October Doom Magazine Ed 55

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LANÇAMENTOS + RESENHAS + SHOWS + MATÉRIAS + ENTREVISTAS

ANO II n Nº55

MAGAZINE

AGONY

VOICES

PROMOÇÃO

P.14

#

EXPERIMENTE THENIGHTTIMEPROJECT ENTREVISTA

DANIEL ROCHA, DO PESTA

P.22

RESENHAS DE ASPHODELOS E FALLEN

P.38

1 CD

P.12

ENTREVISTA

ENTREVISTA P.48

ANNA MARTINEZ, DO DUNA, BRISA E CHAMA

P.58

1


https://www.facebook.com/Persephone-Dark-Clothes-118303091658616/?fref=ts

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EDITORIAL

55

Nº FEV/2016

By October Doom Entertainemnt

A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de alguns grupos e iniciativas independentes, que trabalham em função de um Underground Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que contribuem compartilhando e disseminando este trabalho. EDITOR CHEFE: Morgan Gonçalves COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Morgan Austere | Cielinszka Wielewski | Fábio Shammash | Bruno Braga | Fernando Martinez | Gustav Zombetero | Merlin Oliveira | Adauto Dantas EDITOR DE ARTE:

Márcio Alvarenga noisejazz@gmail.com issuu.com/octoberdoomzine/ Facebook.com/OctoberDoomOfficial octoberdoom.bandcamp.com/ COLABORADORES:

Facebook.com/FuneralWedding

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016 começou da melhor maneira pra nossa revista e para o Doom Metal. Além de iniciar uma nova fase da nossa publicação, com tantas novidades e mudanças, algumas bandas já começaram a mostrar o que tinham guardado para esse ano, e claro, isso nos deixa felizes de várias maneiras. Esta edição da October Doom Magazine traz justamente alguns desses lançamentos da Cena Doom Metal, e nela vocês também irão conferir algumas resenhas e entrevistas de outros projetos e lançamentos não tão recentes, mas igualmente importantes para o Underground. Uma das novidades que trazemos este mês, é a estreia da Coluna #Essenciais, que aborda do ponto de vista de nossos colaboradores, alguns dos álbuns mais marcantes de todos os tempos dentro do movimento, apresentando aos novos adeptos do gênero, algumas das obras que não podem faltar em suas playlists. Mergulhem nesta edição da nossa October Doom Magazine, e se aproxime ainda dessas bandas, projetos e álbuns incríveis que trouxemos pra vocês este mês. Ah, e não se esqueçam de participar da promoção. Assim você ajuda o ODZ a crescer ainda mais e ainda pode ganhar um CD na faixa! Obrigado e Boa Leitura

Mergulhem nesta edição da nossa October Doom Magazine, e se aproxime ainda dessas bandas, projetos e álbuns incríveis que trouxemos pra vocês este mês.”

Facebook.com/murro.org MORGAN GONÇALVES CONTATO:

contato@octoberdoom.com

Facebook.com/morgan.goncalves.1 EDITOR CHEFE


SUMÁRIO

12 RESENHA

THENIGHTTIMEPROJECT

48

ESSENCIAIS: 2 ALBUNS MARCANTES DOS ÍCONES DO DOOM

4

28 ENTREVISTA COM A BANDA PERUANA PSICORRAGIA


22

14

ENTREVISTA

COM JONATHAN FELTZ

ENTREVISTA PESTA

42

ENTREVISTA DIRTY GRAVE

RESENHAS: DUNA, BRISA E CHAMA

58

PESTA

30

HISTÓRIA

DUNA, BRISA E CHAMA

ENTREVISTA: OS PARANAENSES DO TRAGEDY GARDEN CONTAM UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

56

WOLFHEART:

38

ÁLBUNS DO ASPHODELUS E DO FALLEN SÃO AS RESENHAS DO BLOG

DEWINDSON FALA MAIS SOBRE SEU PROJETO

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RESENHA GURUM

SINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS

O DSBM AUTODESTRUTIVO RIO GRANDENSE POR Bruno Braga

O

riundo de Rio Grande - RS, Gurum é um projeto de DSBM que tem como cabeça Emmanuel Ximendes. Analisamos aqui ponto a ponto as tracks que compõem o segundo trampo do Gurum, o EP Sinking Down in a Sea of Sorrows de 2015. Confere aí!

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Introduction to the Depths, como o nome perfeitamente sugere, nos coloca diante da atmosfera soturna que permanecerá viva durante toda a experiência que “Sinking Down” nos apresenta. Guitarras limpas embebidas num chorus viajante e bastante reverberado, simu-

lando uma verdadeira jornada para além das emoções. Coloque seus fones de ouvido e não se arrependerá! A sensação, na primeira metade do som, é esperançosa, como um marinheiro solitário que parte em busca da felicidade. No entanto, a partir dos dois minutos a coisa


FICHA ORIGEM

Rio Grande, Rio Grande do Sul

DSBM

Depressive Suicidal Black Metal

CURRENT MEMBERS Emmanoel

All Instruments, Vocals and Lyrics

Mag

muda drasticamente. Embora a cadência sempre siga a mesma, ríspida e uniforme, a atmosfera se torna decadente e o tema se transforma numa verdadeira trilha sonora para a desilusão. Em suma: simples e variável melodicamente, porém de rítmica dura feito gelo. OD | A

SINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS

Lyrics

EP facebook.com/OctoberDoomOfficial

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RESENHA GURUM

SINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS e o riff que vem logo em seguida, que nada mais é do que uma variável do tema "clean" que antecede. A atmosfera nesses trechos é desértica e bastante desconfortável (no bom sentido). A bateria com apenas um bumbo em alguns trechos incomoda um pouco, mas entende-se que o ponto é de fato o minimalismo. De resto é uma boa track, embora seja a mais fraca do EP. Muitos altos e baixos onde os "altos" não compensam os "baixos" tanto assim. OD | A

OBSERVAÇÕES GERAIS

A faixa que dá título ao EP é mais tradicional. Riffs simples, monolíticos e cheios de dor. Os timbres sujos e extremamente agudos de guitarra já são conhecidos pelos apreciadores do estilo, algo que a meu ver traz um apelo estético perfeito. DSBM não é como Doom, não é contemplativo, é doente e passional. O vocal é outro ponto muito positivo do estilo que se enquadra nos adjetivos que adotei. Você não pode falar em mágoas, tendências auto-aniquilantes e marcas dolorosas da vida com voz de menino que quer chamar atenção dos pais. Aqui a coisa é séria, profunda e de difícil compreensão. Nada melhor do que muitos gritos para estimular a catarse da raiva à vida. Bom som, com todos os elementos que esperaríamos do estilo, embora não tão tocante como o primeiro.

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Minha faixa preferida "at all". Essa música tem tudo o que é preciso para ser lembrada: Um riff simples e marcante, daqueles que saímos pela rua cantarolando e palhetando pra baixo numa "air guitar" bem grotesca. Embora esse som destoe bastante do resto do EP, indo para um lado mais black metal tradicional 90's, podemos colocá-lo no contexto geral do disco se pensarmos que ele poderia perfeitamente ser a trilha sonora duma carnificina psicótica. Se eu fosse um Serial Killer, com certeza esse som estaria no meu pen-drive. Outro som que foge um pouco do eixo "depressive" – ao menos quanto à atmosfera. O Main riff é bem 90's só que com pouco sal. O que conquista nessa track é o tema com as guitarras limpas dobradas

Por fim, "Sinking Down" é um belo trabalho: obscuro, passional e doentio. Porém, peca um pouco na falta de unidade. Os primeiros sons deixam o ouvinte com a esperança de ter encontrado uma verdadeira "soundtrack" para as noites frias, enquanto que os últimos, embora de uma qualidade ímpar, necessitam de uma certa contextualização para serem compreendidos como pertencendo a esse trampo. Tudo isso, obviamente, não altera o meu juízo totalmente favorável a esse EP. Gurum é um projeto NOTA que definitivamente merece acompanhamento constante.

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LINKS https://www.youtube.com/watch?v=8Nb9BKqGINY


PROMOÇÃO

#

1 CD

COMPARTILHE

esta edição da October Doom Magazine com as hashtags #agonyvoices e #octoberdoommagazine e concorra a um cd Mankind’s Glory, do Agony Voices

Serão dois ganhadores, e o resultado sai na proxima edição da revista. Quanto mais você compartilhar, mais chances tem de Ganhar

Facebook.com/OctoberDoomOfficial

Participe!!! 9


RESENHA GURUM

LET MY THOUGHTS DESTROY ME

GURUM: LET MY THOUGHTS DESTROY ME (CD: 2014) It's over: Tema seco e desbravador. Track acústica, ao menos no início. Simples e de fácil absorção. Pútrida e avassaladora. Vocal doentio, porém coeso. Meu tipo preferido de estrutura sonora: repetição intensa e temática monolítica. Melodia marcante e simples. Quem precisa de uma trilha sonora para as noites em claro, dê play nessa track! Stuck (In Another Winter): Riff melódico e bem pensado. Alguns breves interlúdios que lincam partes desconexas. Guitarra distorcida com tônicas que rasgam os pensamentos. Parece uma estratégia do Gurum aproveitar temas acústicos para riffs em guitarra distorcida. Não é um defeito. A estratégia funciona e serve sempre de guarida a uma criatividade fora do comum. O que dizer? Se os riffs compensam, a estratégia é o que menos tem de importante. Além disso, unidade temática, ao menos para mim, é uma grande virtude! Let my thoughts destroy me: Produção extremamente saturada. Guitarra acústica e batera eletrônica bastante reta. Poderia soar um defeito. Nada disso! Dois acordes e nada mais! Uma guitarra de

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timbre sujo e agudo ao extremo é tudo que se precisa pra criar uma atmosfera avassaladora. O que necessita-se? Criatividade e minimalismo nas melodias "riffânicas". É difícil traduzir sonoridade em palavras, mas se eu tivesse que fazê-lo, o faria da seguinte forma: "pergunte ao criador". Continue... The end: Minha faixa preferida. Melodia "clean" adaptada para a distorção. E que melodia!!! Sim, três exclamações não será suficiente para descrever minha intencionalidade perante tal monumento. Que "vibe"! Acorde estático e de fácil absorção. Repetição initerrupta, como se indicasse uma situação mental que não consegue se dissolver. Alguns poucos arranjos, adaptando a melodia acústica central, sem querer explorar demais um tema que, embora genial, não se pretende degastante. My Last Sunday... : 2 minutos de pura solidez. Tema acústico de pura significância sonora. Sim, significância sonora, pois, nesse caso, é indescritível a sonoridade doentia e rasgante do Gurum. Após o "clean", o tema é clichê e previsível, embora a sonoridade permaneça com a mesma atmosfera. Sim, "clichê" em DSBM parece uma expressão imprevisível, embora não o

seja para os apreciadores do estilo. Mesmo que a atmosfera volte ao final do som, ela é por demais desconexa, não sendo capaz de criar aquela unidade que esperamos ao encerrar uma track de quase 10 minutos. OD | A

OBSERVAÇÕES GERAIS Não tenho dúvidas de que Gurum, DSBM riograndino, é um projeto que deve ser acompanhado de perto. Por quais razões? Não só porque mantém o “borderline” do estilo, sendo um download exigido para os apreciadores, como também por ser uma demonstração do puro NOTA “do it yourself”, tão apreciado pelos garimpeiros do metal!

