October Doom Magazine Edição 54

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lançamentos + Resenhas + shows + matérias + entrevistas

Ano II n nº54

magazine

Edição

Especial Confira o projeto gráfico e editorial que marca a ‘nova’ october doom

Ephemeral

ocean entrevista com Alexey Kostovitsy, guitarrista da banda p.06

+bandas entrevistadas

resenha álbum Random Cosmic Violence, do Usnea p.16

p.10

anderson foca e o festival dosol

Agnaldo Gomes O Front Man de uma geração, Serpent Rise

p.30

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https://www.facebook.com/Persephone-Dark-Clothes-118303091658616/?fref=ts

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editorial

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nº JAN/2016

By October Doom Entertainemnt

A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de alguns grupos e iniciativas independentes, que trabalham em função de um Underground Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que contribuem compartilhando e disseminando este trabalho. Editor Chefe: Morgan Gonçalves colaboradores nesta edição: Morgan Austere | Cielinszka Wielewski | Fábio Shammash | Bruno Braga | Fernando Martinez | Gustav Zombetero | Merlin Oliveira | Adauto Dantas projeto gráfico/diagramação:

Márcio Alvarenga noisejazz@gmail.com issuu.com/octoberdoomzine/ Facebook.com/OctoberDoomOfficial octoberdoom.bandcamp.com/ Colaboradores:

Facebook.com/FuneralWedding

A

partir de agora, iniciamos uma nova faze na trajetória da October Doom Magazine. A partir de hoje, muitas mudanças serão notadas por vocês que acompanham nosso trabalho, entre as principais, a mudança na periodicidade da revista, que passará a ser mensal, bem como o aumento na quantidade de conteúdo e principalmente, a apresentação da nova identidade visual da ODZ. Para que esse momento chegasse, foram muitas semanas de trabalho e pesquisa intensa, além do apoio importantíssimo de pessoas que, assim como nós, acreditam no potencial da revista e querem vê-la crescer cada vez mais, sem perder a essência. O resultado de todo esse trabalho você começaram a notar já nesta edição, porém, trata-se de um processo gradual e continuo, onde buscaremos oferecer para nossos leitores, um trabalho cada vez mais atraente e completo. Além de todas as mudanças técnicas, já mencionadas, vale citar que novos colaboradores, que são velhos conhecidos da Cena Doom e compartilharão conosco, suas impressões e conhecimentos a respeito desse universo encantador da Música Underground. Esperamos que vocês, que fazem parte desta revista, aprovem nosso trabalho, mas que continuem colaborando e participando desta que é uma grande ferramenta do Underground Brasileiro.

Esperamos que vocês, que fazem parte desta revista, aprovem nosso trabalho, mas que continuem colaborando e participando.”

Obrigado e Boa Leitura Facebook.com/murro.org Morgan Gonçalves contato:

octoberdoom@bol.com.br

Facebook.com/morgan.goncalves.1 Editor Chefe


sumário

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história

agnaldo gomes e a banda serpent rise

26 entrevista Marco de Sorti

I AM THE SUN - O som único ensurdecedor do trio Bragantino

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entrevista VETITUM

Sem dúvida, o vocal sempre foi um ponto forte da Vetitum.” Paula Oliveira, guitarra

fESTIVAL DOSOL POR

ANDERSON FOCA

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CrĂŠdito foto nome

06 entrevista

Alexey Kostovitsy guitarrista da ‘ephemeral ocean’

gustavo vara

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banda usnea e a resenha de randon cosmic violence

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merlin oliveira entrevista anderon foca, do festival dosol

uma conversa com a banda vetitum


entrevista Alexey Kostovitsy guitarra - Ephemeral ocean

Um oceano de lamentações em forma de música

O Por Fernando Martinez

riginal da capital Russa, Ephemeral Ocean foi fundada em 2013, sob os conceitos e sonhos de Alexey Kostovitsy. Em novembro 2015 lançaram seu primeiro EP, Honour In The Mask, e o primeiro full, The Efflorescence, que ganhou excelentes críticas. Uma banda jovem, que extrai com originalidade, alguns dos elementos mais brilhantes dos melhores anos dos suecos do Opeth. Se você ainda não conhece o Ephemeral Ocean, acompanhe a entrevista e se encante.

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Fernando Martinez: Olá, Alexey! No final de 2015, nós conhecemos o trabalho de estreia Ephemeral Ocean, o “The Efflorescence”. Por minha opinião, o álbum é muito brilhante e profundamente emocional. Diga-me, qual é a história deste trabalho. Alexey Kostovitsy: Oi! A história deste

álbum do Ephemeral Ocean começou há dois anos. Eu queria criar algo, que pudesse expressar meus sentimentos, a abundância de sentimentos que eu tinha naquela época. Então eu comecei a perseguir meu sonho - lançar meu próprio LP. Como resultado, eu tenho um álbum em minhas mãos e eu estou cheio de felicidade. Esta é a história resumida do álbum.


ficha Origem

Moscow, Russia

Gêneros

Progressive Doom Melodic Death Metal

Years Active

2013 - Present

Label

MFL Records

Algumas palavras sobre o line-up, se houver uma equipe permanente que compõem a espinha dorsal do grupo? AK: Agora há cinco de nós (veja

box com mais informaçõe ao lado). A banda passou por mudanças, mas sempre houve Dima (vocais) e I. Nós trabalhamos juntos no nosso EP “Honour In The Mask”. Roman (baixo), Anton (guitarra) e EFIM (bateria) faziam parte da banda em primeiros shows e rastreamento do LP. Mas não muito tempo atrás que era outra mudança - o meu amigo muito bom e nosso primeiro baterista Igor voltou para nós. Hurrah! od | A

Current Members Alexey Kostovitskiy Guitar

Dmitriy Stempkovskiy Vocal

Roman Vedeneev Bass

Em tempos difíceis, a única coisa que eu poderia fazer é escrever a música, e foi o que eu fiz.” Alexey Kostovitsy, ephemeral ocean

Anton Garm Guitar

Efim Burak Drums

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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entrevista Alexey Kostovitsy guitarra - Ephemeral ocean

Como acontece o processo de criação do material musical? Como é organizado este trabalho no grupo? AK: Eu sou o compositor e mentor

da banda. Tudo começa no meu estúdio em casa, onde eu sempre gravo as demos. Então eu envio para outros membros da banda. Em seguida, ensaiamos e organizamos a música. Ao mesmo tempo Dima faz melodia vocal nas letras concluídas, ou primeiro as linhas vocais e, em seguida, virar letras.

