Noticias de Viseu - 19 de Dezembro 2019

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VISEU

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLIV - Nº 2205 - Quinta-feira, 20 Dezembro 2019 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

Bispo de Viseu quer Estado a distribuir

recursos com “maior justiça”

Almeida Henriques exige contrato relativo a projeto de ligação ao Sátão

Operação Éter: Autarca de Viseu diz estar "muito tranquilo"

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2 Opinião

Quinta-feira 20/12/2019

Número 34 O Natal e o natal

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dezembro 2019 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de novembro 15000ex Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO

Opinião.................................. 2 Viseu................................... 3/6 Regional................................. 4 Diversos................................. 5/8 Saúde........................................ 7

O livro de Isaías anunciava, 700 anos antes de Cristo, o nascimento do Salvador do mundo, conforme está escrito: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” - Isaías 9:6. Da tinta profética escreveu-se o Verbo, a carne santa e imaculada, a Vitória reinante. Sim, Ele nasceria pelo mundo e para o mundo na pequena Belém de Judá, a terra de David, conforme foi prometido: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”- Miquéias 5:2. Cumpriram-se as profecias. Jesus Cristo nasceu em Belém e tornou-se majestade do Israel Humano, Messias dos judeus e dos gentios, Rei de todos os homens, Aquele que experimentou os nossos passos, padeceu das nossas fomes, amargou as nossas dores. Até ao Seu nascimento, o mundo desconhecia a luz, conhecia somente uma réplica solar, simples beijos celestes. Numa humilde e pobre manjedoura fundava-se a Verdade. Eis o Natal, estimados

leitores. Quando o nosso amor for manjedoura, quando a caridade for Estrela de Belém, quando a fraternidade for profecia que se cumpre, Jesus nascerá em cada um de nós. Existe um Natal alternativo ao primeiro sono messiânico e não abdico dele. O Natal das constelações visitantes, dos telhados de luz, da vaidade cromática das árvores e dos sorrisos mais insistentes. Ah, o vermelho é tom-rei, as montanhas de embrulhos rasgados, as lojinhas vestidas de grinaldas coradas de azevinho. O Pai Natal canta os seus dialectos alegres, os coros saltitam pela frescura dos bafos e as famílias reúnem-se no círculo da ceia sagrada, onde o arroz doce, as rabanadas e o bacalhau afeiçoamse ao paladar. Algumas cadeiras vazias acolhem nostalgias de infâncias luminosas e pessoas que permanecem em nós, convidados de saudade. Os presentes são periféricos, actores secundários. Devemos rasgar mais sorrisos do que embrulhos, abrir mais corações do que caixas e colorir mais almas do que obséquios. Que o amor apele aos abraços necessários, à mão dada aos suplicantes, ao pão dado à fome. Sejamos felizes! Eis a verdade desta quadra, expressa nos

mandamentos do Aniversariante: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros.” - João 13:34. Desejo a todos os viseenses um Santo e Feliz Natal e votos de um novo ano fértil em realizações. Francisco Paixão Foto :Dulce Paixão

COMO ACASO TORNOU FAMOSO NOTÁVEL COMPOSITOR Por Humberto Pinho da Silva Quando, no final de Janeiro, de 1901, faleceu Verdi, as ruas de Milão, coalharam-se de mais de duzentas mil pessoas, para se despedirem do grande e riquíssimo compositor, que havia destinado a fortuna a Fundação, por ele criada, para acolher artistas idosos. Mas, antes de alcançara celebridade, e a enorme fortuna, Verdi, passou muitas dificuldades financeiras. Filho de pobre negociante de vinho, raramente convivia com jovens da sua idade. Extremamente tímido, brincava sozinho; e sozinho passava os dias, apartado de todos. Aos sete anos, coadjuvava nas tarefas da paróquia, e aprendia música com o organista, que tocava nas cerimónias religiosas. Este, entusiasmado com o talento do rapaz, não se cansava de o gabar, por todos os locais de Busseto. António Barezzi, era Presidente da Sociedade Filarmónica de Busseto, e proprietário

de mercearia, muito afreguesada. Ouviu falar do talento musical de Verdi, e resolveu auxiliá-lo. Inscreve-se, então, no Conservatório… mas fica reprovado! …Foi, depois, discípulo do Maestro Lavigna. Por mero acaso, convidaram-no para substituir o Chefe de Orquestra, na estreita de: “ Criação”, de Haydn. Verdi, apesar de receber várias propostas, regressa a Busseto, dedicando-se a ensinar música e a dirigir a Filarmónica. Com vinte e seis anos, escreve a primeira ópera. Vive com dificuldade. A ópera agradou à Editora Ricordi, que a comprou. Também o empresário Merelli, encomendou-lhe três óperas. Morre Margherita, sua mulher, filha do benfeitor Barezzi de Busseto. Bastante abalado, continua a trabalhar, afincadamente. Entretanto Solera, escreve obra sobre Nabucodonosor. Inspirado no livro, Verdi, compôs: “ Nabucco”.

Na estreia, Verdi, está presente na orquestra. Foi um sucesso! Mas…para admiração do compositor, uma manhã, todas as ruas, por toda a parte, só se via e se falava: Verdi. Atónito, descobre rapidamente, que não era em sua homenagem, mas sim ao Rei Emanuel, prestada pelos seus admiradores, de forma velada: VERDI eram as iniciais de: Victor Emanuel Rei De Itália. Por simples acaso, o compositor tornou-se famoso! … Verdi, faleceu com 88 anos, a 27 de Janeiro, de 1901, cheio de glória. Eis, em resumo, a biografia de rapaz pobre, que morreu rico. Rapaz introvertido, que se tornou famoso, pelo genial talento… e por simples acaso ou aproveitamento politico.

Certificado energético, o que é? O certificado energético é obrigatório em edifícios, novos e antigos, a partir do momento em que são colocados no mercado para venda ou arrendamento. O certificado energético é um documento que atesta a eficácia energética de um imóvel numa escala de A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente), sendo emitido por técnicos autorizados pela Agência para a Energia, ADENE, onde se pode encontrar informações sobre as características de consumo energético relativas a climatização e águas quentes sanitárias. Para além destas informações são também indicadas medidas para redução do consumo, como por exemplo, a instalação de vidros duplos ou o reforço do

isolamento. No que diz respeito à validade, este tem a duração de 10 anos para edifícios de habitação e pequenos edifícios de comércio e serviços (área útil até 250m²). No caso de grandes edifícios de comércio e serviços, o prazo de validade é de 6 anos para certificados emitidos até 30 de abril de 2015; e de 8 anos para certificados emitidos após essa data. Para solicitar o certificado energético do seu imóvel pode recorrer ao site www.adene.pt e pesquisar por peritos qualificados na sua área de residência. Deve pedir orçamento a diferentes peritos, pois o valor pode variar consoante o técnico, o tipo de imóvel e a localização.

