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O Defensor
TAQUARITINGA | 5 de junho de 2015 | Ano XXXII | Edição 1511 | 5.000 exemplares | Distribuição Gratuita | Circulação: Taquaritinga, Cândido Rodrigues e Santa Ernestina
Sem campo, sem futebol
Depois de um ano, ‘Taquarão’ continua interditado
Foto: Gabriel Bagliotti / O Defensor
Falta de adequação e reforma ainda causa problemas
Na imagem acima, um registro de uma das últimas partidas realizadas pelo Clube Alético Taquaritinga no Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva, o Taquarão
Há exatamente 12 meses, no dia 6 de junho de 2014, este O Defensor estampava a manchete fatídica em letras garrafais: “Ministério Público pede interdição do Estádio Taquarão”. Desde então teve início uma “queda-de-braço” entre Prefeitura e diretoria do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), com acusações de ambos os lados, sem que as reais providências fossem tomadas. Na época, o secretário de Esportes e Lazer (SELT) era Alexandre Silva (PCdoB) que, numa infeliz entrevista à Imperial AM, acabou ofendendo porta-vozes do CAT e até mesmo as alegações do Ministério Público (MP) para o fechamento do estádio. Nesse sentido, o conselheiro do CAT, advogado Eduardo Moutinho, explicou que os “pequenos incidentes” ocorridos no Taquarão no dia 1º de junho de 2014 não tinham nada a ver com o inquérito civil instaurado em 12 de dezembro de 2013 pelo MP. O inquérito fora pedido a fim de apurar irregularidades no estádio, especial a inexistência de laudo do Corpo de Bombeiros e deficiência nas condições físicas e elétricas. Até o próprio prefeito Fúlvio Zuppani (PT) veio a público para informar ter solicitado
então junto ao Ministério de Esporte (ME) verba de R$ 550 mil para ser aplicada em melhoramentos exigidos no estádio. Até hoje, no entanto, os recursos não chegaram. Decepcionado, o presidente do CAT, Bentinho Previdelli, dizia que recebeu um “banho de água fria” por parte das autoridades públicas. Insegurança estrutural – Uma semana depois, no dia 13 de junho de 2014, O Defensor voltava com outra triste manchete: “Taquarão é proibido de realizar qualquer evento esportivo”. É que o site oficial da Federação Paulista de Futebol (FPF) publicara, na quartafeira (11), resolução da presidência, dando conta da interdição do Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva, o “Taquarão”. Assinada por Isidro Suita Martinez, a resolução interditava o estádio para qualquer evento esportivo em razão da liminar encaminhada pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Estado – Comarca de Taquaritinga – da 3ª Vara. Motivo: “insegurança estrutural para a realização de partidas de futebol que geram grave risco à integridade física dos envolvidos na realização de partidas”.
Sem verba para realizar as adequações no Estádio exigidas pelo Ministério Público, a Prefeitura, junto da diretoria do CAT, buscava então uma forma de reverter a interdição do estádio, sem que o mesmo passe por todas as adequações exigidas pelo MP. Uma delas foi protocolada junto a Terceira Vara Cível de Taquaritinga, o CAT na condição de terceiro interessado e único prejudicado, um pedido de reconsideração, a fim de ser revogada, mesmo que parcialmente, a referida decisão. Em nota oficial, a diretoria cateana afirmava que “em não se obtendo êxito na revogação da liminar concedida, será obrigada a se retirar do campeonato, sujeitando-se à punição por parte da Federação Paulista de Futebol, sejam elas administrativas (até dois anos sem disputar qualquer competição promovida pela FPF) e/ou pecuniárias (multa a ser fixada pelos auditores do TJD da FPF”. Obrigação municipal – Já no dia 27 de junho, às 16 horas, em reunião no gabinete do prefeito Fúlvio Zuppani (PT), chefe do Executivo e secretário de Esportes prometeram ônibus, praças esportivas para treinamento e conversas com outros prefeitos da região
