Mira Ciência

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MIRA CIÊNCIA



Índice Prefácio Introdução

5 7

Disciplinas ligadas às Ciências Experimentais

Ciências Naturais 3ºCiclo

79

-Cientificar a Praia

81

em cada ciclo

9

-“Criação” de fósseis

85

Competências gerais

9

-Criação de um herbário

88

-Estudo da hidrogeologia dos charcos temporários

91

Metas curriculares essenciais no ensino das Ciências Experimentais

13

Conteúdos/Sugestões de atividades: Conhecimento do Mundo Pré escolar

-Entre Zambujeira do Mar e a Praia do Carvalhal

94

-Permeabilidade de solos

105

-Trash Talk 15

Preservação e recuperação de recursos naturais

107

-Porque são verdes as rãs?

17

-Identificação de rochas magmáticas

109

-Colorir as diferenças entre anfíbios

19

-Identificação de rochas metamórficas

111

-Sombras de animais

23

-Identificação de rochas sedimentares

112

-Congela ou não?

25

- À descoberta do meio natural – rochas e solos

-Qual é mais denso?

27

Saída de Campo Odemira – Almograve

Estudo do Meio 1ºCiclo

115

Físico-Química 31

3ºCiclo

-Colonização Natural

33

-Cromatografia em papel

125

-Descobre o intruso

35

-Como identificar soluções ácidas e básicas?

129

-Determinação da dureza total da água

131

-Qual o efeito da temperatura no estado físico dos materiais?

123

39

-Determinação do pH em águas

-A qualidade da água

43

Método potenciométrico

135

-Solos

45

-Determinação do pH do solo

137

-Atelier do Dia da Conservação do Solo 15 de Abril

49

Ciências Naturais 2ºCiclo

59

-Alfaiates: como andar sobre água

61

-Colonização natural de um habitat

63

-Construção de uma caixa de luz

65

-Construção de uma caixa-ninho para aves

67

-Importância da água para os seres vivos

69

-Solos

71

-Trocas nutricionais entre o organismo das plantas e o meio

75

-Tensão Superficial da água

141

Bibliografia

143



Prefácio Odemira Território Educativo (ODETE) tem sido um espaço de trabalho entre todos os atores da educação formal do concelho de Odemira. Esse trabalho conjunto começa agora a gerar alguns produtos que lhe dão visibilidade. Este e-book é um dos seus primeiros exemplos e deve ser visto como algo muito significativo. É significativo, porque representa um trabalho colaborativo entre escolas e os diferentes níveis de ensino, porque alarga as fronteiras da Escola ao Mundo que a rodeia e, por conseguinte, alia o ensino formal ao não formal. Acima de tudo, é significativo, porque um conjunto de pessoas (educadores e professores) quiseram construílo como um contributo para uma melhor educação das nossas crianças e jovens. A comunidade educativa de Odemira deve orgulhar-se do trabalho exemplar que este grupo de educadores e professores foram capazes de desenvolver. Vemos assim cumprido algo que diferencia Odemira e que pode servir de exemplo para outros projetos e para outras áreas. O Município de Odemira congratula-se com a edição deste produto pela forma como foi construído, e espera, sinceramente, que possa revelar-se uma ferramenta útil e dinâmica, em atualização permanente, constituindo-se como um suporte inovador para a promoção do sucesso educativo das novas gerações. Temos a certeza que estes objetivos serão concretizados com o contributo de todos.

Hélder Guerreiro Vereador da Educação



1. Introdução O concelho de Odemira define-se como um território educativo, dentro e fora da escola, promovendo o potencial das estruturas educativas formais e não formais. A sua ação tem como objetivo intervir ao nível da educação formal, promovendo a melhoria dos indicadores dos resultados escolares, a verticalização das dimensões consideradas estruturantes e a promoção das competências pessoais, sociais, cívicas e ecológicas dos alunos e da comunidade educativa. O projeto e-book, Manual das Ciências Experimentais surge enquadrado no Projeto Educativo Local do Município de Odemira, no programa de verticalização das Ciências Experimentais, designado por Mira Ciência. O Mira Ciência é um projeto na área das ciências experimentais que visa a aquisição de competências essenciais às aprendizagens na área do Conhecimento do Mundo, Estudo do Meio, Ciências Naturais e FísicoQuímica e a proteção e preservação dos recursos naturais. Para o desenvolvimento deste projeto foram selecionadas e elaboradas atividades experimentais que, de alguma forma, podem contribuir para a preservação dos recursos naturais do concelho, a compreensão de conteúdos curriculares implícitos nas atividades e ainda potenciar oportunidades de vivenciar e compreender o meio envolvente. Estas atividades propostas podem ser utilizadas em sala de aula, em clubes de ciência ou no desenvolvimento de projetos científicos. A articulação das escolas do concelho de Odemira e o Município de Odemira é fundamental para o desenvolvimento do projeto. Este manual foi construído por docentes do Grupo das Ciências Experimentais das Escolas do concelho de Odemira e pelos alunos, tendo como parceria o projeto LIFE Charcos, a coordenação do Colégio Nossa Senhora da Graça e a certificação do Instituto Politécnico de Beja. Nota: Na realização das atividades propostas e respetivos procedimentos científicos devem ser tidos em conta cuidados com a manipulação e manutenção de material e respeito pelas regras fundamentais a aplicar dentro e fora de um laboratório. O aluno não deve trabalhar sozinho, sendo conveniente fazê-lo, durante o período de aula ou na presença de um professor.

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2.

Disciplinas ligadas às Ciências Experimentais em cada ciclo

Pré-escolar Conhecimento do mundo 1º Ciclo Estudo do Meio Físico 2º e 3º Ciclos Ciências Naturais e Físico-Química (3º ciclo)

3.

Competências gerais

Competências a adquirir: Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano. Operacionalização Transversal: -Prestar atenção a situações e problemas manifestando envolvimento e curiosidade. -Questionar a realidade observada. -Identificar e articular saberes e conhecimentos para compreender uma situação ou problema. -Pôr em ação procedimentos necessários para a compreensão da realidade e para a resolução de problemas. -Avaliar a adequação dos saberes e procedimentos mobilizados e proceder a ajustamentos necessários. Competências a adquirir: Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural, científico e tecnológico para se expressar. Operacionalização Transversal: -Reconhecer, confrontar e harmonizar diversas linguagens para a comunicação de uma informação, de uma ideia, de uma intenção. -Utilizar formas de comunicação diversificadas, adequando linguagens e técnicas aos contextos e às necessidades. -Comunicar, discutir e defender ideias próprias mobilizando adequadamente diferentes linguagens. -Traduzir ideias e informações expressas numa linguagem para outras linguagens. -Valorizar as diferentes formas de linguagem.

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MIR A CIÊNCIA — 3.Competências gerais

Competências a adquirir: Adotar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a objetivos visados. Operacionalização Transversal: -Exprimir dúvidas e dificuldades. -Planear e organizar as suas atividades de aprendizagem. -Identificar, selecionar e aplicar métodos de trabalho. -Confrontar diferentes métodos de trabalho para a realização da mesma tarefa. -Autoavaliar e ajustar os métodos de trabalho à sua forma de aprender e aos objetivos visados. Competências a adquirir: Pesquisar, selecionar e organizar informação para a transformar em conhecimento mobilizável. Operacionalização Transversal: -Pesquisar, selecionar, organizar e interpretar informação de forma crítica em função de questões, necessidades ou problemas a resolver e respetivos contextos. -Rentabilizar as tecnologias de informação e comunicação nas tarefas de construção de conhecimento. -Comunicar, utilizando formas diversificadas, o conhecimento resultante da interpretação de informação. -Autoavaliar as aprendizagens, confrontando o conhecimento produzido com os objetivos visados e com a perspetiva de outros. Competências a adquirir: Adotar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões. Operacionalização Transversal: -Identificar situações problemáticas em termos de levantamento de questões. -Selecionar informação e organizar estratégias criativas adotadas em função de um problema. -Confrontar diferentes perspetivas face a um problema de modo a tomar decisões adequadas. -Propor situações de intervenção, individual e, ou coletiva, que constituam tomadas de decisão face a um problema, em contexto. Competências a adquirir: Realizar atividades de forma autónoma, responsável e criativa. Operacionalização Transversal: -Realizar tarefas por iniciativa própria. -Identificar, selecionar e aplicar métodos de trabalho, numa perspetiva crítica e criativa. -Responsabilizar-se por realizar integralmente uma tarefa.


MIR A CIÊNCIA — 3.Competências gerais

-Valorizar a realização de atividades intelectuais, artísticas e motoras que envolvam esforço, persistência, iniciativa e criatividade. -Avaliar e controlar o desenvolvimento das tarefas que se propõe realizar. Competências a adquirir: Cooperar com outros em tarefas e projetos comuns. Operacionalização Transversal: -Participar em atividades interpessoais e de grupo, respeitando normas, regras e critérios de atuação, de convivência e de trabalho em vários contextos. -Manifestar sentido de responsabilidades, de flexibilidade e de respeito pelo seu trabalho e pelo dos outros. -Comunicar, discutir e defender descobertas e ideias próprias, dando espaços de intervenção aos seus parceiros. -Avaliar e ajustar os métodos de trabalho à sua forma de aprender, às necessidades do grupo e aos objetivos visados. Competências a adquirir: Relacionar harmoniosamente o corpo e o espaço, numa perspetiva pessoal e interpessoal promotora da saúde e da qualidade de vida. Operacionalização Transversal: -Mobilizar e coordenar os aspetos psicomotores necessários ao desempenho de tarefas. -Estabelecer e respeitar regras para o uso coletivo de espaços. -Realizar diferentes tipos de atividades físicas, promotoras de saúde, do bem-estar e da qualidade de vida. -Manifestar respeito por normas de segurança pessoal e coletiva.

11



4.

Metas Curriculares Essenciais no ensino das Ciências Experimentais

É importante que a educação pré-escolar garanta as condições de futuras aprendizagens com sucesso, não se pretende que se centre na preparação da escolaridade obrigatória, mas que garanta às crianças um contacto com a cultura e os instrumentos que lhes vão ser úteis para continuar a aprender ao longo da vida. No final deste ciclo deverão ter realizado aprendizagens básicas ao nível das ciências e adquirido as noções de espaço, tempo e quantidade que lhes permitam iniciar a escolaridade obrigatória. A área de “Conhecimento do Mundo” abarca o início das aprendizagens das diferentes ciências naturais e humanas, no sentido do desenvolvimento de competências essenciais para a estruturação de um pensamento científico cada vez mais elaborado, que permita à criança compreender, interpretar, orientar-se e integrar-se no mundo que a rodeia. No final do 1.º ciclo pressupõe-se que o aluno tenha desenvolvido um conjunto de competências, que integre conhecimentos, capacidades e atitudes que viabilizem o saber em ação ou em uso e que permitam a sua prossecução para o ciclo seguinte. Deverão desenvolver a atitude científica nas dimensões humana, social, espácio-temporal, ambiente natural e social e sua inter-relação. No final do ensino básico os alunos deverão manifestar curiosidade e desejo de saber, revelar crítica de comportamentos que ponham em risco o equilíbrio ecológico. Identificar elementos constitutivos de situações problemáticas, observar e organizar dados (incluindo o portfólio). Escolher e aplicar estratégias de resolução de problemas. Explicitar, debater e relacionar as soluções encontradas. Manusear instrumentos e material simples de laboratório de acordo com as regras de utilização e normas de segurança. Deste modo esperamos que estas atividades propostas sejam um contributo para o desenvolvimento das Metas Curriculares Essenciais no ensino das Ciências Experimentais.

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MIRA CIÊNCIA pré-escolar

Conhecimento do Mundo

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 1

Porque são verdes as rãs? Talvez já tenhas visto num lago ou num livro uma rã. É um animal de cor verde que vive na água e na terra, por entre algas e ervinhas também verdes. E um esquilo, de que cor é, sabes? Os esquilos vivem nas árvores e fazem tocas no tronco. Será que a cor destes animais está relacionada com a cor do sítio onde vivem?

OBJETIVO — Relacionar a cor dos animais com o local onde vivem.

M AT E R I A I S Procedimento — Cartolina de cor verde

Desenha três rãs e três esquilos em cada folha de cartolina. Recorta-os com a tesoura.

— Cartolina de cor castanha (tom médio) — Cartolina de cor vermelha

Pede à tua Educadora para esconder todos os bonecos de cartolina num jardim:

— Cartolina de cor amarela

— as rãs no meio da relva e os esquilos em ramos de árvores.

— Lápis — Tesoura

Conversa com os teus colegas para responder a duas perguntas: a) que rãs - verdes, amarelas, castanhas e vermelhas - encontrarão mais depressa no meio da relva? b) que esquilos - verdes, amarelos, castanhos e vermelhos - encontrarão mais depressa no meio dos ramos das árvores?

Discussão das Observações Depois de procurar no jardim as rãs e esquilos de cartolina, responde às seguintes questões com a ajuda dos teus coleguinhas e da Educadora: Que rãs descobriste primeiro? Porquê? Que esquilos foram mais difíceis de encontrar? Porquê? És capaz de sugerir uma razão para estes animais terem uma cor semelhante à do local onde vivem? Ou seja, uma razão para não quererem ser vistos?

Conclusão Uma rã verde no meio de folhas verdes e um esquilo acinzentado num tronco de árvore escondem-se mais facilmente. Imagina uma rã vermelha: não seria capaz de passar despercebida entre as folhas à beira de um lago!... Chama-se a isto camuflagem, que é muito importante para as rãs e os esquilos escaparem de outros animais que deles se alimentam, como uma cobra. Procura em livros, juntamente com os teus colegas, outros animais que são capazes de se camuflar. Vais ver que é divertido!

