Notícias de Viseu - 7 de Novembro 2019

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLIV - Nº 2202 - Quinta-feira, 7 Novembro 2019 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

Contributo solidário de Viseu permitiu construir 10 habitações na Ilha do Fogo

Câmara de Viseu aprovou orçamento de 103,3 ME para 2020

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novembro 2019 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de Outubro 15000ex Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO

Viseu........................................ 3/4 Diversos.................................. 2/6 Saúde........................................ 7 Publicidade .......................... 5/8

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AO SUPREMO ARQUITETO DO UNIVERSO Por Celso Neto Em dia de Todos os Santos De quem não sei os nomes, por serem tantos Peço ao Supremo Arquiteto Que utilize o Seu Direito de Veto… Para manter em ordem Chamai o Trump e o Putin para a Vossa beira Porque a nossa Vida não é uma brincadeira Que eles manipulam a seu belo prazer Decidindo quem e onde vai morrer! Chamai, também, todos os outros ditadores Autores e co-autores dos horrores Que fazem deste mundo um inferno Com o equipamento de guerra, ultramoderno! Protegei os inocentes e as crianças Livrai-os das doenças e das “matanças” Dos pedófilos e dos terroristas assassinos Que invocam motivos Divinos Para a sua cobarde cruzada De matar pessoas, por tudo e por nada! Fechai-os a sete trancas Nunca deixai as portas francas Se isso acontecer, para desventura nossa Eles vão voltar a fazer asneira grossa Porque vão querer voltar à Terra E, então, ninguém conseguirá acabar com a guerra… Conservai-os por aí Junto de Ti… Mas cuidado com os princípios doutrinais Que têm inculcados nas suas mentes ditatoriais Faz deles mulheres e homens eternos A “penar” nas profundezas dos infernos!

PARA UMA SOCIEDADE MELHOR Por Humberto Pinho da Silva No tempo da minha juventude, conheci mocinha, de origem modesta, mas rica de inteligência, esperteza e perspicácia. Enxergava, com clareza, intenções, onde a maioria, apenas entrevia palavras e gestos. Era pequenina, graciosa nos meneios, de lábios finos, cheios de simpáticos sorrisos. Delicada, como bonequinha de biscuit. Gostava de dialogar com ela, acompanhando-a, com satisfação, o raciocínio, quase sempre acertado e oportuno. Perdia há muitos anos, nos encontros e desencontros da vida. Tive pena, porque seu espírito crítico, era-me útil. Graças a sortilégios da técnica do Facebook, reencontrei-a, já no crepuscular da vida, mas ainda com a frescura e a perspicácia, que conheci. Certa ocasião, falava-se de novelas de TV, quando ela saiu-se com esta: “- As novelas, não são escritas para nos entreter, mas, modificar o nosso pensamento.” Já havia chegado a essa conclusão, mas, a frase ficou-me gravada na memória, como verdade incontestável. A maioria das novelas de TV, são verdadeiras lavagens cerebrais, no intuito de alterar, sem sentir: comportamentos, ideologias, e conceitos morais. Constantemente somos bombardeados pela televisão – e não só, – com ideias e conceitos da Nova-Moral, de forma a inculcar, mormente na juventude, novos conceitos e comportamentos, que certas minorias, pretendem impor: por interesse económico ou prazer mórbido de perverter a sociedade. Dizem-me: As novelas são o espelho da sociedade atual. Será? E que sociedade? Anos há, escutei na “Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto”, interessante conferência, proferida pelo inesquecível comunicador, António Lopes Ribeiro. A determinado passo, da dissertação, asseverou: “ O cinema não é nem mais, nem

