Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

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PAPA VISITARÁ PAÍSES AFRICANOS

JESUÍTAS PARTICIPAM DA CONFERÊNCIA DA PAZ

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PROJETO PAMSJ E UNICAP INICIAM DIÁLOGO

JESUÍTAS BRASIL

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INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL EDIÇÃO 18 ANO 2 SETEMBRO 2015

SER MISSIONÁRIO IR ÀS FRONTEIRAS E SER LIVRE PARA SERVIR SÃO CARACTERÍSTICAS DOS COMPANHEIROS DE JESUS, OS JESUÍTAS especial pág. 12




SUMÁRIO

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EDITORIAL

Fé, Razão e Universalidade na missão Jesuíta

CALENDÁRIO LITÚRGICO

ENTREVISTA † PEREGRINOS EM MISSÃO

Papa visitará países africanos Acolhimento aos refugiados Mais rapidez nos processos de nulidade matrimonial

ESPECIAL

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Pe. José Luis Fuentes, SJ

O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA † SANTA SÉ

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EDIÇÃO 18 | ANO 2 | SETEMBRO 2015

Enviado às fronteiras

PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E

MUNDO † CÚRIA GERAL

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AMÉRICA LATINA † CPAL

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À escuta da palavra PAMSJ e UNICAP iniciam diálogo Seminário da Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas Aula Viva em São Paulo de Olivença

GOVERNO

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36ª Congregação Geral Solidariedade em favor da paz Concurso de curtas sobre justiça social Nomeações

Companhia de Jesus promove 3ª Assembleia das Mantenedoras Plano Apostólico é estudado por comunicadores de BH e Santa Luzia

SERVIÇO DA FÉ

Bíblia, a Palavra de Deus


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INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL JESUÍTAS BRASIL

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ECOLOGIA

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Centro Santa Fé celebra 18 anos Nova direção nacional da Fundação Fé e Alegria

EXPEDIENTE EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI) CONTATO NCI noticias@jesuitasbrasil.com www.jesuitasbrasil.com DIRETOR EDITORIAL Ir. Eudson Ramos EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL Silvia Lenzi (MTB: 16.021) REDAÇÃO Juliana Dias

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DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO

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Livro ilustrado sobre a Companhia de Jesus Obra sobre a história dos jesuítas no RJ é lançada

EDUCAÇÃO

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Plano Educativo Comum entra em nova fase Em evento, alunos debatem questões internacionais Equipe da FEI ganha destaque em Fórum Mundial Colégio Antônio Vieira escolhe embaixador da Campanha Inacianos pelo Haiti

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JUVENTUDE E VOCAÇÕES

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NA PAZ DO SENHOR

DIAGRAMAÇÃO E EDIÇÃO DE IMAGENS Handerson Silva COLABORADORES DA 18ª EDIÇÃO Dayse Lacerda, Pe. Jaldemir Vitório, Pe. Jonas Caprini, Luíza Costa, Marcia Savino, Matheus Kiesling, Pedro Risaffi, Pe. Valério Sartor, Vinícius Moraes, Thaís Santana e Ana Ziccardi (revisão). Um agradecimento especial a todos que colaboraram com a matéria especial dessa edição. FOTOS Banco de imagens / Divulgação TRADUÇÃO DAS NOTÍCIAS DA CÚRIA Pe. José Luis Fuentes Rodriguez

Jovens participam de Trilha Inaciana no Ceará

JUBILEUS E AGENDA

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EDITORIAL

FÉ, RAZÃO E UNIVERSALIDADE NA MISSÃO JESUÍTA

O Roberto Barros Dias, SJ Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Professor do Curso de História da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

A BULLA REGIMINI MILITANTIS ECCLESIAE [...] MOSTRA O MODO DE CONCEBER UMA ORDEM RELIGIOSA PARA OS PRIMEIROS JESUÍTAS: O ‘ESPÍRITO’ AD EXTRA, MISSIONÁRIO E AO SERVIÇO DA IGREJA

intento de Inácio de Loyola e dos seus companheiros estudantes de Paris, em missionar em Jerusalém, ou para ir aonde o Papa os enviasse, já caracterizava a Companhia de Jesus no seu momento fundante, 15 de agosto de 1534, como um fenômeno de dimensão global, que perpassa fronteiras nacionais e continentais. A Bulla Regimini militantis Ecclesiae, 1540, que aprova a Fórmula do Instituto da nova Ordem, na qual a obediência ao Papa, à missão e à seleção de novos integrantes adquirem um relevo, mostra o modo de conceber uma ordem religiosa para os primeiros jesuítas: o “espírito” ad extra, missionário e ao serviço da Igreja. Eles estavam, ao mesmo, tempo vinculados entre si, pelo voto de obediência a um deles, a Roma, pelo voto de obediência ao Papa, e disponível à dispersão universal. Em 1539, D. João III (1521-1557), o Piedoso e Colonizador, escreve a D. Pedro de Mascarenhas, embaixador de Portugal na Santa Sé, solicitando que se esforce junto ao Papa Paulo III para que a Companhia de Jesus seja designada pelo Romano Pontífice para as missões do ensino médio e universitário em Portugal e no além-mar. O convite de D. João III e patrono da Igreja à Companhia de Jesus alicerçava-se no intuito de modificar no seu reino as condições precárias que o catolicismo na Europa herdara do século XV, devido à ‘decadência’ moral, desgaste institucional, à crise de vocações e da formação sacerdotal, a pouca atuação dos bispos nas dioceses confiadas a eles, a tênue evangelização interna na Europa e, em particular, na carência de atuação de missionários seculares e regulares, em Portugal. O crescimento de colégios e residências dos missionários em Portugal e além-mar deu-se de forma rápida, graças ao patrocínio do grão-mestre da Ordem de Cristo, o rei, e seus sucessores. No século XVIII, a Província Portuguesa contava com 861 membros, a maioria a trabalhando nos colégios. No Brasil, de acordo com Serafim Leite (1948), encontrava-se o maior número de jesuítas da Assistência Portuguesa. Eram 631 religiosos no total. Os jesuítas atuavam em 17 Colégios em São Paulo, Rio de Janeiro, Baía, Pará, Recife, Olinda, Porto Seguro, Ceará, Maranhão, Santos, Espírito Santo, Paranaguá, Paraíba, Vigia; dois seminários em Belém e Maranhão; 37 residências e missões. Esses números são para elucidar o volume da ação missionária jesuítica no Brasil, o crescimento da Ordem entre sua aprovação e o século XVIII, o caráter universal da Companhia de Jesus, a racionalidade expressa pela Ratio Studiorum, a administração e o trabalho sistemático e programado nos aldeamentos. Portanto, a Fé dos inacianos com base no Evangelho, na tradição apostólica, na sustentação teológica tridentina não posterga a racionalidade expansionista e civilizadora por meio de ações missionárias que contemplavam espiritualidade, pedagogia, técnica arquitetônica, arte, diálogo com outras linguagens e ritos religiosos, administração temporal e relações de diplomacia com poder político na Europa, Ásia e com o Estado Pontifício. A fé em Deus e em um sistema universal de educação, inspirado nos métodos dos Exercícios Espirituais, não se opunha à razão e harmonizava-se com as ideias modernas em andamento durante os primeiros séculos de Missão da Companhia de Jesus. Boa leitura!

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CALENDÁRIO LITÚRGICO

calendário litúrgico Próprio da Companhia de Jesus

SETEMBRO

DIA 2 Bem-aventurado Tiago Bonnaud, presbítero e companheiros Bem-aventurados José Imbert e João Nicolau Cordier, presbíteros Bem-aventurado Tomás Sitjar, presbítero e companheiros mártires

São Pedro Claver, presbítero

DIA 10 Beato Francisco Gárate, religioso

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DIA 17 São Roberto Bellarmino

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ENTREVISTA

PEREGRINOS EM MISSÃO

GUARDIÃO DAS INFORMAÇÕES

Pe. José Luis Fuentes , SJ

O senhor exerce duas funções distintas, a de secretário e a de arquivista. Quais as responsabilidades de cada uma delas? Na realidade, atualmente, atuo basicamente na função de arquivista. A função de secretário é esporádica: de vez em quando, me pedem para fazer ou revisar uma carta ou documento, fazer ou revisar uma tradução do espanhol (raramente, do inglês). O Secretário oficial do Provincial e da Província é o Sócio, neste momento o Ir. Eudson Ramos, que, aliás, realiza seu ofício muito bem. Ele pode solicitar, ocasionalmente, meu serviço pontual. Em sua opinião, essas funções, em algum momento, se completam? Neste momento, mais que se completam, interferem uma na outra, dado o volume de

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Nesta edição, o informativo Em Companhia traz a entrevista especial com o Pe. José Luis Fuentes, que desempenha a função de Arquivista da Província dos Jesuítas do Brasil – BRA desde a sua criação, em novembro de 2014. São muitos os desafios diante da responsabilidade de organizar as informações da Ordem religiosa. Entre eles, está o volume de documentos manipulados, que aumentou significativamente depois da nova configuração da Companhia de Jesus no país. Ao jesuíta, porém, não faltam bom humor e disposição no cumprimento de mais essa missão.

