SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Associativismo para uma indústria forte A história dos sindicatos industriais do Espírito Santo
1ª Edição
Vitória, ES 2013 5 Projeto da Findes 2013 - A Introdução.indd 5
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Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
A849 Associativismo para uma indústria forte: a história dos sindicatos industriais do Espírito Santo / Mário Fernando Souza e Marcia Rodrigues Pereira dos Santos (coordenadores) - Vitória: Next Editorial, 2013. 284 p.; il.; 27x27cm Vários autores. ISBN 978-85-67148-00-7 1. Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – História. 2. Indústrias – Espírito Santo (Estado) – História. I. Souza, Mário Fernando. II. Santos, Marcia Rodrigues Pereira dos. III. Título. CDD 338.98152 CDU 338.45 (815.2)
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COMISSÃO ORGANIZADORA:
Coordenação: Ricardo Barbosa Gerente de Marketing: Cintia Dias Membros: Ana Lia Dillen, Annelise Lima, Cintia Dias, Clara Orlandi, Luis Carlos de Souza Vieira, Marcelo Ferraz Goggi, Ricardo Barbosa e Solange Siqueira
PRODUÇÃO EDITORIAL:
Coordenação: Mário Fernando Souza e Marcia Rodrigues Pereira dos Santos Supervisão: Flávia Tristão Apoio de Produção: Mara Cimero Capa: Genison Kobe Projeto gráfico: Fábio Barbosa Editores de Arte: Genison Kobe, Karine Nely, Luiz Cláudio de Melo e Vanderlei Dico Ribeiro Textos: Breno Arêas, Daniel Hischmann, Gustavo Costa, Jacqueline Vitória, Nádia Baptista, Taís Hischmann e Thiago Lourenço Revisão: Andréia Pegoretti Fotos: Jackson Gonçalves, Renato Cabrini, Shutterstock.com, Cláudio Alves, arquivos Next Editorial e fotos cedidas
IMPRESSÃO:
Este livro foi produzido em papel Certificado FSC ® garantindo o manejo florestal responsável.
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Índice
Por ordem cronológica de filiação Prefácio
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Apresentação
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55 Anos da Findes Sinduscon Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo Sindipães Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo Sincafé Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado do Espírito Santo Sindmadeira Sindicato das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro Sul do Estado do Espírito Santo Sindimecânica Sindicato da Indústria de Mecânica do Estado do Espírito Santo Siges Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo Sinconfec Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo Sindibebidas Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo Sindicalçados Sindicato da Indústria de Calçados do Estado do Espírito Santo Sindifer Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo Sinprocim Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado do Espírito Santo Sindutex Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do Espírito Santo Sindifrio Sindicato da Indústria do Frio do Estado do Espírito Santo Sindirepa Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo Sindicopes Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo
19 27 35 43 51 59 67 75 83 91 99 107 115 123 131 139
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Sindicacau Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Estado do Espírito Santo Sindipedreiras Sindicato da Indústria de Extração de Pedreiras e Areia de Vitória Sindirochas Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo Sincongel Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do Estado do Espírito Santo Sinvesco Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina e Região Sindimol Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte-ES Sindmóveis Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina Sindiquímicos Sindicato da Indústria de Produtos Químicos Para Fins Industriais, Produtos Farmacêuticos, Preparação de Óleos Vegetais e Animais, Sabão e Velas, Fabricação de Álcool, Tintas e Vernizes, Adubos e Corretivos Agrícolas, Destilação e Refinação de Petróleo, Petroquímicas, Re-Refino de Óleos Minerais no Estado do Espírito Santo Sindimassas Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado do Espírito Santo Sindicer Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Estado do Espírito Santo Sindinfo-ES Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo Sindipapel Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo Sindiplast-ES Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo Sindibores Sindicato da Indústria da Borracha e da Recauchutagem de Pneus no Estado do Espírito Santo Sinvel Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares Sinconsul Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo
147 155 163 171 179 187 195
203 211 219 227 235 243 251 259 267
Projeto “Dia de Associar-se”
275
Diretoria e Conselhos
279
Nota: O livro segue a ordem de filiação dos sindicatos junto à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
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Índice
Classificação por ordem alfabética dos sindicatos filiados à Findes
Siges Sincafé Sinconfec Sincongel Sinconsul Sindibebidas Sindibores Sindicacau Sindicalçados Sindicer Sindicopes Sindifer Sindifrio Sindimassas Sindimecânica Sindimol Sindinfo-ES Sindipães Sindipapel Sindipedreiras Sindiplast-ES Sindiquímicos Sindirepa Sindirochas Sindmadeira Sindmóveis Sinduscon Sindutex Sinprocim Sinvel Sinvesco
67 43 75 171 267 83 251 147 91 219 139 99 123 211 59 187 227 35 235 155 243 203 131 163 51 195 27 115 107 259 179
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Prefácio
Uma agenda para o Brasil
É
altamente louvável a iniciativa da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) de editar a memória sindical capixaba. Criar melhores condições para a operação das empresas e para os investimentos é a razão principal da existência das nossas organizações industriais. Os desafios da modernização do país impõem algumas questões para nós, empresários: como podemos fazer mais e melhor? Qual é o papel da liderança empresarial? Como entidade de âmbito nacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se concentra em temas horizontais, com foco na melhoria da competitividade e do ambiente de negócios. A agenda da indústria é parte da pauta do Brasil. Nosso foco é desenvolver o mercado e aumentar o potencial de crescimento da economia. Lutamos pela consolidação de um ambiente mais favorável aos negócios e por um país melhor. Todos sabemos que a indústria gera inovação, desenvolvimento tecnológico e emprego de qualidade. É essencial, portanto, ao progresso brasileiro. Nosso compromisso com a eficácia inspirou o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da CNI, que tem como objetivo principal, em parceria com as Federações de Indústria – como a dinâmica e atuante Findes –, incentivar o associativismo e fortalecer os sindicatos. Eles são a base da representação empresarial no Sistema Indústria.
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Nosso sistema de representação inclui as 27 Federações, uma centena de associações setoriais e cerca de 1.300 sindicatos, abrangendo 600 mil micro e pequenas empresas, 10 mil de médio porte e duas mil grandes companhias. Ou seja: temos quantidade e qualidade, voz e vez. O PDA está oferecendo, em 2013, mais de 16 mil vagas para 330 turmas de cursos para empresários e sindicatos. Entre os temas ministrados, estão sistema tributário, gestão sindical eficiente, como evitar problemas trabalhistas e várias outras importantes ferramentas, úteis no árduo cotidiano do empresário. Além de cursos, a CNI e as Federações oferecem produtos para melhorar a comunicação dos sindicatos com as indústrias, como criação de sites e boletins eletrônicos. Também apoiam a realização de planejamentos estratégicos e disponibilizam indicadores para que os gestores saibam como estão os sindicatos em relação a arrecadação, representação, negociação coletiva e regularidade no Ministério do Trabalho. Nosso desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do país e a capacidade de transformação estrutural, de modo que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva, contribuindo, dessa forma, com a construção de um Brasil moderno. Robson Braga de Andrade Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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Apresentação
União para superação
O
Foto: Mônica Zorzanelli
Sistema Findes é composto por sete entidades que trabalham de forma integrada para o desenvolvimento da indústria capixaba. Juntos, Findes - Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo; Cindes - Centro da Indústria do Espírito Santo; Sesi - Serviço Social da Indústria; Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; IEL-ES - Instituto Euvaldo Lodi; Ideies - Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo; e IRI - Instituto Rota Imperial, promovem ações para garantir uma posição de destaque para o Estado nos níveis político, econômico e social. Cada entidade está relacionada a um setor de interesse estratégico do industrial capixaba, oferecendo serviços diferenciados em diversas áreas de negócios do Sistema Findes: educação básica e qualificação profissional, difusão tecnológica, desenvolvimento industrial, saúde, segurança do trabalhador, lazer e cultura, além da representação institucional. O crescimento e o fortalecimento do setor industrial são importantes para o país superar o contexto da crise mundial, bem como para avançar no rumo almejado de figurar entre as maiores potências econômicas. Ao completar 55 anos, o Sistema Findes consolida sua importância como maior representante empresarial do Espírito Santo. A Federação atua em defesa dos interesses de seus 31 sindicatos filiados, que representam mais de 14 mil indústrias, responsáveis por mais de 200 mil postos de trabalho diretos e com participação de mais de 36% no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Para que as empresas capixabas aproveitem o momento desenvolvimentista do Estado, faz-se necessária unidade política nas ações e no discurso. Temos um papel importante na atuação da indústria nacional e a Findes tem uma relevante função em defesa dos interesses da indústria capixaba, na articulação de alternativas que viabilizem mais competitividade e, consequentemente, mais desenvolvimento, oportunidades, empregos e renda para o nosso Espírito Santo.
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Com o intuito de melhorar o conjunto de fatores que afeta a competitividade da indústria estadual, atuamos em sintonia com os poderes constituídos e as diferentes classes empresariais, em um movimento progressista, que apresenta um cenário promissor. Defendemos o associativismo, pois sem sombra de dúvida podemos afirmar que uma entidade organizada, além de representativa, tem mais viabilidade para avançar e tornar seus associados mais competitivos. Prezando sempre pelos princípios da democracia, articulada, profissional e independente, temos condições de aumentar ainda mais a união do setor e contribuir de maneira significativa para a prosperidade da sociedade espírito-santense. Dentro desse contexto, é com enorme satisfação que apresentamos esta obra, que relata a trajetória das entidades sindicais que são os pilares da nossa instituição. Neste livro, contamos a história de cada sindicato, relacionando-a ao contexto econômico. As informações nele contidas resultam de um trabalho jornalístico que compreendeu entrevistas com atuais e antigos dirigentes dessas entidades e pesquisas em acervos dos sindicatos, do Sistema Findes e da mídia local. Na obra, abrimos espaço para essas lideranças narrarem e descreverem desde sua fundação e evolução até as atividades desempenhadas e, claro, os diferenciais de fazer parte do Sistema. Aproveito as páginas a seguir para também destacar e defender a importância da indústria na economia capixaba, apresentar um balanço das principais ações e desafios, além de oferecer uma breve perspectiva dos cenários que enfrentaremos, pois nosso objetivo é elevar a competitividade, fortalecer a indústria, interiorizar o desenvolvimento, além de diversificar, inovar e estimular o empreendedorismo em todas as regiões do Espírito Santo. Uma boa leitura.
Marcos Guerra Presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)
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Findes completa 55 anos com muitas histórias para contar
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inal da década de 50. Em um período marcado por revoluções comportamentais e tecnológicas, como a introdução da televisão no Brasil, foi fundada, no dia 12 de fevereiro de 1958, no Espírito Santo, a Federação das Indústrias (Findes). Era dado o primeiro passo para a defesa dos interesses da indústria local. Um marco para o desenvolvimento de uma série de esforços em favor de melhorias nas condições de trabalho e fortalecimento do setor industrial capixaba. Sob a batuta de Américo Buaiz, então presidente do Sindicato da Indústria de Mecânica, a entidade foi criada com o apoio dos representantes de mais quatro sindicatos: o da Indústria de Torrefação e Moagem de Café de Vitória; o das Indústrias de Marcenaria, Serraria, Carpintarias e Tanoarias; o representante da Indústria da Construção Civil; e o da Indústria de Panificação e Confeitaria de Gêneros Alimentícios e Biscoitos de Vitória. “Conseguimos formar a Federação com o mínimo possível de sindicatos. Éramos alguns ‘gatos pingados’, mas homens de muita fibra e muito bem-intencionados. Eram pessoas motivadas para elevar o grau de cultura, de capacidade econômica, de representatividade da federação brasileira, muitas voltadas para dar ao Espírito Santo um lugar de destaque”, disse Américo Buaiz em julho de 1988, na edição de nº 236 da revista Indústria Capixaba. Cinco meses depois, em 29 de julho de 1958, a entidade foi reconhecida por carta sindical assinada pelo então ministro dos Negócios do Trabalho, da Indústria e do Comércio, Fernando Nóbrega.
Perspectiva da sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo com o Espaço Cultural do Sesi
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Em sentido horário, foto com Américo Buaiz dando posse à primeira Diretoria Regional do Sesi (1962); Hélcio Rezende Dias inaugura e visita obras do Centro Industrial de Vila Velha, com o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fanor Cumplido Junior e Sergio Rogerio de Castro (1989); e durante a inauguração da Delegacia Regional do Sesi (1951). Na foto Jones Santos Neves, Joaquim Pacheco (atrás) e Arlindo Ferreira da Silva
De lá para cá foram superados inúmeros desafios. Dos cinco sindicatos iniciais, o número saltou para 31 entidades filiadas. A união fez a força. A máxima popular justifica o maior desejo da Findes: lutar por melhorias para a indústria capixaba. Na década de 60, projetos culturais e ideológicos alternativos, que foram esboçados nos anos 50, são realizados. Idealismo e entusiasmo são características marcantes do povo. A revolução comportamental ganha força, e movimentos civis em defesa de classes minoritárias são formados. O cenário é propício para o estudo do desenvolvimento econômico capixaba. Para fortalecer ainda mais esse momento, é comemorado o Dia Nacional da Indústria, em 25 de maio de 1964. No Estado, a data
foi marcada pela inauguração de uma nova sede do Senai, na Avenida Beira-Mar, em Vitória. O evento contou com a presença do embaixador norte-americano, Lincoln Gordon. Outros fatos importantes marcaram o período. Nessa mesma década, foi aprovada lei que reduzia impostos para as novas indústrias que se instalassem no Estado; e foram criadas entidades importantes para o setor, como a Superintendência de Projetos Industriais (Suppin) e o Centro Industrial de Vitória (Civit). Em 1968, Jones Santos Neves Filho assume a presidência da Federação das Indústrias, cargo que ocupou até 1977. Nesse período começa uma nova época para a história da instituição e da própria industrialização do Espírito Santo. A década de 70 foi marcada pela crise do petróleo, que levou os Estados Unidos à recessão e influenciou negativamente a economia mundial. Contudo, não foi uma época só de derrotas: o Brasil se sagra tricampeão na Copa do México, e no Espírito Santo, sob a gestão de Jones Santos Neves Filho, a indústria marca um gol de placa, com a implantação de grandes projetos.
Assim como os dez anos de Américo Buaiz foram fundamentais para alicerçar a Findes e para formar seu perfil ideológico, a administração Jones Filho tornou-se essencial para o crescimento e desenvolvimento da Federação, numa época decisiva para o progresso econômico e social do Estado. Chega a década de 80. Em um momento de abertura política no Brasil, que vivia o pós-ditadura militar e a transição do governo do general Figueiredo para José Sarney, marcada pela inesperada morte de Tancredo Neves, o tempo era de firmar bases e respirar novos ares. No dia 12 de setembro de 1983, é inaugurado o Edifício Findes, com nove andares, localizado na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. Um monumento ao arrojo e à capacidade empreendedora do empresariado capixaba. Uma conquista dividida entre os gestores Oswaldo Vieira Marques, presidente da Federação no período de 1977 e 1983, e Hélcio Rezende Dias, que assumiu o cargo em seguida, sendo reconduzido à presidência até o ano de 1989. A gestão de Rezende Dias foi pautada no plano de apoio aos sindicatos patronais da indústria e na construção de centros integrados Sesi e Senai no Estado.
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Na foto à esquerda Américo Buaiz entre José Hygino Oliveira e Oswaldo Vieira Marques; na foto da direita o então governador, Gerson Camata, e Oswaldo Vieira Marques visitam as obras do Edifício Findes (1983)
Sob seu comando, foram levantados e finalizados os prédios de Colatina, Vila Velha, Cachoeiro e Linhares. Na década de 90, a globalização e a democracia elegeram a comunicação como palavra-chave, trazendo a popularização do computador pessoal, o famoso PC, e o surgimento da internet. Nessa fase, a Federação pôde colher frutos do mandato de Sergio Rogerio de Castro e vivenciar uma nova gestão: foi durante o seu período à frente da casa que consolidou-se o conceito de integração do Sistema Findes, a partir da elaboração do Planejamento Estratégico. Para Castro, a Findes deveria se espelhar na sociedade, que passava por todo um processo de reestruturação, após a promulgação da Constituição de 1988. Em 1992, José Bráulio Bassini torna-se o novo presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo. “Quem não se atualizar vai ficar para trás. A empresa tem que saber, antes de tudo, o que acontece no mundo”, adiantou ele à imprensa capixaba, falando sobre o período de grande avanço tecnológico. Foi nessa década que o mercado da informação desenvolveu o sistema Linux e aperfeiçoou o Windows, entre outras inovações. O telefone
celular perde em tamanho e ganha em popularidade. Fatos que contribuíram para a transformação e o crescimento de diversos setores da sociedade. A primeira década do século XXI foi de grandes vitórias para o setor industrial capixaba e Fernando Antonio Vaz agregou ainda mais esforços ao trabalho da Findes. O segmento registra índices relevantes de desenvolvimento e a taxa de emprego bate recorde de alta. A indústria chega a ser reconhecida como a de maior crescimento no país, em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro semestre de 2000. De lá para cá, sucesso e outras conquistas tornaram-se constantes para a entidade e o setor. Em 2004 Lucas Izoton Vieira assume a Federação das Indústrias do Espírito Santo, ficando na presidência até 2011. O período foi de grandes mudanças no cenário econômico, quando as indústrias capixabas cresceram acima da média nacional. Na Findes, o mesmo ocorria. Entre outras iniciativas, foram criados Centros Integrados Sesi e Senai e novas diretorias regionais. Começava nesse período um trabalho de interiorização do Sistema, que foi mantido e aperfeiçoado
O Edifício Findes foi inaugurado em 12 de setembro de 1983
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Diretores do Sistema Findes durante a entrega de equipamento odontológico na Colônia de Pescadores de Vila Velha
no mandato iniciado em 2010 pelo presidente Marcos Guerra. Decorridos 24 meses da posse da nova Diretoria da Findes, as ações da entidade nas áreas social, econômica e mesmo política evoluíram, fazendo a diferença nos serviços prestados pela Federação a seus associados. A busca pela melhoria contínua da gestão Marcos Guerra no oferecimento, ao associado e à sociedade, de um ambiente de trabalho e serviços compatíveis e bem prestados, tem gerado bons frutos. O atual presidente, em seu primeiro ano de gestão, criou oito Diretorias para Assuntos Específicos. O objetivo era mapear mais de perto as necessidades das principais áreas temáticas que são foco de especial atenção da entidade: tributos; meio ambiente; micro e pequenas indústrias; desenvolvimento da indústria capixaba; capacitação humana;
representação sindical; marketing e comunicação; e inovação. Segundo Guerra, esse modelo de gestão, participativa nas decisões e segmentada nas ações, tem permitido avançar em várias frentes, dentro da estratégia de conferir um novo perfil à indústria capixaba, com maior agregação de valor aos produtos, gestões mais eficientes e empresas mais competitivas na busca por novas oportunidades e investimentos. O mesmo ocorre com o investimento feito por sua gestão nas diretorias e núcleos regionais. A interiorização do Sistema Findes e, com isso, a manutenção e o apoio às empresas e setores industriais do interior do Estado são prioritários na gestão Guerra. Uma das metas traçadas pelo presidente é a promoção de um desenvolvimento mais equilibrado entre todos os municípios capixabas, como caminho para superar
a nítida desigualdade de oportunidades entre as diferentes regiões do Estado. “Nós procuramos identificar as demandas locais, permitindo que as entidades do Sistema Findes possam prestar um atendimento direcionado e customizado, alinhado à necessidade de cada região”, explica Marcos Guerra. Com mais 12 meses de trabalho pela frente (a gestão 2011/2014 termina em julho de 2014), Marcos Guerra pretende intensificar as ações de reforço ao associativismo e o trabalho de promoção de uma cultura inovadora entre as indústrias capixabas, vertentes que considera a marca maior de sua gestão. “Neste ano vamos intensificar nosso trabalho com o ‘Dia DE Associar-se’, realizando novos eventos no interior do Estado. Quanto à inovação, o objetivo é tornar o assunto o foco da nossa estratégia. A inovação na indústria assegura maior valor agregado ao produto e maior capacidade de competição para as empresas. Até hoje não tínhamos uma cultura de inovação. Tínhamos esforços isolados. Com esse novo conceito, teremos pela frente um período de desafios, mas também de grandes oportunidades. Trabalhando a inovação de forma planejada e organizada, podemos esperar um ano produtivo, que vai se refletir positivamente em nosso desenvolvimento socioeconômico. Com projetos inovadores, teremos uma indústria e um Estado fortes”, conclui Guerra.
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Sinduscon
Organização industrial que mudou a face das cidades capixabas
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oi no dia 3 de outubro de 1934 que 11 construtores estiveram no Centro de Vitória para examinar um documento que viria a ser o estatuto do “Syndicato dos Constructores Civis de Victoria”, instalado na mesma reunião. Aurélio Porto e Radagásio Alves se tornaram os primeiros presidente e secretário, respectivamente, da instituição hoje conhecida como Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon). Prestes a completar 80 anos de atuação, em 2014, a entidade é uma das mais conhecidas e respeitadas do Sistema da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), respondendo por um setor que gera 60 mil empregos diretos e fatura anualmente cerca de R$ 3 bilhões. Mas nem sempre foi assim. Nos anos 1930, a construção no Estado era predominantemente de casas baixas, para moradia própria. O edifício Glória, construído em 1926 com cinco pavimentos, era o prédio mais alto de Vitória. Foi a partir da década de 1950 que a construção civil no Espírito Santo mudou, tendo no Sinduscon, então conhecido como Sindicon, um dos principais agentes para introdução e difusão do edifício como um produto imobiliário. Teve início o processo de verticalização da cidade, principalmente no Centro de Vitória, ao redor do Parque Moscoso. Foi também naquele período que começaram a ser criadas empresas de construção comandadas por engenheiros, entre eles Chrisógono Teixeira da Cruz, que viria a ser presidente do sindicato no período de 1980 a 1982. Na ocasião de seu primeiro lançamento para o mercado, Cruz lembra algumas dificuldades enfrentadas na conclusão do edifício Juel, no Centro da capital. “Já havia começado a obra, mas não conseguia vender as unidades. Então, procurei um conhecido comerciante da cidade que espalhou que tinha comprado um dos apartamentos. Em um mês, 50% das unidades estavam vendidas e o prédio não enfrentou mais problemas”, conta.
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A mudança da base econômica estadual, de agrícola para urbano-industrial, foi fundamental para a consolidação da construção civil capixaba, na década de 70. A expansão foi possível após a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1964, que ampliou a oferta de financiamentos e inseriu amortização em até 25 anos. Este fator, aliado a obras públicas como a avenida Beira-Mar, a substituição do bonde pelo ônibus e o elevado poder de compra da classe média, possibilitou a expansão das áreas disponíveis para construção para a região das praias, principalmente Enseada do Suá, Praia do Canto e Camburi. Após esse boom, a construção no Espírito Santo enfrentou uma crise nos anos 80, tendo em vista a inflação e a diminuição da oferta de crédito. Receosa de permanecer no mercado financeiro, grande parte dos compradores de imóveis do período, investidores abalados pela quebra de bancos, deram um fólego temporário ao mercado imobiliário, porém insuficiente para voltar aos patamares da década anterior. O Sinduscon sempre esteve presente, dando suporte às empresas do setor e ajudando a construir a paisagem urbana do Estado. O sindicato atuou na mobilização para criar espaços
para construção, pressionou o poder público para democratizar o acesso das empresas locais às concorrências governamentais e pediu auxílio para que grandes empresas como Aracruz Celulose (hoje Fibria), CST (ArcelorMittal Tubarão), CVRD (Vale) e Samarco abrissem espaço para construtoras locais nos seus processos de expansão. Protagonista da mudança da construção para um novo patamar tecnológico, o Sinduscon passou a promover programas de qualidade e debates sobre assuntos de interesse da atividade. A instituição adotou um papel proativo, articulando-se para a elaboração de levantamentos, estudos e medidas que contribuem para o planejamento urbano e de transportes, assegurando melhor qualidade de vida para a população.
Em busca da competitividade A construção civil responde por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, se considerada toda a cadeia produtiva que envolve a indústria da construção e o comércio de materiais e serviços. Mesmo já possuindo uma participação significativa na economia capixaba, o setor continua buscando melhorias e a promoção da competitividade, norte das
Foto: Arquivo Sinduscon-ES
Diretoria do Sinduscon (2013-2016)
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ações desenvolvidas pelo Sinduscon. “Nossas iniciativas buscam despertar o empresário para o mundo novo da competitividade, promovendo estabilidade e segurança jurídica para nossas empresas. Por isso, todas as nossas ações são estratégicas e de importância para a manutenção e o incremento dos resultados alcançados”, revela o presidente do Sinduscon para o triênio 2013-2016, Aristóteles Passos Costa Neto, que também presidiu a instituição por dois mandatos consecutivos no período de 2004 a 2010. Entre os projetos desenvolvidos estão três prêmios. O “Top S”, que incentiva nas empresas a implantação de boas práticas à segurança do trabalho, ampliando a visibilidade para a sociedade dos esforços realizados no setor. O outro é o Prêmio Eco de Incentivo à Construção Sustentável que premia projetos e obras de empresas que implantaram ou estão em processo de implantação de práticas sustentáveis em gestão de resíduos, eficiência energética, uso racional da água e na operação de edificação. Em 2011, esta iniciativa venceu
o Prêmio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) de Responsabilidade Social, tendo o presidente, na época Constantino Dadalto, recebido o troféu das mãos da presidente da República, Dilma Rousseff, em cerimônia realizada em São Paulo. No ano de 2012 o Sinduscon lançou o Prêmio RH que reconhece as melhores práticas na gestão e desenvolvimento de pessoas nas empresas associadas. A capacitação da mão de obra local também é foco da atenção do Sinduscon, tendo em vista a necessidade do setor por profissionais qualificados. Tal iniciativa abrange todos os profissionais. Recentemente, o Sinduscon lançou um curso de pós-graduação para formação de gestores administrativos de obras. A necessidade de qualificação também chega às empresas, através do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo (PDF-ES), projeto que tem o Sinduscon-ES como um dos realizadores, ao lado de Findes, Sindicato da Indústria
Prestes a completar 80 anos de atuação, em 2014, a entidade é uma das mais respeitadas do Sistema Findes, respondendo por um setor que gera 60 mil empregos diretos e fatura R$ 3 bilhões ao ano 31
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“Essa longevidade (do Sinduscon) demonstra nossa crença no associativismo, tendo em vista que fomos um dos primeiros sindicatos industriais no Estado. Acreditamos muito na capacidade desse movimento para fortalecer uma classe e por isso hoje somos respeitados e possuímos credibilidade perante a sociedade” Aristóteles Passos Costa Neto, presidente
Chrisógono Teixeira da Cruz, ex-presidente
Aristóteles Passos Costa Neto, presidente atual
da Construção Pesada (Sindicopes), Sindicato da Indústria Metalúrgica e de Material Elétrico (Sindifer-ES), Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) e Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC), com o apoio do governo do Estado e as empresas âncoras Vale, Fibria, Samarco e ArcelorMittal. “Essa é uma forma encontrada para desenvolver ações em conjunto que assegurem um trabalho profissional de capacitação e acesso a mercados para
nossas empresas, através da integração entre fornecedores locais e grandes empresas investidoras e detentoras de tecnologia”, esclarece Aristóteles Passos Costa Neto. Entre as ações enumeradas pelo presidente do Sinduscon, estão as discussões sobre os Planos Diretores Municipais (PDMs) da Grande Vitória e legislações relacionadas ao meio ambiente e direito do consumidor. “No segmento de obras públicas, nossos projetos estão concentrados em construir com os órgãos contratantes um cenário mais adequado aos novos tempos. Estamos discutindo os custos dos nossos serviços, a fim de corrigir as distorções provocadas ao longo do tempo, como encargos sociais, benefícios e despesas indiretas (BDI) e a própria planilha de preços, que já está muito defasada”, analisa Aristóteles Passos Costa Neto. O Sinduscon também contribui na apuração de índices que retratam o mercado da construção civil no Espírito
Constantino Dadalto, ex-presidente
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Santo. Um desses é o Custo Unitário Básico (CUB), divulgado mensalmente e largamente utilizado pelo mercado imobiliário como indexador de preços dos contratos de financiamento junto às construtoras. O Sinduscon também realiza o Censo Imobiliário a cada semestre. Trata-se de um levantamento dos empreendimentos em construção e à venda com área de construção superior a 800 metros quadrados, abrangendo 30 bairros de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari. Já o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) permite uma visão dinâmica do comportamento, ritmo e desempenho do mercado imobiliário capixaba, servindo de ferramenta para nortear as decisões dos empreendedores.
Associativismo Em 2014, o Sinduscon completa 80 anos de fundação, com o reconhecimento de ser um dos sindicatos mais atuantes do Sistema Findes. “Por si só, essa longevidade demonstra nossa crença no associativismo, tendo em vista que fomos um dos primeiros sindicatos industriais no Estado. Acreditamos muito na capacidade desse movimento para fortalecer uma classe e por isso hoje somos
respeitados e possuímos credibilidade perante a sociedade capixaba”, destaca o atual presidente. “Nosso futuro está ligado às ações do presente. O objetivo continua sendo o de dar ao setor um ambiente favorável ao investimento, apesar do crescimento do país tender a continuar sendo modesto. Isso impõe às empresas uma perspectiva de trabalho mais dura, focando em sua capitalização, redução dos estoques e lançamentos compatíveis com o mercado atual”, pondera Aristóteles Passos. O Sinduscon quer ver o Espírito Santo ocupando posições de destaque na economia, entendendo que todos, empresários, trabalhadores e sociedade, podem ser beneficiados. “Quando isso acontece, nossas empresas se beneficiam e o mercado se fortalece. Nosso grande projeto é ver o Estado seguindo uma trajetória de prosperidade, pré-requisito fundamental para obter estabilidade e crescimento do setor”, conclui o presidente do Sinduscon.
Sinduscon Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 1830, 2º ao 5ª andar, Barro Vermelho, Vitória, ES CEP 29057-565 (27) 3434-2050 cas@findes.org.br www.sinduscon-es.com.br
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Sindipães
O pão nosso para todo o Espírito Santo
O
Brasil vivia o princípio da era Vargas (1930-1945), quando foi formado o sindicato do setor de panificação no Espírito Santo. Naquele tempo, o prefeito nomeado de Vitória, Augusto Seabra Muniz Sodré, a mando do também nomeado governador João Punaro Bley, determinou o tabelamento do preço do pão na capital capixaba. Vendendo seu produto a valores fixos, os donos das padarias de Vitória viram o mercado ser tomado pelo pão mais barato das panificadoras de regiões como São Torquato (Vila Velha) e Jardim América (Cariacica), onde não havia tabelamento. O prejuízo fez com que um grupo se unisse, criando uma associação para defender seus interesses e impedir que os “invasores” vendessem pão em Vitória. Foi o passo inicial para a criação do atual Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Sindipães), que hoje abrange um mercado de aproximadamente 1.800 padarias no Estado, com 460 associadas. A fundação do sindicato ocorreu no dia 4 de abril de 1934, em reunião na Associação Comercial de Vitória, na Vila Rubim. Vitória tinha 15 padarias: Santo Antônio, em Santo Antônio; Padaria Lopes, Padaria Elétrica e Padaria Sarlo, na Vila Rubim; Padaria Nacional, na rua Sete de Setembro; Padaria Expressa, na rua Graciano Neves; Padaria e Confeitaria Pinguim e Padaria Dona Benta, na Praça Costa Pereira; Padaria Capichaba, no Mercado da Capixaba; Padaria São Sebastião e Padaria Jucutuquara, em Jucutuquara; Padaria Maruípe, em Maruípe; Padaria Gurigica, em Gurigica; Padaria da Praia, na Praia do Canto; e Padaria Goiabeiras, em Goiabeiras. Todas foram convidadas e 12 compareceram. A primeira diretoria teve Guilherme Santos Neves como presidente. O preço do pão e situações de falta de trigo eram os principais temas. “Era época da ditadura Vargas, mas alguns governadores, como Muniz Freire, buscaram o desenvolvimento do Estado. Como tudo era determinado pelo Governo, era muito demorado. O Espírito Santo enfrentava dificuldades que vinham da época do Império, quando não podia sair nada pelo porto de Vitória. Não tinha estradas de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, ou da Bahia, porque havia receio de que o pessoal do ouro passasse pelo porto de Vitória”, conta Hélcio Rezende Dias, que se filiou ao sindicato em 1956, a pedido de Manoel Jair Gonçalves. Dois anos depois, em 1958, o Sindipães foi um dos cinco sindicatos que participaram da criação da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes).
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Já sob a presidência de Manoel Gonçalves, eleito em 1957, após um mandato de Afonso Sarlo, o sindicato viveu um período de maior atividade, pois, quando Juscelino Kubitschek foi presidente da República, houve escassez de trigo. Além disso, um curso promovido pela indústria fabricante de fermentos Fleischmann deu um novo impulso ao sindicato. “Em 1961, foi realizado o primeiro curso de panificação da Fleischmann, em Vitória, com 17 padarias do Espírito Santo. Daí em diante, as padarias tomaram outro rumo. Aquele curso da Fleischmann começou a despertar os empresários”, lembra Hélcio Rezende. No final daquele ano, uma delegação de 13 capixabas participou de um congresso brasileiro da indústria de panificação, em Recife (PE). A associação dos panificadores da capital pernambucana era bem organizada, e Rezende pensou que seria possível fazer o mesmo em Vitória. Pouco tempo depois, na época de eleger o novo presidente do Sindipães capixaba, houve uma reunião marcante. “Uma reunião muito violenta, com socos e agressões. Eram padarias vizinhas, uma fazendo concorrência com a outra... Quem ia querer ser presidente daquilo? Naquele momento,
eu tive um ímpeto e subi na cadeira. Estava entusiasmado, depois da visita a Recife, e disse que, se eles topassem, eu seria o presidente”, relata Rezende, que teve sua proposta aceita de imediato. Os anos 60, já com o apoio da Findes, foram de crescimento. Com Hélcio Rezende, o sindicato mudou para sua primeira sede, depois de ser despejado do salão da Associação Comercial e ter realizado uma reunião ao ar livre, na concha acústica do Parque Moscoso. O apoio do empresário Américo Buaiz, dono de moinho e presidente da Findes, foi decisivo nesse período. Mas também foram tempos de greves e negociações com a Sunab para elevar o preço do pão, nos anos de Jânio Quadros e João Goulart como presidentes do Brasil. No regime militar, sem a interferência da Sunab, o preço foi liberado e a situação melhorou. O Sindipães reajustou o preço do pão mensalmente, até chegar a um valor que permitiu a sobrevivência do setor. Foi uma fase de modernização e valorização, pois o governo militar precisava de pão na mesa do povo, como conta Hélcio Rezende: “Veio um coronel e pediu que garantíssemos que não ia faltar pão. Nós dissemos que isso era fácil: bota o trigo que não vai
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faltar pão. Ele foi ao moinho e garantiu a reserva de trigo, começando por 30 dias.” Hélcio foi sucedido por José Maurício Madeira, Arnaldo Magalhães Filho, Victor Sarlo Wilken, Armando Bortoluzzi e, novamente, Victor Sarlo, que em seu segundo mandato ficou por 18 anos. Então, Rezende voltou à liderança sindical, depois de comandar a Findes. A posse foi em abril de 1990. A ideia era levar formação e qualificação ao setor, mas os associados pediram a construção de uma nova sede. Já havia um terreno, com 5 mil metros quadrados (hoje, são 18 mil m²), e a sede foi levantada, superando dificuldades de caixa e, novamente, com apoio de Américo Buaiz. A partir do segundo mandato de Hélcio Rezende, a entidade se fortaleceu e saltou gradativamente para 460 associados. Um destaque foi a realização do Congresso Nacional em Guarapari, em 1995. “O congresso foi um marco para o Brasil, com três dias de debates e feira. A partir dele, mudaram-se os modelos de congressos no país”, conta o atual presidente, Flavio Sergio Andrade Bertollo.
Ainda nos anos 90, Paulo Alfonso Meneguelli iniciou outro trabalho revolucionário, com a primeira unidade móvel do Sindipães. Hoje, essa unidade está sendo usada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com prefeituras do interior do Estado, mas um novo veículo vai entrar em operação. “A unidade móvel é uma escolapadaria, montada em uma carreta, com equipamentos para aula. Tem uma padaria montada. Fechamos uma parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o Senai. Um técnico francês vai participar dos cursos de capacitação”, relata o presidente. No ano 2000, com José Luís Loss, o Sindipães construiu sua Central de Compras. Antes da Central, não havia referência de preços; com ela, foi possível regularizar o valor da matéria-prima. “Passamos a ficar mais respeitados perante os nossos fornecedores e atraímos mais associados”, explica o presidente. Flávio Bertollo conta que assumiu a presidência com o compromisso de
“Em 1961, foi realizado o primeiro curso de panificação da Fleischmann, em Vitória. Daí em diante, as padarias tomaram outro rumo. Aquele curso da Fleischmann começou a despertar os empresários” Hélcio Rezende, ex-presidente 39
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“Nós fomos ao interior para chamar o panificador, para ele conhecer o Sindipães, o que é o associativismo. Implantamos ações e seminários, com uma proposta de uma instituição mais forte, em que as pessoas possam se desenvolver” Flávio Sérgio Bertollo, presidente
Guilherme Santos Neves, primeiro presidente
Flavio Sergio Andrade Bertollo, presidente atual
modificar o perfil do sindicato, adotando as melhores práticas de gestão: “Trouxemos o melhor instituto que cuida da panificação no Brasil para dentro do sindicato, subsidiando 80% dos custos do empresário. Fizemos missões para Estados Unidos, França, Alemanha e China. O panificador viu o que tem de melhor no mundo, para trazer ao Espírito Santo. Isso, hoje, faz da panificação capixaba uma referência nacional.”
É uma integração necessária, em meio às transformações do setor: “A padaria virou um ponto de encontro gourmet. Conhecendo outros mercados, os empresários começaram a trazer essa tendência para cá, porque antes só se vendia pão e tinha mercearia. Agora, tem serviços. Tem café da manhã, almoço, jantar, caldos, happy hour. Se ficássemos só vendendo pão, nós iríamos desaparecer, mas a panificação capixaba hoje enfrenta o mercado de São Paulo, de Belo Horizonte, sem perder pra ninguém”. Uma das ações marcantes do Sindipães é realizada no Dia Mundial do Pão, em 6 de outubro. Desde 2009, nessa data, o Sindipães troca garrafas PET por pão, em 16 municípios capixabas. Só em 2012, foram recolhidas 200 mil garrafas PET e entregues 200 mil pães. Já em 2010, o Sindipães fechou parceria com a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), para a realização conjunta da feira dessa entidade e da Pan Show, evento do Sindipães iniciado na gestão de Meneguelli. A Super Acaps Panshow inclui rodadas
Em busca do panificador
Com Hélcio Rezende, o sindicato teve sua primeira sede, após uma reunião ao ar livre no Parque Moscoso
A atualidade do Sindipães também é marcada por uma curiosidade. Se o início de sua história está ligado a uma necessidade de impedir a entrada do pão de fora da capital, hoje a entidade está indo para o interior para crescer. “Nós fomos ao interior para chamar o panificador, para ele conhecer o Sindipães, o que é o associativismo. A gente implantou ações e seminários, com uma proposta de uma instituição mais forte, em que as pessoas possam se desenvolver”, destaca o presidente Flávio Sérgio Bertollo.
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de negócios, palestras, workshops e mesas-redondas, contribuindo para a capacitação de recursos humanos e a profissionalização do setor. A feira movimenta R$ 150 milhões em negócios, com 25 mil visitantes nos três dias.
Futuro de crescimento Com uma média de 18 mil funcionários diretos e 25 mil indiretos e arrecadação mensal de R$ 36 milhões, o setor está sempre em transformação. Por isso, segundo Bertollo, o caminho pela frente é de desafios. O maior deles é reavaliar o modelo da Central de Compras. Ele explica que é preciso pensar em um modelo de produção para o sindicato ser o grande distribuidor aos associados, como acontece na Europa e até em outros lugares no Brasil.
A ideia é montar uma Central de Produção, uma indústria, que dê acesso à matéria-prima e os associados possam adquirir produtos para levar às suas padarias. O Sindipães atua como cliente e fornecedor ao mesmo tempo, e os associados têm uma parte dos lucros. Outra tendência é o crescimento. “O sindicato tem muito a crescer. De 460 empresas, hoje, pode até dobrar, pois temos em torno de 1.800 padarias cadastradas no Estado”, comenta Flávio Bertollo. Assim, o Sindipães chega aos 80 anos pronto para crescer com os panificadores e buscar, em conjunto, projetos de inovação e de gestão, fortalecendo o associativismo e trabalhando pelo pão nosso de cada dia.
