Novo
Almourol
janeiro 14 | n°392 | Ano XXXII | Preço 1,20 euros | MensaL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK
Ano novo para colorir Depois de um ano de 2013 que não correu de feição para o país e região, a esperança renova- se e está nas palavras dos nossos cronistas e nas notícias e artigos, uma tela em branco para colorir. p16e17
p14
p09
Consumo. O que consumimos? Porque o fazemos? O que marca a tendência?
José Luis Peixoto
Da televisão para a Barquinha Maria João Aguiar tem uma vida repleta de recordações e curiosidades. Da Rodésia a Lisboa, de Moçambique a Roma, da rádio à televisão, de todos os anos até Vila Nova da Barquinha, onde recebeu o JNA para uma interessante conversa, com o Rio Tejo a testemunhar.
O escritor de Galveias, concelho de Ponte-de-Sôr esteve em Abrantes para apresentar a obra que nasceu do seu périplo pela Coreia do Norte. “Dentro do Segredo" é o título do livro e Peixoto, que nasceu em Abrantes e com 4 dias de vida voltou à sua Galveias, conversou com os amantes da literatura que se deslocaram à Biblioteca António Botto para sentir as emoções e o autor das palavras que tanto gostam de ler.
p8
ADIRN: mais em 2014 Jorge Ferreira usou um discurso convicto e anunciou novos projectos para 2014, pelo desenvolvimento.
Depois do Natal, do Ano Novo, das Festas que marcam a Cultura Ocidental, dos consumos essenciais (ou não), apetece reflectir um pouco sobre o que é o consumo e o que consumimos. E de que forma isso marca a nossa identidade numa sociedade pós moderna mas onde o mercado assume um papel central e onde a ida aos “mercados” pode ser vista como fulcral para a economia que se quer saudável.
02 CURTAS & GROSSAS
No dia 23 de Janeiro, entre as 7h00 e as 17h00, no Polígono de Tiro da Brigada Mecanizada de Santa Margarida vão realizar-se exercícios de fogos reais de morteiros médios, morteiros pesados e metralhadora pesada. Em comunicado, o Exército Português refere que no dia dos exercícios “serão vedados todos os movimentos para dentro e no interior da zona perigosa” e relembra a população para que “não se desloque ou mexa em qualquer granada ou engenho explosivo que porventura seja encontrado, devendo antes sinalizálo e comunicar a sua existência às autoridades militares ou forças de segurança”.
Biblioteca pública O Centro Comunitário de Atalaia, Vila Nova da Barquinha, prepara-se para receber a biblioteca pública que actualmente está instalada na sede da Junta de freguesia. O objectivo é disponibilizar o acervo mais junto das populações, numa zona com maior densidade residencial urbana. Na sede da Junta de Freguesia de Atalaia deve nascer um museu da freguesia.
NovoAlmourol
120 O número de participantes na primeira edição da Night Run no Entroncamento, organizada pelo Clube de Lazer, Aventura e Competição. e pelo município no dia 10 de Janeiro. A segunda edição, realiza-se dia 22 de Janeiro, às 19h00, com concentração no Pavilhão Desportivo Municipal do Entroncamento.
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janeiro 2014
facebook.com/Jornal-Novo-Almourol
FOTO: FLÁVIO QUEIRÓS
Constância: Fogo Real
O Tribunal de Abrantes absolveu os ex-presidentes da Câmara de Constância, Máximo Ferreira e António Mendes, dos crimes de prevaricação e falsas declarações.
janeiro 2013
Abrantes e Mação devolvem IRS Das 21 Câmaras Municipais do distrito de Santarém, apenas quatro autarquias vão abdicar das receitas geradas pela sua participação variável em IRS, segundo os número do Orçamento de Estado para 2014. Abrantes, Salvaterra de Magos, Mação e Coruche não vão cobrar, no total, cerca de 370 mil euros aos seus munícipes. Mação devolve 1% da sua participação em IRS, 25 mil euros, e em Abrantes, o executivo fixou uma taxa de participação em IRS de 4,5%. O município vai devolver 0,5% do imposto cobrado aos residentes no concelho, cerca de 100 mil euros
Barquinha: Um Natal com sorrisos Uma tradição que continua é a de colectividades que distribuem prendas pelos filhos dos seus associados. Aconteceu mais uma vez em Moita do Norte, concelho de Vila Nova da Barquinha, com a XIV edição do Natal da Criança. No dia 22 de Dezembro o Clube União de Recreios ofereceu um show de palhaços, lanche para todas as crianças presentes. e uma prenda para os filhos de sócios e residentes na freguesia até aos 10 anos. Houve ainda um insuflável, pinturas faciais e a presença “obrigatória” do Pai Natal. Mais um Natal se passou e o que fica, mais uma vez, são os sorrisos das crianças, num mundo cada vez mais desigual em que por demasiadas vezes são as associações, colectividades ou autarquias a resgatar os poucos sorrisos das crianças mais desfavorecidas.
Pegop há 20 anos
Usf em Ourém
A Câmara de Sardoal aprovou proposta que visa a gratuidade das refeições para todas as crianças do Ensino Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico do concelho. A medida terá deixado satisfeitas muitas famílias. Mais importante: as crianças.
Dia 10 de Dezwembro de 2013 marca a viragem de duas décadas desde a criação da Central Termoeléctrica do Pego. Sediada no concelho de Abrantes, a Pegop tem feito questão de apoiar projectos estrturantes na região, de portas abertas, como o JNA confirma.
Com uma equipa constituída por quatro médicos, quatro enfermeiros e quatro administrativos, a Unidade de Saúde Familiar de Ourém vai prestar atendimento a 7.600 utentes. Soluções perante o emagrecimento financeiro.
Saúde em alerta
Obras adiadas
Um fim-de-ano amargo em Riachos e Entroncamento. Inês Gonçalves Bernardino, 17 anos, de Entroncamento, e Maria Inês Pereira, 19 anos, de Riachos, concelho de Torres Novas, perderam a vida em acidentes de viação. Toda as mortes são lamentáveis. Mas...
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo tem tido uma acção de permanente alerta perante as decisões do governo central. Agora é o Orçamento de Estado 2014 que suscita dúvidas, e solicitaram reunião com carácter de urgência à Diretora Executiva do ACES do Médio Tejo.
A empresa responsável pela contrução do Centro de Acolhimento do Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, pediu à autarquia nova prorrogação do prazo de conclusão alegando motivos de ordem financeira. 31 de Dezembro era a data de conclusão que passa agora para 31 de Janeiro.
Em 2008, executou conjuntamente o mural cerâmico de 6x9 metros para o "Mondim Acqua Hotel" em Mondim de Bastos. O que mais gosta de fazer nos tempos livres? O meu trabalho não é só um trabalho, é estar disponível e aceitar o que nos rodeia, tal como ver exposições, fazer fotografia, pesquisa, ler, estar em tertúlia… e todo o processo de execução da minha obra que é apaixonante. Portanto aquilo que faço também são os meus tempos livres, e os meus tempos livres facilmente se transformam em (trabalho), contudo, estar em família e fazer música com amigos também preenche, e é por ai.
Até onde gostava de ir? De ir sem limitações de qualquer espécie, de fazer o que me vem na alma, com o devido reconhecimento a esta arte tão nobre que é a de fazer cerâmica de autor. De levar o meu trabalho além fronteiras, de ser também um dos "grandes mestres" em vida, já que ela é tão curta, poder usufruir será um privilégio. Gostava de ir aonde alcançar a felicidade suprema daquilo que sou, como indivíduo e como autor. Eu sei que isto pode parecer egoísta da minha parte, mas o meu trabalho é assim, sou eu que o faço, mas garanto que é para todos e de todos. Se eu pudesse... Com certeza que não haveria fome no mundo, nem escravatura na vida, não haveria guerras nem desigualdades. Rir-me-ia de tudo isto, porque seria sinal que estava numa sociedade mais justa, livre e sem preconceitos. Mais evoluída. Se eu pudesse ensinava toda a gente a fazer uma taça de barro, a comer a semente germinada. Mas também não sei. Mas sei fazer a taça, já é um princípio.
↓ rio abaixo Jovens morrem na estrada
O sistema não promove, não educa e não distingue o pó do pópó.
O que mais o irrita? Burocracia, temos um simplex que é mais um complex. A incompetência que me rodeia e a institucionalizada, na segunda é do conhecimento geral, na primeira não me posso pronunciar. A minha falta de recursos para atingir objectivos, sim porque isto de se ser (artista) tem muito que se lhe diga, e a falta de conhecimento geral em relação ás artes no geral. E a culpa é do sistema que não promove, que não educa, e que não distingue o pó do pópó. Mas não, é mais fácil comermos a palha que nos metem à frente do que ir à procura de respostas.
↑ rio acima Refeições Gratuitas
NA PRIMEIRA PESSOA 03
CV
Miguel Neto
40 anos Casais Novos, Alcorochel Oleiro Cerâmica de autor
1992
Inicio o meu processo de formação no Cencal, Caldas da Rainha, com um curso de Olaria de roda, seguida de mais uma formação de aperfeiçoamento de técnicas .
1994
Monto o meu primeiro forno a lenha em Alcabideche, Cascais. Nos 10 anos seguintes participo em inúmeras exposições individuais e colectivas e algumas feiras, coleccionando alguns prémios a título individual.
1998
Mais uma formação de escultura e morais cerâmicos no Ceart Coimbra (único centro de formação da Rede de Centros do IEFP específico para as Artes e Ofícios em Portugal).
2002
Monto o segundo forno a lenha, em Casais Novos. Passo a trabalhar em grés, executo a primeira obra pública para um laboratório de análises clínicas em Faro. Até hoje, continuo a participar em exposições individuais e colectivas.
2003
Ingresso nos quadros do CRIT Torres Novas como Oleiro profissional.Entro também numa colectiva (Atípico) Capital Europeia da Cultura Coimbra.
04 DICIONÁRIO
janeiro 2014
NovoAlmourol
Como será 2014 em palavras? Foi esta a pergunta a que o NA tentou responder e aqui publicamos. 2013 foi um ano de palavras negativas, certamente 2014 não será muito diferente, mas no meio da confusão generalizada, entre retoma e austeridade, dívida e regresso aos mercados, há personalidades e entidades, eventos que vão marcar 2014. Nestas páginas ficam algumas apostas mas muitas palavras surgirão num mundo frenético que é também uma caixinha de surpresas.
ARTIGO JNA
DICIONÁRIO 05
janeiro 2014
facebook.com/Jornal-Novo-Almourol
"Bombeiro" é a Palavra do Ano, numa iniciativa da TSF e Porto Editora que se realiza há cinco anos. Em 2012 a escolhida foi "Entroikado" e "Austeridade". em 2013
"Irrevogável" perdeu na votação e perdeu igualmente o significado, pelo menos para Paulo Portas, que a usou tornando-se depois vice-primeiro ministro.