serviço exigido pelo arquivo: foram reunidos no Rio de Janeiro, na nova Província dos Jesuítas do Brasil – BRA, os arquivos das quatro Províncias existentes anteriormente (por um tempo, três Províncias e mais a Região Amazônica). Isso está exigindo um trabalho de fusão, padronização e reorganização do novo arquivo. Só de pessoas, passou-se de um número em torno de 200, em cada Província anterior, para outro superior a 500. Qual a importância do arquivista na gestão das informações? O arquivista não produz informações; organiza as existentes de modo a facilitar a procura de quem tem direito e necessidade de acessá-las ou para o próprio arquivista fornecê-las. Não raro, informações são solicitadas “para ontem”; daí a necessidade de tê-las disponíveis. Creio ser, também, responsabilidade do arquivista correr atrás dos dados que estão faltando ou que estão desatualizados, o que acontece com frequência. A Companhia de Jesus, na sua experiência centenária e na sabedoria de seu fundador, estabelece momentos deci-


sivos na formação dos seus membros para coletar informações valiosas das pessoas: o ingresso na Ordem; os estudos, o acesso à Teologia e, em especial, à ordenação presbiteral; os últimos votos; a seleção para missões e funções de maior responsabilidade (governo das comunidades, das obras mais complexas, de uma Província). Como é administrar tantas informações, dadas as dimensões da nova configuração da Companhia de Jesus no Brasil? Divertido! Desafiantes! Primeiro, a quantidade: somos mais de 500 jesuítas na nova Província e um número de obras que ainda não pude contabilizar. Segundo: reunir em um arquivo único os quatro ou cinco existentes anteriormente, cada um com diferenças substanciais na maneira de organizar e no estado dos materiais, é tarefa longa e, por vezes, complexa. Na minha curta experiência com arquivo, pelo menos no que se refere às pastas PESSOAIS, adotei um esquema de três ou quatro capítulos que me permitem enquadrar as informações essenciais de cada pessoa. O esquema é lógico, relativamente simples e fácil de compreender e manejar. Quais os maiores desafios como arquivista? Além dos desafios mencionados acima, citarei dois: primeiro, chegar a certo nível de padronização sobre o conteúdo das informações (o que guardar? o que solicitar?) e sobre o material e a forma (é imensa a variedade de formatos, tamanhos e tipos de papel utilizados pelas pessoas), o que muito dificulta a sua guarda. Segundo, o uso da tecnologia: é viável, necessário, conveniente digitalizar tantos documentos e guardá-los com segurança? Que documentos deverão ser conservados para sempre no papel? Sem dúvida, a tecnologia deve agilizar a busca e facilitar o uso de espaços e dos próprios conteúdos. Para isso, é necessário um conhecimento razoável das tecnologias e, depois, a questão da segurança. A velocidade nos avanços da tecnologia pode criar problemas sérios: documentos são armazenados com uma tecnologia e ela cai em desuso.

CONSIDERO MEU SERVIÇO UMA MISSÃO QUE A COMPANHIA ME CONFIA

Quais os cuidados que se deve ter ao arquivar a documentação, principalmente para que seja encontrada com facilidade, caso necessário? Todo cuidado é pouco.... Não deixar documentos de alguém na pasta de outrem; não misturar alhos com bugalhos, não deixar de datar e assinar documentos (como alguém diria, isso só acontece na Patagônia); guardar cuidadosa e adequadamente os materiais; ter clareza nos critérios de classificação e locação dos assuntos; guardar o necessário (eliminar cópias inúteis - impressora e copiadora suprem qualquer necessidade de cópias); identificar corretamente os materiais... O trabalho de arquivamento de documentos dentro da Companhia de Jesus tem alguma característica peculiar? Não sou um expert no assunto. Acredito que sim, como qualquer empresa pode ter. A Companhia, tradicionalmente, prioriza a comunicação, a correspondência, especialmente entre os membros e seus superiores. Há documentos que devem ser escritos à mão e assinados, por exemplo, os votos, a renúncia aos bens... Acima, mencionei que a Companhia exige coleta de informações sobre a pessoa em determinados momentos de sua formação. Alguns documentos têm que ser enviados a Roma logo após acontecimentos como os votos, a ordenação, outros; nomeações feitas ou aprovadas pelo Superior Geral... Considero meu serviço uma missão que a Companhia me confia. Mais ou menos importante do que outras, não cabe comparar. Ela é necessária para o governo da Província e exige dedicação, empenho, cuidado. Também não exclui outras atividades próprias da Companhia, como os ministérios sacerdotais e outros mais específicos do nosso carisma; tenho, ainda, outras funções pontuais no âmbito da mantenedora e colaboro em outras obras da Província.

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O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA

SANTA SÉ

Papa visitará países africanos

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Papa Francisco visitará o continente africano pela primeira vez, entre os dias 25 e 30 de novembro. No roteiro da viagem, estão Quênia, Uganda e República Centro-Africana. A viagem é resultado de um convite feito pelos chefes de Estado e chefes dos episcopados africanos. Desde que chegou ao Vaticano, em março de 2013, Francisco viajou algumas vezes para Ásia, América Latina e Europa, mas nunca para África. Quênia e Uganda, países de língua inglesa, e República Centro-Africana, de língua francesa, têm grandes comunidades católicas e estão imersos em conflitos. O Quênia enfrenta os rebeldes shebab somalis, que, desde 2011, multiplicam os ataques no país como represália à decisão do governo de intervir militarmente na Somália. Em Uganda, outro país sob ame-

aça dos shebab, o Papa pretende recordar e celebrar a canonização, em 1964, por Paulo VI, dos primeiros santos africanos, 22 jovens que foram assassinados em 1878.

A República Centro-Africana também enfrenta uma crise política e as eleições presidenciais e legislativas, previstas para outubro, podem ser adiadas por causa dos confrontos.

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

UGANDA QUÊNIA

Fontes: O Globo | G1

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Acolhimento aos refugiados FOTO: AGÊNCIA ANSA

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iante do crescente drama dos refugiados que chegam à Europa, nos últimos tempos, o Papa Francisco convidou, em 6 de setembro, todas paróquias e comunidades religiosas na Europa a fazerem um gesto concreto de Misericórdia, acolhendo uma dessas famílias. A solidariedade começará por duas paróquias do Vaticano, assegurou o Pontífice. Na Itália, existem mais de 25 mil paróquias e outras 12 mil, na Alemanha, destino de muitos dos sírios que fogem da guerra civil e das pessoas que tentam escapar da pobreza em outros países. “Apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos monastérios e santuários de toda a Europa que recebam uma família de refugiados”, disse Francisco, após seu discurso dominical no Vaticano.

APELO ÀS PARÓQUIAS, ÀS COMUNIDADES RELIGIOSAS, AOS MONASTÉRIOS E SANTUÁRIOS DE TODA A EUROPA QUE RECEBAM UMA FAMÍLIA DE REFUGIADOS Papa Francisco

Fonte: Rádio Vaticano | G1

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m 8 de setembro, o Vaticano anunciou as principais mudanças em relação aos processos de nulidade matrimonial. Conforme ressaltado, o objetivo do Papa Francisco não é favorecer a nulidade dos matrimônios, mas dar rapidez a esse processo, evitando que, por causa de atrasos no julgamento, o coração dos fiéis que aguardam o esclarecimento sobre seu estado “seja longamente oprimido pelas trevas da dúvida”. As alterações constam nos dois documentos Mitis Iudex Dominus Iesus (Senhor Jesus, manso juiz) e Mitis et mi-

FOTO: L’OSSERVATORE ROMANO

Mais rapidez nos processos de nulidade matrimonial sericors Iesus (Jesus, manso e misericordioso). Entre as mudanças, o Pontífice determinou que o trâmite será gratuito para todos e mais curto para os casos mais evidentes. É importante ressaltar que, para conseguir o “decreto de nulidade”, é preciso mostrar que o casamento não foi válido de acordo com a lei da Igreja, sendo necessário provar que alguns pré-requisitos não foram respeitados, como a livre vontade, a maturidade psicológica e a abertura para ter filhos. Fontes: Rádio Vaticano | G1

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ESPECIAL

ENVIADO ÀS FRONTEIRAS Os jesuítas são homens dispostos a estar naqueles lugares onde outros não podem ou não querem estar

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caráter missionário é uma das características mais marcantes dos companheiros de Jesus, os jesuítas. No século XVI, quando se lançaram além-mar, esses homens não sabiam o que iriam encontrar, mas tinham o profundo desejo de anunciar o Senhor a povos e culturas que ainda não conheciam sua face. E o que caracteriza um missionário? Segundo o dicionário, missionário pode ser definido como aquele que recebe ou assume a incumbência de realizar determinada tarefa ou promove sua concretização. Na Companhia de Jesus, ser missionário é ir às fronteiras e, aqui, falamos não só dos limites geográficos, mas de todas as formas de barreiras que impedem o pleno desenvolvimento humano das pessoas, como as fronteiras entre ricos e pobres, entre países, entre cultos e iletrados, por exemplo. A partir do momento em que Inácio de Loyola e os primeiros companheiros compreenderam a importância de chegar a todas as pessoas, quer elas estivessem nas fronteiras ou no centro da sociedade, eles começaram a ser enviados para o novo mundo. Segundo a 35ª Congregação Geral, milhares de jesuítas seguiram

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pregando o Evangelho a muitas culturas e nações, partilhando conhecimentos e aprendendo de outros. Os jesuítas são homens dispostos a estar naqueles lugares onde outros não podem ou não querem estar. Reconhecida como corpo apostólico na Igreja, a Companhia de Jesus está ligada à Santa Sé e ao Papa, que a envia para onde houver maior necessidade. “[...] obedecer ao Romano Pontífice acerca das missões, tornou-se nosso princípio e principal fundamento”, ratifica a 34ª Congregação