UM ABADE DE “ SANTO ILDEFONSO” Por Humberto Pinho da Silva Durante o verão, estive na casa de praia. Nas horas de lazer, que eram quase todas, entretinha-me a reorganizar a minha biblioteca de férias, que há muito não o fazia. Deparei, entre outros livros, a colectânea de crónicas do conhecidíssimo jornalista: Agostinho Campos (“Jardim da Europa” - Edição Alaud e Bertrand - Lisboa, 1919) Abri, a obra, ao acaso, e encontrei referencias a velho abade da Igreja de Santo Ildefonso, no Porto, o Dr. Moreira Freire. Após tecer rasgado elogios ao insigne sacerdote, como homem e como padre, o cronista, narra curiosas anedotas, ou melhor: ditos espirituosos, do ilustre abade, que corriam, na época, pela cidade do Porto. Para regalo do leitor portuense, amante das coisas e ocorrências de inilio tempore, vou utilizar a saborosa prosa do grande jornalista e notável linguístico, do início do século XX.: “ Já nos últimos anos, minado pela dispepsia cujos caprichos dolorosos o faziam dizer que tinha estômaga, o abade saíra à rua pela primeira vez, emagrecido por uma longa crise. Todos o saudaram carinhosamente pela convalescença, e uma das suas

ovelhas mais fiéis e mais indiscretas cumprimentou-o desta maneira: “ Muito folgo, Sr Abade, de o ver outra vez restabelecido. De mais a mais alguém me disse que V. Revª não tinha cura. “- Enganaram-na, minha senhora: tenho duas curas, respondeu logo o Dr. Moreira Freire. “ De outra vez, numa sala, em conversa ligeira, certa dama queixava-se da injustiça com que os homens acusavam as mulheres de curiosidade. E, voltando-se para ele, perguntou-lhe de chofre: “ - Não é verdade, Sr. Abade, que os homens são tanto ou mais curiosos do que as mulheres? … “ - Os homens mais curiosos são os padres no confessionário. Mas é prudente não esquecer que são homens… vestidos de saias.” Consta que o Dr. Moreira Freire, foi sacerdote exemplar e irrepreensível. Possuía grandes virtudes, e era bastante modesto, a ponto de recusar honras e distinções, que lhe quiseram dispensar. Nos tempos prosaicos, que correm, nem sempre é fácil topar sacerdote de semelhante quilatar. É pena…para bem da Igreja e dos

menos, do que o espelho da sociedade.” Concordei e concordo. Mas não será, a sociedade, também, o espelho do cinema e da novela televisiva? É inegável que o carácter é alicerçado, em tudo que: vemos, ouvimos e lemos. As leituras; o escritor que preferimos; o jornal e a revista, que compramos; os programas de TV, que assistimos; e o canal de televisão que vemos, exercem, sobre nós, efeito determinante, no nosso comportamento. Igualmente, os locais, que frequentamos: os divertimentos; os amigos; e até o bairro que se vive, influenciam o nosso modo de pensar e agir. Quem manda, quem tem o poder, conhece perfeitamente, isso, e utiliza-os para moldarnos, a seu belo prazer, tão subtilmente, que pensamos que as ideias são nossas, e não deles! … Eu sei, que não há uma sociedade, mas várias, na mesma cidade. Cabe a cada qual, escolher e integrar-se naquela que o ajude a peregrinar, pela vereda do bem. Sem dúvida, que cabe aos pais e á família, o dever, diria: obrigação, de orientar e criar nos filhos bons hábitos, que lhes forme: carácter honesto e sadio. O bom exemplo, que recebemos dos progenitores, e a conduta que nos ensinaram, são importantes, não só para nós, como para os outros, porque: a Pátria não é mais, que o conjunto das Famílias. Por isso, devido à decadência das famílias, a Pátria deixou de ser local seguro: O crime campeia; o respeito acabou; o pudor desapareceu; e a honra e a dignidade, vende-se, tal qual, como Fausto vendeu a alma. É urgente salvar a nossa civilização. Voltar aos conselhos bíblicos; educar e louvar a virtude; se não queremos caminhar para a promiscuidade. Que nos levará à destruição, ao aniquilamento total da sociedade, que já foi de Cristo.

