Estudo sobre as obras de RAMATIS Vol. I
Organizado por SERGIO GNIPPER
Se você já é filiado Adquira as obras de RAMATÍS a preço de custo! Entre em nosso site
Institutoherciliomaes.com.br
Í N D I C E
Ramatís e sua obra............................06 Deus..........................................047 O Plano da Criação Divina.....................058 Involução e evol.no Plano da Criação..........079 A Lei do Carma................................103 Prâna.........................................123 Duplo Etérico.................................132 Os chacras do duplo etérico...................151 O Perispírito I Corpo Astral..................176 O Perispírito II Corpo Mental.................196
1
1. Ramatís e sua obra
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
RAMATÍS E SUA OBRA 1. RAMATÍS Ramatís é um Mestre espiritual, proveniente do sistema estelar de Sírius, onde logrou a libertação do ciclo reencarnatório, vindo para a Terra há mais de 40 mil anos atrás, trazendo consigo conhecimentos ocultos que mais tarde compuseram a milenar Aumbandhã. Veio em transmigração missionária, acompanhando um grupo de espíritos aqui exilados à época das extintas civilizações da Lemúria e da Atlântida, cuja evolução assumiu o compromisso de acompanhar. Desde então, vem contribuindo ininterruptamente para a evolução e a conscientização crística da humanidade terrena. Viveu uma encarnação física na antiga Lemúria, cujos registros se perderam no tempo, sobre a qual não se tem maiores informações.
Ramatís viveu depois encarnado na Atlântida há 28 mil anos, ao tempo de Antúlio de Maha-Ethel, quando pertenceu à classe sacerdotal, na figura do grande filósofo Shy Ramat, integrante de um dos santuários da época, o Templo do Sol e da Paz, onde foi contemporâneo do Espírito que mais tarde seria conhecido sob o pseudônimo de Allan Kardec, o posterior codificador do Espiritismo, que então era profundamente dedicado à matemática e às chamadas ciências positivas.
.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2
1. Ramatís e sua obra
Foi então um iniciado nos conhecimentos ocultos da Aumbandhã, a Lei Maior Divina, Sabedoria Secreta ou Conhecimento Integral, sistema religioso-filosófico-científico setenário esotérico, cultuado nos Templos da Luz atlantes, trazido de outras constelações do infinito cósmico para contribuir com a evolução da humanidade terrena e que embasou as filosofias espiritualistas posteriormente formadas, principalmente as filosofias herméticas. No século XIV a.C, no antigo Egito, Ramatís foi o grão-sacerdote Merí Rá, no reinado do faraó Amenhotep IV (1372 a.C – 1354 a.C), promotor de uma grande reforma religiosa, substituindo as antigas divindades do panteão egípcio pelo culto monoteísta a Aton, o disco solar, tendo mudado seu próprio nome para Akhenaton.
Nessa ocasião, Merí Rá teve a oportunidade de salvar da execução sumária um modesto aguadeiro, que, inadvertidamente, respingou água nas sandálias de uma dama da nobreza egípcia, assumindo para si a sua tutela perante o faraó, e que, mais tarde, reencarnou na figura de seu médium Hercílio Maes. Posteriormente, em nova passagem pelo Egito, Ramatís teve outro encontro encarnatório com Kardec, que foi então o sacerdote Amenófis, médico e estudioso do “Livro dos Mortos” e dos fenômenos do Além, ao tempo do faraó Merneftá (1225 a.C. – 1215 a.C), filho de Ramsés II.
Segundo o mestre Hilarion de Monte Nebo, e outros sublimes mensageiros espirituais, Ramatís ainda viveu anteriormente na figura de Essen, filho de Moisés e fundador da Fraternidade Essênia, fiel seguidora dos ensinamentos Kobdas; mais tarde, viveu na Hebréia sob a roupagem de Nathan, o grande conselheiro de Salomão. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3
1. Ramatís e sua obra
Na Grécia antiga, por volta do século V a.C, reencarnou como o famoso filósofo Pitágoras de Samos (cerca de 570 a.C – 496 a.C), um possível discípulo de Anaximandro. Supõe-se que tenha visitado o Egito, mais tarde transferindo-se para Crotona, na Magna Grécia (sul da Itália), onde fundou, por volta de 530 a.C, uma comunidade religiosa e política, cujos membros ficaram conhecidos como pitagóricos.