Sindipães Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo Rua Rosa Vermelha, 700, Novo México, Vila Velha, ES CEP: 29010.210 (27) 3063-3095 (27) 3319-1995 secretaria@sindipaes.org.br www.sindipaes.org.br
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Sincafé
Um dos pilares da economia capixaba
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os últimos anos da década de 1950, a economia do Espírito Santo era voltada principalmente para commodities e tinha o café como uma de suas principais referências. Desde 1938, a cafeicultura capixaba, assim como a brasileira, vinha em crescimento, atingindo, em meados da década de 50, o patamar de 1,7 milhão de sacas de 60 kg, em média. O plantio era favorecido pela elevação dos preços internacionais, entre 1950 e 1954, e pela política cambial de desvalorização da moeda nacional, de 1954 a 1957, que aumentou a remuneração dos produtores. Foi nesse cenário que, no dia 20 de fevereiro de 1957, um grupo de 12 empresários se reuniu na sede do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Vitória, para a eleição da primeira diretoria do Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem do Café de Vitória (Sincafé). Tendo Antonio Sobreira Amaral como presidente, o recém-criado sindicato surgia como um dos pilares do novo ciclo que estava se iniciando no Espírito Santo: o da industrialização. A criação do Sincafé foi o passo que faltava para o início da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), pois era necessária a participação de cinco sindicatos para fundá-la, mas só havia quatro. Com a fundação do Sincafé, as empresas do setor também puderam se unir em torno de um novo conceito, avançando na modernização e na industrialização. Esse processo fortaleceu as organizações locais e resultou na criação de novos empreendimentos, o que viabilizou o crescimento das marcas regionais. Naquela época, o Espírito Santo vivia quase que exclusivamente da exportação do café. O grande problema era o preço muito variado do produto, pois não havia cotação, como hoje. Pela necessidade de o Estado passar de um processo de monocultura do café para a industrialização, o Sincafé, com a Federação das Indústrias, buscou novos mecanismos para que esse trabalho fosse realizado, na vanguarda da industrialização do Espírito Santo. Outra questão discutida era a sonegação, já que muitas empresas operavam na informalidade. A consciência de que essa situação precisava mudar estava presente entre os industriais capixabas que haviam fundado a Findes. Com a Federação das Indústrias, eles conseguiram organizar e desenvolver o Estado. Os anos 60, no entanto, trouxeram outra realidade para a cafeicultura, com uma crise que levou os preços para baixo e teve impacto sobre a produção brasileira. Só no Espírito Santo, de 1958 a 1968, a produção anual diminuiu em cerca de 1 milhão de sacas.
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Crescimento no século 21
Diretoria do Sincafé (2012-2015)
Essa nova situação levou o governo federal, por meio do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em 1962, a pôr em prática o plano elaborado pelo Grupo Executivo de Racionalização da Cafeicultura (Gerca), que previa a erradicação dos cafezais em regiões inaptas e cuja produtividade fosse inferior a seis sacas beneficiadas/1.000 pés, considerada antieconômica. O Espírito Santo foi o local em que a política de erradicação teve um impacto maior, provocando desemprego no setor agrícola e êxodo de famílias para as cidades. O governo estadual e os empresários capixabas, principalmente aqueles ligados à cafeicultura, tiveram de agir e pressionaram por um acordo com o IBC, que resultou no repasse de recursos para recuperar a atividade econômica do Espírito Santo. Em 1969, também entraram em vigor incentivos fiscais do governo estadual, com uma política direcionada à industrialização e à diversificação da economia cafeeira. Nas décadas seguintes, a economia capixaba foi impulsionada pelo processo de industrialização, que tirou o peso da cafeicultura, fortalecendo setores como o siderúrgico e o de papel e celulose, com a implantação de grandes projetos.
A chegada de um novo século também trouxe uma nova fase para o Sincafé, em busca de qualidade e inovação no setor, para que as indústrias locais sejam capazes de enfrentar desafios, com produtos diversificados e em condições de competir com as grandes empresas nacionais. Somente nos anos em que esteve sob a presidência de Egídio Malanquini, até 2012, o sindicato registrou aumento de 90% no número de associados, enquanto o crescimento financeiro foi de mais de 1.000%. Malanquini assumiu o sindicato em 2000 e, nesse período, houve a transformação da qualidade e o amadurecimento da indústria local. Sob seu comando, o sindicato realizou uma pesquisa com o mercado consumidor, identificando os rumos necessários para que a indústria pudesse crescer. Nesse contexto, surgiu a ideia de realizar o Salão de Cafés Especiais, para estimular a qualidade do produto, além de buscar e fortalecer a parceria com outros segmentos da cadeia do café. Hoje, em um universo que tem em torno de 40 indústrias sindicalizadas, 25 empresas estão associadas. A indústria de torrefação e moagem gera de 600 a 700 empregos no Estado, com uma movimentação financeira na casa dos R$ 180 milhões por mês. O Porto de Vitória é o segundo maior do Brasil em quantidade de café exportado. No ano de 2010, mais de 9,3 milhões de sacas saíram de Vitória para o mundo. O Espírito Santo tem a segunda maior produção nacional de café, atrás apenas de Minas Gerais, e cerca de 25% do café produzido no Brasil saem do Estado. Esse período também vem sendo de conquistas. O Sincafé desempenhou papéis importantes em diretorias de entidades nacionais, passando de um para três representantes na
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Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). “É importante esse alinhamento do sindicato com a Abic”, destaca Malaquini, que ocupa uma vice-presidência da instituição. A importância desse peso político se reflete, por exemplo, no fato de o Espírito Santo ter sido o primeiro Estado brasileiro a reduzir o ICMS do café para 7%, medida que, depois, foi seguida por outras unidades federativas. A partir dessa transformação, na virada do século, o Sincafé buscou alinhamento e estreitamento de relações com entidades do agronegócio do café, como o governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e do Incaper, Centro do Comércio de Café, Federação da Agricultura, Centro Tecnológico do Café e Associação Capixaba de Supermercados (Acaps). Egídio Malanquini explica: “Isso foi possível em um momento de transformação por que o Espírito Santo
passou em 2003, tanto na área privada quanto pública. O Estado estava com grandes dificuldades econômicas e as entidades se uniram em busca de um fortalecimento da produção e industrialização. O Salão de Cafés entrou nesse contexto, dando uma imagem positiva do café capixaba.” Eleito em 2012, o atual presidente, Sérgio Brambilla, lembra que, ao longo do tempo, o Sincafé vem sendo um formador de opinião para a indústria, nas suas dificuldades. A entidade, ressalta ele, também foi um veículo para estimular que as empresas saíssem da produção de café para o processo industrial. “O foco, agora, é manter a indústria unida, buscando sempre a qualificação, trabalhando a interatividade com os órgãos políticos locais. O café é um produto importante, de alto consumo no mercado, e representa uma enorme fatia na economia do Espírito Santo.
Pela necessidade de o Estado passar de um processo de monocultura do café para a industrialização, o Sincafé, com a Federação das Indústrias, buscou novos mecanismos para que esse trabalho fosse realizado, na vanguarda da industrialização do Espírito Santo 47
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O Sincafé tem um relevante papel a representar para levar informações e incentivos aos seus associados, na busca pela melhoria da qualidade e da diversidade nas formas de consumo”, afirma Brambilla. O presidente do Sincafé está atento, também, às dificuldades que o setor enfrenta para alcançar seus objetivos. Uma das principais é a baixa oferta de profissionais qualificados. Segundo ele, esse era um desafio do passado e continua sendo um problema na atualidade. Além disso, o setor batalha pela constante melhora de sua competitividade. “Grandes empresas estão invadindo o mercado capixaba. Mesmo os industriais estando preparados, poderão passar dificuldades com essas empresas, que produzem em grande escala”, alerta Brambilla. Para enfrentar esses desafios, o setor conta com a qualidade e a diversidade do mix de produtos do café capixaba.
Antonio Sobreira do Amaral, primeiro presidente
O ex-presidente Egídio Malanquini destaca que essa qualidade vem desde a produção. “Graças ao trabalho desenvolvido pelo governo do Estado na cafeicultura capixaba, a indústria local teve mais oportunidades de adquirir produtos de qualidade do Espírito Santo para que essa qualidade fosse oferecida ao consumidor. O governo, por meio do Incaper, desenvolvendo novas pesquisas e mecanismos de produção com alta qualidade, possibilitou que a indústria local pudesse absorver isso dentro de seu processo industrial”, explica.
Sérgio Brambilla, presidente atual
Eventos fortalecem o setor Entre as iniciativas do Sincafé que estão ajudando a fortalecer o setor no Espírito Santo, destaca-se o Salão de Cafés Especiais, que chegou à sua quarta edição em 2013, durante a feira Super Acaps Panshow. Resultado da pesquisa realizada no início da década de 2000, o Salão busca estimular a indústria local, fortalecendo e desenvolvendo novos métodos e produtos, disponibilizando ao consumidor
Egídio Malanquini presidiu o Sincafé por mais de uma década (2000-2012)
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um café com mais valor agregado, de qualidade diferenciada. “Hoje, o Salão leva ao consumidor e ao varejista uma referência da indústria capixaba, que tem um parque tecnológico avançado e produz um café em condições de igualdade ou até superior aos de grandes empresas multinacionais sediadas no eixo Rio-São Paulo. O Espírito Santo é um dos poucos estados que mantêm a indústria de torrefação de café com capacidade de competir e exportar para o mercado nacional e internacional”, afirma Egídio Malanquini. Mas as ações não param por aí. O Sincafé também promove missões para que seus associados participem de feiras como o Salão Internacional de Alimentação (Sial), a Feira de Negócios para o Setor Cafeeiro (Fispal Café), que é simultânea à Fispal Food Service, a TecnoSorvetes e o Sial Brazil, maior evento de alimentos do mundo. A entidade também incentiva
a participação no Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), promovido pela Abic.
Café em cápsulas Uma máquina de café em cápsulas pode ser a novidade da indústria cafeeira capixaba, em breve. No primeiro semestre de 2013, uma comitiva do Sincafé realizou uma missão a Parma, na Itália, e visitou a empresa Opem, onde conheceu a máquina de café em cápsulas. Segundo o presidente Sérgio Brambilla, após a aquisição de uma dessas máquinas, deverá ser criada uma marca capixaba de cápsulas de café, além de se desenvolver um protótipo de cafeteira local. Será mais um avanço da indústria capixaba de café, que hoje tem um parque tecnológico com capacidade de produção de alta qualidade, com um mix diversificado, e competitividade para enfrentar as grandes empresas multinacionais.
Sincafé Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5944 sincafe.es@gmail.com sincafe@sincafe.com.br www.sincafe.com.br
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Da tora à era digital
A
história dos Sindicatos das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro Sul do Espírito Santo (Sindmadeira) começou a ser escrita em meados dos anos 50 do século passado, pela mesma caneta que assinou a proibição às exportações de madeiras nativas do Brasil em toras. Foi uma decisão que levou os exportadores da época a operar na área industrial, buscando a sindicalização como forma de defender seus interesses e criando, assim, uma das mais antigas organizações sindicais do setor industrial capixaba. Primeiro, como Associação Profissional da Indústria de Serrarias do Estado do Espírito Santo, até que, no dia 25 de abril de 1957, passou a se chamar Sindicato das Indústrias da Marcenaria e de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias no Estado do Espírito Santo. Naquela época, o mercado de madeira era muito forte no Estado, conforme o relato de Antônio Carlos Fasolo, que ainda trabalhava como operário no setor, antes de abrir sua própria empresa: “No início, não havia problemas. Mas, com o surgimento das leis proibindo a exportação de toras, esta se tornou um problema, justamente porque a madeira era cortada e exportada inteira, em toras. Não havia os recursos que se teve mais tarde para o corte. Com o tempo e com a proibição, começou-se a trabalhar com madeira serrada. Depois, houve mais uma proibição, e entrou em cena a madeira laminada.” Fasolo lembra que o Espírito Santo tinha muitos exportadores de jacarandá, de cedro, das madeiras nobres em geral, e Vitória possuía os melhores artesãos no ramo de móveis. Esse cenário favoreceu o surgimento de marcenarias, e o sindicato recém-criado viveu um período de crescimento, com uma boa receita financeira e estrutura própria. Nesse período, houve predomínio do mercado extrativista e da industrialização da madeira explorada no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Atendendo às proibições legais, a madeira era transformada em laminados, antes de seguir para mercados como os da Alemanha, dos Estados Unidos e da Dinamarca.
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Ao chegar à década de 70, o sindicato já havia tido uma boa projeção, e a indústria moveleira capixaba estava em expansão. Mas novas dificuldades surgiram, à medida que ações de defesa ambiental prejudicavam a imagem e os negócios do setor. Os exportadores começaram a ser tratados como predadores do meio ambiente, além de conviver com a gradual escassez de matéria-prima. Foi um período de crise, mas que serviu para o crescimento em escala industrial do segmento moveleiro, uma vez que o mercado de laminados e de serrarias voltou-se para as madeiras nobres da região amazônica, a fim de manter o setor produtivo aquecido. Esse quadro negativo levou o primeiro presidente do sindicato, Adhemar Musso Leal, a lutar por separar a imagem do madeireiro
Foto: Ricardo Hermeto
da ideia de um destruidor de matas. Musso Leal, que dirigiu o sindicato por quatro mandatos, explicava que o madeireiro explora apenas algumas essências nativas, mas preserva a flora e a fauna. A destruição da mata, dizia o industrial, é causada por aqueles que precisam da terra limpa para o plantio e a pecuária, tirando e queimando tudo. O pioneiro do sindicato faleceu em 2012, depois de ter convivido com um período de baixa nas atividades da organização e de ressurgimento, na última década do século 20. “Foi no início dos anos 90. O sindicato estava parado, meio abandonado. Tinha 50 cruzeiros em caixa”, lembra Antônio Fasolo, que, de operário nos anos 50, acabou adquirindo experiência como proprietário de uma indústria de móveis e foi eleito, por dois mandatos, para a presidência do Sindmadeira, na retomada das atividades. Uma de suas primeiras iniciativas foi criar uma contribuição sindical, para que a entidade pudesse se manter.
Diretoria do Sindmadeira (2011-2014)
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Foto: Kzenon/Shutterstock
Mas a retomada também trouxe mudanças na estrutura organizacional. No começo, o sindicato abrangia todo o Estado, mas depois foi feita uma mudança, com divisão por regiões e seus respectivos sindicatos, o que faz com que não haja um polo industrial clássico no setor. A base territorial do Sindmadeira abrange 48 municípios da região centro-sul do Espírito Santo: Grande Vitória (principalmente Cariacica, Vila Velha e Serra); São Roque do Canaã/ Santa Teresa; Cachoeiro de Itapemirim/ Castelo; Domingos Martins e Aracruz. Já a região de Colatina e noroeste do Estado ficou com outra entidade, o Sindmóveis, enquanto Linhares e norte são representados pelo Sindimol. Os segmentos predominantes são os de móveis sob encomenda e de
fabricação em série. A produção de móveis personalizados é feita por 795 empresas, que geram 5 mil empregos diretos e 2.300 indiretos. Desse total de empresas, 110 são associadas ao Sindmadeira. A importância na oferta de trabalho, bem como sua participação na atividade econômica do Estado, credencia a indústria a buscar um nível qualificado de mão de obra para atender às necessidades das empresas enquanto estas ingressam cada vez mais em uma nova realidade: um mercado baseado na tecnologia da produção digital. Ao contrário do que ocorria nos anos 50, o setor está focado hoje nos móveis sob medida, que têm o mercado interno, do próprio Espírito Santo, como principal consumidor, respondendo por 80% das vendas do mobiliário sob medida produzido localmente, com os demais 20% sendo
“No início, não havia problemas. Mas, com o surgimento das leis proibindo a exportação de toras, esta se tornou um problema, justamente porque a madeira era cortada e exportada em toras” Antônio Carlos Fasolo, ex-presidente 55
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“A exportação para outros países é uma das metas do setor” José Domingos Depollo, presidente
Álvaro Miranda, ex-presidente (gestões 2005/2008 e 2008/2011), investiu na participação e ampliação do quadro de associados, incrementou as parcerias e profissionalizou a atuação sindical
Antônio Carlos Fasolo, ex-presidente
José Domigos Depollo, presidente atual
dirigidos ao mercado externo, aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Hoje, 95% da produção estão voltados para o consumidor final; o restante é destinado às lojas de mobiliário refinado.
Nesse sentido, entre outras iniciativas, o setor busca o aumento da base tecnológica, com a modernização da estrutura fabril, principalmente na atualização de máquinas e equipamentos, além da produção flexível, que é viabilizada pelo uso de software específico para a indústria moveleira. A utilização dessa base tecnológica exige atenção à formação profissional, o que resultou na criação da Escola da Marcenaria Moderna, além dos esforços para a implantação do Curso Técnico em Móveis pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES) e a realização de 20 cursos de qualificação moveleira. O Sindmadeira também conta com o Centro Tecnológico do Móvel, uma central de tecnologia que dá suporte à indústria, considerando padrões e normas que devem ser cumpridos para que as empresas possam competir com segurança no mercado. José Domingos Depollo afirma que o processo de construção setorial vem mudando conceitos no
Setor se prepara para conquistar espaços Eleito em 2011, o atual presidente do Sindmadeira, José Domingos Depollo, explica que a exportação para outros países é uma das metas do setor. Segundo ele, as indústrias locais estão se preparando e se organizando para conquistar espaço em mercados consumidores e competitivos. Diante desses desafios, a indústria do mobiliário capixaba sob medida vive um tempo de busca do conhecimento e da tecnologia, que resulta no processo de modernização. Para auxiliar as empresas e fomentar esse avanço, o Sindmadeira desenvolve ações que agregam valor ao crescimento industrial. Um dos principais assuntos em discussão pela entidade é o uso da tecnologia digital como ferramenta estratégica para o salto de modernidade.
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segmento de móveis sob encomenda: “Os empresários, há algum tempo encaram os desafios e colhem resultados. Entre eles, podemos citar uma agência de negócios; participação associativa; eventos técnicos; atenção e mobilização para o ambiente da tecnologia, design e inovação; avanço no licenciamento ambiental; estímulo às relações institucionais; valorização da oficina de marcenaria; integração sindical, federativa e confederativa, entre outras atitudes”. Mas o segmento também vive tempos de pressão, que se manifestam pela tecnologia ainda limitada, a concorrência, a falta de mão de obra e outros gargalos. “O setor carece de uma política pública de crédito para a micro, a pequena e a média empresa. Existe a carência de mão de obra especializada. A carga tributária é nociva para o desempenho de um setor semiartesanal. Além disso, temos a peculiaridade da administração familiar nas empresas, máquinas com baixa produtividade, desconhecimento do custo de produção, restrição de oferta de matérias-primas, legislação de proteção ambiental e a concorrência desleal e feroz que vem de fora, com móveis seriados”, lista o presidente. São problemas que, como outros enfrentados pelo Sindmadeira em sua história, levam à reação moveleira e que resultam em maior atitude política,
incremento de parcerias institucionais, aproximação com a base produtiva e busca de identidade sindical. Segundo José Domingos Depollo, o processo de construção sindical, de apoio aos empresários, vem amadurecendo nos últimos anos. “A cultura dos empresários ainda é de pouca participação associativa, mas hoje já colhemos alguns frutos. A capacidade de articulação possibilitou uma maior presença dos associados e a ampliação do quadro do Sindmadeira. Tivemos um incremento de parcerias, que possibilitam recursos técnicos e financeiros para aproximar os empresários da tecnologia e do conhecimento. Realizamos visitas técnicas, estivemos presentes em várias feiras, demos maior dimensão à relação institucional, aproximamos os empresários do Sistema Findes, profissionalizamos nossos mecanismos de gestão sindical e pregamos o sentimento da unidade para conquistarmos espaços, entre inúmeras outras iniciativas”, concluiu.
Sindmadeira Sindicato das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro Sul do Estado do Espirito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053 - Ed. Findes – 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES CEP: 29.056-913 (27) 3334-5699 cas@findes.org.br www.sindmadeira.org.br
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Sindimecânica
Engrenagem na indústria de máquinas do Espírito Santo
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indústria mecânica surgiu no Espírito Santo em 1558, quando o frei Pedro Palácios mandou construir o Convento da Penha e precisou de itens como fechaduras e dobradiças. Quem faz essa brincadeira é o atual presidente do Sindicato da Indústria de Mecânica do Espírito Santo (Sindimecânica), Ennio Modenesi II. A história da organização do setor começou há 55 anos, quando 12 empresas se uniram para a criação do Sindimecânica, tendo como base fábricas de pregos, fechaduras e grampos de cerca, liderados pelo empresário Américo Buaiz, que viria a ser o primeiro presidente da instituição. Depois de Buaiz, ocuparam o cargo os empresários Otacílio Coser, Manoel Ferreira, Ennio Modenesi e o atual presidente, Ennio Modenesi II. Aliás, essa história se confunde com a da própria Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), visto que o sindicato surgiu para ajudar a criar a Federação. “Era preciso ter uma autorização do Ministério do Trabalho e ao menos cinco sindicatos, compostos por 12 empresas de uma mesma atividade. Já possuíamos outros sindicatos, dos setores de café (Sincafé), panificação (Sindipães), construção civil (Sinduscon-ES) e da madeira (Sindmadeira). Faltava o quinto sindicato, que foi o da indústria mecânica”, conta Ennio Modenesi. De acordo com ele, a criação do Sindimecânica e, consequentemente, da Findes, obrigou a colocar ordem em um mercado cuja realidade era caótica. Não havia fiscalização que cobrasse o registro dos estabelecimentos comerciais ou das indústrias nos órgãos estaduais ou federais. Na prática, isso fazia com que indústrias e empresas funcionassem na ilegalidade. A chegada de um sindicato com o respaldo de uma Federação começou a atrair as atenções dos industriais e aumentar seu interesse em se associar. “Criando a Findes, nós ajudamos os próprios governos a se organizarem, já que para se associar a um sindicato, a indústria deveria estar devidamente registrada. O Sindimecânica incentivou a formalização das empresas do setor no Estado”, disse Ennio Modenesi.
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fazer o mesmo pedido. “Ele veio me procurar perguntando se eu não daria vagas no Sindimecânica para ele fundar o Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos. E assim nascia o Sindirepa”, resume Ennio Modenesi.
Ação social inovadora
No decorrer de sua trajetória, o Sindimecânica atuou com certo protagonismo em momentos da história econômica do Espírito Santo. Foi assim nos anos 80, quando o etanol surgiu como alternativa à gasolina e o governo brasileiro estabeleceu que apenas carros certificados pudessem abastecer com o combustível. Nessa época, o Sindimecânica recebeu a incumbência do governo federal de ser o órgão responsável por essa certificação. “Sem o aval do sindicato, ninguém poderia ter um carro movido a álcool no Estado”, lembra Ennio Modenesi. O mesmo aconteceu quando surgiram os motores a diesel de mil cilindradas fabricados no Brasil. Para ter um automóvel com o motor, primeiro era preciso a autorização do Sindimecânica. Ennio Modenesi, lembra alguns fatos importantes. “Talvez o momento mais marcante, como presidente, foi ter ajudado a criar outros sindicatos, como o Sindifer e o Sindirepa”, diz. Modenesi conta que a abertura para o Sindifer surgiu após um pedido do então presidente da Findes, Jones Santos Neves, de dar uma vaga no Sindimecânica para Cesar Daher. Na época, Daher era dono de uma fábrica de lata e desejava fundar o sindicato do ferro e fundição, ligado à Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje ArcelorMittal Tubarão. Com o pedido prontamente atendido, foi possível que Daher se organizasse, criando o Sindfer. Tempos depois, foi a vez de Luiz Carlos Monteiro, proprietário de uma oficina de automóveis e então presidente da Junta Comercial,
Em abril de 1999, presidindo o Sindimecânica, Ennio Modenesi ficou emocionado com notícias divulgadas pela imprensa da época sobre o caso de trabalhadores que cometeram suicídio por terem perdido o emprego e não conseguirem se recolocar no mercado de trabalho. Assim surgiu a ideia de criar o “Programa de Auxílio Psicológico e Social aos Trabalhadores”, com o objetivo de assistir pessoas excluídas do mercado de trabalho e promover o resgate da cidadania através de auxílio psicológico e capacitação com cursos de atualização e aperfeiçoamento para suas funções. Como idealizador o sindimecanica convidou para participar do programa Vale, ArcelorMittal, Aracrus Celulose, Samarco, além de entidades, como Findes, Sindipapel Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O programa atendeu mais de 50 mil pessoas.
Conhecimento para evoluir Ser um Estado fornecedor de máquinas com tecnologia avançada e inovação para as atividades do Espírito Santo, do Brasil e do mundo. Para alcançar essa meta, que consta no planejamento estratégico do Sindimecânica para os próximos 10 anos, o sindicato projetou uma série de ações que propiciarão novos negócios, atualização tecnológica e a competitividade de seus associados. No desenvolvimento de suas atuais ações, o Sindimecânica tem buscado promover empresas locais com capacidade
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Foto: Arquivo Sindimecânica
de absorver tecnologia, fruto de acordos e parcerias internacionais. Esse trabalho teve início no segundo semestre de 2012, quando foram realizadas missões técnicas na Europa. Segundo o atual presidente do Sindimecânica, Ennio Modenesi II, existe uma demanda dos fabricantes capixabas de máquinas e equipamentos por inovações tecnológicas. Assim, a intenção do sindicato é formar verdadeiras joint works entre instituições renomadas internacionalmente e as indústrias locais, para que estas criem musculatura e possam atender ao exigente mercado de petróleo e gás, em sua
infinita necessidade de equipamentos e maquinário de ponta. “Em termos mecânicos, alguns equipamentos do setor de petróleo e gás chegam a ser mais sofisticados do que a máquina de um relógio, tamanhas a precisão e a impossibilidade de falhas nos equipamentos. Com auxílio da robótica e da nanotecnologia, essa demanda passa longe das grandes estruturas metálicas, características da tradicional indústria metalmecânica”, analisa Modenesi II. Para adquirir esse conhecimento, o presidente revela que é preciso ir além da participação em missões a feiras e
“Alguns equipamentos do setor de petróleo e gás chegam a ser mais sofisticados do que a máquina de um relógio, tamanhas a precisão e a impossibilidade de falhas nos equipamentos” Ennio Modenesi II, presidente 63
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Foto: Breno Arêas
25 de março de 1964, na inauguração do Centro de Formação Profissional Jerônimo Monteiro: Américo Buaiz (na época, presidente da Findes e do Sindimecânica); Adalberto Simão Nader (deputado federal); Lincoln Gordon (embaixador americano); e Francisco Lacerda de Aguiar (governador)
“Com a criação da Findes, ajudamos os governos a se organizarem. O Sindimecânica incentivou a formalização das empresas do setor no Estado” Ennio Modenesi, ex-presidente
Ennio Modenesi, ex-presidente
Ennio Modenesi II, presidente atual
eventos internacionais. “O Sindimecânica desenvolve a relação entre as empresas interessadas em construir esse modelo de trabalho, trazendo para o Espírito Santo os detentores de conhecimento, gestão e tecnologia. Estamos abrindo o leque de produtos com valor agregado, para que também possamos buscar o mercado internacional”, destaca. O Centro Internacional de Negócios (CIN) da Findes e o escritório estadual da Agência Brasileira de Promoção da Exportação e Investimentos (Apex) têm sido de fundamental importância no apoio e na estruturação das estratégias de abordagem, principalmente no acompanhamento e follow-up das ações. Com a diversificação dos negócios, o Sindimecânica pretende trazer opções à dependência das grandes plantas industriais, atual realidade
do segmento no Estado. “É imprescindível sabermos aproveitar sustentavelmente nossas riquezas naturais – estamos efetivamente no Cinturão do Aço, que talvez seja a matéria-prima mais utilizada no mundo. Temos gente trabalhadora e empresários com competência de manufaturar o produto. Para isso, precisamos buscar soluções tecnológicas, aliando-as à nossa capacidade criativa e a melhorias na gestão”, conclui o presidente. O foco operacional do Sindimecânica é ser um local em que o empresário consiga apoio para montar sua estratégia de atuação no mercado. Para isso, aos associados são oferecidas assessorias consultivas gratuitas com profissionais gabaritados em áreas como direito empresarial, direito trabalhista, ambiente sustentável, cultura e arte, engenharia de máquinas, tecnologia, relações institucionais, indústria criativa, negócios
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internacionais e investimentos. O objetivo é atender às demandas pontuais. O sindicato tem um assessor na comunidade europeia com sede na Alemanha que mantém contato pessoalmente com empresários interessados em investimentos no mercado brasileiro. A atual diretoria foca em sua gestão ações prioritárias, com temas voltados para assuntos que envolvam melhorias nas áreas operacionais e de gestão das indústrias, propiciando o desenvolvimento tecnológico e controle de custos na produção das empresas que fabricam máquinas, peças e equipamentos no Espírito Santo.
“O Sindimecânica tem que ser para o empresário do setor um oásis do pensamento estratégico”, conclui Ennio Modenesi II. Por fim, o sindicato trabalha também o projeto “Sindimecânica Nova Geração”, que será desenvolvido em parceria com outras instituições para formar o novo perfil do empresariado capixaba do setor de máquinas. Engenheiros e técnicos, com grande aptidão para empreender, inovar e gerir, receberão apoio do sindicato para que representem a atividade com excelência. É assim que o Sindimecânica está construindo pelo menos outros 55 anos de sucesso.
Sindimecânica Sindicato da Indústria de Mecânica do Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Ed.Findes, Bairro Santa Lúcia, Vitória, ES CEP 29.056-913 (27) 3334-5730 sindimecanica@gmail.com www.sindimecanica.com.br
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Siges
Há 45 anos defendendo os interesses das gráficas capixabas
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epresentar, coordenar e defender os interesses do setor gráfico capixaba. Com essa finalidade, foi criado, em 1968, o Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo (Siges), que desde então tem sido uma bússola para o crescimento do mercado de impressões. Fundado por José Hygino de Oliveira, o Taneco, o Siges atuou desde o início em prol do desenvolvimento empresarial e profissional do segmento gráfico. Através da qualificação de mão de obra e valorização da informação, o sindicato promoveu o fortalecimento do segmento, sempre dando voz às reivindicações e interesses das suas associadas. Em 45 anos de trajetória, o Siges já foi presidido por sete diferentes especialistas ligados à atividade de impressões. José Hygino permaneceu no cargo por quatro mandatos consecutivos, sendo presidente de 1968 a 1983. Depois vieram as gestões de Oswaldo Vieira Marques (1983-1986), William Sinval Festa (1986-1989 e 1989-1991), Tullio Samorini (1992-1995 e 1995-1998) e Joanilson Barboza Brahim (1998-2001 e 2001-2004). Com o falecimento de Joanilson, no início de 2004, Décio Dalla assumiu o cargo até julho daquele ano. Em agosto, a presidência voltou para Tullio Samorini, em sua terceira passagem pelo sindicato. Tullio exerceu o cargo até 2010. No dia 15 de agosto daquele ano, a atual diretoria foi empossada, seguindo até o dia 15 de agosto de 2013 com João Baptista Depizzol Neto na presidência. Defendendo as bandeiras da profissionalização e da contínua reciclagem, o Siges conta com 140 filiadas, das 250 gráficas atuantes no Espírito Santo. Sempre pautado pelo objetivo de expandir e qualificar o segmento, o sindicato promoverá 12 eventos de capacitação em 2013. “Os associados contam com diversos benefícios, como acesso a cursos e workshops, visitas técnicas, missões empresariais em eventos nacionais e internacionais e premiações. Além dos benefícios do Siges, os associados também têm à disposição os benefícios oferecidos pelo Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies)”, explicou o presidente do Siges. 69
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Segundo Depizzol, as empresas gráficas capixabas encontraram no sindicato uma entidade que reflete o dinamismo de um setor cujos números mostram sua importância para a economia do Estado. “O setor gráfico gera cerca de 5,1 mil empregos no Espírito Santo, sendo 2,8 mil diretos e 2,3 mil indiretos. As empresas gráficas injetam cerca de R$ 230 milhões por ano na economia local”, destacou ele.
Vitórias e ações As conquistas do sindicato se confundem com o crescimento do setor gráfico. Uma vitória muito celebrada foi, por exemplo, o convênio realizado com a Secretaria de Estado da Fazenda, que deu autonomia ao sindicato para emitir a Autorização de Impressão de Documentos Fiscais (AIDF) para as gráficas
Foto: Pepê fotógrafo
capixabas. Com isso, o Siges passou a atrair um grande número de associadas, e em um dado momento, chegou a ter 90% das indústrias gráficas do Estado em seu quadro. Embora este convênio não exista mais, o certo é que as indústrias passaram a conhecer (ou reconhecer) o trabalho do sindicato, e muitas delas permaneceram associadas, mantendo a grande representatividade do sindicato até os dias atuais. Por meio do Siges, também se deu a assinatura do Contrato de Competitividade com o governo do Estado, que permitiu o diferimento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas do segmento gráfico no Espírito Santo. Esse contrato, inclusive, foi renovado em 2013, em mais uma ação do Siges junto ao Governo. Também foi uma vitória do sindicato a redução do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de 5% para 2% na esfera municipal. O sindicato responde ainda pela criação de eventos importantes para o setor, como o Prêmio de Excelência Gráfica Padre José de Anchieta, que estimula desde 2004 a produtividade e reconhece com um troféu a qualidade das gráficas capixabas; além do 1º Concurso Literário do Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo, realizado em 2006 para premiar escritores capixabas. O Siges promoveu ainda a formação da regional capixaba da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf-ES), que também é presidida atualmente por João Baptista Depizzol Neto. Presente de forma pujante no cotidiano das gráficas, o Siges conta com diversos canais de comunicação com seus associados. Além dos eventos e cursos que capacitam os
Diretoria do Siges (2010-2013)
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colaboradores das empresas do ramo de impressões, o Siges conta ainda com site atualizado e jornal bimestral, com tiragem de mil exemplares. Para fomentar o crescimento do setor, a entidade lança mão de várias parcerias, que vão de instituições financeiras a associações. “Atualmente as empresas do setor gráfico estão investindo mais em tecnologia. Para a captação de investimentos, o Siges orienta seus associados através das parcerias firmadas
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banestes e o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), facilitando o acesso ao crédito e com opções de financiamento com as melhores condições de juros, prazos e níveis de participação”, disse Depizzol. Mas as vitórias não surgiram do dia para a noite. Até a consolidação do setor, as gráficas capixabas precisaram lidar com obstáculos como a competição
“O mercado capixaba reconhece o Siges como a entidade que defende e representa os interesses das indústrias gráficas do Espírito Santo, promovendo o desenvolvimento sustentável do setor” João Baptista Depizzol Neto, presidente 71
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“O Siges sempre atuou pela defesa, informação e representação legal das empresas do setor gráfico, sob quaisquer de suas modalidades” Tullio Samorini, ex-presidente
Tullio Samorini, ex-presidente
João Baptista Depizzol Neto, presidente atual
de empresas de estados vizinhos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, além da necessidade de se adaptar a novas tecnologias para não perder espaço. “A tecnologia mudou muito rápido, e as empresas precisaram se atualizar, estudando o custo-benefício de investir em novos equipamentos. E a concorrência e a própria cautela dos clientes em cenários econômicos adversos geraram momentos complicados para as gráficas. E esses grandes desafios ainda não passaram. De janeiro a 30 de abril de 2013, por exemplo, a indústria de transformação – na qual as gráficas estão incluídas – registrou queda de 18,5% nas vendas, em relação ao mesmo período de 2012. O próprio panorama das demandas mudou. Com ambientes cada vez mais informatizados, a quantidade de impressões passou por uma redução, obrigando muitas empresas a redefinir estratégias. Hoje, até para se fazer cartões de visitas é necessário apresentar muita qualidade. As gráficas aprenderam isso no Estado”, falou o atual presidente do sindicato.
Passado e futuro do Siges Conceitos como integração, qualidade e eficiência foram as palavras de ordem no Siges durante sua trajetória. De acordo com Tullio Samorini, que testemunhou grande parte da história do sindicato, a consolidação do mercado gráfico no Espírito Santo sempre foi um objetivo geral. “O Siges atuou continuamente pela defesa, informação e representação legal das empresas do setor gráfico, sob quaisquer de suas modalidades. Em toda a sua existência, a entidade alcançou muitas vitórias pela coletividade. Contribuímos com o desenvolvimento e a capacitação de funcionários e empresários gráficos. Já chegamos a fazer 24 eventos em um único ano com este fim”, sublinhou. E pelo desejo de que todos pudessem contribuir com novas ideias, Samorini lembra que em sua gestão foi realizada uma mudança importante no estatuto do sindicato, estabelecendo que o presidente não pudesse ter mais de dois mandatos
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consecutivos. Assim, se estimulava a renovação. “Dedicar-se a uma entidade do seu segmento é uma experiência muito gratificante. Você precisa estar disposto a defender os interesses de todos, sendo micro, pequeno ou grande empresário. É uma luta muito interessante, pelas experiências e informações adquiridas, seja com empresas do Estado ou fora dele. É uma vivência muito importante para o amadurecimento e crescimento pessoal e como empresário”, explicou ele. Para o atual presidente, João Baptista Depizzol Neto, a determinação que existe hoje é a de criar condições para que se possa valorizar o setor, com incremento de tecnologia de ponta e o apoio integral para o crescimento das micro e pequenas empresas. “O mercado capixaba reconhece o Siges como a entidade que defende e representa os interesses das indústrias gráficas do Espírito Santo, promovendo
o desenvolvimento sustentável do setor. Hoje as empresas gráficas contam com o apoio do Siges de diversas formas, como na representação e negociação sindical, acesso à informação, treinamentos, apoio jurídico, contábil e ambiental. Temos uma relação muito boa com os trabalhadores. A gente está aqui para somar e não para dividir”, observou. Um passado de pioneirismo e vitórias e um futuro de objetivos claros e que serão alcançados pela união de forças. Das ações do Siges se beneficia uma cadeia que reúne gráficas, fornecedores, clientes e parceiros. “Pretendemos continuar nosso trabalho em prol do setor gráfico capixaba. Para alavancar cada vez mais nossa parceria com as empresas gráficas, pretendemos manter e atrair novos associados, desenvolver novos serviços prestados, manter a sustentabilidade financeira, qualificar e dar boas condições de trabalho a todos”, finalizou.
Siges Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3227-9970 siges@siges.com.br www.siges.com.br
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Sinconfec
Da alfaiataria ao design arrojado
O
dicionário Michaelis define como alfaiate o “indivíduo que talha e cose vestuários para homem”. Foi reunindo esse grupo de profissionais que nasceu o Sindicato da Indústria de Alfaiatarias e Confecções de Roupas de Homens no Espírito Santo, em 30 de julho de 1963, hoje conhecido como Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas em Geral do Estado, o Sinconfec. Entretanto, o reconhecimento pelo Ministério do Trabalho só aconteceu seis anos depois, em 1969, quando um grupo de empresários assumiu a instituição, após eleição realizada em 18 de setembro daquele ano. Assim, Geraldo Fraga, Salem Von Randow e Edson de Oliveira Friques se tornaram, respectivamente, os primeiros presidente, secretário e tesoureiro do novo sindicato. Natural de Aimorés, em Minas Gerais, o alfaiate Geraldo Fraga exercia a função desde 1940, quando tinha apenas 12 anos. Em 1954, mudou-se para Vitória e estabeleceu sua alfaiataria na Rua Sete de Setembro, no Centro da capital capixaba. Antes de se tornar presidente do Sinconfec, no biênio 1969-1971, Fraga mantinha excelente relacionamento com indústrias têxteis do país e colegas de profissão no Estado. “A fundação do sindicato reuniu 45 alfaiates da Grande Vitória”, conta. O espírito de união da classe foi o grande motivador da criação do Sinconfec. Juntos, os profissionais passaram a buscar atualização com relação a tendências mundiais em cores e insumos, além de se articularem para a definição de itens como preços, rentabilidade e piso salarial dos funcionários. O sindicato também passou a mobilizar seus associados para a promoção de cursos de capacitação, visto que a princípio as próprias empresas eram responsáveis pela formação de sua mão de obra. “A alfaiataria costuma atender a demandas locais, feitas sob medida para os clientes. O Sinconfec estimulava o alfaiate a buscar instrução e atualização, através da promoção de desfiles. Na época, a economia brasileira ainda era bem fechada e o sindicato possibilitou a participação dos empresários em congressos e feiras mundiais, o que aos poucos foi levando a indústria local a buscar novos mercados consumidores, abrindo sua mente para a produção em série”, revela Geraldo Fraga. Através de Fraga, o Sinconfec marcou presença em diversos eventos, como em oito edições da Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), realizadas entre os anos de 1960 e 1974, o 12º World Congress of Master Tailors, em Viena, na Áustria, em 1966, e o 15º Congresso Mundial da Moda, em Londres, na Inglaterra, em 1973.
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Diretoria do Sinconfec (2012-2015)
“A roupa não serve apenas para cobrir o corpo. Ela define sua personalidade. Por isso, o setor precisa desenvolver a consciência de que os consumidores estão adquirindo conceitos, e não produtos” Clara Thaís Rezende Orlandi, presidente
Foi assim que teve início uma prática comum no Sinconfec de hoje: a realização de missões a feiras nacionais e internacionais. O sindicato despertou em seus associados o interesse de entrar em contato com a moda mundial, principalmente a europeia, trazendo os lançamentos e tendências para o Espírito Santo. “Com o sindicato, a informação trouxe a inspiração e isso influenciou o desenvolvimento dos produtos capixabas”, destaca Fraga.
