , deseja encontrar senhora com cerca de 60 anos para assunto sério. Tlm : 933887796


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Viseu

Quinta-feira 17/09/2020

Politécnico de Viseu recetivo a projetos no início do ano letivo O presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) disse à agência Lusa que está recetivo a projetos que façam a diferença na área administrativa, docente e estudantil, para aplicar ao longo do ano letivo. “Aproveitando a mudança de hábitos e a necessidade de reequacionar muita coisa, lançámos três iniciativas, as ‘calls’ como se diz em inglês, para designar as chamadas de projetos, em três áreas: uma dirigida aos estudantes, outra aos docentes e a terceira para a área administrativa”, precisou João Monney Paiva. Mudanças que vieram com a pandemia de covid-19 e que o Politécnico quer “aproveitar” para “melhorar e modernizar” o funcionamento do IPV nas três áreas afetas às candidaturas dos projetos. “Queremos que os estudantes participem na sensibilização, porque, pensamos nós, ninguém melhor do que os estudantes para sensibilizar os próprios estudantes para as necessidades de usar todos os protocolos e preocupações de forma racional, porque ninguém quer que fiquem em confinamento, mas que convivam com regras e mitigando as possibilidades de contágio”, defendeu. Assim, o IPV “lançou uma chamada de projetos para financiamento para iniciativas que estudantes queiram fazer entre eles, em conjunto com outras associações de estudantes do país, ou com outras associações do resto da Europa, para o que for”, porque “há toda uma série de canais em aberto”. “Uma segunda ‘call’ é para que os professores se mobilizem para que a modernização educativa tenha aqui uma oportunidade, nomeadamente no sentido de promover a aprendizagem ativa, que é aquele tipo de aprendizagem que valoriza a presença do professor”, disse. João Monney Paiva deu como exemplo uma situação que o IPV “já defende há algum tempo”, ou seja, “há uma série de conteúdos que, da forma como são lecionados, as chamadas teóricas que têm 100 ou 300 pessoas, não têm interação nenhuma” e, nesse sentido, “esse tipo de conteúdo já está disponível noutros formatos”. “Para valorizar as aulas de presença, as horas de contacto, as chamadas teóricopráticas, onde o estudante não só está com o professor, que é muito importante, como

também está com outros colegas e que permite conversar, trocar impressões e tirar dúvidas”, defendeu. A terceira área é dirigida à parte administrativa para “modernizar e agilizar os serviços, e promover alguma dinâmica para responder aos desafios da modernização administrativa, mas também de uma série de processos que tendem a tornar a administração mais capaz, de responder mais rapidamente a novos desafios, ser mais eficiente e sair de rotinas”. “Esperemos que estas chamadas de projetos tenham bons resultados e que contribuam para que, aqui em Viseu, também haja um bom resultado e que acompanhe o pressuposto geral de que o país retome a sua atividade”, disse. Os projetos “são para concretizar ao longo deste novo ano letivo e no futuro”, sendo que “a área dos estudantes é aquela onde será dada mais urgência, porque elas afetam diretamente o que vai ser o funcionamento, o dia-a-dia e o convívio”, assumiu o presidente. O novo ano letivo começa, maioritariamente, em 28 de setembro, sendo que os cursos da Escola de Saúde já iniciaram em 07 de setembro, e, segundo adiantou, “esses alunos têm feito um trabalho de limpeza e higienização em todas as áreas do IPV, desde salas, refeitórios, residências de estudantes, tudo”. “As aulas vão iniciar dentro das normas da Direção Geral da Saúde como tem de ser e, a par do que acontece nas restantes escolas do país, o ano está a ser organizado caso a caso e turma a turma, com as situações a serem vistas ao detalhe, e há um ‘kit’ com máscaras para cada um dos alunos”, disse. A título de exemplo, João Monney Paiva falou nas turmas de 60 alunos do mesmo curso: “Uma das soluções passa por ter metade de uma turma numa sala e outra metade na sala ao lado e, numa semana, o professor está presencialmente numa das salas e na sala do lado a aula está a ser visualizada em ‘streaming’. E na semana seguinte acontece o inverso”. Este ano letivo 20/21, o IPV conta com 5.700 a 6.000 alunos distribuídos pelas Escolas Superiores de Educação; de Tecnologia e Gestão de Viseu e de Lamego; Agrária e Escola Superior de Saúde.

