Queen Magazine

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Magazine

Brasilgay Panorama da sociedade homossexual brasileira das últimas décadas.

Tecnologia

Saiba como se dar bem com os apps de paquera

Compor�amento

Uma análise dos personagens homossexuais da TV Brasileira

Cult�ra

É possível viver de música?



Seja

Editorial Queen

bem vindo!

A

Queen Magazine é o resultado do Trabalho de Conclusão do Curso de Nathália Adriana Pereira dos Santos, graduanda em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo da Universidade do Vale do Paraíba.

O tema do TCC é a Imprensa Gay do Brasil e a dificuldade de crescimento deste nicho. A proposta editorial surgiu com a criação de um design editorial em mídia digital que tem como pretensão identificar este público e colocá-lo como cidadão visível e comum a outros. O formato editorial escolhido, ou seja, a mídia digital, surgiu por causa do desenvolvimento da tecnologia que houve nos últimos anos, a velocidade de informação que este tipo de mídia proporciona e os novos produtos e dispositivos que chegam ao mercado. Além disso, esse tipo de mídia proporciona a individualidade e privacidade que o público LGBT procura. A Queen Magazine possui características de revistas impressas, com todos os recursos disponíveis na era digital. Entre os objetivos do trabalho está a divulgação e reunião de conteúdo para pessoas, que se auto intitulam como parte da comunidade LGBT. Este público por falta de representação, por algumas vezes é ignorado e repreendido pelo restante da população. Tem também como objetivo iniciar de uma era de discussões e manifestações da liberdade de gênero, de identidade, de expressão e sexual. Tirando a imagem caracterizada do homossexual, o aproximando do cidadão comum.

nathalia colt Editora chefe

EXPEDIENTE QUEEN é uma publicação da Diva Comunicação: Rua Abília Machado, 300 Contato: 981399480 • www.queen.com.br facebook.com/RevistaQueenMagazine Diretora Executiva: Nathalia Colt Diretora de Criação e Arte: Deborah Zandonadi Editora: Nathalia Colt Diagramação: Deborah Zandonadi Fotos: Divulgação Orientadora: Prof.Ma.Celeste Marinho Manzanete

diva comunicação


Índice SE JOGA!

vídeo-leitor

interatividade

Você na Queen

Aprenda a fazer aquela make perfeita para a balada, encontre uma dica legal de filme ou faça aquele penteado da moda. Essa é a dica de leitor para leitor.

fala bee

PARÔU TUDO

sexo

cultura

Marcia Eliane, Psicóloga Clinica e Especialista em Sexualidade Humana, tira dúvidas de nossos leitores e desmitifica a sexualidade, trazendo-a para o dia-a-dia.

Para viver de música é preciso ter dom, nascer com a vontade de vencer e lutar pelo sonho.

Vamos falar sobre sexo?

SÓ ACHO

Mais que um Sonho

phyníssima

COMPORTAMENTO

moda & beleza

Personagens da teledramaturgia aproximam os telespectadores dos verdadeiros homossexuais, ou a estereotipação ainda reina?

O Verão está aí e para você não fazer feio, reunimos as maiores tendências da estação.

Não me representa!

Verão 2014


AI QUE TUDO!

tecnologia

Guia da Paquera

Passo a passo para você se dar bem com os App de “caça”.

Faz carão!

Ensaio fotográfico

Sensualize

André Ferrari e Aline Paula como vocês - e eles- nunca viram.

BAFÔN

Segurança, Religião e Política

Brasil Gay

Retrospectiva das últimas décadas da sociedade brasileira e as conquistas que os homossexuais conseguiram. Rapidinha

ping-pong

Tiago Bezerra

O ator fala sobre a profissão e a polêmica estereotipação.


SE JOGA!

TURISMO

O Rio de Janeiro

continua lindo

Cidade Maravilhosa que encanta turistas estrangeiros, também pode te encantar

E

ntre os incríveis destinos turísticos que o nosso Brasil possui, nenhum tem a fama internacional que nem o Rio de Janeiro. É por isso que a equipe da Queen Magazine escolheu a cidade maravilhosa como primeiro point de dicas de visitação para você. Sendo, segundo a EMBRATUR, o Rio de Janeiro é a cidade que recebe mais turistas estrangeiros em toda a América Latina. E considerado o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer. Não é estranho notar que falar dos

encantos do Rio de Janeiro é um tanto redundante, já que como enfatizada em inúmeras músicas da Bossa Nova o Rio é sinônimo de beleza. A cidade que recebe quase 40% dos turistas estrangeiros que visitam o país foi eleita uma das dez cidades mais bonitas do mundo pelo site de guia de turismo mundial Ucityguides50, em 2011. O motivo desse resultado, como já esperado, são as maravilhas que esta cidade disponibiliza aos seus visitantes. O município está entre as cidades brasileiras com maior variedade de lugares e programas, sem falar do Carnaval, que é um dos principais eventos nacionais. Além disso, recentemente a cidade se prepara para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e sede oficial dos Jogos Olímpicos de 2016. É considerado grande pólo do turismo cultural, conta com diversos museus, teatros e casas de espetáculos. A cidade abriga a maior floresta urbana do mundo, no

Parque Estadual da Pedra Branca,tem uma das sete maravilhas do novo mundo, o Cristo Redentor. E, além disso, possui o morro do Pão de Açúcar (com seu famoso teleférico), a lagoa Rodrigo de Freitas, as praias de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, a floresta da Tijuca, da Quinta da Boa Vista, o Jardim Botânico, o Largo do Boticário, a Cinelândia e do Estádio do Maracanã que estão entre os principais pontos de visitação. Entre os maiores eventos do calendário carioca, destacamse o Festival Internacional de Cinema, a Mostra do Filme Livre, a Bienal do Livro, o Rock in Rio, o Fashion Rio, que tem a maior feira de negócios de moda da América Latina, o Anima Mundi e a festa do réveillon em Copacabana, que está no Guinness


Book como a maior festa de ano novo do mundo, com mais de 4 milhões de pessoas espalhadas pelas praias da cidade, sendo 2 milhões só na praia de Copacabana. Você já se imaginou passando a virada por lá? Já no turismo cultural podemos destacar o Museu Histórico Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes, o MAM, o Real Gabinete Português de Leitura, o Palácio do Catete e o Theatro Municipal. Se você já visitou a cidade, tenho certeza de que quer voltar, para quem ainda não visitou não falta oportunidade. Confira alguns dos locais mais visitados pelos turistas e viaje você também para a Cidade Maravilhosa. •


Você na

vídeo-leitor

interatividade

V Make-up Day

► Daniela Da Mata ensina uma make perfeita para balada.


fala bee

sexo

Vamos falar

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sobre sexo?