Pleitos Em agosto de 1979, a “Revista da Indústria Capixaba” publicou matéria sobre os pleitos da indústria de confecções do Espírito Santo. Na ocasião, o então presidente do Sinconfec, Charles Jorge Rizk, destacou que a indústria capixaba do segmento carecia de “maior facilidade de créditos”. No início daquele ano, as empresas ainda foram atingidas por enchentes que assolaram o município de Colatina, que concentrava o maior número de fábricas do ramo.
Outro problema enfrentado à época foi a crise econômica. Na ocasião, Rizk afirmou que “a indústria têxtil é a primeira a entrar na crise e a última a sair. (...) Nos momentos de depressão ou crise, quando o consumidor se vê obrigado a suprimir certos itens de consumo, o primeiro a ser lembrado é o vestuário, por ser efetivamente menos indispensável que a alimentação, saúde, moradia e outros artigos de consumo básico”, declarou ele naquele período. Na edição de novembro de 1983, as dificuldades vividas pelo setor de confecções voltaram a ser assunto na revista. O presidente do Sinconfec era o empresário José Bráulio Bassini, que falou sobre a força da atividade no Espírito Santo, que sobrevivia mesmo sem apoio tecnológico e financeiro. A reportagem elencava como problemas enfrentados: contingência fiscal, falta de recursos para capital de giro e de investimento para expansão, e até dificuldades de caráter legal, relacionadas ao pagamento das obrigações sociais.
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Em junho de 1985, ainda como presidente do Sinconfec, Bassini foi novamente entrevistado pela “Revista da Indústria Capixaba”. Naquela edição, ao ser questionado sobre a influência da inflação na atividade, ele afirmou que “os custos se elevam muito e não há correspondência na elevação do poder aquisitivo. Vê-se, então, os faturamentos crescerem igual à inflação, ou um pouco mais, no caso raro de algumas empresas, mas o número de peças produzidas está sempre diminuindo. Isso cria um círculo vicioso, menor poder aquisitivo, menos produtos vendidos, mais desemprego”.
Conquistas Se hoje o Espírito Santo é um grande produtor e exportador de moda, com produtos de valor agregado e design reconhecido, é em virtude das conquistas obtidas pelas instituições que representam a atividade no Estado. Com o fortalecimento do Sinconfec e dos outros sindicatos do ramo (Sinvesco, Sindutex, Sinvel, Sinconsul e Sindicalçados), além do apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), foi possível obter incentivos para continuar sendo um dos principais empregadores da indústria brasileira, composto majoritariamente por mão de obra feminina e de baixa escolaridade, contribuindo com a melhoria na renda das famílias. “Diante da decadência do segmento do vestuário, em função da concorrência asiática mais expressiva a partir de 2002, o sindicato começou uma nova dinâmica
e a primeira delas foi a de se qualificar para ser o representante de direito e de fato do setor junto às instituições, desde a Federação até o governo do Estado”, afirma a presidente do Sinconfec para o triênio 2012-2015, Clara Thaís Rezende Cardoso Orlandi. Uma das primeiras ações desenvolvidas foi a mobilização da classe para participar do sindicato. Foram realizadas visitas às empresas, identificando sua localização, produção e especialidades, sendo apresentados os serviços, benefícios e descontos oferecidos pela associação ao Sistema Findes. A partir daí, foram detectadas as vocações da região da Grande Vitória, como moda masculina e fitness. Dessa forma, o Sinconfec pôde agrupar os segmentos dentro do próprio setor e oferecer ferramentas de qualificação, atualização e modernização bem direcionadas. Em seguida, foi apresentado ao governo um pleito de incentivos para aumentar a competitividade da indústria
de confecções. Desde 2008, o setor é um dos beneficiados pelo Contrato de Competitividade firmado com o governo do Estado, que concede redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incentivando a qualidade na gestão, meio ambiente, inovação em design e tecnologia. Em 2012, a atividade foi contemplada com a atualização desses contratos, quando também ficou estabelecida a criação do Fundo do Vestuário, em que as empresas poderão usar parte dos recursos recolhidos para melhorar seu processo criativo, a marca e o fortalecimento comercial. “A região não possui vocação para produzir em altíssima escala para grandes cadeias de lojas, mas para cada um desenvolver sua própria marca. As indústrias estavam com dificuldades de atingir as metas porque precisam de um produto mais sofisticado, com design e estilo”, analisa Clara. Assim nasceu o “Vitória Moda Show”, que a partir de 2013 passou a ser chamado
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É o caso da Première Vision, em São Paulo,
Lucas Izoton Vieira presidiu o sindicato de 1991 a 2004, período em que houve um aumento significativo de empresas associadas e geração de empregos
Foto: Juba Paixão
“O Sinconfec estimulava o alfaiate a buscar instrução e atualização, através da promoção de desfiles. Na época, Geraldo Fraga, primeiro presidente a economia “Vitória Moda”. Promovido pela Câmara brasileira ainda era deSetorial da Indústria do Vestuário da Findes bem fechada e o desde 2008, o evento é a principal ação divulgação da qualidade dos produtos sindicato possibilitou para das empresas capixabas. a participação dos Qualificação empresários em Para se manter num mercado em congressos e feiras constante evolução como o da moda, é preciso estar atualizado com as mundiais” tendências mundiais. Por isso, o Sinconfec Geraldo Fraga, promove anualmente participações em eventos nacionais e internacionais. ex-presidente
Clara Thaís Rezende Orlandi, presidente atual
e a Feira de Moda do Rio de Janeiro, além de visitas técnicas à Milano Moda Donna, em Milão, na Itália, e à London Fashion Week, em Londres, na Inglaterra. Por meio de parcerias com instituições afins, como o Sindutex e o Sindicalçados, o Sinconfec promove na Grande Vitória o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF). O objetivo é beneficiar toda a cadeia produtiva do vestuário, através do desenvolvimento e qualificação das empresas fornecedoras de bens e serviços para o setor. Quatro empresas âncoras também participam do projeto, que ainda
Empresários recebendo o Prêmio Agulha de Ouro, premiação criada na gestão do então presidente Lucas Izoton (1992 a 2003)
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conta com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). A capacitação da mão de obra continua sendo uma preocupação do Sinconfec. Anualmente, são oferecidos cursos através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para aprimoramento dos funcionários das empresas e também para formar novos profissionais.
O Sinconfec do futuro A consolidação do Centro de Referência da Indústria da Moda (CentroModa), em Vila Velha, é uma das metas do Sinconfec. Trata-se de um complexo reunindo uma escola de formação profissional, focada em design, prestação de serviços, áreas de suporte às entidades representativas da cadeia de vestuário do Estado, espaço para eventos do setor, laboratórios e biblioteca. “O CentroModa vai ser o local de referência para a moda capixaba,
onde serão realizados cursos técnicos de produção, formação de designers, gerentes de produção, especialistas em cromoanálise (cores), além da formação dos profissionais que atuam em áreas como criação, branding e comercial”, conta Clara Thaís Rezende Orlandi. Ao analisar o futuro do setor, ela destaca que as empresas precisam se reposicionar num mercado que valoriza cada vez mais o conceito e o design estratégico. O empresário precisa se reorganizar completamente, modernizando seu parque fabril, mantendo-se atualizado nas tendências mundiais, insumos e materiais. “A roupa não serve apenas para cobrir o corpo. Ela define sua personalidade. Por isso, o setor precisa desenvolver a consciência de que os consumidores estão adquirindo conceitos, e não produtos. O Sinconfec é uma ferramenta para alcançar esse objetivo, levando informações para o empresário e inserindo-o em um grupo que pensa o desenvolvimento de forma coletiva”, conclui Clara.
Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo
Sinconfec Sindicato das Indústrias de Confecções em Geral do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES CEP: 29.056-913 (27) 3334-5730 sinconfec@sinconfec.com.br www.sinconfec.com.br
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Foto: Arismario Oliveira
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Sindibebidas
Articulação para garantir musculatura à Findes
F
oi durante o mandato de Jones Santos Neves Filho na Findes (1968-1971) que o setor de bebidas começou a se organizar no Espírito Santo. O dirigente empreendeu um esforço em todo o estado para aumentar a representatividade da Federação e incentivou diversos segmentos industriais a criarem associações para, em seguida, serem transformadas em sindicatos. Assim, no dia 24 de novembro de 1969, uma assembleia deliberou a transformação da Associação Profissional da Indústria de Cerveja e de Bebidas em Geral do Espírito Santo no Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas). O reconhecimento pelo Ministério do Trabalho veio no dia 12 de dezembro de 1970, sendo que a primeira diretoria tomou posse em 12 de fevereiro de 1971, tendo Honório Reggiani como presidente, Laudelino Miguel como secretário, e João Zanotti como tesoureiro. “Os processos na época ainda eram bastante incipientes. Existiam empresas bastante estruturadas ou as regionais, com produção quase artesanal e mercado cativo. Inicialmente, associaram-se empresas de refrigerante, água mineral e aguardente”, relembra Gibson Barcelos Reggiani, presidente do Sindibebidas por dois mandatos (2001-2005) e filho do fundador, Honório. Após a criação do sindicato, a Findes contratou o advogado Francisco Andara para fazer uma pesquisa em todo o Estado com empresas que poderiam fazer parte da instituição. A partir desses dados, o Sindibebidas começou a estruturar suas ações e a ampliar sua base de adesão. Foi seguindo a vocação de seu pai para o associativismo que Gibson entrou para o sindicato, na década de 1990, representando os interesses das indústrias de bebidas quentes. “Uma das conquistas mais marcantes do Sindibebidas para o setor foi a redução do ICMS de 25% para 7% no período de 2001 a 2004. Hoje, a instituição ainda continua pleiteando um tratamento diferenciado para o segmento, através do Contrato de Competitividade”, afirma Gibson Reggiani.
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Diretoria do Sindibebidas (2011-2014). Foto por ocasião da posse, com a presença do presidente Marcos Guerra
Conquistas O Sindibebidas é uma instituição envolvida nas discussões que norteiam e definem questões tributárias, jurídicas, ambientais e sociais relacionadas ao setor de bebidas em geral no Espírito Santo. Exemplo dessa atuação aconteceu em 2007, quando o sindicato e a Findes enviaram uma carta ao diretorgeral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) pedindo explicações sobre a fiscalização feita pelo órgão no Estado. Na época, foi proibida a comercialização de 14 marcas de água mineral, envasadas por 12 empresas, após suspeita de irregularidades. A proibição causou tumulto entre o setor e os consumidores, ocasionando sérios prejuízos às indústrias, tendo em vista a atuação rigorosa do DNPM. Para reforçar a qualidade das águas minerais do Espírito Santo, o Sindibebidas realizou uma entrevista coletiva à imprensa capixaba na sede da Findes, reunindo Ademar Bragatto, Lucas Izoton e Guilherme Dias, que na época eram, respectivamente, presidente do Sindibebidas, presidente da Federação das Indústrias e secretário de Estado do Desenvolvimento. Após os devidos esclarecimentos, o DNPM e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa/Visa) concluíram que as águas minerais capixabas estarias liberadas. Em 2009, o sindicato também atuou para que as indústrias estivessem aptas a operar de acordo com a Portaria nº 387/08
do DNPM, que entre suas determinações definiu o prazo de validade máximo de três anos para os galões de 10 e 20 litros utilizados no envase de água mineral. Em parceria com a Associação das Indústrias e Distribuidores de Água Mineral do Espírito Santo (Aidames), foi realizado o 1º Encontro Estadual das Indústrias e Distribuidoras de Água Mineral, para esclarecer dúvidas e informar os empresários sobre as ações que deveriam ser tomadas para o cumprimento da portaria. Para o presidente do Sindibebidas no triênio 2011-2013, José Ângelo Mendes Rambalducci, a medida serviu para regulamentar o mercado. “O modo como a cadeia produtiva manuseia os galões influencia diretamente na validade dos mesmos. Com a decisão, todos os processos envolvidos, desde o envase à distribuição, tiveram que se adaptar às novas regras”, conta.
Em busca de competitividade O Sindibebidas tomou para si o papel de grande articulador da promoção da competitividade e tem se empenhado para obter benefícios para o fortalecimento das empresas que representa. Por isso, é tradição da instituição buscar articular-se com os governos estadual e federal em busca de melhores condições para as indústrias do setor. A atividade foi a sexta a receber os benefícios do Compete-ES, programa criado pelo governo do Estado em 2004 que concede redução do Imposto sobre
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Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) às empresas que se comprometem a investir em ações voltadas para o desenvolvimento socioeconômico sustentável, como geração de emprego e renda e a qualificação de funcionários. “A assinatura do Contrato de Competitividade contribuiu para a melhoria das condições de comercialização das indústrias”, analisa Rambalducci. Também em busca de competitividade, o presidente e diretores do Sindibebidas se reuniram com deputados e produtores de cachaça em março de 2012 para discutir soluções para o desenvolvimento da atividade no Espírito Santo, em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. Na sessão, foram apresentadas reivindicações dos produtores capixabas de aguardente, responsáveis pela fabricação de 20 milhões de litros da bebida por ano. A principal queixa deles
é a substituição tributária, instituída em 2011, que afeta todo o setor de bebidas e aumenta o ICMS de 7% para 27%, fazendo com que os fabricantes arquem com os ônus de toda a cadeia produtiva até o consumidor final. O governo estadual continua avaliando o pleito dos produtores de cachaça. Outro segmento afetado pela medida, o de água mineral, foi alvo de uma mobilização do Sindibebidas que “conseguiu do governo a exclusão dos garrafões de 10 e 20 litros do Sistema de Pauta, onde o ICMS era cobrado sobre o Preço ao Consumidor Final (PCF), o que elevava muito e indevidamente, o imposto para as indústrias envasadoras”, revela Rambalducci.
Água: o desafio De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam), o consumo per capita brasileiro de água
“Uma das conquistas mais marcantes do Sindibebidas para o setor foi a redução do ICMS de 25% para 7% no período de 2001 a 2004. Hoje, a instituição ainda continua pleiteando um tratamento diferenciado para o segmento, através do Contrato de Competitividade” Gibson Barcelos Reggiani, ex-presidente 87
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“Todas as conquistas que o Sindibebidas alcançou no decorrer de sua história foram motivadas pelo espírito associativista. É essa vontade de se aliar a quem tem interesses em comum e lutar pelo benefício de um setor que direciona as ações do sindicato” José Ângelo Mendes Rambalducci, presidente
Gibson Barcelos Reggiani, ex-presidente
José Ângelo Mendes Rambalducci, presidente atual
mineral é de 40 litros ao ano, menos de um terço do europeu, na casa de 150 litros por pessoa ao ano. “Existe um enorme potencial para expansão da atividade, já que as vendas vêm crescendo à medida que o consumidor vai adquirindo mais consciência da importância do produto para uma vida saudável”, analisa o presidente do Sindibebidas. Incluir a água mineral entre os itens da cesta básica é o grande desafio do momento para o Sindibebidas. Atualmente,o produto recebe o mesmo tratamento tributário dispensado a cervejas, refrigerantes e outras bebidas, recolhendo cerca de 46% de impostos. “Conceder benefícios para ampliar o consumo de água mineral natural,obtida de fontes profundas, ricas em sais minerais e livres de impurezas, é mais que uma necessidade econômica: é uma questão de saúde pública. É preciso facilitar o acesso à população que não tem água tratada, o que diminuirá, inclusive, os gastos do Governo com saúde pública”, defende Rambalducci.
Em 2013, a Findes e o Sindibebidas solicitaram a avaliação da necessidade de inclusão da água mineral natural na cesta básica ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que por sua vez redirecionou a demanda à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde obtiveram o seguinte parecer: “Consideramos a água (...) como um nutriente essencial para a manutenção da vida, motivo pelo qual, para a finalidade a que se propõe (satisfação das necessidades hídricas diárias do organismo, visando à saúde), deve ser classificada como alimento”. O Estado de Santa Catarina foi o primeiro a reconhecer a água mineral como alimento e a incluí-la na cesta básica, garantindo uma base de cálculo do ICMS equivalente a 7% nas operações internas. O Sindibebidas está se articulando para que o governo do Espírito Santo siga o exemplo catarinense. Desde 2012, após atuação direta da Abinam e de seus superintendentes regionais, o governo federal concedeu isenção da tarifa do PIS/ Cofins na venda de água mineral.
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Representatividade Com a repercussão e a receptividade às ações promovidas pelo Sindibebidas, o sindicato adquiriu uma imagem forte e reconhecida nacionalmente. O atual presidente, José Ângelo Mendes Rambalducci, é membro do Conselho da Abinam e superintendente da entidade nacional no Espírito Santo. Além disso, representa o Estado no Conselho Temático da Agroindústria (Coagro) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O sindicato também viabiliza a participação de seus associados em eventos locais, nacionais e internacionais do setor de alimentos e bebidas. Um deles é a Super Acaps Panshow, realizada no Espírito Santo. Outras feiras que já receberam missões técnicas de empresários capixabas são a Fispal, em São Paulo, e a Sial, realizada em Paris, na França. Além disso, o Sindibebidas
prestigia anualmente o Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais, promovido pela Abinam. A gestão 2011-2014 faz mensalmente reuniões entre seus associados para acompanhar de perto suas dificuldades e demandas, estimulando a troca de ideias e a definição das estratégias que serão trabalhadas para a defesa de seus interesses. “Todas as conquistas que o Sindibebidas alcançou no decorrer de sua história foram motivadas pelo espírito associativista. É essa vontade de se aliar a quem tem interesses em comum e lutar pelo benefício de um setor que direciona as ações do sindicato. O foco do nosso trabalho vai continuar sendo o de ampliar a base sindical, ganhando mais força e representatividade, para seguirmos empenhados em conhecer de perto o segmento e defender suas necessidades”, finaliza José Ângelo Mendes Rambalducci.
Sindibebidas Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5944 sindibebidas.es@gmail.com www.sindibebidas.com.br
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Sindicalçados
Ação efetiva para a sustentabilidade dos negócios
A
história do Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados) se confunde com o surgimento de três das principais empresas que hoje compõem o setor, juntamente com outras 137 indústrias de pequeno, médio e grande porte: Itapuã, Pimpolho e Ducouro, cujas trajetórias completam, 57, 51 e 40 anos, respectivamente, em 2013. Foi para atender ao mercado e ajudar a superar as dificuldades dessas indústrias que o segmento se organizou em um sindicato, no dia 21 de fevereiro de 1969. Nas décadas de 1960 e 1970, a produção brasileira de calçados tinha pouca expressão, e no Espírito Santo era praticamente artesanal. Havia a necessidade de suprir uma demanda reprimida dos consumidores da classe média capixaba, uma vez que os mais ricos compravam produtos provenientes do Rio de Janeiro e de São Paulo. O empresário Antônio Brito, que foi um dos primeiros presidentes do Sindicalçados, lembra que mesmo sem nunca terem constituído um polo de calçados, as empresas capixabas sempre tiveram interesse em exportar seus produtos para o resto do Brasil e para outros países. “Tínhamos grandes dificuldades em preparar a mão de obra, e isso costumava ser feito pelas próprias empresas. Além disso, também precisávamos importar toda nossa matéria-prima, o que representava grandes dificuldades, em virtude das deficiências logísticas, ainda mais graves à época”, revela. Com a fundação do Sindicalçados por Fernando Cruz, primeiro presidente da instituição, as empresas começaram a se unir e a ampliar sua representação. “O sindicato sempre teve uma atuação muito forte nos processos de negociação coletiva, defendendo dignamente os interesses das indústrias, sem esquecer os colaboradores”, conta Brito. Foi a partir da política de abertura de mercado do Governo Collor (1990-1992) que o segmento calçadista experimentou uma guinada, tendo que ampliar investimentos na qualidade dos produtos, em novas tecnologias e técnicas de produção para garantir e aumentar sua competitividade frente aos produtos estrangeiros. “Graças ao Sindicalçados, o setor calçadista capixaba acabou se tornando referência, pela longevidade de suas empresas, que souberam se adaptar às mudanças do mercado”, pontuou Antônio Brito, um dos proprietários da Pimpolho.
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Sem parar No Espírito Santo, 140 fábricas compõem o setor produtivo de calçados, especializado no segmento de sapatos femininos, alcançando a produção de 30 mil pares por dia. O crescimento e o fortalecimento do Sindicalçados são visíveis a partir do envolvimento e da intensificação das suas ações. Uma das metas do sindicato é manter seus associados informados e atualizados com todas as tendências em design, materiais, cores e modelos de calçados e acessórios. Por isso, desde que assumiu a presidência da instituição, em 2008, o empresário Altamir Martins elaborou um calendário de feiras setoriais regionais e nacionais, que contam com a participação expressiva de empresários do segmento. O calendário começa logo em janeiro, quando acontece a Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda, a Couromoda. Realizado em São Paulo, o evento é um dos mais importantes do mercado de calçados, acessórios e artigos esportivos do Brasil, responsável por cerca de 35% das vendas anuais do setor. Na edição 2013, o Sindicalçados levou uma
Diretoria do Sindicalçados (2008-2014)
comitiva formada por 460 pessoas, entre fabricantes, lojistas e representantes comerciais. No meio do ano, geralmente em junho ou julho, São Paulo recebe novamente uma comitiva do Sindicalçados, desta vez para a Feira Internacional de Calçados e Acessórios (Francal). A data é considerada estratégica porque apresenta as coleções da estação primavera/verão, além de servir como ponte entre indústrias e lojas de calçados, que se abastecem para o crescimento da demanda registrado no fim do ano com o Natal. Os acordos realizados durante a Francal chegam a representar até quatro meses de produção das indústrias, o que equivale a cerca de 30% da produção anual. No Estado, o Sindicalçados proporciona a presença das indústrias capixabas na Espírito Santo Calçados, feira que acontece duas vezes ao ano trazendo novidades e tendências da estação outono/inverno, na edição realizada no 1º semestre, e da primavera/verão, na edição do 2º semestre. Além de calçados, são expostos acessórios, materiais esportivos e artigos de viagem. Empresas locais como a Pimpolho participam ou são representadas pelo sindicato em seu estande, onde são divulgados os produtos oferecidos. O Sindicalçados também atua como patrocinador e apoiador do Vitória Moda desde sua criação, em 2008. Incentivar a realização de eventos setoriais e viabilizar a participação de seus associados em feiras é uma forma de garantir a aproximação do Espírito Santo com outros polos calçadistas do país. “O sindicato contribui com a realização de negócios de seus associados e possibilita o contato com parceiros comerciais em potencial, além de abastecer as vitrines das lojas capixabas, do Brasil e do mundo,
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com novidades em calçados e acessórios”, analisa Altamir Martins. A divulgação do polo calçadista capixaba também motivou o Sindicalçados a lançar seu Guia Empresarial, em 2007. A princípio, a publicação reunia dados sobre as indústrias, sua localização e contato, sendo estes divulgados em todos os eventos promovidos pelo sindicato no Espírito Santo e também naqueles de que participa nacionalmente. Em 2011, o crescimento da demanda e a boa aceitação fizeram com que o Sindicalçados reformulasse o Guia, transformando-o na “Revista Calçados do Espírito Santo”. “Além de informações sobre o setor, o material traz a relação de todas as indústrias capixabas, tornando-se uma importante ferramenta de pesquisa para compradores e fornecedores”, avalia Martins.
Meu grande Cachoeiro O fortalecimento de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, é estratégico para o Sindicalçados. A cidade concentra mais de 25% das
empresas do segmento e responde por quase 50% dos 4.000 empregos diretos e indiretos gerados. As principais ações do sindicato para a capacitação e atualização profissional de empresários e funcionários acontecem no município. Uma das ações desenvolvidas é a “Escola de Corte e Costura de Calçados”, criada pelo Sindicalçados em 2011 para solucionar o déficit de mão de obra qualificada na região. Entretanto, as raízes da iniciativa foram lançadas ainda em 2010, quando o trabalho de capacitação era realizado dentro das próprias indústrias, utilizando o espaço e os equipamentos dos empresários. Em 2011 e 2012, foram formadas e certificadas seis turmas, num total de 200 profissionais. A partir de 2013, com a instalação da Escola no Centro Integrado Sesi/Senai de Cachoeiro de Itapemirim e a aquisição de maquinário próprio, com apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a expectativa é que a capacidade de atendimento seja dobrada, atingindo 200 pessoas por ano.
“O setor calçadista capixaba acabou se tornando referência pela longevidade de suas empresas, que souberam se adaptar às mudanças do mercado” Antônio Brito, ex-presidente 95
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“O associativismo é essencial nas nossas vidas, tanto nos aspectos pessoais, quanto nos profissionais e empresariais, pois ninguém faz nada sozinho” Altamir Martins, presidente
Antônio Brito, ex-presidente
Altamir Alves Martins, presidente atual
A Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim reconheceu a importância da iniciativa para a cidade e, desde 2012, passou a oferecer gratuidade no transporte para quem está cursando as aulas, por meio de um passe especial. Outras prefeituras, como Atílio Vivacqua, somam esforços e oferecem ônibus para os alunos. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES) também é parceiro do Sindicalçados no desenvolvimento de ações voltadas para o fortalecimento dos segmento calçadista cachoeirense. Em maio de 2012, foi realizado um diagnóstico, a partir de visitas às empresas, entrevistas com gestores e colaboradores e observação in loco por técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai-ES). O objetivo foi de identificar as necessidades de treinamento e desenvolvimento das competências em gestão de produção e os obstáculos à realização de um plano de ação para o crescimento do setor.
Como resultado, em 2013 teve início o programa “Oficinas de Logística de Produção”, que também conta com parceria do Senai-ES. O projeto consiste em um treinamento voltado para os funcionários das empresas, aperfeiçoando-os na utilização de ferramentas de planejamento e controle de produção essenciais para o setor de calçados, como cronoanálise, layout fabril, microlayout (posto de trabalho), métodos e processos. Com a parceria, são realizadas consultorias tecnológicas individuais para as empresas que integram o programa. Um consultor visita as fábricas para conhecer de perto a realidade e os gargalos de cada uma, acompanhado de funcionários indicados pela empresa para receberem o treinamento.
O futuro do Sindicalçados Fortalecer o associativismo e fazer o empresário compreender sua importância para o desenvolvimento do setor, de forma
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integrada e conjunta, é o que norteia as ações do Sindicalçados. O primeiro passo dado nesse sentido é a atualização do planejamento estratégico, importante para analisar o que foi feito e definir quais serão as prioridades. Também está previsto o fortalecimento do relacionamento com o Sistema Findes, através do Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Senai, o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), além da integração com outros sindicatos. Entre as ações já planejadas está uma visita a todas as indústrias filiadas e associadas, para levar informações e os benefícios que podem ser obtidos por meio da união dos empresários, utilizando o sindicato como um porta-voz das reivindicações do setor e facilitando a articulação com os governos municipais, estadual e federal, através da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Escola de Corte e Costura, que já é uma realidade e um sucesso em Cachoeiro de Itapemirim, deve ser ampliada para outros municípios do interior e também para a Grande Vitória. A participação em feiras setoriais vai ganhar o mundo, com o Sindicalçados levando seus associados para eventos na Itália, Alemanha e na China, países
que sediam grandes empresas e que são os principais concorrentes dos produtos brasileiros. Nesses mercados serão buscadas novas tecnologias e expertise, além de técnicas e materiais que ainda não são utilizados no país. Por fim, existe o objetivo de reformar e ampliar as informações disponibilizadas no site do Sindicalçados, tornando-o um portal para que o associado e a sociedade possam ter acesso a tudo o que acontece no setor. Em 2012, a Findes reconheceu o trabalho de Altamir Martins à frente do Sindicalçados com a “Medalha de Mérito Sindical”. Na época, Martins declarou que o “associativismo é essencial nas nossas vidas, tanto nos aspectos pessoais, quanto nos profissionais e empresariais, pois ninguém faz nada sozinho.
Sindicalçados Sindicato da Indústria de Calçados do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334.5686 cas@findes.org.br www.sindicalcados-es.com.br
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Sindifer
O pioneirismo do sindicato metalmecânico do ES
Q
uando o metalúrgico e sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva comandou uma série de greves na região do ABC Paulista, no começo dos anos 80, não poderia imaginar que seus atos dariam o impulso que faltava para o crescimento de uma entidade criada cerca de uma década antes, no Espírito Santo, para representar as empresas locais do setor metalmecânico. À frente dessa instituição, o empresário César Daher Carneiro enfrentou a pressão exercida pelo movimento trabalhista iniciado em São Paulo, quando este voltou suas atenções para o Estado capixaba, que vivia um ciclo de crescimento econômico e onde a Companhia Siderúrgica Tubarão (CST), hoje ArceloMittal Tubarão, maior produtora mundial de semiacabados de aço, estava concluindo sua nova fábrica. Três décadas depois, a história se mostrou favorável. O sindicalista Lula foi eleito presidente da República do Brasil por dois mandatos, e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) se tornou um dos mais bem estruturados sindicatos empresariais do seu Estado, além de um dos mais influentes. Para entender melhor a importância dos anos 80, é preciso voltar no tempo, ao início da história do Sindifer. Até aquela época, a entidade tinha pouco a fazer, pois as reivindicações dos operários eram poucas. Sua criação fora motivada por um pedido da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), sob a presidência do empresário Jones Santos Neves, no final dos anos 60. O objetivo da Federação, fundada em 1957 pela união de cinco sindicatos, era ampliar a participação industrial em seus quadros. César Daher, dono da indústria de latas Semetal, foi incumbido de reunir empresas para fundar o primeiro sindicato de metalurgia e siderurgia do Espírito Santo. O resultado, a princípio, foi a criação da Associação Profissional das Indústrias de Metalurgia do Estado, composta por 16 empresas dos setores de serralheria, metalurgia,
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“O sindicato só terá representatividade se tiver associados participantes. O associado é fundamental, por isso o sindicato busca prestar serviços para conquistar as empresas. O dinheiro aqui é do associado, e tem que voltar para ele em forma de prestação de serviços” Luiz Alberto de Souza Carvalho, presidente
Diretoria do Sindifer (2010-2013)
laminação de ferro e aramefício, em 1968. No ano seguinte, foi enviado ao Ministério do Trabalho o pedido de autorização para a criação do Sindicato das Indústrias Siderúrgicas, Metalúrgicas e de Serralherias do Estado do Espírito Santo. A resposta positiva só veio em 1971, permitindo a fundação no dia 4 de maio, mas já com um novo nome: Sindicato das Indústrias de Ferro, da Fundição, de Artefatos de Ferro e Metais em Geral, Serralherias e de Móveis de Metal de Vitória. Eram tempos de progresso econômico, puxado por fatores como incentivos fiscais e novas posturas do governo do Estado, além da formulação de uma política industrial, com envolvimento da Findes. Já conhecido como Sindifer e com representatividade na Federação, o sindicato viveu um período de tranquilidade. No entanto, o sindicalismo trabalhista, no início dos anos 80, forçou uma mudança e levou o Sindifer a se tornar a primeira entidade a
fechar uma negociação coletiva no Espírito Santo, com os trabalhadores do Sindicato dos Metalúrgicos de Cariacica (Sindimetal). “A primeira negociação foi no início dos anos 80. Após a primeira greve em São Paulo, capitaneada por Luiz Inácio Lula da Silva, o movimento trabalhista se dirigiu ao Espírito Santo. Esse movimento foi provocado, em parte, pela construção da CST. O Sindifer sofreu esse impacto. Foi um período muito tumultuado”, lembra César Daher. O ex-presidente explica que esse tipo de negociação era novidade, tanto para a classe empresarial quanto para os empregados, o que ampliava as dificuldades. O resultado, porém, foi positivo. “O sindicato cresceu com isso, porque, dada a pressão da classe trabalhadora, teve que se virar. No início, não havia muito sentido em ter um sindicato, porque não se prestava serviço às empresas. Só depois, nos anos 80, com o advento
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das greves em São Paulo, é que o sindicato tomou força”, relata. As discussões foram duras, com mais de 30 greves, mas a entidade reverteu a situação. “Criamos uma boa relação com o sindicato dos trabalhadores”, destaca Daher. Essa boa relação também permitiu conquistas nas décadas de 80 e 90, período em que os planos econômicos Cruzado, Bresser e Verão deixaram um passivo para as empresas. Havia um “gatilho salarial” (toda vez que a inflação atingisse ou superasse 20%, os salários seriam corrigidos com o mesmo índice, mais as diferenças dos dissídios coletivos). Para se ter ideia, de fevereiro de 1989 a fevereiro de 1990, a inflação atingiu 2.751%. As empresas que negociaram sozinhas, como a Cofavi (Companhia Ferro e Aço de Vitória) e a CST, tiveram de pagar o que previam os planos.
Já as associadas do Sindifer não pagaram esse passivo, pois os valores relativos aos planos econômicos foram negociados nas convenções coletivas de trabalho. “Eu nunca vi isso, no Brasil, de algum sindicato negociar na convenção coletiva. Para se ter uma ideia desse passivo, ele foi uma das razões da quebra da Cofavi. Nós procuramos convencer os nossos associados da importância de negociar os planos econômicos. Então, nenhuma empresa pagou, pois vários planos foram negociados. Só o plano Collor não foi negociado, porque o sindicato dos trabalhadores não exigiu”, relata Daher. Ao todo, foram fechadas 23 convenções coletivas, sem a intervenção da Justiça do Trabalho. A experiência permitiu que o Sindifer iniciasse um curso de capacitação em negociação coletiva de trabalho,
na década de 1990, repassando conhecimentos a outros sindicatos. Na época, o sindicato capixaba também foi o primeiro do Brasil a criar um departamento jurídico para defender suas empresas.
Rumo ao crescimento Com a maior demanda por prestação de serviços, o Sindifer partiu para uma nova etapa, adquirindo sua sede própria, em 1995, na Rua Portinari, no bairro Santa Luíza, Vitória. Ainda na administração de César Daher, também comprou um terreno para a construção de um prédio, que começou em 2004, na presidência de João Marcos Loureiro Del Puppo. A obra ficou a cargo do engenheiro Manoel Pimenta, diretor do Sindifer, que sucederia Loureiro Del Puppo na presidência, tomando posse em 2007, já no novo prédio-sede, na Rua Dr. João Carlos de Souza, em Santa Luíza.
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“Após a primeira greve em São Paulo, capitaneada por Luiz Inácio Lula da Silva, o movimento trabalhista se dirigiu ao Espírito Santo. Esse movimento foi provocado, em parte, pela construção da CST. O Sindifer sofreu esse impacto. Foi um período muito tumultuado” César Daher, ex-presidente
O engenheiro Manoel Pimenta foi responsável pela obra da sede atual e tomou posse como presidente do Sindifer já no novo prédio, em 2007
César Daher, primeiro presidente
Luiz Alberto de Souza Carvalho, presidente atual
O prédio conta com um auditório maior e uma estrutura ampla, incluindo o primeiro Centro de Negociação Coletiva do Estado. “O Sindifer inaugurou algo que era difícil ver no Brasil, um local para o associado chegar e ser atendido a semana toda. A ideia é prestar serviço, pois aí o associado verá sentido em dar sua contribuição. Com a experiência, o Sindifer também ajuda outros sindicatos, tanto com estrutura quanto com o conhecimento”, comenta César Daher. Com a nova sede, a entidade fortaleceu o trabalho associativista. De 112 associados, no final do mandato de César Daher, passou a 150 na administração de João Marcos e cerca de 460, com Pimenta. É um número significativo, entre 1.500 empresas que atuam no setor, no Espírito Santo, respondendo por 28 mil empregos, com faturamento de R$ 8 bilhões anuais, cerca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.
O presidente atual do Sindifer, Luiz Alberto de Souza Carvalho, destaca a importância desse movimento: “O sindicato só terá representatividade se tiver associados participantes. O associado é fundamental, por isso o sindicato busca prestar serviços para conquistar as empresas. O dinheiro aqui é do associado, e tem que voltar para ele em forma de prestação de serviços. A atividade na diretoria é voluntária e quem se propõe a assumir a presidência precisa saber desses princípios”. Além de manter e ampliar a base de filiados, o Sindifer busca apoiar o desenvolvimento de novas tecnologias. Por meio de convênios com universidades e com a Findes, o sindicato fornece treinamentos, participação em congressos e feiras. Uma das iniciativas é a Mec Show, criada pelo sindicado, que chega à sua sexta edição em 2013. “Há seis anos, vimos que o setor precisava de maior divulgação, mostrar o que realmente faz e criar um ambiente
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de negócios. Em 2013, a expectativa é que a Mec Show receba mais de 18 mil visitantes, para encontros de negócios e contatos com a associação das redes de manutenção. O objetivo é criar um ambiente em que seja possível tanto trazer novas tecnologias, para o conhecimento e aproveitamento dos empresários do setor, quanto desenvolver negócios”, explica Luiz Alberto Carvalho. Outra iniciativa é o Programa de Apoio Empresarial, criado para auxiliar as empresas em momentos de crise ou na prevenção delas, com quatro áreas de abrangência: jurídico-trabalhista; negociação e relacionamento sindical; gestão de pessoas e clima organizacional; e consultoria na área financeira e fiscal. O programa ganha mais importância à medida que a economia do Estado passa por incertezas, devido à perda de receitas com o fim do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) e à nova forma de distribuição dos royalties do petróleo. Além disso, investimentos que estavam previstos para o Espírito Santo não se confirmaram. Segundo Luiz Alberto Carvalho, “como toda a indústria sindimetalúrgica, o setor passa por um momento muito atípico e difícil, porque estão se anunciando muitos investimentos, mas na prática eles não estão acontecendo”.
O momento, portanto, é de cautela. Mas o presidente também vê a crise como uma grande oportunidade de melhorar. E a oportunidade vem junto com uma mudança na economia capixaba, que, ao longo dos anos, esteve calcada em commodities. Com a chegada da indústria automobilística, da linha branca e de outros segmentos industriais, Luiz Alberto acredita que o Estado também vai receber mais tecnologia, os ramos de atividade serão mais diversificados, e a economia não ficará tão centrada em setores como mineração, siderurgia, papel e celulose. No entanto, essa situação também exige preparo do empresariado, principalmente na área de óleo e gás. E o Sindifer está atento para fazer a sua parte, com incentivo, apoio e oportunidades de ampliar conhecimentos e experiências a todos os seus associados. “Em todas as crises, você tem que se preparar. Não adianta ficar chorando”, ensina o presidente.
Sindifer Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo Rua Dr. João Carlos de Souza, nº 758, Santa Luzia, Vitória, ES (27) 9903-7035 (27) 3225-8457 sindiferes@sindiferes.com.br www.sindiferes.com.br
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Sinprocim
42 anos de uma luta concreta
O
que o cerimonial Itamaraty Hall, os supermercados Walmart e Sam’s Club, e a faculdade Faesa têm em comum? A resposta para essa pergunta é a utilização de produtos pré-moldados de concreto na construção de suas instalações. Mas o que hoje é corriqueiro nos canteiros de obras do Estado só se tornou uma realidade no Espírito Santo após um trabalho de divulgação iniciado ainda na década de 70 por um pequeno grupo de empresários do ramo. Com a erradicação dos cafezais e o êxodo das populações rurais para as áreas urbanas, a construção civil vivia um bom momento. Mais gente nas cidades significava mais mão de obra para a construção civil e também maior necessidade de moradias. Segundo o IBGE, a população urbana do Espírito Santo passou de 403 mil em 1960 para 734 mil em 1970, enquanto a população rural caiu de 1,014 milhão para 883 mil no mesmo período. Mas os elementos pré-fabricados, que reduziam tempo e custo das obras, ainda eram uma novidade no Espírito Santo daquela época. “Havia uma forte rejeição a esses produtos por parte das construtoras, que preferiam utilizar o sistema de construção tradicional, de alvenaria. Quando percebemos que isso acontecia por falta de conhecimento, reunimos a classe produtiva para divulgar as vantagens dos pré-moldados e, assim, desenvolver esse mercado”, revela o empresário Ahirton Balieiro Diniz. Foi Diniz quem liderou o grupo de empresários que criou o Sindicato da Indústria de Ladrilhos Hidráulicos e Produtos de Cimento, em 4 de maio de 1971. Em 10 de agosto daquele mesmo ano, tomava posse a primeira diretoria do Sinprocim-ES, que ele presidiu. O sindicato criou o Informador da Construção, veículo que contava com o trabalho do jornalista José Joselin do Amaral para publicar matérias técnicas e de interesse da indústria de pré-fabricação. Juntos, os empresários reforçaram o trabalho de divulgação dos pré-fabricados entre as construtoras. Aproximaram-se do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES) e foram até os canteiros, em busca de mestres de obras, arquitetos, engenheiros, calculistas e construtoras, sempre mostrando as vantagens daquele novo produto no desenvolvimento e execução de projetos arquitetônicos.
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Ahirton Balieiro lembra que o trabalho de “doutrinação” e capacitação empresarial foi contínuo, arcado, no início, pela realização de visitas técnicas a indústrias do interior do Estado. “Algumas empresas comprometiam a qualidade do setor. Por isso, buscamos atraí-las para o sindicato, dotando-as de conhecimento e atualizando-as quanto às técnicas e novas tecnologias para a atividade”, revela Balieiro. “Hoje, o reconhecimento e o uso dos pré-moldados é praticamente generalizado. Blocos de cimento, lajes pré-fabricadas e tubos de concreto são amplamente utilizados, tanto pelas empresas construtoras quanto por quem constrói ou reforma sua própria casa”, comemora.