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 2

Colorir as diferenças entre anfíbios OOs anfíbios são pequenos animais vertebrados de pele nua (sem pelos, penas ou escamas) que se adaptaram a viver tanto em meios aquáticos, onde se reproduzem, como em meios terrestres húmidos. Em Portugal podem ser divididos em dois grupos: os caudatas, espécies que apresentam cauda no estado adulto, tais como as salamandras (normalmente mais terrestres) e os tritões (mais aquáticos); e os anuros, que não apresentam cauda no estado adulto e que abrangem os sapos (mais terrestres), as rãs (mais aquáticas) e as relas (rãs arborícolas ou trepadoras). Os anfíbios estão extremamente bem adaptados a viver em massas de água temporárias, onde naturalmente não existem peixes, e são o grupo de vertebrados com o papel ecológico mais importante. As larvas dos anuros, também chamadas de girinos, alimentam-se de detritos e de algas contribuindo para a qualidade da água. Já as larvas de caudata são carnívoras e alimentam-se principalmente de invertebrados (ex.: larvas de mosquito) contribuindo assim no controlo destas populações. No estado adulto, tanto os anuros como os caudatas alimentam-se de insetos, vermes e moluscos podendo algumas espécies alimentar-se de animais maiores. Por sua vez, os anfíbios, nas várias fases de desenvolvimento, servem de alimento a inúmeras espécies de animais, tais como invertebrados (ex.: Triops vicentinus), aves, répteis, mamíferos e mesmo outros anfíbios.

OBJETIVOS — Aprender as principais características de cada grupo de anfíbios. — Estimular a observação dos anfíbios. — Estimular a capacidade criativa dos alunos.

M AT E R I A I S — Lápis de cor ou tintas (aguarelas, guaches) — Pincéis — Copos de plástico

Procedimento Imprimir as páginas seguintes deste documento. Colorir o desenho seguindo padrões de coloração natural dos animais e/ou livremente.

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 2

Olá, eu sou a RÃ. Vivo no charco. Tenho pele lisa e escorregadia, tímpanos grandes para ouvir bem, pernas compridas para dar grandes saltos e membranas interdigais bem desenvolvidas para nadar rápido.

Olá, eu sou o SAPO. Vivo na horta e alimento-me de insetos que a atacam. Só vou ao charco uma vez por ano. Tenho a pele rugosa, patas curtas adaptadas a caminhar, correr e dar pequenos saltos.

http://www.charcoscomvida.org/


MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 2

Olá, eu sou a RELA. Vivo nas margens de um charco. Tenho ventosas nas pontas dos dedos, o que me permite trepar nas plantas para fugir aos predadores e caçar moscas e mosquitos.

Olá, eu sou o GIRINO DE RELA. Vivo no charco e alimento-me de algas. Sou parecido com os girinos das rãs e dos sapos,mas quando crescer, vou transformar-me numa rela.

http://www.charcoscomvida.org/

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 3

Sombras de animais Uma sombra é uma região escura formada pela ausência parcial da luz, proporcionada pela existência de um obstáculo. Uma sombra ocupa todo o espaço que está atrás de um objeto com uma fonte de luz à sua frente. A sombra muda de posição conforme a origem da luz.

OBJETIVOS — Associar cada imagem à respetiva sombra. — Desenvolver o pensamento lógico e a capacidade de visualização

Procedimento

do todo.

Os charcos são habitats que possuem diferentes tipos de seres vivos. Distribua o anexo 1 às crianças e peça-lhes que observem os animais que habitam

M AT E R I A I S

no charco e que liguem cada um deles à respetiva sombra. — Lápis

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 4

Congela ou não? Sabias que se usa sal para derreter a neve? A mistura de água e sal só congela a uma temperatura bem mais baixa que a água pura. Assim, o sal descongela a neve. Em geral, a água solidifica a 0ºC (graus Celsius). “Quando misturada com cloreto de sódio, que é o sal de cozinha, a temperatura de congelamento cai para 20 graus Celsius negativos.

OBJETIVO — Mostrar que o sal torna mais difícil a solidificação da água.

M AT E R I A I S Procedimento — 2 copos de papel

Enche metade de ambos os copos

Coloca ambos os copos no congelador.

— Sal de mesa

com água. Dissolve 1 colher de sopa

Observa os copos no dia seguinte.

— Colher de sopa

de sal num dos copos com água.

— Marcador

Escreve a letra S no copo que tem sal.

— Congelador

Conclusão A água salgada não congela, ou se congela fica menos dura do que a água pura. Porquê? Para a água congelar é importante que se estabeleçam ligações (forças intermoleculares – pontes de hidrogénio) entre as partículas (moléculas) que constituem a água para que se formem os cristais de gelo. Se houver outras substâncias misturadas com a água, as partículas destas tornam mais difícil que as partículas de água se liguem entre si e a mistura congela a uma temperatura mais baixa. Quando o cloreto de sódio se dissolve na água os seus iões rodeiam a molécula de água (solvatação), dificultando assim o estabelecimento das ligações entre as moléculas de água. Assim, a água pura congela a 0ºC, mas a água salgada congela a uma temperatura inferior. Quanto mais sal estiver dissolvido na água, mais baixa será a temperatura a que a mistura congela, uma vez que o sal impede as partículas de água de se ligarem para formarem cristais de gelo.

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MIRA CIÊNCIA — PRÉ-ESCOL AR — FICHA 5

Qual é mais denso? Existem líquidos que não se misturam com outros líquidos! Nesta experiência iremos observar que existem líquidos mais “pesados”, isto é, mais densos, que ficam por baixo de outros, mais leves, isto é, menos densos.

OBJETIVO — Compreender que os líquidos têm diferentes densidades.

Procedimento M AT E R I A I S Colocar 25 ml de água no copo alto. — Água

Marca o nível da água no copo alto com o marcador e deita a água para

— Álcool etílico

um dos copos de iogurte.

— 2 colheres de café — Mel

Deita mel no copo alto até ao nível que marcaste.

— Óleo alimentar — Corantes alimentares

Deita meia colher de café com corante alimentar na água, mexe e deita

— 2 copos de iogurte vazios

para o copo alto.

— 1 copo alto — 1 colher de sopa

Acrescenta 25 ml de óleo no copo alto.

— 1 copo de medida — Marcador

Deita 25 ml de álcool etílico no copo de iogurte limpo e junta meia colher de um corante alimentar de outra cor no copo de iogurte. S U G E STÃ O Deita com cuidado para o copo alto. Alterar a ordem da colocação dos líquidos, para os alunos verem o movimento dos mesmos, no interior

Conclusão

dos copos, devido à diferença de densidades. Em vez de dizer 25ml,

Existem líquidos que que não são miscíveis com outros líquidos! Nesta experiência

dizer para colocar o líquido até à

pudemos observar que existem líquidos mais “pesados” isto é mais densos que

marca, uma vez que as crianças não

ficam por baixo de outros como é o caso do mel. Observámos também que a água

conhecem as medidas de volume.

é o segundo líquido mais denso dos analisados, ficando logo por cima do mel. De seguida temos o óleo e por fim o álcool etílico que é o mais “leve” de todos, ou seja o menos denso.

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M I R A C I Ê N C I A — P R É - E S C O L A R — A N E XO 1

http://www.charcoscomvida.org/

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MIRA CIร NCIA 1ยบ ciclo

Estudo do Meio

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 1

Colonização Natural Na natureza, os espaços “livres” são colonizados naturalmente pela fauna e pela flora locais, sem intervenção humana, ainda que por vezes esta colonização possa demorar mais de um ano a tornar-se visível.

OBJETIVOS — Perceber que plantas e animais colonizam de forma naturais

Caso se pretenda facilitar a colonização, pode melhorar-se o habitat envolvente de forma a atrair mais espécies de animais ou melhorar corredores ecológicos para as espécies que se pretende atrair. A colonização artificial pode trazer diversos problemas como a introdução acidental de espécies exóticas, de doenças ou de parasitas ou a poluição genética.

zonas húmidas. — Conhecer a diversidade associada a zonas húmidas.

M AT E R I A I S — Canteiro de varanda ou vaso retangular de dimensão

Procedimento

e profundidade média — Tronco

Escolher um local apropriado no recreio da escola ou perto de um charco,

— Copo de iogurte ou caixa pequena

de preferência sem perturbação, com sombra e exposição solar, perto do solo

— Pedra

mas com altura suficiente para uma boa observação por parte das crianças

— Composto estéril

(ex. 50 cm do solo).

— Tesoura

Encher o vaso com o composto estéril. Enterrar o copo de iogurte no composto e encher de água. Adicionar o tronco e pedra. Colocar o vaso no lugar escolhido e deixar estar. Observar periodicamente a mini-reserva (ex. 1 vez por mês) e registar as observações. Remover vegetação com demasiada cobertura.

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 2

Descobre o intruso Imagina todos os grupos de seres vivos presentes no planeta! Agora distribui esses seres por grupos, de acordo com as suas características. De maneira inconsciente estamos a classificar alguns dos seres vivos da Terra.

OBJETIVOS — Fazer conjuntos de seres vivos a partir das suas características. — Desenvolver o pensamento lógico

Normalmente quando encontramos uma grande quantidade de coisas diferentes, tentamos agrupá-las de modo a reunir aquelas que possuem características semelhantes. Ao lavar uma porção de roupas, por exemplo, separamos as brancas das coloridas. Isso é uma forma de classificação.

e a capacidade de contar e agrupar objectos.

M AT E R I A I S Procedimento

— Lápis de cor vermelha

Os seres vivos são classificados de acordo com as características biológicas. Distribua a página seguinte às crianças e peça-lhes que identifiquem e marquem com uma cruz vermelha o intruso em cada grupo: anfíbios, plantas e macroinvertebrados.

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 2

Anfíbios

Plantas

Macroinvertebrados

Solução na última página http://www.charcoscomvida.org/

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 3

Qual o efeito da temperatura no estado físico dos materiais? OBJETIVOS

Quando está muito frio a água fica congelada. Se aumentarmos a temperatura ela derrete e fica líquida. Será que podemos verificar estas mudanças de estado físico se aumentarmos a temperatura de outros materiais?

— Realizar experiências com alguns

Procedimento

M AT E R I A I S

Pesar e preparar 3 amostras de cada um dos materiais.

— 3 amostras de 50g de azeite,

materiais e objetos de uso corrente. — Comparar alguns materiais segundo o seu estado físico.

sumo, chocolate de tablete,

Medir e registar a temperatura ambiente da sala de aula.

manteiga — 12 sacos de plástico transparente

Grupo 1 - Colocar 1 saco de cada amostra num recipiente com tampa, contendo

— 2 termómetros

gelo a uma temperatura aproximada de - 5ºC. Medir e registar a temperatura

— 1 placa elétrica

a que se encontra o gelo.

— Gelo — 2 recipientes de vidro com tampa

Grupo 2 - Colocar 1 saco de cada amostra num recipiente com tampa, contendo água aquecida, a uma temperatura aproximada de 40ºC. Medir e registar a temperatura a que se encontra a água. Observar ao fim de 5 minutos e depois ao fim de 10 minutos. E se agora trocassem os sacos de posição?

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 3

Quadro 1 PENSO QUE... Completar com o nome do estado físico

AMOSTR AS

À temperatura

Na caixa com gelo

Na caixa com água

ambiente de... ºC

à temperatura

aquecida à temperatura

de... ºC

de... ºC

À temperatura

Na caixa com gelo

Na caixa com água

ambiente de... ºC

à temperatura

aquecida à temperatura

de... ºC

de... ºC

Azeite

Chocolate

Manteiga

Sumo

Quadro 2 Registo de observação: OBSERVEI QUE... Completar com o nome do estado físico

AMOSTR AS

Azeite

Chocolate

Manteiga

Sumo

Ao fim

Ao fim

Ao fim

Ao fim

de 5 min.

de 10 min.

de 5 min.

de 10 min.


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 3

Liga corretamente:

Fusão •

• Fenómeno de passagem de uma substância no estado sólido para o estado líquido.

Solidificação •

• Fenómeno de passagem de uma substância no estado líquido para o estado sólido.

Resposta à questão problema:

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 4

A qualidade da água Água potável, um bem (a preservar) cada vez mais escasso.

OBJETIVO

Água potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

— Reconhecer a importância

Esta atividade permite simular um fenómeno que ocorre na natureza: a contaminação das plantas através da absorção de água.

da qualidade da água na vida dos seres vivos.

M AT E R I A I S — 1 copo

Procedimento

— Água — 1 ou 2 flores brancas

Deitar tinta num copo até cerca de 2 cm de altura.

de preferência ( pode ser cravos

Encher o copo com água.

brancos /jarros brancos)

— Tinta ( pode ser guache)

Cortar parte do caule das flores e metê-las no copo. Agora espera algum tempo para veres o que acontece (o período de espera pode ser uma manhã). Registar a tua observação (o que vês?).

Conclusão As plantas, tal como os seres vivos animais, necessitam de água para sobreviver e absorvem-na. Se a água se encontrar contaminada (com substâncias químicas, por exemplo), ao ser absorvida, transporta essas substâncias para o interior da planta. No caso do Homem, a entrada de substâncias químicas para o organismo pode ocorrer através da ingestão de água contaminada ou de plantas que a absorveram.

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 5

Solos O solo é um corpo de material não consolidado que cobre a superfície terrestre emersa. O tipo de solo vai depender de vários fatores: do tipo de rocha que o originou, do clima, da quantidade de matéria orgânica, da vegetação que o recobre e o tempo que levou para se formar.

OBJETIVOS — Verificar, por observação direta, diferentes tipos de solo. — Identificar algumas características

Solo — é a parte mais superficial da Terra.

dos solos – constituintes. — Reconhecer que existem diferentes tipos de solo.

Procedimento

— Identificar propriedades dos solos: Permeabilidade.

Deitar sobre folhas de papel as amostras recolhidas. Observar (podes usar a lupa) – regista as tuas observações – para isso usa

M AT E R I A I S

a grelha que se encontra abaixo. — 4 amostras de solo ( que podem

Deitar no coador uma das amostras de solo.

ser recolhidas numa saída ao espaço exterior da sala/escola)

Despejar devagar e com cuidado a água do copo no coador.

— Coador — 1 tigela

Observar a velocidade com que a água passa através da amostra e cai na tigela.

— 1 copo de água — Folhas de papel

Fazer o mesmo com as outras amostras.