As doutrinas pitagóricas primeiro se desenvolveram no seio dessa comunidade e depois entre os pitagóricos dispersos pela Grécia e no sul da Itália, que acreditavam na transmigração das almas e buscavam praticar um ascetismo purificador. Pitágoras considerava o número como a essência e o princípio de todas as coisas, introduzindo uma noção de Cosmo que é essencialmente medida e número (harmonia celestial), conceito elaborado numa metafísica que mais tarde influiu decisivamente Platão. A literatura esotérica considera Pitágoras um alto iniciado nos mistérios egípcios, babilônicos e caldeus, cuja doutrina resumiria os arcanos da natureza em suas teorias matemáticas transcendentes e em sua música das esferas. Posteriormente, ainda na Grécia antiga, por volta do século IV a.C., época em que se encontravam em ebulição os princípios e teses esposados por Sócrates, mais tarde cultuados por Antístenes, discípulo de Sócrates e mestre de Diógenes, Ramatís novamente reencarnou, agora na figura de conhecido mentor helênico, pregando entre os discípulos ligados entre si por grande afinidade espiritual. Supõe-se ter sido o próprio Platão, contemporâneo de Antístenes e igualmente discípulo de Sócrates, conforme acreditava Hercílio Maes, segundo revelação de Breno Trautwein, um dos revisores das obras de Ramatís. Na condição de herdeiro filosófico de Sócrates e trazendo a influência dos pitagóricos, Ramatís, na roupagem carnal de Platão, levantou o problema da verdade, que desemboca no da salvação da própria alma. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4
1. Ramatís e sua obra
Afirmava ele, então, que os objetos da percepção sensível, ou seja, aqueles do mundo físico, acessíveis através dos sentidos humanos, não são verdadeiramente reais, apenas ilusórios; já os objetos do pensamento (os números ideais) são a única realidade, e as coisas sensíveis são apenas seu reflexo; somente deles é que se pode obter um conhecimento certo. Para Platão, as realidades mais elevadas são os conceitos matemáticos e as idéias de beleza, bondade e justiça, que existem como formas ou arquétipos de um mundo transcendente, cuja forma suprema é o Bem (Deus). Ele pregava que a alma humana é imortal, purificando-se através de sucessivas existências e, se o pensamento alcança a idéia suprema do Bem, é porque nele se opera a reminiscência de uma vida anterior da alma. A ambição suprema é poder voltar àquele mundo onde as formas podem ser vistas em toda sua indescritível beleza. Seus ensinamentos buscavam acentuar a consciência do dever, a auto-reflexão, e mostravam tendências nítidas de espiritualizar a vida, em cujo convite incluía-se o cultivo da música, da matemática e da astronomia, pois concluiu pela existência de uma Ordem Superior dominante no Cosmo, ao observar atentamente o deslocamento dos astros. A literatura esotérica conta que, após a morte de Sócrates, Platão viajou pela Ásia Menor e daí até o Egito, onde se iniciou nos cultos misteriosóficos de Ísis, atingindo o terceiro grau, que lhe conferiu a perfeita lucidez intelectual e a realeza da inteligência sobre a alma e sobre o corpo. Mais tarde, ao tempo de Jesus de Nazaré, Ramatís reencarnou na figura do conhecido filósofo neoplatônico egípcio, de cultura grega mas de origem judaica, Fílon de Alexandria, também conhecido por Fílon, o Judeu (entre 20–10 a.C. e 50 d.C.), responsável pela famosa Biblioteca de Alexandria.