Diretoria do Sinprocim (2010-2013)
O Sinprocim-ES de hoje Em 4 de outubro de 1989, a instituição adotou seu nome atual: Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Espírito Santo. O Sinprocim representa seis segmentos industriais: artefatos de concreto, argamassa, concreto usinado, cimentos, produtos cerâmicos e refratários. Suas mais de quatro décadas de história revelam os frutos de gestões que sempre priorizaram a participação efetiva dos empresários, conquistando a união do setor e ampliando sua representatividade no cenário nacional. O resultado é o aumento do número de associados, que entre 2005 e 2013 registrou crescimento de 414,5%, chegando a 134 empresas. O Sinprocim-ES tem atuado em prol do fortalecimento do associativismo e da expansão de sua representatividade no Estado. O sindicato mantém parcerias com o Sebrae-ES, A ssociação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e Findes, por meio do Sesi-ES, Senai-ES e IEL-ES, para prestar serviços como consultorias, cursos e palestras aos empresários. Também continua investindo na realização de encontros, cursos de capacitação empresarial e laboral na Grande Vitória e no interior, e na participação em missões empresariais a feiras nacionais e internacionais, para estimular parcerias e criar oportunidades de negócios, promover serviços de atualização profissional, intercâmbio de ideias e expansão do network. Exemplo disso são a participação dos associados na Feira da Construção Civil do Espírito Santo (Qualicon-ES) e a presença na Concrete Show, em São Paulo, maior e mais
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representativa feira sobre tecnologia em concreto para construção civil da América Latina, que congrega expositores do Brasil e do exterior. Em 2011, o Sinprocim-ES também levou associados à Europa, onde conheceram o parque industrial local e participaram do Salão Internacional da Construção (Batimat), realizado em Paris, na França. Além de visitar a principal feira da indústria da construção no mundo, os empresários também foram a fábricas espanholas, francesas e belgas. “Através do associativismo, o conhecimento chega ao empresário. O acesso a novas informações, processos, práticas gerenciais e tecnologias gera o progresso. A partir do momento que
o industrial se associa, ele passa a ter ideia de um processo produtivo correto, conseguindo reduzir custos e melhorar a qualidade do seu produto. Assim, focar no associativismo é a forma que o Sinprocim-ES encontrou para promover o crescimento do setor”, revela o presidente do Sinprocim-ES para o triênio 2011/2014, Dam Pessotti.
Interiorização Para impulsionar esse movimento por todo o Espírito Santo, o Sinprocim-ES realiza o “Programa de Interiorização”. Promovido em parceria com ABCP e Sebrae-ES, a iniciativa busca intensificar atividades no interior do Estado e
“Através do associativismo, o conhecimento chega ao empresário. O acesso a novas informações, processos, práticas gerenciais e tecnologias gera o progresso” Dam Pessotti, presidente 111
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“Algumas empresas comprometiam a qualidade do setor. Por isso, buscamos atraí-las para o sindicato, dotando-as de conhecimento e atualizando-as quanto às técnicas e novas tecnologias para a atividade” Ahirton Balieiro Diniz, ex-presidente
Ahirton Balieiro Diniz, ex-presidente
Dam Pessotti, atual presidente
apresentar o sindicato e suas ações aos industriais dessas cidades. Os municípios de Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Aracruz, São Mateus e Venda Nova do Imigrante fazem parte do programa, e, por meio de encontros, palestras e reuniões, associados e sindicato traçam projetos voltados para a indústria que podem ser desenvolvidos e implantados em cada região. O trabalho de interiorização é um dos trunfos do sindicato para alcançar uma de suas principais metas: aumentar o número de associados. “É uma bola de neve, no bom sentido do termo. Procuramos as empresas do interior, damos orientações a que antes elas não tinham acesso, e por sua vez elas se tornam parceiras e acabam indicando mais associados”, explica Pessotti.
Desenvolvimento Empresarial do Espírito Santo (PDE-ES). Consultorias, cursos e participação em eventos são oferecidos às 31 empresas de artefatos de concreto que participam do projeto. Por meio da qualificação das empresas, o PDE-ES procura torná-las mais competitivas, proporcionando aumento na produtividade e na qualidade de seus produtos. Em 2010, o sindicato criou Comitês Setoriais para ampliar a representatividade dos setores industriais que contempla. À frente dos comitês, os representantes estudam e avaliam o mercado, elaboram propostas, analisam as necessidades das respectivas áreas, além de discutir ações que possam promover o crescimento do setor no Estado. São quatro grupos de ações, liderados por seus respectivos coordenadores: Raphael Cassaro Machado (Argamassa), Dam Pessotti (Artefatos de Concreto), Fábio Borlini (Concreteira) e Sueli Teixeira e Toninha Denadai (Gesso).
Capacitação Com suas ações, o empresário Tharcício Botti contribuiu para o desenvolvimento do setor
Desde 2008, Sinprocim-ES e ABCP desenvolvem, com o apoio de Sebrae-ES, Findes e IEL-ES, o Programa de
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Caso de sucesso Devido ao bom trabalho que realiza, o Sinprocim-ES é constantemente procurado por instituições de todo o Brasil, interessadas em conhecer o que o tornou referência em estratégias do segmento de artefatos de concreto. A Associação Brasileira de Cimento Portland do Paraná (ABCP-PR) e os Sinprocim de Minas Gerais e Paraná enviaram representantes ao Espírito Santo para uma visita técnica ao Sinprocim capixaba. Além disso, o presidente do Sinprocim-ES, Dam Pessotti, também foi convidado a dar palestras sobre o processo de reestruturação do sindicato em Brasília, Salvador e Rio de Janeiro. Em abril de 2013, o Sinprocim-ES se tornou o primeiro sindicato da Findes a ser convidado a participar do projeto “Mesa Redonda”, desenvolvido pelo Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dam Pessotti esteve em Recife, na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), para compartilhar as experiências da sua gestão e as boas práticas sindicais voltadas para o associativismo.
Nova sede Com o intuito de atender melhor seus associados e parceiros, o Sinprocim-ES iniciou suas ações de 2013 em um novo espaço, na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. A instituição também possui um colaborador exclusivamente dedicado a visitar fábricas no interior do Estado, encarregado de fomentar o desenvolvimento associativo. Pessotti conta que sua gestão, iniciada em 2011, é marcada pelo crescimento do sindicato, que contratou mais funcionários e contou com a ajuda do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Federação das Indústrias do Espírito Santo para a consolidação da instituição. “O CAS foi realmente um apoio para nós, ajudando na nossa organização e estruturação. Com o crescimento, sentimos a necessidade de ter uma sede própria”.
Sinprocim Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 699, Edifício Century Tower, torre B, sala 208, no bairro Santa Lúcia, em Vitória CEP: 29056-913 (27) 3022-0121 adm@sinprocim-es.org.br www.sinprocim-es.org.br
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Foto: Sagrilo
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Sindutex
Criado em 1976, sindicato representa 120 empresas do setor de vestuário
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Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do Espírito Santo (Sindutex) foi criado a partir da Associação Profissional da Indústria de Malharia e Meias, Fiação e Tecelagem em Geral do Espírito Santo, fundada em 16 de março de 1973. Lá, experiências e ideias foram amadurecendo até que finalmente, três anos depois, seria de fato criado o sindicato responsável por representar os interesses individuais e coletivos da categoria junto às autoridades administrativas e judiciárias, além de defender os direitos das empresas do setor em qualquer esfera do poder público, celebrando contratos coletivos de trabalho. Entre 1973 - ainda nos tempos da associação - e 1977, a entidade foi liderada por Antonio Paulo Rodrigues Turquetto. Ele foi substituído por Oscar de Souza Carvalho, que seguiu no cargo até 1980. Sergio Rogerio de Castro, presente desde o início do sindicato, assumiu a presidência em 1981, ficando até 1986. É ele quem conta como foi a transição de associação para o atual Sindutex. “Eu já estava no Espírito Santo, vindo de Muriaé (MG), mas a Fibrasa (na época no setor têxtil), empresa da qual sou sócio e um dos fundadores, ainda não havia iniciado a operar e por isso não estive na criação da associação. A transformação da associação em sindicato aconteceu depois, e fui participante e testemunha. São companheiros desse momento Oscar de Souza Carvalho, Elias Assef, Elair Pinto, Maria Lucindo, José Luiz Ferreira Pereira, Zuleika Wernersbach, e um pouco mais tarde, Ed Moreira Lima e Helvécio Quintão. Sem esquecer de falar do apoio inicial que tivemos da entidade precursora do atual CAS, a Unificação, gerenciada pelo dedicado companheiro José Hygino de Oliveira, o Taneco, e pela competente funcionária Suely”, lembrou. Todos, segundo ele, deram contribuições fundamentais para que se chegasse aos procedimentos legais e administrativos que um sindicato organizado exige.
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O presidente seguinte foi Quintão, ocupando o cargo entre 1987 e 1999. “No momento de criação do sindicato, o setor ainda estava começando. Foi na época em que Colatina e o bairro da Glória, em Vila Velha, iniciaram suas trajetórias, hoje consolidadas, no segmento. No sindicato, discutíamos o setor, viajávamos para trocar experiências, nos reuníamos com entidades e autoridades importantes. Enfim, com o Sindutex o setor passou a ser percebido, e as empresas passaram a mostrar o seu potencial”, disse Quintão. A partir do ano de 2000, Mariluce Polido Dias assumiu a presidência, que exerce até 2014. “Antes da criação do sindicato, as empresas faziam ações separadas e desconectadas. Não tinham uma representação junto aos governos, federações e sindicatos laborais. Atualmente, temos uma atuação integrada
Diretoria do Sindutex (2000-2014)
e coerente com os outros interesses da indústria capixaba. Uma das maiores conquistas do Sindutex foi a oportunidade de representar os interesses individuais e coletivos da categoria econômica das indústrias de fiação e tecelagem perante as autoridades administrativas e judiciárias”, enfatizou ela.
O mercado capixaba e a importância do sindicato Como sindicato patronal, o Sindutex se preocupou com o desenvolvimento do mercado, formação de mão de obra, qualificação dos profissionais de gestão, ações de melhoria da qualidade, ações de incremento da inovação, gestões para o aumento da competitividade e pela redução da carga tributária, das taxas de juros e da burocracia. E não parou aí. “Quem batalha para que os custos de energia elétrica e de comunicações não cresçam muito são os sindicatos. Quem orienta e reclama da indispensável infraestrutura em estradas, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos são os dirigentes sindicais. Ações extremamente difíceis para as empresas isoladamente, são possíveis para o sindicato que tiver uma diretoria dedicada e competente”, explicou Sergio Rogerio de Castro. Ele lembra que o caminho foi de lutas para o Sindutex e para o setor como um todo. “No momento da criação, e mesmo anos depois, este segmento não era muito forte nem em faturamento nem em emprego. Mas era e é muito importante na necessária diversificação da economia do Espírito Santo. Enquanto presidente
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“Acreditamos que um dos desafios que temos pela frente é auxiliar na criação de novos negócios e atração de investimentos” Mariluce Polido Dias, presidente do Sindutex, trabalhei muito junto com o José Braulio Bassini, presidente do Sinconfec. Tínhamos naquele tempo uma sinergia muito grande. Bassini ajudou muito o Sindutex a se viabilizar, aceitando que este sindicato representasse também algumas confecções. Tínhamos no Estado uma grande empresa, a Braspérola, menos de uma dezena de empresas médias e outra dezena de pequenas empresas, onde predominavam as malharias”, falou Castro. Hoje, segundo ele, a realidade mudou, com o setor sem empresas grandes e algumas passando por dificuldades ou mudando de área. “As indústrias hoje têm sido obrigadas a ter também uma atividade comercial e de prestação de serviços. O que tem dado competitividade e fôlego às indústrias do setor, a terceirização, é hoje uma ameaça, pela falta de uma legislação
adequada que contenha os abusos de autoridades distantes da realidade da atividade de produzir”, frisou. A despeito dos desafios, o setor da indústria do vestuário representado pelo Sindutex possui grande importância socioeconômica, sendo considerado o primeiro empregador de mão de obra industrial do Estado, gerando 22 mil empregos diretos, onde 85% compõem-se de mão de obra feminina. O Sindutex conta com 120 empresas associadas. Castro fala das conquistas que levaram o Sindutex ao lugar que ocupa hoje. “Conseguimos, quando presidente, trazer para o Espírito Santo cursos de formação profissional e qualificação para os industriários do mercado, que só eram ministrados no Rio de Janeiro, em uma escola modelo do Serviço Nacional de
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O Sindutex oferece apoio nas questões de negociação coletiva; presta assessoria jurídica, orientativa e preventiva na área trabalhista e tributária; e desenvolve ações voltadas para o apoio dos interesses de suas associadas
Helvécio Quintão, ex-presidente
Mariluce Polido Dias, presidente atual
Aprendizagem Industrial (Senai), o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt). Promovemos, junto com o Sinconfec, a primeira Feira da Indústria Têxtil e de Confecções do Estado do Espírito Santo, a Fitec. Sua primeira edição aconteceu no Clube Saldanha da Gama, durante o governo de Gerson Camata. Segundo Mariluce Polido, em 1990 com a fundação da empresa Polido Textil SA (Poltex), e em 2000 a empresa Fiação Espírito Santo (Fiesa), que figuravam entre as 30 maiores indústrias têxteis do Brasil, o sindicato conseguiu maior visibilidade junto ao governo, auxiliando na aprovação de incentivos para o setor, tal como o Programa de Incentivo ao Investimento no Estado do Espírito Santo (Invest-ES). De acordo com Mariluce, hoje o alcance do sindicato é amplo. “O Sindutex trabalha diretamente oferecendo apoio nas questões de negociação coletiva, buscando a aproximação da classe patronal com a classe laboral; assessoria jurídica,
orientativa e preventiva na área trabalhista e tributária; desenvolvimento e promoção de ações voltadas para apoio dos interesses das empresas que representamos. Além disso, promovemos a aproximação das relações entre as empresas associadas e os setores públicos e privados; intermediação do acesso dos associados aos serviços das entidades do Sistema Findes, com ênfase nas áreas de segurança, educação, medicina e saúde ocupacional; e gestões junto a entidades parceiras para captação de apoio à realização de missões empresariais e participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, com o objetivo de trocar experiências, analisar tendências de mercado e divulgar os produtos do setor do vestuário, além de apoio institucional em reivindicações de interesse da categoria”, destacou ela.
Inovar é preciso Em tempos de grande concorrência de produtos estrangeiros, as empresas
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Foto: Sagrilo
capixabas encontram no sindicato um grande fomentador local. As empresas têm investido em capacitação pessoal e profissional, em tecnologias que criem diferenciais e inovação. “Com toda a experiência que temos, percebemos a necessidade de inovar, buscando novas estratégias devido à grande concorrência. É preciso estar em sintonia com o que está acontecendo. Na época da fundação do sindicato, os empresários viam o que era lançado no Brasil. Hoje, temos contato com as novidades internacionais”, enfatizou Helvécio Quintão. Para ele, a chave para vencer a competição com os produtos estrangeiros é a qualidade. “As grandes tecelagens têm investido em tecnologia e capacitação. A qualidade faz a diferença. O produto nacional ainda é mais aceito, apesar da oferta lá de fora. Mas claro, ainda precisamos melhorar em muitas coisas.
Além dos altos impostos, temos que lidar com um setor logístico precário. A competição com estrangeiros é algo inevitável, o mundo está aqui, é tudo globalizado. A ordem é adaptação do mercado. Temos que ter na cabeça que nossos produtos são bons, de qualidade. Podemos ser mais ativos e participativos. O sindicato tem que estar presente no dia a dia das empresas, saber quais as dificuldades. Já se fez muito, mas temos como fazer mais e ir além. Não vamos parar”, disse. De acordo com Mariluce Polido Dias, o trabalho da diretoria até o presente tem sido de identificar os gargalos das empresas associadas e levantar oportunidades para auxiliá-las em suas necessidades. “Acreditamos que um dos desafios que temos pela frente é auxiliar na criação de novos negócios e atração de investimentos”, finalizou.
Sindutex Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053 - Ed. Findes - 3º andar, Santa Lúcia, Vitória – ES (27) 3434-3048 sindutex.es@gmail.com www.sindutex.org.br
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Sindifrio
União em prol de melhores condições para as indústrias de carnes
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proteína animal é essencial para o equilíbrio na dieta humana, garantindo junto a outros alimentos todos os nutrientes de que o corpo precisa para se manter saudável. No Espírito Santo, onde o agronegócio está presente em praticamente todos os municípios, representando parcela importante da economia, a parceria entre pecuária e indústrias do frio tem gerado há décadas milhares de empregos para os capixabas. Mesmo o setor não estando entre as atividades de maior peso na composição da economia do Estado, apesar dos grandes desafios enfrentados em todos esses anos de história, as indústrias que lidam com o processamento de carnes bovina, suína e também de aves conseguiram se manter no mercado, atendendo quase totalmente à necessidade de consumo da população capixaba com produtos locais de qualidade. Há quatro décadas, uma entidade agrega essas organizações na busca por melhores condições de trabalho. O Sindicato da Indústria do Frio do Estado do Espírito Santo (Sindifrio) reúne as empresas que executam as atividades que se voltem aos fins de abatedouros, frigoríficos e indústrias do frio, nas operações de abates em geral (de aves, suínos e bovinos), representando o setor frigorífico, que hoje conta com empreendimentos do ramo em todo o Estado. Atualmente, 14 associadas fazem parte do Sindifrio, e um total de 40 empresas pagam a contribuição sindical. Elas estão instaladas em diversas regiões do Espírito Santo, onde geram aproximadamente 8 mil empregos diretos. Além disso, as atividades dos frigoríficos no Estado são responsáveis por oferecer, indiretamente, outros 28 mil postos de trabalho. O atual presidente do sindicato, Elder Marim, ressalta que o principal mercado para o que é produzido pelas indústrias do frio capixabas é o próprio Espírito Santo. “O principal mercado para o setor é o Estado,
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mas há empresas do segmento, tanto de bovino quanto aves, que já exportam ou estão habilitadas para exportar, e ainda não exportam por falta de logística”, destaca. Contudo, dentro do próprio mercado local, as indústrias do frio às vezes sofrem concorrência dos produtos provenientes de outros estados. “Os grandes concorrentes capixabas no setor de aves são hoje os estados do Sudeste e do Sul do país. De acordo com a oferta dessas regiões, em caso de qualquer pequena sobra, os produtores vendem o excedente para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo”, esclarece Marim. Segundo ele, a força da pecuária capixaba é um dos potenciais para que o setor cresça. “A criação bovina, principalmente, está presente em grande parte dos municípios do Espírito Santo. Além disso, todo pequeno produtor tem em sua propriedade ao menos uma vaca, para a produção de leite. Um dia essa vaca vai gerar bezerros, que se destinarão ao abate, e ela própria também vai ser destinada ao abate em alguma ocasião. Somos um Estado que tem condições de expandir a pecuária, que já é uma realidade
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entre muitos produtores. Depender de outros estados para o fornecimento de proteína não é prudente para o Espírito Santo. O Estado tem que investir na atividade, para não deixar acabar”, afirma Elder Marim. Ele explica que para fortalecer frigoríficos e abatedouros são necessários investimentos altos, inclusive em tecnologia. “Já existem tecnologias que permitem o melhor aproveitamento do processo. Hoje, as mulheres estão inseridas no mercado de trabalho e nenhuma dona de casa tem tempo para preparar a carne, e quanto mais pronto isso chegar para ela, melhor. E a tecnologia é fundamental para processar melhor essas carnes”, comenta o presidente. Segundo Elder, alguns empresários capixabas já investem em tecnologia, mesmo que de forma isolada. “A indústria do frio está se modernizando, principalmente na área de avicultura e suinocultura, que são as duas atividades de maior industrialização e que têm um grande potencial para crescimento no Estado. Mas ficamos preocupados porque os empresários estão isolados, cada um fazendo aquilo que entende que deve ser feito dentro do seu estabelecimento”, complementa Marim. De acordo com Elder, no ano de 2005, o governo federal deu início a um movimento de modificação do setor, que se preparou sanitariamente para sua internacionalização. “Foram feitos estudos junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e incentivado que as empresas do segmento investissem na modernização de suas fábricas. Entretanto, o estudo da cadeia produtiva como um todo foi esquecido. Foi investido no abatedouro, mas o restante não
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foi concluído. Agora, em parceria com a associação dos avicultores, estamos conversando com os órgãos do governo responsáveis por dar apoio ao segmento para que de fato voltemos a nos organizar e ter um crescimento sustentável do setor”, adianta o presidente do Sindifrio. Outros dois grandes desafios do setor de frigoríficos no Espírito Santo são compartilhados por quase todos os segmentos industriais: a alta carga tributária e o déficit de mão de obra qualificada. “Hoje, o setor possui demandas relacionadas à área tributária, e temos que conhecer melhor como elas estão interferindo no negócio dessas indústrias. Uma outra dificuldade que vemos para o setor é que os empresários não estão conseguindo manter a mão de obra nas empresas, principalmente de produção”, comenta Elder Marim.
Histórico Em 1972, os empresários Edvaldo Siqueira Varejão, Hilário Toniato e Nadelson Ferreira comandaram uma iniciativa fundamental para a luta pela valorização da indústria do frio no Espírito Santo. Eles compunham a comissão organizadora
da Associação Profissional da Indústria do Frio do Estado do Espírito Santo. A entidade, fundada em 5 de dezembro daquele ano, tinha como principal objetivo a melhor defesa dos interesses comuns do segmento. A associação contava com a participação de diversos empresários do setor, e congregava as empresas das atividades de abate de bovinos e suínos, indústria de carnes e derivados, captura e conservação de pescado e abate de aves. Após três anos se reunindo, esses industriais chegaram à conclusão de que poderiam dar um passo ainda mais importante, que fortaleceria a entidade e também aumentaria a representatividade do setor junto à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Por isso, em 1975, três anos após a sua fundação, a associação fez o pedido de investidura sindical. Nesse período, a entidade recebia novos membros, sem deixar de lado, porém, o elemento qualitativo considerado em seus trabalhos, como mostram as atas das reuniões da associação. No dia 29 de dezembro de 1976, o pedido de investidura sindical da associação foi aprovado pelo Ministério do Trabalho, transformando-a no Sindicato da Indústria do
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Elder Marim, presidente atual
“Nossa prioridade é aproximar os empresários, para que, conhecendo de fato as dificuldades de cada um, possamos fazer um planejamento estratégico e atuar de acordo com as necessidades identificadas” Elder Marim, presidente
Frio do Estado do Espírito Santo (Sindifrio), que teve como primeiro presidente o empresário Hilário Toniato (in memorian). Reunidos no sindicato, ficava mais fácil para os donos de frigoríficos lidarem com questões como convenções coletivas de trabalho e dissídio coletivo. O atual presidente, Elder Marim, acredita que o crescimento do setor no Espírito Santo não foi maior por falta de incentivo do poder público – já que a atividade nunca esteve inserida entre as prioridades da economia capixaba, não tendo as condições mais adequadas para que se fortalecesse. Por isso, as grandes batalhas do segmento foram protagonizadas, muitas vezes, por cada um dos empresários dos frigoríficos, que, na falta de incentivos para o setor, buscaram soluções individualizadas para os problemas que enfrentavam. Ainda de acordo com Marim, isso fez com muitos empresários que faziam parte do Sindifrio desistissem de atuar na atividade, e houve também empresas
que mudaram do Estado. “O próprio fundador do sindicato, Hilário Toniato, quando faleceu já não atuava mais no setor. Ele é apenas um exemplo. Bons empreendimentos encerraram suas portas, uns saíram da atividade, outros foram embora do Estado”, lamenta Marim.
Perspectivas de um futuro fortalecido Se no passado cada empresário buscou resolver suas dificuldades individualmente, por não encontrar apoio, hoje, o principal desafio do sindicato continua sendo motivar esses industriais a se encontrarem para discutir questões importantes para o segmento. “Em função das dificuldades do passado, os empresários foram buscando suas alternativas para se adequarem à realidade que lhes era imposta. E muitos deles deixaram de lado o hábito de participar das reuniões do Sindifrio”, comenta. Por conta disso, a primeira luta e
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prioridade do Sindifrio nos próximos anos será aproximar os empresários das reuniões do sindicato. “Um dos nossos grandes desafios no momento é arranjar algo interessante que motive os empresários a se unirem ao sindicato. Nossa prioridade é aproximá-los, para que, conhecendo de fato as dificuldades de cada um, possamos fazer um planejamento estratégico e atuar de acordo com as necessidades identificadas”, explica Elder Marim. Como o setor não encontra no mercado a mão de obra qualificada necessária, o Sindifrio também pretende continuar trabalhando para trazer ao Espírito Santo.
cursos de qualificação, que já existem em outros estados brasileiros. “Pretendemos expandir a parceria com Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Estamos tentando trazer para o Espírito Santo um curso na área de capacitação dos colaboradores para trabalharem com corte, que já existe em Santa Catarina. Mas isso tudo é um processo um pouco lento. Alguns cursos requerem local apropriado para serem oferecidos, então demanda um certo tempo para que seja preparada essa estrutura”, reitera Marim.
Sindifrio Sindicato da Indústria do Frio do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334 5686 cas@findes.org.br www.sindifrio-es.com.br
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Sindirepa
A união que revolucionou a reparação automotiva no Espírito Santo
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arro é paixão nacional dos brasileiros. Com a popularização do transporte rodoviário e o aumento da frota em todo o país, o setor de reparação automotiva ganhou força, por conta da necessidade de manutenção nos veículos, tanto de cargas quanto de passeio. Em 1979, esse mercado ganhava um incentivo ainda maior para crescer em território capixaba, com a criação do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa). Hoje, 34 anos depois, o segmento está consolidado, pronto para encarar os novos desafios impostos pela modernização da área. A indústria de reparação de veículos compreende diferentes tipos de serviços ligados a automóveis. Entre eles, está a oficina de manutenção de veículos pequenos, que muitas vezes funciona junto a uma casa de peças. Há também a parte de implementos rodoviários; os serviços de lanternagem e pintura; as oficinas que trabalham com motocicletas; e as oficinas que cuidam de navios, barcos e aviões. A crescente frota capixaba tem representado um aumento das oportunidades para a atividade de reparação automotiva no Estado, como explica o atual presidente do Sindirepa, Wilmar Barros. “Hoje, a frota do Espírito Santo já chega a 4,7 milhões de veículos. Desse total, 57% têm mais de dez anos de uso. Em determinado momento, todos deverão passar por algum tipo de revisão, sendo assim clientes em potencial para o setor”, destaca.
História Fundado no dia 14 de março de 1979, o Sindirepa teve como primeiro presidente Luiz Carlos Monteiro. Em encontros realizados em sua própria oficina com outros cinco empresários, ele tentava convencê-los de que sua união poderia fazer a diferença para a atividade de reparação automotiva no Estado. “Os donos de oficina não conheciam muito sobre o associativismo. Foi necessária muita conversa para mostrar a eles que juntos podíamos fazer muito mais”, lembra o ex-presidente.
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No princípio, a ideia era que o grupo formasse uma associação, que lutaria por melhoria nas condições de impostos e também alcançaria preços melhores nas peças e produtos utilizados nas oficinas, através de uma central de compras. Contudo, por orientação da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), os seis empresários se uniram e deram início ao Sindirepa. “O apoio da Federação foi muito importante para o Sindirepa, desde o início da história do sindicato”, conta Monteiro. O empresário esteve à frente do sindicato até 1991, ano em que foi substituído pelo jovem Ricardo Barbosa, que representava a Associação das Oficinas de Reparação de Veículos do Estado do Espírito Santo (Assorves) e tinha ideias que impulsionariam o setor.
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Assorves Um importante capítulo da história do setor de reparação automotiva no Espírito Santo foi a fundação da Assorves, em 26 de julho de 1989. Assim como o Sindirepa – com o qual se fundiria mais tarde –, a associação começou com a ideia de reunir empresários do setor em uma central de compras, para garantir preços melhores em peças e insumos. Primeiro presidente da Assorves, Ricardo Barbosa conta que, antes da decisão de associarem-se, os empresários da reparação automotiva não eram unidos. “Havia muitas deficiências no setor, as pessoas não conversavam sobre os problemas em comum, os donos de oficina só se encontravam, geralmente, nos balcões das revendedoras de peças”, lembra. Foi numa dessas conversas de balcão que Ricardo e outros donos de oficinas tiveram a ideia de reunir alguns parceiros de profissão em um encontro, para discutir os problemas comuns. “Começamos a falar sobre o setor e a comprar em conjunto. Éramos cerca de 20 pessoas e, de maneira independente, montamos uma central de compras. Nosso poder de compra passou a ser muito maior até que o de algumas autopeças pequenas”, lembra o empresário sobre os primeiros passos do que viria a se tornar a Assorves. Com a continuidade das reuniões, o grupo foi se fortalecendo, mas as compras continuavam sendo o principal assunto em comum dos empresários. Sofrendo pressão por parte das lojas de autopeças, que começaram a olhar os membros da central de compras como concorrentes, os donos de oficinas perceberam que
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deveriam construir uma estrutura maior, em que pudessem oferecer também treinamentos para seus funcionários, principalmente para os mecânicos. Assim foi fundada a Assorves, que em pouco tempo reuniu um grupo muito grande de oficinas. “A associação foi crescendo e percebemos que ainda havia muito mais a conhecer no mercado de reparação automotiva. Juntos, fomos atrás desse conhecimento”, afirma o ex-presidente da associação. Ao buscarem treinamento para os profissionais, os empresários descobriram a existência do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e também que só poderiam ter acesso aos serviços oferecidos pela instituição caso fizessem parte de um sindicato patronal filiado à Findes – no caso, o Sindirepa. “Foi quando decidimos que todo o nosso grupo deveria
se filiar. Nessa época, a associação já era maior que o sindicato. Procurei Luiz Carlos Monteiro, então presidente do sindicato, e conversamos sobre a parceria. No sindicato encontraríamos mais facilidades, porque teríamos o apoio da Findes, e os eventos e treinamentos foram ficando maiores. A parceria com o Senai foi fundamental para a qualificação dos profissionais da reparação automotiva no Espírito Santo e o Serviço Social da Indústria (Sesi) também teve um papel de muita importância nesse processo”, destaca o ex-presidente da Assorves e do Sindirepa. Ricardo Barbosa esteve à frente do sindicato por 18 anos e vivenciou grandes conquistas da reparação automotiva no Espírito Santo. Uma delas foi a adaptação às novas tecnologias, principalmente após a chegada da injeção eletrônica ao mercado brasileiro. O empresário destaca
“Os donos de oficina não conheciam muito sobre o associativismo. Foi preciso mostrar a eles que juntos podíamos fazer muito mais” Luiz Carlos Monteiro, ex-presidente 135
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“Hoje, a frota do Espírito Santo já chega a 4,7 milhões de veículos. Desse total, 57% têm mais de dez anos de uso” Wilmar Barros Barbosa, presidente
Ricardo Barbosa, ex-presidente (1991-2009)
Luiz Carlos Monteiro, primeiro presidente
Wilmar Barros Barbosa, presidente atual
que, se os donos de oficina não tivessem se atualizado, o setor teria sucumbido – como aconteceu com grande parte das oficinas de reparação automotiva que se mostraram avessas às mudanças, seja por falta de vontade de seus proprietários ou por falta de recursos financeiros. “Quando conheci a tecnologia da injeção eletrônica, percebi que ela ia tomar o mercado e que, como consequência disso, os carros não iriam quebrar mais com a mesma frequência de antes e, portanto, os donos de veículos não teriam que procurar tantas vezes ao ano as oficinas. Com a abertura do mercado, no Governo Collor, novos carros e novas tecnologias chegaram ao Brasil. E aí, muitos mecânicos que não queriam se atualizar fecharam seus negócios. Cerca de 55% das empresas do nosso setor fecharam as portas nesse período. Por outro lado, aqueles que tinham oficinas boas continuaram crescendo”, destaca. O setor começou a investir também na estrutura física das oficinas.
“Precisávamos de ferramentas de última geração, pneumáticas e eletrônicas, para consertar os carros mais modernos. Eram equipamentos caros, mas que valiam a pena, porque consertavam os novos carros. Começamos a melhorar o setor, convencendo os empresários de que deveríamos ganhar na mão de obra, mas oferecendo um serviço de qualidade. Houve uma revolução na melhoria do serviço, em todo o conceito de oficina. Mostramos que a oficina tem condição de ser limpa, de ter profissionais qualificados, de ter reparabilidade melhor que a concessionária”, afirma o ex-presidente. O desenvolvimento das oficinas foi acompanhado pela estruturação do sindicato. “Na nossa gestão, tivemos o apoio de toda a diretoria, que foi fundamental para a realização dos nossos sonhos. Da mesma forma, todos os presidentes da Findes nos ajudaram em nossas conquistas: uma sede administrativa, com auditório para 100 pessoas, consultório médico e odontológico e cinco salas operacionais;
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Sob a presidência de Fabio Tessarolo Ribeiro (2003-2006), a Assorves realizou a primeira Convenção Empresarial de Reparação Independente, com participação de cerca de 700 empresários
uma unidade móvel, que levava as informações às oficinas; a realização de sete grandes encontros da reparação automotiva, com a participação de fábricas e montadoras – sendo que a última edição congregou 1.800 profissionais do setor; a realização de viagens técnicas nacionais e internacionais; além da construção da sede campestre do sindicato, em uma área com 6 mil metros quadrados no município da Serra”, enumera Ricardo Barbosa.
Desafios futuros As peculiaridades do setor de reparação automotiva hoje representam grandes desafios para o Sindirepa. Uma delas diz respeito à tributação. A grande maioria dos empreendimentos de reparação se encaixa no perfil de microempresas, fazendo parte do Simples Nacional. “Em oito anos,
passamos por nove modificações no sistema tributário, o que causou um grande problema para o setor, porque sua origem é de base operacional, ou seja: a maioria dos donos de oficina um dia foi mecânico. Então, o grau de instrução médio não é muito elevado, e acompanhar todas essas mudanças contábeis e administrativas tem sido meio complicado. Atualmente, nós ainda temos o cumprimento das obrigações acessórias, e além disso recebemos ‘de presente’, pela segunda vez, a substituição tributária. Hoje, praticamente, sobrevivemos ‘na marra’, porque aquilo que dava sustentação ao setor, que era o comércio de peças, ficou prejudicado pela concorrência com os atacadistas”, lamenta o atual presidente do Sindirepa, Wilmar Barros. Wilmar alerta para as consequências caso o segmento continue sendo prejudicado. “Se todas as oficinas decidirem fechar as portas por um mês, para a produção do Estado, pois a grande maioria da produção é transportada por caminhões. E uma boa parte desses caminhões não está nas concessionárias e, sim, nas reparadoras de veículos independentes”, comenta. Visando a uma mudança dessa realidade, nos próximos anos o Sindirepa deve estender sua parceria com as montadoras. “O sindicato está passando por uma reestruturação de base. Estamos em busca de novas tecnologias e modelos. Pretendemos começar um
trabalho junto às montadoras. Já fizemos uma parceria com o Sindirepa-SP para que tenhamos acesso a todos os manuais técnicos dos veículos, já no lançamento, via fábrica, com autorização. Também estamos trabalhando junto às empresas que têm informações e treinamentos técnicos, para que disponibilizem esses treinamentos para nós, num prazo hábil em que possamos acompanhar a inovação. E nosso próximo passo será tentar alavancar dentro desse mercado a disponibilidade de revisão”, antecipa Wilmar.
Sindirepa Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo Rua José Cassiano dos Santos, 275, Ed. Sindirepa, Fradinhos, VitóriaES (27) 3334-5623 sindirepa@sindirepa-es.org.br www.sindirepa-es.org.br
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fotos: Arquivo do Sindicopes
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Sindicopes
Pavimentação dos caminhos que levam ao desenvolvimento do Espírito Santo
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rojetos de infraestrutura fundamentais para o desenvolvimento e a mobilidade urbana da Grande Vitória, como a Ponte da Passagem, em Vitória, a alça da Terceira Ponte, em Vila Velha, e a Rodovia do Contorno, em Cariacica, foram executadas por construtoras genuinamente capixabas. Se hoje empresas locais podem assumir e executar com qualidade grandes obras no Estado, é graças a um trabalho iniciado no final dos anos 1970, quando foi criado o Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Espírito Santo (Sindicopes). O setor começou a se organizar em junho de 1979, com a fundação da Associação Profissional da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral, tendo Manassés Balieiro Diniz como seu primeiro presidente, cargo que ocupou até 1990. “Ele era um visionário, porque viu que era preciso unir o setor para buscar mais representatividade em todas as esferas do Governo. Foi graças à sua articulação que o sindicato se tornou uma realidade”, conta o sucessor de Balieiro na presidência do Sindicopes, Amaury de Souza, que esteve à frente da instituição no triênio 1990-1993. A associação se tornou um sindicato em outubro de 1980, passando a se chamar Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral e, mais tarde, em setembro de 1998, adotou a nomenclatura Sindicopes. “O termo ‘pesada’ se refere ao método usado na construção das obras viárias, que realiza terraplanagem e utiliza grandes equipamentos”, revela Souza. O ex-presidente também conta que rapidamente o sindicato se tornou um dos mais expressivos do Espírito Santo, tendo em vista o setor que representa. Amaury define a união como um dos motivos que levaram a instituição a atingir esse patamar. “Sempre foram promovidas discussões a respeito de decisões importantes para o segmento e a entidade. Minha eleição para presidente, por exemplo, foi marcada por uma unanimidade entre os associados”, lembra. A partir de 1999, o Sindicopes passou a contar com um planejamento estratégico focado no crescimento do setor e nas questões ambientais. O sindicato assumiu a responsabilidade de representar os interesses individuais dos associados para garantir o mercado das empresas capixabas perante as autoridades constituídas e promover o associativismo através da oferta de produtos e serviços. Além disso, a instituição busca o fortalecimento sindical e a garantia da
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proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, nos termos da lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85) e do Código de Defesa do Consumidor, participando do desenvolvimento da infraestrutura do Espírito Santo. “A própria natureza do setor que representa, ligado a obras estruturantes, tornou o Sindicopes um dos principais agentes do desenvolvimento do Estado. Foi através do sindicato que o setor se profissionalizou e ampliou sua capacidade produtiva, adquirindo condições de executar obras locais e também atuar em outros estados”, finaliza Amaury de Souza.
Construção ética A ética se tornou a palavra que tem regido as ações do Sindicopes ao longo de mais de três décadas de atuação. A instituição busca se posicionar de forma proativa nas questões referentes ao desenvolvimento econômico e tecnológico, propiciando condições para o progresso de suas empresas associadas, através do aprimoramento contínuo dos processos produtivos.
“O Sindicopes realiza ações com o objetivo de fortalecer a própria instituição, para defender os interesses da atividade que representa, e dos empresários, que precisam estar antenados com o que há de mais moderno em técnicas, insumos, materiais e tecnologias necessários ao crescimento e progresso do segmento e do Estado”, analisa o presidente do Sindicopes para o triênio 2011-2014, José Carlos Chamon. São realizados eventos para divulgar informações e debater mudanças políticas, econômicas e sociais que influenciam diretamente o setor, para que as empresas possam atender às exigências do mercado com qualidade. São promovidas missões técnicas a feiras nacionais e internacionais do segmento de construção, como a Bauma, na Alemanha, e a Bauma China, realizada a cada dois anos, além de palestras, seminários e o maior evento do ramo no Estado, o Encontro Capixaba da Construção Pesada (Encopes). O Sindicopes também oferece subsídios, como treinamento e apoio técnico, para que as construtoras possam se adequar a normas e práticas, dentro de padrões de qualidade e certificações existentes. Uma das políticas que balizam o setor
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da construção é o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), que estabelece ações para a melhoria da qualidade de materiais, de formação e requalificação de mão de obra, normatização técnica e aprovação de tecnologias inovadoras. Outra realidade no ramo da construção pesada é a conquista da ISO 9001:2008. Muitas empresas associadas ao Sindicopes já contam com a certificação, atestando a gestão e a satisfação de seus clientes, reforçando a imagem institucional e o acompanhamento da constante evolução do mercado. A ISO 14000, referência no quesito gestão ambiental, também já foi alcançada pelos associados. “A obtenção dessas normas é uma forma de garantir à sociedade que estamos prestando serviços de qualidade no Espírito Santo”, analisa Chamon.
