Informativo
ASSOCEASA Ano 2 | Janeiro de 2012 | Edição
Célia
Jane
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Neide
Andréia
Nice
A s mulheres da Ceasa A trajetória de cinco trabalhadoras que conquistaram seu espaço no mercado hor�fru�granjeiro e ajudaram a escrever a história do Abastecimento
EMBALAGENS
CERTIFICAÇÕES
BATATA
Opções de como manter e proteger seus produtos diariamente
Qualidade em produtos e serviços como diferencial no mercado
O alimento com menos resíduos agrotóxicos, de acordo com a Anvisa
EDITORIAL
EXPEDIENTE
Chegamos ao primeiro Informativo Assoceasa de 2012! Para Esta revista é uma publicação da Assoceasa Presidente Marco Antonio Adami
esta edição, selecionamos assuntos de interesse de todos, para que possamos começar o ano informados e interados com o cotidiano do mercado hortifrutigranjeiro. Um dos temas abordados é as certificações, que nos trazem di-
Produção, edição e fotografias Nótus Comunicação
versos encargos e controles, muitas vezes esquecidos pelos comer-
Jornalistas Responsáveis Ana Luiza Panazzolo (MTB: 64.887) Marcela Pastor (MTB: 64.896)
sorganizada. No entanto, percebemos que elas são cada vez mais
Colaboração Especial Zé Mineiro Designer Renato Pastor
ciantes e produtores, ou efetuados de forma não estruturada e denecessárias para que possamos garantir ao consumidor alimentos com qualidade e procedências corretas. E, pensando em segurança alimentar, abordamos nesta edição um item de extrema importância para o mercado: as embalagens. Desde 2010, as caixas de madeira retornáveis foram substituídas por
Diagramação João Colosalle
caixas plásticas, de papelão ou de madeiras descartáveis, garan-
Revisão Julia de Almeida
matéria as evoluções e transições das embalagens de hortifrutis e
tindo menos perdas aos produtos e mais higienização. Confira na como está acontecendo a higienização de caixas plásticas retorná-
Impressão Gráfica Silvamarts
veis na Ceasa.
Tiragem 2.000 exemplares
presente nesta edição. A batata, além de possuir extrema importân-
CEASA - Centrais de Abastecimento de Campinas S.A. Rodovia Dom Pedro I, km 140,5 Pista Norte, Campinas (SP) CEP: 13082-902 Telefone: (19) 3746-1000 www.ceasacampinas.com.br Entre em contato com a redação pelo e-mail informativoassoceasa@gmail.com
Um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros também está cia para a economia nacional, é um dos produtos com menor taxa de agrotóxicos do mercado. A matéria especial desta edição aborda a crescente presença das mulheres na Ceasa-Campinas. Hoje, elas estão não apenas nas áreas administrativas e financeiras, mas também em vendas e, inclusive, na liderança de muitas empresas. Conheça as histórias de vida de cinco mulheres que, com força e luta, ajudaram no crescimento do Abastecimento. Para finalizar, um feliz 2012 a todos e muito sucesso neste ano que se inicia! Desejamos a todos uma boa leitura!
NESTA EDIÇÃO
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EMBALAGENS
Conheça as melhores opções para a segurança dos produtos de sua empresa e como está sendo u�lizado o espaço de higienização de caixas plás�cas na Ceasa
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ISO
Saiba mais sobre como obter a cer�ficação de sua empresa com a organização internacional e conquistar diferenciais no mercado
É MÊS DE...
Com produção de 2,6 milhões de toneladas por ano no Brasil, a batata ajuda a prevenir acidentes vasculares, mas deve ser consumida com moderação
ESPECIAL
Cada vez mais presentes na Ceasa, as mulheres mostram suas capacidades profissionais, trilham suas trajetórias no mercado e conquistam o seu espaço.
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MERCADO
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Informativo Assoceasa | nº 5 | Janeiro de 2012
Cer�ficações garantem
qualidade de serviços e produtos Obter qualidade, hoje, é questão de sobrevivência no mercado. Os consumidores percebem o potencial das empresas, porém são as certificações que comprovam seus reais atributos. Para isso, existe a ISO (International Organization for Standardization), ou Organização Internacional de Padronização, entidade não-governamental que tem como principal objetivo desenvolver padrões mundiais de crescimento do comércio internacional. No mercado hortifrutigranjeiro é possível obter certificações em quatro ramos: materiais, produtos, processos e serviços. Para isso, a empresa deve buscar a ISO no Brasil - representado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para validar seus atributos a partir dos requisitos estabelecidos pela Organização. Estas pré-condições foram criadas para auxiliar na melhoria dos processos internos das empresas, capacitar os colaboradores, monitorar o ambiente de trabalho e verificar a satisfação dos clientes num processo de melhoria de gestão de qualidade. Vale ressaltar que os padrões ISO são voluntários, ou seja, não existe qualquer exigência legal que force sua adesão, porém vem se tornando a cada dia um requisito básico de mercado. Qualidade em primeiro lugar A ISO 9000 é uma referência para requisitos de qualidade em negócios.