Geral da Companhia de Jesus. Constantemente desafiados a buscar o magis, os jesuítas são instigados a não se acomodarem com o já realizado. Para realizar a missão, é necessário ter audácia de conhecer novas fronteiras e desafios. Portanto, o jesuíta precisa ser aberto, pronto para adaptar-se a novas realidades e livre para servir a todos. Na Igreja Católica, o mês de outubro é dedicado às Missões, é tempo de intensificar as orações e os trabalhos. “A di-


mensão missionária é a mais profunda identidade da Igreja. Ela existe para continuar a missão de Cristo aqui na terra”, afirmou o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), em carta publicada no site da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A intenção do mês missionário é promover uma conscientização para lembrar os fiéis cristãos da missão de cada um. “Os religiosos, sacerdotes, membros de novas comunidades são missionários e assim denominados, mas os leigos também têm o dever de evangelizar”, explicou o arcebispo. Durante a 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus, realizada em 2008, o Papa Bento XVI confiou a

missão de levar o Evangelho para as “fronteiras” da fé, da cultura e da sociedade civil aos jesuítas. Na ocasião, o pontífice expressou sua confiança na capacidade da Companhia de Jesus para realizar essa missão. Atualmente, no Brasil, os jesuítas estão espalhados por diversas cidades brasileiras, nas mais diferentes fronteiras, sejam elas geográficas, culturais ou sociais. MISSIONÁRIOS HOJE Atualmente, 511 jesuítas compõem o corpo apostólico da Companhia de Jesus no Brasil. Cada um deles com missões nos mais diferentes lugares do país. Educação, Social, Juventudes, Espiritualidade são al-

NA COMPANHIA DE JESUS, SER MISSIONÁRIO É IR ÀS FRONTEIRAS E, AQUI, FALAMOS NÃO SÓ DOS LIMITES GEOGRÁFICOS, MAS DE TODAS AS FORMAS DE BARREIRAS, QUE IMPEDEM O PLENO DESENVOLVIMENTO HUMANO

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ESPECIAL

gumas das áreas de atuação dos jesuítas. O Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, diretor do Centro MAGIS Fortaleza, conta que, “para atuar junto aos jovens, é preciso desejar ser um novo Cristo, ou seja, é preciso amar os jovens e acolhê-los como eles são. É preciso ser uma presença amiga entre eles, compartilhando, assim, suas alegrias, sonhos e tristezas”. As juventudes são uma das opções preferenciais do Plano Apostólico da Província dos Jesuítas do Brasil-BRA (2015-2020). “A Companhia de Jesus, ao priorizar o trabalho junto aos jovens, assume um compromisso de animá-los a construir outro mundo, a partir dos valores e princípios de Jesus Cristo”, ressalta Ir. Bira, como é conhecido. Segundo ele, quando os jesuítas assumem missões que ninguém quer assumir, os jovens vislumbram também essa possibilidade de romper barreiras e ir além-fronteiras. “O testemunho da Companhia de Jesus ajuda os jovens a se questionarem: ‘se eles podem, eu tam-

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jesuítas compõem o corpo apostólico da Companhia de Jesus no Brasil

bém posso’, assim como fez Santo Inácio ao conhecer a vidas dos santos”, acredita. A falta de oportunidades nos âmbitos educacionais, artísticos e profissionais provoca abismos socioeconômicos e culturais na vida dos jovens. Para Ir. Bira, esse contexto, muitas vezes, é responsável pela exclusão e pelo sofrimento. “A juven-

tude enfrenta muitos desafios, por isso é preciso estar perto, ser companheiro, mas, ao mesmo tempo, é imprescindível que a juventude se empodere e seja protagonista. Apesar das dificuldades, é um trabalho gratificante, porque os jovens são dinâmicos e muito criativos. São ousados e cheios de energia. Aprendo muito com eles. Percebo que carregam aquela força revolucionária do Cristo amigo, resistente e terna, ousada e generosa. Isso é encantador”, confessa. Assim como o trabalho com juventudes, os missionários que atuam no

A COMPANHIA DE JESUS, AO PRIORIZAR O TRABALHO JUNTO AOS JOVENS, ASSUME UM COMPROMISSO DE ANIMÁ-LOS A CONSTRUIR OUTRO MUNDO, A PARTIR DOS VALORES E PRINCÍPIOS DE JESUS CRISTO Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, diretor do Centro MAGIS Fortaleza


apostolado espiritual também precisam estar atentos às pessoas. O Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, assessor do SIES (Serviço Inaciano de Espiritualidade) e orientador de Exercícios Espirituais, em Manaus (AM), ressalta que, para atuar nesse apostolado, é necessário ter a capacidade de acolher e de escutar com respeito as pessoas. “Aqui, na Amazônia, tem sido uma experiência itinerante muito forte e bonita com a população. Há uma troca, uma relação de reciprocidade muito bonita, um intercâmbio místico de riqueza espiritual entre a missão e o ministério com os Exercícios Espirituais”, afirma Pe. Luís Renato. O SIES é formado por uma equipe de leigos e religiosos que se colocam a serviço das comunidades na Igreja de Manaus e região. “Temos procurado contribuir com a formação das lideranças na Igreja. Nesse sentido, oferecemos espaços de formação em várias áreas: bíblica, humana, litúrgica, para catequistas, para casais e também espaços de formação

AQUI, NA AMAZÔNIA, TEM SIDO UMA EXPERIÊNCIA ITINERANTE MUITO FORTE E BONITA, QUE ENRIQUECE E FORTALECE MUITO ESPIRITUALMENTE Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, assessor do SIES e orientador dos EE espiritual”, explica o jesuíta. A Equipe Itinerante dedica-se a apoiar os leigos, as paróquias, as comunidades, as pastorais e as lutas sociais do povo. Os religiosos que atuam na organização realizam visitas às famílias das comunidades, escutam seus anseios e preocupações, ou seja, estabelecem diálogo. “A itinerância é um desafio e uma alegria! É um dom e uma graça termos pessoas liberadas para a missão com os retiros, pois são muitos os pedidos. Aqui, há uma sede de Deus muito grande. As pessoas nos reconhecem por nossa proposta mais séria de espiritualidade, algo mais profundo, bíblico e de mais

compromisso com a vida e a transformação da realidade”, diz Pe. Luís Renato. Segundo o jesuíta, o caráter missionário da Companhia de Jesus sempre foi cultivado, pois essa é uma característica de seus membros, obras e da própria espiritualidade inaciana. “Todos que bebem desta fonte se inspiram, se alimentam, se fortalecem nesta missão, sempre crescendo e amadurecendo este seguimento de Cristo!”. Para o Pe. José Maria de Andrade Couto, diretor do Centro Santa Fé, em São Paulo (SP), os missionários de hoje são chamados a ser sinal de esperança diante de uma sociedade regida pela lógica social, segre-

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ESPECIAL

gacionista, em que as populações mais pobres são discriminadas e excluídas. Na área Social, muitas obras jesuítas têm a missão de oferecer uma formação integral aos adolescentes mais necessitados, para que sejam líderes comunitários em vista da transformação social. “O Centro Santa Fé é um centro de educação popular que prepara os jovens para a vida. A nossa ação tem como objetivo a promoção da justiça e da igualdade, a defesa dos direitos humanos, o respeito pela diversidade cultural e pelo meio ambiente. Acreditamos na formação partilhada, no protagonismo juvenil, num outro mundo possível”, explica Pe. José Maria. O jesuíta também atua no bairro Brasilândia, periferia da zona norte paulistana. Na região, ele colabora na Paróquia local e atende moradores. “Uma das minhas atividades é acompanhar os movimentos e as organizações sociais das comunidades. Participo através de redes de colaboração entre as diversas ações sociais das entidades assistenciais. Colaboro também nas lutas populares e nas histórias cotidianas da população, procuro contribuir na busca da superação de seus desafios. Além disso, auxilio no curso de Teologia para leigos e no acompanhamento da juventude”, diz. Para exercer essa missão, é essencial ter respeito e atenção para com as pessoas. “Para mim, a grande alegria de ser missionário é ser um instrumento de esperança para uma alternativa de mudança na vida das pessoas”, confessa Pe. José Maria. Atuando há 18 anos na área de Educação, o Pe. Carlos Alberto Jahn, atual diretor do Colégio Medianeira, localizado em Curitiba (PR), acredita que, no apostolado educacional, é essencial que os missionários tenham um entendimento amplo sobre a realidade e as necessidades brasileiras na área de Ensino. “Entendo que a prática de educação demanda, por exemplo, conhecimentos do status e identidade da educação brasileira e suas preocupações, conhecimento da identidade e missão da Companhia de Jesus para a

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Pe. José Maria de Andrade Couto