8,5

LINKS https://www.facebook.com/GurumDSBM https://gurum.bandcamp.com/ https://www.youtube.com/watch?v=8Nb9BKqGINY


LET MY THOUGHTS DESTROY ME 2014

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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EXPERIMENTE O TRIO SUECO se uniu para dar vida à um oceano de Nostalgia e Melancolia

TheNighttimeProject

O CASAMENTO PERFEITO POR Morgan Gonçalves

O

que poderíamos esperar do encontro de membros - e ex membros - do October Tide, Katatonia, In Mourning e Mandylion se reúnem para formar uma banda? TheNighttimeProject é uma imersão em um oceano de nostalgia e melancolia. O trio de suecos

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deu seu primeiro suspiro quando, ainda em 2010, o álbum A Thin Shell foi lançado pelo October Tide, contendo uma faixa com o título The Nighttime Project, a partir daí o projeto não viu mais a luz até que em 2013, Fredrik Norrman (October Tide, Trees of Eternity, Uncanny, ex-Katatonia) convidou Tobias Netzell (In Mourning, Majalis, ex-October Tide) e Nicklas Hjertton (Man-

dylon) para recriar a atmosfera sonora do período entre 1994 e 2010 do Katatonia. O resultado é o disco autointitulado, que deve ser lançado ainda este mês, contando com oito faixas e disponibilizado pelo selo Aftermath. OD | A

LINKS http://www.facebook.com/thenighttimeproject


TRIP

FICHA ORIGEM Avesta, Suécia

TRACK LIST

CURRENT MEMBERS

KATATONIA

PROG

1 – The Annual Loss 2 - Oneiros 3 – Caustic Reflection 4 - Dissolve 5 – Among Reptiles 6 – Empty Signs 7 - Amends 8 – Desert Prayers

SWEDEN

DOOM

Tobias Netzell Vocals

TheNighttimeProject 2016

Fredrik Norrman

Guitars, bass, Keyboards

Nicklas Hjertton Drums

DEBUT LANÇADO EM 2016 ACIMA, LOGO DA BANDA

DARK #TAGS 13


ENTREVISTA JONATHAN FELTZ VOCAL - AGONY VOICES

DO PECADO À GLORIA DA HUMANIDADE: AGONY VOICES UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O VOCALISTA JONATHAN FELTZ

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FICHA

ORIGEM

Blumenal, Santa Catarina

CURRENT MEMBERS Jr. Klock Bass

Barasco Guitar

GÊNEROS

Doom Death Progressivo

O POR Cielinszka Wielewski

Silvia

Guitar

Luis

Drums

Jonathan Voices

Caí no palco devido às minhas comemorações antes de tocar (risos). A galera que estava presenciando o show, me ajudou a levantar e o microfone não funcionava mais. Comecei a cantar o final da música sem microfone no meio da galera. Jonathan Feltz, VOCAL - AGONY VOICES

lá público leitor, tudo bem? Sou a Cielinszka, admiradora do estilo e estudante de música. Para essa edição, optei por apresentar a vocês a banda catarinense Agony Voices, de Blumenau. A proposta é clara: descentralizar cada vez mais a divulgação referente ao doom metal, evidenciando que nosso país é rico em produção musical. Distante dos grandes centros, também há ótimas bandas, e acho interessante essa democratização no momento de mencioná-las. Segue aí, espero que curtam! Vale à pena conferir o som deles também.

CIELINSZKA WIELEWSKI: OLÁ JONATHAN, TUDO BEM? APRESENTE-SE AO PÚBLICO LEITOR. JONATHAN FELTZ: Tudo bem. Sou o

Jonathan Feltz, vocalista e um dos fundadores da banda Agony Voices e agradeço por esta oportunidade.

CONTE-NOS SOBRE A TRAJETÓRIA DA AGONY VOICES. JF: A banda formou-se em agosto de 2005 , em Blumenau/SC. Nosso projeto inicial naquela época era fazer tributo ao álbum Dance of December Souls, do Katatonia. Mas não demorou para começarmos a fazer músicas autorais. Em 2006 , tivemos a oportunidade de gravar nossa primeira música na Coletânea Avantgarde Doom Compilation, organizada pelo Mayko Thomé (ex-violoncelo do OD | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA JONATHAN FELTZ VOCAL - AGONY VOICES

Lachrimatory). Nela, muitas bandas do cenário doom nacional iriam participar, como: Vulkro, Eternal Sorrow, Dying Embers, Lachrimatory, etc.... E ali poderíamos mostrar o nosso trabalho. Mas devido a alguns problemas, esta que seria uma exelente iniciativa infelizmente não foi lançada. Em 2007 , aproveitando a música então gravada para a coletânea, a banda lançou seu primeiro material, um Single intitulado “Forest Of Tears”. Com esse material conseguimos iniciar uma divulgação maior à banda, mas depois se desfez a formação original, sobrando somente o Jr.Klock (baixo) e eu (vocal). Em 2008 , iniciou-se o processo para achar novos músicos, com muitas tentativas frustradas para a continuação da banda, até encontrarmos o Luis (bateria), também membro da banda Pain of Soul e Barasco (guitarra), ex-membro das hordas: Beltia/Astovidatus/GreatVast Forest e Nox Aderat. Ambos estão até hoje: a Agony Voices achou a fórmula certa, e começamos a compor novas músicas. Como resultado, em 2010 iniciamos as gravações do nosso primeiro álbum, gravadas em Blumenau e mixado e masterizado com nada menos que o Mayko Thomé novamente, que já havia trabalhado no nosso single. A s artes do CD ficaram por conta do Rodrigo Bueno, que vocês devem conhecer. Em abril de 2011 , lançamos nosso primeiro álbum oficial intitulado “The Sin”, com 7 faixas em 50 minutos de pura agonia, suas letras

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Em 2007 , a banda lançou seu primeiro material, um Single intitulado “Forest Of Tears.” Jonathan Feltz, VOCAL - AGONY VOICES

voltadas para os sentimentos maléficos dos seres humanos. Lançamos este álbum com um memorável show na nossa cidade natal. Através deste álbum - que teve uma aceitação muito forte do público e mídias do metal com excelentes resenhas-, seu conteúdo e concretização nos abriu portas para eventos de porte maior. Na época, chegamos a tocar em eventos com as bandas Malevolent Creation, Krisiun, Vital Remains, e isso foi algo que não esperávamos. Em janeiro de 2012 , tivemos a entrada de uma nova guitarra na banda, a Silvia, e depois disso iniciamos o processo da gravação do videoclipe oficial de uma música do álbum “The Sin”, a “Burning in Darkness”.

THE SIN 2011

PRIMEIRO DISCO DO AGONY VOICES

Optamos por essa música, devido ao fato de sua letra retratar um suicídio de um contato amigo da banda, e tentamos transmitir a agonia vivida antes de sua morte. Foi uma experiência bem intensa à banda e teve uma boa aceitação do público. Em 2014 , iniciamos o processo de gravação do nosso novo trabalho, que foi lançado em 2015 .

VOCÊS LANÇARAM UM ÓTIMO ÁLBUM EM 2015. COMO FOI (E AINDA TEM SIDO) A RECEPTIVIDADE? JF: Lançamos o “Mankind's Glory” em 2015 com 10 faixas inéditas, gravado no RVB estúdio em Blumenau. Foi mixado e masterizado


por Roger Fingle, no Rio Grande do Sul, o mesmo idealizador dos projetos: Seduced by Suicide e Blood Tears, na minha opinião um dos melhores profissionais de áudio do Sul do Brasil. E nos trabalhos gráficos, ficamos novamente com Rodrigo Bueno, pois o cara é foda. O “Mankind's Glory” é um álbum que mostra todo nosso amadurecimento, tanto pessoal quanto musical, e nos abriu novos caminhos. Neste álbum, optamos por algumas mudanças no andamento das músicas, tendo agora duas guitarras para poder trabalhar com mais melodias e há misturas dos vocais Gutural e "limpo", que foi uma novidade para nós. Nossas letras neste álbum falam sobre a destruição que o homem causa à natureza, e suas alterações feitas pela sua ganância. ...“Árvores tornam-se pedras na arquitetura caótica do poder”. A receptividade do “A Glória da Humanidade” está sendo muito boa, melhor do que esperávamos! Na minha opinião, nossa música ficou mais acessível e audível, tendo músicas bem extremas e outras tranquilas, sendo assim, agradando aos fãs do “The Sin” (primeiro álbum) e fãs que curtem músicas mais ao estilo gótico ou cadenciadas. E sobre as vendas, já vendemos mais que nosso primeiro! Então estamos felizes mesmo com o resultado. E lhes digo, que ver o álbum “Mankind's Glory” entre os melhores lançamentos da cena Doom Metal Nacional de 2015, é muito gratificante. OD | A

MOVIMENTO UNDERGROUND ROCK’N’ROLL

RESULTADO DA UNIÃO DAS BANDAS QUE CORREM ATRÁS DENTRO DO CENÁRIO UNDERGROUND MINEIRO

http://murro.org/ https://www.facebook.com/murro.org/ https://twitter.com/MoviDoMurro

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ENTREVISTA JONATHAN FELTZ VOCAL - AGONY VOICES

VOCÊS FECHARAM RECENTE PARCERIA COM UM SELO MEXICANO. COMO FOI ESSE PROCESSO? COMO OCORREU O CONTATO? JF: Sim. Assinamos o contrato fi-

nal de novembro do ano passado, com o propósito do relançamento do “Mankind's Glory” na versão mexicana. O contato veio por parte do selo Sun Empire Prods, que nos encontrou através do bandcamp da banda, e gostou da proposta sonora da Agony Voices. Ficamos bem contentes com esta parceria, pois em 10 anos a banda está independente, bancando tudo do seu próprio bolso, e agora obteve alguma ajuda. Isso é muito válido para nós e nos empolga, pois há pessoas de lugares muito distantes, que admiram nosso trabalho, e jamais esperávamos por isso. Afinal, hoje em dia há muitas bandas com qualidade e somos realistas, pois no Brasil é complicado se ter banda.

O QUE PODEMOS ESPERAR DA AGONY VOICES PARA 2016? JF: Nossa meta principal

este ano é produzir o videoclipe do “Mankind's Glory”. Mas teremos mais algumas novidades sonoras inclusas na banda, com novas composições, que já estão em processo de finalização. E em nossas letras, falaremos de um segmento já diferente dos outros álbuns, englobando o universo e nossa existência terráquea.

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CITE DOIS SHOWS QUE MAIS MARCARAM NA SUA OPINIÃO, OS INTREGRANTES DA BANDA. JF: Os shows mais marcantes para

gente foram: O do Eclipse Doom em Joinville/ SC em 01/11/2009. Esse evento para banda foi muito louco, pois foi na data de meu aniversário em um DOOMmingo, e então fizemos um excelente show, o melhor da banda até hoje, e no final da penúltima música, que era a “The Sin”, caí no palco devido às minhas comemorações antes de tocar (risos). Sendo assim, a galera que estava presenciando o show, me ajudou a levantar e o microfone não funcionava mais. Comecei a cantar o final da música

sem microfone no meio da galera. Tenho um pouco de vergonha por isso, mas para quem presenciou foi bizarro, e demos muitas risadas. E o segundo show que marcou a banda foi o lançamento do “Mankind's Glory”, dia 16 outubro de 2015 em Pomerode, numa sextafeira. O nosso baterista 4 dias antes do show sofreu um acidente, e a banda por unanimidade optou por não cancelar o show e tocamos com a guia da bateria gravada! Foi uma experiência animal, tanto pra gente quanto para o público e para o Luis (bateria), que foi assistir ao show de sua própria banda e nos apoiou para não desistirmos. No fim, isso rendeu alguns comentários em alguns blogs catarinenses e nossa amizade como banda evoluiu ainda mais. OD | A


MANKIND’S GLORY 2011 CARTAZ DO SHOW de 2009 Ecplise Doom Festival CARTAZ DO SHOW DE 2015 mencionado - lançamento oficial do novo álbum Mankind’s Glory dia 16 de outubro na Wox Club

PRIMEIRO DISCO DO AGONY VOICES

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA JONATHAN FELTZ VOCAL - AGONY VOICES

AGONY VOICES, da esquerda para direita Silvia, José, Jonathan, Luís e Aquilino

QUAIS AS INFLUÊNCIAS MAIS PERCEPTÍVEIS NO SOM DA AGONY VOICES? JF: Podemos citar como influências o Paradise Lost, Moonspell, Katatonia e Rotting Christ. São as bandas que mais ouvimos, acho que isso ajuda a nos manter nesta linha musical que fazemos.

CITE DUAS BANDAS BRASILEIRAS, QUE NA SUA OPINIÃO, SÃO EXEMPLO PARA VOCÊS, EM TERMOS DE SOM. JF: Como exemplos, podemos citar a banda Sad Theory, álbum “A madrigal of Sorrow”, que é uma linha de som nacional que curtimos muito, disco baseado na obra do poeta francês Charles Baudelaire. E temos a banda Sodamned, álbum 20

“Songs for All and None”, com uma musicalidade excelente, com letras que deixariam os cristãos horrorizados (risos). A música “Oração à Virgem” é um exemplo, é uma banda que investe pesado em qualidade sonora e gráfica e isso é uma coisa que admiramos bastante.

COMENTE DE FORMA GERAL, A RESPEITO DO UNDERGROUND CATARINENSE: ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS. JF: O ponto positivo do underground catarinense é que conta com um acervo de excelentes bandas, persistentes no cenário nacional! Há bandas com mais de 20 anos de estrada no estado, e isso nos faz pensar em seguir em frente, é como se fosse um incentivo. O lado negativo que vejo aqui,

é que o pessoal compra muito pouco material das bandas e não percebem que uma banda principalmente no underground depende disso para seguir em frente e projetar seu futuro, para fortalecer ainda mais a cena metal da sua região. A hora que melhorar isso, as bandas vão agradecer ainda mais. Muito agradecido pelo espaço e a quem me aturou até o final. Quem quiser conhecer melhor nosso trabalho, acesse: agonyvoices.bandcamp.com. Há também é claro, página no facebook. Abraço e até uma próxima.

