Jornal novo almourol ed 407 abril dig

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Novo

Almourol

ABRIL 15 | n°407 | Ano XXXIV | Preço 1,20 euros | MensaL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK

Constância em Festa

Um milhão de flores decoram Constância nos dias 4, 5 e 6 de Abril. Estão de volta as Festas do Concelho e a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. Entrevistámos Júlia Amorim, presidente da Câmara Muncipal p14,15&16

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Blaya em VN Barquinha gera entusiasmo na região

Cuidados Especiais

40 postos de trabalho a caminho de VN Barquinha Depois de algumas indefinições no arranque do projecto que criará a primeira grande superfície no concelho, eis que as obras do Intermarché começaram, investimento que vai criar entre 30 a 40 postos de trabalho e que a par de outros investimentos em fase de conclusão prometem mudar a face da vila

Cantora dos Buraka Som Sistema dá aula de dança no novo Pavilhão Municipal de Vila Nova da Barquinha e vai testar a solidez do novo edifico, que será inaugurado dia 9 deAbril. Blaya e os cerca de 600 participantes que a organização prevê para esse dia.

Por proposta da Associação Nacional de Municípios, o Governo aprovou o mapa do país da baixa densidade e em risco de desertificação. 164 municípios, incluindo oito dos 13 que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, terão privilégios especiais no acesso aos fundos estruturais no período até 2020

Produtos locais no Intendente Seis Associações de Desenvolvimento Local, em representação de 38 municípios, realizaram uma parceria para a criação de uma Loja no Intendente, em Lisboa. A inauguração é em Julho.


02 CURTAS & GROSSAS Incêndios no início da Primavera

Incêndios deflagraram nos concelhos de Constância e Abrantes. Os primeiros aconteceram na freguesia de Rio de Moinhos (Abrantes). No dia 23 de Março, por volta das 13h00, os bombeiros foram chamados a combater um incêndio que acabaria por ser extinto às 14h30. No mesmo dia mas em Carvalhal, pelas 17h00, um outro incêndio deflagrou sendo extinto com a intervenção dos bombeiros de Abrantes, Sardoal e Vila de Rei. Em Constância, no dia 25, os bombeiros combateram um incêndio no Campo Militar de Santa Margarida, numa zona de mato e floresta. O fogo teve início às 11h30 e foi dado como extinto às 13h20, combatido pelas corporações de bombeiros de Constância, Abrantes, Sardoal, VN Barquinha e Chamusca, com o auxílio de uma força especial de bombeiros e da Brigada Mecanizada Independente.

Francisco Neves, que exercia o cargo de Director do Agrupamento de Escolas da Cidade do Entroncamento, assumiu o cargo de Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo. Filomena Pereira assume cargo no agrupamento até novo concurso público

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Os anos celebrados pela EPDRA, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, no dia 20 de Março. A cerimónia juntou docentes, alunos, funcionários e entidades, bem como a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque.

Dia da Árvore Um pouco por toda a região as escolas celebraram o dia Mundial da Árvore no dia 20 de Março, um dia antes da sua data oficial pois o dia 21 foi um Sábado. No Jardim de Infância (JI) de Moita do Norte, Vila Nova da Barquinha, as crianças ouviram explicações sobre o processo de plantação e crescimento das plantas, bem como a importância das mesmas para o Ser Humano. No final, as cerca de 40 crianças plantaram 10 árvores no Jardim da Nora, paredes meias com o JI, ajudados por elementos do executivo da Junta de Freguesia de VNB.

Pedido de isenção de IMI até Junho

Os proprietários cujo rendimento do agregado familiar seja inferior a 15.295 euros ano e valor patrimonial tributário global da totalidade dos prédios rústicos e urbanos pertencentes ao agregado familiar (habitação própria permanente) seja inferior a 66.500 euros podem solicitar isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) à Autoridade Tributária até 30 de Junho. Esta isenção está incluída no artigo 48º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, e pode ser requerida junto da Autoridade Tributária, numa altura em que, durante este ano, termina a cláusula de salvaguarda, que permitia que as famílias com menores rendimentos vissem o seu imposto de IMI ser actualizado num máximo de 75 euros por ano. Agora, os aumentos podem ir, em certos casos pontuais, até aos 500%, embora a média ronde os 40%.

Praia do Ribatejo colorida

A Junta de Freguesia de Praia do Ribatejo assinalou o Dia da Árvore e o Dia da Primavera, aliando-se à Fundação Francisco Cruz, e promoveu a "Primavera em cores", concretizada com os trabalhos manuais desenvolvidos pelos idosos da Fundação, pelos pais e crianças da Escola Primária e Jardim de Infância de Praia do Ribatejo através da Associação de Pais, pelas crianças, jovens e funcionários do CAT, pelas crianças e jovens da catequese da Praia do Ribatejo e pelas crianças e jovens da catequese das Limeiras. Vários privados doaram os seus trabalhos e/ou materiais, como lãs, tecidos, rendas, tricô, usados para alegrar e vestir as árvores da freguesia. Os trabalhos podem ser visitados até ao início do Verão em vários locais. A saber: Parque das Merendas na Rua Comendador Manuel Vieira da Cruz, Biblioteca, Igreja Matriz, Jardim junto ao Café Estrela, Fundação Dr. Francisco Cruz e Jardim da Boucinha (todos em Praia do Ribatejo), mas também no Largo da Igreja em Madeiras e no Recinto das Festas, em Limeiras.

↑ rio acima Interior em cuidados especiais O Governo, por proposta da Associação Nacional de Municípios, aprovou uma lista de 164 municípios que terão privilégios no acesso aos fundos comunitários do Protugal 2020. Objectivo é combater desertificação do interior. (Pág.6)

↓ rio abaixo xxxs

O Distrito de Santarém está bem acima da média nacional no que respeita a água desperdiçada. No distrito há um desperdício de 38,1% enquanto a média nacional cifra-se nos 19%. É apenas o recurso mais importante para a vida na terra e torna-se urgente protegê-lo. (pág. 5)

Gastronomia Regional

Investimentos que mudam

Os vinhos e os restaurantes da região do Médio Tejo vencem prémios regionais, nacionais e mundiais. A qualidade está cá, nem sempre valorizada por quem habita nas suas imediações. Mas não há como contornar, o que é nosso é que é bom, ou por outra, também é bom. (Pág.22)

Vila Nova da Barquinha prepara-se para ver abrir novas unidades hoteleiras que em muito vão mudar a face da vila e do concelho. Por outro lado, um supermercado vai nascer e com ele 40 empregos. Em breve verse-ão as diferenças. (Pág.4)

Incêndios fora de época Não há uma boa altura para incêndios mas a verdade é que mal a Primavera espreitou logo as chamas deflagraram nos concelhos de Abrantes e de Constância. A chuva tarda em aparecer. Resta esperar que o intenso trabalho da protecção civil e das autarquias seja frutuoso.

Condenação O ex-vice-presidente da Câmara da Golegã Rui Manuel Cunha foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa por igual período, e a multa de 900 euros, pela prática de sete crimes quando era oficial de justiça. Da justiça passou para a política...


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NA PRIMEIRA PESSOA 03

(...) falta-nos a capacidade para perceber que uma boa derrota faz tão mais por nós que uma vitória fácil. Sempre tive jeito para… Ler. Três coisas a que nunca resisto Brincar com os meus primos, a comida da minha mãe. Um jantar caseiro com amigos. Não podia viver sem... Amor e Sol. Acredito... No poder infinito dos afectos. Não acredito... ...e não suporto palmadinhas nas costas. Se aprendemos com os erros porque temos medo de errar? Porque nos levamos tão a sério que por vezes nos falta a capacidade para perceber que uma boa derrota faz tão mais por nós que uma vitória fácil. Se pudesse dar um conselho a um recémnascido qual seria? Nunca te esqueças do teu valor.

Patrícia Matos apresenta todos os dias o 'Diário da Manhã', na TVI e TVI24

O que preferia ser: um génio preocupado ou um idiota contente? Os génios só podem estar preocupados com os tempos que vivemos e eu também estou. Ninguém, nem um idiota poderá estar contente. Uma música como banda sonora da sua vida? Qualquer uma da Diana Krall ou dos U2.

CV

Patrícia Matos

31 anos, Jornalista TVI Santa Margarida Constância

2005

Nasceu a minha afilhada, Lara

2006

Terminei a licenciatura em Jornalismo e Comunicação, no I.P.Portalegre

2007

Comecei a trabalhar na TVI

2009

Apresentei o Jornal Nacional em substituição de Manuela Moura Guedes

2011

Ingressei no Diário da Manhã, o meu maior desafio na TVI


04 SOCIEDADE

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VN BARQUINHA

Construção do Intermarché já foi iniciada e abertura está prevista para Agosto

Obras iniciaram-se na segunda metade de Março

Após avanços e recuos, eis que a obra começa. Prevê-se que a conclusão dos trabalhos demore cinco meses. Entretanto, outros empreendimentos estão em fase de conclusão na vila TEXTO&FOTO RICARDO ALVES

Está em curso a construção da superfície comercial Intermarché em Vila Nova da Barquinha (VNB) e segundo as previsões da empresa responsável pela obra a mesma estará pronta até Agosto. A construção inclui o novo hipermercado, bombas de combustível e ainda uma zona de estacionamento que será criada num outro terreno de olival a norte do terreno. A empresa responsável peça obra é a “Gadanha Empreiteiros”, sediada em Penela, e Isaac Gadanha, responsável pela obra, contou ao NA que já se procedeu à remoção de parte da estrutura da antiga Valura, no topo do terreno. Isaac Gadanha contou também que após a limpeza do terreno se procedeu ao início dos trabalhos de escavação no dia 27 de Março. Ao todo, no pico dos trabalhos,

estarão alocados cerca de 40 trabalhadores. Já o empresário responsável pelo empreendimento, que migrou para a região centro do país vindo do norte, para apostar em VNB, declarou-se confiante nos trabalhos e prazos sendo no entanto prudente perante quaisquer entraves que normalmente surgem. O promotor do projecto confirmou ao NA que serão entre 30 a 40 os postos de trabalho criados e avançou que o processo de recrutamento ainda não se realizou, “ainda é cedo”, afirmou. Presidente da autarquia satisfeito. Fernando Frei-

re expressou ao NA a sua satisfação pelo avanço do projecto que está “a decorrer a bom ritmo”. O presidente da Câmara Municipal de VNB destacou a localização do novo empreendimento comercial, uma zona de forte investimento da autarquia

e que se situa na rotunda de ligação à cidade do Entroncamento. Freire realçou ainda o facto de a vila ser atractiva a investimentos afirmando-se satisfeito por ver crescimento em VNB. Camas Turísticas triplicam.

Ainda não se sabe muito sobre as datas de inauguração dos empreendimentos turísticos que, visivelmente, estão em avançada fase de construção na zona baixa da vila, mas é mais uma mudança importante a acontecer. Ao todo, o concelho tem a perspectiva de triplicar a oferta de camas turísticas, nomeadamente com projectos em Limeiras (freguesia de Praia do Ribatejo), Tancos e na sede do concelho. Em curso está também a reconversão da antiga escola Primária de VNB num moderna galeria de exposições, dando seguimento ao Mercado das Artes.―

CONSTÂNCIA

Lar de Santa Margarida inaugurado e autarquia já olha para Montalvo TEXTO Ricardo alves

O novo lar foi inaugurado pela Santa casa da Misericórdia de Constância, um investimento na ordem dos dois milhões e trezentos mil euros que disponibiliza instalações para 40 utentes em 14 quartos individuais e 13 duplos, e que conta com zonas de banhos assistidos, gabinete médico, sala de medicação, cabeleireiro, salas de estar, sala de convívio, refeitório, cozinha, lavandaria, engomadoria, salas técnicas, arrumos e garagem. O município apoiou desde a primeira hora a obra (ver entrevista nas páginas 14 e 15), reconhecendo a importância e necessidade do empreendimento.

que era necessário era reforçar o Apoio Domiciliário e ter um centro de convívio para as pessoas, (…) hoje já não descarto a hipótese de avançar com uma candidatura de resposta de lar, tendo em conta a necessidade que se tem verificado”. Júlia Amorim aponta dificuldades no caminho para tal desiderato, “a segurança social é muito exigente”, começou por dizer, “tem legislação muito apertada - a dimensão dos quartos, pessoal técnico, o rácio de trabalhadores por utentes, etc – tudo tem regras que encarecem”. Mas a autarca aponta como solução a rentabilização do que já existe, “há quadro de trabalhadores qualificados que são obrigatórios nas instituições”, “por exem-

Autarca acredita na possibilidade de dar resposta de lar em Montalvo e Misericórdia vai avançar com candidatura para ampliar sede em Constância A Câmara Municipal de Constância apoiou a construção com a doação do terreno, apoiando a candidatura financiando os projectos, construiu a estação elevatória, e deliberou atribuir um apoio de 300 mil euros à instituição. O Lar de Idosos de Santa Margarida, resulta de uma candidatura ao programa comunitário POPH - Programa Operacional Potencial Humano, através da qual a Santa Casa da Misericórdia. Júlia Amorim levanta hipótese de avançar com lar para Montalvo. Em entrevista ao NA a propósito das Festas de Constância, que se realizam entre os dias 3 e 6 de Abril, a presidente da Câmara Municipal de Constância admitiu que “se há dois ou três anos achava que em Montalvo o

plo, a Associação Humanitária de Montalvo nunca consegue arrancar com o apoio da segurança social se não tiver uma direcção técnica, mas se articular com a Santa Casa que tem uma directora técnica, que supervisiona, podem ter complementaridade, e não é uma questão de privilegiar a Misericórdia, acho é que as próprias misericórdias, para a segurança social, têm um peso diferente das outras IPSS”. “Só têm de se unir”, vaticinou a autarca. O provedor da Misericórdia, António Paulo Teixeira, durante a inauguração do lar de Santa Margarida, anunciou ainda a intenção de apresentar um novo projecto para requalificação e ampliação do edifício sede da instituição, o lar de idosos de Constância.―


CAMINHANDO 05

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Ciência Viva

ENTRONCAMENTO

Chumbo dos projectos contra privatização das águas

As oliveiras milenares da Barquinha

António José Roldãol Historiador

TEXTO rafael ferreira

No passado dia 20, a maioria PSD/CDS na Assembleia da República entendeu chumbar os diversos projectos que pretendiam impedir a privatização do sector das águas, garantindo o controlo público do abastecimento. Na intervenção de Mário Magalhães, da bancada do PSD, a razão alegada para a posição que haviam assumido, é que os diplomas em apreciação partiam de “uma falsa questão: o receio da privatização”, que o Governo não pondera nem sequer admite”. Criticou também o PS, a quem acusou de ter ”mudado de posição desde que saiu do Governo, em matéria de presença de privados neste sector”.