"Selfie" foi a palavra do ano nos Estados Unidos da América, um auto-retrato tirado por smartphone ou webcam que cada vez mais faz parte do dia-dia mundial.
Que palavras em 2014? Texto ricardo Alves
a
Almourol
O Parque de Esculturas, o Castelo, e porque não o Jornal Novo Almourol, seguem alinhados no objectivo de valorizar a região. Em obras, o Castelo de Almourol reabre portas em meados de Março após os trabalhos de beneficiação das muralhas e intervenção na torre de menagem do Castelo de Almourol. O monumento é um dos grandes nomes no cartaz da região.
b
Bons Sons
Este ano há novamente festa em Cem Soldos, concelho de Tomar, com a 5ª edição do Bons Sons, que este ano acontece no terceiro fim-de-semana de Agosto. Pela pequena aldeia tomarense já passaram nomes como Linda Martini, Legendary Tigerman, PAUS, Vitorino, Maria João e Mário Laginha, António Zambujo, Márcia, Aldina Duarte ou A Naifa, Para esta edição 2014 espera-se mais um cartaz de qualidade, um evento que em apenas uma semana gera cerca de um milhão de euros para o concelho e região.
c
Cortes/Centro escolar de Montalvo
O novo estabelecimento de ensino no concelho de Constância é uma das apostas consagradas na Carta Educativa do concelho, no âmbito do redimensionamento e requalificação do seu parque escolar, Os centros escolares da vila e de Santa Margarida significaram uma revolução educativa. O executivo autárquico espera aprovação da candidatura a fundos comunitários.
d
g
j
n
Podemos não ouvir ou ler a palavra com frequência mas vivemo-la na sociedade. É o caminho pelo poder controlado por elites e mantido através de uma estratégia de aumento das carências individuais que posteriormente são reduzidas, uma exploração da estupidez colectiva assente em discurso pessimista aqui e ali borrifado com alguma esperança e a banalização da violência. Não sabe o que é distopia? Vá lá ligar a televisão e observe.
Festivais, Mostras, Feiras, Restaurantes, uma oferta variada e crescente. Desde o festival “Vá à Fava”, em Ferreira do Zêzere, o Mês do Sável e da Lampreia em Barquinha à Feira Nacional de Doçaria em Abrantes, são dezenas os eventos que promovem os produtos locais e as iguarias tipicamente regionais. A Unesco também gosta e elevou a Dieta Mediterrânica a Património Imaterial.
Apesar da bem rentabilizada notícia da descida da taxa de desemprego em Portugal, a emigração de jovens licenciados dever-se-á manter alta. Porque os últimos dois anos foram de forte saída de jovens, e não só, cada vez mais casos de pessoas próximas de nós a trilhar caminhos além-fronteiras deverão ser uma realidade. Como na despesa do estado, pouco mais haverá onde cortar.
A associação empresarial cimenta a cada ano que passa a sua posição na região e país. Nas áreas do turismo, formação empresarial, agricultura, internacionalização, entre outras, a Nersant demonstra frenético mas calculado afã na tentativa de tornar a região mais forte e preparada.
Distopia
e
Eleições Europeias
No dia 25 de Maio os europeus são chamados para a escolha dos seus representantes no Parlamento Europeu. Em Portugal, fruto da sua europeização, as eleições servirão mais para definir estratégias e contar espingardas para as eleições legislativas de 2015. PS e PSD, Seguro e Coelho, não vão a votos em Maio mas um deles dará um passo em frente rumo à vitória nas legislativas. O mais importante, no entanto, é que se vote, que se escolha e tenha uma palavra a dizer no futuro de cada um de nós.
f
Francisco, Papa
Com uma parte do mundo em crise, o sorriso do novo Papa, o discurso arejado e popular, em contraponto com o seu antecessor, tem dado esperança e distracção a muitos crentes e não crentes. Considerado personalidade do ano por uma das mais conceituadas revistas mundiais, o Papa Francisco reforça a narrativa da Igreja pela defesa dos indefesos.
Gastronomia
h
Hospitais
O movimento Utentes do Médio Tejo alertou recentemente que a prestação de cuidados de saúde de qualidade e proximidade pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo e ACES Médio Tejo vai ser meta difícil de concretizar segundo o Orçamento de Estado 2014. A saúde não foge à regra na razia que o governo tem levado a cabo na despesa pública. O movimento tem vindo a criticar o encerramento de serviços e vai pedir uma reunião “com carácter de urgência” à diretora executiva do ACES do Médio Tejo para saber se “há ou não intenção de encerrar extensões de saúde” na região. Um tema que vai andar no ar todo o ano.
i
Intermunicipal
A fase de discussão sobre as linhas do Quadro Estratégico Comum 14/20 realçaram os investimentos territoriais integrados, operações integradas e planos de ação conjuntos. Nos próximos tempos os grandes projectos estruturantes serão mais fáceis de alcançar em parceria, em entendimento e estratégia entre municípios. Dificilmente um município sozinho conseguirá realizar grandes obras através de fundos comunitários
desemprego europa futuro
Jovens Licenciados
k
Kafkiano
Já foi usada com maior frequência mas a palavra, relativa ao poeta checo Franz Kafka, dá a ideia do surreal, do absurdo; confusão entre o real e a ficção, estado hipotético de penumbra, de confusão absoluta e de submissão ao imaginário. O flagelo kafkiano está na justiça, na burocracia, nas dificuldades recorrentes. Vivemos num Portugal kafkiano.
l
Local
O poder local, apesar de atacado e parcialmente desmembrado com a reforma administrativa, ganha, apesar de tudo, importância extrrema. Com o esvaziamento em curso do interior, de serviços e de empregos e as dificuldades económicas das famílias, as autarquias e freguesias têm um papel fundamental em 2014.
m
Mundial 2014
O país da festa do futebol recebe a edição do Campeonato do Mundo de Futebol. O Brasil terá sempre aspirações ao trono ainda mais com a torcida em massa a carregá-los. Portugal, do comandante Cristiano Ronaldo, precisará de jogar muito mais do que fez na fase de qualificação. Em plena crise, deveremos recorrer a uma prática cada vez mais habitual na região: as esplanadas com ecrãs de televisão, a aproveitar a sombra e as fresquinhas de Junho.
Nersant
o
Oportunidade
O facto de se recordar as palavras de Passos Coelho sobre o desemprego, classificando-o como uma oportunidade, não significa que se concorde. A oportunidade é de valorizar o que nos rodeia, viver o local. A região é deficitária em várias áreas, nomedamente no turismo, e na agricultura há oportunidades que se traduzem em apoios, sejam financeiros ou formativos. Equanto houve dinheiro e a engenharia e criatividade dos autarcas surtia efeito, a região apetrechou-se de equipamentos. Agora há que dinamizá-los.
p
Programa Cautelar
Termina em Maio e com ele não acaba a austeridade. O alívio pode ser algum mas a austeridade veio para ficar largos anos. 2013 foi o ano das palavras negativas. 2014 não será muito diferente.
q
Quadro Comunitário 14/20
o novo quadro de fundos comunitários ganha ainda mais importância este ano. Com o país emagrecido e sem capacidade de financiamento, coube também às autarquias participar nos cuidados intensivos. Assim, o enquadramento e aprovação de projectos estruturantes na região no novo quadro reveste-se da maior importância. São também uma oportunidade de cada um criar o seu projecto e realizá-lo. Para isso há, entre outros mecanismos, a ajuda de associações como a Tagus e a ADIRN.
r
w
Em Setembro último falava-se no encerramento de 47 tribunais no país, com forte penalização do interior. A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, desmentiu meses depois que o número estava errado. No último documento de trabalho, segundo a ministra havia 27 tribunais a encerrar, mas também informou que o documento não estava fechado. Abrantes, Golegã, Ferreira do Zêzere e Mação estão de alerta perante o possível encerramento de tribunais ou esvaziamento de funções.
Em português "bem vindo", e é a palavra usada por empresas em Inglaterra, Escócia, Irlanda, Austrália, entre outros para receber a nossa massa crítica, os nossos licenciados, os nossos emigrados, cerca de 120 mil em 2013.
Tribunais
u
União Europeia
Resiliência
Haverá retoma económica em Portugal ou um 2º resgate? A dúvida será desfeita em breve mas a máquina de comunicação do governo vai preparando aqui e ali a população para todas as hipóteses. Enquanto nada acontece continuarão os apelos sentidos à resiliência de um povo que, como nos querem fazer crer, tem tido sorte acima das suas possibilidades.
s
Saída
t
A questão europeia vai marcar 2014. A crise pôs a nu os problemas de uma Europa que caminha a duas e a três velocidades. A europeização tem sido mais uma tentativa falhada que um processo coeso. Já Durão Barroso terminará os seus dez anos em Bruxelas e a nomeação de um comissário português vai preencher os bastidores. Os novos fundos europeus (decisivos para as empresas) começarão a ser distribuídos.
v
Seja emigrando ou para o desemprego; a saída da crise ou a tão falada saída das rotundas; a saída que todos procuram mas muito poucos encontram; a saída que é para lado nenhum; a saída do programa cautelar; a saída da Troika de Portugal ou a saída de Jesus do Benfica se não ganhar o campeonato.
Viver o Tejo
É uma das iniciativas que 2013 nos deixou, um ano drástico. No entanto viu nascer na região um projecto que quer fazer do Rio Tejo a estrela que ilumina tudo o que o rodeia. A Nersant quer que o turismo seja o maior motor económico regional e os primeiros passos estão dados, bem dados.