ACREDITAMOS NA FORMAÇÃO PARTILHADA, NO PROTAGONISMO JUVENIL, NUM OUTRO MUNDO POSSÍVEL

educação e muita capacidade de trabalho em equipe”, afirma. Para ele, o desafio é que a excelência acadêmica e humana seja um valor percebido. “Em um colégio ou sala da aula, há muita diversidade. Um dos maiores desafios da educação é gerar espaços acolhedores e estimulantes para fazer da escola um ambiente de aprendizagem. Crianças e adolescentes são curiosos, imediatistas, têm expectativas sobre o estar na escola, sobre o aprender e querem ser acolhidos”, explica Pe. Jahn. Entre 1996 e 1999, o jesuíta lecionou Literatura Brasileira e Português em cursos pré-vestibulares populares. “Foi uma experiência extremamente gratificante. Os alunos eram trabalhadores jovens que, ao final do dia, vinham cheios de expectativa preparar-se para ingressar no Ensino Superior. Mesmo com o cansaço, a falta de estrutura das salas de aula e dos precários materiais didáticos, essa experiência me legou aprendizados impressionantes”, conta. Pe. Jahn também trabalhou no Ensino Superior. Sua experiência foi na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), que tem cinco campus no Rio Grande do Sul. O jesuíta chegou a coordenar a rádio e a televisão da instituição. “Trabalhei com pessoas criativas, generosas e qualificadas. Conheci estudantes inquietos com as injustiças do Brasil e da América Latina e que sonhavam com uma sociedade mais humana. Vivi muitas experiências de inclusão social via

processos ensino-aprendizagem na educação superior”, relembra. Após 14 anos atuando na Unisinos, entre 2000 e 2014, Pe. Jahn foi destinado para outra missão: o Colégio Medianeira. Desde dezembro do ano passado, o jesuíta está à frente da instituição, que, atualmente, conta com cerca de 3 mil alunos, distribuídos na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e Médio. “Estar na direção de um Colégio envolve atenção a diferentes frentes. Porém, o foco dos processos de gestão deve estar a serviço da educação, a serviço da aprendizagem dos alunos. Esse trabalho envolve: receber e escutar pessoas, fazer a gestão da identidade e da missão jesuítica, relacionamento institucional com as organizações internas, ou seja, fazer a cura personalis, ‘cuidar de toda a pessoa’, da instituição. DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS Todo jesuíta está disponível para seguir Jesus. Nesse sentido, a atuação dos companheiros de Cristo se dá em diver-


sas fronteiras. Por isso, assim como no século XVI, os missionários continuam lançando-se a novos desafios. A complexidade do mundo contemporâneo, ao mesmo tempo em que desafia o exercício da missão, estimula o desejo de servir aos homens e às mulheres. Ser missionário, portanto, faz parte da identidade jesuíta. “A experiência de fraternidade e partilha que os jesuítas vivenciam pode colaborar para o vislumbre de outros modelos de relações pessoais, sociais e políticas. Além disso, a luta e o engajamento missionário dos jesuítas junto aos empobrecidos é sinal de profecia e de anúncio, no qual se indica, concretamente, o caminho para as mudanças necessárias: amor ao

próximo e serviço para a promoção da paz e da justiça”, afirma Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, diretor do Centro MAGIS Fortaleza. No contexto da juventude brasileira, Ir. Bira acredita que as principais fronteiras hoje são a intolerância ao diferente e o individualismo. “Cada vez mais cresce a necessidade de encontrar Deus isoladamente, longe do próximo, através de uma relação vertical com a fé. Para mim, a não acolhida de uma espiritualidade libertadora é uma fronteira porque, sem ela, a juventude se isola e não consegue vislumbrar a construção coletiva de outro mundo possível”, diz o jesuíta. Para o Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, assessor do SIES e orientador de Exercícios Espirituais (EE), a humanidade está vivendo um tempo de muitas buscas de sentido para a vida. Segundo ele, há uma carência muito grande de propostas mais sérias nesse campo da espiritualidade. Nesse sentido, os EE contribuem para o fortalecimento da fé. “As pessoas conhecem a espiritualidade inaciana. A minha experiência é muito forte, pois tenho estado disponível para atender a muitos pedidos em várias partes do Brasil, não só na região norte. São tantos os pedidos, que não consigo atender todos e vivo indicando outros jesuítas para orientar os retiros. Temos aí uma grande missão, que está muito presente em nosso plano apostólico: a redescoberta e o aprofundamento da experiência transformadora da fé por meio da partilha da espiritualidade inaciana”, acredita Pe. Luís Renato. As fronteiras na região amazônica perpassam diferentes cenários: ecológi-

UM DOS MAIORES DESAFIOS DA EDUCAÇÃO É GERAR ESPAÇOS ACOLHEDORES E ESTIMULANTES PARA FAZER DA ESCOLA UM AMBIENTE DE APRENDIZAGEM Pe. Carlos Alberto Jahn

cos, de comunidades indígenas e ribeirinhas, de cuidado com a casa comum, da cultura e da ciência nos ambientes universitários. “Nesse contexto, a dimensão missionária faz parte de nossa missão, de nossa vida como jesuítas, compreendemos a missão num horizonte imenso de possibilidades”, explica o jesuíta. Reler, constantemente, a tradição e os seus apelos de mudança é importante para o trabalho missionário da Companhia de Jesus. “Diante de tantos cenários novos, precisamos redescobrir a universalidade da missão através de redes de colaboração entre as diversas frentes apostólicas”, afirma Pe. José Maria de Andrade Couto, diretor do Centro Santa Fé. Na Educação, articular os conhecimentos das ciências, os aspectos técnicos, humanos, sociais, espirituais e afetivos são fronteiras latentes, segundo Pe. Carlos Alberto Jahn, diretor do Colégio Medianeira. “A proposta educativa para os colégios jesuítas visa à formação integral. O intuito é ajudar para um mundo mais justo, solidário e inclusivo, de mais vida e preocupado com o futuro da Terra. Noto que a tradição educativa jesuítica vem sendo revitalizada, à luz da missão da Companhia de Jesus”. Estar disposto a assumir novas missões, a ajudar o próximo e a servir as pessoas são sentimentos importantes nos dias atuais. O Papa Francisco, em suas recentes viagens internacionais, tem nos mostrado que o espírito missionário continua mais forte do que nunca na Igreja Católica. Suas palavras, em cada discurso, em cada país visitado, não têm fronteiras, pois alcançam o coração de todos que as escutam. Francisco chega ao coração das pessoas, porque ele se abre ao encontro do outro, assim como os primeiros jesuítas fizeram ao se dispersarem pelo mundo. “Somos missionários quando saímos de nós e abrimo-nos ao encontro do outro e, junto a ele, construímos algo novo e transformador”, conclui Ir. Bira.

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A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO

CÚRIA GERAL

36ª Congregação Geral

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om a primeira reunião do Coetus Praevius (Comissão Preparatória) em Roma (Itália), de 31 de agosto até 12 de setembro de 2015, iniciaram-se plenamente os preparativos para a Congregação Geral (CG 36). A comissão está constituída por dois representantes de cada uma das seis Conferências: da África e Madagascar, América Latina, Canadá e Estados Unidos, Europa, Ásia Sul e Ásia Pacífico. Tanto o Pe. Geral, Adolfo Nicolás, como o Pe. Douglass Marcouiller, da Cúria Geral de Roma, integram o Coetus Praevius.

Além do Padre Geral, Adolfo Nicolás, estiveram presentes à reunião os padres: Douglas Marcouiller (UCS, Consejero General), Moderador del CP Paul Béré (AOC, Profesor en el Instituto de Teología de la Compañía en Abidjan); Jorge Cela (ANT, Presidente de CPAL); John Dardis (HIB, Presidente de CEP); Stefan Dartmann (GER, Rector del Colegio Germanico e Ungarico de Roma); David Fernández (MEX, Rector de la Universidad Iberoamericana de México); Thomas Greene (UCS, Rector de la casa de estudio Bellarmino de St. Louis); Timothy Kesicki (CDT, Presidente de JCU); Michael Lewis (SAF, Presidente de JESAM); Antonio Moreno (PHI, Provincial); George Pattery (CCU, Presidente de JCSA); Francis Xavier Perinayagam (MDU, Director de la Escuela de Ingeniería “Loyola” de Chennai) e Mark Raper (ASL, Presidente de JCAP).

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Solidariedade em favor da paz

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colaboração no Apostolado Social está crescendo rapidamente entre as Províncias de Jesuítas da Coreia e do Japão. As duas Províncias celebraram um encontro que coincidiu com a Conferência de Paz de Gangjeong, de 7 a 9 de setembro de 2015, realizada no novo Centro pela Paz, St. Francis, da Diocese de

Jeju (Coreia do Sul). Localizada na ilha Jeju, Gangjeong foi designada para a Conferência pelo movimento da paz opondo-se à construção de uma base naval coreana na região. A ilha vulcânica e os túneis de lava de Jeju foram declarados patrimônio da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para

a Educação, a Ciência e a Cultura). Os 16 jesuítas, vindos do Japão, participaram da Conferência de Paz e do encontro do Apostolado Social, que reuniu a maioria dos jesuítas da Província da Coreia que trabalham nesse campo. Também estiveram presentes os provinciais do Japão e da Coreia.

Concurso de curtas sobre justiça social

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merica Media e Ignatian Solidarity Network lançaram novo concurso de curtas sobre justiça social, chamado Voces desde los Márgenes ‘15 (Vozes desde as Margens ‘15), dirigido a estudantes universitá-

rios. Os filmes premiados serão estreados em um novo festival cinematográfico, que acontecerá por ocasião do Debate pela justiça na família inaciana, em novembro. Os curtas deverão abordar temas como pobreza, imigra-

ção, diversidade étnica e de gênero, direitos humanos, meio ambiente e ecologia. Serão pontuados de acordo com os seguintes critérios: a pertença da temática, o mérito artístico e de produção e a criatividade.