LINKS https://agonyvoices.bandcamp.com/ https://www.facebook.com/Agony-Voices-oficial


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ENTREVISTA DANIEL ROCHA GUITAR - PESTA

ELA ESTÁ MAIOR E MAIS FORTE POR Merlin Oliveira

A

Pesta lançou em janeiro de 2016 o seu primeiro Full Length intitulado Bring Out Your Dead, gravado por André Cabelo no Estúdio Engenho, em Belo Horizonte. Com pouco mais de um ano de atividade em terras mineiras, a banda já se destaca no cenário Stoner/ Doom nacional, chegando inclusive a figurar entre as bandas de Doom mais escutadas no Bandcamp.

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FICHA ORIGEM

Belo Horizonte, Minas Gerais

Tínhamos de fazer um som autoral que bebesse na fonte das bandas que nós curtimos, como Cathedral, Trouble, Pentagram e, principalmente, Sabbath.” Daniel Rocha, GUITARRA - PESTA

GÊNERO Doom Stoner

MERLIN OLIVEIRA: INICIALMENTE, EU GOSTARIA DE AGRADECER PELA ATENÇÃO DA BANDA E PERGUNTAR SOBRE COMO FUNCIONA O PROCESSO DE COMPOSIÇÃO DE VOCÊS E QUAIS SÃO AS MAIORES INFLUÊNCIAS DA BANDA. DANIEL ROCHA: Nós é que agrade-

CAPA EP 2015 Here She Comes

cemos por mais esta oportunidade de falar do nosso trabalho numa publicação tão massa (e num nível cada vez mais profissional) quanto a October Doom. Cara, a Pesta surgiu de um desejo antigo que eu e o Anderson Vaca tínhamos de fazer um som autoral que bebesse na fonte das bandas que nós curtimos, como Cathedral, Trouble, Pentagram e, principalmente, Sabbath. Muitos dos riffs e ideias de músicas já tínhamos pensado e guardado no “arquivo” há algum tempo e estamos, aos poucos, colocando em prática na Pesta. Normalmente, o Vaca e eu montamos os “esqueletos” das músicas, passamos para o resto do pessoal e vamos para o estúdio para acertar as coisas junto com o Flávio e o Marcos. Com os instrumentais “montados”, o Vaca escreve todas as letras e passa para o Thiago fazer os ajus-

tes e “encaixar” o vocal. Mas isso está, aos poucos, mudando com o entrosamento cada vez maior da banda e as contribuições de todos estão cada vez mais aparecendo no nosso som.

UMA DAS MARCAS DA BANDA É A ESCOLHA DAS CAPAS DOS ÁLBUNS. DE ONDE SURGIU A IDEIA DE USAR PINTURAS CLÁSSICAS COMO CAPAS? DR: Nos dois casos, a ideia do uso

de pinturas clássicas não foi algo “premeditado”. Rolou naturalmente. No caso do “Here she comes”, pesquisamos uma série de pinturas do Theodor Kittelsen sobre o folclore a respeito da Pesta e achamos aquela imagem que se tornou a capa do EP perfeita. É a Pesta chegando em um vilarejo (trazendo consigo a peste negra) e, no nosso caso, era a primeira amostra do nosso trabalho - a (banda) Pesta chegando e apresentando suas “letras sangrentas”. O próprio título do EP se relaciona a essa ideia e não a nehuma música específica. No “Bring out your dead”, nós queríamos algo relacionado à Peste Negra. Inclusive, a primeira letra escrita pelo Vaca para o trabalho e que se tornou a primeira OD | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA DANIEL ROCHA GUITAR - PESTA

música do disco é “Black Death”. “Fuçando” na internet achamos essa tela do Sabatelli e, quando vimos aqueles cadáveres empilhados, lembramos da frase “bring out your dead!” - que aparece numa cena clássica do Monty Phyton - e ali já amarramos a capa e nome do disco. Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos amigos que deram o tratamento nas imagens deixando-as com um aspecto mais sombrio: Alexandre Golgher, no caso do EP, e Zé Luiz Campos Rocha no “Bring out your dead”.

positivas dos usuários do bandcamp; logo após o lançamento já começaram a pintar vários reviews nacionais e internacionais com críticas altamente positivas, etc. E tem sido muito bacana porque essa divulgação está sendo espontânea e feita por uma porção de pessoas e mídias com quem nunca tivemos nenhum contato prévio. Estamos recebendo mensagens de belgas, suecos, espanhóis, ingleses, etc. nos parabenizando pelo trabalho. Muito gratificante ver que a galera gostou do nosso trampo.

COMO FOI A REPERCUSSÃO DO PRIMEIRO ÁLBUM FULL LENGTH DA BANDA?

EM JANEIRO DE 2015 VOCÊS LANÇARAM SEU PRIMEIRO TRABALHO, O EP “HERE SHE COMES”, E COMEÇARAM A FAZER SHOWS. COMO AVALIAM O RESULTADO DO PRIMEIRO TRABALHO, FOI POSSÍVEL ATINGIR BEM O PÚBLICO?

DR: Com toda a sinceridade, a re-

percussão tem nos surpreendido positivamente. Nós ficamos satisfeitos com o disco e com o belíssimo trabalho que o André Cabelo fez na produção, mixagem e masterização, mas não esperávamos que ele seria tão bem recebido assim. Nossa cota de downloads gratuitos no bandcamp se esgotou em menos de 24hs; mesmo tendo colocado o álbum com a opção “name your price”, recebemos várias contribuições e críticas altamente

DR: O “Here she comes” foi um

bom “cartão de visita” que despertou o interesse da galera que curte o nosso estilo de som e abriu as portas pra gente tocar em locais e eventos muito bacanas. Fizemos alguns shows bem legais. De fato, a gente toca ao vivo bem menos do

que gostaríamos. Mas a correria da vida e as dificuldades para ajustar agendas, questões profissionais e familiares dos 5 membros da banda inviabilizaram nossa participação em vários eventos para os quais fomos convidados. Eu mesmo tinha que dar aula todas as sextas-feiras até 22:30 da noite. Aí já “matava” todas as possibilidades de tocarmos fora de BH sexta-feira. Como diria o filósofo, “são os ossos no orifício”.

AINDA FALANDO SOBRE OS SHOWS DE 2015, VOCÊS TOCARAM AO LADO DE BANDAS COMO SATURNDUST, NECRO E METALMORPHOSE. HOUVE ALGUM SHOW MAIS IMPORTANTE PARA A CARREIRA DE VOCÊS ATÉ ENTÃO E QUE ACARRETOU EM ALGUMA MUDANÇA NA BANDA? DR: Bom, acho que três shows

que fizemos em 2015 foram marcantes pra gente. Inicialmente, nossa primeira experiência fora de BH tocando no SUD Fest organizado pelo nosso mestre Gustav Zombetero em São Paulo ao lado do sensacional Letters From. Foi uma experiência muito massa. A

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facebook.com/OctoberDoomEntertainment/

octoberdoom.bandcamp.com/


EM PÉ: ANDERSON VACA, Flavio Freitas e Daniel Rocha. Sentados: Thiago Cruz e Marcos Cunha

oportunidade de tocar no Exhale The Sound aqui em BH também foi incrível. O evento, as bandas, a estrutura em termos de equipamento que nos foi oferecida foi “coisa de primeira”. Não sei se o melhor foi tocar ou poder ver bandas maravilhosas como Necro, Saturndust, Hierofante, etc. Por fim, o último show que fizemos, no Garajão em Ipatinga. Creio que foi o nosso show mais “maduro” e com o qual ficamos mais satisfeitos com nossa performance. Isso sem falar do

A DOOMED BLOG FOR DOOMED PEOPLE

local e público do evento. Muito massa mesmo. O pessoal inclusive filmou uma parte do show que está disponível no Youtube. Procurem lá por nossa participação no programa “Ao Vivasso”.

VOCÊS SÃO ORGANIZADORES DO EVENTO CHILDREN OF THE SABBATH, QUE TRAZ BANDAS DE TODOS OS CANTOS DO PAÍS PARA TOCAR EM BELO HORIZONTE. COMO FUNCIONA O EVENTO E COMO

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ESTÁ SENDO A EXPERIÊNCIA DE TRABALHAR COM VÁRIAS BANDAS DO MESMO ESTILO DE VOCÊS? DR: O Children of the Sabbath foi

uma ideia que o Vaca e eu tivemos quando surgiu uma possibilidade da Pesta fazer o show da abertura da Banda Vol. 4 (cover de Black Sabbath) aqui em BH. Como o Vaca também toca no Vol.4 e cuida da agenda da banda, começamos a trabalhar com algumas OD | A

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ENTREVISTA DANIEL ROCHA GUITAR - PESTA

datas de shows deles (que levam um bom público de fãs de Black Sabbath) para abrir espaços para bandas autorais cujo som reflita as influências “sabbáthicas”. E é legal que é uma oportunidade de levarmos o som autoral para um público que normalmente só vai a eventos de bandas “cover”. E esse pessoal tem gostado da experiência de ouvir algo novo. Aí já rolou Pesta, Governator Insane e Fodastic Brenfers de BH tocando. Também conseguimos trazer o doom clássico maravilhoso do pessoal do Dirty Grave (SP) que fez um showzaço. No último dia 16 de janeiro o Letters From (RJ) iria tocar, mas, devido à chuva, rolou um caos no aeroporto de Confins e os caras não conseguiram chegar em BH. Outras oportunidades surgirão. Já estamos pensando em algumas coisas aqui para as próximas edições e teremos bons Children of the Sabbath ainda em 2016.

COMO VOCÊS AVALIAM A CENA DE MÚSICA PESADA NACIONAL EM 2015 E O QUE ESPERAM PARA 2016? DR: Cara, acho que tem muita coisa boa aparecendo por aí . E olha que eu sou um cara meio saudosista que, em termos de música nacional, ainda escuto os meus clássicos eternos, como Sarcófago e Chakal. Mas tem muita banda boa pintando por aí. E falando da nossa experiência de palco mesmo, tocamos junto com bandas citadas aí

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No começo de 2017 já vem mais material novo da Pesta por aí.” Daniel Rocha, PESTA

antes – Letters From, Governator Insane, Dirty Grave, Saturndust, Necro, etc. - que fazem um som de primeiríssima e que, pessoalmente, coloco no meu som pra escutar junto com as coisas gringas e não ficam devendo nada. Além das bandas, estão rolando vários eventos que têm ganhado espaço e importância como o Exhale the Sound e o Festival Rock do Deserto, pra citar só dois que conheço “in loco”.

PARA 2016 VOCÊS PRETENDEM FAZER MAIS SHOWS NA TOUR DE SUPORTE AO NOVO ÁLBUM? PODEMOS ESPERAR MAIS SHOWS DA PESTA EM OUTROS ESTADOS? DR: O objetivo deste ano é tocar

bem mais do que em 2015. Neste ano ficamos muito focados na gravação do “Bring out your dead”. Agora, após o lançamento do novo álbum, já temos um repertório “redondinho” pra apresentar e pretendemos apresenta-lo. Nós queremos demais fazer apresentações

em outros estados. Havendo convites e viabilidade, estamos a fim de colocar nosso som na estrada.

O QUE OS FÃS PODEM ESPERAR DA BANDA NESSE ANO DE 2016? DR: Além dos shows, estamos pen-

sando em lançar um ou dois vídeos de músicas do novo álbum. Vamos ver se ainda no primeiro semestre já lançamos algum. Também, apesar de termos acabado de lançar o disco, já estamos trabalhando em músicas novas. Dando tudo certinho, no começo de 2017 já vem mais material novo da Pesta por aí.