Welcome
x
Xis
Não é palavra, é um símbolo, que os portugueses gostam de marcar nos boletins dos jogos de sorte. É também uma encruzilhada mas numa encruzilhada pode haver caminhos que bem escolhidos nos levem a oportunidades.
y
Yes Men
São aqueles e aquelas que dizem "sim" (yes) a tudo, independentemente da estupidez, loucura, insensatez ou ilegalidade das perguntas e propostas que lhes são feitas. Os Yes Men tendem a dizer sim a tudo no caminho de subida nas hierarquias. São os homens e mulheres que qualquer ditador gosta de ter em seu redor.
z
Zé povinho
É ele quem, derradeira e ciclicamente se “lixa”, mesmo que nunca tenha liderado um banco, assinado uma lei, ou roubado um rebuçado. A caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro que olha para um lado e para o outro e fica sempre na mesma. Em 2014 será boa ideia mudar de imagem. ―
criseesperança mundial
oportunidade
despesa comunidade novo
06 SOCIEDADE
janeiro 2014
NovoAlmourol
SAÚDE
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo
(CUSMT) vai solicitar uma reunião com carácter de urgência à Diretora Executiva do ACES do Médio Tejo e ao presidente do Conselho Consultivo do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) no sentido de colocar questões relativas aos cuidados de saúde na região. Em comunicado, a CUSMT mostra-se “muito preocupada” e não acredita na possibilidade de uma prestação de cuidados de saúde de qualidade e proximidade pelo CHMT e ACES Médio Tejo. As dúvidas surgem após conhecimento do Orçamento de Estado para 2014 que a comissão afirma dificultar um serviço de qualidade. A CUSMT tem por ob-
Programação “eclética e de qualidade” texto andré lopes
jectivo estar próximo da tomada de decisões em entidades que possam ter papel activo positivo na “organização dos cuidados de saúde, como entidades governamentais, deputados, autarcas, bombeiros e organizações sindicais, entre outras”. A gestão pública de todas as unidades de saúde é outra das
preocupações da CUSMT, tanto nos Cuidados Primários como nos Cuidados Hospitalares e exige financiamento adequado da actividade hospitalar e cuidados primários. À directora executiva do ACES do Médio Tejo, a comissão de Utentes quer perguntar “se há ou não intenção de encerrar extensões de saúde, nomeadamente nos concelhos de Torres Novas, Abrantes, Ourém e Constância”. Outra das perguntas é “porque não é permitida a
Dia 20 de Janeiro há reunião pública em Tomar, na Junta de Freguesia de S. João Baptista para debater a saúde na região
atribuição de incentivos, nomeadamente a médicos, para se instalarem em zonas rurais, e para quando a apresentação do Plano de Actividades e Orçamento para 2014”. “O Orçamento de Estado 2014, aprovado pelo PSD e PP na Assembleia da República, e a sua consequente aplicação no sector da saúde, vai agravar as condições de
prestação de cuidados”, alerta em comunicado a CUSMT, “no limite, com as novas regras de contratualização, já se prestam poucos serviços porque não há dinheiro e não vem mais financiamento porque não se fez”. Na terceira reunião ordinária do Conselho Intermunicipal
da Comunidade Intermunici-
pal do Médio Tejo (CIMT), com a presença de todos os Presidentes do Médio Tejo, no dia 10 de Janeiro, os autarcas manifestaram grande preocupação sobre os cuidados de saúde primários e todas as questões que envolvem as corporações de bombeiros, considerando fundamental uma envolvência cada vez maior nestas matérias. ―
SOCIEDADE
Morreu Margarida Veríssimo TEXTO NOVO ALMOUROL
Desempenhava funções na Câmara Municipal
de Vila Nova da Barquinha, Engenheira Civil, e era Chefe de Divisão da autarquia tendo falecido no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, no dia 4 de Janeiro. A viver em Montalvo, Constância, há cerca de 20 anos, a também ex-vereadora e líder da Bancada do PS na
Assembleia Municipal de Constância, debatia-se há algum tempo com problemas de saúde. A dirigente socialista de 51 anos nasceu no distrito do Porto onde foi professora, tal como em Constância, desempenhou funções como técnica nos Serviços Municipalizados de Matosinhos, Presidente da Associação de Pais de Constância, Presidente Administradora-Delegada da Associação de Municípios
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TORRES NOVAS
Cuidados de saúde geram preocupação TEXTO Ricardo alves
do Médio Tejo e nos últimos anos, numa vida também ligada ao associativismo, tornou-se activista na luta contra as doenças oncológicas. Durante o processo de doença, Margarida Veríssimo recusou sempre cruzar os braços e abraçou até ao derradeiro momento os projectos e funções que desempenhava. O corpo de Margarida Veríssimo foi cremado em Lisboa, no dia 6 de Janeiro e de Constância e Vila Nova da
CAMINHANDO 07
janeiro 2014
Música, dança, teatro e laboratórios criativos são as quatro grandes áreas de programação do Teatro Virgínia para o primeiro trimestre de 2014. Em março, a primeira edição do Festival de Teatro aposta em companhias da região. Em declarações ao NA, Tiago Guedes, diretor artístico do Teatro Virgínia, refere que “é importante chamar as pessoas a participar, a mostrar o que fazem e, acima de tudo, a potenciar o que fazem”.
Entre janeiro e março, o pólo cultural de Torres Novas recebe nomes sonantes da música portuguesa, como Jorge Palma, Luísa Sobral, Noiserv ou Capitão Ortense, enquanto a dança é-nos apresentada pela coreografia de Rui Horta, Paulo Ribeiro e Marco da Silva Ferreira. “A programação do Teatro distingue-se por ser regular, eclética e de grande qualidade”, esclarece o director e coreógrafo”, confessando que “são as pessoas que fazem o sucesso de um projeto cultural e é bom tê-las na plateia”. A Gala da Ópera, a ter lu-
gar no dia 11 de janeiro, junta em palco a Orquestra Sinfónica Juvenil e alunos do Choral Phydelius, para interpretar algumas obras de Mozart, Verdi, Puccini e Rossini. Diogo Infante regressa a Torres Novas, desta vez, com um recital a partir da obra do Padre António Vieira, “Sermão de Santo António aos Peixes”. Com lotação máxima para 120 pessoas, o recital terá lugar no Café Concerto, pelas 11h30 e 15 horas.
Jorge Palma faz-se acompanhar pelo seu filho Vicente Palma para, de forma acústica, viajarem pelos 40 anos de carreira do cantautor. A tour Íntimo, que passa por Torres Novas a 18 de janeiro, pelas 21h30, pretende criar um ambiente mais acolhedor, intimista e de maior proximidade entre os músicos e a plateia. No Café Concerto, os Capitão Ortense atuam a 22 de fevereiro e Noiserv, o projeto de David Santos, a 15 de março, ambos com início pelas 23h30. O mês de março é celebrado com duas vozes femininas. Célia Barroca abre o mês com o seu “Fado Mulher”, no dia 1, enquanto Luísa Sobral apresenta “There´s a Flower in my bedroom” a 22 de março.
Na dança, Paulo Ribeiro apresenta a 25 de janeiro “Jim”, um espetáculo inspirado nas músicas de Jim Morrison, dos The Doors, e dedicado ao músico Bernardo Sassetti. A 8 de março é a vez de Rui Horta mostrar o espetáculo “Danza Preparata” uma criação onde a dança e a música se encontram numa relação simbiótica. “Tristeza e a Alegria na Vida das Girafas”, a peça de teatro em destaque em fevereiro (dia 22), tem a encenação a cargo de Tiago Rodrigues e conta com a interpretação de Carla Galvão, Miguel Borges, Pedro Gil e Tónan Quito. A Mostra de Teatro Bons Vizinhos acontece em três locais diferentes. A 27 de março o Teatro Maria Noémia, na Meia Via, recebe “Assembleia de Mulheres”, enquanto “Antígonas” será levado ao palco na Casa do Povo de Riachos, no dia 28, e “O Físico”, no Teatro Virgínia, a 29 de março. De referir que o Teatro Virgínia tem serviço de babysitting para crianças dos 3 aos 10 anos. Na compra da “temporada”, 6 espetáculos beneficiarão de um desconto de 50%.―
Jorge Palma, Luísa Sobral e Rui Horta na programação do Teatro Virgínia.
MAÇÂO
Margarida Veríssimo era líder da bancada do PS em Constância
Barquinha partiram três autocarros com colegas, familiares
e amigos que não quiseram deixar de se despedir.―
Feira de Janeiro
A tradicional Feira de Janeiro realiza-se no dia 19, e podem encontrar-se árvores de fruto e plantas, roupa, calçado, entre outros artigos. A grande maioria dos feirantes irá ficar instalada no Largo Infante D. Henrique, também conhecido por Largo da Feira, mas a feira estende-se por outras artérias da vila, nomeadamente no Largo dos Bombeiros e ainda na Praça Gago Coutinho. Realiza-se anualmente, no terceiro Domingo do mês.
ABRANTES
FERREIRA DO ZÊZERE
Café
Filosófico de regresso
Festival Gastronómico da Abóbora
Vai realizar-se no "sítio e na hora do costume", no bem conhecido “53” byTrincanela, em Abrantes, sempre às 21h00. Depois das primeiras sessões de discussão/conversa em torno da filosofia, no dia 6 e 13 de Janeiro, seguem-se os dias 20 de Janiro, sob o tema “Euro”, com o advogado José Amaral e dia 27 de Janeiro a conversa será em torno da escolha para Janeiro do Livro do Mês: “O Preço da Desigualdade”, de Joseph E. Stiglitz (Bertrand).
Onze restaurantes do concelho de Ferreira do Zêzere servem, ao longo deste mês de Janeiro, até dia 26, pratos confeccionados à base de abóbora, procurando aliar “aromas tradicionais já esquecidos” à “capacidade de inovação e criação de novas receitas”. Esta é a terceira edição do festival, a abóbora que tem um papel importante na saúde e bem-estar.
Marca d'Água
A €ultura Alves Jana Consultor
Num país ou numa região, em Portugal ou no Médio Tejo, com a economia em crise, é natural que se procure tudo o que possa dar um contributo para a superação da referida crise. Sim, importa pensar quanto representa no PIB nacional ou regional o sector da cultura. Ou a percentagem do emprego que cabe ao sector da cultura. E quanto a cultura contribui para a exportação, por exemplo quando através do turismo recebe um visitante que chega do exterior. Sim, a cultura tem uma dimensão económica. E, se houve um tempo em que chegou a pensar-se que era necessário afastar da área da cultura qualquer pensamento económico, como se se tratasse de uma contaminação ou perversão, a verdade é que esse tempo já passou. Pelo menos porque os trabalhadores da cultura precisam que lhe paguem os ordenados, ainda que parcos, e os fornecedores da área da cultura querem ver as suas facturas liquidadas. Sim, a cultura é um sector importante da economia nacional e local e é natural que se pense como aumentar o seu contributo positivo. Só que, de um tempo em que o pensamento vigente na área cultural recusava toda a contaminação económica, passou-se agora a um tempo que parece reduzir a cultura à €ultura, aos valores financeiros que ela garante. E aos postos de trabalho que cria, porque eles também entram na contabilidade do PIB. Sim, a cultura tem uma dimensão económica, mas não se reduz à dimensão económica. A cultura é, sobretudo, valor simbólico, sentido. Sentido da vida, sentido da acção histórica. A cultura é, naquilo que mais conta, o que nos dá razões para viver
e, por isso, nos oferece direcção às opções que não podemos deixar de fazer. É aquilo que dá forma às formas de vida e, por isso, reforma a vida que levamos dia a dia. Pode parecer irrelevante. Afinal, uma coisa não mata a outra, são apenas as duas faces de uma mesma moeda. Ou não? É muito fácil esquecer-se o poder de significação de um objecto, de um acontecimento, de uma prática, para lhe explorar apenas o seu potencial financeiro.