Cada canção é como um capítulo do livro. O capítulo de um homem e de cada um de nós ao mesmo tempo.”

Na minha opinião, as letras têm um lugar especial em seu trabalho de estreia. Há uma sensação de que eles estão unidos por um certo conceito. O que você pode dizer sobre isso?

uma questão pessoal para você. Você consegue se lembrar da última vez que esteve terrivelmente mal no coração? Como você superar essa condição?

AK: Para mim, foi muito importan-

AK: Relacionamento não é uma

te, que a música e as letras fossem combinadas com a ideia comum. Letra da música foram escritas pelo meu bom amigo. Ele entende e sente a minha música como ninguém. Cada canção é como um capítulo do livro. O capítulo de um homem e de cada um de nós ao mesmo tempo. Eu posso falar muito sobre isso, mas a melhor maneira de entender isso é ouvir o nosso LP.

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coisa tão fácil. Amor.... Eu passei por algo que pode ter acontecido com qualquer um, cedo ou tarde. Para mim, foi um outro estágio de maturação. Em tempos difíceis, a única coisa que eu poderia fazer é escrever a música, e foi o que eu fiz. A música era a minha salvação, tornou-se a distração no meio do caos que estava na minha cabeça. Tudo isso me levou a criar Ephemeral Ocean.

Você está familiarizado com as obras de Opeth? Como você vê a banda sueca? AK: É uma das bandas que me inspiraram. Eu amo Opeth, especialmente as suas performances ao vivo.

Qual é o seu gosto na música como um ouvinte? Quais álbuns de 2015 você pode notar? AK: Eu prefiro música melódica,

dinâmica, sincero e atmosférica. Eu posso encontrar banda que está em conformidade com estes critérios em todos os gêneros musicais. Mas meus gêneros favoritos são Technical e Progressive Death Metal. Eu sou grande fã de Death Metal. Os eventos musicais mais importantes deste ano para mim eram novos álbuns do Nile, George Kollias, Gorod, Psycroptic, Ektomorf. E certamente Ephemeral Ocean :)

Como você avalia o trabalho dos Selos? O que você poderia recomendar para as bandas, que decidiram recorrer a NFL Records e à Frozen Light? AK: Eles estão nos dando um forte apoio, agradecemos sua ajuda. Para todos aqueles que decidiram


Alexey Kostovitsy, guitarra e sintetizadores

cooperar com a NFL e Frozen Light - não se esqueça, se você procura por experimentar e caras sensíveis, não há nenhuma dúvida, você está no caminho certo!

Quais são seus planos em termos de criatividade, para 2016, coletiva e pessoalmente? AK: Mais shows! Queremos fazer

algo mais do que apenas executar nossas músicas. Queremos compartilhar nossas emoções e fazê-lo sinceramente, curiosamente e profissionalmente. E quanto a mim eu quero encontrar um emprego :)

Obrigado por suas respostas interessantes! Tradicionalmente, você pode aproveitar esta oportunidade para expressar seus desejos para o nosso público. AK: Queridos amigos! Ouçam boa

música, apoiem suas bandas favoritas e mantenham seus pés quentes! :) Obrigado! od | A

honour in the mask independente 2014

Links https://ephemeralocean.bandcamp.com/ https://www.facebook.com/ephemeralocean

Digital

Primeiro ep da banda de doom metal russa facebook.com/OctoberDoomOfficial

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coluna

movimento underground rock’n’roll

http://murro.org/ https://www.facebook.com/murro.org/ https://twitter.com/MoviDoMurro

O Cara do Rio Grande do Norte Do Festival DoSol à Camarones Orquestra Guitarristica, Anderson Foca

A Por Merlin Oliveira

nderson Foca é produtor, músico e um dos caras responsáveis por difundir nacionalmente a cena underground de Natal. Responsável pelo Festival Dosol, um dos maiores eventos independentes do país, é também guitarrista na banda Camarones Orquestra Guitarrística e uma das referências em produção.

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ficha

Gosto do que eu faço, realmente não me sinto trabalhando quase nunca, então procuro aproveitar cada momento.” Anderson Foca, músico e produtor

Origem

Natal, Rio Grande do Norte

MERLIN oliveira: Foca, muito obrigado pela disposição e atenção. Hoje o Dosol é um dos maiores, se não o maior, eventos independentes do Brasil, mas como foi no início? Como foram seus primeiros eventos? Como era o público no começo? anderson FOCA: Foi como são todas

Gêneros

Progressive Doom Capa Melodic Death Metal Rytmus Alucynantis 5º Album da banda ‘Camarones Orquestra Guitarrística’

as iniciativas no começo. Começamos como uma espécie de festa de um selo que temos com o mesmo nome, num lugar para 500 pessoas e quem acessava o festival eram os fãs dessas bandas. Não tinha patrocínio, bandas de outros estados, nada disso, era só a gente e nossas bandas locais. Aprendemos a fazer tudo sem grana alguma, sem patrocínios e isso nos deu muitas experiências para gerenciar tudo quando fomos começando a crescer.

Ainda falando sobre público, você acha que a música independente tem conquistado mais fãs no Brasil? AF: Isso é um fato e é sem volta, até

porque as cosais mudaram muito no acesso a música nos últimos anos e naturalmente o público também mudou. Acho que os festivais de música independente juntos em 2015 devem ter reunido mais de 1.500.000 de pessoas

e isso é gente para dedéu. Agora, essa geração é a geração da oferta, temos mais fãs, mas também temos mais bandas a serem apreciadas, então isso requer esforço dobrado para que um grupo se destaque e o mais legal é que não temos só quantidade, temos qualidade também.