— Lupa

Conclusão A cor e o cheiro dos solos são diferentes: uns são claros e outros são escuros; uns cheiram a barro e outros têm diversos cheiros. A textura dos solos é muito variável : uns têm partículas que se separam facilmente (por exemplo solos arenosos) e outros são mais pegajosos. Há solos muito permeáveis (que se deixam atravessar pela água) e aqueles que não se deixam atravessar pela água, solos impermeáveis.

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 5

Quadro 1 Grelha de Registo:

AMOSTR AS

Que cor tem?

Como é o seu

Como é a sua

Velocidade de

cheiro?

textura?

passagem da água (permeabilidade)

Amostra 1

Amostra 2

Amostra 3

Amostra 4

Quadro 2 Classifica, agora, quanto à permeabilidade, as amostras:

AMOSTR AS

Permeável ou impermeável

Amostra 1

Amostra 2

Amostra 3

Amostra 4

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M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

Atelier do Dia da Conservação do Solo 15 de Abril OBJETIVOS

Este dia é dedicado à reflexão sobre a conservação dos solos e sobre a necessidade de utilizarmos corretamente este recurso natural e, assim, viabilizarmos a manutenção e mesmo a melhoria da sua capacidade produtiva, única forma de aumentarmos de modo sustentável a produção de alimentos, sem degradação ambiental.

— Compreender a importância do solo para a sobrevivência dos seres vivos. — Reconhecer que existem diferentes tipos de solo. — Reconhecer que a vegetação é importante para a conservação

Esta atividade pode ser iniciada colocando as seguintes questões aos alunos:

do solo.

— Sabem por que estamos aqui hoje? — Porque hoje é o Dia da Conservação do Solo… — Qual é o outro nome que se dá ao solo… alguém sabe? — O solo também é conhecido como terra… Então no solo existem animais?... no solo vivem muitos seres vivos… alguém me sabe dar exemplos?... formigas, minhocas, bichos-de-conta, aranhas, lesmas, caracóis, escaravelhos, lagartas, besouros, cigarras, larvas, centopeias e muitos outros seres vivos e outros animais que são tão pequeninos que nós nem os conseguimos ver… Então já vimos que o solo é muito importante para os pequenos animais que acabamos de falar porque lhes dá comida, ar, água e ainda lhes serve de casa para morar… o solo também dá água e sais minerais às plantas, que elas utilizam para produzir o seu alimento... o solo também é importante para outros animais não é? O solo não é só importante para os pequenos animais… O solo também é importante para os animais selvagens (como os lobos, as raposas, os coelhos, os javalis, os pássaros… quem mais vive na floresta?)… estes animais vivem nas florestas de árvores e outras plantas que se alimentam do solo… e alimentam-se ou das plantas, frutos e raízes ou de outros animais… o solo é como a base de uma pirâmide… e sem a base, sem os pés… ninguém fica de pé…

49


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

Mas o solo não é só importante para os animais e plantas… quem mais precisa do solo?? Nós!!!… nós também precisamos do solo… também é ele que nos dá comida… nós temos de plantar os nossos legumes, vegetais e árvores de fruta no solo… também temos de plantar erva para as vacas, ovelhas, cabras, galinhas e coelhos poderem comer… para nos dar leite, carne e ovos… E também é por cima do solo que nós construimos as nossas casas!!! Então já vimos o solo é muito importante para todos os seres vivos (animais, plantas e nós o ser humano) porque nos dá casa e comida… Vocês já repararam que os solos não são todos iguais? Quando vamos à praia temos areia… e se formos para a serra já temos aquele barro que se tiver molhado cola nos sapatos… a argila Então agora vamos fazer uma pequena experiência e vamos observar solos que foram recolhidos em sitios diferentes… e vamos ver se conseguimos ver diferenças entre eles… e à medida que vamos observando as diferenças vamos todos anotar ao mesmo tempo na nossa folha de registo…


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

Tipos de solos Procedimento

OBJETIVO

Observa os diferentes tipos de solo… quais as diferenças que vês… qual a cor?…

— Conhecer os diferentes tipos

tem pedras?… tem ramos e raízes mortas?… tem restos de animais mortos?…

de solos.

tem animais vivos?… se tiveres oportunidade podes usar uma lupa para te ajudar a ver melhor!! Não te esqueças de ir registando o que observaste na folha de registo…

M AT E R I A I S

Agora vamos sentir os diferentes solos… coloca um pouco de solo entre o polegar

— Diferentes tipos de solos

e o indicador… quais as diferenças que sentes… ficas com os dedos manchados?…

recolhidos em locais distintos ….

os grãos são finos ou grandes… é húmido?… é frio ou quente?… tem cheiro?

ex: areia da praia…barro da

Regista na tua folha…

serra…solo do pátio da escola, recolhido com a ajuda de um

Agora tira um pouco de solo para a palma da tua mão, junta umas gotas de

aluno e uma pá de jardim (perto

água… consegues moldar o solo e fazer uma bola… e um círculo?

de flores de jardim, perto de uma árvore e numa zona descampada) — Tigelas transparentes (3 a 5 dependendo dos solos que se

Conclusão

possam recolher na escola) — Lupas

Então e vocês repararam que na vossa folha de registo ainda vos falta preencher duas últimas linhas?… então nós vamos agora fazer uma experiência que nos vai ajudar a preencher a penúltima linha… sobre a permeabilidade do solo… alguém sabe o que quer dizer esta palavra?… a permeabilidade do solo tem a ver com a capacidade que o solo tem em deixar ou não passar a água… com a experiência vão perceber melhor…

51


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

Permeabilidade dos solos Procedimento

OBJETIVO

Cortar as garrafas de maneira a fazer o efeito funil, depois forra cada funil

— Reconhecer que diferentes

com o filtro.

tipos de solo têm permeabilidades diferentes.

Colocar um pouco de cada solo em cada funil (tenta pôr a mesma quantidade para cada amostra) e coloca o funil dentro da outra metada da garrafa. M AT E R I A I S Agora só tens de colocar a mesma quantidade de água em cada funil, esperar e observar para veres qual é o solo que deixa passar a água mais rapidamente…

— Solos da experiência anterior

e qual é o último… assim vais ficar a saber qual é o solo mais permeável

— Garrafas de plástico (depende

e o menos permeável… não te esqueças de anotar os resultados na tua folha

da variedade de solos

de registo…

que tivermos) — Filtro (por exemplo os filtros para café)

Conclusão

— X-ato — Marcador

Então com esta experiência o que é que ficamos a saber?… que os diferentes tipo

— Água

de solo tem permeabilidades diferentes… qual foi o mais permeável?… a areia foi

— Copo medidor

o solo que mais rapidamente deixou passar a água… e qual foi o solo em que a água passou mais lentamente?… na argila… E se olharmos para a nossa folha de registo vamos ver que não é só esta diferença que existe entre estes solos… a cor é diferente… uns têm mais raízes e ramos secos… e só conseguimos fazer um círculo ou uma bola com 1 dos solos (depende do solo recolhido na escola) qual foi?... a argila… (e com solos que contenham uma quantidade de argila mais elevada)… e se repararem bem a areia e a argila têm características bem diferentes… Então agora para preenchermos a última linha só temos de comparar o solo da vossa escola com a areia e com a argila para ver com qual ele se parece mais… Logo no inicío falamos que… o solo é muito importante para as plantas… mas será que as plantas são importantes para o solo?… … então vamos lá fazer uma experiência…


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

Raízes que seguram o solo Procedimento

OBJETIVO

Colocar mais ou menos a mesma quantidade de solo em cada tabuleiro.

— Reconhecer a importância das raízes na estabilidade

Colocar, num tabuleiro, os pauzinhos entrelaçados uns nos outros.

dos solos.

Inclinar os tabuleiros como se fosse a encosta de uma montanha, como se fosse uma ladeira.

M AT E R I A I S

Verter a água e ver o que acontece.

— 2 tabuleiros — Solo — Água — Pauzinhos de vários tamanhos

Conclusão Como podemos ver os pauzinhos ajudaram a segurar o solo… As raízes das árvores e outras plantas ajudam a manter o solo no sítio… porque se não houver as raízes das plantas… o solo escorria como vimos na nossa experiência… cada vez que chovesse… a água arrastava o solo… o solo perdia-se… os animais ficavam sem casa… e nós ficavamos em solo… Então, o solo é importante para as plantas porque lhes fornece água e sais minerais… Mas as plantas também são importantes para o solo porque seguram-no protegendo-o da erosão… vocês já ouviram falar de erosão?… a erosão do solo acontece como vimos na nossa experiência… quando o solo não tem a vegetação… quando não tem as florestas a protegê-lo… o solo é levado tanto pela água, como vimos, como pelo vento… Nós, seres humanos, somos em parte responsáveis pela erosão do solo… Alguém me quer dar um exemplo… então já vimos que a erosão acontece quando não há vegetação… então quando é que o Homem ajuda a erosão… Quando corta as árvores da floresta… seja para usar a madeira… ou para usar o solo para a agricultura… ou construir casas… alguém sabe qual é o nome que se dá… quando o Homem corta as árvores da floresta?… a desflorestação… retirar as árvores da floresta… Mas não é só o Homem que faz com que as florestas desapareçam… é algo que acontece no verão… muitas das vezes porque as pessoas não tem cuidado com o fogo… os incêndios… pois é, os incêndios também fazem desaparecer muitas florestas…

53


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

E o que acontece se não tivermos árvores?… vamos ficar sem oxigénio para respirar … porque são elas que produzem o oxigénio que nós precisamos para viver… e muitas outras coisas…alguém me quer dar um exemplo do que a floresta nos dá?… comida… (… castanhas… nozes… pinhões… amoras… cogumelos… )… dá-nos madeira para fazermos papel, para usarmos em casa no inverno na nossa lareira e para construir casas… e quem é que não gosta de ir passear à floresta? Então mas e o que acontece ao solo quando desaparecem as árvores e toda a vegetação?… o solo é levado ou pela água ou pelo vento… e sem o solo… não vamos ter árvores nem as restantes plantas… nem os animais que comem a vegetação… nem os animais que comem os animais… e sem o solo nós também não vamos poder plantar os nossos vegetais, legumes e árvores de fruta… nem a erva para a vaquinha e o coelhinho comerem… sem solo não existia vida no mundo… Vocês sabem o que podem fazer para ajudar a que isto não aconteça?… vocês podem ajudar a conservar o solo no seu local… plantando árvores e plantas… e cuidando das nossas florestas… não atirando lixo para o chão e dizendo aos vossos pais para não fazerem fogo na floresta e para terem cuidado para não fumarem na floresta, nem deitarem os cigarros pela janela do carro… para evitar os incêndios…

http://www.lifecharcos.lpn.pt /


M I R A C I Ê N C I A — 1 º C I C LO — F I C H A 6

O solo do nosso jardim Areia da Praia

Barro da Serra (Argila)

Areia

Argila

Perto das “roseiras”

Perto da árvore

Num local descampado

Qual a cor?

Tem pedras? Muitas ou poucas? Qual o que tem mais e qual o que tem menos?

Tem ramos e raízes mortas? Muito ou pouco? Qual o que tem mais e qual o que tem menos?

Tem restos de animais mortos? Muito ou pouco? Qual o que tem mais e qual o que tem menos?

Tem animais vivos? Quais os animais que encontraste?

Quando esfregas o solo entre os dedos… ficas com os dedos manchados?

Os grãos são grossos ou finos? Qual o solo com os grãos mais finos e qual o solo com os grãos mais grossos?

É húmido? Qual o mais ou menos húmido?

É quente ou frio? Qual o mais quente e qual o mais frio?

Tem cheiro?

É permeável? Qual o solo que deixa passar a água mais rápido e o mais lento?

Consegues fazer uma bola e um círculo?

Tipo de solo

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Solução da ficha 2 Anfíbios

Plantas

Macroinvertebrados

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MIRA CIÊNCIA 2º ciclo

Ciências Naturais

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M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 1

Alfaiates: como andar sobre água Poluição ambiental é o resultado de qualquer tipo de ação humana capaz de provocar danos no meio ambiente, é a introdução na natureza, de substâncias nocivas à saúde humana, a outros animais e ao próprio meio ambiente, que altera de forma significativa o equilíbrio dos ecossistemas.

OBJETIVOS — Perceber como se movimentam os alfaiates e como a poluição pode influenciar a sobrevivência destes animais.

Procedimento

— Notar a influência da poluição no meio ambiente.

Deitar água no tabuleiro ou caixa de plástico até metade da sua altura.

— Compreender a importância de não poluir.

Colocar clipes no tabuleiro, com muito cuidado, para que se mantenham à superfície. Deitar uma gota de detergente na água, assim que alguns clipes estiverem a flutuar.

M AT E R I A I S

Observar o que acontece aos clipes flutuantes.

— Tabuleiro ou caixa de plástico — Clipes

Tentar colocar clipes a flutuar na água com detergente.

— Água — Detergente

Tirar conclusões. Atenção: Os clipes têm que ser colocados com muito cuidado e de tal forma que todo o clipe toque a superfície da água ao mesmo tempo.

Conclusão O que aconteceu aos clipes, quando deitaste o detergente na água? O que simboliza o detergente? O que acontece aos alfaiates, quando a água está poluída?

http://www.charcoscomvida.org/

61


ANTES

DEPOIS


M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 2

Colonização natural de um habitat As zonas húmidas, nomeadamente os charcos, normalmente albergam uma grande biodiversidade, tanto em termos de plantas como de animais aquáticos, ou os que se alimentam daqueles.

OBJETIVOS — Perceber que plantas e animais colonizam de forma natural zonas húmidas.

Procedimento

— Conhecer a biodiversidade associada a zonas húmidas.

Escolher um local apropriado no recreio da escola ou perto de um charco, de preferência sem perturbação, com sombra e exposição solar, perto do solo mas com altura suficiente para uma boa observação por parte das crianças

M AT E R I A I S

(ex. 50 cm do solo). — Canteiro de varanda ou vaso

Encher o vaso com o composto estéril.

retangular de dimensão e profundidade média

Enterrar o copo de iogurte no composto e encher de água.

