Gazeta das Coisas que Ocorreram no Fórum dos Numismatas e seus Eventos no Ano de Dois Mil e Onze.
NÚMERO 02 2011 - 2012
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Raphael Bordallo Pinheiro A Homenagem Numismatas ao Pataco do artista caldense, marca o IV Aniversário do Fórum de forma inesquecível.
CAÇA AO TESOURO Passatempo no interior com direito a prémio
Visita à Casa da Moeda / Vítor Almeida / Eventos / EuroRevelações
MENSAGEM DE BOAS VINDAS
Túmulo D. João II - Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha
N Amigos Numismatas Seguindo a tradição, cabe-me pela primeira vez dirigir-vos algumas breves palavras de boas-vindas. Neste quarto ano da vida do Fórum dos Numismatas, muitos foram os momentos bons e, felizmente mais do que os menos bons. Assim, empenhados em avançar passo a passo, segundo o rumo que há muito tempo se traçou, e virando costas à estagnação, continuamos a marcar a nossa imagem e maneira de ser, olhando o futuro com a firme determinação de fazermos cada vez melhor. Desta vez, fomos ainda mais longe, pensámos no improvável, mas o sonho realizou-se. A nossa Homenagem ao Pataco das Caldas ou do Bordallo, marcará de forma incisiva este ano numismático e certamente irá reescrever esta bela estória iniciada em 1895.
o Verão de 1484, quando em Lisboa alastrava “a doença contagiosa”, a Rainha D. Leonor foi para Óbidos, com o séquito de damas, cavaleiros, págens, moças de câmara e demais acompanhamento que competia à comitiva. No dia 28 de Agosto daquele ano, seguiu para a Batalha ao encontro de D. João II, onde ambos assistiram às exéquias por alma de D. Afonso. Pelo caminho a Rainha terá visto o triste espectáculo dos pobres andrajosos e outros doentes de frialdades a banharem-se nas Caldas, em condições tão desumanas que deveras a sensibilizaram. Logo ali terá formulado o voto de que se o Senhor Deus lhe desse vida, “os pobres de Jesus Cristo, Seu filho, terão melhor comodidade em suas curas”. D. Leonor mandou logo levantar ali um grande padrão de alvenaria, provavelmente para lhe não esquecer o lugar. Logo no ano seguinte iniciou a construção de um Hospital para que todos ali se pudessem tratar com algum conforto.
A Fundação das Caldas da Rainha ficou a dever-se a um acto profundamente cultural de uma Rainha – Rainha D. Leonor que escolheu esta região para palco de desenvolvimento dos seus projectos, protegendo as artes e os artistas criando uma auréola que atravessou os séculos e que se mantém intacta nos dias de hoje. Em redor do Real Hospital das Caldas foi crescendo a povoação. A nova povoação passou a designar-se por vila, possivelmente a partir de 1488, e foi concelho em 1511, por outorga e demarcação do Rei D. Manuel a pedido de D. Leonor. Daí em diante verificou-se um rápido crescimento populacional, tornandose Caldas da Rainha uma concorrida Estância Termal que atingiu o apogeu nos finais do século XIX e primeiro quartel do século XX. Caldas da Rainha, pela sua importância e também pela sua excelente situação geográfica, é local de passagem obrigatória nos circuitos turísticos e culturais. Foi elevada a cidade por decreto de 11 de Agosto de 1927.
COMISSÃO DE HONRA
Posso certamente afirmar que este é o nosso grande momento de glória, que graças ao forte empenho da Equipa Administrativa do Fórum e à Organização deste Encontro, a vós todos dedicamos. Assim para festejar este nosso sucesso, cá estamos, uma vez mais, reunidos nesta bela cidade das Caldas da Rainha que tão bem nos acolhe e que nos fará recordar por muito tempo os “Melhores Momentos”. Bem-vindos.
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Dr. Fernando José da Costa
Luís Manuel Tudella
Jaime Sáez Salgado
Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Autor do livro “Numária - Papel Moeda, As notas da República.
Director do Leilões Numisma e amável colaborador no nosso Fórum.