À procura do) ETERNO Por Celso Neto

Só é eterno o que não tem lugar para onde ir Só é feliz quem é capaz de sorrir… Eterno é o Universo Porque é face sem reverso É o peso sem balança Que está para além do que a vista alcança… É a distância sem medida É a linha da meta … sem linha de partida! Faz-me sorrir quem pensa que é eterno E que a “bater no peito” se livra do inferno… O nosso destino é continuar a fazer parte do Universo Desse infinito sem reverso Onde tudo começa e tudo acaba E a nossa opinião não conta para nada! O Amor é eterno! (enquanto dura) Tal como a morte ou a ternura… Só morreu o que ninguém lembra E dar vida não é algo que se aprenda… Bem queriam muitos humanos ser eternos Mas vão, na mesma, bater com os ossos nos infernos!


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Contributo solidário de Viseu permitiu construir 10 habitações na Ilha do Fogo Em visita oficial a Cabo-Verde, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, testemunhou a aplicação da contribuição solidária atribuída pelo Município em 2015, no valor de 10.000 euros, à cidade de São Filipe, na Ilha do Fogo, no âmbito dos trabalhos de recuperação após a violenta erupção vulcânica de 2014, que destruiu grande parte das habitações na zona de Chã das Caldeiras. Por via desta contribuição

foram construídas 10 casas de habitação familiar, num esforço de construção superior a 100 casas. “Pude testemunhar com os meus próprios olhos a boa aplicação do esforço solidário de Viseu e receber a expressão de gratidão do povo cabo-verdiano e foguense. O nosso dever de solidariedade

com uma cidade geminada foi recompensado”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Viseu. Em 2019, assinalam-se os 25 anos sobre a geminação das cidades de Viseu e de São Filipe Em audiência realizada nos Paços do Concelho cabo-verdiano fez-se um balanço da parceria entre as duas cidades e elegeramse novas prioridades para futuro, nos domínios da cultura, educação, turismo e cooperação técnica.

“Tinto no Branco” leva ao “Morabeza” a cultura gastronómica de Viseu O património e a cultura gastronómica de Viseu estiveram em destaque no festival literário MORABEZA, na ilha do Fogo, promovido pelo Ministério da Cultura

e Indústrias Criativas de CaboVerde, que terminou este domingo. A convite da organização, o Vereador da Cultura e do Turismo do Município de Viseu, Jorge Sobrado, e o Chef do Mesa de Lemos, Diogo Rocha, realizaram uma conferência sobre o tema “Gastronomia e Literatura”, no qual foi ainda pré-apresentada o novo livro de Diogo Rocha “Queijaria do Chef” (edição LEYA), que terá apresentação oficial no festival literário de Viseu “Tinto no Branco”, no próximo mês de dezembro. O valor patrimonial da gastronomia regional, o seu potencial literário e turístico, e os atributos agroali-

mentares e vínicos de Viseu marcaram a conversa. Também nesse mesmo dia foi organizada uma prova gastronómica de Viseu para escritores convidados do festival MORABEZA, que contou com a presença do Ministro da Cultura cabo-verdiano, Abraão Vicente, do Presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, e de Germano Almeida, Prémio Camões 2018. Na programação do festival, o Vereador da Cultura moderou ainda o debate de dois relevantes escritores africanos de língua portuguesa, Abdulai Sila (Guiné Bissau) e Samuel Gonçalves (Cabo-Verde), subordinado ao

tema “Porque precisamos de livros hoje?”. A parceria cultural entre Viseu e Cabo-Verde nasceu em 2018, no âmbito do protocolo de cooperação entre o Município de Viseu e o Ministério da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo-Verde, que procedeu à geminação dos festivais literários “Tinto no Branco” e “MORABEZA”, considerado o mais relevante evento literário africano de língua portuguesa. Entre 6 e 8 de dezembro de 2019, o festival literário “Tinto no Branco” voltará a contar com a participação de escritores cabo-verdianos, à semelhança de 2018.