Sim, a cultura é um sector importante da economia nacional e local e é natural que se pense como aumentar o seu contributo positivo. Por exemplo, o poder simbólico da festa popular com facilidade se submete à exploração daquilo que garante maior reprodução do capital investido. Ou uma exposição fica reduzida ao valor das peças transaccionadas: uma pintura de Nadir Afonso pode, assim, “valer” menos que as cuecas da Josefina, se estas “renderem” mais. O foco da cultura tem de ser colocado no seu poder de produzir significado. Que significado? E para quem? É aí que está o valor da cultura. Se esse valor for capturado pela economia, dentro em breve deixa de ter qualquer valor: nem cultural, nem económico.
08 NÓS
janeiro 2014
NovoAlmourol
REPORTAGEM 09
dezEMBRO 2013
facebook.com/Jornal-Novo-Almourol
ADIRN
IDENTIDADE (II)
Quem somos?
Ganhar balanço
Consumo. O que consumimos? Dentro e fora de portas. Porque o fazemos? O que marca a tendência?
A ADIRN (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte) apresentou aos jornalistas o balanço de actividade de 2013 e projectou o novo ano sob o signo da evolução e da proximidade. texto Ricardo alves
"Ameaça-nos a perspectiva de sermos só consumidores, capazes de consumir qualquer coisa em qualquer ponto do mundo, vindo de qualquer cultura, mas de perdermos toda a originalidade." Claude Lévi-Strauss
TEXTO Patrícia bica
Depois do Natal, do Ano Novo, das Festas que marcam a Cultura Ocidental, dos consumos essenciais ou não (o que é essencial varia de indivíduo para indivíduo e de cultura para cultura) apetece reflectir um pouco sobre o que é o consumo e o que consumimos. E de que forma isso marca a nossa identidade numa sociedade pós moderna mas onde o mercado assume um papel central e onde a ida aos “mercados” pode ser vista como fulcral para a pujança de uma economia que se quer saudável sob pena da ameaça à manutenção do estado social. A conjutura actual é pouco favorável ao consumo, no entanto vivemos numa sociedade que vê o consumo, o massificado ou o alternativo como uma forma de afirmação e de estar na vida. Diz-me o que consomes dir-te-ei quem és. E de facto que traço identitário mais forte podemos apresentar senão o que vestimos, a música que ouvimos, as viagens que realizamos, os livros que lemos, o carro que ostentamos? É isso que nos torna mais um igual a tantos outros ou é isso que nos salienta na originalidade.
Podemos falar de consumos em larga escala, no entanto para este artigo gostaria de frizar o consumo de bens culturais ou consumos a eles associados. E incontornável será falar também do que significa o consumo numa era (pós) pós moderna como a que vivemos actualmente. Teorias sobre a Cultura de Consumo. Gostaria de identificar três perspectivas sobre a cultura de consumo, a primeira refere que a cultura de consumo tem como base a ideia de que a expansão da produção capitalista e massificada de mercadorias deu origem a uma larga presença de locais e bens para consumo. Esta ideia anda de mãos dadas com a crescente importância dada ao lazer e às actividades de consumo nas sociedades ocidentais. Este fenómeno embora bem visto por alguns, já que seria um afirmar das liberdades individuais, é também alvo de uma perspectiva crítica que percebe este fenómeno como uma forma de controlo social e manipulação ideológica. Uma segunda perspectiva leva-nos a uma concepção sociológica que neste caso se focaliza na ideia de que as pessoas
usam as mercadorias como uma forma de criar vinculos e de estabelecer distinções sociais. Em terceiro lugar há que destacar a questão dos prazeres emocionais do consumo, há sonhos e desejos registados no imaginário cultural consumista e locais específicos de consumo que proporcionam excitação física e intelectual e prazeres de ordem estética. Em números. Ora, o consumo de espectáculos em Portugal recai nos seguintes números – são vendidos para o teatro 822 892 bilhetes (686 816 são oferecidos), para o cinema 16 315 000 bilhetes, para a música 1 994 435 bilhetes (2 528 719 são oferecidos), para a dança 155 383 (oferecidos 182 144) , para o circo 161 490 bilhetes (oferecidos 121 500). Destes breves números podemos perceber que é a música que mais consumidores atrai o que facilmente se percebe pela crescente emergência e afirmação de festivais de Verão, seguida do teatro com números também expressivos e o circo e a dança com fraca representatividade. Importante também de referir a internet como um veículo de conteúdos informativos e
culturais e que no caso do cinema que podemos constatar como tendo entrado em declínio (as salas de cinema da região encontraram-se encerradas durante parte do ano) e é sem dúvida um concorrente já que os filmes e séries estão à distância de um clique. Remetendo para a nossa realidade em Lisboa e Vale do Tejo, o acesso à internet em banda larga por 100 habitantes é de 27,9%. É evidente que em período de crise o consumo tende a contrair, e os bens culturais não sendo considerados bens de primeira necessidade serão dos principais atingidos, com excepção do consumo da internet que acaba por colmatar estas necessidades (no entanto, atente-se que apenas uma franja da população tem acesso à mesma). Não obstante, não devemos esquecer que um país em que a cultura é vista como um bem de excepção, como um luxo e não como algo estruturante e basilar na concepção do indíviduo sobre si e sobre o mundo será sempre um país pobre, acrítico, sem bases que sustentem os momentos de crise, não é afinal a cultura que nos dá alento para prosseguir, em sonhos e realizações?
E por falar em prosseguir, prosseguimos em automóveis sendo Portugal o 31 país do mundo com mais carros por 1000 pessoas (446). Os automóveis de “marca premium” crescem nas vendas, pela primeria vez marcas como a BMW e a Audi vendem mais carros que a Fiat, Opel, Ford ou Citroen. O consumo retrai de facto mas apenas para alguns segmentos. Em Portugal, no ano de 2012, foram realizadas compras através de pagamentos de terminal electrónico no valor de 28 709 406 euros (milhares). ―
Cultura “O centro cultural torna-se parte integrante do centro comercial. Não se deve entender por isso que a cultura se prostituiu: seria simples demais. Ela é aí culturalizada. Simultaneamente, a mercadoria (roupas, temperos, restaurantes, etc.) é aí também culturalizada, pois transformada em substância lúdica e distintiva, em acessório de luxo, em elemento entre outros da panóplia generalizada de bens de consumo.” [Jean BAUDRILLARD]
A associação fechou os últimos cinco anos de gestão local do Sub Programa 3 do PRODER com 135 projectos apoiados e cerca de 11.5milhões de euros de despesa pública num total de investimento que rondou os 19.3 milhões de euros. A estes números, apresentados dia 8 de Janeiro numa conferência de imprensa realizada na Cafetaria do Convento de Cristo em Tomar, acrescem as estatísticas do número de postos de trabalho criados: 231. A ADIRN fez o balanço do quadro comunitário que findou com o fim de 2013 e perspectivou 2014 com confiança na evolução, quer ao nível do número de associados, que quer duplicar, quer ao nível da proximidade, como explicou o presidente da ADIRN, Jorge Ferreira: “vamos criar pólos locais da ADIRN com um técnico, enquadrado pelo município, para prestarmos um melhor serviço a quem queira investir no futuro”. As candidaturas para estágios estão em curso, dotando os pólos de técnicos qualificados. Apesar do encerramento de um quadro comunitário isso não significa que o trabalho esteja igualmente encerrado. “No 1º semestre vamos fazer visitas aos projectos nos seis concelhos (Tomar, Ourém, Vila Nova da Barquinha, Torres Novas, Ferreira do Zêzere e Alcanena) para conclusão e promoção do território e projectos”. Olhando para o quadro de distribuição dos investimentos e apoios, divididos por concelhos, nota-se alguma disparidade entre os concelhos, nomeadamente Tomar, com valores abaixo do esperado comparativamente. Questionado sobre o menor aproveitamento registado em Tomar, Jorge Ferreira afirmou esperar mais e asseverou “que o que podíamos fazer fizemos, com sessões de esclarecimento e proximidade.
Autarcas responderam a cada uma das perguntas dos populares numa iniciativa inédita no concelho
A lista de investimento é encabeçada por Torres Novas (4.92 Milhões), Vila Nova da Barquinha (3.39 Milhões), Ourém (3.04 Milhões), Tomar (2.8 Milhões), Ferreira do Zêzere (2.65 Milhões) e Alcanena (2.47 Milhões).
Investimento total ronda 19.3 milhões Barquinha duplica camas turísticas. Os projectos deverão ser finalizados na primeira metade deste ano e dotarão o concelho de Vila Nova da Barquinha com o dobro das camas turísticas actuais. Esta escassez tem sido uma lacuna apontada pelos autarcas do concelho após uma aposta forte no turismo e em obras com atractividade para os visitantes. A conversão da escola EB1de Tancos em albergue, a criação da Casa de Campo Art Inn ou a criação de uma casa de turismo de habitação em Limeiras, fazem parte de um conjunto de projectos a finalizar até meio de 2014.
