Noticias de Viseu 20 abril 2017

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLII - Nº 2134 - Quinta-feira 20 de Abril de 2017 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

Seminário das Missões celebra 70º aniversário dos “Pêras”

Cavalhadas de Vildemoinhos

preparam o melhor cortejo de sempre

Pág.5

Filólogo viseense Fernando Paulo Baptista na cruzada contra o Acordo Ortográfico Pág.7

Orçamento Participativo Jovem de Viseu em votação até dia 28

Páginas 8 e 9

“O 25 de Abril não é propriedade de ninguém”

Pág.3

DIA MUNDIAL DO LIVRO 23 DE ABRIL

O 25 de Abril não é propriedade dos militares, nem dos políticos, nem de ninguém. Pertence a todos nós. Por isso, devemos lembrá-lo e defendê-lo em clima de harmonia social.” Em entrevista ao NV, Diamatino Gertrudes da Silva, capitão de Abril, do regimento de Infantaria de Viseu, recorda os momentos mais marcantes do “dia inicial inteiro e limpo” e reflete sobre o estado a que chegaram o país e o mundo.

Páginas 10 a

Notícias de Viseu / Complexo CONVENTURISPRESS - Avenida do Convento nº 1 - Orgens - 3510-674 Viseu Norte www.issuu.com/noticias de viseu - publicidade@noticiasdeviseu.com - Tlm:960100300 -www.noticiasdeviseu.com; www.facebook.com/noticiasdeviseu


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2 Opinião

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Quinta-feira 20 /04/2017

Uma Parte de mim

Abril 2017 quinta-feira

Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Telefone: 232 087 050 email: geral@noticiasdeviseu.com DIRETOR/EDITOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publiciciade Telemóvel: 968 072 909 publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela Lourenço de Abreu - Gerentes COLABORADORES Sofia Meneses Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Fernando José Ribas de Sousa Celso Neto José Mateus Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Pedro Gomes de Almeida Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Pau (França) - Laurinda Ribeiro Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo Artes Gráficas lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de Outubro 30.000 exemplares Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião..................................... ...........2 Sociedade......................................3/4/5 Cultura...............6/7 Destaque..........................................8/9 Entrevista...............................10/11/12. Saúde..........................................13 Desporto.........................14 Passatempo........................................15

Estatuto Editorial da Nodigráfica

Celso Neto Se me sinto fechado, dentro ou fora Abro a porta, vou-me embora… O meu destino é ser livre Sonhar com aquilo que ainda não tive! Correr nas nuvens, saltar no vento Viver cada momento Em paraísos que eu invento! Tenho uma “caixinha” de segredos E um cantinho de emoções e medos! Tenho ambição, faço projetos Tenho neurónios irrequietos! Queria ser muito velhinho A fazer xixi sozinho! Viajo nas asas do tempo que voa De braço dado com uma leoa… Canto cantigas desafinado Adoro mexer no meu Fado! Escuto a chuva que cai Tento adivinhar para onde o mundo vai… Adoro escutar o silencio da madrugada Quando não se ouve mesmo nada!

A Nodigrádica, com sede no Complexo Conventurispress, Avª do Convento, n.º1 – Orgens, 3511- 689 Viseu Norte, é uma empresa privada independente que se dedica Respiro amor, mastigo esperança à comunicação social, edição de jornais, revistas, comRecrio tempos de criança posição e impressão, radiodifusão e televisão. Sou feliz e sei por quê A Nodigráfica inspira-se nos preceitos do Estado de DiGosto de ir além o que se vê! reito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, desNão acredito no Deus dinheiro ignadamente em tudo quanto respeita ao primado de Para mim, as pessoas estão primeiro! pessoa humana e à promoção e defesa da liberdade de exGuardo recordações no meu baú pressão de pensamento pela imprensa, rádio e televisão. Mando os senhores da guerra levar no cu… A Nodigráfica recusa-se a colaborar com estratégias partidárias, nem com interesses particulares, repelindo desde Saboreio a vida, falo com a morte logo tudo o que não se enquadre no âmbito do interesse reOriento-me pelo Norte gional e nacional para um efectivo bem estar dos povos. Não acredito em azar ou sorte A Nodigráfica com as suas publicações de demais órgãos de comunicação social, procurará ser, sem reservas, um Tento ser forte! forte bastião de defesa de convivência democrática, usando Às vezes sinto raiva e revolta para tanto uma informação livre, isenta, objetiva e verCom tantos vampiros à solta! dadeira.

Queria compreender o Universo Conhecer-lhe a face e o reverso Saber-lhe os quês e os porquês Que me disseram: - “Foi Deus que fez!”

Quando rezo, não sei a quem Lembro-me sempre da minha mãe Que rezava a toda a hora E para quem uma bruxa era uma Senhora! Se destampo a caixa da loucura E me perco nos caminhos da aventura Mil pensamentos me vêm à cabeça A quem peço que não enlouqueça! Espero que não me falte a força e o jeito De dizer o que me vai no peito E preferir o ser ao ter E de vez em quando…escrever!

Estatuto Editorial Notícias de Viseu é um órgão de informação regionalista, independente, livre de influências políticas, económicas, religiosas ou quaisquer outras, votado à prática de uma informação cuidada, verdadeira e objetiva. Notícias de Viseu exercerá uma função independente e, tanto quanto possível, informativa e pedagógica, comentando com isenção e rigor, sempre em defesa dos interesses da região, rumo a um Portugal digno como nação livre e soberana, lutando pelo bem estar de populações, de acordo com os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. Notícias de Viseu jamais abusará da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação e o seu espaço não servirá apenas para fins comerciais. Notícias de Viseu garante e impõe total independência dos jornalistas e colaboradores, determinada na lei de Imprensa e compromete-se a respeitar também os princípios deontológicos e a ética profissional da imprensa portuguesa.

Será maldição? Por Humberto Pinho da Silva Admirava-se meu Pai, que a maioria dos turistas franceses que visitavam o nosso país, nos anos cinquenta e sessenta, fossem operários e modestos trabalhadores. Admirava-se, porque nessa recuada época, a classe média portuguesa limitava-se a idas à praia e passeios ao campo. Anualmente, em regra, em excursão, davam uma volta pelas cercanias; os mais abastados ou iam para a “quinta” ou passavam quinze dias na estrangeiro. Os mais humildes viajavam, se emigravam, e regressavam, quando obtinham meios de fortuna, ou bastante para parecerem ricos. Meu pai pertencia à classe-média. Pessoas, que à custa de economia apertada, pareciam, por vezes abastadas. Era classe sanduichada, entre ricos, que viviam desafogadamente, e pobres, que, em certos casos, obtinham rendimento igual ou superior, aos que se consideravam da

classe-media. Nesse tempo, amigos de meu pai – que pensavam ser entendidos em políticam– contradiziam Salazar, declarando, em surdina – não fosse a PIDE ouvir – que o futuro de Portugal era a Europa e não a África, como asseverava, teimosamente, o estadista. Mas, meu pai, que sempre foi muito ponderado, ouvia-os...ouviaos... e rematava: “Vivemos

em paz. Pode-se andar, sem receio, mesmo de madrugada, por este Portugal... Pelo menos temos paz...” Por fim, sopraram, os famosos ventos da História, há muito esperados. Os detractores do estadista, tomaram o poder em Lisboa e em África. Entramos, então, finalmente, na tão desejada Europa. A guerra terminou. O país ficou reduzido à Lusi-

tana. Com o dinheiro europeu, Portugal modernizou-se, vestiu-se de novas roupagens. O povo, entusiasmado, regozijou: “ Agora sim! Agora somos europeus! ...” Rapidamente verificou que se enganara: em breve os jovens seguiam as passadas dos avós: a emigração. A diferença é que os de outrora eram analfabetos ou quase; os de agora

instruídos, dominando línguas...; mas partem como partiram no tempo da Primeira Republica e de Salazar. Verdade é que o país ficou mais bonito; pode-se dizer: mais rico; mas o povo? Este continua pobre. A classe-media quase desapareceu, e foi – a que não quis emigrar, – engrossar o número da pobreza. Por que será que o fado português se repete de geração a geração? Por que será? Quem sabe responder? Os nossos políticos são ótimos e brilham nos organismos internacionais; os nossos desportistas são o melhor que há; as nossas Universidades são respeitadas em todo o mundo; e os que emigram, em regra, são trabalhadores exemplares. Então, por que nunca deixamos a cauda dos países do primeiro mundo?! O que nos falta? Saberá o leitor? Confesso que não sei. Será maldição? Se não é, o que será?


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Quinta-feira 20/04/2017

Orçamento Participativo Jovem de Viseu em votação até ao dia 28 de abril Difícil será escolher, porque votar é muito fácil. 62 projetos finalistas concorrem a 250 mil euros, no 1º Orçamento Participativo Jovem Escolar de Viseu. A votação decorre online, por SMS e presencialmente, até 28 de abril. Toda a comunidade é convidada a conhecer os projetos, a votar e decidir. As ideias propostas dividem-se em várias áreas: ambiente, solidariedade social, património, desporto, saúde, agricultura, artes, etc.

O orçamento máximo por projeto é de 25 mil euros, sendo que cada escola poderá arrecadar um ou mais projetos vencedores até um montante acumulado máximo de 40 mil euros. Este é o 1º Orçamento Participativo Jovem Escolar de Viseu e o 3º Orçamento Participativo do concelho. As escolas secundárias, profissionais e superiores de Viseu foram o principal público-alvo desta edição, respondendo ao desafio de apresentar propostas de

intervenção no concelho de Viseu. Numa fase inicial, a comunidade escolar submeteu 78 propostas. Depois de analisadas pelos serviços municipais, apenas 11 propostas foram consideradas “não elegíveis” e outras cinco foram objeto de fusão pelo seu âmbito semelhante ou complementar, resultando agora em 62 projetos a votação. Todos os projetos estão disponíveis na íntegra em www.viseuparticipa.pt.

Voto de pesar às famílias enlutadas pela tragédia na fábrica de pirotecnia A Câmara Municipal de Lamego aprovou, em reunião do executivo, "um sentido voto de pesar às famílias enlutadas" pela tragédia ocorrida no dia 4 de abril na fábrica de pirotecnia, situada na freguesia da Penajóia, da qual resultou o desaparecimento de oito pessoas, "cobrindo de luto as respetivas famílias e o Município de Lamego". O executo municipal reitera ainda, no seguimento das visitas e acompanhamento pessoal já prestado, a disponibilização de todos os serviços e meios ao seu alcance para ajudar a mitigar os efeitos devastadores que estas perdas tiveram. O executivo municipal também aprovou na reunião efetuada durante esta manhã um voto de louvor e reconhecimento pela "prontidão, disponibilidade, profissionalismo e competência com que todas as entidades envolvidas reagiram a esta trágica ocorrência", "comparecendo no local com toda a urgência e com todas as valências adequadas à situação, ali permanecendo o tempo necessária para a localização e resgate das vítimas". O texto também realça o "reconhecimento e especial gratidão” ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que “com a sua presença, no exercício de uma magistratura de proximidade e afetos, levou às famílias um

elevado gesto de solidariedade e carinho". Também é destacado que o primeiro-ministro António Costa, desde o anúncio da ocorrência "manifestou de imediato a sua solidariedade pessoal e o incondicional apoio do Governo, através da presença do secretário de Estado da Administração Interna e das mensagens e disponibilidade manifestadas pelo Ministro da Defesa e outros membros do governo". O voto de louvor e reconhecimento do Município de Lamego

termina com um agradecimento a todas as entidades que "reconhecidamente terem connosco partilhado e dividido o fardo da responsabilidade das decisões tomadas e da gestão dos múltiplos aspetos e vertentes de uma operação tão complexa e penosa". O executivo cumpriu ainda, esta manhã, um minuto de silêncio em memória das vítimas. Logo após a tragédia, a Câmara de Lamego decretou três dias de luto municipal.

