Um conto às avessas de a Bela Adormecida

Page 1


Foi você...

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 1

15/08/2017 11:21:06


Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 2

15/08/2017 11:21:06


o sonho bonito...

Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 3

15/08/2017 11:21:07


que eu Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 4

15/08/2017 11:21:07


sonhei Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 5

15/08/2017 11:21:08


UM CONTO ÀS AVESSAS DE

Bel A

dorm A Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 6

15/08/2017 11:21:08


liz braswell

ela

tradução

Tássia Carvalho

mecida são paulo, 2017

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 7

15/08/2017 11:21:08


Um conto às avessas de A Bela Adormecida Once Upon a Dream: A twisted tale Copyright © 2017 Disney Enterprises, Inc. All rights reserved. Published by Disney Press, an imprint of Disney Book Group. No part of this book may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording, or by any information storage and retrieval system, without written permission from the publisher. For information address Disney Press, 1101 Flower Street, Glendale, California 91201. Copyright © 2017 by Novo Século Editora Ltda.

coordenação editorial Vitor Donofrio

gerente de aquisições Renata de Mello do Vale

editorial João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda

assistente de aquisições Talita Wakasugui

tradução Tássia Carvalho

projeto gráfico e diagramação João Paulo Putini

preparação Cláudia Renata Costa Colognori

adaptação de capa Vitor Donofrio

revisão Daniela Georgeto Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Braswell, Liz Um conto às avessas de A Bela Adormecida Liz Braswell ; tradução de Tássia Carvalho. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2017. (Um conto às avessas ; 2) Título original: Once upon a dream: A twisted tale 1. Ficção norte­‑americana 2. Contos de fadas I. Título II. Carvalho, Tássia. 17­‑0671

cdd­‑813.6

Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção norte­‑americana 813.6

novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455­‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699­‑7107 | Fax: (11) 3699­‑7323 www.gruponovoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 8

15/08/2017 11:21:08


Para minha filha, Ivy. Acorde, agarre sua espada, derrote os dragões gêmeos de dúvidas e incertezas e conquiste o mundo. Eu sempre vou amar você. E, também, pare de beber meu café. – L. B.

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 9

15/08/2017 11:21:08


Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 10

15/08/2017 11:21:09


Era uma vez uma interminável floresta escura na qual eu me encontrava. Não – verdadeiramente infinita, eu lhes digo! Em outro mundo! Vaguei sozinho por essa floresta durante muito tempo. Sabe, minha esposa morreu há anos. Não sei onde estava meu filho mais velho. Acho que minhas meninas e meus rapazes estavam seguros em casa. Era uma vez uma época em que estávamos todos juntos, em um castelo, mas, como sabe, as coisas mudam. As esposas morrem e os filhos mais velhos crescem e perseguem princesas e camponesas, afastando­‑se de você para sempre… – Rei Hubert

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 11

15/08/2017 11:21:09


Um conto Ă s avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 12

15/08/2017 11:21:09


Considere o Dragão

U

m dragão estava morto. Um gigantesco dragão preto e roxo que exalava fogo, proveniente das profundezas do inferno, estava morto em algum lugar fora do castelo. Espinhos caíam das ameias como chuva, produzindo sons de madeira curio‑ samente agradáveis ​​nos terrenos do pátio externo. Muitas coisas estranhas e terríveis estavam acontecendo com uma torre antiga que já resistira a trata‑ mentos incomuns o suficiente nos últimos dezesseis anos. O belo príncipe havia matado o dragão com a ajuda de três exóticas fa‑ dinhas que ele agora seguia. Sem elas, o príncipe não teria conseguido nada. Sem elas, ele nunca teria conseguido acertar a espada encantada no único lugar que facilmente mataria a besta. Sem elas, em primeiro lugar, ele se‑ quer teria a espada encantada. Sem elas, ele ainda estaria na masmorra da fada do mal, esperando impacientemente que cem anos se passassem para que ele pudesse quebrar seu feitiço do verdadeiro amor – como um debilita‑ do ancião. Ainda assim, o dragão choramingou no fundo de sua mente como um mosquito. Um dragão morto deveria significar alguma coisa. Deveria ha‑ ver uma pausa, um momento de silêncio atônito, quando ele e as fadas e qualquer outra pessoa assistindo a tudo iria soltar a respiração e reconhecer a ação incrível que ele acabara de realizar. O rapaz não tinha ilusões de ser o responsável por tudo; ainda assim, ele era um príncipe, a besta era um dragão, o dragão estava morto – não deveria haver uma pausa? Alguma coisa? E também havia alguns detalhes não resolvidos sobre o dragão e sua morte. O fogo, por exemplo – parecia que o dragão havia queimado a maior parte da floresta. As chamas ainda estariam se alastrando? Elas atingiriam os picos arborizados que cercavam o castelo e a aldeia? Seria todo o lugar ape‑ nas uma fogueira gigante esperando para explodir? Na verdade, haveria algum corpo de dragão, ou ele voltara a ser Malévola? 13