É claro que os partidos da oposição parlamentar têm dúvidas, com Filipe Soares – BE- e Paula Santos PCPdefendendo a necessidade de “garantir a gestão pública do abastecimento, saneamento e resíduos sólidos, advertindo para as consequências de eventuais privatizações, “ao que Heloísa Apolónia, de “Os Verdes”, acrescenta que “só não acontecerá porque a legislatura está perto do fim”. Ora, para além de toda argumentação expressa na moção de 17 de Fevereiro, apresentada pelo PS em reunião da Câmara Municipal do Entroncamento, com aprovação por unanimidade, inclusive do PSD, a que o NA fez referência, não sabemos se não lhe estará subjacente a mesma ideia.―

ÁGUAS

Desperdício de água é preocupante TEXTO rICARDO ALVES

A ERSAR (Entidade Reguladora para os Serviços de Águas e Resíduos) divulgou os dados relativos ao consumo e desperdício de água no distrito de santarém e os mesmos indicam que o distrito está acima da média nacional (19%) no que respeita à água perdida. Três concelhos apresentam mesmo percentagens que demonstram que mais de metade da água para consumo que entra na rede pública não é facturada. São os casos dos concelhos de Mação (67,5%), Golegã (57,8%) e Ferreira do Zêzere (54,1%). Ainda tendo em conta a média nacional de perda de água, nenhum dos 21 concelhos do distrito apresenta

valores abaixo da média nacional, sendo Alcanena o que mais se aproxima com 22,1%. No caso de Alcanena o sistema é gerido pela empresa Luságua. A média do distrito de Santarém cifra-se nos 38,1%. Nos concelhos com menos desperdício de água destaca-se a maior rede de abastecimento do país, a da EPAL, em Lisboa, onde a taxa era de 7%. Em Oeiras e Amadora, foram 9% e em Cascais, 8%. Já no segundo concelho onde mais água é distribuída, Sintra, a taxa foi de 24%. E no Porto, 14%. Em todo o país cerca de 155 milhões de metros cúbicos de água das redes de abastecimento não chegaram às torneiras. Isto corresponde a 426 milhões de litros desperdiçados diariamente.―

A ocupação populacional da Barquinha moderna, regular e sustentável, parece não oferecer grandes dúvidas, situando-se na primeira metade do século XVI. São os assentos paroquiais que a suportam, inequivocamente; são, igualmente, os tombos da Cardiga e do Almourol, que apontam pistas nesse sentido. É, finalmente, o desvio do Tejo, operado em 1545, um dos poderosos argumentos da sustentabilidade do povoado atual. A generalidade das pessoas curiosas sobre o passado da Barquinha contenta-se com as leituras que assinalam alguns dos mais importantes e conhecidos passos do seu percurso, particularmente pela exposição sistemática que os assentos paroquiais consentem, habilitando-nos a reconhecer as primitivas vivências da povoação no tocante aos nascimentos (baptismos), casamentos e óbitos. São episódios de um passado interessante e permanente, desperto nos horizontes do imaginário e na sensibilidade de quem gosta de revisitar esses passos da vida local. Em muitos casos esse estado curioso, esse interesse pelos fundamentos do estado civilizacional deste termo, passa regularmente ao lado das preocupações fundamentais, prende-se a uma retórica de contornos mais ou menos ultrapassados. Por via dessas primícias, ainda agora podemos entrar em conflito com uma realidade que abala o nosso pensamento e nos obriga a um esforço de reflexão, obrigatoriamente mais exigente quanto ao conhecimento adquirido. A visibilidade de elementos, ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos, perturba por alargar substancialmente a nossa imaginação para um conceito de validade diluído na moderna sociedade. O exemplo da existência de um reduzido lote de exemplares de oliveiras milenares, nas proximidades da Barquinha e

muito perto de nós, alarga os horizontes da história conhecida projetando-a para fundamentos remotos e consequentes de uma ocupação humana, em moldes organizativos, por estas paragens. A existência dessas espécies, objeto de um estudo apurado e de datação pela Direção Geral de Florestas, no passado recente, levanta inúmeras interrogações e suspeições. Fazem parte de uma fatia do território e a sua implantação demonstra que o alinhamento não é fruto de uma qualquer casualidade, antes a de um processo maduramente pensado como e para o futuro, tendo por base o conhecimento e o raciocínio quanto aos resultados correspondentes.

"A visibilidade de elementos, ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos, perturba por alargar substancialmente a nossa imaginação para um conceito de validade diluído na moderna sociedade" Prontificando por diversos sítios próximos do Pedregoso e da Lameira, aconchegadas ou afastadas umas das outras, deixam-nos a impressão de serem, hoje e apenas, as sobreviventes de uma cultura significativamente importante na antiguidade. A distância que separa algumas dessas oliveiras evidencia que era extensa a área destinada propositadamente a essa cultura. Essa lógica suposição leva-nos a equacionar que esse facto está longe de obedecer a mera casualidade. Tem de estar aí presente a

orientação da mente humana, a dimensionar todo um processo de permanência e fixação duradoura a um pedaço de terra apetecida e generosa nos resultados. A existência desse olival milenar tem o homem como executor, próximo, naturalmente, para a recolha do benefício. O povoado romano que se suspeita durma o sono do esquecimento nas entranhas da terra cultivável, dando fé aos achados arqueológicos retirados do local sob a orientação do falecido professor José Gomes e recolhidos na Associação Arqueológica desta vila, pode ter sido o alicerce ou contribuído para que aquele conjunto de memórias (as oliveiras) exerça uma atração irresistível. As tentativas de ressuscitar essas ruínas para a luz do dia, não têm passado disso mesmo, de tentativas sem sucesso. Este elemento provocador de suspeitas quanto a antiquíssimo povoamento na região da Barquinha, tem outros suportes de acolhimento, como, por exemplo, o castelo templário da Cardiga, edificado não muito longe, em plena planície, contrariando a normalidade dos propósitos construtivos. Pode não ter sido uma coincidência, a escolha desse local pela Ordem do Templo, antes socorrendo-se de elementos e bases de suporte já existentes para justificar a construção naquele preciso sítio. São, em suma, pontas de um processo assumidamente complexo no xadrez das aspirações templárias no nosso território, de que, as oliveiras milenares são assombração dessa época distante. Como nota final, recomenda-se ao estabelecimento de “Ciência Viva”, ali ao lado, que dê uma olhadela crítica para elas, ao menos por estreita curiosidade, e ao Município que as considere como interesse municipal e as salvaguarde, como atração turística a nível nacional. Ficam os recados.―


06 SOCIEDADE ENTRONCAMENTO

Município apagou as luzes À “Hora do Planeta”, no dia 28 de março, com o objetivo de alertar e consciencializar a todos para as alterações climáticas do nosso planeta, associou-se também, mais uma vez, o Município do Entroncamento. Como se sabe, é uma iniciativa mundial, criada em 2007 pela WWF-Word Wide Foundation, que consiste na ação simbólica de desligar a eletricidade nos espaços públicos, durante uma hora, em defesa do ambiente. Foi decidido que, localmente, esta medida abrangesse os Paços do Concelho. Largo José Duarte Coelho, Praças Salgueiro Maia e da República, assim como os edifícios das Juntas de Freguesia de S. João Batista e de N. Sr.ª. de Fátima. Foi endossado também um convite à população para aderir a esta iniciativa, a que se juntaram pessoas de todo o mundo.RF―

VN BARQUINHA

Misericórdia de Barquinha com certificado de qualidade A EQUASS – European Quality in Social Services - atribuiu à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha o certificado de garantia de qualidade aos serviços e departamentos da entidade, a saber: Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário, Creche e Centro de Acolhimento Temporário. O certificado foi atribuído para o período entre Janeiro de 2015 e Janeiro de 2017. O diploma entregue é um reconhecimento por parte da EQUASS das garantias de qualidade oferecidas na prestação de serviços sociais. A EQUASS constitui uma iniciativa da EPR - European Platform for Rehabilitation, (Plataforma Euroepeia para a Reabilitação) que providencia serviços de carácter abrangente na área da certificação da qualidade, os quais se encontram em consonância com os requisitos europeus em matéria de qualidade no âmbito dos serviços sociais. A entidade europeia é representada em Portugal pela APQ – Associação Portuguesa para a Qualidade, e o diploma entregue foi antecedido de candidatura e auditoria.―

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PAÍS

VN BARQUINHA

164 municípios com direito a cuidados especiais A lista foi elaborada e aprovada pelo Governo. O país da baixa densidade e em risco de desertificação vai ter direito a cuidados especiais sendo que 164 municípios, incluindo oito dos 13 que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, terão privilégios especiais no acesso aos fundos estruturais no período até 2020 TEXTO RICARDO ALVES

O governo aprovou no final do mês de Março as fronteiras entre os 164 municípios em risco de desertificação e o país com algum músculo demográfico e económico. Na notícia avançada pelo jornal “Público”, aponta que o Portugal do interior mudou de nome e chama-se agora o Portugal dos territórios de baixa densidade. Abrantes, Constância, Ferreira do Zêzere, Mação, Vila de Rei, Vila Nova da Barquinha, Sardoal e Sertã, oito dos 13 concelhos integrantes da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, fazem parte desta lista. Fora dela, seguindo a lógica de um mapa claramente desequilibrado perante a proximidade com a litoral do país, ficam Alcanena, Torres Novas, Entroncamento, Tomar e Ourém. A lista dos 164 municípios foi aprovada pela Comissão Interministerial de Coordenação do programa Portugal 2020, que reúne representantes de todos os ministérios, e o mapa resulta de uma proposta da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), numa tentativa de acabar com as diferentes interpretações que existem sobre a faixa do território nacional afectada pelo des-

povoamento, a desertificação, o envelhecimento e falta de dinâmica económica. Ao “Público”, Manuel Castro Almeida, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, disse esperar que o novo mapa “sirva de base para o futuro”, até porque “nunca se tinha feito este trabalho”. O Governo definiu três fórmulas para discriminar favo-

Do Médio Tejo, apenas Alcanena, Entroncamento, Ourém e Torres Novas ficaram fora da lista aprovada pelo Governo ravelmente os municípios sinalizados, nomeadamente com a criação de programas aos quais só eles poderão concorrer, de bonificações na apreciação das candidaturas e, no caso de um investimento privado, haverá lugar a uma bonificação de 10% face aos valores praticados nas outras áreas do país. Cinco indicadores. A densidade populacional pesa 50% na análise aos municípios, depois com 10%, foram tidos em conta cinco outros indicadores, no caso o “perfil territorial”, que analisa questões como o uso do

solo; o “perfil demográfico” que atende a factores como a variação populacional ou o peso dos idosos e dos jovens na pirâmide demográfica; o “perfil povoamento”, que observa as percentagens da população rural e urbana; o “perfil socioeconómico”, que atende a critérios como o rendimento médio mensal ou o peso da população com o terceiro ciclo do ensino básico; e o “perfil acessibilidade” que considera as condições de acesso à sede do concelho, à capital do distrito ou à capital regional, lê-se na notícia avançada pelo “Público”. Os territórios de baixa densidade chegam ao litoral alentejano (com excepção de Sines) e algarvio e abrangem todas as capitais de distrito do “interior”, com excepção de Viseu. As diferenças dentro do país são elucidadas através dos extremos que o novo mapa evidencia, enquanto Alcoutim tem 5,1 habitantes por km2, a Amadora, por exemplo, tem 7363. Apesar de não saber ainda o volume dos financiamentos, apenas que é maior que o QREN, o secretário de Estado acredita “muito” em pequenos investimentos, feitos à escala local, que tenham como ponto de partida a “valorização dos produtos locais prometendo que, para estes, “há bastante dinheiro”.―

Inauguração do novo Pavilhão Desportivo

A inauguração do Pavilhão Desportivo Municipal de Vila Nova da Barquinha vai realizar-se no dia 9 de Abril, às 18h00, cerimónia aberta à população e que vai contar com a presença da Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro), Ana Abrunhosa.― VN BARQUINHA

Aniversário da Batalha de La Lys

O Núcleo de Entroncamento/Vila Nova da Barquinha da Liga dos Combatentes vai promover as Comemorações do “97º Anoversário da Batala de La Lys e dia do Combatente”, junto ao Monumento aos Mortos da I Grande Guerra, em VN Barquinha, no dia 10 de Abril de 2015, pelas 11h30. O Monumento aos Mortos da I Grande Guerra, inaugurado em 11 de Abril de 1937, presta homenagem do concelho aos seus mortos na guerra de 1914-1918. Na base do monumento repousam os restos de António Gonçalves Curado, 1.º soldado do C. E. P. falecido em combate e natural da freguesia de VN Barquinha. Trasladado do cemitério português de Richebourg, depois de ter sido sepultado no cemitério inglês de Laventie, para a sua terra natal por intermédio da extinta comissão dos Padrões da Grande Guerra, no dia 18 de Agosto de 1929. Era soldado n.º 234, da 4.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 28.―


TERRITÓRIO 07

ABRIL 2015

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MAÇÃO

Seminário juntou especialistas internacionais em Mação Durante dez dias, de 19 a 28 de Março, o Seminário Intensivo “Gestão Integrada do Território Cultural para a Sustentabilidade Local e Global” juntou mais de meia centena de estudantes e cerca de 30 docentes, de 20 nacionalidades e várias áreas de formação em Mação. O Instituto Terra e Memória homenageou o município de Mação e ambos assinaram um protocolo de colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Está também em marcha o primeiro programa de colaboração entre Portugal e a China, no âmbito das Humanidades. TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES

O seminário realizou-se no âmbito do Apheleia, um projecto que resulta da parceria de 18 entidades entre elas o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Terra e Memória (ITM), a Comunidade Internacional do Médio Tejo o Município de Mação, o Centro de Geociências da Universidade de Coimbra e instituições internacionais. Foram oito as Universidades internacionais representadas nos trabalhos que se debruçaram sobre as políticas estratégicas de desenvolvimento para a região do Médio Tejo sendo que um dos objectivos do seminário foi o envolvimento de especialistas de diversas áreas, não se cingindo apenas a profissionais da arqueologia e ciências sociais, por forma a perceber melhor de que forma se pode intervir eficazmente no território. Estudantes, investigadores e especialistas das áreas da antropologia, etnografia, gestão do património, geografia, geologia, urbanismo, arquitectura, planeamento, engenharia ambiental, economia, finanças e comunicação, foram chamados à discussão numa iniciativa do ITM e do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo. Por Mação, concretamente pelo Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, passaram, entre outros, Miguel Pombeiro, Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, e uma delegação chinesa, composta por elementos do governo chinês e membros da Academia Chinesa de Ciências Sociais com os quais o ITM encetou uma parceria para a criação do primeiro programa de colaboração entre Portugal e a China, no âmbito das Humanidades. O Seminário foi igualmente composto por workshops, aulas

Seminário Intensivo realizou-se no âmbito do projecto Apheleia

de campo em Mação e visitas de estudo (ver peça ao lado). Câmara Municipal de Mação homenageada. O ITM homenageou o município no dia 27, durante os trabalhos do seminário, através de Vasco Estrela, presidente da autarquia. A homenagem justificou-se, segundo o ITM, “pelo contínuo investimento (do município) no desenvolvimento territorial de Mação, do Médio Tejo e de Portugal, manifestado através das estratégias de gestão da educação, da valorização florestal, da qualidade de vida da terceira idade e da afirmação local e internacional do património cultural”. Para o ITM, o papel da câmara é decisivo “na criação, em Mação, de um centro de referência internacional em património cultural e gestão integrada do território, consubstanciada na criação do ITM e construção de projectos que nesta altura se desenvolvem em 14 países de quatro continentes”. Já Vasco Estrela, agradeceu em nome do município, “é uma homenagem do município, é do concelho e das pessoas que compõem este território. Tenho dito muitas vezes que este projecto que está a ser desenvolvido pelo Museu, pelo ITM, pelos parceiros todos que connosco têm trabalhado é extraordinário

Vasco Estrela agradeceu e retribuiu a Homenagem do ITM

Um dos objectivos do seminário foi o envolvimento de especialistas de diversas áreas, por forma a perceber melhor de que forma se pode intervir eficazmente no território. para o concelho, para a região e espero que o seja também para Portugal. A Câmara de Mação foi distinguida hoje sendo que eu, enquanto presidente, sinto uma gratidão por reconhecerem o trabalho que a Câmara tem desenvolvido e o apoio que tem dado, mas quem também devia homenagear o ITM e todas as pessoas é o município de Mação”. Numa referência ao trabalho realizado por Luiz Oosterbeek - Director Científico do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo - e sua equipa, Vasco Estrela voltou a repetir que “o trabalho desenvolvido tem sido extraordinário” e agradeceu “tudo o que têm feito pelo concelho”. A Câmara Municipal, o ITM e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa celebraram um Protocolo de Colaboração, que visa a regulação

de uma parceria entre as instituições com vista à realização de Estudos e Projectos a desenvolver por estudantes e docentes do Mestrado em Design de Equipamento da Faculdade, enquadráveis no âmbito das actividades de investigação promovidas pelo ITM para a valorização cultural do património e gestão integrada do território no Município de Mação. A Faculdade de Belas-Artes poderá fomentar a produção de conhecimento científico e estudos na área do design e da Cul-

tura Material através de projectos de Curadoria de Design e Museografia em Exposições e outras acções através desta parceria com instituições culturais e/ou responsáveis pela conservação, valorização e disseminação do património e da cultura material nacional. A Câmara Municipal de Mação e o ITM poderão vir a usufruir dos conteúdos estratégicos em matéria de Design que a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa se encontra em condições de produzir.―

Intervenientes no seminário visitaram Barquinha TEXTO&FOTO CIDÁLIA DELGADO

O Seminário não se restringiu ao Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação,

e também foi composto por diversas visitas à região, como Convento de Cristo, Vila Nova da Barquinha (ver foto), Vila Velha de Ródão, Paul do Boquilobo, etc.―

Comitiva visitou Parque Ribeirinho com Carlos Vicente, do CEAC - Centro de Estudos de Arte Contemporânea - como guia


08 SOCIEDADE

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Contributo para a História da Investigação Arqueológica de VNB

IV: As descobertas continuam Júlio Manuel Pereira Investigador de História Local Mestre em Pré-História e Arqueologia

Depois desta interrupção acidental, recordo que vimos no apontamento anterior que o ano de 1990 foi o da realização das primeiras descobertas arqueológicas no concelho e da criação informal do Núcleo de Arqueologia da Barquinha. Ainda nesse ano, em acção de prospecção conjunta, descobrimos, nas proximidades do local onde existiam os chamados Portões Pequenos da Quinta da Cardiga, já na fronteira dos concelhos da Barquinha, Golegã e Entroncamento, uma mancha de dispersão de vestígios Pré-históricos. Aí recolhemos numerosas lascas de sílex e de quartzito, bem como artefactos talhados sobre quatzito (raspadores e bifaces) de tipologia do Paleolítico Inferior, como o exemplar que aqui se reproduz. Também na zona do Telheiro (Atalaia), em acção de prospecção colectiva, tivemos oportunidade de recolher lascas de sílex e seixos talhados em quartzito.

O pequeno raspador em sílex aqui reproduzido, foi por mim recolhido nessa acção de prospecção. Este e outros sítios estão indicados na Carta Galeria Histórico Arqueológica do Concelho de Vila Nova da Barquinha, recentemente publicada, como tendo sido referenciados individualmente por José da Silva Gomes, lapso incompreensível, porquanto os trabalhos publicados nos anos 90 que incorporam os sítios descobertos na Barquinha, referem claramente que foram identificados por “elementos do Núcleo de Arqueologia da Barquinha”, pois era sabido que o trabalho de pesquisa e inventariação de sítios arqueológicos tinha sido resultante de um labor colectivo. Efectivamente, salvo os casos excepcionais que indicarei, foram descobertos em acções colectivas de prospecção em que o amigo Zé Gomes, naturalmente, na grande maioria das vezes, também estava presente. Este reparo em nada diminui o valor do seu trabalho, mas o seu legado é suficientemente

importante para que não seja preciso atribuir-lhe descobertas realizadas por outros ou a exclusividade das mesmas. Na verdade, habitualmente encontrávamo-nos no Sábado à tarde e partíamos para o campo no meu carro e na carrinha Peugeot do Zé Gomes, se éramos muitos; mas, a maioria das vezes, era suficiente a velha viatura daquele, que ele usava quase como se fosse um todo o-terreno. Não resisto a contar um episódio curioso que nos aconteceu. Um dia, andámos por uns caminhos desconhecidos na zona da Praia do Ribatejo e, a certa altura, deparámos com o caminho cortado por um monte de terra. O Zé Gomes não esteve com meias medidas: acelerou e tentou vencer aquele obstáculo, o que conseguiu com muita dificuldade, pois a viatura chegou a estar praticamente assente naquele monte de terra. Estávamos a ver que a carrinha ficava ali. Bom, mas continuámos o nosso caminho e, de repente, com grande surpresa nossa, apercebemo-nos que estávamos no meio do asfalto, na parada do quartel da Escola Prática de Engenharia. Imagine-se a nossa atrapalhação. Voltar atrás era um problema, seguir em frente um problema era. O Zé Gomes, porém, não se atrapalhou e disse: - Não se preocupem. Confiem na minha experiência. A tropa só está preparada para impedir a entrada no quartel. Mantenham-se com um ar natural e já vão ver. E, dizendo isto, apontou a viatura à porta de armas, numa marcha moderada e, para nosso espanto, a sentinela levantou a barreira e nós lá passámos sem problema, fazendo o resto do percurso até à Barquinha rindo às bandeiras despregadas. Este é um pequeno episódio que mostra bem o espírito de “desenrascanço” do nosso amigo Zé Gomes.― Vide: OOSTERBEEK, L. M. (1994) – Echoes from the East: the Western Network. North Ribatejo (Portugal): an insight to unequal and combined development, 7.000-2.000 B.C. [Documento Policopiado]. Londres: University College, Vol. I, 346 p. Dissertação de Doutoramento. CRUZ, A. R. (1997) – Vale do Nabão: do Neolítico à Idade do Bronze. Arkeos, Perspec¬tivas em diálogo. Tomar: CEIPHAR – Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo, Vol. 3

VN BARQUINHA

Celebrações do 25 de Abril TEXTO NA

O município de Vila Nova da Barquinha vai comemorar o 41.º aniversário do dia 25 de Abril com um programa que junta desporto, música e eventos automobilísticos, para além das cerimónias oficiais, durante os dias 25 e 26 de Abril. O programa completo é este: Sábado (25 de Abril) 09h00 - Hastear da Bandeira seguido de concerto pela Banda de Música dos Bombeiros Voluntários Barquinha: Praça da República; 9h30 - Corrida da Liberdade: Parque Ribeirinho; 10h30-11h30 - Spinning Bike: Parque Ribeirinho; 15h30 – Arruada seguida de concerto Musical – Músicas

de intervenção pelo grupo Arregaita: Auditório do Centro Cultural. Domingo (26 de Abril) Perícia Automóvel – Troféu Nacional, Troféu Clássicos e II Troféu do Médio Tejo, Slalom Clube de Portugal; 11h00

- Concentração de Clássicos e Originais; 14h30 - Prova de Perícia Automóvel; 16h00 Actuação do Grupo Coral de Tancos: Auditório do Centro Cultural; 16h30 - Actuação do grupo Barquinha Saudosa: Auditório do Centro Cultural.―

EDUCAÇÃO

Mostra de Ciência e Arte e Feira das Profissões FOTOS RICARDO ALVES

Realizou-se na Escola Ciência Viva de Vila Nova da Barquinha, a 1.ª Mostra de Ciência e Arte, uma organização do Centro Integrado de Educação em Ciências, do Agrupamento de Escolas e do município de Vila Nova da Barquinha. Na Escola Ciência Viva, entre 17 e 20 de Março, houve lugar ao teatro, literatura, olaria, artesanato, ciência entre outras actividades. No Entroncamento, na escola Secundária, realizou-se a Feira das profissões, nos dias 18, 19 e 20 de Março. .―

Interpretações dos alunos do Castelo de Almourol e da esculturas no Parque de VN Barquinha

Teatro (VN Barquinha)

Jovens cientistas (Entroncamento)

Feira das profissões juntou muitos alunos no Entroncamento

Alunos de Barquinha e Entroncamento mostraram o que aprenderam e abriram portas das suas escolas

Renato Vieira deixou crianças concentradas com a olaria


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010 ECONOMIA

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"A agricultura em Portugal não é uma moda, tem presente e tem futuro"

A antiga escola primária da Arrifana (Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes) é desde dia 13 de Março a nova sede da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, passando a designar-se Edifício Engenheiro Luís Bairrão. A ministra da Agri-

INVESTIMENTO

REGIÂO

Parceria entre seis associações leva produtos locais para o Intendente

Representantes das associações, autarquias e do Turismo do Centro posaram para a foto junto ao local da loja

TEXTO Ricardo Alves

Seis Associações de Desenvolvimento Local, em representação de 38 municípios, realizaram uma parceria para a criação de uma Loja no Intendente, em Lisboa, uma das zonas que maior fulgor tem granjeado nos últimos anos na capital portuguesa. A Loja do Intendente – Produtos e Territórios, foi visitada no dia 26 de Março e para além do parceiros das associações (CoraNE – Terra Fria Transmontana, a Terras de Sicó, a Pinhal Maior - Pinhal Interior Sul, a TAGUS – Ribatejo Interior, a ADER-AL – Alto Alentejo e a MONTE–ACE – Alentejo Centro) viajaram, até Lisboa os presidentes das Câmaras de Abrantes, Mação e Sardoal. A loja vai ser inaugurada em Julho mas até lá ainda vai realizar-se um concurso para a concessão do espaço, o qual vai escolher o representante dos territórios rurais na capital. O

cultura e do Mar, Assunção Cristas, esteve na inauguração e elogiou a “resiliência” do sector agrícola português. “A agricultura é uma área de presente e de futuro, temos um trabalho reconhecido cá e lá fora e agradeço o empenho de todos os agricultores e também dos au-

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Muni-

concurso processa-se por ajuste directo por convite e com um aluguer mínimo mensal de 800 euros sendo que os interessados podem contactar a TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, em Abrantes. Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, também acompanhou a comitiva na visita às obras que após estarem concluídas deixarão uma loja agro-alimentar, uma cafetaria, zona expositiva e esplanada. O projecto fica geograficamente integrado com o hostel, a residência de estudantes de Erasmus e o hotel de charme em construção, cooperando com as associações e projectos resultantes do Programa dos Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária do Município de Lisboa.

cipal de Abrantes, afirmou ao NA que a nova loja em Lisboa é uma oportunidade para aproveitar o fluxo turístico na cidade. “A nossa presença em mercados nacionais, de seis associações de desenvolvimento local, de 38 municípios, num local que é uma aposta da autarquia de Lisboa em dinamizar uma zona da cidade no âmbito do turismo reveste-se para nós de especial importância porque hoje chegam a Lisboa milhares de pessoas por dia, vindas de barco ou avião”. A autarca abrantina disse também que esta aposta nos mercados nacionais é "essencial" porque “vai testar a capacidade de mostrar aos turistas, a quem visita Portugal, que há mais para além de Lisboa, que há um território imenso por descobrir cheio de potencialidades, cheio de produtos de qualidade, pronto para receber quem nos queira visitar”.―