IV ANIVERSÁRIO DOS NUMISMATAS
A Medalha do IV Aniversário Símbolos de confraternização e amizade, as Medalhas do Fórum Numismatas, que anualmente comemoram o nosso aniversário, são o melhor testemunho da nossa breve mas intensa estória. No intuito de perpetuar o importante evento que é o nosso Aniversário, foram gravadas 75 medalhas de 40mm em bronze, com desenho da autoria da equipa organizadora. Não se limitando à simples cópia de uma moeda ao acaso, é hábito que o reverso das nossas medalhas se inspire na numismática e o reverso exalte a cidade anfitriã. Sabendo da elevada importância da Rainha D. Leonor nesta região, não poderíamos perder a oportunidade de homenagear também esta figura impar da história de Portugal. O anverso apresenta a nossa marca e lema e dois símbolos da cidade, um camaroeiro e um pelicano, inscritos num escudo semelhante ao que podemos encontrar nas moedas inglesas da rainha Elizabeth I, esta é portanto a primeira vez que nos debruçamos na numária internacional. Fica assim gravado este dia na forma de medalha, acto que abrilhanta ainda mais este Aniversário.
Após o sucesso do primeiro Carderno Numismático, “O Morabitino B de Braga”, voltamos a presentear os participantes do encontro com mais um trabalho dos nossos foristas. Elaborados de forma quase artesanal pelo Fórum Numismatas, os Cadernos são uma excelente forma de apoiar os que optam por aprofundar os seus conhecimentos e também de aumentar as bibliotecas pessoais.
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Um Tornês, Dois Dinis!
Colecção de Açúcar Fórum Numismatas As colecções de açúcar em nome dos numismatas já são uma tradição bem enraizada no fórum. No decorrer do ano, mais um voto de confiança foi dado ao nosso Fórum! Recebemos uma proposta de patrocínio para a produção de novas séries de açúcar. A equipa Numismatas agradeceu imediatamente e aceitou esta preciosa ajuda. As colecções Açúcar Numismatas passaram assim a contar com o patrocínio Jasscards. Para além das regulares séries lançadas ao longo do ano, em cada aniversário, assinalamos também esta importante data nestes muito coleccionáveis pacotes. Desta vez contámos com o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha a quem muito agradecemos. numismatas.com
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IV ANIVERSÁRIO DOS NUMISMATAS
Foi com imenso prazer que em Maio de 2011 anunciámos a parceria com a publicação Selos & Moedas, a quem agradecemos a oportunidade e confiança. A Revista Selos & Moedas, da Secção Filatélica e Numismática do Clube dos Galitos, foi fundada por Morais Calado em 1962 e comemorou já o 48º ano de existência, contando já com 138 números publicados. Com este enlace, aos interessados em ver os seus trabalhos publicados, basta enviarem um e-mail para a equipa do Fórum. Até á data, foram já publicados trabalhos de José Silva, Alberto Praça, José Valério e Miguel Soares, sendo já habitual também a participação de António Carlos Diogo naquela publicação. Para o Fórum dos Numismatas é uma honra puder colaborar com o Clube dos Galitos e esperamos que esta parceria se mantenha por muitos e bons anos.
Numismatas Award
O Fórum dos Numismatas atribuiu pela primeira vez um prémio (Award), designado “Simply the Best”, destinado a sites portugueses ou estrangeiros, que se destaquem pela sua excelência na área da numismática. Após votação efectuada pelos menbros do fórum, a escolha recaiu sobre o site de João Silva (creative), local dedicado à sua colecção pessoal de Ceitis. Anunciado o vencedor, João deixou-nos estas palavras:
“É com alguma surpresa que me vejo vencedor deste prémio, contudo fico satisfeito por ver mais uma vez o meu trabalho reconhecido! Quero agradecer a todos os que votaram em mim e cumprimentar todos os restantes participantes... Um abraço a todos!” 04
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EURO REVELAÇÕES ‘11 ...............................................................................................................................................................................................................................................................................