Música e conferência no 25 de Abril em Viseu Luís Represas atuará em Viseu nas comemorações do 25 de Abril, numa iniciativa conjunta da Câmara e Assembleia Municipais. O concerto terá lugar no Mercado 2 de Maio, pelas 18 horas, sendo de entrada livre. Nas comemorações do 43º aniversário da Revolução em Viseu ganha destaque a homenagem aos presidentes de Junta de Freguesia eleitos após o 25 de abril de 1974, assinalando ainda os 40 anos do Poder Local democrático e o centenário da transformação das Paróquias Civis em Freguesias.

A sessão solene terá lugar às 10H30, em Santos Êvos, no Edifício do Multiusos local. Para além das intervenções da Câmara e Assembleia Municipais e das diferentes partidos políticos com representação, a sessão contará com uma conferência de Pedro Santos Guerreiro. Antes, pelas 9H30, os presidentes da Câmara e Assembleia, Almeida Henriques e José Mota Faria, prestarão tributo ao papel do Regimento de Infantaria n.º 14 de Viseu no 25 de Abril. Luís Represas é um dos princi-

pais herdeiros da geração dos autores da música de intervenção do 25 de Abril, filiando o seu percurso em criadores como Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso e José Mário Branco. É em 1976 que funda a banda Trovante, juntamente com João Gil, João Nuno Represas, Manuel Faria e Artur Costa, grupo referência da música popular portuguesa do pós 25 de Abril. O percurso de Luís Represas está também profundamente ligado à causa timorense, sendo da sua autoria o hino à independência e à paz do país, intitulado “Timor”.

Como votar? Há vários meios de votação à disposição e cada pessoa, com idade superior a 16 anos, poderá votar até um máximo de 7 projetos. O voto por SMS gratuito, para o nº 4343, com o texto “OP (espaço) nº do projeto”, é um dos meios possíveis. Quem quiser votar em mais do que um projeto, terá que enviar uma mensagem individual para cada um. Além disso, a votação decorre também online, na plataforma Viseu Participa, em www.viseuparticipa.pt, onde o acesso é possível através de registo de email ou conta de Facebook. Presencialmente, será também possível votar nos projetos a concurso, mediante a apresentação do cartão de cidadão. Três pontos de voto fixo estão disponíveis na cidade: no Atendimento Único da Câmara Municipal de Viseu, no Centro Municipal da Juventude (Escadinhas de Santo Agostinho) e na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva. Complementarmente, um roteiro de assembleias de voto irá passar pelas 13 escolas participantes.

Fernando Figueiredo corre pelo BE à Câmara de Viseu O independente Fernando Figueiredo, cientista e investigador na área da História da Ciência, é o cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Viseu. A apresentação da lista contou com a presença de Catarina Martins que apontou Viseu como exemplo de como a perda de serviços públicos afetou a qualidade de vida das pessoas: “O estado não pode abandonar uma população que não tem transportes públicos, que está rodeado de estradas portajadas e que tem estradas como a IP3 por requalificar”. A coordenadora do BE espera que a intervenção do Bloco passe para os executivos camarários, nas próximas eleições, por forma a “melhorar a vida das pessoas”. Identificado pela coordenadora concelhia do Bloco de Viseu como “um homem de ação já provada em inúmeras intervenções culturais e cívicas em prol de Viseu e dos viseenses”, Fernando Figueiredo afirmou que “após décadas de mais do mesmo torna-se imperioso renovar, modernizar e desenvolver social, cultural e economicamente a cidade e o concelho, de forma sustentada e equilibrada, sem freguesias rurais de joelhos a apanhar as migalhas do orçamento”. A professora e dirigente nacional e distrital do BE Catarina Vieira e Castro encabeça a lista à Assembleia Municipal, a qual tem como nº 2 outro independente “com provas dadas na vida cultural, política e cívica da nossa cidade”, o historiador Jorge Adolfo Marques. Foi ainda apresentada a cabeça-de-lista à Assembleia de Freguesia de Viseu, Manuela Nunes.

Assembleia Municipal pede conclusão das obras no Tribunal “Inaugurado em 2003, o Palácio de Justiça de Viseu continua, 14 anos depois, à espera da conclusão das obras no terceiro piso, pese embora aí terem entrado em funcionamento, em 7 de Abril de 2015, duas novas salas de audiências”. Assim começa a moção apresentada pela CDU, que foi aprovada por unanimidade, em Assembleia Municipal. A moção salienta que as salas de audiência são insuficientes, tal como os gabinetes para magistrados e muitas das secções funcionam em espaços exíguos ou inadequados, dificultando a tarefa dos funcionários e a qualidade e eficácia do serviço. Por isso, a Assembleia Municipal recomenda ao Governo, que “desencadeie de imediato todos os procedimentos necessários à atribuição do financiamento adequado para a conclusão das obras”.

CDS questiona Governo sobre projetos sociais de Nelas. O deputado do CDS Hélder Amaral questionou o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o apoio do Governo a projetos sociais no concelho de Nelas. Hélder Amaral quer saber se o Ministério Trabalho, Solidariedade e Segurança Social está disponível para financiar as obras sociais, apresentadas como prioritárias, no concelho de Nelas, se já foram lançados os programas governamentais e comunitários que podem vir a financiar estes projetos e, em caso de resposta negativa, qual é a data prevista para que os mesmos arranquem.


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4 Sociedade

Quinta-feira 20/04/2017

México é em 2017 o país convidado da Termatalia-Ourense A Termatalia - Feira Internacional de turismo termal, saúde e bem estar - que, de 20 a 23 de Setembro deste ano, se realiza em Ourense, terá o México como país convidado. Depois de ter realizado a última Termatalia, ano passado, no Estado de Coahuila, os mexicanos voltam a ter um papel importante ao aceitarem ser país convidado, através do Estado de Coahuila. O México continua a ter um papel de liderança ao participar na próxima edição como país convidado apresentando seus recursos termais para profissionais de trinta países. Esta foi uma das novidades anunciadas pelo diretor da feira, Alejandro Rubín, durante a apresentação no Turismo Tianguis México, uma vez que reúne 32 estados. Alejandro Rubín anunciou a eleição do México como país convidado na esperança de que a presença deste país na próxima edição seja grande com a participação de representantes do governo e dos estados do México.

Quanto aos detalhes da Termatalia 2017, o diretor da feira realçou que teve um grande impacto ao contribuir para a profissionalização do sector do turismo e, também, a nível da indústria e das empresas, uma vez que irá continuar a ter um lugar através de contratos entre operadores e estabelecimentos turísticos, fornecedores de bens de capital e potenciais importadores de vários países, água potável mineral engarrafada e distribuidores, bem como visitantes profissionais de 20 a 30 países, para troca de conhecimentos e formação no setor, com papel da cooperação académica ou institucional. Tanto que Termatalia integrará ao II Simpósio Internacional de Hidroterapia e Qualidade de Vida, a organização de Campus Água – pela Universidade de Vigo.

Nasceu a Confraria dos Saberes e Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’ em Manaus Já nasceu a Confraria dos Saberes e Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’, em Manaus, no Brasil. O acto de constituição foi formalizado por cerca de duas dezenas de membros fundadores, no passado dia 9 de Março. A nova confraria nasceu no seio da comunidade portuguesa de Manaus, apadrinhada pela Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, estando para breve a realização do I Capítulo de Entronização. António Humberto Matos de Figueiredo, natural de Moimenta da Beira, e Eliete Farias dos Santos, uma descendente de portugueses, são confrades titulares da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ e foram os mentores da nova colectividade, que terá a sua sede no Luso Sporting Clube, na cidade de Manaus. De salientar que António Humberto Matos de Figueiredo está já há alguns anos radicado em Manaus, é um conhecido empresário nesta cidade e um ‘activista’ na defesa das suas origens. Tem desempenhado várias funções em colectividades ligadas à comunidade portuguesa, pertencendo actualmente aos órgãos directivos do Luso Sporting Clube, do qual já foi presidente. O Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, José Ernesto Silva, já elogiou o “excelente trabalho” desenvolvido por aqueles dois confrades, em Manaus, na constituição da nova colectividade que se compromete a defender, promover e divulgar da cultura e gastronomia portuguesa em terras da Amazónia. Recorde-se que Luso Sporting Clube foi

fundado a 1 de Maio de 1912 por um grupo de comerciantes portugueses interessados na prática do futebol, tornando-se num clube da colónia portuguesa em Manaus, sendo hoje é um dos mais conhecidos clubes sociais daquela cidade. De destacar a importância que as comunidades portuguesas na diáspora, nomeadamente pessoas oriundas da nossa região, dão à cultura e tradições portuguesas, reflectida no facto da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ já ter sido, por diversas vezes, contactada por pessoas e colectividades de outras regiões do Globo para a constituição de novas Confrarias, que promovam e divulguem as tradições, usos e costumes, bem como a nossa gastronomia beirã. A Confraria Grão Vasco está hoje representada no Brasil na Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro, com a Confraria de Saberes e Sabores de Portugal, em Zurique, e a Confraria de Saberes e Sabores de Portugal na Suíça Francófona, em Genebra, bem como representações nos quatro cantos do mundo com confrades titulares.

José Ernesto


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Quinta-feira 20/04/2017

VISEU BERÇO DA COMUNIDADE COMBONIANA EM PORTUGAL

Seminário das Missões celebra 70º aniversário dos “Pêras” Os Missionários Combonianos, também conhecidos por “Pêras” (assim chamados por causa do formato da barba que usavam), celebram, em Viseu, de 24 a 30 deste mês, 70 anos de presença em Portugal. Foi no ano de 1947, que surgiu, em Viseu, a primeira comunidade comboniana, no nosso país, graças a D. José Moreira Pinto, bispo que recebeu de braços abertos um pequeno grupo de missionários, vindo de Itália, com o objectivo de aprender a língua e os costumes. Oito anos mais tarde, é inaugurado o Seminário das Missões. Desde então, esta casa – segundo disse ao NV, o actual superior, padre Francisco Alberto Almeida de Medeiros - deu formação a cerca de quatro mil jovens seminaristas, grande parte dos quais partiu daqui para a África e, também, para a América, em acção missionária. Hoje, a comunidade comboniana de Viseu organiza encontros e retiros vocacionais para adolescentes e jovens, bem como retiros e festas missionárias para adultos, além de se dedicar à animação missionária e vocacional. O programa comemorativo do 70º aniversário inclui, entre 24 e 20 de abril, visitas a escolas, a lares de idosos e a doentes e, ainda, encon-

tros com grupos de jovens e grupos de apostolado, nalgumas paróquias, em colaboração com os párocos. Dia 27, haverá um encontro-convívio para sacerdotes da diocese e, no dia seguinte, pelas 21h00, realiza-se, no Seminário das Missões, um encontro geral, aberto a todos os interessados, em que será apresentado um livro sobre a história dos combonianos em Portugal, da autoria de Manuel Augusto Ferreira. Dia 29, das 14h00 às 22h00, terá lugar um encontro de jovens (perto de 500), com momentos de convívio, partilha, vigília e orações. A 30 de abril, domingo, às 10h30, o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, presidirá à Eucarístia, no Seminário das Missões, com a presença do superior geral dos Combonianos. Inauguração atribulada O dia 11 de dezembro de 1955 ficou na história desta organização missionária de origem Italiana. É essa a data da inauguração solene do Seminário das Missões, em Viseu, a primeira comunidade comboniana em Portugal. “Os trabalhos, à boa maneira comboniana, duraram até ao último momento, com o P. Alfredo Bellini a terminar a pintura da

capela, durante a noite que antecedeu a inauguração, e os operários a colocarem, durante a madrugada, as últimas peças de mármore da balaustrada”, lê-se no livro «Andarilhos da Missão - Missionários Combonianos », da autoria de Manuel Augusto L. Ferreira e Isaías R. Pereira. Porém, “os contratempos da última hora não ensombraram a grandeza da cerimónia da inauguração. Viseu

tinha finalmente o seu seminário das missões e os Combonianos em Portugal, a sua casa-mãe”. Depois de Viseu, seguiram-se as comunidades de V. N. de Famalicão, Maia, Lisboa, Coimbra e Santarém. A congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus foi fundada por S. Daniel Comboni, a 1 de Junho de 1867, em Verona, tendo por finalidade

primeira os povos da África Central. Após a II Guerra Mundial, vive um período de maior expansão na Europa, aceitando também campos de trabalho no continente americano. Em 1988, obedecendo aos apelos da Ásia, os Combonianos enviaram para as Filipinas o primeiro grupo de cinco missionários. S.M.