Muitas bandas de vários estilos já passaram pelo Dosol, dentro delas algumas se destacam nacionalmente hoje, como é, por exemplo, o caso do Far From Alaska. Ter participado do festival com certeza ajudou a alavancar o trabalho deles. Você acha que existe alguma fórmula para alcançar essa projeção? AF: Não existe fórmula certa, mas exis-

tem caminhos que você pode se utilizar para deixar as coisas menos complicadas. Ensaiar bastante, testar bem seu repertório, ter uma visão mais crítica sobre o próprio trabalho. Essas coisas ajudam muito. Fórmula não acredito, o Brasil é muito grande e muito diferente em cada região para se aplicar uma fórmula, mas certamente qualidade é 100% importante no que você vai se propor a fazer, seja numa banda grind ou numa banda pop, tem que vir primeiro! od | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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A última edição do Festival Dosol aconteceu em várias cidades por todo o país. Como foi a receptividade do público em outras cidades e como foi trabalhar em cenas diferentes da que você já está acostumado? AF: A gente tem uma grande ne-

twork com esses mais de 15 anos do Dosol, então naturalmente fomos nos alinhando até chegar nessa exportação da marca. A gente já fazia isso informalmente, esse ano só ampliamos ainda mais a ação e fizemos uma narrativa mais sólida para tudo. Foi uma coisa linda, com resultados que jamais imaginamos ter. A cena do Nordeste é bem parecida, esse foi um trunfo que a gente utilizou, é possível estudar bem o público de cada banda na região, eles não mudam muito de uma cidade para outra e ai ficou viável da gente desenvolver as rotas e a datas. Deu muito certo.

O Nordeste se tornou um dos polos do underground nacional, cada vez mais bandas de qualidade surgem e imagino que muitas mais irão surgir. Você enxerga alguma explicação pra isso? O que tem motivado tantos os músicos daí? AF: Região enorme, festivais legais, intercâmbio frequente. Muitos dos mais sólidos festivais de música independente estão aqui, não é a toa que as bandas seguiam na mesma toada. Acho que se deve a isso. A praia também deve ajudar em algo, né? :)

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Muitos dos mais sólidos festivais de música independente estão aqui (no Nordeste), não é a toa que as bandas seguiam na mesma toada. Acho que se deve a isso.” Anderson Foca, músico e produtor


foto: Diego Marcel

tour sólida. Vou deixar só esses para não ser injusto com ninguém, hehehehe.

2015 foi um ótimo ano para a música independente. O que podemos esperar do Dosol, do Camarones Orquestra Guitarrística e também da música nacional para esse ano de 2016? camarones orquestra guitarrística , formação

Você também é músico e já esteve em contato com várias outras cenas durantes as suas turnês com o Camarones. Como é a receptividade do público de outras regiões? AF: O Camarones já visitou quase todos os estados brasileiros e é muito lindo conhecer o Brasil assim. O Camarones faz todos os shows como se fosse o último, esse é nosso jeito de dizer obrigado a quem nos recebe e tem sido muito lindo a cada tour que disparamos, esse foi nosso melhor ano. 2014, tinha sido nosso melhor ano, então tá tudo bem!

Você já trabalhou com vários outros músicos e produtores. Teve alguma dessas parcerias que foi mais marcante, algum trabalho desenvolvido que tenha sido mais memorável? AF: Gosto do que eu faço, realmente não me sinto trabalhando quase nunca, então procuro aproveitar cada momento. Tive vários momen-

tos marcantes, difícil citar algum. Eu amo o processo da Incubadora que já deve ter criado uns 15 álbuns. Quero continuar fazendo isso por muito tempo.

Devido ao seu trabalho de produtor e também por ter tocado com muita gente, você deve conhecer muito do que vem sendo feito no Underground, várias bandas e também vários festivais. Quais são os destaques nacionais de 2015 para você? AF: 2015 foi ano excelente para a

música brasileira, é até injusto citar alguém e esquecer outros. Não costumo fazer muitas listas. O Water Rats teve um ano lindo é uma banda que tem o rock no seu DNA, curto muito o que eles vêm gravando e a tour que estão fazendo, é um dos meus destaques do ano sem dúvida. Pra citar uma banda do RN cito o Mahmed que vi no nascedouro, produzi muitos dos primeiros shows que fizeram e vi o quanto eles evoluíram para chegar nesse ano e lançar um disco bonito e fazer uma

AF: O Dosol começa o ano gravando

vários artistas, lançaremos pelo menos cinco discos no primeiro semestre e estamos na pilha de começar logo a pré-produção do Festival Dosol (demora para montar o bicho). O Camarones continua divulgando o Rytmus Alucynantis no primeiro semestre e a previsão é de fazer 100 shows no ano novamente. No segundo semestre já vamos apontar os caminhos pro nosso álbum que deve ser lançado em março de 2017.

Mais uma vez muito obrigado pela disposição e atenção, Foca! Pra finalizar, tem alguma coisa que você queira dizer pra galera que acompanha o underground e pros músicos independentes em geral? AF: Valeu demais, só dizer que a

vida é dura mesmo, que fazer qualquer coisa dar certo é difícil, mas ao mesmo tempo bem prazeroso, curtam tudo e vamos para cima! od | A

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resenha with the dead with the dead

With The DeaD: Uma velha novidade Por Gustav Zombetero

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embro d’algum momento ter visto uma imagem na minha timeline, se tratava de 3 “padrecos” zumbis praticamente extraídos dum filme setentista exploitation, uma aproximação da imagem e acabei reconhecendo os caras, se tratava dos; Tim Bagshaw, Lee Dorrian e Mark Greening, levando em consideração o time ali na minha frente, constatei que a parada era séria, seríssima! Assim descobri os With the Dead, os caras se lançaram e logo menos nos brindariam com o Debut auto-intitulado, um play de 6 faixas, mais próximo de Ramesses e (os arqui-inimigos) Electric Wizard do que dos finados Cathedral. Por mais que seja um play fiel ao estilo, não posso afirmar que seja um play reto, nem nas letras... as vezes você é transportado para algum filme de terror dos anos 80 ou antes, algumas passagens de órgão dão o ar da graça, passagens mais ‘suaves’ e abismais,