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PJ detém jovem suspeito de abusos sexuais a menor residente em Viseu A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, dia 14, que deteve um jovem suspeito de vários crimes de abuso sexual à sua enteada, menor de idade, em Viseu, tendo o arguido ficado obrigado a apresentações semanais e proibido de contactar a vítima. “O detido, com 27 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de obrigação de apresentações semanais, proibição de contactos com a vítima ou de qualquer outro menor com idade inferior a 16 anos”, explicou à Lusa um dos coordenadores da PJ de Coimbra. Segundo Camilo Oliveira, “a investigação teve início em finais de junho deste ano”, quando é aberto o inquérito, na sequência da apresentação da queixa pela mãe da menor. “Havia uma relação de proximidade, familiar, uma vez que ele [o suspeito] é padrasto. A mãe desconhecia os abusos, eles só lhe foram revelados pela menina, a vítima, quando o suspeito foi trabalhar

para o estrangeiro. Na ausência dele, a menina ganhou coragem e contou à mãe o que se estava a passar e é nessa sequência que a mãe apresenta queixa”, adiantou o inspetor da PJ. De acordo com Camilo Oliveira, o suspeito “trabalha na área da construção civil e viajou para o estrangeiro, para França, na sequência da vida profissional dele, uma vez que surgiu a oportunidade e foi para lá trabalhar”, e “vem a ser detido no regresso, quando entrou em Portugal, no dia 11 de madrugada”. “Os abusos aconteciam em casa (…). Obviamente, ele valia-se da posição de superioridade sobre ela para cometer os abusos”, acrescentou. Segundo a PJ, o arguido praticou os abusos entre dezembro de 2019 e junho de 2020 e, durante este período, a menor “passa dos 13 para os 14 anos”, pelo que “deixa de ser um [crime de] abuso sexual de crianças, que é até aos 13, e passa a ser um abuso sexual de menores dependentes”.

GOLFE

VISEU VENCE EXÉRCITO O Clube do Golfe de Viseu venceu o Clube de Golfe do Exército, num match disputado aquando da realização da 4ª Ordem de Mérito / CVRDão do clube viseense. Com os greens do percurso caramulo do Montebelo em franca recu-

abonada, conseguiu 43 pontos e foi seguido pela Manuela Domingues com 42, Henrique Ferreira 41, João Mendes 40 e Vitor Graveto, Bruno Esteves, David Barreto e Francisco Pereira todos com 39. Na tabela pura, o Agostinho averbou 30

peração (após furação), garantiam um ótimo dia de golfe às seis dezenas de participantes. Assim foi, pois dezasseis participantes levaram o campo de vencida e os quatro primeiros chegaram mesmo às quatro dezenas de pontos. O Agostinho Lopes foi o protagonista do dia ao vencer as duas tabelas classificativas. Na tabela

pontos, João Couto ficou-se pelos 29, António Cunha 28, Jorge Sousa 27 e Samuel Barros 26. No match entre as duas coletividades (contavam os 5 melhores resultados), saiu vitoriosa a equipa viseense com um total de 203 pontos contra 191.

www.clubelisboa.pt

Álvaro Marreco


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Quinta-feira 17/09/2020

Laboratório móvel das ciências percorre região de Viseu e Dão Lafões A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões apresentou , dia 15, um laboratório móvel das ciências, destinado aos alunos do 3.º e 4.º anos do primeiro ciclo de ensino básico, que vai percorrer as escolas dos 14 municípios da região. “A fábrica de robôs é a temática central e depois tem mais quatro módulos temáticos: corpo humano; fenómenos atmosféricos e alterações climáticas; engenhos e engenhocas; e a nossa escola no Cosmos. Para o período de férias, há um tema alternativo: Bolas e mais bolas”, explicou o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões. Nuno Martinho falava hoje no Parque Urbano de Tondela, cidade que acolhe a sede da CIM, na apresentação do autocarro, uma ideia desenvolvida na comunidade que envolveu “os 14 municípios, muitas horas de trabalho, muito esforço e dedicação, e muitas reuniões com as escolas”. Este autocarro “tem um público-alvo muito específico, todos os terceiros e quartos anos de todos os agrupamentos de escolas do território”, “é inclusivo, com rampa e lugar para cadeira de rodas”, e “tem 30 lugares sentados no período pré-covid. “Tem a criação de áreas temáticas com aprendizagens diversificadas e tem uma associação direta, como não podia deixar de ser, ligando a diversão com a aprendizagem e será o corpo docente a decidir qual a temática a abordar com cada turma, numa relação direta com a aprendizagem na sala de aula e a disponível neste laboratório móvel”, explicou. Segundo a CIM, o laboratório deverá “chegar a mais de 4.000 alunos, cerca de 200 professores” e “estão previstas 285 ações programadas em 90 minutos” no total dos agrupamentos escolares dos 14 municípios da região Viseu Dão Lafões. Nuno Martinho adiantou que “está previsto o autocarro começar as viagens já no próximo mês” e, como se vive a pandemia de covid-19, “vai respeitar todas as regras de