(Turquia). Nasceu em 1947, ingressou na Companhia de Jesus em 1966 e foi ordenado presbítero em 1975. Desde 2007, o Pe. Bizzeti foi diretor do Centro para a formação do laicato em Pádua. Fundou uma associação italiana chamada Amigos do Médio Oriente. Será sagrado bispo dia 1º de novembro na Basílica de Santa Justina, em Pádua (Itália).

(PMA). Nasceu em 1969, ingressou na Companhia de Jesus em 1988 e foi ordenado presbítero em 29 de junho de 2000. Dará início à sua tarefa de Provincial em 17 de setembro de 2015. O Pe. Gian Giacomo Rotelli (ITA) como secretário pessoal do Pe. Geral. Nascido em 1939, ingressou na Companhia de Jesus em 1965 e foi ordenado presbítero em 1972. Até há pouco era Sócio do Provincial da Itália.

NOMEAÇÕES O PAPA FRANCISCO NOMEOU:

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Pe. David E. Nazar (CDA) como reitor do Instituto Pontifício Oriental. Nascido em 1952, ele ingressou na Companhia de Jesus em 1973 e foi ordenado presbítero em 1983. Trabalhou pastoralmente com a população indígena de Ontário no Canadá. Também foi educador no Regis College em Toronto (Canadá), bem como Provincial da Companhia do Canadá inglês (1996-2002). Posteriormente, foi Superior dos jesuítas na Ucrânia. O Pe. Paolo Bizzeti (ITA) como bispo e vigário apostólico de Anatólia

O PE. GERAL, ADOLFO NICOLÁS, NOMEOU: O Pe. Tomasz Michal Ortmann (PMA) como Superior maior da Província da Polônia do Norte e Mazovia

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A COMPANHIA DE JESUS NA AMÉRICA LATINA

CPAL

À ESCUTA DA PALAVRA

Pe. Jorge Cela, SJ Presidente da CPAL

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espiritualidade de Inácio de Loyola tem, como experiência fundante, a vivência trinitária. E, assim, reflete-se na contemplação da Encarnação nos Exercícios Espirituais. É a experiência de um Deus comunidade, cuja dinâmica é dar-se na comunicação nascida do amor. É a experiência de Deus que culmina nos Exercícios com a Contemplação para Alcançar Amor. Um Deus que sempre cria, dando o ser e dando-se a si mesmo à criatura. O Deus que se faz Palavra de carne. Portanto, a oração é fundamentalmente escuta. Como diria Karl Rahner, nossa condição é sermos ouvintes da Palavra. Logo, a espiritualidade que nasce dos Exercícios implica estar atentos à voz de Deus, à escuta de Sua Palavra, que se comunica conosco em nossa vida exterior (a história) e interior. É a atitude de discernimento pessoal e comunitário. Por isso a importância que Inácio dá ao exame como momento de escuta da passagem de Deus por nossa vida. Uma comunicação que começa pela escuta da Palavra de Deus antes de pronunciar a nossa. Dessa forma, é aconselhável que aquele que dá os Exercícios não fale demasiado, para não criar ruído na voz do Senhor, que se comunica. Daí a importância que Inácio dava à comunicação para a vida do corpo da Companhia. A ênfase que Inácio põe na conta de consciência, na escuta dos consultores, no diálogo espiritual, na busca comunitária da vontade de Deus, que tem sua experiência fundante na deliberação dos Primeiros Padres e que desemboca

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na fundação da Companhia de Jesus. Isso explica a importância da comunicação: pessoal, comunitária ou por carta nos começos da Companhia. As novas tecnologias puseram em nossas mãos instrumentos que nos ajudam à comunicação, que nos abrem novas possibilidades, inusitadas nos tempos de Inácio. Não apenas expandem a velocidade e quantidade da informação e facilitam a participação, senão transformam as capacidades de escuta e de comunicação. A velocidade e alcance da comunicação virtual permite-nos melhorar a quantidade de informação e a rapidez para obtê-la, fazendo possível tomar decisões muito mais complexas, mas tentando-nos de superficialidade e pro-

de transparência e diafaneidade e de uma missão comum que nos compromete e nos une em um projeto de vida comum, a comunicação converte-se em um estilo de ser e de fazer fundamental para nossa vocação. Ela arma o corpo apostólico, ampliado a todos os colaboradores da missão de Cristo, e faz-se necessária para a vida espiritual e apostólica. Por isso, o governo da Companhia, a vida espiritual de quantos partilhamos a maneira inaciana de viver o Evangelho, a vida comunitária - constitutiva de nossa missão - e a projeção apostólica requerem ser repensadas a partir das novas possibilidades e estilos que as tecnologias da comunicação nos abrem.

LOGO, A ESPIRITUALIDADE QUE NASCE DOS EXERCÍCIOS IMPLICA ESTAR ATENTOS À VOZ DE DEUS, À ESCUTA DE SUA PALAVRA, QUE SE COMUNICA CONOSCO EM NOSSA VIDA EXTERIOR (A HISTÓRIA) E INTERIOR visoriedade que podem produzir a superabundância de insumos pouco processados. As novas oportunidades de contemplação e aplicação de sentidos, com tecnologias cada vez mais sensoriais, têm que afinar o discernimento pelos perigos que a comunicação virtual abre ao ocultamento, à mentira e à falta de compromisso. Este mundo pluriconcentrado, através de múltiplas redes, pode levar-nos à lógica do zapping, da falta de concentração, à dispersão, a nos distrair de nosso princípio e fundamento. Mas, se os fios que nos conectam estão carregados de uma identidade plena de sentido partilhado que nos facilite uma linguagem comum

Na reunião do Setor Comunicação, realizada em Santo Domingo, propusemo-nos a pensar em como melhorar a comunicação interna: as formas de acompanhamento, de discernimento pessoal e comunitário de nossa identidade e missão em um mundo em mutação, intercultural e inter-religioso; a necessidade do diálogo - comunicação de via dupla, especializada na escuta - que nos permita aprender a escutar a Deus juntos, para poder falar d’Ele com a mesma linguagem pentecostal, com a qual possamos entender-nos sem perder a riqueza da diversidade e mostrar-nos como um corpo para a missão comum ao serviço da fé e da promoção da justiça.


PAMSJ E UNICAP INICIAM DIÁLOGO

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om a intenção de avançar no campo da sensibilização e da investigação sobre a Amazônia, os padres Alfredo Ferro, coordenador do Projeto Pan-amazônico da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina), e Pedro Rubens, reitor da UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco), iniciaram um diálogo com foco na importância estratégica do território amazônico para o planeta, para o continente e, em particular, para o Brasil, uma das prioridades da Província BRA.

SEMINÁRIO DA REDE DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS

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Pe. Valério Sartor, colaborador do Projeto Pan-amazônico da CPAL, participou do Seminário de Formação e Capacitação para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas na Tríplice Fronteira: Colômbia, Peru e Brasil. Realizado em Tabatinga, em 1º de agosto, o encontro contou com a assessoria da Ir. Roselei Bertoldo e da Ir. Eurides Oliveira, da equipe da Rede Um Grito pela Vida. Também participou o Bispo da Diocese do Alto Solimões, dom Adolfo Zon Pereira,

que, na abertura do encontro, enfatizou a necessidade de organização a fim de fazer frente à rede dos criminosos, muito ordenada e alastrada por todos os lugares. O Seminário teve como objetivo fortalecer a Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas nas fronteiras, por meio da formação, capacitação e sensibilização de seus integrantes e de outras entidades, visando à ação mais integrada. Participaram cerca de 70 pessoas das diferentes comunidades fronteiriças.

AULA VIVA EM S. PAULO DE OLIVENÇA

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ntre os dias 22 e 27 de agosto, realizou-se mais uma Aula Viva, promovida pela FUCAI (Fundación Caminos de Identidad). Desta vez, a iniciativa envolveu as comunidades indígenas Cokamas, Ticunas e Cambebas, localizadas no município de São Paulo de Olivença (AM). Participaram também as comunidades indígenas de Vendaval, Benjamin Constant, Alto do Rio Itacui (Indígenas Canamari), da Colômbia e do Peru. O Pe. Valério Sartor, do Projeto Pan-amazônico da CPAL, ficou responsável pela organização do evento, que contou com cerca de 90 participantes.

Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta Mensal nº 18 – Agosto 2015.Acesse o link (http://bit.ly/1FaljGV) do Portal Jesuítas Brasil e faça o download da edição completa da Pan-Amazônia SJ Carta Mensal

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COMPANHIA DE JESUS

GOVERNO

Companhia de Jesus promove 3ª Assembleia das Mantenedoras

“O

encontro, em ritmo e clima de sinergia, foi fundamental para a construção administrativa da BRA e para maior convergência de forças na missão da Companhia de Jesus”, afirmou padre Geraldo Kolling, Administrador Provincial, sobre a 3ª Assembleia das

Mantenedoras, realizada entre os dias 20 e 21 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). Participaram do encontro o Provincial do Brasil, padre João Renato Eidt, os sete Superiores de Plataforma, os membros das diretorias das mantenedoras, os colaboradores dos Centros

Administrativos de Salvador (BA), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS), e demais lideranças. “Essa foi a 3ª Assembleia das Mantenedoras realizada, mas a primeira desde a criação da Província do Brasil-BRA. A 4ª está prevista para os dias 25 e 26 de agosto de 2016, em Itaici (Indaiatuba/SP).