Câmara de Viseu aprovou orçamento de 103,3 ME para 2020 A Câmara de Viseu aprovou um orçamento de 103,3 milhões de euros para 2020, que é “o maior dos últimos dez anos”, segundo o presidente da autarquia, Almeida Henriques (PSD). Aprovado com os votos contra dos três vereadores da oposição (PS), o orçamento do município e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) é de 103,3 milhões de euros, quando o deste ano foi de 89,1 milhões de euros, o que traduz sobretudo o aumento das receitas e despesas de capital. “O documento renova a aposta naquilo que são os princípios da governação (municipal) e do programa Viseu Primeiro 2017/2021, apostando na educação, na coesão social, na cultura e no desporto, no

desenvolvimento económico e ambiente e na mobilidade e ordenamento do território”, disse Almeida Henriques aos jornalistas, no final da reunião. Segundo o autarca social-democrata, “trata-se de um orçamento muito realista, que tem como principal objetivo a criação de um ecossistema de qualidade de vida”. Almeida Henriques realçou que “a despesa de capital cresce mais de 12,9 milhões de euros, o que culmina num montante de 44,2 milhões de euros”. “Para este total concorrem, sobretudo, a aquisição de bens de capital - cuja aposta de 30,4 milhões de euros será aplicada, fundamentalmente, na rede viária do concelho e em diversas instalações

do município - e as transferências de capital”, explicou. O autarca referiu que, nesta última rubrica, “o total de 12,4 milhões de euros irá repartir-se, particularmente, entre o desenvolvimento das freguesias, o apoio às famílias e a realização de contratos-programa com a Viseu Novo SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana)”. O orçamento do próximo ano prevê mais de 86% das Grandes Opções do Plano, com mais de 59,3 milhões de euros para as funções sociais e económicas. “Deste montante, 53% estão alocados a funções sociais e tal só é possível dada a solidez financeira do município”, frisou. Almeida Henriques realçou o investimento no Viseu Educa (seis

milhões de euros), no Viseu Social (quatro milhões de euros), no ambiente (3,8 milhões de euros) e no Viseu Local, “que tem um impacto mais direto nas freguesias” (8,3 milhões de euros). De acordo com o autarca, tem também “um forte impacto” no orçamento o apoio ao desporto e à cultura (9,4 milhões de euros) e à mobilidade (12,9 milhões de euros). “À semelhança dos anos anteriores, também este ano as despesas correntes são inferiores às receitas correntes, o que significa que nós transferimos 12,6 milhões de euros (um aumento de 37,8%) de receitas correntes para despesas de capital”, sublinhou. Os SMAS vão continuar a privilegiar o investimento em água e

saneamento, com um total de quase três milhões de euros destinados à execução de empreitadas e lançamento de novas obras. Os vereadores do PS consideraram que o documento aprovado “é a prova da incapacidade para concretizar e para dar seguimento a compromissos”. “Juntam-se todos os adiamentos neste documento”, afirmou o socialista José Pedro Gomes. No seu entender, “difícil não é prever, difícil é executar”, e “basta analisar as taxas de execução dos últimos anos”. “Senhor presidente, já não acreditamos”, frisou, acrescentando que o PS fará apreciações mais apuradas na Assembleia Municipal.