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também. Os riffs são sujos e cortantes, solos tímidos, porém, foda pra caralho, a pegada única de Mark, um dos mãos de marreta mais foda desse rolê, trechos de diálogos de filmes antigos (o velho clichê que nunca sai de moda). O conteúdo lírico é conturbado e desconexo, todas as injúrias e mazelas que estamos pré-dispostos, talvez, se encontrem ali, drogas, abandono, auto-destruição, o peso de não se encontrar nesse mundo imbecil, aquele rancor de gente idosa, isso deixa tudo ainda mais lindo nesse play. De cabo a rabo o play é massa, mas, 2 faixas me agradaram mais, são: Crown of Burning Stars e I Am Your Virus. O Debut foi lançado no dia 16/10/15 obviamente pela Rise Above Rec. od | A

Links https://www.facebook.com/withthedead/


movimento underground rock’n’roll

with the dead rise above records 2015

resultado da união das bandas que correm atrás dentro do cenário underground mineiro

Debut lançado em 2015. acima, logo da banda

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Usnea: Entre o Funeral e o Black Random Cosmic Violence, segundo álbum do quarteto norte americano de Blackened Funeral Doom Metal Por Rodrigo Bueno

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irando a poeira de alguns materiais que recebi ao longo do ano passado, eis um que me intrigou pela sonoridade e seu andamento arrastado. Usnea é o nome deste quarteto estadunidense e que apresenta aqui seu segundo full-lenght e primeiro trabalho via Relapse Records. Vasculhando o site Metal-Archives, consta que está banda oriunda de Portland (sempre ela) e que praticam um “Blackened Funeral Doom”, mas ao ouvir a pequena intro que antecede os acordes de

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randon cosmic violence ano 2014

relapse records

“Lying in Ruin” e tendo por base os vocais desesperados e uma prévia do andamento, eles têm flertam (e muito bem) com o Sludge. As alternâncias entre os vocais urrados e gritados casaram muito bem no contexto da faixa.


“Healing Through Death” vem em seguida trazendo todo o desespero iminente num ser humano, visto os vocais agoniados, para não dizer agonizantes, dando um toque em especial ao som. Mudanças de andamento podemos encontrar ao longo de seus 14 minutos e mesmo com essas passagens mais funerais eles mantêm em alta a sonoridade, preenchendo possíveis lacunas, prendendo a atenção do ouvinte. Geralmente as faixas que dão nome aos materiais são as que merecem uma atenção maior, pois elas meio que representam o conteúdo do álbum. E com essa “Random Cosmic Violence” não seria diferente. Ao contrário das outras faixas onde já esfregavam o desgosto da vida na cara do ouvinte, esta começa de forma calma, com alguns arpejos de guitarra e vocais hipnotizantes, para tão logo o ouvinte ser jogado do alto de um prédio com tamanho desprezo transmitidos pelos vocais e o peso das guitarras. Seguimos nessas alternâncias de andamento durante a música, sendo até surpreendidos por uma parte totalmente esporrenta e ríspida, assim como a morte que o espreita. E para encerrar essa hora de audição, temos “Detritus”, que é o estado que o ouvinte se encontra após a audição desta música. Seguindo na mesma vibe que a faixa anterior, ou seja, arpejos de guitarra dão a tônica da faixa. Esta música é a mais cadenciada do álbum e acaba deixando um gosto de quero mais. Fãs de Neurosis podem ir sem medo que a diversão está garantida. od | A

Links http://usneadoom.com/ https://www.facebook.com/usneadoom

ficha Origem Portlan, USA

Gêneros

Funeral Doom Sludge

Label

Relapse Records

tracklis album (Randon Cosmic Violence) 1. Lying in Ruin 2. Healing Through Death 3. Random Cosmic Violence 4. Detritus

usnea, banda de Oregon em seu segungo full-lenght.

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entrevista paula oliveira guitarra - Vetitum

A ResistĂŞncia e Beleza da Musica Obscura GaĂşcha Por Bruno Braga

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Bruno Braga: Primeiramente, gostaria de agradecer por aceitar ceder esta entrevista para o October Doom. De início, apenas para situar o leitor, comente um pouco sobre a ideia geral por detrás da Vetitum. (estilo, tema das letras e influências). Paula Oliveira: Desde já agra-

decemos pelo espaço no October Doom! A Vetitum é uma banda de doom gothic metal, com influências de The Gathering, Lacuna Coil, Black Sabbath, Anathema, entre outras bandas que flertam com o gênero. As letras falam basicamente de sentimentos quanto a temas do cotidiano, interpretações de como somos afetados por coisas que acontecem em nossas vidas...

Conte-nos sobre os eventos que conduziram ao surgimento da banda. Qual era a proposta inicial? Essa proposta mantém-se até os dias de hoje ou a banda sofreu alterações de estilo? PO: A Vetitum surgiu em 2001 sem maiores pretensões, era apenas um grupo de amigas que queria formar uma banda, não existia um estilo pré-definido, todas gostavam de rock/metal e essa era a linha “guia” inicial. Com o tempo as composições, sofrendo influências diversas de cada uma das integrantes, foram

sendo rotuladas pelos amigos e pessoas que foram conhecendo as músicas como gothic e doom metal. Apesar de este não ser um objetivo inicial é um estilo que sempre agradou a todos integrantes e foi muito bem aceito como nosso “rótulo”. O que era apenas uma “consequência” das nossas composições acabou virando o estilo que abraçamos. Não considero que a banda teve “alterações de estilo”, chamaria apenas de um amadurecimento musical do início até as composições se estabelecerem. Existe, claro, diferenças entre as composições conforme fases da banda, talvez músicas mais longas e elaboradas da fase entre 2003 e 2005 e composições mais simples e diretas na fase após 2008, mas a essência se mantém a mesma.

