Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

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Padre Geral escreve aos jesuítas sobre José de Anchieta pág.

JESUÍTAS BRASIL

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Papa Francisco celebrará missa pela canonização de Anchieta pág.

Em

EDIÇÃO 3 | ANO1 | ABRIL 2014 | JESUITASBRASIL.COM

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INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL

O Apóstolo do Brasil: Testemunho de uma vida doada A Igreja reconhece o valor evangélico da vida e missão de José de Anchieta ESPECIAL • 8

Projeto social na Amazônia inaugura mais oficinas pág.

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Obras participam de treinamento em São Paulo pág. 25

Jesuíta brasileiro defende tese de doutorado na Áustria pág.

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Projeto para jovens é apresentado ao Arcebispo de Teresina pág.

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Planejamento Apostólico reúne jesuítas pelo país pág.

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EDITORIAL

VIDA E MISSÃO, SEMPRE EM COMPANHIA

Pe. Adelson Araújo dos Santos, sj

Pe. Carlos Palácio, sj

Pe. Mieczyslaw Smyda, sj

Pe. Miguel de Oliveira Martins Filho, sj

Pe. Vicente Palotti Zorzo, sj

Superior da Região Brasil Amazônia

Provincial do Brasil

Provincial do Brasil Centro-Leste

Provincial do Brasil Nordeste

Provincial do Brasil Meridional

O presente número do INFORMATIVO aparece já com o tímativo, o faremos ‘em companhia’, certamente, mas restulo que terá de agora em diante: EM COMPANHIA. Informatisaltando outro aspecto importante da nossa missão: a vo dos Jesuítas do Brasil, e com o desenho gráfico definitivo. A itinerância. Essa seção lembrar-nos-á sempre o que não apresentação é ágil e moderna, e o layout de inegável qualidapodemos esquecer: somos “peregrinos na missão”. de técnica. Temos confiança de que todos hão de se reconheÉ uma feliz coincidência que este número do Informacer na cara deste novo “Informativo dos Jesuítas do Brasil”. tivo venha à luz no momento em que a Igreja reconhece, EM COMPANHIA foi escolhido como título por ter sido oficial e publicamente, o valor evangélico da vida de José o mais indicado entre os quatro finalmente retidos no prode Anchieta. É o que importa, de fato, na canonização. Não cesso de seleção. A escolha não era é isso que buscamos com a “revitafácil; todos eram títulos com potencial lização do nosso corpo apostólico”? para obter nossa adesão. Só o número Por isso, queremos que a figura de indicações podia nos fazer sair desdesse jesuíta ilumine nossa missão sa indefinição. PEREGRINOS EM MISneste momento de transição para a SÃO, que ficou em segundo lugar, será Província do Brasil: que nos revele o nome de uma seção fixa, na qual irão o segredo da sua intensa vitalidade aparecendo partilhas da missão realizaapostólica, que nos alcance, como da por nossos irmãos. As histórias serão corpo, a graça da verdadeira itine(CG 35, no D. 2, n. 3.) compartilhadas nas próximas edições. rância e da mobilidade apostólica e O título escolhido é carregado de que nos ensine a organizar a missão sentido e põe em evidência uma característica que define de modo articulado, integrando as diversas presenças nossa identidade e é essencial para a missão. “Encontraapostólicas e as diferentes dimensões em uma missão mos a nossa identidade, não sozinhos, mas em companhia”, diversificada, complexa, mas única e comum: a missão diz a CG 35, no D. 2, n. 3. Em companhia com o Senhor que do “corpo apostólico”. chama e em companhia com outros que compartilham esse As comemorações deveriam ser, ao mesmo tempo, chamamento. Por isso, a nossa missão tem que ser “em uma ocasião para reavivar o espírito e uma ajuda para dicompanhia”. Eis por que Em Companhia não é só título do namizar a missão. Estamos tomando algumas iniciativas, Informativo, é uma maneira de ser (identidade) e de realiem nível do Brasil, que serão comunicadas à medida que zar a missão: nunca sozinhos, mas com outros, i.é., com forem amadurecendo. Tudo “em companhia” e como “peCristo, com outros jesuítas, em colaboração com outros. regrinos na missão”. Ao partilhar com os outros a nossa missão no InforBoa leitura!

“Encontramos a nossa identidade, não sozinhos, mas em companhia”


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UMA MISSÃO, UM INFORMATIVO Após algumas etapas, o nome do novo Informativo da Companhia de Jesus no Brasil foi escolhido. A votação – que durou, aproximadamente, duas semanas – teve grande participação das pessoas e Em Companhia foi o selecionado. Com o nome decidido, era a hora de colocar a mão na massa. Pensar em um logotipo que representasse a força do nome, não foi tarefa fácil! Mas, em colaboração, as ideias foram ganhando forma e os designers, Dimas Oliveira e Victor Pisani, do

Núcleo de Comunicação Integrada (NCI), pensaram em diferentes representações. Com a colaboração dos padres Francys Silvestrini e Carlos Palácio e da equipe do NCI, a identidade visual foi escolhida. A partir de agora, o visual do informativo ganha mais dinamismo, através das fontes sem serifas, o que facilita a leitura. Dessa forma, aliando conteúdo e layout, é possível trazer mais notícias de forma leve e clara. Nesta edição, você confere o resultado.

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1

Em

A VOTAÇÃO 59,9%

EM COMPANHIA

21,1%

PEREGRINOS EM MISSÃO

10,5%

+ MISSÃO

8,5%

PEREGRINOS NAS FRONTEIRAS

AGRADECEMOS SUA PARTICIPAÇÃO NESTE PROCESSO, seja na sugestão de nome ou na votação. Sua colaboração ajudou na produção deste informativo, que traz cada vez

INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL

mais o sentimento de união. E, para saber a inspiração para o nome Em

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A cruz Representa a centralidade de Cristo na vida e missão dos jesuítas e colaboradores.

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A trama Representa a missão de reconciliação que brota da Cruz de Cristo, que inspira o trabalho em rede realizado pelo Corpo Apostólico da Companhia de Jesus, na Igreja.

Companhia, entrevistamos o escolástico Gilmar Pereira da Silva, autor da sugestão. Confira a entrevista na próxima página.

EXPEDIENTE EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI) Contato NCI noticias@jesuitasbrasil.com www.jesuitasbrasil.com

Pe. Francys Silvestrini Adão, sj Diretor editorial

Juliana Dias Redação

Pe. Geraldo Lacerdine, sj Diretor do NCI

Dimas Oliveira e Victor Pisani Diagramação e edição de imagens

Silvia Lenzi (MTB: 16.021) Editor e jornalista responsável

Fotos: Arquivo

Colaboradores da 3ª Edição: Pe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Matias Martinho Lenz (BRM). Ir. Afonso Wobeto, Assessoria de Comunicação da CAJU, Belisa Lemes da Veiga, Pe. César Alves, Érika Augusto, Francilma Grana, Esc. Jerfferson Amorim de Souza, Esc. Jordano Hernández, Pe. José Acrizio Vale Sales, Ne. Luís Duarte Vieira, Pe. Miron Alexius Stoffels, Pe. Rafael Lería Ortega, Valéria Machado, Vanalda Araújo, Vanessa Quintieri e Ana Ziccardi (revisão). Tradução: Pe. José Luis Fuentes Rodriguez (Carta da CPAL) e Esc. André Luís de Araújo (notícias da Cúria Geral)


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ENTREVISTA Como nasceu a inspiração para o nome Em Companhia? Qual o significado para você?

O ESCOLÁSTICO GILMAR PEREIRA DA SILVA, 30 ANOS, ENTROU PARA A COMPANHIA DE JESUS EM 2009. ATUALMENTE, ESTÁ NO 1º ANO DE TEOLOGIA NA FAJE (FACULDADE JESUÍTA DE FILOSOFIA E TEOLOGIA). EM ENTREVISTA, O JESUÍTA FALOU SOBRE SUA INSPIRAÇÃO PARA A SUGESTÃO DO NOME EM COMPANHIA.

Logo que li a proposta de pensar um nome para o informativo, vieram-me algumas memórias. Lembrei que havia um informativo dos Jesuítas dos EUA com o nome Company. Lembrei do layout, da família tipográfica adotada etc. Parecia que algo similar funcionaria bem. Contudo, uma simples tradução poderia transmitir algo empresarial demais. Não somos uma “Cia.”de Jesus no sentido da administração, mas somos companheiros de Jesus, amigos no Senhor. Daí o “Em”, que completa o sentido de Companhia e reforça o sentido de relação profunda.

Estar em companhia de alguém é partilhar da presença do outro e estar disponível a ele Estar em companhia de alguém é partilhar da presença do outro e estar disponível a ele. Acho que esse é o sentido do informativo. Mais que transmitir o estado de nossa missão, ele pretende minimizar distâncias e nos colocar próximos daquilo que nosso irmão vive em sua missão (que também é minha).

Que mensagem você acha que o nome Em Companhia transmite para as pessoas? O nome transmite simplicidade e familiaridade. Essa última tem o sentido de “já conhecido”, porque já somos familiarizados com tudo que o termo companhia implica; como também o sentido de fraternidade, uma vez que esse nome expressa relação. Na sua opinião, por que as pessoas escolheram esse nome? Por mais que a gente faça elucubrações sobre um nome, ele só é escolhido se soa bem. Tem que ter um valor estético. Nomes grandes não funcionam. Folha de S. Paulo virou “Folha”; Carta Capital virou “Carta”; Piauí Herold, “Piauí”. Mesmo o L’Osservatore já perdeu o “Romano”, e a Civiltà é comentada no boca-a-boca sem o “Cattolica”. Imagine alguém perguntando se o informativo já foi publicado. Vão perguntar: “O ‘Em Companhia’ já saiu?”. É mais simples. Para você, qual a importância de um informativo nacional para a missão da Companhia de Jesus no Brasil? Temos uma missão vasta e, com frequência, não sabemos o que o corpo da Companhia está realizando. Estou impressionado com a preocupação da ETE em aplicar o conhecimento na

qualidade de vida das pessoas. Alegro-me em ver o vigor expresso nas fotos enviadas pelo Centro Magis, em Belém. Dificilmente, eu entraria no site de uma obra ou outra. Como o informativo tem a função de concentrar informação, o que hoje é chamado de “hub”, acabo por tomar conhecimento e me unir afetivamente ao que estão realizando. Saber que um projeto do Medianeira dá certo permite que outro colégio o tome como modelo. Não é preciso reinventar a roda. Outro fator de importância é a inserção na era da comunicação. Há muito envio de dados e pouca comunicação. Creio que seja um passo para a Companhia pensar seu modo de dialogar com o mundo. Não é bobagem ter uma unidade visual, qualidade no site, compor uma boa campanha. Isso implica nossa autocompreensão e expressão. Eu teria muito para falar sobre esse tema, mas não cabe aqui, se não fica chato demais. Eu me deslumbro com o pensamento de Flusser, McLuhan, Habermas e outros e fico no desejo de que a Companhia esteja na vanguarda da Comunicação. Está aí uma nova fronteira para o jesuíta. Fronteira mais difícil porque não é geográfica e carece de domínios multidisciplinares. Mas vamos começar do básico - que já é difícil, dado o tamanho da Companhia no Brasil.


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o ministério de unidade na

IGREJA

SANTA SÉ

CANONIZAÇÃO DOS BEATOS JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II

Em 27 de abril, os beatos João XXIII e João Paulo II serão canonizados pelo papa Francisco. Trata-se do segundo domingo do tempo pascal, Domingo da Divina Misericórdia, celebração instituída por João Paulo II e na véspera da qual ele faleceu, em 2005. A expectativa é que a canonização atraia milhares de pessoas, principalmente da Itália e Polônia, até a praça de São Pedro. João Paulo II foi proclamado beato por Bento XVI a 1º de maio de 2011, na Praça de São Pedro. A Igreja celebra sua memória litúrgica em 22 de outubro, data do início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito papa. João XXIII foi declarado beato pelo papa João Paulo II, a 3 de setembro de 2000. A sua celebração litúrgica é no dia 11 de outubro, data da abertura do Concílio Vaticano II, por ele convocado. O último Consistório público ordinário tinha tido lugar a 11 de fevereiro passado. Foi nessa ocasião que Bento XVI anunciou a sua renúncia ao pontificado.

Fonte: news.va

Papa Francisco celebrará missa pela canonização de Anchieta O papa Francisco celebrará uma missa pela canonização de São José Anchieta, no dia 24 de abril, na Igreja de Santo Inácio, centro de Roma. O pontífice assinou o decreto de canonização no dia 3 de abril. Jesuítas do Brasil e de outros países participarão da cerimônia.

No dia 4 de maio, durante a 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, acontecerá uma missa de ação de graças pela canonização do apóstolo do Brasil. A celebração será às 8 horas da manhã, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), com transmissão, ao vivo, por emissoras de televisão e rádio.