Regional

ADEGA COOPERATIVA DE MANGUALDE

higienização e regras da Direção Geral da Saúde”. Em cada município “será cumprido o plano de contingência em vigor no agrupamento escolar”. O secretário executivo apresentou a lista de ações que a CIM Viseu Dão Lafões tem levado a cabo, “de alguns anos a esta parte, na área da Educação” e onde, até à data, “já investiu cinco milhões de euros na execução de projetos” sendo que, para este laboratório, “a verba total ronda os 175 mil euros”. “Na CIM Viseu Dão Lafões acreditamos que a Educação, mais do que um direito humano fundamental nas sociedades modernas, é um bem comum e uma responsabilidade coletiva. O trabalho que temos vindo a realizar é hoje um trabalho organizado, sistematizado, que tem presente uma estratégia de promoção, do sucesso escolar das nossas escolas”, assumiu o presidente da CIM. Rogério Mota Abrantes defendeu que “todos os projetos foram concebidos numa lógica de complementaridade face aos projetos das escolas, inscritos numa lógica territorial e orientados para objetivos e metas de sucesso, qualidade do sucesso, redução do abandono escolar precoce e valorização dos percursos educativos e formativos”. “É nosso entendimento que só através de uma proposta de aprendizagem rica e abrangente estaremos mais próximos de mitigar as desigualdades e desenvolver as ferramentas necessárias para uma cidadania ativa e plena”, acrescentou. Rogério Mota Abrantes defendeu ainda que, “com este inovador laboratório móvel, a CIM Viseu Dão Lafões pretende que todos os alunos tenham ao seu dispor um ambiente pedagógico rico e diferenciado, num contexto normal de aprendizagem”, uma vez que “terão à sua disposição material complementar e conteúdo estimulante que aguçará o seu gosto pela aprendizagem”.

Bebeto assina pelo Tondela até 2022 O lateral-direito Bebeto, de 30 anos, assinou com o Tondela até junho de 2022, anunciou a SAD do clube da I liga portuguesa de futebol. “O CD Tondela – Futebol SAD informa que chegou a acordo com Roberto de Jesus Machado, mais conhecido no mundo do futebol por Bebeto, para a assinatura de um contrato válido até junho de 2022”, anuncia a SAD na página oficial do clube. O defesa-direito brasileiro, de 30 anos, chega ao Tondela depois de ter representado nas últimas três temporadas o Marítimo, clube no qual se internacionalizou, uma vez que do seu currículo constam somente, até 2017, clubes do país natal.

“Estou muito contente com este novo desafio. Agradeço ao Tondela pela oportunidade que me deu. Venho com toda a ambição para ajudar os meus colegas e a equipa a atingirem os objetivos”, afirmou Bebeto aos canais de comunicação do clube. Bebeto junta-se desta forma a Salvador Agra, Pedro Trigueira, Rafael Barbosa, Jaume Grau e Naoufel Khacef no lote dos reforços do clube, que também realizou contratos profissionais com Telmo Arcanjo e Tiago Almeida. O Tondela também trocou de treinador, ao assinar com Pako Ayestarán, que substituiu Natxo González, ambos espanhóis.