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Diversos

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Curta-metragem “Raquel” vence Festival Vista Curta de Viseu deste ano A curta-metragem " Raquel”, de Ana Paula Pais e Sara Baga, venceu o prémio nacional do Festival Vista Curta 2019, promovido pelo Cine Clube de Viseu, que decorreu nesta cidade entre terçafeira e sábado. A Curta vencedora do festival conta a história de Raquel, que tem 94 anos de idade e prometera à sua mãe aprender a dançar em troca de “um vestido de baile igual aos que via nas matinés dos anos [19]30 em Lisboa, antes de se casar e se mudar para as Beiras”. Em estreia nesta edição do Vista Curta, “Raquel” reflete sobre “a interioridade do corpo de um país através do corpo da gente que nele vive”, sintetiza a organização

do festival. Designer de comunicação, curadora e diretora de arte, Ana Paula Pais tem realizado “peças de caráter documental e experimental para exposições e residências”, entre outros trabalhos premiados. “Raquel” é a sua “primeira curtametragem docuficcional”. Realizadora independente de documentário e videoarte, Sara Baga, que recebeu o prémio de melhor filme lusófono no FESTin 2011, pela sua primeira longa-metragem documental (“Hortas Di Pobreza”), atualmente realiza e produz “Seed Act”, cujo primeiro de cinco episódios foi estreado em 2015. Na Competição Local, dedicada

aos filmes realizados no distrito de Viseu ou por autores do distrito, venceu a curta-metragem “Purpleboy”, de Alexandre Siqueira, história de “uma criança que procura construir uma identidade enquanto tenta corresponder às expectativas exteriores”. Óscar germina no jardim dos seus pais e “ninguém sabe qual é o seu sexo biológico, mas ele reclama o género masculino”, conta a curta de Alexandre Siqueira, que nasceu no Rio de Janeiro em 1980. Alexandre Siqueira, que desde 1999 desenvolve e colabora em vários projetos de cinema de animação, concluiu em 2010 o curso de cinema de animação na Escola

La Poudrière, onde realizou “Voyage au Champ de Tournesols”. Cada uma das curtas-metragens premiadas recebe um valor pecuniário de 1.500 euros. O Vista Curta 2019, que terminou no sábado à noite, deu particular destaque ao trabalho do cineasta português José Vieira, designadamente através da realização de colóquios e da exibição de quatro filmes: “A Fotografia Rasgada" (2002), "O Pão que o Diabo Amassou" (2012), "A Ilha dos Ausentes" (2016), e “Souvenirs d'un Futur Radieux" (2014), que abriu a edição deste ano. Habituado a trabalhar com os mais jovens, o Cine Clube de Viseu quis envolvê-los também na pro-

gramação do Vista Curta e, aproveitando a celebração dos 20 anos de classificação do Vale do Côa como Património Mundial da Humanidade, propôs-lhes uma viagem “à descoberta da origem da arte. O Festival Vista Curta aposta, de acordo coma a organização, na “produção independente, maioritariamente regional, mostrando também a produção nacional que interpela a interioridade, refletindo a importância de uma prática política e artística no cinema".

Baldios, migrações e fronteiras nos próximos documentários de José Vieira Os baldios em Portugal, concretamente no interior do país, são tema do novo filme de José Vieira, a estrear em 2020, revelou o realizador radicado em França, presente no festival Vista Curta do Cine Clube de Viseu. Os baldios andam a ser trabalhados “há alguns anos" pelo realizador, "já com muitas horas” de filmagens e “muito trabalho feito”, mas “só agora é que chegou o financiamento do lado português, porque de França já havia”, revelou José Vieira à Lusa. O realizador desejava ter apresentado o filme ainda este ano, mas, agora, “já será possível em 2020”. Nascido em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, emigrante em França desde 1965, para onde partiu com a família aos sete anos, José Vieira falou à agência Lusa durante o festival Vista Curta, do Cine Clube de Viseu, que dedicou a edição deste ano ao cineasta que tem dedicado o seu trabalho aos emigrantes com longas-metragens como “A Fotografia Rasgada”, de 2002, e “A Ilha dos Ausentes”, de 2016. “Para mim é muito agradável estar aqui [em Viseu]. O que é agradável é poder vir aqui assistir às sessões e aos debates e ir dormir a casa dos meus pais, em Oliveira de Frades, onde nasci [...].

