

Módulo 3: Parto, Nascimento e Puerpério
Está chegando a grande hora!
O nascimento é um momento de transformação. O bebê passa a respirar o ar e se separa da mãe, pronto para explorar um novo mundo.

A mãe passa pela preparação do parto e a sensação única de dar vida a uma outra vida.
Nessa hora, é necessário ter sua rede de apoio, pessoas de sua confiança como familiares, amigos e um bom profissional que pri orize e respeite a saúde da criança e da mulher, e que respeite a presença do pai.
3.1. O que é Plano de Parto
O plano de parto é um documento feito pela gestante, em que fica registrado por escrito tudo aquilo que ela deseja da assistência médica e hospitalar em relação ao seu trabalho de par to, parto e nos cuidados com o recém-nascido no pós-parto imediato.

Este é um documento garantido pela legis lação brasileira e tão importante que é recomenda do pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para melhorar, no mundo todo, o nível do atendimento oferecido às parturientes e recém-nascidos.
Segundo diretrizes do Ministério da Saúde so bre pré-natal e parto, cabe a profissionais de saúde perguntar se a mulher tem um plano de parto es crito, ler e discutir com ela, levando-se em consid eração as condições para a sua implementação, tais como a organização do local de assistência, limitações (físicas, recursos) relativas à unidade e a disponibilidade de certos métodos e técnicas.
Dica
Leve o plano de parto impresso, no momento do parto. Algumas maternidades públicas têm pedido o plano de parto durante o pré-natal, protocolando este documento na pasta da futura parturiente.
3.2. Qual o tipo de parto mais adequado para você e seu bebê?
A gravidez, para muitos pais e mães, costuma ser uma época repleta de expectativas e incertezas. O que é melhor: cesárea ou natural ? No conforto de casa ou com a estrutura de um hospital ? De cóco ras ou dentro da banheira? É inevitável que essas e tantas outras questões tirem o sono das gestantes. Informações e orientações são fundamentais nesse momento. O apoio do companheiro e a boa comunicação entre o casal e o profissional de saúde é necessário e imprescindível, principalmente na escuta, acolhimento e respeito pela decisão feita pela mulher.
Não se esconda! Participe, pergunta, estude, ouça! Seja um verdadeiro parceiro!
Outro documentário disponível gratuita mente nas empresas de Streaming é o “Renasci mento do Parto”, um documentário que já está na sua 3ª (terceira) edição. Saiba mais: www.youtube.com/watch?v=UtEAGB2cKPs

opinião de profissionais diversos ajudam muito.Antes de passarmos rapidamente sobre os principais tipos de partos, vale a pena falar sobre parto humanizado.
O que é par to humanizado?
Uma ótima forma de se informar é assistir vídeos sobre parto e nascimento. Separamos um trecho do filme “O Começo da Vida” que aborda esse tema:


Há uma manipulação de informações muito grande sobre esse tema, parto ! Por isso é super importante tanto o pai quanto a mãe estarem bem informados. A especialista em Primeira Infância, Ana Maria Chiesa, alerta que há, infelizmente, mui tos julgamentos sobre tipos de parto levados por posicionamentos profissionais, e enfatiza: “Parto não se deveria escolher, pois não podemos antever qual será o melhor parto para a mãe e bebê. Parto você deve ter a melhor assessoria profissional pos sível, para no momento certo, te orientar ao melhor tipo de parto.”
Pode ser qualquer tipo de parto, normal ou cesárea, desde que seja respeitado o protagonismo da mulher. Nesta modalidade, o principal é que a equipe médica responsável fique atenta ao plano de parto e aos desejos da gestante e faça de tudo para mantê-la confortável durante todo o processo. Podem ocorrer intervenções médicas, como indução, anestesia e fórceps, desde que necessárias para a saúde e autorizadas pela mãe. Geralmente ocorre em hospi tais ou casas de parto em um ambiente silencioso, de temperatura amena e com pouca iluminação.
ocomecodavida.com.br/nascimento/
O Dr. José Martins, da Academia Brasileira de Pediatria, diz que são os motivos financeiros e a falta de informação que criam a alienação sobre o tema. Por isso, informar-se, ler, assistir vídeos e buscar
Parto normal ou vaginal
Parto natural
O que é:
O bebê nasce pela via vaginal. A expressão é usada para indicar todos os tipos de nascimento que não são cirúrgicos. Um parto normal pode ser hospitalar, dom iciliar, de cócoras, deitada, na banheira, com ou sem aplicação de anestesia. Também pode ser humanizado ou não.
Alguns Benefícios:
• Recuperação da mãe costuma ser mais rápida;
• Em condições ideais, o recém-nascido pode ir dire tamente para os braços da mãe, tem contato pele a pele e é amamentado logo após o parto.
• Para o bebê, as principais vantagens são a aquisição de “boas bactérias”, que ajudam no fortalecimen to do sistema imunológico na passagem pelo canal vaginal.