Assim que reunir a documentação necessária e após o levantamento efetuado na visita ao imóvel, o perito faz os cálculos e introduz os dados no Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios. Todo o processo pode demorar entre 2 a 3 dias. O valor das multas para particulares em incumprimento variam entre 500€ a 4000€, já as empresas poderão pagar entre 2500€ a 44 890€. Para informação mais detalhada consulte o site www.deco.proteste.pt. DECO – Rua Padre Estêvão Cabral, 79-5º, Sala 504-3000317 Coimbra ou para deco.coimbra@deco.pt


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Viseu

Quinta-feira 20/12/2019

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Operação Éter: Autarca de Viseu diz estar "muito tranquilo" O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques (PSD), disse que está “muito tranquilo” relativamente às investigações relacionadas com a operação Éter e que pretende prestar contas aos viseenses em 2021. Durante a reunião da Assembleia Municipal, dia 16, deputados municipais questionaram o autarca sobre notícias publicadas nos últimos dias, segundo as quais receberia avenças mensais de mais de 1.200 euros para facilitar negócios

ao empresário viseense José Agostinho (da Tomi World), um dos acusados no processo da Operação Éter, que envolve o Turismo do Porto e Norte. “A minha consciência é o meu juiz e eu estou muito tranquilo. Tenho percurso de vida pública de 40 anos, ele fala por si. Os viseenses deram-me um mandato e eu vou prestar contas dele em 2021”, respondeu Almeida Henriques aos deputados. O deputado do CDS/PP, Fran-

cisco Mendes da Silva, disse que as notícias “causam preocupação e alarme social”, mas devem ser evitados “populismos desnecessários e a degradação do respeito” que todos devem ter. “É de pedir uma pronúncia, que nos dê nota daquilo que sabe relativamente ao que está por detrás destas notícias”, afirmou. Já o deputado socialista Alberto Ascensão começou por declarar: “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”.

No entanto, considerou que Almeida Henriques, dentro do que lhe fosse possível, deveria esclarecer a Assembleia Municipal, que é o órgão fiscalizador do município. “A Assembleia precisa de ver desmontado aquilo que eventualmente esteja mal contado”, realçou. A 25 de outubro do ano passado, em conferência de imprensa, Almeida Henriques considerou “uma encenação muito rebuscada” a sua ligação ao empresário José

Agostinho. “Não sei quem é que a está a fazer, mas como é que se pode vir a público dizer que o José Agostinho é um testa de ferro do cidadão Almeida Henriques?”, questionou o autarca social-democrata. Nesse dia, Almeida Henriques disse não ter, nem nunca ter tido, negócios na área de José Agostinho, apesar de, no passado, enquanto empresário, ter tido “sociedades com muita gente”.

Almeida Henriques exige contrato relativo a projeto de ligação ao Sátão O presidente da Câmara de Viseu disse que vai exigir um contrato assinado com o Governo relativo ao projeto de ligação rodoviária ao Sátão que tem andado a ser negociado com a Infraestruturas de Portugal (IP). Durante a reunião da Assembleia Municipal, Almeida Henriques (PSD) foi questionado sobre as negociações, atendendo ao estado atual da Estrada Nacional (EN) 229, onde frequentemente se registam acidentes. “A expectativa é, até ao final do ano, termos cá o projeto para os

nossos serviços darem o ‘ok’ final”, respondeu o autarca, acrescentando que o projeto, orçado em 12,2 milhões de euros, inclui “a vertente da qualificação da EN229 do parque do Mundão para a frente e a variante que irá ligar o parque do Mundão ao Caçador”. “Desta vez, quero um contrato escrito, assinado entre os presidentes de Câmara e rubricado pelo senhor ministro, que é para não voltarmos outra vez a andar nisto”, frisou Almeida Henriques. O autarca lembrou um protocolo assinado no tempo do Go-

verno de Passos Coelho, que foi “simplesmente riscado”, tendo-se, com isso, perdido quatro anos. “A verdade é que os Governos muitas vezes não honram os compromissos que vêm de trás”, lamentou. Almeida Henriques referiu que o município de Viseu se disponibilizou a pagar um milhão de euros e o do Sátão 200 mil euros, mesmo não tendo essa obrigação, uma vez que se trata de uma obra nacional, que serve 11 concelhos. No final de novembro, os autarcas de Viseu e do Sátão reuni-

ram-se com o presidente da IP, estando a ser negociado o montante que terão de pagar no projeto de ligação rodoviária dos dois concelhos. Ficou já acertado que a IP assumirá a responsabilidade das expropriações e do projeto elétrico, sendo o único ponto de discórdia a comparticipação dos municípios nestas obras. A IP entende que os municípios devem pagar 1,8 milhão de euros, acrescentou. “A questão da EN229 já cansa pelo sofrimento que ela traz. Todas as semanas há pessoas que são ví-

timas de acidentes”, afirmou, acrescentando que os autarcas dos 11 municípios entendem que “esta estrada é prioritária”. O autarca social-democrata considerou “incrível como o Estado central começa sistematicamente a empurrar as suas responsabilidades para o Estado local”. “Quando há um problema em Lisboa, no eixo mais litoral, o dinheiro nunca falta. Mas falta o dinheiro para obras no interior no país. O discurso e a prática não jogam”, criticou.