A facilitação de negócios para seus associados também é uma meta do Sindicopes, que está entre as instituições que constituem o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo (PDF-ES), cujo foco de trabalho é fazer um elo entre grandes indústrias e as empresas locais, buscando a realização de contratos de fornecimento de bens e serviços. Para atender à demanda de mão de obra das empresas de seu setor, o Sindicopes criou um projeto de capacitação e qualificação de trabalhadores, em parceria com a prefeitura da Serra e o Sesi-Senai. Realizado em uma escola do município, o programa surgiu em 2008, sendo voltado exclusivamente para pessoas da comunidade local. Hoje, passa por uma fase de estudo e reformulação. Das turmas formadas, cerca de 30%
“Hoje somos o reflexo das iniciativas desenvolvidas pelo grupo de empresários que se uniu em 1979. Queremos garantir que as próximas gerações colham frutos ainda melhores” José Carlos Chamon, presidente 143
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foram absorvidas pelas empresas participantes. Uma parceria com a Univix garantiu a formatura da primeira turma de pós-graduação em Engenharia Rodoviária, essencial para o aperfeiçoamento da construção pesada. Para viabilizar a realização dessas ações e multiplicar sua atuação, o Sindicopes se une a instituições ligadas ao segmento, como o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Centro de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC), Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco-ES), Sindicato das
José Carlos Chamon (atual presidente) e Elson Teixeira Gatto (ex-presidente – 1999 a 2002)
Amaury de Souza, ex-presidente (1990-1993)
José Carlos Chamon, presidente atual
Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico (Sindifer), Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Sindicato dos Engenheiros (Senge-ES), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), governo estadual (por meio da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas - Setop - e do Departamento Estadual
de Estradas de Rodagem - DER-ES), além do governo federal (por intermédio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Dnit).
José Cesar Pedreira da Silva (ex-presidente – 1993 a 1999) e Wilmar dos Santos Barroso Filho (ex-presidente – 2002 a 2011)
Construção sustentável O Sindicopes abraçou o conceito de responsabilidade socioambiental, investindo e incentivando seus associados a desenvolverem ações nessa direção. É o caso do projeto de sensibilização e conscientização das empresas para a contratação de presos e egressos, através de campanhas, seminários e workshops, para tirar as dúvidas de empresários da construção pesada quanto a seus direitos, deveres e a posição das empresas perante as regras legais. Existem leis em todo o Brasil que exigem a contratação de, pelo menos, 3% de presos ou egressos do sistema penitenciário por empresas que tenham vencido licitações públicas. Chamon conta que essa mobilização atende a uma demanda da própria
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sociedade. “Quando o apenado retorna ao convívio social, ele encontra dificuldade em conseguir emprego. Por isso, trabalhamos junto aos empresários para conscientizá-los da importância de abrir as portas da sua empresa para esses indivíduos, capacitando-os, fazendo com que eles ganhem uma perspectiva de futuro e não voltem a cometer outros delitos”, comenta. Outro exemplo de ação realizada pelo Sindicopes também envolve segurança pública. Desde janeiro de 2012, o sindicato apoia financeiramente o Disque-Denúncia.
Planos para o futuro Em sua análise da “Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2013”, a Organização das Nações Unidas (ONU) destacou que o Brasil precisa investir em
infraestrutura para crescer. Na expectativa de aquecimento do setor, a partir da definição de políticas públicas para a área, o Sindicopes vem contribuindo para preparar o segmento para as oportunidades que surgirão. “Já desenvolvemos uma série de ações para orientar os associados sobre as legislações vigentes, assim como suas alterações, fomentamos as boas práticas realizadas no setor em outros estados, promovemos capacitação nas áreas técnicas, principalmente nas certificações para qualificação, e fechamos parcerias com sindicatos e instituições correlatas. Hoje somos o reflexo das iniciativas desenvolvidas pelo grupo de empresários que se uniu em 1979. Queremos garantir que as próximas gerações colham frutos ainda melhores”, prevê José Carlos Chamon.
Sindicopes Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo Rua Taciano Abaurre, 225, sala 105 A 109, Enseada do Sua, Vitória, ES (27) 3325-9449 sindicopes@sindicopes.com.br www.sindicopes.com.br
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Foto: Sagrilo - Acervo Garoto
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Sindicacau
Em busca de competitividade para alavancar o setor
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Espírito Santo contou com trunfos valiosos na arrancada para o desenvolvimento econômico, muitos dos quais se tornariam importantes também por projetar o Estado nacional e até internacionalmente. Um desses trunfos foi a presença da indústria de chocolates Garoto que, juntamente com outras poucas fábricas de balas e guloseimas, acabou por dar origem ao Sindicato da Indústria de Cacau - Sindicacau. Fundada em 28 de novembro de 1979, a entidade representa os interesses individuais e coletivos da categoria econômica que abrange perante as autoridades competentes. O sindicato foi reconhecido em 10 de setembro de 1980 e, no ano seguinte, tomaram posse: como presidente, Lino Krohling; secretário, Heliomar Ramos Rocha; e tesoureiro, Jorge Ferreira da Silva. O primeiro presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Espírito Santo (Sindicacau), que também ocupava a diretoria de Marketing da Chocolates Garoto, lembrou que a evolução da companhia, que se confunde com a história econômica do Espírito Santo, foi a responsável pela fundação no Estado do sindicato do setor. Lino Krohling destacou que na época a economia ainda estava mais voltada para a agricultura e dava seus primeiros passos rumo à industrialização e à exportação de commodities, processo que só passou a ter relevância a partir de 1980. A Garoto gradativamente começou a empregar mão de obra mais especializada e desenvolver produtos de maior valor agregado, mantendo o foco no mercado interno. Apesar da crise econômica que rondava o mundo em 1977, a companhia montou uma equipe de Marketing e incumbiu Lino Krohling de implantar conceitos modernos de gestão mercadológica. Essa equipe trouxe novas ideias e criou uma estrutura dedicada a pensar desde o planejamento mercadológico até o design das embalagens. Com o sucesso desses esforços e o know how adquirido por Lino, a indústria motivou 11 pequenas empresas a se unirem para fortalecer o setor por meio da associação à Federação das Indústrias, a Findes.
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“Basicamente o sindicato foi criado para fortalecer a base sindical patronal na época do presidente Oswaldo Vieira Marques e todo o sistema da Federação”, sublinhou Krohling. “A Garoto foi a empresa âncora para a criação do Sindicacau, sendo a única associada fabricante de chocolate. As demais participantes eram microempresas fabricantes de geleias, conservas, doces e temperos”, recorda. Não foi fácil conseguir a adesão destes pequenos empreendedores para que se obtivesse o número mínimo de 12 associados exigido por lei no período da fundação do sindicato, porque estas não tinham a clara percepção das vantagens dessa
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união para seu negócio. Hoje, a situação é completamente diferente, o Sindicacau chegou a 173 empresas filiadas em 2013. “Evidentemente que o Sindicacau, com um número mínimo de associados e baixas receitas, como muitos outros sindicatos da época, não tinha uma estrutura própria para atender seus membros. Mas, filiando-se à Findes, usufruía do mix de serviços e benefícios disponibilizado pela Federação a ele e a outros sindicatos de menor porte”, relembra Lino Krohling. Inicialmente, a entidade abrangia apenas o setor de cacau e chocolate, mas com o tempo foi agregando outras áreas, como balas, doces, condimentos, alimentos e conservas alimentícias. O atual presidente do Sindicacau–ES, Gibson Barcelos Reggiani, afirmou que essa junção de áreas só fortaleceu a instituição. Como todo sindicato, o Sindicacau busca melhorar as condições de trabalho, dar legitimidade e viabilizar as empresas, procurando fazer com que a regulamentação do segmento seja adequada para que se tornem competitivas com relação aos produtos que vêm de outros estados. O sindicato integra a Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas da Findes, sendo responsável por ações voltadas para a eliminação de gargalos inibidores da competitividade dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) dos segmentos que representa. O setor que mais gera empregos no Espírito Santo é o de alimentos e bebidas, que até dezembro de 2012 respondia
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por 20.932 postos de trabalho, que movimentam a economia do Estado e o colocam em posição de destaque no cenário nacional.
Inovação Contribuindo para o desenvolvimento da economia capixaba, o sindicato vem incentivando as empresas associadas a investirem em inovação. Essa é a palavra-chave, a exemplo de como evoluiu a fábrica de chocolates Garoto, segundo o presidente do Sindicacau, para o crescimento e desenvolvimento das mesmas. Nesse cenário, de acordo com Reggiani, a inovação deve abranger processos, produtos e embalagens. “As empresas que vêm de fora, por serem de porte maior, têm muito mais capacidade tecnológica”, destaca.
Um dos trabalhos do grupo, revela Gibson Reggiani, é implementar e fomentar uma cultura inovadora junto às associadas. Ele explica que a inovação no contexto empresarial é a capacidade de uma organização gerar valor econômico a partir de mudanças. As transformações, lembra, podem ser de grandes proporções ou mais incrementais. Podem ser totalmente originais ou uma novidade em um mercado específico. Um dos trabalhos para incentivar as empresas a inovarem é estimulá-las a participarem do Prêmio Capixaba de Inovação, criado pela Câmara Setorial e voltado para as micro, pequenas e médias empresas do setor de alimentos e bebidas associadas aos sindicatos que compõem a Findes e que tenham feito inovação em suas embalagens e/ou produtos
“A Garoto foi a empresa âncora para a criação do Sindicacau, sendo a única associada fabricante de chocolate. As demais participantes eram microempresas fabricantes de geleias, conservas, doces e temperos” Lino Krohling, ex-presidente 151
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Sr. Jorge Ferreira da Silva, um dos fundadores e ex-presidente do Sindicacau por três gestões consecutivas
Lino Krohling, ex-presidente
Gibson Barcelos Reggiani, presidente atual
foi organizada uma missão à feira de Paris, a maior do setor. “Neste ano (2013) estamos fazendo uma missão para a Alemanha, onde há uma feira do mesmo porte da de Paris. Essa é um forma de colocarmos os empresários em contato com as inovações que existem no mundo, não só em nossa região. É muito bom esse contato dos empresários, pois ao voltarem para seus empreendimentos eles estarão sempre repensando seus negócios, e isso é fundamental”, avaliou Gibson Reggiani.
afins e busca participar na formulação de leis ou políticas econômicas que de algum modo afetam a área. O trabalho interno também é um ponto forte do sindicato, que assim promove a facilitação das relações entre as associadas e os setores públicos e privados. E nesse campo, um grande passo é o Contrato de Competitividade assinado com o governo do Estado, por meio das secretarias de Desenvolvimento e da Fazenda, com diversos setores da área, entre os quais o de temperos e condimentos. Trata-se de um instrumento adotado pelo governo do Espírito Santo para a concessão de benefícios fiscais a setores produtivos locais. O ano era 2011 e o então presidente do Sindicacau, Adonias Martins, aplaudiu a iniciativa do secretário de Desenvolvimento na época, Márcio Félix, afirmando que foi uma injeção de ânimo para as empresas que conquistaram o benefício. “O objetivo é aumentar a competitividade das empresas e valorizar a economia local. É um benefício
Competitividade visando ao aumento da competitividade dos seus negócios. Nessa disputa são premiadas várias categorias. Outra forma de incentivo do Sindicacau ultrapassa as fronteiras do Estado e do país. Há todo um trabalho junto aos sindicalizados para que participem de feiras nacionais e internacionais na área de alimentos e bebidas. Em 2012,
A inovação faz parte da estratégia do Sindicacau para que as empresas capixabas se tornem mais competitivas internamente, mas principalmente frente ao atual ambiente de negócios no âmbito nacional. Para que a competitividade seja trabalhada de dentro para fora das empresas, o Sindicacau vem exercendo uma forte representação nos conselhos e fóruns
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“As empresas que vêm de fora, por serem de maior porte, têm capacidade tecnológica também muito maior” Gibson Barcelos Reggiani, presidente construído a quatro mãos, entre governo e empresas, para auxiliar o desenvolvimento dos setores produtivos”, disse o ex-presidente do Sindicacau. O Contrato de Competitividade é um ganho não apenas para os setores, mas também para Estado. Ao longo do tempo, as empresas e o governo ganharam respeito na implantação deste projeto, que foi feito com a máxima transparência. O setor de temperos e condimentos, por exemplo, está ligado à área agrícola, e o benefício é também uma forma de agregar valor ao produto primário e estimular a sua industrialização. O presidente Gibson Barcelos Reggiani retrata que o mercado é muito pressionado por produtos que vêm de outros estados.
“Com exceção da Chocolates Garoto, as demais são empresas pequenas, o que nos deixa em desvantagem, mesmo no mercado interno. Por isso, o Sindicacau, ao longo dos anos, vem trabalhando na conscientização dos órgãos de regulamentação do próprio governo do Estado, no sentido de melhorar as condições de competitividade, via uma tributação mais compatível”, explica ele. São ações que estão fazendo com que o setor anteveja um futuro de crescimento. “Essas são ações estruturantes, para que o setor venha a crescer e efetivamente tenha empresas de médio e até grande porte”, afirma Reggiani, que vê perspectivas ainda melhores se o governo federal reduzir o custo Brasil, beneficiando, inclusive, as indústrias capixabas.
Sindicacau Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES CEP: 29.056-913 (27) 3334-5944 sindicacau.es@gmail.com www.sindicacau.com.br
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Sindipedreiras
Em dia com o meio ambiente
H
avia uma época em que as britas eram quebradas à mão. Só em 1952 o setor de pedras começou efetivamente a se desenvolver no Espírito Santo. Foi nesse mesmo tempo que foram surgindo mais empresas, a maioria instaladas em locais sem vizinhança, para que não incomodassem as pessoas com o barulho emitido pelas máquinas. Esse é o relato do terceiro presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Pedreiras e Areias de Vitória (Sindipedreiras), Mauro Murad, que participou da criação da entidade, em 1978. “O sindicato surgiu na época de Jones Santos Neves Filho, que presidiu a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e resolveu criar sindicatos em praticamente todos os setores da economia capixaba. O primeiro presidente do Sindipedreiras foi Ronaldo Moniz Freire Alves, proprietário da Construtora Rio Doce. O segundo foi Ricardo Rios Cavalini, da Usibrita”, conta Mauro Murad. Uma das principais motivações para a criação do sindicato, segundo ele, foi a ânsia pela organização e robustez do segmento. “Pedreira é um negócio muito visado, pela questão do barulho, da poeira. Por isso, criamos um sindicato para fortalecer o setor. Na época não havia a preocupação com o meio ambiente. Foi no tempo do Vitor Buaiz que surgiu a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que, a partir daí, começou a ter influência sobre a atividade. Minha empresa foi a primeira a que se adequar às normas ambientais”, lembra. No início, a entidade contava com apenas cinco ou seis empresas de extração de pedra e areia, mas hoje o Sindipedreiras reúne 15 pedreiras e 184 empresas de extração de areia. “Em Vitória, a situação econômica na época da criação do sindicato não era boa. A construção civil passou 14 anos em situação difícil, em recessão. Nossa fase de ouro foi a construção da planta da CST, hoje ArcelorMittal Tubarão, mas depois teve uma recessão de 14 anos”, lembra Murad.
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A companhia, maior produtora mundial de semi-acabados de aço, foi constituída em junho de 1976, porém a sua operação começou em novembro de 1983. Nesse período, a CST criou e consolidou sua liderança no mercado, passando por profundas transformações, intensificadas após a privatização, em 1992.
Fundação e avanços Fundado em 3 de dezembro de 1979, o Sindipedreiras representa o setor da mineração de agregados para a construção civil (produção de brita e areia), responsável pela geração de 1.484 empregos diretos. O sindicato compõe a Câmara Setorial da Indústria da Construção da Findes e acompanha todas as ações empreendidas por órgãos reguladores estaduais e nacionais, assim como as ações fiscais direcionadas ao seu respectivo setor industrial. O atual presidente, Loreto Zanotto, destaca que a entidade é a principal promotora de ações voltadas para a eliminação dos gargalos inibidores da produtividade e da competitividade do segmento no Estado: legislações arcaicas e incompatíveis com as necessidades e a eficiência das empresas, gerando morosidade,
em todos os níveis, nos licenciamentos junto aos órgãos competentes. “Atuamos como mediador junto aos órgãos fiscalizadores e arrecadadores e buscamos constantemente desenvolver ações voltadas para a defesa dos interesses das indústrias ligadas ao sindicato”, destaca Zanotto. Há 34 anos, o Sindipedreiras mantém essas ações de forma permanente. “Os resultados desse incessante trabalho proporcionam ao mercado consumidor a compra da pedra britada e seus derivados, produtos de primeiríssima necessidade e insubstituíveis na cadeia da construção civil, com elevada oferta, qualidade inquestionável e aos preços mais competitivos encontrados no mercado nacional”, destaca o atual presidente.
Ações Loreto Zanotto, que está à frente do Sindipedreiras há dez anos, diz que entre as principais ações desenvolvidas em sua gestão está a redução da base de cálculo da alíquota do ICMS em 58%, o que se traduz numa alíquota efetiva de 7%, quando esse percentual normalmente seria de 17%.
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“Esse foi um trabalho que envolveu não só o sindicato, mas a Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac). E não é um benefício para todos os estados, porque os governos estaduais precisam aderir à discussão. Então, esse é um trabalho grande que fizemos”, explica Zanotto. Outro ponto que o presidente destaca em sua gestão é a publicação da Instrução Normativa nº 01/2011 do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), que faz a regulamentação do licenciamento da atividade. “Antes da instrução normativa, não havia regras. Hoje, quem quiser entrar na atividade precisa seguir um roteiro, tem uma linha mestra”, ressalta Loreto Zanotto.
“Em Vitória, a situação econômica na Estrutura, associativismo época da criação do e futuro da atividade sindicato não era Mesmo sem sede própria e funcionando boa. A construção no edifício da Findes, o atual presidente do Sindipedreiras comemora as vitórias do civil passou 14 setor nos seus mais de 30 anos de história. anos em situação “Temos poucas empresas, mas estamos atentos às demandas estratégicas do setor. difícil, em recessão. Exercitamos um diálogo constante com o Nossa fase de ouro Iema, que é o órgão mais sensível do setor foi a construção da e o que fiscaliza o segmento. Buscamos sempre ter um bom relacionamento com planta da CST, mas eles”, afirma. depois teve uma No que tange ao associativismo, Zanotto diz que, infelizmente, hoje não recessão de 14 anos” desenvolve um trabalho conjunto em Mauro Murad, grande proporção, mas não descarta a importância de realizar ações de ex-presidente 159
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“Temos poucas empresas, mas estamos atentos às demandas estratégicas do setor. Exercitamos um diálogo constante com o Iema, que é o órgão mais sensível do setor e o que fiscaliza o segmento. Buscamos sempre ter um bom relacionamento com eles” Loreto Zanotto, presidente
Mauro Murad, ex-presidente
Loreto Zanotto, presidente atual
forma unida. “É importante, mas somos em pequeno número. Os areais estão ausentes. Não fazemos um trabalho de associativismo, embora estejamos cientes da necessidade de sermos unidos na defesa das causas nobres do setor”, salienta. Quando questionado sobre o futuro do sindicato, o atual presidente diz que vê com bons olhos os próximos anos. “Avalio que teremos um futuro sereno, próspero e muito ligado à sustentabilidade. Quem estiver voltado para o desenvolvimento sustentável vai se dar bem; caso contrário, não vai ter futuro nem sereno nem próspero, pois o impacto socioambiental da atividade é bastante visado”, alerta. Como experiência própria, Zanotto conta que há 30 anos enfrentava muitos problemas na área ambiental, mas afirma que trabalhou a sustentabilidade como prioridade em seu negócio e hoje não tem mais dificuldade com essa questão.
“Agora, não posso bobear, preciso investir em sustentabilidade permanentemente, me proteger. Buscar mitigação e todas as formas para diminuir os impactos”, ressalta. O atual presidente garante que o sindicato sempre alerta todos os associados sobre a importância dessa questão para avançar. Promove ações para estimular o investimento em sustentabilidade de forma a desenvolver o segmento e afirma que hoje há uma conscientização maior por causa dos órgãos ambientais.
Gargalos De acordo com Loreto Zanotto, os gargalos que impedem a alavancagem de uma melhor oferta a ser disponibilizada, segundo as necessidades do Estado, são: Iema, com a demora na emissão das licenças ambientais; Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),
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com a lentidão nos licenciamentos em todos os níveis e fiscalizações muito rigorosas; e Ministério do Trabalho e Emprego MTE/DRT, também com fiscalizações excessivamente rigorosas. Ele prevê ainda um outro gargalo à vista: a nova norma de controle e manuseios de explosivos. Para Zanotto, é imprescindível o apoio por parte dos órgãos licenciadores/ fiscalizadores para que as empresas sejam exemplos de qualidade e competitividade. “Se continuarmos tendo cada vez mais dificuldades para produzir; se os gargalos que precisam ser urgentemente resolvidos não o forem; se nada mudar para melhor
em relação à agilidade nos licenciamentos de forma geral, o risco de uma crise severa no abastecimento de agregados no Estado, a curto prazo, há de ser considerado”, alerta. Como sugestão, o atual presidente do Sindipedreiras diz que é fundamental estabelecer diálogo entre o setor produtivo e os órgãos licenciadores/fiscalizadores onde este ainda não existe (a exemplo do que já foi feito com sucesso), e reforçar onde já existe. “Com isso, certamente, os grandes ganhadores serão o consumidor, a infraestrutura do nosso Estado e a sociedade em geral”, destaca.
Sindipedreiras Sindicato da Indústria de Extração de Pedreiras e Areia de Vitória Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5600 sindipedreiras.es@gmail.com www.sindipedreiras.com.br
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Sindirochas
União e trabalho em torno da riqueza que vem do solo
T
udo começou no ano de 1930, na Rua 25 de Março, a mesma onde se encontra hoje o Sindirochas e foi instalada a primeira marmoraria de Cachoeiro de Itapemirim. Naquela época, ainda não existia extração de blocos, e a matéria-prima era importada de outras regiões. Vinte e sete anos depois, em 1957, homens ousados e empreendedores, como Horácio Scaramussa e Og Dias de Oliveira, se tornavam pioneiros na extração de blocos de mármore no Espírito Santo. Iniciava-se ali, definitivamente, a verdadeira história do setor de rochas ornamentais do Estado. Nomes como Casimiro Costa, o italiano Contepelle, Benjamin Zampirolli, Nelson Quinelato, Ricardo Guidi, entre outros, se tornaram marcos na mineração do mármore em Cachoeiro, fazendo com que muitos outros os seguissem e escrevendo novos capítulos para uma iniciativa corajosa que começara há mais de 30 anos. A atividade cresceu e a necessidade de uma entidade representativa da classe se fazia sentir, principalmente nos momentos de soluções de problemas ou defesa de interesses coletivos. Então, em 3 de maio de 1973, foi fundado o primeiro sindicato do setor. Inicialmente chamado de Sindicato da Indústria de Extração de Mármore, Calcários e Pedras de Cachoeiro de Itapemirim, mais tarde foi rebatizado como Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo. O primeiro presidente do Sindirochas foi Paschoal Araújo, já falecido. O segundo foi Augusto Lincoln de Rezende Salles, que ocupou os mandatos de 1976/1979, 1979/1982 e 1982/1985. A entidade atuou apenas no sul do Estado até 1995, ano que marcou a ampliação da sua base territorial. Hoje, o sindicato é o único representante legal das empresas do setor de rochas de todo o Espírito Santo, congregando 449 associados. E para atender com eficiência às demandas de cada região, o Sindirochas possui uma sede localizada em Cachoeiro e mais três subsedes em pontos estratégicos, em Vitória, Nova Venécia e Barra de São Francisco, além de apoiar as diversas associações, tanto do norte quanto do sul do Estado, com o intuito de unificar esforços. Em 1999, o Sindirochas foi o principal responsável pela criação do Credirochas (cooperativa de crédito voltada para o setor de rochas). Em 2000, a entidade incentivou e gerou condições para o primeiro consórcio de exportação de empresas do segmento e contratou profissionais para oferecer assessoria nas áreas de meio ambiente e mineração. No mesmo ano, inaugurou a subsede de Nova Venécia.
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No ano de 2001, o sindicato participou diretamente da movimentação junto ao governo federal para a redução, de 10% para 5%, da alíquota do IPI para o setor de rochas. Incetivou e apoiou a criação da Associação das Empresas Transformadoras de Pedras (Etape) de Nova Venécia. Em 2003, articulou e conseguiu, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a publicação da Portaria nº 367, que trata da Guia de Utilização para Comercialização de Substâncias Minerais, garantindo com isso a preservação ambiental. Também participou das discussões sobre a publicação da Portaria nº 56, que traz segurança no manuseio de chapas de rochas. Em 2004, a entidade foi uma das criadoras da Feira Internacional do Mármore e do Granito de Vitória. Já no ano de 2006, o Sindirochas contratou um técnico especializado na
área ambiental para fornecer assessoria às empresas associadas, especialmente na questão de instalação de depósitos coletivos de resíduos sólidos. Nos últimos 10 anos, trabalhou intensamente e conquistou inúmeros avanços para que o setor fosse realmente reconhecido, como é hoje.
Situação econômica da época Na época da criação do Sindirochas, a produção de café era a principal atividade econômica do Espírito Santo, que, através de sua capacidade de exportação, movimentava e mantinha atuantes sobretudo o comércio e o Porto de Vitória. O cultivo do café era significativo para a geração de renda e emprego no Estado. O fortalecimento do mercado de rochas ornamentais nesse período trouxe um novo impulso econômico e uma importante diversificação de negócios para o sul do Estado, proporcionando ainda o aparecimento de atividades afins e paralelas relacionadas ao fornecimento de insumos, fabricação e manutenção de máquinas e equipamentos, peças de reposição, serviços de infraestrutura, consultoria, capacitação e outros, numa cadeia produtiva cada vez mais extensa. O sindicato se inseriu nesse contexto como ponto de indução para a união das empresas na busca e defesa de seus interesses, bem como no oferecimento de conhecimentos e informações que facilitaram sobremaneira, além de tornarem mais seguras, as decisões tomadas por parte das empresas de rochas, num momento em que tudo era novo e ainda desconhecido.
Principais ações do sindicato Evento comemorativo dos 40 anos do Sindirochas, em junho de 2013
No decorrer de seus 40 anos de existência, o Sindirochas tem desenvolvido diversas ações
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junto aos diferentes órgãos e entidades dos setores públicos e privados, atuando em diferentes campos de atividades como mineração, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho, logística de transportes, tributário/fiscal, entre outros. O sindicato também promove anualmente as feiras internacionais Vitória Stone Fair e Cachoeiro Stone Fair. Além disso, realiza seminários com temas pertinentes ao segmento de rochas e oferece anualmente uma ampla e diversificada gama de treinamentos voltados para a capacitação dos colaboradores. Participa de missões internacionais e articula a ida de empresários do setor para visitas a diferentes feiras de rochas ornamentais nacionais e internacionais. atua ativamente de discussões para criação ou alteração de normas regulamentadoras, instruções normativas, resoluções, e outras
relacionadas a atividades de importância para o setor de rochas, no âmbito local, estadual e federal.
Visão de futuro O atual presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça, afirma que o sindicato está vivenciando um período de mercado interno aquecido, decorrente dos investimentos do Governo no setor imobiliário. Ele acredita que, com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a boa fase deverá continuar elevando o consumo de produtos do mármore e granito. Com o aumento da capacidade e competitividade do setor, o crescimento da produção de materiais de maior valor agregado e a busca por novos mercados no exterior deve permear todo o ano. Pelos resultados das exportações em 2012, o setor de rochas parece ter reagido
muito bem às medidas de reanimação industrial implementadas pelo governo federal. No entanto, Samuel Mendonça alerta que é preciso não desconsiderar a crise que permanece viva na Europa e as incertezas que ainda existem no mercado americano, onde se concentra o maior volume de negócios do setor de materiais semiacabados. O aparecimento de novas tecnologias, como o tear a multifios diamantados, que teve uma aceitação muito forte no segmento de rochas no ano passado, tem promovido uma evolução relevante no desenvolvimento das atividades, custo e quantidade de produção, dentro da etapa de beneficiamento das rochas. “Espera-se que a expansão do uso dessa tecnologia venha a beneficiar
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Foto: Erika Medeiros
Foto: José Carlos de Oliveira
“A ligação do Sindirochas à Findes fortalece a capacidade de atuação do sindicato, aumenta sua visão em relação aos negócios Pascoal Araújo, primeiro presidente e diversifica seus conhecimentos, o segmento com crescimento da em função da produtividade e um atendimento mais eficaz aos mercados interno e externo de interação com outros sindicatos de rochas”, salienta o atual presidente. Associativismo diferentes formas Para Samuel Mendonça, o assode atuação” ciativismo é muito importante para o Samuel Mendonça, setor de rochas, porque o transforma em segmento organizado, facilitando a presidente
Samuel Mendonça, presidente atual
defesa dos interesses coletivos de suas empresas associadas, fortalecendo sua representatividade junto aos diferentes órgãos de governos e entidades privadas. Isso facilita a troca de informações, a realização de ações diversificadas, a identificação de problemas e busca de soluções e o planejamento estratégico, entre outros aspectos. “E a ligação do Sindirochas à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) fortalece a capacidade de atuação do sindicato, aumenta sua visão em relação aos negócios e diversifica seus conhecimentos, em função da interação com outros sindicatos de diferentes formas de atuação, mas de interesses comuns, que são o crescimento e o desenvolvimento da indústria capixaba”, afirma Mendonça.
Destaque para alguns números Aureo Mameri (esq.) e Ronaldo Azevedo (dir.) foram presidentes do Sindirochas que em muito contribuíram para o crescimento e desenvolvimento do setor de rochas ornamentais do Espírito Santo
O setor de rochas possui mais de 1.500 empresas, gera mais de 130 mil empregos diretos e indiretos e representa 8% do PIB
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capixaba. Está presente em todas as cidades do Estado, o que ajuda a fixar o homem em seu local de origem e a distribuir emprego e renda, contribuindo significativamente para o desenvolvimento, principalmente das regiões menos favorecidas. O Espírito Santo se tornou referência mundial em mármore e granito e líder absoluto na produção nacional de rochas, apresentando um potencial geológico imensurável, amplamente desenvolvido por meio de investimentos em pesquisas geológicas, tecnologias de extração e beneficiamento.
Responsabilidade social e ambiental O Estado possui mais de dez Centros de Tratamento de Resíduos (CTRs) licenciados ambientalmente e realizando
a gestão dos resíduos gerados durante o beneficiamento das rochas, desde sua origem até sua destinação final. São associações regionais criadas e mantidas pelos próprios empresários para cuidar dos resíduos industriais, numa demonstração da responsabilidade social e ambiental da empresa. Por meio da Associação de Atividades Sociais do Setor de Rochas Ornamentais do Espírito Santo (Rochativa), o segmento desenvolve trabalhos sociais que têm por finalidade a promoção da assistência social, da cultura, do desenvolvimento socioeconômico, do combate à pobreza, da qualificação profissional e inclusão digital. O trabalho da Rochativa foi iniciado com um pequeno grupo de 40 crianças e, atualmente, a entidade atende mais de 700 em seus projetos sociais.
Sindirochas Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo Rua 25 de Março, 1/3, 6º andar, Caixa Postal: 450.317, Ed: Jorge Miguel, Centro, Cachoeiro de Itapemirim, ES CEP 29300-100 (28) 3521-6144 sindirochas@sindirochas.com.br www.sindirochas.com
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Sincongel
O sorvete local em busca de seu espaço
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o dia 4 de outubro de 1983, um grupo de 20 empresários, donos de sorveterias na Grande Vitória, assinou o documento de fundação da Associação Profissional da Indústria de Congelados e Sorvetes do Espírito Santo, ponto inicial da criação do Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados (Sincongel). O encontro, na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), reuniu representantes de empresas familiares, muitas delas tradicionais do ramo no Estado, conscientes de que tinham um grande desafio pela frente para fortalecer a indústria local, em um mercado até hoje dominado pelas grandes marcas nacionais. A assembleia que formalizou a fundação do Sincongel também definiu a primeira diretoria, tendo Mauro Bastos Rezende, da Sorvetes Atlântica, de Vila Velha, como primeiro presidente da entidade, eleito em chapa única. A ata indica que Mauro Rezende fora quem encabeçara a iniciativa e era o coordenador do processo que resultou na criação da associação. Os convites para a reunião haviam sido feitos a partir de um cadastro elaborado em 1981, abrangendo empresas de gelo, picolé e sorvete de todo o Estado. Outro empresário presente ao encontro foi o presidente da Sorvetes Fioretto, Geraldo Contarato. Ele lembra que, já na tentativa de atrair mais empresas e demonstrar a importância do associativismo, o pequeno grupo sentiu as dificuldades que teria pela frente. “Logo no início, convidamos alguns empresários, mas demorou até que outros se unissem ao sindicato”, relata. Ele próprio admite que a ideia, a princípio, não lhe parecia muito atraente, pois sua empresa era pequena e não parecia haver necessidade de pertencer a um sindicato. Mas o entusiasmo de outro empresário fundador, o então presidente da Sorvetes Luigi, Luiz Carlos de Freitas Pacheco, que tinha uma indústria maior, o convenceu.
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“Quem tinha mais de 40 funcionários precisava se sindicalizar. Aí, o Pacheco convidou alguns colegas empresários, e eu concordei em fazer parte”, explica o proprietário da Fioretto. O Sincongel surgiu, então, para representar os interesses individuais e coletivos desse setor econômico, em situações envolvendo trabalhadores e autoridades administrativas e judiciárias. A entidade se propôs, entre outros objetivos, a atuar no apoio aos associados durante ações de órgãos reguladores, principalmente nas ações fiscais, quando podem ser necessários esforços políticos e técnicos para garantir os direitos das empresas e minimizar os impactos da aplicação rigorosa da legislação tributária. Se, no princípio, a sua necessidade não foi percebida por parte dos empresários, a atuação ao longo dos anos mostrou a
Diretoria do Sincongel (2010-2013)
importância do sindicato. O próprio Geraldo Contarato explica: “Hoje, não fico sem sindicato. Ninguém pode ficar. O Sincongel tem muita importância para o empresário, principalmente em questões jurídicas, porque sempre dá apoio. É bom ser sindicalizado, pois sempre temos respaldo jurídico e apoio da entidade. É um apoio imprescindível. Se o empresário está filiado a um sindicato ligado à Federação das Indústrias, não fica ao léu. Tem sempre alguém para ajudar em tudo.” O presidente atual da entidade, Vladimir Rossi, também sentiu, tanto na vida profissional quanto social, a importância de estar ligado ao Sincongel. No cargo desde 2007, ele destaca que a Findes é uma instituição séria, respeitada e que dá apoio ao empresário: “Basta procurar, com interesse para participar. Infelizmente, o associativismo ainda não é levado muito a sério, pois o empresário ainda está mais preocupado com seus negócios do dia a dia, e se esquece da parte institucional, que é de suma importância para todos os setores. Hoje, é possível que alguém crie uma lei que acabará prejudicando todo um setor, sem nem mesmo ter consciência disso. E é preciso estarmos unidos para evitarmos esse tipo de problema.” Rossi explica que, mesmo com o Espírito Santo tendo vivido bons momentos econômicos nessas três décadas de história do Sincongel, alguns setores ainda são dominados por grandes empresas. Nos segmentos de representação do Sincongel, por exemplo, elas respondem por 65% do mercado. O restante é dividido entre as empresas de médio, micro e pequeno porte. “O associativismo é fundamental para reverter esse quadro. Se houvesse uma união maior entre as empresas, poderíamos
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“Se o empresário está filiado a um sindicato ligado à Federação das Indústrias, não fica ao léu. Tem sempre alguém para ajudar em tudo” Geraldo Contarato, ex-presidente transformar essa estatística e aumentar a nossa fatia no mercado capixaba”, afirma. Com cerca de 350 empresas formais em atuação no Estado, gerando em torno de 10 mil empregos diretos e indiretos, o setor obtém uma receita anual na casa de R$ 70 milhões a R$ 90 milhões. O principal produto fabricado e vendido é o sorvete, mas outros segmentos, como o de polpa de frutas, também estão em crescimento.
O fortalecimento do setor resulta, entre outros fatores, do incentivo e da ação do Sincongel, cenário em que Geraldo Contarato destaca o apoio da entidade ao aprendizado, que beneficia especialmente quem está começando no ramo. Já o presidente Vladmir Rossi ressalta o trabalho em prol da estruturação das empresas, dando relevo a uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), por meio da qual vêm sendo promovidas melhorias na estrutura operacional e administrativa das empresas. A parceria inclui projetos de longo prazo, para capacitação de gestão e operação, por meio de consultoria permanente com foco no mercado interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento das associadas.
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“No Espírito Santo, temos inúmeras marcas que fabricam produtos de excelente qualidade, mas que acabam sendo esquecidas” Vladimir Rossi, presidente Outra ação promovida pelo sindicato é o incentivo à participação de associados na Fispal Tecnologia, a maior feira do setor de embalagens, processos e logística para as indústrias de alimentos e bebidas da América Latina. A Fispal é uma referência para a cadeia, apresentando todos os anos as principais novidades do mercado. Os empresários que dela participam também têm acesso à maior mostra de embalagens do continente, para conhecer as inovações e tendências do mercado, além de discutir formas de o setor de embalagens contribuir para o desenvolvimento da indústria de alimentos e bebidas. A atuação do Sincongel tem facilitado o trabalho de atração de novos associados. Na atual administração, o sindicato saltou de 16 associados, em 2007, para 48, em 2013. Para Vladimir Rossi, o fato de estar ligado à Findes é determinante: “A própria
Geraldo Contarato, ex-presidente
Vladimir Rossi, presidente atual
Federação das Indústrias dá oportunidades para que os sindicatos cresçam e tragam mais associados, tornando-se também mais efetivos. Essa oportunidade que a Findes oferece para sindicatos e empresas conhecerem feiras internacionais é muito importante, principalmente para os pequenos, que talvez não tivessem essa possibilidade de outra forma.” Além disso, o setor de alimentação também se filiou ao Sincongel, com 10 empresas representadas na entidade. A expectativa é de um aumento nesse número, pois os industriais desse segmento estão começando a descobrir as vantagens de participar do sindicato, o que tende a contribuir para a atração de novos membros. No ano em que completa três décadas de fundação, o Sincongel vê a situação econômica do país como um desafio para os próximos anos, pois a indústria brasileira não vem tendo o crescimento que se esperava. “Um país que não tem crescimento industrial não é um país
firme. O Espírito Santo depende muito das grandes empresas. Assim, o setor está sentindo os reflexos desse baixo crescimento industrial”, explica o presidente Vladimir Rossi.
Em busca de maior visibilidade Uma das formas que o Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados encontrou para ampliar a participação das empresas locais no consumo desses produtos por parte dos capixabas é a realização de promoções e atividades marcando o Dia Nacional do Sorvete, em 23 de setembro. Nessa época, com a chegada da primavera, as indústrias aproveitam para elaborar estratégias e aumentar as vendas do produto. Segundo a Abis (Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete), o Brasil produz anualmente cerca de 900 milhões de litros de sorvete. Apesar de ter 350 empresas capixabas participando dessa produção,
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o consumidor do Espírito Santo ainda desconhece a maioria delas e procura o produto que vem de outros estados. Vladimir lamenta essa realidade e espera que ações como as que têm sido desenvolvidas no Dia Nacional do Sorvete ajudem a reverter esse quadro em favor das empresas locais. “No Espírito Santo, temos inúmeras marcas que fabricam produtos de excelente qualidade, mas que acabam sendo esquecidas. As atividades do sindicato ajudam a tornar essas marcas conhecidas e lembradas”, explica. A data também serve para esclarecer sobre as propriedades do sorvete, que é fonte de proteínas, açúcares, gordura vegetal e/ou animal, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo e outros minerais. Ou seja, é um alimento que oferece uma
nutrição balanceada e altamente nutritiva ao organismo. Por isso, Vladimir Rossi acredita que o mercado brasileiro pode crescer, já que o consumo nacional é inferior ao de países de clima muito frio, como Dinamarca, Noruega e Islândia. Segundo ele, na Europa e na América do Norte toma-se de três a quatro vezes mais sorvete do que no Brasil, porque lá o produto é encarado como um alimento, e não apenas como uma sobremesa. Além de degustações e distribuição gratuita de sorvetes por até um mês, para alguns clientes premiados, as ações do Sincongel incluem atividades como o Seminário de Formação e Capacitação para Industriais do Sorvete, voltado para a melhoria do setor e a capacitação dos empresários.
Sincongel Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5737 sincongel.es@gmail.com www.sincongel.com.br
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A consolidação de um setor que mudou a economia de uma região
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o início de sua história, Colatina passou por um período em que foi o maior produtor brasileiro de café do tipo robusta. Mas foi no mercado de confecções de grife que o município, localizado no noroeste do Espírito Santo, encontrou sua atividade econômica mais sustentável e perene, tornando-se o principal centro da indústria têxtil e de confecções do Estado. Hoje, junto a outras 12 cidades, a “Princesinha do Norte”, como é conhecida, forma um polo de confecções maduro, responsável por levar a produção capixaba aos quatro cantos do país. O fortalecimento do setor de confecções e vestuário no noroeste do Estado aconteceu simultaneamente à ação de uma entidade responsável por grandes conquistas para os industriais da região: o Sindicato das Indústrias de Vestuário de Colatina e Região (Sinvesco). Fundada há 27 anos, a instituição uniu os empresários do setor na luta por melhores condições para as indústrias locais, que chegam a produzir mensalmente cerca de dois milhões de peças de roupas. O atual presidente do Sinvesco, Edvaldo Vieira, elenca alguns fatores que fizeram com que a região se destacasse nesse negócio. “Hoje os principais potenciais da indústria do vestuário de Colatina são a localização privilegiada, próximo aos maiores mercados consumidores do Brasil; todo o conhecimento incorporado ao longo de mais de 40 anos de existência do setor no Estado; a base tecnológica existente; e também os bons cursos de formação e qualificação da mão de obra, que preparam a população local para atender às demandas dessas empresas”, enumera. As 85 indústrias associadas ao sindicato pertencem a um universo de 540 estabelecimentos, que geram na região 11 mil empregos formais e cerca de quatro mil informais. Somente na área de abrangência do Sinvesco, o setor de vestuário movimenta, anualmente, R$ 800 milhões. Segundo Vieira, essa atividade, além ser relevante economicamente para a região e para o Estado, é também um fator de equilíbrio social nas cidades onde está presente. “Empregamos uma parcela significativa de mulheres com baixa escolaridade, dessa forma promovendo inclusão social e econômica na região”, afirma. Para que o setor não perca sua força, contudo, é necessário superar alguns fatores restritivos enfrentados atualmente. “Hoje, os maiores desafios da indústria de moda do Espírito Santo são a disseminação de tecnologia
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para as pequenas empresas; a divulgação do Estado como grande polo produtor de moda nacional; o fortalecimento dos eventos existentes, em especial o Vitória Moda; e o fortalecimento das prontas-entregas. Além disso, também é um grande desafio criar motivação para que novos colaboradores escolham a moda como profissão”, explica Edvaldo Vieira.