Profundamente versado tanto em ciência grega como em judaísmo, teve então influência dos filósofos estóicos, pitagóricos e platônicos, defendendo em suas obras a tese da absoluta transcendência de Deus com relação ao mundo e a idéia da transmigração das almas. Enquanto Fílon, Ramatís tornou-se especialista em Cabala judaica, e muitas de suas obras da época destinaram-se a explicar o judaísmo a leitores pagãos, sustentando que os filósofos gregos deviam a Moisés algumas de suas idéias fundamentais. Ele distinguiu-se na tarefa de sistematizar a interpretação dos documentos religiosos por meio de doutrinas científicas, tendo elaborado um método alegórico de interpretação, que aplicou ao Antigo Testamento. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5
1. Ramatís e sua obra
As doutrinas espiritualistas de Fílon inspiraram em grande parte os gnósticos e os neoplatônicos, e seu pensamento exerceu também extraordinária influência em escritores judeus e cristãos posteriores. Na roupagem carnal de Fílon de Alexandria, Ramatís pode estar pessoalmente em contato com o Jesus de Nazaré na Palestina, por cuja segurança muito lutou. Nessa ocasião teve a oportunidade de efetuar indagações a Seu respeito a alguns de Seus próprios discípulos daquela época, o que lhe possibilitou mais tarde elaborar a obra “O Sublime Peregrino”, em que trata dos principais fatos da existência do amado Mestre no planeta, trazendo uma idéia mais nítida da realidade de seu Espírito angélico.
Mais tarde, no Espaço, Ramatís filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais, cuja insígnia, em linguagem ocidental, ficou conhecida sob a pitoresca denominação de “Templários das Cadeias do Amor”. Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas colônias invisíveis do Além, junto à região Ocidente, e se dedica a trabalhos profundamente ligados à psicologia oriental. Espírito muito experimentado nas lides reencarnacionistas, Ramatís já se havia distinguido no século IV d.C., tendo participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso poema épico hindu “Ramaiana”, onde o feliz casal Rama e Sita simbolizam, de forma iniciática, os princípios masculino e feminino.
Unindo-se Rama e Átis, ou seja, Sita ao inverso, então resulta Ramaatís, como realmente se pronuncia em indochinês. Nessa encarnação, Ramatís foi adepto da tradição de Rama, cultuando os ensinamentos do “Reino de Osíris”, Senhor da Luz, na inteligência das coisas divinas. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
1. Ramatís e sua obra
Os que lêem as mensagens de Ramatís, e estão familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o que representa o nome “RAMA-TYS” ou “Swami Sri RAMA-TYS”, como era conhecido nos santuários da época. É quase uma “chave”, uma designação de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego de certas expressões que transcendem às próprias formas objetivas. “Rama” é o nome dado à própria Divindade, o Criador, cuja força criadora emana para as criaturas quando pronunciado corretamente. O nome “Ramatís” é um mantra, que reúne os princípios masculino e feminino contidos em todas as coisas e seres; ao se pronunciar o vocábulo Ramaatís, saúda-se implicitamente o Deus que se encontra no interior de cada ser. Em sua última encarnação na Terra, Ramatís viveu, no século X na Indochina, no corpo de um menino de cabelos negros como ébano, com pele da cor do cobre claro, e olhos verdes em tom castanho escuro, iluminados de ternura, filho de Tiseuama, uma vestal chinesa fugida de um templo, que desposou um tapeceiro hindu de nome Rama. Era de inteligência fulgurante e desencarnou bastante moço, com menos de 30 anos de idade, no ano de 933 d.C., em razão de problemas cardíacos. Nessa existência, após certa disciplina iniciática a que se submetera na China, tornando-se um bispo budista sino-indiano, fundou e dirigiu um pequeno templo iniciático na Índia, às margens da estrada principal que se perdia dentro do território chinês. O templo que Ramatís fundou foi erguido pelas mãos de seus primeiros discípulos e admiradores. Cada pedra de alvenaria recebeu o toque magnético e pessoal de seus futuros iniciados.