Assembleia Municipal de Viseu convoca grupos municipais por causa das urgências A Assembleia Municipal de Viseu vai convocar os grupos municipais para tomarem iniciativas relativamente à degradação do serviço de urgência do Hospital de São Teotónio, anunciou esta segunda-feira o seu presidente, Mota Faria. “Moções já não chegam. Não podemos deixar que o problema caia”, afirmou Mota Faria, durante a reunião da Assembleia Municipal. Segundo Mota Faria, “a questão da urgência tem sido tratada por este Governo de uma forma vergonhosa” e a Assembleia Municipal não pode ficar de braços

cruzados, devendo exigir a prometida ampliação. “A mesa vai convocar os grupos municipais para uma reunião sobre a questão da saúde e para fazermos o pedido à ministra de termos uma resposta até à próxima Assembleia Municipal”, afirmou, explicando que, para além da questão da urgência, o Governo deve também dar explicações sobre o atraso no projeto do centro oncológico. Se as respostas não chegarem até à próxima reunião, “esta Assembleia Municipal não se pode ficar por moções, tem que dar voz ao sentimento das pessoas de

Viseu e tomar as medidas que entenda, todos em conjunto, independentemente dos partidos, depois na sessão de fevereiro ou na de abril”, frisou. Mota Faria lamentou que, devido à falta de condições do serviço de urgência para acolher tantos doentes, o conselho de administração tenha decidido não deixar entrar acompanhantes. “É uma medida de gestão que tem de ser tomada em última instância, que é compreensível e com a qual eu estou de acordo tecnicamente, porque não há condições nas instalações”, acrescentou. O presidente da Câmara de

Viseu, Almeida Henriques (PSD), considerou “desumana a forma como as pessoas são tratadas” naquele serviço. “As urgências estão adjudicadas há dois anos e meio e, na altura, o ministro das Finanças e a ministra da Saúde não desbloquearam as verbas para a contrapartida nacional”, recordou. O autarca acrescentou que, quando as verbas foram finalmente desbloqueadas, “a empresa já não estava interessada em fazer a obra por aquele valor”, no entanto, “desde esse momento até agora, já passaram seis meses”. “Isto é incompetência e falta de

consideração para com os viseenses”, afirmou, garantindo que se a população quiser ir para a rua estará ao seu lado nos protestos. Na sua opinião, está também na altura de o conselho de administração do hospital “fazer um ultimato ao Governo e dizer: ou os senhores resolvem isto até ao dia tal ou arranjem outro conselho de administração”. Há cerca de um mês, Almeida Henriques pediu uma reunião à ministra da Saúde, com caráter de urgência, mas a mesma ainda não foi marcada.

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Lusa


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Diversos

Quinta-feira 20/12/2019

“Crónicas de Lisboa”

Uma Ponte Chamada Jesus É verdade que escrevo esta crónica em plenas festividades natalícias, este ano com uma pujança ainda maior, pois o mês de dezembro está a ter em muitas localidades, incluindo freguesias urbanas, um dinamismo mercantil muito acima de anos anteriores. Não se vislumbra alguma crise e as autarquias esmeram-se nas festividades e iluminacões. São luzes, quiosques de vendas, circo e outras diversões, patinagem no gelo, num país de clima mediterrâneo, etc. Alguns dos acessos ficam bloqueados com o transito e as romarias fazem lembrar os santos populares. Viva o marketing e o consumismo e quem não tem dinheiro ou não quer gastar, porque ainda há muito mês pela frente, assiste. Ah, mas sobre o Homem que está na origem do Natal (Jesus Cristo nascido há 2019 anos num “cenário” de extrema singeleza), praticamente não se veem “vestígios” nessas autênticas feiras de diversões e consumismo. Nem presépios se veem! De facto, o Natal cresce como período de forte negócio comercial e de propaganda pacóvia, mas desce, cada vez mais, nos valores humanos que lhe estão na origem. Tenta-se “construir pontes” nos valores como a amizade, a solidariedade, etc, mas passadas as festividades, as pontes ficam interrompidas. A parte rica

do globo, como que um anel situado a norte da terra, estará a perder-se na “religião” do consumismo. Curioso que este período coincide com muitas manifestações que decorrem em protesto pela falta de combate a todas as formas de poluição da Terra que herdámos e que deveríamos deixar, aos nossos descendentes, melhor do que nos foi transmitida. Há muita incoerência entre os “protestantes”, pois nessas manifestações o lixo que provocam deveria envergonhá-los. Mas a minha ideia desta crónica assenta num homem do futebol, agora treinador, chamado Jesus, isto é, Jorge Jesus (JJ). Qual Pedro Alvares Cabral, ousou ir à “descoberta” dum país onde o futebol é rei e que é o maior exportador de futebolistas para todo o mundo. Para o nosso país, há décadas que os futebolistas e alguns treinadores brasileiros descobriram Portugal. No sentido inverso, isto é, jogadores e treinadores portugueses a rumarem ao Brasil, contam-se pelos dedos das mãos. Isto porque, infelizmente, os portugueses no Brasil continuam a ser vistos como os “padeiros” e passou a ser sistematicamente desvalorizado e até esquecido, ao ponto muitos brasileiros não associarem sequer a língua que falam com Portugal. O inesperado sucesso de Jorge Jesus

no Brasil como treinador do Flamengo, da cidade do Rio de Janeiro, mostra o imenso impacto mediático que só o futebol consegue, isto é, todas as outras formas de difusão de um país não se comparam ao impacto das vedetas do futebol que é um fenómeno sem explicação. Comecemos em Eusébio, Figo, Cristiano Ronaldo e agora, ainda sem a abrangência mais planetária - Jorge Jesus. Ele venceu desportivamente e (con) venceu a arrogância de muitos brasileiros influentes no futebol: treinadores, jogadores e jornalistas desportivos. Felizmente que o “pai” de Jesus o ajudou, porque, no futebol, não basta ter mérito. Depende de outros fatores imponderáveis e “inexplicáveis”. Quando JJ pensou deixar este pequenino país, também futebolisticamente, e ainda nas “arábias”, onde esteve pouco tempo, sonhou que lhe apareceu Jesus e lhe disse. Tu que és cristão e porque usas o meu nome, mesmo aqui neste país muçulmano, podes fazer-me um pedido, de três à tua escolha, que eu te o concederei. Então o Jorge começou por pedir uma ponte entre Portugal e o Brasil, mas Jesus disse-lhe que era impossível; então o treinador pediu-lhe que acabasse com a pedofilia em Portugal e também lhe foi recusado (é muito difícil - disse Jesus), e então pediu que

