RI . UFF Arraiá do Barão
Julho/2011
A Hipocrisia irá salvar os Direitos Humanos
02/07 - 13h
Estrada Caetano Monteiro, 2835 Rua F - Sede
Calendário ● 29/06: Seminário “O Livro Branco de Defesa” @ Escola de Guerra Naval. ● 29/06: José Luís Fiori: Mudanças na Economia Política Internacional Após o 11 de Setembro de 2001 @ UFF. ● 30/06 e 01/07: Seminário Internacional: Diálogo Sobre a Violência Urbana no Rio de Janeiro e Caracas @ UERJ. ● 02/07: I Arraiá do Barão @ Pendotiba. ● 20 a 22/07:
(e Lady Gaga a Líbia)
Por: Fernando L.¹
Em 1876, o abolicionista Joaquim Nabuco, em carta para um amigo, relata que foi abordado, aos berros, por uma figura proeminente do Império, que exigia saber quem ele pensava que era, por “tentar acabar com uma prática histórica, consolidada e importante” para a sociedade brasileira: a escravidão. A combinação de organização civil e da famigerada Bill Aberdeen Law, da Inglaterra, (“ei, tive uma idéia, que tal se afundarmos os negros nos navios ao invés de deixar que eles se tornem escravos?”), ajudou a encerrar a prática no Brasil e, menos de 200 anos depois (período irrisório para a análise de um historiador, comparável a influência Construtivista nas RI atualmente) é de concordância geral, dentro do país – e do Sistema Internacional – que utilizar seres humanos como mercadoria é algo hediondo e vil – apesar da prática ainda se manter bastante viva em alguns recôncavos. A grande questão, dentro dessa análise, é entender que ações hipócritas serão sempre um dos grandes motores das movimentações humanas, principalmente dentro das Relações Internacionais. A Inglaterra possuía interesses mercadológicos na abolição da escravatura? Com certeza. Isso faz desse movimento algo ruim? Não necessariamente. Em abril desse ano, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma Zona de Exclusão Aérea na Líbia – alegando que Kahdafi, notório badernista, estava matando civil a torto e direito. A maioria dos analistas – corretamente, a meu ver – foi rápida em apontar os motivos geopolíticos, geoestratégicos e geointeresseiros para a intervenção. Petróleo, refugiados e efeito “Bad Neighborhood” foram rapidamente citados (até tentaram empurrar um R2P, mas não convenceu). Algumas semanas depois, atuando em um Campo de Refugiados nessa bucólica província no Norte da África, tive a chance de analisar os fatos mais de perto. Como o único detentor de um laptop com internet, era visitado pela mais diferente trupe para acessar a querida rede: pessoas querendo ver e-mail, notícias e mesmo resultados da Fórmula 1. Dentre desse grupo, me chamou a atenção uma menina, nos seus 12 anos, que sempre aparecia por lá para ouvir músicas da Lady Gaga, sabendo as coreografias, letras, hinos satânicos – e tudo mais que a loira canta no Youtube. Euforias Keoheanísticas a parte, logo descobri que ela tinha familiares na Inglaterra e nos Estados Unidos, que já mobilizavam uma forte rede transnacional para levantar verbas para refugiados e – pasmem – um tio lobbista que começou a mover pauzinhos para aprovar uma lei especial para refugiados dentro do Reino Unido. Voltando ao ponto inicial: a intervenção na Líbia é gerada principalmente por interesses escusos e hipócritas? Provavelmente. Pode ser que ela indique a ponta do Iceberg para, em algumas décadas, termos ferramentas normativas para se “tentar acabar com uma prática histórica, consolidada e importante”, que é empregar “’Soberania’ para se justificar qualquer atitude de lideranças irresponsáveis? Tomara. Países fora do Eixo de poder não possuem capacidade de resolver seus problemas internos? Possivelmente possuem, e resolveriam, dentro de algum período temporal – mas prefiro (cof cof, Khmer Vermelho), por agora, não descobrir.
3º Encontro Nacional ABRI @ USP.
¹ É jornalista (o que justifica os erros no texto).
● 8 a 10/08: V ENABED @ Fortaleza - CE.
Todas as atividades acima encontram-se especificadas no site www.uff.br/ri
“Talvez em outros mundos astrais as coisas sejam mais bacanas” - Professor, filosofando.
“Você é muito mau!” Aluna do 1º período indignada com os preceitos realistas do professor.
Pérolas
“Onde se ganha o pão, não se come a carne” - Deus
“F*deu, vou estar nessa sessão toda edição” - Aluna do 5º período, sobre as pérolas.
“Eu acho, inclusive, que o caráter político do governo FHC só foi possível porque não existia facebook” - Professora refletindo sobre o poder da rede social.