O ENSINO DA CARTOGRAFIA NA ESCOLA

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O ENSINO DA CARTOGRAFIA NA ESCOLA ALFABETIZAÇÃO CARTOGRAFICA NA ESCOLA

Eliel Manasses da Rocha Professor Davi de Miranda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Geografia (GED 0611) – Trabalho de Graduação 26/11/2010 RESUMO O ensino da cartografia na escola se mostra importante, importância essa relevante pelo fato de que o conhecimento adquirido na escola propicia a aquisição das bases relacionadas ao conhecimento e deciframento do espaço habitado, bem como a locomoção nesse espaço. O ensino da cartografia na escola passa por processos aonde a criança vai adquirindo conhecimento ao longo de seu desenvolvimento educacional no espaço escolar. Esse desenvolvimento vai sendo aprimorado através de trabalhos desenvolvidos que auxiliam na fixação do conhecimento. Os trabalhos realizados podem ter melhores resultados se levados em consideração o conhecimento adquirido no meio social em que esses alunos estão inseridos, tendo em vista que o conhecimento de mundo deve começar pelo conhecimento do espaço habitado pela criança em seu meio social e daí para o mundo. A cartografia se mostra muito importante para conhecermos o espaço que habitamos e nos locomovermos nesse espaço. Palavra chave: Cartografia; Educação e Espaço. 1. INTRODUÇÃO Ensinar cartografia é tão importante quanto estudá-la, pelo fato de que, para que o profissional da educação que estará ministrando os trabalhos relacionados ao tema, possa repassar o conhecimento com domínio do conteúdo, e por isso, é importante que o profissional da área busque aprimorar seus conhecimentos a respeito de o que é a cartografia, para que serve e como repassá-la. A introdução da criança ao ensino da cartografia inicia-se nas séries iniciais, aonde a mesma vai aprendendo as bases do sistema de coordenadas, seguindo assim o processo de aprendizado aonde o conhecimento vai sendo passado de acordo com a evolução de seu aprendizado no processo de ensino. Os conhecimentos que o educando traz com sigo do meio social de convívio, podem ser utilizados para o aprimoramento do conhecimento e melhor aprendizado. O aprendizado acontece de maneira que acriança vai descobrindo seu mundo e o mundo ao seu redor. A partir daí a criança vai descobrindo as maneiras de visualizar e reconhecer o mundo a que ela pertence, como


representá-lo e se locomover nele. Nesse processo, aprender a reproduzir seu mundo através de maquetes e desenhos, contribui para a assimilação do conhecimento. Quando chega ao ensino fundamental, tendo em vista que ela já foi inserida no processo de conhecimento e reconhecimento da cartografia, seu aprendizado será aprimorado com conteudos e trabalhos que lhe permitiram o aprimoramento do que aprendeu nas séries iniciais e aquisição de novos conhecimentos. A utilização de laboratórios de informática deve estar presente no ensino aprendizado da cartografia, tendo em vista que vivemos em tempos de desenvolvimento e evolução tecnológica e a informática contribui de maneira significativa para melhor visualização e fixação do conhecimento proposto. 2. ALFABETIZAÇÃO CARTOGRAFICA NA ESCOLA A cartografia, mesmo antes de ser conceituada como “cartografia” já se fazia presente na vida do homem. Quando não tinha o domínio da escrita o homem deixava suas marcas, suas historias e seus caminhos através de desenhos em variados lugares e de diversas formas. Com isso surge uma forma de representação gráfica que contribui para com o conhecimento de acontecimentos e a representação do meio habitado. Com o passar dos anos essa forma de representação foi evoluindo, juntamente com a curiosidade e busca do ser humano em conhecer o mundo que o cerca, surgem também novas formas de representação gráfica onde a descrição de nosso mundo contribui em diversos fins, como meio de aprendizagem e conhecimento do meio, na utilização para o desenvolvimento das formas de ocupação do espaço, locomoção, conhecimento do espaço habitado ou não e do mundo ao nosso redor, descrição do globo terrestre, dentre tantas outras representações que contribuem para o conhecimento do mundo em que o homem habita e também não habita. O mapa é uma forma de linguagem mais antiga que a própria escrita. Povos préhistóricos, que não foram capazes de registrar os acontecimentos em expressões escritas, o fizeram em expressões gráficas, recorrendo ao mapa como modo de comunicação. O mesmo acontece na atualidade com povos primitivos que não contam com um sistema de escrita, mas possuem mapas de suas aldeias e vizinhanças. O homem sempre desenvolveu uma atividade exploratória do espaço circundante e sempre procurou representar esse espaço para os mais diversos fins. Para movimentar-se no espaço terrestre, mesmo em trajetos curtos, houve necessidade de registrar os pontos de referência e armazenar o conhecimento adquirido da região. O mapa surge, então, como uma forma de expressão e comunicação entre os homens. Esse sistema de comunicação exigiu, desde o início, uma “escrita” e, conseqüentemente, uma “leitura” dos significantes expressos. (OLIVEIRA, 2007). No contexto da representação gráfica e a necessidade do homem em utilizá-la como ferramenta para representar o mundo em descoberta, a cartografia surge e se desenvolve segundo ALBUQUERQUE, 2010: A cartografia como atividade já aparece nas descobertas Pré-Históricas, antes mesmo da invenção da escrita. Como vocábulo, Cartografia foi criado pelo historiador português