Ele acabasse com a corrupção no nosso país. Jesus Cristo pensou por algum tempo e, por fim, disse ao Jorge: vou ajudar-te a construíres a ponte de Portugal para o Brasil. Vai para lá, à confiança que eu serei o teu “anjo da guarda e protetor”. O sucesso de JJ no campeonato brasileiro assentou numa filosofia de trabalho diferente daquela a que as equipas brasileiras estão habituadas e, mais uma vez e na linha dos seus colegas treinadores portugueses que trabalham no estrangeiro, e são muitos - incluindo todas as outras profissões, “confirma-se” que os portugueses são tão bons como os melhores, mas no estrangeiro. Aqui, no nosso “cantinho à beira-mar”, há muitos vícios, por exemplo, a inveja e que JJ também teve que vencer nos seus colegas treinadores das restantes equipas do campeonato do Brasil. Novos métodos de trabalho resultam muitas vezes enquanto são novidade e, obviamente, tendem a ser seguidos pelos “concorrentes”. Contudo, JJ tem o mérito de ter arriscado mudar coisas num país onde o “samba e o forró” fazem parte da cultura de todos os brasileiros não “estrangeirados”. Já o sucesso na Taça dos Libertadores, a “equivalente” à Liga dos Campeões na Europa, o percurso não foi tão convincente porque não eram ape-

nas equipas do Brasil e na final contra a equipa argentina do River Plate, o Flamengo esteve quase a sair derrotado. A poucos minutos do final do jogo, a equipa de JJ estava a perder por um golo e, qual milagre de Jesus (não o JJ), a equipa deu a volta ao resultado e ganhou a taça. Foi a loucura no Rio de Janeiro. Afinal, Jesus, cumpriu a promessa feita ao JJ e a “ponte” ficou mais sólida. Jorge Jesus foi “endeusado” na cidade do Rio de Janeiro, cuja Prefeitura o condecorou e, por cá, onde tinha alguns milhões a torcer pelo sucesso dele, como se fosse a vitória deste pequeno país sobre o colosso que é o Brasil, também, provavelmente, será condecorado pelo nosso Presidente da República, afinal condecora-se tanta gente sem que se compreenda o seu mérito. Devemos saudar JJ, mas sem ilusões de que o impacto do seu êxito não é, minimamente, suficiente para criar uma verdadeira ponte entre Portugal e o Brasil que favoreça os dois povos. Aos governos e às diversas instituições, de lá e de cá, cabe o papel maior na construção dessa real ponte. Artigo de opinião de Serafim Marques Economista Reformado

Bispo de Viseu quer Estado a distribuir recursos com “maior justiça” O bispo de Viseu defende que o Estado “precisa de distribuir com maior justiça os seus recursos” e os cristãos devem testemunhar “os princípios de uma Doutrina Social da Igreja que tarda em chegar a setores básicos” da sociedade. Na sua mensagem de Natal divulgada na página da Diocese na Internet, António Luciano alerta que “é preciso olhar com esperança e firmeza para setores fundamentais” da sociedade. “O Estado precisa de distribuir com maior justiça os seus recursos para todos: para o emprego; para as instituições particulares de solidariedade social, de forma que não se exclua ninguém; precisa de olhar para o mundo da saúde de modo positivo, não excluindo ninguém na prestação dos cuidados; promover e estender as redes de cuidados continuados e cuidados paliativos a todo o país e com acesso aos mais necessitados; é preciso cuidar dos cuidadores e incentivá-los a um serviço que os re-

alize”, escreve o prelado, que quer, também, “que se passe da degradação do SNS [Serviço Nacional de Saúde] para uma verdadeira qualificação técnica e humana da prestação de cuidados”. Na mensagem, o bispo de Viseu aborda também “o flagelo da desertificação do interior do país, o envelhecimento da população ativa, a solidão dos idosos, a falta de esperança, de confiança e de fé de muitos jovens, (…), a não fixação de casais jovens (…), a baixa densidade na natalidade, o adiamento da mesma, a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, o trabalho precário para muitos, a chegada de imigrantes de várias partes do globo, a insegurança e a insatisfação de muitos, a falta de respeito pela vida e integridade, a violência global crescente”. “A saída dos jovens e pessoas qualificadas das nossas comunidades, que por causa da crise económica tiveram de abandonar

o país, deve levar a Igreja e os responsáveis do governo a olhar com verdade e discernimento tão grave problema”, defende António Luciano na sua mensagem de Natal. O bispo exorta à promoção de “uma verdadeira cultura da vida, uma economia sustentável, a criação de um novo estilo de sociedade, de famílias abertas à vida, que promovam uma paternidade e maternidade responsável”, ao mesmo tempo que quer ver “governantes amigos do seu povo, conscientes, responsáveis, com credibilidade, que promovam políticas sadias de justiça, de bem comum, de natalidade, de emprego, de cuidado dos idosos e dos doentes, através de boas práticas, de boas redes de cuidados continuados e paliativos para todos”. António Luciano lembra, no entanto, que “a comunidade humana atual encontra-se mergulhada na indiferença de Deus, na falta de relação com o próximo, nas trevas do desânimo e da falta de confiança,

opondo-se à solidariedade desejada por todos e que é uma marca positiva do Natal”. “A abertura à partilha com os que mais precisam deve dar respostas novas à solidão existencial, ao enigma perante a dor, o sofrimento e a morte, ao abandono e exploração dos filhos na família, às negligências perante situações emergentes e de fronteira, onde se decide o valor primeiro e sagrado da vida”, escreve o responsável

pela Diocese de Viseu, que saúda “as famílias, as crianças, os jovens, os casais jovens, os adultos, os idosos, os pobres, os doentes, os frágeis, os abandonados, os emigrantes, os imigrantes, os refugiados, os perseguidos, os presos, os marginalizados e todos aqueles que, como o Menino Jesus em Belém, se sentem rejeitados, explorados e utilizados pela (…) sociedade ou até pelos próprios cristãos”.