Estou mais à vontade, não estou num hotel, é muito mais agradável”, começou por assumir o cineasta. Com todo um historial cinematográfico dedicado à emigração, José Vieira não esconde que, todos os seus filmes têm a emigração presente, como este em que está a trabalhar. Este novo projeto, porém, “é mais dedicado aos baldios, que o Estado ocupou nos anos [19]40, deixando os mais pobres na miséria, sem terra, e obrigando as pessoas a saírem dali, porque não havia meios para viver”. “Pedi que explicassem o que é um baldio, porque as pessoas em França não sabem o que é um baldio, porque baldio é uma coisa portuguesa. Existiu em toda a Europa, mas desapareceu, mas em Portugal ainda existe”, contou. Mais do que saber o que é um baldio, a José Vieira, porém, o que “interessa é descobrir através da história das pessoas” a realidade de que ouvia falar em miúdo, em casa, e, para isso, e “sempre com a máquina de filmar na mão”, foi para “a serra gravar as pessoas, estar com elas, [gravar] as cantigas e as histórias de vida”. “Sempre pensei que se pode fazer história a partir das memórias das pessoas. A memória não é a história, mas a memória pode con-

tribuir para a história, porque, para fazer história, é preciso trabalhar, ir aos arquivos, consultar os arquivos e foi o que fiz”, adiantou o também sociólogo. O trabalho, porém, tem-se revelado “muito difícil”, porque, como explicou, “não há registos daquela época, em lado nenhum, aparece uma coisa ali outra noutro sítio, mas não há nada, porque na altura não se registava nada, principalmente do povo. Há registos das casas dos guardas e de estradas, do povo é que não”. A par deste filme, José Vieira tem em mãos outros projetos, um deles, também já com financiamento, tem em foco a fronteira, os migrantes e a fronteira, neste caso a franco-espanhola, em Hendaye, na atualidade, e as que emergem a partir dessa passagem. “Há muitas pessoas, milhares mesmo, que morrem nas fronteiras, sabemos bem. Também morreram alguns portugueses na década de 60, mas agora é diferente. Como é que se passa a fronteira geográfica e como é que se passam todas as outras fronteiras? Da língua, da cultura, tantas outras que não são geográficas?”, questionou. É naquela fronteira, em Hendaye, que “muita malta nova que vem de África” passa atualmente, “porque quando Itália fechou as

fronteiras, as pessoas que vinham da Líbia, passaram por Marrocos e atravessaram Espanha e chegaram ali, àquela fronteira”, com França. “Há uns dois ou três anos não passava praticamente ninguém por lá, praticamente não existia, já nem polícia lá havia e, quando Itália fechou as fronteiras, voltou a haver. Quando comecei o filme era sobre os portugueses, na década de 60. Mas agora existe esta realidade. Todos os dias chegam pessoas vindas de países africanos”, contou. Sobre este trabalho José Vieira não quis revelar muito mais, porque “os filmes vão-se construindo e vão ganhando forma à maneira que se vai filmando e ouvindo histórias”, mas é, a par da película sobre os baldios, “um filme grande para terminar em 2020”. Ainda por terminar está também a história de Adsamo, na Serra do Caramulo, no concelho de Vouzela, distrito de Viseu, onde fez o filme “O Pão que o Diabo Amassou”, estreado em 2012. Na altura, “existiam umas 60 ou 70 pessoas” e, agora, “devem ser menos de 50 e, tirando um casal jovem, os mais novos já têm mais de 50 anos”. O documentário cruza gerações, recupera memórias de uma população envelhecida, lembra os que partiram para trabalhar no