Tendo quase 15 anos de existência, pode-se dizer que a banda Vetitum já se tornou parte da história da cena doom gaúcha. No entanto, com uma trajetória tão longa, é inevitável não haverem altos e baixos, como trocas de formação ou períodos de recesso. Isso ocorreu com a Vetitum? Se sim, fale um pouco sobre esses eventos e nos diga como a banda lidou com eles.

A banda sem dúvida ocupa um papel muito importante na vida de todos os integrantes, mas nunca pode ir além de um “hobby levado a sério.” Paula Oliveira, guitarra vetitum

PO: A banda já teve algumas trocas de formação, como membros originais, seguimos eu na guitarra e a baterista, Luisa. Teve od | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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entrevista paula oliveira guitarra - Vetitum

integrantes da banda vetitum , fotografados por Gustavo Vara

Sem dúvida, o vocal sempre foi um ponto forte da Vetitum.” Paula Oliveira, guitarra vetitum

fases com cinco integrantes, posteriormente virou trio, hoje em dia somos quatro, mas podemos destacar a fase mais difícil, que foi quando a vocalista e baixista Carla Domingues (atual M26 e Enarmonika) deixou

a banda, em 2005. Como a banda vinha de uma fase trio, permanecemos nesta época apenas eu e a Luisa, em busca de novos integrantes. Nunca chegamos a parar totalmente, foi uma fase de organizar composições e experimentar novos arranjos para a banda. A substituição da Carla não foi fácil, pois além da competência vocal já amplamente conhecida, precisávamos também alguém que gostasse do estilo para assumir os baixos. Foi assim que o Gustavo, que já tocava com a Luisa na banda Drunkenstein, assumiu o baixo. A “banda de meninas” já havia deixado de ser uma prioridade. Na época nossa amiga Karen Dias fez alguns shows com a banda, marcando nosso retorno aos palcos, que ocorreu somente em 2008. Foi uma fase tensa, com futuro da banda incerto, mas que felizmente acabou bem.

Que diferenças essenciais você apontaria - como membro de uma banda que cruzou gerações no underground gaúcho entre a cena do início dos anos 2000 e a de hoje? PO: Não sei se há alguma diferença marcante, não vou ficar de saudosismos (rs), podemos perceber a renovação, bandas que seguem na ativa, bandas que surgiram, bandas que infelizmente encerraram... Essencialmente pudemos perceber altos e baixos em nossa cena ao longo deste tempo. Ao início da banda, até 2005, parece que os festivais underground aconteciam com bastante frequência e o público era mais engajado e houve uma redução após. Em 2011 ou 2012 a cena tomou fôlego novamente, inclusive com surgimento de novas bandas, algo que

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facebook.com/OctoberDoomEntertainment/

octoberdoom.bandcamp.com/


parecia que não vinha acontecendo tanto. Mesmo com nosso período de recesso, sem shows, seguimos frequentando festivais e percebendo o andamento da cena. Os locais para realização de shows também possuem fazes complicadas, seguem este ciclo de altos e baixos. Aqui em Pelotas, felizmente, temos de volta o Galpão do Rock, que passou certo tempo fechado e é o espaço que melhor comporta os festivais em nossa cidade.

Que materiais a banda já lançou e que repercussão cada um deles teve? PO: O primeiro registro da banda

foi o CD demo “Inspiration” (2002), que possuía a faixa título e a música “Imprisoner Laws”, que são as duas primeiras composições da banda. No ano seguinte, procuramos fazer um material mais completo, intitulado “Locked in a Dream”, que possuía a regravação destas duas faixas e mais quatro músicas. Porém o resultado das gravações ficou aquém do desejado, e decidimos suspender a divulgação deste CD demo após a distribuição de algumas cópias. Decidiu-se, portanto, em 2004 reeditar a primeira demo com modificações na capa, atualizando o logo e duas bônus track, “Disguising the Pain” e “Gloom”. Este foi o trabalho mais divulgado, tendo ótima aceitação da mídia especializada, com boas críticas em sites, zines e revistas como Rock Brigade, Roadie Crew

a doomed blog for doomed people

e Valhalla, nesta última foi destaque da edição na sessão de demos. Desde então não houveram mais lançamentos físicos, apenas singles disponíveis on-line.

Sabemos como é difícil manter uma banda ativa no underground brasileiro, me referindo aqui especificamente a questões financeiras. Dito isso, faço a seguinte questão: que papel a banda ocupa na vida dos integrantes? Há ou já houve a tentativa de "profissionalizar" a Vetitum ou poderíamos dizer que a banda é um "hobby levado a sério"? PO: A banda sem dúvida ocupa um

papel muito importante na vida de todos os integrantes, mas nunca pode ir além de um “hobby levado a sério”. Todos possuímos nossas profissões e nenhum dos integrantes trabalha diretamente com música. A banda já teve uma fase bem próspera, nos seus primeiros quatro anos, com crescimento exponencial do seu reconhecimento na cena, mas a ideia de “profissionalizar”, que possivelmente passou pela cabeça de todos integrantes da época, nunca chegou a virar uma tentativa real devido a todas as dificuldades que infelizmente enfrentamos (falando das bandas underground em termos gerais, não apenas a nossa) para manter uma banda, od | A

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ficha Origem

Pelotas, Rio Grande do Sul

Years Active

2001 - Present

1º registro ‘Inspiration’ (2002) CD Demo

Line Up Nany Yates Vocal

Gustavo Knopp Baixo

Luisa Branco Bateria

Paula Oliveira Guitarra

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entrevista paula oliveira guitarra - Vetitum

conforme citaste na introdução desta questão, normalmente temos muito investimento e pouco retorno, nos mantemos tocando por realmente gostarmos do que fazemos.