10_ MAIS UMA VEZ AGRADEÇO PELA ATENÇÃO E DISPOSIÇÃO DE TODOS E CONCLUO DEIXANDO UM ESPAÇO PARA OUTROS COMENTÁRIOS E MENSAGENS QUE QUISEREM PASSAR! DR: Valeu demais pela oportunida-

de de falar um pouquinho do atual momento da Pesta. Estamos mesmo muito felizes com a boa aceitação do nosso trabalho e esperamos que os leitores da October Doom nos acompanhem aí no Bandcamp, Facebook, etc. para ficar a par do que está rolando e do que vai rolar com a banda. Valeu! OD | A

LINKS https://bandapesta.bandcamp.com https://www.facebook.com/bandapesta


BRING OUT YOUR DEAD 2016

FIRST FULL LENGTH ALBUM CURRENT MEMBERS Thiago Cruz Vocal

Marcos Resende Guitarra

Daniel Rocha Guitarra

Anderson Vaca Baixo

Flรกvio Freitas Bateria

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ESSENCIAIS

O REGISTRO QUE MARCOU UMA GERAÇÃO POR Gustav Zombetero

A

estória começa em Washington/DC, com tentativas frustradas com as bandas Macabre e Death Row - 2 bandas consideradas pré-Pentagram, o período de atividade das tais são de 1971 até 1983. Em 1984 viria ao mundo dos vivos uma

FICHA

ORIGEM Viginia, USA

Lenda Viva. Esse processo acabou mudando a sonoridade da banda, adquirindo mais peso e obscuridade, mesmo assim, o material composto na década de 70, fugia dos padrões da época por sua agressividade e simplicidade, era direto, queria te prender e te atormentar, esses materiais vocês podem constatar em algumas compilações que os Pentagram lançaram.

GÊNEROS

Heavy Metal Doom Metal

RELENTLESS ANO 1993

PEACEVILLE RECORDS

VOCALS Bobby Liebling

Foto: Gene Smirnov

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Outro fato interessante é que quando lançado o debut da banda (conhecido como Relentless), ele se chamava apenas “Pentagram”. O bolachão foi lançado pelo selo do baterista da banda - Joe Hasselvander, em 85. O nome do selo? Adivinha... Pentagram Records. Em 1993, a Peaceville Records relançou o disco, agora sob a alcunha de Relentless e com uma capa que eu garanto a vós todos que já fez com que muitos desinformados confundissem o play com algum outro dos Venom... A posição das faixas também foram mudadas em relação ao lançamento de 1985. Outra coisa que chama a atenção é o fato duma banda tão original e importante passar tanto tempo nas sombras da Música Pesada, eles só chamaram alguma atenção após a Peaceville ter trazido de volta ao ‘mercado’ o debut. No meio do caminho disso (entre 85 e 93) temos o “Day of Reckoning” de 87 - lançado pela Napalm records, é praticamente uma continuação do debut, sem tirar, nem por. Reza a lenda, que toda essa frustração impulsionou o vocalista Bob Liebling a se afundar nas drogas e por não conseguir se tornar uma estrela do Rock, sim, ele queria ser uma, naqueles tempos, acho que muita gente queria, assim como querem até hoje. No agora, os Pentagram vivem um momento foda, apesar de só contar com Bob e com algumas participações de Victor Griffin (ambos da formação original) em shows, Bob com mais

de 60 anos e com uma aparência debilitada, acabaram de excursionar pela Europa. A Europa está vivendo um revival de Música Pesada Lenta e Chapada muito intensa, digamos que para quem entende, conhece e admira os Pentagram, Bob pode se considerar uma estrela, ou simplesmente, um Mestre. A musicalidade do disco se traduz em 2 palavras: UMA AULA, crú, sinistro, pesado, a típica marretação, doses cavalares do baixo de Martin Swaney, os riffs clássicos e os poucos solos de Griffin... Bob e sua vibe dum vampiro medieval, sua voz única, seu modo único de cantar e de interagir como se fosse um play ao vivo. Ninguém ali era profissional ou virtuoso, uma vez mais afirmo que esse é o encanto do Doom Metal, a versatilidade do conjunto da obra. Não existe possibilidade alguma d’eu comentar faixa por faixa ou sequer destacar alguma faixa, deve-se deixar o play rolar e adentar-se sem pensar em olhar para trás ou em voltar a si! OD | A

PENTAGRAM ANO 1985

PENTAGRAM RECORDS

LINKS https://www.youtube.com/watch?v=2Nl0mGn_RLE

FORMAÇÃO QUE GRAVOU O PRIMEIRO DISCO HASSELVANDER - MARTIN SWANEY - GRIFFIN E BOB

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RESENHAS

DUNA, BRISA E CHAMA FOI FORMADA EM 2014 NA CAPITAL MINEIRA

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DUNA, BRISA E CHAMA ANO 2016

1 - Duna, Brisa e Chama 05’46’’ 2 - Doutor do Tempo 05’46’’ 3 - Apocalipse XXI 05’55’’ 4 - Cana 06’23’’ 5 - Baião 07’09’’

O PRIMEIRO REGISTRO DA BANDA BELORIZONTINA POR Gustav Zombetero

L

embro quando o Merlin me apresentou uma faixa da sua nova banda, uma faixa intitulada “I Am the Shaman”, até então, uma sonoridade por mim nunca ouvida em nosso país. De uma sensibilidade poética, dum peso bem encaixado com doses de psicodelia... Foi assim que conheci os DUNA, BRISA E CHAMA, a partir daí, a coisa só poderia melhorar. No dia 17 de Janeiro os caras lançaram o Ep homônimo, totalmente cantado em português, um caldeirão de experiências tanto musicais quanto existenciais, um pé nos anos 60/70, outro no Stoner e uma vez mais, com uma carga poética admirável. Como a suavidade duma brisa que lhe refresca nesse clima tro-

pical, a obra se inicia com “Duna, Brisa e Chama”. A voz absurdamente marcante de Anna já nos acalenta a alma sem o mínimo esforço, o andamento lento e púrpura, aliado a acidez típica duma banda setentista. Anna eleva sua voz fazendo o corpo todo arrepiar enquanto de fundo, Merlin a acompanha sutilmente, um breve solo atordoante e Merlin quebra o clima, ensandecido, cantando a última estrofe da faixa. “Doutor do Tempo” começa, um órgão bem encaixado e o andamento lento vão te transportando pruma série de TV. Essa faixa é uma homenagem (pelo menos eu creio que seja) ao seriado Doctor Who, como não a assisto não posso me adentrar no assunto, apenas posso me limitar a dizer que essa


faixa carrega uma bela poesia aliada a uma sonoridade chapante, seu encerramento é marcante com uma pegada circense e espacial e um solo muito bem executado. Uma vibe mais Bluesera é o que encontramos na “Apocalipse XXI”, a partir dessa faixa, as coisas vão se distanciando um pouco, os caras são versáteis, não seguem uma linha reta e parecem estar experimentando em total desprendimento. A letra nos faz pensar que enquanto alguns desperdiçam suas vidas com o que os faz bem mesmo que isso os destruam pouco-a-pouco, outros se encarregam de se incomodar com essa escolha. Na terra da cachaça, nada melhor do que intitular uma faixa de “Cana”, acredito ser uma autobiografia do rolê belo-horizontino, como se quem escreveu a letra tivesse chego da rua com a ‘ideia alterada’ e rabiscou suas impressões. Também transcreve a ideia de se dopar por pura vontade para não se afogar tanto nesse mundo careta e obsoleto. A sonoridade dessa faixa é mais “Stoner’n’Roll” e o destaque fica para a cozinha, João e Daniel se revezam num baile de marretação atordoando seus tímpanos. O encerramento do Ep é surpreendente, “Baião” não se resume apenas ao título da faixa, o que temos aqui é um baião com distorção e peso, um absurdo, roqueiro não gosta de baião, ainda bem que eu não sou roqueiro! A letra é uma epopeia malandra e sorrateira feita a sapiência dos nossos Mestres do nordeste. Pra elevar o contexto de admiração ao trabalho dos músicos da nossa terra, a literatura e o cinema também foram incluídos, são alusões à obra teatral de Aria-

no Suassuna - O Auto da Compadecida - e a personagem de Chicó, imortalizado por Selton Melo no cinema. Por fim, o homenageado mais explícito não poderia ser outro a não ser... Lampião! Lampião em guerra com as hostes infernais, a droga que esses caras usam é boa! Agora aperte o play sem se importar se vai voltar ou não, viaje no tempo, viaje pr’onde quiser ir. OD | A

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RESENHAS

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BRING OUT YOUR DEAD ANO 1993

PEACEVILLE RECORDS

1 - Black Death 05’25’’ 2 - Words of a Madman 05’42’’ 3 - The Butler Did It 00’33’’ 4 - Intimate 04’42’’ 5 - March of Death 04’30’’ 6 - The End is Near 00’54’’ 7 - The 4th Horseman 05’17’’ 8 - Possession 07’22’’

ANALISE DO SEGUNDO ÁLBUM DA BANDA POR Gustav Zombetero

U

m ano após seu Ep de estréia “Here She Comes” os também belo-horizontinos debutam com o já ovacionado “Bring Out Your Dead”, munido de 6 faixas mais 2 passagens de baixo fomentando a ideia duma divisão em atos, algo assim... A formação sofreu alterações, com a saída de Rodrigo Buzelin (bateria), Flávio Freitas assumiu o seu lugar, mais uma guitarra foi adicionada, ficando a cargo de Marcos Resende. O conteúdo lírico permanece o mesmo, uma certa fixação pela Idade Média, temas bíblicos, desolação, morte e afins... nada do que não sejam os temas tipicamente abordados no Doom Metal, isso já mostra que os caras estão do lado clássico da coisa,

sem firula, uma ode aos antigos e a continuação daquilo que já foi feito. Partindo desta premissa, fica fácil entender o que nos aguarda ao dar o play. Um fato interessante é de que no dia do lançamento o play alcançou 200 downloads no bandcamp da banda, em sua maior parte, o play foi em sua maioria baixado pelos gringos, uma dura realidade do público brasileiro... Ainda bem que isso não intimida os caras, até porque todo mundo sabe qual é a real daqui, mas o amor, a dedicação e a reverência à Música Lenta e Chapada esmaga todo esse infortúnio que ronda as nossas bandas, a teimosia sempre triunfa! “Black Death” é o anúncio da atribulação sonora, isso aqui é Doom Metal nas mais impuras entranhas do inferno, tudo reto num


peso arrebatador, não só Freitas marreta seu instrumento, as cordas fazem o mesmo! Logo, riffs são despejados no alto-falente e Thiago começa a desenrolar os fatos macabros. É inegável o sabbathismo presente na sonoridade dos Pesta, assim como em todas as bandas lentas que rumam por esse tipo de som. Um fato interessante dessa faixa é o solo de guitarra, me fez lembra a vibe Death/Doom dos anos 90, é a mesma distorção usada pelos Paradise Lost, por exemplo. Puta que pariu, minha mente já tá latejando!!! Em ritmo mais cadenciado inicia-se a “Words of a Madman”, uma vibe mais Stoner/Doom, as cordas em acordo, a cozinha... cara, que peso absurdo! As técnicas vocálicas de Thiago dão o ar da graça, muito profissional. Mais uma vez uma pequena passagem que me faz lembrar da sonoridade dos anos 90. Fazendo jus a escolha de soar como as bandas clássicas, esta faixa tem um refrão marcante que se arrasta até o fim. “The Butler Did It” é uma atuação do obviamente baixista, Anderson Vaca. “Intimate” tem um groovado à la bandas estadunidenses, porém, no meio disso os caras resgatam novamente aquela transição Stoner/Doom 80/90 com um solo tímido que não me deixa negar, a grooveira retorna afim de martelar o seu cérebro sem se importar com possíveis lesões! “March of Death” é a mais direta e reta do play, rifferama cavalgada... Nessa altura você fica embasbacado ao notar a sincronia e a interação do quinteto, dizem por aí que quanto menos membros na banda, melhor é a atuação, felizmente não é o caso dos Pesta.

Caralho! Olha esse solo, os caras fazem um passeio unindo todas as influências, não pode ser outra coisa... esse solo tá perdido em algum lugar dos anos 90 novamente n’alguma banda de Death/Doom. Mais uma vez Vaca entra em cena com “The End is Near”, é claramente possível notar uma “adaptação” para Marcha Fúnebre. Parece totalmente proposital, pois a faixa seguinte é “The 4th Horsemem” ou simplesmente Morte para os íntimos. A atuação de Thiago me deixa sem palavras novamente, a rifferama oscila numa maestria impecável. O refrão e essas viradas são o ápice desta faixa acompanhados da marretação impetuosa, aliás, uma banda com essa proposta sonora sem um baterista mão pesada não é uma banda com essa proposta sonora!

Os caras souberam escolher a faixa de encerramento, desta vez todo o brilho fica com o duo de 6 cordas, Daniel e Marcos acompanhados do debulhador Vaca que elevou o seu baixo à um peso destroçador. Esta faixa é a mais pesada e a mais lenta, isso aqui é mais pura expressão do que é o Doom Metal, Thiago não canta, recita a letra, ou como os descolados dizem por aí, ele faz uso do spoken word. A faixa vai se arrastando pelos seus mais de 7 minutos, te empurrando pro inferno de Dante, caberá a você escolher por qual dos círculos quer perambular e se dele quererá sair após todo esse torpor sonoro. OD | A

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ENTREVISTA DEWINDSON WOLFEHEART VOCAL - WOLFHEART

O DARK METAL DE SÃO PAULO 34

POR Morgan Gonçalves

W

olfheart é o mais novo projeto de Dewindson Wolfheart, vocalista e fundador da banda de Dark Metal Ravenland, de São Paulo. O Projeto, formado em 2015, envolve no cast vários artistas convidados, vale à pena conferir. Tenham uma ótima leitura!