— Tronco — Copo de iogurte ou caixa

Adicionar o tronco e pedra.

pequena — Pedra

Colocar o vaso no lugar escolhido e deixar estar.

— Composto estéril

Observar periodicamente a mini-reserva (ex. 1 vez por mês) e registar as observações. Remover vegetação com demasiada cobertura.

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M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 3

Construção de uma caixa de luz Por serem sensíveis à poluição ou degradação dos ecossistemas aquáticos alguns macroinvertebrados bentónicos (organismos que vivem no substrato dos fundos dos cursos de água, lagos ou oceanos) são especialmente utilizados como bioindicadores para avaliar a qualidade de água.

OBJETIVO — Construir uma caixa de luz para observação de macroinvertebrados.

Procedimento Fazer uma calha com quatro tábuas de madeira, presas com pregos.

M AT E R I A I S — Madeiras — Pregos — Tabuleiro branco — Lâmpada económica — Caixilho e fio elétrico

Fazer um furo numa das laterais mais pequenas. Fechar a calha com uma tábua maior.

Inserir o caixilho e fazer passar o fio elétrico pelo furo lateral. Colocar o tabuleiro branco sobre a lâmpada de forma a fechar a caixa.

Acender a lâmpada e a caixa está pronta a usar. http://www.charcoscomvida.org/

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M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 4

Construção de uma caixa-ninho para aves As caixas de ninho são uma boa ajuda para que as várias espécies que nidificam na nossa região possam manter-se e contribuir para o equilíbrio dos ecossistemas.

OBJETIVOS — Construção de uma caixa-ninho para nidificação de passeriformes insetívoros.

Procedimento

— Aumentar os locais de nidificação para espécies com requisitos

Marcar a prancha de madeira com as dimensões indicadas no esquema abaixo.

específicos. — Aumentar a biodiversidade

Com um serrote, cortar as várias peças, utilizando um berbequim ou serra circular

associada ao charco.

para o orifício de entrada do ninho. Começar por pregar ou aparafusar os lados às costas da caixa.

M AT E R I A I S

Fixar agora a base às costas e lados da caixa.

— Tábuas de madeira com mais de 1,5 cm de espessura

De seguida, fixar a frente.

— Serrote — Martelo

Por fim pregar uma dobradiça ou um pedaço de borracha entre as costas

— Pregos ou parafusos

e o telhado da caixa de modo a permitir a sua abertura.

— Dobradiça ou pedaço de borracha

Para fixar o telhado, usar dois pregos que poderá prender com um pedaço de arame.

150

LADO

— Arame

150

200

TELHADO

250 BASE

210

120

LADO

250

COSTAS

350

FRENTE

ESPÉCIE

Abertura

Nidificação

Chapim-preto

27-28 mm

Ninho de musgo e lã. Buraco num muro ou caixa-ninho (raro).

Chapim-azul

27-28 mm

Ninho de penugem, musgo e lã. Buraco num muro ou árvore, caixa de correio ou caixa-ninho (comum).

Chapim-real

30-32 mm

Ninho de penugem, musgo e lã. Buraco num muro ou árvore, caixa de correio ou caixa-ninho (comum).

Trepadeira-comum

24-60 mm

Ninho de folhas, penas e pelos. Buraco num muro ou parede. Muito raro em caixas-ninho.

Carriça

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Ninho de musgo e ervas secas em forma de bola. Em monte de lenha, hera ou trepadeira num muro pouco iluminado. Raro em caixas-ninho. Abrigo de jardim e garagem tranquilos. 67


AÇÚ C A R

SAL

FA R I N

HA


M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 5

Importância da água para os seres vivos A água é uma substância muito especial mas tão comum que a temos por garantida. No entanto, nunca pensamos por que razão ela é tão usada nas atividades do dia a dia, relacionadas com a limpeza. Sempre que sujamos alguma coisa lavamo-la com água. A maior parte das vezes fica limpa! Mas às vezes ficam nódoas. Esta experiência visa perceber que substâncias a água é capaz de dissolver.

OBJETIVOS

Questão / problema

M AT E R I A I S

— Identificar, numa solução, o solvente e o soluto. — Averiguar o poder de dissolução da água.

Será que a água dissolve todos os produtos? — 1 gobelé ou copo de vidro (ou fracos)

Procedimento

— Sal de cozinha, açúcar, farinha, azeite ou óleo, vinagre, gelatina

Encher o gobelé (ou o copo) com 200 ml de água.

em pó ou outros solutos a definir pelo professor

Juntar uma colher de chá de sal* ao gobelé e agitar com a vareta

— Água

de vidro durante 1 minuto.

— 1 vareta de vidro — 1 colher de chá

Registar as observações no relatório. Adicionar mais 2 colheres de azeite* ao gobelé a e agitar com a vareta

R E L AT Ó R I O

durante 2 minutos. — Imprimir o relatório que está

Observar com atenção.

na página 27 para preencher no final da experiência.

Elaborar o registo de atividade. Lavar e arrumar material. Deixar a mesa limpa.

*ou outro soluto

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M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 6

Solos O solo é geralmente definido como a camada superior da crosta terrestre, formada por partículas minerais, matéria orgânica oriunda da decomposição de seres vivos, água, ar e organismos vivos.

OBJETIVOS — Recolher amostras de solos. — Identificar características do solo.

Este elemento natural é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. O solo serve de fonte de nutrientes para as plantas, e a sua composição interfere diretamente na produção agrícola. Nas imediações da tua escola podes encontrar diferentes tipos de solos.

— Caracterizar os solos quanto à sua permeabilidade.

Questão / problema Quais são as propriedades dos solos?

AT I V I D A D E A

Procedimento

M AT E R I A I S por grupo

Cada grupo ficará responsável por uma área de terreno. — Colher de jardineiro

Cada grupo deverá recolher uma porção de terreno, colocar no frasco e escrever

— 3 frascos de vidro

na etiqueta:

— 3 etiquetas

1º- o solo mais à superfície, ETIQUETA 1

— 1 régua

2º - o solo recolhido após escavar 10 cm ( medir com a régua), ETIQUETA 2

— Utensílios para cavar

3º- o solo recolhido após escavar mais 15 cm ( medir com a régua), ETIQUETA 3

— Caneta — 1 saco de plástico

Caso consigam escavar até 50 cm devem recolher a amostra para um saco de plástico. Levar as amostras para a sala onde serão observadas e feitos registos.

As porções de solo recolhidas chamam-se AMOSTRAS de solo.

71


M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 6

AT I V I D A D E B

Procedimento

M AT E R I A I S

Pegar nas amostras de solo e deitar cada uma num tabuleiro.

— 3 amostras de solo diferentes — 3 tabuleiros

Observar e tocar as diferentes amostras de modo a poder preencher a tabela.

— Lupas — 3 colheres

Voltar a encher os frascos com as amostras de solos. Arrumar o material e limpar a mesa.

AMOSTR AS

Cor

Cheiro

Dureza

Existência

Tipos

Outras

de outras

de animais

observações

rochas Amostra 1

Amostra 2

Amostra 3

Observa atentatamente a atabela e responde: Qual das amostras apresenta mais características?

Qual das amostras te parece mais adequada para se plantar uma flor? Porquê?


M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 6

AT I V I D A D E C

Procedimento

M AT E R I A I S

Colocar o papel de filtro dentro de cada funil. Etiqueta-los com Amostra: 1, 2 e 3

— 3 amostras de solos diferentes — 3 folhas de papel de filtro

Encher cada um dos funis com uma amostra de solo e assentá-los sobre

— 3 copos de vidro graduados

um copo graduado.

— 1 proveta graduada — 3 funis

Colocar água na proveta e anotar o seu volume.

ml

— 3 colheres — 3 etiquetas

Deitar a mesma quantidade de água sobre cada um dos funis. Observar o que vai acontecendo à água. Quando não pingar mais água dos funis registar o volume de cada copo:

Amostra 1 =

ml de água recolhida

Amostra 2 =

ml de água recolhida

Amostra 3 =

ml de água recolhida

Responde: As amostras de solos portaram-se todas da mesma maneira quando deitaste a água?

Qual das amostras demorou mais tempo a deixar passar a água?

Recolheste a mesma quantidade de água em todas as amostras?

Qual das amostras deixou passar mais água?

O que achas ter acontecido com a água das outras amostras de solo?

Agora coloca as amostras por ordem crescente de permeabilidade: Amostra

Amostra

Amostra

73


2

1

3


M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — F I C H A 7

Trocas nutricionais entre o organismo das plantas e o meio OBJETIVO

A água é uma das matérias-primas da fotossíntese. A água entra pelas raízes e atinge todas as partes da planta, chegando às folhas, que são o principal local onde se realiza a fotossíntese.

— Identificar a parte da raiz responsável pela absorção de água e sais minerais

Questão / problema Qual a parte da raiz responsável pela absorção de água e sais minerais?

M AT E R I A I S — 3 tubos de ensaio

Procedimento

— 3 etiquetas — 3 plantas pequenas da mesma

Numerar as etiquetas e colá-las nos tubos de ensaio.

espécie com raiz — 1 suporte de tubos de ensaio

Com a ajuda do furador, furar as rolhas e cortá-las longitudinalmente,

— 3 rolhas

de modo a fixar o caule das plantas.

— 1 furador de rolhas — Água

Montar a experiência colocando no tubo 1, a zona pilosa, ficando a coifa e a zona pilosa dentro de água; no tubo 2, apenas a zona pilosa e no tubo 3 apenas a coifa fica dentro de água.

R E L AT Ó R I O

Deixar as montagens num lugar onde as plantas recebam luz e aguardar uns dias.

— Imprimir o relatório que está em anexo para preencher

Registar, passados uns dias, o aspeto das plantas no quadro seguinte: P L A N TA

Aspeto inicial

1

Saudável e viçosa

2

Saudável e viçosa

3

Saudável e viçosa

no final da experiência.

Aspeto final

Depois de preencher o quadro, responder à seguinte questão: — Explica por que motivo o aspeto das plantas era diferente no final da atividade

75



M I R A C I Ê N C I A — 2 º C I C LO — A N E XO

Relatório de atividade experimental:

TÍTULO

Questão problema

Objetivo(s)

Procedimento resumo

Resultados desenhos e legendas e outros

Conclusão resposta à questão problema

77



MIRA CIÊNCIA 3º ciclo

Ciências Naturais

79



M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1

Cientificar a Praia O litoral, espaço geográfico de interface entre o meio marinho e terrestre, reúne múltiplos recursos que têm vindo a ser explorados ao longo dos tempos de uma forma cada vez mais intensa. As zonas costeiras são os locais mais acessíveis do ambiente marinho, oferecendo inúmeras oportunidades para a descoberta de uma grande variedade de espécies.

OBJETIVOS

— Identificar a diversidade de seres vivos (fauna e flora) existentes no litoral. — Reconhecer que existem diferentes

Questões / problema

ecossistemas do litoral, analisan-

Quais são as características que descrevem um ecossistema litoral?

do os seres vivos no seu habitat.

Como é que as boas e más práticas humanas no ambiente litoral afetam

— Caracterizar as relações

este sistema? •

Qual a importância da observação em ciência?

e interações entre os diferentes organismos do ecossistema, citando alguns exemplos. — Revelar uma atitude face

Procedimento

à conservação dos seres vivos. — Indicar efeitos da atividade

PROCEDIMENTO NO CAMPO

humana no equilíbrio dos ecossistemas litorais, com

Observar a morfologia das praias e o aspeto da costa.

exemplos concretos.

Sugestão: Percurso da Rota Vicentina Explorar o ambiente:

M AT E R I A I S

— Fatores climatológicos (exposição ao sol, temperatura- fora e dentro de água, direção do vento).

— Lápis e borracha

— Poças cobertas por água na baixa-mar- enclave do infralitoral.

— Régua ou escala

— Rochedos a descoberto durante a maré-baixa-médio litoral.

— Lupa de bolso

— Rochedos que estão permanentemente a descoberto- supralitoral.

— Binóculos

— Flora e fauna (forma e dimensões, variedade, habitats, atividade,

— Câmara fotográfica

modo de fixação, modo de vida, pegadas, etc); registo fotográfico.

— Termómetro

— Zonas de areia molhada.

— Guias de fauna e flora do litoral

— Zonas de areia seca.

— Caderno de campo — Ficha de campo

Registar todas as observações no caderno de campo incluindo os vestígios de

— Frascos com tampa ou sacos

atividade humana e preencher ficha de campo.

de plástico com zip-lock para amostragem

81



M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1

PROCEDIMENTO APÓS SAÍDA DE CAMPO Compilação, organização e análise das diferentes observações efetuadas pelos alunos: Elencar as atividades humanas, dados de biodiversidade, outros. Integração das observações efetuadas pelos alunos em documento de texto único com imagens para reorganização da informação obtida. Efetuar um esquema do perfil de uma praia de substrato arenoso e /ou de uma praia de substrato rochoso com as informações recolhidas na saída de campo. Esta representação poderá incluir o desenho das espécies observadas no seu respetivo habitat. Efetuar um quadro comparativo de boas e más práticas humanas observadas. Discutir a representatividade dessas observações.

Sugestões de Produto Final •

Exposição e concurso de posters com os resultados da atividade realizada.

Exposição fotográfica da fauna e flora observada na saída de campo.

Representação de uma peça teatral audiovisual sobre o tema: Boas e más práticas humanas no nosso litoral (Exemplo: Protocolo “Trash Talk”).

83



M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 2

“Criação” de fósseis Desde sempre o Homem observa e tenta interpretar a natureza. Desde muito cedo ele encontrou rochas com impressões em forma de conchas, ossos de animais e folhas de plantas, ou seja, fósseis. Ao longo de muitos séculos estas impressões estimularam a imaginação do ser humano, tendo originado inúmeras explicações.