Algumas Desvantagens:
• Para a mãe, existe o risco de laceração, que é quan do a parte exterior da vagina é rasgada e pontos po dem ser necessários para fechar os cortes.
• Dor no períneo (a região entre a vagina e o ânus), que geralmente desaparece em algumas semanas.
O que é:
O que é:
Cesárea
Curiosidades
É
uma das versões do parto normal, ou seja, o bebê nasce pela via vaginal. O que caracteriza um parto nat ural é a ausência de intervenções médicas, como episi otomia, uso de fórceps, indução com ocitocina sintética ou outros medicamentos, como anestesia ou analgesia. Podem ser usados métodos naturais para o alívio da dor, como massagens, posições, água quente. O parto natural pode acontecer em casa, casas de parto, em hospitais.
Alguns Benefícios:
• Todos os benefícios do parto normal, sem a neces sidade de o organismo precisar se recuperar depois de anestesia ou administração de medicamentos, como ocitocina sintética, por exemplo, já que não há exposição a nenhum fármaco ou intervenções médicas.
Algumas Desvantagens:
• Todas as desvantagens do parto normal. Além disso, as técnicas naturais amenizam a dor, mas nem sempre a eliminam por completo.
Cirurgia em que é feito um corte no abdômen da mulher para a retirada do bebê. Pode ser planejada ou de emergência.
Benefícios:
•
Quando realizada para preservar a saúde de mãe e bebê, as cesáreas salvam vidas.
• No caso das cesáreas planejadas, a principal vantagem é saber exatamente quando o bebê vai nascer.
Desvantagens:
• Recuperação da mãe é mais lenta do que no parto normal e há maior risco de infecção e hemorragia.
• A cicatriz no abdômen pode provocar dor e, caso a mulher tenha mais de uma cesárea, há aumento de risco de ruptura uterina.
Há alguns casos de indicação absoluta para cesáre as como: placenta prévia, bebê em posição transversal, herpes ativa, entre outras.
Giovanna Baloch, autora do site Mães de Peito diz:
“A cesárea é uma cirurgia excelente, mas só deve ser feita com real indicação e não de forma eletiva (agendada) e rotineira...”.
(Leia mais na matéria: www.maesdepeito.com.br/quaissao-as-reais-indicacoes-para-a-cesarea/)
Casas de partos: Uma casa de parto é um estabeleci mento paramédico especializado em realizar partos de forma natural. No Brasil, o Ministério da Saúde usa a de nominação centro de parto normal desde 1999.
Doulas: são profissionais que dão assistência emocional e física às gestantes antes, durante e após o parto. Elas não executam nenhum tipo de procedimento médico, somente apoiam as parturientes.
Independentemente do tipo de parto escolhido, para que a experiência seja positiva, é essencial que a opinião e a vontade da mãe sejam acolhidas e respeitadas em todas as etapas, mesmo quando há imprevistos.

Cada tipo de parto tem seus benefícios e desvantagens e pode ser mais ou menos adequado de acordo com as preferências da família e o desenvolvimento do bebê. Por isso é essencial que o casal esteja alinhado, ter pesquisa do bastante e ter orientação de um profissional e obstetra.
Saiba mais e veja experiências de outras mães e comentários de especialistas sobre esse momento para que o parto, o primeiro desafio do seu filho ou filha, seja um dos momentos mais importantes na vida da mãe e do bebê:
ocomecodavida.com.br/o-parto/
Curso EAD - Paternidade Responsável 3.Parto, nascimento e puerpérioPrecisamos falar sobre Violência Obstétrica