A Parceria Clube Galitos/Numismatas
O Fórum dos Numismatas elege anualmente as melhores emissões numismáticas em euros do ano transacto. De salientar que este ano tivemos uma nova categoria dedicada às emissões comemorativas de 2€, muito populares entre os coleccionadores europeus. As nomeadas são escolhidas pela a equipa ficando o resultado final à mercê da votação de toda a comunidade. A decisão é de todos os Numismatas! Em Fevereiro seguinte são entregues os respectivos diplomas às casas da moeda vencedoras. Esta iniciativa tem merecido destaque na comunicação social e também na página de prémios da INCM, comprovando a importância dada à opinião dos coleccionadores junto das casas emissoras. Três dos quatro prémios ficaram em Portugal, comprovando a boa receptividade dos coleccionadores às novas emissões da Casa da Moeda. Enunciam-se em baixo as vencedoras da edição de 2011: \\ MELHOR MOEDA COMEMORATIVA PORTUGUESA O Português de D. Manuel I \\ MELHOR SET OFICIAL DA EUROPA (EUROS) Itália - Giorgio Vasari \\ MELHOR MOEDA COMEMORATIVA DA EUROPA Portugal - Filigrana \\ MELHOR MOEDA COMEMORATIVA DOIS EURO CC Portugal - Fernão Mendes Pinto
IV ANIVERSÁRIO DOS NUMISMATAS
NUMISMATAS VISITAM INCM No seguimento da entrega dos prémios Euro Revelações, a INCM convidou os membros do Fórum Numismatas para uma visita guiada às instalações da Unidade de Moeda e Produtos Metálicos. Uma oportunidade única para admirarmos e presenciarmos a manufactura do objecto dos nossos sonhos: a moeda! Já sabíamos que conhecer aqueles que dedicam a sua vida àquele trabalho iria ser uma oportunidade única, mas a forma como fomos recebidos excedeu todas as expectativas. Passo a passo vimos o presente passado e futuro. Do presente as emissões 2012 ainda por sair. Do passado uma pequena mas grandiosa fatia do espólio do saudoso museu numismático. Do futuro os já quase prontos “Quentais” e “Degoladas” estudadas ao pormenor. Rodeados de esboços, gesos, cunhos e punções os olhos muito abertos brilhavam, os ouvidos aprendiam e as mãos tremiam com a possibilidade de poder sentir, tocar, cheirar enfim... Estivemos lá! Só isso já chegava. Ainda durante o decorrer de 2012 mais dois grupos de foristas vão percorrer os mesmo passos. As inscrições continuam abertas no nos-so site. A equipa Numismatas continuará a acompanhar e agendar as visitas e lá estaremos também para fazer a reportagem fotográfica. O Numismatas remete um gigante Obrigado pela hospitalidade de todos os funcionários da INCM que amavelmente nos recebem.
Quem Quer... Ser Numismata Após uma temporada de interregno, o concurso QQSN retomou o seu modelo original. A quarta edição que durante quase meio ano foi disputada afincadamente por cerca de 30 concorrentes, trouxe algumas surpresas. Desta feita, passa a figurar no quadro de honra do concurso o Miguel Soares (MS) que interrompeu a série vitoriosa do Augusto Rocha, o Tri-Campeão. Destaque também para o António Felicia (amaf1976), vencedor do mini-concurso por pontos e 2º classificado na fase regular e o estreante no pódio, o Manuel Barreleiro que se bateu e bem até ao fim. Parabéns a todos.