Como instrutor nesse templo, procurou ele aplicar aos seus discípulos os conhecimentos adquiridos em suas inúmeras vidas anteriores. Alguns deles estão atualmente reencarnados no planeta e reconhecem o antigo mestre através desse toque misterioso, que não pode ser explicado a contento na linguagem humana; sentem-no, por vezes, e de tal modo, que as lágrimas lhes afloram aos olhos, num longo suspiro de saudade! Embora nessa existência tenha desencarnado ainda moço, Ramatis pôde aliciar 72 discípulos que, no entanto, após o desaparecimento do mestre, não puderam manter-se à altura do mesmo padrão iniciático original. Eram adeptos provindos de diversas correntes religiosas e espiritualistas do Egito, da Índia, da Grécia, da China e até da Arábia. Apenas 18 conseguiram envergar a simbólica “túnica azul”, e alcançar o último grau daquele ciclo iniciático; os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor capacidade de compreensão espiritual, não alcançaram a plenitude do conhecimento das disciplinas lecionadas pelo mestre. A não ser 26 adeptos que estão desencarnados, cooperando nos labores da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, o restante disseminou-se pelo planeta em diferentes latitudes geográficas: de seus antigos discípulos, dezoito reencarnaram no Brasil, seis nas três Américas, enquanto que os demais se espalharam pela Europa e, principalmente, pela Ásia. Em virtude de estar a Europa atingindo o final de sua missão civilizadora, alguns dos discípulos lá reencarnados emigrarão para o Brasil, em cujo território, segundo Ramatís, se encarnarão os predecessores da generosa humanidade do terceiro milênio. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7
1. Ramatís e sua obra
Ramatís informou que voltará a reencarnar durante o ciclo do terceiro milênio, e um dos seus objetivos é reunir novamente os seus discípulos, agora dispersos, a fim de que eles se congreguem e façam jus à iniciação completa, para então serem integrados no “Raio” ou faixa mental da Ciência Psíquica do plano cósmico. No templo que Ramatís fundou na Índia, esses discípulos desenvolveram conhecimentos sobre magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, radiestesia e assuntos quirológicos aliados à fisiologia do “duplo etérico”. Os mais capacitados lograram êxito e poderes na esfera da fenomenologia mediúnica, dominando os fenômenos da levitação, ubiqüidade, vidência e psicografia de mensagens que os instrutores enviavam para aquele cenáculo de estudos espirituais. Mas o principal “toque pessoal” que Ramatís desenvolveu em seus discípulos, em virtude do compromisso que assumira para com a Fraternidade do Triângulo, foi o pendor universalista, a vocação fraterna, crística, para com todos os esforços alheios na esfera do espiritualismo. Atualmente, Ramatís ainda opera como mestre nas tarefas dos teosofistas, conhecido entre estes como Kut Humi (ou Koot Humi, o Mestre KH), não se cingindo a uma doutrina ou princípio, buscando incentivar os conceitos de universalidade e integração do homem sob a égide do Cristo, através do Código Moral que é o Evangelho.
Dentro do movimento teosófico, Kut-Humi Lal Singh, junto com o mestre Morya, foi o principal inspirador da Sociedade Teosófica, fundada em 1875 por Helena P. Blavatsky e Cel. Olcott, e é considerado Mestre do Segundo Raio, o do Amor-Sabedoria. Possui numerosos discípulos, se ocupa principalmente da vitalização de algumas das mais importantes correntes filosóficas e se interessa por organizações filantrópicas. Sabe-se que Ramatís não vive habitualmente em qualquer colônia espiritual situada no Astral do Brasil, mas vem operando, do plano Astral há muito tempo. Dada a sua evolução, Ramatís já não mais dispõe de sua vestimenta perispiritual astralina, utilizando-se de um corpo intermediário apenas em suas incursões no plano Astral ou quando deseja mostra-se a encarnados videntes. Conhecedor do trabalho sideral da humanidade terrena, ele vem se esforçando para cooperar na sua evolução, cumprindo o compromisso assumido com a Alta Espiritualidade terrena na instrução espiritual das criaturas, estabelecendo as bases de um pensamento universalista que transpõe conhecimentos ancestrais para os encarnados, sucedâneos da codificação kardequiana. Em seu trabalho em planos invisíveis, Ramatís atualmente supervisiona as tarefas ligadas aos seus discípulos na Metrópole do Grande Coração, uma colônia espiritual no plano Astral congregada por espíritos com índole universalista. Segundo informações de seus psicógrafos mais recentes, ele participa atualmente de um colegiado no plano Astral de Marte.