Por trás da escolha do parto, existe também uma questão obscura que faz parte da realidade de muitas brasileiras, independentemente se elas são atendidas em hospitais públicos ou privados. Pesquisa realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo revela que 25% das gestantes bra sileiras não são atendidas satisfatoriamente an tes, durante e depois da gravidez dão à luz sem a presença de médico ou enfermeiros, passam por exames dolorosos, ouvem gritos e ameaças, entre outros tipos de agressões. Principalmente se essas gestantes forem mulheres negras. A violência ob stétrica é machista e racista!
Por isso é importantíssimo a presença do par ceiro e de alguém de confiança no momento do parto. Existe uma lei, que protege o direito das gest antes em terem um acompanhante de sua escolha, para que elas tenham o cenário mais favorável pos sível no momento do parto.
IMPORTANTE: O médico obstetra Frances Michel
Odent diz que homens sem qualquer informação ou familiaridade com o assunto tendem a dificultar o trabalho de parto, ao invés de ajudar. E que as necessidades e protagonismo da mulher devem ser respeitados e colocados em primeiro lugar.
Por isso, se envolva, estude e participe! Passe confiança para a mãe, mas também respeite suas limitações para a hora do parto. Seja maduro o suficiente para ser participativo e responsável, sem dar trabalho.
Separamos o trailer do 2º (segundo) volume do documentário Renascimento do Parto, disponível nas plataformas de streaming, que trata exatamente sobre o tema da violência obstétrica.

diminuindo o período de internação e recuperação e reduzindo a necessidade de uma indesejável ce sariana. Ou seja, a presença de alguém de confi ança da mulher aumenta a sensação de bem-estar da mãe e do recém-nascido, o que favorece inclu sive bons indicadores de saúde. Se estes direitos não forem respeitados, você deve entrar em contato com a Ouvidoria do Ministério da Saúde através do telefone 136. Porém a forma mais eficiente de ter seus direitos respeita dos é conhecer o local onde o parto será feito, previamente, conhecer a política da maternidade sobre o assunto, e deixar declarada a escolha do acompanhante pela mãe, feita no Plano de Parto. Caso queira ou tenha curiosidade, veja a lei na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm
3.2.2. Lei do Acompanhante Pai não é visita!
A Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005, mais conhecida como a Lei do Acompanhante , de termina que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A Lei determina que este acompanhante será indica do pela gestante, podendo ser o pai do bebê, o par ceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra pessoa de sua escolha.
A presença de um/a acompanhante de escolha da gestante é uma das recomendações da Organ ização Mundial de Saúde para a humanização do parto e nascimento. Vários relatos científicos têm evidenciado que a presença de um acompanhante durante o pré-parto, parto e pós-parto pode fa vorecer inclusive no processo fisiológico do parto,
Principais dúvidas sobre a Lei do Acompanhante:
• A lei do acompanhante é válida para todos os serviços de saúde (hospitais e maternidades) brasileiros, públicos e particulares, civis e militares.
• A lei é válida para cesariana ou parto natural.
• A maternidade não pode alegar desconhec imento da lei para impedir a presença do(a) acompanhante. De acordo com o artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil, não é permitido impedir o direito de alguém com a desculpa de não conhecer a Lei.
• O direito à presença de acompanhante não depende de curso prévio. Mas os cursos oferecidos para acompanhantes podem ser de grande ajuda para o/a acompanhante.
• A presença do/a acompanhante não pode ser impedida por nenhum profissional de saúde. Funcionário público que praticar ato contra a disposição expressa de lei pratica Crime de Prevaricação. A lei é clara quanto ao direito da presença do acompanhante.
• O hospital não pode alegar risco de in fecção hospitalar para impedir a presença do/a acompanhante.
Caso haja descumprimento da
denuncie!
CASAS DE PARTO
Criados como estratégia governamental para humanizar a assistência ao parto no país, os Centros de Parto Normal (nome oficial) são ambientes que unem o aconchego do lar aos recursos necessários para o atendimento de partos normais de baixo risco.
As equipes das Casas de Parto são capacitadas para lidar com emergências e nos locais há sempre uma ambulância pronta para caso de complicações e necessidade de transferência para um hospital. Nas Casas de Parto o ato de dar à luz é tratado como um processo natural que faz parte da vida da mulher e para o qual o seu corpo está preparado. O tratamento oferecido é centrado nas necessidades e na segurança da parturiente e do bebê, com acolhimento e respeito. Nestes locais são incentivadas a inte gração familiar em torno do nascimento, a amamentação e o vínculo de afeto entre mãe, pai e bebê. Veja abaixo informações sobre as duas Casas de Parto em funcionamento na cidade de São Paulo:
Casa Ângela
O primeiro passo para a mulher que pretende ter o parto normal na Casa Ângela é participar do grupo de acolhimento que ocorre todas as quartas-feiras, às 9h. O atendimento pré-natal é realizado de se gunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A primeira con sulta varia de 1 hora a 1h30 de duração. As seguin tes duram de 40 minutos até 1 hora. O atendimento ao parto funciona 24 horas.
Para mais informações: R. Mahamed Aguil, 34 Jd. Mirante. Tel.: (11) 5852-5332.
Em caso de necessidade de transferência, os hospi tais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para a transferência em ambulância são o Hospi tal Municipal do Campo Limpo, localizado a 3 Km, e o Hospital Municipal do M’Boi Mirim, a 5 km, em um trajeto que pode ser percorrido no máximo em 60 minutos.

