Zodíaco O Legado – Livro 1: Convergência

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LIVRO 1

CONVERGÊNCIA

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LIVRO 1

CONVERGÊNCIA ESCRITO POR

STAN LEE & STUART MOORE ARTE DE

ANDIE TONG São Paulo, 2017

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Zodíaco: O legado | Livro 1 Convergência Copyright © 2017 Disney Enterprises, Inc. All rights reserved. Published by Disney Press, an imprint of Disney Book Group. No part of this book may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording, or by any information storage and retrieval system, without written permission from the publisher. For information, address Disney Press, 1101 Flower Street, Glendale, California 91201. Copyright © 2017 by Novo Século Editora Ltda.

COORDENAÇÃO EDITORIAL Vitor Donofrio

GERENTE DE AQUISIÇÕES Renata de Mello do Vale

EDITORIAL Giovanna Petrólio João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda TRADUÇÃO Marcia Men

ILUSTRAÇÕES Andie Tong

PREPARAÇÃO Elisabete Franczak Branco

ADAPTAÇÃO DE CAPA Vitor Donofrio

EDIÇÃO DE TEXTO/ARTE/REVISÃO Vitor Donofrio Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Lee, Stan Zodíaco: O legado | Livro 1: Convergência Stan Lee, Stuart Moore; [tradução Marcia Men]. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2017. Título original: The Zodiac Legacy_Book 1: Convergence 1. Ficção norte‑americana I. Título. II. Moore, Stuart III. Men, Marcia IV. Tong, Andie 17‑0297

cdd‑813.6

Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção norte‑americana 813.6

NOVO SÉCULO EDITORA LTDA.

Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699‑7107 | Fax: (11) 3699‑7323 www.novoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br

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DEDICADO A TODOS OS QUE AMAM FANTASIA E GRANDES AVENTURAS POR MEIO DE HISTÓRIAS QUE PROVOCAM E INCITAM A IMAGINAÇÃO. QUANDO SE PARA PRA PENSAR, ISSO INCLUI TODOS NÓS, NÃO É MESMO? - S. L. PARA LIZ - S. M. PARA STEPH, ZOE E BUBBA2 - A. T.

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PARTE UM: CONVERGÊNCIA PARTE DOIS: OS RECRUTAS PARTE TRÊS: O CERCO PARTE QUATRO: O PORTÃO DO DRAGÃO EPÍLOGO UM EPÍLOGO DOIS Zodíaco 1_MIOLO_revisado - Copia.indd 9

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PARTE UM

CONVERGÊNCIA

CAPÍTULO UM HAVIA ALGO DE ESTRANHO NA GUIA TURÍSTICA. Ela era alta, ti‑ nha cabelos compridos e parecia saber muito sobre história chinesa – e devia saber mesmo, trabalhando em um museu. Entretanto, enquanto Steven Lee a escutava, não conseguia se livrar da impressão de que ela não era exatamente aquilo que aparentava. – O Novo Museu do Patrimônio Chinês foi inaugurado há cinco anos – disse a guia. – O espaço foi projetado para lembrar uma casa chinesa tradicional em formato quadrangular, com vários prédios cer‑ cando um pátio central. Steven ergueu a mão. O Sr. Singh, o professor, fez um gesto com a cabeça para ele. – Ele foi planejado desde o começo para ser um museu? – pergun‑ tou Steven. – Sim – respondeu a guia. Ela parecia distraída; seus olhos darde‑ jaram rapidamente pelo salão. – Digo, não. Talvez. Acho que era para ter sido um hotel…