Fonte: news.va

Jovens brasileiros entregam símbolos da JMJ à Polônia Na conclusão da Santa Missa do Domingo de Ramos, em 13 de abril, e da Jornada Mundial da Juventude, em âmbito diocesano, o papa Francisco dirigiu uma saudação especial aos 250 delegados – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos – que participaram do encontro sobre as Jornadas Mundiais da Juventude, organizado pelo Pontifício Conselho para os Leigos. O pontífice destacou que tem início, assim, o caminho de preparação do próximo encontro mundial, que se realizará em julho de 2016, em Cracóvia, Polônia, e que terá como tema ’Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia, (Mt 5,7). O papa, então, recordou que os jovens brasileiros estavam entregando aos jovens poloneses a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude. “A entrega da cruz aos jovens foi feita trinta anos atrás pelo beato João Paulo II: ele pediu aos jovens

que a levassem por todo o mundo como sinal do amor de Cristo pela humanidade. No próximo dia 27 de abril, teremos a alegria de celebrar a canonização desse papa, junto com João XXIII”. Francisco disse ainda que João Paulo II foi o iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude e se tornará o seu grande patrono; na comunhão dos santos, continuará a ser, para os jovens do mundo, um pai e um amigo. Peçamos ao Senhor, - continuou – que a Cruz, junto com o Ícone de Nossa Senhora, Salus Populi Romani, seja sinal de esperança para todos, revelando ao mundo o amor invencível de Cristo. Em seguida, realizou-se a passagem dos símbolos da JMJ das mãos dos jovens brasileiros às mãos dos jovens poloneses. O papa saudou todos os presentes, em particular as delegações do Rio de Janeiro e de Cracóvia, guiadas pelos seus Arcebispos, os cardeais Orani João Tempesta e Stanilsaw Dziwisz,respectivamente.

Fonte: news.va


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ESPECIAL

São José de Anchieta, EXEMPLO DE VIDA E MISSÃO

ANCHIETA E TIBIRIÇÁ, PINTURA DE CLÁUDIO PASTRO

As contribuições de padre José de Anchieta estão registradas em diversos pontos do Brasil. Uma história de grandes desafios, escrita em pleno século XVI e em uma terra inóspita, de dimensões continentais. Mas nem mesmos as dificuldades enfrentadas no Novo Mundo – como os longos deslocamentos na mata, a falta de conforto e a escassez de alimentos – foram obstáculos para barrar a missão do jesuíta de aparência frágil. Movido pela caridade, humildade e fé inabalável em Deus, o Apóstolo do Brasil dedicou-se à evangelização e à educação de índios e colonos, ações fundamentais para a formação do nosso país. “Como Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, entre 1577 e 1585,

Anchieta visitava constantemente as missões espalhadas pelo nosso território. Com isso, ajudou a criar uma consciência de unidade nacional”, afirma dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Diante disso, o exemplo de Anchieta ganha dimensão ainda mais importante para o momento que a Companhia de Jesus vive no país. Nos últimos cinco anos, a Ordem vem se preparando, de modo mais imediato, para se organizar em uma única província a partir de janeiro de 2015. Essa nova configuração visa a maior articulação e mobilidade na missão da Companhia, respeitando e valorizando as singularidades regionais, mas favorecendo, justamente, que essas singularidades estejam a serviço de todos.

DIÁLOGO E RESPEITO MÚTUO O respeito e a valorização das singularidades e diversidades sempre se fizeram presentes na missão de Anchieta, que nasceu em São Cristóvão de Laguna, nas Ilhas Canárias, arquipélago pertencente à Espanha. Ainda noviço, aos 19 anos, ele deixou Coimbra, em Portugal, rumo ao Novo Mundo. Em 13 de julho de 1553, desembarcou em Salvador, na Bahia, com a comitiva do segundo governador-geral, Duarte da Costa, e outros seis jesuítas. Menos de um ano depois, já dominava o tupi, idioma indígena. Produziu relatos importantes sobre os povos, a fauna e a flora aqui encontrados, e foi responsável por


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ESPECIAL trazer ao país a poesia, o teatro e a literatura. “Seu coração de missionário jesuíta colocou tudo isso a serviço da evangelização”, ressalta Pe. César Augusto dos Santos, vice-postulador da canonização de Anchieta, em entrevista à TV Cultura. “Ele foi também um grande defensor dos indígenas contra os abusos cometidos pelos colonizadores portugueses.” Nos 43 anos em que viveu no Brasil, Anchieta esteve à frente da catequização dos índios que se espalhavam ao longo do litoral sul do Estado de São Paulo até o Ceará. Para tanto, ajudou a fundar cidades e escolas pelo país, possibilitando que indígenas e colonos tivessem acesso à educação. Participou, por exemplo, da fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, o primeiro aberto pela Companhia de Jesus na América. O local, que hoje abriga o Pateo do Collegio, deu origem à cidade de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo. O Apóstolo do Brasil é reconhecido por ter cumprido sua missão por meio do diálogo e do respeito mútuo. Um episódio que exemplifica bem esse cuidado do religioso é a sua participação na negociação de paz entre portugueses e tamoios. Em 1563, Anchieta e Pe. Manuel da Nóbrega, superior da primeira missão jesuíta no país, viajaram para a aldeia de Iperoig (atual Ubatuba, no litoral norte de São Paulo) com

CABANA “Aqui se fez uma casinha pequena de palha com uma esteira de canas por portas, em que moraram por algum tempo, bem apertados os irmãos, mas este aperto era ajuda contra o frio, que naquela terra é grande com muitas geadas. As camas eram redes, que os índios costuram os cobertores o fogo, para o qual os irmãos comumente, acabada a lição da tarde, iam por lenha ao mato e a traziam às costas, para passarem a noite. O vestido era pouco e pobre, sem calça nem sapato e o ordinário de pano de algodão. Para mesa usaram algum tempo de folhas largas de árvores, em lugar de guardanapos. Mas bem se escusavam toalhas onde faltava o que comer, o qual não tinham donde lhes viesse, senão dos índios, que lhes davam alguma esmola de farinha e algumas vezes alguns peixinhos do rio, e mais raramente alguma caça do mato. E assim muito tempo passaram grande fome e frio. E contudo prosseguiam seu estudo, com muito fervor, lendo às vezes a lição , fora ao frio, com o qual se haviam melhor que com o fumo dentro de casa. A primeira missa se celebrou dia da conversão de São Paulo, em um altarzinho que para isso se aparelhou, porque não havia ainda igreja. E, por esta causa se dedicou aquela casa a São Paulo e tem seu nome.”

Carta sobre a Fundação do Collegio de São Paulo in História da Companhia de Jesus no Brasil, que está inserida no livro Textos históricos de Pe. Jose de Anchieta. Organização de Pe. Helio Abranches Viotti, SJ.1989.

PINTURA DA CABANA DE FUNDAÇÃO DO COLÉGIO DE SÃO PAULO, 1554

o objetivo de conter a revolta dos índios contra a colonização portuguesa. Como prova sincera da proposta de paz, Anchieta entregou-se como refém dos indígenas, ficando cinco meses preso. Era prática entre os índios oferecer

mulheres aos prisioneiros. Nesse período, o jesuíta escreveu nas areias da praia o Poema à Virgem Maria, em promessa a Nossa Senhora para que conseguisse manter-se fiel ao seu voto de castidade durante o cativeiro.

A negociação de paz entre índios também ilustra a disposição de Anchieta de estar onde se fizesse necessário, não importando as condições e as distâncias a serem percorridas. A vocação “universal” foi semeada


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ESPECIAL por Inácio de Loyola e seus primeiros companheiros, desde os primeiros momentos de existência da Companhia de Jesus, fundada no século XVI, e presente até os dias de hoje. Em outras

palavras, a Ordem religiosa sente-se chamada a permanecer disponível para qualquer missão, em qualquer lugar do mundo, em comunhão com as necessidades da Igreja.

DOCUMENTAÇÃO SOBRE ANCHIETA Nas 488 páginas do documento enviado ao Vaticano, solicitando a canonização de Pe. Anchieta, estão registrados:

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PARÓQUIAS DEDICADAS A SEU NOME

5.350

CARTAS DE PESSOAS QUE ALCANÇARAM GRAÇAS PEDINDO A INTERCESSÃO DO JESUÍTA

1.154

DIVULGADORES, QUE, ALÉM DE REZAR, TAMBÉM PROPAGAM A DEVOÇÃO A ELE POR MEIO DE GRUPOS DE ORAÇÃO

A MISSÃO “Quase sem cessar, andamos visitando várias povoações, assim de índios, como de portugueses, sem fazer caso de calmas, chuvas e grandes enchentes de rios, e muitas vezes de noite por bosques muito escuros socorremos aos enfermos, não sem grande trabalho, seja pela aspereza dos caminhos, como pela incomodidade do tempo, maxime sendo tantas estas povoações e tão distantes umas das outras, que nem nós bastamos acudir a tão variadas necessidades, como ocorrem, nem, ainda que fôssemos muitos mais, poderíamos bastar. A isto se ajunta que nós, que socorremos as necessidades dos outros, muitas vezes estamos mal dispostos e, fatigados de sofrimentos, desfalecemos pelo caminho, de maneira

TOTAL ENTREGA A DEUS E AO SEMELHANTE

que apenas o conseguimos levar a cabo. Deste modo não menos necessidade de ajuda parece terem os médicos, que os enfermos. Mas nada é árduo aos que têm por fim somente a glória de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida”.

Carta para o Padre Diogo Laínes escrita no ano de 1560 in Minhas cartas, por José de Anchieta (editadas por ocasião dos 450 anos de fundação de São Paulo).

Durante o anúncio da canonização de Pe. Anchieta, em 3 de abril, foi lembrado que o papa Francisco dispensou a comprovação de um milagre para declarar santo o jesuíta. “Na história da Igreja, houve muitos casos semelhantes. Mesmo porque a exigência de comprovação de milagres é relativamente recente”, explica Pe. César Augusto dos Santos, vice-postulador da canonização de Anchieta. A perda de documentação e a falta de contato pessoal com os grandes conhecedores da causa, que já haviam morrido, foram as principais dificuldades para levar adiante o processo de canonização do Apóstolo do Brasil. Mas há muitos mi-

lagres atribuídos à intercessão de Anchieta junto a Deus, como cura de doenças e ações sobre a natureza. Mas, mais do que milagres, o que faz de Anchieta um santo é o seu exemplo de vida e de virtude. “Não é a assinatura do decreto que torna Anchieta santo, não é a assinatura do decreto pelo papa, mas, sim, sua vida, sua total entrega a Deus e a seu semelhante. Ele sempre se dedicou ao diálogo, à educação e à pessoa”, ressalta Pe. Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, e do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas (MASJ), em Embu das Artes. E como Pe. César Augusto declarou à revista Época: “Anchieta não é um santo-modelo para o passado. As virtudes dele servem de inspiração para a atualidade”.