Histórico Em 1984, o número de empresas que atuavam no setor de vestuário no município já era bem expressivo, e os empresários locais resolveram se organizar e criar a Associação Profissional da Indústria do Vestuário de Colatina. Fundada no dia 12 de novembro daquele ano, a associação tinha como presidente Paulo Vieira, que lembra como era a realidade local na época. “O momento era de forte industrialização na região de Colatina. A área industrial, principalmente o setor de confecções, efervescia, e havia muita gente interessada em resolver os problemas comuns do segmento. Já no começo da
Foto: Rafel Brocco
associação, éramos um grupo bastante grande, de cerca de 150 associados”, destaca. O primeiro presidente da associação conta que a questão inicial que uniu os empresários foram as negociações salariais. “Uma questão que era comum a todos os industriais do setor era a necessidade de negociações salariais. Precisávamos de uma negociação que estivesse mais de acordo com a realidade local, que não estivesse tão atrelada ao sindicato estadual, do qual fazíamos parte até então”, lembra. Com o passar do tempo, a associação passou também a discutir outros assuntos de interesse da indústria do vestuário colatinense. “Mesmo sendo apenas uma associação, já tínhamos atuação semelhante à de um sindicato, com a gestão junto ao poder público de questões relevantes para a continuidade do setor. Os empresários tinham poucas informações, e a associação servia como um fórum livre de debates, onde juntos discutíamos como superar as dificuldades comuns”, explica. A falta de mão de obra qualificada já naquele período era uma questão que preocupava os empresários. “Existia carência de mão de obra especializada para trabalhar no setor e também não havia na região cursos para qualificar esses trabalhadores. Por meio da associação, por exemplo, treinávamos mecânicos de máquinas de costura, que eram uma grande necessidade e um déficit da região. Não só mandávamos os profissionais a outros estados para se qualificarem – como no Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt), do Rio de Janeiro –, como também contratávamos consultores especializados para virem ao município ministrarem cursos”, afirma Paulo Vieira.
Diretoria do Sinvesco (2011-2013)
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Segundo ele, a associação foi essencial para que o polo se organizasse e, posteriormente, se consolidasse. “Com o crescimento, era cada vez maior a necessidade de organização, para que as coisas dessem certo. Os empresários se reuniam e procuravam soluções. As conquistas vieram aos poucos”, relembra Paulo. Com o intuito de melhorar sua representatividade, os empresários do setor decidiram, em 1985, pleitear a investidura sindical, para transformar a associação em sindicato. A Carta Sindical foi expedida no dia 23 de junho de 1986, transformando assim a Associação Profissional da Indústria de Vestuário de Colatina em Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina e Região (Sinvesco). Logo em seguida, foi realizada uma reunião que elegeu como primeiro presidente do recém-criado sindicato o empresário José Bráulio Bassini.
Ele ficou à frente do Sinvesco por um mandato e, em 1989, foi sucedido por Paulo Vieira. “Enfrentamos muitos problemas, principalmente na época dos planos econômicos. Até o advento do Plano Real, passamos por um período muito turbulento, não só para o setor de confecções, mas também para toda a indústria brasileira. Naquela época, muitos empresários quebraram, e outros seguiram em frente. Mas, mesmo diante de todos esses problemas, o sindicato sempre foi o grande ponto de apoio dos industriais. Além de ser muito importante para os empreendedores, o Sinvesco sempre teve uma grande força política na região em que atua. O vestuário foi uma alternativa que surgiu para a economia colatinense, era tratado como a salvação para a região, e por isso o setor passou a ter um poder político muito grande”, relata Paulo Vieira.
“Além de ser muito importante para os empresários, o Sinvesco sempre teve uma grande força política na região em que atua” Paulo Vieira, ex-presidente 183
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“Outros grandes gargalos do passado e do presente consistem em conseguirmos dotar o setor de ferramentas competitivas iguais às dos países asiáticos, em especial no que diz respeito ao câmbio, carga tributária federal e flexibilidade das leis trabalhistas” Edvaldo Vieira, presidente
Paulo Vieira, ex-presidente
Edvaldo Vieira, presidente atual
Para o ex-presidente do Sinvesco, a organização do polo colatinense contribuiu não só para o desenvolvimento do setor de vestuário e confecções na região, mas também para a consolidação das indústrias do segmento em todo o Espírito Santo. “Várias empresas passaram a vender para o Brasil inteiro, e o crescimento dessas indústrias acabou impulsionando a criação e o crescimento de outras”, diz Paulo Vieira.
à luta pela redução da carga tributária e à defesa do direito de contratação de facções pelas empresas maiores, entre outros. O sindicato também tem parceria com várias entidades para fomentar o desenvolvimento das atividades na região. Em conjunto com essas entidades, promovemos visitas a feiras nacionais e internacionais, cursos de formação e aperfeiçoamento de mão de obra, palestras e eventos setoriais, como o Vitória Moda”, afirma. Mesmo tendo sido tão importante para a economia local, o setor de vestuário passa atualmente por momentos complicados. “Numa economia globalizada, podemos dizer que o vestuário ainda é caro. Nosso polo surgiu a partir da trajetória de sucesso de muitas empresas pequenas, que acabaram crescendo. Essas empresas não começaram num processo de muita eficiência e competitividade. Hoje, temos que enfrentar a concorrência com produtos de indústrias estrangeiras, como da China, país onde o governo foi o grande
Cenário atual e perspectivas Através da atuação do Sinvesco em diversas frentes, os empresários capixabas foram beneficiados com conquistas como um Centro de Vocação Tecnológica, a reforma do complexo SesiSenai e a criação de um shopping de pronta-entrega na região. Hoje, o atual presidente, Edvaldo Vieira, conta que o sindicato atua em diversas vertentes. “As principais ações do Sinvesco são em defesa do associado no que diz respeito
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indutor do setor. Em Colatina, este ainda se mantém porque desenvolveu uma grande expertise, mas estamos perdendo postos de trabalho. Somente em 2012 perdemos 1.200 postos de trabalho e em 2013 estamos perdendo empregos novamente”, lamenta o empresário Paulo Vieira. O atual presidente do Sinvesco, Edvaldo Vieira, destaca outros pontos problemáticos no cenário da indústria de confecções no Espírito Santo. “Atualmente as maiores dificuldades do setor estão relacionadas às políticas macroeconômicas nacionais, em que, por fatores estruturais, as indústrias que empregam intensivamente mão de obra têm perdido a sua competitividade ano após ano. No âmbito regional, a maior
dificuldade é criar uma cultura associativista para o setor. Outros grandes gargalos do passado e do presente consistem em conseguirmos dotar o setor de ferramentas competitivas iguais às dos países asiáticos, em especial no que diz respeito ao câmbio, carga tributária federal e flexibilidade das leis trabalhistas”, comenta. Porém, apesar do cenário desfavorável, as previsões para os próximos anos são positivas, de acordo com Edvaldo. “As expectativas são boas. Estamos trabalhando para tornar realidade uma empresa de desenvolvimento setorial, que tornará mais eficaz o trabalho de concepção de novos projetos, busca de recursos e acompanhamento dos mesmos”, adianta o presidente do Sinvesco.
Sinvesco Sindicato das Indústrias de Vestuário de Colatina e Região Rod. Gether Lopes de Farias, s/nº São Silvano Colatina, ES (27) 3721-3894 sinvesco@sinvesco.com.br www.sinvesco.com.br
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Sindimol
União leva móveis capixabas ao Brasil e ao mundo
O
município de Linhares sempre foi conhecido por sua agricultura, com destaque para a produção de mamão e cacau. Mas, nos últimos 26 anos, uma entidade foi responsável por consolidar a imagem da cidade também como área de indústria moveleira forte. Linhares hoje concentra a grande maioria das empresas capixabas fabricantes de móveis em série, que são distribuídos para o comércio varejista de todo o Brasil e também para outros países, fazendo com que o município se caracterize como o mais importante polo moveleiro do Estado. Com a criação do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), as indústrias moveleiras locais e também de cidades próximas se projetaram nacional e até mesmo internacionalmente – em tempos áureos, os produtos das indústrias moveleiras da região foram exportados para quase 30 países –, conquistando a admiração de governos, instituições privadas, funcionários, parceiros e imprensa. Ao longo de sua existência, a entidade alcançou diversas conquistas, que beneficiam toda a categoria e estimularam o desenvolvimento regional através da geração de renda e emprego nos municípios onde atua. Oferecendo informações de mercado e apoio jurídico e técnico às empresas associadas, o Sindimol conseguiu ampliar o prestígio do setor empresarial da indústria moveleira e da madeira visando à representação junto a todas as instâncias dos poderes públicos. Hoje o sindicato abrange uma área de 12 municípios da região norte do Estado, reunindo em seu quadro 89 associados. Essas empresas são responsáveis por gerar aproximadamente 3.000 empregos diretos, e dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indicam que o setor de madeira e móveis do Espírito Santo movimenta aproximadamente R$1 bilhão por ano.
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Atualmente, mais que simplesmente uma instituição de representação política, o Sindimol tem se caracterizado cada vez mais como o principal agente promotor do desenvolvimento do setor de madeira e móveis do Espírito Santo, através da realização de ações que ampliaram o conhecimento especializado de todos os envolvidos sobre os variados aspectos dessa indústria, bem como a elaboração de projetos em prol do desenvolvimento sustentável das indústrias moveleiras, contribuindo para o crescimento da atividade em todo o Estado. Por isso, tem sido possível vislumbrar amplos horizontes para o setor. “O setor moveleiro do Espírito Santo possui muitos potenciais. O segmento de móveis seriados, ou retilíneos, que são fabricados em Linhares, investe em tecnologias de produção de última geração, tornando o processo cada vez mais dinâmico. Já as marcenarias são reconhecidas nacionalmente por grandes
Diretoria do Sindimol (2011-2014)
nomes da arquitetura e decoração pela qualidade e acabamento dos móveis personalizados produzidos, principalmente, na região da Grande Vitória”, destaca o atual presidente do Sindimol, Almir José Gaburro.
Histórico Fundado em 1º de maio de 1987, o Sindimol surgiu da união de algumas lideranças empresariais, que já naquela época pretendiam programar ações comuns, visando a aprimorar as atividades do setor. Entre as questões em pauta no grupo, estavam discussões sobre quais os caminhos que deveriam ser tomados para viabilizar uma maior integração entre as indústrias, com os fornecedores, as entidades representativas dos diversos segmentos industriais e dos trabalhadores do setor e com os órgãos oficiais. Na época, os empresários enfrentavam desafios como a instabilidade da economia nacional, os movimentos trabalhistas e a especialização, trazida pela globalização, que dificultava o crescimento e até a sobrevivência das micro e pequenas empresas. Eles também queriam provar que poderiam promover o desenvolvimento sustentável em um setor que, no passado, tinha sido considerado incompatível com a preservação do meio ambiente – a abundância de madeira nativa da Mata Atlântica na região foi um dos principais fatores de atração de empresas moveleiras para Linhares. Outro desafio eram os concorrentes. Os tradicionais polos moveleiros localizados no Sul do Brasil, em São Paulo e em Minas Gerais, beneficiados por legislações tributárias avançadas e pela proximidade geográfica com os fornecedores, representavam um entrave para o verdadeiro crescimento da indústria moveleira linharense e capixaba.
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Ex-presidente do Sindimol, o empresário Dalziso Armani conta que a primeira reunião do grupo aconteceu em um ambiente informal. “Vendo a necessidade de nos unirmos para lutar por objetivos comuns, fizemos um encontro. Reunimos os empresários da indústria moveleira em uma churrascaria que havia próximo à fábrica da Movelar e ali, em um bate-papo bastante informal, surgiu a ideia de formarmos a associação. No mesmo dia, fizemos uma votação, em ‘papelzinho’, para decidir quem lideraria o grupo, e fui eleito o primeiro presidente da associação”, lembra Armani. De acordo com Dalziso, passou-se pouco mais de um ano até que, com o apoio e orientação da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), os empresários decidiram transformar a
Domingos Sávio Rigoni, duas vezes presidente do Sindimol (1990-1993 e 1993-1996)
associação em um sindicato. E assim foi criado o Sindimol, tendo também como primeiro presidente Dalziso Armani. Segundo ele, o grande desafio do setor à época era a negociação junto aos sindicatos dos trabalhadores das indústrias moveleiras. “Começamos com o desafio de ter voz e negociação junto ao sindicato dos trabalhadores. A situação começou a se tornar mais complicada para nós, empresários, e tivemos que nos unir. Estando associados, não só ficava mais fácil lidar com essa questão, como também passávamos a ter maior poder de negociação”, destaca Dalziso. “Além disso, em todo negócio, seja comércio ou indústria, quando vários
“O setor moveleiro do Espírito Santo possui muitos potenciais. O segmento investe em tecnologias de produção de última geração, tornando o processo cada vez mais dinâmico” Almir José Gaburro, presidente 191
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“Através da nossa união, conseguimos construir o polo moveleiro, no bairro Canivete, onde hoje estão instaladas diversas indústrias e também a sede do Sindimol” Dalziso Armani, primeiro presidente
Luiz Rigoni, presidente do Sindimol entre 2002 e 2005 e atual presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira
Dalziso Armani, primeiro presidente
Almir José Gaburro, presidente atual
empresários se unem, passam a ter mais força do que se lutassem sozinhos. Quando você vai reivindicar alguma coisa, em nome de um sindicato ou associação, você está representando um conjunto de empresas, e a sua solicitação passa a ter muito mais peso”, acredita o ex-presidente. Essa união que tornou o sindicato forte revolucionou o setor moveleiro, que pôde se estruturar mais, criando um polo próprio, qualificando seus funcionários e se projetando em outros mercados. “Através de nossa união, conseguimos construir o polo moveleiro, no bairro Canivete, onde atualmente estão instaladas diversas indústrias e também a sede do Sindimol. As indústrias moveleiras hoje usufruem de alguns incentivos fiscais, que conseguimos também através do sindicato. E paralelamente a tudo isso, fortalecemos o nome do Sindimol, que já é um sindicato muito reconhecido em todo o Brasil”, explica Dalziso Armani, sobre o que, a seu ver, foram as principais conquistas da entidade nesses 26 anos de história.
Uma breve análise retrospectiva da história do Sindimol aponta ainda como vitórias do setor a modernização das fábricas, a melhoria da qualidade dos produtos fabricados nas indústrias locais, os investimentos em design e a participação das fábricas em feiras nacionais que viabilizam a abertura de novos mercados para as empresas locais; tudo isso aliado à preocupação com o meio ambiente, que hoje já faz parte da rotina das empresas filiadas ao sindicato. Para que tudo isso acontecesse, Dalziso lembra que foi fundamental a parceria com a Findes. “Sem o apoio da Federação, não teríamos nem fundado o sindicato. Contando com a orientação da equipe jurídica da entidade, fundamos o Sindimol, e até hoje a Findes nos ajuda muito. É um parceiro muito importante, que esteve ao nosso lado em questões relevantes para o setor, e, através do Sesi e do Senai, ainda nos ajudou com a implementação de vários cursos voltados para a nossa atividade”, reitera o ex-presidente do Sindimol.
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Presente e futuro: o desafio da competitividade O atual presidente do Sindimol, Almir José Gaburro, elege como principal desafio do setor garantir a competitividade com outros polos moveleiros do Brasil. “Com certeza nossos maiores desafios são, atualmente, aumentar a competitividade e garantir a sustentabilidade da indústria moveleira do Estado. Nesse sentido, é preciso a busca constante por benefícios e incentivos fiscais, a formação de mão de obra especializada e a atração de novos elos da cadeia produtiva, principalmente produtores de insumos e matériasprimas. Dessa forma, acreditamos ser possível competir de igual para igual com polos moveleiros tradicionais de outras regiões do Brasil”, afirma. O difícil acesso à matéria-prima utilizada pelas indústrias moveleiras do norte capixaba se configura como um dos principais entraves a esse aumento da competitividade. “Nossas maiores dificuldades atuais são o acesso às indústrias de chapas de aglomerados, principal matéria-prima das indústrias, e cujos fornecedores estão localizados a mais de mil quilômetros de distância, acarretando altos custos com o frete, além da concorrência com outros
setores por mão de obra especializada, devido à diversificação e ao crescimento do setor industrial na região de Linhares, exigindo das indústrias a convergência de esforços na capacitação e qualificação de pessoal para o atendimento da demanda”, explica Gaburro. Segundo o presidente, o planejamento do Sindimol para os próximos anos prevê a ampliação da estrutura de oferta de serviços aos associados, e também o desenvolvimento de novos projetos voltados ao crescimento e à sustentabilidade do setor, baseados em políticas de eficiência na gestão, no acesso a novos mercados e na responsabilidade socioambiental, esta última com a implantação de uma Central de Resíduos que atenda a toda a cadeia produtiva de madeira e móveis da região.
Sindimol Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo Av. dos Moveleiros, 50, Canivete, Linhares, ES (27) 3373-8294 (27) 8802-4162 sindimol@sindimol.com.br www.sindimol.com.br
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Sindmóveis
Da produção artesanal de móveis a polo industrial consolidado
A
região de Colatina tem por forte característica a fabricação de móveis por encomenda, sendo que cerca de 90% da produção são destinados aos mercados da Grande Vitória. Embora a cidade tenha se destacado por seu polo de confecções, principalmente a partir da década de 1970, não se pode deixar de lado a relevância que a indústria moveleira tem para os colatinenses, sendo importante fator de geração de emprego e renda na região. O surgimento da indústria moveleira na localidade teve início com a própria ocupação da região, no final do século XIX. A produção artesanal de móveis em pequenas marcenarias constituía um importante complemento para a renda dos agricultores que lá se instalaram e que tinham como atividade principal o cultivo do café. Entretanto, com o crescimento dos núcleos populacionais e a consequente expansão da demanda, a importância da produção moveleira cresceu, levando alguns artesãos a se dedicarem exclusivamente a ela, abandonando a cafeicultura. Durante a crise do café, na década de 1960, a produção moveleira passou a ter importância ainda maior no sustento das famílias, que passaram a se especializar nessa atividade. De lá para cá, o setor cresceu, enfrentando paralelamente grandes desafios, muitos dos quais foram vencidos por meio da atuação de uma entidade responsável por unir os empresários da indústria moveleira colatinense em prol de um objetivo comum: alcançar melhorias para todos, levando os móveis da região cada vez mais longe e trazendo desenvolvimento para a cidade. Hoje a indústria moveleira está presente em todo o Espírito Santo. Mas somente a região noroeste concentra 156 indústrias, filiadas ao Sindmóveis, que geram em torno de 3 mil empregos diretos. Pela característica do negócio, ainda muito ligado à produção artesanal, não é possível estimar a movimentação financeira do setor,
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de acordo com o atual presidente do sindicato, Ortêmio Locatelli Filho. Ele, que está em seu quarto mandato não consecutivo à frente do sindicato, destaca que o fato de muitas peças serem feitas por encomenda dificulta estimativas também em relação à produção. Contudo, segundo o dirigente, não se pode negar a importância da fabricação de móveis, estofados e outros para a economia local. “Juntamente com a cultura do café, a indústria moveleira é um dos principais empregadores no interior do Estado, por ser constituída, em sua maioria, de micro e pequenas empresas com característica familiar. Além disso, a atividade está bastante envolvida com o negócio da silvicultura”, afirma.
Locatelli aponta que a expansão da silvicultura no Espírito Santo é um dos fortes potenciais a serem explorados pelo setor moveleiro nos próximos anos. “A silvicultura é o maior potencial que a indústria moveleira poderá explorar daqui para a frente. Nesta base do agronegócio, o foco dado pelos produtores capixabas estava somente na celulose. Agora, o eucalipto está também presente em todos os móveis maciços produzidos, uma vez que a marcenaria abandonou definitivamente a madeira nativa. Tendo em vista essa realidade, podemos afirmar com bastante segurança que num futuro bem próximo este será um dos principais itens a compor o Produto Interno Bruto (PIB) capixaba, assim como acontece na Finlândia e no Chile”, estima. Lado a lado com os potenciais da indústria moveleira, caminham os desafios, principalmente a inovação, que se tornou não somente diferencial competitivo, mas fator de manutenção das indústrias no mercado. “O grande desafio da indústria moveleira hoje está na inovação, seja de produtos ou de processos. Uma prova disso é a utilização da Fibra de Média Densidade (MDF), que foi inserida na economia brasileira nos últimos anos da década de 1990 e obrigou todas as marcenarias a se adaptarem, investindo em novos equipamentos e novas técnicas
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de fabricação. Hoje, esse material está presente maciçamente nos móveis dos lares brasileiros”, destaca Ortêmio. Outro desafio é a adaptação dos empresários às normas legais ligadas à produção moveleira. “No passado, enfrentávamos muitos problemas com a exploração da madeira nativa. O empresário nunca sabia quando estava certo, pagava diversas taxas federais ligadas ao reflorestamento e ao desmate, mas sempre era tido como irregular. Hoje, os desafios são outros, mas da mesma complexidade. São muitas normas e leis a serem seguidas pelo setor”, complementa o dirigente. O primeiro presidente do Sindmóveis, Gilson Locatelli, que esteve à frente do sindicato até 1993, também acredita que a continuidade do setor moveleiro na região noroeste está ligada a mudanças em questões burocráticas. “Hoje precisamos de uma reforma urgente na área trabalhista, criando condições mais justas na questão das contratações, e também nas leis previdenciárias e tributárias. Se isso não acontecer, dentro de algum tempo iremos sucumbir à concorrência com outros países, que oferecem condições melhores para seus empresários”, acredita ele.
Histórico A união dos empresários de Colatina e região teve início na percepção de que o setor passava por uma reestruturação geral, que levou os industriais a se unirem em uma associação. Gilson Locatelli relembra como foi o período. “O ramo da madeira, no início dos anos 1980, estava passando por uma modificação estrutural geral. As empresas de móveis, serrarias e fábricas de esquadrias tinham problemas em comum e também necessidades idênticas para se desenvolverem. Por isso, reunimos cerca de 20 empresários em uma associação, que mais tarde, com a modificação de seu estatuto, passou a ser um sindicato, o Sindmóveis”, conta. “Começamos a nos reunir em uma empresa, onde discutíamos nossa realidade. As pessoas já iam a essas reuniões sabendo que a associação estava trabalhando em benefício não apenas de uma empresa, mas de todas”, complementa. Na época, segundo Gilson, as principais necessidades eram a qualificação da mão de obra e a divulgação da indústria capixaba em outras regiões. Ao mesmo tempo, os empresários
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“O grande desafio da indústria moveleira hoje está na inovação, seja de produtos ou de processos” Ortêmio Locatelli, presidente
Gilson Locatelli, ex-presidente
Ortêmio Locatelli Filho, presidente atual
enfrentavam dificuldades para visitar outros centros, para levar a tecnologia até Colatina e também para se adaptar à legislação criada naquele período, principalmente ligada à área ambiental. “Mesmo com todas as mudanças na legislação ambiental brasileira, o setor conseguiu se adaptar. Na época, já tínhamos a indústria do reflorestamento. Durante algum tempo, achamos que o eucalipto era uma anomalia, mas depois começamos a enxergá-lo como uma solução inteligente, pois trata-se de uma madeira de primeiríssima para a fabricação de móveis. Ao mesmo tempo, o mercado também foi inovando, com a criação do MDF. Fomos um pouco prejudicados pelas mudanças, mas a indústria moveleira capixaba conseguiu se adaptar bem à nova realidade. O jeito de fazer móveis hoje é diferente do de meados dos anos 80, quando a produção era mais artesanal”, explica Gilson Locatelli.
A questão da qualificação profissional foi resolvida pelo setor em parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina e Região (Sinvesco), também bastante atuante na região. “Após muita luta e negociação, conseguimos, na época, junto ao poder público, uma área destinada à construção do Centro Integrado Sesi-Senai de Colatina, que foi fundado também em meados da década de 80. A presença mais ativa da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) na região não só ajudou a melhorar a qualidade da mão de obra, como também criou novas frentes de trabalho e valorizou as áreas vizinhas, além de gerar outras oportunidades para os jovens do município”, afirma o ex-presidente do Sindmóveis. Ao lado do apoio da Findes, os empresários também contavam com o suporte da prefeitura do município, que patrocinava viagens dos fabricantes
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para as feiras do segmento. “Em certas ocasiões, também viajamos a convite de alguns fornecedores, que começaram a patrocinar as idas dos empresários a eventos específicos, dando-nos a oportunidade de nos atualizarmos sobre o mercado moveleiro. Somente participando dessas feiras o profissional tem a oportunidade de conhecer o novo e evoluir. Isso é extremamente relevante no nosso ramo, em que o design, a estética e a funcionalidade dos móveis são cada vez mais buscados. Sempre haverá demanda para o setor moveleiro, mas quem não inova não terá condições de permanecer no mercado”, reitera.
Presente e futuro A questão da inovação até hoje faz parte da pauta de discussões permanente do Sindmóveis. Ortêmio Locatelli Filho lembra que constantemente os empresários associados ao sindicato se
reúnem. “Num modo bem simples, temos promovido debates e discussões que, com certeza, têm sido bastante úteis no dia a dia das empresas. Nossos associados são motivados a participarem de cursos e feiras. Para isso interferimos e sempre somos atendidos, levantando recursos junto à Findes e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Esse modelo encoraja o empresário do interior a viajar e a se reciclar”, assegura o presidente do Sindmóveis. A organização de viagens a feiras e eventos tem sido uma importante frente de trabalho do sindicato, que permite o intercâmbio de informações com fornecedores e empresários de outros estados. Além disso, o Sindmóveis atua também prestando assistência aos associados em questões burocráticas e organiza cursos que visam a qualificar não só os trabalhadores, mas também os empresários do segmento.
Sindmóveis Sindicato da Indústria de Serrarias, Carpintarias, Madeiras Compensadas, Marcenaria (Móveis de Madeira), Móveis de Junco e Vime de Vassouras, Cortinados e Estofos de Colatina Rua Gether Lopes de Farias, Km 02 - s/n, São Silvano, Colatina, ES, CEP: 29.705-200 (27) 3721-3499 sindmoveis@yahoo.com.br www.sindimoveises.com.br
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Sindiquímicos
Entidade revela a fórmula de seu crescimento
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oram muitos os desafios dos empresários ligados à indústria química do Espírito Santo para alcançar o crescimento sustentável e conferir competitividade ao setor. Uma história que começou a ter seus primeiros capítulos escritos ainda na década de 1980, quando o movimento sindical laboral iniciou sua organização e os funcionários dessas indústrias buscaram filiação junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de Cariacica. Levado pela necessidade de representatividade das indústrias de produtos químicos, de forma a facilitar o entendimento e as negociações com os trabalhadores, um grupo de empresários constituiu, em 12 de agosto de 1980, uma associação do setor, que viria a ser o embrião do futuro sindicato patronal. À frente da recém-criada entidade estavam José Gomes da Silveira, titular da empresa Escorpião Produtos Químicos Ltda., que se tornou presidente, e David Gonçalves de Oliveira, da Carboindustrial S/A, eleito secretário. Com a adesão de novos integrantes, o grupo conseguiu formar a Associação Profissional da Indústria de Produtos Químicos e Fertilizantes do Estado do Espírito Santo, com base no artigo 577 da CLT. Criou-se então o primeiro estatuto, e a primeira diretoria da associação tomou posse. “Nos anos 80, falar de indústria química no Espírito Santo era raro, e mais rara ainda a realidade de se ter representatividade corporativa. O primeiro passo foi dado na fundação da Associação das Indústrias Químicas, por força de se organizar e legitimar negociações trabalhistas com nossos funcionários. Naquele momento, era flagrante a procura de nossos funcionários por filiação ao Sindicato dos Metalúrgicos em Cariacica, entidade que já despontava com força reivindicatória. Estimulados pelo César Daher Carneiro, um idealista sindical ligado à Findes, fundamos a associação, com as participações do Virgílio Gomes da Gama, usineiro de açúcar e álcool, e de José Luciano, da Inseticida Vitória, entre outros”, relembra José Gomes da Silveira, o Silveirinha, primeiro presidente da associação.
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Seis anos após a fundação, no dia 5 de agosto de 1986, numa assembleia da associação, segundo informou o tesoureiro da primeira diretoria da instituição, José Luciano Domingos, foi anunciada a possibilidade de investidura sindical junto ao Ministério do Trabalho, em Brasília. A associação havia conseguido o número de adesões suficientes, reunindo empresas representativas das atividades de fabricação de álcool e açúcar, tintas e vernizes, preparação de óleos vegetais, sabão e velas, adubos e corretivos agrícolas, produtos químicos e farmacêuticos. “Nesse momento, a associação contava com 21 empresas diversas, número suficiente para a reivindicação sindical, sob a liderança do presidente Virgílio Romualdo Gomes da Gama”, lembra Luciano Domingos.
Diretoria do Sindiquímicos (2013 a 2016)
Mas somente dois anos depois, em 17 de fevereiro de 1988, foi concedida a Carta de Registro do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Produtos Farmacêuticos, de Preparação de Óleos Vegetais e Animais, de Sabão e Velas, da Fabricação de Álcool, de Tintas e Vernizes e de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado do Espírito Santo, o Sindiquímicos. O documento foi assinado pelo então ministro do Trabalho, Almir Pazzianoto. A indústria química é transversal e permeia muitos outros segmentos. O atual presidente do Sindiquímicos, Elias Cucco, lembra que praticamente tudo hoje está às voltas com algum tipo de produto químico. “A química está introduzida no setor de pedras ornamentais no Espírito Santo, no tratamento da água, no alisamento das pedras etc”, revela, destacando que ela também se faz presente nos setores da indústria, da construção, nas confecções, cosméticos, agricultura, agronegócio, enfim, em praticamente todas as cadeias produtivas. “É um segmento muito amplo e, por isso, no ano de 1988, ainda sob a presidência de Virgílio Romualdo Gomes da Gama, ventilou-se a possibilidade da dissociação das indústrias de fabricação de álcool, por demandar intensas atividades e viagens onerosas, o que poderia prejudicar os outros segmentos. A sugestão era a de que o setor alcooleiro tivesse o seu próprio sindicato”, relembra Cucco.
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Mas essa ideia não foi à frente, por dificuldades na composição legal. Além disso, diante da boa performance do recém-criado sindicato, o setor alcooleiro decidiu pela permanência definitiva no Sindiquímicos, renunciando às pretensões anteriores de cisão. Essa decisão acabou por se mostrar primordial, pois, ao longo dos quatro anos seguintes, entre 1990 e 1994, a arrecadação da entidade ainda era baixa e foi a ajuda do setor alcooleiro que garantiu a sobrevivência do Sindiquímicos, em dificuldades para saldar os compromissos da entidade.
convocada uma assembleia, presidida por Virgílio Gomes da Gama e secretariada pelo empresário Ernesto Mosaner Júnior. Este sugeriu a criação de quatro vicepresidências para cuidar de segmentos específicos (Assuntos Alcooleiros; Assuntos Carboquimicos; Assuntos de Adubos e Fertilizantes; e Assuntos de Produtos Químicos), visando a aliviar a intensa carga de responsabilidades do presidente. A ideia foi acatada e deu origem a um novo modelo de comando sindical, que foi, inclusive, assimilado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que o propagou em todo o país. Modelo sindical Ao final de 1994, em 15 de dezembro, Para atender e melhorar o desempenho foi eleita a nova diretoria para o triênio de todos os segmentos que compõem 1995/1998, em chapa única, com a o Sindiquímicos, em julho de 1994 foi presidência ocupada por Antonio Carlos
“Está exatamente na união de forças e de interesses comuns a base para garantir que o Espírito Santo seja um Estado desenvolvido em todas as áreas” Elias Cucco Dias, presidente 207
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“Nos anos 80, falar de indústria química no Espírito Santo era raro, e mais rara ainda a realidade de se ter representatividade corporativa” José Gomes, primeiro presidente da associação que deu origem ao Sindiquímicos
José Gomes da Silveira, o Silveirinha, primeiro presidente da associação
Elias Cucco Dias, presidente atual
de Freitas, empresário da indústria alcooleira, e, já seguindo o modelo proposto (e aprovado em estatuto), com Virgílio Romualdo Gomes da Gama na vice-presidência de Assuntos Alcooleiros, Ernesto Mosaner Jr. como vicepresidente de Assuntos Carboquimicos, Dalton Dias Heringer como vicepresidente para Assuntos de Adubos e Fertilizantes e José Luciano Domingos como vice-presidente de Assuntos de Produtos Químicos.
Hoje, 88 empresas são associadas com previsão de chegar a 150 em 2014 e, segundo Elias Cucco Dias, eleito em março deste ano para presidir o mandato 2013/2016, a função do sindicato é oferecer-lhes apoio, representando os seus interesses em todas as instâncias públicas, promovendo a difusão de conhecimento que melhore sua competitividade, identificando as oportunidades de investimento e negócios e de capacitação gerencial e tecnológica. Segundo Cucco, o Brasil está na sétima colocação mundial em termos de produtos químicos. Em nível estadual, há aqui uma diversificação de indústria química muito grande, avalia o presidente. Numa breve análise do segmento, ele destacou que as empresas capixabas, na sua maioria, são de porte médio, pequeno e micro, e mesmo assim têm presença bem representativa no Estado, citando como exemplo as do ramo sucroalcooleiro. “Hoje temos no Estado cinco usinas
Ernesto Mosaner Jr., ex-vice-presidente, criou o novo modelo de comando sindical
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produtoras de etanol: quatro no norte e uma no sul, que já produz açúcar cristal, além de outra usina que também vai começar a fabricar este produto”, disse. Elias Cucco comenta que a evolução capixaba na área química ocorreu exatamente no segmento de cosméticos, em que as empresas do Estado vêm se destacando no mercado nacional. Mas acredita que o Espírito Santo poderia estar melhor preparado. “Hoje somos o segundo produtor de petróleo e não temos uma refinaria, enquanto estados que nem produtores são já têm a sua. Temos que ter uma cooperação mútua dos nossos políticos nesse sentido, e a Federação das Indústrias (Findes) se faz presente cobrando estas ações por intermédio dos seus sindicatos”, revela. Cooperação mútua, aliás, é a chave para o sucesso do associativismo, conceito que a Findes vem incentivando por meio de variadas ações ao longo dos anos. “E está exatamente na união de forças e de interesses comuns a base para garantir que o Espírito Santo seja
um Estado desenvolvido em todas as áreas”, sublinha Elias Cucco. Quanto ao futuro da entidade, o presidente do Sindiquímicos revela que o objetivo é elevar o número de associados, para que o sindicato venha a cumprir na sua plenitude o papel que lhe é reservado. “A meta é atrair novas empresas e assegurar outras ações importantes por parte do Sindiquímicos, como foi, no início, a descentralização do comando de cada área, permitindo a cada uma delas um grande avanço, hoje uma realidade”, disse. Nessa direção, o Sindiquímicos vem trabalhando para garantir o envolvimento da Federação, governos municipais, estadual e federal em prol da indústria química capixaba. Elias Cucco considera ser necessário ”mostrar a cara” das empresas locais para o público em geral, a exemplo do que fez o segmento de cosméticos. “Temos produtos e empresas aqui que são desconhecidos, inclusive por parte dos capixabas. Precisamos divulgá-los no país e até no exterior”, conclui.
Sindiquímicos Sindicato da Indústria de Produtos Químicos Para Fins Industriais, Produtos Farmacêuticos, Preparação de Óleos Vegetais e Animais, Sabão e Velas, Fabricação do Álcool, Tintas e Vernizes, Adubos e Corretivos Agrícolas, Destilação e Refinação de Petróleo, Petroquímicas, Re-Refino de Óleos Minerais no Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053,Ed. Findes, 3º andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5699 sindiquimicoses@gmail.com www.sindiquimicos.com.br
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Sindimassas
História de luta e determinação
O
Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado do Espírito Santo (Sindimassas) foi fundado por iniciativa de quatro grandes empresas no Estado, muito conhecidas pelos capixabas, e que abriram as portas no mercado interno para as micros e pequenas do ramo: Rigoni, Firenze, Villoni e Alcobaça. No final da década de 80, a categoria estava ligada ao Sindicato de Panificação. “Mas começaram a surgir conflitos de interesses a respeito de salários, horários de trabalho e outros assuntos. Então, fundamos a Associação de Massas Alimentícias”, narrou o então presidente da associação, Wellington Simões Villaschi. Em 30 de julho de 1990, a entidade transformou-se em sindicato, tendo Villaschi como primeiro presidente eleito e iniciando a caminhada sindical com 12 empresas associadas, número que hoje chega a 18. O ramo de atividade é composto por micro, pequenas e médias empresas que fabricam biscoitos, macarrão, bolos, pizzas e produtos semelhantes. Sob a gestão de Villaschi as convenções coletivas foram negociadas separadamente. Ele também iniciou um trabalho relacionado às questões tributárias. “Hoje os esforços estão direcionados para agregar um maior número de associados e fortalecer o sindicato, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e, consequentemente, assegurar maior espaço para os nossos produtos no mercado”, disse o ex-presidente do Sindimassas. Em 2005, Alejandro Duenas se tornou presidente e deu um passo importante para o setor. Ele proporcionou a abertura das atividades sindicais para os associados. “O sindicato já havia sido estruturado por Wellington Villaschi. Então, iniciei as atividades dentro da Federação (Findes), fazendo com que os nossos associados participassem mais do sindicato e também das atividades que eram oferecidas dentro da Findes. E essa participação trouxe muitos ganhos para todos do setor”, ressaltou Alejandro Duenas. Segundo o atual presidente do Sindimassas, Emerson de Menezes Marely, que assumiu o cargo em 2012 e nele permanece até 2015, a filiação da entidade à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) em 1990 deu maior sustentação à atuação do sindicato. “A partir daí é que, com o trabalho desenvolvido pelos empresários, conseguimos aglutinar mais empresas de médio, micro e pequeno porte”, destaca Marely. As organizações filiadas ao Sindimassas participam ou apoiam atividades voltadas para a profissionalização, qualificação da mão de obra e melhoria da gestão. A entidade oferece sistematicamente palestras, reuniões, cursos, eventos e missões em feiras, assegurando reciclagens que possam manter as associadas atuando
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Diretoria do Sindimassas (2012-2015)
em pé de igualdade com outras do mesmo ramo sediadas nos demais estados. Com o passar do tempo e o crescimento do mercado, e também da concorrência dos estabelecimentos informais, as empresas formais e sindicalizadas acrescentaram à lista de suas preocupações o capital de giro, as exigências tributárias e fiscais, a burocracia e a legislação trabalhista. Mas o grande desafio para o setor permanece sendo a informalidade. Presume-se que existam hoje, no Estado, mais de 130 empresas informais e, consequentemente, não associadas. O problema é antigo, desde a fundação do sindicato, passando pela gestão de Luiz Cláudio Nogueira Muniz, que esteve na presidência por dois mandatos (2002/2005 e 2005/2008), e Alejandro Duenas (2008/2011). Luiz Cláudio Nogueira Muniz lembrou que no início da sua gestão, no segundo semestre de 2004, encomendou ao setor de pesquisa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), órgão técnico da Findes, um estudo com o objetivo de traçar o perfil conjuntural das principais demandas do empresariado. Nessa pesquisa, os gargalos vislumbrados pelos empresários vieram a se confirmar: a falta de recursos para investimentos, a escassez de mão de obra qualificada e a concorrência dos informais. O levantamento ainda mostrou que, na época,
os dados indicavam que para cada negócio formal existiam dois na informalidade. Ao longo dos anos, um trabalho especial tem sido focado na conscientização dos gestores de que a empresa regularizada tem o respaldo de um cadastro legal reconhecido, desfruta da rede oficial de financiamento, tem vantagem mercadológica maior, além de valorização da marca. “Quem sai da informalidade, além de ter a sua empresa legalizada, passa a ter essas e outras vantagens sendo associada ao seu sindicato”, disse Ermerson Marely. Entre as vantagens, ele cita ainda que as sindicalizadas podem utilizar o plano coletivo de assistência médica, discutir problemas individuais de forma conjunta, dando mais força ao setor, e se beneficiar de toda a estrutura do Sistema Findes. Através do sindicato, ter direito a voz e voto no fórum do setor, utilizar, futuramente, a estrutura montada da Câmara de Conciliação Prévia para solução de problemas trabalhistas, além de ter assessoria e orientação jurídica na relação capital-trabalho. As expectativas do atual presidente são de que o segmento cresça, aumentando a renda empresarial e dando ênfase à qualidade do que o consumidor compra. “Para isso, os informais são obrigados a se tornarem formais. A partir do momento que os consumidores exigem mais qualidade nos produtos
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alimentícios, as empresas são obrigadas a se especializarem cada vez mais e a tendência é que se legalizem”, acredita Emerson Marely. O dirigente ressalta que o atendimento às necessidades dos consumidores, com a oferta de novos produtos no mercado, também impulsiona a evolução do setor. De acordo com Emerson, o acompanhamento das tendências de mercado e das mudanças de hábitos da sociedade faz com que as empresas busquem adequação. “Com a necessidade de ganhar tempo sem perder qualidade na alimentação, muitos consumidores optam por produtos mais ricos em fibras, ou com menos açúcar e gorduras, por exemplo. A indústria tem lançado no mercado inúmeras opções para atender a essas necessidades e isso tem favorecido o crescimento do setor”, explica.