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 13

15/08/2017 11:21:09


Estivera ele lutando contra um dragão que temporariamente havia assu‑ mido a forma de fada, ou a fada se transformara na besta? Era aquele animal realmente do inferno? Ou era mais um exagero por parte da fada? E ainda assim ele subiu os degraus no silencioso e sonolento castelo. A garota destinada a dormir por cem anos só estivera inconsciente por algumas horas, juntamente com o resto do seu reino. O ar interior já tinha aquele cheiro fresco e estagnado geralmente associado aos quartos da‑ queles que não se movem muito: as bisavós, por exemplo. As asas das fadas faziam girar pequenos tornados de poeira. O dragão desapareceu da mente do príncipe enquanto ele lutava contra a estranha presença do sono mágico, o feitiço das boas fadas afetando mesmo aqueles aos quais não era destinado. Salões escuros e sombrios apenas contribuíam para sua sensação de nadar pelo castelo enquanto suas pernas se estiravam em direção ao sol. Pois isso foi o que ele conseguiu ao derrotar o dragão: a própria luz da garota. Ele a viu pela primeira vez em um raio de sol. Ela estava dançando e can‑ tando em uma clareira da floresta, seu cabelo dourado brilhando enquanto girava ao redor de si mesma. Sua voz era a própria essência de um dia feliz e ensolarado, destilado em música. Ela estava tão leve quanto poeira dourada sob um feixe de luz flutuando vagarosamente em direção ao teto. Muito em breve ele a beijaria, quebraria o feitiço, a acordaria – todos, na verdade – e eles se casariam, e haveria felizes­‑para­‑sempre para todos. Ou alguma coisa. As fadas não foram exatamente explícitas quando surgiram do nada, libertaram­‑no, ajudaram­‑no a matar o dragão e o guiaram até as esca‑ das que agora subiam. De alguma forma, sua garota da clareira misturou­‑se a fadas e bruxas e dragões e castelos – esse castelo familiar, para onde ele fora levado quando criança para ver a bebê babona com a qual ele um dia se casaria. Aconteceu que a garota da floresta era a princesa – não que isso importasse ao príncipe; ele estava disposto a reverter a convenção e casar­‑se com uma camponesa em nome do amor. Isso, no entanto, foi muito mais conveniente para todos. Assim que ele entrou no quarto dela, esses pensamentos foram descartados para a mes‑ ma pilha mental de cinzas em que o dragão estava. Pois lá estava sua bela adormecida – e não uma camponesa. Agora ela usava o traje apropriado da princesa que, de alguma forma, ele sempre soube que ela era. Um vestido azul tão puro como o céu, asas brancas de tecido sobre os ombros como

14

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 14

15/08/2017 11:21:09


um anjo. Lábios fechados, mas não apertados, sem sonhos, sem a tensão de qualquer emoção. Filipe parou, extasiado por sua beleza. Uma fada fez algum barulho? Ele sentiu alguma força externa empurrando­‑o para apressá­‑lo? O dragão esta‑ va morto, havia um milhão de explicações esperando, uma garota adorme‑ cida diante dele querendo acordar desesperadamente. Ele se ajoelhou, pressionando os lábios suavemente contra os dela. Ime‑ diatamente, seus joelhos tremeram. Ele caiu, batendo a cabeça nas colchas macias e nos travesseiros de cetim da cama da princesa. Seu último pensamento, antes que o sono e os sonhos de outra pessoa se apoderassem dele: Aquele maldito dragão. Alguém se certificou de que ele estava realmente morto?

15

Um conto às avessas de A Bela Adormecida_MIOLO rev.indd 15

15/08/2017 11:21:09



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.