Plano Apostólico é estudado por comunicadores de BH e Santa Luzia

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Fórum de Gestão Apostólica tem incentivado as obras a disseminarem, entre seus colaboradores, o Plano Apostólico da Província dos Jesuítas do Brasil. Foi com esse objetivo que os

comunicadores de instituições localizadas em Belo Horizonte e Santa Luzia, em Minas Gerais, reuniram-se, em meados de agosto, para estudar não só o Plano Apostólico, mas também o Estatuto da Compa-

Iniciativa busca fortalecer a missão da Companhia de Jesus localmente

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nhia de Jesus no país. O encontro é a primeira iniciativa do Grupo de Trabalho que, desde o mês de maio, vem empenhando-se de forma integrada em ações que possam, por meio da troca de experiências e transferência de conhecimento, fortalecer e dar maior visibilidade à missão da Companhia de Jesus em âmbito local. O estudo foi orientado pelo padre Edison de Lima, superior do Teologado, e reuniu, além dos responsáveis diretos pela Comunicação, outros colaboradores de diversas áreas das unidades jesuítas nas duas cidades. De acordo com a gerente de Comunicação do Colégio Loyola, Dayse Lacerda, “a disseminação e o entendimento dessas informações ajudam o comunicador a realizar melhor o seu trabalho, alinhando seu projeto de vida pessoal e profissional à missão da Companhia de Jesus”. Participam do GT representantes do Centro Loyola, Centro Zanmi, Colégio Loyola, Creche Caiçaras, FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia), Fundação Fé e Alegria e Paróquias Santíssima Trindade e São Francisco Xavier.


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† SERVIÇO DA FÉ

Bíblia, a Palavra de Deus

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m setembro, a Igreja Católica no Brasil comemora o Mês da Bíblia, iniciativa que nasceu entre biblistas da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e tomou proporções nacionais. Segundo o padre Jaldemir Vitório, professor de Teologia Bíblica na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), localizada na capital mineira, “a celebração é um tempo oportuno para a leitura dos textos sagrados em comunidade, procurando-se relacionar fé e vida e perguntar-se o que a Palavra de Deus, ou seja, Deus mesmo, nos pede nesse momento complicado da humanidade”. O jesuíta ressalta ainda que a Bíblia, sendo Palavra de Deus, deve ser entendida como sabedoria de vida ensinada por Deus à humanidade, por meio de Israel, como caminho de salvação. “Infelizmente, princípios importantíssimos da sabedoria bíblica têm sido transgredidos de maneira cruel. Destaco o respeito pela vida do ser humano, ‘criado à imagem e semelhança de Deus’. Ao se esquecer

A CIVILIZAÇÃO ESTÁ SENDO DESCONSTRUÍDA POR SE CAMINHAR NA CONTRAMÃO DE DEUS. ASSIM, SE A ÉTICA BÍBLICA FOSSE MAIS VALORIZADA, SEM DÚVIDA, NOSSA HUMANIDADE SERIA MUITO DISTINTA Pe. Jaldemir Vitório dessa sabedoria fundamental para as relações interpessoais, a vida é banalizada e os homicídios e outras formas de eliminação da vida humana se multiplicam incontrolados”, acrescenta padre Jaldemir Vitório. “A civilização está sendo desconstruída por se caminhar na contramão de Deus. Assim, se a ética bíblica fosse mais valorizada, sem dúvida, nossa humanidade seria muito distinta.” É diante desse contexto atual que o Apostolado Intelectual cristão, seja qual for sua área de atuação, assume relevância ainda maior quando tem a

Palavra de Deus como pano de fundo. “No Apostolado Teológico, a Palavra de Deus está na raiz da reflexão. Porém, qualquer forma de Apostolado Intelectual cristão deverá estar permeado e ser guiado pelo ethos subjacente à Palavra de Deus. Isso lhe dá transcendência e possibilita ter alguma relevância para a sociedade e a Igreja”, comenta o jesuíta. “Se o pano de fundo do pensamento for o humanismo, já será louvável. Porém, se se der um passo a mais, iluminando-o com a Palavra de Deus, sem dúvida, a ciência ganhará em qualidade e relevância.”

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COMPANHIA DE JESUS

PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E ECOLOGIA

Centro Santa Fé celebra 18 anos

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o mês de julho, o Centro Santa Fé festejou junto a colaboradores, padres jesuítas, ex-educandos, parceiros e amigos, seus 18 anos de atuação na região de Perus e Anhanguera, bairros da periferia de São Paulo. Durante jantar comemorativo, em

31 de julho, Maria Madalena Alves, coordenadora do projeto social, relembrou os principais momentos desses longos anos de trajetória. Até 2011, o Centro Santa Fé tinha como foco a preparação de jovens para a vida universitária. Foi a partir de 2012 que o trabalho ganhou nova roupagem. Atualmente, são atendidas, em programas socioeducativos, aproximadamente 470 pessoas, entre adolescentes, suas famílias e comunidade. “Nesta nova fase, além de realizar ações voltadas à juventude, nos preocupamos em desenvolver atividades junto a educadores e instituições da região”, explica a coordenadora. Somente em 2014, passaram pelo Centro Santa Fé profissionais de 17 equipamentos socioassistenciais diferentes, que participaram do Encontro de Práticas Socioculturais com Crianças e Adolescentes – organizado em parceria com o Núcleo Coração Materno. A festa contou ainda com uma missa em homenagem ao Dia de Santo Inácio

de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Um dos momentos mais marcantes da noite, foi a celebração, realizada pelos padres Carlos Fritzen, ex-diretor da Obra Centro Pastoral Santa Fé, e José Maria Couto, atual diretor da instituição. Na ocasião, padre Carlos ressaltou a importância de festejar os 18 anos de história do Centro Santa Fé na mesma data em que Santo Inácio é celebrado. “Nesta noite, damos graças por tudo que foi construído até aqui. Se hoje comemoramos essas tantas conquistas, é somente porque, no passado, Inácio de Loyola iniciou sua peregrinação”. De 1997 até 2015, mais de 15 mil adolescentes e jovens passaram pelo projeto social e, a partir dessa experiência, transformaram suas trajetórias. “Hoje foi aquele momento de perceber o quanto nosso trabalho fez diferença na vida de cada um. É ótimo reencontrar nossos ex-educandos formados, construindo suas carreiras e constituindo suas próprias famílias”, compartilha Maria Madalena.

Nova direção nacional da Fundação Fé e Alegria

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padre Pedro Pereira da Silva assumiu a direção nacional da Fundação Fé e Alegria do Brasil. A cerimônia de posse foi realizada no dia 13 de agosto, na Sede Nacional da instituição, em São Paulo, e contou com a presença do Provincial do Brasil, padre João Renato Eidt, e do padre Álvaro Negromonte, que esteve à frente da instituição desde 2012. Sobre a importância do trabalho de Fé e Alegria Brasil, padre Pedro ressaltou que a instituição faz o que muitas escolas formais públicas não conseguem fazer. “A fundação promove

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acompanhamento personalizado, preocupa-se com a formação para o exercício da cidadania, prepara para a vida. Fé e Alegria, por meio de sua ação educativa, que une a Pedagogia Inaciana à Educação Popular, levanta os pequenos e inflama em seus corações um ardor maior pela vida”, afirmou. Padre Álvaro também elogia o trabalho realizado por Fé e Alegria, que, hoje, se faz presente em 14 estados brasileiros. “Em Fé e Alegria, nós acreditamos em processos democráticos e foi uma grande alegria viver essa busca por uma

gestão democrática, por espaços democráticos e participativos”, comentou. Finalizando, padre Álvaro desejou a padre Pedro muita alegria. “Que realmente possa alimentar esse povo, cuidar dessas pessoas e, ao mesmo tempo, fazer com que os companheiros jesuítas e leigos, que trabalham em nossas diversas obras, possam olhar Fé e Alegria como uma obra da Companhia de Jesus no Brasil que, vinculada a outras unidades de Fé e Alegria no mundo, formam uma Federação”, finalizou o ex-diretor.


COMPANHIA DE JESUS

† DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO

Livro ilustrado sobre a Companhia de Jesus

Obra foi lançada no Pateo do Collegio

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Pateo do Collegio, em parceria com a Edições Loyola, lançou o livro Jesuítas: uma pequena história ilustrada, no dia 27 de setembro. A obra narra, através de aquarelas de Luiz Boschi Grecco e do texto do padre jesuíta Gerardo Cabada Castro, a história da Companhia de Jesus, desde a conversão de Santo Inácio de Loyola até a eleição

do Papa Francisco. A Companhia de Jesus teve, desde seu início, preocupação especial com a educação e a formação das crianças, porque é a partir delas que podemos construir um mundo mais justo e mais humano. Pensando nesse público, o Pateo do Collegio, por ocasião das comemorações do Bicentenário da Restauração da

Obra sobre a história dos jesuítas no RJ é lançada

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o dia 21 de agosto, o livro Os Jesuítas e o Rio de Janeiro, do autor Cesar Augusto Tovar da Silva, foi lançado no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ). A obra, resultado de uma parceria entre a Editora PUC-Rio e o Colégio Santo Inácio, visita a memória do interior do estado ao estudar as fa-

zendas que abasteciam o Colégio dos Jesuítas, instalado no Monte Castelo, nos primórdios da cidade do Rio de Janeiro. A imagem ilustrativa da capa do livro é uma cena do Brasil Colônia, a mesma retratada no pano de boca do Teatro do Colégio Anchieta - relíquia do início do século passado. A pintura

Companhia de Jesus (2014), idealizou uma publicação que trouxesse, em linguagem leve e acessível, a história da Companhia de Jesus. O lançamento foi realizado no Pateo do Collegio, em São Paulo, e a data não foi escolhida por acaso. No dia 27, a Companhia de Jesus celebrou seu 475º aniversário de fundação.

reproduz o encontro de José de Anchieta com Mem de Sá e seu filho, Estácio de Sá, no Rio. O autor do livro, Cesar Augusto Tovar da Silva, pesquisador e professor de História, do Colégio Santo Inácio, foi contratado pela Companhia de Jesus para desenvolver o trabalho como parte das comemorações dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A renda, obtida com a noite de autógrafos, foi revertida para a Casa dos Pobres São Vicente de Paula, instituição que acolhe idosos e deficientes carentes de Nova Friburgo e região Serrana do Rio.