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Sou gay, mas não sinto atração por gays, gosto mesmo dos heteros. Não sei explicar, quando vou em uma boate até fico com alguns caras, mas nunca tenho relações. Para conseguir "pegar" heteros, fiz um perfil fake com a foto de uma menina e esporadicamente consigo encontrar com algum rapaz de lá para me relacionar. Como meu comportamento não é comum, entre os gays, tenho algum problema? Cleverson S. - 26 anos

Estou a fim de um cara e ele também está a fim de mim, mas não sei se ele é ativo ou passivo. Sou versátil, mas já tive relacionamentos com só ativos e só passivos, mas não gostei. Como posso descobrir? E melhor, como posso convencê-lo de que eu também tenho necessidades? Ricardo A. - 24 anos

Normalmente as mulheres vão a ginecologistas antes de ter a primeira relação, nós homens (homossexuais), é necessário fazer algum procedimento antes de perder a virgindade? Se sim, qual é o médico mais indicado? Diego P. - 19 anos

Apesar de nunca ter tido problema com a minha sexualidade, desde que surgiu toda essa discussão sobre a “cura gay”, fiquei com vontade de perguntar. Agora que tenho a oportunidade, quero saber: Se aprovada a inclusão da Homossexualidade como doença. Como seria feita a cura Gay? Sempre imagino algo como lavagem cerebral, ou tratamento de choque.

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Marcia Eliane Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana Avenida Barão do Rio Branco, 285 - Jardim Esplanada - São José dos Campos Rua Barão da Pedra Negra, 500 - sala 27 - Centro - Taubaté Contatos: marcia_psic@yahoo.com.br (12) 3018-3591 Um pouco do meu trabalho: Blog Vivendo a Sexualidade Vivendo a Sexualidade Sexualidade na Adolescência

Nunca tive coragem de comentar com ninguém ou com algum médico, mas eu tenho um apetite muito grande por sexo. Não consigo ter um parceiro fixo, sempre alguma coisa dá errada, talvez por que eu só curta ser passivo. Mas o problema é que acho tenho algum tipo de distúrbio, não sei. Muitas vezes para não sair todo dia com caras diferentes ou para não sair "caçando" eu me masturbo com frequência e alivio minha tensão. Tento me ocupar, ler livros, fazer outras atividades, mas logo começo a pensar em sexo, principalmente, porque fico muito sozinho. Quando estou com alguém, enquanto não transo várias vezes não fico satisfeito. Desculpe doutora se eu exagerei, mas estou com medo do sexo ter se tornado um vício. Guilherme E. - 21

Rodrigo F. - 29 anos

Quer participar também? Mande sua pergunta para QueenMagazine@outlook.com


PARÔU TUDO

cultura

Mais que um

V

iver de música é sonho de muitos. E na infância se comparado ao sonho de ser jogador de futebol, médica ou professora, é possível que tenha o mesmo número de adeptos. Isso acontece porque o interesse pela música está presente, de um modo ou de outro na vida das pessoas. Podemos observar isso, quando alguém decide ligar o rádio durante um dia de limpeza, fazer o trajeto de casa ao trabalho com uma trilha sonora, ou até ao escolher seguir uma carreira musical. A música está presente na

sonho

vida de todos. No entanto, para quem quer seguir carreira, é comum preocupar-se com a falta de trabalho e o baixo retorno financeiro. Para ilustrar este mercado, a Queen Magazine entrevistou um DJ requisitado das noites paulistanas, sobrevivente do mundo musical e um aspirante a ídolo do pop nacional. Os dois são do interior de São Paulo e têm uma coisa em comum: o anseio, a perseverança e a coragem de seguir na carreira e viver de música. E pra quem tá começando a caminhada é ainda mais longa, mas não falta determinação.

Breno Barreto

é DJ residente da Blue Space há seis anos. E começou sua carreira muito cedo, ainda na infância. “Desde pequeno sempre amei música e nas festas de amigos eu sempre era o “DJ”, aquele que levava aquele monte de CD, além disso, eu sempre era o responsável pelo repertório.” comenta. Natural de Paraibuna, cidade de um pouco menos de 20 mil habitantes, ele sempre sonhou em ser DJ, no entanto sem saber como começar ele trabalhava e estudava como um adolescente qualquer, e nas horas vagas fazia remixes e produzia algumas músicas por Hobby. Um tempo depois ele conheceu o DJ Jairo Camillo, de São José dos Campos, que como mentor o ensinou a tocar. E foi assim, que com 21 anos de idade, Breno Barreto decidiu focar na profissão de DJ, logo no início ele virou residente da Zyon, boate de São José dos campos. “Hoje eu olho pra trás e me sinto privilegiado de ver o que consegui e aonde eu cheguei. Sou residente da Blue Space, que é uma das casas mais tradicionais de São Paulo e a mais respeitada no país, e sempre estou viajando pra fora do estado. Quando eu paro e penso que há 10 anos eu estava em Paraibuna e sonhava em ser DJ. Sou muito grato a tudo isso. E mesmo com tudo o que consegui, procuro manter o “pé no chão”, pois eu sei que ainda tenho muito a caminhar”.


nha infância e não aguentei aquilo, estava me machucantambém descobriu sua vocação logo do demais. Na mesma hora cedo. “Desde pequeno eu sempre canlembrei-me dos antideprestava, minto, na verdade eu ‘brincava de sivos que um amigo da micantar’, cantava em línguas que eu innha mãe me deu e não penventava e achava que era inglês, risos. sei duas vezes, tomei os 30 Mas uma coisa é certa, eu sempre gostei comprimidos e apaguei. Só me lembro de criar melodias, ritmos e etc. Na escola de ter estado no hospital com um monte eu sempre fui ligado à arte, gostava de de médicos a minha volta.” Foram dois desenhar, pintar, escrever histórias, fazer em coma, até que acordou. “No dia em teatro, me apresentar e etc. “Ainda quanque eu acordei minha mãe colocou sodo era criança, seus pais se divorciaram bre o meu colo o meu caderno de múe a guarda ficou com sua mãe. O aconsicas e disse: “Meu filho, não para de estecimento mexeu muito com a cabeça crever suas músicas não, você é muito dele e assim, na escola nova, Fernando jovem pra ir tão cedo”. Até hoje não sei tinha, por muitas vezes, um compora melhor forma de agradecer a ela por tamento irritado e estressado. Em um esse incentivo. Desde esse dia, enxergo determinado dia a diretora do colégio, o a vida com outros olhos, enxergo tudo encaminhou para uma psicóloga pra saem seu lado positivo e otimista. O suicíber o que acontecia. Após relatar o que dio é a forma que alguém busca acabar não lhe satisfazia, a psicóloga o aconsecom a dor e não com a vida”. O tempo lhou a ter um diário e escrever todos os passou e no fim de 2012, Fernando fez dias tudo aquilo o que eu sentia. “E foi suas resoluções. “Lembro-me que nesisso que fiz, passei a ter um caderno de te momento eu mudei a palavra sonho anotações, mas por incrível que pareça por objetivo, achei que assim seria mais eu ainda era bem humorado o suficienpossível de se realizar. Risos.” Logo na te para colocar ritmo e melodia no que primeira semana de janeiro deste ano, eu escrevia, e desde então passei a me Fernando conheceu alguns produtores interessar por isso porque era divertido e acabou encontrando um que parecia e eu me distraía. Além disso, eu ficava ser bacana. Mas, o produtor não gostou cantando o dia inteiro aquelas músicas muito de suas letras. “Como tenho letras que me faziam esquecer os meus proque falam de um amor mais alternativo, blemas.” Em 2010, Fernando teve sua romances gays, prostituições, drogas e primeira paixão, e também sua decepaté sobre pedofilia, e ele não gostou e ção. Aquele acontecimento, mais tudo falou que era esse meu estilo eletrônico que havia passado na infância com seus que não era vendável e que estava dipais foi muito e ele não aguentou. “Pode fícil conquistar um espaço no mercado parecer banalzinha essa historinha de da música no momento que a hora era um menino ficar triste com isso, mas eu focar no sertanejo universitário, pagode, já tinha passado por muita coisa na miaxé e funk”. Esse ‘preconceito’, fez com