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Bordallo Pinheiro e o seu Pataco ou o “Dinheiro de Raphael”. A Homenagem Numismatas ao Pataco em loiça. Texto: Laulo Baptista O Pataco que hoje apresentamos fazemo-lo em homenagem ao grande Mestre que foi Raphael Bordallo Pinheiro, que o reproduziu em barro, no Natal de 1895, de um dos patacos de bronze que o rei D. João VI, tinha mandado cunhar entre 1817 e 1825. Raphael o colocou à venda no ”Gasto Preto”, na Rua da Victória 8º, na “Livraria Gomes”, na Rua Garrett, e na “Casa Castle” na Praça dos Restauradores, 57, lojas situadas na cidade de Lisboa, ao preço de 35 réis, conforme anúncio na sua folha humorística “António Maria. Transportemo-nos ao final do séc. XIX, quando no ano de 1895 reinava D. Carlos I, e se dá o aparecimento do “Pataco do Bordallo”, que Batalha Reis, em Outubro de 1978 o historia num artigo que publicou na revista “Nvmisma” em Outubro de 1978. Jornais da época, ao terem conhecimento deste lançamento, o “Século” e o “Diário de Notícias” de 25 de Dezembro de 1895 saíram com artigos muito elogiosos ao artista e críticos à sociedade que este acto representava e ao governo que comandava mal a Nação, este último periódico escrevia: “Ra-
phael Bordallo, moedeiro falso”. Os patacos foram colocados à venda nesse Natal, com a alteração na data para 1895 e na legenda, Bordallo Pinheiro moldou-o em barro na sua fábrica de faianças das Caldas da Rainha, uns eram vidrados de cor verde escuro, os mais vulgares, porquanto os não vidrados, foram feitos em argila, pintados na cor de tijolo. Por esse facto estes últimos apresentavam-se menos lambidos e com melhor relevo, mais nítidos os seus símbolos e se misturavam na montra com outras lembranças que se vendiam como brindes, nesta quadra natalícia. Bordallo, com esta produção de patacos de barro, como era seu hábito, ter-se-á aproveitado para criticar a situação económica do país que era grave, ao ponto de proliferarem inúmeras oficinas e falsos moedeiros da moeda de bronze, os tais patacos falsos que tinham circulado em abundância que ele foi testemunhando ao longo da sua vida, mas que em 1881 tanto os bons como os maus tiveram o seu fim definitivo. A crise de 1891 que se prolongou para lá da I Grande Guerra de 1917 colocou o país numa situação económica desastrosa,
Retrato de Rafael Bordalo Pinheiro
Retrato do pintor Domingos Sequeira
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4. 1. Folha humorística “António Maria”. 2. Desenho, a partir das ilustrações de Aragão e de vários patacos originais. 3. Esboço em argila com erro em PUBLICAR em vez de PUELICAE.
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4. Novo esboço. Anverso com serrilha, n+, data e legenda correcta. 5. Discos em barro.
que afectou também a Fábrica de Faianças Raphael Bordallo Pinheiro, fundada em 1884, da qual Raphael era o director técnico e artístico, as outras pastas da administração da empresa tinham outros responsáveis a cargo da economia e das finanças. Nesta data a F.F.R.B.P., era composta por três sectores fabris e industriais e face à crise viu-se obrigada a despedir operários, cerâmicos, pintores, louceiros e serventes, e a suspender os sectores de louça utilitária e o da construção, neste último, a situação ainda se agravou mais com a suspensão da produção e indemnização ao Hospital Real, pela existência de um problema no fornecimento de tijolos que estavam a ser feitos na fábrica para a construção do Hospital Civil de Santo Isidoro. Revogada a atribuição de um subsídio de formação ainda em 1892, vem a ser suspenso em 1893 pelo ministro das Obras Públicas de então, Bernardino Machado, ficando somente Raphael com uma dúzia de operários com a parte decorativa a seu cargo, todas estas razões deverão ter contribuído para levar o grande artista em 1895 a reproduzir os 30 mil patacos e colocá-los à venda na cidade de Lisboa, por
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6. O Pataco Bordallo original. 7. Pataco Bordallo reedição Numisma. 8. Pataco Numismatas em barro vermelho cozido,
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antes de ser patinado a verde bronze. 9. A reedição da Numisma na imprensa da altura.