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ESPECIAL A CANONIZAÇÃO DE ANCHIETA E A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL ENTREVISTA COM O PE. CARLOS PALÁCIO, PROVINCIAL DO BRASIL momento de transição, para a nova Província do Brasil. Da figura de São José de Anchieta e da sua atualidade e significação para nós, eu ressaltaria três aspectos: evangelizador incansável, missionário itinerante e estrategista de uma missão articulada. Tudo alimentado e fundado numa profunda e extraordinária experiência espiritual. Por uma feliz coincidência, o horizonte da nossa missão volta a ser, como naquela época, a ‘Província do Brasil’ na sua totalidade. Qual a importância de Anchieta na constituição e na história do Brasil? Qual o significado da canonização de Anchieta para a Companhia de Jesus no Brasil? A Companhia de Jesus se alegra, em primeiro lugar, com a Igreja do Brasil, que há tanto tempo desejava que essa canonização acontecesse. Afinal, José de Anchieta foi denominado “Apóstolo do Brasil” em 1597, no mesmo dia das suas exéquias, na cidade de Anchieta, no Espírito Santo. Mas é evidente que, por ser jesuíta, a canonização de José de Anchieta tem também para nós, da Companhia de Jesus, um significado especial. Não só por ser uma personalidade polivalente, instigante e de extrema atualidade, mas, do ponto de vida espiritual e da missão, pela qualidade evangélica da sua vida. Porque é isso que deve animar e alimentar a nossa missão. É esse espírito que deve recriar constantemente o nosso corpo apostólico. Por isso, a figura desse jesuíta é muito iluminadora para nós, neste

A pessoa e a obra de Anchieta são, por muitos motivos, uma referência constitutiva da história do Brasil. O jesuíta está na origem de duas grandes cidades do país: São Paulo e Rio de Janeiro, além de ter marcado, com sua presença e atividade apostólica, outras cidades como Salvador, e a própria região do Espírito Santo, em cuja capitania passou os últimos anos da vida, de 1588 a 1597, como amigo e defensor dos índios nas suas aldeias. A atual cidade de Anchieta perpetuou seu nome. O Brasil continua a ser um país marcado por diversidades étnicas (indígenas, africanas, caboclas e mestiças) que dão lugar a diferentes instituições sociais e culturais. Passados mais de quatro séculos, essa diversidade continua a ser um desafio para a identidade em construção do Brasil e para a identidade e missão da Igreja. Essa diversidade exige um esforço constante para acolher, respeitar e integrar as diferenças numa unidade maior. O que demanda a todas as diferentes re-

giões do Brasil o exercício constante de ‘acolher’ e respeitar o diferente como diferente; não como algo que ameaça e separa, mas como algo que enriquece. Revisitar a originalidade de José de Anchieta poderia ser a maneira fecunda de aprender a viver hoje com as tensões que brotam da coexistência simultânea de várias tradições. Não podemos definitivamente nos contentar com fechar os olhos para essa realidade polivalente das nossas raízes culturais privilegiando uma delas (a ocidental) e relegando as outras ao folclore. É preciso aprender a conviver, integrando, criando consensos, reinventando o futuro muito mais rico, justo e original. E do ponto de vista eclesial? Muito poderíamos aprender do trabalho catequético de Anchieta e da sua imaginação e liberdade criadoras para a evangelização. O seu ministério pastoral e catequético com os índios foi enriquecido por representações teatrais festivas, pela utilização do folclore popular adaptado como música religiosa, pela representação de “autos” nas duas línguas, buscando satisfazer também a psicologia indígena. Um exemplo perfeito é o auto da fé, intitulado Pregação universal, inspirado no cerimonial indígena de recepção de pessoas ilustres, introduzindo no idioma tupi a técnica de verso e estrofe do teatro português. Sem ocultar nem esquecer as limitações vindas da ‘consciência possível’ daquela época, é inegável a atualidade de José de Anchieta para os novos e enormes desafios que enfrenta hoje a missão da Igreja no Brasil.


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ESPECIAL

Carta do Secretário de Estado do Vaticano, que saúda o padre José Acrízio e os fiéis, por ocasião da canonização de Anchieta.


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ESPECIAL

Celebrações pelo Brasil No dia 3 de abril, em Roma, o papa Francisco assinou o decreto de canonização do Pe. José de Anchieta. No Brasil, as celebrações começaram no dia 1, com várias Obras da Companhia de Jesus homenageando o novo santo jesuíta. Veja como foi:

BAHIA

CEARÁ

A Missa em Ação de Graças na Catedral Basílica de Salvador, em 3 de abril, expressou a gratidão dos baianos pela canonização do Pe. José de Anchieta. A celebração foi presidida pelo arcebispo Dom Murilo Krieger e concelebrada com sacerdotes da Arquidiocese da capital e padres jesuítas. Entre eles, o provincial Pe. Miguel de Oliveira Martins Filho, da Província Brasil Nordeste. Alunos e funcionários do Colégio Antônio Vieira também estiveram presentes à missa, transmitida pela emissora da Arquidiocese de Salvador, a Rádio Excelsior da Bahia. O reitor do Santuário Nossa Senhora de Fátima, Pe. Geraldo Coelho, falou ao portal G1 sobre a trajetória de São José de Anchieta na Bahia.

A canonização de São José de Anchieta foi celebrada com muita alegria em Fortaleza. Os jesuítas em missão na cidade organizaram um informativo com o resumo da vida do Santo e o divulgaram na Paróquia Cristo Rei, na Casa Inaciana da Juventude e no Colégio Santo Inácio. A história da vida do santo e sua canonização foram assuntos também das homilias das missas. Em 2 de abril, na matriz da Paróquia Cristo Rei, a comunidade jesuítica da capital cearense, leigos e leigas da Paróquia Cristo Rei e da Casa Inaciana da Juventude participaram da celebração eucarística em Ação de Graças pela canonização do Apóstolo do Brasil. Após a missa, os jesuítas estiveram presentes à confraternização na Comunidade São Luiz Gonzaga.

MINAS GERAIS No Colégio dos Jesuítas, em Juiz de Fora, além de informações veiculadas em seu site, professores conversaram com suas turmas sobre a canonização de Apóstolo do Brasil. Institucionalmente, a escola optou por uma celebração próxima a 9 de junho, Dia de Anchieta. Em Montes Claros, foram realizadas duas Missas de Ação de Graças pela canonização, em 6 de abril. Uma delas, celebrada pelo Pe. César Alves, aconteceu na Matriz de Nossa Senhora de Montes Claros, com a leitura de breve biografia de Anchieta e a entrada solene da imagem do santo, padroeiro secundário dessa paróquia. Presidida pelo Pe. Anísio Ribeiro, a outra missa aconteceu na igreja da comunidade São José de Anchieta, que, viva e numerosa, encheu o templo. Durante a celebração, foram feitas diversas referências e homenagens ao novo santo.

JESUÍTAS EM MISSÃO EM FORTALEZA, DURANTE E APÓS A CELEBRAÇÃO EM AÇÃO DE GRAÇAS PELA CANONIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DE ANCHIETA


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ESPECIAL ESPÍRITO SANTO Por ocasião das comemorações em Ação de Graças pela canonização de São José de Anchieta, a cidade de Anchieta viveu momentos de grande alegria, movimentação e celebrações. Em 1º de abril, uma carreata, com aproximadamente 700 carros e motos, percorreu várias ruas da cidade até o Santuário Nacional de São José de Anchieta, onde houve um momento de oração. No dia seguinte, uma grande celebração foi realizada no interior do Santuário Nacional, presidida pelo arcebispo Metropolitano de Vitória, dom Luiz Mancilha Vilella, concelebrada por seus dois bispos auxiliares e mais 20 padres. Em 6 de abril, no Pátio do Santuário, foi realizada outra grande celebração, presidida por dom Rubens Sevilha, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória. Uma multidão ocupou todo o pátio externo, estando presentes também algumas autoridades municipais e estaduais.

MOMENTOS VARIADOS DA CELEBRAÇÃO DA CANONIZAÇÃO DE ANCHIETA, NA CIDADE QUE CARREGA O NOME DO PRÓPRIO SANTO

GOIÁS

RIO DE JANEIRO

Em entrevista ao telejornal da PUC TV Goiás, Pe. Jonas Carvalho de Moraes, diretor da Casa da Juventude Pe. Burnier (CAJU), falou sobre a canonização do Padre José de Anchieta e da importância do trabalho que o religioso espanhol realizou no Brasil com os índios.

Para anunciar a alegria da Companhia de Jesus por mais um santo jesuíta, o Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro, colocou em sua fachada uma reprodução da tela de Candido Portinari que retrata Anchieta escrevendo na areia. Na biblioteca da escola, os alunos tive-


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ESPECIAL ram acesso à exposição de livros com a obra literária do Apóstolo do Brasil. Já os padres da PUC-Rio participaram da missa em homenagem à canonização na Igreja Metropolitana do Rio de Janeiro. No Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, as celebrações aconteceram em clima de muitas alegrias e bênçãos, com a presença de alunos, professores e funcionários, que, juntamente com o reitor Pe. Guy Ruffier, cantaram o Hino de São José de Anchieta. O colégio marcou presença também na Missa em Ação de Graças a São José de Anchieta, que aconteceu na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro. O arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, presidiu a cerimônia e o Pe. Guy foi concelebrante.

ACIMA: MISSA REALIZADA NA CATEDRAL METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO ABAIXO: PE. PALACIO, D. ORANI E PE. JOSAFÁ, EM MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS PELA CANONIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DE ANCHIETA.

RIO GRANDE DO SUL No dia 2, os oito jesuítas da Residência Espírito Santo, em São Leopoldo, reuniram-se na capela doméstica para a celebração eucarística em Ação de Graças pela canonização de José de Anchieta. Na homilia, o superior Pe. Miron Alexius Stoffels discorreu sobre a vida e missão do Apóstolo do Brasil e o significado de sua canonização para a Igreja e para a Companhia de Jesus, destacando os marcos mais importantes do grande evangelizador. Além disso, Pe. Matias Martinho Lenz (sócio da BRM) e Pe. Miron foram convidados para uma entrevista sobre a canonização de Anchieta na RedeSul de Rádio, dos padres capuchinhos, em Caxias do Sul. A emissora é a única rede de rádios AM via satélite do interior gaúcho, atingindo um total de 3 milhões de potenciais ouvintes. Pe. Miron foi convidado também pelo Pe. Isidro Sallet, do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, para falar sobre a vida de Anchieta e o significado de sua canonização a um grupo de líderes comunitários. No dia 2, em Porto Alegre, foi realizada uma Missa de Ação de Graças, na Igreja da Ressureição, no Colégio Anchieta, pela canonização do Apóstolo do Brasil, patrono da instituição. A celebração foi presidida pelo arcebispo, dom Jaime Spengler e contou com a participação de 800 pessoas, entre padres e religiosos, além de pais, alunos, professores, colaboradores administrativos e comunidade. Junto ao bispo, estavam Pe. João Claudio Rhoden, diretor do colégio; Pe. Sergio Mariucci, reitor da Igreja da Ressurreição; Pe. Martinho Lenz; e Pe. João Geraldo Kolling, diretor-presidente da Associação Antônio Vieira (ASAV), mantenedora do Colégio Anchieta.


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ESPECIAL

NA PÁGINA ANTERIOR: PE. JOÃO CLAUDIO, PE. SERGIO MARIUCCI, DOM JAIME, PE. MARTINHO LENZ E PE. GERALDO KOLLING EM CELEBRAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS QUE REUNIU 800 PESSOAS NESTA PÁGINA: DOM JAIME E CRIANÇAS; CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL COM TRABALHOS ESCOLARES SOBRE ANCHIETA

SÃO PAULO No dia 2, todos os sinos das igrejas de São Paulo tocaram em homenagem à canonização de Anchieta. À tarde, os alunos do Ensino Fundamental do Colégio São Luís reuniram-se para uma celebração na Paróquia São Luís Gonzaga, onde, às 19h, foi realizada também uma missa solene. No mesmo horário, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, celebrou missa solene na capela do Pateo do Collegio. No Anchietanum, em 5 de abril, a Tarde de Espiritualidade foi dedicada a rezar a vida e missão de São José de Anchieta. Mais de 50 jovens e colaboradores participaram da iniciativa. No dia 6, domingo, cerca de 2 mil pessoas, entre religiosos e leigos, reuniram-se em frente ao Pateo do Collegio e, depois, seguiram em procissão, levando a relíquia de São José de Anchieta até a Catedral da Sé. No local, os 61 sinos da igreja receberam os fiéis para a Missa de Ação de Graças, pela canonização do jesuíta. Celebrada por dom Odilo Scherer, a missa contou com a presença do provincial da BRC, padre Mieczyslaw Smyda, além de padres e irmãos jesuítas. Entre as autoridades, estiveram presentes o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e o prefeito Fernando Haddad. A celebração teve ainda a participação de Agnaldo Rayol, que cantou a música Ave Maria.

ACIMA, TARDE DE ESPIRITUALIDADE A REZAR A VIDA DE ANCHIETA AO MEIO, MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS NA CATEDRAL DA SÉ


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a companhia de jesus no

MUNDO

CÚRIA GERAL

CANONIZAÇÃO DO BEATO JOSÉ DE ANCHIETA RESUMO DA CARTA DO PE. GERAL, ADOLFO NICOLÁS, S.J.