Fernando

Castello

que Fernando procurasse outro produtor. “O Bruno Faria é mais a ‘minha cara’ e realmente, foi com ele que falei e tudo deu certo”. Para Bruno, que já havia produzido algumas bandas de rock, sair do estilo rock e mudar de ares assim, foi um desafio, mas ele topou e o resultado foi ótimo. A primeira música que escolhi foi a “Quem É Que Está No Topo Agora?” porque foi uma das minhas primeiras músicas que falava de reviravolta e de ficar por cima porque realmente é o que está acontecendo. Essa música não só é meu primeiro trabalho tirado do papel como também é um aviso para todos aqueles que duvidaram de mim. “Não me acho, não me entendam mal. Acho até engraçado um ‘Zé Ninguém’, anônimo e sem nenhum registro ou histórico musical resolve escolher uma música pra mostrar pra todos que estava no topo? Risos. Para mim esse ‘topo’ é algo muito particular, é algo que eu conquistei. Estar no topo não é um status financeiro ou de poder e sim de poder olhar pra trás (ou no caso pra baixo)e ver o quanto eu já andei e superei.” Quem É Que Está No Topo Agora? Foi divulgada pelo Facebook e Youtube no dia 06 de Maio desse ano, teve XX visualizações e muita gente gostou. •


PARÔU TUDO

cultura

Breno

Barreto

Profissão: Formado em Radio e TV. Já trabalhou em uma rádio comunitária na qual tinha um programa semanal de música eletrônica. Sempre gostou de vídeos. E assim que se tornou residente da Blue Space, iniciou a faculdade.“Sempre disse que meu foco era a música, ser DJ. Mas nunca se sabe o dia de amanhã,certo? Acho que se eu não fosse DJ, com certeza estaria trabalhando com edição de vídeos.” Inspirações:“Eu sempre gostei muito dos produtores Abel Ramos, Danny Verde, DJFist. Mas hoje, eu digo que me inspiro nos meus amigos Tommy Love, Mauro Mozart, Enrry, que são produtores nacionais e fazem muita coisa boa”. Objetivos:“Crescer e ser reconhecido no que faço. Nunca quis passar por cima de ninguém, nem ser o primeiro. Meu objetivo é estar entre os primeiros. Eu nunca tive pressa ou desespero pelo sucesso, sempre acho que ele vem na hora certa. Se você trabalha duro e investe em si, ele vem. Pode até demorar, mas vem!”.

Ouça a versão Radio edit do hit Cha Cha Boom

Família:“Minha mãe sempre me apoiou em tudo, ela sempre quis me ver feliz. Claro que, me vendo trabalhar na noite, ela tinha medo por causa do uso excessivo de drogas e outros problemas da vida noturna. Mas ser DJ não é diversão, é trabalho. E, a me ver crescendo, conquistando meus objetivos ela também fica realizada”.

A versão “Club Mix”, de 6:40, está disponível no Itunes www.brenobarreto.com www.facebook.com/brenobarretodj www.soundcloud.com/brenobarreto


Fernando

Castello

B

atizado como Gleison Fernando Alves Nascimento e apesar de não ser totalmente Fernando, ele construiu esse sobrenome de forma acidental.“Castello, entre outros significados,veio da palavra ‘Castelar’- uma gíria jovem que significa ‘Viajar’ ou ‘imaginar demais’ e comigo não era diferente.Eu ‘castelava’ demais até que uma amiga me chamou de castelo por causa das letras das minhas músicas, de como eu as imaginava e viajava muito nas nossas conversas de escola.”

Profissão:“Eu ganhei uma bolsa de Administração para fazer faculdade. Mas eu pensava bastante se realmente era o que eu queria, até que alguns de meus amigos, que me ouviam cantar e leram algumas de minhas composições, falaram que eu devia investir na carreira de ser cantor porque eu me daria bem por ter um estilo próprio. E como isso era algo que eu queria muito, desde criança, resolvi abrir mão da faculdade e ir atrás do meu sonho, muitos me chamaram de louco, mas eu não liguei, estava decidido.” Inspirações:“Quando eu era pequeno, a minha mãe gostava de escutar Roxette, Madonna, Tarzan Boy, The Ritmics, Queen, Michael Jacson entre outros. E, de certa forma, isso contribuiu para minhas escolhas musicais no futuro. Acabei ficando meio americanizado porque, cresci gostando disso e hoje quero ser igual a eles.A minha inspiração número 1 é a cantora Rihanna, sempre fui apaixonado por ela desde o seu aparecimento na mídia. Fico admirado com a história de vida dela e de como superou tudo pra chegar onde está, e com mérito. Ela tem estilo e é uma coisa que estou construindo em mim. Eu também gosto

de muitos outros artistas em quem me espelho como Daddy Yankee, Justin Tinberlake, Aggro Santos, David Guetta e muitos outros que acredito que fazem o meu estilo.” Objetivos:“Estou no começo de minha carreira, e sei que tenho muito a aprender ainda, mas sei bem o que eu quero.Quero produzir as minhas músicas e poder cantá-las para muitas pessoas. Transmitir as emoções e compartilhar meus sentimentos. Quero virar referência de imagem e estilo, quero ser reconhecido. Quero que as minhas músicas façam parte de alguns momentos marcantes das pessoas.Mas, meu maior sonho é poder, com o dinheiro do meu trabalho, dar um novo lar para a minha família porque elas são a minha base. Minha mãe e irmãs merecem o melhor. E depois, conquistar outros pequenos sonhos como viajar, conhecer outros países e etc.” Família:“A minha família não gostou muito quando eu larguei a faculdade para iniciar a carreia de cantor. Mas em nenhum momento deixaram de me apoiar, acho que depois de tudo que houve comigo, o médico disse a eles para não me contrariar, risos”.


SÓ ACHO

COMPORTAMENTO

Não me

representa!

Personagens homossexuais da TV representam a realidade?