Contribuição histórica Desde o momento em que se juntaram para formar o Sindimassas, houve uma abertura das empresas maiores no sentido de dar força para as micro e pequenas. “Hoje elas possuem um bom conhecimento da legislação trabalhista, dos
deveres e direitos que toda empresa possui. Mas somente dentro do sindicato, de uma forma participativa, é que foi possível adquirir esse conhecimento”, destaca o presidente do Sindimassas. As constantes mudanças nas leis frequentemente pegam alguns empresários de surpresa. “Muitas vezes o pequeno empresário acaba tendo que atuar na área operacional também, e por isso não tem tempo de estar buscando conhecer essas novas leis. Mas se ele está participando do associativismo, ou seja, se a micro e pequena empresa vem tendo uma participação maior no sindicato, terá em tempo real as informações de seu interesse”, afirma Marely. Apesar de o sindicato ser relativamente jovem, já se podem registrar resultados positivos a partir de sua criação, pois mesmo sendo formado, na sua maioria, por empresas médias, micro e pequenas, elas estão em um nível de profissionalização maior, com um conhecimento ótimo da parte tecnológica, integrando missões para conhecer o que acontece fora de suas “quatro paredes”, antenadas com o que há de novo sobre a área de fornecedores e matérias-primas.
“O excesso de tributação, a burocracia e a legislação trabalhista inflexível são os principais motivos que afastam as micro e pequenas empresas da formalização” Luiz Cláudio Nogueira Muniz, ex-presidente 215
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“A partir do momento que os consumidores exigem mais qualidade nos produtos alimentícios, as empresas são obrigadas a se especializarem cada vez mais e a tendência é que se legalizem” Emerson Marely, presidente
O ex-presidente Alejandro Duenas aproximou o Sindimassas da Findes e as empresas associadas do sindicato, fortalecendo-o
Wellington Simões Villaschi, primeiro presidente
Emerson Marely, presidente atual
“A participação junto com as grandes empresas trouxe uma visibilidade muito grande, em todos os aspectos. Saímos daquele universo limitado. Mesmo quando a empresa não tem uma estrutura grande, já tem uma visão macro do mercado, de produto, de ingredientes e dos concorrentes”, destaca Emerson. Visando a ampliar a adesão ao associativismo, a Federação das Indústrias do Espírito Santo vem desenvolvendo um trabalho que ganhou reconhecimento nacional: o projeto “Dia DE Associar-se”,
em que mostra os benefícios, principalmente para os micro, pequenos e médios empreendedores, de participarem do sindicato. Com a certeza do crescimento gradativo, comprovado por dados locais e nacionais do setor, os empresários de todo o Estado vêm se comprometendo com investimentos na qualidade dos produtos e da gestão.
Luiz Cláudio Nogueira Muniz, ex-presidente, foi o responsável pela pesquisa que levantou o perfil do setor
Estímulo ao consumo Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) apontam que o Brasil, em 2012, foi o terceiro maior fabricante de macarrão do mundo. Os maiores consumidores per capita são a Itália, com 28 kg por habitante/ano, e a Venezuela, com 13 kg por habitante/ano. Ao todo, são fabricadas no país 30 tipos de macarrão, distribuídos entre: massas secas, que respondem por 84% do consumo, instantâneas, por 13%, e frescas, por 3%. E para estimular o consumo do alimento, a entidade incentiva as indústrias a divulgar o Dia Mundial do Macarrão, criado em 1995, durante o I World Pasta Congress (Congresso Mundial de
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Macarrão), realizado em Roma, que reuniu os principais fabricantes do mundo. Desde então, a data é celebrada em diversos países, com o objetivo de difundir os benefícios do macarrão e aumentar o consumo per capita. No Estado, a comemoração ocorre em 25 de outubro. O alimento, que ultrapassou as fronteiras do Oriente Médio, conquistou os italianos e hoje é sucesso também na mesa dos brasileiros, que anualmente consomem mais de um bilhão de quilos da massa, colocando o país em 12º lugar no ranking mundial de consumo do macarrão. Em 2012, as empresas de massas alimentícias faturaram R$ 6,2 bilhões, obtendo um aumento de 2% em relação a 2011, conforme dados da Abima, em parceria com a consultoria Nielsen.
Um futuro de crescimento Para os próximos anos, ser um sindicato cada vez mais forte, coeso, interessado em buscar o melhor para seus associados e para a população são metas que fazem parte do planejamento estratégico do Sindimassas, segundo o seu presidente. São objetivos relevantes até mesmo
para o desenvolvimento do Estado, pois irão gerar mais empregos e induzir uma economia mais forte, sustentada por empresas mais competitivas. Para trilhar esse caminho, as parcerias têm sido uma das experiências mais positivas do Sindimassas. “Estamos buscando parcerias com a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), com a Federação, e com o setor de panificação, por exemplo, que vem inclusive valorizando em muito os produtos capixabas”, disse o presidente. Mas um fator que poderia ajudar o setor, segundo Marely, seria a valorização dos produtos da terra pelos capixabas. “O público capixaba não traz aquele bairrismo que o faz ter uma preferência absoluta pelos produtos que sejam locais. O capixaba ainda não é como o mineiro, que diz que se o produto é de Minas, ele compra. O capixaba não exerce muito essa predileção pelo local onde o produto é fabricado. Talvez tenhamos que ter uma ação um pouco mais forte, conjunta, para massificar a questão do consumo do produto local. Da mesma forma como hoje é feito com o turismo da região de montanha e de praia”, disse. Para Marely, é preciso mudar essa cultura.
Sindimassas Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 - Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória ES CEP: 29.056-913 (27) 3334-5686 cas@findes.org.br www.sindimassas.com.br
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Sindicer
Trabalho pela transparência e respeito ao meio ambiente
O
Sindicato da Indústria da Cerâmica do Espírito Santo (Sindicer) nasceu do Sindicato da Indústria de Olaria da Região Centro-Norte do Espírito Santo (Sindiolaria), constituído em 2 de agosto de 1990 pelos empresários de cerâmica vermelha do centro-norte capixaba, com o objetivo de representar os interesses individuais e coletivos da categoria. A assembleia de criação da entidade foi realizada na sede da Delegacia da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) de Colatina. Além do fundador e primeiro presidente do sindicato, César Romero Simonassi, participaram do ato os demais integrantes da primeira diretoria: Jesus Roque Lubiana (vice-presidente), Antônio Hélio Chiaratti (1º secretário), Israel Simonassi (2º secretário), Idiomar Antônio Tonini (1º tesoureiro), José Joaquim Aliprandi (2º tesoureiro), Carlos Angusto Marino (suplente), José Carlos Gobbi (suplente), Nice Machado Kill (suplente), Hermes Simonassi (conselho fiscal), Alôncio Antônio Fabris (conselho fiscal), Henrique Wagner (conselho fiscal), Ednar Gatti (suplente), Argeu Meneghel (suplente) e Silas Gomes de Oliveira Neto (suplente). Além de representar os interesses da categoria, o Sindiolaria, hoje Sindicer, foi formado com o objetivo de defender os direitos das empresas, associadas ou não, em qualquer esfera do poder público, celebrar convenções coletivas de trabalho, eleger ou designar representantes da categoria em órgãos colegiados. O Sindicer, contando o tempo em que era Sindiolaria, é a mais antiga organização representativa da indústria de olarias do Estado. Com sede na Federação das Indústrias do Espírito Santo – Regional Colatina, representa a união dos empresários para juntos enfrentarem as dificuldades do mercado. Seu quadro de associados é composto por um total de 61 empresas, entre indústrias de blocos e telhas. O setor gera 3,5 mil empregos diretos e 7 mil indiretos. Segundo o primeiro presidente e fundador do sindicato, César Romero Simonassi, na época de criação da entidade, já existia um Sindicato das Indústrias de Cerâmicas de nível estadual e, no final dos anos 80,
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os ceramistas resolveram dividir o sindicato em sul e centronorte. A decisão foi tomada, de acordo com Simonassi, devido à distância entre as empresas e porque os problemas enfrentados entre a categoria das duas regiões eram distintos. Hoje ainda em processo de consolidação, o Sindicer representa a união de duas instituições, o Sindiolaria Norte e o Sindiolaria Sul. Essa unificação, segundo o atual presidente do Sindicer, Ednilson Caniçalli, vai tornar o sindicato mais forte para enfrentar as dificuldades e ter mais representatividade para pleitear recursos junto aos órgãos federais, estaduais e municipais. Simonassi destaca que, na época da criação da entidade, a situação econômica era boa para o setor, pois existia abundância de matéria-prima. Recordando as ações de sua gestão à frente do Sindicer, ele cita especialmente as conquistas registradas junto ao governo do Estado, como a redução de impostos, além de participações em feiras em nível nacional e visitas técnicas a empresas de outros estados. Mas o antigo presidente do sindicato
faz questão de destacar que, como principal ação, a entidade promoveu a relação de amizade entre os ceramistas daqui e de outros estados. Ele avalia como primordial a troca de informações entre os profissionais como a principal ferramenta de crescimento e fortalecimento do Sindicer. “Entre os impactos sobre a atividade econômica, na época de criação do sindicato, destaco o fortalecimento do setor, a modernização de maquinários, geração de conhecimentos, aplicação de novas técnicas e novos produtos, conscientização dos problemas ambientais e geração de empregos”, afirma Simonassi.
Visão de futuro Para Caniçalli, as perspectivas para a indústria de cerâmica do Espírito Santo são as melhores. “Vejo um caminho absolutamente seguro para a indústria cerâmica. Ela não corre o risco de ser substituída por produtos alternativos, pois compõe as principais características de salubridade de
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uma residência, que são conforto térmico e acústico. Precisamos manter a inovação tecnológica permanente, preservação do meio ambiente e qualidade dos produtos, e assim teremos um futuro garantido, sobretudo no Brasil”, relata. Em relação ao Sindicer, Caniçalli também prevê um futuro promissor, pois, a cada reunião, diz perceber o envolvimento dos empresários. Além disso, de acordo com o presidente, o sindicato está sendo profissionalizado de forma a dar transparência às suas ações e mais qualidade no atendimento aos associados. A preocupação com a questão da transparência leva o sindicato a pensar melhor a questão da imagem do setor, tanto nos processos internos quanto externos. “Nossos planos são de fortalecer
a imagem do segmento de cerâmica capixaba, licenciar todas as empresas do ramo, fortalecer parcerias em projetos sustentáveis, estimular a certificação dos produtos cerâmicos, fortalecer e estabelecer parcerias estratégicas”, diz Caniçalli. Além disso, o presidente pretende interferir positivamente para a melhoria nas regras tributárias, trabalhistas e fiscais do setor, fortalecer o associativismo e a realização de ações coletivas, bem como promover a integração das empresas do norte com as do sul do Estado. “Queremos estabelecer um programa de formação continuada dos colaboradores e empresários, contribuir e estimular, através do Sistema Findes, a adequação das empresas em tecnologia, meio ambiente, normas, segurança no trabalho e outras”, ressalta.
“Entre os impactos sobre a atividade econômica, na época de criação do sindicato, destaco o fortalecimento do setor, a modernização de maquinários, geração de conhecimentos, aplicação de novas técnicas e novos produtos, conscientização dos problemas ambientais e geração de empregos” César Romero Simonassi, ex-presidente 223
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“A partir do momento que se substitui a ideia de concorrência pela de parceria, é criado um ambiente sinérgico, onde a soma das partes resulta em uma alternativa benéfica a todos” Ednilson Caniçalli, presidente
César Romero Simonassi, primeiro presidente
Em suma, o objetivo do Sindicer é ser reconhecido como um sindicato forte e atuante por sua liderança no processo de crescimento e desenvolvimento da indústria de cerâmica.
Associativismo Ednilson Caniçalli fala também sobre a importância do associativismo. Juntas, as empresas se tornam mais fortes e, dessa forma, tomam ações que facilitam as soluções de problemas comuns, transformando-os em novas oportunidades. “A partir do momento que se substitui a ideia de concorrência pela de parceria, é criado um ambiente sinérgico, onde a soma das partes resulta em uma alternativa benéfica a todos”, defende Caniçalli. O dirigente destaca também que o fato de o Sindicer estar organizado em entidade sindical e filiado à Findes é de extrema importância, pois há representatividade junto aos órgãos públicos das três esferas.
Ednilson Caniçalli, presidente atual
Dificuldades do setor Apesar de muitos avanços e vitórias a comemorar, o setor de cerâmica ainda enfrenta problemas. Por exemplo, mesmo com a maioria das empresas estando enquadradas no Simples, os impostos continuam elevados, e a dificuldade em repassar os custos para o consumidor inibe o potencial de crescimento dos negócios. Há também, de acordo com Caniçalli, os problemas com a legalização das áreas de extração de argila. Os órgãos estaduais e federais chegam a demorar até 10 anos para liberar para os empresários a permissão para extrair matéria-prima. Isso desestimula os investimentos das empresas, trazendo prejuízos a todos, aponta o presidente. Para superar as dificuldades do setor, o Sindicer busca sempre manter um diálogo aberto e desenvolver trabalhos em parceria com o Ministério Público Estadual (MPES), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Ibama, Iema,
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Idaf, Polícia Ambiental, prefeituras e empresas do segmento. O Sindicer também está desenvolvendo um trabalho de conscientização junto aos empresários sobre a importância da legalização. E busca parcerias para simplificar os licenciamentos ambientais. Além disso, orienta os associados a automatizarem seus processos para suprir a falta de mão de obra no setor.
Ações Entre suas ações, o Sindicer participa diretamente do projeto ECCO, da Associação Ecológica do Canaã, composto majoritariamente por indústrias de cerâmica. A iniciativa tem o objetivo de promover a conservação, a preservação e a recuperação do meio ambiente por meio de ações como o plantio de árvores
nativas frutíferas e construção de caixas secas e barragens, entre outras ações. O sindicato também participa da recuperação de 50 nascentes da região de Colatina em parceria com o Ministério Público Estadual e o Instituto Terra. Desde que ssumiu a presidência da entidade, em meados de 2012, Caniçalli já promoveu a participação de missões de empresários associados ao 41º Encontro de Cerâmica Vermelha, à 15ª Expoanicer, exposição de máquinas e equipamentos para a indústria cerâmica, e à Feicon, em São Paulo, fato que enumera entre as principais realizações de sua gestão, a contratação de um executivo em tempo integral para atender às demandas dos filiados, assessoria jurídica e de marketing para concluir o planejamento estratégico 2012/2015.
Sindicer Sindicato da Indústria de Cerâmica do Estado do Espírito Santo Rod. Gether Lopes de Farias, Km 02, s/nº, São Silvano, Colatina, ES CEP 29705-200 (27) 3721-3499 sindicer.es@gmail.com www.sindicer-es.com.br
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Sindinfo-ES
Empresas de TI se fortalecem com adesão ao associativismo
O
Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo surgiu em 1991, a partir da iniciativa de dez empresas, que sentiram a necessidade de aglutinar os empreendimentos do setor em prol de uma maior organização. A criação da entidade, em janeiro daquele ano, deu início a uma nova era para um segmento em que, até então, cada qual tinha seu interesse isolado, faltava conhecimento de leis, administrativo e jurídico, num ambiente de grande desarticulação. A partir da formação sindical, as necessidades da classe, como os acordos coletivos dos empregados, por exemplo, começaram a ser atendidas conjuntamente. Depois de alguns anos, o sindicato filiou-se à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), dando maior representatividade ao setor no mercado interno e nacional e favorecendo uma rápida evolução. Esta avaliação é do primeiro presidente da entidade, Carlos Fernando Zaché. Ele conta que a abertura do mercado capixaba para as empresas de informática deu-se através das grandes indústrias que se instalaram no Espírito Santo, como a Vale, Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST, atual ArcelorMittal Tubarão) e Aracruz Celulose (atual Fibria). A princípio, elas montaram suas próprias estruturas de Tecnologia da Informação (TI), com ferramentas adquiridas da IBM, que praticamente monopolizava o mercado na época. Segundo Zaché, as indústrias cresceram e acabaram por criar estruturas gigantescas, numa era em que a velocidade e a flexibilidade eram dois requisitos-chave para se posicionar bem nesse campo. “Muitas delas começaram a compreender que a solução de seus problemas – melhoria de qualidade de seus produtos e mais competitividade, por exemplo – não estava apenas na tecnologia. Era preciso a conjunção de três elementos – tecnologia, processo e organização”, disse. Foi o ponto de partida para o crescimento e a organização das empresas de informática, quando teve lugar uma onda de terceirização da área no Estado. Surgiram os chamados “birôs de informática” (empresas
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Diretoria do Sindinfo-ES (2010-2013)
prestadoras de serviços de TI), que passaram a fornecer seus trabalhos de forma terceirizada, atendendo às necessidades dessas grandes indústrias. Os birôs de serviços eram empresas que tinham infraestrutura capaz de importar e oferecer tecnologia para processamento de dados. “Eles foram importantes para reduzir os elevados custos que as empresas tinham para construir centros de processamento de dados próprios”, registra o primeiro presidente do Sindicato da Informática do Estado. Diante das transformações no mundo da tecnologia, foi o “pulo do gato”. Na história do setor em terras capixabas, Carlos Zaché cita que dois acontecimentos foram fundamentais para facilitar o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado local de informática, o que somente ocorreu após a grande participação do sindicato junto à Findes: a abertura às importações de equipamentos de tecnologia (com o fim da chamada “reserva de mercado”) e a chegada dos microcomputadores, que motivaram um grande incentivo da Federação para que esses negócios de pequeno porte se estabelecessem. Esses dois fatores fizeram uma grande mudança. O Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo nasceu usando a sigla Sinfes. Dois anos depois, ganhou nova
direção, assumindo Osvaldo Lofego. De 1991 até o ano de 2007, foram feitas duas alterações na razão social da entidade, mudando, em 1994, para Sindicato da Indústria da Informática (hardware e software, robótica, manutenção e desenvolvimento de software, atividades correlatas, similares e conexas no Estado do Espírito Santo – Sindinformática) e, em 2008, rebatizado como Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo – Sindinfo-ES. A participação desses dois primeiros dirigentes foi muito importante para a evolução da entidade, segundo garante o atual presidente do Sindinfo-ES, Benízio Lázaro. Ele lembra que devido à recente organização das empresas de informática do Estado, houve certa diferença do segmento em relações aos outros: “A luta pelo reconhecimento do setor é bem recente”, disse. Hoje o Brasil tem o sétimo maior mercado interno de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do mundo, representando 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com faturamento de US$ 165,7 bilhões (dados de 2010), segundo o Ministério do Planejamento. E este mercado poderá colocar o país numa posição ainda mais privilegiada, já que a indústria brasileira tem porte, conhecimento técnico e capacidade inovadora suficiente para ocupar um lugar ainda melhor. Falando sobre a importância da atividade para a economia capixaba, Benízio Lázaro aponta que em 2010 o volume de recursos movimentado pelo setor no Estado foi de US$ 1,7 bilhão, aproximadamente. Em nível nacional, levantamentos parciais feitos pelo Ministério do Planejamento do Governo Federal mostram que o país movimentou US$ 233 bilhões em 2012, sendo US$ 123 bilhões em TI e US$ 110 bilhões em comunicação.
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Mas a evolução do setor de informática não foi somente financeira. No Estado, o Sindinfo-ES realiza treinamentos, cursos, assessoria e consultoria, com diversos projetos em vigor que sofrem modificações e melhorias a cada ano.
Resgate da área Na mesma velocidade em que se dão as novidades dentro do meio, houve um avanço significativo nos últimos seis anos no setor sindical, segundo Benízio Lázaro. “Foi graças a um trabalho de resgate do sindicato. No início, eram apenas dez empresas, mas hoje já somamos 675 organizações filiadas, e o objetivo é atrair cada vez mais organizações para o Sindinfo-ES”, ressalta. Além de contribuir para o desenvolvimento e a maturidade das empresas sobre aspectos do associativismo, com informações de interesse coletivo, o Sindinfo-ES vem proporcionado serviços aos empresários ligados à Findes, com programas de capacitação para líderes e executivos para melhor atuarem em prol dos interesses dos negócios que representam. Para desenvolver a excelência na administração, as filiadas ao Sindinfo-ES vêm demonstrando um alinhamento de estratégias e processos a fim de fazer crescer o setor internamente e obter o reconhecimento nacional para os produtos capixabas desenvolvidos
na área. “E este é um dos importantes trabalhos visando a assegurar um sistema sindical mais forte e representativo”, afirma o presidente do Sindinfo-ES. O vice-presidente do sindicato, Luciano Raizer, informou que em 2011 uma pesquisa foi feita para se ter a realidade do setor no Estado. “Tínhamos que definir um planejamento estratégico para a Sindinfo, mas não sabíamos, de fato, quantas empresas faziam parte do setor, qual o porte, quantos pontos de venda, ou quantas lan houses e quantas empresas desenvolviam softwares. Só com esta pesquisa é que ficamos sabendo que das mais de 2.000 empresas de informática, cerca de 600 desenvolviam softwares, que é o foco do Sindinfo. Conseguimos então dados importantíssimos para desenvolver ações para o setor”, explicou . E garantiu que essa pesquisa, que teve o apoio do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e Sebrae, será reeditada a cada dois anos.
“Quando existe uma organização, existe mais facilidade para atuação dos empresários. Esse é o poder do associativismo” Benízio Lázaro, presidente 231
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Carlos Fernando Zaché, primeiro presidente
Osvaldo Lofego, segundo presidente
Benízio Lázaro, presidente atual
As empresas contam com apoio na melhoria da gestão e várias já são certificadas pela ISO e pelo Prodfor, que é o Programa Integrado de Desenvolvimento de Fornecedores. Atualmente, um grupo de empresas está se preparando para conquistar a certificação ISO 29110, uma norma internacional específica para empresas de desenvolvimento de sistemas, voltada para projetos de software. Essa norma visa a aumentar a qualidade da produção do setor de desenvolvimento de softwares de micros e pequenas empresas. Dentro do planejamento estratégico, constatou-se que mais de 95% das empresas de TI são de micro e pequeno porte. “Precisávamos transmitir para o mercado confiança. E existem normas internacionais para processar e desenvolver os softwares. Com o apoio da Universidade de São Paulo (USP) do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e do Sindinfo-ES, dez empresas estão trabalhando para serem certificadas na ISO 29.110”, comemorou Raizer.
“Além da segurança de estar implementando na sua entidade um sistema de informação desenvolvido por um processo com um selo de qualidade de prestígio mundial, em breve a população em geral terá sistemas de informação com muito mais qualidade, partindo da produção de software produzido por empresa capixaba certificada”, aponta Lázaro. E a previsão é que em julho essas empresas sejam certificadas. “Sendo certificadas, serão a primeira turma do mundo com o ISO 29110. Com a busca permanente por mais organização, já conseguimos chegar a este nível”, comemora o presidente do Sindinfo-ES, entidade que tem dado todo o apoio aos empreendedores envolvidos. “As empresas associadas que estão fazendo a certificação ISO 29110, além de se beneficiarem da organização do seu processo produtivo, tiveram o subisídio do sindicato, equivalente a um ano em meio da taxa associativa”, revela o presidente. A seu ver, as organizações de tecnologia da informação capixabas seguem uma
trajetória de conquista da consolidação da sua importância no cotidiano das empresas, do governo e das famílias. “Hoje o governo reconhece o Sindinfo-ES, sabe que é uma entidade que trabalha com seriedade em prol do crescimento do Estado e das empresas. A Secretaria de Ciência e Tecnologia está sempre aberta aos nossos pleitos. E quando solicitamos algo, temos voz no governo do Estado. Podemos citar como exemplo a nossa participação no projeto de criação do Parque Tecnológico do Espírito Santo”, destacou Benízio Lázaro. O governo capixaba anunciou que, em breve, o Espírito Santo terá um parque tecnológico de grande capacidade produtiva, dezenas de cidades interligadas ao Plano Nacional de Banda Larga e um laboratório para atendimento múltiplo a diversas áreas do conhecimento: o Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (Cepid), investimentos que tornarão o Estado mais competitivo e em melhores condições para exportar conhecimento.
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Na análise de Benízio Lázaro, o Espírito Santo tem potencial para evoluir muito na área de tecnologia. Ele avalia que foi trilhado um longo caminho para até se conseguir o reconhecimento do setor no Espírito Santo, mas que, apesar de todos os avanços, ainda há um longo percurso a seguir. O rumo tomado pela entidade é o de sempre estar atraindo mais associados, fazendo a classe empresarial entender o verdadeiro significado do associativismo. “Quando existe um sindicato e ou uma Federação organizada, existe uma facilidade maior ou uma dificuldade menor, a ser enfrentada pelos empresários. Esse é o poder do associativismo. Você consegue juntar forças para reivindicar aquilo que almeja”, disse Lázaro, acrescentando que ser associado só traz vantagens. A evolução no setor de informática é muito grande e rápida. Até pouco tempo, havia a necessidade do reconhecimento da entidade, dentro do planejamento sindical. Hoje, as empresas almejam reconhecimento em nível nacional e até internacional, com a instituição da certificação de qualidade do software capixaba.
Desafios e futuro No Espírito Santo, o mercado de TI está se articulando e ampliando a capacidade de organização para reivindicar suas demandas. Nesse campo, entra em cena a contribuição da Findes, que por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) deve iniciar, ainda em 2013, a formação de técnicos em Desenvolvimento de Software. O governo do Estado também vem acolhendo muitas demandas do segmento, através do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (Proedes), que aponta como um de seus principais eixos a inovação. Com tantas iniciativas voltadas para a área, novas oportunidades se abrem e garantem a expansão do mercado de TI para as empresas do Espírito Santo, que têm assim um horizonte promissor.
Sindinfo-ES Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 - Ed. Findes 3º andar, Santa Lúcia-Vitória-ES CEP: 29.056-913 (27) 9841-9371 (27) 3343-0650 secretaria@sindinfo.com.br www.sindinfo.com.br
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Sindipapel
Tempo de renovação para enfrentar desafios futuros
C
om 19 anos de existência, o Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Espírito Santo (Sindipapel), fundado em 4 de novembro de 1994, representa um setor que conta com dez empresas associadas em todo o Estado. Defender os interesses individuais e coletivos da categoria, das indústrias de papel e celulose perante as autoridades administrativas e judiciárias é uma das principais atribuições do sindicato, além de primar pelos direitos das empresas, associadas ou não, em qualquer esfera do poder público e celebrar contratos coletivos de trabalho. A primeira diretoria do sindicato foi formada por: Carlos Augusto Lira Aguiar (presidente), Humberto Adolpho Bucher (vice-presidente), Marcio Aurélio Gribel Montoni (secretário) e Ennio Edmyr Modenesi Pereira (tesoureiro). José Bráulio Bassini (à época, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes e que se tornou conselheiro do sindicato), atual presidente do Sindipapel, conta que participou de todo o processo de criação da entidade. “O sindicato só poderia ser filiado à Federação se representasse 25% da atividade do setor, e não tínhamos isso. Então, procuramos a Aracruz Celulose para se filiar e ajudar a atender à exigência. Conseguimos isso em 1994, ano em que o sindicato também foi reconhecido como entidade patronal”, lembra Bassini. O Sindipapel oferece assessoria jurídica e serviços do Sistema Findes, além de defender a convenção coletiva de trabalho. Tem como função apoiar as empresas associadas, representar seus interesses em todas as instâncias públicas, bem como promover a difusão de conhecimento para a melhoria da competitividade entre os filiados. Identificar as oportunidades de investimento e negócios e orientar para a capacitação gerencial e tecnológica das empresas estão entre os seus principais objetivos.
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Além disso, a entidade encaminha soluções para problemas que possam impedir o crescimento das associadas, tanto na área jurídica, envolvendo as legislações trabalhistas, tributária e ambiental, quanto na atualização tecnológica, que ameacem restringir a competitividade. O sindicato ainda representa seus filiados nos conselhos e fóruns afins e busca participar na formulação de leis ou políticas econômicas que de algum modo afetem o setor. O Sindipapel integra o Sistema Nacional de Indústria, através da sua filiação à Findes, com o que credencia as empresas associadas a desfrutar dos benefícios e serviços disponibilizados pelo Sistema.
História Relembrando os 17 anos em que esteve à frente do Sindipapel, Carlos Augusto Lira Aguiar conta que o sindicato foi criado por um grupo de empresas do setor de celulose e papel e liderado,
por um bom tempo, pela então Aracruz Celulose, hoje Fibria, maior empresa do setor no Estado. “Sendo a Aracruz uma das mais importantes empresas do Estado, não poderia ficar fora da Federação. Além disso, o Estado atravessava momentos difíceis em sua economia, chegando ao ponto de, em alguns momentos, sequer conseguir pagar a folha de salários de seus servidores. Então, precisava da iniciativa privada, de uma maior união e visão estratégica para redirecionar seus esforços e recursos na direção de promover o desenvolvimento, resolver sua crise financeira e abrir as portas do Espírito Santo para os investimentos”, relembra Aguiar. O pequeno número de empresas filiadas ao Sindipapel não requeria da recémformada entidade sindical uma atuação muito focada, e assim o sindicato podia se voltar para algumas ações estratégicas, que visassem às mudanças de que o Espírito Santo necessitava para se desenvolver. “Naquele momento, tanto a Aracruz quanto o Sindipapel e a própria Findes tiveram um papel importante no desenvolvimento dos fornecedores locais, tendo plantado a semente do que veio a ser depois o Programa Integrado de Desenvolvimento de Fornecedores (Prodfor)”, cita Aguiar. Para o ex-presidente, sem dúvida, o Prodfor inseriu muitas empresas pequenas e médias nos grandes projetos industriais do Estado, principalmente aqueles provenientes das grandes companhias, preparando técnica e financeiramente esses médios e pequenos negócios para o crescimento. “Hoje, muitas delas fornecem para fora do Estado e até do país. Esse modelo está até mesmo sendo exportado para outros estados do país”, destaca Carlos Aguiar.
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Mas na história do Sindipapel não estão incluídas só conquistas, segundo o ex-presidente. Ele conta que a entidade ainda enfrenta alguns problemas e precisa de renovação para vencer novos desafios que o Estado apresenta, especialmente depois das perdas do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), royalties do petróleo e possivelmente das alterações na lei do ICMS. “Diante dessas mudanças, o Sindipapel tem de pensar em outros produtos provenientes das florestas plantadas, que trarão inovações tecnológicas para o nosso Estado. Talvez tenha de se renovar ampliando sua visão e seu leque de atuação”, aponta o ex-presidente. Bassini, por sua vez, ratifica que a situação econômica na época de criação do sindicato não era das melhores, mas que, em contrapartida, a Aracruz era a maior exportadora de celulose no Estado e tinha um forte peso econômico, pois contava com um grande número de funcionários. “O sindicato trabalhou basicamente no
sentido de difundir a atividade de papel e celulose. Na área da celulose era mais difícil, mas na área do papel as coisas fluíram. O investimento na área de celulose era muito grande, mas na área do papel era e ainda é um pouco mais baixo, pois as empresas são menores”, diz o atual presidente do Sindipapel.
Conquistas e novos desafios No que se refere a associativismo, Carlos Aguiar é enfático ao afirmar que, sem dúvida, os sindicatos têm um papel importante na sociedade e como representantes de empreendedores. “É preciso ter uma visão mais holística e mesmo política da situação do Estado e do país, buscando se renovar, ouvir melhor a sociedade, lutar pelo aumento da produtividade da mão de obra, pela ética nos negócios, pela sustentabilidade e pela visão estratégica e de longo prazo, para assim poder ajudar a encontrar soluções verdadeiras para os atuais problemas
“Estamos trabalhando para conscientizar os empresários da importância do associativismo, para fortalecer o setor” José Bráulio Bassini, presidente 239
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“O Sindipapel tem de pensar em outros produtos provenientes das florestas plantadas, que trarão inovações tecnológicas para o nosso Estado. Talvez tenha de se renovar ampliando sua visão e seu leque de atuação” Carlos Aguiar, ex-presidente
Carlos Aguiar, primeiro presidente
José Braulio Bassini, presidente atual
do Espírito Santo e do Brasil”, ressalta o ex-presidente. Sem dúvida, o associativismo é importante para o crescimento de todo e qualquer setor. Por isso, o atual presidente do Sindipapel destaca que a entidade vem implementando um programa criado pela Findes, o “Dia DE Associar-se”, para melhorar seus resultados. “Temos dificuldade em aumentar o número de associados, mas estamos tentando aproximar as empresas do setor, pois temos a certeza de que trabalhar sozinho é péssimo”, afirma Bassini. O projeto é resultado da união entre Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes, presidentes e executivos dos sindicatos, diretores regionais da Findes, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Bandes, Aderes, Banestes e
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES). A principal meta do evento é o fortalecimento econômico, através do associativismo. “Estamos trabalhando para conscientizar os empresários da importância do associativismo, para fortalecer o setor”, enfatiza o atual presidente. Entre as conquistas alcançadas por meio do associativismo, Bassini cita os Contratos de Competitividade assinados entre sindicatos e governo do Estado. “Isso só foi possível por meio dos sindicatos. As empresas sozinhas não conseguiriam isso. Já foram firmados mais de 20 contratos. Há uma guerra para suspender os incentivos dos contratos, mas as liminares estão sendo cassadas. Somos fracos juntos, mas vamos ser muito mais fracos isoladamente”, afirma. Afastada desde 2009 por diferenças de ideologia, a Fibria, grande mantenedora do Sindipapel anteriormente, pretende
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voltar para o sindicato, afirma Bassini. Segundo ele, quando a empresa participava do grupo, eram desenvolvidas diversas ações, inclusive sociais, na sede da própria companhia, que conta com 10 mil empregados e movimenta em torno de R$ 6 bilhões por ano no Estado. E para atender a uma das sugestões da Fibria para retornar ao sindicato, o nome do Sindipapel deve mudar. “A ideia é de incluirmos florestas industriais no nome do sindicato, pois entendemos que esta é uma atividade industrial, e não agrícola. Assim, teremos uma abrangência maior”, avalia Bassini.
Meio ambiente Como a Fibria é a maior empresa do setor no Estado, suas metas
influenciam diretamente o segmento de celulose. Entre algumas ações traçadas pela empresa, está a otimização do uso dos recursos naturais para reduzir em um terço a área necessária para a produção de celulose. A ideia é aumentar a produtividade de 10 toneladas de celulose/ hectare/ano, em 2011, para 15 toneladas/ hectare/ano, em 2025. Proteger a biodiversidade é outra meta para promover a restauração ambiental em 40 mil ha de áreas próprias, entre 2012 e 2025. E elevar a ecoeficiência para reduzir em 91% a quantidade de resíduos sólidos industriais destinados a aterro. Essas ações, certamente, refletirão em benefícios para o Sindipapel, porque trarão benefícios ao meio ambiente e servirão de exemplo para as demais empresas do setor.
Sindipapel Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053- Ed. Findes 3° andar – Santa Lúcia/Vitória ES CEP: 29056-913 (27) 3334-5686 cas@findes.org.br www.sindipapeles.com.br
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Sindiplast-ES
Exemplo de união bem-sucedida
O
Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo (Sindiplast-ES) foi fundado por Fernando Antonio Vaz, industrial do ramo de embalagens flexíveis, cuja empresa, a Polydomus Ind. e Com. de Embalagens Ltda, foi implantada em 1973 no Civit 1, na Serra, entrando em atividade em 1974. Criada inicialmente com o nome de Sindiplas, a entidade surgiu em resposta à necessidade da indústria do ramo de assegurar a sua representatividade no mercado. Fernando Vaz sempre acreditou no associativismo como uma importante ferramenta de defesa dos interesses empresariais, mas, na época, não havia em nenhum dos sindicatos afiliados à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) possibilidade de enquadramento sindical que autorizasse a filiação da Polydomus. Assim, a solução deveria passar pela fundação de um novo sindicato, fato que se concretizou pouco tempo depois. A principal dificuldade estava em reunir a quantidade mínima necessária de empresas do setor para formar um sindicato, visto que a indústria plástica no Espírito Santo resumia-se a apenas três organizações, o que inviabilizava a iniciativa. “Como se não bastasse, havia uma desconfiança entre os empresários, todos neófitos, de que criar o sindicato pudesse favorecer a intromissão nas práticas individuais de cada empresa e onerar salários”, lembra Fernando Vaz. O problema foi contornado com a ampliação da base empresarial, incluindo o ramo da fibra de vidro (fabricantes de piscinas e outros artefatos de fiberglass). Em seguida, Fernando Vaz e Francisco Andara, na ocasião advogado da Findes, fizeram visitas aos empresários relutantes, divulgando as vantagens do associativismo e o fortalecimento das empresas ligadas ao sindicato, que passariam a ter representatividade na Findes, além de usufruir de todos os benefícios gerados pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Valeu a pena todo o esforço. Fernando Vaz foi eleito por aclamação como primeiro presidente do Sindiplas, em 1987 e, algum tempo depois, recebeu em solenidade na Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), presidida na ocasião pelo industrial Hélcio Rezende Dias, a Carta Sindical, entregue pessoalmente pelo então Ministro do Trabalho, Almir Pazzianoto. Em 1991 o Sindiplas com apoio da Findes, do Senai-ES e do Senai-SP,
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promoveu com duração de dois dias, o primeiro curso voltado para o operário da industria de material plástico em nosso Estado. Onze anos após, frente ao interesse de ampliar a base sindical da Findes e havendo já uma grande concentração de empresas de embalagens plásticas no Espírito Santo, Fernando Vaz funda, em 1998, o Sindiembalagens - Sindicato da Indústria de Embalagens e Tubos Flexíveis, Frascos e Componentes, Artefatos Injetados e de Fibra de Vidro. Vaz permaneceu no cargo por dois mandatos. Em julho de 2009, o então presidente já empossado há um ano, Leonardo de Castro, fundiu o Sindiplas com o Sindiembalagens, dando origem ao Sindiplast-ES. E uma das ações do planejamento estratégico da gestão de Castro foi aumentar o número de associados, quando iniciou-se um trabalho de visitação às empresas. O projeto de atrair novas indústrias foi sendo aprimorado com o tempo e permanece ativo até os dias de hoje.
Conquistas alcançadas O fortalecimento do setor de transformados plásticos do Espírito Santo deve-se, em grande parte, à reestruturação
Diretoria do Sindiplast-ES (2013-2016)
do Sindiplast-ES. Com um trabalho contínuo de estímulo à participação, o sindicato aumentou a sua base de 16 associados, em 2009, para 62, em março de 2013. Essa ampliação se deu, inclusive, no interior do Estado, com o Sindiplast-ES participando do “Dia DE Associar-se” em diversos municípios. A atual diretoria do Sindiplast-ES tomou posse no dia 22 de abril de 2013, com os empresários Neviton Helmer Gasparini na presidência e Hudson Temporim Moreira na vicepresidência. Segundo Gasparini, os três pilares de atuação da gestão são: defesa da imagem do plástico, desenvolvimento de mercado e capacitação. Também o relacionamento com o poder público vem sendo trabalhado. “O diálogo do Sindiplast-ES com o Governo do Estado do Espírito Santo fez com que as indústrias de transformados plásticos capixabas alcançassem aquela que é considerada a maior vitória da gestão do meu antecessor, Leonardo de Castro (2009/2013): a revisão do Contrato de Competitividade do setor”, destacou Neviton Helmer Gasparini. Após aproximadamente quatro anos de conversações, o decreto foi publicado no dia 27 de dezembro de 2012, com validade até 31 de dezembro de 2024. Com a revisão, o governo estadual equalizou a carga tributária (ICMS) do segmento no Espírito Santo com a dos estados vizinhos e desonerou os investimentos em máquinas e equipamentos. Isso permite que as empresas capixabas de embalagem de material plástico, papel e papelão e da indústria de reciclagem plástica, papel e papelão concorram em condições de igualdade com as de outros estados. Para usufruir dos incentivos, o novo Contrato de Competitividade do setor exige contrapartidas, como investimentos em capacitação de mão de obra, em gestão da qualidade e em inovação, entre outras determinações. Ações também foram promovidas no sentido de aumentar a visibilidade do setor,
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como, por exemplo, a criação do Dia do Plástico. O evento, que teve sua primeira edição em 2009, evoluiu e passou a ser realizado durante toda uma semana, tendo sido rebatizado com o nome de Semana do Plástico ES. A programação oferece palestras e outros recursos para capacitar os trabalhadores e valorizar a responsabilidade socioambiental.