35 réis cada um, onde não só o pataco de barro era vendido, como a medalha de argila do VII Centenário do devoto S. António, que era posta à venda por 150 réis, e muitas outras peças decorativas eram expostas com o mesmo propósito bem como azulejos da sua fábrica das Caldas da Rainha. Foram eles fabricados quase fielmente dos patacos originais de bronze, usando o artista a argila como muito bem ele sabia trabalhar (lembremo-nos da jarra Betthoven) com 2,80 de altura, da fama que teve, encomendada e rejeitada por José Relvas, esteve exposta em finais de 1898 em Lisboa no Teatro D. Amélia, para venda por 5 contos, não aparecendo comprador. No Brasil para onde Raphael a levou, ninguém se propôs adquiri-la, foi rifada e calhou ao número que não tinha sido vendido, o artista acabou por oferecê-la ao Chefe de Estado Brasileiro, onde ela ainda hoje se encontra no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Muita obras suas tinham já sido premiadas mundialmente. Na produção do pataco, Raphael colocou-lhe a data de 1895, e com o seu espírito gracejo e jocoso foi à legenda do reverso e com uma simples modificação de letra, retirando o B e no seu lugar colocou-lhe um E, da palavra PUBLICAE, com este pequeno pormenor como só ele sabia fazer, escarneceu mais uma vez a sociedade do final do séc. XIX, dando ao pataco um valor crítico como ele nunca tinha tido desde 1811 até à sua extinção definitiva. Em vez de o reeditar com as legendas latinas “UTILITATI
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PUBLICAE” para a utilidade pública, como convinha, gravou num outro latim macarrónico, “UTILITATI PUELICAE”, que significa, “para utilidade da menina ou da donzela”, o povo gostava da moeda de bronze que era muito popular mesmo que tivesse que andar com cartuchos de papel cheio deles nos bolsos, cujo peso lhe era um incómodo. Em 8 e 9 de Maio de 1986 a “Revista Numisma”, através do seu principal responsável, Javier Salgado, também ele ligado a esta bonita terra que a Rainha D. Leonor fundou em finais do séc. XV, promove uma Exposição a que deu o título “Moedas das emissões dos últimos 10 anos da Imprensa Nacional - Casa da Moeda”, e para homenagear o grande Mestre que foi Bordallo Pinheiro, filho adoptivo desta cidade, aquele que a elevou no seu tempo ao esplendor mais alto como nenhum outro o tinha feito até ao ano da sua morte em 1905, como novidade, para comemorar o 90º.ano do pataco em barro que o Mestre tinha “cunhado”, a revista lançou uma reedição de 500 patacos em barro num tom de branco-amarelo que segundo lemos foram fabricados com os moldes originais do séc. XIX, com que Raphael tinha produzido os 30.000, e que vendeu em Lisboa por 35 réis cada um, talvez por isso saíram um pouco esponjados, com pouca nitidez.
10. O Ceramista José Carlos Matos Almeida no seu atelier.
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Recordemos outros filhos da terra que se seguiram e distinguiram no séc. XX, como o pintor José Malhoa (José Vital Branco Malhoa), os escultores António Duarte e João Fragoso, e muitos outros nas áreas da cultura, Raúl Proença, jornalismo, Luis Teixeira e na cerâmica foram tantos os artistas e mestres da cerâmica, deixaremos aqui alguns nomes como: Maria dos Cacos, Manuel Cipriano Mafra, Francisco Gomes Avelar, Avelino Soares Belo, o Mestre Francisco Elias e ainda em actividade na Cerâmica, Armindo Reis, o último Oleiro das Caldas (falecido 13.01.2012), Herculano Elias e Ferreira da Silva, e na História, João Bonifácio Serra e Luis Nuno Rodrigues. Neste IV Aniversário, que se realiza a 12 de Maio de 2012, para homenagearmos o grande artista, no seu 117º. ano da criação do denominado “Pataco do Bordallo”, tiveram os Administradores e Organizadores deste evento, a feliz ideia de neste dia enaltecer e recordar o Homem, que elevou a arte e a cerâmica desta cidade de Caldas da Rainha, com os seus magníficos trabalhos artísticos em cerâmica aqui fabricados pelos artistas e operários caldenses premiados e medalhados no estrangeiro e que ainda hoje perduram e se guardam em grandes colecções particulares e museus em Portugal e no Mundo. Os Numismatas estão de parabéns pela criação do seu pataco “pseudo-monetário”, em barro, a que lhe demos o nome de “Pataco Numismatas”, semelhante ao que circulou nos anos vinte do séc XIX, com o retrato do rei D. João VI, como o fez Bordallo Pinheiro, desenhado pelo pintor Domingos António Sequeira, em 1802, e vem colocá-lo à disposição dos nossos foristas e coleccionadores,
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numa emissão limitada, que decerto vão guardar esta bela peça com zelo e estima, como recordação. Não queremos deixar de enaltecer o escultor/ceramista José Carlos de Almeida, que desde a primeira hora se colocou à nossa disposição para podermos trazer esta peça ao nosso IV Encontro de Aniversário, na certeza de que não encontraríamos outro que melhor modelasse esta minúscula obra de arte em cerâmica, a ele aqui deixamos o nosso agradecimento. Terminamos estas curtas palavras desejando que o lançamento deste “Pataco Numismatas”, em barro, de características únicas, criação do Fórum dos Numismatas, transmita e represente a nossa sincera Homenagem na passagem do 117 º. Ano do Pataco de Raphael Bordallo Pinheiro, como o fez no seu tempo, com o mesmo espírito mordaz como era a sua marca, porque a sociedade de hoje, decorridos todos estes anos não está melhor do que a da época em que o grande artista viveu, satirizando-a e ridicularizando-a através das muitas obras jornalísticas que editou e da emissão dos seus 30.000 patacos. Eis o nosso sincero elogio ao grande artista que foi Raphael Bordallo Pinheiro e ao seu “Pataco” de barro do ano de 1895.