A

existência de personagens homossexuais na TV brasileira já não é tão novidade assim. Aliás, o primeiro personagem homossexual da televisão brasileira, foi ao ar no ano de 1970. O cabeleireiro Rodolfo Augusto da novela Assim na Terra como no Céu era interpretado por Ary Fontoura. No entanto, a personalidade do personagem não era abordada com profundidade, não tinha apelo sexual e nem demonstrava afeto por homens.Atualmente, as principais tramas da Rede Globo contam com personagens gays. E mesmo com o progresso que houve, tanto na aceitação do público, como da própria emissora.In-

brasileira

felizmente a estereotipação do homossexual ainda é uma realidade. Há tempos, existe uma discussão sendo levada em jogo. Que tipo de educação que a novela brasileira proporciona às pessoas? Alguns estudiosos afirmam que a grande exposição estereotipada que a TV proporciona pode levar a preconceitos e fobias. Um estudo publicado na revista Comunicação & Educação,na edição nº 13 de 1998, abordou em um de seus textos exatamente este assunto: “As telenovelas, dentro do gênero ficcional, são as grandes vilãs: do amor romântico às relações extraconjugais, passando pela prostituição e pelo erotismo, ao crime. Independentemente de suas qualidades artísticas, configuram-se como verdadeiras janelas


para trazer modas e oferecer a transposição evasiva da realidade cotidiana.” Partindo desse princípio, ela enfatiza que um dos maiores problemas é “a permanência do preconceito de quem não vê, não conhece e não gosta, de um lado, ou de outro.” Em algumas novelas é feito uma pesquisa pelo autor, antes mesmo de iniciar a escrever os primeiros capítulos, já em outras a falta de referências e de análise que avaliam esse produto cultural. Acabam por ser um voo imaginativo do autor e de uma emissora em busca de audiência usando uma história melodramática. No entanto, tais estereótipos, mesmo confundindo a consciência dos telespectadores, podem ajudar a aceitação de determinada minoria pela sociedade. Um exemplo foi a polêmica que o SBT levantou após a cena tão aguardada do beijo gay na novela “Amor e Revolução”. Ao contrário do que se imaginava, as personagens receberam o apoio dos telespectadores que inclusive fez

com que as duas terminassem a trama juntas e com um final feliz. No entanto, a repercussão positiva não contribuiu muito, já que a própria emissora cortou o segundo beijo do casal e orientou Tiago Santiago, o autor da trama, a não abordar mais o assunto. existência de personagens homossexuais na TV brasileira já não é tão novidade assim. Aliás, o primeiro personagem homossexual da televisão brasileira, foi ao ar no ano de 1970. O cabeleireiro Rodolfo Augusto da novela Assim na Terra como no Céu era interpretado por Ary Fontoura. No entanto, a personalidade do personagem não era abordada com profundidade, não tinha apelo sexual e nem demonstrava afeto por homens.Atualmente, as principais tramas da Rede Globo contam com personagens gays. E mesmo com o progresso que houve, tanto na aceitação do público, como da própria emissora. Infelizmente a estereotipação do homossexual ainda é uma realidade.

Estereotipação ou Realidade?

O Crô, personagem interpretado por Marcelo Cerrado na novela Fina Estampa de 2011, invocava a Lady Gaga em momentos de desespero, venerava a cantora Madonna e desmunhecava o tempo todo. Apesar de caracterizar o gay de forma um tanto pejorativa e cômica, ele foi responsável por conquistar o público brasileiro, inclusive o público gay. Em entrevista à Rede Globo o presidente da AGLBT,Tony Reis, falou sobre a importância de um personagem gay na televisão. “A novela tem que refletir a sociedade”, afirmou. Por outro lado, há quem diga que a caracterização foi um tanto exagerada e que não se sentiu representado pelo personagem. Uma dessas acusações, inclusive, fez com que o autor de Fina Estampa, Aguinaldo Silva – que já foi ativista gay quando editava o jornal Lampião da Esquina. Fizesse duras críticas ao movimento gay. “Tem gay ativista dizendo que Crô presta um desserviço à “causa” por ser pintoso! Socorro Santa Madame Satã! Ah, fala sério ô viado”, escreveu Aguinaldo em seu Twitter.

E você, o que acha dos personagens gays e lésbicos da TV brasileira? Mande sua opinião pra gente.

Mas afinal, o que é personagem estereotipado? Bom, segundo o dicionário Aurélio, estereótipo é a concepção baseada em ideias preconcebidas de algo ou alguém, sem o conhecimento real. Geralmente de cunho preconceituoso, baseado em afirmações gerais construídas sobre inverdades; algo desprovido de originalidade e repleto de clichês. Por exemplo, sabe aquele personagem negro que mora na favela e é traficante? Ou a família de classe média alta que tem várias empregadas? Ou até mesmo a virgem que nega ao “pecado” do sexo? Então todos eles são estereótipos. E, assim como o homossexual afetado ou afeminado, ainda compõem a teledramaturgia brasileira.

O não afetado

A primeira novela a trazer um personagem gay não estereotipado foi “Brilhante” de Gilberto Braga, exibida pela TV Globo, em 1981. Vivido por Dênis Carvalho, o jovem Inácio era obrigado por sua mãe a casar uma mulher, reprimindo sua homossexualidade. No final da trama ele teve um final feliz, se livrou do casamento arranjado e foi morar com o namorado em Paris. Neste ano, a Globo estreou a novela “Amor a Vida” que aborda a homossexualidade de diferentes formas. Desde o vilão Félix (Mateus Solano) que é bem afetado até o Eron (Marcelo Antony) que, apesar de ser casado com Nyco (Thiago Fragoso), é bem reservado e inclusive finge ser hétero, tendo um envolvimento com uma mulher, para agradar o chefe de sua empresa. Elisabete Kobayashi, jornalista e viciada em novelas, comenta. “Colocar uma mulher na vida deste personagem, pôde de uma certa maneira driblar a resistência do público brasileiro que ainda é um tanto conservador”. A verdade é que ainda não sabemos se Eron irá ficar com Nyco ou com Amarilys (Danielle Winits), amiga e barriga de aluguel do casal.


Verão 2014

phyníssima

moda & beleza

T-shirts, estampas e transparências vão bombar nessa estação

O

verão está chegando e como vivemos em um país tropical, às vezes nem percebendo e acabamos usando as roupas da coleção passada no nosso dia a dia. Para mudar isso e entrar ar-

rasando na estação mais quente do ano, nada melhor do que saber o que estará em alta. Selecionamos alguns itens que foram destaque na produção das Fashions Weeks de Primavera/Verão deste ano e trouxemos para você o que há de melhor de cada grife.

Mulheres

Se você é delicada e adora looks mais femininos a aplicações de flores está moda. Flores delicadas e bem pequenas, ou grandes e vistosas, deram o ar da graça em várias peças. E com certeza é um item que não pode faltar. Se você não se sente bem com camisas tão femininas a onda é usar as velhas amigas T-shirts. Dessa vez, elas voltaram mais elaboradas, com recortes ou estampas coloridas e ganharam destaque nos desfiles de verão 2014 de Londres. O japonismo está em alta há algumas temporadas, mas agora os looks surgem mais literais do que nunca, com total cara de quimono. Se você não é muito fã, pode adotar o look em uma festa a fantasia e não fazer feio. A estação também pede looks de alta carga sexy e a tendência de peças transparentes ajuda a conseguir esse efeito. Mas lembre-se, nada de exageros. Porque ir de sexy a vulgar também não dá. Por fim, a combinação saia + moletom é a novidade. Nos desfiles de Londres, a tendência foi vista em looks que combinavam moletom e saia, um look super esportivo e feminino.