.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8
1. Ramatís e sua obra
2. A IMAGEM DE RAMATÍS À VISÃO PSÍQUICA Ramatís se apresenta aos videntes na figura majestosa de uma entidade espiritual, recortada em meio a uma intensa massa de luz refulgente, cuja aura, de um amarelo-claro puro, com nuanças douradas, é circundada por uma franja de filigranas em azul-celeste, levemente tonalizada em carmesim. Como as cores da aura humana são campos vibratórios que resultam dos pensamentos e sentimentos inerentes ao ser, indicando seus atributos emotivos e mentais, sabe-se que o amarelo puro com franjas douradas revela-lhe elevadíssima intelectualidade, característica de quem emite raciocínios elevados, enquanto o azul claro celeste indica elevada espiritualidade e devoção pura, típica daqueles mergulhados em ardente desejo de oração; já o carmesim representa afeição pura. À vidência, Ramatís aparece no seio de uma massa de luz policrômica tão cintilante e transparente, que elimina todas as rugas, sulcos e sinais de maturidade de sua fisionomia, apresentando-se com o aspecto ideoplástico adolescente de um jovem de quinze anos, cujo rosto assume um tom rosado; seus olhos amendoados arredondam-se pela luz que os inunda facilmente. Apesar da aparente fisionomia expressivamente ocidentalizada, na realidade é um tipo oriental, descendente de pai hindu e mãe chinesa, amorenado, com olhos oblíquos. Ao contemplar-se sua imagem, mesmo que em realidade não apresente aspecto de um adolescente de quinze anos, como aparenta, Ramatís remoça-se de tal modo pelos fulgores luminescentes que se irradiam de sua intimidade, que é dificílimo acreditar que o seu perispírito abandonou o corpo físico, em sua última encarnação, aos trinta anos de idade, pois até seus lábios perdem os contornos orientais. Ramatís tem aparecido à vidência ideoplástica dos terrícolas com as vestes religiosas que usava há mais de um milênio, em sua última romagem carnal na Indochina, espécie de indumentária iniciática dos bispados locais. Se ainda conserva a configuração de sua última existência terrena, em lugar de qualquer outra plasmada por sua mente, ou vivida anteriormente alhures, isso o faz para apoio à vidência ou intuição dos terrícolas, pois que, em verdade, há muito já abandonou evolutivamente as roupagens anacrônicas do corpo físico e do perispírito. Seu traje, um tanto exótico, compõe-se de ampla capa aberta, descida até os pés, com mangas largas e que lhe cobre a túnica, ajustada por um largo cinto esmeraldino esverdeado. As calças são apertadas aos tornozelos, como as que usam os esquiadores. A tessitura de toda a veste é de seda branca, imaculada e brilhante, lembrando um maravilhoso lírio translúcido. Os sapatos, em cetim azul-esverdeado, são amarrados por cordões dourados que se enlaçam atrás, acima do calcanhar, à moda dos antigos gregos firmarem suas sandálias. Cobre-lhe a cabeça um singular turbante de muitas pregas ou refegos, encimado por cintilante esmeralda e ornamentado por cordões finos, de diversas cores, caídos sobre os ombros, do qual se pode fugazmente entrever manchas de cabelo preto como azeviche. Essa indumentária, que não denuncia uma expressão definida, mas sugere algo de iniciático com sentido esotérico, é um misto de trajes orientais, vestuário indochinês raríssimo, derivado de antigo modelo sacerdotal, muito usado nos santuários da desaparecida Atlântida. Sua fisionomia é sempre terna e ao mesmo tempo austera, com traços finos, tês morena e olhos ligeiramente repuxados.
