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Patricia Bellas
ele se foi, e agora? como superar a perda gestacional TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA
São Paulo, 2017
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Ele se foi, e agora? Copyright © 2017 by Patricia Bellas Copyright © 2017 by Novo Século Editora Ltda.
coordenação editorial
Vitor Donofrio aquisições
Cleber Vasconcelos
preparação
Fernanda Guerriero Antunes
editorial
João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda
capa
Dimitry Uziel
diagramação/revisão
Vitor Donofrio
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Bellas, Patricia Ele se foi, e agora? – Como superar a perda gestacional Patricia Bellas Barueri, SP: Novo Século Editora, 2017. (Coleção talentos da literatura brasileira) 1. Filhos – Aspectos psicológicos 2. Perda (Psicologia) 3. Luto – Superação I. Título 17‑0701
cdd‑155.937
Índice para catálogo sistemático: 1. Luto: Superação 155.937 novo século editora ltda.
Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699‑7107 | Fax: (11) 3699‑7323 www.gruponovoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br
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Ao meu eterno filho, Bento, e ao meu marido, FabrĂcio: o verdadeiro significado do amor.
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Esta obra é dedicada ao meu eterno filho, Bento, que me abençoou com o maior e mais puro dos sentimentos e me transformou com a grande dádiva da vida: ser mãe. E ao meu marido, Fabrício, que enfrentou ao meu lado todas as dificuldades e compartilhou todas as conquistas, o verdadeiro significado do amor. A criação deste livro é uma homenagem a todas as crianças e às mães que perderam seus filhos, principal‑ mente antes de darem à luz. Para que seus laços permane‑ çam eternos e que as boas lembranças sejam o caminho para persistirem no sonho de construir uma linda família.
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Agradecimentos Não existe um agradecimento maior do que a Deus, que me guiou para o caminho do bem, plantou minha força inte‑ rior e não permitiu que me faltassem fé, amor e esperança. Aos meus pais, que me ensinaram a enfrentar a reali‑ dade sem deixar de sonhar e a enxergar o valor da vida na simplicidade de cada momento, compreendendo que nada acontece por acaso e que o amor supera todas as barreiras. Ao meu marido, por, primeiramente, ter compreendi‑ do a importância que eu via em, de algum modo, ajudar outras mães e, em seguida, me incentivado e encoraja‑ do a publicar este livro, tornando possível o meu desejo. Além de me apoiar em cada etapa deste trajeto. Aos familiares, amigos e vizinhos que respeitaram a minha dor e retribuíram com palavras de carinho e conforto. Em especial Michele Bélas, Raquel Valeriano, Marcela Azevedo, Silvia Montes e Rosângela Nunes, que me deram todo o apoio nos momentos mais difíceis du‑ rante e depois da gravidez. À minha madrasta, por ter nos dado suporte neste período tão delicado de nossa vida. Aos médicos, em especial Dr. João Neves, urologis‑ ta, e Dra. Elaine Viegas, ginecologista e obstetra, os quais, além de salvarem a minha vida, foram sempre
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compreensivos com minhas dificuldades, atenciosos com minhas necessidades e prestativos, fazendo de tudo para minimizar qualquer sofrimento e não me deixando desa‑ creditar, nem por um segundo. A João e Clara Salamonde, fotógrafos, e Alessandra Grochko, maquiadora. Além do excelente profissionalis‑ mo, demonstraram ser pessoas de incrível humanidade, prestando toda solidariedade e atenção antes, durante e depois da gestação, tornando cada momento mais especial. E por último, porém não menos importante, às lojistas que não mediram esforços para aliviar a minha dor e pos‑ sibilitaram que a tristeza desse lugar à alegria.
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Sumário
Prólogo Introdução 1. Resgate sua fé 2. Encontre a missão, e não a resposta 3. Unam‑se como casal 4. Decida sobre o quarto 5. Quebre os tabus 6. Resguarde‑se 7. Respeite o seu tempo 8. Perdoe‑se 9. Aceite‑se 10. Encontre a melhora, e não a cura
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11. Dê o primeiro passo 12. Controle seus pensamentos 13. Escolha uma distração 14. Reinvente‑se 15. Não tenha medo 16. Agradeça 17. Celebre 18. Ame 19. Cuide do corpo, da mente e da alma 20. Simplesmente, seja Fotos
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Prรณlogo
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Se pararmos para pensar, três segundos, apenas três, po‑ dem mudar a nossa vida. O único momento em que realmente temos esse de‑ sejo é na virada do ano, quando, ao finalizar a contagem regressiva, todas as esperanças são depositadas. E será que tudo muda mesmo? E se fizéssemos isso o ano intei‑ ro, será que não teria mais sentido? Em três segundos você pode receber a notícia mais feliz, como também a mais triste, capaz de mudar o seu caminho. E se, antes de falarmos qualquer coisa ou tiver‑ mos qualquer atitude, pensássemos por três segundos antes de fazê‑lo? Creio que muitas dores poderiam ser evitadas, seja num acidente, numa palavra jamais retirada ou num gesto. Coisas ruins acontecem o tempo todo, mas, se olhar‑ mos bem, coisas boas também. Temos grande dificulda‑ de de enxergar isso quando estamos em um momento de dor, mas, se por ao menos três segundos você decidir que vai tentar, eu garanto: você vai conseguir. Quando uma mãe perde um filho, não importa a ida‑ de, ela perde um pouco da alma também e tudo se torna vazio. E então se pergunta: “Como continuar a viver?”. O mais indicado é procurar a ajuda de um profissional, mas e quando não há forças nem para isso? Ou quando sua última experiência não foi boa? Ou quando simples‑ mente não consegue marcar uma consulta?
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Foi o que aconteceu comigo. Liguei para a lista inteira do plano de saúde, por dias, e ninguém tinha vaga disponível. Além disso, minha últi‑ ma experiência não tinha sido das melhores. No início foi excelente, fui muito ajudada e só tenho a agradecer pelos ensinamentos, mas com o tempo percebi que fui perden‑ do o tato, a paciência, e todo o trabalho de um ano foi por água abaixo porque uma frase me fez sair de lá com o mesmo desânimo com o qual entrei. Hoje, compreendo que profissionais também têm seus dias ruins e pode ter sido só uma falta de jeito. Entretanto, desta vez eu não queria arriscar. Até tentei, mas, já que não consegui, re‑ solvi fazer minha própria terapia: escrever um livro. Inicialmente, foi como um desabafo secreto e uma maneira de organizar os sentimentos; afinal, quando es‑ crevemos, prestamos mais atenção a cada palavra e nos forçamos a fazer uma reflexão. No entanto, acabava por reviver cada sofrimento, e então apagava. Até que meu marido leu escondido e disse que eu deveria finalizar meu livro. Achei que tivesse enlouquecido. Fiquei um tempo sem escrever para não sofrer mais com as lembranças, mas fui colocando minhas ideias em prática. E de repente percebi que funcionou. Em meio a tanta escuridão, pude me reencontrar e voltar a sorrir. Em um mês, já senti al‑ guma melhora; em dois meses, já estava na academia. Em três, já era outra pessoa e, em quatro meses, resolvi de
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fato escrever a fim de, quem sabe, contribuir para que outras pessoas ficassem bem também. Em Ele se foi, e agora? você não encontrará a ajuda de um especialista – aliás, aconselho que procure –, mas, sim, de uma pessoa comum compartilhando sua expe‑ riência. Sendo assim, devo lembrar que não é uma recei‑ ta. Busque o que faz bem a você. Tudo se resume em cuidar do corpo, da mente e da alma. Agora respire: 1… 2…
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