Nersant explica apoios para a economia social

Nos dias 7 e 9 de Abril, a NERSANT vai realizar sessões de esclarecimento relativamente aos apoios disponíveis para o terceiro sector. No dia 7 a sessão vai decorrer em Torres Novas, entre as 14h15 e as 17h30, sendo que no dia 9, a mesma terá lugar no Vale de Santarém (Estação Zootécnica Nacional), entre as 10h15 e as 13h00. As sessões iniciam com intervenção do Presidente da União das IPSS’s de Santarém, Eduardo Mourinha, seguindo-se intervenção de Mário Rebelo, Presidente do Secretariado Regional de Santarém da União das Misericórdias Portuguesas e do Director da Segurança Social de Santarém, Tiago Leite. "Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos" (apresentação do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos 2014-2020) é um dos temas a abordar, seguindo-se a apresentação do Programa Operacional Temático Inclusão Social e Emprego. A NERSANT vai ainda dar a conhecer as vantagens da eficiência energética para este tipo de entidades, seguindo-se a apresentação, por parte de Fernando Amaro, do Montepio Geral, dos apoios da banca para a economia social. O encerramento da sessão está ao cargo de António Campos, Presidente da Comissão Executiva da NERSANT.― ADIRN

Site da Festa Templária

A ADIRN – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, apresentou no dia 13 de Março o novo site da Festa Templária (www. festatemplaria.pt), que se realiza de 27 a 31 de Maio em Tomar. No site está toda a informação sobre as actividades a desenvolver antes e durante o evento: Palestras, Feira, Seminários, Animação; inscrições nas actividades; Festival de Cozinha Medieval; aluguer de trajes, entre outros.―

tarcas numa acção conjugada nacional, nos vários níveis de governação”, disse a ministra. A conversão da antiga escola nasce de um protocolo da associação com a Câmara de Abrantes que inclui a cedência das instalações por um período de 35 anos.― NERSANT

Portal para dinamizar a regeneração urbana

Um novo portal foi criado pela Nersant que disponibiliza uma bolsa de concursos a obras de construção nacionais e internacionais e, em particular, para obras de reabilitação urbana. No portal, é possível consultar os avisos de concursos públicos publicados a nível nacional ou nos mais diversos mercados internacionais. As empresas do sector da construção civil que queiram ter acesso gratuito à bolsa de concursos públicos de obras de construção nacionais e internacionais poderão fazê-lo através do portal http:// regenerapolis.nersant. pt, após registo prévio. Os empresários poderão aceder às informações sobre os mecanismos de financiamento disponíveis para estas obras e permitelhes ainda ficar a conhecer iniciativas que surjam, ou mesmo novos diplomas legais.―

O azeite Gallo foi distinguindo, pela segunda vez, com a Medalha de Ouro no concurso internacional de Azeite Virgem Extra de Qualidade Mário Solinas 2015, um dos concursos internacionais do sector mais prestigiado e rigoroso, que distingue anualmente os melhores azeites do mundo. O escolhido foi o Gallo Colheita ao Luar, fruto de um antigo ritual da colheita nocturna, na categoria de Frutado Maduro.


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JÚLIA AMORIM

"Em Constância sente-se um ambiente diferente"

Miguel Borges (PSD) é presidente da Câmara Municipal de Sardoal no seu primeiro mandato à frente do município depoisdedeConstância ter exercidofala sobre A presidente da Câmara como vice-presidente. Casado do seu as Festas defunções N.ª Sra. da Boa Viagem (NSBV), e pai de quatro filhos, o professor doquestões, passado, presente e futuro, e aborda outras mais sociais, como o papel da mulher na sociedade

Júlia Amorim, fotografada num dos jardins adjacentes aos Paços do concelho.

Texto&Fotografia RICARDO ALVES

Depois de uma edição de sucesso em 2014, as festas regressam, que perspectivas para o futuro?

De acordo com cada executivo camarário, pode haver sempre motivo de inovação nas festas, mas há aspectos que não se podem alterar, como a segunda-feira da Boa Viagem. Têm um formato religioso com rituais - missa solene seguida de procissão e a bênção das viaturas e dos barcos - que é para manter. Devemos fazer um grande esforço para continuar com a sensibilização e apelar à participação do maior número possível de embarcações, projectando o concelho e o turismo, com efeitos laterais no desenvolvimento económico. Cada vez há mais dificuldades em ter embarcações pois há custos adicionais para as autarquias e para todos os que vêm em nome individual. A nossa grande aposta tem sido com as autarquias, os concelhos ribeirinhos, é algo que se faz com muito tempo de antecedência, muitos telefonemas, muita persistência. Esse resultado tem vindo a ser alcançado. E na parte, digamos, profana, nas festas do concelho?

Na parte de natureza cultural, desportiva, recreativa e de envolvimento da população, uma das nossas metas é continuar a envolver o mais possível as associações e colectividades do concelho e a população em geral. Tem havido um esforço para dar resposta a todas as associações que querem participar na festa (tasquinhas, quiosques, venda de bolos), com equilíbrio e equidade. Às vezes não é fácil de gerir, pois há interesses diferentes. A ideia de cada um é ganhar o mais possível para investir nas suas actividades. Este ano vamos manter a adesão. E mais, o centro histórico tem cada vez menos pessoas e as que lá vivem têm alguma idade pelo que aquela tradição mais recente de embelezar as ruas tem vindo a decair. Não digo em qualidade mas em quantidade. Este ano fez-se um desafio às associações e vamos ter 20 becos e ruas ornamentados e isso é um trabalho que temos planeado em termos de futuro, uma outra forma de atractividade. Vamos ver como resulta e se o trabalho a que as associações se comprometeram resultará numa imagem mais atractiva. E há uma oferta cultural e desportiva intensa durante os dias de festa…

O nosso objectivo é, por um lado, ter uma época de oferta cultural de que todos possam usufruir gratuita-

mente, tendo em conta as disponibilidades financeiras da autarquia, e creio que há sempre qualidade para todos os públicos. Mas também há a promoção da nossa gastronomia, o peixe do rio e as migas, quer as que se faziam na margem sul – carvoeiras - como as de Montalvo, e por outro lado a promoção do nosso artesanato. Este ano vamos ter os artesãos do concelho integrados na mostra de artesanato nacional. As coisas têm que ir melhorando de uns anos para os outros em termos de avaliação e por isso concluímos que devia haver mais animação na praça. Nas linhas gerais para o futuro é realmente uma aposta de afirmação da Festa de NSBV, não só como interesse religioso mas como forma de afirmação do concelho e uma grande aposta no envolvimento das pessoas e instituições do concelho. O trabalho local está a ser feito, e depois, o que mais pode ser feito?

Nós estamos na zona centro, uma zona muito diversa. Apesar da temática ligada aos percursos da fé ser um dos eixos da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (RTC), creio que ainda não entenderam muito bem que as festas de NSBV, enquanto evento

“A Região Turismo

do Centro ainda não entendeu muito bem que as festas de NSBV têm de ser um marco de interesse turístico relevante e “agarrado” por aquela entidade (...)„ que constitui uma das mais autênticas e representativas manifestações de fé e de cultura popular do nosso país, tem de ser um marco de interesse relevante e “agarrado” por aquela entidade, fazendo parte de um roteiro religioso, no qual Fátima está à cabeça. Mas não podemos descurar a festa de NSBV e a Semana Santa no Sardoal.

Parte da tradição mais simbólica e atractiva das festas está associada aos antigos, à, à religiosidade. Como vê a perda de fiéis, a questão demográfica, o desinteresse dos mais jovens? Põe em causa o futuro dos festejos?

Essa é uma boa pergunta mas tem várias respostas. Uma tem que ver com a afirmação da prática religiosa: há um grande trabalho a desenvolver pela igreja. A pa-

róquia nunca deixou de organizar as cerimónias religiosas. É evidente que a câmara e a junta de freguesia de Constância têm aqui um suporte financeiro e logístico. Em meu entender, o que se coloca aqui tem que ver com o seguinte: as pessoas vêm para ver a procissão e as bênçãos por turismo ou por fé? Penso que é com sentimentos de fé que se faz a procissão e há outros que vêm para assistir. E ainda se consegue ter um terceiro tipo de pessoas, que não têm uma prática religiosa, católica regular, mas que acabam por se sentir tocados por aquele envolvimento. Na questão demográfica, nós já tivemos menos embarcações no rio e eu acho que isto tem de ser um trabalho de cada concelho. É uma incógnita, mas eu tenho esperança! Se os nossos antigos têm morrido mas temos mais barcos a participar nas festas, tenho esperança que tal se irá consolidar. Na apresentação das festas disse que num mundo cada vez mais individualista Constância podia ser um nicho de mercado, em contraciclo, porquê?

Apesar de tudo, entendo que no nosso concelho, neste momento, nos unimos todos em torno da festa. E quem nos visita acaba sempre por se sentir tocado; se for um cidadão atento, apercebe-se do ambiente de boa disposição, em que todos se conhecem. Lembro-me agora da associação Aldeiense, os grupos de jovens, alguns que já não vivem no concelho, e que se juntam um dia para jantar. Nos escuteiros, os próprios pais a trabalhar e as famílias que lá vão… Há um grande número de pessoas que gostam das migas e do peixe frito, mas é frequente ver famílias que tradicionalmente almoçavam em casa no dia de Páscoa e que escolhem uma das tasquinhas que serve borrego. Vive-se um ambiente bastante comunitário que pode ser a quebra de ritmos de vida, a que o concelho também não é imune, mas que acaba por ser uma característica da maioria das pessoas. Podem encontrar aqui um outro ambiente.

Outro dos objectivos é mostrar a vila aos visitantes, por isso e não só alteraram o percurso da tradicional caminhada?

Creio que o percurso da caminhada do ano passado era muito mais atractivo em termos desportivos (à beira do rio e plano). Mas a alteração faz-se com dois objectivos: os atletas da corrida queixavam-se por encontrarem as pessoas que iam na caminhada e nós queremos melhores condições para a prova principal; e por outro lado, passando o percurso da caminhada pelo centro histórico e parte nova da vila, temos perspectivas que as pessoas se identifiquem com o local. Há muitas urbaniza-


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ções que ainda têm lotes para vender e sabemos que os custos agora são mais baixos. Conhecendo o concelho pode haver alguma forma de atrair mais pessoas, não ficando apenas centradas na parte baixa da vila.

Nos concelhos pequenos a cada vez maior responsabilização das autarquias e o menor financiamento pesam ainda mais?

Vivemos momentos em que os concelhos não estão a ser bem tratados, e os autarcas também não. Sejam os grandes ou os pequenos. Um dos aspectos é a própria responsabilização por determinados actos, até em termos administrativos, em que podemos ser levados a tribunal, por exemplo. É algo que que a Associação Nacional dos Municípios devia discutir mais, inclusivamente criar um seguro para os autarcas. O Tribunal de Contas tem sido muito insistente nas suas deliberações e pareceres técnicos sobre os quais os autarcas têm de emitir o despacho. Nós às vezes costumamos dizer a brincar que os autarcas têm de ser técnicos e têm que saber tudo. Não podemos deixar de ter conhecimento para poder despachar nos termos legais, responsabilidades que alguns membros do governo não têm. Têm-se feito algumas inspecções em que se imputam aos eleitos algumas falhas e os responsabilizam, quando, no fundo, nós estamos aqui é para fazer mais trabalho de rua do que de gabinete Já referiu e criticou que a lei das finanças locais não está a ser respeitada?

Continua a não ser cumprida. Os municípios deviam ter mais receitas. Se formos ver o volume das receitas que recebemos do Orçamento de Estado (OE), o nível da receita corrente aumenta mas a receita de capital por via do OE diminui. No seu todo, a coisa não está equilibrada. E podemos somar a isso os instrumentos de natureza legal que nos atrofiam o funcionamento, as questões relacionadas com a necessidade de mais pessoal para responder a novas responsabilidades, não podendo proceder à contratação – não é o nosso caso –, e a questão dos fundos comunitários que se avizinham, com os municípios mais pequenos a não poderem ter a componente nacional para fazer face a algumas oportunidades. Depois, a própria descentralização de competências. A administração central acha que estamos mais próximos dos cidadãos e que podemos fazer um melhor trabalho que eles com menos ou iguais meios, mas nós já estamos a fazer muita coisa que ultrapassa as nossas competências, e sempre sem autonomia, acabando por sermos meros executantes. Há aqui um conjunto de situações que acho que deviam passar pela regionalização, e uma vez que não a há… O que há é centralização do poder, uma que não é séria. Em algum momento quando esteve em Belém, a acompanhar a condecoração ao ex-presidente António Mendes, imaginou passar algumas críticas ao Presidente da República (PR), imaginou-se a quebrar o protocolo?

(risos) Bom, eu sou uma pessoa sincera e vou sê-lo. Foi um momento emotivo e naquela altura não pensei no que o PR tem feito bem ou mal. Estava centrada no que estava a acontecer, na grande estima pessoal que tenho por António Mendes e na honra para o concelho. A Presidência entendeu distinguir alguns autarcas e na altura da cerimónia era nisso que estava centrada e também me centrei no discurso que o PR fez, que foi o um discurso soft. O presidente Mendes, que foi incumbido de fazer um discurso em nome dos autarcas, fez um discurso interessante e conseguiu, apesar de alguma amizade e relacionamento próximo com o agora PR, dizer algumas coisas de forma elegante, afirmando a importância do poder local democrático do 25 de Abril e que o mesmo não está a ser cumprido. Eu não ia com espírito para pensar noutras coisas (risos). Voltando às festas, as associações estão com força no concelho, ao longo do ano e não apenas nesta altura?

Eu sou daquelas pessoas que acha que o movimento associativo é rico. Às vezes temos reuniões com eles e queixam-se que os associados não vão à sede… Por

exemplo, o caso do Estrela Verde, o presidente do clube queixa-se de que não há pessoas na sede e eu com o meu feitio disse-lhe que as pessoas agora já não precisam de ir lá para namorar ou ver televisão, fazem-no em casa. Os tempos mudaram. O Estrela Verde está a trabalhar bem na patinagem, com um grande envolvimento dos pais… No concelho, a análise que eu faço é que o movimento associativo no concelho é extraordinário, conseguimos ter todas as associações com direcção. Houve o caso de Malpique com a porta fechada durante seis anos mas houve um grupo de gente jovem que pegou e já vai na segunda direcção. Só em Malpique há três associações, e com ritmo. Em Montalvo, desde a Associação Humanitária, à Jica, à Banda Filarmónica e à Casa do Povo todas conseguem ter corpos sociais e todas têm uma actividade regular. Portanto, acho que o nosso movimento associativo está de parabéns e fazem um trabalho voluntário excelente e as palavras que tenho para eles é que devem estar orgulhosos do trabalho que fazem e que tentem ao mesmo tempo envolver jovens nas direcções para continuar a haver quem continue o seu trabalho. Tem as Associações bem e tem agora também um sítio para cuidar dessas pessoas que já estiveram nas Associações, o lar de idosos de Santa Margarida, está satisfeita?