“Ciganos - Tradição e Modernidade" em concurso de fotografia

Adriano da Costa Filho membro da direcção da Casa de Portugal de São Paulo - Brasil

Para assinalar o Dia Mundial do Cigano, o Círculo de Cultura Cigana do Núcleo de Viseu da Associação Olho Vivo, promove um concurso de fotografia sob o lema Ciganos – Tradição e Modernidade". O concurso é aberto a todos quantos queiram participar, ciganos ou não, e podem concorrer con fotografias tiradas com câmara fotográfica ou com telemóvel, enviadas para o endereço electrónico da Olho Vivo: olhovivo.viseu@gmail.com até ao dia 8 de Maio. As fotografias seleccionadas pr um júri composto por um fotógrafo profissional, um artista fotográfico, um professor de Educação Visual e Tecnológica e um membro da etnia cigana, ficarão expostas numa galeria ou espaço a anunciar brevemente, a partir do dia 16 de Maio, Dia Internacional da Resistência Cigana, que será assinalado com uma festa com música e dança cigana.

Com grande orgulho dos lusitanos radicados em São Paulo, a Casa de Portugal de S.Paulo é a maior casa de coletividades associativas e eventos da grande metrópole brasileira. Daí que tenha constituído a maior relevância a realização da Assembleia Geral da entidade para eleição dos conselhos, que ficaram assim constituídos: António de Almeida e Silva, presidente; Benjamim Requeira Barreira, vice-presidente; Adriano da Costa Filho, 1º secretário, e João Manuel Vieira de Carvalho, 2º vice secretário. O Notícias de Viseu felicita o nosso delegado em S. Paulo por mais este cargo associativo, um mais a juntar aos muitos que representa, entre eles, o de presidente do Movimento Poético Nacional; vice presidente da Casa do Poeta Lampião de Gás; de S.Paulo F.C e outras associações de escritores e homens de letras.

Correção Na última edição, no texto sobre a Conferência de Homenagem aos 40 anos do Poder Local, referimos um número de freguesias que não corresponde à realidade, no que respeita à Lei de 2012, que reorganizou o território. Numericamente, essa reforma administrativa reduziu de 4259 para 3092, o número de freguesias em Portugal. Assim é que é. Pelo engano as nossas desculpas.


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6 Cultura

Quinta-Feira 20/04/2017

Padre lança CD para angariar fundos destinados a obras no convento de Orgens “Cantar a Esperança” é o nome do CD, lançado pelo padre Albertino Gonçalves, com vista a angariar fundos para realização de obras no convento de S. Francisco de Orgens (Viseu). Surgido por ocasião da Páscoa de 2017, o CD tem 12 canções, compostas por este padre vicentino da comunidade vicentina de Orgens, a partir de uma recolha de outras feitas a partir de 1970 até ao ano de 2005. “Podem definir-se como Canções de Mensagem, algumas mais de caráter religioso, de matriz cristã. Desejaria que fossem úteis aos ouvintes de todas as idades, privilegiando talvez o público mais jovem”, diz o autor. Na realização do CD, entraram vários músicos das paróquias de

Por José Mateus Rodrigues da Costa: um artista do mundo, em Viseu

Orgens e de S. Salvador, uma vez que o padre Albertino é um dos párocos que dá assistência reli-

giosa a estas duas paróquias e aos seus grupos corais.

Cerca de 150 pessoas no jantar das Papas Laberças O grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Ferreira de Aves Sátão, levou a efeito o tradicional e recreativo jantar das Papas Laberças. A festa convívio decorreu no salão da Casa do Povo em Casfreires, e juntou cerca de 150 pessoas. Daniel Morais saudou todos os presentes, e deu as boas-vindas aos grupos participantes: Rancho Folclórico de São João Ponte da Barca - Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Ferreira de Aves (anfitrião) e o Grupo de Baile MC Music. De seguida foi servido o tão es-

outras visões

perado repasto típico da nossa região, que conjuga farinha de milho, azeite e couves, servido com carne de porco a acompanhar. Também não faltaram as variadas e deliciosas iguarias na sobremesa, o tudo confecionado pelos membros do Grupo da casa, que mais uma vez está de parabéns. Alguns estreantes "das papas" receavam não apreciar / gostar, mas acabaram por repetir !... A componente recreativa, apresentada por Daniela Morais e Manuel Cruz, iniciou com o Ranho de São João de Ponte da Barca, seguido do Grupo de Ferreira de Aves, que brindou os presentes

com uma nova dança. Para a entrega de lembranças aos grupos, subiram ao palco, o presidente da Câmara de Sátão Alexandre Vaz, o presidente da ARCAS José Manuel Figueiredo e o presidente do Grupo de Ferreira de Aves Manuel Moreira. Ainda houve tempo para um sorteio, cujos prémios foram arrecadados por Silvia de Jesus e Paulo Silvério. A festa encerrou com a brilhante atuação do Grupo JC Music.

Augusto Rodrigues da Costa (1933 – 2013) nasceu no Sátão, passou a juventude em Angola, estudou pintura em Lisboa, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian tendo estudado também em Nova Iorque. Acabou por fixar residência em França e por fim regressou a Portugal, onde veio a falecer, em Seia. Leccionou pintura e desenho e expôs em diversos locais, dentro e fora do país. O seu legado, de cerca de duas mil obras – pinturas, desenhos, aguarelas e lacas – pode agora ser visto até 10 de setembro em quatro locais distintos de Viseu. Na Quinta da Cruz encontram-se as pinturas, algumas de grande formato. Na Casa da Ribeira, predominam os desenhos. Na Casa da Memória, as aguarelas. No Museu Almeida Moreira, as lacas da sua última fase de trabalho. Quando dizemos que Rodrigues da Costa é um artista do mundo, não nos referimos às suas viagens e andanças, mas sim à presença permanente do mundo na sua reflexão e prática artística. Nas pinturas podemos ver figuras enigmáticas e informes que o artista associa aos seus pensamentos e às formas fluidas do espírito. Remetem-nos para mundos paralelos, assim como os desenhos, oníricos, que recriam figuras de touros com forma humana. Já as aguarelas parecem trazernos a própria pulsação da matéria, que nas lacas se aglutina em poderosos maciços, certamente os calcários da Serra da Estrela, sua última morada. Esta é uma arte existencialista, de interrogação permanente. E depois de visitarmos as quatro exposições, podemos imaginar o artista. Não perturbado, mas talvez maravilhado com a multiplicidade inesgotável da existência, sempre pronta a deixar-se descobrir. São suas estas palavras: “Na minha pintura não há limites, ela é determinada por todas as coisas belas e horríveis do Cosmos”.

Laurinda Ribeiro

“Experimenta S. Pedro do Sul” de 28 de abril a 1 de maio Durante 4 dias, entre 28 de abril e 1 de maio, vai decorrer, no concelho e são Pedro do Sul, um conjunto de atividades desportivas, culturais e lúdicas, que visa oferecer aos participantes experiências únicas, no âmbito do programa “Experimenta S. Pedro do Sul”. A Aldeia da Landeira vai ser no-

vamente o centro das atividades ligadas às tradições, com oficinas da broa, de cestaria, de ervas medicinais, de croché, acompanhadas por música tradicional, animação de rua e ainda com espaço infantil. Destaque para a recriação histórica da chegada da Rainha D. Amélia, seguida de um jantar oitocentista e baile, com menu e

música da época, no Palácio Marquês de Reriz. No dia 1 de maio o Percurso Montanhas Mágicas vai levar todos os participantes a Regoufe, Drave e Gourim, conhecendo as paisagens únicas que as Serras oferecem.

Cine Clube de Viseu apresenta obra-prima de Kenji Mizoguchi

Rui Zink hoje no Carmo´81

O Cine Clube de Viseu apresenta, dia 24 (segunda-feira), pelas 21h30, o filme de encerramento do ciclo História(s) do Cinema. A noite é dedicada a uma das obras-primas do cineasta Kenji Mizoguchi: “Os contos da lua vaga”. Nome fundamental da história do cinema, Kenji Mizoguchi (1898-1956) é autor de uma filmografia vasta e única, composta por cerca de 80 e poucas obras, muitas delas desaparecidas. "O melhor dos realizadores japoneses. Ou, simplesmente, um dos melhores realizadores do mundo”, referiu Jean-Luc Godard. “Os contos da lua vaga”, uma história de fantasmas sem igual, é uma das suas maiores obras. Partindo de histórias de Akinari Ueda e Guy de Maupassant, trata-se de um assombroso conto de amor e perda, que mistura de forma única o real e o que nos transcende, e de um dos mais belos filmes alguma fez feitos.

A 2ª edição do Festival “cult.urb_viseu.fest”, no Carmo´81 prossegue, hoje (dia 20), com um workshop em edição de autor e técnicas artesanais de edição para crianças do 1º ciclo de escolaridade no Agrupamento de Escolas do Viso. Esta acção repete-se, amanhã, no Agrupamento de Escolas do Viso. Ainda hoje, às 22 horas, Rui Zink irá orientar um masterclass na área das Letras. Amanhã à mesma hora, haverá um concerto com os Riding Pânico. Dia 22, entre as 15 e as 20 horas, terá lugar uma feira do livro usado, mas também do CD, do DVD. Dia 24 haverá mais uma sessão do Shortcutz Viseu, parte dedicada ao 25 de Abril de 1974.

Mostra interativa de Engenharia Eletrotécnica O Departamento de Engenharia Eletrotécnica (DEE)) da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu do IPV, abre as suas portas, dia 27 de abril, na ESTGV, a partir das 9h00h, no intuito de proporcionar uma mostra interativa que motive os estudantes a prosseguirem a sua formação como meio de alcançar o sucesso. Destinado à sociedade em geral, com enfoque especial junto à comunidade estudantil do ensino secundário e profissional, o certame conta com palestras temáticas e uma forte componente prática, com atividades diversas a realizar nos laboratórios do DEE. Eletrónica, automação, robótica, instalações elétricas e máquinas elétricas são as áreas das atividades a desenvolver pelos participantes.


