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O Carnaval na Senhora da Hora
A folia voltou às ruas da freguesia
O tradicional cortejo de Carnaval na Senhora da Hora regressou ontem, dia 19 de fevereiro, para a sua terceira edição, depois de dois anos de interregno devido à pandemia por COVID-19.
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Organizado pela união das freguesias de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, o desfile contou com a participação das escolas, coletividades, instituições e associações da freguesia. Crianças e adultos fantasiaram-se dos seus heróis e personagens de animação favoritos, mas também de profissões tradicionais. Entre os participantes do cortejo, destaque para a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Carlos Mouta, e do presidente da união das freguesias de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, Leonardo Fernandes.
José
Henrique Correia Professor de História
OS FUNGOS PODEM “ZUMBIFICAR” OS SERES HUMANOS, COMO EM “THE LAST OF US”?
Esta é a pergunta que incomoda muitos espectadores: poderia o cordyceps, um fungo real, assumir o controlo dos cérebros humanos, como acontece em “The Last of Us”? artilO principal suspeito é chamado “cordyceps”, o fungo parasita que fascina os cientistas há vários anos, aliás o inspirador dos criadores do videogame The Last of Us, bem como os argumentistas da sua adaptação para a televisão. Transmitida em França, a série americana retrata um mundo pós-apocalíptico onde se revela uma infeção causada pelo cordyceps capaz de transformar seres humanos em zumbis. Uma vez instalado no corpo, o fungo assume o controlo do cérebro do seu hospedeiro, estimulando-o a infetar o maior número possível de pessoas antes de o terminar. Se tal cenário pode parecer fantasioso, é diretamente inspirado por um fenómeno observado na natureza: os fungos cordyceps são, por exemplo, capazes de “zumbificar” formigas e crescer dentro dos seus corpos. Não impossível, mas “implausível”. Assustados com a informação, vários meios de comunicação entrevistaram diferentes cientistas, desde imunologistas a micologistas e zoólogos, com o intuito de verificar se a hipótese inicial da série se sustenta. Em The Last of Us, o aquecimento global fez com que os fungos cordyceps evoluíssem, permitindo que infestassem humanos. No entanto, Casadevall, especialista em doenças infeciosas citado pelo Washington Post, foi claro: sim, “os fungos adaptam-se ao aquecimento global tornando-se mais resilientes (…) alguns deles conseguirão empurrar para a temperatura do corpo humano e causar novas doenças fúngicas nunca antes vistas.” O diário americano, no entanto, questiona: uma mutação que permite que os fungos assumam o controlo do cérebro humano continua “implausível”, de acordo com o entomologista David Hughes. O simples facto de tal hipótese não ser implausível é suficientemente perturbadora para ancorar o universo da série na realidade, um feito inédito para uma obra com fantasmas. Contudo, para aqueles que ainda não estão convencidos, lembre-se que o etanol, uma substância que causa embriaguez, vem de uma levedura que é um fungo unicelular. Para não mencionar cogumelos alucinógenos ou LSD, feitos a partir de um cogumelo que cresce no centeio e outros grãos.
Paulo Mengo Professor de História
A CHINA
Perfaz amanhã um ano sobre o início do conflito armado, iniciado pela invasão da Ucrânia por tropas russas, a mando do ex agente do KGB, Vladimir Putin, tendo por pano de fundo a ideia do ressuscitar da grande Rússia. Centenas de milhares de mortos e feridos de ambos os lados, destruição em massa, desorganização da ordem internacional, crescente incerteza face ao futuro, crise económica com fortes ligações a uma inflação galopante, perda do poder de compra, culminando tudo isto com o agitar, frequente, da ameaça nuclear protagonizada pela liderança russa. De facto, e após 78 anos sobre o fim do 2º conflito mundial, vê-se a Europa a braços com algo que seria de todo impensável, diria que só ao alcance de Nostradamus nas suas profecias mais perturbantes, sem um fim temporalmente previsível e de consequências que poderão vir a ser dantescas. Dito isto importa, em minha opinião, dar particular atenção à China que, “com pezinhos de lã”, vai levando a água ao seu moinho, de tal forma que a cada dia que passa se mostra mais e mais fortalecida no panorama internacional. Vejamos: tem assistido, “de cadeirinha”, ao conflito e ao enfraquecimento do seu grande rival asiático; usufrui de petróleo oriundo da Rússia a preço de saldo dado que este país se vê na necessidade de tornear os sucessivos pacotes de sanções; mantém o seu crescimento económico em alta graças à manutenção de largas áreas comerciais; faz-se percecionar como um verdadeiro jóquer no panorama internacional, insinuando-se como equidistante, capaz de fazer valer um credível plano de paz; fortalece a sua posição de maior potência planetária, a par dos EUA, com influência crescente nos continentes africano e asiático. A tudo isto há que juntar a dependência da Rússia face ao vizinho asiático, que se foi acentuando com o desenrolar de um conflito moroso, desgastante e verdadeiramente revelador de um gigante com pés de barro, incapaz de obter uma vitória que, a todos, parecia fácil. Na realidade o exército russo mostrou-se desorganizado, mal comandado, falho de estratégias vencedoras, dependente de grupos privados e completamente desorientado no campo de batalha, ou seja, um verdadeiro tigre de papel. Também aqui a China granjeou respeito, credibilidade e, pior que tudo, temor. Cuidado com o gigante asiático.