Casa do Parto de Sapopemba
A Casa é gerenciada em conjunto pela Supervisão Técnica de Saúde de Vila Prudente e Sapopemba e pela SPDM (Associação Paulista pelo Desenvolvi mento da Medicina), em parceria com a Prefeitura de São Paulo. É um Centro de Parto Normal que atende desde 1998 as mulheres com gestação de baixo risco, independentemente do local de residên cia e do tipo de pré-natal: Sistema Único de Saúde (SUS), convênio ou particular.
Para mais informações: Rua São José das Espinharas, 400 Vila IVG Telefone: (11) 2702-5899 e (11) 2702-6043
Em caso de necessidade de transferência, o hospital de retaguarda é o Hospital Estadual de Vila Alpina, a oito minutos da Casa de Parto.
Curso3.3. Preparação para o parto

Resumidamente é aquele checklist ou lista com os cuida dos que os pais devem tomar antes do nascimento. Então vamos lá!
• Organizar documentos para levar no momento do parto e para entrar na licença-maternidade e paternidade estendida.
• Fazer a lista de telefones úteis.
• Colocar na sacola/bolsa o que vocês vão levar: roupas e fraldas para a criança, roupas suas e da parceira, absorventes, casaco ou manta para o acompanhante, produtos de higiene pessoal.
• Carteira de Identidade ou Certidão de Nascimento, ou Casamento. Caderneta da gestante. Cartão do SUS, se possuir.
DICA: parece besteira, mas ajuda muito ter essa lista arrumada no último trimestre da gestação. Pois a qualquer momento a criança pode vir, e é melhor não passar por apuros nessas horas, né?!
Importante
• Não é preciso correr para o hospital quan do as contrações começarem (é preciso verificar de quanto em quanto tempo elas estão acontecendo);
• Não é preciso correr para o hospital quan do a bolsa romper (um clássico das nove las e filmes que quase todo mundo acha que é verdade);
• Enfim, fique atento e informado , sempre conversando e tirando TODAS as dúvidas com os profissionais de saúde, para não sof rer por ansiedade e cometer equívocos!
3.4. Puerpério
Você já ouviu falar sobre Puerpério? Não? Tudo bem. Nós vamos explicar!
O puerpério é período pós-parto e requer cuidados especiais.
O nascimento de um filho é um momento em que a atenção se volta para o bebê. Mas durante esse período, o cuidado com a mãe é muito impor tante. Ela também passou por momentos intensos, em alguns casos até por uma cirurgia, como em um parto cesáreo.
O período após o parto, chamado puerpério, é o momento em que ocorrem intensas modificações físicas e psicológicas nas mulheres num curto es paço de tempo. Juntas, essas características con tribuem para aumentar a insegurança da mãe em relação aos cuidados necessários para garantir a saúde do seu bebê e dela própria nesta fase inicial da maternidade.
A gestação, o parto, o nascimento e o puerpério são eventos naturalmente carregados de sentimen tos profundos. Quase sempre, mães e pais apenas vislumbram um cenário ideal, de um bebê que nasce “perfeito” e com saúde, no entanto, com grande frequência, nem tudo sai de acordo com o que idealizamos prematuridade, bebês com graves prob lemas de saúde ao nascer, bebês com deficiências mentais e físicas, impactos para a saúde da mãe, etc. gerando situações de grande frustração e sof rimento. Todas essas situações podem gerar uma