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Cultura 7

Quinta-feira 20/04/2017

Filólogo viseense Fernando Paulo Baptista de “língua afiada” contra o Acordo Ortográfico Fernando Paulo Baptista, filólogo, escritor-ensaísta e formador de professores de português, natural de Viseu, apresentou à Academia das Ciências de Lisboa (ACL), de que é membro, um estudo aprofundado, sob o título «Em Defesa da “Cientificidade” do “Código Ortográfico” da Língua Portuguesa». Este estudo, publicado, este ano, pela Tipografia Beira Alta, contém a firme proposta de salvaguardar a nossa Língua, ameaçada, na sua análise fundamentada, pelo Acordo Ortográfico (AO) de 1990. Considerando que a Pátria de Camões não deve subjugar-se aos "interesses do vil metal" que ditaram este "atentado à Língua Mãe", Fernando Paulo defende, desde já, a rejeição do AO, por parte da ACL. Até ao momento, nenhum dos membros da Academia contestou crítico-cientificamente o documento apresentado por Fernando Paulo. Contudo, esta instituição, tutelada pelo Ministério da Educação e Ciência, continua a obedecer ao Acordo de 1990. A cruzada contra as novas regras de ortografia - impostas por uma “anacrónica e retrógrada decisão política”, segundo afirma Fernando Paulo - tem, pois, em Viseu,

um dos seus mais incansáveis guerreiros. O filólogo não desiste de lutar por esta causa, rebatendo, um a um, todos os argumentos a favor do AO. Partindo da “incontornável importância da raiz das palavras”, demonstra que o acordo em vigor é "uma monstruosidade" nos planos “sofo-científico, filológico-linguístico e pedagógico-didáctico”. Por isso, propõe a revogação do AO, bem como, a reintrodução do estudo do Grego e do Latim na estrutura curricular global do Sistema Educativo e Formativo, designadamente nos planos de formação de Professores de Português. A proposta contempla, também, a “elaboração da «Constituição Ortográfica da República das Letras de Todos os Povos e Países da CPLP e da Diáspora Lusíada no Mundo», a ser levada a cabo, com o indispensável rigor científicopedagógico, por uma vasta, representativa, qualificada e multidisciplinar Comissão Académica de Especialistas”. Não é de agora a luta de Fernando Paulo contra o AO. Sempre que possível, tem erguido a sua voz, em palestas, seminários e debates. Em 2015, participou, em Lisboa, no Colóquio “Ortografia e

Fernando Paulo Baptista em plena intevenção na Academia das Ciências de Lisboa Bom Senso”, promovido pela ACL, com uma dissertação intitulada «Ortografia & Literacia», em que apresenta o seu “testemunho de gratidão à Língua Portuguesa – Património da Humanidade”.

Neste desígnio, Fernando Paulo Baptista é, também, autor dos livros «Tributo à Madre Língua» (Pé de Página Editores) e «Por Amor à Língua Portuguesa» (Edições Piaget), entre outras

“Dormir com Livros” dia 22 de abril na Biblioteca Dr. Alexandre Alves Pelo 11º ano, a Câmara Municipal de Mangualde convida as crianças entre os 6 e os 11 anos a “Dormir com Livros”, na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves. A sessão tem lugar na noite de 22 de abril, às 21h00, e tem como intuito assinalar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, que se comemora a 23 de abril, fomentando o gosto pela leitura junto dos mais novos, numa noite diferente, onde a maratona dos contos só termina quando o sono chegar. As crianças, acompanhadas do encarregado de educação, do pai ou da mãe, vão passar uma noite rodeados de livros e participar em diversas atividades. Apresentação do livro “O Elefante Tó Zé” de Susana Martins, espetáculo “Contos e cantos” com Dennis Xavier & Sofia Moura, contos

pela noite dentro com a equipa da Biblioteca Municipal, pais, mães e crianças e ceia partilhada fazem parte desta noite diferente. Na manhã de dia 23 de abril será

servido o pequenoalmoço a todos os participantes, oferecido pela Câmara Municipal de Mangualde. Cada criança e acompanhante deverão trazer um saco cama, pijama ou fato de treino, escova e pasta de dentes e o/s livro/s preferido/s, e ainda, um doce ou salgado para a ceia. As inscrições, gratuitas, mas obrigatórias, são limitadas a um máximo de 25 crianças (+25 adultos). A ficha de inscrição está disponível em www.cmmangualde.pt.

Biblioteca Municipal de Viseu vai duplicar capacidade de utilização Já foi aberto o concurso público para a obra de ampliação e requalificação da Biblioteca D. Miguel da Silva. O investimento ascende a 313 mil euros e visa ampliar a capacidade de utilização pública do equipamento, através da construção de uma nova sala de leitura, que irá

nascer no terraço do imóvel, com uma área útil de 240 m2. A obra deverá permitir duplicar a capacidade existente na atual sala de leitura, fazendo subir os atuais 72 postos disponíveis para um número que pode chegar a 160 lugares. Por outro lado, irão ainda ser criados 6 lugares de leitura ao ar livre.

A obra permitirá ainda, por outro lado, melhorar o comportamento térmico e de isolamento do edificado, resolvendo problemas estruturais de infiltrações no equipamento. O projeto é da responsabilidade do arquiteto Alexandre Marques Pereira.

obras e estudos dedicados à Língua e Literatura Portuguesas, à Educação e à Cultura. Sofia Meneses

CAVALHADAS DE VILDEMOINHOS Cavalhadas de Videmoinhos, Como as tuas, não há igual, Por mais que tentem, vizinhos! Não há melhor em Portugal...

Ouvida a justiça, fez razão, Moinhos, com água, p´ró pão, Em 24, grande manifestação, Há 400 anos, em comemoração!

Trambelos fazem cortejo, à parte, Grandeza, cor e luz, estandarte, Viseu, orgulha-se com tanta arte.

Em Vildemoinhos, há animação, Povo barrista, vive a tradição, Com amor e trabalho, na convicção.

Fernando de Abreu(Matisse13)


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8 Destaque

Quinta-feira 20/04/2017

Cavalhadas de preparam o melhor Com “ AJUSTE”, abrem se as seculares tradições aceitado o convite para encabeçar a lista como presidente é motivo de orgulho e uma grande satisfação por estar disponível para ocupar um lugar de tremenda responsabilidade, já que exige muito trabalho. José Costa, presidente da Assembleia Geral das Cavalhadas de Vildemoinhos É uma pessoa séria, de um diálogo permaVELOZMENTE,aproxima-se mular qualquer outra pergunta, nente, construtor de elos de licom grande expectativa, o dia 24 José Costa, presidente da Assem- gação de pessoas e instituições”. de junho, um sábado, a data tradi- bleia Geral das Cavalhadas, Entrando propriamente na cional para a realização do desfile, adiantou: “Ramiro Figueiredo é preparação das cavalhadas de pelas ruas da cidade de Viseu, das uma figura importante das Cava- Vildemoinhos 2017, começamos Cavalhadas de Vildemoinhos, no lhadas. Logo, o facto de ter cumprimento de honrosa tradição, de séculos ininterruptos. Daí que tenhamos ido surpreender a direção, que vive numa azafama para levar a cabo as melhores Cavalhadas de sempre, em ambiente salutar e próprio das gentes que transportam a tradição e o bairrismo dos trambelos, a preparar a organização do “ ajuste”, a 30 de abril, que dará inicio ao vasto programa festivo, culminando com o desfile das cavalhadas, como berrante cartaz turístico e artístico da região. Com ar responsável, calmo e seguro de quem sabe e vive a tradição das cavalhadas, Ramiro Figueiredo, o novo presidente da direção, começou por mostrar, desde logo, a sua satisfação por encontrar uma direção de excelência, ao referir: “Sem menosprezar as anteriores direções, acho que nunca houve um grupo de pessoas que constituem a atual direção, a que tenho a honra de pertencer, tão competentes, dinâmicas, nutrindo pelas cavalhadas de Vildemoinhos um forte amor bairrista, daí ter aceite ser presidente”. Sem nos dar tempo para for-

por lhes lembrar as enormes expectativas que rodeiam a realização do programa festivo para o corrente ano, devido ao alto nível a que chegou a fasquia nos últimos desfiles, pondo, desde logo, à prova do muito que se espera do dinamismo na atual direção. “Na verdade, as dificuldades são muitas, praticamente sempre as mesmas de todos os anos. Todavia, quanto à qualidade do cortejo, isso não terá grandes reflexos na medida em que acreditamos e porque trabalhamos para que seja muito melhor do que

aquele que se realizou ano passado, com mais carros tradicionais e alegóricos, garantidamente passarão de 18 do ano passado, para 25 no desfile de 2017. Este número, de viaturas, é significativo não podendo ser maior pelo bom senso que nos impera, por diversas razões, entre elas não importar a quantidade, mas a qualidade, depois são os problemas que causaria ao trânsito, impedindo-se a circulação nas ruas por onde o cortejo desfila e o tempo que demorava”, observou Ramiro Figueiredo. E logo, concluiu: “Portanto, conside-

Triunvirato - a força e o dinamismo para fazer das Cavalhadas a maior manifestação tradicional, cultural e artística da região

Mercado 2 de Maio em festa popular Em feliz iniciativa, a Câmara Municipal de Viseu chamou a si a organização e comemoração dos santos populares, ou seja, de uma cajadada, festejar três santos: Santo António, com as vistosas marchas envolvendo as freguesias; São João, festejado com o deslumbrante cortejo alegórico das Cavalhadas de Vildemoinhos; e o São Pedro, de chaves na mão, por enquanto, fica à espera da Morgadinha dos Canaviais, para com ela passear... Cheio de valentia está a Associação de Atividades Tradicionais de Vildemoinhos que, para além de festejar São João, da forma mais aliciante, dispersa-se por outras inicia-

tivas que o Município promove, nomeadamente no programa dos Santos Populares, com participação no Mercado 2 de Maio, fazendo arraial, tal como acontece em Vildemoinhos posteriormente na noite de 23 de junho, véspera do tradicional desfile das Cavalhadas. Este ano, haverá no Mercado 2 de Maio, sardinhas assadas, bifes, broa, vinhos e cerveja e a animação é feita com ranchos e conjuntos musicais, terminando a participação com a queima do pinheiro. Na continuidade dos atos, a direção vai levar a efeito um jantar de confraternização para entidades, convidados e

pessoas amigas que acompanham as Cavalhadas nas suas diversas fases de ajuda no trabalho e na parte financeira. Este acontecimento será em data a designar, no restaurante “ a Fábrica”, antiga Provir. Haverá ainda a apanha de rosmaninho, nos montes da freguesia de Calde e a missa celebrada, no dia 10 de junho, na capela de São João da Carreira, seguida de uma ranchada no largo de Vildemoinhos, gratuitamente para convidados e população em geral, neste dia por em 24 de junho haver diversa ocupação.


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Destaque 9

Quinta-feira 20/04/2017

Vildemoinhos cortejo de sempre ramos que os vinte e cinco carros tradicionais e alegóricos são o número ideal para o cortejo de 2017 de modo a ficar nos anais das cavalhadas como uma das mais belas demonstrações turísticas que Viseu irá usufruir na manhã de 24 de junho, este ano com muitas mais presenças por São João coincidir em dia de sábado”. O ano passado o cortejo alegórico abria com a GNR a cavalo, presença inédita, que encheu de brilho o desfile. Sim - concordou o vice presidente, Acácio Braguês da Costa que esteve na base do convite de tão honrosa presença. Mas para este ano ainda pairam intensas nuvens de incerteza sobre a sua participação para o desfile deste ano. “Na verdade, tal feito, foi uma conquista na qual trabalhei, com sucesso; todavia, para este ano, ainda não recebemos o ‘sim’ definitivo, para a sua nova participação. Esperamos, que, no entanto, venham a constituir novos aliciantes, na cabeça do desfile, até porque a esperança será a última a morrer. Mau grado, se algo o impedir, não vamos ficar de braços cruzados, virá algo de valor internacional, nomeadamente da Espanha, como um piscar de olho aos nossos vizinhos para que venham “ visitar Viseu!”. Nos últimos anos, as Cavalhadas de Vildemoinhos optam por designar um tema, obrigando alguns dos carros alegóricos apresentarem os seus trabalhos nessa