Visconde de Santarém em carta de 8 de dezembro de 1839, escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Varnhagem. Antes da consagração deste termo o vocábulo usado era cosmografia. As informações cartográficas constituem as bases sobre as quais se tomam decisões e encontram soluções para os problemas sócioeconômicos e técnicos existentes. A Cartografia foi à principal ferramenta usada pela humanidade para ampliar os espaços territoriais e organizar sua ocupação. Hoje ela está presente no cotidiano da sociedade, levando soluções para problemas urbanos, de segurança, saúde pública, turismo e auxiliando as navegações. O espaço que é ocupado pelo homem, as conexões que são feitas com os espaços, já demonstram a ligação do homem com o meio geográfico. Se a geografia é tida por muitos como uma disciplina sem conexão e, consequentemente, sem valor para a vida prática, pior pode ser a opinião sobre a cartografia. O uso cotidiano de mapas e a extração feita das informações de mapas rodoviários, mapas sobre a previsão do tempo ou o mapa da cidade habitada, a noção de que essas informações estão ligadas a uma área da ciência denominada Cartografia é vaga. A falta de conhecimentos cartográficos pode levar pessoas a se encontrarem em situações onde a localização do lugar desejado baseando-se no mapa pesquisado seja destorcida, ficando difícil dimensionar o espaço e localizar norte e sul por exemplo. Demonstrando a importância do ensino da geografia, mais especificamente a cartografia, nos primeiros anos escolares da criança. Para assim, haver uma assimilação de como é o espaço habitado, como se desenvolve e como se locomover no espaço, tendo em vista o momento histórico em que a humanidade vive, exigindo das pessoas o raciocínio rápido, a iniciativa e a eficiência (PISSINATI e ARCHELA, 2007). 2.1. ESTUDO DA CARTOGRAFIA

A importância do contato com a cartografia nos primeiros anos escolares é evidenciada por muitos autores em inúmeros trabalhos relacionados ao estudo da cartografia e a forma como a mesma pode e deve ser aplicada nos anos escolares. Voges e Chaves (2010), através de pesquisa de campo relacionado ao estudo cartografia nas séries iniciais demonstram que, já no ambiente escolar, o conhecimento do mapa traz uma mudança qualitativa superior na capacidade do aluno pensar e ver o espaço. Ele é um recurso externo à memória e possibilita ao aluno atingir uma nova organização estrutural de sua atividade prática e de desvendamento e concepção do espaço. E para a criança não é diferente, pois precisam de referenciais espaciais. O processo do despertar da criança para o mundo que a cerca e a busca para descobrir e interagir com as coisas ao seu redor, a busca por descobrir o que é esse mundo que esta se abrindo, é demonstrado pelas atividades desenvolvidas por ela quando ainda bebê e contribui para com o aprendizado, tendo em vista que o processo de desvendar o mundo ao seu redor possibilita a aquisição de conceitos relacionados à cartografia que vão ser explorados na escola. Desde bebê, o ser humano se interessa em conhecer e usufruir do espaço que ele ocupa, seja para suprir suas necessidades básicas, seja para se divertir. Os primeiros rabiscos feitos numa folha de papel, mesmo que ilegíveis pelos adultos, já retratam os elementos que a criança confere mais estima e que lhe estão mais próxi¬mos: a família, os animais


