Novo
Almourol
Janeiro 15 | n°404 | Ano XXXIV | Preço 1,20 euros | MensaL
DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK
Os valores de Manuel Lourenço Sempre teve na escola a melhor parceira para o sucesso e sempre teve presentes os valores do trabalho, do empenho e das relações de confiança e do cumprimento dos seus deveres. Esses valores dão hoje valor à sua empresa Espaço Mecânico, e o valor é alto. Uma lição para os jovens empreendedores, e não só p10&11 p04e05
Antigo edifício da Junta de VN Barquinha encerra e ganha novas funções Decisão de encerramento causou polémica recentemente mas já estava prevista no manifesto eleitoral do Partido Socialista para as eleições autárquicas de 2013. Poupança com encerramento e sua reconversão para servir a população de outras formas. A escassas centenas de metros, na Câmara Municipal, vai nascer gabinete de atendimento.
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Carta Arqueológica
Uma obra há muito desejada e que tomou agora forma. É dedicada a José da Silva Gomes (19422012) ao qual todos os que tomaram palavra na apresentação da Carta Galeria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila Nova da Barquinha, no dia 13 de Dezembro de 2014, agradeceram e realçaram como um dos grandes impulsionadores da arqueologia na região.
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Cem Soldos já não espera dois anos e dá Bons Sons todos os anos a partir de 2015 CIMT apreensiva
Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo mostra-se preocupada após analisar o Plano de Investimentos 2015-2020 e o Plano de Proximidade a Médio Prazo 2015-2019 da Estradas de Portugal.
Um dos melhores festivais portugueses mora na aldeia de Cem Soldos, em Tomar. Dezenas de milhar pediram e o que era um festival bianual passa a estar todos os verões a dar a melhor música a quem o visita.
02 CURTAS & GROSSAS
JANEIRO 2015
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Pagamento de ex-scuts muda
Comandante de VN Barquinha sai para Tomar
Nélson de Carvalho no CRIA
Nelson de Carvalho (PS) renunciou ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Abrantes numa carta entregue no dia 27 de Novembro de 2014 nos Serviços de Apoio da Assembleia Municipal de Abrantes. O ex-autarca invocou razões profissionais e pessoais colocando “um ponto final” na sua intervenção social e cívica na política local. Tal como havia confidenciado em entrevista ao Jornal NA de Outubro, Nélson de Carvalho pretendia trabalhar na área da economia social. Recentemente, no dia 6, foi eleito presidente do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) substituindo no cargo Humberto Lopes.
Natal de árbitros em Atalaia
O evento organizado pelo Núcleo de Árbitros de Futebol do Ribatejo Norte realizou-se na Casa do Patriarca, em Atalaia, Vila Nova da Barquinha, no dia 12 de Dezembro e contou com a presença de Rui Manhoso, vice-presidente da FPF, Jorge Nunes, director do Conselho de Arbitragem da FPF, Paulo Lourenço, secretário-geral da FPF, e Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Barquinha. Pela Associação de Futebol de Santarém (AFS), estiveram presentes, para além do presidente Francisco Jerónimo, os vice-presidentes Amadeu Bernardes, Nuno Pedro e Luís Boavida e o director Alberto Mineiro, bem como Fernando Silva, presidente do Conselho de Arbitragem da AFS. No jantar, destaque ainda para as presenças de João Capela e Olegário Benquerença, árbitros internacionais que fizeram questão de se juntar à festa organizada pelo árbitro atalaiense André Gralha que juntou largas dezenas de pessoas.
O actual comandante dos bombeiros voluntários de Vila Nova da Barquinha, Carlos Gonçalves, vai deixar o cargo para substituir Manuel Mendes no comando dos Bombeiros de Tomar. Manuel Mendes reformou-se e para o seu lugar estará já definido o comandante de VNB. Esta informação foi avançada pela imprensa regional em cima do fecho desta edição e apontava para a aceitação do convite efectuado por Anabela Freitas, presidente da autarquia tomarense. Gonçalves será coadjuvado por Vítor Taranta como 2.º comandante e pelos adjuntos Paulo Silva, Paulo Freitas e Vítor Bastos. Carlos Gonçalves é técnico superior no Município da Barquinha e é ainda o Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém.
O método de pós-pagamento nas ex-Scut deve acabar em 2015 e os actuais pórticos vão ser substituídos por um novo dispositivo que habilita os automobilistas a circular nestas auto-estradas. A ideia da Estradas de Portugal é cobrar antecipadamente a viagem com o pagamento a poder ser efectuado ou com um dispositivo electrónico que o habilita a circular nestas estradas ou passa a fazer um pré-pagamento da sua deslocação. O objectivo é potenciar receitas e reduzir custos de cobrança.
O arquitecto Duarte CastelBranco, que trabalhou em planos urbanísticos em Lisboa, Porto e Abrantes, morreu dia 4 de Janeiro, aos 86 anos.
1.700 Número de crianças e jovens que perderam o direito ao abono de família entre Outubro e Novembro, mês em que foram registados 1.143.154 beneficiários, segundo dados do Instituto da Segurança Social. O montante do abono de família varia de acordo com a idade da criança ou jovem e com o nível de rendimentos de referência do respectivo agregado familiar.
↑ rio acima Novo Lar de idosos
Manuel Lourenço
ITM Distinguido
A Santa Casa da Misericórdia de Constância inaugurou no dia 29 de Dezembro um lar residencial para idosos com capacidade para 40 utentes na freguesia de Santa Margarida da Coutada. (Pág.4)
O empresário - Espaço Mecânico - deixa nestas páginas várias lições de vida e bem fazer empresarial. Apostou nos estudos, nas relações, no trabalho e na honra dos compromissos. Prospera em Angola e gere os seus negócios desde Atalaia, Barquinha(Pág.10&11)
O Instituto Terra e Memória, liderado por Luiz Oosterbeek, foi (mais uma vez) distinguido pelo seu trabalho, com a “Comenda Intendente Câmara”,entregue em Morro do Pilar, Brasil, durante um Seminário Internacional.
↓ rio abaixo
Terror é terror Não é importante se são jornalistas, cartoonistas ou polícias. Todas as pessoas, sejam de onde forem, façam o que façam, são iguais. A morte dos cidadãos franceses no ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo mostrou o hediondo e negro buraco a que nos remeteremos se cedermos ao medo e à intolerância. Que a Europa saiba reagir com valores democráticos.
Transvase do Tejo autorizado
Nota para 2015: não adoecer
Independentemente de ter sido apenas durante o mês de Dezembro, a transferência de 20 hm3 (hectómetros cúbicos) do rio Tejo para o rio Segura, autorizada pelo Governo Espanhol, é um precedente e não há garantias de que de futuro a prática não seja regular. O Tejo chega a Portugal em menor quantidade e qualidade, adverte o movimento ProTejo
Os testemunhos e críticas acumulam-se com os serviços de urgências de hospitais do país a mostrar inadequadas condições, faltas de camas e tempos de espera para além do limite do suportável. Em Abrantes, os bombeiros queixam-se das horas de espera por falta de camas. Os utentes queixamse. Os responsáveis dizem que é normal.
“
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NA PRIMEIRA PESSOA 03
Todos erramos mas algumas pessoas não lidam bem com o assunto. Não existe ninguém perfeito. Sempre tive jeito para… Fotografar. Três coisas a que nunca resisto A uma conversa interessante, à gastronomia portuguesa e a um bom vinho. Não podia viver sem... Viajar Acredito... No trabalho, na amizade, na família. Não acredito... Em falsas modéstias. Se aprendemos com os erros porque temos medo de errar? Com a idade aprendemos a lidar com os erros, que afinal fazem parte do nosso processo de aprendizagem e de crescimento pessoal. Errar é perfeitamente natural. Todos erramos mas algumas pessoas não lidam bem com o assunto. Não existe ninguém perfeito. Se pudesse dar um conselho a um recém-nascido qual seria? Faz amigos. O que preferia ser: um génio preocupado ou um idiota contente? Como alguém disse “quando mais sabemos, menos hipóteses temos de ser felizes”. Uma música como banda sonora da sua vida? “Alive” dos Pearl Jam, ou qualquer uma dos U2.
CV
Pérsio Basso 38 anos Técnico Superior de Comunicação Vila Nova da Barquinha
1994
Início dos estudos na área da comunicação, Portalegre
1999
Ingresso na Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha
2007
Nascimento do primeiro filho, Francisco
2012
Pós-graduação em Design Editorial, Tomar
2013
Nascimento do segundo filho, Guilherme
04 SOCIEDADE
JANEIRO 2015
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VN BARQUINHA
Antigo edifício da Junta encerra e nasce gabinete de atendimento na Câmara A decisão acontece agora mas já estava prevista no manifesto eleitoral do Partido Socialista às eleições autárquicas que o PS venceu com maioria absoluta para a Câmara e com votação ainda mais expressiva para a junta de freguesia de Vila Nova da Barquinha. Encerramento permite novas ideias e poupança de cerca de 3640 euros anuais TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES
Na sessão da Assembleia de Freguesia de dia 12 de Dezembro a questão foi a discussão no ponto 4, “Aprovação do encerramento do edifício da antiga junta de freguesia de Vila Nova da Barquinha (VNB)” e analisando a discussão ficou patente alguma controvérsia. A união das freguesias de VNB com Moita do Norte, ficando posteriormente a designar-se de VNB mas a funcionar nas instalações de Moita do Norte, ditou que o antigo edifício na vila, a escassas centenas de metros da Câmara Municipal, ficasse praticamente esvaziado das suas funções. O presidente da junta de Freguesia de VNB, João Machado (PS) informou que o edifício recebia uma média de “um pedido de atestado por semana e poucos pagamentos de água”. O pagamento da conta da electricidade já não se encontrava disponível depois da rescisão do contrato com a EDP para a prestação do serviço. João Machado pediu aos deputados que “dissessem a verdade” e que o executivo é composto “por pessoas de bem”, isto depois de denunciar que pela população corria a informação de que o encerramento era extemporâneo e injustificado. Machado respondeu com o manifesto eleitoral do PS às eleições de 2013, “está aqui – mostrando o manifesto – isto não é de agora, não é invenção minha!”.