Adega Cooperativa de Mangualde, CRL. Zona Industrial do Salgueiro 3530-259 Mangualde Telefone+351 232 623 845 Fax+351 232 611 729

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Diversos

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Câmara de Viseu articula com PSP fiscalização nas esplanadas O presidente da Câmara Municipal de Viseu adiantou à agência Lusa os serviços municipais, em articulação com a PSP, vão incrementar fiscalização nas esplanadas e restaurantes, de forma a serem garantidas as regras de segurança. “Dei indicações aos meus serviços para, em articulação com a PSP e com a Polícia Municipal, incrementarem a fiscalização das esplanadas, dos restaurantes, para garantir que a distância que está definida na lei é cumprida, designadamente os dois metros” de distanciamento, assumiu António Almeida Henriques. O autarca disse também que a fiscalização vai ter em conta “o limite das quatro pessoas quando próximos de recintos escolares ou de 10 pessoas nos estabelecimentos, para além da limitação de 10 pessoas no que diz respeito às aglomerações na via pública”. “Vamos acompanhar o Governo relativamente ao funcionamento das atividades económicas, culturais e desportivas, vamos acompanhar à risca, e vamos também acompanhar a resolução do Conselho de Ministros no que diz respeito ao consumo de bebidas alcoólicas em postos de abastecimento de combustíveis e em todos os outros estabelecimentos, a não ser que se trate de serviços para acompanhar refeições”, acrescentou o autarca. Relativamente aos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de restauração, Almeida Henriques reconheceu que a autarquia vai “deixar que funcione

tudo como tem estado a funcionar”. “Todos eles se enquadram dentro dos parâmetros das 20:00 e das 23:00 e, por isso, não vale a pena estar a definir um horário único, porque desde que todos eles fechem neste intervalo não vamos mexer em nada”, admitiu. Um dos setores onde a autarquia mexeu foi nos transportes, uma vez que a abertura do ano escolar a isso obriga e, nesse sentido, “cerca de 80% dos horários que existiam antes da covid-19 estão a funcionar desde esta semana e com o reforço que tem a ver com a abertura do ano escolar”. “Os transportes do MUV foram reativados e estão a funcionar exatamente para estarem em articulação com os transportes escolares que, alguns, também são feitos para pessoas com mobilidade reduzida e outros que vêm de outros locais”, disse. Ainda a propósito do início do ano letivo, Almeida Henriques disse que estava a ser feito “com algum cuidado e, apesar de não ser obrigatório, vai ser introduzido o controlo da temperatura nas escolas do concelho, porque é uma forma de proteger as pessoas”. O autarca adiantou também que, dado que o país entrou em situação de contingência, a autarquia “reativou, de imediato, o plano municipal de emergência da proteção civil que, no fundo, permite que a comissão municipal de proteção civil esteja ativa para ocorrer a qualquer situação”.

Sul-coreano Sena Yang é reforço do Académico de Viseu O médio defensivo sul-coreano Sena Yang, de 21 anos, é o mais recente reforço do Académico de Viseu, confirmou a SAD da equipa que alinha na II Liga portuguesa de futebol. Em 2019 assinou pelo Sporting de Braga, para alinhar na equipa de sub-23, de onde chega agora para representar o Académico de Viseu. Nascido na Coreia do Sul, foi no Japão que Sena cresceu, e onde começou a dar nas vistas na equipa de futebol da St. Andrew's University, em Osaca. Sena Yang é o sexto reforço do Académico de Viseu, depois do lateral direito Joel Pereira (ex-Casa Pia), do médio ofensivo André Carvalhas (ex-Cova da Piedade) e dos avançados Paul Ayongo (ex-Mafra), Yuri Araújo (ex-Penafiel) e João Vasco (ex-Olha-

nense). O Académico de Viseu prossegue a preparação para a nova época na II Liga de futebol, na qual se vai estrear frente ao Mafra, no sábado, pelas 15:30. Os viseenses regressaram na segundafeira aos treinos, com normalidade, depois de três casos positivos de covid-19 no plantel, situação que levou a autoridade da saúde local a não autorizar a realização do jogo frente à Académica de Coimbra, agen dado para o passado sábado, da primeira jornada da II Liga. Os atletas infetados continuam assintomáticos, apurou a Lusa junto de fonte do clube, e todos em isolamento.