Queridos irmãos e amigos do Senhor, A canonização, em 3 de abril, do Beato José de Anchieta é um acontecimento que a Igreja do Brasil desejou muito e há muito tempo. Anchieta foi proclamado Apóstolo do Brasil, título pelo qual é conhecido até hoje, pelo arcebispo do Rio de Janeiro, na cidade de Reritiba, na mesma Igreja do Colégio onde se celebraram seus funerais em 1597. A Companhia não deve deixar de responder a esse convite que lhe é feito de resgatar essa figura polivalente, motivadora e extremamente atual. O que nos quer dizer o Senhor ao nos presentear, em menos de um ano, com o reconhecimento eclesial do valor evangélico das vidas de dois companheiros nossos, Pedro Fabro e José de Anchieta? Dois homens que levaram adiante missões tão diferentes e, no entanto, tão semelhantes no espírito jesuítico que deve animar nossa missão. Os dois, com a intensidade de suas vidas, convidam-nos a descobrir que “restauração”, mais que ser para nós um mero acontecimento histórico, deve representar o ‘modo de ser’ sempre presente, em um corpo apostólico em contínua recriação. José de Anchieta, “de estatura mediana, magro, pelo vigor de seu espírito forte e decidido, moreno, de

PE. GERAL, ADOLFO NICOLÁS, SJ

olhos azuis, fronte larga, nariz grande, barba rala, de semblante alegre e amável”, durante 44 anos de sua vida, percorreu boa parte da geografia do Brasil, levando a boa nova do Evangelho aos indígenas. (...) Deparamo-nos já com o primeiro dos paradoxos desse jovem jesuíta: o forte contraste entre sua fragilidade física e a intensa vitalidade apostólica que desenvolveu ininterruptamente durante 44 anos, atravessando numerosas regiões do Brasil, até sua morte, aos 63 anos. A vida de José de Anchieta é apostólica e radicalmente evangélica. (...) Uma das críticas que se fizeram a ele diante do Visitador foi a de que “fazia muita caridade”. Aos olhos de seus

críticos, seu excesso de bondade estaria na origem de um governo que tendia a ser brando. O Pe. Gouveia, entretanto, não tinha a mesma opinião. Descreve-o como “homem fiel, prudente e humilde em Cristo, muito querido por todos, ninguém tinha queixa contra ele, nem me é possível encontrar palavra ou ação em que tenha agido mal”. Sincero amigo de todos, sabia unir a bondade ao rigor e à firmeza, como desejava Santo Inácio em todo bom superior. Apesar de suas enfermidades, bem visíveis, o provincialado de Anchieta pôde ser considerado um dos mais dinâmicos e frutuosos de seu tempo. (...) Somente em 1595, a obediência o liberou das responsabilidades de go-


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A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CÚRIA GERAL

verno. Restavam-lhe dois escassos anos de vida. Neles, encontrou ainda tempo para participar na defesa da capitania do Espírito Santo contra as incursões dos índios goitacazes. Seu último destino foi a aldeia de Reritiba. Ali, começou a escrever uma História da Companhia de Jesus no Brasil, preciosa obra perdida, da qual só restam fragmentos. Não lhe movia, certamente, para levar essa vida itinerante, nenhum espírito de aventura, senão um espírito de disponibilidade para a missão, de liberdade espiritual e de prontidão para buscar e encontrar, a todo momento, a vontade do Senhor. Acompanhou-o, até o fim, um ardor verdadeiramente apostólico. (...) Não deveria ser a itinerância – com tudo o que implica de liberdade espiritual, de disponibilidade e capacidade de discernir e de tomar decisões – uma das características indispensáveis de nosso corpo apostólico? O contínuo peregrinar de Anchieta, quase uma forma de vida, poderia inspirar hoje e estimular nossa busca de mobilidade apostólica, para responder aos desafios que nos propõem as novas fronteiras. Uma característica de grande relevância na figura humana, espiritual e apostólica de José de Anchieta manifesta-se em sua capacidade para organizar estruturalmente a missão, integrando as distintas presenças apostólicas e as diferentes dimensões em um só projeto diversificado e complexo, mas único. E, no centro, dando sentido a tudo, o amor pelos índios: “sinto os índios”, escreve ele mesmo, do seu último refúgio na aldeia de Reritiba, “mais próximos que os portugueses, porque é por eles que vim ao Brasil”. (...) Sempre soube colocar a serviço da missão seus extraordinários dons de perfeito humanista: seu do-

ESTÁTUA DE ANCHIETA NA PRAIA DE UBATUBA.

O contínuo peregrinar de Anchieta, quase uma forma de vida, poderia inspirar hoje e estimular nossa busca de mobilidade apostólica, para responder aos desafios que nos propõem as novas fronteiras. mínio da gramática, seu gosto pelos clássicos latinos e sua habilidade na arte da oratória. Com enorme fecundidade, compôs, em tupi, os Diálogos da fé - catecismo maior para a instrução dos índios na doutrina cristã -, adaptou opúsculos para a preparação ao batismo e para a confissão e concluiu a gramática da língua mais usada na costa do Brasil, o tupi. (...) São muitas as razões para estarmos agradecidos ao Papa Francisco por propor ao mundo, com o novo destaque da santidade, o exemplo de José de Anchieta. Para a Companhia de Jesus, é uma ocasião de restaurar com intensidade a busca daqueles horizontes que ele perseguiu e que são sempre novos: a sensibilidade

diante da diversidade étnica e a pluralidade religiosa, cultural e social; o desenvolvimento incansável de uma nova liberdade criativa e de uma responsável capacidade de improvisação; a busca constante de expressões inculturadas para a experiência cristã e evangelizadora. Que esse novo intercessor ajude-nos a buscar, cada vez com maior empenho, a vontade de Deus e a cumpri-la sem descanso. Fraternalmente no Senhor, Adolfo Nicolás, S.J. Superior Geral

Veja a íntegra da Carta no Portal Jesuítas Brasil http://bit.ly/1oTRRw5


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A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CÚRIA GERAL

REUNIÃO DE PROVINCIAIS EM 2015 Em 12 de março, o padre Adolfo Nicolás, superior geral da Companhia de Jesus, escreveu a todos os Superiores Maiores para convocar a Reunião de Provinciais. “A Congregação Geral 34”, escreve o padre Geral, “em seu Decreto 23 (C4), estabelece que o Geral convoque uma reunião de todos os Provinciais a cada seis ou sete anos, a partir da última Congregação Geral, com o objetivo de considerar a situação, os problemas e as iniciativas da Companhia Universal, como também a colaboração internacional e interprovincial. Por isso, depois de haver discutido o assunto com meus conselheiros, convoco a Reunião de Provinciais, que se dará de 18 a 25 de janeiro de 2015, em Yogyakarta (Indonésia)”. “A escolha da cidade”, ele acrescenta, “será uma oportunidade para cairmos na conta dos desafios que o diálogo inter-religioso apresenta para a Companhia no seu desejo de servir à Igreja e à Humanidade”.

CONTRA A VIOLÊNCIA NA VENEZUELA Diante da difícil situação da Venezuela, o diretor geral do Movimento Fé e Alegria fez uma declaração sob o título Já Basta. “O país está enchendo-nos de dor, de sofrimento, de angústia, de violência, de medo, de repressão e de morte. Esse conflito está crescendo num ritmo que se fará incontrolável. Demos carta branca ao

Nomeações O padre Francis Serrao foi nomeado bispo de Shimoga (Índia) pelo papa Francisco. O religioso, até agora Provincial da Província de Karnataka (Índia), nasceu em 1959, foi admitido à Companhia de Jesus em 1979 e ordenado sacerdote em 1992. O padre Jakub Kolacz foi nomeado Provincial da Província da Polônia Meridional (PME) pelo Padre Geral. O jesuíta, até agora sócio e secretário da Província,

nasceu em 1970, sendo admitido à Companhia de Jesus em 1988 e ordenado sacerdote em 1999. Além disso, em 17 de março, veio a público que o superior geral da Companhia de Jesus nomeará o padre Francisco José Ruiz Pérez como Provincial da Espanha, no próximo dia 21 de junho, na mesma data em que será erigida a Província da Espanha. O Pe. Ruiz Pérez nasceu em 1961, foi admitido à Companhia de Jesus em 1981 e ordenado sacerdote em 1994. Nos últimos anos, coordenou o processo de unificação das atuais cinco Províncias espanholas.

CAMBOJA: PROJETO EDUCATIVO A Missão do Camboja trabalha atualmente no novo projeto educativo que terá sua base em Sisophon, na Província de Bantey Meanchey. Em carta aos membros da Missão e seus colaboradores, o padre Oh In-don, delegado do Provincial da Coreia para a Missão do Camboja, escreve: “Era evidente que nós, os jesuítas, devíamos dedicar-nos, antes de tudo, aos meninos que vivem na pobreza”, diz

enfrentamento, à eliminação da oposição, ao uso desmedido da violência. Precisamos parar com a violência, venha de onde vier. Nem violência para protestar, nem violência para reprimir”, diz o texto. E continua: “Apoiamos as distintas iniciativas de diálogo que partam do reconhecimento do outro, com acordos precisos e efetivos para o restabelecimento da paz. Apoiamos o pedido do papa Francisco ao fim da violência e da hostilidade, e que todo o povo venezuelano, começando pelos responsáveis políticos e institucionais, se una para favorecer a reconciliação na-

o religioso, explicando que a escolha de Sisophonse deve-se por ter menos possibilidades educativas. “A cidade é mais pobre. Battambang já conta com dois colégios de que a população gosta muito: o Colégio Salesiano e o de Borey. Por outro lado, Sisophon carece de tudo. E essa foi a principal razão da escolha”. O novo colégio vai chamar-se Xavier Jesuit School, em homenagem a São Francisco Xavier, padroeiro da Paróquia de Sisophon.

cional através do perdão mútuo e do diálogo sincero, do respeito pela verdade e da justiça, capazes de fazer frente a questões concretas para o bem comum. Chamamos os distintos setores da população a exercer uma participação ativa pela paz e a justiça. Nós, em Fé e Alegria, queremos ser lugar de encontro de todas as vozes e, como Movimento de Educação Popular, seguiremos formando cidadãos comprometidos com a construção de um país livre da violência e amante da paz, onde haja lugar para todos. Atuemos, prontamente, antes que a anomia e a violência se façam incontroláveis”.


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a companhia de jesus na

AMÉRICA LATINA

CPAL

POIS ENTÃO VOU SEDUZI-LA. EU A LEVAREI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO. (OS 2,16) PE. MIGUEL MARTINS, SJ | PROVINCIAL DO BRASIL NORDESTE (BNE) Salvador, Bahia 15 de março de 2014 A IMAGEM DO PROFETA, quando fala da atitude do Deus de Israel perante seu povo rebelde que insiste em procurar outros deuses na busca de alento e sentido em momentos de crise, ajuda-nos a refletir sobre o significado do tempo da Quaresma, que a cada ano a Igreja nos propõe. Olhando para a confusão em que nos encontramos, perdidos no meio de um “paraíso” de tantas vozes que nos seduzem, na complexa sociedade em que vivemos – que promete felicidade sem limites, mas nos deixa amarrados ao “inferno” do sem-sentido –, Deus mesmo toma a iniciativa, aproxima-se de nós, conduz-nos pela mão e, no seio da Igreja, abre para nós a possibilidade do diálogo, da escuta profunda do nosso coração ─ a partir do qual decifra para nós a realidade ao nosso redor ─ e de discernir o que Ele mesmo nos propõe como resposta, em sintonia com seu projeto salvífico, manifestado desde sempre – a Aliança. O local desse encontro – o deserto – é, também, uma metáfora interessante: o lugar do desafio, da tentação, da crise, da liberdade submetida à provação, mas é igualmente o lugar do crescimento, da tomada de decisão, do fortalecimento da própria identidade, da afirmação da liberdade. Na mensagem dirigida aos brasileiros no início da Quaresma, por ocasião do lançamento da Campanha da Fra-

ternidade, o Papa Francisco lembra-nos que “JC, pela sua Paixão, morte e ressurreição, libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuremos nos conscientizar mais e mais da misericórdia infinita que Deus teve para conosco.” A seguir, pediu-nos para “fazê-la transbordar para os demais, sobre tudo para aqueles que mais sofrem.” ‘Estás livre; vai e ajuda teus irmãos a se libertarem!’ Essa chamada que, como jesuítas da América Latina, assumimos e explicitamos nas nossas prioridades apostólicas (PAC) deve ressoar continuamente em nossos corações como apelo frequente à conversão para aquele que é o horizonte, o sentido e a inspiração de nossa missão: o seguimento de Jesus com a cruz, como nos lembra a última Congregação Geral: somos enviados a essa missão pelo Pai, como Inácio e os primeiros companheiros em La Storta, junto com Cristo ressuscitado e glorificado, porém carregando a cruz, como continua trabalhando em um mundo que ainda deve experimentar a plenitude de sua reconciliação. Em um mundo rasgado pela violência, pelas lutas e pela divisão, também nós somos chamados, junto com outros, para chegarmos a ser instrumento de Deus que ‘estava em Cristo reconciliando o mundo consigo, sem pedir-lhe contas de seus pecados’. Essa reconciliação chama-nos a construir um mundo novo de relações mais justas, um novo Jubileu no qual, superando todas as divisões, Deus restaura sua justiça para todos. (CG 35, dec. 3, n. 16)

É nesse sentido que o apelo que Deus nos faz de modo especial nesta Quaresma impele-nos a nos abrirmos ao diálogo com Deus, deixando a experiência de Deus nos transformar em instrumentos vivos da sua misericórdia, em cada realidade tocada pela nossa ação e presença apostólicas. O Papa Francisco, na sua encíclica Evangelii Gaudium, convoca-nos a um estado permanente de missão, a “uma renovação eclesial urgente, (...) a uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos de vida, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem canais mais abertos à evangelização do mundo atual do que à sua preservação.” (EG 27). Nada mais inaciano que esse apelo que nos faz o Santo Padre para “sairmos de nós mesmos”, para sermos uma igreja em constante diálogo com o mundo: ‘(...) O que acontece quando alguém sai de si mesmo? Pode passar o que acontece àqueles que saem da sua casa e andam pelos caminhos: um acidente. Eu lhes digo: prefiro mil vezes uma Igreja ferida por causa de um acidente a uma Igreja que adoece por se fechar em si mesma!” Que as palavras do Papa Francisco, que um ano atrás assumiu o cuidado da Igreja como Pastor, levando a Roma o odor do rebanho latino-americano e seu dinamismo que marcou a nossa experiência de Igreja no Continente, nos sirvam de inspiração para viver esta Quaresma com a simplicidade de discípulos que se deixam instruir pelo Evangelho, assumindo com renovado entusiasmo o desafio de viver a serviço da misericórdia, da ternura e da alegria de Deus no mundo.