sobrecarga mental, física e financeira adicional para as famílias e por isso demandarão um envolvimento ainda maior dos pais. O importante é saber que tais momentos, vistos inicialmente como uma “crise”, podem ser muito construtivos, tendo um forte potencial positivo para estimular a formação de vínculos e provocar transformações pessoais. E claro, eles não impedem todo o prazer e felicidade que serão proporcionados por esse bebê.
É u m período de acolhimento!
determina e necessária externos biológicas mulheres
Muitas pessoas homens e mulheres acreditam que as mães possuem um “dom” espe cial, um instinto que faz com que elas sejam, natu ralmente, melhores cuidadoras do que os homens. Na verdade, o corpo e a fisiologia das mulheres são capazes de gerar uma vida, trazê-la para esse mundo e depois alimentá-la através da amamen tação, no entanto, até mesmo essas atividades gestar, parir e amamentar –, são pesadamente influenciadas por aspectos individuais, sociais e culturais. O que dizer então de cuidar de um bebê recém-nascido?
Na realidade, nós homens e mulheres aprendemos a difícil e muitas vezes exaustiva tare fa que é cuidar de um/a recém-nascido/a. O que
3.4.1. Como ser um pai participativo no Puerpério, primeiros dias
Indo direto ao ponto...
A única coisa que um pai não pode fazer é dar de mamar e, mesmo assim, como veremos abaixo, ele pode (e deve!) contribuir muito nesse sentido. A inexperiência de muitos homens com o cuidado de bebês, ainda mais de recém-nascidos é um fato concreto e algo que traz insegurança. No entanto, é preciso enfrentar essa insegurança e aprender a ser pai, para o bem de nossas/os filhas(os), de suas mães e do nosso.
Seguem algumas das ações que você pode e deve praticar no período do puerpério:
• Apoiar e estimular a parceira com a amamentação. Estar atento ao que ela precisar; (Obs.: O primeiro fluido semelhante ao leite que a mãe produz é chamado de “colostro”; sua composição é um pouco diferente do leite posterior e é muito rica em defesas fundamentais e nutrientes. Por volta do terceiro ou quarto dia após o parto, os seios aumentam um pouco de tamanho e a produção de leite branco começa, isso é chamado de “baixo leite”.
• Levar a criança para tomar as primeiras vacinas e realizar exames, se for necessário.
• Realizar os cuidados com a criança, como trocar fralda, higiene do coto umbilical, dar banho, entre outros.
• Registrar a criança.
• Nestes primeiros dias, é importante que você transmita para a mãe confiança, carinho, apoio, segurança e principalmente sua disponibilidade em face de qualquer necessidade que surja durante o início da amamentação.
• Importante que ambos os adultos cuidadores se responsabilizem por cuidar do bebê para ter energias suficientes para atendê-lo e confortálo quando ele precisar;
• Cuidar da casa faxina, roupas, comida, etc. e aproveitar os meses em que a sua parceira estiver mais afastada dessas atividades para aprender e passar a dividir tais tarefas.
• Se o casal já tem outros filhos: é bem possível que apareça o ciúme, a sensação de traição e o medo do abandono, que se traduz em comportamentos agressivos por parte das outras crianças. Há a necessidade de rearranjos na relação familiar;
• Procure gerir a ansiedade dos familiares que venham visitar o novo bebê. É muito comum haver uma sobrecarga e um estresse para a mãe que já estará num estado sensível.
• Falar com a parceira, familiares e amigos sobre as suas angústias com relação às situações que está vivenciando.
Com o Registro de Nascimento , seu(sua) filho(a) será um indivíduo, com o próprio nome, sobrenome, o nome da mãe, do pai e dos avós e estará escrito que ele(ela) nasceu no Brasil. Ser um(a) cidadão(ã) bra sileiro(a) dará a ele(ela) muitos direitos: atendimento à saúde, creche, matrícula escolar, o recebimento dos benefícios dos programas sociais e muitos outros. Tirar o Registro Civil de Nascimento é obrigatório e ninguém precisa pagar pela primeira via, é gratuita. Procure o cartório de registro civil do lugar onde seu(sua) filho(a) nasceu ou onde você mora. Algumas maternidades oferecem esse serviço. Obs.:
• Se a mãe não tiver esta declaração do pai ou se o pai for desconhecido, ela poderá tirar a Certidão de Nascimento apenas em seu nome. Depois o pai deverá comparecer ao cartório para registrar a paternidade, espontaneamente ou em cumprimento de determinação judicial.
• Se os pais não tiverem o próprio Registro Civil de Nascimento, devem primeiro providenciar os seus para depois registrar a criança.
• Se a criança nascer fora do hospital e não tiver a DNV, será preciso procurar o cartório com duas testemunhas que confirmem a gestação e o parto.
• Se os pais forem menores de 18 anos, os avós ou os responsáveis também deverão comparecer ao cartório.
• Se a mãe for indígena, apresentar também o RANI a fim de orientar o cartório a realizar corretamente o registro da criança.
nascimento
3.4.2. Pós-parto traumático
Tornar-se pai e mãe talvez seja a maior transformação na vida das pessoas. Ou talvez não. Cada pessoa é um indivíduo, não são nem mais, nem menos, apenas diferentes, com seus repertórios emocionais e culturais.
Numa cultura machista como a nossa, a cobrança social, moral, emocional, física e mental da mulher/mãe é maior que a do pai. Por isso é comum muitas delas sofrerem mudanças de humor, depressão e outros problemas, principalmente após o parto, que foi um momento importante e misto de emoções, para todos e todas, mas principalmente para a mãe.
O apoio do pai, parceiro e companheiro nessas horas é muito importante. Lógico que isso não tira a legitimidade das mudanças que ocorrem no homem. Por isso é importante também o homem falar sobre suas emoções e medos para um/a amigo/a ou familiar. Ter o apoio emocional, que ele mesmo está dando para a mãe.
É um círculo de apoios! Respeite e apoie a mãe, e peça apoio e respeito de algum familiar e amigo. A parentalidade (paternidade e maternidade) não precisa ser uma jornada solitária!
O filme O Começo da Vida , que já citamos aqui neste curso, aborda três (3) problemas comuns que podem ocorrer no puerpério, mas que infelizmente são vistos como tabus para muitas pessoas:
• Baby blues: mais frequente, acometendo de 50 a 70% das puérperas. É definido como estado depressivo mais brando, transitório, que aparece em geral no terceiro dia do pós-parto e tem duração aproximada de duas semanas. Caracteriza-se por fragilidade, hiperemotividade, alterações do humor, falta de confiança em si própria, sentimentos de incapacidade (Assista o vídeo: ocomecodavida.com.br/baby-blues );
• Depressão pós-parto: menos frequente, manifestando-se em 10 a 15% das puérperas, e os sintomas associados incluem perturbação do apetite, do sono, decréscimo de energia, sentimento de desvalia ou culpa excessiva, pensamentos recorrentes de morte e ideação suicida, sentimento de inadequação e rejeição ao bebê (Assista o vídeo: ocomecodavida.com.br/depressao-pos-parto);
• Psicose pós-parto: Diferente da depressão pós-parto, a psicose pós-parto não se trata de uma alteração de humor (assista o vídeo: ocomecodavida.com.br/ psicose-pos-parto).
DICA: Entre, assista e aprenda com os inúmeros vídeos do Pediatra Daniel Becker em seu canal “Criar e Crescer”: www.youtube.com/channel/UCgbbjw8zPkrmmL_
XU1SgJBg Ele tem um site muito instrutivo também chamado Pediatria Integral, vale a visita! Link: pediatriaintegral.com.br/.
O Dr. Daniel Becker convida-nos a falar mais sobre o assunto, fazendo um apelo para que mudemos essa realidade e completa:
“Precisa de toda u ma aldeia pra se criar uma criança. E a mãe, precisa de uma rede de apoio, para cuidar de si!”