OBJETIVO — Abordar o tema da antiguidade de algumas espécies que ocorrem nos Charcos Temporários, o facto de algumas serem contemporâ-

O QUE É UM FÓSSIL? Fósseis (do latim fossilis) são os restos materiais de antigos organismos ou as manifestações da sua atividade, que ficaram mais ou menos bem conservados nas rochas ou em outros materiais.

neas dos Dinossauros e como os fósseis são testemunhos desses factos.

Entende-se por:

1. Restos materiais – partes do organismo como ossos, dentes, troncos, chifres ou o corpo inteiro em casos excecionais.

2. Manifestações de atividade são de dois tipos: a) Vestígios orgânicos, como estruturas reprodutoras

(ovos, sementes, esporos, pólenes, etc.), excrementos (coprólitos)

e restos de construções orgânicas.

b) Rastos, designados por icnofósseis ou icnitos, como pegadas

ou impressões de outras partes do corpo (dentadas, por exemplo),

pistas, galerias abertas em rochas, esqueletos ou troncos, etc.

85


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 2

MÉTODO 1 DE 2: COMO

FAZER UM MOLDE

Procedimento M AT E R I A I S Qualquer objeto de origem natural serve para a “criação” do fóssil - conchas, folhas e ossos de animais são boas opções. Caso seja para utilizar uma folha, confirmar

— Um pequeno objeto de origem

se ela não está seca e quebradiça e se cabe completamente dentro do recipiente.

natural (concha, folha, osso, etc.) — Vaselina — Gesso em pó — Água — Um pequeno recipiente descartável ou um tupperware

Misturar gesso e água numa bacia, seguindo as instruções da embalagem do

NOTA: O processo pode causar

gesso*. Misturar completamente e deixar

alguma sujidade pelo que se devem

descansar alguns minutos sem mexer.

colocar algumas folhas de jornal no piso e na mesa de trabalho,

Passar vaselina em todo o objeto para

qualquer objeto que não possa ficar

que não adira ao gesso quando for

sujo deve ser afastado, etc.

retirado. * Normalmente são necessárias duas medidas de água para cada medida de gesso, mas é possível ajustar as quantidades se necessário.

Pressionar o objeto sobre o gesso,

Após aguardar 24 horas, verificar

previamente preparado/colocado

a consistência do gesso e, se

no recipiente descartável. Cuidado

completamente seco, retirar o objeto,

para não pressionar com muita força!

completando assim o processo de

Deixar em repouso durante (pelo

“criação” de um fóssil.

menos) um dia para que o gesso seque completamente.

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MÉTODO 2 DE 2: COMO

FAZER UM OBJETO 3D

Procedimento M AT E R I A I S Escolher um objeto como modelo para o fóssil. Geralmente, folhas, conchas, galhos ou ossos funcionam melhor. Ter sempre a certeza de que existe argila e

— Gesso

gesso suficientes para cobrir o objeto escolhido. Caso seja para utilizar uma folha,

— Água

confirmar se ela não está seca e quebradiça.

— Argila para modelar — Vaselina

Misturar gesso e água numa bacia,

Amassar a argila para modelar até

— Pequenos objetos de origem

seguindo as instruções da embalagem

ela ficar macia e maleável. É na argila

natural como conchas marinhas

do gesso*. Misturar completamente e

que o objeto encaixará e deixará a

— Copos descartáveis

deixar descansar alguns minutos sem

marca impressa. É necessário que seja

— Colheres de plástico

mexer enquanto se trabalhará a argila.

amassada até que possua espaço para

— Jornais ou toalhas de papel

se fixar todo o objeto. NOTA: O processo pode causar alguma sujidade pelo que se devem colocar algumas folhas de jornal no piso e na mesa de trabalho, qualquer objeto que não possa ficar sujo deve ser afastado, etc.

Passar vaselina em todo o objeto para que não adira à argila quando for retirado. Pressioná-lo firmemente e devagar sobre a argila para deixar a marca impressa. Remover o objeto cuidadosamente para deixar na argila um molde com a forma do

* Normalmente são necessárias

objeto utilizado.

duas medidas de água para cada medida de gesso, mas é possível ajustar as quantidades se necessário.

Preencher o molde na argila com o gesso. Nivelar o gesso retirando o excesso até que fique totalmente plano sobre a argila. Colocar a argila e o molde de gesso sobre uma folha de jornal, toalha de papel ou outra superfície e esperar que o gesso seque. Será necessário esperar no mínimo uma noite embora esperar 2 ou 3 dias seja preferível e mais seguro.

Retirar a argila do gesso já seco para visualizar o fóssil. O formato do gesso deverá estar idêntico ao do objeto, com todos os detalhes.

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Criação de um herbário O conhecimento da flora endémica (restrita de uma região) é um passo importante para a conservação da biodiversidade.

OBJETIVOS — Aprender a recolher, secar e montar plantas para um herbário.

O QUE É UM HERBÁRIO?

— Conhecer o modo de construção de um herbário.

É uma coleção de plantas prensadas e secas, dispostas segundo determinada ordem

— Compreender a importância dos

e disponíveis para referência ou estudo.

herbários. — Tomar consciência da diversidade

Um herbário pode conter algumas centenas de exemplares colhidos num

da flora da região.

determinado local, ou, geralmente, ser composto de milhões de exemplares, acumulados ao longo de muitos anos e que documentam a flora de um ou mais continentes.

M AT E R I A I S

O objetivo geral da gestão de um herbário é a colheita e conservação de exemplares

— 2 placas de madeira (dimensões

de plantas com as respetivas etiquetas. Destas etiquetas fazem parte elementos

sugeridas – 40x30 cm), com um

referentes ao local e data da colheita, nome do coletor e a identificação da espécie

furo a 2,5 cm de cada um dos

em questão (binome latino seguido do nome do classificador).

quatros cantos — 4 parafusos compridos com

A formação de herbários iniciou-se no século XVI em Itália, como coleções de plantas

porcas de orelhas

secas e cosidas em papel. Lineu (1707-1778), designado como o “pai da taxonomia”

— Jornais

aparentemente popularizou a prática corrente de montar os exemplares em simples folhas de papel e guardá-las horizontalmente. Este botânico foi quem fez uma das principais obras de referência (Species plantarum, 1753), a partir da qual se passaram a designar as plantas pelo binome latino.

PARA QUE SERVE? Para referenciar e permitir identificar facilmente as plantas. A identificação é feita com base em floras, que são livros que contêm chaves e descrições que permitem distinguir as várias famílias, géneros, espécies, entre outras categorias taxonómicas. As chaves de identificação são feitas com conjuntos de caracteres morfológicos das plantas. Para observar estes caracteres, por vezes, é necessário recorrer a lupas. As plantas têm um nome científico (composto por duas palavras em latim, a 1ª referente ao género e a 2ª à espécie, seguidas do nome do classificador), que é o mesmo em qualquer parte do mundo. As designações vulgares variam regionalmente e podem não corresponder a uma única planta.


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COMO SE FAZ UMA PRENSA PARA SECAR O MATERIAL A CONSERVAR NO HERBÁRIO? Procedimento Sobre uma das placas de madeira colocar vários jornais, depois um exemplar completo da espécie a herborizar (com caule, folhas e flores/frutos, eventualmente raízes) dentro de um jornal e, novamente, jornais vazios. Não esquecer de colocar junto a cada planta colhida uma etiqueta com os seguintes elementos: nome da planta (científico, se conhecido, ou vulgar), local da colheita (o mais pormenorizado possível, com distrito, concelho, lugar, ecologia, se é seco/húmido, próximo de caminhos, altitude, etc.) data da colheita, nome do coletor.

É importante haver jornais sem plantas entre exemplares herborizados, para a humidade que sai das plantas e que é absorvida pelos jornais não passar dum exemplar para outro. Assim, evita-se o crescimento de fungos (bolores) nas plantas e fermentações, que as danificavam, não permitindo a sua conservação. Depois de prensadas todas as plantas colhidas, coloca-se a outra placa de madeira e apertam-se as porcas de orelhas dos parafusos, até sentir alguma pressão, de modo que as plantas fiquem espalmadas, mas não esmagadas. Têm que se mudar os jornais com frequência, de início todos os dias e, posteriormente, à medida que a planta vai secando, vai-se diminuindo a frequência de substituição dos mesmos.

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Estudo da hidrogeologia dos charcos temporários OBJETIVOS

HIDROGEOLOGIA é o ramo das Geociências (ciências da Terra) que estuda as águas subterrâneas quanto ao seu movimento, volume, distribuição e qualidade. Conforme o tipo de rocha, a água nela armazenada comporta-se de maneira diferente.

— Compreender os processos hidrológicos e geológicos que permitem a existência dos Charcos Temporários e as características específicas da água e do solo que

EXPERIÊNCIA A

os distinguem de um charco

Ciclo hidrológico, com a criação de um pequeno ecossistema, no qual será possível

permanente ou de uma “poça

ver como ocorre o ciclo básico da água

de água”. — Simular o ciclo da água.

Procedimento Dentro da garrafa de plástico cortada fazer uma camada de pedrinhas e outra

M AT E R I A I S

de terra. Em seguida, semear ou plantar com as sementes/planta. — Garrafa de plástico, cortada ao

Regar o vasinho com a quantidade de água necessária e deixar durante dois ou três

meio e bem lavada internamente

dias num lugar que receba luz solar de forma indireta (no parapeito de uma janela,

— Pedras pequenas

por exemplo) para as sementes germinarem ou a planta fortalecer.

— Terra vegetal — Sementes (de feijão, alpista, etc.) ou uma pequena planta, preferencialmente de uma espécie suculenta — Água — 1 saco de plástico transparente — Um lacre de plástico

Passado esse tempo, molhar novamente a terra e, então, colocar o vasinho dentro do saco plástico. Usar o lacre para fechá-lo e, assim, criar um pequeno ecossistema. Colocar as crianças a observar a experiência (que deve ser mantida em lugar iluminado), que irá evidenciar o ciclo de evaporação, condensação e precipitação da água.

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EXPERIÊNCIA B Infiltração e retenção de água no solo, com recurso a vários tipos de solo em recipientes e determinação do tempo que a água demora a alcançar a base dos recipientes bem como a quantidade de água que atravessa o solo, de modo a

M AT E R I A I S

estudar a infiltração e retenção de água no solo como características essenciais nos Charcos Temporários. Associar também a verificação de diferenças entre solo

— 3 garrafas de plástico de 1,5 a 2l

compactado ou não compactado (com relação às mobilizações agrícolas), com

— Material de solo argiloso

matéria orgânica ou sem matéria orgânica (com relação ao pastoreio), etc.:

— Material de solo arenoso — Recipiente com água — Pequenos pedaços de tecido,

Procedimento

suficientes para cobrir o bocal das garrafas

Cortar as garrafas de plástico ao meio.

— Elástico para prender o tecido no bocal das garrafas

Inverter a parte superior e encaixar na parte inferior (a parte superior – “gargalo” – deve ficar como uma espécie de funil para a parte inferior, o “coletor”). Prender o pedaço de tecido no bocal da garrafa para evitar que o solo caia. Preencher a metade superior da garrafa 1 (agora invertida como um funil) com solo argiloso sem compactar. Preencher a metade superior da garrafa 2 (agora invertida como um funil) com solo argiloso e compactar (a compactação pode ser feita colocando-se a mesma quantidade de solo colocado na garrafa 1, mas usando uma ferramenta (pedaço de madeira ou a própria mão) para compactá-la (para ocupar um volume menor). Preencher a metade superior da garrafa 3 (agora invertida como um funil) com solo arenoso sem compactar. Despejar o mesmo volume de água nos três conjuntos e observar junto com os participantes que:

a) Na garrafa 1, a água infiltra-se com uma certa rapidez (T1)

b) Na garrafa 2, a água infiltra-se mais lentamente que na garrafa 1 (T2 é maior que T1).

c) Na garrafa 3, a água infiltra-se mais rápido que nas garrafas 1 e 2.

Depois de alguns minutos, observar ainda que:

a) O volume de água na parte de baixo (“coletor”) é maior para a garrafa 3;

— Tesoura


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NOTAS IMPORTANTES É possível realizar a atividade problematizando o tema com as questões relacionadas à dinâmica da água na bacia do charco (tipo de solo – argiloso, arenoso), importância da gestão do solo nas áreas agrícolas dos charcos, importância da infiltração para reabastecimento dos reservatórios de água subterrânea, etc. A conservação do solo tem relações diretas com a conservação da água, para esta atividade é importante ressaltar que a cobertura vegetal do solo é fundamental para manter estas relações saudáveis. A vegetação original local proporciona a vida no solo e a manutenção das suas características físicas permite a retenção da água e a sua infiltração. Procurar contextualizar a atividade com a realidade local e estimular a análise e reflexão sobre o resultado da experiência em relação a infiltração de água no solo:

— Comparando as garrafas 1 e 3: os solos argilosos são menos permeáveis, fazendo

com que a água se infiltre mais lentamente, e retêm mais água para as plantas e animais. Solos arenosos deixam a água infiltrar-se mais rapidamente e retêm menos água (discutir a importância da retenção de água nos poros do solo para uso das plantas e da drenagem do excesso de água do solo para reabastecimento dos reservatórios subterrâneos; nos solos de drenagem rápida, a contaminação da água subterrânea também é potencialmente mais fácil);

— Comparando as garrafas 1 e 2: no solo compactado, a infiltração é menor

e a retenção é menor, o que favorece a escorrência superficial e a erosão. A compactação é indesejável porque diminui o armazenamento de água no solo e o reabastecimento dos reservatórios subterrâneos e também porque pode potencialmente aumentar o arraste de partículas (erosão) pelo aumento da escorrência superficial.