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a companhia de jesus no

BRASIL

AMAZÔNIA

PROJETO BIBLIOTECA E CENTRO CULTURAL PE. GABRIEL MALAGRIDA INAUGURA NOVAS OFICINAS O projeto Biblioteca e Centro Cultural Pe. Gabriel Malagrida, iniciativa da Companhia de Jesus com o apoio da Paróquia Sagrada Família, inaugurou novas oficinas no início de 2014, em Marabá (PA). Agora, a Comunidade Nossa Senhora da Paz, no bairro Bela Vista, conta com oficinas de capoeira, aeróbica, teatro e balé. Mais de 80 alunos participam das atividades. O objetivo do projeto é a integração cultural e social das comunidades atendidas, em especial aos jovens e ado-

lescentes, que passam a ter mais acesso à cultura e à informação, por meio de ações culturais e sociais. O bairro Liberdade também conta com oficinas de karatê, muay thai, e balé, em espaço cedido pela comunidade Nossa Senhora Aparecida. Outra comunidade beneficiada pelo projeto é a São Pedro, que hoje conta com uma oficina de violão. Para Vanalda Araújo, da Biblioteca e Centro Cultural Pe. Gabriel Malagrida, o projeto e cada oficina agregam conhecimento e ajudam no desenvolvimento das comu-

AS AULAS DE CAPOEIRA SÃO MINISTRADAS PELO PROFESSOR CRISTIANO RODRIGUES, MAIS DE 30 ALUNOS PARTICIPAM DA OFICINA.

nidades. “É com grande alegria que comunicamos que conseguimos estender ainda mais nosso sonho, por meio da inauguração de novas oficinas”, afirma. No dia 26 de março, aconteceu o primeiro encontro com as famílias dos alunos que participam do

projeto. O evento, promovido em parceria com a Pastoral da Família, foi um momento de integração e diálogo. No dia 8 de abril, o novo espaço da sede da Biblioteca e do Centro Cultural Pe. Gabriel Malagrida e da Pastoral da Juventude foi inaugurado.


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA

JESUÍTAS CONHECEM HISTÓRIA DOS SERINGUEIROS DA AMAZÔNIA Os jesuítas que participaram do 3º módulo do curso de Liderança Apostólica, organizado pelo Provincialado do Brasil, em março, na cidade de Manaus (AM), aproveitaram os intervalos para conhecer um pouco mais a história da região. Eles percorreram os rios que banham Manaus e visitaram o museu Casa do Seringal, localizado em um dos afluentes do Rio Negro, com acesso somente por via fluvial. O museu, localizado no meio da floresta amazônica, é uma réplica de um antigo seringal que funcionou até o início

do século XX, no município de Humaitá (AM). Na época, milhares de nordestinos vieram povoar a Amazônia, atraídos pelas promessas do governo, da existência de um verdadeiro eldorado. Mas o que a maioria encontrou foi uma vida de escravidão e sujeição aos coronéis e barões da borracha. Os 25 jesuítas que participaram da visita puderam conhecer essa história por meio da explicação da guia, que levou o grupo para andar por diversas trilhas na mata e ver como se extraía o látex das seringueiras.

ACIMA, JESUÍTAS CHEGANDO AO MUSEU | ABAIXO: PÍER NA CHEGADA DO MUSEU CASA DO SERINGAL

Equipe Itinerante recebe novos membros A Equipe Itinerante realizou uma reunião para receber quatro novos membros na missão, entre os dias 8 e 12 de março, no sítio dos frades Franciscanos Capuchinos, na região de Manaus (AM). Agora, também participam dos trabalhos com os povos indígenas e ribeirinhos da região, as irmãs Joaninha, da congregação das Irmãs Azuis, e Dorothea, leiga alemã enviada pelos jesuítas

da província da Alemanha; o irmão Fernando, da CVX (Comunidade de Vida Cristã) do Chile, e o jesuíta Rafael, da província da Bolívia. Os novos membros foram acolhidos pelo padre Paco Almenar e pelos integrantes da Equipe Itinerante. Durante a acolhida, cujo lema foi Vinde e vede, cada integrante compartilhou um pouco de sua história de vida com os demais. Um momento de parti-

lha e conhecimento do próximo. Durante os dias do encontro, também foram apresentados aos novos membros, que vão atuar em Manaus e Tabatinga, na Amazônia, os principais objetivos, as propostas e a organização interna da Equipe Itinerante, que é composta por jesuítas, leigos e religiosos de várias congregações. “Foram dias de dar graças ao Deus Itinerante por tanto

bem recebido. Foram dias de partilha, de oração, de encontro pessoal e comunitário. Em definitivo, dias de muita riqueza em nossa pobreza, para saber quem somos e para ir ao encontro de nossos irmãos indígenas, ribeirinhos e marginalizados urbanos, que nos mostram o rosto do Deus itinerante e nos dizem o fim para o que fomos criados”, afirmou o padre Rafael Lería Ortega.


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA

PASTORAL UNIVERSITÁRIA REALIZA SEU PRIMEIRO RETIRO ARQUIDIOCESANO A Pastoral Universitária Arquidiocesana de Manaus realizou um retiro no sítio da Paróquia São João Batista, em Iranduba (AM), nos dias 5 e 6 de abril. O encontro teve a participação do Pe. Geraldo Bendahan, coordenador arquidiocesano da Pastoral de Manaus, dos animadores das instituições Fametro (Faculdade Metropolitana de Manaus), UFAM (Universidade Federal de Manaus) e Faculdade Salesiana Dom Bosco, além da presença do professor Humberto Herrera, da Equipe do Setor Universidade da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O retiro contou com muita formação e estudo dos documentos da CNBB, dentre eles, o documento 102, com o tema O seguimento de Jesus Cristo e a ação evangelizadora no âm-

bito universitário, que foi desenvolvido nos três eixos da Pastoral Universitária (Espiritualidade, Reflexão/Formação e Socioeducativa), em diálogo com o Diretório Pastoral da Arquidiocese de Manaus. O encontro, preparado pela Equipe Animadora Arquidiocesana, composta pela irmã Ana, da FMM (Franciscana Missionária de Maria), pelo escolástico Jordano Hernández, por Lúcia Oliveira e Francilma Grana, contou com o apoio da Arquidiocese de Manaus. O professor Humberto provocou o grupo a refletir o agir pastoral, tendo como modelos, para o eixo da espiritualidade, o apóstolo Paulo; para o eixo da reflexão e formação, o Pentecostes; e para o eixo socioeducativo, os discípulos de Emaús. Como encerramento, houve uma breve reflexão sobre as diretrizes para a ação evangelizadora no âmbito universitário em Manaus.

JOVENS DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA ARQUIDIOCESANA EM MOMENTOS DE REUNIÃO, DESCONTRAÇÃO E ORAÇÃO NOS DIAS DO RETIRO


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA

VOLUNTÁRIOS PARTICIPAM DE ENCONTRO DO PROJETO EDUCAÇÃO E CIDADANIA O PEC (Projeto Educação e Cidadania) promoveu um encontro de monitores e colaboradores, no dia 22 de março, no Centro Loyola de Pastoral, em Manaus (AM). Cerca de 30 pessoas participaram do evento, que teve início com um momento de oração, orientado por Idarcley Silva, membro do SIES (Serviço Inaciano de Espiritualidade). Os voluntários também assistiram à palestra Trabalho do Voluntariado, ministrada por Gisele Lopes, administradora e secretária das ações comunitárias dos Salesianos na Amazônia. O evento contou com a presença do padre Horácio Freire e com a visita dos padres Mieczyslaw Smyda, provincial da BRC (Província Brasil Centro-Leste), Bruno Schizzerotto, sócio da BAM (Região Dependente Brasil Amazônia), além do padre Adelson Santos, superior regional da BAM. O encontro encerrou-se com um momento de confraternização e de partilha de um saboroso bolo.

Calendário BAM AGENDA DO SUPERIOR REGIONAL 22 DE ABRIL | Assembleia da mantenedora DIA (Distrito dos Jesuítas da Amazônia) – Manaus (AM) 23 DE ABRIL A 2 DE MAIO | Representação da província do Brasil na missa de ação de graças pela canonização de José de Anchieta, presidida pelo papa Francisco – Roma (ITA) 23 DE ABRIL A 2 DE MAIO | Encontro com estudantes jesuítas do Brasil que estão na Europa, como assistente de formação 3 DE MAIO | Confraternização de Páscoa da família inaciana – Manaus (AM) 5 A 13 DE MAIO | Assembleia da CPAL – Guadalajara (MEX) 16 E 17 DE MAIO | Reunião da CONAFEJ (Comissão Nacional de Formação Jesuíta), como assistente de formação Belo Horizonte (MG)


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BRASIL

CENTRO-LESTE

OBRAS PARTICIPAM DE TREINAMENTO EM SP A Província BRC promoveu uma semana de treinamento aos colaboradores que trabalham em obras da Companhia de Jesus nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Juiz de Fora (MG). A iniciativa, realizada entre os dias 23 e 28 de março, no Centro Santa Fé, em São Paulo (SP), reuniu mais de 20 pessoas e teve como objetivo capacitar jesuítas e leigos para a utilização do sistema RM Totvs, mais precisamente dos softwares de operações de compras e financeiras, respectivamente, o Nucleus e o Fluxus. O intuito é promover a gestão de cada obra de forma sistematizada e padronizada. “O sistema otimizará e padronizará informações. Todas as comunidades vão ter informações sistematizadas e padronizadas para fins de gestão. Dessa forma, será possível oferecer à Província informações ágeis, que vão ajudar na visualização do cenário de todas as comunidades, assim, você conseguirá avaliar o caminhar de cada obra”, explica Igor Saluti, Controller da mantenedora ANEAS, da Companhia de Jesus. O treinamento faz parte de um processo que está inserido na unificação das províncias da Companhia de Jesus. Nessa 1ª fase, todas as comunidades das mantenedoras Aneas e Ajeas iniciam um processo de separação, mas de forma integrada, pois, em 2014, elas passam a ser mantidas pela figura jurídica da Companhia de Jesus. Para o padre Carlos Fritzen, administrador da Província BRC, “é importante lembrar que esta reorganização das comunidades se situa num plano maior, que é a reorganização da vida e da mis-

são dos jesuítas para melhor responder, hoje e nos próximos anos, à missão nos diversos contextos do Brasil”. A integração entre os colaboradores também fez parte do treinamento. No primeiro dia, a programação foi aberta com um diálogo, para que os presentes pudessem explicitar suas dúvidas em relação às mudanças nos procedimentos administrativos. Além disso, durante toda a semana, eles puderam participar de atividades de integração, como cinema, churrasco e uma visita rápida a pontos turísticos de São Paulo. Para a contadora Marília Cea de Araújo, 71 anos, que trabalha na residência da PUC-Rio, a aproximação com os colegas durante o treinamento foi positiva. “Eu achei maravilhoso essa integração, eu tive o prazer de conhecer pessoas que só conhecia por telefone”, afirmou. Padre Fritzen ressalta ainda a dimensão humana que se fortalece no encontro com o próximo. “Creio que, para além de técnicas aprendidas e aprofundadas, são os vínculos entre pessoas que se fortalecem a serviço da mesma missão. É na convivência, nas orações, nas celebrações, nas reflexões e nos diversos exercícios práticos, dentre outros momentos, que se dá o intercâmbio e o conhecimento mútuo, o rico aprendizado e o fortalecimento da equipe a serviço da mesma causa”, ele ressalta. Os jesuítas que participaram do treinamento já conseguem visualizar os benefícios das novas ferramentas de gestão. “O treinamento foi uma boa oportunidade: primeiro, para conhecer as pessoas que trabalham nas nossas obras e, principalmente, para ter conta-

COLABORADORES DAS OBRAS AO LONGO DA CAPACITAÇÃO

to com a ferramenta, por meio do qual conseguimos aprender a navegar e a inserir os dados no sistema que, daqui para frente, como Companhia de Jesus, as comunidades religiosas vão ter que seguir. O treinamento foi feito em boa hora!”, conclui padre Jonas Carvalho de Moraes, diretor da CAJU, em Goiânia. Participaram desse primeiro treinamento, as obras Carpa e Bambina, e a sucursal Rio de Janeiro, o CCB (Centro Cultural de Brasília), a CAJU (Casa da Juventude Padre Burnier) e a Residência dos Jesuítas. Em 2014, acontecerão outros treinamentos com obras da Província BRC.