base decorativa. As Cavalhadas de 2017 impõem algum tema? “Evidentemente que, com esse procedimento os carros concorrentes não se dispersam tanto da realidade regional que nos interessa realçar e dar a conhecer a todos aqueles que nos visitam. Assim, depois de optarmos por temas históricos e tradicionais, este ano vamos trazer como tema ‘Os Bombeiros’, os conhecidos soldados da paz que, anualmente, tem tido imenso trabalho com risco da própria vida, para defender os nossos bens, pessoas e a economia do país. Daí que para além do merecido e justo reconhecimento, mostramos quanto lhe devemos” – disse com convicção o presidente da direção. Ano passado, a Infantuna, conjunto coral académico de grande valor cultural e artístico, ex-libris de Viseu, levando ao mundo sucesso pela alta qualidade, participou no cortejo alegórico com um carro comemorativo dos 25 anos da sua fundação. Na presença de um dos fundadores daquela associação Académica, procuramos se nas Cavalhadas de 2017 estariam novamente presentes com novo carro alegórico. A responda pela negativa, foi pronta: “Não, este ano, não!”. José Costa adiantou que tal “aconteceu, ano passado, por comemorar as bodas de prata, e no intuito também de dar a conhecer a nossa

profícua atividade cultural e artística. Para este ano, devemos dar lugar a outras iniciativas que certamente irão adorar ter semelhante procedimento”. Oportuno, Ramiro Figueiredo não deixou escapar a nega para lançar novo repto, de modo a ter novamente a presença da Infantuna de Viseu que tanto brilho traz ao desfile das Cavalhadas. “Impacientemente, as entidades oficiais e convidados aguardam no Rossio, cerca de vinte minutos que o desfile por ali passe, depois de uma pausa para descanso e reorganização, em Santa Cristina.. Nesse espaço de tempo, seria oportuno e da melhor qualidade preencher aqueles minutos com a atuação da Infantuna frente às bancadas onde se sentam as entidades e convidados, com a arte transbordante que a Infantuna sabe fazer, mimoseando quem assiste”. Logo, Acácio Braguês da Costa de imediato apoiou, voltando-se para José Costa, como que por imposição: “O convite, irrecusável,está aceite”, acrescentou, seguro da simpatia dos elementos da Infantuna de Viseu, sempre pre-

Ramiro Figueiredo, presidente da direção sentes quando as associações e entidades deles precisam. Num sorriso de bondade, amigo e franco, o presidente da Assembleia Geral, José Costa, não resistiu ao pedido dos seus colegas de direção, concordando, aceitou preencher o espaço morto, com a atuação de valor cultural e artístico dos simpáticos académicos. Ajuste das Cavalhadas No dia 30 de abril, vai realizar se, para os lados da Ponte Mourisca, o “ ajuste”, como o primeiro ato das tradições levadas a cabo pela gente trambela, antes vergar, do que partir..., a que se seguirão outros para terminar com o tradicional e grandioso desfile das Cavalhadas de Vildemoinhos, na

manhã de 24 de junho, com desfile pela ruas e avenidas da cidade de Viriato. De ano para ano, o “ ajuste” tem melhorado e transformado em arraial onde para além do comes e bebes, há musica ao vivo e toda uma animação na qual participam centenas de pessoas que se associam. No fim do dia, dá-se o regresso ao bairro de Vildemoinhos em cortejo triunfante, pela aceitação da nova direção, pelo povo!

Fernando de Abreu

É urgente redimensionar apoio às Cavalhadas de Vildemoinhos O trabalho patente no cortejo alegórico das Cavalhadas de Vildemoinhos de 2017, não é de um dia, mas sim de meses de trabalho fruto de um bairrismo, onde ainda tudo se faz pelo amor à causa. Assim lembrava o presidente da Assembleia Geral, José Costa, para logo prosseguir: “No nosso entendimento, é possível às instituições ajudarem mais ainda as Cavalhadas de Vildemoinhos, de modo a que possam fazer melhor para o turismo da região de que Viseu é cabeça”.

Na verdade, não haverá quem tanto dê, ao longo de meses e de anos sucessivos, para manter uma tradição, com qualidade. Daí a merecerem uma inquestionável ajuda compatível com tanta dedicação, para apresentar qualidade, grandeza e história, com 365 anos de tradição, chamando às ruas da cidade de Viseu milhares de pessoas. Perante tanta grandeza, torna-se imperioso haver um planeamento anual ou plurianual relativo ao apoio às Cavalhadas.

Acácio Braguês da Costa, vice-presidente da direção das Cavalhadas


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10 Entrevista

Quinta-feira 20/04/2017

25 de Abril de 1974. Diamantino Gertrudes da Silva tinha 31 anos de idade. Foi incumbido por Otelo Saraiva de Carvalho de comandar o Agrupamento November, que compreendia forças das guarnições militares de Viseu, Guarda, Aveiro e Figueira da Foz. Do Regimento de Infantaria de Viseu (RIV), partiram mais quatro jovens capitães - Aprígio Ramalho, Arnaldo Costeira, António Amaral e Amândio Augusto -, sem saberem se regressariam com vida daquela missão, diferente de todas as outras. A conquista da Terra da Fraternidade correu bem. Foi bonita a festa do povo unido. 43 anos depois, Gertrudes da Silva, coronel na reforma, recorda os momentos mais marcantes e reflete sobre o que resta dessa primavera de cravos.

“O que resta de Abril ainda é muito precioso” Onde vai estar no 25 de Abril de 2017? Desta vez, na noite de 24 para 25, estarei em Tondela. A véspera do 25 de Abril, dia 24, teve para nós um grande significado, porque a saída, na noite de 24 para 25, foi o momento mais difícil de todos. Portanto, na noite de 24, os meus camaradas do Porto reúnem-se e os de Lisboa reúnem-se, também. Eu costumava ir ao Porto, mas agora não vou, mas faço questão de ir a Tondela, à ACERT, onde fazem um espetáculo alusivo ao 25 de Abril.

com que, antes, havia encarado outras missões militares. Mas aposto que o coração bateu mais acelerado, quando ouviu na rádio, a 2ª senha da Revolução – Grândola Vila Morena -, que ditou a sua partida rumo à Figueira da Foz, seguindo-se o controlo do Forte de Peniche e, depois, Lisboa… É evidente, é evidente. Era mais uma missão, mas esta era completamente nova. Na guerra, a gente ainda fazia um planeamento. Aqui, o desconhecido era maior. Claro que também havia um plano de operações, mas era preciso que as coisas encaixassem umas nas outras. Nós tínhamos que atravessar zonas onde estavam implantadas unidades territoriais que eram adversas. Coimbra, nós contornamos com facilidade, mas tínhamos um problema sério que era Leiria – de Leiria é que saiu a força que foi cercar e prender os capitães do Golpe das Caldas. Era uma unidade adversa. E as Caldas da Rainha, também, porque soçobrou o golpe e aquilo ficou do outro lado.

As escolas continuam a chamá-lo para contar como foi? Olhe, tem sido, todos os anos, uma roda-viva, mas este ano, sintomaticamente ou não, ainda não tive nenhum convite, a não ser da escola da minha netinha mais nova que está no 4º ano do ensino primário. Acha que, com o passar do tempo, há tendência para a indiferença e para o esquecimento do tema, na comunidade escolar? Penso que sim. Isso independentemente da boa-vontade de muita gente para manter a chama acesa. Eu também sou um dos que procuram fazer isso. Mas dá-me a impressão de que o apego à mística do 25 de Abril enfraqueceu. Terá a ver com a conjuntura interna?... Ou com a falta de tempo dos próprios professores, que se queixam de estar absorvidos com burocracias?… Exatamente. Muitas vezes, quando vamos às escolas, sentimos que aquilo para os professores é um encargo. E há uns que preparam tudo muito bem e resulta e há outros que não preparam e não resulta. Mas a gente vai sempre. É um dever cívico? Sim, e eu estou sempre disponível. Tem, também, deixado o seu testemunho através da escrita, tendo já quatro livros publicados. Por que é que optou por criar um personagem - Júlio dos Santos Parente -, num misto de ficção e realidade, em vez de escrever uma autobiografia em vários volumes? A figura principal dos meus quatro livros é sempre mesma, o que muda é o cenário e o tempo. Mas o que há sempre, também, é a preocupação de fazer o culto do anti-herói. É essa a marca muito

profunda que tenho. Porque venho de origens muito humildes e nunca quis ser herói de nada. Isso percorre todos os livros. O capitão Parente pode dizer coisas que o Coronel Diamantino Gertrudes da Silva não diria com a mesma facilidade? Não, mas há uma preocupação que teria de abranger todas as personagens, que era não tratar ninguém, as pessoas concretas, pelo seu próprio nome, porque tenho respeito por elas. Por vezes, em determinados momentos, digo mal de determinados comportamentos, não sei se com justiça ou não. E penso que as pessoas em causa, hoje, podem ter filhos e netos. Além disso, nunca pensei em autobiografia, porque, como lhe digo, não me considero herói de nada. Já o tem dito noutras ocasiões. Salgueiro Maia é, para si, o único herói do 25 de Abril. Porquê? Sim, eu acho que foi. Ele teve nas suas mãos dois momentos cruciais do 25 de Abril, em que tudo se poderia ter perdido. Quer na Rua do Arsenal, quando teve que enfrentar os carros de combate que vinham do Regimento de Lanceiros, dirigidos por um brigadeiro

meio perdido da cabeça, quer no Largo do Carmo. Em ambos os casos, se havia ali uma cena de tiros ou se alguma coisa corria mal, o 25 de Abril estava perdido. Não há dúvidas, para mim: ele teve nas mãos o destino do 25 de Abril. Nem toda a gente concordará com isto, mas é a minha convicção pessoal. “Nós nunca tínhamos feito o 25 de Abril; e mesmo agora ainda não sabemos muito bem como foi que tudo aquilo aconteceu”, lemos no seu livro «Quatro Estações em Abril». Na altura, depois do fracassado Golpe das Caldas [16 de Março de 1974], estava consciente de que, ao assumir o comando do Agrupamento November, corria o risco de vir a ser preso, ou, até, morto? Com certeza. Pensei nisso. Todos nós pensámos nisso. Felizmente, correu muito bem. Se nós fomos, não digo heróis, mas verdadeiramente destemidos, foi no arranque, quando saímos daqui, com as tropas. Esse é um momento crucial, em que a gente não sabe se volta. Sentiu medo? Sim, medo, sim. Simplesmente,

nós já estávamos traquejados com a questão do medo, pela nossa exposição na guerra colonial, nomeadamente eu que vinha do nosso “vietnamezinho” que era a Guiné, onde a guerra era mesmo a doer. O que é que fazíamos nessas circunstâncias? Embora tendo medo, procurávamos suplantá-lo. No meu caso, tomei algumas medidas cautelares, relativamente à minha família. Que medidas? Eu e a minha mulher vivíamos num apartamento que tínhamos alugado e eu não me ia embora, não sabendo do meu destino, deixando ali a minha mulher sozinha e os dois filhos, que eram dois garotinhos pequeninos, um de colo, com meio ano e outro com 3 anos e pouco. Então, nessa tarde, fui para o quartel, tomámos conta do quartel, e, antes, fui levar a minha mulher a casa de um camarada. Ficou lá com a esposa dele, passou lá a noite, o resto do outro dia e, quando as coisas começaram a clarificar-se, pronto, ela regressou a casa. Em entrevistas anteriores, tem dito que participou no 25 de Abril com o mesmo sentido de missão,

Considera, como o Otelo, que a intentona das Caldas foi um “balão de ensaio” para o 25 de Abril? Não, penso que não. Nós tirámos proveito posterior, mas não tem nada a ver com balão de ensaio, porque aquela modalidade não se ia repetir. Porque aquela era a modalidade esgotada, que era a do chamado pronunciamento, em que todos os golpes contra o regime fracassaram. Uma unidade levanta-se, insurge-se, com a ideia de que, depois, todas as outras se vão agregar e estar com ela. Essa era a ideia das Caldas da Rainha. No 25 de Abril, não. Planeámos uma operação a nível nacional para atacar o poder do Estado em vários lugares, em várias frentes e tomar o poder. Não tem comparação nenhuma. Agora, o Golpe das Caldas foi útil. Na noite de 16 de Março, já tudo fracassado, aparece na televisão o presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, com aquele discurso das Conversas em Família, a dizer que foram apenas uns jovens oficiais que não pensaram bem e tal e tal… Mas isso serviu-nos, porque o regime julgou que tão depressa não haveria mais nada. O chefe da PIDE estava tão sossegado que até foi para Madrid, para uma missão qualquer. Portanto, ninguém desconfiava do 25 de Abril. Hoje, quando recorda os acontecimentos do “dia inicial, inteiro