Projectos de valorização do território. Vila Nova da Barquinha pode receber um novo evento já este ano, “talvez em Junho” adiantou Jorge Ferreira na conferência de imprensa. “O objectivo passa por valorizar o Castelo de Almourol, Tancos e a vila, mas ainda estamos em fase de prospecção”. O assunto foi abordado junto do presidente da autarquia na manhã do dia da conferência, “está numa fase embrionária” como contou o presidente da ADIRN e vão seguir-se contactos com instituições para tornar o projecto uma realidade. Não se trata de mais uma Feira Medieval, “existem cerca de 40 no país e não queremos mais uma” afirmou Jorge Ferreira. “Vamos aproveitar o valor dos templários, Gualdim Pais, ter alguns elementos diferenciadores e as habituais tasquinhas, mostra de produtos e artesanato”, e apesar de ser ainda uma possibilidade e nada mais que isso, a ADIRN “quer sintonizar acções com a Comunidade Intermunicipal e CCDR Centro, neste e noutros projectos.―
010 ECONOMIA
janeiro 2014
NovoAlmourol
NERSANT
zação de negócio entre as empresas da região do Ribatejo. A Associação Empresarial da Região de Santarém encontra-se a receber, gratuitamente, oportunidades de negócio das suas empresas associadas, divulgando-as de seguida a toda a sua base de dados empresarial. Através do ClubNERSANT, portal que potencia a realização de negócios entre as
empresas associadas, esta associação empresarial está a divulgar oportunidades de negócios das suas empresas associadas. Desta forma, todas as empresas associadas podem fazer chegar à associação as suas promoções, que serão divulgadas posteriormente pela NERSANT a todos os contactos empresariais da mesma. As oportunidades das empresas serão divulgadas não só no
portal, onde a mesma estará acessível a qualquer internauta, mas também através de uma newsletter que será distribuída a todas as empresas associadas da NERSANT, num total de mais de 2000 contactos empresariais. Uma vez visualizada a newsletter, as empresas interessadas em adquirir o produto ou serviço, podem solicitar orçamento à NERSANT, que fará chegar este pedido à empresa promotora da oportunidade de
negócio. Este é um serviço que tem tido bastante sucesso junto das empresas da região. Neste momento, diversos negócios já foram realizados devido às oportunidades de negócio lançadas pela associação. As empresas associadas interessadas neste serviço, devem contactar a NERSANT através do e-mail club@nersant.pt. O portal ClubNERSANT, tem
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VILA NOVA DA BARQUINHA
Nersant recebe e divulga oportunidades de negócio A NERSANT, encontra-se a dinamizar a reali-
ACTIVO 011
janeiro 2014
Interurbano
Palestra "Dos Actos às Palavras"
2014 Miguel Pombeiro
ainda uma outra funcionalidade na área da Bolsa de Negócios: todas as empresas (associadas e não associadas da NERSANT), podem ainda registar no site produtos que dessem adquirir (área “compro”). Desde a sua criação, o portal tem vindo a evoluir favoravelmente. Neste momento, são 931 os produtos e serviços disponíveis para venda no portalNERSANT. ―
Ano novo, desejos velhos. É um ritual de inicio de ano… Que poderá então ser novo em 2014? Há pressupostos para ter expectativas razoavelmente fundadas de que pela primeira vez, desde há algum tempo, daqui a um ano não estaremos necessariamente pior do que no momento presente. Algo novo, generalista e infelizmente não aplicável a todas as áreas de actuação ou análise ( por ex. o emprego jovem, a situação dos funcionários públicos ou dos reformados...).
A relação entre o CIAAR e a comunidade educativa foi um dos temas abordados
texto ricardo alves Realizou-se mais uma edição de “Sábado às Cinco Com...”, um Ciclo de Palestras relacionadas com Património, levadas a cabo no primeiro Sábado de cada mês, no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha. No dia 4 de Janeiro foi a vez de Cidália Delgado, Subdirectora do Jornal Novo Almourol ( JNA) subir ao palco com o tema “O CIAAR – Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo – e o JNA, dos actos às palavras”. A palestrante falou sobre a relação entre o CIAAR e o JNA, propriedade da associação, e do modo como interagem, nomeadamente sendo “o jornal um veículo das ideias e actividades que emanam do CIAAR”, afirmou. Numa breve alusão às origens do CIAAR, Cidália Delgado não deixou de evocar o nome de José Gomes da Silva, grande mentor do projecto, que faleceu
em 2012. A Arqueojovem, associação a partir da qual se formou o CIAAR, foi também abordada, “promove a investigação, preservação e divulgação da Arqueologia e do Património histórico e ambiental, contribuindo em particular para a formação dos jovens nos domínios da Arqueologia e do ambiente, respeitando os princípios éticos e normas legais inerentes à sua actividade, promovendo a sua divulgação”.
A Arqueojovem foi responsável por actividades que ainda hoje estão na memória de muitos, das quais se destacam os Campos de Trabalho Internacionais e cursos Intensivos de Arqueologia. Um dos locais de acção foi o “Sítio Arqueológico da Ribeira da Atalaia” que tem 300 000 anos de História, “os mais antigos habitantes no Vale do Tejo”. Sobre o CIAAR, Cidália Delgado falou sobre as várias valências comportadas no edifício histórico que lhe é sede: Sala de
exposições, reserva de materiais arqueológicos, sala de tratamento de materiais, biblioteca especializada de arqueologia, laboratórios de Arqueociências, sala de aulas, gabinetes de trabalhos e a redacção do JNA.
Cidália Delgado relembrou ainda as publicações em que o CIAAR é co-responsável. A Revista Arkeos, numa parceria com o Centro de Pré- História do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a revista TECHNE, que desde 1995 é publicada pela Arqueojovem, “dedicada ao Património da Região com artigos técnicos sobre Arqueologia, História, Conservação e outras áreas do património desta região onde é dado a conhecer o trabalho desenvolvido”, explicou. Entre outras actividades dinamizadas pelo CIAAR, Cidália Delgado deu a conhecer o Espaço Memória José da Silva Gomes e os Laboratórios de Arqueociências – Unidade de Geoarqueologia e Arqueometria
e a Unidade de Arqueobotânica. Em destaque esteve também a Biblioteca de Arqueologia e História do Alto Ribatejo. Criada em 2003, com base numa parceria estabelecida com o Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, em Mação (MAPSVT), a Biblioteca adoptou a sigla “BAR” e possui actualmente dois pólos complementares, no MAPSVT e no CIAAR. Actualmente é composta por 8 mil monografias e cerca de 900 títulos de publicações periódicas (10 mil revistas). "Sábados às Cinco Com", resulta do protocolo de cooperação existente entre o Centro de Pré-História do IPT e o CIAAR e a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. A próxima edição, no dia 1 de Fevereiro, terá como convidado Filipe Paiva, ex-aluno de José da Silva Gomes. Durante 2014 outros ex-alunos do "Professor Gomes", numa homenagem a um dos grandes impulsionadores da arqueologia na região. ―
Ano novo, desejos velhos. É um ritual de inicio de ano… Que poderá então ser novo em 2014? No entanto, sabemos que independentemente de qualquer alteração de perspectiva futura, jamais alcançaremos a situação anterior a este período de crise. Assim, em cada uma das nossas actividades continuaremos a ser permanentemente confrontados com a necessidade de utilizar menos recursos sem descurar atingir as metas ou objectivos propostos. Neste contexto manifesto o desejo e a vontade de que haja condições para que os agentes do território mais relevantes possam protagonizar os seus projectos cada vez mais numa logica de articulação. O desenvolvimento de uma região é cada vez mais incompatível com actuações isoladas e cada vez mais dependente da dinamização de efectivas parcerias. Acentuo a efectividade das parcerias em detrimento das meras parcerias. Há parcerias e parcerias… Efectiva parceria é aquela em que se fixa claramente o objectivo da mesma, em que se definem as acções conjuntas a desenvolver e que sobrevive ao formal das subscrições e dos discursos. Um bom ano! PS: parabéns ao NA por toda a mudança verificada, quer na imagem, quer no conteúdo, quer pela ambição de afirmação cultural no nosso território. Só quem sonha e acredita consegue fazer acontecer.
12 PUBLICIDADE
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NovoAlmourol
CULTO 013
janeiro 2014
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PRAXIS II
Eco
Alto da Fonte
Valorizar o Turismo e a Arqueologia TEXTO Ana Cruz
No passado dia 16 de Dezembro, teve lugar no Auditório Elvino Pereira em Mação, a segunda edição do PRAXIS, desta vez versando sobre A Sustentabilidade dos Recursos Arqueológicos e Turísticos. Foram variados os intervenientes quer no painel da manhã, quer no painel da tarde e deparámo-nos com uma grande riqueza do ponto de vista do conteúdo. Na vertente turística discutiu-se a importância da valorização turística das áreas envolventes às regiões naturais do País que estão sob tutela regional, de forma sustentada questionando-se ainda ao formato de processamento, da promoção, da regulação e da regulamentação, central e local. Foram ainda avançadas hipóte-
MAÇÃO
ses de sustentabilidade no âmbito do turismo municipal. Falou-se ainda do “Plano Estratégico Nacional do Turismo – Revisão do plano de desenvolvimento do turismo no horizonte de 2015” (Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2013, Diário da República, 1.ª série — N.º 74 — 16 de Abril de 2013) enquanto ideia geradora de dinâmicas de destino turístico. A importância da Didáctica do Turismo Industrial foi ainda sublinhada com ênfase na “Abordagem à Metalúrgica Duarte Ferreira: proposta de musealização”. Também o Turismo Imaterial é apresentado como uma consequência natural da gestão regional, onde os visitantes se deslocam para presenciar e sentir o que não existe, mas que se manifesta numa exclusividade
temporal que lhe acrescenta uma mais-valia adicional. O modelo das “Cidades Criativas” foi destacado na encruzilhada da passagem da Sociedade Industrial para a Sociedade da Informação e da Economia do Conhecimento. As cidades criativas apoiam o seu modelo de gestão territorial na criatividade enquanto estratégia diferenciadora, com aptidão para criar produtos e serviços inovadores mas, também, como catalisador de novas vocações para as cidades. Relativamente ao painel da tarde tivemos oportunidade de apreciar o excepcional caso do Povoado dos Perdigões juntamente com as suas diversas formas de estrutural arquitectonicamente o sítio de forma a co-existir o “mundo dos vivos” e o “mundo dos mortos”. Também a questão da visibilidade de
Jantar de Natal TEXTO JNA
No dia 19 de Dezembro de 2013 realizou-se em Mação o habitual jantar de Natal de uma equipa que trabalha em conjunto: o Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo (CIAAR), o Museu de Mação, o Instituto Terra e Memória (ITM) e o Gabinete de Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Tomar. O Jornal Novo Almourol, que integra o CIAAR, esteve presente e registou para a história mais um momento de confraternização que não necessita de celebrações especiais para se encontrar. ―
territórios agricultados no passado foi alvo de apresentação, sendo estas pistas lidas através da fotografia aérea – uma nova tendência de exploração de territórios passíveis de serem agricultados na Pré-História recente é sem dúvida uma nova forma de observar o comportamento das primeiras comunidades agro-pastoris. Foi ainda sublinhada a importância do trabalho de campo desenvolvido na região do Alto Ribatejo trazendo-nos novas pistas sobre interpretações passadas e, esperamos futuras. Esta segunda edição do Colóquio PRAXIS II debruçou-se sobre novas perspectivas de desenvolvimento regional que enriqueceram não só o debate, mas também, a vontade de repetirmos este tipo de iniciativas.―
António Roldão Poeta Fui ao Alto da Fonte procurar Um gesto solidário de atenção, Assim como o cultiva Frei João Matemático e mestre secular Ponto de convergência, de aportagem Os sonhos dos mais novos dão guarida Aos cacos dos vencidos pela vida Num misto de partilha e de mensagem
Esbatem-se as diferenças, as figuras, As idades e o dogma social, O génio das pessoas e das culturas… Cúmplices dessa caixinha de surpresas Somos a componente teatral, Pedras vivas dispersas pelas mesas
CULTO 14
janeiro 2014
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APRESENTAÇÃO
Nasceu em Abrantes, mas foi para as Galveias com
apenas quatro dias. Sempre que pode, é para esta freguesia do concelho de Ponte de Sor que regressa. “Às vezes tenho medo de estar a criar uma distância insuportável entre mim e as pessoas que me são queridas”, revela José Luís Peixoto, que no passado dia 20 de dezembro esteve na Biblioteca Municipal de Abrantes para apresentar “Dentro do Segredo – Uma viagem na Coreia do Norte”, e
para falar dos livros que editou até ao momento. Estava num hotel na Califórnia quando teve a ideia de escrever o livro sobre a Coreia do Norte. “Precisava de algo que me estimulasse e a viagem foi uma grande aventura”, refere o escritor para quem a Coreia do Norte “é um pais que vive numa grande encenação para quem o visita e também para quem lá está. Aquelas pessoas vivem num país fechado, não têm noção do que é a realidade fora do seu país”. O culto da personalidade que se dedica aos chefes de Estado leva a que
surjam alguns mitos, como o de que “Kim Jong-il nasceu no monte Paektu sob um céu com um duplo arco-íris”. José Luís Peixoto esperava que houvesse menos liberdade, menos contato com os norte-coreanos e não sentiu que houvesse ordens expressas para a população não se relacionar com os visitantes. “Visitei escolas de todos os graus de ensino e em todas as escolas secundárias há disciplinas que são só sobre a vida dos líderes. Toda a cultura e informação é propaganda pura. Mesmo a ciência também deve
ter um pouco de propaganda”, brinca. Ainda em relação à Coreia do Norte refere que é um país onde “nunca se tem completamente a noção do que é a verdade e do que está realmente a acontecer, por isso, muitas vezes sinto que a história não está completamente bem contada”. “Dentro do Segredo” foi o livro que José Luís Peixoto mais depressa escreveu. “Visitei a Coreia em Abril, sai de lá em Maio de 2012 e entreguei o livro na editora a 25 de Outubro de 2012. A editora tinha-o pronto a 16 de Novembro do
DOM RAMIRO
Plano “C” Opinião CARLOS VICENTE Uma alternativa ao corte nas pensões, aos aumentos para a ADSE, enfim a todos os aumentos que quase diariamente ferem o país e duma forma particular o funcionalismo público. “O estado gasta mais do que deve ou que pode”, dizem por aí à boca cheia… mas, terão que ser “quase” sempre os mesmos a sofrer “represálias”?!! Ou serão eles alvos prioritários por verem de perto, muitas vezes, as maneiras déspotas com que os eleitos governam e gerem os nossos dinheiros. Ministérios e até autarquias estão cheias de prateleiras douradas… não será por acaso e
não será com certeza sempre culpa do “elo” mais fraco, “o trabalhador dependente”, muitas vezes o único habilitado no desempenho do seu trabalho. Estamos perante um governo fraco, por isso prepotente e cobarde nos actos, quer dar o estoque final numa história de muitos anos de homens e heróis solidários. Hoje solidariedade é um complemento extraordinário sacado às entranhas de um povo que já não sabe o que fazer para se defender… É tempo de reestruturarmos a própria palavra “Democracia”, hoje, infiel de si mesma, de mil significados e de mil desculpas… é tempo de acabarmos com as inaugurações e as inaugurações
Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações
É preciso viver, viver como homem comum entre homens comuns. Só um homem comum pode fazer grandes coisas.