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Regional

Quinta-feira 20/12/2019

"Festa das Luzes" ilumina Aldeia Histórica de Belmonte em quatro dias plenos de magia e cor De 27 a 30 de dezembro, a vila e Aldeia Histórica de Belmonte enche-se de luz para receber a última festa do Ciclo "12 em Rede - Aldeias em Festa 2019". Um evento que contará com muita música, gastronomia, oficinas e visitas muito especiais, num momento que marca também a celebração do "Hanukkah" e o último fim-de-semana do ano. Belmonte vai despedir-se de 2019 com muita alegria e animação. É a "Festa das Luzes", o último evento do Ciclo "12 em Rede - Aldeias em Festa", promovido pela Rede das Aldeias Históricas de Portugal, que de 27 a 30 de dezembro vai levar música, gastronomia, oficinas e visitas temáticas a Belmonte, celebrando assim a cultura e as tradições daquela vila e Aldeia Histórica, a par com o que será o último fim-de-semana do ano. "Festa das Luzes" é também "Hanukkah" em hebraico, que assinala a libertação e purificação do Templo de Jerusalém e a revolta contra os selêucidas liderada por Matatias Macabeu e os seus cinco filhos, conforme está descrito no Antigo Testamento: "Após a libertação do Templo, verificou-se que só havia azeite suficiente para manter a chama eterna acesa por mais um dia. Contudo, a chama ardeu durante oito dias, o tempo necessário para se fazer e consagrar mais azeite para o Templo". Assim, tendo Belmonte acolhido uma das maiores comunidades de judeus sefarditas de Portugal, o Ciclo "12 em Rede - Aldeias em Festa", que durante o ano tem vindo a dar destaque aos costumes das Aldeias Históricas de Portugal, não podia deixar de se aliar à celebração do "Hanukkah" naquela vila e Aldeia Histórica. Visitas temáticas, música, workshops, gastronomia e mostras de produtos regionais são “só” algumas das atividades que vão ser desenvolvidas. Um extenso e diversificado programa para todas as idades, com entrada gratuita. A "Festa das Luzes" é um evento que envolve toda a comunidade na preparação de quatro dias muito especiais: nos museus de Belmonte pode encontrar pulseiras realizadas pela Academia Sénior de Belmonte e Centro Escolar de Belmonte, alusivas ao evento; no Museu Judaico de Belmonte, Sinagoga Beit Eliahu, Belmonte Sinai Hotel, e Loja Casa da Judiaria pode ver a Exposição "Judaísmo e Arte: Histórias da Sala de Aula", com trabalhos inspirados no Museu Judaico de Belmonte e interrelacionados com algumas obras do pintor judeu Marc Chagall, que resultam de um encontro entre a Empresa Municipal de Belmonte - Serviço Educativo e os alunos do 6.º B da Escola Secundária Pedro Álvares

Cabral, no âmbito da disciplina de EV-ET. Para os visitantes, a "Festa das Luzes" é também uma oportunidade única para conhecer a Aldeia Histórica de Belmonte em todo o seu esplendor, assim como as origens e tradições. Em suma, quatro dias inesquecíveis em Belmonte, para se despedir de 2019 em clima de festa e alegria! Para mais informações, contactar o Município de Belmonte, através do e-mail cultura@cm-belmonte.pt. Este evento é promovido pela Associação de Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal, numa organização do Município de Belmonte. Uma iniciativa apoiada pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Sobre a Rede das Aldeias Históricas de Portugal: Perdidas entre montes e vales da verdejante paisagem do interior de Portugal, repletas de lendas e castelos, sabores e tradições, há 12 singelas aldeias onde apetece perdermo-nos, para nunca mais nos encontrarmos. Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso: as Aldeias Históricas de Portugal, um destino que são 12, são paraísos escondidos que nos levam numa viagem ao tempo de reis e rainhas, épicas e infinitas batalhas que escreveram a História como a conhecemos hoje. Viajar até às Aldeias Históricas de Portugal é, assim, descobrir a História de um país de temerários conquistadores, através das pedras das suas calçadas e das suas frondosas muralhas e castelos, orgulhosa e imponentemente erguidos. É, ainda, a garantia de momentos inesquecíveis de lazer, aventura e descoberta, temperados com os inigualáveis aromas e sabores da região, que compõem a sua típica gastronomia. No território das Aldeias Históricas de Portugal há um sem fim de trilhos para caminhadas e percursos de bicicleta e BTT – como a Grande Rota 22 (GR), a maior rota de Walking & Cycling em Portugal, com cerca de 600 km. As Aldeias Históricas de Portugal são o primeiro destino em rede – à escala mundial –, e o primeiro destino nacional a receber a certificação BIOSPHERE DESTINATION.

Lamego celebra o Natal com concerto na Sé Catedral A Sé Catedral de Lamego vai ser palco de um Concerto de Natal, centrado na Oratória de Natal de J. S. Bach, juntamente com obras de Duarte Lobo e G. F. Handel. Pela primeira vez, o Coro e a Orquestra XXI apresentamse, no próximo dia 20 de dezembro, pelas 21h30, nesta cidade para um espetáculo de entrada livre. Este evento cultural tem o apoio institucional do Município de Lamego. Como pode ver, o espírito de Natal já impera em Lamego. Deslumbre-se e viva esta quadra com grande intensidade. PROGRAMA J. S. Bach - Oratória de Natal, BWV 248: Parte III D. Lobo - Responsórios para o Natal (selecção) G. F. Handel - Concerto Grosso Op. 6 No. 6 J. S. Bach - Oratória de Natal, BWV 248: Parte IV

Pintura de Joseph Vernet enriquece acervo do Museu de Lamego A partir deste mês, um óleo sobre tela, atribuído a Claude-Joseph Vernet, um dos mais interessantes paisagistas franceses do século XVIII, passa a enriquecer o núcleo de pintura estrangeira do Museu de Lamego. A integração da obra "Vista de Spoleto" no percurso expositivo desta instituição concretiza-se no âmbito da iniciativa do "Novo Banco Cultura" de disponibilizar ao público o seu património artístico e cultural, através de parcerias com museus.

dinâmica cultural evidenciada pelo Museu de Lamego e afirmou que esta ação vai valorizar ainda mais o seu acervo, "que já ombreia com muitos museus nacionais". No discurso que proferiu durante a cerimónia, elogiou ainda a função social do Novo Banco de preservar, promover e partilhar com a sociedade portuguesa o seu relevante património artístico e afirmou que constitui uma oportunidade de fomentar o diálogo com a comunidade.

A cerimónia de assinatura do protocolo de cedência celebrado entre esta instituição bancária e a Direção Regional de Cultura do Norte foi presidida pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, que referiu que é intenção do governo "tornar a arte cada vez mais visível e visitável". Presente neste ato oficial, o Presidente da Câmara Municipal de Lamego, Ângelo Moura, congratulou-se com a

A pintura agora doada ao Museu de Lamego, uma importante referência no panorama da cultura portuguesa, representa uma vista de Spoleto, na Umbria, a cerca de 100 quilómetros a norte de Roma. Nas suas paisagens, Joseph Vernet conjuga a natureza, a história e a narrativa, conseguindo uma obra plural nas evocações iconográficas e emotivas.