de estimação, o carro do papai, o quintal da casa, etc. No avanço dos traçados, conforme vai aumentando a idade, vão surgindo espaços maiores e com mais detalhes. Enfim, a criança sente necessidade de experimentar e conhecer bem seu espaço geográfico e o que ele contém. Portanto, seus desenhos já são uma representação gráfica do espaço, ou seja, a cartografia e a geografia se manifestam jun¬tas, desde cedo, no desenvolvimento mental infantil. Os próprios jogos ou brincadeiras infantis também projetam essa evolução, que deve ser trabalhada desde as primeiras séries escolares do ser humano, para que este compreenda a construção do seu meio e possa se adaptar a ele, gradativamente. (PISSINATI e ARCHELA, 2007). A alfabetização cartográfica é o objetivo básico das séries iniciais e ela propõe atividades que desenvolvam as seguintes noções: pontos, linha, área, lateralidade, orientação, localização, referências, noção de espaço e tempo (SANTOS et al, apud RIBEIRO et al., 2001). E educação cartográfica nas séries iniciais se mostra importante, partindo do principio que será a introdução do educando aos conceitos da cartografia que lhe possibilitara desenvolver o processo de aprendizado nas séries seguintes. Dessa forma aos poucos o aluno estará sendo inserido no mundo das representações gráficas e começara a conhecer o mundo das projeções, mas também, os conhecimentos que o mesmo traz com sigo no desenvolvimento e descobrimento do mundo ao seu redor no ambiente social em que vive, contribuirão para com seu aprendizado, incorporando assim seus conhecimentos já adquiridos fora do ambiente escolar ao aprendizado que estará iniciando na escola. As primeiras noções cartográficas levarão ao aluno os referenciais dos sistemas de coordenadas, possibilitando a compreensão de espaço geográfico. Em seu desenvolvimento cognitivo, a criança vai aprendendo a situar ob¬jetos de acordo com referenciais. Inconscientemente, ela está adquirindo noções do sistema de coordenadas (distâncias entre os objetos) e perspectivas (pontos de vista, como longe/perto, em cima/embaixo, direita/esquerda, frente/atrás). Portanto, é funda-mental que as primeiras noções de cartografia sejam levadas à criança, ainda enquanto pequena, para que ela possa compreender a geografia que lhe é passada na escola. Afinal, ensinar o aluno a visualizar o espaço geográfico sob vários ângulos, escalas e interpretações é um grande objetivo da Geografia. (PISSINATI e ARCHELA, 2007). Trabalhar as bases da cartografia com as crianças nas series inicias se mostra importante para o desenvolvimento do processo de aprendizado da cartografia nas séries subsequentes. Nas series iniciais a criança encontrará a possibilidade de exercitar trabalhos que elucidem noções de lateralidade, proporção, redução e orientação espacial. Com estes conteúdos interiorizados, a criança terá facilidade de assimilar conceitos essenciais em séries subseqüentes como escala, projeção e coordenadas geográficas, os quais são vistos hoje como um bicho-de-sete-cabeças por grande parte dos alunos do ensino fundamental e médio. Estes conceitos devem ser trabalhados desde as séries iniciais até o ensino médio, gradualmente e com o cuidado de transpô-los para a linguagem do aluno. Desta forma, os conhecimentos e habilidades cartográficas são desenvolvidos e aprofundados desde a 1ª série até o 3º colegial, para então possibilitar ao aluno a realização de análises geográficas. (VOGES & CHAVES, 2010).