Alentejo dos latifúndios e na poluição da antiga cintura industrial de Lisboa, ainda durante a ditadura, encontra sobreviventes da Guerra Colonial, e consegue um retrato do país e da sua história, numa aldeia no topo da serra, para onde apenas os seus habitantes se dirigem. Agora, "a minha ideia é ver como é que uma aldeia está a desaparecer -- e vamos ver se vai desaparecer ou não --, é ver como é que as pessoas vivem numa aldeia assim, como é que as pessoas vivem o dia-a-dia e como é que veem o futuro da aldeia. É um projeto que não está muito concreto, mas continuo a filmar a vida das pessoas e eles falam do que se passa”, revelou o cineasta que há mais de 30 anos filma fenómenos de emigração, porque a emigração portuguesa era uma história desconhecida, e por isso fez do documentário "uma militância". Alguns habitantes de Adsamo, que participaram no filme “O Pão que o Diabo Amassou”, marcam presença este sábado, no Teatro Viriato, em Viseu, onde, após a passagem da longa-metragem, haverá um debate sobre Portugal, a migração, o interior e o cinema, com a presença de José Vieira e de outros convidados. Lusa


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Saúde

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Doenças intersticiais pulmonares responsáveis por um quinto das consultas de pneumologia As doenças intersticiais pulmonares (DIP) estiveram em debate na Interstitial Lung Disease Multidisciplinary Meeting, um congresso científico que apresentou uma visão geral das DIP, envolvendo várias especialidades, entre as quais a radiologia, pneumologia, cirurgia torácica, medicina interna e anatomia patológica. Doenças que, segundo António Morais, pneumologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, um dos oradores presente no encontro organizado pela Affidea, correspondem a um grupo de mais de cem doenças, “muito heterogéneas”. Doenças consideradas raras mas que, de acordo com o especialista, “quando se começa a observar estes doentes, para os seguir e para os medicar, o que acontece invariavelmente é que as pessoas se surpreendem com o seu número. Ou seja, nós temos que considerar estas doenças como raras, mas no seu conjunto representam uma significativa percentagem das consultas de pneumologia. Eu diria que cerca de um quinto das consultas de pneumologia serão relacionadas com estes doenças”. Luís Rosa, radiologista e diretor clínico da Affidea, confirma. “É rara a semana que eu, como radiologista, não veja um doente com patologia do interstício pulmonar, porque abrange um grupo muito vasto de doenças. No seu conjunto, a incidência é elevada, o que tem como consequência um custo elevado para o País”, reforça. É que se tratam de “doenças, muitas delas com um prognóstico fechado, outras cróni-

cas, que representam e afetam pessoas que a partir do momento do diagnóstico passam o resto da sua vida dependentes de qualquer tipo de apoio médico, da realização de exames e tratamentos mais ou menos inovadores e muitas acabam em insuficiência respiratória, que também tem exigências do ponto de vista hospitalar e não hospitalar muito grandes”. Segundo António Morais, o impacto é, de facto, grande. “As terapêuticas que atualmente existem, as mais recentes, são caras, o que envolve um esforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, por outro lado, também pode ser necessário o transplante. É que num número razoável destes doentes a doença é progressiva e, porque não conseguimos controlar essa progressão desfavorável, vai acabar por ser necessário o transplante. Por isso, aquilo que o SNS precisa de disponibilizar para estes doentes é significativo.” Nos passados dias 11 e 12 de Outubro, as doenças intersticiais pulmonares relacionadas com os cigarros estiveram também em destaque. E se os cigarros já preocupam os especialistas, a nova versão de tabaco, que recentemente saltou para a ribalta pelas piores razões, junta-se agora aos motivos de preocupação. “Relativamente ao debate que existe sempre sobre as melhores formas de cigarro, aquilo que nós dizemos é um conceito que é muito simples e perfeitamente entendível: o pulmão foi feito para respirar ar puro. Tudo o que não for isso vai necessariamente condicionar uma agressão e

