NATASHA MORGAN
O TOQUE DA MEIA-NOITE Livro 1
TRILOGIA OS MISTÉRIOS DA MEIA-NOITE
COLEÇÃO NOVOS TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA
São Pau l o 2 0 1 2
A todos aqueles que adoram mergulhar em um mundo mágico. Sem a paixão de vocês pela fantasia o mundo seria apenas um lugar com cores tristes. E a todas as bruxas e bruxos maravilhosos que existem por aí.
Meia-noite... Tão sombria e bela é a Meia-noite. A que esconde tanto mistérios quanto beleza inestimável. E só aos dignos se revela. Ao descobrir seus mistérios a vida jamais será a mesma...
Eu sei que você tem medo Eu sei que você precisa Mas você ainda precisa Permita-se ser selvagem Liberte suas feras... Eu quero saborear você Eu quero sentir você Eu quero tocar você Profundamente na intimidade Mostrar a você Que não é tão ruim Permita-se ser selvagem Solte suas feras (Jasmin Tabatabai)
CAPÍTULO 1
A noite se estendia fria e escura. No céu a Lua brilhava cheia, iluminando a rua deserta. A brisa morna e pegajosa se agitava a seu redor conforme ele seguia pelo asfalto danificado. Mas embora aquele clima não fosse seu preferido, ele estava ansioso pelo que estava por vir. Meia-noite. O relógio soou em um dos comércios fechados. Aquela era a hora mais esperada por ele. A hora em que os mundos colidiam e ele podia caçar... A hora em que ele podia ser ele mesmo, podia liberar suas feras e honrar a noite. Como se visse a Lua pela primeira vez, ele sorriu, exibindo os dentes perfeitos. A fome começava a incomodar. Apressado, seguiu pela rua a passos largos. A bota masculina e negra ecoando no silêncio a seu redor. Ele estava ansioso... Faminto... E desesperado para se libertar das correntes que ainda o mantinham civilizado. Parou a alguns metros à frente, inspirando o ar denso. Seus sentidos aguçados o levaram diretamente para onde estava a presa. Oh, sim... Ele estava caçando agora. E a presa se escondia na toca.
Com um sorriso altamente malicioso, ele seguiu o aroma doce, contando as batidas do coração inocente. Deixou que aquele som sereno o guiasse para o mais profundo frenesi. Já não tinha mais controle sobre si mesmo. Agora quem comandava era o seu desejo... Um desejo frio e cruel. Seus olhos dilataram, tornando-se ainda mais escuros. Ele parou diante da casa de esquina, observando a garota entrar e trancar a porta. Sentiu a agitação dentro dele crescer em expectativa, seu sangue corria mais forte agora, fazendo arder as veias. Era a hora... A noite majestosa cobrava seus serviços. Dando um passo à frente, ele avançou em direção à casinha, escalando habilidosamente as paredes altas e chegando à janela do segundo andar. Quando percebeu que estava aberta, sorriu malicioso. Era impressionante como os humanos não tinham noção dos perigos que a noite trazia, ele pensou enquanto entrava. O quarto era claro e bem-arrumado. A cama era de solteiro e exibia uma colcha florida. Não havia quadros nem enfeites. Simples demais para seu gosto sofisticado. Mas o que o interessava ali não era a decoração... Ele estava ali para caçar. E sua presa se aproximava lentamente. A jovem entrou no quarto serenamente, deixando a bolsa pendurada na maçaneta da porta e tirando o casaquinho de malha. Era bonita, alta, magra, cabelos acobreados e longos e um rosto infantil. Era exatamente o tipo de mulher que o atraía. E foi por isso que ele a escolheu naquela noite. Paciente, ele esperou que ela se aproximasse mais e quando o fez, ele deu seu bote. Agarrou-a por trás numa velocidade sobre-humana e tapou-lhe a boca. A jovem lutou, tentando se desvencilhar de quem quer que fosse. Mas seu agressor era muito mais forte e conseguiu dominá-la com facilidade. 12