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL CENTRO-LESTE

PROJETO DA FEI GANHA PRÊMIO ODEBRECHT PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Projetos acadêmicos voltados à sustentabilidade têm alcançado destaque e reconhecimento em diversas esferas, públicas e privadas. É o caso do projeto de iniciação científica de Camilla Fernandes de Oliveira, aluna de Engenharia Química do Centro Universitário da FEI, que tem como tema Avaliação de propriedades combustíveis do condensado oriundo da pirólise de pneus e inservíveis. Ao propor a utilização do condensado líquido resultante da decomposição de pneus, pela ação de altas temperaturas, como combustível, o trabalho foi um dos vencedores do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável 2013,

na área de geração e uso de energias, energias renováveis e eficiência energética. Segundo o professor de Engenharia Química Ronaldo Gonçalves dos Santos, orientador do projeto, os pneus, feitos de borracha vulcanizada, são de difícil reciclagem. Apenas uma pequena parcela é reaproveitada na produção de asfalto e argamassa. Ainda há um grande excedente de pneus nos lixões e aterros, ocupando espaço e poluindo o meio ambiente – os pneus levam anos para se decompor e são um foco de proliferação de doenças. “A partir da pirólise, obtivemos um condensado e analisamos as propriedades determinadas pela Agência Nacional do Petróleo,

CAMILLA FERNANDES, AUTORA DO PROJETO PREMIADO

como ponto de fulgor, viscosidade, densidade, pressão de vapor e octonagem, entre outras. Grande parte dos quesitos analisados está dentro da faixa estipulada pela ANP. Quando comparado a outros combustíveis, o condensado se mostrou similar ao diesel S10”, explica o professor Gonçalves dos Santos. A proposta do projeto, iniciado em janeiro de 2013, é reutilizar e produzir combustível a partir de um poluente.

“Uma fundamentação teórica consolidada e a análise dos resultados de forma rigorosamente científica foram os grandes méritos do trabalho, e possibilitaram que o trabalho realizado na FEI superasse outros bons trabalhos sobre sustentabilidade”, afirma Gonçalves dos Santos. Para viabilizar o uso do condensado como combustível, ainda são necessários testes em motores e alterações nos compostos aromáticos e tóxicos.

PROFESSORA DA FEI RECEBE PRÊMIO DE RENOME POR TESE DE DOUTORADO A professora do programa de pós-

o estudo da professora da FEI avalia o

modela o processo produtivo, de forma

-graduação em Administração do Cen-

processo produtivo dos serviços intensi-

a gerar ganhos de eficiência e eficácia”,

tro Universitário da FEI, Juliana Bonomi,

vos em conhecimento, como engenha-

explica a professora Juliana.

é autora da tese vencedora da edição

ria, desenvolvimento de software e con-

Como prêmio, a profa. Juliana, que

de 2013 do prêmio Emerald/EFMD de

sultoria. “Responsáveis por uma parcela

concluiu seu doutorado na Universi-

melhor tese de doutorado, na catego-

significativa do PIB mundial, esses ser-

dade de Lancaster, na Inglaterra, terá

ria Operações e Gestão da Produção.

viços geram e disseminam conheci-

a oportunidade publicar um artigo

A premiação, altamente reconhecida

mento no mercado, impulsionando

relacionado à tese no International

no meio acadêmico, é organizada pela

inovações e investimentos públicos em,

Journal of Operations and Production

editora internacional Emerald Group

por exemplo, infraestrutura e saúde.

Management, editado pela Emerald.

Publishing em parceria com a Funda-

Ganhos de produtividade nesses servi-

“Este prêmio é muito positivo, pois é o

ção Europeia de Desenvolvimento de

ços podem trazer avanços econômicos

reconhecimento da qualidade do tra-

Gestão (European Foundation for Ma-

e sociais. A tese faz uma contribuição

balho e a valorização de todo o esforço

nagement Development – EFMD).

nesse sentido. Composta por três ar-

empregado no doutorado. Ele também

Manage-

tigos, ela mostra, em detalhe, como a

abre possibilidades para o futuro”,

ment Perspectives on Expert Services,

expertise dos profissionais define e re-

completa Juliana.

Intitulado

Operations


27 I N F O R M AT I V O D O S J E S U Í TA S D O B R A S I L

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PADRE ÉLCIO TOLEDO DESPEDE-SE DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ E É HOMENAGEADO EM MG

CAMILLA FERNANDES, AUTORA DO PROJETO PREMIADO DA CÂMARA MUNICIPAL DE PADRE ÉLCIO TOLEDO (DIREITA) RECEBEU HOMENAGEM SANTA RITA DO SAPUCAÍ (MG)

O padre Élcio José de Toledo foi homenageado pela Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí (MG), em março. O jesuíta recebeu uma Moção de Congratulações, de autoria do vereador João Paulo Sampaio. Há dois anos em Santa Rita, o reitor da ETE e também diretor de Formação Cristã e Comunitária, envolveu-se ativamente na vida ministerial das paróquias do município e no trabalho com a juventude. “Foram anos de muito aprendizado, crescimento e bastante dedicação. E como todo trabalho que se faz por Cristo, o maior beneficiado dele fui eu mesmo. A mesma Companhia que, para aqui me enviou, agora me destina para Belo Horizonte. Parto levando, nos olhos, lágrimas de saudade; no

rosto, um sorriso pela certeza de ter cumprido minha missão; e, no coração, a esperança de que é o bom Deus quem me envia e que fará frutificar o trabalho aqui realizado, assim como preparará meu futuro caminho”, conta padre Élcio. Para João Paulo, autor da Moção e diretor Pedagógico da ETE, o período de trabalho com padre Élcio foi de muito aprendizado. “Ele sempre confiou muito no nosso trabalho e nos deu total autonomia para que pudéssemos exercer nossas funções na ETE. Em pouco tempo conquistou a nossa simpatia, amizade e admiração. Nesses dois anos, deixou um grande legado, que foi sempre reforçar, na Instituição, o nome e os princípios da Companhia de Jesus.”


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COLÉGIO SÃO LUÍS PROMOVE CIS UNIVERSITY TOUR PARA ALUNOS INTERESSADOS EM ESTUDAR NO EXTERIOR O Colégio São Luís realizou a segunda edição da CIS University Tour, feira que reúne universidades do exterior, entre os dias 18 e 20 de março. O evento reuniu mais de 26 instituições dos Estados Unidos, França, Espanha e Suíça. A programação contou com workshops, rodas de conversa, orientação vocacional, dentre outras atividades. As universidades forneceram informações sobre cursos de graduação, pós-graduação, especialização e estudo da língua inglesa. As orientações sobre os cursos também foram dadas em inglês pelas equipes especializadas de cada universidade. Os pais e os alunos participaram também de uma conversa individual com Marila Lavelle, responsável pela área internacional do Colégio, que esclareceu dúvidas sobre o processo de estudos no exterior, inclusive sobre o

Na Paz do Senhor Faleceu em Valinhos (SP), no dia 9 de abril, a Sra. Nimpha B. Beltramini, mãe do Pe. Eduardo Beltramini. Faleceu aos 69 anos de idade, também no início deste mês de abril, o Sr. Geraldo P. Resende, irmão do Ir. Edgar Armando de Resende. Nossa solidariedade aos familiares.

estudo da língua estrangeira. Ex-alunos e profissionais compartilharam, de forma dinâmica e descontraída, suas experiências de estudo no exterior, como a escolha da universidade, o processo de inscrição, os desafios, as dificuldades e conquistas. “O São Luís está investindo fortemente nessa iniciativa porque sabemos que o número de estudantes brasileiros interessados em estudar no exterior tem crescido cerca de 20% ao ano”, explica Tuna Serzedello, um dos responsáveis pelo projeto de universidades do colégio. Como incentivo para uma formação no exterior, o São Luís promove, também, o programa Estudo do Meio nos Estados Unidos, para os alunos do 2º ano do Ensino Médio. Os jovens passam 15 dias na Creighton University, nos EUA, e, durante a experiên-

REPORTAGEM FEITA PELA TV SÃO LUÍS

cia, participam também de aulas de inglês e imersão cultural.

Calendário BRC 25 e 26 DE ABRIL | Visita à Residência do Colégio Anchieta Nova Friburgo (RJ) 28 e 29 DE ABRIL | Visita ao Centro Santa Fé – São Paulo (SP) 30 DE ABRIL | Conselho Administrativo (CAD) – São Paulo (SP) 1º DE MAIO | Consulta BRC – São Paulo (SP) 5 A 10 DE MAIO | 28ª Assembleia da CPAL – Guadalajara (MEX) 8 A 10 DE MAIO | Simpósio Nacional do Bicentenário de Restauração da Companhia de Jesus – São Paulo (SP) 18 A 20 DE MAIO | Visita à Residência e Paróquia de MOC Montes Claros (MG)


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a companhia de jesus no

BRASIL

MERIDIONAL

PE. LUIZ CARLOS DEFENDE TESE DE DOUTORADO NA ÁUSTRIA O padre Luiz Carlos Sureki obteve o título de doutor em Teologia na Katholisch-Theologische Fakultät der Leopoldo-Franzens-Universität, em Innsbruck, Áustria, após defender sua tese no dia 18 de março. O trabalho do jesuíta recebeu nota máxima e a apresentação durou em torno de uma hora. Estiveram presentes à defesa o provincial da Áustria, Pe. Gernot Wisser, o Reitor do Jesuitenkolleg, Pe. Markus Inamma, e vários professores e estudantes jesuítas

do Filosofado e do Teologado, entre os irmãos Lauro Eidt, do Colégio Pio Brasileiro, e Afonso Wobeto, da Cúria Generalícia. A tese apresentada insere-se no campo da Teologia Fundamental e foi orientada pelo professor Roman Siebenrock. O trabalho aborda o tema da relação entre Esperança e Promessa (Hoffnung und Verheißung) em perspectiva filosófica e teológica. Na viagem para Innsbruck, Ir. Lauro entrou na localidade de St. Ulrich,

ALFONSO WOBETO, LUIZ CARLOS SUREKI E MARKUS ROSSKOPF DE SALZBURG.

Bolzano, para encomendar, no ateliê Conrad Moroder, uma estátua de José de Anchieta para colocar na capela do Colégio Pio Brasileiro. O ateliê é famoso por fabricar estátuas de madeira para a Itália e muitos ou-

Colégio Catarinense inaugura capela e memorial João Paulo II A Comunidade Educativa do Colégio Catarinense inaugurou dois espaços em homenagem ao Beato João Paulo II, em março, no prédio que leva seu nome e abriga os anos iniciais da Unidade I. Em outubro de 1991, o papa João Paulo II esteve em Florianópolis para celebrar a beatificação de Santa Paulina e hospedou-se na residência dos jesuítas, junto ao Colégio Catarinense.

A capela faz memória ao oratório em que o papa fazia suas orações, mantendo o genuflexório – móvel para rezar, em forma de cadeira. O sacrário e o quarto onde o papa hospedou-se foram preservados e transformados em um memorial de sua visita, reunindo fotos de sua passagem por Florianópolis, do encontro com os jesuítas, das reportagens de jornais que noticiaram a visita, bem como o vídeo da missa campal e de outros encontros.

tros países, inclusive para o Brasil. A estátua será abençoada pelo papa Francisco, por ocasião de sua visita ao Pio Brasileiro para a comemoração dos 80 anos do Colégio, prevista para o dia 31 de maio deste ano.


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ARCEBISPO DE FLORIANÓPOLIS CELEBRA COM A COMUNIDADE EDUCATIVA DO CATARINENSE

CELEBRAÇÃO DE DOM WILSON TADEU JÖNCK, NA IGREJA SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA

O arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, realizou uma celebração com a comunidade educativa do Colégio Catarinense, na Igreja Santa Catarina de Alexandria, no dia 18 de março. A visita pastoral foi acompanhada de padres da arquidiocese e jesuítas. Na sua homilia, dom Wilson ressaltou a missão do Colégio como obra da Companhia de Jesus e também lembrou a grande contribuição dos jesuítas com os Exercícios Espirituais, como serviço à Igreja, e orientou, aos leigos colaboradores do Colégio Catarinense, que vivam a experiência da espiritualidade inaciana e partilhem dessa fonte com todos.