FICHA ORIGEM

São Paulo

GÊNEROS

A nossa cena com relação a bandas e mídia especializada, tem crescido, mas com relação a público, tem diminuído. Dewindson Wolfheart, WOLFHEART

Doom Metal Dark Metal

MORGAN GONÇALVES: OLÁ DEWINDSON WOLFHEART, TUDO BEM? QUAIS AS EXPECTATIVAS PARA ESTE ANO?

ESQUERDA PARA DIREITA (Foto página anterior): Wolfheart (vocais), Cielinszka (cello) & Fábio (violino/ guitarra)

DEWINDSON WOLFHEART: Olá pessoal do ODM! Primeiramente muito obrigado pelo convite para participar com essa entrevista, nesta grandiosa publicação abordando a cena Doom Metal e Dark Metal. Quanto às expectativas para este ano: bem, desde que montei a Ravenland em 1996/1997, sempre me cerquei de expectativas, com relação a formações, a gravações, a shows, tours, abertura de shows internacionais... Muitas delas obtiveram sucesso, porém algumas poucas me decepcionaram. Por isso, depois de quase 20 anos tenho aprendido a não me encher mais com tantas expectativas. Eu poderia dizer que: "não espero nada, assim, o que vier será lucro”, mas desejo que este ano o público possa voltar a comparecer mais nos shows de bandas nacionais, adquirir o material das bandas brasileiras como CDs, camisetas. A nossa cena com relação a bandas e mídia especializada, tem cada dia

crescido mais e mais com muita qualidade, ao mesmo nível das bandas gringas. Mas com relação a público, tem diminuído e não é somente nos shows nacionais; até em alguns shows de bandas underground gringas não tem havido mais público como era antigamente! Muitos produtores têm evitado fazer shows com bandas nacionais. Quanto à Raveland, nosso baterista Fernando Tropeço resolveu tirar uns meses de folga por motivos de saúde, então só deveremos voltar às atividades em março/abril. Então meu foco agora tem sido meu outro projeto WOLFHEART and The Ravens e uma participação que estou fazendo no primeiro trabalho do The Phantons of the Midnight, projeto de um amigo meu.

COM A RAVENLAND, EM 2015 FOI LANÇADO UM NOVO VIDEOCLIPE OFICIAL. COMO FOI ESSE PROCESSO? E A REPERCUSSÃO? DW: Esse videoclipe para a música “Last Waltz” foi resultado de um trabalho em grupo. Meu parceiro musical e brother Rafael OD | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA DEWINDSON WOLFEHEART VOCAL - REVELAND

Agostino (tecladista/guitarrista) quem filmou e editou, produzindo-o e contando com uma equipe bem legal. Tivemos participação da Gisele Salú e as cenas extras e de drone com o Jonca Harp. Eu escolhi e dirigi os atores, recebemos ajuda de amigos e familiares de nossos integrantes, e para finalizar, tivemos três locações bem interessantes: um mirante em um pico muito alto em Caconde a quase 500 km de São Paulo capital; São José do Rio Pardo (nas cenas da ponte metálica) e Itanhaém no litoral Paulista, onde se passa a estória. O resultado, acredito que agradou a todos da banda e praticamente foi nosso lançamento de 2015 quase ao final do ano. Até agora temos recebido elogios sobre o vídeo e a música, tanto no Brasil quanto no exterior. Isso é legal, está tendo aos poucos uma boa repercussão, mas acredito que o videoclipe anterior “End of light” teve uma repercussão ainda maior devido a ter sido vinculado pela MTV na época, em outros programas como o STAY HEAVY, em muitos canais de TV aberta, além de TV Web. Hoje tudo se concentra somente no youtube, então limita um pouco mais regionalmente e ao mesmo tempo o alcance pode ser muito, mas muito maior, mundial.

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isso está me proporcionando trabalhar tanto com grandes amigos do Brasil, como de outros países.” Dewindson Wolfheart, WOLFHEART

VOCÊ É UM ARTISTA DINÂMICO E ESTÁ COM UM NOVO PROJETO. CONTE MAIS A RESPEITO. DW: Ah, hehehe, obrigado pelo dinâmico! Há anos tenho focado sempre na Ravenland e isso me deixa um pouco ansioso, já que seu andamento depende sempre de outros membros e nem sempre as pessoas estão 100% disponíveis, devido a outros compromissos. Então, resolvi criar um projeto paralelo, trabalhar sem uma banda fixa, somente com convidados especiais, amigos com quem eu sempre quis tocar ou gravar algo junto,

sem expectativas, sem estresse. O bom é que isso está me proporcionando trabalhar tanto com grandes amigos do Brasil, como de outros países. Enfim, esse projeto que chamo de WOLFHEART and the Ravens, no início seria “THE POET AND THE RAVEN”, mas o Fábio Jhasko (ex-Sarcófago) que gravou comigo (também como um dos meus convidados especiais), sugeriu o nome WOLFHEART para o projeto. Pensei em chamar os convidados de “Ravens”, assim ficou o nome WOLFHEART AND THE RAVENS. Bem, no dia 05 de fevereiro agora (2016) sai o lançamento do primeiro single, que contou com algumas parcerias, como: Marcelo Varge (Neoplasia), Rafael Agostino (Ravenland) e a convidada especial Roberta Phantons (The Phantons of the Midnight). Além desse single intitulado “Ravphoenix (...From ashes)”, eu e o Thiago Andúcias (Nervochaos) temos um álbum com 9 músicas em fase de gravação das vozes. A música será lançada exclusivamente em primeira mão na Europa, pelo maior programa de Portugal, SOS Metal Radio Show da Rádio FM Antena 1# de Braga pelo MJ Imperatore. Na sequência sairá em formato digital, logo nas semanas seguintes em formato físico.


HOUVE PARTICIPAÇÃO SUA DE GRAVAÇÃO EM TRIBUTO AO BATHORY. EXPLIQUE MAIS AO PÚBLICO LEITOR SOBRE A ATUAÇÃO. DW: Sim! Foi uma honra participar

desse projeto grandioso, envolvendo várias bandas homenageando Quorton e sua obra. O convite foi feito pelo alemão Wolf G. Berg, idealizador do projeto. Ele pretende lançar ainda no início deste ano na Europa em formato Vinil duplo e em CD triplo, contendo um encarte/revista com entrevista das bandas participantes. É realmente um projeto grandioso, inclusive ele busca um selo Brasileiro para lançar por aqui em parceria. Esse também foi o primeiro passo para esse meu projeto solo WOLFHEART and the Ravens, nele

eu convidei meu grande amigo e músico qual admiro imensamente, o Fábio Jhasko, que gravou as guitarras e violinos; já para o cello, pensei também não só em um violoncelista que tocasse bem, mas que tivesse a ver com o projeto, com o espírito contido nele, algo real, não músicos contratados, mas pessoas quem realmente gostassem do BATHORY e conhecessem seu trabalho e quisessem homenageá-lo. Então assim escolhi a violoncelista que participou gravando com o HellLight - Cielinszka Wielewski. Com isso, escolhi a música “The Ravens”, do álbum “Blood on the Ice” e fiz uma “medley” com duas estrofes da “Fine day to die” do “Blood Fire Death”. O resultado ficou legal e foi bem elogiado pelo idealizador do projeto, que colocou-

-o para encerrar o disco, devido ao significado profundo da letra dessa música com relação à partida do Quorton.

OBRIGADO PELAS NEWS! DEIXE UM RECADO AO NOSSO PÚBLICO. DW: Bem, agradeço do fundo do meu coração de lobo pelo espaço e peço aos leitores que não deixem de conferir o lançamento deste meu novo projeto! Tenho certeza que vai agradar. Grande abraço a todos sob as asas dos corvos e mantenham-se Doom or be doomed! OD | A

LINKS www.facebook.com/WOLFHEARTandTheRavens

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COLUNA

https://www.facebook.com/FuneralWedding

http://www.funeralwedding.com/

O RETORNO DE UM VELHO CONHECIDO

A POR Rodrigo Bueno

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pós 3 demos e um EP lançados sob a alcunha de Cemetery Fog, estes finlandeses optaram por mudar o nome de sua banda por achar que o nome antigo não cabia mais no som em que estão executando atualmente e esta nova empreitada denomina-se Asphodelus. Se antes aquele Doom/Death Metal com uma pegada bem Old School predominava, agora temos um lugar a mais as melodias lembrando em muito a época “podre” do Katatonia, ou seja, este material bebe muito da fonte do Dance of December Souls.

DYING BEAUTY & THE SILENT SKY ANO 2016 IRON BONEHEAD

O som apresentado aqui em comparação a antiga empreitada, é muito parecido e para nós apreciadores não haveria um motivo para a tal mudança de nome, mas como apenas observamos de longe, não


FICHA ORIGEM

Hamina, Finlândia

GÊNEROS

Death Doom

sabemos o que ocorre internamente além de uma vista mudança no lineup. Este MLP 12” intitulado “Dying Beauty & the Silent Sky” contém apenas 4 sons, sendo que uma intro, duas faixas executadas integralmente e um interlúdio que leva nome do material para criar uma bela atmosfera. “Illusions of Life” tem uma pegada do ja citado Katatonia, me fazendo lembrar da excelente “In Silence Enshrined”. Andamento lento, uma guitarra fazendo a linha guia para para o restante do grupo. Para não ficar na morosidade, presenciamos algumas mudanças de andamento, deixando a faixa um pouco mais rápida e ao fundo se fazem ouvir algumas vozes femini-

nas completando a harmonização. “Nemo Ante Mortem Beatus” segue nesta mesma pegada, ou seja, melodiosa mas ao mesmo tempo com uma crueza ímpar. Temos uma participação feminina e não apenas no coro para dar clima. Esta faixa é mais trabalhada do que a anterior devido aos elementos citados e se o próximo lançamento (full-lenght prometido para este ano) vier nessa linha, agradará em cheio não só os fãs órfãos do Katatonia do início dos anos 90, mas todo apreciador de um excelente Doom/Death Metal. OD | A

LINKS https://www.facebook.com/Asphodelus

LABEL

Iron Bonehead

TRACKLIS ALBUM Asphodelus – Dying Beauty & the Silent Sky (Iron Bonehead) 1. Intro 2. Illusions of Life 3. Dying Beauty & the Silent Sky 4. Nemo Ante Mortem Beatus

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COLUNA FICHA ORIGEM

Drammen, Noruega

TRACKLIS ALBUM Fallen (Solitude Prod) 1. Gravdans 2. Weary And Wretched 3. To The Fallen 4. Morphia 5. Now That I Die 6. The Funeral 7. Drink Deep My Wounds 8. Persephone

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GĂŠNEROS

Funeral Doom

LABEL

Solitude Productions


FALLEN: NOVO CORPO, ESPIRITO ANTIGO

A POR Rodrigo Bueno

banda Fallen da Noruega, é uma entidade Funeral Doom que conta com seu fundador Anders Eek como atual e único membro e neste material que foi lançado via Solitude-Prod no ano de 2015 nada mais é que seu único álbum + 2 bonus track. Na época do lançamento de A Tragedy’s Bitter End, tínhamos em sua line up o falecido guitarrista Christian Loos e Kjetil Ottersen no baixo, teclado, vocais e guitarras adicionais. Eek e Loos também tocavam junto em outra entidade norueguesa denominada Funeral. Mas vamos no ater neste álbum em específico. O andamento é lento, arrastado no melhor estilo Funeral Doom, mas não pense você caro leitor, que os vocais de Kjetil são aqueles vocais cavernosos ultra urrados, muito pelo contrário, são limpos, compassados e até mesmo hipnotizantes e podemos sentir isso

logo de cara na faixa de abertura “Gravdans”. O andamento moroso continua em “Weary and Wretched” e aqui os vocais são graves, no melhor estilo Peter Steele, em modo comparativo. O som do Fallen é majestoso e até mesmo poético numa certa forma de ver e compreender o som que eles fazem. Lembro de ter escutado pela primeira vez logo após o seu lançamento lá em 2004 e havia achado muito bom com excessão dos vocais. Com o passar dos anos e com o amadurecimento pessoal e ao escutar este disco periodicamente, não consigo imaginar uma forma que melhor casasse o vocal ao som do Fallen. Seguindo adiante outras faixas que podemos destacar em meio a toda essa depressão é “Morphia” e “Now That I Die”. As duas faixas bonus contidas nesta coletânea são “Drink Deep My Wounds” e “Persephone” que é a versão coverizada do Dead Can Dance.