Estou satisfeita porque era uma resposta social que faltava não só no concelho mas na região, foi sempre o que eu disse mesmo quando me disseram na altura que não havia necessidade, que eram caprichos de autarcas. Satisfeita por três razões: porque a resposta social existe e não é só para os idosos, é para as famílias que não têm possibilidade de cuidar dos idosos da maneira como eles gostavam e como eles merecem; porque se conseguiu pensar e decidir rapidamente que valia a pena arriscar

“As mulheres só se conseguem impôr pela competência numa empresa ou mesmo nos partidos. O que é que as mulheres podem fazer? Podem dar o exemplo, nem que se esmifrem todas, mas através do seu exemplo podem motivar outras.„

e num mês conseguimos fazer um projecto de arquitectura e a candidatura - conseguiu a misericórdia com o apoio da câmara, naturalmente. Por outro lado, sinto que é um lar familiar, que é o que me toca mais. Vejo que as pessoas estão perto da sua terra, num sítio arejado e com muita luz e vê-se que há ali uma proximidade, todos se conhecem, os que chegam, os familiares, os funcionários. Já entrei noutros lares em que não há uma proximidade tão grande em termos afectivos. A resposta social é suficiente?

Há novos desafios. O facto de haver lista de espera leva-nos a concluir que o Lar da Misericórdia (Constância) necessita de se expandir e há uma forte possibilidade de virmos a resolver dois problemas: um é um edifício que era uma casa senhorial e está degradado e há um grande esforço da misericórdia em adquirir o espaço para aumentar e rentabilizar a capacidade de utentes. Ficamos com dois problemas resolvidos, o aumento na resposta, a sustentabilidade da Santa Casa e mais trabalhadores, e também ficamos com o espaço recuperado. Já está encaminhado, fizemos uma reunião com ambas as partes e tentámos criar pontos de união. Isso é uma boa notícia. E se há dois ou três anos entendia que em Montalvo o que era necessário passava por reforçar o Apoio Domiciliário e ter um centro de convívio para as pessoas, um espaço quentinho e confortável com uma animadora sócio cultural, eu hoje já não descarto a hipótese de avançar com uma candidatura de resposta de lar, tendo em conta a necessidade que se tem verificado. Como vê o papel da mulher na sociedade, as desigualdades que ainda permanecem, e de que forma é que se pode lutar contra isso?

Evoluiu-se muito a nível de legislação produzida após o 25 de Abril; e se for cumprida há aqui um grande avanço. Na prática tem-se evoluído em termos da participação das mulheres para além da vida familiar, mas é evidente que as desigualdades ainda existem. É muito mais difícil uma mulher chegar a um cargo de direcção, de maior protagonismo na política. Nas escolas, por exemplo, há uma maioria de professoras mas as direcções são maioritariamente compostas por homens. Nos salários (trabalho igual, salários diferentes) e mesmo a nível familiar há uma injustiça muito grande que é a falta de partilha das tarefas domésticas, que faz com que a mulher não tenha tanto tempo para si. Ainda há muita coisa por fazer, e não posso deixar de dizer que nesse trabalho, nós temos um peso histórico, como todos os países têm, de educação, do papel da mulher na sociedade e, portanto, estamos arreigados a isso. Acho que há um grande trabalho a fazer na educação e no próprio papel que a mulher ocupa na sociedade, em casa, na educação dos filhos. O facto de as mulheres trabalharem veio dar-lhes mais força porque a base essencial da liberdade tem a ver com a independência económica, e não estar subjugada ao marido para comprar comida ou comprar uns sapatos. É claro que muitas mulheres ao longo destes anos foram trabalhar mas, não vamos escamotear a verdade, foram trabalhar para ajudar a equilibrar o orçamento doméstico, o que dá muito jeito, e os homens nem se importaram muito. As mulheres só se conseguem impor pela competência numa empresa ou mesmo nos partidos. O que é que as mulheres podem fazer? Podem dar o exemplo, nem que se esmifrem todas, mas através do seu exemplo podem motivar outras. A luta pela igualdade deve ser dos homens e das mulheres e se a gente olhar para a Merkel… ela é um protótipo de homem na gestão, e muitas mulheres na gestão comportam-se exactamente como executivos, porque acham que não se conseguem impor por si e acham que têm de se impor formatadas pelo executivo homem. Vou-lhe propor que faça um convite especial às mulheres para virem à festa.

Faço um apelo para que nestes dias das festas do concelho as mulheres do nosso concelho e da região possam vir e ter algum tempo de lazer, usufruindo de tudo aquilo que a nível cultural acontece neste espaço da festa; com o ambiente que aqui se vive, poderão sair revigoradas para a semana de trabalho que se segue.―


016 FESTAS CONSTÂNCIA

ABRIL 2015

NovoAlmourol

PROGRAMA

Um mar de gente no abraço de dois rios Ricardo Alves

Ruas e becos da vila serão adornados com motivos típicos e grandiosos arranjos florais, tornando Constância numa verdadeira musa do Tejo e este ano aumentará em muito o número de ruas floridas, desde a zona histórica até à entrada norte da vila. Calcula-se que mais de um milhão de flores de papel vão ornamentar as ruas, recantos e praça da vila de Constância. A música, o desporto, o artesanato e as cerimónias religiosas animam a vila de 3 a 6 de Abril

3 de Abril

5 de Abril

24h00 – Concerto: Dimpruviso (Palco Pelourinho)

15h00 Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição 15h30 – 21h00 – Animação de rua: Drama e Beiço 16h00 – Tarde de Folclore (Palco Camões) 20h30 – Concerto: The Peakles (Tributo aos Beatles) (Palco Pelourinho) 22h30 – Concerto: Tiago Bettencourt (Palco Camões) 24h00 – Concerto: Ricardo Rebelo (Palco Pelourinho)

Sexta-feira

4 de Abril Sábado

15h00 – Inauguração Oficial das Festas (junto ao Monumento a Camões) 15h30 – Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição. Inauguração da sede do Fórum associativo e de Juventude: Projecto rede Criativa – FAJUDIS (Rua Luís de camões, n.º 9) - Inauguração da exposição “Embarcações do estuário do Tejo: História, Memórias e Vivências” Espólio da Associação Naval Sarilhense (Sala Polivalente Cine-teatro de Constância) 15h30 – 21h00 – Animação de rua: Drama e Beiço 20h30 – Concerto: Miguel Maat (Palco Pelourinho) 22h30 – Concerto: Mundo Segundo (Dealema) + Sam the Kid (Palco Camões) 00h30 – Concerto: Remédiu Santu (Palco Pelourinho)

Domingo

Desporto - Sábado 4 Abril 9h30 – 27.º Grande Prémio da Páscoa de Constância em Atletismo/Edp Distribuição (Avenida das Forças Armadas) 16h00 – Aula de Zumba (Palco Pelourinho)

Programa Religioso

3 de Abril – Sexta Feira Santa, 17h00 Celebração da Paixão do Senhor 4 de Abril Sábado Santo, 21h00 – Vigília Pascal 5 de Abril – Domingo de Páscoa 12h00 Celebração da ressurreição do Senhor 14h30 Anúncio do Pároco da Ressurreição do Senhor com visita da Coroa de Nossa Senhora da Boa Viagem

6 de Abril

Segunda-feira

9h30 – Içar das Bandeiras nos paços do Concelho, com Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Constância e a presença da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro. 10h00 – Cerimónia de Distinção dos funcionários do Município (Salão Nobre do Paços do Concelho) 10h30 – Visita às ruas floridas 13h00 – Chegada das embarcações engalanadas 15h00 - Abertura da Mostra de Artesanato, Mostra de Doces Sabores e Exposição 15h30 Cerimónias Religiosas: Missa Solene na Igreja Matriz; Procissão em Louvor de Nossa Senhora da Boa Viagem; Bênçãos dos barcos nos rios Tejo e Zêzere e das viaturas na praça Alexandre Herculano. 19h30 – Concerto: Toc’&Foge (Palco Pelourinho) 22h00 – Concerto D.A.M.A. (Palco Camões) 24h00 – Espectáculo piromusical


DESPORTO 017

ABRIL 2015

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DANÇA

BTT Foto: Manuel Luís

Furacão Blaya vai atingir Vila Nova da Barquinha Vocalista dos Buraka Som Sistema

TEXTO Ricardo Alves

Trata-se da excêntrica vocalista dos aclamados Buraka Som Sistema mas o que Blaya leva a Vila Nova da Barquinha, no dia 19 de Abril, é um Mega Workshop de “Kudafro e Pack Bundas” que vão pôr à prova a resistência do então recém inaugurado Pavilhão Desportivo Municipal e das cerca de 600 pessoas que a organização espera que marquem presença no evento.

A partir das 10h00, os ritmos africanos vão invadir VNB e os e as participantes vão descobrir movimentos do corpo que certamente não imaginavam possíveis. O evento tem por objectivo angariar alimentos para a Loja Social de Vila Nova da Barquinha, e nesse sentido, juntamente com a inscrição (obrigatória, no Centro Cultural, Escola D. Maria II ou através de formulário online disponível no site e facebook do município) pede-se que os participantes ofereçam alimentos para apoiar as famí-

lias carenciadas do concelho. Blaya será cabeça de cartaz, mas antes do “furacão” atingir o Pavilhão, haverá lugar a um aquecimento com outros convidados. A organização é da Câmara Municipal VN Barquinha, Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha e Centro Municipal de Actividade Física Aquagym com o apoio dos parceiros Loja Social, Hobbyvida e Innova Team (empresa dos alunos da Escola D. Maria II, Viveiro de Empresas).―

HOMENAGEM

Centena e meia de pessoas aplaudiram Manuel Maia TEXTO&Foto Ricardo Alves

Manuel Maia, atleta veterano de Moita do Norte (VN Barquinha) e do CLAC – Clube de Lazer, Aventura e Competição do Entroncamento, foi homenageado com honras de casa cheia no Clube Instrução e Recreio da sua terra (Ex-Tuna) numa organização levada a cabo pela Junta de Freguesia de VNB e com o apoio da Câmara Municipal, Grupo Cicloturismo Barquinhense e Jornal Novo Almourol. No dia 14 de Março, pela manhã, realizou-se o Corta-Mato de homenagem a Manuel Maia, de 74 anos, junto às piscinas de Moita do Norte. À Noite a festa deslocou-se para a Ex-Tuna com cerca de 150 pessoas a aplaudir o atleta veterano. Presentes estiveram o presidente da Câmara Municipal de VNB, Fernando Freire, os vereadores Rui Constantino e Ricardo Honório, bem como Luís Valente, entre outros representantes.

Manuel Maia, ladeado por Fernando Freire e João Machado, entre amigos

João Machado, presidente da Junta de Freguesia de VNB, afirmou que “não podia deixar de homenagear o seu atleta” e enalteceu “o grande contributo para a vitalidade diária desta nossa terra, para uma ideia de movimento” que “é dado pelo Sr. Manuel Maia e por todos quantos percorrem as nossas ruas, estradas e passeios, a correr ou de bicicleta”. Machado reforçou a importância do desporto pois “motiva e une comunidades, esbate desigualdades e gera desenvolvimento. Já Manuel Maia, visivelmente emocionado, abriu o seu discurso agradecendo a todos os

presentes e afirmou que tal lhe dava “ainda mais força, garra e dinâmica para continuar a fazer o que tanto gosto, que é correr… No mínimo durante mais dez anos!”, arrancando gargalhadas. O atleta do CLAC agradeceu ao seu clube, “por todo o apoio prestado” e deixou palavras especiais para Ana Abegão e Mário Abegão, “amiga” e treinador. As mais especiais dirigiu-as á sua esposa, Conceição. Manuel Maia recebeu “prémios” da Junta de Freguesia de VNB e outras colectividades, e Fernando Freire, presidente da autarquia, entregou-lhe em mãos a medalha do concelho.―

"Almourol à Vista", uma das mais belas provas do país No dia 26 de Abril realizase o VIII Almourol à Vista, Passeio/Maratona Btt – Almourol. As inscrições podem ser feitas em www. almourol-a-vista.webnode. pt, terminando o prazo no dia 21 de Abril ou quando se atingir o limite de inscrições validadas. A oitava edição da prova será composta por percursos de 40 kms em Passeio e 60 kms em Maratona. A prova é considerada por muitos como uma das mais belas do país.― Canoagem

Clube Náutico Barquinhense de volta aos pódios No mês de Março deu-se o arranque do calendário nacional de canoagem. O CNB abriu o mês com uma prova de Fundo regional em Amora perto da Baía do Seixal, onde obteve a sua primeira medalha da época. Com 11 atletas ao cuidado do técnico Fábio Passos Leitão o náutico alcançou o seu objectivo, tendo subido na classificação geral para 9º lugar. João Santos foi o melhor classificado com a segunda posição do pódio no escalão de iniciados. No fim-de-semana 14 e 15 de Março o CNB. deslocou-se a Melres no rio Douro para participar no Campeonato Nacional de Fundo e Tripulações com apenas sete atletas o clube ficou em 27.º lugar entre 51 clubes, o destaque vai para a embarcação k4 infantil que ficou em 10º lugar nacional. No dia 21 de Março a deslocação foi para Salvaterra de Magos levando 17 atletas do Barquinhense uma das maiores comitivas. O CNB conquistou 6 medalhas ( 1º lugar k1 iniciado João Santos, 1º lugar K2 infantil Tiago Fernandes/Francisco Santos, 3º K2 infantil Bruno Rodrigues/Diogo Correia e 3º lugar k1 infantil Rodrigo Correia) Na geral o náutico alcançou um 5º lugar. Nesta prova estrearam-se 3 novos atletas (Rita Alarico, Cláudio Agostinho e Ângelo Pedrosa.―

Atletismo

José Canelo Campeão Europeu

José Canelo sagrou-se campeão Europeu dos 3000 e dos 400 metros em Torun (Polónia), cidade que recebeu, de 22 a 28 de Março, o “Campeonato da Europa de Atletismo de Pista Coberta – Masters”. O atleta de 90 anos do CLAC – Clube de Lazer Aventura e Competição do Entroncamento correu os 3000 metros em 18.46.25 minutos e no dia 26 voltou a arrecadar a medalha de ouro com 1.56,85 aos 400 metros. José Canelo ainda iria competir nos 800 e 500 metros, mas o fecho de edição do NA não nos permite trazer os resultados atempadamente.― Natação

Nadadora abrantina convocada para mundial escolar Maria Madalena Silva, nadadora do Clube Náutico de Abrantes e aluna da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, vai estar em Poznan, na Polónia, onde se realiza o Campeonato do Mundo do Desporto Escolar, entre os dias 16 e 21 de Abril. A atleta foi convocada para representar a Selecção nacional Feminina de Natação. Maria Madalena Silva é Vice-Campeã Nacional Absoluta nos 50m bruços.―

No Sábado, 18 de Abril, 14h00, há Danças de salão no novo Pavilhão Municipal de Vila Nova da Barquinha. Vai realizar-se o 1.° Regional 1.° Troféu José Casebre. A competir, no mínimo, 55 pares a nível do Distrito de Santarém.