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ZODÍACO Steven franziu o cenho. Um hotel? Aquilo não parecia fazer senti‑ do. E a guia não parecia ter muita certeza. O restante do grupo apenas assentiu. Steven olhou para a sala ao seu redor. As paredes altas eram cobertas de entalhes intrincados em madeira, vitrais e obras de arte estilizadas exibindo camponeses de um tempo antigo conduzindo seus bois. Duas estátuas grandes de Buda se erguiam no centro da sala. – Os primeiros livros foram produzidos na China – continuou a guia, gesticulando para um estojo de vidro. – Mesmo antes da invenção do papel, a escrita era impressa em materiais como osso, madeira e… – Ela parou de falar. Harani, amiga de Steven, deu um passo adiante. – E o quê? – perguntou ela. – Humm… – A guia havia sacado o telefone e olhava para ele, fran‑ zindo a testa. – Humm, plástico… O Sr. Singh inclinou a cabeça. – Com licença, senhorita. Você… você disse plástico? – Disse? – Ela sorriu, com ar distante. – Bobagem, é claro. Eu queria dizer, hã… papel alumínio. Isso definitivamente não faz sentido, pensou Steven. – Essa mulher está se desviando muito do roteiro – cochichou Ha‑ rani, aproximando­‑se de Steven. Ela tinha os cabelos escuros presos e usava um suéter alaranjado berrante. – Está mesmo, não é? – respondeu Steven. – E o que ela está fazen‑ do agora? A guia estava digitando na tela do telefone, balançando a cabeça. Harani sorriu. – Talvez esteja esperando a oferta de um emprego melhor. Foi quando Steven reparou no crachá da guia: Jumanne. Ele fi‑ cou confuso; a mulher tinha sotaque chinês, mas seu nome não era. Por outro lado, Steven parecia chinês, mas seu nome era americano – um fato que surpreendera alguns residentes de Hong Kong nessa mesma viagem.

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CONVERGÊNCIA Ryan, um simpático garoto de cabelos ruivos, se enfiou entre Ste‑ ven e Harani. – Ei, Lee – disse Ryan. – Você viu isto? Ele apontou um estojo que estava exposto. Lá dentro, um livro impresso muito antigo repousava, aberto. Alguns ideogramas chineses desciam pela lateral, mas a página era prioritariamente preenchida por uma gravura de estilo antigo: um desenho estilizado de um homem de túnica disparando um tipo de relâmpago pela mão. Steven piscou e olhou para Harani, incrédulo. – Você diz o Mangusto de Aço? – perguntou ele. Ela deu de ombros. – Você nunca ouviu falar do Mangusto de Aço? – prosseguiu Ste‑ ven. – Bob Mugabi, o aventureiro africano que se feriu gravemente e construiu um exoesqueleto de alta tecnologia que lhe dá os poderes de um animal selvagem fofinho, porém mortal? – Ele, hã, está nos gibis? – perguntou Harani. – Não. Talvez, não sei. Ele foi apenas o astro de Mangusto de Aço 3, o filme mais rentável do ano passado! Estava passando no avião, lembra? – Eu gosto de poesia – argumentou ela. Em seguida, Harani olhou para além dele e fez uma careta. Steven se virou e viu o Sr. Singh olhando feio para eles, a alguns metros de distância. – É melhor a gente ficar quieto – cochichou Harani. Ryan riu. – Você e seus heróis, Lee. Eles não são reais, sabia? Harani e Ryan se afastaram. Steven ficou para trás um momento, fitando o livro no estojo. A estranha imagem do homem com os raios pareceu encará­‑lo de volta, como se estivesse falando com ele através das eras. – Ei, Lee – chamou Ryan. – Venha dar uma olhada nisto. Steven foi até a parede. Ryan tinha parado perto de um grande estojo vazio com uma placa que dizia, em inglês e chinês: peça removida para restauração. – Que coisa, hein? – reclamou Ryan. – Esse negócio deve ter quase cinco metros de altura.

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ZODÍACO Steven olhou com mais atenção. Dentro do estojo havia um pe‑ queno expositor de papelão com uma imagem da peça que faltava: um grande disco achatado, entalhado com uma série de círculos e linhas concêntricos. As linhas formavam centenas de boxes minúsculos, cada um preenchido com um ou mais ideogramas chineses antigos. Ranhu‑ ras cravejavam a parte exterior, marcada com números de 0 a 360. Uma etiqueta dizia: Shipan – Compasso Astrológico. C. 200 a.C. – Meu avô tem um desses – comentou Steven. – Bom, o dele é bem menor. Acho que ele o trouxe da China. – Steven apontou. – As marcas são os nomes das estrelas no céu. – Gosto do seu avô – disse Ryan. – Ele faz aquelas vagens salgadi‑ nhas, uma delícia. Pessoal, é melhor a gente ir andando. Ryan foi atrás de Harani e do restante do grupo, que havia se reu‑ nido ao redor de uma grande estátua de Buda. Steven, porém, hesitou. Ele olhou em volta, para os tapetes e mapas surrados que cobriam as paredes; os estojos de vidro que comportavam antigos pedaços de osso e cerâmica; uma peça de ópera cantonesa exibindo pessoas em fanta‑ sias opulentas e coloridas. A vasta história e a cultura da China eram preservadas naquele lugar. Steven não queria ter vindo a Hong Kong. Ele gostava de sua casa no subúrbio da Filadélfia, a TV grande, o Xbox e sua coleção em Blu­‑ray de filmes de super­‑heróis. – Você deveria visitar a China – dissera­‑lhe o pai. – Você tem que estar em um lugar para compreendê­‑lo. Você precisa saber de onde veio. Devia ser importante, Steven sabia, porque seu pai raramente fala‑ va tanto. Na verdade, os pais de Steven não passavam muito tempo em casa; desde que ele podia se lembrar, os dois estavam sempre ocupados administrando a empresa da família, sete dias por semana. No entanto, o avô estava sempre por ali, com sua cozinha incrível, seu sorriso afe‑ tuoso e suas longas histórias sobre a China antiga. Eu devia ouvir mais aquelas histórias, pensou Steve. Ele deu uma olhada no grupo. Harani fez outra pergunta à guia. Steven não conseguiu ouvir a resposta, mas alguns alunos riram. O Sr. Singh franziu a testa, inclinando­ ‑se adiante para censurá­ ‑los gentilmente.