Sentir o desespero dela só o fez ficar mais excitado, sua euforia o fazia arfar. Ele roçou os lábios uma vez na orelha dela, sensualmente. Apesar de ser um caçador, ele gostava de seduzir... Quase tanto quanto gostava de matar. – Shhh... – sussurrou baixinho e sensual. E então a virou para ele. Quando a jovem o fitou, sentiu seus olhos arregalarem-se. Ele era lindo. Não lindo do tipo que se vê na TV, mas lindo como só um deus poderia ser. Hipnotizada, ela ergueu a mão para tocá-lo, mas ele não permitiu. Em vez disso a beijou. Os lábios frios foram suaves nos dela, a língua invasiva e petulante. Ela correspondeu, entregando-se sem pudores àquele beijo sensual. Ele a ergueu nos braços, segurando-a com firmeza. Sua boca tornou-se urgente na dela e exigiu o mesmo. O beijo já não era mais suave... Era ardente, queimava como fogo numa paixão lasciva. A jovem o arranhou de forma selvagem, totalmente entregue àquele estranho sedutor. Quando ele ergueu a bainha do vestido, ela gemeu, permitindo que ele prosseguisse. Ele deslizou as mãos para dentro do vestido, tocando a pele macia e fervente. Seus lábios estavam ocupados beijando-a, seduzindo-a. Quando ele alcançou a calcinha rendada, sentiu-a estremecer. Sorriu malicioso e prosseguiu com as carícias. Ele se livrou do tecido rapidamente, apressado em saciar sua fome. Ousado, tocou-a intimamente. Ela gemeu mais uma vez, sentindo os dedos dele passearem perigosamente ao redor de sua parte mais íntima. As unhas se cravaram nas costas dele por cima da jaqueta de couro negra. Ele interrompeu o beijo, posando os lábios mais uma vez no ouvido dela. 13
– Você me quer – ele disse com a voz rouca. – Posso ver isso em você. Está totalmente entregue a mim do jeito que eu queria que estivesse. Mas o quanto você me quer? Ele subiu as mãos pelas coxas dela, provocando-a. – Diga-me o quanto você me quer – ele exigiu. Excitada, ela levou as mãos dele para seus seios. Ele gemeu, aprovando-a. – Você não me quer só aqui, não é mesmo? – ele a provocou um pouco mais. – Não – ela sussurrou ofegante. – Mostre-me – ele ordenou novamente. Mas em vez de obedecê-lo como ele queria, ela deslizou as mãos pelo corpo dele e tocou a ereção pronunciada através da calça. Ele gemeu profundamente e sem ter mais o controle de suas ações a prensou na parede, pressionando o corpo dele contra o dela. Seus lábios se apossaram da boca novamente, mas não foram delicados. O beijo foi selvagem, criando faíscas perigosas. Ele a queria... Tanto quanto queria saciar sua sede... Tanto quanto queria liberar sua fera. Sem mais delongas, rasgou o vestido fino que ela usava, expondo a nudez tão bela. Seus olhos fixaram-se no corpo feminino numa ânsia infernal, as pupilas dilataram um pouco mais, levando-o ao delírio. Ele avançou sobre ela, beijando a pele macia dos seios, a boca deslizou pelo corpo esbelto, provando o doce sabor. Sentiu Gwen tocar seu cabelo, os dedos enroscando-se nos fios ondulados e impelindo-o a continuar. Mas o que ele realmente queria era mergulhar no pescoço longo e convidativo dela. Havia algum tempo que não caçava só por caçar... Ultimamente se servia das delícias dos bares, arranjava mulheres que o queriam e
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tirava delas o que precisava. Mas caçar de verdade, expor suas feras como fazia no labirinto... Já havia algum tempo. Não que quisesse liberar o lobo... Não. Ele poderia matar sua fome sem ter que libertar aquela fera sedenta, matar a jovem com suavidade, sem fazê-la sofrer. Já a havia seduzido... Estava entregue a seu mero dispor. Ele podia se servir a hora que quisesse. Olhando para ela, fitando o rosto jovem e belo, ele tomou sua decisão. Seus dedos tocaram os lábios macios, fazendo-a olhar para ele. Seus olhos exalaram a sedução tão conhecida por milhares de mulheres. – Sem dor – ele disse, a voz derretida. – Depois disso você não vai se lembrar de nada. Ele aproximou a boca do pescoço macio, beijando a pele suavemente antes de mordê-la.
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