018 CULTO

ABRIL 2015

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OS PASSOS DE SÍSIFO

As fortificações do Médio Tejo: uma memória para promover a paz Opinião Luiz Oosterbeek O Médio Tejo é um território de grande diversidade ecológica, com abundantes recursos naturais, que funcionou como plataforma de transição entre territórios e de conflitualidade entre interesses estruturados na dicotomia litoral/ interior ou Norte/Sul do Tejo. Essa conflitualidade quase permanente desde a proto-história explica em parte a escassez de vestígios monumentais não militares, mas também a diversidade, alta densidade e complexidade destes últimos, desde os remotos povoados da Fonte Quente (Tomar) e Zimbreira (Mação), até ao actual polígono de Tancos. O campo da chamada “arqueologia do conflito” ou da “violência” (designação mais ampla e que consente a incorporação de outro tipo de tensões sociais e pessoais, nem sempre plenamente explícitas) emergiu da história e, tal como outras temáticas que permearam a arqueologia nas últimas décadas, ainda se não estabili-

zou conceitualmente como um campo específico desta última. A violência é uma atitude comportamental associada a mecanismos de afirmação de poder (ou contrapoder), de escala individual ou colectiva, e que está presente nos primatas em geral e, em particular, entre os humanos. Mas assume, paralelamente, distintas aparências: protecção, defesa, identidade, segurança, coesão, diálogo… A violência começa, de facto, na afirmação identitária, que é sempre um processo de exclusão, segregador, de não-reconhecimento da humanidade (dos direitos iguais) do outro. Mas sendo um processo identitário, ele é sempre plural, dado que cada indivíduo, e cada grupo, se reveste de diversas identidades, não raro contraditórias. Como aferir, em contexto arqueológico, a funcionalidade de determinados artefactos? Como interpretar sinais de descarnação? Como distinguir, em contextos específicos, vestígios de assassinatos de eventuais processos de eutanásia? Um caminho importante na

análise dos contextos arqueológicos tem sido o de compreender a sua complexidade através da valoração da dimensão simbólica do comportamento humano. A reinterpretação, em diversos contextos, de estruturas fortificadas como mecanismos de afirmação de poder e de dissuasão, mais do que como dispositivos militares, é disso um exemplo. Mas em contexto de violência praticada (de batalha, de combate) a distância temporal entre o planeamento e a acção são muito reduzidos, sobretudo quando o comportamento humano se torna sobretudo reactivo (o que é característico da violência em acção). Nestes casos, a compreensão radical do sentido da violência através da arqueologia é prejudicada (pois esta tende a valorizar o tempo longo, as tendências, o sentido geral…). Por exemplo, a arqueologia teria dificuldade em separar, no registo material (que é o que a caracteriza), os partidários de Pieter Botha e os de Frederik de Klerk, na África do Sul, uma distinção que no entanto se revelou crucial para o fim do apartheid. À

"Como aferir, em contexto arqueológico, a funcionalidade de determinados artefactos? Como interpretar sinais de descarnação? Como distinguir, em contextos específicos, vestígios de assassinatos de eventuais processos de eutanásia?“

DOM RAMIRO

arqueologia escapam os detalhes do processo histórico, pois mesmo quando os identifica (uma fogueira acesa numa única noite, o esqueleto de um soldado tombado numa batalha) está quase sempre condenada a interpretar tais vestígios num fluxo global. Mas isso em nada diminui a importância da arqueologia, que aliás por essa mesma razão consegue ser mais rigorosa na compreensão dos macro-processos, e na verdade educa o olhar e a reflexão sobre o que são os vestígios de natureza militar que nos cercam, e que muitas vezes olhamos com a condescendência de os considerar mero “património”. As fortificações e vestígios de violência do passado testemunham tempos e dinâmicas que a arqueologia ajuda a conhecer nos detalhes técnicos, e essa é a melhor forma de promover uma didática para a paz. É por isso essencial rejeitar ao mesmo tempo o relativismo cultural, que nega a história, e a ilusão patrimonialista, quando esta simplifica as interpretações do passado.―

O caótico mundo do sim Senhor Opinião CARLOS VICENTE A felicidade existia. As coisas eram como eram. Hoje são como são… parece daquelas verdades que simplesmente o são, sem mais nem menos. Assim, sem pôr nem tirar, fazendo de conta que é. Se assim não for, podemos sempre deitar as culpas para trás das costas, dar o dito por não dito, tendo o cujo, dito algo que na realidade não quis dizer, mas foi dito e ouvido por todos os outros, os tais, os que na realidade o ouviram, não ouvindo nada. Não querendo contradizer alguma coisa, tem que contar de novo, pois nada foi ouvido, pois, nada fora dito. Ele bem o tinha dito, que nada fora

dito. Nisso, estava cheio de razão Sim Senhor e um Senhor, não diz coisas ditas por outros. Um Senhor diz coisas ditas (logo ditas por outros) da boca para fora, logo são ditas por outros… o que é sempre de desconfiar, (quando são ditas por outros) pois, podem não corresponder à verdade dita pelo próprio. Bom. O importante é tomar-se uma decisão, que é sempre importante, porque é uma decisão que é sempre importante, por ser decisão importante. E assim, decisão tomada, mas logo repudiada Sim Senhor, pelos outros Senhores que com ela não concordaram nem discordaram… ficou assim a decisão tomada, adiada por mais umas considerações tomadas, não fosse o diabo tecê-las e o diabo tece-las

sempre em seu proveito, Sim Senhor, ficando então tomada a decisão, desta vez decidida pela anterior decisão do diabo, que fugindo da cruz a sete pés. Não teria autoridade nenhuma para impôr decisão da qual tinha fugido… fosse ou não o próprio diabo, pois a dúvida fica sempre… diabo que foge, ou não é diabo nenhum ou é um diabo que foge… Sim Senhor. Mas um diabo que foge (!!!) não é diabo nenhum, o diabo não foge.

Pois! E, se as coisas são como são, são assim mesmo. Iguais a elas próprias Sim Senhor. A felicidade existia. Sim Senhor. Agora já não existe! Sim Senhor… e vivemos assim, no caótico mundo do Sim Senhor… sem felicidade, pois, não existe no mundo do Sim Senhor. No mundo do Sim Senhor, só existe felicidade para o Senhor, Sim Senhor. Fico então, à espera da felicidade caótica do mundo do Sim Senhor? Sim. Fico então à espera da caótica felicidade do SIM SENHOR… e da cadeira? - De quem?!! Do SIM SENHOR?

(de acordo com o desacordo ortográf ico… Sim Senhor).―


CULTURA 019

ABRIL 2015

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Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo Sophia de Mello Breyner, Poema "25 de Abril" HIPISMO

Rota do Tejo 2015

Com duas poules já realizadas da Rota do Tejo 2015, prova amadora de saltos de obstáculos, na Golegã e na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (Mouriscas), segue-se agora a poule de Constância, no dia 25 de Abril no Centro Hípico de Santa Bárbara. No dia 9 de Maio a Rota do Tejo dirige-se para Vila Nova da Barquinha, para o Centro Hípico Margens do Tejo, finalizando no dia 23 de Maio no Centro Equestre de Abrantes, em Rossio Ao Sul do Tejo.―

ENTRONCAMENTO

Feira de Abril regressa à cidade Após quase uma década de interregno, a Câmara Municipal do Entroncamento vai retomar, a tradicional Feira de Abril, uma feira de diversões e de entretenimento, que fez parte da história da cidade durante largos anos. O regresso da Feira de Abril ao Entroncamento pretende, segundo o município, retomar esta tradição, proporcionando momentos de divertimento e de lazer a toda a população. A feira de Abril é composta por diversos equipamentos de diversão e pela tradicional secção alimentar, e vai realizar-se de 17 a 26 de Abril, no Recinto Multiusos. De Domingo a Quinta: 14-24h00; Sextas-Feiras: 14-1h00; Sábados: 10h-1h00.―

A Freguesia de Praia do Ribatejo, VN Barquinha, esteve representada na XVI Gymnaestrada Internacional, em Cáceres - Espanha (Extremadura 2015, Por La Luz), pelo Grupo de Dança L-Kteens do Centro Cultural e Desportivo Limeirense. Este Festival de Ginástica tem como objectivos principais o fomento e difusão das actividades colectivas, apoiar o trabalho em grupo e de solidariedade, exibir coreografias apenas pelo prazer de as mostrar sem nenhum interesse competitivo, facilitar o intercâmbio sociocultural entre diferentes países e regiões. Rita Faustino, Inês Coelho, Carina Machado, Micaela Grácio, Daniela Henriques, Rita António e Beatriz Faustino foram as participantes.―

Apresentação do livro "Ao Ritmo do Guia"

O livro foi escrito por três militares que frequentaram o curso de pára-quedismo em 1985

Foi lançado no dia 15 de Março de 2015, na Escola de Tropas Pára-quedistas (ETP), em Tancos, o livro “Ao ritmo do Guia”, expressão bem conhecida de todos os que frequentaram o curso de páraquedismo militar português, desde os anos 50 até hoje. Da autoria dos Alferes de Infantaria do Exército Português, Anacleto Santos, Cardoso Perestrelo e Santos Correia, a obra foi apresentada no

auditório Coronel Pára-quedista Alcinio Ribeiro da ETP, em Tancos. O trabalho é o resultado de um diário escrito em 1985, no decurso do 123.º curso de páraquedismo, pelos três jovens militares que o frequentaram, e que agora o transformaram em livro, enriquecendo-o com um enorme lote de fotografias alusivas às diferentes fases dos cursos de pára-quedismo. A iniciativa transformouse num verdadeiro encontro de “boinas verdes” de várias gerações e postos, do soldado do

41. A memória do Território e sua importância estratégica: o papel dos Museus.

PRAIA DO RIBATEJO

Gymnaestrada de Cáceres

VN BARQUINHA

Texto NA FOTOS SERRANO ROSA

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

Curso de Espanha em 1955 ao General Chefe do EstadoMaior do Exército em 2015, também ele pára-quedista, contando com a presença de inúmeros convidados militares e civis, entre os quais o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire. As receitas da venda do livro (15€) revertem inteiramente para o Pára-Clube Nacional os Boinas Verdes, sedeado na Rua Pedro Alvares Cabral, em Vila Nova da Barquinha, telefone 249711449, fax 24.―

Luís Mota Figueira Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

Os museus fazem parte do conjunto de organizações-instrumentos de desenvolvimento de base territorial, agora, designada de base comunitária. O que parece ser comum é que os museus são criações culturais representando realidades naturais (quando nos lembramos dos ecomuseus, por exemplo) e realidades culturais, materiais e imateriais, expressas nas tipologias museológicas adequadas a coleções predominantes em artesanato, em arte, etc., em suma, representando a obra humana e a sua diversificada capacidade de se manifestar. Os territórios e as suas gentes elegem os museus também como lugares distintivos e que representam (e apresentam para os outros territórios e suas gentes) o que se convencionou designar por identidade. Independentemente do que possamos dissertar sobre esta problemática museológica há, como a prática cultural nacional demonstra, essencialmente dois tipos de museus: os museus de chave na mão, caraterizados pelo facto de disporem de orçamentos e projetos museológicos inseridos nas correntes mais modernas da museologia e museografia internacionais. Alguns apresentam grande dificuldade em se imporem. Contudo, e nesta primeira tipologia outros trabalham o conceito de museu merecendo crescentes atenções e mostrando-se capazes de atrair públicos através de uma programação planeada com base na perceção da Procura. Nesta mesma tipologia existem os museus que, embora com condições físicas e matérias de excelência (por vezes com coleções realmente singulares no panorama museal) não conseguem, todavia, atrair públicos. Nessa circunstância, vão vivendo das oportunidades de financiamento ou de programas de investimento, por vezes aleatórios. Na segunda tipologia poderemos incluir os museus de construção gradual, geralmente de iniciativa local (tanto pública quanto privada) que podem ser lidos como manifestos culturais, por vezes espontâneos que, expressando o território e suas gentes, possuem uma programação orientada às necessi-

dades das pessoas (residentes e visitantes). Alguns desses museus criam linhas de orientação científica, por vezes de grande mérito, disputando com os restantes espaços musealizados, a notoriedade territorial na sua classe. No nosso tempo, parece haver a necessidade de os museus intensificarem a inclusão social que prestam, exercitando em novas configurações, o dever de memória que a todos nos implica. Há uma corrente de programação museológica e de organização ocupacional que se pode classificar como museoterapia. Neste conceito cabem as estratégias de captação e de criação de públicos, bem como uma outra forma de olhar o visitante do museu: a ideia de co-criação da experiência museológica, el-