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Viseu

Quinta-feira 20/12/2019

The Legenday Tigerman regressa sozinho a 11 palcos portugueses em 2020 O músico Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) vai regressar aos palcos sozinho, no início de 2020, numa digressão que passará por 11 cidades portuguesas. Segundo comunicado do agenciamento do artista, a digressão começa a 29 de janeiro em Lisboa, no Musicbox, e serão 11 as cidades a acolher as “onze celebrações do mais puro rock n’ roll e blues”. Ainda em janeiro, a digressão passa por Coimbra, no dia 31 no Salão Brazil. Em fevereiro, The Legendary Tigerman Man tem atuações marcadas em Aveiro (a 06 no Avenida), no Fundão (07 na Moagem), em Torres Vedras (08 no Bang Venue), no Porto (13 no Plano B),em Braga (14 no Gnration), em Leiria (15 no Stereogun), em

Évora (20 no Soir Jaa), em Viseu (21 no Carmo 81) e em Loulé (22 no Bafo de Baco). O álbum mais recente de The Legendary Tigerman, “Misfit”, foi editado em janeiro de 2018. “Misfit” foi composto durante uma viagem de Paulo Furtado aos Estados Unidos, na companhia do realizador Pedro Maia e da fotógrafa Rita Lino, que resultou também no filme "Fade into nothing". Vocalista e guitarrista, na digressão de “Misfit”, Paulo Furtado deixou de estar sozinho em palco com a sua harmónica e sistema de percussão para passar a ser acompanhado por Paulo Segadães (bateria), João Cabrita (saxofone) e Filipe Rocha (baixo).

Aldeias Humanitar recebe Prémio Direitos Humanos da Assembleia da República No passado dia 10 de dezembro, o Interior de Portugal, o Douro Sul, e particularmente Sernancelhe e Penedono, estiveram em realce na Assembleia da República. O Aldeias Humanitar fez-se bandeira de humanização no Interior ao receber o Prémio Direitos Humanos 2019.

Helena Norinha, Presidente do Conselho Técnico e Científico Humanitar, recebeu o Prémio e fez uma intervenção que suscitou enorme atenção. Disse que “O Aldeias Humanitar veio para pôr a ciência e técnica ao serviço da comunidade e das pessoas. Fazer simples o complexo, fazer perto e disponível o que está longe ou disperso”. Enfatizou ainda da urgência de criação de uma nova resposta de Amparo Humano, o Cuidador Comunitário. Descrevendo as tarefas desta nova função da saúde e do social, colocou na agenda nacional este novo modelo de intervenção contra o desamparo Humano. O Aldeias Humanitar afirma-se cada vez mais como um novo caminho para a integração de cuidados de saúde e sociais e um fator de mudança de comportamentos e respostas para a manutenção da qualidade de vida de muitos seres humanos em desamparo, fruto da desertificação no interior.

Helena Norinha salientou ainda que “cuidar é ir, humanizarmo-nos, estarmos e ficarmos, mesmo depois de virmos. Cuidar é ouvir, compreender e agir na humanidade de quem cuidamos. Só nessa humanidade podemos cuidar”. Sendo esta a matriz de valores da ação Humanitar, estamos perante

um conceito, cientificamente reconhecido e agora também no âmbito dos direitos humanos, capaz de mobilizar os Municípios, as Instituições e até o Serviço Nacional de Saúde e Segurança Social para uma nova abordagem das fragilidades humanas. O Aldeias Humanitar age em duas dimensões: a da intervenção, com Equipas de Cuidados em Casa, complementadas com os Cuidadores Comunitários, e com a Certificação de Territórios, valorizando-os pela qualidade de vida dos seus cidadãos, particularmente os mais vulneráveis. A cerimónia foi de grande significado, juntando os mais relevantes órgãos de soberania nacionais. Acompanhou o Aldeias Humanitar a Lisboa uma comitiva que integrava os Presidentes de Câmara e outras autoridades dos Municípios de Sernancelhe, Penedono e Tabuaço.

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Académico de Viseu goleia por 4-1 e 'afunda' Cova da Piedade na II Liga de futebol O Académico de Viseu goleou, dia 13, em casa, o Cova da Piedade, por 4-1, com um `bis´ de Carter, no jogo de abertura da 13.ª jornada da II Liga de futebol. Após uma primeira parte sem golos, o Cova da Piedade marcou por Gustavo, aos 50 minutos, mas os viseenses deram a volta ao marcador, com golos de Diogo Santos (60), Carter (64 e 79), e Jean Patric (90), subindo, à condição, ao 9.ºlugar da II Liga, com 18 pontos e menos um jogo, enquanto o Cova da Piedade continua no fundo da tabela, em último, com apenas 7 pontos, numa classificação liderada pelo Farense, com 30. A primeira parte foi de domínio repartido, com as duas equipas a apresentarem sistemas semelhantes, a apostarem em defender bem e a sair rápido para o ataque. As melhores oportunidades nos primeiros 45 minutos surgiram em lances de contra ataque, com os viseenses perto do golo em dois lances rápidos de Luisinho pela direita, o primeiro aos 24 minutos, com Latyr a rematar de primeira, para grande defesa de José Costa, e o segundo, aos 39, com o extremo a cruzar e Jean Patric e João Mário a não conseguirem emendar frente à baliza. A melhor oportunidade de golo seria, no entanto, dos forasteiros, aos 33 minutos, com Gustavo a isolar-se e a rematar ao poste, já com Ricardo Fernandes batido. O segundo tempo trouxe os golos, com a equipa de Jorge Casquilha a marcar aos 50 minutos, com Gustavo a finalizar um cruzamento de Balogun na esquerda. A resposta dos comandados de Rui Borges demorou 10 minutos e, na sequência de um livre, Diogo Santos, de cabeça, fez o empate. Carter precisou apenas de estar quatro minutos em campo para, primeiro aos