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Entrevista 11

Quinta-feira 20/04/2017

Quando regressámos ao nosso regimento, os antifascistas organizaram a que foi, se calhar, a maior manifestação de todos os tempos em Viseu. E quem é que não sente o coração cheio nesses momentos?... e limpo” [Sophia de Melo Breyner], qual é o momento que primeiro lhe vem à memória? Vou-lhe dizer… Nós, até Peniche, não tivemos problema nenhum. Passámos pelo Regimento de Leiria, onde nos apeamos – eu e o capitão Costeira [que comandava as tropas provenientes do RIV] fomos à porta do regimento, estavam de prevenção rigorosa, tinham os portões fechados, veio o oficial de dia, um oficial miliciano, e nós perguntámos: “Passa-se alguma coisa na unidade?” E ele respondeu: “Não, nós não queremos nada com ninguém”. Eram as ordens que eles tinham do comandante. Nas Caldas também passámos bem. Em Peniche é que não pudemos concretizar a que era a nossa primeira missão, porque eles mostraram-se completamente renitentes. Recusaram render-se. Pois, e as ordens que tínhamos e que eu recebi diretamente do Otelo, eram claras: “Tiros só em último recurso”. E correu bem, nesse aspeto. Os únicos tiros e mortes que houve foram disparados e causados pela PIDE, em Lisboa. Aqui, na capital, ficamos à disposição do comando das operações e para mim, o momento mais feliz foi ver a alegria nas ruas. Começa aí, verdadeiramente, a Revolução dos Cravos… É isso mesmo. Sinto um grande orgulho por ter participado no 25 de Abril e tenho a grande felicidade de ter partilhado da alegria nas ruas de Lisboa e de ter vivido o carinho e o cuidado que as pessoas nos dispensavam, a mim, aos soldados, a todos os militares. Foi o momento mais empolgante. Dias depois, quando regressámos ao nosso regimento, os antifascistas organizaram a que foi, se calhar, a maior manifestação de todos os tempos em Viseu. E quem é que não sente o coração cheio nesses momentos?...

Nós tínhamos, antes do golpe militar, muito contacto uns com os outros. A nossa vivência, que era sempre de intervalos entre comissões, era entre famílias de militares. Não conhecíamos a sociedade civil, ou melhor, a sociedade não militar, porque vivíamos nessa redoma. Se havia um filho dum camarada que fazia anos, lá íamos todos; depois havia outro e lá íamos novamente… Andávamos nisto e dávamo-nos todos muito bem. E depois do 25 de Abril? De certa forma, aconteceu-nos a nós a mesma coisa que com os partidos políticos. Se calhar até cedo demais, quer num caso quer noutro, houve efetivamente, separação de águas, diferentes perceções do 25 de Abril. Ou seja, no dia 26, já havia camaradas que participaram no 25 de Abril, que diziam: “Esta revolução não era aquela que eu estava à espera”. Aliás, isto está documentado na própria noite de 25, quando apareceu a Junta de Salvação Nacional, cheia de contradições, com o Spínola a querer impor a sua marca. Aí, houve logo uma rutura entre os spinolistas e os não spinolistas. O 25 de Abril foi lindo, mas o 1º de Maio de 74 foi já um céu azul com muitas nuvens… Alteraram-se, então, os laços existentes entre os cinco capitães de Abril, do RIV? A própria profissão nos separou. Eles foram todos novamente para comissões nas antigas colónias. Eu não fui porque era dos mais antigos. Eles partiram quase logo a seguir ao 25 de Abril. No

Verão de 74, já cá não estava nenhum, fiquei sozinho. Enfim, separámo-nos. Mas hoje, damo-nos bem. E com o resto das tropas? Há laços que ficaram, principalmente ao nível de alferes... Continuam a encontrar-se regularmente? Não, aqui não ficou o culto do reencontro dos militares de Abril. Se calhar também não havia condições, porque nos dispersámos. Ao todo, quantos militares partiram do RIV, no 25 de Abril? Uma centena e pouco, entre oficiais, sargentos e praças. Não fomos muitos, porque não tínhamos viaturas. Tinha havido um incêndio que nos destruiu praticamente tudo. Lá ajeitámos quatro viaturas pesadas carregadas de pessoal. Conseguiram apurar as causas desse incêndio? Eu fui o oficial que investigou as causas prováveis. O que apurei foi que não havia envolvimentos políticos. Aquilo era a manutenção militar, era onde estavam os géneros que depois eram distribuídos para as messes, etc. E havia um rapaz que estava lá em permanência. Ele um dia, em pleno Inverno, ligou a braseira elétrica para aquecer os pés e deixou aquilo ligado. Ardeu tudo. Ficámos completamente desarmados em termos de viaturas. O que se salvou foi o que estava fora dos parques. Houve até necessidade de mobilizarmos a ambulância que se tinha salvo, não para funcionar como ambulância, mas para levar as rações de alimentação para o pessoal e as monições. Claro que também ia um maqueiro, para se houvesse alguma necessidade. E, como estava previsto nos planos, ia à frente o

Diamantino Gertrudes da Silva nasceu em Alvite, concelho de Moimenta da Beira, em 1943. Aos 20 anos ingressou na Academia Militar, seguindo depois a carreira de oficial do Exército, na Arma de Infantaria, até ao posto de coronel. Cumpriu duas comissões na Guerra Colonial, em Angola e na Guiné. Para além de outras condecorações, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, pela sua participação no Movimento do 25 de Abril de 1974. Escreveu quatro livros, marcadamente autobiográficos: «Deus, Pátria e… A Vida», «A Pátria ou a Vida», «Quatro Estações em Abril» e «Tempos sem Remição». meu próprio carro civil, comigo e com o capitão Arnaldo Costeira. Era preciso um carro civil com rádio, para ouvir os comunicados. A comunicação com o Posto de Comando é que não correu bem… Pois não, não correu bem, é verdade. O sistema de comunicações foi preparado ao pormenor por um oficial com muito mérito da Arma de Transmissões, mas depois a coisa não resultou. Isso teve muito a ver com os equipamentos que havia nas unidades, que eram muito fracos. Essas falhas criaram muito angústia? Muita angústia. É que, repare, a rede de telefones públicos (telefone fixo, que, na altura, não havia outros) continuou a funcionar. Eu até disse ao capitão Costeira, para ir a uma cabine, telefonar para Lisboa, para falar com o Comando. Isto em Peniche, onde fomos tratados muito bem por aquela gente. Foram fantásticos. Em Lisboa, depois do dia 25 de Abril, ficaram a vigiar a casa do general Spínola. Foi simples? Em Lisboa, comandei a minha tropa e estávamos sob as ordens de um oficial do comando das operações. Uma das missões foi de facto vigiar a casa do general

“Enchemos a nossa mesa grande da biblioteca do regimento, com padres a toda a volta e estivemos ali a discutir e a dizer qual era o nosso ideário. Que não pensassem que vinha aí a Revolução de Outubro, nem nada disso. Foi apaziguador”

Surpreendeu-o essa grande manifestação popular, numa cidade que, à época, era muito fechada e conservadora? Completamente. Até porque nós não tínhamos conhecimento desses subterrâneos dos antifascistas. A nossa vidinha era ali no quartel e pouco mais. Foram os dias mais felizes da sua vida? Sim… Retirando as partes afetivas da vida, o casamento e tudo isso. Em termos profissionais, foram com certeza os momentos mais felizes. Quer antes quer depois do golpe militar, quais os laços entre o Sr. Coronel e os outros quatro capitães de Abril do RIV, envolvidos no 25 de Abril?

Síntese biográfica

O capitão Diamantino Gertrudes da Silva, em Abril de 74

Spínola. Foi só um posicionamento, mais nada, nem foi preciso a tropa toda, foi só um pequeno plutão. Hoje, até vemos isso com certa graça, mas, aí, a maior parte das missões eram coisas pequenitas. Havia um alarme qualquer e lá ia a tropa, uma pequena secção com um furriel e quase sempre resolviam aquilo na hora. Voltando ao seu regresso a Viseu, após o golpe militar: foram recebidos de forma efusiva, mas, logo a seguir, foi preciso responder às inquietações da população, assustada, sem saber o que lá vinha. Sentiu a pressão do momento? Sim, o capitão Amaral, mais moderno [capitão há menos tempo] do que eu, sugeriu-me, até, que fizéssemos uma reunião com os párocos. Convidámo-los a vir cá, fizemos essa reunião, enchemos a nossa mesa grande da biblioteca do regimento, com padres a toda a volta e estivemos ali a discutir e a dizer qual era o nosso ideário. Que não pensassem que vinha aí a Revolução de Outubro, nem nada disso. Foi apaziguador. E nunca mais me esqueço de um padre progressista – o padre João – que nos ajudou muito nesse concílio. Era um homem com ideias muito esclarecidas e que apaziguou os colegas. Só reuniram com os párocos ou, também, com outros sectores da sociedade? Tivemos uma reunião com magistrados, sugerida por um advogado antifascista. E porquê? É que, às tantas, o poder parecia ter claudicado nas mais diversas instâncias, incluindo os tribunais. Os próprios advogados tinham processos a que não davam andamento. E então juntámos os magistrados e clarificámos determinadas coisas. Simplesmente, a máquina judiciária continuou a não funcionar e os problemas todos vinham ter aqui, desde as contendas mais pequeninas, sobre o rego da água e coisas do género. Tinha um advogado no meu gabinete, que lá ia ver o que se passava e eu, às vezes, ia com ele. Por vezes, o assunto esclarecia-se logo ali. “A festa, a grande festa, nem durou muito. Mas foi bonita”, lemos no seu terceiro livro «Quatro Estações em Abril». Quando é que a festa terminou? Para mim, no dia 25 de Novembro de 1975. Embora => antecedida de uma parte que já