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Entre Zambujeira do Mar e a Praia do Carvalhal A — BREVE DESCRIÇÃO SOBRE A LITOLOGIA E EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO LITORAL ALENTEJANO

As arribas são constituídas essencialmente por xistos e grauvaques formados durante o Paleozoico, há cerca de mais de 300 milhões de anos, nos fundos de um mar relativamente profundo que separava dois supercontinentes que se aproximavam. Este mar cobria todo o sul de Portugal. A emersão daquelas rochas deve ter ocorrido devido à colisão desses supercontinentes. Há pouco mais de 3 milhões de anos, no Pliocénico, o mar avançou sobre os continentes, movimento ao qual se dá o nome de transgressão marinha. Esta transgressão talhou uma antiga plataforma de abrasão marinha. Este movimento originou depósitos de que faz parte um conglomerado base. Ao mesmo tempo depositam-se leitos argilo-areníticos. Depois de um domínio continental de vegetação desenvolvida, segue-se nova transgressão, de que resultou a deposição de areias e leitos de calhaus mal rolados tendo o mar subido até uma altitude de cerca de 200m, relativamente ao nível médio das águas do mar atual. Formou-se assim a plataforma de S. Teotónio. Depois, o mar desceu até aos 160 - 170m, movimento a que se dá o nome de regressão marinha. O mar continua o movimento regressivo e que inicia o período Quaternário, há cerca de 1,8 milhões de anos. Durante o Quaternário julga-se que houve 4 glaciações. A última, a de Würm, e que corresponde à regressão Grimaldiana, fez com que o mar baixasse 100m em relação ao nível atual. O mar, ao retirar-se, deixou a descoberto areias que foram espalhadas pelos ventos por cima dos continentes, onde se encontram hoje sob a forma de dunas consolidadas e cobrindo antigas praias onde o mar já tinha estado. Os rios, adaptando-se ao novo nível de base, escavaram o leito muito abaixo do atual nível do mar. Quando este voltou a subir - transgressão Flandriana (até 2m acima do nível atual) - a água penetrou na foz dos rios, originando, por exemplo, o estuário do Mira, em Vila Nova de Milfontes. Grande parte destes antigos vales encontram-se atulhados devido aos sedimentos depositados.

Texto adaptado de folheto de divulgação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina


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B — ROTEIRO Chegada à Zambujeira do Mar – 9h 30min 1ª Paragem – Arriba junto à Praia dos Alteirinhos A região costeira alentejana constitui uma planície litoral relativamente estreita, com larguras entre 5km a 15km e altitudes que não excedem 150m, descendo de uma forma suave para o mar. Esta planície é marginada pelos relevos das serras do Cercal e do Espinhaço de Cão e, do lado do mar, por altas arribas moderadamente recortadas.

O litoral é bastante afetado pelos ventos de noroeste, a “nortada”, e por uma forte ondulação, que em conjunto têm uma enorme ação erosiva sobre as arribas, provocando-lhes um recuo bastante rápido com frequentes deslizamentos e queda de blocos. Este recuo vai deixando para trás inúmeros escolhos, ilhotas e palheirões

Questões Levanta uma hipótese sobre a formação da planície litoral que observas. Explica a formação das arribas, ilustrando com esquemas. Indica as rochas constituintes das arribas.

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2ª Paragem – Arriba junto à Praia dos Alteirinhos Embora seja uma costa predominantemente de erosão marinha – as arribas são vincadamente verticais, o que denota uma preponderância da erosão marinha sobre a continental (chuva e águas de escorrência) – existem algumas zonas de sedimentação, praias de seixos ou de areia, que se formam em zonas abrigadas, reentrâncias e na foz dos cursos de água.

Questões Indica dois aspetos que denunciem uma atitude de sedimentação por parte do mar. Indica uma provável origem dos seixos que se encontram na base da arriba.


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3ª Paragem – Arriba junto à Praia dos Alteirinhos, zona da “Meia Laranja”. Observação de depósitos de calhaus rolados.

Questões Explica como se formou a deposição dos calhaus rolados observados.

4 ª Paragem – Arriba após a zona da “Meia Laranja”.

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Questões Faz um esquema que ilustre a sucessão de rochas observadas.

Pausa para Almoço

5ª Paragem – Arriba junto à fonte. Observação da crosta ferro-manganésiana.


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6ª Paragem – Arriba junto ao início das dunas consolidadas.

Questões Designa a rocha que constitui a duna consolidada. Explica a origem do cimento que uniu os grãos de areia nas dunas consolidadas. Designa o movimento do mar que permitiu deixar a descoberto as areias que deram origem às dunas consolidadas.

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7ª Paragem – Observação de aspetos da parte superior das dunas consolidadas.

Questões Explica a formação dos aspetos geológicos na parte superior das dunas consolidadas. Os aspetos observados fazem lembrar os existentes na paisagem calcária. Indica como é conhecido esse modelado.


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8ª Paragem – Observação de concreções nas dunas consolidadas.

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9ª Paragem – Observação de aspetos de erosão eólica.

10ª Paragem – Nidificação da cegonha branca nas arribas e nos escolhos.


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Fim da saída de campo – Praia do Carvalhal – 12,30h

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Permeabilidade de solos A permeabilidade de um solo mede a maior ou menor facilidade com que esse solo se deixa atravessar pela água e pelo ar, dependendo diretamente da sua porosidade.

OBJETIVO — Comparação da permeabilidade de solos.

Existe uma metodologia simples que permite comparar a permeabilidade de diferentes tipos de solos, e relaciona-la com a sua porosidade. M AT E R I A I S — Provetas graduadas

Procedimento

— Funis de vidro e suporte — Algodão

Com um rolhão de algodão obstruir a saída do funil, e coloca-lo apoiado na proveta graduada. Colocar as amostras de solo, todas com a mesma massa, nos respetivos funis. Deixar cair sobre cada amostra 50 cm3 de água. Medir, em intervalos de 5 minutos, a quantidade de água contida na proveta, para cada uma das amostras.

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Trash Talk Preservação e recuperação de recursos naturais Os recursos naturais são bens preciosos oferecidos pelo planeta, para que possamos realizar diversas atividades quotidianas, como tomar banho, nos alimentar etc. Em quase todas as atividades diárias dependemos de recursos como os rios, os lagos, as florestas, entre muitos outros. Para garantir a sobrevivência do planeta e, consequentemente, a nossa sobrevivência, é nossa obrigação conservar os recursos naturais.

Questão / problema Como contribuir para a preservação e recuperação dos nossos recursos naturais?

Procedimento Elabora um projeto que tenha como objetivos a produção de materiais audiovisuais para a promoção da sensibilização bem com a transformação de comportamentos e hábitos da comunidade escolar relativamente a problemas ambientais que envolvam os nossos recursos naturais. A realização do projeto multimédia deve seguir os seguintes passos/etapas:

— Escolher uma área em específico, relacionada com a poluição ambiental,

que consideres importante proteger (ex: mares, rios, florestas, sapais, lagoas, entre outras).

— Levantamento de informação e dados científicos relacionados com a problemática

da poluição ambiental.

— Elaboração de um guião, que permita a realização das filmagens de uma maneira

orientada e organizada. O mesmo deve conter comparações, factos e alertas que contribuam para a sensibilização de um modo eficaz e original.

— A montagem do material multimédia pode ser realizada através dos programas

informáticos à disposição (ex: Windows Live Movie Maker, Sony Vegas, entre outros)

— Com a ajuda do professor encontra forma de divulgar o teu trabalho na tua escola,

na tua região, através redes sociais e de concursos externos nacionais e internacionais se possível.

R E S U LTA D O — Exemplo: www.youtube.com/watch?v=DKhCPED6h_w

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Identificação de rochas magmáticas As rochas ígneas ou rochas magmáticas (derivado do latim ignis, que significa fogo) são formadas a partir da consolidação devido ao arrefecimento do magma total ou parcialmente fundido.

OBJETIVOS — Identificar macroscopicamente tipos de rochas magmáticas.

Procedimento

— Identificar minerais constituintes das rochas magmáticas.

Observa, com a ajuda da lupa, as amostras de mão que te foram fornecidas. Utilizando a chave dicotómica que segue em anexo, identifica as diferentes

M AT E R I A I S

amostras de mão que te foram fornecidas. — Amostras de mão (p.e. gabro, granito, basalto, riólito e obsidiana) — Lupa de mão e/ou binocular

Chave dicotómica de identificação de rochas magnéticas

1

Rocha de cor muito escura, com textura vítrea. Rocha com textura fanerítica ou afanítica.

2

Rocha com textura afanítica, sem cristais visíveis ou com cristais

Obsidiana 2 3

de dimensões muito reduzidas. Rocha com textura fanerítica, com cristais bem desenvolvidos

4

e visíveis a olho nu. 3

Rocha de cor escura, geralmente com cristais verdes, de olivina, no seio de

Basalto

uma massa (matriz) com textura afanítica. Rocha de cor clara. 4

Rocha de cor escura. Rocha de cor clara, com cristais de quartzo e de feldspato, podendo apre-

Riólito Gabro Granito

sentar cristais de biotite e/ou de moscovite.

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Identificação de rochas metamórficas As rochas metamórficas são rochas que se originam da transformação de rochas magmáticas ou sedimentares por processos que alteram a organização dos átomos dos seus minerais. Surge, então, uma nova rocha, com outras propriedades e, às vezes, com outros minerais.

OBJETIVOS — Identificar macroscopicamente diferentes tipos de rochas

Muitas rochas metamórficas formam-se quando rochas de outro tipo são submetidas a intensas pressões ou elevadas temperaturas. Quando, por exemplo, por mudanças ocorridas na crosta, uma rocha magmática é empurrada para regiões mais profundas e de maior pressão e temperatura, altera a organização dos minerais.

metamórficas. — Relacionar o tipo de textura que a rocha apresenta com o tipo de metamorfismo que lhe deu origem.

M AT E R I A I S Procedimento — Amostras de mão (p.e. xisto,

Observa, com a ajuda da lupa, as amostras de mão que te foram fornecidas.

gnaisse, quartzito e mármore) — Ácido clorídrico

Utilizando a chave dicotómica que segue em anexo, identifica as diferentes

— Lupa de mão e/ou binocular

amostras de mão.

NOTA: o manuseio do ácido clorídrico deve ficar a cargo do/a professor(a)

Chave dicotómica de identificação de rochas metamórficas

1

Rocha sem textura foliada. Rocha com textura foliada.

2

Rocha com cristais idênticos e em mosaico. Faz efervescência com o ácido clorídrico. Rocha compacta e dura, com aparência açucarada. Não faz efervescência com o ácido clorídrico.

3

Rocha compacta, com textura bandada, apresentando bandas claras alternando com bandas escuras. Rocha sem textura bandada.

4

Rocha que apresenta superfícies brilhantes, lisas ou ligeiramente onduladas. Rocha escura que se separa facilmente em lâminas.

2 3 Mármore Quartzito Gnaisse 4 Xisto ou micaxisto Ardósia 111


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Identificação de rochas sedimentares As rochas sedimentares são compostas por sedimentos transportados pela água, gelo ou vento e acumulados em depressões na crosta terrestre. Cobrem cerca de 75% da superfície terrestre e 90% dos leitos marinhos e corresponde a 5% do volume da crosta terrestre. As rochas sedimentares são importantes fontes de material fóssil.

OBJETIVOS — Identificar macroscopicamente os principais tipos de rochas sedimentares. — Conhecer as principais

Procedimento

características macroscópicas das rochas sedimentares.

Observa, com a ajuda da lupa, as amostras de mão que te foram fornecidas e sugere

— Relacionar os diferentes tipos

um agrupamento das rochas sedimentares em três conjuntos, de acordo com as

de rochas sedimentares com

características que apresentam e as suas semelhanças.

a sua origem.

Utilizando a chave dicotómica que segue em anexo, identifica as diferentes amostras de mão que te foram fornecidas.

M AT E R I A I S — Amostras de mão devidamente

NOTA: o manuseio do ácido clorídrico deve ficar a cargo do/a professor(a).

identificadas quanto à sua origem (p.e. arenito, argilito, conglomerado, marga, calcário, gesso, sal-gema, carvão e calcário conquífero) — Lupa de mão e/ou binocular — Ácido clorídrico


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Chave dicotómica de identificação de rochas sedimentares Rocha 1

Rochas com grão ou fragmentos de outras rochas ou de minerais. Rochas que não apresentam a característica descrita.

Detrativa 2 Rocha

2

Rochas formadas por precipitação de substâncias dissolvidas na água.

quimiogénica Rocha

Rochas formadas por restos de seres vivos ou produtos da sua atividade. Rocha Detrítica

Rocha com aspeto homogéneo, com grãos finos que não se distinguem uns

biogénica 3

dos outros. Deixa-se riscar pela unha. Rocha com fragmentos ou grãos bem distintos, com os detritos unidos por

4

cimento ou por uma massa (matriz) de detritos finos. 3

Apresenta sedimentos muito finos, argilosos, muito compactados e

Argilito

consolidados. Cheira a barro quando bafejada. Não reage ao ácido clorídrico. Rocha quebradiça, com grãos finos ou muito finos.

Marga

Faz efervescência em contacto com o ácido clorídrico. 4

Apresenta detritos de pequena dimensão, do tamanho de areias. Inclui detritos arredondados de dimensão superior aos grãos de areia.

Rocha quimiogénica

Rocha não detrativa. Faz efervescência com o ácido clorídrico. Não apresenta

Arenito Conglomerado Calcário

restos de seres vivos ou indícios de atividade biológica. Rocha não detrativa, de aspeto granuloso, com brilho vítreo.

5

Não faz efervescência com o ácido clorídrico. 5

Rocha Biogénica

Rocha com sabor salgado.

Sal-gema

Rocha sem sabor salgado.

Gesso

Apresenta uma cor muito escura, podendo incluir restos de plantas.

Carvão

Não faz efervescência com o ácido clorídrico. Calcário Inclui restos de conchas de animais marinhos.

conquífero

113



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À descoberta do meio natural – rochas e solos SAÍDA DE CAMPO ODEMIRA – ALMOGRAVE OBJETIVOS

O percurso da presente saída de campo pretende alertar para a presença no ambiente natural das rochas e dos solos, que o constituem. Pretende-se também, com este pequeno passeio, descobrir rochas metamórficas e rochas sedimentares, distinguir solos de rochas e identificar estruturas geológicas como falhas e dobras.

— Identificar, no campo, algumas estruturas geológicas. — Ver rochas metamórficas e rochas sedimentares. — Observar solos.