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Regional

Quinta-feira 17/09/2020

Museu de Lamego recebe distinção Travellers' Choice Best of the Best 2020 do TripAdvisor O Museu de Lamego é um dos vários museus tutelados pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) que receberam o Travellers’ Choice Best of the Best 2020 do TripAdvisor, a maior distinção que a plataforma concede anualmente. O prémio Melhor dos Melhores do Travellers’ Choice foi criado em 2002, sendo o único prémio da indústria do turismo baseado em milhões de avaliações e opiniões de viajantes de todo o mundo. Este reconhecimento anual reflete “o melhor dos melhores” em serviço, qualidade e satis-

fação do cliente para acomodações, destinos, atracões, restaurantes e experiências. Saber mais: https://www. culturanorte.gov.pt/noticias/travelerschoice-best-of-the-best-2020/

Regresso às aulas: Ensine o seu filho a prevenir a COVID-19 O regresso às aulas em época de COVID19 continua a ser uma das maiores preocupações dos pais, que receiam pela segurança dos filhos, e da população em geral, que receia o aumento do possível risco de contágio. Mas a experiência de outros países mostra-nos que a transmissão nas escolas não é tão elevada como era expectável. Muito se fala de França, por terem já sido encerradas mais de 20 escolas logo no início. Porém, é preciso lembrar que são pouco mais de duas dezenas de instituições, em cerca de 60 mil, e que, na sua maioria, fecharam por questões preventivas. As escolas portuguesas têm condições para receber os alunos novamente, mas tem de haver consciência de que a probabilidade de as crianças contraírem o vírus é sempre mais acrescida do que se ficarem em casa. O risco é relativamente baixo, mas para o mantermos baixo, devemos referir que para além das autoridades de saúde, das escolas e dos seus profissionais, também os pais têm um papel muito importante, no sentido de consciencializar os filhos para as regras do distanciamento social, da lavagem das mãos e da etiqueta respiratória, que, de forma alguma, podem deixar de ser cumpridas. Os pais têm de ter a responsabilidade individual de conduzir as suas crianças e/ou instruírem os seus adolescentes, que são o grupo mais problemático, para cumprirem as regras no espaço escolar. O grande problema não está tanto nas salas de aula, mas nos tempos de pausa. É preciso explicar muito bem às crianças e adolescentes que, mesmo nessas alturas, é fundamental continuar a usar a máscara (as crianças com idade para a utilizar, naturalmente) - exceto à refeição-, e a manter a distância. É também importante consciencializar as crianças e os jovens para utilizarem máscara dentro do espaço escolar e nos transportes, durante o percurso até á escola; guardarem a distância de segurança dos colegas, professores e funcionários da escola; seguirem as normas de Etiqueta res-

piratória que incluem tapar o nariz e a boca com um lenço de papel ou com o braço, quando espirrar ou tossir; e efetuarem a correta higiene das mãos, desinfetando ou lavando as mãos depois de tocar em superfícies ou objetos. Estas regras são para todos. São difíceis de cumprir, mas são essenciais. No geral, as instituições de ensino estão bem organizadas, com circuitos e formas de atuação bem definidas. As diretrizes emitidas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e as condições instituídas nas escolas asseguram a minimização do contágio por SARS-CoV-2. No meu entender, uma informação que carece de melhor explicação é a clarificação de quais são exatamente os sintomas de infeção respiratória indicadores de que os pais não podem levar as crianças à escola e, ainda, como devem atuar nesta situação. É claro que crianças sintomáticas não podem ir à escola, mas é preciso que a DGS defina melhor o que se entende por sintomático neste escalão etário e que deverá implicar ficar no domicílio. Artigo de opinião de Paulo Paixão, Presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia e Médico Virologista da SYNLAB Portugal