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Entrevista 12

Quinta-feira 20/04/2017

“Andei envolvido nas campanhas de dinamização - foi talvez o período mais rico de toda a revolução. Normalmente tínhamos salas cheias e havia sempre aquelas perguntas: “Então como é que é essa coisa do socialismo, é como na União Soviética? E nós lá dizíamos que não (...)” não era festa. Quer dizer, o Verão Quente já não era festa. E à medida que se aproximava o Outono, menos festa era. O que havia já era um contar de espingardas, de todas as forças e de todos os setores. Vasco Lourenço diz, na entrevista a Manuela Cruzeiro («Do Interior da Revolução»), que “o 25 de Novembro repôs o 25 de Abril”. Obviamente, não concorda. Pois, é evidente que não concordo. De todo. Há uma coisa que eu costumo dizer: imaginemos que, por hipótese, no 1º de Maio, não se tinha passado a primeira grande cisão das forças políticas nacionais, entre o PS e o resto da esquerda; imaginemos que não tinha havido o 11 de Março e que os resultados das eleições para a Assembleia Constituinte não eram aqueles; Se tudo isto tivesse sido diferente, se calhar dependendo umas coisas das outras, possivelmente, nós tínhamos tentado uma experiência de um tipo de sociedade que não seria o comunismo, mas que era o socialismo para onde apontava o ideário do 25 de Abril e consagrado na Constituição da República. Isso não aconteceu, porque os militares também se dividiram e seguiram os políticos nessa divisão. No 25 de Novembro, é nítida uma esquerda mais radical do COPCON e companhia, uma outra esquerda não tão radical, que é o PCP, e, depois, o PS que aglutinou os militares do Grupo dos Nove. A intenção até podia ser outra, mas o resultado veio a ser o fim da revolução. Foi aí que alguns começaram a rotulá-lo de comunista? Não, foi muito antes!... Mas olhe, a mim, diretamente, nunca ninguém me chamou isso, que eu ouvisse. Mas eu envolvi-me na revolução de corpo inteiro. Era fácil, depois, nessa altura, e mesmo antes, a gente estar de costas e colocarem-nos um carimbo nas costas a dizer “comunista”. Mas envolvi-me. Fui muito marcado por uma viagem que fiz a Cuba, com Otelo Saraiva de Carvalho. Mas, vamos lá a ver: eu a partir de maio de 1974, fiquei aqui sozinho. E numa estrutura militar bestialmente rígida, que sofreu um golpe de rins fatal e em que as baixas hierarquias é que fizeram o golpe, é evidente que toda a estrutura de comandos se subverteu. Portanto, os comandantes, mesmo sendo coronéis, dificilmente assumiam a gestão das questões relacionadas com o processo revolucinário, o que não seria difícil de entender .Assim, tudo me era confiado. Havendo um coronel comandante,

havendo tenentes, coronéis, majores, etc., o Gertrudes da Silva é que resolvia, é que sabia, pronto. Isto em Viseu, cidade maioritariamente de direita... Sim, noutros sítios do país, colegas meus com o mesmo procedimento que eu, não ficaram assim conotados. Mas há uma coisa de que as pessoas se esquecem: as cabeças da Revolução foram também evoluindo e foram radicalizando, até ao Verão Quente de 75. Eu obedeci sempre às ordens que vinham de Lisboa e do Comando da Região Militar de Coimbra, ou do COPCON, a quem estava subordinada a minha unidade, ou até, do Governo, com o Vasco Gonçalves à frente. Eu nunca adulterei essa cadeia de comando. Eu, nesse sentido, assumo-me completamente como gonçalvista. Mas nunca o defendi publicamente. Antes pelo contrário, andei envolvido nas campanhas de dinamização - foi talvez o período mais rico de toda a revolução. Normalmente tínhamos salas cheias e havia sempre aquelas perguntas: “Então como é que é essa coisa do socialismo, é como na União Soviética?”. E nós lá dizíamos que não, que era um socialismo de-mocrático em

À varanda do Regimento de Infaria de Viseu,dia 29 de Abril de 1974, aquando da grande manifestação popular de apoio aos militares de degredo do Capitão (…), para um lugar bem longínquo e inóspito”. Resumindo, foi obrigado a deixar a mulher e os filhos, pois foi transferido para Bragança. Hoje que leitura faz dessa fase da sua vida? É o que eu chamo a travessia do deserto. Foi o resultado do meu empenhamento. Quem tomou as rédeas do poder depois do 25 de Novembro, encarregou-se de me encaminhar para Bragança. Tive que passar por esse calvário. Eu era um militar profissionalmente bem

“Hoje, há razões para se estar assustado. Seja como for, se tiver que escolher entre liberdade e segurança, escolho a liberdade”. que se mantêm as liberdades e essa coisa toda. Não sou o único a pensar que quem tirou mais proveito deste discurso foi o PS, precisamente por causa da palavra “Socialista”… Pouco depois do 25 de Novembro – e passo a ler o seu livro – “juntaram-se em Viseu as secções locais dos partidos que saíram vitoriosos da grande refrega para uso de legítimos poderes democráticos agora reconquistados decidirem o pedido

conceituado, a tal ponto que cheguei a Bragança e o comandante recebe-me muito bem e dizme assim: “Não me importo nada de o cá ter, antes pelo contrário. Simplesmente, você vai-me dar cabo da cadeia de comando toda”. É que eu passava a ser o segundo capitão mais antigo e, portanto, ele tinha que remodelar aquilo tudo para me colocar no lugar que me competia. Isto só para dizer que não era lá preciso para nada.

E, como veio a escrever, quem mais sofreu foi a sua mulher… É evidente, ficou sozinha, com duas crianças e a trabalhar. A partir daí, andei um pouco por todo o lado. Foi-me recusado o regresso a Viseu e chegaram a dizer-me que, se voltasse, corria o risco de levar um tiro pelas costas. Quem lhe disse isso? Não interessam os nomes, são águas passadas e não guardo mágoas a ninguém. Em 1978, acabei por regresar a Viseu, por imposição do comandante da Região Militar do Centro. Mesmo assim, a travessia do deserto continuou. Sendo o capitão mais antigo da unidade, fui substituir um tenente do serviço-geral, na carreira de tiro. Enfim, ainda passei, aqui, por essa humilhação. Mas tudo isto pertence ao passado. Hoje, continuo a ter as minhas utopias, gostava de viver num mundo melhor, mas convivo muito bem com toda a sociedade viseense. O 25 de Abril não é propriedade dos militares, nem dos políticos, nem de ninguém. Pertence a todos nós. Por isso, devemos lembrá-lo e defendê-lo em clima de harmonia social. O 25 de Abril cumpriu o que prometeu: Descolonizar, Democratizar e Desenvolver. Porém, nos últimos anos, a democracia e o desenvolvimento têm sofrido retrocessos e o país mais parece uma colónia submetida à ditadura do poder financeiro. É preciso um novo Abril? Pois, há muita gente me vem dizer isso. À primeira vista, pouco resta do 25 de Abril. Pouco resta do seu ideário que apontava para uma sociedade socialista. O que é que temos, hoje? Temos a liberdade. Mas a liberdade, se não andar de mãos dadas com a igualdade – igualdade de oportunidades –, não é liberdade nenhuma. O regime democrático tem sofrido uma

grande degradação. Não é só em Portugal, mas nós somos uma jovem democracia. Isso é que é pena, porque envelheceu muito depressa. Já a Maria de Lurdes Pintassilgo dizia “precisa-mos de reinventar a demo-cracia”. Outro grande resultado do 25 de Abril, foi a descolonização. Pese todas as insuficiências ou erros cometidos, o que é certo é que conferimos àqueles povos o direito de decidir o seu destino. Se não foram pelo melhor caminho, isso já não é culpa nossa. Enfim, pouco fica do 25 de Abril. Mesmo assim, acho que valeu a pena. O que resta de Abril ainda é muito precioso. De qualquer forma, não é possível fazer um novo 25 de Abril, porque ele resultou de circunstâncias especiais que não se repetem, das quais se destaca a guerra colonial. Olhando para o estado do mundo - Trump nos EUA, Putin na Rússia, Kim Jong-un na Correia do Norte, terrorismo um pouco por todo o lado -, o que escolhe: liberdade ou segurança? Eu prefiro a liberdade. Porque a segurança, geralmente, conduz a caminhos perversos. Mas o mundo atual, desgraçadamente, aproxima-se da conjuntura internacional dos anos 30 que desembocaram no fascismo, no nazismo, estalinismo e em tudo o que eram formas de ditadura. A História não tem leis rigorosas, mas tem padrões que aparentemente se repetem. As circunstâncias é que são diferentes. Mas, hoje, há razões para se estar assustado. Seja como for, se tiver que escolher entre liberdade e segurança, escolho a liberdade Sofia Meneses


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Saúde 14

Quinta-feira 20/04/2017

Projeto “Dou Mais Tempo à Vida” envolve população de Mangualde Drª. M. Lurdes Botelho CLÍNICA GERAL E DOMICÍLIOS

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Mangualde acolheu o lançamento do projeto “Dou Mais Tempo à Vida”, do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRCLPCC). Na cerimónia, que decorreu na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, marcou presença o edil mangualdense, João Azevedo, e a secretária-geral da NRC-LPCC, Natália Amaral. A preceder ao lançamento, realizou-se uma Ação de Educação para a Saúde sobre Prevenção de Cancro e a apresentação oficial do projeto. No final, ainda houve tempo para um momento musical que terminou com convívio e inscrição de equipas. Para João Azevedo, ‘trata-se de um projeto de grande nobreza para o concelho. Um projeto de solidariedade e de compromisso’. O edil congratula todos os mangualdenses envolvidos na iniciativa, acrescentando que se trata de uma iniciativa fundamental para “formar pessoas e educar para esta temática, porque vai aumentar o grau de conhecimento e criar uma maior consciência na nossa juventude. É imperativo estarem mais sensibilizados para prevenir e serem mais solidários com quem atravessa momentos difíceis”.

“Dou Mais Tempo à Vida” é um projeto comunitário que vai envolver a população do concelho de Mangualde, durante três meses, em atividades de promoção da educação para a saúde e prevenção do cancro, assim como a divulgação das iniciativas e dos serviços da LPCC de apoio ao doente oncológico e à família. O projeto concretiza-se através do desenvolvimento de diversas atividades onde é promovida a mobilização do indivíduo e da comunidade para a luta contra o cancro, nas suas

várias dimensões. A participação pode ser feita através da criação de equipas que irão desenvolver atividades de sensibilização para a problemática da doença oncológica e atividades de angariação de fundos. As equipas devem ter um número mínimo de sete e máximo de 15 elementos, e podem ser grupos de amigos ou conhecidos, familiares, colegas de trabalho ou de uma coletividade, de um bairro ou aldeia, etc.

Moimenta da Beira terá médico dentista na Unidade de Cuidados de Saúde Primários A Câmara de Moimenta da Beira já acordou com o Governo a colocação de um médico dentista ao serviço dos utentes locais. O protocolo de cooperação foi aprovado pela Autarquia e será assinado brevemente com o Ministério da Saúde. O médico dentista será contratado por concurso público, no âmbito do projeto-piloto de inclusão da medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Está previsto que durante o próximo mês de junho o serviço esteja já em funcionamento na

Unidade de Cuidados de Saúde Primários da vila. A autarquia suportará os custos da aquisição do equipamento necessário. O processo decorre da fase de alargamento nacional do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do SNS, medida que a Câmara de Moimenta da Beira apoia e que consta do programa do Governo. O objetivo é expandir e melhorar a capacidade da rede dos cuidados de saúde primários, através, designadamente, da ampliação da

cobertura do SNS na área da saúde oral. “Todos os utentes do concelho do SNS vão beneficiar com esta possibilidade de haver médicos dentistas de uma forma integrada com outros profissionais de saúde a exercer a profissão, particularmente a população economicamente mais desfavorecida”, sublinha José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira.

Saúde, investigação e ensino juntos no Centro Académico Clínico das Beiras O Governo, através da Portaria n.º 130/2017 de 7 de abril, determinou a criação do Centro Académico Clínico das Beiras, com sede no edifício da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, que tem como principal objetivo “o avanço e a aplicação do conhecimento e da evidência científica para a melhoria da saúde”. Este centro é um consórcio entre o Centro Hospitalar Cova da Beira, a Unidade Local de Saúde da Guarda, a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, o Centro Hospitalar TondelaViseu, a Universidade da Beira Interior (através da sua Faculdade de Ciências da Saúde e do Centro de Investigação em Ciências da Saúde), o Instituto Politécnico de Castelo Branco (através da sua Escola Superior de Saúde), o In-

stituto Politécnico da Guarda (através da sua Escola Superior de Saúde), e o Instituto Politécnico de Viseu (através da sua Escola Superior de Saúde). “A criação de um centro académico clínico potencia as capacidades de cada uma das instituições”, lê-se na Portaria. O consórcio pode vir a integrar, futuramente, outras instituições públicas que, “pela sua relevância, permitam desenvolver competências diferenciadoras na dinamização da atividade assistencial, académica e de investigação”. O centro irá desenvolver acções de “modernização e qualificação da educação em saúde, na dimensão graduada, pós-graduada e de educação continuada, aproveitando as sinergias que possam ser criadas com a for-

mação e treino que vierem a ser desenvolvidos de futuros profissionais das instituições de saúde que integram o Centro”. Está também previsto o desenvolvimento de ações colaborativas que promovam cuidados de saúde de qualidade, em especial, cuidados integrados inovadores com base numa crescente articulação entre cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados. Visa igualmente projetos colaborativos de investigação com reforço da cooperação nacional e internacional, desenvolvendo ao máximo as oportunidades oferecidas pela participação dos seus membros em redes de investigação nacionais e internacionais.