A Vetitum sempre teve ótimas vocalistas, sendo este um dos fatores que, creio eu colaboraram muito para o reconhecimento da banda, embora não seja o único. Poderia nos falar um pouco sobre as características de cada uma delas? Além disso, e essa questão é voltada para o leitor curioso, como era a relação de cada uma com a banda? PO: Sim, sem dúvida, o vocal sem-

pre foi um ponto forte da Vetitum, pois tivemos o início praticamente todo com a Carla, que é uma ótima cantora lírica profissional (estudava bacharelado em canto na época que integrava a banda), o que também nos permitiu ter influências de bandas com ótimas vocalistas em nossas composições e também para escolha de eventuais covers. Ao longo da trajetória da banda tivemos cinco vocalistas, a Carla, já citada, a Mercedes Hernandes que ficou por um curto período no início da banda, a Karen Dias que realizou alguns shows em 2008, a Daniela Moreira que ficou na banda de 2009 a 2014 e atualmente a Nany Yates. Falando das que ficaram por períodos maiores e gravaram

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Sem dúvida, o vocal sempre foi um ponto forte da Vetitum.” Paula Oliveira, guitarra vetitum

com a banda, assim como a Carla, a Daniela também fez Bacharelado em Canto, porém a diferença da voz é bem marcante, sendo a Daniela uma vocalista com maior identificação com o metal sinfônico do que com o gothic metal. Já a entrada da Nany na banda trouxe de volta a vertente do vocal gothic, mas possui bastante versatilidade, tendo um estilo de cantar muito pessoal, que possui influências desde vocalistas rock n’ roll dos anos 70 até do canto lírico. A banda possui uma boa relação com suas ex-integrantes, algumas seguem próximas, outras, devido aos rumos que a vida toma, temos menos contato. O que importa é nosso carinho a todas e votos de muito sucesso em suas trajetórias, sejam musicais ou nas outras carreiras que desejam seguir.

Qual é o processo de composição adotado pela banda? Há uma colaboração mútua entre os integrantes ou há compositores específicos? PO: Todos integrantes colaboram com as composições. Quem costuma compor mais é a baterista, Luisa, que tem muitas ideias no violão e estas são apresentadas a banda e lapidadas por todos.

O clipe de Red Solution, gravado em 2004, conta hoje com quase 10 mil visualizações no youtube, algo bastante surpreendente para uma banda de doom/gothic metal brasileira totalmente independente. Por qual razão você acredita que isso se deu? Poderia se dizer que esse clipe foi um divisor de águas na história da banda? PO: O clipe da Red Solution sem dúvida colaborou muito para a divulgação da banda, foi feito para um trabalho de faculdade do amigo Tiago Valério, a quem eu e a Luisa seremos sempre muito agradecidas. Foi a maneira através da qual muitas pessoas conheceram o nosso trabalho. Em 2004 quando ele foi lançado ainda não existia YouTube e uma versão de baixa qualidade, com 23 mega, foi postada em nosso site. od | A


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entrevista paula oliveira guitarra - Vetitum

Nesta ocasião foi esgotada nossa taxa de transferência mensal de 6 gigabytes, o que nos surpreendeu muito. Em 2006 ele foi postado no YouTube... na verdade acho que ele tem muitas visualizações pelo tempo de postagem e por ser um ótimo registro da banda. É uma música que marcou uma época da banda e do underground pelotense, pois nele aparecem locais que frequentávamos, amigos queridos.... Muitos voltam a assisti-lo seja para matar a saudade das suas imagens ou para curtir o som, além daqueles que estão visualizando ainda hoje pela primeira vez, o que vai ajudando a somar as quase 10 mil visualizações.

Por fim, conte-nos um pouco sobre os planos futuros da banda. Há previsão de novos materiais? Poderia nos adiantar alguma novidade sobre eles?

Morning”, estas duas últimas inéditas. As gravações estão sendo realizadas nos estúdios Gravesounds e A Vapor e a produção está a cargo do Bruno Añaña (Postmortem/Estúdio Gravesounds - Pelotas). Pretendemos também organizar um festival de lançamento deste EP no início de 2016, cujos detalhes ainda estão sendo definidos.

PO: A banda está finalizando as gra-

*Agradecimentos

vações do seu novo EP (finalmente!! rs), que será intitulado “Still Living”. Ele contará com cinco faixas, duas delas são as regravações da faixa título e da música “My Weakness”, que já eram músicas disponíveis on-line, porém registradas com a formação anterior. Assim, optou-se pela regravação para padronizar o registro com a vocalista atual. Também contará com as músicas “Challenge” (já disponível on-line), “Rain of Lies” e “Another Winter

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PO: Em nome da Vetitum, agradeço ao Bruno Braga e ao October Doom pelo espaço e oportunidade de falar um pouco da nossa história e planos. Valeu mesmo pela força!! od | A

Links https://soundcloud.com/vetitum https://www.facebook.com/vetitum/?fref=ts


Nany (vocal), Gustavo (baixo), Luisa (bateria)

octoberdoom.com.br

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entrevista marco de sorti bateria e voz - i am the sun

Cerveja, Amigos e Música Torta Entrevista com Marco de Sorti, baterista da banda I Am the Sun

Por Morgan Austere

I

Am The Sun é uma banda de Stoner Rock / Metal formada na cidade de Bragança Paulista. A pegada do I Am The Sun e a aquela pegada chapada do Red Fang e para demonstrarem essa pegada lançaram em 2015 o

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álbum Drink, Destroy, Repeat é logo em seguida o clipe End Of Days que contou com zumbis no set de gravações. Do line-up: Nenê Pister (Baixo), Marco ‘Horror’ De Sordi (Vocais e Bateria) e Baker (Guitarra). Está lançada a sorte é nesta semana I Am The Sun na October Doom Magazine.


Morgan Austere: Agradecemos a participação da banda nesta entrevista. Eu quero saber quais são as influências do I Am The Sun e como essas influencias ajudaram a moldar o som que o I Am The Sun faz? Marco de Sorti: Nós que agrade-

cemos a força! As influências variam bastante. Todo mundo na banda veio de uma escola diferente, cada um toca de um jeito. As bandas em comum são Red Fang, Down, Corrosion Of Conformity, essas coisas.... Mas não para por aí, se for listar tudo eu estrago a entrevista! Rs!