FALLEN ANO 2015 SOLITUDE PRODUCTIONS

Ambas as faixas foram extraídas de versões demos do vindouro segundo álbum deles e que certamente nunca iremos ver a luz do dia devido a partida do guitarrista Christian Loss. Mas fica aqui o belo registro desta banda de Funeral Doom, Fallen.

LINKS https://fallendoom.bandcamp.com/releases

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ENTREVISTA MARK RAINBOW VOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

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FICHA ORIGEM

Orlândia, São Paulo

GÊNERO

Doom Metal

A EXTREMA VERDADE DO DOOM METAL POR Bruno Braga

D

irty Grave é um trio oriundo de Orlândia/SP - os caras lançaram uma Demo e um Ep em 2013 e 2014 respectivamente. A banda executa um Doom Metal tradicional na veia dos Pentagram, Saint Vitus e Sabbath. No momento eles estão trabalhando no que será o Debut da banda.

CAPA Demo 2013 DIGITAL

CURRENT MEMBERS Mark Rainbow Baixo e Vocal

Victor Bergy Guitarra

Arthur Assis Bateria

MARK RAINBOW: Saudações a todos os leitores do ODZ! É uma honra fazer parte desta equipe guerreira que luta contra a maré afã de reverenciar a Música que mais gostamos, saúdo as bandas que lutam diariamente por um espaço de direito neste imenso Underground.

GUSTAV ZOMBETERO: SAUDAÇÕES MARKÃO, MAIS UMA VEZ ESTOU A TE INDAGAR SOBRE A IDEALIZAÇÃO E OS RUMOS DOS DIRTY GRAVE. COMO MANDA A CARTILHA, COMECE MOSTRANDO PROS LEITORES, QUEM SÃO, QUANDO E POR QUE OS DIRTY GRAVE SURGIRAM AO MUNDO DOS VIVOS? MR: Saudações Gustav, e a todos que estão contribuindo para o cres-

cimento do Doom aqui no Brasil. No final de 2013 foi que a Dirty Grave deu as caras, éramos uma dupla, o guitarrista Victor e eu com o que restava rsrs, baixo, vocal e a bateria eletrônica. Não sabíamos muito a respeitos de outras bandas brasileiras de doom nem de fãs do estilo a não ser um pessoal do facebook que demonstrava interesse na música lenta. Aqui em nossa região, Orlândia, interior de São Paulo, mas interior mesmo rsrsrs, até quem curte metal, Black Sabbath, não conhece o Doom, ou sabe muito pouco, então demorou muito para que o doom chegasse até a gente aqui. Foi reparando nos logos em camisetas de alguns de nossos ídolos na música que descobrimos este mundo que eu considero ser algo a parte do OD | A que conhecemos como facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA MARK RAINBOW VOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

metal. Digo a parte, pois vejo que as bandas de doom são sinceras ao extremo, o que você vê ali é o que são realmente, seria fácil fazer um som para atrair maior público, ganhar uns trocados a mais, mas estamos falando de seres que não conseguem fingir. Isso foi o que nos deixou tão apaixonados pelas bandas clássicas do estilo e tínhamos que dar o nosso tributo, fazer o nosso som. Depois disso a procura por um baterista e a firmação como uma banda foi apenas o resultado do lançamento do nosso primeiro EP. Não sei dizer o que esperava com aquilo, sei que estamos muito atrasados aqui, no geral, mas fizemos com o que tínhamos e lançamos. A aceitação do nosso primeiro material e as criticas construtivas vinda de pessoas que conhecem o doom muito mais do que a gente e sabem do que estão falando foi o que nos fez centralizar na música e buscar mais.

LEMBRO DE TER OUVIDO PELA 1ª VEZ O SOM DA BANDA NUM GRUPO QUE CRIEI NO FACEBOOK (DOOM BE DOOMEDORFUCK OFF), LEMBRO TAMBÉM DE ARREGALAR OS OLHOS AO OUVIR AQUILO, POIS ATÉ ENTÃO, EU NÃO ME LEMBRAVA DE TER OUVIDO UMA BANDA BRASILEIRA EXECUTANDO UM DOOM METAL TRADICIONAL. PORTANTO, COMO FOI ESSA ESCOLHA DE FAZER UM SOM PRATICAMENTE RARO E UM TANTO 44

Foi só ouvir o Relentless e pronto, a alma já estava nas mãos do cão hahaha.” Mark Rainbow, DIRTY GRAVE

DESCONHECIDO DO “GRANDE PÚBLICO”? MR: Isso foi fácil, foi só ouvir o Re-

lentless e pronto, a alma já estava nas mãos do cão hahaha. Foi bem por ai mesmo, eu nunca fui de gostar de bandas só porque são de rock ou são famosas, aliás eu gosto do que considero boa música e creio que boa música não esteja ligada a um estilo único e tão pouco a grandes públicos. Quando tive contato com Pentagram, os vocais de Bobby, o som rústico, eu senti medo, aquilo era de verdade, eu estava com os fones de ouvido e voltando do trabalho para casa de Caloi Ceci e me sentia andando de Harley nos anos 70 com um bando “caras maus”. Foi nisso que a gente pensou quando escolhemos fazer este som, apenas em tirar algo que precisava sair daqui de dentro.

A PRÓPRIA BANDA AFIRMA A TRINCA QUE INFLUENCIA SEVERAMENTE A SONORIDADE; SABBATH, PENTAGRAM E SAINT VITUS, NÃO É NEM UM POUCO POSSÍVEL EU DISCORDAR DE TAL AFIRMAÇÃO, ALÉM DISSO, UMA FRASE QUE REAFIRMA: “WE’RE NOT HERE TO INNOVATE, WE’RE HERE TO CELEBRATE THE DOOM”. CLARO QUE É NOTÁVEL A DESENVOLTURA COM A INTERPRETAÇÃO DA BANDA, NEM DE LONGE O SOM SOA COMO UMA MERA CÓPIA, INTERPRETO ISSO COMO A CONTINUIDADE DO ESSENCIAL, PORÉM, COMO EU JÁ HAVIA COMENTADO NA PERGUNTA ANTERIOR, ESSA PEGADA É UM TANTO DISTANTE DO QUE OS OUVIDOS DA GALERA ESTÃO ACOSTUMADOS (OU, COMPLETAMENTE ESTAGNADOS), É FATO QUE A BANDA CHAME MAIS A ATENÇÃO LÁ FORA DO QUE AQUI? MR: Exatamente isso Gustav, nós sentimos isso logo no começo de tudo, mas não é nada que nos desanime, acho até engraçado. A aceitação de fora foi muito boa, tivemos que explicar algumas coisas para alguns gringos que nos perguntavam sobre a gravação tipo “ hey a música é ótima, mas a guitarra não parece ser muito boa”, eles queriam saber sobre a banda, ouvir mais, foi bom ver gente envolvida com o que nós gostamos curtindo o nosso som. OD | A


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ENTREVISTA MARK RAINBOW VOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

VOL. II INDEPENDENTE 2014 DIGITAL

SINGLE

NA EXECUÇÃO DA 1ª DEMO FOI FEITO USO DUMA BATERIA ELETRÔNICA, É PERCEPTÍVEL, MAS NADA QUE ATRAPALHE A AUDIÇÃO, A GUITARRA FICOU UM POUCO BAIXA, ISSO SE DEVE AO FATO DA PRODUÇÃO, MIXAGEM E AFINS TEREM FICADO A CARGO DE VOCÊS MESMOS? NADA QUE NÃO SEJA MAIS UMA REALIDADE DURA DAS BANDAS DAQUI, É MELHOR VOCÊ MESMO FAZER AS COISAS DO QUE ENTRAR NUM ESTÚDIO CLASSE A E O PRODUTOR NÃO TIVER CONHECIMENTO EM DOOM METAL HAHAHAHA. MR: Sim, a culpa é toda minha rs-

rsrs, mas não é por opção, e além de não saber muito sobre gravação e mixagem, nossos instrumentos e meu PC são puras merdas, isso me irrita muito, mas é pior para outras pessoas, só o que eu não consigo é

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deixar uma idéia por não ter como executá-la, se eu disser que tudo foi captado com um microfone Carol de 30 reais ligado a uma entrada simples de mic no computador, bem foi isso mesmo que aconteceu, nós pegávamos caixas emprestadas para ensaiar rsrsrs, ainda não está muito diferente hoje, mas trabalhamos para melhorar e não o contrário.

JÁ EM “VOL II.” É NOTÁVEL O AMADURECIMENTO E A QUALIDADE DA COMPOSIÇÃO, AGORA COM UM BATERISTA DE CARNE E OSSO E GRAVADO NUM ESTÚDIO... COMENTE SOBRE ESSE NOVO PROCESSO NA CAMINHADA DA BANDA. MR: Bom nosso batera, o Arthur,

tem mais osso do que carne, rsrsrs, mas foi ótimo tê-lo encontrado porque ele não só tocou nas gravações e ensaios como se propôs a ajudar a banda em tudo, gravações,

shows, só foram possíveis depois da entrada dele na banda. Os ensaios trouxeram amadurecimento para a banda. Já as gravações foram um processo mais de aprendizado do que tudo, eu aprendi que não sei nada, rsrsrs, sério mesmo, não sou fã destas gravações, e isso se deve a mim mesmo, pela falta de experiência, tanto o Victor como eu percebemos que não é só entrar em estúdio, precisa-se de bons instrumentos para conseguir os tons desejados e quanto a regulagem das caixas então, caixas ótimas, mas que nunca havíamos tido um contato a ponto de saber utilizar. Nossa sorte foi o dono e produtor do estúdio que conhece metal, viu o que a gente precisava e ajudou muito. Eu gravei os vocais de uma forma direta, mas nem um pouco a vontade, foi difícil me soltar. Espero fazer um trabalho melhor na segunda vez.


A BANDA REALIZOU ALGUNS SHOWS, PASSARAM POR SAMPA E BELO HORIZONTE AO LADO DOS PESTA (PRATICAMENTE PARCEIROS EM SONORIDADE), COMO FORAM ESSAS EXPERIÊNCIAS? ESTÃO COM NOVAS DATAS? MR: Foram as melhores experi-

ências em shows, em banda, que eu tive. De inicio confesso que sou tímido, mas depois tudo flui naturalmente, estes shows foram importantes para a banda porque conheceríamos amigos que vêem apoiando a banda e nos fazendo crescer, são ótimas recordações e espero que haja mais, ainda não temos novas datas, mas confesso que gostaria muito de tocar ao lado dos Witching Altar.

SEI QUE A BANDA ESTÁ TRABALHANDO NUM DEBUT, COMO ESTÁ O ANDAR DA CARRUAGEM? EXISTE UMA DATA DEFINIDA PARA O LANÇAMENTO? HÁ POSSIBILIDADE DE LANÇAR O MATERIAL EM FORMATO FÍSICO?

Já temos o debut todo composto, estamos fazendo algumas gravações caseiras para ver como tudo esta soando e o que falta agora é gravar em estúdio.” Mark Rainbow, DIRTY GRAVE

MR: Não há data, mas já temos o debut todo composto, estamos fazendo algumas gravações caseiras para ver como tudo esta soando e o que falta agora é gravar em estúdio. O Victor e eu planejamos começar com estas gravações ainda nos primeiros meses deste ano. Sobre o formato físico, é o que mais gostaríamos, e assim que tivermos as primeiras gravações vamos à busca de apoio para lançar isso.

A BANDA BUSCA ABORDAR TEMAS OBSCUROS, A DEMÊNCIA HUMANA ENTRE OUTRAS MAZELAS DO INTELECTO DETURPADO DA ESPÉCIE, ISSO

SIMPLESMENTE ACONTECEU OU FOI PROPOSITAL, UMA VEZ MAIS FAZENDO JUS AOS ANTIGOS? MR: Acho que um pouco dos dois,

é disso que eu gosto de ouvir como poderia falar de outra coisa. Um professor uma vez me disse para eu pensar antes de falar, mas logo em seguida voltou atrás e disse que era melhor eu não dizer nada porque só pensava besteira, acho que isso resume tudo.