Acessórios

Os acessórios também ganharam uma nova roupagem e tanto homens quanto mulheres podem se inspirar: Para os homens a aposta é abusar dos itens: bolsas, bonés, óculos e sapatos diferenciados. A TNG mostrou uma coleção descolada e trouxe mochilas para compor os looks masculinos, junto com bonés cheios de aplicações. A R.Groove mostrou bolsas de mão estilo carteira, óculos fechados e com lentes redondas e sapatênis que deixam os looks mais modernos e casuais.

Homens

O que tende vir para na moda masculina verão 2014, é a inclusão de cores nos look, os eventos SPFW e o Fashion Rio mostraram claramente a tendência de cores mais fortes. Além disso, os jeans vieram com uma lavagem mais clara, as roupas que vão compor os looks pedem um lado mais casual, com um toque do preto e do branco geométrico. Os tons rústicos também ganharam as passarelas e as camisas uma certa transparência. As estampas mais modernas também poderá ser tendência na moda masculina, então fique ligado nessa novidade. O legal mesmo é fazer e modular seu estilo do seu jeito, inspirando nos desfiles, mas utilizando da forma que mais gostar. Alguns estilistas levaram um estilo mais fino e conceitual, apostando em modelo de roupa para jovens empresários, homens sérios. O estilo slim do corte das peças dá um toque a mais de simplicidade e modernidade juntamente com um pouco de sofisticação dos looks •

Já para as mulheres, a tendência atende todos os estilos: os saltos baixos, altos, sapatilhas, rasteiras, Scarpin, Peep Toe ganham novos desenhos e cores. O acrílico e as transparências ressurgem, mais uma vez, juntamente com as cores do momento e as pedrarias deixam mais sofisticadas os looks mais sociais para a noite. Para a balada e ocasiões sociais, a Clutch ganha brilho com pedrarias. No dia-a-dia, as bolsas seguem as cores do momento como coral, laranja, nude, off e branco e Navy.


AI QUE TUDO!

tecnologia

paquera

Guia para a

Saiba como você pode se dar bem com os apps de paquera e conseguir o amor ou a aventura de sua vida

A

timidez na hora da paquera foi superada pela tecnologia e os aplicativos para smartphones, solução tecnológica para o flerte no mundo LGBT, conseguiram emplacar o primeiro lugar entre os favoritos por todo o país. Nunca foi tão fácil encontrar alguém interes-

sante, disponível e pronto para um relacionamento sério ou uma aventura. Criados em meados de 2010, os aplicativos de paquera não estão mais nas listas de novidades. Até lista odiadores eles já possuem, mas assim como Facebook, ainda existem alguns usuários que estão em sua pri-

meira experiência. E para auxiliá-los, a equipe da Queen decidiu construir um manual de utilização. Para que você, marinheiro de primeira viagem ou não, possa entender como funciona essa ferramenta e com ela obter o melhor resultado. Ficou interessado? Então chega mais e veja os passos a se seguir


Saber suas intenções é o primeiro passo para escolher o aplicativo certo e com ele obter uma boa experiência. Por exemplo, se você quer só conhecer pessoas novas, fazer amizade e talvez, se pintar um clima, tentar o “algo mais”. Não comece instalando aplicativos de encontros casuais, porque os que estão alí cadastrados querem isso e é bem provável que eles não queiram compromisso.

Uma alternativa para facilitar a sua busca por um novo parceiro é baixar aplicativos que sejam voltados para um público específico do qual você faz parte ou se interessa. O Grindr é muito conhecido entro os gays, e já possui mais de 162 mil usuários no Brasil e 6 milhões no mundo. Apesar do grande número, é comum perfil de participantes que são adeptos da musculação, que almejam o corpo sarado e bonito. Então, se você tá mais pra Bear não vai se sentir bem. Neste caso, é melhor você se cadastrar em um aplicativo mais específico para quem é ou gosta de ursos. Outra opção são os aplicativos que reúnem pessoas interessadas entre as que você já conhece. O aplicativo Bang with Friends promove sexo casual entre amigos do Facebook. Imagine aquele cara que você conheceu na balada e tem uma amor platônico, então ele pode estar cadastrado lá e também estar afim de algo casual. O

Perfil

Muito bem, você já decidiu o app certo e está pronto para começar. Mas antes de sair por aí conversando, veja alguns conselhos que você deve pôr em prática ao criar o seu perfil: • Use uma foto de seu rosto. Bichinhos são fofos, mas ninguém quer sair com um deles; • Preencha seu perfil com o máximo de informações sobre você, como idade, etnia, altura e interesses. • Não minta na descrição. • Mantenha a simplicidade na hora de abordar alguém. Chegar perguntando a posição sexual preferida de alguém não é uma boa forma de puxar papo.

BWF tem 1,1 milhão de usuários cadastrados, 250 mil deles só no Brasil. Um grande problema comum que as lésbicas enfrentam é a falta de opção, em algumas cidades são poucas as garotas que se revelam sapatas e que assumem um relacionamento. Em sua maioria as meninas só estão “experimentando”. Para ajuda-las, o aplicativo Brenda, focado no público lésbico, conta com mais de 30 mil brasileiras inscritas. Ele também funciona por geolocalização, ajudando a encontrar pessoas que podem estar do seu lado. Existem também aplicativos para bissexuais, então se você tiver em dúvida pode optar por um desses. O Grindr é um deles, entre os usuários entrevistados não é difícil de encontrar histórias de encontros com caras que tem namoradas ou são casados. Esses aplicativos são bons para os homossexuais, porém eles são melhores para os não assumidos.

Encontro

Você se cadastrou, conheceu a pessoa certa e depois de algumas semanas de conversa vocês decidem se encontrar. E agora? O que fazer? • Veja o que vocês têm em comum antes de se encontrar para que não exista momentos constrangedores e o papo role solto; • Peça mais fotos e disponibilize também, afinal a pessoa se interessou por você porque não mostrar como realmente é. • Marque encontros em lugares públicos e movimentados. Nunca se sabe se a pessoa está mesmo interessada ou se está com más intenções. • Durante o encontro você percebeu que não gostou da outra pessoa. Seja sincero, você não precisa ficar com alguém só porque está alí. A melhor forma de sair dessa situação é pedindo desculpas. • Caso o encontro seja melhor que o esperado, não tenha medo de se entregar para algo mais sério.

Ponha em prática

Agora que você já leu o guia e já sabe tudo que pode te ajudar, ponha em prática! Afinal não há nada melhor do que conhecer gente nova e se divertir por aí. •


BAFÔN

Brasil

Brasil

gay

Um panorama das últimas décadas e da sociedade que ainda é contra a diversidade

E

m maio deste ano, o Instituto Data Popular divulgou uma pesquisa sobre a homossexualidade, aceitação e conquistas. Seguindo a ideia, a Revista Veja junto com o Ipsos MediaCT também divulgou, em uma edição especial, uma reportagem sobre a opinião dos brasileiros sobre a homossexualidade e fez uma comparação das respostas com uma matéria feita há 20 anos atrás com o mesmo tema. Levantamos as principais questões levantadas nessas duas pesquisas e mais alguns fatos importantes que ocorreram neste período, para mostrar a você, leitor da Queen, quais foram as principais vitórias que os homossexuais conquistaram nestas últimas décadas.