para buscar um campo para o CAT jogar. Todavia, em reunião extraordinária do Conselho do Clube Atlético Taquaritinga, às 20 horas, os conselheiros não aceitaram a proposta vinda da Prefeitura. A reunião foi marcada pelas falas do presidente do CAT, Bento Previdelli, do presidente do Conselho, Eduardo Cestari e do conselheiro, Eduardo Moutinho. Após a repercussão nas redes sociais e aproveitando a presença da afiliada da Rede Globo, EPTV, em Taquaritinga, parte da torcida se reuniu e protestou contra a interdição do Taquarão. A revolta de alguns foi tanta que até os muros do Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva, o Taquarão, foram pichados com frases contra o secretário de Esportes e que o campo é “obrigação municipal”. Pedido de audiência pública – Na tarde de 25 de junho, alguns representantes da torcida cateana protocolaram junto à Câmara de Taquaritinga um pedido de audiência pública, solicitando a presença do secretário de Esportes para prestar esclarecimentos sobre todos esses assuntos relacionados à interdição do Estádio Taquarão e o programa Atleta do Futuro – o que não
aconteceu. Antes, o Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Taquaritinga, em decisão datada de 23 de junho de 2014, indeferiu pedido de reconsideração formulado pelo CAT em razão da decisão liminar proferida na Ação Civil Pública proposta pelo MP que determinou a proibição de qualquer evento, competição ou festejos abertos ao público em geral, gratuitos ou não, no Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva (o “Taquarão”). Não houve luz no fim do túnel – Após a reunião no dia 25 de junho, na Casa do Advogado, onde o Conselho do Clube Atlético Taquaritinga havia decidido por unanimidade pela saída do CAT da competição, surgiu uma luz no fim do túnel, onde através de pedido do presidente da Câmara, Mirão Basso (PP) e dos vereadores Marcelo Volpi (PSDB), Beto Girotto (PTB), Arnaldo Baptista (PPS), Mirian Pônzio (PT) e Aristeu Silva (DEM) e do prefeito Fúlvio Zuppani (PT) se reuniram no dia 26, com a promotora de Justiça Dra. Daniela Baldan, onde foi deferida a liminar de interdição do Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva, o Taquarão. No dia 30 de junho, desde as primeiras horas da manhã
– conforme informa reportagem do jornal O Defensor na edição de 4 de julho de 2014 – diversas postagens nas redes sociais buscavam por notícias sobre a liberação ou não do Taquarão, mas o balde de água fria veio por volta das 18 horas, quando as primeiras notícias vindas do Fórum começaram a surgir, dando pela continuidade da interdição e lacração do estádio. Já no dia 1º de julho, por volta das 17 horas, alguns torcedores e membros do conselho do “Leão” se reuniram no Bar do Baianinho (altos da Rua Prudente de Morais) com faixas em protesto contra a interdição e lacração do estádio e contra o secretário de Esportes, Alexandre Silva. Por volta das 19 horas, partiram em carreata passando pelas principais ruas do centro de Taquaritinga. O secretário municipal Alexandre Silva foi substituído na pasta de Esportes pelo ex-vereador Cido Bolivar, mas até agora pouca coisa foi feita para liberação do estádio e a esperança dos torcedores do “Leão da Araraquarense” é de que no ano que vem o CAT reassuma sua posição de liderança no futebol paulista. Por enquanto, eles simplesmente recordam as glórias passadas em meio à miséria presente.
Mão no fogo
‘Licitação do transporte coletivo foi exigência legal’, diz prefeito Foto: AIPMT
O prefeito de Taquaritinga Fúlvio Zuppani (Foto) esclareceu que a realização de licitação para o transporte coletivo, vencida pela Viação Paraty, foi uma exigência do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A celebração do contrato vinha sendo cobrada pelo Ministério Público (MP), depois de esgotados todos os recursos judiciais. Ele também enfatizou
que a troca de empresa, que ocorrerá em até seis meses, não causará desemprego, uma vez que a nova prestadora do serviço irá absorver a mão-obra e ainda tem a perspectiva de aumentar de 30% a 40% o número de empregados. De acordo com informações do Setor de Licitação, a atual prestadora, Viação Transmarsico, havia vencido a con-
corrência promovida em 2003. O contrato, porém, só foi assinado em 26 de setembro de 2006, após recursos judiciais entre as participantes do certame. Porém, em 19 de maio de 2009 e 2 de setembro do mesmo ano, o TCE o julgou irregular, concedendo 75 dias para as devidas providências. Em 26 de março de 2010, a Prefeitura contratou a Trans-
marsico, em caráter emergencial, pelo prazo de seis meses, para a prestação do transporte coletivo urbano e rural. Nessa época, a empresa ingressou com ação na Justiça local requerendo a manutenção do contrato original, o que foi negado.
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