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Os planos de vingança contra Sergio Moro
A revelação de um plano da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor paulista Lincoln Gakyia, precisa ser tratada com toda a importância.
Oplano, que seria a retaliação por uma decisão que frustrou os planos de resgate do chefão do PCC, Marcos Camacho (o “Marcola”), é a comprovação definitiva de que, ao contrário do que pensam os responsáveis pelo novo Pronasci, preocupados apenas com pautas identitárias, o crime organizado é, sem sombra de dúvida, o principal problema da segurança pública no país e exige ação enérgica e cooperação incansável entre todas as esferas de poder.
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Não é à toa que o PCC tenha escolhido Moro como alvo. Quando ministro da Justiça, o ex-juiz e hoje senador elegeu como prioridade o combate ao crime organizado. Marcola foi apenas um dos líderes de facções criminosas que, por determinação do então ministro, foram isolados em presídios federais, após terem passado anos em cadeias de onde seguiram comandando seus grupos sem serem importunados.
Interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal mostraram que a medida havia contrariado profundamente as cúpulas das facções e tinha sido efetiva ao silenciar os principais chefes das organizações criminosas.
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Além disso, Moro ainda endureceu as regras para visitas a líderes do crime organizado que não colaborassem com as investigações, e incluiu vários dispositivos que afetavam facções como o PCC no paco-
Foto Legenda
te anticrime. Durante sua passagem pelo Ministério da Justiça, Moro também aprofundou a cooperação entre a Polícia Federal e os órgãos de investigação estaduais, com um trabalho de inteligência que não apenas resultou na desarticulação de planos como os de resgatar Marcola, mas também impôs pesadas perdas financeiras ao crime organizando, afetando seu financiamento. Como afirmou um dos criminosos grampeados pela PF, “esse Moro aí (...) veio pra atrasar”. A descoberta do plano do PCC também é a peça que faltava para igualar as facções criminosas a grupos terroristas. Não há outra palavra para descrever os dias de pânico impostos pelo crime organizado a populações inteiras como a do Rio Grande do Norte ou, em outros tempos, de São Paulo. Faltava apenas o assassinato de autoridades, que também faz parte do modus operandi do terrorismo, como bem demonstram as Brigadas Vermelhas italianas, que sequestraram e mataram o ex-primeiro-ministro Aldo Moro em 1978. Infelizmente, o enquadramento dos líderes de facções como terroristas ainda está distante, pois a Lei Antiterrorismo exige “razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião” para que os crimes descritos na lei sejam assim caracterizados – uma mudança legal para contemplar as ações do crime organizado seria muito bem-vinda. Enquanto isso não ocorre, que se use todo o rigor da lei e toda a inteligência possível para seguir desbaratando os planos das facções antes que se tornem realidade.
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Práticas radicais e a redução de empregos
O mundo vem discutindo questões diversas numa tentativa de entender o que aconteceu com a humanidade, apesar da rapidez com que evoluem a ciência, o conhecimento e a tecnologia. Supostamente, essa evolução acelerada, nunca antes vista na história humana, deveria propiciar elevação do bem-estar geral mundial e aumento da felicidade. Houve evolução e aumentaram as possibilidades de bem-estar, mas há problemas complexos desafiando a imaginação humana.
Neste texto faço referência a uma prática do mundo corporativo que, embora seja necessária sob certos aspectos, vem recebendo críticas e restrições. Trata-se do seguinte: quando uma empresa adota programas de reestruturação, ela fecha fábricas, extingue departamentos, reduz despesas, vende ativos, suprime funções e demite pessoas, de forma que famílias inteiras perdem seus empregos, ficam sem renda e entram em depressão.
Esse tipo de prática na gestão das empresas ocorre num ambiente em que o desemprego é grande flagelo social que leva milhões de demitidos à desestruturação pessoal, familiar e social. Embora as organizações façam isso, em muitos casos, para poderem sobreviver, em outros casos mesmo empresas lucrativas adotam reestruturação a fim de lucrar mais e pagar mais dividendos a seus acionistas.
O mundo está se perguntando se há chance de aumentar o bem-estar e a felicidade se o único parâmetro para a ação da empresa for o lucro e nada mais
A princípio, nada parece errado com a prática de a empresa racionalizar a estrutura, cortar custos e desempregar pessoas para lucrar mais.
Porém, vem sendo questionada a exigência de que as empresas pautem seu sucesso apenas por lucros financeiros, sem levar em consideração o meio ambiente, o meio social e seus empregados. Ou seja, o mundo está se perguntando se há chance de aumentar o bem-estar e a felicidade se o único parâmetro para a ação da empresa for o lucro e nada mais. Nesse cenário, há uma prática marcada pela dor do empregado e a alegria do investidor, cujo ciclo é: a empresa corta custos, demite pessoas, lucra mais, paga mais dividendos aos acionistas e aumenta seu valor de mercado. O investidor gosta, o empregado padece. Se a empresa tem prejuízo, é defensável que ela adote esse tipo de política, pois empresa deficitária é um mal social. Os fundos de previdência privada, sejam eles fechados (pertencentes aos trabalhadores de uma única empresa) ou abertos, dos quais os trabalhadores participam como cotistas, aplicam dinheiro em empresas de capital aberto e pressionam os gestores para a busca de mais e mais lucros, a fim de elevar a remuneração das aplicações feitas pelos cotistas, que são os trabalhadores.
José Pio Martins
Atleta macaense é Campeão Paulista e Interestadual de Bicicross. Mais um contemplado do programa Bolsa-Atleta, Juliano Silva, 33 anos, competidor de BMX Race ou Bicicross, consagrou-se campeão Paulista e Interestadual, em dois fins de semana seguidos. O Campeonato Interestadual de BMX Race foi realizado no dia 12 de março, na cidade de Cachoeiro do Itapemirim-ES, e o Campeonato Paulista 2023 foi realizado no dia 19 de março, na cidade de Paulínia-SP.