CONSTÂNCIA
Misericórdia inaugurou lar de idosos
TEXTO NA
João Machado (em pé) lembrou que medida já constava no manifesto eleitoral de 2013
No manifesto eleitoral estava prevista a celebração de um protocolo para criação em VNB de um gabinete de atendimento aos munícipes. “Já estamos a tratar desse assunto e será criado na Câmara Municipal em local a designar”, contou ao NA João Machado. Segundo o autarca, o assunto “nem precisava ir à assembleia, só foi para elucidar as pessoas, porque há memória curta”, acusou. Não mudar as rotinas da população. “Decidimos não encerrar há mais tempo para não mudar rotinas à população”, alegou João Machado, argumentando que a fraca afluência da população aos serviços e a criação de novas valências no edifício justificam por si só o encerramento. A partir do dia 24 de Fevereiro os munícipes podem tratar de assuntos relacionados com a freguesia no edifício da câma-
ra, bem como na sede da junta em Moita do Norte. Segundo os dados veiculados na sessão da junta de 12 de Dezembro, os custos anuais do antigo edifício ascendiam a cerca de 3640 euros tendo em conta as despesas correntes de 120 euros mensais mais os encargos com o empregado do IEFP de cerca de 2200 euros. A intenção do executivo da junta é fazer uma cozinha no 1.º andar e alargar a casa de banho para arrendar a habitação a uma família carenciada do concelho. No espaço inferior está a ser estudada a criação de gabinetes para jovens empresários a preços reduzidos, objectivo que carece ainda da criação de um regulamento para fazer face a quaisquer intrusões no campo da concorrência desleal. A proposta de encerramento do edifício foi aprovada com um voto contra do PS, um da CDU e uma abstenção do PSD.―
A Santa Casa da Misericórdia de Constância inaugurou no dia 29 de Dezembro um lar residencial para idosos na freguesia de Santa Margarida da Coutada. O novo equipamento tem capacidade para 40 utentes e custou 1,6 milhões de euros, uma obra iniciada em 2010. António Paulo Teixeira explicou em declarações à Antena Livre de Abrantes que o projecto visa “dar uma resposta efectiva a uma necessidade sentida” pela população mais idosa, já que a lista de espera da Santa Casa era grande. O responsável adiantou ainda que quer garantir “uma proximidade na assistência que anteriormente estava dificultada com os serviços apenas centralizados na vila de Constância”.
O provedor explicou ainda que haverá lugar a uma “reafectação” dos recursos humanos das actuais valências da Misericórdia, nomeadamente no lar existente em Constância e no serviço de apoio domiciliário e que o novo equipamento levará à contratação gradual de 17 funcionários, consoante a admissão de utentes. A Câmara Municipal de Constância cedeu o terreno para o novo lar que tem capacidade para 40 utentes em internamento e uma área total de construção de 4.600 metros quadrados. O equipamento foi construído com um apoio de fundos comunitários (75%) e contou com mais apoios da autarquia, nomeadamente os estudos e projectos envolvidos e uma comparticipação de 300 mil euros. O lar tem ainda acordos firmados com a segurança social.―
DISTRITO
Tribunal não anula eleições da Federação de Bombeiros TEXTO NA
O Tribunal de Abrantes não deu razão às associações dos bombeiros voluntários de Santarém e de Constância, que interpuseram uma providência cautelar para anular as eleições na Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém. A providência cautelar tinha como base de argumentação a recusa por parte do presidente da assembleia geral em aceitar a lista liderada pelo comandante de Constância, Adelino Gomes pedindo a suspensão da deliberação. A eleição acabou por determinar que o novo presidente da Federação Distrital é Carlos Gonçalves (comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila
Nova da Barquinha que deverá assumir as mesmas funções em Tomar. Ver pág. 2). Mariana Cidade, a juíza encarregue da apreciação da providência, justificou a decisão do tribunal com a não invocação por parte dos requerentes dos danos para si ou para a federação e o facto de também não terem recorrido para a assembleia de sócios, como determinam os estatutos da federação. A questão prende-se, essencialmente, e segundo o despacho da juíza, do facto de os estatutos da federação ditarem que as decisões do presidente estão sujeitas a recurso hierárquico obrigatório, o que não aconteceu, e que só após uma tomada de decisão interna da assembleia geral é que poderia ser objecto de anulação pela justiça.―
CAMINHANDO 05
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CIMT
Apreensão perante objectivos da Estradas de Portugal para a região TEXTO NA
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) preocupada e apreensiva após conhecer o “carácter muito limitado” das intervenções previstas entre 2015 e 2019 para a região, anunciadas pela empresa Estradas de Portugal (EP). O Plano de Investimentos 20152020 e o Plano de Proximidade a Médio Prazo 2015-2019 da EP não inclui, segundo Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIMT, investimentos essenciais para a melhoria da mobilidade” no Médio Tejo. Em declarações à agência Lusa, Miguel Pombeiro destaca a “ausência de uma estratégia” relativamente às passagens rodoviárias entre as duas margens do rio Tejo, “ao arrepio do Plano Rodoviário Nacional” (PRN), e sublinhou o “carácter vago e impreciso” da referência à Ponte Praia do Ribatejo – Constância Sul, onde apenas viaturas ligeiras podem circular. “O Plano apresentado não resolve os problemas das acessibilidades na região e omite outros por completo, como seja a nova travessia sobre o Tejo, de ligação Abrantes a Ponte de Sor, no âmbito do IC9, e inscrita há vários em PRN”, notou. Por outro lado, acrescentou, “surge no Plano uma verba de 5 milhões de euros para a ponte da Praia, que une Constância Sul à Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha, mas não se explica onde e como vão ser investidos. Desconhecemos ENTRONCAMENTO
Integração na ADIRN
A Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, aprovou a alteração dos seus estatutos no âmbito da sua área de acção, permitindo aprovar a adesão do concelho do Entroncamento à ADIRN, passando o território de intervenção desta associação a abranger 7 concelhos do Ribatejo Norte. Esta adesão permite a este concelho, a inclusão no novo quadro de apoio ao desenvolvimento rural, nomeadamente a possível integração no DLBC – Desenvolvimento Local de Base Comunitária.―
Marca d’ Água
Miguel Pombeiro, Maria do Céu Albuquerque e José Farinha Nunes
quais as obras que se prevêem executar, se é para alargamento ou reforço para abertura a pesados, enfim, não se percebe a intenção”, destacou aquele responsável. O secretário executivo da CIMT lembrou ainda a importância para o desenvolvimento económico da intervenção da ER 243, que estabelece a ligação da A23 ao Terminal Multimodal de Riachos, tendo considerado “bastante prejudicial” o “arrastamento da actual situação até 2018", altura em que o documento prevê a intervenção. “É também com preocupação que se vê adiar para 2017 a conclusão da requalificação da EN 361 (troço Amiais de Cima – Alcanena), previsto inicialmente para 2015, e estranhamos não haver qualquer referência à requalificação da Estrada Nacional 238, que liga o concelho da Sertã ao eixo Tomar-Lisboa-Litoral”, acrescentou.
Câmara de Abrantes contesta a ausência de investimentos estratégicos. Também a autarquia abrantina, presidida por Maria do Céu Albuquerque – que acumula com as funções de presidente da CIMT – contestou na última reunião de câmara a não inclusão de investimentos como a ponte rodoviária sobre o Rio Tejo entre as proximidades de Abrantes e Tramagal, prevista no Plano Rodoviário Nacional que, segundo a autarquia, “tem vindo a sofrer adiamentos sucessivos”. Olhando para o trafego intenso e acentuado com a introdução do pagamento de portagens na A23, a autarquia renovou a sugestão apresentada já várias vezes. Em alternativa à suspensão da construção do IC9, sugere uma intervenção faseada, dando prioridade à construção de uma nova travessia sobre o Tejo e, numa segunda fase, a construção do Itinerário.―
TOMAR
ENTRONCAMENTO
Queda Mortal
A queda de um ultraleve em Tomar, no dia 3 de Janeiro, causou um morto e um ferido grave. José Filipe Borga, 51 anos, empresário de Ourém, pilotava o aparelho e acabou por falecer no hospital de Abrantes não resistindo aos ferimentos. Um outro homem, de 43 anos, residente em Tomar, foi levado para o mesmo hospital onde ficou em observação. Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, o acidente verificou-se cerca das 17h15, no campo de voo de Valdonas, concelho de Tomar.―
Farmácias sem permanência Desde 1 de Janeiro que cada Farmácia no concelho do Entroncamento deixou de ter um profissional de saúde em permanência para atendimento a partir do horário de encerramento. Os clientes com receitas válidas, com data de emissão do próprio dia ou dia anterior terão de contactar telefonicamente, através de contacto exibido na porta das Farmácias, para que o profissional de saúde se desloque até à Farmácia para proceder ao atendimento. A alteração foi aprovada pela ARS de Lisboa e Vale do Tejo. .―
O mundo da vida
Alves Jana Consultor
Quando eu era professor, dizia aos meus alunos no início do ano “Não vamos estudar o livro”. Eles olhavam para mim e para o livro, talvez a pensar que era dinheiro deitado fora, alguns talvez já a sentirem a dificuldade de estudar sem ter um livro adoptado… Mas eu acrescentava “Vamos estudar a vida, o mundo, o que se passa. E vamos usar o livro para estudar isso que precisamos de entender”. Eles riam, respiravam de alívio, mas não disfarçavam a surpresa dessa “coisa” de não irmos estudar o livro, mas irmos estudar a vida, o mundo da vida. Poderia pensar-se que isso devia ser evidente e que as minhas palavras não passavam de senso comum, uma verdade de La Palisse. Mas não, e a surpresa deles dizia que tinham sido apanhados desprevenidos. De facto, o que na escola se costuma estudar são os livros. Os livros sagrados do saber escolar – feito, definido e definitivo – para “despejar” no teste. E se o que ficar no teste estiver igual ao que está no livro, o aluno tem vinte e todos ficam muito felizes, o aluno, o professor e os pais. Isto resulta de um processo de reificação ou de fetichização do objecto cultural, que passa a valer por si mesmo, independentemente de tudo o mais. É livro, é bom. Pode consumir. Ou melhor: deve. Os livros, assim pensados e sentidos, não falam do mundo; eles são o mundo. E os bons alunos sabem tudo desse mundo em que lhes pedem para viver. Mesmo que saibam muito pouco do mundo outro em que sobretudo deveriam viver, saber viver. Por seu lado, os maus alunos são os que vivem no seu mundo real e se dedicam pouco ao mundo dos livros, vá lá saber-
-se porquê… Livros, pinturas e esculturas, peças de teatro e danças clássicas ou modernas, artigos de jornal ou performances, canções ou… todos os produtos culturais são gestos no mundo que fazem o mundo e nos apontam para o mundo, acerca do qual nos dizem alguma coisa e nos desafiam a tomar alguma posição. Se “cultura é saber quais são os problemas do nosso mundo e quais são as soluções para eles”, e se no fim e no início do ano é habitual fazer-se o balanço do ano por setores, en-
Os livros, assim pensados e sentidos, não falam do mundo: eles são o mundo. tão vale a pena olharmos para 2014 e percebermos o que na vida cultural do Médio Tejo, por exemplo, foi dito sobre os nossos problemas e que soluções foram apontadas ou sugeridas para eles. No fim de mais um ano, devemos estar mais esclarecidos e mais capazes de lhes fazermos frente, não? E vale também a pena pensarmos quais são os problemas que temos entre mãos neste 2015 que se inicia, não só para os abordarmos no nosso trabalho cultural como para estarmos atentos ao que sobre eles nos dizem os trabalhos culturais que à nossa volta outros vão fazendo. Porque há sempre o perigo de cairmos no fetichismo cultural. E seria uma pena. Uma perda.― Alves Jana escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico
06 ECONOMIA
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NERSANT
Mentores ensinam como se faz
TANCOS
Pitoresco Bar, um mimo à beira do Tejo
TEXTO NA Alunos ouviram atentamente os representantes do projecto depois de visitarem empresas e a Loja do Cidadão
TEXTO NA
Só os empresários detêm o verdadeiro conhecimento de como se gere um negócio. É com base nesta convicção que a NERSANT decidiu criar, no âmbito do seu programa de apoio ao empreendedorismo, o Sítio do Empreendedor, uma Bolsa de Mentores, onde mais de 50 empresários estão já inscritos para ajudar os novos empreendedores a conduzir os seus projetos. De forma a dar maior possibilidade de sucesso às iniciativas de novos empreendedores e proporcionar aos empresários já no terreno, o conhecimento de novos projetos, a NERSANT Associação Empresarial da Região de Santarém, criou e está a dinamizar uma Bolsa de Mentores, constituída já por mais de 50 empresários da região com know-how na área da gestão e desenvolvimento de negócios
que podem, com a sua experiência, aconselhar e vir a contribuir para o desenvolvimento das ideias e novos projectos no Ribatejo. A bolsa permite à NERSANT estabelecer relações de mentoria entre empresários e empreendedores, facilitando, desta forma, a organização de sessões de networking, onde serão apresentados novos projectos, que deverão merecer a análise dos mentores, através da apresentação de contributos e sugestões que potenciem o conhecimento dos empreendedores e dos seus próprios negócios. Estas sessões são ainda um espaço privilegiado para o encontro de possíveis parceiros, sócios ou investidores nos novos negócios apresentados. Para os novos empreendedores, a partilha de conhecimentos e experiências por parte dos empresários, bem como as indicações, avisos e sugestões
que estas sessões lhes podem proporcionar, pode revelar-se um contributo fundamental para a maturação dos seus modelos de negócio e para o desenvolvimento das suas actividades. A Bolsa de Mentores é um dos apoios disponibilizados no âmbito do Sítio do Empreendedor, programa de apoio à criação e desenvolvimento de novas empresas que acompanha os empreendedores desde a fase de maturação da ideia até ao primeiro ano pós-início de actividade, passando pela definição do modelo de negócio, elaboração do plano de negócio, procura de sistemas de incentivos e financiamento, e ainda consultoria jurídica e fiscal para constituição e início de atividade. Todos os interessados poderão inscrever-se neste programa, cuja participação é gratuita, acedendo a ao portal deste projeto da NERSANT, em http://sitiodoempreendedor.nersant.pt/―
NERSANT
Mira Amaral e Augusto Medina em sessão de esclarecimento TEXTO NA
A NERSANT- Associação Empresarial da Região de Santarém e a AIP - Associação Industrial Portuguesa vão realizar no dia 22 Janeiro, em Torres Novas, uma sessão de esclarecimento sobre as "Oportunidades de Negócio e Financiamento à Inovação e Internacionalização" para os mercados de An-
gola, Brasil e Cabo Verde. Mira Amaral e Augusto Medina vão intervir na sessão que tem por objectivo dar a conhecer às empresas da região as oportunidades de negócio, bem como os mecanismos de financiamento. A participação na sessãoé gratuita, decorre na sede da NERSANT, em Torres Novas, no dia 22 de Janeiro, a partir das 09h30, podendo as em-
presas interessadas em marcar presença na sessão, fazer já a sua inscrição no portal da associação empresarial, em www. nersant.pt A sessão de abertura tem lugar às 09h30, com a intervenção da Presidente da Direção da NERSANT, Maria Salomé Rafael, do Presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, e ainda do Presidente da Comissão Executiva do Banco BIC Português, Luís Mira Amaral.―
A inauguração decorreu no dia 3 de Janeiro, em Tancos, Vila Nova da Barquinha. O novo espaço é bi-facetado, sendo bar e loja de artesanato e produtos locais e nacionais (vinhos, licores, mel, artesanato, peças saudosistas portuguesas, enchidos e muitos mais). O projecto agora inaugurado é resultado do empreendedorismo de um casal jovem do concelho, Rui Pereira e Tânia Fernandes, apoiado pelo Programa de Desenvolvimento
Rural 2007-2013 da União europeia e o acompanhamento e apoio da ADIRN, Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte.―
TECNOPOLO
Concurso de Projectos Empresariais TEXTO NA
Está a decorrer até 13 de Fevereiro o 3.º Concurso de Projectos Empresariais INOV. POINT, uma iniciativa do TAGUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo (Abrantes) e que pretende reforçar o tecido empresarial da região e incentivar o surgimento de iniciativas empreendedoras de base tecnológica no Médio Tejo. O concurso destina-se a ideias de negócios nos sectores Agro-alimentar, da Metalomecânica, Energia e Tecnologias de Informação e Comunicação e a pessoas singulares, maiores de 18 anos, ou colectivas constituídas há menos de três anos, com o objectivo de explorar um projecto inovador ou de base tecnológica com aplicabilidade no mercado e no Médio Tejo. As candidaturas apresentadas são sujeitas a uma primeira selecção, onde serão identificadas as que passarão à segunda fase do concurso. Os promoto-
res dos projectos que integrarem esta segunda parte do concurso devem desenvolver uma estratégia de comunicação, os modelos de negócio e de financiamento da ideia de negócio. Os critérios de avaliação na primeira fase prendem-se com factores como o Curricula vitae académico e profissional dos concorrentes (com um peso de 20%); Interesse estratégico para a Região Centro (30%); diferenciação do projecto relativamente às soluções conhecidas no mercado (este pontuado com 50%). Serão premiadas as três melhores ideias com serviços de apoio e incubação no Tecnopolo do Vale do Tejo. Para se candidatar ao 3º Concurso de Projectos Empresariais deve ir ao sítio da Internet do TAGUSVALLLEY (www.tagusvalley.pt), preencher o formulário disponível e enviar ou entregar no Tecnopolo do Vale do Tejo juntamente com a documentação solicitada para esta acção.―
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10 ENTREVISTA
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ENTREVISTA MANUEL LOURENÇO
"Em tempos de crise é que se afirmam os bons valores" Manuel Lourenço, empresário sediado em Vila Nova da Barquinha, é referência no segmento de equipamentos para a construção civil e obras públicas. A sua empresa, Espaço Mecânico, está também em Angola e apesar do sucesso as palavras do empresário de 64 anos são de paciência e visão estratégica ponderada. Com o arranque do projecto Empreendedorismo em Ambiente Escolar”, que na manhã do dia 26 de Novembro, levou os alunos das escolas do concelho a visitar as instalações da Espaço Mecânico, a entrevista revelou-se um verdadeiro manual de boas práticas, ao encarar as dificuldades e os sucessos Texto&Fotografia RICARDO ALVES
Que conselhos deu aos alunos do concelho?
Quando eles cá estiveram houve um miúdo que me perguntou a razão de eu ser empresário. Isto não tem que ver com o momento avançado da nossa vida, tem de começar logo desde tenra idade, desde a escola porque cada um tem um objectivo e tem de conseguir resultados, tem de ser empreendedor, determinado, organizado e disciplinado, lutar pelos objectivos. Se o faz enquanto aluno tem de dar continuidade a essa atitude também na vida profissional. É preciso uma “base” para ter sucesso?
As pessoas reagem de maneira diversa perante as dificuldades e eu acho que o empreendedorismo tem muito que ver com a atitude que temos perante elas. Há pessoas que se deixam vencer facilmente e isso é o princípio do fim, não há nada a fazer. Está a falar por experiência…
A vida de um empresário tem momentos difíceis e quando se está praticamente sozinho ou em empresas familiares, como é o meu caso, em que tenho a minha mulher que foi professora do ensino secundário e está reformada, uma filha que é licenciada em administração e gestão mas tem os negócios dela e vive em Lisboa, vejo-me muito isolado para resolver problemas, para lutar, e tem sido assim ao longo da minha vida, já lá vão 35 anos de vida empresarial. Olhando ao seu passado esta não é a primeira visita do FMI que experiencia…
A primeira crise com o FMI foi em 81/82 e agora esta. Tive momentos, não de desespero, mas que eram muito difíceis em que não sabia se passados uns dias tinha condições para continuar com a empresa, e quando se começa com um projecto assumem-se responsabilidades não só sociais como também económico-financeiras, junto das entidades bancárias. É nesses momentos, não digo de pânico mas de muitas dúvidas, que temos de ter algum discernimento e perceber o que é que é possível fazer no meio das adversidades e agarrar-se a esses pontos positivos, fazer deles uma alavanca para seguir em frente. E passados uns dias, uma ou duas semanas, meses, olhava para trás e dizia, “afinal fiz caminho”, a vida de um empresário é feita desta atitude. É evidente que há momentos mais fáceis e momentos menos fáceis, mas fundamental é que nos momentos difíceis esta atitude exista, resista e vença. Consegue definir “um” momento de alavanca para se tornar empresário?
Há sempre um clic… Eu sou do centro norte, do distrito de Aveiro, e quando andei a estudar, nos anos 60, em 1961/62, saía da minha aldeia e até entrar na escola às oito da manhã demorava duas horas, entre andar a pé e de transportes públicos. O meu pai deu-me a possibilidade de continuar a estudar e eu disse que sim. O meu pai disse que tinha de sair de casa às seis da manhã, quer chovesse, fizesse sol, fosse de noite ou de dia. E eu pen-
Manuel Lourenço nas instalações do Espaço Mecânico
so que o primeiro momento foi esse. Eu queria, achava que era capaz. Por outro lado, os meus pais sempre estiveram ligados ao pequeno comércio de aldeia. E isso também me permitiu conhecer como se trabalhava com clientes, ouvir as pessoas, dar opinião. Há essa simbiose. Este contexto familiar e a vontade de estudar foi um primeiro momento.
construir a A1, entre outras auto-estradas. Eu começo a ver aquilo e dava uns milhões de metros cúbicos que transformados em escudos davam uma loucura! Acompanhei o projecto, fiz-lhe o layout de uma central de britagem, os equipamentos necessários, o investimento, uma amortização, etc.
Felizmente fiz um percurso sem chumbar. Fui crescendo e fazendo a minha vida académica até que acabei o curso de engenheiro técnico electromecânico no Porto, no antigo Instituto Superior de Engenharia. Posteriormente, esta formação académica correspondia a um bacharel e fui fazer um plano de estudos à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) - já casado - para fazer a licenciatura e optar por um dos ramos: ou electrotecnia ou mecânica. Fiz mecânica, com 22 anos, em 71/72.
Ao acompanhar o trabalho pareceu-me um grande negócio. Falei com algumas pessoas, um colega que também trabalhava comigo na Costa Nery e falei com mais uns empresários, um deles o Sr. Silveira Melo, e disse-lhes que havia um projecto interessante e se não queriam participar. Constituímos uma sociedade e fizemos um investimento, na altura de 45 mil contos, muito dinheiro. Eu tinha uma posição muito interessante na Costa Nery, era até accionista, mas numa reunião com os sócios, quando colocámos o projecto no banco (Espirito Santo) e perante a necessidade de avançar se o financiamento fosse aprovado, era preciso um gerente. Numa longa reunião de sócios – a empresa chamava-se Britaire – precisávamos saber quem ficava na gerência. Eles dizem todos que tenho de ser eu. E após muito tentarem lá me convenceram. É evidente que quando eu digo que sim a alguma coisa, depois de ponderar, não volto com a palavra atrás. Foi assim que começou... Em 1981/82 comecei a gerir a Britaire e logo em 82/83 houve uma grande crise, com a vinda do FMI, e aí sim, foi o período mais difícil da minha vida...
E na escola como era?
E quando se torna empresário?