José Luís Peixoto e um país “entre a ficção e o real” TEXTO&FOTO André Lopes
CULTURA 015
janeiro 2014
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A Economia do descarte no contexto da depreciação dos Valores e das Pessoas.
António Lobo Antunes mesmo ano. Tudo para mim foi rápido e intenso.” De Abrantes recorda-se da biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, com a qual tomou o gosto pela literatura, do senhor José Dinis, responsável pela mesma biblioteca, que saia da cidade em direção às Galveias. O escritor nasceu no edifício onde actualmente se encontra a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes. José Luis Peixoto revelou que já está a preparar um novo livro e que poderá, mais tarde, regressar à escrita de livros de viagens.―
Abrantes
Música no Sr. Chiado O Sr. Chiado, em Abrantes, recebe um espetáculo peculiar no dia 18 de janeiro pelas 21h30. Miguel Martins, poeta com 16 títulos publicados, e Ana Dias na guitarra portuguesa, abordarão a poesia de Emanuel Félix (1936-2004), uma das mais singulares e interessantes vozes da poesia portuguesa da segunda metade do século XX. As entradas têm o preço de 3€.―
sertã
Música para Bebés e Crianças No dia 18 de janeiro, sábado, a “Música para Bebés e Crianças” regressa à Biblioteca Municipal Padre Manuel Antunes, na Sertã. Promovida pela Câmara Municipal da Sertã, às 11 horas inicia-se a sessão para os bebés dos 0 aos 15 meses e, a partir das 11h45m, terá início a sessão dirigida a crianças dos 15 meses aos 5 anos. As inscrições, no valor de 3€, decorrem até dia 16 de janeiro. As sessões são dinamizadas por Carla Letras.―
Abrantes
Roteiro de sete Capelas em exposição O roteiro de sete capelas do Concelho de Abrantes e Sardoal vai estar em exposição na antiga Galeria de Arte de Abrantes até ao dia 28 de fevereiro. “A Rota das 7 Irmãs” procura dar a conhecer os principais pontos de interesse de cada capela e incentivar as pessoas a efetuar, no terreno, esta rota. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 14h e as 18h. .―
TORRES NOVAS
das inaugurações que geram capas usadas e gastas do mesmo de sempre com nova roupagem… É tempo de assumirmos uma manutenção geral dum país que não tem para mais, e procurarmos nas gentes, gentes de bem, capacitados para levar avante um processo de reestruturação desta máquina que não
pode parar, nem que para isso se tenham que retirar alguns “maléficos” grãos de areia da engrenagem. Um plano “C” que não acabe com reformas de tostões em prol de outras de milhões. Um plano “C” que acabe com as incubadoras de políticos “mal formados” a quem dão milhões dos nossos tostões. Um plano “C” que consciencialize a classe politica que estão temporariamente mandatados para zelar pelos interesses nacionais de todos nós e não de uma nova classe que se forma por defeito na margem desse poder e em prol de si próprio. Um plano “C” de CONSCIENCIALIZAÇÃO.―
Bastardos, mas bons rapazes, em concerto Vila Nova da Barquinha, Torres Novas e Entroncamento, os “bastardos” “sentem-se atraídos pelo lado mais negro da vida, entre o caos, os zombies, o álcool e a destruição causada pelo amor de uma mulher, outrora prostituta”. Uma banda que tem sido presença habitual nas salas do país e que oferece sempre concertos com uma atmosfera única. O concerto tem início às 23h30.―
TEXTO Ricardo alves
Os The Neverminding Bastards, banda torrejana in-
fluenciada pelas grandes lendas do Rock and Roll e Punk dos anos 60 e 70, tem concerto marcado para dia 25 de Janeiro no Café Concerto do Teatro Virgínia. Formada por músicos de
OURÉM
Fotografia “surrealista” de André Boto TEXTO ANDRÉ LOPES
O fotógrafo André Boto reuniu um conjunto de
imagens onde reflecte o mundo onírico e a existência de limites ou o seguimento dos cânones de outrora são totalmente esquecidos, influenciado por autores como M. C. Escher, Magritte ou Salvador Dali. Os mundos e atmosferas surreais e a constante ilusão de
ótica foram as principais fontes de inspiração do Projeto Surrealismo. A exposição “Surrealismo”, patente na sala de exposições
dos Paços do Concelho de Ourém, pode ser visitada até 31 de janeiro. O autor recebeu uma distinção de Fotógrafo Europeu do Ano em 2010. ―
Luís Mota Figueira Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar
Refere o dicionário que “descarte” é o acto de se rejeitar algo e que, descartar, é o acto de livrar alguém de uma coisa ou uma pessoa importuna. O descarte é usado pelas organizações invocando-se o cumprimento dos objectivos financeiros e de economia mais saudável e com futuro para todos nós. O avanço tecnológico que nas últimas décadas tem sido avassalador dá razão aos visionários e empreendedores. Incontornável.Em cada novo ciclo, teremos que mudar. Imprescindível. Assistimos a uma erosão de valores. O mundo do trabalho mudou radicalmente. Indesmentível. A depreciação do trabalho é, neste contexto, alarmante. O que hoje assistimos é revelador do que pior há no homem: a ganância que se revela e age, com a ajuda da tecnologia e seu contributo para a extinção de postos de trabalho e desregulação do mundo produtivo de bens e serviços. Regulável. Enquanto a grande parte da comunidade empobrece e luta quotidianamente por uma réstia de dignidade, valor supremo da vida humana, poucos (mas muitos, numa óptica de enriquecimento rápido, por descarte efectuado sobre os outros) enriquecem de um modo perfeitamente obsceno. Condenável.A conjuntura material é a mesma mas as condições de apropriação dos bens disponíveis é outra. Constatável. O juro, diamante supremo da especulação sobre o valor do trabalho é, conjuntamente com o mercado, a dupla sempre invocada pelos que defendem, por exemplo, a necessidade de baixar os factores de produção, nomeadamente o da mão-de-obra. O capitalismo tradicional substitui-se pelo capitalismo selvagem, ganancioso, despudorado, ciente de que o Estado o não perturba. O Estado esvazia-se. Lamentável. Hoje não há empregados, há, eufemisticamente, colaboradores. Muitos dos políticos actuais criados por estruturas partidárias e seus
“empregos”, são executores focados no descarte de pessoas e bens do Estado. Confirmável. Políticos empenhados e orientados ao serviço público são, infelizmente, poucos. Cada um de nós sabe que, de modo directo ou indirecto, a sua vida foi e é alterada devido à situação de crise mundial, europeia e nacional. Contudo, o que se deve questionar é como cada um de nós pode ser mobilizado para, como elemento válido de uma colectividade com identidade e cultura própria, ajudar a resolver o problema que este corte de ciclo velho e arranque para um novo ciclo, impõe. Necessário.
Enquanto a grande parte da comunidade empobrece (...) poucos enriquecem de um modo perfeitamente obsceno O descarte é feito sobre novos e velhos, matando esperanças a uns e criando condições duras de sobrevivência para outros. Dramático. Infelizmente para todos nós, carisma e sentido de futuro, inteligência política e compromisso, tal como sentido de Estado social são qualidades escassas, e demonstram estar muito arredados das agendas da grande maioria dos políticos. Os potentados tecnológicos e financeiros agradecem o ambiente que esta degradação política propicia, e o descarte praticado sobre as Pessoas é um sinal disso mesmo. Só não vê quem não quer ver. Haverá alternativa? Há. Ela pode começar em cada um de nós e, por isso, a nossa participação activa na vida colectiva é um primeiro passo, porque é, simultaneamente, um direito e um dever, constitucionais. Decisivos.