3.5. Novos vínculos afetivos
Tornar-se mãe e pai, em certo sentido, aconte ce da noite para o dia, mas em outro é uma função na qual devemos crescer por meio da experiência e por meio de erros e acertos que praticamos.
Se observarmos mais de perto a maneira como uma criança cresce em sua família, verificamos que são inevitáveis os conflitos de maior ou menor in tensidades entre pais, filhos/as e irmãos.

No entanto, percebemos que estas lutas com o mundo externo irão ajudar a criança, gradativa mente, a encarar os sentimentos, as fantasias e conflitos que se passam em seu interior.
Quando a criança consegue lidar com as difi culdades que vão aparecendo em cada fase do seu desenvolvimento, sendo acolhida e amparada com sensibilidade, afeto e compreensão por parte de seus pais e suas mães, ela adquire segurança em seus próprios recursos psíquicos e emocionais. Tal postura dos pais e das mães também contribui sobremaneira para que a criança confie nesses vínculos familiares, que, por sua vez, terão impor tantíssimo papel na construção de sua estabilidade emocional, independência e autoestima.
3.5.1. Irmãos mais velhos

Um vínculo de grande importância que infe lizmente é bastante negligenciado é aquele entre irmãos e/ou irmãs. É comum quando um casal está nessa fase do nascimento do novo filho ou filha ter dificuldades com o filho(a) mais velho e negli
genciá-lo de atenção e cuidado. Essa companhia tem muita função. É com os irmãos que a criança tem mais chances de apren der a se socializar e enfrentar o mundo, enquanto os pais ficam com a tarefa de transmitir valores. Ou seja: no cotidiano, eles prestam atenção no que o outro está fazendo, na experiência vivida, no exem plo a ser seguido. Cabe aos pais a orientação mais ampla, a direção dos caminhos, além, é claro, das responsabilidades previstas em Lei. E com o irmão, por exemplo, que a irmã ou irmão mais nova/o pode aprender a encarar melhor os primeiros dias na es cola, a andar de bicicleta, a desenhar um cachorro “daquele” jeito... E não importa a ordem de nasci mento: caçula, do meio ou primogênito, todos/as aprendem uns com os/as outros/as.
Veja trecho do “O Começo da Vida” em que é mostrado o impacto dos irmãos mais velhos no desenvolvimento do irmão mais novo: ocomecodavida.com.br/irmaos
Como podemos cuidar dos/as irmãos/ãs mais velhos/as?
1Deixando que participem com os adultos na prepa ração da chegada do novo membro. Todos, até os mais novos, podem colaborar em alguma coisa. Por peque na que seja a contribuição, isso fará com que se sintam necessários e valiosos.
2Evitando, na medida do possível, que os irmãos ten ham outras fontes de estresse adicional, como man dá-los para dormir na casa de um parente durante os primeiros dias ou mudar sua rotina de uma maneira mais intensa.
5Não caindo no erro de repetir frases feitas como: “Você é grande, faça sozinho, espere, seja paciente”. Tornar-se a irmã ou o irmão mais velho não o transforma em um ser autossuficiente e capaz de compreender tudo. Ao contrário, ele precisa de atenção e compreensão mais do que nunca. Não o façamos acreditar que ser o mais velho o deixa desamparado ou que deve cuidar de obrigações que ele não pode enfrentar sozinho.
3Antecipando como serão esses dias durante os quais seus pais estarão longe de casa devido ao nascimento.
4Apoiando na compreensão do recém-nascido. Fale para eles, por exemplo: “Você percebeu como ela gos ta de segurar o seu dedinho?”. Dessa forma, ajudamos o irmãozinho ou irmãzinha a começar a aprender e en tender os sinais do bebê e a relacionar-se com ele.
6Tendo, com apoio e criatividade, tempo exclusivo também para eles. Ser capaz de gastar tempo com partilhando atividades que eles gostam e que sejam apropriadas para a idade deles os ajudará a entend er que eles não nos perderam e que ser “grande” tem sua parte positiva.
7Deixando claro para eles que, mesmo que compreen dam e tenham paciência, seus pais ainda os abraçam, estabelecendo limites e ensinando-os a expressar suas emoções.
Parabéns!


Revisão

