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VISEU E LEÓN, ESPANHA, QUEREM “CRIAR RELAÇÕES” COM BASE NA HISTÓRIA DO SÉCULO XI

Os autarcas das cidades de Viseu e León, em Espanha, querem “criar relações” entre si com base na história que une as duas regiões, que remonta ao século XI, numa iniciativa saída de um grupo de cidadãos.

Fernando Ruas disse que a ligação de Viseu a León (Espanha), “aprovada por unanimidade” numa reunião do executivo viseense, tinha sido “bem recebida pelo alcalde” espanhol, José Díaz, que “já escreveu à Câmara de Viseu a dizer que gostava muito” da ideia. “Foi um grupo de cidadãos que apresentou [a ideia] à Câmara de Viseu, portanto, tem genes na sociedade civil, um conjunto bem determinado de pessoas ligadas à história e gente da cultura”, adiantou o autarca. Após a aprovação da ligação, a Câmara iniciou os contactos com a sua congénere em León e hoje, no final de uma reunião ordinária do executivo, Fernando Ruas explicou, em declarações aos jornalistas, a principal razão para esta ligação. “Fomos as duas cidades mais importantes no Condado Portucalense. Durante algum tempo, curiosamente, a comunidade vinha de León até Viseu. Parava aqui e, depois, em Coimbra. Chegámos a ser das cidades mais importantes de então, portanto, há uma ligação estreitíssima”, justificou. A missiva que o autarca viseense recebeu “diz exatamente isso, que está muito expectante em relação a esta relação, que não é só histórica”, embora de Espanha tenham enaltecido o aspeto histórico. “Na sequência de contactos com especialistas de diversas entidades, há um pormenor histórico que importa enaltecer e que justifica a proposta que apresenta. A ‘genes’ de Portugal irá completar em 2043 nove séculos de história política, como nação autónoma e independente”, escreve José Díaz. Fernando Ruas leu a missiva que retrata a história, contando que “no ano de 1058, século XI, conquistou a cidade de Viseu aos seus ocupantes mouros e árabes pelo rei de Leão, Fernando, que ficou conhecido como Fernando Magno, pelas importantes e decisivas conquistas por ele conseguidas com os seus exércitos”. “Além de Viseu conquistou ainda, com o mesmo soberano, a cidade de Coimbra. Isto significa que a porção do território que constitui hoje Portugal, entre a fronteira da Galiza e a cidade de Coimbra, que se convencionou chamar Condado Portucalense, foi O presidente da Câmara Municipal de Viseu disse que é necessário mais de um milhão de euros para desmantelar sete estações de tratamento de águas residuais (ETAR) desativadas em 2016.

conquistado aos infiéis pelo rei de Leão, Fernando Magno”, destaca José Díaz. Neste sentido, considera que “Portugal é constituído por duas metades, a primeira entre a Galiza e Coimbra, conquistada pelos reis de Leão e, depois, de Coimbra ao Algarve, quando o rei dom Afonso Henriques expulsou os mouros”. José Díaz evidencia que “Viseu fez assim parte integrante do Reino de Leão até ao Tratado de Zamora, em 1143, assinados por o rei dom Afonso Henriques e o seu primo direito, Afonso Raimundo, que era então o rei de Leão com o título de Afonso VI”. “Pelos factos acabados de referir, justifica-se que se conclua pela existência de uma dívida histórica de Viseu para com Leão, pois foram soberanos desta última cidade, sede do rei com o “Fomos as duas cidades mais importantes mesmo nome que lutaram para tirar no Condado Portucalense” Viseu das mãos dos sarracenos e fazerem integrar a cidade num mundo cristão e de reconquista”, escreve. Fernando Ruas assumiu que não sabe ainda que ligações se poderão afirmar entre as duas regiões, uma vez que o processo está agora no início, mas destacou o “interesse nas relações” entre os dois municípios por ambos os responsáveis. DESMANTELAMENTO DE SETE ETAR EM VISEU NECESSITA DE MAIS DE UM MILHÃO DE EUROS

“Estas sete ETAR para serem desmanteladas necessitam de um investimento que ultrapassa um milhão de euros. Nenhuma delas está ativa e, a maior, de longe, é a de São Salvador que, só para essa são necessários mais de 840 mil euros”, apontou Fernando Ruas. Para o desmantelamento destas setes estações desativadas no concelho de Viseu, em 2016, altura em que entrou em funcionamento a nova ETAR de Viseu, o presidente da Câmara pediu ajuda ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, com quem se reuniu esta semana. “O ministro ficou em saber se haveria fontes de financiamento para esta situação, o que achamos perfeitamente normal, porque se se arranja financiamento para fazer uma ETAR nova, tem de se pensar o que fazer àquela que é abandonada”, argumentou. Fernando Ruas disse aos jornalistas, no final da reunião do executivo municipal de Viseu, que a ETAR de São Salvador, além de ser a maior, também é, consequentemente, a que necessita de maior investimento, pois localiza-se numa “zona de clara expansão”. “Situa-se junto à Póvoa de Medronhosa, onde apareceram uma série de vivendas e não podem ter ali aquilo eternamente, com todo o aspeto que aquilo tem. As ETAR desativadas precisam de ser desmanteladas, não tanto por causarem problemas ambientais, mas visuais”, defendeu. A par da estação de São Salvador, há outras seis: a de Póvoa de Sobrinhos, de Ranhados, de Repeses, do Parque Industrial de Coimbrões, de Teivas/ Cabanões, de Vila Chã de Sá e, ainda, uma estação elevatória na Ribeira de Mide. “Está tudo desativado, só que estão lá. Quando se pensa numa coisa destas, numa ETAR nova, tem de se pensar logo no que fazer à que se abandona, porque se não começam a aparecer e a ficar espalhados pontos negros no território”, sublinhou. A nova ETAR de Viseu, inaugurada em 25 de agosto de 2016, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo então presidente da Câmara de Viseu, António Almeida Henriques, envolveu um investimento de 31 milhões de euros, comparticipado em 85% por fundos comunitários, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Na altura, o autarca explicou que “foi construída com tecnologia inovadora de filtração por membranas, permitindo a desativação de ETAR do concelho que já não cumpriam os normativos ambientais comunitários”.

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