"Há uma corrente de programação museológica e de organização ocupacional que se pode classificar como museoterapia" evando o seu direito inalienável à participação cultural. Com essa linha de atuação, praticase a objetiva produção cultural participativa, desenvolvida em prol de cada região não apenas com a memória presente mas acionando a memória futura. Nesta memória futura caberá dar espaço às novas gerações que hão-de continuar a desenvolver o culto da identidade e da espessura histórica a ela associada, bem como a promover a criatividade contemporânea que o museu também deverá saber acolher e desenvolver. A propósito, o Museu Nacional dos Coches vai reabrir dia 23 de maio de 2015 aquando da celebração dos 110 anos de existência. . Tomar, 24 de março de 2015―


020 CULTURA VN BARQUINHA

Festas da Barquinha com Miguel Araújo, Kumpania Algazarra e Virgem Suta

ABRIL2015

NovoAlmourol CEM SOLDOS

Mais música para o Bons Sons

ABRANTES

Sérgio Godinho em liberdade por Abrantes

Carlão no Bons Sons

Miguel Araújo

As festas concelhias de Vila Nova da Barquinha vão contar com nomes de primeira linha no panorama nacional. Em Junho chegam à vila Miguel Araújo (dia 9), músico que já actuou nas festas com a banda Azeitonas), Kumpania Algazarra (dia 10), que promete pôr o Parque Ribeirinho em alvoroço com a sua qualidade e energia, e Virgem Suta (dia 14) que este ano serão os acompanhantes da pirotecnia, num espectáculo com sincronia. Esta sincronia é habitualmente realizada com a Orquestra Ligeira do Exército, a mesma que vai actuar no dia 13 de Junho. Os Kumpania Algazarra, que actuam dia 10 de Junho, vão realizar espectáculo de rua durante a tarde e à noite no palco.― ENTRONCAMENTO

O "Chaos" do mágico Luís de Matos

Inserido na Programação das Comemorações do 41º Aniversário do 25 de Abril, a Câmara Municipal do Entroncamento vai promover no dia 25 de Abril, Sábado, um espectáculo apresentado pelo mágico Luís de Matos. Em “Luís de Matos CHAOS” os mais estranhos elementos interagem de forma mágica e surpreendente. Os 90 minutos de espectáculo são uma combinação única da imaginação colectiva de todos os que participam. Os bilhetes têm o valor de 7,50€ e podem ser adquiridos a partir do próximo dia 30 de março, segunda-feira, nos seguintes locais: Posto de Turismo, Recepção das Piscinas Municipais e nos Serviços de Águas da Câmara Municipal. O evento terá início às 21h30m, no Pavilhão Desportivo Municipal.―

Há mais adições ao cartaz do Festival Bons Sons que se realiza em Cem Soldo0s, Tomar, entre os dias 13 e 16 de Agosto. A Tó Trips, Retimbrar, Nice Weather For Ducks e Trêsporcento juntam-se Oco, Benjamin (ex-Walter Benjamin), Salto, Eduardo Raon, Carlão, Duquesa, Long Way To Alaska, Éme, Xaral Dixie, João Berhan, Criatura e Timespine. A organização (SCOCS – Sport Clube Operário Cem Soldos) anunciou também a criação de um concurso destinado a arquitectos e designers, sob a designação Concurso Internacional de Ideias, em parceria com a plataforma IdeasForward. O objectivo é criar, na aldeia de Cem Soldos, um espaço de descanso e convívio durante o festival. O concurso iniciou-se no dia 17 de Março e decorre até dia 8 de Maio. Os passes para o festival encontram-se à venda nos locais habituais, estando, em número limitado, ao preço de 25 euros até final de Abril. Até Junho passarão para 30 euros e em Agosto sobem para 35 euros.― SARDOAL

Exposições Semana Santa

Três exposições estão patentes ao público durante a Semana Santa de Sardoal. Em destaque vai estar uma exposição no espaço “Cá da Terra” alusiva aos tapetes de flores, que nesta quadra, cobrem o chão das capelas do Sardoal, com trabalhos elaborados pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Sardoal. O átrio da Casa Grande vai acolher até 5 de Abril, uma instalação denominada “PISCIS”, da autoria dos alunos do Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Produção Artística para a Conservação e Restauro uma homenagem à tradição secular da decoração do chão das capelas e igrejas. A mostra de obras do artista Nadir Afonso está patente até dia 26 de Abril no Centro Cultural Gil Vicente―

Sérgio Godinho vai cantar liberdade em Abrantes

TEXTO NA FOTO RIcardo Alves

“Liberdade” é de todas as palavras e conceitos que uso na minha vida, e por arrasto nas canções, a que mais acarinho e que mais defendo, aquela que dá ao norte a sua bússola. A frase é de Sérgio Godinho e dirige o público para o que poderá assistir em “Liberdade” – espectáculo que se vai realizar em Abrantes, no Cine-Teatro São Pedro, dia17 de Abril, pelas 21h30. A partir de uma canção composta em 1974 e publicada nesse mesmo ano no álbum “À Queima-roupa”, o “escritor de canções” revê, através do seu

repertório, a vivência do Portugal democrático. Estreado em Abril de 2014 em três memoráveis noites no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, tem percorrido o país provocando grande do entusiasmo junto de todos quantos a ele têm assistido, motivando inclusive, a publicação de um disco ao vivo no final do ano com o mesmo título – “Liberdade”. Por entre releituras e reproduções, Sérgio Godinho aborda a quase totalidade da sua vasta discografia tendo como ponto de partida a liberdade em sentido lato ou, se quisermos, as diversas liberdades, em sentido particular – “Já Joguei Ao Boxe”, “Fotos do Fogo”,

“Maçã Com Bicho”, “Que Força É Essa” ou “O Acesso Bloqueado” são, entre outras, canções presentes – mas há ainda espaço para a novidade, para os inéditos, e “Tem O Seu Preço” sobe ao palco; ou ainda para a descoberta de “Na Rua António Maria”, tema de Zeca Afonso nunca antes publicado e que Sérgio Godinho traz a “Liberdade”, literalmente, de memória. Desde a música empenhada, bandeira de causas e consciência social, ao diário íntimo e plural, uma visão de nós próprios a partir do trabalho de um dos mais importantes criadores de imaginário das últimas quatro décadas.―

VN BARQUINHA

Conversas Arte & Imagem 2015 TEXTO NA

O Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha vai acolher, pelo segundo ano consecutivo, no próximo dia 11 de Abril, alguns dos mais prestigiados nomes ligados à arte contemporânea em Portugal. Gabriela Vaz Pinheiro (responsável pelo programa para as Artes e Arquitectura da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012), João Pinharanda (programador cultural da Fundação EDP e curador da exposição perma-

nente do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha) e Ângela Ferreira, artista autora de “Indépendance Cha Cha”, considerada pelos leitores do jornal “Público” a melhor exposição de arte contemporânea de 2014, são alguns dos participantes na segunda edição das ”Conversas Arte & Imagem 2015”. Esta iniciativa promovida no âmbito das actividades do Centro de Estudos de Arte Contemporânea de Vila Nova da Barquinha, projecto conjunto do Município, Ins-

tituto Politécnico de Tomar e Fundação EDP, no contexto do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, tem entrada livre. Programa: 15h00 - Gabriela

Vaz Pinheiro; 15h45 - Carla Filipe; 16h30 - Ângela Ferreira e Jürgen Bock, conversa em torno do projecto "Indépendance Cha Cha", moderação de João Pinharanda; 17h30 visita à exposição e lançamento do catálogo da exposição "Indépendance Cha Cha"apresentação das Residências Artísticas do CEAC.―


CULTURA 021

ABRIL 2015

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Crónica Musical

TORRES NOVAS

Experiências Teatro Virgínia apresentou programação com autoridades de Abril a Julho Humberto Felício Músico e Produtor

Gisela João (foto), Vítor Roriz e Albano Jerónimo são os destaques do Teatro Virgínia

TEXTO ANDRé lopes

A programação do Teatro Virgínia para os próximos meses de Abril a Julho foi apresentada no passado dia 23 de Março, pelo director artístico Rui Sena. Acompanhado pelo presidente da câmara municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, pelo vice-presidente, Luís Silva e pela vereadora da cultura, Elvira Sequeira, o director salientou a importante continuidade da presença de projectos locais, sublinhando que deverá haver poucos teatros no país que tenham na sua programação uma presença tão forte de artistas locais. A programação da sala de espetáculos de Torres Novas traz consigo grandes referenciais da criação nacional. Gisela João, voz do fado que num ápice se tornou numa estrela maior, chega a Torres Novas já no dia 11 de Abril. Também em Abril, dia 18, a dança contemporânea de Sofia Dias e Vítor Roriz volta ao Teatro Virgínia com o espectáculo “Satélites”. O 25 de Abril é celebrado com um concerto de música em homenagem a José Carlos Ary dos Santos, pelo cantor e actor Joaquim Lourenço. A 2 de Maio, Manuela Azevedo regressa ao Teatro

Dia 2 de Maio, Manuela Azevedo regressa ao Teatro Virgínia, desta vez acompanhada por Bruno Nogueira, para ambos apresentarem o concerto “Deixem o Pimba em Paz”

Virgínia, desta vez acompanhada por Bruno Nogueira, para ambos apresentarem o concerto “Deixem o Pimba em Paz”, que pretende dar uma nova roupagem a canções do “universo pimba”. A música clássica ocupará o Virgínia com o concerto de Coral Sinfónico de Portugal, a 10 de Maio, e o concerto de aniversário do Choral Phydellius acontecerá a 17 do mesmo mês. A Feira Medieval decorre este ano entre os dias 4 e 7

de Junho sob o mote “A Carta

do Povoador”. A 20 de Julho o teatro toma de assalto o palco do Virgínia com o espetáculo “Pocilga”, da autoria de um dos nomes maiores do teatro europeu, Pier Paolo Pasolini, encenado por John Romão e com interpretações de Albano Jerónimo, Ana Bustorff, João Lagarto, entre tantos outros actores de renome. Para fechar a temporada, a 1 de Julho, o Semper Phydellius apresenta em concerto uma síntese de talentos de alunos do Conservatório de Música do Coral Phydellius. O Lab Criativo irá funcionar durante os quatro meses de programação do teatro. A 23 e 24 de Abril, o Grupo de Teatro Juvenil do Virgínia apresenta “Só Há Uma Vida e Nela Quero Ter Tempo Para Construir-me e Destruir-me”, inserido no projeto PANOS dinamizado pela Culturgest, seguindo-se, nos dias 28, 29 e 30 de Abril, “Uma Carta Sobre a Dança”, dirigido por Marta Tomé, comemorando o Dia Mundial da Dança. Como já vem sendo habitual, na compra da assinatura de temporada, que vai de um a cinco espetáculos, pode beneficiar de descontos entre os 20 e os 50%. Os bilhetes estão à venda na bilheteria do Teatro Virgínia ou na bilheteira online.―

Considero a observação de aves uma actividade muito estimulante e profundamente inspiradora. Portugal é um dos melhores destinos da Europa em muitas coisas e na observação de aves o nosso país é privilegiado por ser o único território europeu onde podemos avistar uma águia imperial ou uma pega-azul. Sinto-me sempre abençoado por partilhar o mesmo território destas aves. Porém, nem no universo das aves existem mundos perfeitos e cada vez mais se percebe que não é preciso vir alguém para nos atacar, engatar ou enganar, tratamos disso sozinhos. Perante o mundo das aves podemos observar semelhanças incríveis quando comparadas com o nosso mundo e os vários submundos que representamos, sobretudo os submundos das diferentes autoridades e o que resta da sua influência nas nossas vidas. Existem muitos tipos de aves, eu gosto especialmente das grandes aves selvagens. Podemos vê-las a flutuar sobre as águas, a voar alto no céu ou simplesmente sentadas em galhos de árvores. Para identificarmos bem estas aves temos que ser muito exigentes com toda a análise, principalmente com o comportamento, o tamanho e a coloração. O bico da ave ou projeto de lei, o guindaste sandhill tem um bico fino estreito, as águias e os abutres têm um bico curvo com uma ponta afiada, etc… as pernas e pés das aves, entre muitas outras características interessantíssimas como a ímpar vocalização das aves. Esta está entre as manifestações da natureza que mais fascinam o ser humano. Não raro vemos no cancioneiro popular a men-

ção sobre o canto das aves antropomorfizados em beleza, saudade e tristeza. Muito além do encantamento que causa ao ser humano, a vocalização tem para as aves o mesmo papel que para nós tem a fala, sendo veículo de interação social, alerta e cortejo. Aprender sobre esse comportamento das aves torna-se fundamental para quem busca identificar de forma mais precisa os indivíduos que observa, além de aumentar muito o fascínio que sobre nós elas exercem.