Para serem cer�ficadas, as empresas precisam Padronizar os processos que afetam o produto e, consequentemente, o cliente; Monitorar os processos de fabricação, para assegurar a qualidade do produto ou serviço por meio de indicadores de desempenho; Implementar e conservar os registros necessários para garan�r a rastreabilidade do processo; Inspecionar a qualidade de ações corre�vas quando necessário; Revisar sistema�camente os processos e o sistema de qualidade com eficácia. Mais informações sobre as cer�ficações podem ser ob�das no site www.inmetro.gov.br
Seu objetivo é implantar um sistema de gestão eficaz e garantir um controle aos processos das empresas. Além disso, é uma norma explicativa da ISO 9001, que fortalece a capacidade competitiva mercadológica, além de aumentar a lucratividade das empresas. Para o mercado nacional foi criada uma versão da norma internacional ISO 9001: a ABNT NBR ISO 9001, que tem como objetivo principal estabelecer requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, provendo confiança de que o fornecedor tenha a capacidade de prover bens e serviços de acordo com o que foi especificado. Entre os padrões mais conhecidos
encontra-se, ainda, a ISO 14000, que é um sistema de gerenciamento de meio-ambiente que auxilia na melhora do desempenho ambiental e possibilita um impacto positivo nos resultados comerciais. Por que aderir? A adoção das normas ISO é proveitosa para as empresas, já que permite aprimorar maior organização, produtividade e credibilidade a fim de aumentar sua competitividade no mercado. A verificação dos processos organizacionais acontece por meio de auditorias externas independentes que são incumbidas de averiguar se a organização mantém suas ações seguindo um processo técnico.
Janeiro de 2012 | nº 5 | Informativo Assoceasa
Utilização correta e higienização frequente favorecem para a qualidade e manutenção dos produtos Os alimentos comercializados no mercado hortifrutigranjeiro são sensíveis e perecíveis, o que acarreta na necessidade de uma maior proteção em seu transporte e manuseio. Para tal finalidade, é imprescindível que as empresas atentem-se às embalagens utilizadas e consigam, assim, conservar melhor os seus produtos, proporcionando uma maior proteção contra danos e possíveis microorganismos. De acordo com estudos realizados em países subdesenvolvidos, 15% das mercadorias sofrem avarias e 70% são perdidas decorrentes da utilização de embalagens inadequadas. Para fugir destes números alarmantes, algumas exigências legais devem ser seguidas pelos produtores e comerciantes em relação aos recipientes usados, como por exemplo, optar por materiais que não alterem as características do produto. Antigamente as embalagens eram feitas, primordialmente, por couro, madeira, juta e algodão, além do granel, utilizado até hoje para o transporte de produtos empilhados na carroceria dos caminhões. Com o decorrer dos anos e com a evolução das indústrias tecnológicas, outros materiais e formatos surgiram, diversificando as opções de embalagens. Hoje, a Instrução Normativa Conjunta nº 9 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina que elas podem ser divididas em dois grupos: as descartáveis e as retornáveis. No caso da primeira, como o próprio nome diz, as embalagens devem ser usadas uma única vez e depois devem ser descartadas ou destinadas à reciclagem. Estão incluídas nesta classe as sacarias, as caixas de madeira e as de papelão, que muitas vezes, na prática e no cotidiano do Abastecimento, podem ser vistas sendo reutilizadas de forma errônea e prejudicial ao alimento. Já as embalagens retornáveis devem, necessariamente, ser resistentes ao manuseio, às operações de higienização e não podem se constituir em veículos de contaminação. Encaixam-se nesta opção as caixas proprietárias, feitas de madeira, que são mais robustas e pesadas, e as caixas de plástico. As de madeira, porém, são menos indicadas pelo fato de não seguir as normas de higienização, já que não possuem um processo de limpeza aprovada. Por este motivo, em 2010 elas foram substituídas pelas caixas de papelão e de madeira, descartáveis, ou pelas caixas plásticas, as mais indicadas devido eficácia na proteção dos alimentos e por obterem um esquema de higienização bem definido e dentro das normas legislativas.