Trabalhar as bases da cartografia nas series iniciais é de suma importância para o desenvolvimento do processo de aprendizado da cartografia e esta pautado nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia, tendo em vista que a criança, ao final do primeiro ciclo de aprendizagem, deve ser capaz de ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples. Isso engloba entender como são concebidas as funções específicas do mapa como, orientação, localização, taxação, entendendo que esses símbolos são a linguagem do mapa e dão a ele características especificas da representação do meio geográfico (VOGES & CHAVES, 2010). 2.2. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA CARTOGRAFIA Tendo a criança, aprendido as bases da cartografia mencionadas no tópico anterior, nas series iniciais, quando chegar ao ensino fundamental, terá continuidade de seu processo de aprendizado. A importância do estudo do espaço geográfico é tida como lócus das interações sociais, sendo fundamental compreender os princípios locacionais para que se possa agir de forma consciente, a partir dos conhecimentos de escala, legendas, mapas e outros instrumentos. O entendimento dos componentes da paisagem local e de outras paisagens pode se desenvolver na medida em que o aluno aprende a observar de forma intencional e orientada. A necessidade da orientação espacial demonstra a importância do trabalho da cartografia desde as séries iniciais, quando o alunado começa a distinguir entre o espaço vivido, o espaço percebido e o espaço concebido. A cartografia representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa de geografia, tendo em vista que possibilita a representação dos diferentes recortes do espaço e na escala que convém para o ensino. Partindo desse principio a cartografia se fundamenta na leitura e representação do espaço, permitindo, pois a visualização maior desse espaço, onde o aluno entenderá como está inserido neste espaço que pode ser local, regional e global (SANTOS & FERREIRA, 2010). Ler um mapa e tirar informações é dificílimo para quem não aprendeu na escola como fazê-lo. Saber ler e fazer cálculos básicos de nada ajuda a entender as ricas informações que um mapa traz. Entretanto, habilidades podem ser desenvolvidas na escola através de exercícios que envolvam diversos conceitos e práticas espaciais nas séries iniciais e, análise e leitura do espaço em mapas, nas séries mais adiantadas. Nesse sentido, a responsabilidade do professor de Geografia é altamente relevante, pois cabe a ele a tarefa de conduzir os alunos no uso do mapa e também na criação dos seus próprios mapas. (ALMEIDA at al, 2010). Quando uma pessoa aprende a entender o significado dos mapas, é como se estivesse abrindo novas janelas da vida. Consegue raciocinar com mais rapidez e ver mais oportuni¬dades de uso do seu espaço, principalmente quando adquire a habilidade de sobrepor informações e analisá-las em conjunto. Com o domínio desse conhecimento, poderá relacionar a ocupação humana ao relevo e a rede hidrográfica da cidade por exemplo. O uso de mapas contribui no desenvolvimento do raciocínio, tendo em vista que o uso do mapa exige o a compreensão a decodificação dos signos existentes no mapa. Por outro lado, a falta de consciência sobre a presença da geografia e da cartografia na vida cotidiana dificulta o conhecimento das pessoas sobre a teoria dos livros didáticos e a relação com suas experiências diárias. Em consequência disto, ainda