Capacitar para crescer Por meio do Programa Capixaba de Desenvolvimento do Setor de Transformação de Plástico (Proplástico), o sindicato dedicou-se à formação de mão de obra básica; à capacitação de operadores, líderes e supervisores; e à
criação do projeto da Escola do Plástico, um centro para a formação técnica continuada de mão de obra para o setor cujo projeto, que prevê investimentos de R$ 4 milhões entre equipamentos e infraestrutura, já está no orçamento da Findes e deverá ser instalado na Serra. A escola será capaz de qualificar cerca de 800 profissionais por ano. Segundo o atual presidente, para atuar em frentes específicas foram instituídos o Comitê de Recursos Humanos e a Comissão de Negociação com o sindicato laboral. “Queremos promover o conhecimento e estimular a capacitação e a competitividade das empresas. Vamos manter e firmar parcerias, por meio do Comitê de RH, para a oferta de cursos
“Havia uma desconfiança entre os empresários, de que criar o sindicato pudesse favorecer a intromissão nas práticas individuais de cada empresa e onerar salários” Fernando Vaz, ex-presidente 247
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Foto: Márcio Auriema
O Sindiplas é, até então, o único sindicato patronal capixaba, cujo presidente recebeu a Carta Sindical diretamente das mãos do Ministro do Trabalho, na ocasião, Dr.Almir Pazzianotto Pinto
“Hoje, tenho cada vez mais certeza de que o associativismo torna-se mais e mais necessário para a conquista de resultados, desempenhando um papel ativo na condução da sociedade” Neviton Helmer Gasparini, presidente
Fernando Vaz, primeiro presidente
Neviton Helmer Gasparini, presidente atual
específicos para a área, de acordo com as principais demandas das associadas”, sublinha Neviton Helmer Gasparini. Outro trabalho do sindicato é o de promoção ao aumento da integração com a indústria local, fomentando novos negócios. Assim foi criado o Encontro de Negócios, a fim de dialogar com as principais cadeias de clientes. Outras propostas deverão ser colocadas em prática, como a realização de compras conjuntas.
O Sindiplast-ES também articulou, nesses anos, a participação de empresários em missões técnicas em busca de novas tecnologias, experiências e negócios. Foram realizadas visitas a feiras internacionais na China, na Alemanha e nos Estados Unidos; em eventos nacionais, como a Brasilplast, a Fispal e a Feiplastic; e em eventos locais, como a Super Acaps Panshow. Em maio de 2013, mais um grupo de empresários partiu rumo à China, para participar da Chinaplas 2013 e visitar empresas do setor no país.
Valor do associativismo
Sérgio Rogério de Castro criador do Programa Capixaba de Desenvolvimento do Setor de Transformação do Plástico (Proplástico)
Mensalmente, o Sindiplast -ES promove reuniões itinerantes, a cada vez em uma empresa associada, ocasião em que os empresários conhecem novos parques industriais, discutem projetos e articulam ações conjuntas para fortalecer o setor. Integração também é o objetivo do Almoço Informal, realizado mensalmente em diferentes municípios para discutir os projetos e desafios do setor em um ambiente agradável e descontraído.
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Projetos integrados Outros projetos do Sindiplast-ES vêm marcando as diversas gestões da entidade. Um deles é cultural e tem por foco a campanha em defesa do descarte correto dos plásticos, que deve ser encarado por meio da educação, da estruturação de uma coleta seletiva eficaz e do incentivo à indústria de reciclagem, que atualmente processa cerca de 10 mil toneladas/ano no Espírito Santo mas que possui um potencial muito maior. Um projeto de interesse, a ser implantado coletivamente, foi apresentado pelo Sindiplast-ES à classe empresarial: é o Acordo Setorial de Sistema de Logística Reversa. Esse convênio cria normas para a destinação correta de embalagens plásticas no Espírito Santo. O documento foi apresentado em um evento na Findes, no início do ano, e propõe uma alternativa coletiva que atende à Política Nacional de
Resíduos Sólidos e inclui a participação econômica de cada um, sempre calculada sobre a quantidade de embalagens produzidas pelas empresas. O Sindiplast-ES dedicou-se também à elaboração de um planejamento estratégico e à criação de um grupo de empresas mantenedoras, que fortalecem a estrutura sindical. Segundo Neviton Helmer Gasparini, todo esse trabalho é por acreditar que o associativismo é o caminho do sucesso para as empresas. “Hoje, tenho cada vez mais certeza de que o associativismo torna-se mais e mais necessário para a conquista de resultados, desempenhando um papel ativo na condução da sociedade. Foi o associativismo que fez com que o setor de Transformados Plásticos do Espírito Santo se tornasse mais forte e preparado para competir no mercado”, concluiu o presidente.
Sindiplast-ES Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes 3° andar – Santa Lúcia, Vitória, ES CEP: 29.056-91 (27) 3334-5922 sindiplastes@sindiplastes.org.br www.sindiplastes.org.br
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Sindibores
União traz força para o setor da borracha
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Sindicato da Indústria da Borracha e da Recauchutagem de Pneus no Espírito Santo (Sindibores) foi criado no dia 3 de novembro de 1999, quando proprietários, sócios e gerentes das empresas que atuam no segmento se reuniram na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para deliberar sobre o assunto. Visando à solidariedade e ao desenvolvimento econômico e social, o Sindibores surgiu para representar a categoria e todas as empresas que exercem atividade na área de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, recondicionamento e renovação em borracha. E foi no dia 17 de novembro de 2000 que o sindicato recebeu sua certidão de registro junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, adquirindo oficialmente sua personalidade sindical. A partir da missão de representar e defender os interesses da indústria da borracha do Espírito Santo, o Sindibores tornou-se referência na sua área de atuação como organização sindical, fortaleceu-se e hoje representa 89 empresas no Estado, gerando aproximadamente 3 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. A movimentação financeira do setor é de cerca de R$ 200 milhões ao ano.
História O empresário Marcondes Caldeira participou de todo o processo de criação da entidade. Segundo presidente do sindicato, ele conta que foram muitas as dificuldades enfrentadas até que o Sindibores conquistasse realmente o reconhecimento do mercado. “Inicialmente, foi criado o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Borracha e Recauchutagem de Pneus (Sindiborracha), cujo primeiro presidente foi Hércules Belatto dos Santos. A partir daí, surgiu a necessidade de criarmos um sindicato patronal. Então, criamos o Sindibores”, lembra.
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Marcondes ressalta que a principal motivação para constituir um sindicato foi criar um ambiente propício à negociação entre trabalhadores e empregadores, já que ainda não existia uma entidade para tratar desse assunto. “Esse movimento todo foi antes de 1999. Até chegar à assembleia de criação do Sindibores, foram feitas muitas reuniões. Acho que levamos mais ou menos um ano e meio discutindo o assunto. É como se fosse uma gestação, e a ata da assembleia fosse a certidão de nascimento”, compara. O ex-presidente, hoje diretor técnico do Sindibores, conta que até a época de criação do sindicato as empresas recauchutadoras de pneus seguiam a convenção do comércio e não tinham poder para negociar separadamente. “Um dos legados, sem dúvida, foi o fato de podermos nos sentar com os funcionários e discutir os interesses específicos do setor. Outro benefício que pode ser citado aqui foi a reorganização do segmento, que até então estava sem direção. O sindicato
avançou em várias áreas, tanto que hoje existem o programa Selo Verde, criado na gestão do ex-presidente Rogério Pereira dos Santos, um planejamento estratégico etc. O setor ganhou forma, cresceu, somos bem-vistos em estados como São Paulo e Paraná, considerados como um sindicato que prima pelo bom relacionamento com os trabalhadores”, destaca. Alinhado ao Sistema Indústria CNI/Findes em 2007, o Sindibores realizou seu planejamento estratégico em parceria com IEL, traçando diretrizes para o Sindicato que permitiram alcançar vários resultados. Um dos objetivos foi melhorar a imagem do setor e nesse sentido entre as ações mais importantes estão o Selo Verde (programa de adequação ambiental das indústrias de artefatos e recauchutadoras de pneus) e a produção de uma maquete, que retrata a importância do setor, não só sob o aspecto econômico, como ambiental. À frente do sindicato por dois mandatos, Rogério Pereira dos Santos, hoje diretor financeiro, e sua diretoria, realizaram várias ações em prol do fortalecimento sindical, além ações de imagem e capacitação profissional, com destaque para a apostila desenvolvida e aplicada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Durante esse período (2007 a 2012), o sindicato se fortaleceu e ampliou a sua representação no Sistema Findes, mobilizando diretores e associados na participação em várias instâncias de instituições privadas e governamentais.
Sindibores até 2015
Diretoria do Sindibores (2012-2015)
Desde o dia 19 de novembro de 2012, Silésio Resende de Barros comanda o Sindibores, com mandato que valerá até 2015. Segundo Barros, o fortalecimento do segmento – que no ano passado se manteve estável, em comparação a 2011 – será a
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principal meta de seu triênio enquanto presidente do sindicato. “Vamos buscar uma regulamentação do setor juntamente com outros estados, através de uma lei federal que colabore com a indústria de recauchutagem de pneu”, planeja. O presidente afirma que da falta de organização nasceu o aprimoramento da atividade. “Éramos chamados de consertadores de pneus. Hoje somos organizados em empresas que representam marcas de borrachas e produtos com regulamento técnico do Inmetro. Esse desenvolvimento trouxe crescimento, gerando mais empregos, mais impostos e mais responsabilidade social para a atividade”, destaca.
Desafios Barros assumiu a presidência do Sindibores em um momento em que a
atividade passa por uma reformulação, devido a mudanças instituídas pelo regulamento técnico do Inmetro, a Portaria nº 444. Ela determina os requisitos de conformidade do serviço de reforma de pneus, como a apresentação de documentação comprobatória e técnica para avaliação das dependências da empresa, registros junto a órgãos governamentais e existência de controle do processo de reforma. “Esse é um passo muito importante, uma vez que haverá uma busca pela qualidade e para fortalecer a atividade e teremos o cliente com a garantia”, revela. Entretanto, como o Espírito Santo saiu na frente com maior média de adesão do país, ele lembra que a adaptação das empresas a essa norma deverá ser um dos principais desafios de sua gestão, já que há a possibilidade
“Um dos legados, sem dúvida, foi o fato de podermos nos sentar com os funcionários e discutir os interesses específicos do setor.” Marcondes Caldeira, ex-presidente 255
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“Organizar as empresas em torno de um interesse comum não é fácil; dispor de tempo para trabalhar a atividade sem esquecer a lei do mercado também não é fácil. Para isso, é essencial estarmos organizados em uma entidade sindical e filiados à Findes” Silésio Resende de Barros, presidente
Marcondes Caldeira, ex-presidente
Silésio Resende de Barros, presidente atual
de aumento de custo para os negócios. “Precisamos trabalhar forte junto aos associados, buscando alternativas que reduzam o custo, além de negociar pelo setor com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem), para evitar notificações e multas desnecessárias”, afirma.
O meio ambiente também está entre as preocupações de Silésio, que pretende reforçar o Selo Verde, projeto em parceria com o IEL que promove a adequação e melhoria na gestão sustentável das empresas associadas ao sindicato, propiciando a redução dos impactos ambientais. “É sempre importante lembrar que a reforma do pneu recicla e reutiliza um produto que seria jogado na natureza”, frisa. Ele sublinha ainda que pretende trabalhar junto com outros estados e com a ABR, que é a entidade nacional do setor, sobre a questão tributária, uma vez que a atividade é onerada da mesma forma que indústrias de maior porte, quando na verdade é, segundo o dirigente, “uma prestação de serviços”. “Na questão tributária, somos duramente cobrados e entendemos que o produto inicial (pneu) já sofreu todos os tributos. Então, as operações subsequentes devem ser menos penalizadas”, defende.
Presidente do Sindibores de 2007 a 2012, Rogério Pereira dos Santos foi o responsável pela implantação do Selo Verde
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Sindibores A disponibilidade de mão de obra também é um fator sob o foco da atual gestão. Segundo Barros, a intenção é contar com o apoio do Senai para a capacitação de trabalhadores em quantidade suficiente para suprir a demanda das empresas e o Serviço Social da Indústria (Sesi) na função de educação, saúde e lazer. Por fim, o presidente do Sindibores salienta a importância do associativismo
para a superação das dificuldades e o alcance das metas traçadas. “Organizar as empresas em torno de um interesse comum não é fácil; dispor de tempo para trabalhar a atividade sem esquecer a lei do mercado, de oferta e procura, também não é fácil. Para isso, é essencial e indispensável estarmos organizados em uma entidade sindical e filiados à Findes, que nos dá todo o suporte”.
Sindicato da Indústria da Borracha e da Recauchutagem de Pneus no Estado do Espírito Santo Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Ed. Findes, 3° andar, Santa Lúcia, Vitória, ES, CEP: 29.056-913 (27) 3334-5623 sindibores-es@hotmail.com www.sindibores-es.com.br
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Sinvel
Indústria do vestuário ganha força na região norte do Estado
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baixo custo de investimento inicial em confecções fez com que esse negócio se expandisse por todo o território capixaba, transformando o Estado em um grande e tradicional conjunto de arranjos produtivos voltados para a fabricação de peças de vestuário. Hoje, do ponto de vista econômico, o setor é bastante representativo na região noroeste do Estado, com o município de Colatina caracterizando-se como grande polo de confecções, principalmente de jeans e malha, além de concentrar também fornecedores para a cadeia produtiva do vestuário, como lavanderias, serviços de estamparia, serigrafia e estilistas. Outra importante região é a Metropolitana, com destaque para Vila Velha, que sedia um grande número de empresas do segmento. Além destas, nas últimas décadas a produção de confecções ganhou força também na região norte, principalmente em Linhares e cidades vizinhas. Ali estão instaladas algumas indústrias especializadas na fabricação de jeans, malhas, fitness e trajes finos, que adotam uma estrutura com predominância familiar e atendem clientes diversificados. Desde 27 de setembro de 1990, os produtores de artigos do vestuário dos municípios de Linhares, Rio Bananal Jaguaré, Montanha, São Mateus, Pinheiros, Pedro Canário, Conceição da Barra, Boa Esperança, Sooretama, Vila Valério, Ponto Belo, Ecoporanga, Mucurici e Nova Venécia estão representados pelo Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel), que tem atuado de maneira a defender os interesses da atividade. Segundo dados da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), há em Linhares 50 indústrias do segmento. Desse total, 21 encontram-se associadas ao Sinvel. O atual presidente do sindicato, Atílio Guidini, que assumiu o cargo em 2011 e permanece até 2014, conta que as indústrias do vestuário são responsáveis
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por gerar aproximadamente 1,1 mil empregos diretos nas cidades representadas pelo Sinvel, sendo que 85% dessa mão de obra são mulheres. Guidini destaca a relevância desse campo para a economia local. “Além de contribuir com a geração de empregos diretos e indiretos para o município, o setor também proporciona poder de compra para as mulheres, que possuem grande representatividade nessas indústrias, gerando aumento na renda e poder aquisitivo das famílias. Outro ganho econômico encontra-se na qualificação profissional: com a demanda de colaboradores nas indústrias, cursos são formulados em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Deste modo, pessoas também são qualificadas para trabalhar como autônomas, na prestação de serviços e criando empreendimentos individuais”, afirma. O novo contexto econômico do país é um dos potenciais para que a indústria do vestuário cresça, de acordo com o presidente do Sinvel. “O incremento da renda dos brasileiros e a estabilidade
Diretoria do Sinvel (2011-2014)
da economia do país nos permitem afirmar que nos próximos anos deveremos ver o consumo no Brasil aumentar. Ao mesmo tempo, o vestuário transformou-se em artigo de moda e adota características e contextos diferenciados em cada estação, proporcionando incentivos ao poder de compra e fortalecimento de marcas com criatividade e inovação”, explica Atílio. Por outro lado, o setor enfrenta desafios que podem até mesmo comprometer seu futuro, como a concorrência com produtos importados. “As indústrias de confecções do Estado do Espírito Santo estão tendo que competir com produtos advindos dos países asiáticos, que atuam em toda a cadeia produtiva no mercado mundial, com vários benefícios atrelados ao arranjo de custo x benefício. Além disso, o fato de a grande maioria das vagas serem preenchidas pelo sexo feminino também tem sido uma das fragilidades do setor, na medida em que o crescimento das oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho influencia para que as mesmas optem por desenvolver outras atribuições, em vez de trabalhar na confecção. Outro grande desafio que enfrentamos são os parques fabris desatualizados. Portanto, competir com as indústrias nacionais e, principalmente, internacionais é um grande desafio, em virtude ainda dos altos juros e carga tributária, infraestrutura inadequada e desqualificação profissional”, lamenta Atílio Guidini. Com o intuito de superar esses desafios, por meio do fortalecimento das indústrias do vestuário da região, o Sinvel tem focado suas ações na qualificação de colaboradores, desde os níveis operacionais, oferecendo cursos de costura industrial, corte, modelagem e intermediando
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treinamentos para as lideranças produtivas e formação de capital intelectual aos gestores. O sindicato dispõe atualmente de um moderno laboratório de costura e modelagem, totalmente informatizado, para atender às necessidades das empresas associadas com treinamento totalmente gratuito para os candidatos. “A prioridade do sindicato é discutir meios e fins que possam colaborar com o segmento, seja em negociações justas entre as partes laboral e patronal, seja por parcerias com entidades como Serviço Social da Indústria (Sesi) e Senai e com a Findes, que apoia e oferece suporte às indústrias na participação em feiras, seminários, workshops e eventos nacionais e internacionais”, explica o atual presidente, sobre as frentes de ação do Sinvel.
Histórico Primeiro presidente do Sinvel, Delson Cazelli lembra que os empresários do vestuário de Linhares e região se uniram a partir da demanda comum por qualificação
profissional. “O Sinvel surgiu da necessidade de profissionalizarmos o setor, na época. Fui a Vitória e pedi ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que ministrasse um curso de gerenciamento aqui na região, do qual 20 empresas participaram. Antes, éramos totalmente desligados, mas com os bons resultados do curso começamos a pensar em trazer mais treinamentos. Para facilitar, decidimos criar uma associação, porém fomos aconselhados pela Findes a formar um sindicato, que teria mais força, agregaria mais os empresários e também abrangeria uma base territorial maior. Quando fundamos o sindicato, éramos apenas oito ou nove empresas”, recorda o empresário. Não só a qualificação da mão de obra operacional, mas também a dos gestores, era uma necessidade nas indústrias locais do vestuário, entre outros desafios enfrentados. “Vimos a criação do sindicato como uma oportunidade para fortalecer a classe. Em Linhares, nunca encaramos a
“O Sinvel é um sindicato pequeno, mas muito unido. Sempre somos muito parceiros uns dos outros” Delson Cazelli, ex-presidente 263
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“A filiação é de grande importância, tendo em vista que propicia a fortalecimento da categoria, que advém somente através da união e participação, aumentando assim nosso poder de representação” Atílio Guidini, presidente
Delson Cazelli, primeiro presidente
Atílio Guidini, presidente atual
concorrência entre empresas do mesmo município, porque somos muito pequenos em nível nacional. E, na época, nossa situação de trabalho na região era muito precária. Comprávamos as máquinas somente em Vitória. Além disso, os mecânicos estavam só na capital. Até agulha de máquina tínhamos que buscar em Vitória, pois não havia nada aqui. Então, se a minha empresa tinha a agulha e a outra precisava, eu emprestava e depois ela trazia de Vitória e me devolvia. Era muito complicado, mas já agíamos como uma comunidade. Já tínhamos esse espírito de solidariedade entre as empresas do setor, porque uma dependia da outra. O problema de um hoje poderia ser o problema do outro amanhã. E foi nesse sentido que sentimos a necessidade de fundar um sindicato, como uma forma de agregar as empresas”, comenta o ex-presidente do Sinvel. Delson fundou o sindicato em 1990 e esteve à frente da entidade por dois mandatos (seis anos), além de participar
da diretoria em outros mandatos. Ele explica que, pela quantidade de empresas filiadas ao Sinvel, a instituição só conseguiu se filiar à Findes três anos atrás. “De lá para cá, tivemos um salto de conhecimento, de qualidade, de melhoria para as indústrias da região. Estamos mais inseridos nas questões do dia a dia do Estado, temos mais informações. Tem sido muito vantajosa essa parceria”, destaca. O empresário também relembra momentos e conquistas importantes para o setor, em que a ação do Sinvel foi relevante. “Em uma das primeiras vezes em que fomos visitar uma feira do vestuário, no Estado de São Paulo, precisamos fazer uma festa no Sesi de Linhares, para arrecadar recursos para que pudéssemos bancar as despesas do transporte. Foi uma festa muito boa, que contou com a colaboração de todos. Um empresário ficava na portaria, outro vendia os ingressos, e assim conseguimos arrecadar o dinheiro
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de que precisávamos. Reunimos 40 empresários em um ônibus, e fomos conhecer as novidades do setor na Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), uma das mais tradicionais do segmento. Foi uma experiência incrível, entre tantas outras, que ajudou a nos unir ainda mais”, afirma Cazelli. Delson conta que até hoje os empresários da região se reúnem para visitar essas feiras. Segundo ele, inclusive em outubro de 2013 o grupo deve realizar uma visita à China, com o apoio da Findes. “O Sinvel é um sindicato pequeno, mas muito unido. Sempre somos muito parceiros uns dos outros”, destaca o ex-presidente.
Presente e futuro O presente e o futuro do Sinvel dependem principalmente da filiação de novas empresas. “A filiação é de grande importância, tendo em vista que propicia
a fortalecimento da categoria, que advém somente através da união e participação, aumentando assim nosso poder de representação. Outro ponto importante que os empresários devem observar é que o sindicato é bastante atuante na celebração de convenções coletivas, nas quais tenta principalmente adequar as dificuldades da categoria junto aos demais sindicatos”, reitera Atílio Guidini. De acordo com o atual presidente, o Sinvel tem expectativas de crescimento em representatividade nos próximos anos, aumentando o número de associados e promovendo a integração e parceria entre seus associados, além de estimular a cadeia produtiva e proporcionar reconhecimento no Estado pelo fortalecimento das indústrias. “Para alcançar esse objetivo, formulamos algumas ações e atividades, como a qualificação e o benchmarking”, completa Guidini.
Sinvel Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares Avenida Filogônio Peixoto, 396, Bairro Aviso Linhares/ES - CEP 29.901-290 (27) 3264-0857 (27) 3264-0734 sinvel@uol.com.br sinvel@sinvel.com.br www.sinvel.com.br
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Uma história de união e crescimento
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ma entidade capaz de fomentar o desenvolvimento do setor de confecções, representando e dando visibilidade aos negócios locais. Este é o Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo (Sinconsul), que há 22 anos coordena, estuda e dá voz às reivindicações das empresas do ramo instaladas nos municípios da região. No início da década de 1990, o setor de confecções em Cachoeiro de Itapemirim já contava com um considerável número de empresas de pequeno e médio porte. Aproximadamente 80 delas atuavam na área de forma direta ou indireta, sobretudo na produção de peças de jeans. Gerador de oportunidades e renda, o segmento buscava se desenvolver, mas carecia de investimentos, qualificação, tecnologia e conhecimento especializado. Com a necessidade de aprimorar a atividade, empresários de cidades como Cachoeiro, Guaçuí e Alegre se uniram com a intenção de ampliar as relações com o Sistema da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e suas entidades, principalmente o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi). Nascia ali o Sinconsul, um sindicato que se propôs a atuar em prol dos interesses das empresas do seu setor em negociações trabalhistas, mas também em promover alianças e parcerias capazes de fortalecer o mercado e promover negócios. “A ideia era melhorar e qualificar os empresários do setor. Foi criada, com apoio do Senai-ES, a primeira escola de formação de costureiras no sul do Estado, com resultados altamente positivos na formação e capacitação de costureiras industriais”, conta Tarcísio José Perovano, primeiro presidente do sindicato. Ele lembra que também foi a entidade, em parceria com a Findes, que incentivou a participação de várias empresas locais na Feira da Indústria Têxtil e Confecções Capixaba (Fitec), com resultados comerciais e de divulgação do setor em nível nacional, o que 269
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falou Balarini. Atualmente, o setor é responsável, na região, por cerca de mil postos de trabalho. O Sinconsul conta com 41 empresas de confecções associadas.
Mudanças no setor
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contribuiu de forma positiva para o desenvolvimento da atividade em todo o sul do Espírito Santo. Perovano ficaria no cargo pelo triênio 1991-1994. A seguir, assumiu a presidência do Sinconsul Carlos Luiz Pinto, que permaneceu como presidente até 1997. Tarcísio voltaria ao posto até o ano de 2000. Foi então a vez do empresário Carlos Alberto Venial Prucoli assumir e conduzir o sindicato por dois mandatos, até 2006. Fátima Magnago Zardo liderou o Sinconsul nos triênios de 2006-2009 e 2009-2012, sendo sucedida pelo atual presidente, Bruno Moreira Balarini, que segue no cargo até 2015. “O Sinconsul representa hoje empresas que atendem ao mercado capixaba e também nacional. Com isso, o sindicato tem um importante papel no crescimento da indústria de confecções”,
Apesar de ter registrado uma sensível redução no número de empresas, as que continuam no mercado do setor ganharam know how e chegaram a esta nova década fortalecidas. Atualmente, a força do Sinconsul está direcionada para uma melhor relação com a força de trabalho, com o sindicato participando ativamente das negociações, e ainda apoiando os empresários na identificação de potenciais novos mercados e no desenvolvimento tecnológico de seus empreendimentos. Para o atual presidente, o Sinconsul representou um grande avanço no modo de se pensar estrategicamente e nas questões relativas ao trabalho. “O sindicato agregou conhecimento. Mas, principalmente, trouxe clareza e tranquilidade nas relações trabalhistas”, enfatizou ele, que segue apontando a contribuição da entidade para o mercado. “A maior conquista do Sinconsul é a regularidade com que é negociada a Convenção Coletiva do Trabalho com o sindicato laboral”, observou.
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Segundo Balarini, o panorama das empresas de confecções no momento da criação do Sinconsul mudou bastante. “No início da década de 1990, pouco se ouvia falar de tecnologia no setor de confecções do sul do Estado. As empresas eram basicamente familiares, e os processos de produção, muito artesanais. Hoje, por outro lado, não existe uma empresa que não tenha uma plotter (impressora para grandes dimensões) ou máquina de costura eletrônica. Os processos artesanais foram substituídos por outros, cada vez mais automatizados”, frisou. Bruno falou também sobre a busca pela qualificação. “As empresas se tornaram
mais profissionais. Elas foram buscar conhecimentos em outras regiões do país e no mundo, e em cursos profissionalizantes destinados ao setor, sempre levando em conta a grande importância do fator humano no nosso processo produtivo”, destacou.
Conquistas e novos desafios O Sinconsul foi um divisor de águas para as empresas de pequeno porte do sul do Espírito Santo. Esta é a opinião de Tarcício Perovano a respeito da importância do sindicato desde a sua formação. “Daquela empresa de predominância familiar até a profissionalização do empresário de
“O sindicato agregou conhecimento. Mas, principalmente, trouxe clareza e tranquilidade nas relações trabalhistas” Bruno Balarini, presidente 271
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“Os empresários que participam do Sinconsul já compartilham uma visão estratégica voltada para as inovações do mercado, a sintonia da moda e buscando sempre a qualidade” Tarcísio José Perovano, ex-presidente
Tarcísio José Perovano, primeiro presidente
Bruno Balarini, presidente atual
confecções, o sindicato foi de fundamental importância e continua com a mesma proposta. Hoje, os empreendedores que participam do Sinconsul já compartilham uma visão estratégica voltada para as inovações do mercado, a sintonia da moda e buscando sempre a qualidade para colocar seus produtos nos melhores centros de venda do país”, falou ele. Perovano lembra que, até o sindicato alcançar o êxito de hoje, muito trabalho precisou ser feito. “Todas as ações do setor eram desenvolvidas em Vitória e o deslocamento era semanal para reuniões na Findes. Foram dois anos buscando trazer para o sul do Estado as ações que eram desenvolvidas pelas entidades na Grande Vitória. A partir dessa formalização, o setor promoveu ações objetivas para a realidade local. Apresentamos diversas palestras, com a participação de renomados estilistas do Senai, contribuindo assim com o setor industrial e com os lojistas da região”, frisou. Segundo Peravano, essas ações representaram para os empresários
do sul capixaba a oportunidade de trocar experiências e conhecer as tendências da moda, tudo por meio de uma integração pioneira. No seus 22 anos de atuação, o Sinconsul se pautou pela busca de soluções para a competitividade e a qualidade, no âmbito do desenvolvimento regional e nacional, além da formação de pessoal capacitado em administração e tecnologia, consultoria e atualização dos métodos de gestão. “As empresas estão atualmente investindo em capacitação e infraestrutura. E o sindicato apoia principalmente a capacitação e a inovação através de programas fomentados. É o caso, por exemplo, do Agentes Locais de Inovação (ALI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que acompanha e orienta os pequenos empresários na prática da gestão da inovação, identificando as necessidades de cada uma”, esclareceu Balarini. Também vale destacar, na opinião do presidente, a filiação do Sinconsul
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ao Sistema Findes, que trouxe um novo fôlego para o sindicato na região. “O sindicato sempre pleiteou a associação à Findes, visando com isso a trazer mais informações e oportunidades de cursos e serviços para as empresas filiadas. Essa associação tem gerado um movimento interessante dentro do sindicato, que considero muito bom para a região. O nosso principal objetivo é unir as empresas em torno de um objetivo comum: trazer o desenvolvimento para o setor”, disse. No entanto, para alcançar o tão almejado crescimento, o segmento de confecções precisará superar alguns gargalos. E o maior deles passa pela
concorrência estrangeira, sobretudo de produtos vindos da China. Para Balarini, o momento é de unir forças e investir em tecnologia. “O maior desafio é superar a concorrência de produtos importados, que vêm atormentando o setor. Acredito que com inovação e velocidade nas ações, o segmento de confecções pode vencer esse obstáculo e se colocar bem no cenário atual”, disse. Inovar, reinventar-se, crescer e levar as empresas de confecções do sul do Espírito Santo a um lugar de destaque, não apenas em terras capixabas, mas em todo o Brasil. Essa é a missão que segue direcionando o Sinconsul em sua trajetória vitoriosa. Que venham os próximos 22 anos!
Sinconsul Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo Av. Domingos Alcino Dadalto, s/n, Trevo do IBC Diretoria Regional da Findes, Cachoeiro de Itapemirim-ES (27) 3334-5686 sinconsul@hotmail.com
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Foto Thiago Lourenço
Dia DE Associar-se: evento criado pelo Sistema Findes ganha amplitude nacional
O formato do “Dia DE Associar-se” é baseado em um talk show, com autoridades políticas e empresariais debatendo sobre o tema do evento
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união faz a força. A máxima popular descreve sumariamente o poder do associativismo. A busca por ações que vislumbrem concretizar interesses comuns capazes de promover o desenvolvimento por meio de práticas associativas vem se perpetuando ao longo dos tempos. Porém, somente a partir de 1990 é que as discussões sobre o tema ganharam novas concepções e ideias, constituindo-se em exigência para não só melhorar a qualidade da existência humana, como também para o desenvolvimento socioeconômico de um determinado local ou região. Empresas unidas e imbuídas dos mesmos propósitos geram resultados quantitativos e qualitativos altamente significativos, que fortalecem ainda mais os segmentos em que atuam e a economia como um todo. Em uma economia organizada, fica facilitada a realização de ações em prol do progresso, gerando mais possibilidades de negócios e, consequentemente, mais riquezas, empregos e renda.
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Marcos Guerra é presidente do Sistema Findes/Cindes
Pensando nisso, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), desenvolveu um projeto de incentivo ao associativismo, com o objetivo de promover uma aproximação entre a entidade, os sindicatos, empresas e instituições do poder público, buscando o desenvolvimento econômico sustentável do Estado. Nasceu assim o “Dia DE Associar-se”. Em pouco tempo de intenso trabalho, com ações objetivas direcionadas a atrair novos filiados para a Federação das Indústrias, realizadas durante a gestão do presidente Marcos Guerra, a Findes alcançou um ótimo resultado: mais de 360 empresas aderiram aos sindicatos patronais da entidade; e foram identificados junto aos empresários do Estado quatro novos segmentos não contemplados entre os já filiados à Federação. A criação do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Espírito Santo – Sindilates-ES, Sindicato das Indústrias da Pesca do Estado do Espírito Santo – Sindipesca-ES, Sindicato das Indústrias de Vidros do Estado do Espírito Santo - Sindividros-ES, Sindicato das Empresas de Reciclagem do Estado do Espírito Santo Sindirecicle-ES, que estão em fase de registro, além da filiação do Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Espírito Santo – Sinconsul, são grandes exemplos da força do movimento associativista levado a cabo na gestão 2011/2014.
Para Marcos Guerra, o associativismo é importante porque todos os segmentos precisam ter assento dentro da Federação, contemplando a diversidade da indústria local. “Ao se associar ao sindicato que o representa, o empresário está fortalecendo essa entidade, que, por sua vez, terá maior força e representatividade junto ao poder público, iniciativa privada e sociedade, gerando melhores resultados, maior solidez e evolução do setor onde atua”, destaca. O formato do “Dia DE Associar-se” é baseado em um talk show, com autoridades políticas e empresariais debatendo sobre o tema do evento. O modelo possibilita integração entre o público presente, dando oportunidade para que a Federação das Indústrias mostre a importância do associativismo para os negócios de médio, micro e pequeno portes. No talk show, os participantes apresentam os produtos e serviços das entidades envolvidas, como as linhas de créditos e programas de formação de mão de obra, além de discutirem sobre os avanços necessários para cada região. Ainda nessas ocasiões, os empreendedores que vão ao evento conhecem todos os serviços oferecidos pelo Sistema Findes, por meio das entidades que o compõem (Findes, Cindes, Sesi, Senai, IEL, Ideies e IRI). A ação surgiu da necessidade do Sistema Findes e dos sindicatos de se aproximarem daqueles empresários que não atuam com seus representantes sindicais. O diretor da Findes para Assuntos de Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial, Egídio Malanquini, comenta que o “Dia DE Associar-se” nasceu com o objetivo de buscar novas adesões de forma a alavancar o crescimento econômico e sindical de cada entidade filiada à Federação. “O fortalecimento sindical é consolidado a partir da união de todos em prol do mesmo objetivo”, afirma. Malanquini explica que o projeto começou a ser desenvolvido pelo CAS em 2012, com o objetivo original de realizar uma
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iniciativa seguindo o modelo de uma “mini Ação Global”, Relações com o Mercado da Findes e executivos dos sindicatos, com a participação dos empresários e funcionários das para buscar associar esses empresários aos respectivos sindicatos indústrias em dois dias de programação. Durante as reuniões patronais”, explica. de alinhamento do evento com a diretoria e Além disso, em cada regional onde é desenvolvido o projeto funcionários da Findes, chegou-se ao formato atual do também são visitadas as prefeituras e secretarias municipais, “Dia DE Associar-se”, considerando a viabilidade e condições para assim como a Câmara de Vereadores, com o objetivo de buscar a sua realização. apoio. “Sem essa mobilização, o evento não atingiria os resultados Em suas duas primeiras edições, a atividade foi marcada que temos hoje”, ressalta Marcos Guerra. por palestras das entidades parceiras. “Somente em um Para o presidente da Findes, o movimento reforça ainda segundo momento foi identificado que a realização de um mais o objetivo de proporcionar o crescimento associativo, talk show seria a melhor estratégia. Com esse formato, fortalecimento da base sindical, identificação de necessidades poderíamos apresentar não só as entidades do Sistema Findes, econômicas e de infraestrutura dos diversos setores trabalhados e como as parcerias, além de trazer mais dinamismo ao encontro”, disseminação dos programas oferecidos pelas entidades parceiras. explica Malanquini. “O objetivo final é levar essa mobilização a todas as diretorias Atualmente o “Dia DE Associar-se” acontece em apenas um regionais da Findes, interiorizando as ações desenvolvidas pelo dia e, além do talk show com as entidades, conta com uma Sistema e sindicatos”, aponta. apresentação teatral sobre o associativismo. Para que se possa entender o sucesso do projeto, cabe destacar que apesar do nome “Dia DE Associar-se”, o projeto, em cada diretoria regional, abrange muitos dias de trabalho e envolve a participação de diversos setores da Federação. Como esclarece Egídio Malanquini, o trabalho nas cidades começa 20 dias antes de cada encontro, com visitas aos empresários locais, para convidá-los a participar do evento e também escutar suas reais demandas e necessidades. “Antes da realização de cada ‘Dia DE Associar-se’, o Centro de Apoio aos Sindicatos da Findes contrata consultores para que façam um mapeamento das indústrias da região onde será promovido o evento. Após o ‘Dia DE Associar-se’, esses consultores retornam às cidades Egídio Malanquini é diretor da Findes para Assuntos do envolvidas, com representantes da Divisão de Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial 277 Projeto da Findes 2013 - Y Dia DE Associar-se.indd 277
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Um grupo do Programa de Desenvolvimento Associativo da CNI, formado por representantes de 26 Federações, veio ao Espírito Santo para conhecer o projeto “Dia DE Associar-se”
De março de 2012 a julho de 2013, foram realizadas sete edições do “Dia DE Associar-se”, nas diretorias regionais da Federação em Aracruz, Anchieta, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, São Mateus e Venda Nova do Imigrante. Antes do encerramento do seu primeiro ciclo, marcado para acontecer em outubro de 2013, em Vitória, com a participação de todas as regionais da Findes, o evento passará ainda pela regional da Findes em Nova Venécia.
Referência nacional O êxito do “Dia DE Associar-se” levou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a adotar o projeto como modelo de promoção do associativismo a ser replicado em todas as Federações das Indústrias do país. Trata-se de um reconhecimento em nível nacional da metodologia de trabalho da Findes. Atualmente, o projeto faz parte do portfólio da CNI, é disponibilizado para todas as Federações do Brasil por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), e foi batizado de “Dia do Empresário da Indústria”. De acordo com Egídio Malanquini, as Federações de Goiás, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Norte foram algumas das entidades que já visitaram o Espírito Santo para acompanhar o evento e aprender toda a sua metodologia. Além disso, as Federações dos Estados do Mato Grosso, Sergipe, Minas Gerais, Tocantins, Santa Catarina, Ceará, Paraíba e Roraima aderiram ao projeto, tornando-o referência sobre o tema no Brasil. Mas não se pode falar do “Dia DE Associar-se” sem citar um programa desenvolvido pela CNI. O estímulo ao associativismo como saída eficaz para tratar coletivamente os problemas da indústria é uma meta da Confederação Nacional da Indústria, que em 2007 criou o Programa de Desenvolvimento Associativo – PDA, cujo sucesso tem sido crescente no Estado após a criação, pela Findes, da Diretoria para Assuntos de Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial. Para o diretor Egídio Malanquini, o PDA tem garantido subsídios ao desenvolvimento dos sindicatos patronais filiados às Federações, por meio de capacitações dos empresários e para as novas lideranças sindicais. O programa da CNI também incentiva a inovação nas Federações, permitindo que cada uma desenvolva um projeto diferenciado, de acordo com as necessidades e características de seus estados.
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Diretoria e Conselhos da Findes Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de Brito Diretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza Vieira Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz
Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular
Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior
Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso
Representantes das atividades industriais Titulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Mariluce Polido Dias Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Duenas, Leonardo Souza Rogério de Castro, Rogério Pereira dos Santos Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Carlos Fernandes Rangel Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Paulo César Borba Peres Suplente: Ari George Floriano Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira
Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Hélcio Rezende Dias
Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea
Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio Malanquini Membro representante do setor industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal Membros suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto
Instituto Euvaldo Lodi – IEL Presidente: Marcos Guerra Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Duenas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles Garcia Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura Superintendente: Fábio Ribeiro Dias
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Instituto Rota Imperial – IRI
Conselhos Temáticos
Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Künsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky Suplentes: Francisco Xavier Mill, Tullio Samorini, João Felício Scárdua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Stein, Tharcicio Pedro Botti Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior
Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Claudio de Moraes Sandrini Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Ernesto Mosaner Junior Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral (interino) Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Política Urbana (Copurb) Presidente: Juarez Paschoal Soares Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges
Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto
Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos Reggiani Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Paulo Roberto Almeida Vieira
Diretorias regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Diretor: Fernando Schneider Künsch Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Diretor: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Diretor: Manoel Antonio Giacomin Diretoria da Findes em Linhares e região Diretor: Paulo Joaquim do Nascimento
Diretoria da Findes em Aracruz e região Diretor: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da Findes em São Mateus e região Diretor: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Diretor: Ademilson Alves da Cruz Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Diretor: Helder Nico
Diretores para Assuntos Específicos Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro Duenas Diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretor para Assuntos do IEL: Benízio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso Menegueli Diretor para Assuntos do IRI: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani Diretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider Künsch Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho
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