Na FCTUC tínhamos duas cadeiras, Economia 1 e 2, e o professor era o Engº Raul com quem estabeleci uma boa relação. Eu trabalhava na Metalúrgica Costa Nery em 1980 e um dia aparece-me lá um fulano aqui da região que andava a estudar engenharia mecânica em Coimbra e estava exactamente a fazer o trabalho para essas cadeiras. Disse-me que o Engº Raul lhe tinha referenciado o meu nome para o ajudar no trabalho, um projecto de criação de uma empresa, uma central de britagem para produzir inertes para as auto-estradas que nessa altura estava em boom em Portugal. Eu disse que estava disponível para o acompanhar e complementar. Na Costa Nery produzíamos exactamente esse tipo de equipamentos. Combinámos o dia e quando ele apareceu trazia uma informação das necessidades em metros cúbicos para os próximos tempos para acabar de
Foi aí que se apercebeu que podia ter outro papel?
Como ultrapassou a situação?
A crise começou em 83 e na altura tínhamos acabado a instalação e estávamos a arrancar. Uma empresa precisa de três anos para atingir a velocidade cruzeiro. Quando devíamos estar a entrar nessa velocidade aparece a crise que praticamente não nos deixou levantar voo. Mas re-
ENTREVISTA 11
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pito: foi um momento de teste absoluto. E muitas vezes tive momentos em que tinha dúvidas de como iria correr. Mas sabe, há valores que nós nunca devemos deixar de lado: se temos um financiamento e aparece a crise, independentemente das entidades bancárias saberem o que está a acontecer, é preciso em tempo útil explicar o projecto e que estamos com dificuldade, mas que do ponto de vista do desempenho nós cá continuamos de uma forma responsável junto de todos os outros fornecedores, junto dos trabalhadores, não temos é possibilidade de fazer amortizações, etc. Houve um momento em que estabeleci relações que se mantêm até hoje. Uma ou duas pessoas que estavam no Banco Espírito Santo. É nessas alturas de dificuldade, grandes problemas, que servem para que determinadas afirmações e valores possam persistir e serem evidenciados em momentos de crise. Há muitos que simplesmente fogem e fazem como se não fosse nada com eles, isso é uma coisa que me ultrapassa. E como se processa a transição da Britaire para a Espaço Mecânico?
Foi muito simples. Em 1989 apareceu em Portugal uma empresa chamada Terra Azul, uma holding que foi criada em Portugal e que tinha por trás a accionista Ciment Français - cimentos de França. Eles constituíram essa empresa no nosso país para tomar posição na área dos inertes, centrais de britagem, areeiros, centrais de betão, porque o país estava no princípio de um boom de construção. Eles sabiam que se conseguissem tomar posição nas empresas que bem posicionadas podiam criar aqui uma base neste segmento de negócio. Se reunissem as pedreiras, tinham as britas, os areeiros, a areia dos rios, e se reunissem empresas na área do betão não ficavam com o monopólio mas ficavam com uma força muito grande para fazer negócio. A Britaire era uma das bem posicionadas?
Bom, foi criado um gabinete que tinha por missão fazer um levantamento das principais empresas a nível nacional. A partir do momento em que esta matriz era feita eles entravam em contacto com os empresários para saber se eles queriam vender as empresas. A Britaire foi uma das seleccionadas. Nós vendemos. Foi um negócio interessante e uma das coisas que me pediram foi que durante dois anos eu continuasse a trabalhar com eles ficando num núcleo com a responsabilidade para a zona centro sul, não só para com a Britaire mas com as centrais de britagem daqui até ao Algarve. Ao fim de dois anos fui à minha vida. Fiz o meu melhor nesses dois anos mas também pensei no que fazer depois de acabar. A minha formação era na área da mecânica, equipamentos, máquinas e tudo mais. Comecei por fazer uma abordagem ao dealer da Caterpiller em Portugal, que era e é a STET. Disse que estava a pensar criar uma empresa e gostaria de ficar com um concessionário para o distrito de Santarém e mais, se fosse possível. Foi uma negociação que demorou mas eu tinha tempo, estava a trabalhar na Terra Azul. Ao fim de algum tempo disseram que estavam disponíveis para trabalhar comigo, para definir áreas e condições. Entretanto crio o Espaço Mecânico. A partir desse momento fiquei como con-
Posso dizer-lhe que entre aqui e Angola somos à volta de 35 portugueses e 40 angolanos. Voltando atrás, como surgiu no Centro de Negócios de Vila Nova da Barquinha?
Em Angola encontrou um novo mercado que permitiu crescimento em tempos de crise
“É nos momentos de muitas dúvidas que temos de ter algum discernimento e perceber o que é que é possível fazer no meio das adversidades e agarrar-se a esses pontos positivos, fazer deles uma alavanca para seguir em frente.„
Tínhamos instalações no Entroncamento e estávamos dentro do perímetro urbano e não estávamos bem. Comecei à procura de um espaço nas zonas limítrofes que me enquadrasse numa zona estruturada para o fim. E nessa altura comecei a falar com o então presidente da Câmara, Miguel Pombeiro. Recordo-me que em 2007 estava quase tudo reservado, que havia uma vontade enorme, lá consegui ficar com o terreno. Não queria sair muito deste perímetro e procurei nas áreas disponíveis.
Há pouco disse que não queria que a empresa crescesse muito mais mas têm mais perspectivas de internacionalização?
Vou-lhe dizer muito honestamente. Temos aqui um terreno ao lado e vamos ter que fazer uma construção para melhorar a logística com Angola, por mês enviamos 3, 4 contentores e estamos limitados. Vou criar um novo pavilhão e dar resposta à saturação que temos em armazém. Se me pergunta sobres novos projectos, neste momento não. Pretendo manter as coisas a funcionar sob o ponto de vista profissional, social e económico, as vertentes que fazem uma empresa boa ou má, manter pelo lado positivo. Até um dia. Não quer dar um passo maior que a perna?
cessionário da STET, até que há três anos deixei de o ser para ser de outras marcas – Bobcat, Soosan, Centrocar, etc. Deixei de ser concessionário da STET mas continuo a ter peças, assistência pós venda, através de um protocolo. Mas na venda dos equipamentos, directamente ao cliente, são eles que o fazem. Há pouco falou que há sempre um click. Qual foi o da internacionalização para Angola?
É isso. Entretanto eu achei que não bastava ter mudado de marca, ter produtos mais apetecíveis em preço. Foi quando comecei a pensar na hipótese da internacionalização. Em 2008 fomos a Angola, Benguela, e temos agora uma empresa que é a Espaço Mecânico Angola, detida por maioria por nós -84% - e o parceiro local que tem 14%. Fazemos lá o mesmo que cá. Felizmente é uma empresa que está muito bem. Não quero que cresça mais. Mesmo assim factura o dobro desta. A empresa cá funciona para o mercado nacional e faz um trabalho de trading para a empresa de lá, ou seja, uma boa parte daquilo que vendemos em Angola é comprado pela empresa de Portugal que depois exporta para Angola. Como é a relação entre empresas?
Os equipamentos são comprados lá, mas as peças e lubrificantes é com Portugal. Trabalhamos muito com a Galp e estamos praticamente em toda a zona sul de Angola e enviamos contentores todos os meses. Resumidamente, temos o consolidado que é a empresa de cá, que faz o seu negócio cá, que exporta para Angola, e a empresa em Angola que recebe os produtos e também compra no mercado local e faz os seus negócios. É este o quadro. E desejo que assim se mantenha, se assim for já não é mau (risos) Quantos trabalhadores estão envolvidos?
Sim. Mas vou-lhe dizer algo que o vai surpreender. A internacionalização em plena crise foi, ao mesmo tempo, sinónima dos melhores anos. É tão simples. Fomos para outro mercado que nos permite fazer negócio daqui para lá, com algum negócio que façamos cá, o consolidado, o resultado de ambas as empresas em conjunto, tem sido interessante. O que interessa é manter bem o que está a acontecer. Não crescer mais… porque às vezes há uma tendência para crescer desmesuradamente. Em 2014, em Angola, fiz lá um investimento que não tinha previsto, de dois milhões de dólares. Entretanto se quisesse fazer mais um investimento eu podia fazê-lo, atendendo aos parceiros e clientes interessantes que temos. Mas eu já disse não. Acabou. Aos clientes expliquei isso de uma forma diplomática, e as pessoas acabaram por aplaudir e concordar connosco, disseram que vão continuar a trabalhar connosco nesta dimensão, tão bem ou melhor, mas não queremos crescer mais se não isto começa a criar algum desconforto e falta de capacidade de gerir. Não sobredimensionar mas à espreita de uma oportunidade?
