Amplie sua Tenda

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Mônica Valentim

Amplie sua tenda Reflexões para uma vida vitoriosa

São Paulo / 2012



Introdução

Este livro é um conjunto de mensagens que surgiram de experiências vividas, na maioria das vezes, em momentos difíceis da minha vida, mas que contribuíram para que eu conhecesse o Deus Fiel e verdadeiro, que “vela sobre a Sua Palavra para cumpri-la” (Jr. 1.12). Cada reflexão contém princípios espirituais baseados na Palavra de Deus, que levarão os leitores a conhecer as promessas d’Ele acerca de cada problema ou dificuldade que possam estar enfrentando. “Amplia a tua tenda”, título baseado em Isaías 54.3, é um imperativo que simboliza o desejo do Pai Celestial para os Seus filhos: que ampliem, alarguem seus conhecimentos sobre Sua Palavra, pois conforme Oseias 4.6 “o povo d’Ele foi destruído, porque lhe faltou conhecimento”. Quando conhecemos o que a Palavra de Deus diz a nosso respeito, temos condições de reivindicá-la em nosso favor e, assim, passar a viver a vida abundante que Jesus veio para nos dar (Jo 10.10b). Desejo que estas reflexões contribuam para a “ampliação da tenda” de cada leitor, e possibilite o conhecimento necessário para que todos desfrutem de uma vida vitoriosa.


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QUEM GUERREIA SUAS GUERRAS?

As estratégias de Deus para vencermos o mal

“Depois destas coisas e destes atos de fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria e entrando em Judá, acampou-se contra as cidades fortes, a fim de apoderar-se delas. Quando Ezequias viu que Senaqueribe tinha vindo com o propósito de guerrear contra Jerusalém, teve conselho com os seus príncipes e os seus poderosos, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram. Ezequias, cobrando o ânimo, edificou todo o muro que estava demolido, levantando torres sobre ele, fez outro muro por fora, fortificou a Milo na cidade de Davi e fez armas e escudos em abundância.” (2Cr 32.1-3,5) Há momentos em nossas vidas em que tudo parece calmo; as coisas fluem com certa naturalidade. Estamos bem com Deus e com nosso compromisso com o Seu Reino. Somos fiéis nos dízimos, não deixamos de ir à Casa do Senhor. Até que... nos vemos cercados por problemas e tribulações inesperadas que nos deixam paralisados, sem saber como reagirmos; justamente por estarmos tão confiantes que não nos damos conta de que o nosso adversário não dorme. Se voltarmos ao capítulo 31 de 2 Crônicas, veremos as atitudes do rei Ezequias para com Deus e toda sua fidelidade: “E assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, reto e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. E em toda obra que começou no

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serviço da Casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar o seu Deus, com todo o seu coração o fez e prosperou.” (2Cr 31.20,21) Já ouvi diversos pregadores dizerem que se um crente não enfrenta problema algum, sempre está tudo bem, tudo flui, é amado por todos, então é aí que está havendo problema. Segundo eles, esse crente não estaria representando ameaça alguma para o Reino de Satanás. Exageros à parte, podemos encontrar algum sentido nessa teoria. Ao contrário, um crente que está sempre atento às investidas do mal, que combate o pecado, procura praticar a Palavra de Deus, e não ser apenas ouvinte estático poderá vir a ser um alvo para as investidas do adversário, já que ele está “invadindo seu território”. Quando nos deparamos com as tribulações, podemos tomar duas atitudes: 1ª) chorar amargamente e olhar para nossas quase inexistentes possibilidades; 2ª) nos fortalecer em Deus e usar suas armas e estratégias. Quando Ezequias percebeu que Senaqueribe estava avançando com suas tropas, foi se reunir com o conselho de príncipes para traçar um plano estratégico, a fim de barrar a invasão do inimigo. Decidiram, então, cortar algo que o inimigo pudesse usar para se fortificar: taparam as fontes das águas. Dessa forma, o inimigo seria enfraquecido. Da mesma maneira, em nossas lutas, precisamos estar atentos a fim de identificar algo que esteja dando força ao nosso adversário, e cortarmos, ou seja, taparmos as brechas. Na guerra espiritual, usamos armas espirituais que são invisíveis, mas poderosas.

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“Porque as armas da nossa milícia não são carnais [físicas], mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.” (2Co 10.4) Deus nos deu armas poderosas para serem usadas nas guerras espirituais; e muitos de nós agimos como se estivéssemos entregues à própria sorte; quando não é verdade. Jesus.