Preconceito

Fora de casa, a situação é um pouco diferente, em 1993 56% das pessoas entrevistadas mudariam o O primeiro âmbito que a pesquisa comportamento com algum coledemonstrou foi o da aceitação. A ga, caso descobrisse que ele é hoquantidade de pessoas que ainda mossexual, esse número caiu para se declara contra a homossexuali- 19%. Segundo o instituto Data Podade é grande, é bem comum que pular, ao comparar a idade, é pero preconceito comece no ambien- ceptível que o preconceito é menor te familiar. O número de pessoas entre os mais jovens, e os que posque ainda manifestam não aceitar suem um maior grau de escolaridater um filho ou filha homossexual de e acesso a informação. é de 37%. Em 1993 essa porcentaOutro setor que demonstra esse gem era de 79%. Apesar da gran- segmento é o de números de dede queda, esse número ainda é núncias. Desde de 2011 o Relatório grande. Normalmente a família é Sobre Violência Homofóbica divulo primeiro refugio do homosse- ga os números registrados. E, em xual e quando não há esse apoio maio de 2013, foram divulgados os muitos não tem para onde ir. Entre números de 2012 comparado ao os pais, o número é ainda maior e ano anterior, houve um crescimento sobe para 47%. Já entre as mães a de 166%. O crescimento foi de 1.159 rejeição é de 35%, um déficit de 2% para 3.084 registros, um aumento se comparado com o geral. da indignação das pessoas com os ataques homofóbicos.


Outro ponto abordado na pesquisa é o da política. 12% dos entrevistados mudariam de candidato se ele revelasse ser homossexual, em 1993 este número era de 56%. Isso demonstra a aceitação do homossexual como parte da sociedade, se ele está lá representando este cargo é porque representa seus eleitores.

Religião

2010 abertamente homossexual que tem se apresentado como um dos mais destacados defensores da comunidade LGBT no congresso brasileiro. Neste período, houve também uma grande conquista, em 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal, reconheceu, por unanimiComo exemplo, podemos ver que dade, a união estável entre pessonos últimos anos alguns homos- as do mesmo sexo em todo o tersexuais assumidos já conseguiram ritório nacional. O julgamento levou grandes cargos políticos. Clodovil em consideração uma vasta gama Hernandes foi o primeiro homos- de princípios jurídicos consagrados sexual assumido a ser eleito como pela Constituição como direitos fundeputado federal. No entanto, tinha damentais, dentre eles: a igualdade, uma postura extremamente crítica a a liberdade e a proibição de qualao movimento pelos direitos homos- quer forma de discriminação. Em 14 sexuais e não se considerava eleito de maio de 2013, o Conselho Naciopela população LGBT. Outro candi- nal de Justiça aprova uma nova redato eleito é José Cláudio de Araújo, solução que obriga os cartórios de prefeito de Paraty de 2001 a 2004, o todo o país a celebrar o casamento primeiro prefeito abertamente gay civil e converter a união estável hodo país. Por fim, podemos citar Jean moafetiva em casamento. Wyllys, deputado federal eleito em

Neste ano, o Papa Francisco declarou em entrevista a revista jesuíta revista “La Civiltà Cattolica”, que a Igreja deve ser “uma casa para todos”, ao se referir aos gays e lésbicas. Isso chamou a atenção de diversos religiosos ao redor do mundo. No Brasil, a religião sempre foi conservadora e apesar de algumas até tentarem incluir o homossexual a intolerância ainda reina. Na pesquisa realizada, 1 em cada 4 pessoas entrevistadas acredita que a homossexualidade é falta de Deus ou de uma religião. Em contramão, um novo seguimento tem surgido, alguns homossexuais ao se depararem com o preconceito e a intolerância têm fundado outras igrejas, para se aproximarem de Deus. Um exemplo é a Igreja Cristã Contemporânea, conhecida por aceitar gays, celebrar uniões entre pessoas do mesmo sexo e defender que a Bíblia não condena a homossexualidade. Fundada no Rio de Janeiro, em 2006 a igreja possui os mesmos rituais de todas as outras: batismos, casamentos, reuniões semanais. Mas, ao contrário das outras igrejas evangélicas tradicionais, dá novas interpretações para trechos bíblicos que as outras costumam usar para condenar a homossexualidade, e prega que os homossexuais também podem herdar o Reino dos Céus. Rafael Gonçalves, estudante de Teologia e fundador do site Um Deus Para Todos, “pôs sua cara a tapa”, como costuma dizer, para falar que Deus ama os homossexuais. Para Rafael, mais do que focar em uma religião específica, seu objetivo é que todos os LGBT’s tenham a certeza que são amados por Deus e que usem Ele como refugio. O principal objetivo do site é colocar Deus na vidas dos homossexuais e que a partir disso eles possam prosperar na vida. •

Confira um dos artigos do site Um Deus Para Todos, de Rafael Gonçalves.


Faz carão!

Ferrari

André









Faz car達o!

Aline

Paula










Rapidinha

ping-Pong

Tiago

A

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Bezerra

rapidinha é uma sessão da Queen, que fazemos com um convidado sobre um tema polêmico abordado em umas de nossas matérias. Para participar, o convidado precisa ter alguma relação com o tema. Para a primeira edição chamamos o ator Tiago Bezerra para discutir sobre as responsabilidades de ser ator e abordar determinados temas.

Há quanto tempo você é ator? Faço teatro desde criança. Comecei em 1998, com nove anos, num grupo da escola. Não é muito fácil definir o momento exato em que deixou de ser uma brincadeira e se tornou uma profissão, mas, de fato, sempre foi uma grande paixão! Pensando assim, sou ator há 15 anos.

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Por que decidiu seguir esta carreira? Na realidade fui escolhido pela profissão, não o contrário. Entrei num grupo de teatro ainda pequeno, seguindo alguns colegas de escola. O tempo passou, as outras crianças desistiram e eu continuei. A princípio era como uma terapia: um momento, uma atividade que me fazia muito bem. Não demorou muito e passei a enxergar a arte como um mercado de trabalho. Logo no primeiro ano envolvido com teatro já decidi que esta seria minha carreira.

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O que acha das novelas brasileiras? Existem muitos tipos de novelas, cada qual com seu tipo de linguagem e conteúdo que pretende transmitir ao espectador. Não sou o tipo de artista que condena a TV, mas concordo que é um dos meios que atribui muito glamour aos atores e os torna publicamente visíveis. Os coloca em destaque! Mas, voltando ao assunto das novelas brasileiras, há aquelas que são verdadeiras obras primas, bem como as que servem apenas como puro entretenimento. Cada qual com suas qualidades e defeitos à sua maneira.