Máquina de higienização de caixas plásticas
Higienização Em busca de um melhor atendimento aos usuários e consumidores da Ceasa-Campinas, a administração da Central criou o “Banco de Caixas Plásticas” para a higienização obrigatória das embalagens utilizadas no mercado e proibiu a entrada de caixas de madeira. Mesmo obtendo um objetivo benéfico, o serviço não foi feito com eficácia e tornou uma possível melhoria ao Abastecimento em uma insatisfação aos permissionários. E, com menos de um ano, este ofício foi desativado, deixando o galpão sem serventia por alguns meses. Há quase um ano, o espaço é utilizado pela empresa Oba Hortifruti com o mesmo objetivo de higienizar caixas plásticas, porém sem fiscais e, consequentemente, sem obrigatoriedade. Segundo o gerente do espaço, Marcelo Simonetti, os produtos utilizados são assinados por um engenheiro agrônomo e autorizados pela Anvisa. “Usamos equipamentos e máquinas especializadas, onde a caixa passa por quatro estágios, em aproximadamente 10 segundos e fica 100% livre de bactérias”, explica. “Como não há mais a obrigatoriedade, poucos permissionários se preocupam com a higienização e em deixar a caixa livre de bactérias, a maioria se importa apenas com a limpeza externa e visual da embalagem”, opina. O laudo do serviço é válido por até três dias, após este período outra higienização deve ser feita. O valor do serviço é de R$0,39 por caixa, porém, provavelmente, ele sofrerá um reajuste nos próximos meses. Além disso, o galpão terá uma revitalização, a parte de higienização ficará de um lado do espaço e no outro será construído um setor para a administração do Oba. Tendência Com o aumento da preocupação com o meio ambiente, a tendência para os próximos anos é que a utilização de embalagens recicláveis e biodegradáveis cresça consideravelmente no Abastecimento e no mercado.
MERCADO
embalagens
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Informativo Assoceasa | nº 5 | Janeiro de 2012
BATATA Além de ser um dos alimentos mais consumidos no mundo, ajuda a prevenir acidentes vasculares e tem quase 0% de resíduo agrotóxico Originária dos Andes, a batata ultrapassou as fronteiras dos continentes em 1570, vindo a se tornar um dos vegetais mais consumidos do mundo. Estima-se que exista, atualmente, mais de 3000 variedades de batatas (entre as de casca amarela e vermelha). No Brasil, são cultivados anualmente, cerca de 170 mil hectares de batatas, resultando em uma produção média de 2,6 milhões de toneladas, sendo o Estado de Minas Gerais o principal produtor nacional, com 32% deste total. Segundo o sócioproprietário da Cerealista CR, José Amadeu Rossi, a batata é um alimento produzido o ano inteiro, porém, “nós comerciantes, possuímos fornecedores de todo o país, pois cada produtor, das diferentes regiões brasileiras, possui uma época mais propícia para a sua produção e não podemos correr o risco de escassez do produto”. Rica em vitamina K, ferro e zinco, a batata auxilia na prevenção de acidentes vasculares e previne câimbras, porém a nutricionista Patrícia Inácio Martins indica que o seu consumo seja moderado. “A batata pertence ao grupo dos carboidratos, sendo uma ótima fonte energética, mas possui um alto teor calórico. É recomendável que seja incluído no almoço ou na janta”, aconselha. Recentemente, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou os resultados do PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), que estudou 2488 amostras de dezoito tipos de alimentos diferentes, e reve-
lou que a batata possui quase 0% de resíduo agrotóxico em sua composição final. Segundo o toxicologista e Coordenador da Área de Saúde Ambiental do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Ângelo Trapé, os agrotóxicos são, na realidade, produtos fitossanitários desenvolvidos por alta tecnologia para combater pragas e doenças que podem prejudicar a produção de cultivos em geral. “Os resultados obtidos em anos prévios não eram indicativos de irregularidades na batata que pudessem indicar risco à saúde pública, mas sim detecção de ingredientes ativos não registrados para este alimento ou níveis residuais muito baixos sem consequência para a saúde humana. Os resultados atuais somente confirmam esta realidade que não é específica deste alimento, mas de todos os que foram analisados pelo PARA da ANVISA em nível nacional”, explica referindo-se ao primeiro estudo feito em 2002 que registrou um alto nível residual na batata. Para Amadeu, este dado confirma um crescimento na preocupação dos produtores com a saúde dos consumidores. “Acredito que eles estão mais conscientes e investindo em tecnologia para os agrotóxicos. Mesmo que isso gere mais custos aos produtores, hoje, a preocupação deles está focada na saúde da população”. A batata Ágata, variedade mais consumida do produto, é comercializada na Ceasa-Campinas pelo preço médio de R$35 o saco de 50kg (valor constatado até o fechamento desta edição).