mais tarde ou mais cedo, de uma forma mais grave ou menos grave, teremos a resposta a essa mesma agressão”, refere António Morais. De acordo com o especialista, as notícias que têm vindo dos EUA, e que dão conta de mais de duas dezenas de mortes associadas aos cigarros eletrónicos, não são uma surpresa. “É algo que seria previsível. E falando agora do tabaco aquecido, que se tornou uma forma de cigarro mais apelativo, é só uma questão de tempo. Porque as pessoas estão a inalar substâncias estranhas para o seu pulmão, estão a agredir o seu pulmão e obviamente que o seu pulmão vai reagir. Vamos saber como mais tarde ou mais cedo.” Embora algumas das DIP sejam mais fáceis de diagnosticar, outras transformam-se em verdadeiros desafios, que exigem o envolvimento de equipas multidisciplinares. No encontro científico, que se realizou em Cascais, alguns dos maiores especialistas, nacionais e internacionais, estiveram à conversa sobre estes desafios. “São doenças, do ponto de vista de diagnóstico, muito complexas. E o que acontece é que as classificações da doença, as formas de diagnosticar e mesmo a forma como os achados encontrados nas radiografias e TACs devem ou não ser interpretados, sofrem modificações frequentes. Há uma atividade de publicação científica à volta destas doenças que exige uma constante atualização”, explica Luís Rosa.

Saiba como obter um sorriso saudável e qual a sua importância O sorriso permite criar empatia nas relações interpessoais. Mas, mais que isso, tem um papel fundamental na nossa saúde pois promove a libertação cerebral de endorfina, hormona que nos dá a sensação de bem-estar, que nos permite ficar mais relaxados, que baixa a pressão arterial e o ritmo cardíaco. Quem o diz é Pedro Nicolau, médico dentista da Best Quality Dental Centers (BQDC), que, no âmbito do Dia Mundial do Sorriso, alerta para a importância do sorriso para um bemestar pleno, explicando como o podemos conseguir. O sorriso é um dos traços mais marcantes da expressão humana e da personalidade. “Alguns sorrisos transmitem confiança e determinação, outros receio e indecisão. Há sorrisos que transmitem uma cuidada higiene oral, outros não. Assim, sentir-se bem com o seu próprio sorriso não é apenas uma questão de estética é um fator determinante no bem-estar psíquico e social de qualquer ser humano e na

perceção que os outros têm da sua higiene oral. É importante que nunca se iniba um sorriso nem se tenha vergonha do mesmo,” começa por explicar o médico dentista. Um sorriso saudável não é um mito e está ao alcance de todos. Para Pedro Nicolau, “ter um sorriso bonito e sem doenças não implica investimentos avultados em tratamentos dentários ou de estética, mas sim hábitos de vida saudáveis, algumas medidas de prevenção de saúde oral e visitas, pelo menos anuais, ao médico dentista.” Relativamente às medidas de prevenção, o especialista alerta que: “é importante prevenirmos toda a patologia oral que possa levar a alterações na integridade, forma, estrutura, posição e cor dos dentes. A prevenção das doenças periodontais, também assume um papel crucial na manutenção da saúde e estética oral a médio e longo prazo. Quando olhamos para a nossa boca e vemos placa bacteriana ou tártaro nas superfícies dentárias, para

além do aspeto desagradável, é sinal de maus hábitos de higiene oral. E embora a higiene oral seja uma prática que se deve aprender corretamente desde a infância, nunca é tarde para ser implementada adequadamente, de preferência com a ajuda de profissionais habilitados.” Já sobre hábitos de vida, o médico esclarece que: “deve-se procurar reduzir ou eliminar maus hábitos como o tabaco ou o excesso de bebidas que pigmentam e alteram a cor e superfície dos dentes, como o café, o chá ou o vinho tinto. Devemos procurar ter hábitos alimentares adequados sem excessos de hidratos de carbono, sobretudo aqueles ricos em açúcares refinados como são o caso da maioria cereais e sumos que são consumidos diariamente e que levam a alterações na estrutura do esmalte (camada externa do dente), tornando-o mais rugoso, suscetível à pigmentação, às cáries e ao desgaste ficando os dentes mais opacos e com menos brilho.”

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