CARA, É ISSO. AGRADECIDO POR SUA ATENÇÃO, ESSE ESPAÇO É LIVRE PARA VOCÊ FINDAR ESSA ENTREVISTA COMO QUISER! AVE DIRTY FUCKING GRAVE!!! MR: Como quiser? Bom, vai todo mundo se fuder! OD | A

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ENTREVISTA MARIO ROMANET VOCAL/BASS - PSICORRAGIA

O DOOM/ DEATH PERUANO E SUA VELHA CARA 48

POR Fernando Martinez

P

sicorragia é uma banda de Doom/Death Metal, sitiada na capital Peruana. O quinteto possui nada menos que 21 anos de atividade, e este mês, lança seu segundo disco “Madremuerte”, através dos selos MFL, da Rússia e Postunder, do Peru. Fiz uma entrevista bem bacana com o vocalista e baixista da banda, e o resultado vocês conferem agora!


MADREMUERTE 2016

FIRST FULL LENGTH ALBUM FERNANDO MARTINEZ: OLÁ, MARIO! PARABÉNS PELO NOVO DISCO! O PRIMEIRO ÁLBUM DO PSICORRAGIA FOI LANÇADO EM 2001, E 14 ANOS SEPARAM "LA PASIÓN DE LO MORTAL" DE "MADREMUERTE". OQUE MUDOU NA BANDA DURANTE ESSE PERÍODO? MARIO ROMANET: Muito obrigado

pela entrevista. Sim, foram muitos anos desde o último álbum, mas temos nos mantido ativos, com

lançamentos de alguns EPs. A banda continua quase a mesma em alguns aspectos, como por exemplos, a formação ainda é a mesma daquela época, com exceção de um. Nós também permanecemos fanáticos pelo Doom e pelo Death Metal, e a banda continua com a mesma identidade sonora, no entanto, algumas coisas mudaram, principalmente no sentido de composição e a manipulação de instrumentos e sons. Eu acredito que graças a essas mudanças, este

álbum atingiu uma marca: é o mais próximo do conceito musical que sempre tivemos dentro de nós.

QUANTO TEMPO FOI REALMENTE GASTO NA PREPARAÇÃO DE "MADRE MUERTE"? MR: Toda a 2014 foi dedicado à

gravação para ter o álbum pronto. Antes disso, tivemos de compor e arranjar as músicas, que durou provavelmente mais de um ano. OD | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA MARIO ROMANET VOCAL/BASS - PSICORRAGIA

PSICORRAGIA É SUA ÚNICA BANDA, OU HÁ OUTROS PROJETOS EM QUE VOCÊ PARTICIPA? QUAL É A SITUAÇÃO, NESTE SENTIDO, DOS OUTROS MÚSICOS DA BANDA? MR: Eu fui um dos fundadores da

Psicorragia em 199 e tenho tocado em uma base casual com algumas bandas como músico ao vivo e músico de ensaios, mas a minha outra banda formal é a Evil Damn, com quem produzo Death Metal em seu mais selvagem e negro sentido. Antonio (tecladista) também tem sido parte de projetos ao vivo e de sessão, e Teo (bateria) é o que pertence com mais bandas. Ele é o baterista do Epilepsy (Thrash Metal) e Eternal Exhumation (Death Metal).

O NOVO MATERIAL DO DISCO SOA MUITO MODERNO, DANDO AO MESMO TEMPO UMA BOA POSSIBILIDADE DE RECONHECER O SEU ESTILO INDIVIDUAL. O QUE VOCÊ PARTICULARMENTE GOSTARIA DE CHAMAR A ATENÇÃO DO OUVINTE, E QUE INOVAÇÕES QUE VOCÊ GOSTARIA DE OBSERVAR? MR: Eu Não tenho muita certeza

se chamaria de "moderno". Este estilo leva duas tendências antigas do metal extremo, Death e Doom Metal e nós somos seguidores dos clássicos em ambos os

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estilos. Provavelmente soa como algo novo, porque temos procurado combinar os dois estilos e fazê-los se tornar um. Colocamos uma grande quantidade de escuridão e espírito negro nele. Foi-nos dito anteriormente que o estilo da banda tem um som muito original e que gostaria que ele permanecesse dessa forma. No entanto, o nosso estilo não está ligado de forma alguma às novas tendências de metal moderno. Que o som é único, nos lisonjeia que eles digam isso, mas nós seguimos o caminho dos estilos fundadores negros.

Dying Bride, Anathema e Paradise Lost. Continuamos a procurar e encontrar bandas nas trilhas mais deprimentes do metal, e bem, tantos ramos musicais foram fundamentais para criar Psicorragia. Até hoje continuamos maníacos de todas essas bandas do passado, mas sempre ouvimos novas bandas em ambos os estilos. Pessoalmente, tenho vindo a adicionar às minhas preferências bandas de outros estilos, como os nascidos de Black Metal e seus derivados

SEUS GOSTOS MUSICAIS MUDARAM DE ALGUMA FORMA DESDE O LANÇAMENTO DE SEU PRIMEIRO ÁLBUM?

O NOME DO NOVO ÁLBUM E SUAS TRILHAS SUGEREM PENSAMENTOS SOMBRIOS. CONTE-NOS SOBRE A LETRA DE "MADREMUERTE". QUAL É A IDEIA PRINCIPAL QUE LIGA OS TEXTOS?

MR: De modo nenhum. Desde en-

MR: E sempre foi assim na história

tão até agora a nossa religião permanece Death e Doom Metal. No início dos anos noventa estávamos totalmente loucos por Death Metal, principalmente da Flórida, com bandas como Morbid Angel, Death & Deicide. Claro que, na América do Sul tivemos nossos próprios deuses: Mortem, Sarcófago, Sepultura, Masacre, para citar alguns. E a partir do velho continente que nos infectamos com Pestilence, Entombed, Unleashed, Grave, Asphyx, entre outros. Pouco depois nos deparamos com todo o ataque Doom Metal, principalmente com a triade lançada pela Peaceville: My

da banda. A morte é o nosso tema principal e tudo gira em torno dele. Ao longo dos anos temos sempre falou sobre a morte em qualquer assunto, mas sentimos que era hora de dedicar um álbum inteiro a ela. O momento era preciso, porque este álbum marcou nosso retorno para os álbuns completos. As letras da banda são sobre o lado negro da existência: o lascivo, podre, funesto. Mas devo dizer que temos aproveitado este álbum para criar histórias e sua própria mitologia, algo que tínhamos pendente por um longo tempo. OD | A


FICHA ORIGEM

LIma, Peru

GÊNEROS

Doom Metal Death Metal

LINE UP Mario Romanet

Voz e baixo

Alick González Guitarra

Marco Borra Guitarra

Antonio Duncan Teclado

Teo Suchero Bateria

CAPAS

Sátira Macabre (2011)

La Pasión de lo Mortal (2011)

A morte é o nosso tema principal e tudo gira em torno dele. Ao longo dos anos temos sempre falado sobre a morte em qualquer assunto.” Mario Romanet, PSICORRAGIA facebook.com/OctoberDoomOfficial

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Facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA PSICORRAGIA É: Mario Romanet - Voz e baixo Alick González - Guitarra Marco Borra - Guitarra Antonio Duncan - Teclado Teo Suchero - Batería

MARIO ROMANET VOCAL/BASS - PSICORRAGIA

LINKS https://psicorragia.bandcamp.com https://www.facebook.com/psicorragia

ATÉ ONDE EU SEI, HOUVE UM MOMENTO EM QUE VOCÊ JOGOU COM BANDAS COMO DISMEMBER E PANDEMIA. COM QUEM VOCÊ GOSTARIA DE DIVIDIR O PALCO AGORA? MR: É uma questão complicada

porque existem várias ótimas bandas com quem gostaríamos de tocar, muitas deles foram fundamentais para a nossa vida musical. Elas vêm à minha mente em diferentes estilos Incantation, Autopsy, Acheron, Morbid Angel, My Dying Bride, Moonspell…

DE MODO GERAL, QUAIS SÃO OS PLANOS PARA SHOWS? MR: Atualmente nós tocamos

em alguns concertos. Fizemos algumas turnês dentro do Peru, mas supomos que com este novo álbum, vamos estar se movendo ao redor, tendo mais concertos. Alguns anos atrás, a oportunidade de viajar para várias cidades na América do Sul surgiu, mas não pode ser concretizada. Esperamos que desta vez podemos dar continuidade à presente dívida.

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O ÁLBUM "MADREMUERTE" FOI LANÇADO EM DOIS SELOS EM DIFERENTES PARTES DO MUNDO, E IMAGINO QUE NÃO FOI FÁCIL ORGANIZAR UMA COISA DESSAS. CONTE-NOS COMO VOCÊS FIZERAM ISSO? MR: Chegar lá levou tempo. Como

você adivinhou, não foi assim tão simples, nós tivemos que trabalhar duro. Haviam rótulos interessada em lançar "Madremuerte", mas as datas que eles sugeriram para lança-lo estavam muito longe, já que eles já tinham agendas completas. Em um ponto o proprietário da Postunder, Selo Peruano que trabalha com Ícaro Prods (que tem Necropsya e Anal Vomit em suas fileiras), nos convidou para uma reunião para discutir a produção e assim, assinamos um contrato com eles. Pouco depois MFL Records da Rússia também responderam favoravelmente e decidiu fazer a edição europeia de "Madremuerte". Fizemos os respectivos acordos com ambos os rótulos e com isso, conseguimos o sonho de fazer o lançamento, quase na mesma data, em ambos os continentes.

ENTRE OS NOSSOS LEITORES, TALVEZ, HÁ AQUELES QUE NÃO SÃO FAMILIARIZADOS COM O TRABALHO CRIATIVO DE PSICORRAGIA COM TUDO, O QUE VOCÊ GOSTARIA DE DIZER-LHES? MR: Se você está no Death/Doom

Metal e a escuridão é a sua companheira, você pode tomar o tempo e nos ouvir. Nós completamos 21 anos no cenário sul-americano e estamos de volta com um novo álbum, passando por todos os


extremos, desde a escuridão até o caos, e, visite a nossa página de fãs no www.psicorragia.com ou encontre-nos no Facebook.

OBRIGADO PELAS RESPOSTAS INTERESSANTES. SE VOCÊ QUISER, VOCÊ PODE DESEJAR ALGO PARA OS LEITORES OUTUBRO DESGRAÇA MAGAZINE. MR: Obrigado novamente por este espaço e saudações a todos os seus leitores. Saúde! OD | A

A oportunidade de viajar para várias cidades na América do Sul surgiu, mas não pode ser concretizada. Esperamos que desta vez poder dar continuidade à presente dívida.” Mario Romanet, PSICORRAGIA facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA MARCIO VALÉRIO

FICHA

VOCAL - TRAGEDY GARDEN

ORIGEM

OS JARDINS DA TRAGÉDIA

T

POR Morgan Austere

ragedy Garden nasceu no estado do Paraná na cidade de Colorado em meado de 2003. A banda carrega em sua sonoridade um death/ doom bem cadenciado é pesado. Tragedy Garden ja lançou em sua carreira os álbuns “Silent Symphony” lançado em 2003, “Enemy Time”, lançado em 2005, álbum esse que teve relevantes elogios pela crítica especializada e “Follow The Insanity” em 2008. O line up é formado por Marcio Valério (vocal), Vitor Carnelossi (guitarra), Rodolfo Santana (baixo) e Marcão Azevedo (bateria). E nessa edição a Tragédia ira nascer nas páginas do October Doom Magazine.

TRAGEDY GARDEN

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MORGAN AUSTERE: NAS MINHAS ENTREVISTAS E SEMPRE DE PRAXE PERGUNTAR SOBRE AS INFLUÊNCIAS DAS BANDAS E COMO ELAS AFETARAM O TRABALHO DA BANDA. QUAIS SÃO AS INFLUÊNCIAS DO TRAGEDY GARDEN? MARCIO VALÉRIO: Nossa prin-

cipal influência foi o PARADISE LOST, com certeza, mas, sempre ouvimos outras bandas como: ETERNAL SORROW, GODGORY entre tantas outras inclusive de outros estilos como AMEN CORNER, GOREFEST, THE MIST, e assim nasceu o TRAGEDY GARDEN.

Colorado, Paraná

GÊNEROS Death Doom

CAPAS

Enemy Time

Coletânea Rock Soldiers


COMO SURGIU O TRAGEDY GARDEN? QUAIS FORAM AS PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE ESSES 15 ANOS DE BANDA? MV: O Tragedy Garden nasceu de

um projeto cover mal sucedido chamado SLEPLESS, com o fim da banda o então batera Marcão Azevedo teve a ideia de uma nova banda com músicas autorais, trocamos apenas um membro da formação anterior e a coisa engrenou, com relação às dificuldades são as de todas as bandas falta de espaço no mercado, a cena metal da cidade muito fraca, além do mais por morarmos numa cidades pequena ela é totalmente dominada pelo sertanejo, mas com muito esforço e dedicação conseguimos nosso reconhecimento.