Exactamente. É assim que eu quero que as coisas se desenvolvam. Continuar a fazer bem aquilo que se tem feito até aqui… até um dia. O que é um dia? Não sei. Sabe, isto em empresas familiares… (pausa) Eu tenho um sócio, que é o director geral da empresa em Angola, o Engº Alexandre, a quem eu reconheci mérito, e a dada altura ficou sócio da empresa, mas eu sou o socio maioritário e de certa maneira entendeu-se que seria por aqui que iria haver continuidade. Não sei. Eu próprio posso ter ideias mas uma coisa é aquilo que se pensa outra é o que pode acontecer. Vamos ver, sem forçar.―
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OS PASSOS DE SÍSIFO
70 anos depois: entre a esperança e a guerra Opinião Luiz Oosterbeek A 24 de Outubro de 1945, cinquenta países criavam as Nações Unidas, sobre os escombros da II Guerra Mundial e retomando as esperanças de cooperação internacional que haviam dados os primeiros passos com a criação da União Internacional de Telecomunicações (em 1865) e de outras agências de cooperação técnica e económica. Na memória recente estavam as esperanças geradas pela criação da Liga das Nações em 1919, que colapsara por não conseguir evitar a segunda grande guerra. Os objectivos da ONU são, por esta ordem: prevenir novas guerras; defender os direitos humanos, a dignidade da pessoa humana e a igualdade de direitos entre géneros e entre nações; promover tratados e o direito internacional; promover o progresso e a qualidade de vida em liberdade. É indiscutível que, nos seus 70 anos, se é verdade que desde cedo a ONU se revelou inca-
paz de conter grandes conflitos regionais (Coreia, Vietnam, …), é inegável que as Nações Unidas não apenas ajudaram a evitar a generalização desses conflitos mas promoveram, também, agendas internacionais ambiciosas, de que a mais relevante hoje é a temática da sustentabilidade. É interessante perceber quais foram os instrumentos que, em 1945, a ONU escolheu para atingir os seus objectivos: tolerância, boa vizinhança, paz, segurança, recusa do recurso às armas, promoção do progresso económico e social dos povos. Conscientes das suas enormes divergências de interesses e perspectivas, os diversos governos apostaram numa metodologia que reiterava princípios éticos e se apoiava num único instrumento material: a promoção das classes médias e o combate à pobreza. Ao assumir uma base tão “limitada”, a ONU recuperava a visão de Thomas Jefferson, em 1801, defendendo que seria o comércio e com ele a conjugação
de interesses convergentes que poderia promover a paz. Uma noção que esteve na base, também, do processo de convergência europeia, primeiro com o carvão e o aço (as bases materiais da guerra), depois com o conjunto da economia (EFTA e CEE). Quando a ONU definiu o seu programa, escolheu como instrumentos estruturantes a criação simultânea de dois organismos associados mas autónomos, a 16 de Outubro de 1945: a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO, para combater a pobreza e promover o desenvolvimento) e a Organização para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, para formar novas lideranças numa agenda convergente de paz, em torno dos princípios éticos da ONU). O mundo começa 2015 numa rota perigosa, que esqueceu as lições das guerras do século XIX e das duas guerras mundiais, que deixaram claro para os protagonistas de há sete décadas que tudo tem um preço,
"Em todos estes momentos recentes, os esforços de desenvolvimento e de convergência entre interesses diferentes foram substituídos pela retórica do pensamento único, pelas ameaças, pelo esmagamento das classes médias e, finalmente, pela guerra.“
e que o preço da paz era uma maior cooperação, equidade e reforço da dignidade, com crescimento da classe média. Os discursos dominantes hoje, porém, tal como na década de 1930, ou antes dela na primeira década do século XX, ou ainda antes na década de 1870… e poderíamos remontar no tempo. Em todos estes momentos recentes, os esforços de desenvolvimento e de convergência entre interesses diferentes foram substituídos pela retórica do pensamento único, pelas ameaças, pelo esmagamento das classes médias e, finalmente, pela guerra. Por estes dias, escutamos alguns afirmar que não faz mal a Grécia sair da União Europeia. São os mesmos que, ingenuamente, pensam que a crise mundial está a ser superada, apenas porque o PIB cresce. E pensam que a Unesco e o ensino superior se devem reduzir a fábricas de montagem de operários qualificados, cumpridores e sem capacidade crítica. Mas pensam pouco, mal e de forma perigosa.―
DOM RAMIRO
Definitivamente, deixo de acreditar no Pai Natal Opinião CARLOS VICENTE Fazia o balanço do ano e reparei que dos pedidos ao Pai Natal, poucos se tinham concretizados… claramente aborrecido, pois os pedidos; não eram megalómanos, nem caros!!! Nem tão pouco (só) para mim. Uma lâmpada aqui, outra acolá, um pequeno portão, um pequeno armário para arrumações e outras pequenas e úteis “coisas” que deixariam outros ainda mais contentes do que eu. Por isso, definitivamente, deixo de acreditar no Pai Natal. Com certeza começou a olhar mais para o seu umbigo do que para aquilo
que fora “criado”, dar satisfação nem que seja pela “força da época” (entenda-se em estado extremo) aos desencontros da vida. Tivesse um ordenado maior e poria em vez de trocos, um valor maior, para resolução destes pequenos (grandes) desejos e consequente satisfação dos demais, que queremos ver felizes neste contexto de desilusão atroz e desconcertante, quase mundial como passamos a gostar de dizer, para não nos sentirmos sós, mas que corresponde à realidade. Ainda existem paraísos no meio do caos, pois ainda existem HOMENS BONS e sábios por este mundo. Cada
vez mais raros, é verdade. Mas ainda existem alguns. Vamos levar o Pai Natal a escrutínio?!! Se calhar seria
uma boa ideia para 2015, sujeitar à vontade popular a sua existência ou não e a possibilidade de continuar a presen-
tear-nos. Também há quem diga que o trenó avariou, vendo-se o Pai Natal na obrigação de se presentear para não perder o direito de presentear no futuro… enfim, coisas que dizem… e que para o ano iria ele próprio pedir a outro Pai Natal, um trenó novo, topo de gama… assentos aquecidos etc… pois, está um frio do caraças.. Evidentemente avisarei o Pai Natal, que o Natal já não é o que era, e que o Pai Natal, já não dá presentes e que… enfim, talvez tenha encontrado um Pai Natal de mau humor, pelas razões, pelas quais, os Pais Natais andam de maus humores…―
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OPINIÃO
Contributo para a História da investigação arqueológica no concelho de Vila Nova da Barquinha III TEXTO Júlio Manuel Pereira*
A CRIAÇÂO INFORMAL DO NÚCLEO DE ARQUEOLOGIA DA BARQUINHA
A ideia da criação de uma associação dedicada à Arqueologia já andava há uns tempos a bailar no meu cérebro e a descoberta do meu filho, relatada no número anterior, (erroneamente atribuída ao Zé Gomes na recente Carta Galeria Arqueológico Histórica de Vila Nova da Barquinha), contribuiu para acelerar a materialização desse projecto. A sugestão foi bem aceite por todos; porém, antes da sua constituição analisaram-se os diversos cenários que se nos colocavam: • Constituir uma associação independente; • Integrarmo-nos numa das colectividades de cultura existentes no Entroncamento; • Integrarmo-nos numa das colectividades culturais existentes na Barquinha. O primeiro caminho teria sido mais fácil, mas foi rejeitado por mim porque entendi que não devíamos contribuir para dividir, mas antes para unir esforços daqueles que fazem da Cultura e do Património, a sua bandeira; O segundo caminho era apetecível, não só porque não seria difícil cativar os apoios de uma câmara com recursos, mas também porque era possível contar com a receptividade da população de um meio urbano, mais culto e menos envelhecido. Além disso, parte dos elementos iniciais, a começar pelo Zé Gomes, vivia no Entroncamento. Tinha contra si o facto de o Entroncamento ser um concelho de diminuta dimensão territorial. A insistência minha, acabámos por optar pelo caminho mais difícil – a tentativa de constituição de uma secção, com elevado grau de autonomia, dentro da Associação Histórico-Cultural de Vila Nova da Barquinha, já existente – mas apenas com 10 sócios – criada essencialmente para captar fundos estruturais e que, esgotada essa missão, precisava de ser dinamizada. Ao fazermos esta opção estávamos muito longe de adivinhar as re-
Alguns dos artefactos em sílex, ali recolhidos
percussões que a mesma haveria de ter no futuro da Arqueologia na Barquinha. Assim, iniciámos negociações para nos integrarmos numa Associação a que desejávamos dar vida pois, pessoalmente, eu defendia que o concelho não era suficientemente rico nem tinha tanto capital humano que justificasse a existência de duas associações cujo objecto se sobrepunha parcialmente, posição que, mais tarde, me viria a isolar um pouco, pois os jovens que, entretanto, aderiram ao Núcleo, defendiam que, perante a inacção e as manobras dilatórias daquela Associação, o melhor seria percorrermos uma via independente. A associação que formámos foi batizada com o nome de Núcleo de Arqueologia da Barquinha, aproveitando o duplo significado da palavra Núcleo, que também tinha uma conotação arqueológica. Entretanto, colocada a questão de quem deveria presidir ao Núcleo, foi sugerida a minha pessoa - não sei se por cortesia, por ser o autor da ideia ou se devido à minha formação académica - sugestão que logo recusei, por me parecer que tal honra deveria caber ao Zé Gomes – o mais experiente nas questões da Arqueologia – e por uma outra razão de ordem prática: eu, tinha tomado posse como vereador da Câmara da Barquinha no início desse ano e, não seria muito curial ser eu a presidir ao Núcleo e, ao mesmo tempo, eventualmente, vir a solicitar àquela edilidade qualquer apoio que fosse necessário, nomeadamente, quando se colocasse a questão de virmos a ter uma sede. Não me recordo exactamen-
te da data da criação – ainda que informal - do Núcleo de Arqueologia, mas foi entre Julho/1990 (data da publicação da descoberta do Rui Pereira) e Setembro/1990 (data da divulgação de nova descoberta arqueológica), de que falaremos a seguir. Demos, assim, um importante salto qualitativo e, em breve, o Núcleo de Arqueologia haveria de ser notícia por boas razões. UMA DESCOBERTA INTERESSANTE NA ZONA DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DE ROCAMADOR1
Em certa ocasião, o nosso associado, Joaquim Murcela, ao passar pela Capela de Nossa Senhora de Rocamador (também conhecida pelas corruptelas Recamador, Reclamador e Roque Amador), onde uma máquina tinha andado a nivelar o caminho de acesso à mesma, detectou a presença de um crânio quase à superfície e alguns outros restos osteológicos. Inicialmente supôs-se que tais ossadas estariam relacionadas com um cemitério que terá existido nas imediações da capela, no séc. XIX; porém, mais tarde, viemos a concluir que esses despojos, muito provavelmente, seriam mais antigos, uma vez que, na sua vizinhança, eu tive oportunidade de recolher alguns ceitis – moedas de cobre de reduzido valor facial – cujas características eram semelhantes às cunhadas nos reinados de D. João II e D. João III que, usualmente, eram depositadas simbolicamente nas sepulturas, para os mortos pagarem a passagem para a outra vida. Alertados pelo Joaquim
Murcela, realizámos uma prospecção de superfície nas imediações, tendo sido encontrados também um fragmento de faca espessa em sílex, uma pequena ponta de faca no mesmo material, lascas residuais e pequenos núcleos, igualmente em sílex. Estávamos aqui em presença de vestígios arqueológicos de épocas muito diferentes, que iam desde o Paleolítico à Idade Média, mas, certamente, com interesse. Por outro lado, a zona estava em perigo, porque então se previa a construção de um parque de campismo nesse local. Informada a Câmara Municipal, foi solicitada por esta, a meu pedido, a visita à zona dos achados por parte de técnicos do então Instituto Português do Património Cultural. Estiveram presentes o Dr. José Beleza Moreira, então Director do Serviço Regional de Arqueologia da Zona Centro, a Arqueóloga Dr.ª Ana Leite da Cunha, o Sr. Padre Fernando (então pároco da Barquinha), eu próprio, na dupla qualidade de vereador e de membro do Núcleo de Arqueologia e o Zé Gomes, na qualidade de Presidente do Núcleo. Conforme relatámos na imprensa, em texto de minha autoria, assinado, como de costume, pelos três, “os referidos técnicos, que tiveram palavras de muita simpatia pelo trabalho que tem estado a ser realizado pelo Núcleo de Arqueologia, ao qual se prontificaram a dar todo o apoio necessário, apresentaram algumas sugestões quanto à preservação daquela estação arqueológica” 2. No seguimento dessas sugestões, valendo-me da situação de ser vereador, apresentei uma proposta na Câmara Municipal no sentido de, aquando da ela-
boração do caderno de encargos, referente ao arranjo do terreno e construção do parque de campismo, se incluir uma cláusula, pela qual, a entidade adjudicante, ficaria obrigada a dar conhecimento de quaisquer achados arqueológicos no local e a permitir uma intervenção arqueológica de emergência, se tal se justificasse. A proposta foi aprovada, mas não teve consequências porque a Câmara nunca chegou a materializar a construção do parque de campismo nesse local. Por proposta minha, para evitar a destruição acidental de património arqueológico, foi também aprovada a instituição de formas de colaboração entre a Câmara e o Núcleo de Arqueologia, cabendo a este a indicação das zonas do concelho, em relação às quais a Câmara Municipal deveria estabelecer uma cláusula semelhante, aquando da autorização de licenças de construção. Revelara-se assisada a decisão de não ter aceitado ser presidente do Núcleo, estando assim mais liberto para agir dentro da Câmara no tocante a estas matérias e, simultaneamente, lançar as bases para a colaboração entre o Núcleo de Arqueologia e a Câmara Municipal, que se haveria de mostrar mutuamente vantajosa no futuro, como veremos em próximos números. 1Também esta erroneamente atribuída ao Zé Gomes na recente Carta Galeria Arqueológico Histórica do Concelho de Vila Nova da Barquinha e considerada como tendo ocorrido mais tarde do que o foi efectivamente 2Vide jornais “Novo Almourol, de Setembro de1990; jornal “Notícias do Entroncamento” de 19 de Outubro de 1990 e jornal “O Ribatejo” de 23 de Outubro de 1990 ― Investigador de História Local Mestre em Pré-História e Arqueologia.