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Acha que a “estereotipação” usada pelas novelas são necessárias? Quando se trata de uma obra de entretenimento, isto é, que não tem como principal função transmitir alguma mensagem ou conteúdo aos telespectadores, a “estereotipação” é bem aceita. Normalmente ela vem com o intuito de causar o riso fácil em quem assiste. Existem propostas artísticas onde há personagens estereotipadas com o intuito de criticar algo, entretanto, normalmente trata-se de uma necessidade de humor.

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É muito comum algumas pessoas que falam que tais dramas, e personagens caracterizados são necessários para exemplificar a realidade, você concorda? Porque? Você já viu alguma pessoa como essas personagens andando na rua? Bom, eu nunca vi. É evidente que existem pessoas excêntricas, mas não são a maioria. Para exemplificar a chamada “realidade” são necessárias personagens que se assemelhem ao que é “real”. Mas, é claro, a realidade é uma questão de ponto de vista. O que acha da forma que a TV brasileira abor-

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da alguns temas polêmicos, como a homossexualidade? A mídia, por vezes, acaba por tornar alguns assuntos muito mais polêmicos do que realmente são. A TV é um veículo de comunicação em massa e sua acessibilidade é enorme nos lares dos brasileiros, logo é uma forte criadora de opiniões. Mas o tempo na TV é muito valioso, e me refiro a dinheiro mesmo! Desta forma, tudo o que vai ao ar tem que chamar muita atenção para que as pessoas queiram assistir. O destaque de alguns assuntos, como a homossexualidade, atrai o olhar do público e pode ser debatido, mesmo que não se perceba, sem muito raciocínio acerca de sua forma de abordagem. O que não se pode esquecer, de forma alguma, é que tratam-se de assuntos sérios, delicados e muito debatidos hoje em dia pela população. São temas que dizem respeito a vidas, dores e anseios de seres humanos que realmente existem, mesmo que, talvez, não da mesma forma que a TV mostra. Sendo assim, merecem todo cuidado e respeito quando expostos na mídia.

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Como ator, acha que se submeter a tais papéis é obrigação? Ou o ator precisa ter responsabilidade? Nada é obrigação, em nenhuma profissão. Quando você faz um trabalho é porque aceitou realizá-lo, não por ser obrigado. E, honestamente, não vejo esses papéis de uma forma tão negativa! Há espaço na arte para todos os tipos de trabalho, de personagens. Estereotipados ou não. A responsabilidade do ator não está em aceitar ou não determinado papel, mas em realizar bem sua função de trazê-lo à vida, enquadrando-se na proposta de seus diretores, de seu grupo, de seu elenco. Mas, ao aceitar determinado trabalho, é importante que o artista saiba avaliar qual impacto este vai causar sobre seu público. A função de um ator na sociedade é transmitir mensagens, expor às pessoas certos conteúdos e fazê-las pensar a respeito. É uma responsabilidade enorme!

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A culpa é da emissora, ou ela só atende os anseios da população? “Culpa” não é a palavra. A emissora tem o direito de exibir tudo quanto julga necessário, de acordo com suas prioridades e, obviamente, sem ferir a integridade de seu público. A grade de programação de quase todas as emissoras brasileiras são compostas pelos chamados conteúdos “inteligentes”, bem como pelos de mero entretenimento, ao passo que ambos, inclusive, podem interagir entre si. Seria esse o grande anseio da população? Programas que entretêm ao mesmo tempo que informam e criam um público pensante? Quem sabe.


Artigo

Machos ativos comedores, as passivas, promiscuidade e o medo de amar Por Eliseu Neto para Super Pride

P

rimeiro, devemos pensar sobre o que é ser promíscuo. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), significa ter mais de dois parceiros por ano. Pobres dirigentes que definiram assim, não devem ser muito animados.

No nosso meio, esse é um tema recorrente. Sempre acho irônico que um grupo que sofre preconceito na pele seja ele mesmo provocador de preconceito. Mas lembro, então, do educador Paulo Freire, que disse: “Sem uma educação libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. Os gays, na falta de um referencial próprio, acabam utilizando aquilo que conhecem do meio heterossexual e tentam se organizar assim. Eu gosto de fazer uma brincadeira com amigos (e lembre-se que, como se diz no senso comum, “toda brincadeira tem um fundo de verdade”). Digo que, nos aplicativos gays de celular e nos chats de bate-papo da vida, aquele que diz “preferir ser passivo”, não vai ser ativo nem com uma arma apontada pra cabeça, o “versátil” é, na verdade, o passivo com vergonha, o “ativo” é o versátil botando banca e o ativo mesmo, “puro-sangue”, não está online porque está muito ocupado comendo alguém. Essas são definições machistas, claro, mas que apontam essa necessidade no meio gay de mentir sobre a sexualidade (ou “melhorá-la”) ao procurar sempre uma posição que seria a do macho, “hétero”, ativo e comedor (também não é nada incomum ler ou ouvir “não curto afeminados”, quase a antítese dessa virilidade mostra- prio de cultura, crescem na maioria das vezes se virando da e desejada). Por que essa questão num texto sobre pro- com o que aprendem do padrão heterossexual, dominante. miscuidade? Por não terem a chance de namorar em casa e flertar na escola, nutrem vergonha do próprio desejo e descobrem a sePorque reproduzimos agora o mesmo padrão que há sécu- xualidade de forma escondida, rápida, “gozando e fugindo” los subjulga as mulheres, no qual o macho (somente ativo, por culpa ou confusão. no caso gay, em nosso preconceituoso imaginário) tudo pode (inclusive sexualmente) e a passiva, que ocupa aqui o Poucos gays que conheço não relatam terem se sentido espaço da mulher, tida como fraca e alvo fácil de precon- “péssimos” depois de gozarem em algum momento da vida, ceitos e violências, deve resguardar-se ou correr o “terrível” pois assim que acaba a excitação vem todo o peso de mirisco de ficar mal falada. Mais ou menos como meu avô dizia, lhares de anos de cultura religiosa e preconceituosa, que em relação ao mundo dele: “Prenda sua cabrita que vou sol- escolas, família e leis (ainda) incutem em nosso inconscientar meu bode”. te. Quando isso entra de forma sólida em nosso desejo, a Podemos fazer uma lista interminável de preconceitos que rondam os já estigmatizados homossexuais. Por exemplo, há aqueles que curtem pegação e “fast-foda” (uma gíria para sexo rápido) e aqueles que prezam o sexo “não-promíscuo”, “de namoro” ou tido como “mais careta”. As definições são tão acentuadas que parece muitas vezes que a pessoa que em alguma fase da sua vida quer somente curtir e não ter compromissos sérios torna-se pior ou inferior por causa disso; e aquele que vive dentro das normas “cristãs e morais” vira um ser superior. Pelo visto, pra esses últimos, o deus cristão pode até perdoar ser gay, mas não um sexo rapidinho, pra gozar. As razões para esses diversos tipos de comportamento são bem profundas. Os gays carecem de um processo pró-

pessoa é considerada “puta” (o que em si vale outro texto, discutir o absurdo de puta ser uma ofensa), quer dizer “culpamos” os outros – ou a nós mesmos – por exercermos a sexualidade da forma que a sociedade homofóbica nos induziu a construir, na pressa e de forma secreta.