Uma das armas que o Senhor nos dotou é o Nome de

“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra.” (Fp 2.9,10). O Senhor Jesus disse: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu Nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes, e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes causará dano algum; imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.” (Mc 16.17,18) Essa arma poderosa já seria suficiente, mas Ele nos deu muito mais: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela Palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até a morte.” (Ap 12.11) Tanto o Nome de Jesus, quanto o Seu Sangue devem ser usados para enfrentarmos o mal. Eles já são garantia de vitória. Da mesma forma, precisamos conhecer Sua Palavra, Suas promessas, e as apresentá-las em oração, e assim, contar com os anjos do Senhor para agirem em nosso favor. “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo a voz da sua Palavra.” (Sl 103.20) O povo de Deus tem de ser forte, destemido, pois, afinal, Jesus já venceu o diabo e destruiu todas as obras dele:

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“Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (1Jo 3.8b) Infelizmente, no entanto, não é o que se vê ante as investidas do inimigo. Para muita gente, a fé é maravilhosa, até surgirem os problemas. Com certeza, o Senhor peleja pelo seu povo, mas há coisas que seus filhos precisam fazer para que a mão de Deus opere em seu favor. Muitas vezes, o inimigo nos ataca por não estarmos atentos, ou por termos deixado “brechas espirituais” abertas, possibilitando assim sua investida. Vemos, pelo texto citado de 2 Crônicas 32.5,6, que o rei Ezequias tomou algumas decisões que foram fundamentais para vencer seus inimigos: 1. Ele se fortificou: Além de Ezequias tomar decisões no campo físico, ele se fortaleceu em Deus. Ele sabia em quem depositava sua confiança. Assim como disse o salmista Davi acerca do Senhor dos Exércitos: “Com ele, a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá.” (Sl 89.21) 2. Edificou todo muro quebrado: Os muros têm a função de proteção contra os ataques externos. Muros rachados, com brechas, são acesso fácil para a entrada de toda a sorte de invasores. 3. Edificou as torres: A função das torres nas fortalezas são de vigilância. Ali as sentinelas montam guarda para identificar todo possível ataque do adversário. Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41) 12


Observe que a advertência é para que primeiramente vigiemos, tomemos conta do ambiente e de nós mesmos. Nada adianta ficarmos orando, e vivermos displicentemente, como se fôssemos imunes a todo tipo de ataque do mal. 4. Levantou outro muro para fora: Além dos muros principais, Ezequias levantou outros muros em redor da cidade para que esta se tornasse intransponível. O Senhor Jeová fez a mesma promessa ao povo de Judá, se estes permanecessem fiéis e confiantes n’Ele: “Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a salvação por muros e antemuros.” (Is 26.1) 5. Fez armas e escudos em abundância: Equipou-se de poderio bélico para contra-atacar seus inimigos. Da mesma forma, devemos nos equipar da armadura de Deus (Ef 6.14-17). 6. Pôs oficiais de guerra sobre o povo: Um exército sem comandantes capacitados não terá condições de vencer, nem o mais fraco adversário. Nem o soldado mais capacitado saberá sozinho tomar as melhores decisões. Hoje o crente conta com a capacitação do Espírito Santo, Ensinador de Justiça (Jl 2.23), que o instrui sobre as decisões que deverão ser tomadas para alcançar a vitória. Existem algumas atitudes que devemos tomar, no campo prático, para que tenhamos êxito sobre os problemas ou tribulações: Não amolecer o nosso coração - se alguém deixar o seu coração amolecer, sua força será insignificante. “Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena.” (Pv 24.10)

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O inimigo adora a pessoa que concorda com os sentidos e confessa o que, aparentemente, é. Temos de confessar somente o que o nosso Deus diz ao nosso respeito. Se você não tem o que dizer, não diga o que não deve. Não temer: Quem deixa o medo entrar em sua vida treme. Ao tremer, a pessoa abre a porta para o adversário, o qual não entra para fazer uma “visita”, ou apenas para assustar, mas para “matar, roubar e destruir” (Jo 10.10). Não se aterrorizar: Não é bom deixar o terror dominar o coração. Vindo o terror, ou qualquer seta inflamada do diabo, a melhor maneira de se livrar do mal é vigiar para que ele não entre em seu coração (1Ts 5.22). Se o mal persistir, ore (Cl 4.2). Na verdade, nada que pertence ao diabo deve ser permitido em nossa vida. Quem deixa um desejo errado, uma paixão, um pensamento mal se alojar em seu interior, coloca-se nas mãos do diabo para cair em tentação e ter sua vida destruída por ele. Após preparar-se para enfrentar os inimigos, Ezequias deu uma palavra de estímulo ao povo, incentivando-o a confiar no Senhor dos Exércitos: “Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá.” (2Cr 32.7,8) Somente a certeza de que o próprio Senhor é quem guerreia nossas guerras já seria o bastante para nós. Ele nos capacita, nos dá estratégias, nos equipa com as armas espirituais necessárias, mas também nos promete pelejar em nosso favor (Êx 14.14). 14


Precisamos nos colocar sempre na presença de Deus, vigiar, orar, estar atentos para ouvir a voz do Espírito de Deus falando ao nosso espírito e nos fortalecer na Sua força. Assim, estaremos a um passo de conquistar a vitória. Equipados com as armas espirituais que o próprio Senhor nos colocou à disposição e, sabendo que Ele próprio guerreará nossas guerras, não precisaremos temer as investidas do inimigo, pois ele já é um perdedor com o destino traçado. “E o Deus de paz esmagará em breve a Satanás debaixo dos nossos pés.” (Rm 16.20a)

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