Na celebração, foram comemorados, também, os 51 anos de sacerdócio do padre Quirino Weber, assessor espiritual do Colégio Catarinense. Em nome dos jesuítas, padre Geraldo Kolling, presidente da Associação Antônio Vieira (ASAV), agradeceu a visita de dom Wilson e dos padres diocesanos e motivou a missão do Colégio Catarinense. O diretor-geral do Colégio Catarinense, professor Afonso Silva, também agradeceu a presença do arcebispo na Igreja, reafirmando que, como obra da Companhia de Jesus, o Colégio tem o compromisso de estar sempre em comunhão com a Igreja e as lideranças eclesiais locais.

Estagiários da Unisinos trazem alegria para o Instituto São José Com a volta das aulas, a geriatria do Instituto São José – Casa de Saúde alegra-se todas as quartas-feiras à tarde, com a presença dos estagiários da Fisioterapia da Unisinos. Cerca de 20 jovens enchem de alegria e esperança os corredores e salas do Instituto. Além dis-

so, de 2ª a 6ª feira, um animado cumprimento de ‘bom dia’ da estagiária de psicologia e da nutricionista traz mais alegria para todos. Na casa de saúde, continuam sob cuidados intensivos os irmãos Blásio B. Alles e Walter Wiest, os padres Pedro O. Mentges e Guido E.

Wenzel, que recebe a quimioterapia. De Salvador do Sul, esteve no Instituto, durante dois dias, o padre J. Sebaldo Schuck, para consulta médica e exame. Como comunidade orante, missionários pela oração, o Instituto São José realiza os Encontros Quaresmais,

Via-Sacra e Vídeo da CNBB pela erradicação do flagelo do tráfico humano, no mundo. “Sejam muitos e abençoados os frutos dos Exercícios Quaresmais 2014 de toda a Igreja, para uma feliz Páscoa da Humanidade”, afirma o padre Hugo Bersch, superior da Casa de Saúde.


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1ª Conferência Livre da Comigrar A 1ª Conferência Livre da Comigrar (Conferência Nacional sobre Migração e Refúgio) reuniu estudantes, professores, representantes do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) e da Companhia de Jesus, representada pela ASAV (Associação Antônio Vieira), no campus da Unisinos, em São Leopoldo (RS), no dia 24 de março. O evento incluiu a reflexão, o debate e a construção de soluções para elaboração da nova Política Pública Nacional, que trata da Migração e do Refúgio no país. “Estamos aqui para estruturar ideias práticas que tornem o Brasil mais justo e menos desigual na perspectiva da migração”, declarou a coordenadora do curso de Relações Internacionais e da CSVM (Cátedra Sérgio Vieira de Mello), professora Gabriela Mezzanotti.

Padre José Ivo Follmann, vice-reitor da Unisinos e diretor de Assistência Social da ASAV, ressaltou a importância da observação dos problemas sociais enfrentados pelos estrangeiros que chegam ao Brasil sob os dois status. “É necessário construir propostas de Políticas Públicas para os migrantes e refugiados, sem esquecer que somos marcados por pre-

conceitos e discriminações. São atos falhos coletivos que podem comprometer a qualidade de vida e socialização”, ponderou o jesuíta. A deficiência da estrutura para promover tal socialização também foi discutida. A coordenadora do Projeto de Reassentamento Solidário de Refugiados no Rio Grande do Sul, da ASAV, Karin Kaid Wa-

pechowski, deixou claro que “existe a carência de uma estrutura para acolhimento aos reassentados, que devem ter acesso aos mesmos direitos do restante da população”. O evento da 1ª Conferência Livre da Comigrar avaliou quinze propostas para serem aprovadas na etapa nacional, em São Paulo, entre os dias 30 de maio e 1º de junho.

Orquestra Unisinos Anchieta participa da reinauguração do Estádio Beira-Rio A Orquestra Unisinos Anchieta participou da reabertura do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), no dia 5 de abril. Com 100 músicos e 200 coralistas, o espetáculo Os Protagonistas emocionou os quase 50 mil torcedores do Sport Club Internacional. A orquestra esteve sob regência do maestro Evandro Matté, com produção musical de Dudu Trentin e direção geral de Edson Erdmann, ex-aluno do Colégio Anchieta e ex-integrante do Show Musical do Colégio. A festa contou com a participação de nomes da música nacional e de ídolos do clube colorado. O estádio será uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo.


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Professora do Catarinense despede-se após 42 anos No dia 10 de março, a comunidade educativa do Colégio Catarinense celebrou os 42 anos de trabalho da professora Cléia Bernardete Fritzke Abdalla. Além de educadores, diretores, familiares e ex-alunos, marcaram presença na celebração os ex-diretores da instituição, o delegado de Educação da Província do Brasil, padre Mário Sündermann, e o diretor do Colégio Anchieta de Porto Alegre (RS), padre João Cláudio Rhoden. Na celebração eucarística, a comunidade agradeceu à vida e à dedicação da professora Cléia, relembrando os momentos de sua trajetória e as funções desempenhadas no Colégio. Padre Mário ressaltou o aprendizado na convivência e partilha da missão como diretor-geral. “Com a Cléia, aprendi a ser diretor. À ela, dedico o agradecimento dos jesuítas no Brasil, por ter compartilhado conosco a missão da Companhia de Jesus na educação”, destacou ele, ao relembrar a dedicação da diretora acadêmica e a saudação em nome do provincial do Brasil, padre Carlos Palácio. Além de educadora, graduada em História pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em 1969, Cléia formou-se também em Direito, pela mesma universidade, em 1973. Viveu, nessa épo-

PROFESSORA CLÉIA (ACIMA) DURANTE A CELEBRAÇÃO FEITA EM SUA HOMENAGEM

ca, a experiência pioneira de ter constituído o primeiro escritório de advocacia de Florianópolis, gerido exclusivamente por mulheres. Exerceu a advocacia por quinze anos, mas encontrou seu verdadeiro espaço de realização pessoal e profissional junto à escola e às suas dinâmicas. Nos 42 anos de Colégio Catarinense, além de professora, Cléia assumiu diversas funções: coordenadora-geral,

assessora pedagógica e, nos últimos cinco anos, foi diretora acadêmica. Em sua despedida, ela agradeceu a todos pela caminhada que trilhou no Colégio, enalteceu o aprendizado e o crescimento de vida em sua trajetória: “Evitarei citar nomes para não ser injusta e esquecer alguém. Agradeço o carinho de todos e o muito que aprendi para meu crescimento pessoal”.

Na Paz do Senhor No sábado, 5 de abril, a irmã do Ir. Afonso Woberto, Amália Wobeto, faleceu. A religiosa franciscana da PCC (Penitência e Caridade Cristã) estava no Asilo Santa Elisabeth, em São Leopoldo (RS). Ela tinha 83 anos de idade e 54 de vida religiosa. No dia 17, o irmão Walter Wiest, 79 anos, faleceu no Instituto São José, em São Leopoldo (RS). O jesuíta dedicou 51 anos à Companhia de Jesus. Que Deus os receba na sua paz.

Calendário BRM 21 A 24 DE ABRIL | Residência Espírito Santo – São Leopoldo (RS) 14 A 18 DE MAIO | Residência Santo Inácio – Pelotas (RS) 20 A 21 DE MAIO | Reunião de Superiores, diretores de obras e ministros da BRM, no CECREI – São Leopoldo (RS)


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a companhia de jesus no

BRASIL

NORDESTE

JESUÍTAS APRESENTAM PROJETO DA REDE INACIANA DE JUVENTUDE AO ARCEBISPO DE TERESINA Os jesuítas que trabalham com juventude no Piauí apresentaram, ao arcebispo dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, o projeto da Rede Inaciana de Juventude, no dia 14 de março, na residência episcopal da Arquidiocese de Teresina. O arcebispo acolheu com alegria a proposta da Companhia de Jesus de integrar o projeto ao trabalho arquidiocesano. Ele falou também sobre a importância da parceria e do diálogo para um trabalho ativo com a juventude. Os jesuítas ressaltaram que a intenção da Companhia de Jesus é oferecer à juventude da Arquidiocese um espaço privilegiado para sua formação. Esse espaço, a Casa MAGIS, está sendo montado com o apoio do Colégio Diocesano. Para o coordenador do Núcleo de trabalho com a juventude no Piauí, padre Agnaldo Duarte, “o encontro com o arcebispo de Teresina foi muito consolador, marcado por uma conversa franca e aberta. A verdade é que o arcebispo se mostrou muito sensível com a realidade juvenil e nos animou a fazer parte de um colegiado que articule melhor as diversas iniciativas com os jovens universitários, conferindo-lhes largueza e horizonte”.

D. JACINTO FURTADO DE BRITO SOBRINHO E JESUÍTAS


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE

COLÉGIO ANTÔNIO VIEIRA CELEBRA 103 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO

UM DOS CORREDORES DO COLÉGIO

O Colégio Antônio Vieira completou 103 anos de fundação no dia 15 de março. Por meio de homenagens e celebrações, a comunidade educativa festejou esse importante momento. A preparação para o aniversário da instituição começou com a campanha #Vocênos103anosdoVieira. O Setor de Comunicação (Secom) convidou os alunos, professores e funcionários a enviarem uma foto no formato selfie – autorretrato feito com a câmera do celular, para ser compartilhado nas redes sociais. Com uma moldura padronizada, as imagens foram publicadas na página do Vieira no Facebook, recebendo grande adesão dos alunos. No dia 14, os alunos da 7ª série do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio reuniram-se no Santuário Nossa Senhora de Fátima e fizeram uma homenagem por meio

de orações, cantos e depoimentos. No dia 15, aconteceu o ápice da comemoração por meio da Eucaristia. Alunos do Ensino Fundamental e Médio e da Educação para Jovens e Adultos (EJACAV) juntaram-se aos educadores, funcionários, jesuítas e familiares e marcaram presença na missa presidida pelo diretor do Colégio, padre Domingos Mianulli, e concelebrada pelo padre Leonel Gomes. Durante a homilia, o diretor agradeceu às pessoas que fizeram parte da história vieirense: “Obrigado a todos que ajudaram a construir o Colégio nesses 103 anos, que a cada ano é renovado”, ressaltou. A celebração contou também com a presença de vieirenses aprovados nos vestibulares. O aluno Josenilson Evangelista dos Santos, concluinte do Ensino Médio no EJACAV, em 2013, e aprovado em Engenharia Elétrica, participou da missa levando flores no momento do ofertório.

Padre Jonas Caprini professa os últimos votos

O padre Jonas Elias Caprini professou os últimos votos na Igreja de Santo Antônio da Barra, no dia 25 de março, em Salvador (BA). Os últimos votos é um momento especial na vida dos jesuítas, pois representa a incorporação definitiva no Corpo Apostólico da Companhia de Jesus.


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE

Comunidade Manoel da Nóbrega acolhe novos jesuítas Em 2014, a residência Padre Manoel da Nóbrega acolheu novos jesuítas na comunidade. “Recebemos com alegria os novos companheiros que vieram integrar nossa vida e missão”, afirmou Jerfferson Amorim de Souza, sj. São 4 jesuítas que passam a fazer parte da residência: Irmão Fernando Vieira, natural de Indaiatuba (SP), mudou-se para o Recife (PE), após profissão religiosa realizada em Cascavel (PR), em 2 de fevereiro. Dedicará seu tempo ao trabalho com música sacra e litúrgica, irradiando sua atuação a partir da Unicap, com especial colaboração nas casas de formação, paróquias e obras da Companhia no Brasil. O padre José Raimundo, baiano de Amargosa (BA), que, após um tempo de trabalhos em Salvador (BA), veio integrar a comunidade. Ele comporá o corpo de professores de Teologia da Unicap, principalmente na área de Liturgia. No momento, recupera-se de uma cirurgia realizada devido à fratura no antebraço. O padre José de Anchieta, de Salvador (BA), chegou ao Recife em fevereiro e atuará no CIES (Centro de Espiritualidade Inaciana). Ele está discernindo sua inserção na missão a partir da universidade. O padre Marcos Augusto, de Fortaleza (CE), chegou à comunidade Manoel da Nóbrega destinado como superior da comunidade. Atuará também na Unicap, a partir do trabalho social que a instituição realiza.

FIÉIS LOTAM IGREJA NA POSSE DE NOVO PÁROCO O padre Pedro Pereira da Silva tomou posse como pároco da Paróquia de Todos os Santos, em Feira de Santana (BA), no dia 23 de fevereiro. Padre Pedrinho, como é mais conhecido, substituirá padre Caio que, após três anos à frente da Paróquia, foi transferido para Russas, no Ceará. Na cerimônia, o padre José Paulino Martins assumiu o cargo de vigário paroquial. Os fiéis lotaram a igreja para assistir à missa festiva, presidida pelo arcebispo dom Itamar Vian e concelebrada pelos padres recém empossados, e pelo provincial da BNE Miguel Martins, padre Jair, dentre outros. Na sua homilia, o arcebispo falou quais são as atribuições do pároco e do vigário paroquial, além de ressaltar a importância deles para a vida da Paróquia. No final da celebração, dois gru-

pos de jovens, crianças e adolescentes, emocionaram a todos quando protagonizaram duas lindas apresentações musicais. O primeiro, com os integrantes tocando apenas violão, desfilou um repertório bastante eclético. Já o segundo, uma verdadeira sinfonia, com instrumentos variados, apresentou vários números, indo do clássico Beethoven até o popular Luiz Gonzaga.