Outros gays vão para o extremo oposto, tentam mostrar para sociedade que são “normais”. Mas até o psicanalista alemão Sigmund Freud, em pleno século XIX, deixou claro que normalidade não existe. Esse “normal” dos gays seria “dentro das regras que nossa sociedade criou”. E, claro, para sentirse “normal” eu preciso apontar o “anormal”, fazer parte do grupo que aponte (pra ninguém se lembrar de apontar pra mim) e, portanto, falar horrores do coleguinha com animada vida sexual. Mas seria a “norma” realmente saudável? Canso de ler que gays são promíscuos; inclusive de religiosos mal intenciona-


dos já escutei até que balançamos a família tradicional. Mas basta um pouco de perspectiva histórica, ou 30 minutos de conversa com a sua avó. Se ela, por exemplo, tiver mais que 81 anos, nasceu numa época onde nem votar podia. O casamento era baseado em mulheres que, em grande parte, nem tinham orgasmo! Elas não tinham direito de se divorciarem ou votarem e eram ensinadas a aceitar as “indiscrições” do marido, desde que este sustentasse a casa e a esposa oficial. Quando estas queimaram os sutiãs, foram chamadas de vadias por serem “desquitadas”, tudo isso era contra a “moral e os bons costumes”, nome muitas vezes pomposo que o estado e a sociedade usavam (e até hoje usam) para cercear nosso acesso ao prazer ou à liberdade. Hoje isto melhorou, algumas mulheres querem gozar, querem fidelidade ou direitos iguais em casamentos abertos, querem desejar. Se os casamentos hoje duram menos é porque mandar no ser humano é possível, mas mandar no desejo e no tesão… Nunca saberemos a fórmula para isso, estes se formam no indivíduo na mais tenra idade e raramente mudam. (podem ser trabalhados na análise, amenizados, discutidos, mas as marcas da infância e da adolescência estão lá). A meu ver, é muito saudável que tenhamos novas formas familiares, que o casamento seja eterno enquanto dure (ou “duro”) e que cada pessoa possa buscar seu desejo e seus momentos de felicidade como melhor achar que deve. Resumindo: os gays são, hoje, o que as mulheres que ousaram ser desquitadas foram. Mas vale lembrar que a Lei do Divórcio é de 1977 e somente em 2003 (!) foi revogado do Código Civil Brasileiro o inciso que dizia que o marido poderia se divorciar da esposa caso esta não fosse virgem. Tais mudanças recentes foram provocadas por muita luta do movimento feminista; e alterações tão significativas na maneira de pensar da sociedade e nas leis também podem acontecer para o movimento gay, caso este se una com objetivos comuns e pare com brigas internas. Mas, no momento, a segregação de um grupo com outro é palpável: gay não gosta de lésbica ou não gosta de travesti. Esta por sua vez é segregada pela transexual. Enfim, um julga o outro, fala do outro, na tentativa de recuperar sua autoestima abalada por anos de opressão social. É uma tentativa falha, visto que a fofoca no nosso meio nunca termina. A promiscuidade é uma forma de viver; e muitas vezes apenas uma fase. Pode ainda (e veja como esse argumento pode bagunçar as noções que você tem de mundo e da pegação) indicar alguém que é tão amoroso, que se entrega tanto num relacionamento, que gosta tanto de namorar (e acaba sofrendo muito), que cria uma espécie de barreira pra se proteger de tanta dor, morre de medo de sofrer de novo, então escolhe não ter mais ninguém fixo, ser flutuante pelos bate-papos, aplicativos de celular, saunas, dark-

-rooms ou “florestas do sussurro” (apelido pelo qual locais de pegação como o Aterro do Flamengo, no Rio, o Ibirapuera, em SP e até o Central Park, em Nova York, nos Estados Unidos, são carinhosamente chamados). Quando “sou de todo mundo e todo mundo é meu também”, na verdade, como a música “Os Tribalistas” (de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes) também diz, não sou de ninguém e esse sentimento de liberdade pode ser importante em alguns momentos da vida. Ainda mais dentro da construção de relacionamento que temos hoje, onde namorar é abrir mão de todas as outras formas de gozo: o namorado se confunde com dono, briga pela senha das redes sociais do outro, investiga sua vida… No consultório, já escutei quem reclamasse até dos sonhos eróticos do parceiro, algo sobre o qual, coitado, ele não tem o menor controle. A militância briga pela diversidade, mas os próprios LGBTTs parecem não lidar bem com ela: um fala mal de quem frequenta sauna ou suruba, “sente pena” dele, outro chama de careta quem quer imitar o padrão vigente e não ter trejeito algum, os afeminados levam porrada de todo lado… Coitados dos adeptos do poliamor, então, pois estes são desqualificados por quase todos, já que existem falsas crenças ainda em voga, como a que diz que só podemos amar uma pessoa de cada vez (mesmo sendo enorme o número de casais onde um dos parceiros tem mais de uma família) e a que diz que tesão e amor vivem colados. No fundo, todos sabemos que essas crenças estão de fato erradas; a verdade é que precisamos do amor, acreditamos nele para recebermos aquilo que não temos. O psicanalista francês Jacques Lacan é claro ao dizer que “amar é dar ao outro o que não se tem e o outro não quer”, isto é, aquilo que eu queria receber (mensagens, textos, beijos, grude) eu faço para o outro (na expectativa da reciprocidade), que muitas vezes não tem desejo por essas mesmas demonstrações, mas por outras coisas que não percebemos (afinal, sempre “sabemos” o que é amar, não?). O amor não é um só, não tem fórmula, receita e nem mágica. O sexo, então… Quanto tempo mais precisaremos para entender que cada um tem sua própria busca pela felicidade e que esta pode não ser igual pra todo mundo? No fundo, criticamos o outro porque estamos inseguros se o nosso jeito de viver a vida é realmente correto; falar em voz alta e apontar o diferente fortalece nossa crença de que o outro é que é errado (e não nós). Cuidado para não colocar um cinto de castidade na sua própria vida sexual ou felicidade por causa do que os outros pensam e depois jogar a chave fora. Achá-la mais tarde pode não ser impossível, mas será bem difícil.

Psicólogo, psicanalista, gestor de carreiras, professor de Pós gradução, membro do Comite LGBT carioca e membro do núcleo LGBT do PPS

Eliseu Neto


Tirinha

Quadrinhos de humor

Qual o seu

Magô Pool

Poder?

Cartunista, designer, torcedora da Águia do Vale. Desenha desde que se conhece por gente!


A Queen Magazine é o Trabalho de Conclusão do Curso de Nathalia Adriana Pereira dos Santos, graduanda em Comunicação Social - Jor�alismo. Sob orientação de Prof.Ma.Celeste Marinho Manzanete.

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Essa publicação foi feita com a ajuda do livro Revistas Digitais para Ipad e outros tablets.



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