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Não concordo com o que dizes mas defenderei até a morte o direito de o dizeres. Voltaire
Constância
VN BARQUINHA
Loja Social relocalizada A Loja Social de Constância está agora sediada na antiga escola primária da vila. O espaço foi inaugurado no dia 17 de Dezembro com a presença de Tiago Leita, director distrital da Segurança Social. A autarquia informou que o objetivo desta valência social é minimizar as dificuldades que as famílias possam estar a atravessar disponibilizando diversos artigos como: vestuário, calçado, mobiliário, brinquedos, entre outros e ainda facultar apoio social a título gratuito. Aberta todas as quartas-feiras, entre as 10H00 e as 12H30.―
Sporting Clube Barquinhense
O clube de Vila Nova da Barquinha vai realizar a Assembleia Geral Ordinária no dia 14 de Fevereiro pelas 14h00 na sede do clube. Na ordem de trabalhos constam, entre outros, a apresentação, discussão e votação das contas de 2014 e a Eleição dos Corpos Gerentes para o ano 2015. Para a eleição as listas candidatas devem ser entregues meia hora antes ao Presidente da Assembleia Geral.―
VN BARQUINHA
Recolha de Sangue
A Associação da Dadores de Sangue de Torres Novas vai realizar uma recolha de sangue (e de medula óssea) no dia 21 de Janeiro entre as 9h00 e as 13h00 horas, na Escola Secundária D. Maria II em Vila Nova da Barquinha. A recolha será efectuada por uma Brigada do Centro do Sangue e da Transplantação de Lisboa do Instituto Português do Sangue e da Transplantação. “Dá Sangue Porque Há Sempre uma Vida à Tua Espera – Dar Sangue é Ajudar, é dar Esperança, é Salvar a Vida de Alguém – Haverá Gesto Mais Nobre do Que Salvar Uma Vida?”, é o mote.―
VN BARQUINHA
Conhecer para preservar, conhecer para divulgar TEXTO cIDÁLIA DELGADO fOTO rICARDO aLVES
Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, assina o prefácio da Carta-Galeria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila Nova da Barquinha que principia referindo que “…só se ama aquilo que se conhece.” Dar a conhecer o património existente é o propósito desta carta que se encontra disponível, on-line, no endereço: www.cph.ipt.pt e que foi apresentada ao público no dia 13 de Dezembro de 2014, no Centro Cultural. Esta é uma obra já há muito desejada e que tomou agora forma. É dedicada a José da Silva Gomes (1942-2012) ao qual todos os que tomaram palavra agradeceram e realçaram como um dos grandes impulsionadores da arqueologia nesta região. Um homem de grande paixão pelo património em geral, e pela arqueologia em particular, e que até ao fim da sua vida se dedicou a esta causa transmitindo aos outros todo o seu saber. Segundo Ana Cruz esta carta foi elaborada para apresentar aos Barquinhenses e a todos os que se interessam pelos resultados científicos, o trabalho de anos no concelho de Vila Nova da Barquinha. Esta Carta-Galeria está organizada em dois grandes blocos
José Manuel da Silva, Fernando Freire e Ana Cruz
de informação: o primeiro que conta as Histórias das Mulheres e dos Homens que Construíram a Identidade do Território de Vila Nova da Barquinha e o segundo sobre o enquadramento descritivo dos Sítios Arqueológicos e Históricos. Vila Nova da Barquinha pode orgulhar-se de ter no seu território um rico património arqueológico que remonta ao Paleolítico Inferior, representado pelo sítio arqueológico da Ribeira da Atalaia, mantendo uma continuidade cronológica de ocupação humana até aos dias de hoje. A apresentação que teve como lema “Conhecer para preservar, conhecer para divulgar” contou com a presença de Fernando Freire, Presidente da Câ-
mara Municipal de Vila Nova da Barquinha; Ana Cruz, Directora do Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar (IPT); Pierluigi Rosina, Docente do IPT; António Luís Roldão, Investigador da história local; José Manuel da Silva, antigo docente no IPT, Ana Graça, Técnica Superior do Centro de Pré-História do IPT; Cidália Delgado, Técnica Superior do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo e Rita Anastácio, docente no IPT. Esta iniciativa foi promovida pelo Município de Vila Nova da Barquinha, Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo (CIAAR), Instituto Politécnico de Tomar e Centro de Pré-História do IPT (CPH).―
Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações
38. A “Vida por Vida” e o perigo de interpretação dos regulamentos. Luís Mota Figueira Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar
Notícia sobre o caso da ambulância da Corporação de Bombeiros de Óbidos e da abordagem da GNR em http:// www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_ id=4312442 : O comandante, Carlos Silva, explica que tudo começou num transporte de uma doente com 80 anos. O estado de saúde complicou-se e a viatura teve de parar para dar assistência à idosa que acabou por morrer na berma da A8. Os bombeiros que tripulam a ambulância do INEM garantem que por lei não podem movimentar um cadáver e por isso chamaram a GNR. A atitude dos militares foi inesperada para os bombeiros: uma multa por estarem parados na berma da auto-estrada. O comandante dos bombeiros de Óbidos explica à TSF que só pararam para dar assistência à doente. Os bombeiros de Óbidos já pediram à tutela a anulação da multa que foi de imediato paga pelo condutor. 120 euros que os bombeiros querem ver agora devolvidos. O desempenho dos Bombeiros foi adequado e inteligente. A atuação dos Militares, inesperada. A paragem foi necessária. A Brigada da GNR cobrou os 120 euros sem pestanejar face problema concreto inerente ao problema de movimentação de cadáver. Não deve ter considerado o lema de “Vida por Vida”, timbre do quotidiano dos bombeiros portugueses, Soldados da Paz. Incompreensível e lamentável. Na sequência deste disparate, lemos em: https://www. google.pt/search?q=bombe iro+multado&oq=bombeiro +multado&aqs=chrome..69 i57.6028j0j8&sourceid=chro me&es_sm=93&ie=UTF-8# a seguinte notícia: A GNR arquivou a multa à ambulância parada na A8 por entender que afinal não foi cometida qualquer infração pelo INEM. É o final de uma multa polémica, passada esta terça-feira, quando a equipa de emergência fazia o trans-
porte de uma mulher com um enfarte do miocárdio. A meio da autoestrada, a ambulância parou para serem aplicadas manobras de reanimação na doente, que acabou por morrer no local. A patrulha da GNR multou o condutor da ambulância. O bombeiro, multado em 120 euros, recusou retirar o veículo da A8 justificando que o INEM não está autorizado a transportar cadáveres.
Entre uma e outra descrição está uma Vida. A insensibilidade para com esta situação é tenebrosa.. Entre uma e outra descrição está uma Vida. A insensibilidade para com esta situação é tenebrosa. Foquemo-nos na importância da Vida sobre a relevância dos Regulamentos e sua respectiva Interpretação: será que os protagonistas de autoria da Multa foram educados para os Valores da Vida? O valor da Vida foi secundarizado face aos Valores de função policial, no caso, incompreensíveis e inumanos na sua interpretação e aplicação! Nem o espírito do Natal resistiu à insensibilidade social que grassa na nossa Sociedade. A reposição da normalidade, por parte do Comando, não apaga da nossa Memória esta estúpida e perigosíssima interpretação. Ou conseguirá apagar? Excelente 2015 para todos. Tomar, 26 de dezembro de 2014― Luís Mota Figueira escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico
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TOMAR
Já não é apenas o maior, é "o" Festival de Música Portuguesa e volta já no próximo Verão A partir de Agosto de 2015 pode viver-se a aldeia todos os anos e o anúncio foi feito junto dos que o tornam possível, aqueles que trabalham incessantemente para elevar o nome do Festival Bons Sons e de Cem Soldos: crianças, jovens, adultos e idosos "trabalham" em conjunto em clima de sorrisos para bem da sua aldeia TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES
O Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS) organizou mais um dia aberto na aldeia do concelho de Tomar no dia 11 de Janeiro, com casa cheia para ouvir música, ver teatro, entregar prémios, conviver e saber o balanço das actividades da associação, que é também a organizadora do premiado festival Bons Sons (FBS) que em Agosto de 2014 levou mais de 30 mil pessoas a viver a aldeia entre 55 concertos e muitas outras actividades. Mas o grande anúncio da tarde, e que pelo país deixou certamente milhares de pessoas satisfeitas, foi o de que o até agora bienal festival passaria a realizar-se todos os anos e que já em 2015 o novo modelo entrará em cena. Assim, de 13 a 16
de Agosto de 2015, Cem Soldos volta a abrir os braços aos festivaleiros. Luís Ferreira, director artístico do FBS e presidente do SCOCS, sob o olhar atento de cerca de 170 pessoas, entre as quais a presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, anunciou um virar de página no evento, “o FBS nunca mais será o mesmo”. Desde 2006 que o FBS tinha uma periodicidade bianual mas a mais recente edição fecha um ciclo, e não só porque houve um lucro de mais de 45 mil euros, também porque o crescimento de público e os projectos que a SCOCS tem em marcha na aldeia assim o exigem. “Deixamos de ser o maior festival de música portuguesa para sermos “o” festival de música portuguesa… e nós somos ”o” festival, não tenham o mínimo
Em 2014 cerca de 38 mil pessoas visitaram Cem Soldos gerando cerca de 1 milhão de euros para a economia local
de dúvidas sobre isso”, afirmou Luís Ferreira para satisfação dos presentes, e adiantou sobre a edição de 2015, “vamos ter mais parceiros, criação de postos de trabalho e menos concertos – em 2014 teve 55 e em 2015 passa a 40 - o que na verdade, com o FBS a realizar-se todos os anos, vai aumentar o número de concertos do festival", completou. A finalizar, o director artístico do FBS anunciou que as equipas “já estão a trabalhar em sigilo” e que a SCOCS já dispõe “da moldura financeira que tivemos o ano passado e vamos muito mais confiantes”. FBS: apenas quatro dias na vida da SCOCS. No dia aberto da SCOCS, tempo ainda para o balanço do ano e para confirmar que o FBS é apenas uma parte de um projecto maior. Em 2014
Anabela Freitas marcou presença (à dir)
Cerca de 38 mil pessoas estiveram em Cem Soldos durante o FBS 2014 e no ar pairava o desejo de haver edições todos os anos
a associação, que a título de exemplo é quem paga as despesas do centro de saúde da aldeia ou que presta apoio às crianças e idosos, organizou a festa dos Santos Populares, um Intercâmbio de jovens com a Noruega, conferências em Coimbra, Lisboa, Cacela Velha, teatro, workshops, entre outros. Luís Ferreira, a face mais visível do projecto “Aldeia Cultural” que alberga o FBS, foi considerado uma das 14 personalidades que mudou Portugal em 2014, eleito pelo Jornal i, e o FBS foi premiado com o prémio Festival mais sustentável no Portugal Festival Awards. O também cronista do Jornal Novo Almourol, apontou os próximos três anos como o espaço temporal para ganhar ”autonomia financeira”, isto enquanto anunciava alguns dos números do SCOCS E FBS. “O Festival cresceu a olhos visto”, disse satisfeito. Em 2006 o FBS tinha entrada livre e recebeu 15 mil pessoas e em 2014, com entradas pagas, mais que duplicou esse número com 38 mil, levando Luís Ferreira a dizer que estão em “contradição, a crise nacional agudizou-se e nós crescemos”. Com uma despesa perto dos 400 mil euros, o FBS teve este ano um saldo positivo de cerca de 45 mil euros e é nestes números que reside o maior destaque, concretamente na proveniência dessas receitas: apenas cerca de 14% são de origem estatal e 7% de privada com cerca de 80% a ser gerado pela SCOCS. Acreditando numa “associação mais humana”, é também na valorização da identidade local que a SCOCS vai apostar e em Dezembro, por exemplo, publicado o primeiro número do jornal “Cá da Terra”, para ser distribuído em todas as casas de Cem Soldos a cada dois meses com um balanço das actividades e as actividades futuras. Ainda antes da entrega dos prémios da SCOCS, tempo ainda para uma frase forte da tarde, “é o associativismo que vai salvar o país”.―
CULTURA 17
Janeiro 2015
novoalmourol.wordpress.com
ALCANENA
Crónica Musical
“Em Casa” de Celina da Piedade no Cineteatro TEXTO André Lopes
Celina da Piedade vai sentir-se “Em Casa” quando subir ao palco do Cineteatro São Pedro, em Alcanena, no dia 17 de janeiro, às 21h30. No concerto, integrado nas Comemorações do Centenário do Concelho de Alcanena, a cantora apresentará o seu primeiro disco em nome próprio, editado em setembro de 2012, espelhando um reportório variado, que vai desde composições originais a temas do cancioneiro popular, passando pelo fado até às designadas músicas do mundo. Em 2014, depois de uma digressão por festivais e auditórios nacionais, a compositora lançou o segundo disco a solo: “O Cante das Ervas”. Os projetos com outros músicos são uma constante, destacando-se a participação na banda Cinema Ensemble de Rodrigo Leão, Mayra Andrade, Amor Electro, Gaiteiros de Lisboa, António Chaínho, Samuel Úria, entre muitos outros. No concerto em Alcanena, a Celina da Piedade na Voz e Acordeão, juntam-se Alex Gas-
Humberto Felício Músico e Produtor
Celina da Piedade brinda Alcanena
par, no Baixo e nas Percussões, Mike Simões, na Viola Braguesa, Bandolim e Guitarra, e Tânia Lopes, na Bateria e no Metalofone.