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COMPANHIA DE JESUS

EDUCAÇÃO

Plano Educativo Comum entra em nova fase

os dias 27 e 28 de agosto, aconteceu uma reunião entre os GT’s (Grupos de Trabalho) 1 e 2 do PEC (Plano Educativo Comum), no Rio de Janeiro (RJ). No encontro, iniciou-se o processo de redação do documento e, no final de outubro, o GT 2 apresentará uma versão que passará por processos de melhoria. O Delegado para a Educação Bási-

ca, padre Mário Sündermann, afirma que o PEC é uma oportunidade para a Companhia de Jesus no Brasil. “Será um documento que inspirará e direcionará o Apostolado Educacional e o processo de construção, que já vem envolvendo diversos profissionais, de todas as unidades educativas da Rede Jesuíta de Educação no país”, afirma. A professora e diretora geral do Colé-

gio São Luís, Sônia Magalhães, conduziu os dois dias de trabalho. “Trabalhamos imersos nos resultados dos seminários realizados no primeiro semestre e nas reflexões realizadas no SIPEI 2014 (Seminário de Pedagogia e Espiritualidade Inacianas) e, finalmente, no modelo norteador do SGQE (Sistema de Gestão de Qualidade Educativa) da FLACSI (Federação Latino-americana de Colégios da Companhia de Jesus)”, disse Sônia. A previsão é que a redação do PEC seja concluída ao longo do primeiro semestre de 2016, com a participação de professores de várias unidades da Rede Jesuíta de Educação. O primeiro passo dessa nova etapa é a sistematização de um ‘texto mártir’ sobre o qual haverá leituras críticas e aportes. O documento final norteará os processos pedagógicos, administrativos e de pastoral dos colégios jesuítas do Brasil nos próximos anos. Segundo padre Mário, “é perceptível a oportunidade de crescimento humano e profissional que esta nova forma de compreender e nos organizar na educação básica vem trazendo. Foi consolador perceber educadores de todo o Brasil, de Porto Alegre (RS) a Teresina (PI), unidos, problematizando os desafios da Educação Básica no país e analisando possibilidades de saídas criativas e atuais, no intuito de oferecer aos nossos alunos uma educação de excelência, nos moldes da Companhia de Jesus”, conclui padre Mário.

V ENCONTRO DE DIRETORES DA FLACSI

cionais e importantes da capital colombiana, fundado em 1604, foi refletir sobre as experiências que vão ao encontro das Competências Diretivas Inacianas no Serviço do Apostolado Educacional. Os participantes do encontro buscaram, através da congregação de ideias, construir uma agenda de trabalho voltada para novos enfoques, que respondam a desafios nos campos institucionais e de aprendizagem. O diretor geral do

Colégio Medianeira, padre Carlos Jahn, destaca que a ideia de rede de colégios na América Latina vem ganhando forma. “Conceitos como Aprendizagem Integral, Educação Integral ou liderança inaciana, se apresentam como nortes para as atualizações de projetos político-pedagógicos e dos planejamentos estratégicos dos colégios jesuítas. Vejo nesta dinâmica um momento de grandes oportunidades”, afirmou padre Jahn.

Na foto (esq. p/ dir.), Pe. Mário Sündermann, Alexandra Gazzinelli (Col. Loyola), Paulo Henrique Cavalcanti (Col. Loyola), Sônia Magalhães (Col. São Luís), Margareth Santos (Col. Diocesano), Juliano Oliveira (Col. Loyola), João Ramiro (Col. Antônio Vieira), Sergio Silveira (Col. Antônio Vieira), Louisa Schröter (Col. Catarinense) e Pe. Carlos Jahn (Col. Medianeira). Sentados: Ana Loureiro (Col. Santo Inácio-RJ) e Pe. Sérgio Mariucci (Col. dos Jesuítas)

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Representantes de colégios da Rede Jesuíta de Educação do Brasil participaram do V Encontro de Diretores de Colégios da FLACSI (Federação Latino-americana de Colégios da Companhia de Jesus), em Bogotá, na Colômbia, entre os dias 8 e 11 de setembro. O objetivo do evento, realizado no Colegio Mayor de San Bartolomé, um dos mais tradi-

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Em evento, alunos debatem questões internacionais

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uzentos alunos do Ensino Médio diurno e noturno do Colégio dos Jesuítas participaram do encontro NUJe (Nações Unidas dos Jesuítas), projeto de simulação da ONU (Organização das Nações Unidas), entre os dias 13 e 15 de agosto. O evento promove, entre os estudantes, o debate sobre questões internacionais. “O objetivo principal da NUJe é buscar o consenso sobre questões internacionais e compreender como esses temas afetam a vida de cada um, percebendo que o trabalho da ONU está bem mais próximo de nosso cotidiano do que imaginamos”, aponta Henrique Lovisi Ennes, aluno da 3ª série do Ensino Médio diurno. Nesta edição, 57 delegados, representando países e organizações não-governamentais dos cinco continentes, participaram de três espaços de debate: o Conselho de Segurança, que tratou do Estado Islâmico e do Extremismo no Oriente; o Conselho de Direitos Humanos, que tratou dos Objetivos do Milênio; e a Assembleia Geral,

que tratou da Corrida ao Ártico. Além da delegação, estudantes desenvolveram trabalhos no Comitê de Comunicação - responsável pela cobertura jornalística das atividades; no Comitê de Cultura - responsável por ampliar o conhecimento dos participantes em relação à cultura de outros países; e no Staff - responsável por toda a logística do projeto. Um dos diferenciais do projeto é o fato de as atividades serem planejadas e organizadas diretamente pelos estudantes, que contam com o apoio da direção e dos educadores da escola para os encaminhamentos necessários. “A organização da NUJe envolve muitos aspectos e o compromisso com a atividade ajuda a nos informarmos sobre atualidades e a criarmos senso crítico, aumentando nossa responsabilidade e nosso entendimento sobre culturas diferentes e leis internacionais, por exemplo”, destaca Ana de Castro Continentino, aluna da 3ª série do Ensino Médio diurno.

COLÉGIO ANCHIETA REALIZA A PRIMEIRA ONU COLEGIAL O Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ) realizou a primeira edição do SiNUCA (Simulação das Nações Unidas), entre os dias 20 e 21 de agosto. No evento, os alunos atuaram como diplomatas e posicionaram-se sobre temas de destaque no cenário internacional. Em 2015, os temas escolhidos para os debates foram: o Tribunal de Nuremberg, o Narcotráfico na América Latina, a Guerra na Síria e a Questão do Ebola. A atividade possibilita aos participantes maior entendimento do funcionamento das Nações Unidas e a compreensão do diálogo como ferramenta imprescindível para a busca da paz. “Em geral, são assuntos que geram bastante divergência entre as nações, trazendo à tona graves problemas humanitários. Esse encontro contribui para o desenvolvimento de uma experiência única para os alunos”, explica Daniel Campos, professor e coordenador do Colégio Anchieta. Além de diplomatas, alguns alunos também assumem a função de jornalistas e produzem matérias sobre os debates realizados. Ao todo, cerca de 120 alunos são envolvidos. O evento é resultado de uma preparação que teve início em setembro de 2014 e foi acompanhada de um estudo realizado pelos alunos acerca dos cenários políticos, econômicos e sociais dos países. No ano passado, alunos do Anchieta participaram da décima edição da ONU Colegial no Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ).

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COMPANHIA DE JESUS

† EDUCAÇÃO

Equipe da FEI ganha destaque em Fórum Mundial

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equipe do Centro Universitário da FEI foi um dos destaques da 4ª edição do Fórum PACE (Parceiros pelo Avanço da Educação da Engenharia de forma Colaborativa), programa mundial liderado pela GM (General Motors), realizado pela primeira vez no Brasil, entre os dias 26 e 30 de julho. O evento reuniu 235 estudantes de 50 instituições e de 12 países. Os alunos dos cursos de Engenharia Civil, Mecânicae de Produção, trabalharam em parceria com estudantes da ITESM (Universidade Iberoamericana, de Toluca/México, da Universidade de Porto Rico e do College for Creative Studies (EUA). Junto, eles desenvolveram a construção do projeto REVO, veículo para o transporte de até três pessoas mais bagageiro. O REVO foi vice-cam-

Projeto dos estudantes da instituição ganhou três prêmios na 4ª edição do Fórum PACE peão na categoria Engenharia, terceiro colocado na categoria Manufatura e premiado com o exclusivo PLM Sof-

tware, oferecido pela empresa Siemens como reconhecimento ao melhor desenho utilizando o software NX.