Vamos caminhar por várias épocas do tempo geológico, onde diferentes ambientes originaram diferentes tipos de rochas. Observaremos, na praia, aspetos típicos da paisagem litoral.

— Recolher amostras de rochas e solos para realização de atividades em sala de aula.

PARAGENS

P5 P3 Almograve P1 e P2 P4 ODEMIRA

Paragem 1 — Observação do talude em frente à escola Secundária. Distinguir os xistos (filitos) dos grauvaques. Ver as diferenças de cor e textura, nomeadamente observar a xistosidade. Registar a forma como as camadas inclinam. Paragem 2 — Após iniciar o percurso de saída para Almograve, a menos de 1 km da paragem anterior, observar formações no topo do talude – solos. Recolha de amostras. Paragem 3 — Estrada Odemira – Almograve, à entrada da povoação de Almograve. Comparar com a paragem anterior e tentar obter uma explicação para o observado. Paragem 4 — Entrada da praia do Almograve. Observação das dunas e da dinâmica destas formações. Recolha de amostras destas areias do final do Cenozoico. Paragem 5 — Descida à praia de Almograve. Recolha de amostras de calhaus rolados. Observar fenómenos de erosão marinha; desgaste da costa. Observar dobras e falhas.

115


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MINI GLOSSÁRIO

Mineral — corpo sólido homogéneo natural de origem inorgânica, de composição química definida, caracterizado pelo arranjo interno ordenado dos elementos químicos que o constituem. O quartzo, a mica e feldspato são exemplos de minerais. Cristal — mineral com forma geométrica definida, limitados por superfícies planas quando as condições de formação assim o permitem. O espaço disponível, a temperatura, a pressão e o ambiente químico são fatores importantes para a formação de cristais. Solos — Resultam de processos de alteração e desagregação de todos os tipos de rochas. Podem dividir-se em residuais (encontram-se no seu local de génese), transportados e orgânicos. São constituídos por três fases: sólida (matéria mineral e/ou orgânica), líquida (água) e gasosa (ar). Podem apresentar diversas texturas, cores e consistência. O solo é a camada superior da crosta terrestre que aloja a maior parte da biosfera. Rochas — são grandes massas minerais naturais (formadas sem a intervenção do Homem) constituintes da crusta terrestre. Podem ser formadas por um ou vários minerais (exemplo: mármore - um mineral; granito – vários minerais), visíveis ou não à vista desarmada. As rochas podem ser de origem orgânica (carvão, petróleo) ou inorgânica (granito, basalto). As rochas, quanto à origem, podem ser classificadas em: ROCHAS MAGMÁTICAS — formam-se a partir da consolidação do magma (material essencialmente silicatado com água e gases misturados, no estado de fusão ígnea, existente no interior da Terra). O magma pode solidificar à superfície dando origem a rochas extrusivas ou vulcânicas ou no interior da Terra, formando as rochas intrusivas ou plutónicas. ROCHAS METAMÓRFICAS — formam-se a partir de outras rochas já existentes, no interior da Terra, por ação do metamorfismo. Os fatores responsáveis pelas alterações são o calor, a pressão, os fluidos de circulação e o tempo. O mármore e o xisto são exemplos de rochas metamórficas. ROCHAS SEDIMENTARES — formam-se à superfície terrestre, por acumulação de materiais resultantes da desagregação e alteração de rochas já existentes, restos de seres vivos ou de substâncias resultantes da sua composição ou atividades de seres vivos e de produtos provenientes da precipitação química de substâncias existentes na água.


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1 1

O processo de alteração das rochas designa-se por meteorização e acontece devido à ação dos agentes de geodinâmica externa – vento, água (rios, chuva, mar, glaciares) que atuam sobre elas, permitindo a erosão, o transporte, a sedimentação e a diagénese (principais fases de formação da maioria das rochas sedimentares) Atendendo à natureza dos constituintes podemos dividir as rochas sedimentares em: DETRÍTICAS — (formadas por sedimentos detríticos – pedaços de rochas, minerais ou conchas) de elementos soltos (areia…) ou elementos aglutinados por um cimento (arenito…) QUÍMICAS — (formadas a partir das substâncias dissolvidas na água – calcário…) BIOGÉNICAS — (formadas a partir da atividade de seres vivos ou da acumulação/ decomposição de restos de animais e plantas – carvão, petróleo…)

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FICHA DO PROFESSOR Procedimento OBJETIVOS Observar os aspetos relevantes em cada paragem (utilizando o mapa com as paragens). Preencher a ficha de identificação/etiqueta e armazenar no saco

— Discutir com os alunos

cada amostra recolhida.

a preparação da aula de campo e abordar o comportamento

Destinatários

fora da sala de aula.

— 1º Ciclo – 3º e 4º anos

— Explorar o meio natural.

— 2º Ciclo – 5º ano

— Distinguir solo de rocha.

— 3º Ciclo – 7º ano

— Identificar solos e rochas no seu meio de ocorrência.

Organização dos grupos de trabalho

— Recolher exemplares/amostras

— Em grupo (3/4 elementos)

de rochas e solo. — Explorar as formas de registo

Tempo de realização da atividade

de dados de campo

— 180 a 240 minutos

(desenhos e notas). — Explorar as formas

Sugestões de exploração

de identificação das amostras

— Relacionar as rochas observadas com as rochas mais frequentes na região.

recolhidas (etiquetas, embalagem).

— Explorar a utilidade das rochas — Explorar com alunos a noção de que as atividades práticas/experimentais, quando feitas de acordo com a metodologia correta, são uma forma de obter conhecimento e não apenas

M AT E R I A I S

atividades lúdicas. — Carta Geológica

Enquadramento geológico

— Mapa com as paragens

— O enquadramento geológico da região de Odemira - Almograve é dominado por formações

— Fichas de identificação/etiquetas

referentes a três grandes períodos geológicos: o Paleozoico e o final do Cenozoico e o Quaternário.

— Máquina fotográfica

— O Paleozoico corresponde à unidade morfoestrutural da Zona Sul Portuguesa, Formação de Mira.

— Bússola de geólogo

Exibe litologias do Flysh do Baixo Alentejo (turbiditos) caracterizado essencialmente por xistos

— Sacos plásticos

e grauvaques

— 1 Lupa de mão

— Ao Cenozoico correspondem as formações geológicas de idade recente, e é retratado por areias,

— Martelo de Geólogo

arenitos e cascalheiras, não consolidadas e de cor tipicamente amarela ou laranja.

— Pá para recolha de solos

— O Quaternário está representado por dunas e areias de dunas.

LIVRO GUIA — Imprimir a folha de registo da página seguinte. (uma por cada paragem)


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — L I V RO G U I A

Em cada paragem assinalada registar o que vamos ver. Fazer um pequeno desenho ou foto dos aspetos mais importantes. Tomar nota se se trata de rochas ou solos. REGISTAR AS AMOSTRAS RECOLHIDAS. Paragem nº O que vimos

Desenho

Amostras recolhidas: Nº Nome Saída de Campo Odemira – Almograve 121



MIRA CIÊNCIA 3º ciclo

Físico-Química

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M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1

Cromatografia em papel “O Outono cativa o nosso olhar com os seus tons verdes, amarelos, castanhos e vermelhos. As árvores de folha caduca perdem gradualmente a coloração verde porque as concentrações de clorofila das suas folhas diminuem no Outono.

M AT E R I A I S

— Folhas verdes de uma planta — Folhas já amareladas da mesma planta

A clorofila é uma molécula com a fórmula química C55H70O6N4Mg. Uma característica da clorofila é transformar a energia solar em energia química, através do processo de fotossíntese, no qual, a energia luminosa absorvida pela clorofila é utilizada para sintetizar glicose a partir de dióxido de carbono e de água.”

— Almofariz e respetivo pilão — Recipiente com areia — Colher — Tesoura — Acetona — 2 copos de precipitação (gobelé)

As clorofilas podem ser extraídas das folhas e separadas através de cromatografia em papel.

— 2 tiras de papel de cromatografia — 2 etiquetas autocolantes

Adaptado de Azevedo, David, 2011

Procedimento I Identifica cada copo de precipitação, colando em cada um uma etiqueta. Numa etiqueta regista folhas verdes e na outra folhas amareladas. Recorta com a tesoura as folhas verdes da planta em pequenos pedaços para dentro do almofariz. fig.1

Adiciona uma colher de areia ao conteúdo do almofariz e esmaga muito bem os pedaços de folha com o pilão. Verte acetona para o almofariz até cobrir a mistura.

fig.2

fig.3

125


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1

Aguarda cerca de 10 minutos. Regista a coloração do líquido. Faz a decantação do líquido: inclinando o almofariz verte o líquido para o copo de precipitação, separando a mistura sólida, como mostra a Fig. 4. (A parte sólida deve ficar no almofariz). Utilizando uma tira de papel de cromatografia, mergulha a ponta do papel na mistura líquida. fig.4

fig.5

Procedimento II Lava o almofariz e o pilão do procedimento I, deitando o seu conteúdo para o lixo. Repete todos os passos do procedimento I, agora utilizando as folhas amareladas da mesma planta. (Passos de 1 a 7). Regista o que observas no papel de cromatografia, na sequência do passo 7 do procedimento I (copo das folhas verdes). Faz um esquema elucidativo. Aguarda 10 minutos relativamente ao procedimento II. Regista o que observas no papel de cromatografia, na sequência do passo 9 do procedimento II (copo das folhas amareladas). Faz um esquema elucidativo.

Alguns esclarecimentos Os pigmentos fotossintéticos presentes numa planta e a sua abundância variam de acordo com a espécie. Para cada comprimento de onda pertencente à faixa de luz visível encontra-se associada a perceção de uma cor. Espetro da luz visível:


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 1

A presença dos pigmentos fotossintéticos é fundamental para o processo de fotossíntese. Após absorção da luz pelos pigmentos, ocorre transferência de energia luminosa que desencadeia os acontecimentos químicos da fotossíntese. A existência de diversos pigmentos fotossintéticos está associado à possibilidade da planta conseguir aproveitar os diversos comprimentos de onda da luz visível.

Pigmentos Fotossintéticos

PIGMENTO

TIPO

COR

a Clorofilas

b

DISTRIBUIÇÃO Plantas, Algas, Cianobactérias

Verde

Plantas, Algas verdes

c

Algas castanhas, Diatomáceas

d

Algas vermelhas Todos os fotossintéticos,

Carotenóides

Ficobilinas

Carotenos

Laranja

excepto as Cianobactérias

Xantofilias

Amarela

Algas castanhas, Diatomáceas

Ficoerritrina

Vermelha

Algas vermelhas, Cianobactérias

Ficocianina

Azul

Questões Indica o fator abiótico necessário à realização da fotossíntese. Indica o(s) pigmento(s) fotossintético(s) presente(s) nas “folhas verdes” que utilizaste. Quais os que existem em maior concentração? Indica o(s) pigmento(s) fotossintético(s) presente(s) nas “folhas amareladas” que utilizaste. Quais os que existem em maior concentração? Descreve como varia a duração do período de luz ao longo do ano nas regiões de menor latitude. Formula uma hipótese que explique a mudança de cor das folhas de algumas plantas durante o Outono. 127



M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 2

Como identificar soluções ácidas e básicas? Poderiamos distinguir a acidez ou basicidade de uma solução provando-a ou tateando-a, no entanto algumas substâncias ácidas ou básicas são demasiado perigosas para termos tal procedimento. Assim podemos recorrer a outras formas de identificação sem pormos em causa a nossa saúde.

OBJETIVO

Procedimento

M AT E R I A I S

Em dois tubos de ensaio, com a ajuda de uma pipeta de Pasteur coloca algumas

— 6 Tubos de ensaio

gotas de solução de ácido clorídrico.

— 4 pipetas de Pasteur

— Identificar soluções ácidas e básicas.

Num dos tubos coloca solução alcoólica de fenolftaleína e observa o que acontece apontando na tabela 1.

REAGENTES

No outro tubo coloca solução azul de tornesol e observa o que acontece apontando

— Água

na tabela 1.

— Solução de ácido clorídrico — Solução de Hidróxido de Tubo I

Soluções usadas

Cor inicial

Tubo II

Cor final

Soluções usadas

Cor inicial

sódio(base) Cor final

— Solução alcoólica de fenolftaleína — Solução azul de tornesol

Em dois tubos de ensaio, com a ajuda de uma pipeta de Pasteur coloca algumas gotas de solução de hidróxido de sódio. Num dos tubos coloca solução alcoólica de fenolftaleína e observa o que acontece apontando na tabela 2. No outro tubo coloca solução azul de tornesol e observa o que acontece apontando na tabela 2. Tubo I

Soluções usadas

Cor inicial

Tubo II

Cor final

Soluções usadas

Cor inicial

Cor final

Exploração Depois de realizadas as atividades experimentais, indica quais as soluções mais indicadas para identificar ácidos e bases.

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Detergente

Zau nĂŁo ĂŠ nada mau!

1

2

3


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 3

Determinação da dureza total água A dureza de uma água está relacionada com a concentração de determinados sais minerais, mais precisamente, carbonatos de cálcio e de magnésio. O conhecimento da dureza de uma água é fundamental para uma boa manutenção de determinados electrodomésticos (ferro de engomar ou máquinas de lavar roupa e loiça) e para o doseamento de detergentes por forma a tornar mais eficaz as lavagens.

OBJETIVO — Determinação da Dureza Total da água.

M AT E R I A I S Reagentes

— Balão volumétrico de 1000 ml e de 250 ml

Solução titulante de EDTA

— Gobelé de 150 ml

Pesar 3,723 g de EDTA (Tritriplex III) e dissolver em água destilada. Diluir para 1000 ml.

— Gobelé de 25 ml

Armazenar a solução, de preferência, em frascos de polietileno.

— Esguicho

Solução tampão da dureza

— Pipetas volumétricas de 25 ml

Dissolver 1,179 g de sal dissódico do ácido etilenodiaminatetraacético dihidratado

— Pipetas graduadas de 1 ml

(Tritiplex III), e 0,780g de sulfato de magnésio (MgSO4.7H2O) ou 0,644 g de cloreto

— Funis

de magnésio (MgCl2.6H2O) em 50 ml de água destilada.