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CONVERGÊNCIA Separado do grupo, Steven se sentiu de repente muito solitário, extremamente deslocado. Apenas duas semanas, pensou ele. E já estou ansioso para voltar para casa. Ele olhou para a camiseta de novo, e observou atentamente a figu‑ ra determinada e musculosa do Mangusto de Aço, os punhos brilhando com vigoroso poder. – Sr. Lee! O Sr. Singh o olhava de cara feia. O grupo estava passando sob um alto arco para um espaço de exibição adjacente. Intrigado, Steven começou a se mover para juntar­‑se a eles. E então parou, de súbito. O grito soou baixo, tão débil que Steven mal conseguiu ouvi­‑lo. Contudo, pareceu profundo e ressoante, e penetrou diretamente em seu crânio. Soava como alguém – um homem ou uma mulher, ele não sabia dizer – urrando de agonia. Steven deu meia­‑volta, tentando localizar a fonte do grito. Parecia vir da parede mais distante. Dois imensos tapetes ornamentados co‑ briam a maior parte da parede, com uma portinhola entre eles. Em seguida, o ruído desapareceu. Steven franziu a testa. Será que eu ouvi mesmo aquilo?, perguntou­‑se. Ele sacudiu a cabeça e partiu para atravessar o arco, mas parou de novo quando o grito voltou a soar. O grupo tinha seguido para a próxima sala. Entretanto, a guia – aquela mulher estranha chamada Jumanne – ainda estava ali, agora sozinha. Ela fitou a tela do telefone, concentrada, depois olhou para a porta – aquela localizada entre os dois tapetes. A porta de onde tinham vindo os gritos. Por instinto, Steven se escondeu atrás de uma estátua de Buda, e ficou espiando pela lateral, observando Jumanne. Os olhos dela iam da porta para o telefone, e então para a porta outra vez. Ela parecia estar tentando tomar uma decisão. Em seguida, jogou o aparelho de lado e caminhou até a porta. O comportamento dela era totalmente diferente agora; não estava de modo algum desajeitada ou distraída. Movimentava­‑se com rapidez, com propósito, e seus olhos estavam aguçados, demonstravam firmeza.

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CONVERGÊNCIA Steven passou de um Buda para o próximo, chegando mais perto. A mulher não o notou. Jumanne estendeu a mão e abriu a porta; então, lan‑ çando um olhar rápido e sinistro para trás, desapareceu na escuridão. A porta se fechou após sua passagem. Steve tornou a olhar ao redor. Ele estava sozinho no salão de exibições. Até os guardas tinham ido embora, se‑ guindo os estudantes até a outra sala. Ele correu até a porta pela qual a mulher havia atra‑ vessado e leu na placa afixada ali: não ultrapasse. entrada exclusiva para funcionários do museu. Steven segurou a maçaneta da porta. Então parou e se virou, olhando para a passagem em arco. Eu deveria voltar para junto do grupo, pensou ele. Este é um país estrangeiro, e eu posso me meter em muitas encrencas. Mas, em seguida, ouviu novamente o grito. Foi mais alto e estridente dessa vez. Alguém está com muita dor, ele se deu conta. Olhando novamente para a imagem em sua camiseta, ele pensou na mulher, na guia turística. Será que ela estava em dificuldades do outro lado da porta? Ou será que ela tinha ido salvar alguém que estava? Talvez eu devesse apenas ir ver se alguém precisa de ajuda, pensou ele. Enquanto abria a porta, percebeu que estava sorrindo.

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