O PRIMEIRO EP DA BANDA FOI SILENT SYMPHONY COMO FOI A COMPOSIÇÃO DO MATERIAL E EM QUE ANO ELE FOI LANÇADO? E COMO FOI A RECEPÇÃO DELE NO PAÍS? MV: Cara composição não teve um tema a ser seguido, as letras já estavam prontas e as utilizamos porque queríamos lançar um ep para ver como seria a recepção do trampo já que éramos desacreditados por algumas pessoas e, felizmente ele foi muito bem aceito o que fez com que aparecessem vários convites

para shows e o disco foi lançado em meados de 2003.

A FAIXA INNER ABYSS SAIU NA COLETÂNEA ROCK SOLDIERS 10 QUE TEVE AMPLA DISTRIBUIÇÃO NA ALEMANHA COMO OCORREU A PARTICIPAÇÃO DO TRAGEDY GARDEN NESSA COLETÂNEA? MV: Cara eu não me recordo plenamente, mas acredito que o Marivan Ugoski da UGK Discos tenha ouvido o nosso som num programa de metal que o Flávio Soares do LEVIAETHAN tinha em Porto Alegre, e aí ele nos contatou e o entendimento entre as partes foi tranquilo.

LANÇADO EM 2003 O ÁLBUM ENEMY TIME TRAZ NA CAPA A FIGURA DE UM CEMITÉRIO, COMO FOI A ESCOLHA DA ARTE DO ÁLBUM? E SOBRE O NOME DO DISCO “ENEMY TIME” - INIMIGO DO TEMPO - A CAPA, NOME E AS LETRAS ESTÃO TODOS CONFIGURAM PERFEITAMENTE O QUE A BANDA TENTA TRANSMITIR. E COMO TODA ESSA LETARGIA AFETA A BANDA? MV: Nesse álbum sim priorizamos um tema, que foi a ação devastadora que o tempo exerce sobre o ser humano, o tempo que deixa marcas no rosto, o tempo que leva as pessoas que amamos, o tempo que nos consome a cada segundo, por isso o nome ENEMY TIME e

o final de tudo é o cemitério, por isso ele brilha em nossa capa, e, a impressão de letargia é proposital pq nossa proposta musical sempre foi sombria e melancólica, por isso também utilizamos bastante a linguagem metafórica.

E SOBRE O FUTURO DA BANDA O QUE O FUTURO NÓS RESERVA? ALGUM ÁLBUM, DEMO OU EP NOVO? MV: Cara o nosso futuro é uma

incógnita, pois já estamos parados a quase dois anos por não termos batera, pois, o baterista da formação original precisou deixar a banda por problemas particulares, convidamos outro cara mas o perfil dele não era o que queríamos então o dispensamos e, desde então estamos em estado de hibernação, kkkkk, sinceramente não sei o que irá acontecer.

NOVAMENTE AGRADEÇO A PARTICIPAÇÃO DA BANDA, GOSTARIA DE DEIXAR ALGUM RECADO PARA OS FÃS DA BANDA? MV: Obrigado Morgan pelo espaço cedido ao TRAGEDY GARDEN e uma sombria saudação a todos os bangers que sempre estiveram ao nosso lado, nos encontraremos nas sombras em breve, hail metal!!!! OD | A

LINKS https://www.youtube.com/watch?v=pIT_4Lbp9F8

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ENTREVISTA ANNA MARTINEZ VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

UMA AULA DE PSICODELIA E STONER ROCK’N ROLL POR Morgan Gonçalves

D

una, Brisa e Chama – ou apenas Duna – é um quinteto Belo-horizontino formado em 2014 com fortes influências de Rock e de Blues, criando uma deliciosa e atraente receita com ingredientes retirados de Stoned Jesus, Black Sabbath, Led Zeppelin, entre outros. Em janeiro de 2015, a banda lançou sua primeira single, e um ano depois, lançou o EP homônimo, que chamou a atenção dos sites sobre música autoral.

MORGAN GONÇALVES: GENTE, VOU CONFESSAR QUE JÁ HAVIA MUITO FALAR SOBRE A DUNA, MAS AINDA NÃO TINHA TIDO TEMPO E OPORTUNIDADE DE CONHECER O TRABALHO – E QUE TRABALHO - DE VOCÊS. SEJAM BEMVINDOS! A BANDA SE FORMOU EM 2014, MAS COMO ESSE ENCONTRO ACONTECEU? ANNA MARTINEZ: Ainda em 2014

o Tito e o Dolivetro receberam o convite do Merlin para formar uma

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banda com ele, desde o início o plano era ter vocal feminino e tocar algo com influência psicodélica. Eles estavam sem banda na época e toparam participar, segundo o Dolivetro, tocar algo que nunca tinham experimentado. Depois do convite eles marcaram em um estúdio pra tocar algumas músicas e perceberam que outra guitarra poderia complementar o som da banda. Nesse meio tempo, coincidentemente, o Merlin conheceu o Pedro na organizaçao de um evento e eles trocaram uma OD | A


FICHA ORIGEM

Belo Horizonte, Minas Gerais

GĂŠNEROS

Psychedelic Rock Stoner Rock

CURRENT MEMBERS Pedro

Guitarra

Dolivetro

Guitarra/Baixo

Tito

Bateria

Anna Vocal

Merlin

Guitarra/Baixo/ Vocal

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ENTREVISTA ANNA MARTINEZ VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

ideia. Uns dias após esse evento, o Merlin postou num grupo voltado pra formar bandas que estavam procurando uma vocalista, dizendo as referências pra banda. O Pedro viu e gostou demais dessas referências, além de ter reconhecido o Merlin do evento em que conversaram. Como o Pedro não é vocalista e nem mulher, ele mandou uma mensagem pro Merlin perguntando se ele era o cara do evento, e que se precisassem de mais um guitarrista ele topava. Ao mesmo tempo ele me mostrou o post e eu respondi que estava interessada, com muita insistência, porque eu sou extremamente tímida. Daí com todos os membros da banda a postos, selecionamos algumas músicas para tocar num ensaio e acabou rolando.

O NOME DA BANDA, ASSIM COMO O NOME DA MAIORIA 60

DAS BANDAS PSICODÉLICAS É BASTANTE PECULIAR. POR QUE DUNA, BRISA E CHAMA? AM: Bem, a banda já estava for-

mada mas ainda não tínhamos conseguido pensar em um nome, então pra resolver isso começamos um brainstorming e várias idéias foram lançadas, até que em um momento da conversa as ideias começaram a envolver elementos da natureza. No meio dessa brincadeira com esse tema, alguém ressaltou que se juntássemos esses nomes de elementos , o nome ficaria estilo “Earth Wind & Fire”. A partir disso surgiu a ideia do nome ser “Duna, Brisa & Chama”. Ainda discutimos se não seria uma boa escolha um nome um pouco menor e simples, mas todos acharam o nome escolhido legal e decidimos ficar com ele.

Alguém ressaltou que se juntássemos esses nomes de elementos, o nome ficaria estilo “Earth Wind & Fire”. A partir disso surgiu a ideia do nome ser “Duna, Brisa & Chama”. Anna Martinez, VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA


O SOM DA BANDA TEM MUITO DOS CLÁSSICOS BLACK SABBATH, STONED JESUS E WOLFMOTHER, MAS HÁ, CLARAMENTE, MUITO MAIS QUE ISSO. QUE OUTRAS BANDAS SERVEM DE INSPIRAÇÃO PRO DUNA? AM: Além dessas, Blues Pills,

Sleepy Sun, Mutantes, Far From Alaska são inspirações para a banda. Mesmo que elementos de algumas delas não seja bastante aparente nas músicas, eles estão presentes de várias formas nas composições.

EM 2015 VOCÊS LANÇARAM A SINGLE I AM THE SHAMAN, QUE FOI O PRIMEIRO REGISTRO DA BANDA. OQUE VOCÊS DIRIAM QUE MUDOU NESSES 12 MESES ATÉ O LANÇAMENTO DO EP? AM: Nesse último ano, acho que a

banda se entrosou muito mais musicalmente, o som está mais maduro e polido e além disso estamos fluindo melhor no palco. Também acho que estamos ganhando cada vez mais um pouco de experiência e soando melhor.

O DISCO, QUE LEVA O MESMO NOME DA BANDA FOI LANÇADO EM JANEIRO, PELO SELO/ PRODUTORA DESERTO ELÉTRICO. COMO FOI A PRODUÇÃO DO DISCO? AM: Além de termos contado com

um ótimo artista na criação da capa, também contamos com a profissionalidade e talento do Fábio Mazzeu para produzir o EP. Foi uma grande experiência para todos que participaram da criação do

disco e exigiu muita dedicação de todos da banda e do Fábio, claro. Ficamos todos super felizes com o resultado final e esperamos que vocês também tenham ficado.

A CAPA DO ÁLBUM FICOU MUITO BACANA, MAS CONFESSO QUE DAQUI, MUITO MAL PUDE VER UMA MÃO, OU ALGO ASSIM. QUEM É O AUTOR DA ARTE E QUE IDEIA ELA DEVE PASSAR? AM: A capa foi de autoria do Daniel

Bretas, que é um artista extremamente talentoso. A ideia principal é misturar elementos e temas das músicas do EP na ilustração, como a T.A.R.D.I.S representando a música Doutor do Tempo, a garrafa representando a música Cana, chamas e dunas. Já sobre a estética, o Daniel queria fugir um pouco do “padrão” das ilustrações psicodélicas das décadas de 60-70, manter a psicodelia mas também usar expressões artísticas modernas (como a glitch art, por exmplo), tanto no conceito quanto na produção, misturando materias como papel e tinta com o uso de métodos digitais de edição. Isso tudo casa bem com o som que fazemos, músicas que misturam influências clássicas com elementos da nossa geração.

DUNA, BRISA E CHAMA 2016

EP

RECENTEMENTE A BANDA TOCOU COM OS CALIFORNIANOS DO RÁDIO MOSCOW EM BH. COMO FOI ESSA PARADA? AM: Foi loucura demais! Além de

marcar o lançamento do nosso primeiro EP e o primeiro evento organizado pela Deserto Elétrico, foi uma felicidade tocar ao lado de bandas incríveis e camaradas OD | A facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTA ANNA MARTINEZ VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

que são KKFOS e Lively Water e dos caras geniais do Radio Moscow que fizeram um show insano, com a casa lotada! Com certeza foi muita honra fazer parte dessa noite e foi muito especial ver o trabalho de todos os envolvidos valer a pena.

O MURRO É UM GRANDE PARCEIRO NOSSO, E VEM REVELANDO GRANDES BANDAS DO MINAS, MAS DA PERSPECTIVA DE BANDA, COMO ANDA A CENA EM MG? AM: Não só as bandas de stoner

e de rock em geral, mas também artistas de outros gêneros como eletrônica, experimental estão surgindo na cena autoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte em sua maior parte. Creio que cada vez mais o público está valorizando a música autoral, marcando presença nos eventos, conhecendo

AGORA, DEPOIS DO DISCO LANÇADO, VAI ROLAR UMA TURNÊ DO DUNA PROS FÃS DE OUTROS ESTADOS?

Creio que cada vez mais o público está valorizando a música autoral, marcando presença nos eventos.”

AM: Vontade não falta! Estamos

Anna Martinez, VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

as bandas, apoiando. Mesmo com esse apoio recente ainda é bastante luta pra tocar uma banda autoral, mas mesmo que seja de pouco a pouco a cena está crescendo e vai se fortalecer mais.

num processo de divulgar nosso material e correndo atrás de shows, festivais, tanto em Belo Horizonte e região quanto em outros estados também. Mas seria maravilhoso tocar pelo Brasil a fora.

ESTE ESPAÇO É PRA BANDA DEIXAR AQUELE RECADO ESPERTO PARA OS FÃS E LEITORES DA OCTOBER DOOM MAGAZINE. FIQUEM À VONTADE.

AM: Muito obrigada a todos que

gostam da nossa música e que estão apoiando e divulgando nosso trabalho, não só o nosso como também de outras bandas que estão emergindo. E para quem ainda não conhece a banda , esperamos de verdade que gostem do nosso som, porque a gente faz com muito suor e vontade. Vamos lembrar que hoje em dia temos muitas bandas fodas pelo país que merecem reconhecimento, e para que isso aconteça todos nós temos que sair da zona de conforto, procurar sempre conhecer e mostrar apoio às bandas, mostrar para todos que existe som novo, autoral e de qualidade no Brasil. Muito obrigado, meus amigos, grande abraço a todos e espero vê-los ao vivo em breve. OD | A

LINKS https://dunabrisaechama.bandcamp.com

OS MINEIROS do Duna, Brisa e Chama

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https://www.facebook.com/dunabrisaechama


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