Na Paz do Senhor O senhor Marcílio Margotto, avô do diácono Aldomárcio M. Dal Bo, faleceu recentemente, aos 92 anos. Pedimos oração para toda a família nesse momento.

Calendário BNE COMPROMISSOS DO PROVINCIAL 22 A 23 DE ABRIL | Assembleia CSI – Fortaleza (CE) 24 DE ABRIL | Assembleia CETEC – Recife (PE) 25 DE ABRIL | Assembleia ANI – SALVADOR (BA) 26 A 30 DE ABRIL | Expediente na Cúria BNE e visita a comunidade e obras da Barra – Salvador (BA) 1º A 12 DE MAIO | Assembleia da CPAL – Guadalajara (MEX) 13 DE MAIO | Chegada – Descanso – SALVADOR (BA) 14 DE MAIO | Consulta da BNE – SALVADOR (BA) 15 A 18 DE MAIO | Expediente da Cúria BNE – SALVADOR (BA)


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a companhia de jesus no

BRASIL

PROVINCIALADO

Encontros de Plataformas Apostólicas reúnem jesuítas pelo país Jesuítas do Brasil inteiro participam de uma série de encontros das futuras Plataformas Apostólicas da Província dos Jesuítas do Brasil, em abril. Até o momento, quatro dos sete encontros foram realizados.

Todos os encontros aconteceram em clima de fraternidade e de busca conjunta da vontade de Deus para a missão da Companhia de Jesus no Brasil.

Foto: Ir. Lucemberg de Oliveira Lima

Foto: Pe. Carlos Viana

Nos dias 1º e 2 de abril, cerca de 60 jesuítas participaram do encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA SUL 1, em Itaici, Indaiatuba (SP).

O encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA CENTRO-OESTE reuniu 21 jesuítas, nos dias 7 e 8 de abril.

Foto: Pe. Itamar Carlos Gremon

Foto: Pe. Horácio Freire Silva

No encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA LESTE, realizado nos dias 3 e 4 de abril, cerca de 80 jesuítas estiveram presentes, no Rio de Janeiro (RJ).

E, por fim, nos dias 10 e 11 de abril, 25 jesuítas, que partilharão a vida e a missão na PLATAFORMA APOSTÓLICA AMAZÔNIA, participaram do encontro.

CONFIRA AS DATAS DOS PRÓXIMOS ENCONTROS: 29 A 30 DE ABRIL | Encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA NORDESTE1, em Baturité (CE) 2 E 3 DE MAIO | Encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA 2, em Mar Grande (BA) 6 E 7 DE MAIO | Encontro da PLATAFORMA APOSTÓLICA SUL 2, em São Leopoldo (RS)


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL PROVINCIALADO

SURPRESAS DE DEUS NOVIÇO LUÍS DUARTE

mente sou surpreendido por Deus. Enquanto aguardava uma pequena cirurgia, fui enviado para passar alguns dias em Salvador (BA), junto aos jesuítas da Comunidade Antônio Vieira e ao CEAS – Centro de Estudos Sociais. Durante dez dias, tive a grata felicidade de conhecer e de me aproximar mais do CEAS e daqueles que constroem essa história. O CEAS é uma construção coletiva de jesuítas e leigos a serviço da justiça e da solidariedade “para que todos tenham vida e vida em abundância”, “em tudo amando e servindo”. Estar no CEAS foi pisar em solo sagrado que, no seguimento a “Jesus Cristo pobre”,

LUÍS, DE CAMISETA ROSA, COM A EQUIPE DO CEAS

se coloca a serviço dos mais pobres e sofredores. E, por isso mesmo, tece uma rede de compromisso e de serviço que ultrapassa diferenças sociais, étnicas, culturais e religiosas. Nesses dias, senti o compromisso com a vida e com a construção de outro mundo possível, que emana pelos corredores dessa casa. Saboreei o perfume de um saber construído coletivamente ao conhecer a biblioteca que, em gigante acervo, guarda a memória dos movimentos sociais e coloca-se como espaço de reflexão crítica em vista da transformação da realidade. Convivi com homens e mulheres gigantes. Gigantes não no tamanho, mas na doação da vida que se faz

serviço por uma causa, uma utopia. Tateei uma história de quase cinquenta anos. História que, em suas dores, sabores, realizações e caminhos, guarda uma incrível fidelidade a Cristo e aos pobres. Por tudo isso, estar esses dias no CEAS foi uma grata e feliz surpresa que Deus me concedeu. Fica minha mais profunda gratidão. Gratidão a Deus pelo bem que Ele faz ao povo através dos homens e mulheres que, por meio do CEAS, doam suas vidas na construção da Civilização do Amor. Gratidão aos homens e mulheres com quem convivi no CEAS e aos jesuítas da Comunidade Antônio Vieira que me acolheram.

Foto: Arquivo / Joabes Rodrigues

O que escrevo é acompanhado da convicção de que não há coisa grande e pequena: há pessoas que são capazes de ser mais gente. Não conto novidades; conto uma surpresa. Há mais tempo que venho dizendo que Deus gosta de me surpreender. Passei o primeiro mês do segundo ano de noviciado preparando-me, com os amigos noviços, para vivermos o experimento de inserção na Região Amazônica. Mas, próximo do dia de partir para a missão, veio a primeira surpresa. Fui impossibilitado de viajar por questões de saúde. Cuidar de minha saúde passou, então, a ser prioridade nos dias que se seguiram. Em meio aos cuidados, nova-


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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL PROVINCIALADO

NOTÍCIAS DA PASTORAL VOCACIONAL – BELO HORIZONTE ESC. RENATO CARVALHO DE OLIVEIRA, SJ Entre os dias 21 e 23 de março, começamos o GAVI (Grupo de Aprofundamento Vocacional Inaciano), em Belo Horizonte (MG), cujo tema foi O sentido do acompanhamento vocacional. Contamos com a presença de jovens com desejo de encontrar respostas e luzes para suas inquietações existenciais e vocacionais. Confira seus relatos : “É uma experiência ímpar participar de um encontro onde se reúnem pessoas que partilham entre si os mesmos sentimentos, realidades e inquietações.”

“A dinamicidade dos encontros vocacionais leva-me a ter um melhor conhecimento de mim mesmo, dos outros e do nosso misericordioso Deus, e tudo isso contribui com a minha vocação.”

“Discernir o chamado ao seguimento a Cristo se torna suave na companhia do Senhor e dos irmãos. É consolador perceber que nunca estamos sozinhos. Avancemos acompanhados!”

(Élio, 32 anos, de Itabira, MG).

(José Antônio, 26 anos, paulista e residente em Belo Horizonte).

“O sentimento que brota é de alegria por continuar caminhando no GAVI, na companhia de amigos/irmãos, partilhando experiências.” (Denis, 17 anos, de Passos, MG).

(Gustavo César, 18 anos, de Divinópolis).

(Raimundo, 23 anos, cearense e

“Considero valiosa a experiência de iniciar um processo de discernimento vocacional pautado na reflexão interior, na convivência, na partilha e na observância da Palavra de Deus.”

residente em Belo Horizonte).

(André, 32 anos, de Resende Costa, MG).

“Espero que o acompanhamento me ajude a dar um sim a Cristo, ao chamado que ecoa de dentro do meu coração.”

Animados pelo calor dessas breves partilhas, sinal de esperança na Igreja e para a Companhia de Jesus, pedimos, na ternura e num só espírito de “corpo apostólico”, orações por esses “corações inquietos”. A equipe atual da Pastoral Vocacional de Belo Horizonte – que conta desde o ano passado com o estudante de Filosofia Renato Carvalho e o Irmão Eudson Ramos – vive um tempo de ampliação da equipe com a chegada do estudante de Filosofia Jucélio Olliver, do padre Élcio Toledo e de alguns estudantes de Teologia, e também dos nossos trabalhos. Aos que chegam, desejamos Boas-Vindas! Rezem por nós, companheiros!

Calendário BRA 22 DE ABRIL | Assembleia do DIA (Mantenedora) Manaus (AM)

2 E 3 DE MAIO | Reunião da Plataforma Apostólica Nordeste 2 Mar Grande (BA)

22 E 23 DE ABRIL | Visita ao Colégio São Francisco Xavier (Del. Educ.) – São Paulo (SP)

2 E 3 DE MAIO | Visita ao Colégio Anchieta (Del. Educ.) Porto Alegre (RS)

23 DE ABRIL | Assembleia do Colégio Santo Inácio de Fortaleza (Mantenedora) Fortaleza (CE)

2 A 4 DE MAIO | 2º Encontro Nacional de Lideranças Jovens do MEJ – Baturité (CE)

24 DE ABRIL | Assembleia do CETEC – Recife (PE)

5 A 10 DE MAIO | 28ª Assembleia da CPAL – Guadalajara (MEX)

24 E 25 DE ABRIL | Visita à ETE (Del. Educ.) – Santa Rita do Sapucaí (MG)

6 E 7 DE MAIO | Reunião da Plataforma Apostólica Sul 2 São Leopoldo (RS)

25 DE ABRIL | Assembleia da ANI e da JESLEQ – Salvador (BA)

8 A 10 DE MAIO | Simpósio Nacional do Bicentenário de Restauração da Companhia de Jesus – São Paulo (SP)

29 E 30 DE ABRIL | Reunião da Plataforma Apostólica Nordeste 1– Baturité (CE) 29 E 30 DE ABRIL | Visita ao Colégio Medianeira (Del. Educ.) – Curitiba (PR)

9 A 14 DE MAIO | Encontro dos Secretários Nacionais do Apostolado da Oração na América Latina – Baturité (CE)


39 I N F O R M AT I V O D O S J E S U Í TA S D O B R A S I L

ANIVERSÁRIOS ABRIL

MAIO

16 |

Pe. José Vollmer - BRM

01 |

Pe. Miguel Elosúa Rojo – BRC

17 |

Pe. Gino Raisa – BNE Ir. Salvador Ienne – BRC

02 |

19 |

Pe. Agnaldo Barbosa Duarte – BNE Pe. Pedro Vicente Ferreira – BNE Pe. Spencer Custódio Filho – BRC

Pe. Ary de Freitas – BRC Pe. Francisco de P. A. Xavier Barbieri – BRM Esc. José Bruno Paula Moreira – BNE Ir. Mário Álvares Gomes – BRC

03 |

Esc. Luiz Leandro Alves de Castro – BNE

04 |

Ir. Marcos Epifanio Barbosa Lima – BNE

05 |

Esc. Izequiel Luciano E. da Costa – MOZ Pe. José Elias Feyh – BRM

06 |

Pe. Vanildo Pereira da Silva Filho – BNE Esc. Segundo Rafael Pérez Rubio – PER

07 |

Ir. Augusto José Azevedo – MOZ Pe. Martinho Mayer – BRM

08 |

Esc. José Robson Silva Souza – BRM

09 |

Ir. Raimundo Nonato Oliveira Barros – BNE

10 |

Ir. Pedro Sotoriva – BRC

12 |

Pe. Hilário Henrique Dick – BRM Pe. Mário Sündermann – BRM

13 |

Pe. Guido Valli – BRM Pe. Luiz Neis – BRM Pe. Manuel Fernández Herce – BRC Pe. Xavier Nichele – BNE

14 |

Esc. Antônio Ronilson Braga de Sousa – BAM Pe. José Ivan Dias – BNE

15 |

Pe. Erno José Luetkemeyer – BRM Ir. Eudson Ramos – BNE

16 |

Ir. José Auri Mallmann – BRM

20 |

Pe. Kuno Paulo Rhoden – BRM Ne. Vitor Biral Bazucco – BRC

21 |

Esc. Francisco Danilo dos S. Oliveira – BNE Pe. José Pablo Hernández Gil – BNE

22 |

Ir. Delson Pinto Siqueira – BRC Pe. Nereu Fank – BRM

23 |

Esc. Anibal Atalibal Lorca – VEN Pe. Élcio José de Toledo – BRC Pe. Hipólito Chemello – BNE Pe. Satílio Bolonhani da Silva – BRC

24 |

Pe. Elton Vitoriano Ribeiro – BRC

25 |

Esc. Gustavo V. Assis de Paula – BNE

26 |

Ir. Affonso Wobeto – BRM

27 |

Pe. Sebastião Francisco Pescatori – BRC

29 |

Esc. Arturo Estrada Acosta – MEX Ir. Paulo Sérgio Costalonga – BNE


40

AnĂşncio - contra capa


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