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Ceramista: J. C. A.
Bordo: 4 mm
Material: Barro
Peso: 10gr.
Diâmetro: 40mm
Emissão: 100 Exemplares
Embalagem: Estojo com certificado numerado.
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Vítor Almeida O Forista do Ano 2010/11, mais conhecido por vma, conta-nos na primeira pessoa o seu percurso pelo mundo da numismática.
Comecei na Numismática de uma maneira simples, como quase todos os que se interessam por esta ciência, juntando moedas… Nos idos anos sessenta, com onze anos, um amigo de meu pai visitou-o e trouxe uma notícia no mínimo estranha para nós. As moedas de prata, ainda em circulação, valiam mais do que marcavam facialmente. Ante a nossa incredulidade afirmou-nos que tal se devia a algumas pessoas coleccionarem moedas e que ele se tinha tornado também em coleccionador, tendo até um livro com todas as moedas de Portugal. No dia seguinte apareceu com um volumoso livro e emprestou-mo por dois dias. Foi amor à primeira vista. Nesses dois dias juntei todas as moedas diferentes que apanhei nos trocos de lá de casa. Foi uma autêntica razia… Depois do prazo estipulado, sem o livro, só com alguns apontamentos tirados à pressa, fiquei à deriva e com algumas dezenas de trocos numa caixa de cartão. A próxima tarefa foi convencer o meu pai a comprar-me um livro igual, pois além de difícil de encontrar, era caro. Mas um belo dia fui brindado com um, comprado num ferro-velho que existia na Rua de S. Bento e a partir daí o Preçário de Pedro Batalha Reis foi o meu mais fiel companheiro. 12
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“As visitas à Feira da Ladra tornaram-se num ritual a que se não faltava.”
Entrega do Prémio FDC em Estremoz pelo Engº Trigueiros.
Estudando no Liceu Gil Vicente, em Lisboa, as visitas à Feira da Ladra tornaram-se num ritual a que se não faltava. Depois vieram as tertúlias em que recordo José Marcial da Silva Baptista, José António Gonçalves, Paulo Ferreira de Lemos, João Capela Bolina e com saudade, o meu mestre, José Rodrigues de Melo. Onde se contavam as venturas e as desventuras da semana, se apresentavam as aquisições, algum livro conseguido num alfarrabista obscuro, em suma onde se ia aprendendo a ser um numismata. Cedo me dei conta que havia muita literatura numismática, mas andava dispersa por revistas e livros, quase todos difíceis de obter e outros inacessíveis ao cidadão comum. Para remediar esta situação iam-se preenchendo folhas avulsas que depois se tornavam em enormes volumes de coisa nenhuma, tal a variedade de assuntos e tal a sua dispersão. Nos anos setenta ao ler a Cartilha da Numismática Portuguesa, onde Batalha Reis aventa a hipótese de fazer um Corpus Nummorum Portucalensium, “como final duma vida de trabalho dedicada à Numismática” fez germinar em mim a ideia de levar o projecto por diante. Mas a rea-lidade era bem diferente, pois não tinha como fazer para reunir toda a informação
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necessária sobre a numária Portuguesa, devido à falta de um suporte físico compatível. No início da década de noventa, com o advento da informática (vulgo personal computer, ainda sem disco duro e a trabalhar com floppys) comecei a dar os primeiros passos, mas a tarefa continuava a ser ciclópica, pois os ficheiros não chegavam para tanta informação. Com o avançar da informática, a possibilidade de existirem ficheiros de fácil armazenamento e de rápida consulta e aliado a tudo isso a internet como