Como foi a escolha do nome? Como optara pelo Stoner Metal? Quais foram as principais dificuldades encontradas pela banda é como ela lida com essas dificuldades? MS: A escolha do nome veio de um

meme idiota que achamos na net. Não pensamos muito sobre isso, na hora soou bem e já era. Quando começamos, nosso baixista já estava no meio da cena, ele tocava em outra banda que tinha influências do estilo e já tinha uns contatos, então a escolha foi fácil. Todos já curtiam bandas parecidas, foi só uma questão de encher a cara, misturar tudo

e fazer barulho. E cara, dificuldade todo mundo passa, mas pra mim elas sempre foram e sempre serão a falta de apoio e falta de grana. Hoje em dia é raro conseguir espaço pra tocar e despertar interesse. Tem muita banda, muito nego querendo engolir o espaço do outro, é foda. O único jeito de lidar com tudo é engolir o osso e sair tocando, independente do buraco ou do cachê, não tem outra forma. Tem que dar a cara a tapa mesmo.

Antes de formar o I Am The Sun você participou de outros projetos ou bandas? Qual sua opinião sobre á atual cena do Stoner Doom, Stoner Rock e Stoner metal no Brasil? MS: Sim, tenho outra banda de me-

tal alternativo chamada Silent Cell, temos um cd full lançado e alguns números expressivos, mas tivemos uma porrada de problemas com a gravação do último álbum e tudo meio que estagnou. A minha opinião sobre a cena tem sido a mesma já fazem uns 5 anos. Tem muita gente que curte, e muita gente que apoia de coração, mas a grande maioria na real, ta pouco se fodendo. Quer fazer um teste? Marca uns shows com bandas independentes em qualquer lugar e cobra R$25 conto pra entrar. EU GARANTO que a cada dez shows, nove estarão igual puteiro falido, sem ninguém. od | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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entrevista marco de sorti bateria e voz - i am the sun

O I Am The Sun vem de uma grande sequência de Shows por várias cidades do Brasil

Lançado em 23 de feverieiro de 2015 o álbum intitulado Drink, Destroy, Repeat. Como foi o processo de gravação do álbum? Por ser recente o lançamento como ele está sendo recebido pelo o público? A banda fez um clipe promo que lembra bastante os clipes do Red Fang como foi a produção do clipe e como foi a recepção dele pela galera do youtube? MS: O processo de gravação foi bem

rápido, entramos no estúdio com as músicas prontas, letras feitas, tudo no gatilho. O fato de termos achado um produtor profissional (Ricardo Biancarelli), que soube guiar a gente sem enrolar também ajudou muito. A recepção do álbum, apesar de ge-

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ralmente positiva, foi abaixo do esperado em questão de abrangência. A galera começou a se interessar mais depois que lançamos o clipe da ‘End Of Days’, que gravamos por nossa conta, com a nossa grana e nossos equipamentos. Pegamos o Red Fang como exemplo, criamos um roteiro e pronto. Gravamos tudo em um final de semana, completamente travados de cachaça e outras coisas, depois eu editei e deu no que deu. A banda foi selecionada para participar da coletânea “Banidos 2” que foi lançada pela a Raro Zine contou com as bandas de Jundiaí, Taubaté, São José dos campos, Portugal e Rio de Janeiro. Como ocorreu essa parceria com o Raro Zine? È qual foi à amplitude dessa coletânea na carreira da banda. Os caras da Raro Zine tem apoiado a gente desde o primeiro ensaio. Nossa primeira entrevista inclusive, foi feita

com eles. Tenho muito o que agradecer ao German, o cara é um dos poucos que realmente apoia a cena e quer ver as bandas crescendo, isso é difícil de encontrar hoje em dia. Infelizmente a coletânea não ta voando muito alto, a galera até onde eu sei não ta baixando muito, mas o que vale é o esforço e a boa vontade, uma hora ou outra emplaca.

E sobre o destino do I Am The Sun o que podemos ansiar dos futuros álbuns? Esse processo pode demorar ou não? MS: Nós amadurecemos. O som

novo vai ser muito mais focado do que o do primeiro EP, já passamos por muita coisa juntos e sabemos aonde queremos levar a banda. Eu pessoalmente acho que o próximo cd vai explodir a mente de todo mundo,


ficha Origem

São Paulo, Bragança Paulista

Gêneros

Stoner Rock/ Metal

Logo

não tem banda hoje no Brasil que faz o som que a gente faz. O processo começou já faz alguns meses na verdade, temos sete músicas prontas e mais algumas outras ideias no papel. A ideia é gravar um full com dez músicas até março, com expectativa de lançamento pra junho, no MÁXIMO.

Novamente agradeço por estar realizando esta entrevista, gostaria de deixar algum recado para os fãs da banda? MS: Eu que agradeço galera! Eu

vejo o crescimento da October Doom a cada edição, e fico feliz pra caralho por poder contribuir! O recado pros fãs é aquele básico: Confiram nosso som, colem nos shows, mostrem o clipe pra mamãe e pro papai e acima de tudo, bebam cerveja. \m/ od | A

Não tem banda hoje no Brasil que faz o som que a gente faz.” Marco de Sorti, bateria ‘i am the sun’

drink, destroy, repeat 2015

Links http://www.iamthesun.net/ https://www.facebook.com/iamthesunrocks/?fref=ts

Debut lançado em 2015. acima, logo da banda

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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entrevista Agnaldo gomes serpent rise

a história de um dos maiores nomes do Doom Metal Nacional A banda Brasileira que tocou com o “Velho Anathema” e dona do álbum Gathered By...