“Existem muitos tipos de aves, eu gosto especialmente das grandes aves selvagens. Podemos vêlas a flutuar sobre as águas, a voar alto no céu ou simplesmente sentadas em galhos de árvores“ Toda a vocalização continua a surpreender-me e a proporcionar-me novas e estimulantes experiências. Um dia destes gritei bem alto às autoridades, não injuriei, muitos menos agredi mas vocalizei a minha indignação como uma ave qualquer. Esta manifestação voluntária proporcionou-me novas observações. Descobri que a pega azul tem andado a afrontar a águia imperial.―


022 GASTRONOMIA

Restaurantes e vinhos da região com honras de ouro O Convento de S. Francisco, em Santarém, recebeu no dia 7 de Março a Gala de Vinhos do Tejo que deu a conhecer a excelência da vitivinicultura e enologia da região do Tejo assim como da gastronomia portuguesa. Foram também entregues os prémios do VI Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo, com avaliação a 124 vinhos de 31 produtores, e distinção de 49 com as medalhas de “Excelência”, “Ouro” e Prata”. O Melhor Rosé de 2014 foi entregue ao “Casal da Coelheira”, do produtor Casal da Coelheira, de Tramagal (Abrantes). O Casal da Coelheira arrecadou ainda uma Medalha de Ouro com o vinho Casal da Coelheira Reserva Tinto 2012, e uma medalha de Prata com o seu vinho Casal da Coelheira Tinto 2012. Para o Sardoal foram mais duas distinções: Medalha de Ouro para a Quinta do Vale do Armo com o vi-

NovoAlmourol Crónica de Enologia

REGIÃO

TEXTO Ricardo alves

ABRIL 2015

nho Vila Jardim Escolha Special Selection Tinto 2011 e outra Medalha de Ouro para Vale do Armo Reserva Tinto 2011. Durante o evento foram igualmente premiados os melhores restaurantes do Concurso Tejo Gourmet lançado pela primeira vez a nível nacional. Na categoria “Melhor Restaurante Gourmet” venceu o “Segredos de Vale Manso” (Abrantes), ao restaurante “A Lúria” (S. Pedro Tomar) a sua carta de vinhos valeu-lhe o troféu “Melhor Carta de Vinhos do Tejo” e ao restaurante “Almourol” (Tancos, VN Barquinha), o troféu de “Melhor Promoção”. A Gala organizada pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo com o apoio da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo pretendeu elevar e promover a marca Vinhos do Tejo, estimular a produção de vinhos de qualidade e dar a conhecer os grandes protagonistas de 2014 quer na área vinícola quer na área gastronómica.―

Restaurante Almourol premiado

Publicidade - 249 711 209 / 926 344 946 novoalmourol@gmail.com

A Páscoa e a simbiose da gastronomia com um vinho do Tejo Eng. Teresa Nicolau Enóloga

Reserva Tinto 2012 Quinta do Côro Sociedade Agro-Alimentar da Mascata,LDA www.quintadocoro.com Castas: Syrah, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet Prémios: Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2014; Medalha de Ouro no Concurso vinhos engarrafados do Tejo 2014

A Quaresma simboliza um longo período de privações, que impõe o jejum, com a Páscoa, retoma-se a mesa. Tradicionalmente ao cordeiro, pão e vinho tradicionais, juntam-se atualmente as amên-

doas, o coelho, o folar, os ovos de chocolate coexistindo com as ervas amargas (endívias e chicória conservadas em vinagre), o pão ázimo, o vinho, as frutas (que incluem as amêndoas) e o cordeiro ritual da tradição hebraica. No entanto, o nosso país simboliza a época de forma diferente. No norte, o folar encontra-se entre os principais alimentos rituais da Páscoa. Come-se o folar doce e o folar gordo. Em Vila do Conde e na Maia, o folar doce, denomina-se pão-doce ou mesmo broinhas. Estas fazem-se com erva-doce, ovos, leite, farinha, manteiga, açúcar, erva-doce ou funcho, sal e polvilhadas com farinha branca. Diverso na feitura e também na apresentação, o folar, em Oliveira de Azeméis, assume a forma de uma galinha deitada sobre uma noz, ou de duas, bico com bico, cobrindo dois figos passados. Em Trás-os-Montes, terra dura e áspera o folar doce é raro, dando lugar a um outro, gordo, de carne. Trata-se de uma bola feita de farinha, fermento, ovos, leite, azeite ou manteiga, carne de porco, entre outras carnes. No Minho e no Gran-

de Porto, o pão-de-ló substitui o folar e o costume pascal inclui comer carne de bovino e frango, assado na assadeira grande, de barro vidrado de Barcelos, vindo depois, à sobremesa, o pão-de-ló de Margaride e as amêndoas. Esta é um dos principais suportes económicos da região sul-transmontana e alto duriens No centro do país, surge o folar comum a quase toda a região. Faz-se um bolo de massa seca, doce, e ligada, à base de farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha ou pingue, açúcar e fermento, e condimentado com canela e erva-doce. É depois encimado, conforme o seu tamanho, por um ou vários ovos cozidos inteiros e em certos lugares tingidos. Na região centro surgem os denominados Bolos da Páscoa. Na Covilhã ganham o nome de empenadinhas da Páscoa. Noutras regiões encontram-se as broinhas e os bolos de azeite. Na Beira Litoral, a carne está presente na chanfana ou no leitão assado, naturalmente aproveitado para festejar a época. Mais a sul, próximo a Elvas, os folares apresentam formas de animais, representando

borregos, lagartos, pintainhos, pombos. No Alto Alentejo, já próximo das beiras, em Castelo de Vide, o folar assume a forma de um duplo coração recamado de ovos e decorado com motivos feitos da mesma massa. Um grande lagarto, com coleira de seda encarnada e lacinho igual na cauda. Nas carnes, por todo o país o cordeiro aparece tipicamente associado a Páscoa. Assim e para disfrutar desta Páscoa da melhor forma, nesta edição falamos de um vinho da Região do Tejo. Trata-se de “Quinta do Côro”Reserva, Vinho Regional Tejo 2012. Oriundo das castas Touriga-Nacional, Syrah, Petit Verdot e Alicante Bouschet nasceu este vinho de cor rubi. No aroma destacam-se as frutas bem amadurecidas ao sol de um verão seco, enaltecendo um toque de mentolado e chocolate negro. Na boca a fruta encontra-se bem presente envolta de taninos redondos fruto de um estágio em madeira bem conseguido confluindo-se num final longo e persistente. Um vinho que sem dúvida convido todos os leitores a desfrutar nesta Páscoa.―


NADA PARA FAZER 023

ABRIL 2015

novoalmourol.wordpress.com

André Lopes

Abril M ús ica

t e atr o/ da nç a

s ab e r

C I NE M A

27º Grande Prémio da Páscoa em Atletismo 4 de Abril Constância 9h30 -

patrim ó n i o

e t n o grafia

Semana Santa, Sardoal

ar livr e

“Fantasia Romântica”, concerto de Piano com Isabel Dombriz & Pedro Mariné 5 de Abril

Centro Cultural Gil Vicente, Sardoal 16h -

8º Festival Gastronómico de lagostim de rio Até 26 de abril

Restaurantes aderentes do concelho de Ferreira do Zêzere -

Festas do Concelho de Constância/ Nossa Senhora da Boa Viagem 4 a 6 de Abril Constância -

Semana Académica e da Juventude música e desporto

L I T E RAT U RA

e xpo s i ç ão

“Relevo Particular”, gravura de Joana Geraldes “Indépendance Cha Cha” de Ângela Ferreira

Festival da Lampreia

Galeria Municipal do Entroncamento -

Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha -

“Tertúlia dos 40”, com Carlos Daniel, Filipe Fonseca e João Ricardo Pateiro Cineteatro São Pedro, Abrantes 21h30 – 10€ -

Sérgio Godinho apresenta o espetáculo “Liberdade” 17 de Abril

Cineteatro São Pedro, Abrantes 21h30 – 10€ -

“Nadir Afonso”, pintura de Nadir Afonso

Centro Cultural Gil Vicente, Sardoal 21h30 – 5€ -

Galeria do Centro Cultural Gil Vicente Sardoal -

Até 26 de Abril

Workshop de dança com Blaya (vocalista dos Buraka Som Sistema) Pavilhão Desportivo Municipal de Vila Nova da Barquinha 11h -

De Tomar e dos Conventos Doçaria tomarense Até 30 de Abril

Pastelarias aderentes de Tomar -

17 de Abril

Gisela João 11 de Abril

“A Mosqueta” de Ruzante, pelo GETAS

19 de Abril

Parque de São Lourenço, Abrantes 9h -

Recinto Multiusos do Entroncamento -

Teatro Virgínia, Torres Novas, 21h30 – 15€ -

2 a 4 de Abril

2ª Meia Maratona BTT

19 de Abril

Feira de Abril

Até 19 de Abril

Restaurantes aderentes do concelho de Mação -

Até 16 de Abril

Até 24 de Maio

10 de Abril

Mação - Cineteatro, Centro Cultural e Pavilhão Desportivo -

4 de Abril

gastr o n o mia

3, 4, e 5 de Abril Maravilhosas capelas enfeitadas, a religiosidade e o profano (música, bares, animação) em perfeita sintonia. 22 de Março – Passos do Senhor, 29 de Março - Ramos, 2 de Abril - Senhora da Misericórdia, 3 de Abril - Enterro do Senhor, 5 de Abril - Ressureição

Hora do Conto Infantil “O Jardim do Barco” 11 de Abril

Biblioteca Municipal da Praia do Ribatejo, às 14h -

“Urban Heart”, pintura de Joana Arez “Satélites”, de Sofia Dias & Vítor Roriz 18 de Abril

Teatro Virgínia, Torres Novas 21h30 – 7,50€ -

Até 8 de Maio

quARTel Galeria Municipal de Arte de Abrantes -

“Ary, o poeta das canções”, tributo a José Ary dos Santos 25 de Abril

Teatro Virgínia, Torres Novas 21h30 – 7,50€ -

16º Grande Prémio de Atletismo 25 de Abril

Cidade Desportiva de Abrantes, 10h -

Luis de Matos “Chaos” 25 de Abril

Entroncamento -

VII Almourol à Vista BTT 26 de Abril

VN Barquinha -

“Deixem o pimba em paz” Bruno Nogueira e Manuela Azevedo 2 de Maio

Teatro Virgínia, Torres Novas 21h30 – 15€ -


024 POR AGORA É TUDO

ABRIL 2014

Novo

­Almourol

Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Director Luiz Oosterbeek Editor Ricardo Alves Sub-Directora Cidália Delgado Chefe de Redacção André Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião António Luís Roldão, Alves Jana, Augusto Mateus, António Carraço, Teresa Nicolau,

João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves Paginação Ricardo Alves Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - novoalmourol@gmail.com Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email ciaar.vnbarquinha@gmail.com / novoalmourol@gmail.com

ALCANENA

Alcanena investe 237 mil euros em rede de percursos pedestres e de bicicleta TEXTO Novo almourol

A Câmara Municipal de Alcanena apresentou no dia 22 de Março, no Auditório do Centro Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio, o projecto “Percorrer e Conhecer Alcanena” – Rede de Percursos Municipais. O Projecto resulta de uma candidatura apresentada à ADIRN, ao abrigo da acção 3.2.1 – Conservação

e Valorização do Património Rural, do Subprograma 3 – Dinamização das Zonas Rurais do PRODER, com um investimento total de 237.525 euros, sobre o qual recai um financiamento de 115.425 euros, com vista à criação da Rede de Percursos Municipais “Percorrer e Conhecer Alcanena”, cujo ponto nevrálgico é a Praia Fluvial dos Olhos de Água. A rede é constituída por 11 percursos pedestres, cinco percur-

sos de BTT (sendo um com roadbook), três percursos de orientação e um circuito de manutenção. No âmbito deste projecto, procedeu-se também à Reabilitação da Praia Fluvial dos Olhos de Água, Parque de Campismo e zona envolvente, com requalificação do campo de jogos e do parque infantil da Praia Fluvial dos Olhos de Água, vedação do parque de Campismo, instalação de um posto de BTT, que inclui

lavagem e mini oficina de bicicletas (junto ao parque de campismo) e recuperação do deck do edifício onde funciona o restaurante de apoio à Praia. O projecto contemplou igualmente a colocação de nova sinalética na Praia Fluvial, no circuito de manutenção e Roadbook, assim como a aquisição e instalação, no Parque de Campismo da Praia Fluvial dos Olhos de Água, de 3 bungalows. ―

Editorial

Terra e Água

Luiz Oosterbeek Director

Em toda a Europa medieval, à medida que se consolidava a Cristandade, as antigas festas populares da primavera foram sendo substituídas pela Páscoa, relegando a festa profana para o período anterior à Quaresma: nascia assim o Carnaval. Em Portugal, o forte poder central afirmou a Páscoa sem tolerar manifestações populares marginais, mas a festa fez o seu caminho, por um lado ocupando as próprias celebrações religiosas (que hoje designamos como festas religiosas) e por outro eclodindo em diferentes momentos do ano. Sem um carnaval de tipo Europeu, Portugal viu assim nascer

"O Médio Tejo é especialmente rico nestas manifestações, que se encontram na relação com o rio, Constância, ou com a terra, como no Sardoal."

VN BARQUINHA

GOLEGÃ

IPT

DISTINGUIR

Beatriz Morgado sofre de paralisia cerebral e a comunidade juntou-se para ajudar a menina de Vila Nova da Barquinha e sua família. O próximo evento solidário terá lugar no dia 11 de Abril, sábado, com uma caminhada solidária seguida de jantar na Associação Cultural e Recreativa do Cardal. A concentração para a caminhada é no Jardim do Cardal pelas 17h00 ao passo que o jantar se realiza pelas 20h00.

Rui Manuel Cunha foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa por igual período, e a multa de 900 euros, pela prática de sete crimes quando era oficial de justiça. Rui Cunha foi condenado por actos cometidos quando era funcionário do Tribunal da Golegã, tendo depois, em Outubro de 2013, assumido funções como vice-presidente da Câmara Municipal da Golegã (PS), demitindo-se em Setembro de 2014, quando teve conhecimento da acusação.

No dia 27 de Março, na Escola Prática de Polícia, 201 subchefes (nove mulheres e 192 homens), celebraram o compromisso de honra. Ao concurso interno da PSP candidataram-se agentes com o mínimo de cinco anos de serviço. A conclusão do curso permite ascender na carreira de polícia e reforçar os quadros da hierarquia intermédia da PSP. Nas novas funções, os subchefes terão responsabilidades ao nível da supervisão dos agentes, da sua coordenação bem como garantir uma estreita ligação entre os agentes e os comandantes.

O Jornal Novo Almourol está a preparar a entrega de distinções às personalidades, empresas, entidades e associações que se tenham destacado durante o último ano na região. A cerimónia de entrega destes prémios será realizada durante a Feira do Tejo 2015, que se realiza em Vila Nova da Barquinha de 9 a 14 de Junho. Esta primeira edição carece ainda de confirmação do dia em que se irá realizar. A cerimónia vai realizar-se no centro Cultural de VN Barquinha.

Caminhada e jantar pela Bia

Ex-vice condenado

Subchefes em Juramento

Prémios Almourol

uma enorme diversidade de festas, onde o religioso e o profano se misturam numa afirmação original de identidade, tradição e transformação. O Médio Tejo é especialmente rico nestas manifestações, que se encontram na relação com o rio, Constância, ou com a terra, como no Sardoal. O que de mais forte existe na festa profana é a valorização da vontade humana, da sua determinação, seja no domar das águas ou no fazer brotar vida da terra, ilustrada por flores e verduras. Um património imaterial, feito de saberes com sabor a terra e a água, que se encontra também em subtilezas como as oliveiras de que fala António Roldão neste número do NA.


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