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Mais 5.882 mortes entre 01 de março e 30 de agosto face a 2019 Entre 01 de março e 30 de agosto morreram em Portugal mais 5.882 pessoas que em igual período de 2019, uma variação resultante do aumento de mortes de pessoas com mais de 75 anos, segundo o INE. “O número total preliminar de óbitos ocorridos entre 1 de março e 30 de agosto de 2020 foi superior em 5.882 relativamente ao número dos registados em igual período em 2019 e superior em 3.757 casos relativamente ao mesmo período de 2018”, divulgou o Instituto Nacional de Estatística. O INE adianta que a variação positiva re-lativamente a 2019 resulta sobretudo do acréscimo do número de óbitos em pessoas com 75 e mais anos (+ 5.162). Os dados globais de sobre mortalidade constam dos “Indicadores de contexto demográfico e da expressão territorial da pandemia Covid-19 em Portugal” divulgados pelo INE. Especificamente sobre a pandemia de covid-19 o INE refere que “a expressão da pandemia continua a ser caracterizada por uma elevada heterogeneidade territorial”, com os dados divulgados a indicarem que em 164 dos 308 municípios portugueses, os óbitos nas últimas quatro semanas (entre 03 e 30 de agosto de 2020) foram superiores ao valor homólogo de referência. “A partir do final de agosto observa-se uma tendência de aumento do número de novos casos de covid-19, com valores acima de 2.500 novos casos a partir de 7 de setembro (valores acumulados dos últimos 7 dias) e atingindo os 3.075 novos casos (correspondentes a 3,0 novos casos por 10 mil habitantes) a 9 de setembro”, refere o INE. Em 06 de setembro, data de referência dos últimos dados divulgados pela DGS ao nível municipal, por cada 10 mil habitantes, registaram-se, 2,4 novos casos de covid-19, sendo que em 53 municípios este valor foi superior. Na região Norte, 29 municípios registaram um valor acima da média do país, salientando-se um conjunto de 13 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) e territórios limítrofes – Arouca, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Santo Tirso e Paredes, na AMP, e os municípios de Lousada, Felgueiras, Paços de Ferreira,

Castelo de Paiva e Penafiel no Tâmega e Sousa, e de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Vizela no Ave. Com valores superiores a sete novos casos por 10 mil habitantes, destacavamse, ainda, os municípios de Sernancelhe (Douro) e Vimioso (Terras de Trás-osMontes). Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), do total de 18 municípios, 11 apresentaram valores acima do nacional: Sintra e Amadora, com cinco ou mais casos confirmados por 10 mil habitantes, seguindo-se os municípios de Vila Franca de Xira, Odivelas, Lisboa, Oeiras, Loures, Setúbal, Barreiro, Mafra e Seixal. Também alguns municípios das regiões Centro (Arruda dos Vinhos, Santa Comba Dão, Cantanhede, Águeda e Sátão), Alentejo (Odemira, Santarém, Reguengos de Monsaraz, Campo Maior, Sines, Benavente e Mora) e Algarve (Loulé) apresentavam va-lores superiores ao valor nacional. "A análise da concentração territorial dos novos casos revelou uma tendência de aumento até 14 de junho, seguida de uma progressiva redução, atingindo-se o maior nível de dispersão territorial da série de 19 de abril a 6 de setembro, a 6 de setembro", sublinha. No conjunto de sete dias terminados a 06 de setembro, a AML representava 40% dos novos casos do país (28% da população residente, em 2019). “Ao longo das últimas semanas, verificou-se também um aumento do número de novos casos na AMP, registando-se uma aproximação aos valores de novos casos confirmados por 10 mil habitantes observados para o país”. Segundo o INE, os novos casos registados nas duas áreas metropolitanas representavam a 06 de setembro mais de metade (56%) do total de novos casos do país. A 06 de setembro existiam em Portugal 58,8 casos de covid-19 por 10 mil habitantes. A análise de regressão da série diária dos novos casos confirmados evidencia “uma estrutura semanal caracterizada pelo registo de um maior número de casos diários, em termos relativos, em cada semana nos dias úteis de 3ª a 6ª feira, do que os apurados nos outros dias”.


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Saúde

Quinta-feira 17/09/2020

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Regresso às aulas em tempos de pandemia? Não descure na saúde ocular Num ano atípico como este, o regresso às aulas é visto pelos pais como algo preocupante e que requer muitas normas de segurança e higiene. Todos os anos deve haver certos cuidados específicos, principalmente com a visão. Por isso mesmo a visão é o meio de comunicação com o exterior mais importante, “na sala de aula um défice visual pode ser impeditivo da aprendizagem e até do gosto pela leitura e boa relação com a própria escola” afirma Rosário Varanda, oftalmologista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO). Para a oftalmologista, face à pandemia por COVID-19, “é compreensível a preocupação dos pais em lidar com o