meio de transporte e divulgação, estavam assim reunidas todas as condições necessárias para o avanço do projecto. Só faltava meter as mãos à obra. Assim fui coligindo informaticamente todas as informações que dispunha, libertando-me de um amontoado de folhas com apontamentos, ideias, referências, nomes e factos. E assim nasceu o Catálogo de Moedas Portuguesas. Em 2008 comecei a divulgação do mesmo no Fórum dos Numismatas com o apoio incondicional do Alberto Praça, do Avelino Nascimento e do Luís Norte a quem presto aqui os meus mais sinceros agradecimentos pelo que contribuíram para a divulgação da Numismática em Portugal. Mas seria ingratidão da minha parte não lembrar o Carlos, a Teresa, o Diogo, o Cardoso, O Laulo, o Luís, o António, o Pizarro, o João, o José, o Miguel, e tantos mais que com a sua contribuição têm elevado o Fórum à posição que ocupa.
Catálogo de Moedas Portuguesas
de Vítor Almeida Uma vez mais será entregue a todos os participantes este magnifico trabalho, oferta do próprio Vítor. O catálogo está também disponível na área de Cadernos Numismáticos, onde é regularmente actualizado.
Para todos um bem-haja. Vítor Almeida
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III Aniversário - Estremoz III Aniversário - Estremoz
Eng. António M iguel Trigueiros III Aniversário Estremoz
Estremoz
Estremoz III Aniversário -
Sessão de Autógrafos III Aniversário - Estremoz
“A nossa família” Para além do Aniversário Numismatas, realizado em Estremoz e que sem dúvida marca o ponto alto dos encontros de confraternização da nossa comunidade, de norte a sul do país multiplicaram-se os almoços/jantares de amigos. São cada vez mais frequentes e com maior número de presenças e deixaram de ser apenas a simples desculpa para apreciar, trocar e falar de moedas, passando a contar com autênticas visitas guiadas a locais de interesse histórico. Neste número da gazeta Mealha conseguimos ainda incluir o primeiro encontro realizado em Setúbal, numa iniciativa do forista creative que mostrou ser um sucesso a repetir. A equipa do fórum não pode deixar de agradecer a todos aqueles que se dispõem a organizar estes mini eventos em nosso nome. O álbum de “família” está cada vez mais volumoso.
Almoço de Natal - Lisboa
Almoço de Reis - Pade rne
Feira Roma - Lisboa 14
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IV ANIVERSÁRIO DOS NUMISMATAS
Lagos
Vila Viçosa
III Aniversário - Estremoz
Lisboa
Borba
Setúbal
Setúbal
- Porto Almoço de Natal
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IV ANIVERSÁRIO DOS NUMISMATAS
Merchandising Numismatas 2011 foi o ano do arranque da nossa área de merchandising, proporcionando assim aos amantes de diferentes áreas de coleccionismo, a obtenção de peças únicas e limitadas para as suas colecções.
Respeitando sempre o tema da numismática, lançámos duas séries de pacotes de açúcar com rabiscos da autoria do Destrans, que foram um sucesso junto dos “açucarados”. E como o fórum não para, fiquem atentos, pois mais novidades estão a ser preparadas para 2012.
PORTO 2013
Esboços para o V Aniversário Numismatas, que terá lugar na cidade do Porto
MEALHA Nº2 Gazeta das Coisas que Ocorreram no Fórum dos Numismatas e seus Eventos
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Próxima paragem:
Estão previstas duas novas colecções de Açúcar: St. Elói, Padroeiro dos Numismatas e IV Série Numismatas, desta vez dedicada à numária antiga. A Não perder!
PRODUÇÃO Numismatas ILUSTRAÇÕES Carlos Pernas 2011 - 2012 www.numismatas.com