Colégio Antônio Vieira escolhe embaixador da Campanha Inacianos pelo Haiti

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Colégio Antônio Vieira tem buscado caminhos para envolver cada vez mais toda a comunidade educativa na Campanha Inacianos pelo Haiti. Além das mobilizações de arrecadação realizadas ao longo do ano, uma iniciativa inovadora foi a escolha de um embaixador, que contou com a participação dos integrantes do Grêmio Estudantil. Eles selecionaram o tesoureiro e aluno da 2ª série do Ensino Médio, Lucas Gil, para ser o agente de mobilização para as ações que visam à

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melhoria da educação das crianças e jovens haitianos. “Tornar um dos nossos alunos embaixador vai fazer com que as nossas mobilizações sejam intensificadas e que possamos fazer muito pelo Haiti”, destacou o coordenador do Serviço de Orientação Religiosa e Pastoral (Sorpa), prof. João Ramiro. Lucas Gil destacou a necessidade de colocar a campanha dentro das iniciativas do Grêmio. “Vamos trazer diversas ações relacionadas ao Haiti, a fim de motivar as doações”, afir-

mou. Ele complementou: “Ter sido eleito embaixador foi muito importante para mim, pois é uma experiência que supera as barreiras do colégio, da Bahia e do Brasil. Nós reclamamos muito da realidade que enfrentamos aqui no nosso país, mas temos que ter a noção de que tudo no Haiti é muito mais difícil. Poder passar essa consciência para todas as pessoas que formam a comunidade educativa do Vieira (pais, alunos e funcionários) é uma missão muito importante, que trará ótimos resultados”.


COMPANHIA DE JESUS

JUVENTUDE E VOCAÇÕES

Jovens participam de Trilha Inaciana no Ceará

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ntre os dias 7 e 9 de agosto, o Centro Magis Fortaleza (Casa Inaciana da Juventude/CIJ) realizou a Trilha Inaciana para Jovens, no Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité (CE). A experiência, que compõe a programação anual da CIJ, visa promover a iniciação dos jovens em seu processo de discernimento vocacional, despertando-os para a vivência cotidiana e encarnada da espiritualidade inaciana. Para Ana Gabriela Barbosa, de Teresina (PI), a trilha promoveu uma experiência de autoconhecimento. “Eu pude me sentir conectada com o outro e com a natureza e, assim, experimentar o ‘ver Deus em todas as coisas e em todas as coisas ver Deus’, foi uma experiência de reconhecimento de que sou como um grão de areia em um deserto, mas que faço parte de algo maior”, afirmou a jovem. A vida de Santo Inácio de Loyola, seu processo de conversão e os Exercícios Espirituais compuseram o foco da formação. O encontro contou com momentos orantes e formativos, trilha ecológica e dinâmicas de integração entre os jovens das cidades de Fortaleza, Baturité, Russas, Vazantes, no Ceará, e do município de Teresina, no Piauí.

A VIDA DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA, SEU PROCESSO DE CONVERSÃO E OS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS COMPUSERAM O FOCO DA FORMAÇÃO.

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NA PAZ DO SENHOR IR. BENNO KLEIN Por Ir. Eudson Ramos

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asceu na localidade de Picada São Paulo, município de São Leopoldo (RS), no dia 3 de outubro de 1933. Ingressou na Companhia de Jesus em Pareci Novo (RS), em 24 de fevereiro de 1954. No final do biênio, emitiu os primeiros votos em 4 de março de 1956. Sua primeira destinação foi a Porto Alegre, para trabalhar na Cúria Provincial como cozinheiro e por lá ficou dois anos (1956 e 1957). No ano seguinte, voltou a Pareci Novo para ser o encarregado dos trabalhos de encadernação dos livros. De 1959 a 1962, esteve no Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo, trabalhando como encadernador e encarregado da colchoaria. A Terceira Provação foi feita no ano de 1963 em Pareci Novo. Professou os Últimos Votos em 15 de agosto de 1964, no Colégio Cristo Rei, na cidade de São Leopoldo. Até o ano de 1971, Ir. Benno esteve trabalhando na encadernação de livros no Colégio Cristo Rei. Já nos anos de 1972 e 1973, encontramo-lo no Seminário Três Mártires em Sede Capela na cidade de Itapiranga (SC), atuando como prefeito (espécie de tutor) e professor dos seminaristas. Pelo fato de desempenhar com perfeição e esmero a função de encadernador de livros, voltou ao Colégio Cristo Rei em São Leopoldo nos anos de 1974 a 1978. Nesse mesmo período de tempo, ele fez o curso de Ciências Sociais na Unisinos. Novamente, foi solicitado ao Ir. Benno que se tornasse prefeito dos seminaristas, desta vez no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Nova Trento (SC). Isso aconteceu no ano de 1979. Entre os anos de 1980 e 1981, atuou no Noviciado Paulo Apóstolo, em Cascavel

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(PR), como ministro e ecônomo, além de ajudar na liturgia da Paróquia Santo Inácio e nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Quase no final do ano de 1981, Ir. Benno voltou, mais uma vez, ao Colégio Cristo Rei, agora com o nome de Centro de Espiritualidade Cristo Rei (CECREI), em São Leopoldo, para ser o encadernador de livros e ajudar na Paróquia São José no Fião. Nessa mesma casa, também foi o encarregado dos serviços da cozinha. Em 1986 e 1987, foi destinado para a Igreja São José, em Porto Alegre, no intuito de ser o comprador da casa e encarregado de serviços gerais. Entre os anos de 1988 e 1990, ele foi subministro da casa, encadernador de livros, secretário e auxiliar na administração do Colégio Santo Inácio em Salvador do Sul. Em seguida, foi destinado para a Paróquia São Pedro, em São Pedro da Serra (RS), onde trabalhou em atividades tanto na casa quanto na paróquia. Esse período compreendeu os anos de 1991 a 1995. Fez o curso de formação permanente para jesuítas da América Latina (CURFOPAL) em São Leopoldo, no ano de 1991. Entre os anos de 1996 e 2004, Ir. Benno atuou como ministro e secretário na casa em Salvador do Sul (RS), além de desenvolver atividades pastorais na Paróquia Três Mártires das Missões naquela mesma cidade. Por um período mais curto, Ir. Benno foi destinado para Porto Alegre, onde voltou a trabalhar na Cúria Provincial e lá realizou várias atividades, dentre as quais foi ministro, sacristão e encarregado dos hóspedes. Em 2005, foi transferido para a Paróquia São Pedro Canísio, em Itapiranga (SC), onde trabalhou por dois anos. Em 2007, foi destinado ao Instituto São José (Casa de Saúde) em São Leopoldo para prestar serviços aos irmãos idosos e enfermos. Desde então, sempre desempenhou a função de sacristão na capela.

Um de seus superiores escreveu certa vez: “Ir. Benno fez um bom curso de encadernação e recuperação de livros. É um ótimo encadernador de livros e principalmente um bom jesuíta”. Na verdade, ele recebeu três diplomas no campo da encadernação (encadernação, douração e restauração) e ainda transmitiu seu ofício de encadernador a jovens que estavam em discernimento vocacional para a Companhia. Uma das características principais do Ir. Benno foi a disponibilidade apostólica. A prova dissosão as várias mudanças de missões que lhe foram solicitadas e ele sempre disse SIM, merecendo destaque o seu gosto pelo trabalho pastoral, especialmente, em lugares mais empobrecidos. Estava sempre aberto para fazer o que fosse para a maior glória de Deus. Foi exemplo de vida de oração e trabalho. Um homem bom, alegre, fiel. Gostava de alegrar o ambiente comunitário com algumas músicas quando tocava piano. Ir. Benno faleceu no dia 13 de setembro. Tinha 81 anos de idade e 61 de Companhia de Jesus.

UMA DAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO IR. BENNO FOI A DISPONIBILIDADE APOSTÓLICA. A PROVA DISSO SÃO AS VÁRIAS MUDANÇAS DE MISSÕES QUE LHE FORAM SOLICITADAS E ELE SEMPRE DISSE SIM


JUBILEUS 60 ANOS DE COMPANHIA

50 ANOS DE COMPANHIA

Em 6 de outubro Pe. Ilário Govoni

Em 2 de outubro Pe. Bernard-André Lestienne

AGENDA OUTUBRO

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9 A 12 MISSÃO JOVEM Casa Inaciana da Juventude (Centro Magis Fortaleza) Local | Russas (CE) Site | www.casainacianadajuventude.com

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ESCOLA DE LITURGIA PARA JOVENS Local | Anchietanum – São Paulo (SP) Site | www.anchietanum.com.br

21 A 23

RETIRO PARA INICIANTES Orientador | Pe. Alfredo Sampaio, SJ Local | CARPA (Casa de Retiros Pe. Anchieta) – Rio de Janeiro (RJ) Site | www.casaderetiros.org.br

A FORMAÇÃO ESPIRITUAL - MÓDULO 1 Orientador | Pe. Raniéri de Araújo Gonçalves, SJ Local | Casa de Retiros Itaici /Vila Kostka – Indaiatuba (SP) Site | www.itaici.org.br

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