recomeço presencial das aulas, receando que um possível contágio coloque a saúde ocular em segundo plano. No entanto, tal não deve acontecer, pois as crianças a partir dos seis anos, ou ainda antes, podem usar a máscara facial de proteção sem qualquer dificuldade. Além disso, os consultórios de oftalmologia estão ainda preparados para atender os seus doentes com todas as regras de segurança adequadas”. “É desejável que as crianças sejam observadas antes da idade escolar, nos programas de rastreio visual infantil aos dois e quatro anos, mas se isso não acontecer deve ser sempre feita uma avaliação oftalmológica antes de se en-

trar para a escola” refere a médica. “Se as crianças já são seguidas regularmente e usam óculos é também uma boa altura para, no início de setembro, fazer uma reavaliação, pois as lentes dos óculos ficam muitas vezes danificadas nas férias e necessitam de uma rápida substituição”, acrescenta. Como já é hábito de se ouvir na comunicação social, este é o novo normal e a atuação dos pais, professores e profissionais de saúde em relação à saúde visual infantil não tem de sofrer alterações e as recomendações pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia devem continuar a ser seguidas.

Investigadores nacionais trabalham para travar danos neurológicos de vários vírus, entre eles o SARS-CoV-2 Numa altura em que se aguarda a vacina contra a COVID-19 e surgem evidências crescentes de danos neurológicos associados à doença, devido à invasão do cérebro pelo SARS-CoV-2, Miguel Castanho afirma que “é dever dos investigadores contribuírem para o reforço da cultura científica da população”

Há um ano, a equipa de investigadores liderada por Miguel Castanho, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, dava início ao projeto NOVIRUSES2BRAIN, após a conquista de um financiamento europeu de 4,2 milhões de euros. O principal objetivo da investigação passava por desenvolver fármacos capazes de chegar ao cérebro e aí inativar vírus, como Dengue, Zika ou HIV, evitando os seus possíveis efeitos neurológicos. No arranque do projeto já se sabia que algumas moléculas eram capazes de chegar ao cérebro e outras apresentavam uma grande atividade antiviral. Nesse sentido, Miguel Castanho explica que “du-

rante os últimos 12 meses, unimos os dois tipos de moléculas, formando conjugados, e demonstrámos que, de facto, algumas delas, como esperado, são capazes de passar da corrente sanguínea para o cérebro. Falta agora demonstrar que estes conjugados são ativos contra vírus no cérebro e que os efeitos secundários (no cérebro e fora

dele) não são graves”. Recentemente, à lista de vírus estudados neste projeto foi adicionado o SARS-Cov-2, depois de se ter concluído que também este poderá provocar danos neurológicos, sendo ainda esperado que o vírus do Nilo Ocidental seja o próximo a ser incluído na lista desta investigação, fruto dos casos mortais ocorridos na zona de Sevilha, em Espanha. Sobre o SARS-CoV-2, a equipa de investigadores ainda está a dar os primeiros passos. “Os ensaios ainda estão numa fase muito inicial, dado que todos os procedimentos com o SARS-CoV-2 são absolutamente novos. O que estamos a fazer é utilizar a mesma estratégia e ensaios que utilizámos para os outros vírus para testar a capacidade anti-viral das moléculas

que estamos a desenvolver contra o SARS-CoV-2”. O próximo passo na investigação passa por “garantir que as moléculas em causa são suficientemente seguras e eficazes em animais de laboratório”, antes de serem testadas em humanos. Por isso, o desafio que se segue “será otimizar as circunstâncias em que possamos testar os fármacos que estamos a desenvolver in vivo, uma vez que os vírus que estudamos multiplicam-se em humanos e não o fazem naturalmente em animais; esta é uma limitação enorme na avaliação da ação in vivo dos fármacos antivirais ”. Numa altura em que muito se fala da investigação de fármacos, sobretudo, da tão desejada vacina contra a COVID-19, Miguel Castanho afirma que “é dever dos investigadores contribuírem para o reforço da cultura científica da população, o que se traduzirá numa melhor capacidade de escrutinar informação alegadamente científica e melhor recetividade à adoção de medidas de saúde pública sustentadas cientificamente”. De facto, desde o seu início que o projeto NOVIRUSES2BRAIN saiu fora do laboratório, levando a ciência à população. Isto “ajuda também ao entendimento da população sobre as motivações, forças e limitações da Investigação Científica como setor de atividade”. Todas estas motivações ganharam uma nova força no tempo atual “em que existe uma grande expectativa sobre de que forma a Ciência poderá contribuir para o fim da pandemia de COVID-19”.

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