64, marcar após assistência de João Mário, e para fazer o 3-1, aos 79, após um contra-ataque iniciado por Jean Patric. O extremo academista ainda marcaria o último da partida, aos 90, em mais um lance de contra-ataque, rematando cruzado e fora do alcance de José Costa. Jogo disputado no Estádio do Fontelo, em Viseu. Académico de Viseu - Cova da Piedade, 4-1. Ao intervalo 0-0. Marcadores: 0-1, Gustavo, 50 minutos. 1-1, Diogo Santos, 60. 2-1, Carter, 64. 3-1, Carter, 79. 4-1, Jean Patric, 90. Equipas - Académico de Viseu: Ricardo Fernandes, Yang (Tiago Almeida, 60), Steven Pereira, Mathaus, Jorge Miguel, Diogo Santos, Latyr, Bruno Loureiro (Carter, 60), Luisinho, Jean Patric e João Mário (Bruninho, 82). (Suplentes: Elísio, Pica, Edgar Abreu, Carter, Bruninho, Tiago Almeida e Facundo Batista). Treinador: Rui Borges. - Cova da Piedade: José Costa, Otoó Zue (Liu, 76), Allef, Yan Victor, Kakuba, Diarra, Gustavo Costa (Cele, 69), Robson Shimabuku (Vitinho, 65), Balogun, Gustavo e Marakis. (Suplentes: Tony, Cele, Vitinho, Chico Chen, Liu, Yi Chen e Victor Massaia). Treinador: Jorge Casquilha. Árbitro: Rui Oliveira (AF Porto). Ação disciplinar: cartão amarelo para Steven Pereira (27), Bruno Loureiro (35), Gustavo (51), Bruninho (89) e Jean Patric (90). Assistência: cerca de 250 espetadores.

Rio Ave, Varzim e Viseu garantem apuramento para os ‘quartos’ Rio Ave, da I Liga portuguesa de futebol, Varzim e Académico de Viseu, ambos da II Liga, são os primeiros apurados para os quartos de final da Taça de Portugal, após terem vencido os respetivos jogos. Os vila-condenses, finalistas em 1984 e 2014, voltam a marcar presença nos quartos de final da ‘prova rainha’, depois de na época passada terem caído precisamente nos ‘oitavos’, perante o Sporting. Na visita ao Marinhense, que disputa a série C do Campeonato de Portugal, o conjunto orientado por Carlos Carvalhal ‘carimbou’ a passagem com um triunfo por 2-0, com golos do ‘capitão’ Tarantini, aos 32 minutos, e do avançado Ronan, aos 89. Num duelo entre formações da II Liga, o Académico de Viseu superou o Desportivo de Chaves, também por 1-0, va-

lendo aos viseenses o tento de João Mário, aos 68 minutos. O conjunto de Viseu não atingia os quartos de final da Taça de Portugal desde a temporada 1978/79. Já o Varzim, também do segundo escalão, precisou de tempo extra para eliminar o Anadia, oitavo classificado da série C do Campeonato de Portugal, depois de ter inaugurado o marcador aos 77 minutos, através do colombiano Leonardo Ruiz. Mesmo reduzido a 10 elementos, por expulsão de Rúben Silvestre, o Anadia chegou ao empate aos 90+4 minutos, por Nadson, só que os poveiros consumaram o triunfo e a qualificação no prolongamento, com um golo do senegalês Baba Sow, aos 98.


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Saúde

Quinta-feira 20/12/2019

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Novo Nordisk e UNICEF anunciam nova parceria para ajudar a prevenir excesso de peso e obesidade infantil A Novo Nordisk e a Unicef acabam de anunciar uma nova parceria para ajudar a prevenir o excesso de peso e a obesidade infantil, com um foco inicial em intervenções na América Latina e nas Caraíbas. No âmbito desta parceria, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e a farmacêutica combinarão esforços para promover o conhecimento e a consciencialização sobre a prevenção do excesso de peso e da obesidade e abordar as suas causas. A parceria arranca inicialmente por um período de três anos. “O excesso de peso e a obesidade infantil podem causar problemas de saúde, estigmatização e até redução dos níveis de escolaridade”, disse a Diretora Executiva da UNICEF Henrietta Fore. “Com parceiros como a Novo Nordisk, queremos assegurar que a prevenção do excesso de peso e obesidade infantil passa a ser uma responsabilidade social mais ampla,

envolvendo os governos, a sociedade civil, o setor privado, as comunidades e as famílias.” Dados recentes do relatório State of the World’s Children Report 2019 da UNICEF mostram que o excesso de peso e a obesidade infantil estão a aumentar em quase todo o mundo. Atualmente, existem 40 milhões de crianças com menos de cinco anos que têm excesso de peso. O número de crianças entre os 5 e os 19 anos com excesso de peso quase duplicou nos últimos 15 anos. “Não há dúvida de que o excesso de peso e a obesidade infantil são um problema de saúde pública que requer atenção imediata. O excesso de peso e a obesidade infantil são mais do que uma escolha individual, são um assunto que diz respeito a todos nós. Juntos com a UNICEF esperamos ajudar milhões de crianças a levar uma vida saudável e ao mesmo tempo aliviar o peso da obesidade na sociedade”, ex-

plica o presidente e CEO da Novo Nordisk Lars Fruergaard Jørgensen. O excesso de peso e a obesidade infantil representam sérias consequências para a saúde e consequências sociais e económicas a curto e longo prazo para os doentes, as suas famílias, a comunidade e os sistemas de saúde. A parceria tem como objetivo: · Melhorar o conhecimento dos decisores políticos sobre medidas para prevenir o excesso de peso e a obesidade infantil nos países de rendimentos médios. ·Promover a consciencialização sobre o impacto do excesso de peso e obesidade sobre as crianças e os seus direitos e defender a necessidade de adotar mudanças constantes em resposta a esta epidemia crescente. ·Impulsionar e fortalecer interações multi-setoriais na América Latina e nas Caraíbas com foco especifico no México e na Colômbia.

Portugal sem estratégia de Medicina de Precisão, que assegure rapidez e eficácia dos diagnósticos e promova uso racional dos recursos É um conceito cada vez mais na ordem do dia, até porque nunca como agora foi tão claro que o estado de saúde de cada indivíduo depende de múltiplas variáveis, incluindo fatores genéticos, comportamentais e ambientais, que tornam a sua doença e prognóstico diferente e único. Porque o mesmo tratamento não serve para todos, a medicina de precisão, que o aborda, assim como à prevenção tendo em conta essas especificidades, tornou-se o futuro da medicina, um futuro cada vez mais presente. É assim na Europa e fora desta, mas não é ainda assim em Portugal, onde não existe uma estratégia nacional para a sua implementação. Estratégia que se pretende agora definir, numa iniciativa da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) e da Ordem dos Médicos (OM), com o apoio técnico da EY. O Auditório da Ordem dos Médicos, em Lisboa, serviu de palco para a apresentação da “Agenda Estratégica para o Futuro da Medicina de Precisão em Portugal”, assim como um plano de iniciativas propostas às autoridades competentes para tornar realidade esta abordagem em Portugal. Uma abordagem cada vez mais relevante. Basta para isso olhar para a resposta de alguns dos atuais tratamentos: mesmo doenças como a diabetes, amplamente estudadas, apresentam taxas de ineficácia na resposta do tratamento superiores a 40%[1], com perdas de qualidade de vida do doente e aumento dos custos de