— Buretas e suporte

Adicionar, com agitação esta solução a 16,9 g de NH4Cl e 143 ml de amoníaco

— Varetas de vidro

concentrada. Diluir para 250 ml com água destilada.

— Balança e espátulas

Esta solução deve ser armazenada num frasco de plástico, o qual deve ser bem rolhado

para evitar a perda de NH3.

O prazo de validade deste reagente é de cerca de 1 mês.

REAGENTES

Indicador negro de eriocromo T em pó — Solução titulante de EDTA — Solução tampão da dureza

Procedimento

— Indicador negro de eriocromo T em pó

Mede 25 ml de amostra e transferir para um copo de 150 cm3. Adiciona 1ml de solução tampão de dureza. Adiciona indicador de eriocromo T, com auxílio da vareta. Titula com EDTA até mudança de cor do indicador. Realiza, do mesmo modo um ensaio em branco (250 ml de água destilada). Regista dos resultados. Regista os valores de titulante gastos.

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M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 3

Cálculos A dureza total, expressa em mg/dm3 CaCO3 é: mg/dm3 CaCO3 = 100,09 * ( Vt - Vb ) * [ EDTA ] * 1000 )

Va

em que:

V_t = Volume de titulante gasto na titulação da amostra (cm3)

V_b = Volume de titulante gasto na titulação do branco (cm3)

V_a = Volume de amostra (cm3)


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 3 4

FICHA DO PROFESSOR Materiais Protocolos experimentais.

Procedimento Orientar as atividades e esclarecer as dúvidas que possam surgir.

Destinatários 3ºciclo do ensino básico.

Conteúdos Propriedades da água - Determinação da dureza.

Metas de aprendizagem Identificar águas com diferentes tipos de dureza.

Organização dos grupos de trabalho Em grupo de 3 a 4 elementos.

Tempo de realização 1:00h

Segurança Adicionar o amoníaco na hotte.

Resumo científico Este método envolve a utilização de uma solução de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), ou do seu sal sódico, como agente titulante. Estes compostos são agentes complexantes que formam iões complexos extremamente estáveis com o Ca2+, Mg2+ e outros catiões bivalentes de acordo com a equação. M2+ + EDTA → [M.EDTA] 2+ complexo O indicador utilizado é o negro de eriocromo T que possui cor azul. Este indicador adicionado a uma água dura, com um pH cerca de 10,0, combina-se com os iões metálicos para formar iões complexos fracos com cor de vinho tinto, conforme mostra a equação: M2+ + negro de eriocromo T → [M-negro de eriocromo T] 2+ complexo Durante a titulação a com EDTA todos os iões livres causadores de dureza são complexados, e o EDTA rompe o complexo vermelho vinho formado pelo negro de eriocromo T com os iões bivalentes, uma vez que tem a capacidade de formar complexos mais estáveis com esses iões. Esta acção liberta o negro de eriocromo T e a cor vermelho-vinho muda para azul, indicando o final da titulação. 133



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Determinação do pH em águas MÉTODO POTENCIOMÉTRICO As águas não são todas iguais! Certamente já te deste conta disso quando bebes uma água de diferentes regiões. As razões pelas quais elas têm diferentes sabores, relacionam-se com as suas composições.

OBJETIVO — Determinação do pH em águas

Umas têm mais sais minerais outras menos, umas são mais básicas outras mais ácidas. O fato de serem mais acidas ou mais básicas pode ser importante, também, para sabermos como podemos usar essas águas.

Método potenciométrico.

M AT E R I A I S

Assim torna-se importante determinar o seu pH. O que propomos nesta actividade é uma forma mais rigorosa de fazer essa medição usando uma máquina, potenciómetro, para o fazer.

— Solução tampão pH4 e pH7 — Gobelés de 50 ml — Potenciómetro — Esguicho

Procedimento CALIBRAÇÃO DO ELÉCTRODO Calibra o eléctrodo com as soluções padrão, de acordo com as instruções do fabricante. MEDIÇÃO DO pH DA AMOSTRA Agita a amostra e determine o pH imergindo o eléctrodo na mesma. Repetir até obter valores concordantes. REGISTO DOS RESULTADOS Regista os valores de pH.

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FICHA DO PROFESSOR Materiais Protocolos experimentais.

Procedimento Orientar as atividades e esclarecer as dúvidas que possam surgir.

Destinatários 3ºciclo do ensino básico.

Conteúdos Acidez vs alcalinidade pH, escala de pH

Metas de aprendizagem Noção de ácido-base. Conhecimento da escala de pH. Graduar o carácter ácido ou básico de uma água.

Organização dos grupos de trabalho Em grupo de 3 a 4 elementos.

Tempo de realização 1:00h

Resumo científico O pH de uma água representa uma medida da sua acidez (ou da sua alcalinidade), traduzida pela concentração de hidrogeniões. Uma água apresenta naturalmente um valor de pH que é influenciado pela sua origem e pela natureza dos terrenos atravessados.


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Determinação do pH do solo O medronheiro é uma árvore que deves conhecer bastante bem e que cresce espontaneamente na maioria dos solos do nosso concelho, mas tem dificuldades em crescer noutros solos. O mesmo se passa com outras plantas e culturas. Este fato deve-se, em parte ao pH do solo. Sabendo o pH do solo, podemos saber que culturas lá podemos desenvolver ou que substâncias podemos lá colocar para alterar o pH.

OBJETIVO — Determinação do pH do solo.

M AT E R I A I S Procedimento

— Pipetas de 25 ml — Copos de 100 ml

Pesa 10 g de terra fina seca para um copo de 100 ml.

— Varetas de vidro — Água destilada/desionizada

Adiciona 25 ml de água destilada/desionizada ou de solução KCl 1 mol/L (proporção

— Solução KCl 1 mol/L

solo/solução = 1:2,5).

(74,55 g para 1 dm3 de solução) — Soluções padrão pH 4 e 7

Deixa em contacto 1 hora, agitando várias vezes com uma vareta de vidro.

— Potenciómetro — Amostras de terra fina (< 2 mm)

Calibra o potenciómetro com soluções tampão pH 4 e pH 7.

— Esguicho com água destilada — Balança e espátulas

Emerge o elétrodo na suspensão de solo, depois de agitada, e fazer a leitura passados 60 s ou depois do valor estabilizar. REGISTO DOS RESULTADOS Regista os valores de pH.

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M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 54

FICHA DO PROFESSOR Materiais Protocolos experimentais.

Procedimento Orientar as atividades e esclarecer as dúvidas que possam surgir.

Destinatários 3ºciclo do ensino básico.

Conteúdos Acidez vs alcalinidade pH, escala de pH

Metas de aprendizagem Noção de ácido-base. Conhecimento da escala de pH. Graduar o carácter ácido ou básico de um solo.

Organização dos grupos de trabalho Em grupo de 3 a 4 elementos.

Tempo de realização 2:00h

Resumo científico O pH é a medida mais simples feita no solo, mas, sem dúvida, de grande importância. Ele reflete um conjunto complexo de reações no sistema solo—solução e é muito útil quando associado a propriedades do solo, como a solubilidade de micronutrientes. O pH traduz a atividade hidrogeniónica de uma dada solução. A determinação do pH do solo só é possível em solução, pelo que a sua obtenção exige que se junte uma porção de água e solo e se agite energicamente. O pH do solo é normalmente determinado numa suspensão solo/ água, obtendo-se o chamado pH (H2O) ou numa suspensão solo/solução salina normal*, mais frequentemente o cloreto de potássio, obtendo-se, neste último caso, o chamado pH (KCl). Como outro meio qualquer, o solo pode apresentar reação (pH) ácida, neutra ou básica. Uma das causas mais comuns de acidez do solo é a perda de bases (Na, K, Ca, Mg) por arrastamento nas águas de infiltração. A alcalinidade do solo, pelo contrário, verifica-se, regra geral, quando não há arrastamento das bases.


M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 5

Solos A análise de um solo é essencial para avaliar a sua fertilidade, possibilitando o desenvolvimento de um programa de correção e adubação. Para se obter uma análise de um solo confiável é necessário primeiro realizar uma amostragem adequada do solo. Uma amostra de solo consiste numa pequena porção de solo capaz de representá-lo numa análise química. Amostra simples - É uma pequena quantidade de terra retirada ao acaso numa área homogénea. Amostra composta - É a reunião de várias amostras simples (subamostras) colhidas ao acaso dentro de uma área uniforme, que são misturadas para representá-la melhor. Em geral, devem sempre ser recolhidas pelo menos quinze amostras simples para se fazer uma amostra composta.

Amostragem: O equipamento da colheita a usar deve ser: — Isento de elementos contaminantes: o uso de material de aço inoxidável para a colheita e de baldes de plástico para a mistura de subamostras é aconselhável; — Resistente, a fim de poder ser usado tanto em solos ligeiros, como em solos muito compactos; — Simples de usar, para permitir uma colheita rápida e de porções semelhantes de amostras. Todo o material que entra em contacto com a terra deve ser muito bem limpo. Para que a amostra seja suficientemente representativa, a sua colheita deve seguir documentos existentes, tal como o Decreto-lei n.º 118/2006, de 21 de Julho, bem como a norma ISO 10381-1: “Qualidade do Solo - Amostragem – Parte 4”.

* Designa-se solução salina normal aquela que contém 1 equivalente-grama (eq g) de um sal por litro de solução. O equivalente-grama dos sais obtém-se dividindo a massa molar (numericamente igual ao peso molecular expresso em gramas) pelo número de oxidação do seu catião ou catiões. Uma solução normal (N) de KCl é uma solução que contém 74,5 g KCl/l (74,5 = 39 + 35,5 / 1)

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M I R A C I Ê N C I A — 3 º C I C LO — F I C H A 6

Tensão Superficial da água A Tensão Superficial é um característica física que todos os líquidos possuem. Caracteriza-se pela formação de uma espécie de membrana elástica nas suas extremidades. A água tem a maior Tensão Superficial de todos os líquidos.

OBJETIVOS — Perceber o que é a Tensão Superficial da água e como é que

Por causa da tensão superficial, alguns objetos mais densos que o líquido podem flutuar na superfície, caso estes se mantenham secos sobre a interface. Este efeito permite, por exemplo, que alguns insectos caminhem sobre a superfície da água e que poeira fina não afunde. A tensão superficial também é responsável pelo efeito de formação de gotas, bolhas e outros fenómenos.

esta propriedade da água permite alguns seres vivos permaneçam à superfície da água. — Perceber como é que a poluição pode influenciar esta propriedade.

M AT E R I A I S Procedimento — Copo pequeno

Enche o copo com água ao máximo.

— Moedas pequenas — Água

Coloca as moedas, uma a uma, olhando sempre a superfície da água no copo.

— Detergente

Vai colocando moedas até a água transbordar. Enche agora o copo com água e 5 gotas de detergente. Repete o passo 2, 3 e 4 e tira conclusões. Atenção:Tens que colocar as moedas com muito cuidado, sem que a água fique agitada. Em vez de moedas podes usar clipes ou pregos pequenos.

Questões Quantas moedas colocaste, no copo, para a água sem detergente transbordar? E para transbordar a água com detergente? O que simboliza, nesta experiência, o detergente? Como se chama a propriedade da água que permitiu que esta não saísse do copo, quando colocavas moedas? Será esta propriedade importante para os seres vivos que vivem na água?

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Bibliografia Matos, J.X.; Martins, L.P.; Oliveira, J.T.; Pereira, Z.; Batista, M.J.; Quental, L. (2008) Rota da pirite no sector português da Faixa Piritosa Ibérica, desafios para um desenvolvimento sustentado do turismo geológico e mineiro. Rutas Minerales en Iberoamérica, Ed. Paul Carrion, Esc. Sup. Politécnica del Litoral, Guayaquil, Equador, pp 136-155. Matos, J.X.; Pereira, Z. (2012). The LNEG ATLANTERRA South Portuguese Zone Geosite characterization Program. Proceedings of the 11th European Geoparks Conference 2012 (Eds: Sá, A., Rocha, D., Paz, A., Correia, V.), Arouca, pp. 189-190. Matos, J.X.; Pereira, Z.; Oliveira, J.T. (2010). A Rota da Pirite, uma rede de sítios geológicos e mineiros dedicada ao património e história da Faixa Piritosa Ibérica. VIII Cong. Nac. Geologia, Rev. Ciências da Terra GEOTIC/Soc. Geol. Portugal, 4pp. Oliveira, J. T. Coordenação (1983). Carta Geológica de Portugal, Folha 7, escala 1:200000. Carta Geológica de Portugal. Lisboa: Serviço Geológico de Portugal. Matos, J.X.; Martins, L.P.; Oliveira, J.T.; Pereira, Z.; Batista, M.J.; Quental, L. (2008) Rota da pirite no sector português da Faixa Piritosa Ibérica, desafios para um desenvolvimento sustentado do turismo geológico e mineiro. Rutas Minerales en Iberoamérica, Ed. Paul Carrion, Esc. Sup. Politécnica del Litoral, Guayaquil, Equador, pp 136-155. Matos, J.X.; Pereira, Z. (2012). The LNEG ATLANTERRA South Portuguese Zone Geosite characterization Program. Proceedings of the 11th European Geoparks Conference 2012 (Eds: Sá, A., Rocha, D., Paz, A., Correia, V.), Arouca, pp. 189-190. Matos, J.X.; Pereira, Z.; Oliveira, J.T. (2010). A Rota da Pirite, uma rede de sítios geológicos e mineiros dedicada ao património e história da Faixa Piritosa Ibérica. VIII Cong. Nac. Geologia, Rev. Ciências da Terra GEOTIC/Soc. Geol. Portugal, 4pp. Oliveira, J. T. Coordenação (1983). Carta Geológica de Portugal, Folha 7, escala 1:200000. Carta Geológica de Portugal. Lisboa: Serviço Geológico de Portugal. http://lifecharcos.lpn.pt/en/ http://www.charcoscomvida.org/

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