que haja uma utilização inconsciente dessas áreas da ciência na vida de todas as pessoas, de todos os povos do mundo, de todas as gerações da história da humanidade, a reflexão crítica sobre o espaço fica bastante limitada (PISSINATI e ARCHELA, 2007). A cartografia representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa de geografia, pois, possibilita a representação dos diferentes recortes do espaço e na escala que convém para o ensino. Sendo assim, a cartografia se fundamenta na leitura e representação do espaço, permitindo, pois a visualização maior desse espaço, onde o aluno entenderá como está inserido neste espaço que pode ser local, regional e global. Através de mapas e outros recursos saberá distinguir os mais diferentes e distantes locais, possibilitando uma visão mais crítica da realidade na qual pertence. (SANTOS & FERREIRA, 2010). Alunos, nossos colegas de trabalho, familiares e amigos ou vizinhos precisam entender que, enquanto os animais são orientados por seus instintos, o ser humano vai mais além, uma vez que é dotado de uma inteligência su¬perior. A capacidade de desenvolver sua inteligência através de estudos e treinamentos o leva a fazer descobertas, a gerar idéias e a informá-las para outros seres da sua espécie. Dessa forma, a comunicação é o princípio para o desenvol¬vimento das potencialidades de uma geração e a base para estudos e realizações de gerações futuras. Se levado em conta que a ciência não surgiu e nem é realizada por apenas uma pessoa, pode-se concluir que a comunicação sempre foi e continua sendo primordial para o seu avanço. Cada pesquisador repassa suas descobertas para outras pessoas, assim contribuindo com a ascensão do conhecimento. (PISSINATI e ARCHELA, 2007). 2.2.1 Aulas-oficinas no Laboratório de Informática As aulas-oficinas em laboratório de informática podem ser utilizadas principalmente para o desenvolvimento de atividades que trataram sobre orientação espacial. Apesar das noções de orientação e localização serem sempre exigidas em nosso viver diário, se faz necessário o hábito de associá-las às direções geográficas. A necessidade de deslocamento com segurança sobre a superfície terrestre, seja pelos mares ou pelos continentes, fez o homem desenvolver, desde os tempos passados, pela observação dos astros celestes, um sistema de coordenadas geográficas que continua sendo utilizado nos dias atuais na navegação aérea e marítima com o uso de instrumentos sofisticados. O mundo está evoluindo numa velocidade nunca antes visto, a todo instante estamos sendo bombardeados por uma infinidade de informações que não param de chegar, quando pensamos que estamos dominando determinada tecnologia, esta já está ultrapassada. No século XXI, aquele que não souber utilizar um computador, acessar a internet, será considerado “analfabeto do futuro”, e a falta desse tipo de conhecimento, certamente contribuirá para exclusão social. Por essa razão, quanto mais cedo os alunos tiverem acesso aos recursos tecnológicos, mais preparados estarão para acompanhar os avanços tecnológicos do século XXI. (COSTA, 2008). Quanto ao cidadão comum, o aprendizado sobre os paralelos, meridianos, latitude e longitude se torna importante pelo fato de que o mapa é obtido por meio da malha de coordenadas que amarra a superfície representada com a superfície da terra, envolvendo, também, projeção e escala. Por esse motivo, antes das aulas-oficinas no laboratório de informática, é importante que se desenvolvam atividades de simulação


dos movimentos de rotação e translação com o uso do globo terrestre e discussão e levantamento de questões a respeito de que lado da cidade o sol é visto pela manhã e à tarde e por que existem os fusos horários e as estações do ano. Esses questionamentos, entre outros, são o ponto de partida para o estudo dos principais pontos de orientação: cardeais e colaterais. Neste sentido, o aluno deve perceber que o fato da Terra realizar um movimento no sentido de oeste para leste gera um referencial de localização: a direção leste-oeste e os pólos Norte e Sul. O uso do globo terrestre possibilita pensar as relações entre o movimento aparente do Sol e o movimento de rotação da Terra e chegar às coordenadas geográficas. Os movimentos da terra e as estações do ano possibilitam um estudo de forma interativa. A partir da observação da terra e executando esses movimentos e da observação da sua inclinação em relação ao sol durante diferentes períodos do ano, os alunos podem ter uma melhor compreensão da origem dos fusos horários e das estações do ano. Exemplo esse de estudo a ser realizado que contribuirá e muito para o desenvolvimento dos conhecimentos relacionados à cartografia. “Assim, a utilização de recursos de informática no ensino da Geografia, de maneira interativa e lúdica, através de animação digital, é uma forma extremamente interessante para a melhoria e o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem” (COSTA, 2008). 2.3. ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA PARA LEITURA DE MAPAS Constantemente na sociedade, a idéia de que ir para a escola é para ler, escrever e fazer contas. Como se as disciplinas de Língua Portuguesa e a de Matemática fossem responsáveis por ensinar o que a alunos necessitam para suas vidas. Por isso dificilmente ir para a escola aprender a ler mapas é bem assimilada. Esta dificuldade de leitura cartográfica é visível em boa parte das pessoas que tiveram uma deficiência no ensino de Geografia durante o período inicial escolar. Para se poder realizar o processo de comunicação com os mapas é necessário que esta comunicação opere como um codificador e um decodificador, ou seja, respectivamente, emitir a mensagem em código e receber a mensagem no mesmo código, fazendo com que o código combine o significante, aquele que passa a informação, com o significado, a informação em si. A ligação do mapa, realidade representada, com o seu meio pesquisado não é somente no sentido de localização, mas também e necessário que o aluno saiba os conceitos principais da cartografia, tais como os sistemas de signos, sinais ali designados a representar algo da realidade mapeada às linhas azuis são rios ou outro curso d’água, a redução, o conceito de escala, e projeção, desenvolvimento da superfície da Terra em um plano. Depois, é preciso observar a legenda ou a decodificação propriamente dita, relacionando os significantes e o significado dos signos relacionados na legenda. É preciso também se fazer uma leitura dos significantes/significados espalhados no mapa e procurar refletir sobre aquela distribuição/organização. Observar também a escala gráfica ou numérica acusada no mapa para posterior cálculo das distâncias a fim de se estabelecer comparações ou interpretações. A compreensão que o aluno deve ter ao ver um mapa é o objetivo principal do trabalho do Professor, que deve fazer com que este aluno interaja na idéia do que é um mapa passando por sua criação até o seu significado/função para quem vai usá-lo. A falta de conhecimento de cartografia e de como ensiná-la do professor habilitado em pedagogia torna-se, talvez, um empecilho para que ele possa passar esses conhecimentos aos seus educandos. Outro fator para determinar uma aula de qualidade em relação à cartografia, principalmente em colégios públicos, é a falta de materiais didáticos adequados ao ensino da cartografia, como por exemplos, mapas, globos entre outros. O preparo para o domínio espacial é, em grande parte, desenvolvido na escola, assim como também o domínio da língua escrita, do