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Desporto 15

Quinta-feira 20/04/2017

Festa do Atletismo Jovem no 25 de Abril A Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, em parceria com a Termalistur e com o apoio da União de Freguesias de S. Pedro do Sul, Várzea e Baiões vai levar a cabo, uma vez mais, o Grande Prémio de Atletismo Joaquim Ramalho. A prova decorrerá no dia 25

de abril, com início às 10:00 horas, na Avenida Dr. Sá Carneiro, junto ao Complexo Desportivo Municipal. Pretende-se que esta prova de homenagem ao grande impulsionador da modalidade em S. Pedro do Sul seja a festa do atletismo jovem, estando aberta à participação de atletas até ao

escalão de juvenis. As inscrições são gratuitas e devem ser efetuadas no Complexo Desportivo Municipal ou através do email desporto@cmspsul.pt até ao dia 22 de abril. Todos os participantes terão direito a t’shirt e medalha alusiva à prova.

Casa cheia na entrega de apoio ao Grupo Desportivo "Os Ribeirinhos” A Câmara Municipal de Viseu (CMV) está a proceder à assinatura dos Contratos Programa do Desenvolvimento Desportivo / 2017, com os Clubes e Associações, que este ano tem como novidade a descentralização e a individualização dos mesmos. O clube Ribeirinho solicitou para o efeito, a devida autorização para a utilização do Auditório do Pavilhão Cidade de Viseu para que o Município de Viseu procedesse na tarde de quarta-feira (12) à entrega do apoio / incentivo ao Grupo Desportivo "Os Ribeirinhos". O clube "encheu" por completo o Auditório, através dos

atletas das «Escolinhas de Atletismo do GDR», dos pais / encarregados de educação, de alguns elementos da Direção e ainda esteve presente a treinadora /coordenadora Fátima Neves. Antes da assinatura do CPDD / 2017, ainda foram proferidas palavras de incentivo e motivação, quer para os jovens, quer para os elementos do elenco diretivo eleito em janeiro do corrente ano, pelo vereador do Desporto Guilherme Almeida. Por motivos de última hora, o presidente da CMV não esteve presente, que declinou a sessão para o seu vereador do Desporto. Con-

tou ainda com a presença do presidente da Freguesia de Viseu Diamantino Santos, que agradeceu a presença de todos e congratulou-se com o trabalho que está a ser desenvolvido nas «Escolinhas» que tem até ao momento vinte e cinco crianças. A sessão terminou com a assinatura dos documentos oficiais e a entrega ao presidente da Direção, Olímpio Coelho, a primeira "tranche" no valor de 907,08€, sendo o valor total da candidatura de 2.136,80 euros.

PA S S AT E M P O Nesta edição não haverá o habital espaço de passatempo, que retomaremos no próximo número.

nos 400 Livres a nadadora do Académico foi segunda classificada. Foi coroada de êxito a prestação dos Viseenses, que depois de uma paragem de três dias, voltam aos treinos, para preparar o "Dia Olímpico", que se disputará em Viseu nos próximos dias 22 e 23 de Abril.

marca que para além de bater toda a concorrência no Norte, é ainda melhor do que a marca da vencedora do Zonal Sul. Beatriz Cardeal conseguiu ainda subir ao pódio nos 200 Mariposa onde foi prata, conseguindo a mesma posição nos 400 Estilos. Nos 200 Livres foi conquistado o bronze, com muito esforço e época 2016/17

AF VISEU DIVISÃO DE HONRA JORNADA 26

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Ferreira de Aves GD Resende Penalva Castelo Carregal do Sal Silgueiros Sampedrense ACDR Lamelas Sátão GDC Roriz SC Lamego Castro Daire Paivense (VNPaiva) Mangualde Oliv. Frades Tarouquense Canas Senhorim

Resultados e classificações época 2016/17

PRIMEIRA LIGA JORNADA 29

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Benfica FC Porto Sporting V. Guimarães Braga Marítimo Rio Ave Chaves Feirense Boavista V. Setúbal Belenenses Arouca Paços Ferreira Estoril Praia Moreirense Nacional Tondela

época 2016/17

J

V

E

D GM GS P

26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26

16 16 13 11 11 10 11 11 9 10 9 7 8 6 5 0

7 5 6 9 8 11 6 4 10 6 7 11 6 5 6 3

3 5 7 6 7 5 9 11 7 10 10 8 12 15 15 23

46-24 44-20 41-32 33-20 37-28 34-25 40-39 45-37 43-36 38-35 34-37 23-23 25-32 22-38 26-45 16-76

55 53 45 42 41 41 39 37 37 36 34 32 30 23 21 3

Canas Senhorim 0-2 Resende SC Lamego 1-1 Silgueiros Sampedr. 3-4 Penalva Castelo Castro Daire 3-0 Ferreira Aves Sátão 2-3 ACDR Lamelas Roriz 1-0Carregal do Sal Tarouquense 2-0 Mangualde Paivense 1-1 Oliv. Frades

J

V

E

D GM GS P

29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

22 20 19 15 14 12 11 8 10 8 9 8 9 6 7 6 4 4

5 8 6 8 9 8 6 12 5 11 8 8 4 11 7 6 8 8

2 1 4 6 6 9 12 9 14 10 12 13 16 12 15 17 17 17

61-14 63-14 58-27 45-33 43-26 28-28 32-36 31-32 25-43 27-30 27-30 22-36 28-45 26-38 25-36 25-43 19-46 21-49

71 68 63 53 51 44 39 36 35 35 35 32 31 29 28 24 20 20

Belenenses 1-3 Estoril Praia Boavista 0-0 Paços Ferreira Benfica 3-0 Marítimo V. Setúbal 0-3 Sporting Chaves 2-3 V. Guimarães Arouca 2-0 Feirense Tondela2-1 Rio Ave Braga 1-1 FC Porto Nacional 0-1 Moreirense

PRÓXIMA JORNADA Rio Ave-Arouca Marítimo-Belenenses Tondela-Nacional Estoril Praia -V. Setúbal Sporting- Benfica Paços Ferreira-Braga V. Guimarães-Boavista FC Porto-Feirense Moreirense-Chaves

SEGUNDA LIGA JORNADA 36

Olímpio Coelho

Infantis em grande no Zonal Norte Com sete nadadores infantis a disputar o Campeonato Zonal Norte, o Académico de Viseu esteve em grande plano, com medalhas e marcas muito acima das que deram acesso a este torneio. O Torneio teve cinquenta Clubes, das Associações do Norte, Minho, Coimbra, Nordeste e Centro Norte de Portugal. Bruno Amaral levou à Mealhada Beatriz Correia, Beatriz Cardeal, Carlota Castro, Marta Ferreira, Gonçalo Ferreira, Rui Cabral e Tiberius Neagu. Todos, sem exceção, bateram as suas melhores marcas. Para além das excelentes prestações de todos acrescenta-se o facto de terem sido conquistadas cinco medalhas. O Torneio Zonal disputa-se em duas zonas, Norte e Sul, tendo tido lugar a prova do Sul em Sines. A atestar a valia dos resultados Viseenses, está o facto da vitória na prova de 800 Livres, alcançada pela Academistas Beatriz Cardeal, ter sido conseguida com uma

FUTEBOL

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Portimonense Desp. Aves Varzim Gil Vicente U. Madeira Penafiel Benfica B Santa Clara Académica Braga B V. Guimarães B FC Porto B Sporting B Sp. Covilhã Ac. Viseu Cova da Piedade Vizela Leixões Famalicão Freamunde Fafe Olhanense época 2016/17

J

V

E

D GM GS P

36 36 36 36 37 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 37 36 36 36 36 36

21 19 16 13 14 15 15 14 14 13 15 13 14 10 11 12 8 9 10 9 8 5

7 11 10 15 11 8 8 10 10 13 6 11 8 16 12 9 18 14 11 11 12 7

8 6 10 8 12 13 13 12 12 10 15 12 14 10 13 15 11 13 15 16 16 24

1 2 PRÓXIMA JORNADA 3 Ferreira de Aves-C. Senhorim 4 Resende - Lamego 5 Silgueiros - Sampedrense 6 Lamelas - Castro Daire 7 Mangualde vs - Sátão 8 Oliv. Frades vs - Roriz 9 Carregal do Sal - Tarouquense 10 P. Castelo - Paivense 11

Vouzelenses Nespereira FC Os Ceireiros GD Parada UD Vilamaiorense Alvite Viseu e Benfica Campia Sezurense Oliv. do Douro Santacruzense época 2016/17

58-30 v70 50-32 68 43-37 58 40-33 54 41-39 53 49-48 53 47-48 53 36-38 52 35-29 52 52-42 52 PRÓXIMA JORNADA 48-42 51 41-39 50 U. Madeira - Vizela 54-52 50 FC Porto B - Gil Vicente 38-37 46 V. Guimarães B - Varzim 40-45 45 Penafiel - Sporting B 36-48 45 Famalicão - Cova da Piedade 33-42 42 Sp. Covilhã - Ac. Viseu 58-30 41 Olhanense - Braga B 50-32 41 Portimonense - Desp. Aves 43-37 38 Fafe - Benfica B 4033 36 Académica - Freamunde 41-39 22 Santa Clara - Leixões

AF VISEU I DIVISÃO - ZONA NORTE J

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Leixões 2-1 Académica Varzim 0-1 FC Porto B Gil Vicente 2-0 V. Guimarães B Sporting B 2-0 U. Madeira Freamunde 1-0 Santa Clara Braga B 2-1 Portimonense Vizela 1-1 Olhanense Ac. Viseu 1-2 Penafiel Desp. Aves 2-1 Sp. Covilhã Benfica B 2-0 Famalicão Cova Piedade 3-1 Fafe

20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20

V 16 16 15 10 7 7 7 4 4 5 3

E 3 1 3 3 4 4 3 6 4 1 0

D GM GS P 1 3 2 7 9 9 10 10 12 14 17

49-15 57-23 48-19 41-32 32-29 25-26 35-38 21-27 27-53 23-50 18-64

JORNADA 21

51 Oliv. do Douro 0-0 Alvite 49 Vouzelenses 4-1 Sezurense 48 33 Santacruzense 0-1 Campia 25 Viseu Benfica 1-1 Vilamaior 25 24 Nespereira 6-1 Parada 18 16 16 9

AF VISEU I DIVISÃO - ZONA SUL

Molelos Vale de Açores Repesenses Moimenta Dão Nelas Nandufe Vila Chã de Sá Pedreles Sp. Santar Santacombadense S. Cassurrães

J

V

E

D GM GS P

20 19 20 19 20 20 20 20 20 20 20

16 14 13 10 10 8 8 5 3 3 3

4 2 1 4 3 3 2 7 3 2 1

0 3 6 5 7 9 10 8 14 15 16

54-11 59-16 42-21 36-29 43-24 36-38 22-34 26-36 23-61 22-59 13-47

52 44 40 34 33 27 26 22 12 11 10

JORNADA 22 Molelos 6-1 S. Cassurrães Santacomba 2-0 Repesenses Vila Chã de Sá 2-1 Vale Açores Sp. Santar 0-0 Pedreles Moimenta Dão 2-1 Nandufe

PRÓXIMA JORNADA

época 2016/17


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