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5 1. Henrique Mendes e Glória de Matos. 2. Maria João Sousa sorri junto ao Tejo. 3. O casal na sua sala. 4. O prémio de "melhor apresentadora de televisão, 1967. 5. A "revista quinzenal da mulher moderna".
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FIGURA 17
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O repouso é apenas palavra calma que se encaixa nas paisagens dos seus dias mas como não deixou de referir, “o que interessa é sempre ter mais um objectivo.
Em 1967, Maria João Aguiar foi premiada pelo seu desempenho em televisão: ganhou o prémio de imprensa de "Melhor Apresentadora de Televisão".
Realiza traduções, como os manuais da marca Heineken, multinacional que é dona da Central de Cerveja e, consequentemente da reconhecida Sagres.
MARIA JOÃO AGUIAR
Na companhia do Tejo
Maria João Aguiar teve e tem uma vida cheia, os caminhos levaram-na a África, a viagens, ao jornalismo. A vida num ápice dá voltas e mais voltas, entra em contramão consigo própria e a da ex-apresentadora de televisão percorreu os seus caminhos e repousou junto ao Rio Tejo, com o seu companheiro de viagem, Fernando, num pequeno paraíso em Vila Nova da Barquinha. Bem-vindos ao seu mundo.
TEXTO&Fotos ricardo alves
e na estenografia o que acabaria por lhe abrir portas quando regressou a Portugal, com 17 anos.
Nasceu em Lisboa em 1939. Aos 74 anos passa grande parte do seu tempo a desfrutar da beleza e força do Rio Tejo, com quem Maria João Aguiar e o seu marido convivem em estreita amizade. A vida da ex-jornalista, ex-estenógrafa, ex-hospedeira de bordo, ex-apresentadora da RTP, deu as voltas que lhe desenharam a vontade de mais, sempre mais. Mas vamos por partes. “No final da 2ª guerra mundial, Portugal estava muito mal, e o meu pai resolveu ir em comissão para o Ultramar”, começa por contar Maria João Aguiar, “fomos para Moçambique” em 1944. Foi com cinco anos, voltou com sete. O pai, engenheiro, acabaria por ficar mais tempo. Dessa primeira incursão pelo país africano pouco se lembra, mas como menina que era, criança, refere o Hotel Polana, desenhado nos anos 20 pelo arquitecto inglês Herbert Baker, um edifício colonial majestoso que continua a ser referência em Lourenço Marques, antiga Maputo, “tinha a primeira piscina de Moçambique, não tenho mais recordações”. A sua família tinha “notoriedade” na sociedade portuguesa, “a minha tia era casada com Vasco Santana”, o avô paterno, “republicano convicto”, foi Ministro no tempo da República, oficial com carta, “João Namorado Aguiar”, conta com orgulho. Já o avô materno era um fervoroso monárquico e Maria João Aguiar conta que chegou a ser vítima de uma tentativa de assassinato, “durante um toureio”, “uma coisa quase normal” na época, conta desassombrada. Outros tempos…
Estudos interrompidos. O seu desejo era o de continuar a estudar mas, “em grande parte por questões financeiras”, não foi possível. Em Lisboa trabalhou em secretariado, estenografia em inglês, “havia poucas em Portugal e isso abriu-me portas. O seu primeiro emprego surge na “Ford Lusitana”, depois seguir-se-ia a companhia aérea “Canadian Pacific Airlines”, que precisavam de uma secretária para o director Comercial, “trabalhei lá vários anos”, conta. Com o bichinho das viagens sempre presente, Maria João Aguiar resolve “ir voar”. Durante dois anos fez a ligação Lisboa/Roma como hospedeira de bordo e aprendeu mais uma língua, “dava umas lambuzadelas de italiano” solta em gargalhada. Após dois anos a sobrevoar meia Europa surge a hipótese de ir para o Canadá, mas não realizou a mudança. É então que em 1970 conhece o seu marido, Fernando, um entroncamentense que trabalhava como piloto na aviação comercial. O pai de Fernando era o dono da Farmácia Carvalho, ainda hoje bem conhecida na cidade. Fernando haveria de ser seu companheiro também no jornalismo.
O Convento de Freiras na Rodésia. Cinco anos depois de ter chegado a Portugal, depois da primeira estada em Moçambique, a pequena Maria de 12 anos voltaria a África, em 1951. O pai fazia parte da equipa de construção do Cais do Crómio no Porto da Beira e Maria João Sousa passaria quatro anos como interna num colégio na Rodésia, actualmente Zimbabwe. As recordações não podiam ser melhores, “uma grande lição de vida”, num convento de freiras, católico, mas com várias meninas de várias religiões. Havia três igrejas, de outras tantas crenças, vivendo em harmonia e respeito. Desses tempos guarda ainda hoje “grandes amigas”, amizades lá nascidas e que mantém. Foi também na Rodésia que se iniciou no estudo das línguas
Aterragem no jornalismo. Com Henrique Mendes, figura carismática da comunicação social da rádio e televisão portugueses, Maria João Aguiar apresenta o CDC (Clube das Donas de Casa) que começa a ser transmitido na Onda Média da Rádio Renascença em 1960 e que em 1964 seria transmitido pelo Rádio Clube Português. No seu percurso o programa teve ainda nomes como Maria José Baião, Costa Pereira, Henrique Mendes, João David Nunes, Júlio Isidro, Maria Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida. “Tínhamos um auditório sui generis. Muita gente nas fábricas a ouvir”, relembrando ainda “uma reportagem com as prisioneiras em Tires”. Sobre o programa explica que teve muito êxito em termos comerciais, “o Henrique Mendes era excelente nessa área”, e que o mesmo êxito em termos de audiências se devia à qualidade dos conteúdos, a mesma qualidade que haveria de ser transferida para a revista com o mesmo nome, “uma revista com nível, que fugia ao nome”, explica. O C.D.C. emitia um programa diário conduzido
por Henrique Mendes e Maria João Aguiar, e manteve outras produções e edições como o concurso da "Mulher Ideal Portuguesa", o "Cabaz de Compras do Natal", a Agenda das "Donas de Casa" e outros. Tudo entre os assinantes. De Henrique Mendes, figura mediática do período da ditadura em Portugal, Maria João Aguiar relembra um “homem de direita extremamente honesto, que nunca se valeu da posição, grande profissional. A escola do Henrique é muito boa, não digo que fosse fácil trabalhar com ele, o problema é que o Henrique era muito rigoroso e exigente e isso criou atritos”. No pós-25 de Abril, o apresentador viu-se “obrigado” a emigrar para o Canadá, ele que era casado com Glória de Matos, outra das figuras da sociedade portuguesa. A apresentadora do CDC acabaria por tentar um casting na RTP, “foram cinco ou seis seleccionadas”, lembra. No dia em que fez o casting quiseram logo contratá-la. “Eu queria ter um programa de viagens”, e acabaria por tê-lo, o “Viagens sem Passaporte”, que durou alguns anos. O programa passava na televisão pública, “as emissões da RTP na altura começavam às 19h00”, mas nunca foi o que Maria João Aguiar idealizou. O regime era rigoroso e apenas permitiu que fizesse programas sobre países aliados ou com o qual o regime tivesse simpatias. Ainda assim, relembra as viagens pela Alemanha, “Munique, Hamburgo, Frankfurt, Berlim” e recorda as tarefas inerentes, como fazer as legendas, “num estúdio em Santos, Lisboa, na Moviola”, uma máquina de montagem cinematográfica. A Barquinha no horizonte. No início dos anos 90, Fernando e Maria João começam a procura por um local na região para passar algum do seu tempo. Deparam-se com a casa perfeita em Vila Nova da Barquinha. Em 1994 inauguram a sua nova casa, uma casa reabilitada que tem como vizinho o Tejo e o Parque Ribeirinho. O Tejo corre lento, emoldurado na janela da sala, onde Maria João Aguiar se dedica às traduções. “O importante na vida é ter sempre mais um objectivo. Não me posso aborrecer, traduzo principalmente inglês para negócios, relatórios de contas. No piso inferior, ainda mais junto do Tejo, Fernando dedica-se à fotografia. Ambos vão buscar forças ao Tejo e confessam-se amantes da Barquinha, onde agora viajam pelo rio, de braços abertos para a janela da sala. ―
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SARDOAL
Teatro em foco
Humanos
TEXTO jna Bruno G. M. Neto Filantropo
Vivi durante 1 ano em N'dalatando – Kwaza Norte, Angola, onde a água nem sempre vem, onde a electricidade quando regressa produz gritos de felicidade imensa pelas ruas: Luz, Luz, Luz – Gritam as crianças correndo na rua a festejar o regresso da electricidade. Vivo onde muita gente vai à lavra todos os dias (ir à horta), onde depois de alimentar toda a família, o pouco que sobra é vendido nos mercados locais. Durante este período, vivi como os demais - uma vida simples.. trabalhei todos os dias sem horário, a internet sempre foi um luxo porque muitas vezes não havia acesso.
Com grande regularidade fui, como continuo a ir nos dias de hoje, para o campo, para o terreno, visitando comunidades que ficam a 5, 6 e algumas mesmo a 8 horas de viagem de 4*4 em terras de lama, ou de muita água ou mesmo terra dura que faz dores de costas que duram dias. Neste período trabalhei com mamãs (parteiras tradicionais), agentes comunitários e enfermeiros. À noite estudava e fazia trabalhos para a Universidade, consegui sempre descansar um pouco ao fim de semana mas muitas das vezes nem isso, mas sempre
corri com gosto, com os olhos postos no horizonte e sinto-me bem, sinto que estou ao serviço do mundo (eu entre muitas outras pessoas - somos muitos e muitas, não faço homenagens em nome pessoal, porque para além de ridículo, não seria justo para os invisíveis que muito mais fazem que eu), mas aqui seguimos de coração ao serviço da boa vontade. (quais ONUs.. quais quê). Por exemplo houve um fim de semana que estive a ajudar um dos Guardas que trabalhavam para os Médicos del Mundo a transportar azulejos para o chão da sua casa nova de adobe e chapa de "telhado", e mesmo acordando às 6 horas da manhã de um Domingo para ajudar no carregamento, do transporte e da colocação dos azulejos junto à sua casa, fui convidado a entrar e a ser recebido na sua casa (de 4 metros de comprimento por 2,5 metros de largura). O Gaspar e a sua esposa - Teté estavam muito contentes porque ouviram dizer, e por isso toda a esperança, que iriam ter acesso à energia eléctrica em 2 ou 3 meses e aí já poderiam ter um pequeno frigorífico. Nesse mesmo dia, quando cheguei a casa, sentei-me à porta e ao pensar em tudo, as lágrimas não se contiveram nos imensos sentimentos por esta gente lutadora, guerreira e que todos os dias tem um sorriso para dar alento aos filhos e filhas para estudarem e serem tão ou mais fortes e lutadores quando eles. Sou pequeno ao lado destes Humanos.
O Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, é
palco do XII Fórum Permanente de Teatro, nos dias 24, 25 e 26 de janeiro, organizado pelo GETAS – Centro Cultural e pela Federação Portuguesa de Teatro (FPTA). O grupo cénico sardoalense apresenta a sua mais re-
cente criação, “O Morgado de Fafe em Lisboa” (de Camilo castelo Branco e encenado por José Paulo Sá) no dia 24, pelas 21h30. O fórum inicia-se às 9h de sábado, 25, com uma homenagem ao dramaturgo António Torrado, seguindo-se depois, ao longo do fim-de-semana, diversos painéis de formação teatral: para dirigentes, actores, iluminação de cena, cenogra-
fia, fotografia de cena, técnicas audiovisuais, caracterização e escrita criativa. O espectáculo da noite de sábado, às 21h30m, estará a cargo da Confederación de Teatro Amateur – Escenamateur, de Espanha, no âmbito de um intercâmbio com a FTPA. O fórum é encerrado às 15h30 com um espectáculo resultante dos painéis de formação. ―
TOMAR
Festival "Por Estas Bandas" TEXTO jna
A Associação Sport Clube Operário de Cem Sol-
dos organiza a terceira edição do Festival “Por estas Bandas no dia 25 Janeiro, a partir das 22h, um festival de bandas de garagem que tem como objectivo divulgar musicais de produção independente, juntando no mesmo palco bandas originais dos vários pontos do país, e em
diferentes fases de consolidação dos seus percursos artísticos. Vão ser sete os projectos musicais a subir ao palco em Cem Soldos, Concelho de
Tomar: Old Yellow Jack, Just Under, Kabala, The Carlos, Lodo e Mata Ratos. A noite é prolonga-se com a selecção de música independente de DJ Quito Science. O Festival "Por Estas Bandas" regressa dois anos depois da segunda edição e é mais um evento que consolida Cem Soldos como uma plataforma de partilha da música embrionária e alternativa que se faz em Portugal. ―
VILA NOVA DA BARQUINHA
Palavra ao presidente "Apesar das dificuldades existentes que atingem
todos, não quero deixar passar sem agradecer aos autarcas deste concelho, Vila Nova da Barquinha, todo o apoio que nos foi prestado ao longo do ano de 2013. Aos sócios também uma palavra de apreço à maneira cordial
como sempre nos recebem, contribuindo com a sua preciosa quotização, o que sem ela não seria possível continuarmos. Uma palavra de apreço também a simpatizantes e amigos e ao Jornal Novo Almourol as maiores felicidades. Dito isto faço votos para que o ano de 2014 seja o virar de uma
nova página, que a luz comece a aparecer ao fundo do túnel, com saúde, muita paz e tranquilidade. Bem haja a todos. O presidente do Grupo Coral de Tancos: Carlos Capote ―
CARDÁPIO 19
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Janeiro M ús i ca
t e at r o/ da n ça
saber
“Sempre Mais Alto" Maria Lamas 120 anos (1893-1983) Até 8 Mar
C INE M A
pat r i món i o
e t n o g ra f i a
ar livre
“Surrealismo”, Exposição de fotografia por André Boto Até 31 Janeiro Ourém Paços do Concelho -
ga st r o n o m i a
L I T ERAT URA
“Sermão de Santo António aos Peixes” por Diogo Infante Dia 14 de Janeiro, Café Concerto do Teatro Virgínia, 11h30 e 15h – Torres Novas
e xposição
“Biombos” por Catarina Castel-Branco Até 21 Fevereiro quARTel – Galeria de Arte de Abrantes -
Torres Novas, Biblioteca Municipal átrio e sala polivalente -
“Exposição comemorativa dos 150 anos de Roque Gameiro” Até 30 Abril “Carlos Reis A cor e a luz da alma portuguesa” 150 anos do nascimento Até 28 Fev Torres Novas Sala de exposições temporária do Museu Municipal -
“Túlio e Tito Victorino” Até 30 Abril
Ateliê Túlio Victorino, Cernache do Bonjardim
-
Alcanena Museu de Aguarela Roque Gameiro -
“A Rota das 7 Irmãs” Roteiro de 7 capelas de Abrantes e Sardoal Até 28 Fevereiro Antiga Galeria Municipal de Arte de Abrantes 14h às 18h -
Cinema 15, 22 e 29 Janeiro
Abrantes Cine-Teatro São Pedro 21h30 dia 15, “2001: Odisseia no Espaço” dia 22, “A Árvore dos Tamancos” dia 29, “Virgem Margarida” -
Jorge Palma Digressão “Íntimo” 18 Janeiro Teatro Virgínia, Torres Novas 21h30 -
Cinema 18 Janeiro
Sardoal, Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h30 dia 18, “Ataque ao Poder” -
“Quintas com música no museu” Academia de Música Banda de Ourém 23 Janeiro Museu Municipal de Ourém 19h -
“Jim” coreografia de Paulo Ribeiro com música dos The Doors 25 Janeiro Teatro Virgínia, Torres novas 21h30 -
The Neverminding Bastards 25 Janeiro Café concerto teatro virgínia torres novas 23h30 -
“La Ligne de Vie” pela Companhia de Dança de Almada 24 Janeiro Cine-Teatro São Pedro, abrantes 21h30 -
VII Feira de velharias, antiguidades e colecionismo 26 Janeiro Parque de Feiras de Vila de Rei -
Ricardo Oliveira Apresentação do disco “O Vento Mudou” 31 Janeiro Cine-Teatro Paraíso, Tomar 21h30 -
“Loop” por Francisco Meneses 31 Janeiro Cine-teatro São Pedro Abrantes 21h30 -
020 POR AGORA É TUDO
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Novo
Almourol
Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Director Luiz Oosterbeek Sub-Directora Cidália Delgado Editor Ricardo Alves Chefe de Redacção André Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Ana Tomás, Paulo Varino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA Opinião António Luís Roldão, Alves Jana, Augusto Mateus, António Carraço, Teresa
Nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Flávio Queirós Paginação Novo Almourol Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - novoalmourol@gmail.com Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-419 Vila Nova da Barquinha Email ciaar.vnbarquinha@gmail.com
Editorial
COMUNIDADE INTERMUNICIPAL
Apovado orçamento de três milhões de euros Modernização administrativa, mobilidade e regeneração urbana, são prioridades.
Nersant
Formação de Formadores Para já, o curso de formação de formadores da Nersant vai arrancar em Santarém, no dia 20 de janeiro, no Cartaxo, dia 20 de Fevereiro, e em Abrantes (mais concretamente Alferrarede) e Benavente, dia 24 de Fevereiro. Dia 10 de março, arrancam mais três ações de formação, em Fátima, Ourém e Torres Novas. Os cursos têm duração de 90 horas, sendo compostos por 9 módulos. Os interessados devem contactar a Nersant através de dfq@nersant.pt ou 249 839 500.
Texto NOvo almourol
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) aprovou um orçamento de três milhões e 58 mil euros para 2014 e um dos objectivos passa pela consolidação de projectos intermunicipais que se encontram em execução no âmbito do final do Quadro de referência estratégico Nacional (QREN). Outros pro-
entroncamento
Selecção Nacional
A seleção nacional de futsal vai defrontar a sua congénere da Turquia no pavilhão desportivo municipal do Entroncamento, num jogo de preparação para o próximo campeonato da Europa, que terá como país anfitrião a Bélgica. O embate está marcado para o próximo dia 23 de janeiro, quinta-feira, às 19h30. As entradas são gratuitas.
jectos aprovados em outros programas operacionais vão igualmente ser abrangidos. A aprovação do orçamento 2014 marca também o início de projectos que vão modernizar administrativamente a CIMT e os municípios que dela fazem parte, nomeadamente o Médio Tejo Digital. Durante a vigência do novo Quadro Comunitário 2014/2020, a CIMT vai assentar a sua estratégia na valorização
dos recursos endógenos e do potencial turístico e por incorporar o valor na actividade empresarial, através da continuidade de acções de promoção do empreendedorismo na região. A regeneração urbana nos centros históricos e nos centros urbanos, a mobilidade e a implementação de planos de acessibilidade, continuam a ser grandes prioridades. O Orçamento foi aprovado no dia 18 de Dezembro de 2013. ―
tomar
Vila Nova da barquinha
IPT com selo de qualidade
Entrega de Medalhas
O Instituto Politécnico de Tomar obteve dois selos de qualidade da Comissão Europeia: o selo de qualidade para práticas na utilização do Sistema de Transferência e Acumulação de Créditos e o selo de qualidade para o Suplemento ao Diploma pelo período de 2013-2016.Já em 2008 a Comissão Europeia atribuira Selos ao IPT, a que se juntou o Prémio de Ouro para a Organização e Gestão dos Cursos Intensivos.
O Clube de Instrução e Recreio de Moita do Norte (CIR), (ex-Tuna Mocidade Moitense) entregou no dia 14 de Dezembro, as medalhas aos sócios com mais de 50 anos. Na cerimónia houve lugar a uma breve apresentação da história da colectividade por Josué Domingues. O CIR conta com 92 anos de vida. Na sede da colectividade estiveram cerca de 50 pessoas e a animação musical a cargo da Universidade Sénior do Entroncamento.
"Desde ontem a cidade mudou”
Luiz Oosterbeek Director
É interessante como não se pode viver sem um rigoroso controlo das materialidades (não apenas do deficit, mas de recursos básicos de sobrevivência, como os cuidados de saúde de que também falamos nesta edição). Mas é ainda mais interessante que, na hora decisiva para a definição do que somos, do que fomos e, sobretudo do que queremos ser, é essa intangibilidade que é determinante, é essa força que nos anima e nos determina. E se a melhor arte é a que anuncia, mesmo sem o querer, “os tempos que se aproximam”, a melhor cultura e a melhor economia são as que são capazes de se projectar no futuro, num exercício rigoroso e ambicioso.
"Resta agora pensar que futuro estamos disponíveis para construir, com base no património do passado, mas com a visão, intangível, de um outro futuro" Como poderia sugerir Pessoa/A. Campos, se a troika foi a cruz na porta da nossa tabacaria, a monotonia de antes não se repetirá e a vida mudou. Resta agora pensar que futuro estamos disponíveis para construir, com base no património do passado, mas com a visão, intangível, de um outro futuro. É isso que aqui se irá discutir em 2014, ouvindo muitas opiniões e vontades, e contribuindo para um rumo que o Médio Tejo, de forma cada vez mais consistente, parece quer oferecer como exemplo ao País.