Hora da receita Purê de batata com espinafre: uma ótima combinação nutritiva. Ingredientes 1 kg de batatas 1 maço de espinafres 2 colheres (sopa) de margarina 4 gemas de ovo 1 xícara (chá) de creme de leite light Sal Pimenta-do-reino Noz moscada Modo de preparo Lave e escorra o espinafre. Leve ao fogo em uma panela sem acrescentar água. Depois escorra, esprema, bata ligeiramente com uma faca e leve o espinafre ao fogo em uma panela com a margarina que já deve estar quente. Acrescente o sal e mexa bem, deixando refogar por cerca de cinco minutos. Retire do fogo e reserve. Cozinhe as batatas em água e sal, até que tenha a consistência de purê. Junte a margarina e as gemas, misture bem e leve ao fogo mexendo com uma colher por cerca de 10 minutos. Retire do fogo e tempere com pimenta e noz moscada. Junte o creme de leite e misture bem. Leve ao forno quente em um prato refratário e deixe até começar a dourar. Retire do forno, ponha o espinafre no centro do purê e sirva imediatamente.
Bom apetite!
COLHEITAS DE UMA HISTÓRIA
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Informativo Assoceasa | nº 5 | Janeiro de 2012
Por uma Ceasa mais feminina Andréia, Célia, Jane, Neide e Nice: mulheres que há anos dedicam suas vidas ao Abastecimento
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o início do Centro de Abastecimento de Campinas, a população masculina era claramente majoritária, se não totalitária. Na época, ainda no Mercadão Municipal, as mulheres que caminhavam entre os caminhões, caixas e corredores eram vistas com olhos desconfiados. Porém, com o tempo elas conquistaram o seu espaço e este cenário foi se modificando aos poucos. Seguindo os passos da sociedade brasileira que, hoje, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), possui quase quatro milhões de mulheres a mais do que homens, a população feminina na Ceasa cresce diariamente e notoriamente. Elas podem ser vistas, principalmente, nos caixas, nos setores financeiros e administrativos, na limpeza, no atendimento e até mesmo em vendas, onde a maioria ainda é masculina. Com histórias de vida e jeitos de ser, de se vestir e de falar diferentes, a rotina de trabalho e o objetivo profissional de cada uma delas é o mesmo: acordar enquanto ainda nem amanheceu rumo ao Abaste-
cimento de Campinas para ganhar suas independências profissionais e financeiras e mostrar suas capacidades ao mercado. Às 2h30 ela acorda e às 3h já está na Ceasa para arrumar as mesas e cadeiras e preparar o caixa para mais um dia de trabalho. Às 9h30 é hora de almoçar, pois às 11h começa o horário de pico no Restaurante Duberto, onde Neide Aparecida Babler da Silva trabalha há 34 anos. Proprietária do estabelecimento, juntamente com seu marido, Alberto, a mãe de três filhos afirma que ao longo de sua jornada no Abastecimento nunca teve desavenças com nenhum homem. “Eles sempre me respeitaram, não tenho nenhuma queixa quanto a isso. Só às vezes, que um ou outro bebia mais do que podia, ficava chato e dava trabalho para pagar”, conta em meio a risos. Ao final do expediente, por volta das 16h, quem pensa que Neide vai para casa descansar está enganado. O lazer também tem espaço em sua corrida rotina. “Se eu tenho disposição para trabalhar, também tenho que ter para sair, não é?! Saio daqui [Ceasa] e vou passear no shopping”,
Elas colorem, perfumam e gracejam os corredores da Central
Janeiro de 2012 | nº 5 | Informativo Assoceasa
pregos, um na loja de seu irmão na Ceasa e outro no entreposto de Piracicaba. “Começava a minha rotina às 5h aqui, onde trabalhava até às 12h, almoçava na correria e ia para Piracicaba, onde ficava até às 17h. A minha vida simplesmente se chamava trabalho. Eu não tinha tempo nem para mim. Tomava conta de dois serviços e ainda cuidava da casa e da minha filha, que crio sozinha desde que ela tinha dois anos de idade”, lembra. Assim que a oportunidade de seguir o seu próprio negócio apareceu, ela apostou suas fichas e construiu um legado que se fortifica a cada dia. Com o tempo, sua filha tomou mais à frente do negócio. “Hoje tenho mais tempo para aproveitar a vida. Na realidade, eu