tratamento daí inerentes. Outras, como a artrite, revelam uma ineficácia na ordem dos 50%, percentagem que sobe no caso dos tratamentos para a oncologia (75%). A Medicina de Precisão permite melhorar a rapidez e eficácia dos diagnósticos, evitando a prescrição de terapêuticas desnecessárias, ineficazes e dispendiosas. A nível económico, isso significa uma utilização racional e eficiente dos recursos disponíveis, diminuindo o desperdício e custos associados a tratamentos ineficazes e respetivos efeitos secundários. No entanto, para um sistema de saúde centrado nas necessidades de cada cidadão, mas igualmente sustentável, é necessário um compromisso e investimento que promova o progresso nesta área da medicina. Uma missão à qual se colocam vários desafios, identificados pela análise da APAH, da OM e da EY desde incentivos ao investimento para este tipo de práticas, capacitação do Serviço Nacional de Saúde a nível de infraestrutura física e tecnológica, até ao envolvimento do cidadão na sua saúde, através da promoção eficaz da literacia face às inovações tecnológicas. A Agenda Estratégica, agora apresentada, propõe um plano de iniciativas realizado num período de quatro anos, entre 2020 e 2023, prazo no qual se inclui a realização de dois projetos-piloto, em instituições hospitalares do SNS: um deles terá como foco a integração dos dados de saúde (clínicos, genómicos, de

imagiologia médica e fornecidos pelos doentes) e o desenvolvimento da algoritmos de suporte à decisão clínica; o segundo projeto-piloto terá como objetivo principal assegurar o acesso dos cidadãos a tratamentos personalizados e o desenvolvimento de um modelo de financiamento sustentável. "Na essência da relação médicodoente tem estado sempre a individualização dos cuidados que prestamos. A medicina de precisão vai permitir dar um passo ainda maior neste caminho, sendo que estamos certos que a liderança clínica vai ser essencial para garantir a qualidade e segurança dos tratamentos. Mas para isso é preciso que o financiamento seja preparado para uma nova realidade nas nossas instituições”, ressalva o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães. Por sua vez, na visão de Alexandre Lourenço, Presidente da APAH: “O sistema de saúde enfrenta um conjunto de desafios que apenas podem ser ultrapassados através de modelos de participação que congreguem opiniões, esforços e vontades. A Medicina de Precisão está certamente entre os desafios mais relevantes. É nossa convicção que Portugal ainda vai a tempo de desenvolver um modelo sustentável que permita garantir melhores resultados de saúde para os doentes, e o crescimento económico, através da promoção de investigação e a inovação nesta área.”

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Sernancelhe apresentou estudo sobre os seis produtos

agroalimentares estratégicos para o Concelho O Concelho de Sernancelhe sabe, de agora em diante, que tem seis produtos agroalimentares endógenos que são referências económicas e com grande potencial para projetar o território, também do ponto de vista do turismo. Foi esta uma das certezas deixadas pelo Vereador da Cultura do Município, Armando Mateus, 18 de dezembro, no Centro de Artes, aquando da apresentação oficial do estudo “Setor Agroalimentar de Sernancelhe, Diagnóstico e Pers-petivas de Futuro”, desenvolvido no âmbito do “Projeto Crescer+Inovador”, que teve como promotor a Associação Comercial e Industrial de Sernancelhe (ACIS) e parceiros o Município e a Associação Sementes da Terra. Castanha, Maçã, Vinho, Mel, Azeite e o Queijo da Lapa são os produtos que diferenciam a agricultura de Sernancelhe, como resulta deste estudo, que auscultou os agricultores e apontou um modelo de desenvolvimento sustentável para a região, visando fomentar a inovação e promover

as empresas do Concelho, tornando-as mais dinâmicas e competitivas. No evento, que contou com a presença de diversos produtores, Armando Mateus, Vereador do Município, referiu que este estudo é um “ponto de partida, pois reconhece que a nossa agricultura tem dimensão e tem produtos de grande qualidade”. Referindo tratar-se, em primeiro lugar, de “um diagnóstico”, entende que, de agora em diante, os agricultores e as empresas passam a ter também um documento que traça perspetivas de futuro e pode ser decisivo na elaboração de candidaturas a apoios comunitários ou para novos investimentos. Na opinião de João Aguiar, Presidente da ACIS, o documento “reflete ainda novos ensinamentos sobre a agricultura e sobre os produtos que mais nos identificam”, reconhecendo, por isso, que o livro que agora fica disponível é “importante porque traz novos conceitos e novas perspetivas do setor primário”, apontando para a im-

portância de estarem associadas aos nossos produtos dinâmicas como internacionalização ou imagem. Por seu turno, Filipe Brízida, da Índice Consultores, empresa responsável pelo estudo sobre o Setor Agroalimentar de Sernancelhe, explicou que o trabalho apresentado é a última etapa do projeto Crescer+Inovador, que contemplou ações como um Plano de informação estratégica sobre esta temática, a realização de jornadas técnicas, a presença digital através de uma plataforma tecnológica com central de compras e aplicação móvel, atividades de promoção do projeto e

acompanhamento e avaliação. De resto, aquele responsável reforçou que o trabalho veio dar a conhecer e potenciar “produtos autênticos, com centenas de anos de existência, que caraterizam o concelho”, fazendo parte da sua história e cultura, precisamente o que hoje o turismo procura. Filipe Brízida disse ainda que “este estudo procurou caraterizar o concelho, os produtos e dar a conhecer as linhas de orientação para o que poderá ser feito para potenciar a região, desejando que o mesmo possa contribuir para impulsionar os produtos, os agricultores e as empresas. O estudo, financiado pelo Por-

tugal 2020, no âmbito do Programa Operacional da Região Norte, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, está disponível no sítio Crescer+Inovador, https://crescermaisinovador.pt/project onde estão elencados os produtos e seus produtores e está disponível uma loja online, um espaço de Benchmarking para partilha de ideias e das boas práticas, ideias de projetos, modelos de negócio, desenvolvimento de novos produtos e serviços, práticas de negócio, novas metodologias de produção e promoção de novos produtos.


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