raciocínio matemático e do pensamento científico, além do desenvolvimento das habilidades artísticas e da educação corporal. Não há como fugir do fato de que muitas pessoas têm dificuldades para extrair informações do mapa, simplesmente porque não conseguem compreender que ele retrata informações e eventos que influenciam a sua própria vida. Embora ele esteja presente diariamente na vida dessas pessoas é como se a sua ausência não fizesse falta. Elas nem tomam consciência de que sair do seu quarto e ir para o banheiro já exige um mapa mental para que elas não errem o caminho. Depois há situações como: a localização dos eventos quando da previsão do tempo, a rota rodoviária para uma viagem, a localização de ruas pelo mapa da cidade, etc. Isto só no que se refere a da¬dos essencialmente geográficos, pois várias outras áreas do conhecimento também se utilizam desse recurso. O mapa tem sido e será, sempre, um instrumento básico para geógrafos, historiadores, ecólogos, cartógrafos, planejadores, professores e para todos aqueles que estudam e se preocupam com a representação da superfície da Terra, em suas partes ou em sua totalidade. Toda ciência tem seu avanço por meio de pesquisas e todo pesquisador científico teve, um dia, que começar a adquirir conhecimento e habilidades na escola. Quão eficaz é a bagagem que é colocada na mochila e na mente do aluno desde a sua mais tenra infância! Portanto, já que a cartografia faz parte da vida de todo ser huma¬no, seria muito interessante que todos nós aprendêssemos a decifrá-la ainda enquanto pequenos. (PISSINATI & ARCHELA, 2007). 3. CONCLUSÃO Pode-se concluir neste trabalho, enquanto forma de pesquisa a respeito da importância de estudar e ensinar a cartografia e todos os processos de conhecimentos que a envolvem. Que é muito importante que o professor responsável por levar o conhecimento relacionado à cartografia aos seus alunos, esteja linkado com os processos que envolvem o conteúdo, conhecendo a fundo do que se trata a cartografia e de que forma pode repassá-la a seus alunos, para que os mesmos aprendam a conhecer as formas de representação cartográficas e compreende-las também, para que o conhecimento não fique fragmentado. Para que se possa ensinar com qualidade, importante se faz estudar e compreender do que se tratam as representações cartográficas e buscar formas de repassar o conhecimento com responsabilidade. Compreender esses processos envolve saber respeitar as fazes de aprendizado da criança e suas limitações. Usar recursos tecnológicos para repassar o conhecimento da cartografia, se mostra muito eficaz, tendo em vista que a criança estará se envolvendo com o lúdico e desenvolvendo formas de compreensão e entendimento relacionado ao conhecimento das representações cartográficas, contribuindo assim para a fixação do conhecimento. Aprender interpretar um mapa, reconhecer lugares e se localizar no espaço, também contribuem para o desenvolvimento do raciocínio rápido, contribuindo também para o desenvolvimento do raciocínio critico. 4. REFERÊNCIAS


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