S

Por Cielinszka Wielewski

eja em vindo público leitor. Sou Cielinszka, fã de doom metal, professora/escritora, estudante de violoncelo. Amo vinho, fotos preto e branco, melancolia e reflexão. Gravei com algumas bandas de meu estilo favorito e tenho alguns projetos musicais. Espero que curtam os trabalhos apresentados por mim por aqui e que eu possa contribuir de alguma forma. Obrigadoom”. Continuando: “Escolhi como

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primeira “Ode ao estilo”, entrevistar o Agnaldo Gomes, da saudosa banda rio grandense Serpent Rise. Como já devem ter observado, estamos vivendo um forte “revival anos 90”. Para alguns, isso tem sido visto com olhos duvidosos, atentos ao achar que é prejudicial ao underground atual, porque desvaloriza o que é produzido atualmente. No entanto, creio que valorizar e conhecer nossa História, é contribuir para fortalecer o underground. Claro que mesclaremos bandas inativas com bandas recentes e em plena atividade. Afinal, o objetivo é valorizar tudo que agrega valor ao Doom Metal brasileiro. Boa leitura. od | A


ficha Origem

Santa Maria, Rio Grande do Sul

ano formação 1993

1ª demo

‘Anastenárides’ (1994) Demo Tape

CD

‘Gathered by... Kharma’ (1998)

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entrevista Agnaldo gomes serpent rise

Cielinszka W: Olá Agnaldo, como vão as coisas? Apresente-se para o nosso público leitor. Agnaldo: Olá. Eu sou Agnaldo

Gomes nascido e criado na cidade de Santa Maria, que fica na região central do estado do Rio Grande do Sul. Tenho 47 anos e comecei a ouvir Metal no ano de 1984. Desde os meus 16 anos estou envolvido com o Heavy Metal, tendo sido tape trader e participado de inúmeras bandas, além de organizar shows e trabalhar como vendedor em lojas de Lp´s e Cd´s. Apesar de conhecer várias subdivisões do universo Heavy Metal, foi no ano de 1992 que ouvi uma fita cassete da banda inglesa Cathedral – Forest of Equilibrium, então minha vida mudou e minha alma encontrou seu alimento, ou seja, DOOM METAL !

É notório que muitas coisas mudaram no undergound ao longo destas décadas. Quais delas você observa como negativas e positivas? AG: Negativo, na minha opinião, é a resposta que os apreciadores de música pesada tem dado à sua cena, pagando fortunas para assis32

Os apreciadores de música pesada tem pagado fortunas para assistirem shows de bandas gringas e reclamado quando o ingresso de algum festival underground custa R$ 10,00! ” Agnaldo Gomes, serpent rise 1


Legendas 2 1

integrantes da banda vetitum , fotografados por Gustavo Vara

2

Apresentação da banda.

3 4/5

3

foto com a banda Anathema. Anúncio do Festival B.H.R.I.F, em Belo Horizonte.

tirem shows de bandas gringas e reclamando quando o ingresso de algum festival underground custa R$ 10,00! Não fomentam a cena adquirindo merchandising direto com as bandas, ou em distros, mas entopem seu hd com mp3 e gastam até o último centavo para "encher a cara" com bebida. O positivo é que alguns estilos e bandas continuam vivos.

Conte-nos sobre a trajetória da SerpentRise.

4

Qual o lugar mais distante em que já tocaram? Como foi a receptividade?

AG: Formei a banda SerpentRise, juntamente com o Julio Wojciechowski, no início de 1993. Lançamos uma demo tape – “Anastenárides”, em 1994, que teve distribuição gratuita na cena underground mundial e com isso tornamos nosso nome, na época, conhecido. Em 1998 lançamos nosso único CD – “Gatheredby... Kharma”, e conseguimos fazer bastante shows. Em 2008 oficialmente a Serpent Rise encerrou suas atividades.

AG: Tocamos em Belo Horizonte no B.H.R.I.F (Belo Horizonte Rock Independente Festival) e São Paulo.

Qual evento que vocês participaram, que mais marcou a banda? Por quê?

gunta, porque ao longo destes anos envolvido com a cena Metal, eu ainda tenho muitos contatos. Citar todos é impossível. Me perdoem amigos, mas aqui neste momento cito apenas os guerreiros do Mythological Cold Towers e A Sorrowful Dream. od | A

AG: Para mim todos os shows que fiz com a SerpentRise foram marcantes. Porém, é impossível não ci5

tar o show que fizemos com Dorsal Atlântica e Anathema em Belo Horizonte no ano de 1994. Este show marcou, porque a Serpent Rise, até então uma banda iniciante, oriunda do interior do estado do Rio Grande do Sul, estava dividindo o palco com duas bandas precursoras no estilo Metal.

Nos últimos tempos tem havido um movimento muito saudosista dos anos 90. Quais bandas brasileiras daquela época surgiram junto à Serpent Rise, que vocês preservam amizades? AG: É difícil responder a essa per-

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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entrevista Agnaldo gomes serpent rise

Conte-nos sobre o "Songs of Darkness Festival". AG: "Buenas", tenho um programa

na Web rádio On The Rocks, que chama-se Songs of Darkness, ele vai ao ar todas as segundas feiras às 21h. Então, resolvi torná-lo também um festival. É evidente minha inspiração, para batizar o programa e o festival com o nome Songs of Darkness, no álbum dos ingleses My Dying Bride chamado “Songs of Darkness... Words of light”. O Festival está indo para sua terceira edição, e tenho planos de ampliar sua estrutura, propiciando futuramente a apresentação de bandas oriundas de outros estados brasileiros.

Cite três bandas rio grandenses que você carrega no peito por enlevar o orgulho de contribuir ao metal nacional. AG: Posso dizer que a cena Metal no

Rio Grande do Sul é repleta de exce-

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lentes bandas em todas as subdivisões. Porém, como a questão acima pede três bandas, então, eu vou citar bandas voltadas mais ao estilo Doom Metal: A Sorrowful Dream, M26 e Vetitum.

Musicalmente, vem fazendo algo? AG: Atualmente tenho estado em

contato com algumas pessoas para iniciarmos talvez em 2016, um projeto musical com sonoridade Doom Metal. Ainda não tenho um nome definido para esta banda, mas com certeza retornarei aos palcos undergrounds, em breve.

Obrigada pela entrevista, deixe um recado para o pessoal. AG: Eu agradeço do fundo da minha

alma esta oportunidade de falar um pouco sobre minha trajetória na cena underground... Obrigado ! od | A

Ainda não tenho um nome definido para banda, mas retornarei aos palcos undergrounds, em breve.” Agnaldo Gomes, serpent rise

Links https://www.youtube.com/watch?v=tvCN_ErtQOA


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