A entrada no concerto é gratuita e a reserva dos bilhetes deverá ser efetuada na Câmara Municipal de Alcanena ou através do telefone 249889010.―
ABRANTES
Cinema comercial com sessões diárias TEXTO André Lopes
Desde novembro passado que é possível ver cinema comercial em Abrantes. O Edifício Millenium, localizado na Urbanização Vale de Rãs, tem sessões diárias de cinema, às 18h e às 21h30, e, aos fins-de-semana, também às 15h30. A programação de janeiro contempla vários géneros cinema-
Janeiro com agenda preenchida no Edifício Millenium em Abrantes
Spotify 2 / Pirataria 1 / Músicos 0,5
tográficos a pensar em todos os públicos. “Invencível”, drama épico realizado por Angelina Jolie, inspirado na vida do atleta olímpico e herói de guerra Loius Zamperini, está em exibição em Abrantes de 8 a 14 de janeiro. Para os mais pequenos foi pensado o filme de animação “Abelha Maia”, em cartaz de 8 a 14, às 18h, e dias 17 e 18, às 15h30 e 18h. “Os Caminhos da Flores-
ta”, de Rob Marshall, é exibido de 15 a 21 de janeiro, às 21h30, juntando vários clássicos como Cinderela, Capuchinho Vermelho, João e o Pé de Feijão e Rapunzel. “Sniper Americano”, de Clint Eastwood, estreia a 22 de janeiro e está em exibição até 28. O cinema de animação volta ao Edifício Millenium com o filme “Os Pinguins de Madagáscar”, dias 24 e 25, às 15h30 e 18h. “A Teoria de Tudo”, de James Marsh, de 29 de janeiro a 4 de fevereiro, e “Chefes Intragáveis”, de 31 de janeiro a 1 de fevereiro, completam a programação de janeiro. Para o próximo mês, a 12 de fevereiro, estreia em Abrantes “As Cinquentas Sombras de Grey”. Os bilhetes custam € 4,50 e com desconto mediante a apresentação de cartão de estudante, cartão jovem e para maiores de 65 anos fica pelo valor de € 3,50. A bilheteira abre às 20h30.―
Após doze anos de recessão e vertiginosas quedas nas receitas da indústria discográfica a faturação da música supera finalmente a dos anos anteriores. Daniel Ek, CEO do Spotify, diz que defende a audição gratuita de música fundamentando a afirmação com o facto de mais de 80% dos subscritores começarem pela opção de utilização gratuita. Segundo os entendidos, é a ele e à sua organização que devem ser atribuídos os louros da maior cisão na forma de ouvir música desde a invenção do CD. Está visto que o que interessa é poder ouvir música e não possuí-la. Mais de 27% das vendas de músicas têm origem noutros formatos que não os tradicionais, aqui a mobilidade oferecida pelos novos dispositivos foi preponderante. Segundo o jornal Guardian, na generalidade os serviços de streaming como o Spotify oferecem aos artistas menos de 0,5 cêntimos por audição, "o que significa que um milhão de audições geraria cerca de 4 400 euros, sendo que a maioria das canções é ouvida muito menos vezes". Este pequeno grande pormenor provocou a revolta de muitos músicos e levou-os a retirar a sua música deste serviço. Exemplos disso, Taylor Swift ou Thom Yorke que chegou a dizer "os novos artistas não recebem dinheiro algum". O Spotify reagiu a estas acusações dizendo que o objetivo é "fazer um serviço de música de qualidade que as pessoas gostem e com o qual se identifiquem, que eventualmente possam pagar para usufruir e que possa servir de suporte financeiro à indústria da música para investir em novos talentos. Queremos ajudar os demais artistas a estarem ligados aos seus fãs e seguidores, a descobrir novos públicos e a viver da música". E anunciou que já pagou perto de 400 milhões de euros por direitos musicais e que "grande parte dessa quantia monetária [que, antecipam, deverá atingir o milhar de milhão de dólares, cerca de 760 milhões de euros, até ao final do ano] está a ser aplicada na promoção e produção de novos
talentos e novas músicas". Mesmo assim, continuam a existir opiniões que acusam o serviço de ser "mau para a música nova", "entretanto, as editoras pequenas e os novos artistas nem conseguem ter as luzes acesas. Simplesmente, não está correto. O streaming faz sentido para quem já tem um catálogo, mas não pode funcionar como forma de apoiar o trabalho de novos artistas. O Spotify e serviços do género têm de falar sobre isso e mudar o modelo para as novas edições ou então os novos produtores de música têm de fincar o pé. Esses serviços não têm poder sem música nova". É importante esclarecer que a atitude tomada por Thom Yorke não se prende com o facto de querer ganhar mais dinheiro: "se não tentamos fazer com que as coisas sejam justas para os novos produtores musicais e artistas é a arte que vai sofrer. Não tenham dúvidas: estes são os mesmos velhos da indústria a tentar manter uma trela estranguladora no sistema de distribuição”, "os novos artistas que encontram no Spotify não vão receber nada. Entretanto, os acionistas vão andar, em breve, a rebolar em dinheiro. É simples". Thom Yorke disse ainda que, com esta decisão "estamos a defender os nossos colegas músicos". Vários outros artistas defendem a decisão e Kieran Hebden (Four Tet) já disse mesmo: "mandei que tudo da minha editora fosse retirado do Spotify. Não quero fazer parte desta porcaria". Canções dos Beatles e dos AC/DC não estão disponíveis no Spotify e bandas como Led Zeppelin e King Crimson recusaram-se a ter a sua música em serviços de streaming. Certo é que hoje qualquer novo artista com um novo trabalho que não esteja disponível nos principais serviços de streaming dificilmente chegaram ao seu público alvo. Todos estes serviços fornecem ferramentas de marketing altamente eficazes e quem não as utilizar provavelmente morre na praia. Humberto Felício escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico
018 Agenda
JANEIRO 2015
NovoAlmourol
TORRES NOVAS
De lá
A primeira temporada "Estou à espera de Rui Sena de me ir embora" Bruno G. M. Neto Filantropo
António Zambujo
TEXTO NA
Em conferência de imprensa que teve lugar no dia 6 de Janeiro, o novo director artístico do Teatro Virgínia, Rui Sena, apresentou a programação da nova temporada Janeiro a Março de 2015. A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, do Vice-Presidente, Luís Silva e da Vereadora da cultura, Elvira Sequeira, e decorreu no foyer do Teatro Virgínia. Rui Sena apresentou a 1.ª temporada do Teatro Virgínia, que pretende reafirmar algumas das linhas a que se comprometeu, tais como dar continuidade à programação de qualidade que o Teatro generalizou na cidade de Torres Novas e na região, que o tornou uma referência a nível nacional. Os espectáculos vão reflectir uma diversidade que assenta também num equilíbrio entre as diferentes disciplinas artísticas. A importância que o Lab
Criativo/Serviço Educativo tem na formação de novas sensibilidades desde o público escolar ao público em geral, nas suas diversas intervenções na comunidade, tem igualmente a maior das cumplicidades, assim como o empenho no apoio às estruturas locais, sejam de música, teatro ou dança. Da programação destacam-se algumas das propostas. Luísa Sobral apresenta dia 24 de Janeiro o seu mais recente disco “Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa”, numa temporada que leva António Zambujo (28 de Fevereiro), com “Rua da Emenda” e Diabo na Cruz (21 de Março) com o seu 3º disco editado em finais de 2014 ao Teatro Virgínia. A Glenn Miller Orchestra, com concertos marcados para o CCB e Casa da Música, passa também pelo Virgínia a 14 de Fevereiro. O Teatro, enquanto disciplina artística, merece também especial destaque devido à comemoração em Março do dia mundial do teatro. E durante este mês será possível assistir a três
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espectáculos que integram a Mostra de Teatro Bons Vizinhos que se iniciou em 2014 e a peça “As três (Velhas) irmãs”, de Martim Pedroso a partir de Tchekov (28 de Março) e ainda o espectáculo de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos, I Don´t Belong Here (17 de Janeiro), e MIMA-FATÁXA (31 de Janeiro) de João Sousa Cardoso, que tem a participação da comunidade local. A dança estará presente com Leonor Keil (7 de Fevereiro), que nos apresenta 2 solos criados pelas coreógrafas Olga Roriz e Tânia Carvalho, e “Nostos” (7 de Março), de André Mesquita que conta com a participação musical do pianista australiano Simon James Phillips que se apresenta ao vivo. Em destaque, também, a criação artística de Filipa Francisco e Thorsten Gruetjen que cruza as linguagens do teatro de rua, do circo contemporâneo e da dança contemporânea, “Cheio”, solo para clown no dia 21 de Fevereiro.―
Ainda o Cante e (que) sempre o Cante O Cante e a cultura comunitária da valorização do comum. Primeiro que tudo não somos ocidentais. Não sabemos o que é isso de separar as águas quando todos molhamos a broa no azeite no mesmo prato. Não somos produtos, não fomos normalizados pelo António Ferro nem nos conseguiram parar de cantar tudo aquilo que nos vai no âmago. Tentaram evangelizar-nos pela politica mas no fundo todos sabemos que nos estamos a cagar para os partidos, os partidos partem e não é isso que nos interessa, queremos é ter trabalho, ver comida na mesa, que os nossos filhos e filhas sejam homens e mulheres responsáveis e atinados para a vida. A nossa base é o comum, e mesmo que seja a nossa vez de cantarmos sozinhos,