queria parar de trabalhar, mas eu não consigo, amo o que faço. Como dizem, ‘quem beber a água da Ceasa, nunca mais a deixa. Tem sempre sede e tem que voltar’”, afirma. Assim como a filha de ‘Nice’ ajuda a mãe nos negócios, Jane Nunes da Silva Pacheco auxilia seu marido, Edson, na empresa da família. Há 17 anos ela trabalha no caixa da Fruteira Distribuidora Agrícola e percebe que o crescimento da população feminina na Ceasa é notório. “No início o mercado era estritamente dominado pelos homens, porém houve um aumento significativo das mulheres, com aceitação e respeito de todos, quebrando um pouco a escrita. Acho que isso aconteceu, e acontece, devido à capacidade, inteligência e dinamismo das profissionais”, acredita. Tais características, por sua vez, não faltam à sorridente Andréia Takara Higa, funcionária da Magário há 16 anos. Hoje, no setor financeiro da empresa, ela conta que sua
relação com os colegas de trabalho sempre foi respeitável e amigável, porém ela acredita que ainda é um pequeno desafio andar pela Central normalmente. “Vejo que o assédio existe, mas acredito que é uma coisa natural e isso não me incomoda”, explica. Seja 10, 20 ou 30 anos de carreira, as mulheres possuem, cada uma a sua maneira, uma história de vida em meio a lutas e conquistas no Abastecimento. São elas que colorem, perfumam e gracejam os corredores da Central e que diariamente buscam, com profissionalismo, os seus direitos e os seus espaços no mercado. Mas, no final das contas, o que importa neste cenário é que o respeito impere entre todos na Ceasa-Campinas.
COLHEITAS DE UMA HISTÓRIA
afirma com um largo sorriso. “Não consigo dormir cedo. Deito por volta das 22h. Mas, a minha rotina sempre começou ainda de madrugada. Não sei nem até quando, acho que até eu morrer”. A correria do dia-a-dia das mulheres da Ceasa, contudo, não impede que a vaidade de Célia Regina Rossi seja deixada de lado. Seu perfume exala pelos corredores e seus acessórios não podem faltar. Belos anéis e cabelos sempre penteados não denunciam uma mulher frágil, pelo contrário, uma profissional que há 33 anos administra com extrema capacidade um dos boxes do legado que seu pai e seus tios deixaram, a J.V. Rossi. “Acredito que a mulher é mais disciplinada, organizada e sensível para os negócios. Ela é a parte inteligente e vital da empresa. Por isso, acho que a tendência é o crescimento das profissionais no Abastecimento, conquistando os seus meios de sobrevivência e de independência”, afirma. Tais palavras definem a vida de luta de Nimsi Camilo, ou melhor, ‘Nice da Embalagem’, como é conhecida. Única mulher entre três irmãos, Nice ajudou e muito para que o legado feminino na Central se fortalecesse. Além de sua história de 33 anos na Ceasa, ela trouxe sua filha para auxiliá-la nos negócios. Antes de adquirir o seu próprio negócio, há 20 anos, ‘Nice’ administrava o seu dia-a-dia entre dois em-
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O dia a dia na Ceasa
NOTAS Laranja: mudanças em 2012 Neste ano, serão estabelecidos critérios mais transparentes para a remuneração do produtor de laranja pela indústria de suco do Brasil. Até abril, será implantado um sistema para o estabelecimento de um preço fixo pela fruta, definido pelo Consecitrus. Este valor será determinado a partir das estimativas de safras.
Morango com “selo de qualidade” A partir deste ano, o morango de Atibaia terá um “selo de qualidade” validado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Após seis anos de batalha, os produtores locais receberam uma certificação da PIMo (Produção Integrada de Morango) - sistema de produção desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que garante uma fruta mais segura para o consumo, ou seja, com menos defensivos agrícolas e produzida de acordo com as normas de higiene e de proteção ambiental.
Nota de falecimento “Perdemos Milton Bertazzo em 29 de dezembro de 2011, pessoa que deixa um legado e uma história de vida muito participativa no crescimento do Abastecimento. Originário do Mercadão Velho, Milton deixa saudades a todos os companheiros da Ceasa” Assoceasa.