sabemos que pouco depois temos um coro de vontades para nos lembrarmos que nunca estaremos sós. O Cante foi reconhecido como património imaterial da humanidade, a gente já o sabia, não era preciso dizerem-nos lá de Paris, a gente sempre o cantou e a gente sempre o sentiu, e quando a gente sente, a gente canta. Falou-se no Cante de Serpa, mas a gente sabe que o cante não é só de Serpa, o cante é de todos os homens e mulheres que cantam o que lhes vai na alma. O cante é diferente como as gentes o são. Ouvir o cante de Moura, ouvir o cante em Cuba ou em Selmes, em Grândola ou mesmo ouvir o Castelo de Beja numa tasca qualquer é um duro e lindíssimo caminho entre o eu e o nós, onde estamos todos. O cante deve ser valorizado pela sua individualidade existencial para
que todos os cantes sobrevivam e não sejam "normalizados" pela pressão dos otários. O cante é sentimento, é dor, é vida dura, é paixão e é amor pelo que nos liga e nos une para sermos mais puros, mais verdadeiros. Que o cante nos inspire a nos procurarmos a nós e a nos acharmos no meio dos outros. O cante não começou ontem, nem nunca terminará enquanto houver gentes que continuem a acreditar que este mundo é de todos e no fundo só temos de aprender a partilhar. Só assim sobreviveremos como espécie, só assim evitaremos o suicídio cultural e existencial, só assim seremos homens e mulheres responsáveis e atinados para a vida, tal como os nossos pais e avós nos ensinaram. Mais aventuras diárias em www.facebook. com/br1neto e sigam-me.―
NADA PARA FAZER 19
Janeiro 2015
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Janeiro M ús ica
t e at r o/ danç a
s ab e r
“Reino” exposição de Pedro Valdez Cardoso
Até 18 de Janeiro Convento de Cristo, Tomar -
C I NE M A
pat r imó n i o
e t n o g rafia
a r liv r e
Inauguração do Percurso Pedestre “A Rota do Javali” 18 de Janeiro Sardoal –
gast r o n o mia
L I T ERAT URA
“Indépendance Cha Cha” Exposição de Ângela Ferreira
e xpo s i ç ão
“Vidas Passadas” fotografia de João Coelho Até 22 de Janeiro Galeria Municipal do Entroncamento –
Concerto de Ano Novo pelo Coro do Teatro Nacional de S. Carlos 17 de Janeiro
Igreja de S. Vicente Abrantes 21h30 -
Teatro “I don't belong here” de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos 17 de Janeiro
Teatro Virgínia, Torres Novas, 21h30 7,50€ -
Celina da Piedade apresenta o disco “Em Casa” 17 de Janeiro
Cineteatro São Pedro Alcanena 21h30 -
Concerto de Ano Novo pela Firmação 18 de Janeiro
Igreja Matriz de Mação 16h -
Encontro com a escritora Alice Vieira 19 de Janeiro
Biblioteca Municipal António Botto Abrantes 14h –
“Hans Christian Andersen… o Rapaz que queria ser actor, cantor e bailarino…” Até 1 de Fevereiro
Paços do Concelho de Ourém, Museu Municipal e Biblioteca Municipal de Ourém -
“Galeria Aberta” exposição colectiva
Até 23 de Janeiro QuARTel Galeria Municipal de Arte de Abrantes –
A partir de 24 de Janeiro | Entrada Gratuita Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha A artista é a autora da escultura contemporânea "Rega" (2012) presente no Parque Ribeirinho da vila
1 mês, 1 escritor Mostra bibliográfica de Augusto Abelaira Até 30 de Janeiro
Concerto de Dora Maria Apresentação do disco “Encontros”
Biblioteca Municipal de Vila Nova da Barquinha –
23 de Janeiro
Cineteatro São Pedro Abrantes 21h30 10€ –
“Getas – 32 Anos de Teatro” 23 de Janeiro
Até 7 de Março Espaço Cá da Terra Centro Cultural de Sardoal –
4º Festival Gastronómico das Migas Até 31 de Janeiro Restaurantes aderentes de Ferreira do Zêzere –
Luísa Sobral em concerto
“Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa” terceiro disco de originais
24 de Janeiro Teatro Virgínia Torres Novas 21h30 12,30€ –
À Conversa com… jovens arquitectos
Carla Figueiredo, Luis Valente, Duarte Pape e Ricardo Cabrita 30 de Janeiro Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, Mação 21h -
“Dom Quixote” pelo grupo Fatias de Cá 31 de Janeiro
Partida do Hotel dos Templários, Tomar, 11h11 33,33€ (viagem de comboio turístico, prova de vinhos e almoço) –
VIII Feira de Velharias, Antiguidades e Coleccionismo 25 de Janeiro Parque de Feiras de Vila de Rei 9h às 17h -
“Chaos” Magia com Luís de Matos 31 de Janeiro
Cineteatro São Pedro, Abrantes, 21h30 – 10€ -
20 POR AGORA É TUDO
JANEIRO 2015
Novo
Almourol
Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Director Luiz Oosterbeek Editor Ricardo Alves (CP-9685) Sub-Directora Cidália Delgado Chefe de Redacção André Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião António Luís Roldão, Alves Jana, Augusto Mateus, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves Paginação Ricardo Alves Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - novoalmourol@gmail.com Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email ciaar.vnbarquinha@gmail.com / novoalmourol@gmail.com
SAÚDE
Editorial
29.500 utentes sem médico de família no distrito Texto Novo almourol
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, tem 29.500 utentes sem médico de família, uma situação que só ficaria resolvida com a colocação de 16 médicos, indicou a directora do ACES Agência Lusa. A directora executiva do
ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou o número é extraído de um total de 228.000 utentes pertencentes a 11 concelhos, sendo os casos de Abrantes (12.000 utentes a descoberto), Ourém (8.100), Torres Novas (6.300), Sardoal (2.000) e Ferreira do Zêzere (1.100) “os mais complicados”. Relativamente ao surto da gripe, a diretora do ACES disse que implementará os mecanismos necessários face a qualquer
alteração da procura por parte dos utentes (nomeadamente alargamento do horário de atendimento), garantindo o acesso e prestação de cuidados de saúde à população. Esta época, observou Theriaga, o ACES do Médio Tejo administrou até ao dia 10 de Janeiro, 29.376 vacinas da gripe. Com área territorial de 2.700 quilómetros quadrados, o ACES Médio Tejo cobre os municípios de Abrantes, Alcanena,
Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, com 10 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, oito Unidades de Saúde Familiares e sete Unidades de Cuidados na Comunidade. No total, o ACES tem 100 locais de atendimento, cerca de 228.000 utentes, 115 médicos (incluindo 5 médicos de saúde pública), e 188 enfermeiros.―
Esperança em 2015
A direcção Jornal Novo Almourol
Ano após ano desejamos a todos os nossos familiares, amigos e a quem nos rodeia um Bom Ano! Renovamos votos de que todos tenham um Ano Feliz, com muita saúde, alegrias e Paz! Quando referimos a palavra Paz, normalmente, fazemo-lo com significado mas com alguma ligeireza, de quem está habituado a ter paz… Quando nos deparamos com actos como o que aconteceu no dia 7 de Janeiro, sentimos que a ligeireza da palavra paz já não permanece. O ataque às instalações do jornal satírico francês Charlie Hebdo e as mortes que daí resultaram foram um verdadeiro atentado à democracia e à
"(...) nada justifica tais actos, nem crenças, nem religiões, nem políticas, nem opiniões divergentes"
Entroncamento
País
Justiça
ABRANTES
A assembleia de freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Entroncamento, aprovou no dia 16 de Dezembro uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda “Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A moção teve por objectivo Recordar e homenagear todas as mulheres assassinadas, apelar aos cidadãos e cidadãs para que se mobilizem contra este crime e recomendar à autarquia a elaboração de um Plano Municipal Contra a Violência de Género.
25 Pousadas da Juventude, mais de metade da rede de Pousadas actualmente, vão ser postas a concurso até Junho para passarem a ser geridas por privados, segundo avançou Emídio Guerreiro, secretário Estado da Juventude e do Desporto. A pousada de Abrantes, refira-se, encontra-se encerrada no Inverno devido a menor afluência de visitantes, decisão tomada pela gestora Movijovem, apesar de a autarquia abrantina ter ponderado manter o espaço aberto a próprias expensas, algo que não avançou.
António Santos, antigo padre da Golegã, acusado pelo Ministério Público de dois crimes de abuso sexual de criança agravados, vai começar a ser julgado no Tribunal de Santarém no dia 19 de Janeiro. O padre foi detido pela Polícia Judiciária em Dezembro de 2013 (libertado após pagar caução) por alegadamente ter abusado de uma menor numa tenda onde dormiam quatro jovens escuteiras e ainda de ter cometido os mesmos actos durante uma visita à Feira Nacional do Cavalo.
Em 2015 o cineteatro São Pedro em Abrantes vai passar a chamar-se simplesmente Teatro São Pedro, uma vez que a autarquia decidiu concentrar a exibição de filmes no Edifício Millenium, por melhor adequação. Também o cineclube EspalhaFitas, da Associação Palha de Abrantes e que trabalha no São Pedro há 13 anos, vai ser relocalizado com a decisão da autarquia que assim passa do centro histórico da cidade, onde está o São Pedro, para Vale de Rãs, onde se encontra o Millenium.
Moção contra violência
Pousadas da juventude
Padre julgado Cine Teatro por abuso sexual passa a Teatro
liberdade de expressão. Não há nada que justifique tais actos, nem crenças, nem religiões, nem políticas, nem opiniões divergentes. O que nos divide não se pode traduzir em actos terroristas e o respeito pelas opiniões de cada um deve prevalecer acima de tudo. Uma onda de solidariedade para com as vítimas, como a que surgiu imediatamente, em muitos países serviu para reafirmar a liberdade de expressão mas também para unir as pessoas por uma causa que se traduz em duas palavras: respeito e paz. A direcção do Novo Almourol faz votos de que 2015 seja um ano de alegrias, saúde e paz para todos os seus colaboradores, leitores e anunciantes e deseja que todos concretizem os seus projectos! Um ano novo traz sempre a esperança de que seja um ano melhor. Haja esperança! Feliz 2015!