.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
9
1. Ramatís e sua obra
3. SIGNIFICADO ESOTÉRICO DOS TRAJES DE RAMATÍS É muito comum aos trabalhadores espirituais do Oriente apresentarem-se aos médiuns ostentando certos emblemas iniciáticos do Espaço, como a esmeralda, o rubi, o topázio ou a safira nos turbantes, e que não expressam a convenção comum das jóias terrenas, mas apenas certa identificação particular, tal como as fraternidades terrenas usam a estrela de salamandra, o signo de Salomão ou o triângulo egípcio. Não se trata apenas de talismãs ou insígnias supersticiosas, nem mesmo de distinções hierárquicas, mas apenas de sinais que identificam entidades sob o mesmo gênero de trabalho e de responsabilidade espiritual nas comunidades astrais do Oriente. Afixada sobre o turbante de tipo indochinês, usado nos templos da Índia do século X, a esmeralda ostentada por Ramatís é o emblema simbólico dos espíritos que operam na faixa das “radiações azuis”, cujos efeitos são balsâmicos e terapêuticos. O cinto e a capa são reminiscência ou tradição dos templos da extinta Atlântida. As fitas ou cordões que lhe prendem o turbante, flutuando sobre os ombros, são velhas insígnias de atividade iniciática, e definem atributos de teor moral ou de conhecimento: a cor carmim é a do iniciado integrado na radiação do amor, que simboliza o “Raio do Amor”; a de cor verde designa o “Raio da Sabedoria”; a amarela exprime a radiação da espiritualidade, o “Raio da Vontade”; a azul indica o “Raio da Religiosidade”, e um último cordão branco é o símbolo da “liberdade reencarnatória”, indicando que Ramatís é um iniciado que já se libertou dos estigmas das reencarnações compulsórias em mundos físicos (um Nirmanakaya). Sobre o peito porta uma corrente formada de pequeninos elos de fina ourivesaria, da qual pende um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma delicada cruz alabastrina. A cruz branca representa a obra sacrificial de Jesus e é símbolo da filosofia cristã; o triângulo reporta-se à mística oriental, constituindo ambos a insígnia espiritual da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, na qual exerce função de Secretário Geral.
4. O QUADRO PSICOPICTOGRAFADO DE RAMATÍS A imagem pela qual Ramatís foi imortalizado, deveras conhecida entre os seus admiradores, resultou de um quadro recebido por meio de psicopictografia mecânica (“pintura mediúnica”), através da médium Dinorah Azevedo de Simas Enéas na década de 50, no Rio de Janeiro, posteriormente presenteado ao médium Hercílio Maes. Dona Dinorah, como ficou conhecida, era possuidora de singular mediunidade psicográfica, a maravilhosa faculdade de retratar, por influenciação psíquica, personagens do plano espiritual; para tanto, preparou-se durante dois anos, freqüentando o curso de pintura clássica na Escola Nacional de Belas Artes, onde mais tarde tornou-se professora. Ao contrário da psicografia intuitiva, que faculta ao sensitivo receber, através de uma espécie de “fonação intracerebral”, as imagens que a entidade ou espírito do plano invisível lhe projeta na tela mental, pela via telepática, a autora do quadro de Ramatís, era médium psicógrafa “mecânica” em alto grau. No momento em que a sua mão e braço eram envolvidos ou saturados de fluidos magnéticos, que os transformavam em instrumentos neutros ou passivos, desarticulados ou libertos do seu comando cerebral, à guisa de dócil “pincel”, ela então passava a desenhar retratos por captação mental, sentindo as radiações áuricas do espírito a lhe utilizar o equipo carnal para desenhar, às vezes tendo conhecimento, também, da presença da Entidade ou “modelo” a ser retratado, sem, no entanto, saber-lhe previamente a identidade. Então, a mão dessa sensitiva ganhava tal autonomia de movimentos que, a um só tempo, enquanto deslizava sobre o papel ou tela, desenhando ou pintando, ela podia até mesmo entreter conversação com uma ou mais pessoas, abordando assuntos diversos do foco de atividade de sua mão, que atuava sob ação puramente mecânica, obedecendo à influenciação mental do espírito que a ancorava e dirigia, em conformidade com a “idéia” ou “plano” deste. Curioso notar que Dona Dinorah não era médium vidente, não “via” previamente os espíritos para então lhes desenhar o retrato por meios próprios; embora o braço e a mão da médium ficassem libertos do seu comando cerebral, não deixavam de ser uma espécie de instrumentos perfeitos e afinados, em condições de corresponderem às exigências técnicas da execução por parte do “artista” invisível, conseqüência de seu prévio preparo e constante treino na arte do desenho. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
10
1. Ramatís e sua obra
Sobre o quadro retratando Ramatís, captado pela via mediúnica mecânica, assim se expressou o seu médium Hercílio Maes em depoimento, por carta, a José Fuzeira (revisor de suas primeiras obras), após têlo recebido: “Recebi o retrato de Ramatís e confesso o meu assombro pela sua espantosa fidelidade. Não conheço Dona Dinorah, mas peço apresentar-lhe as minhas efusivas felicitações, pois, através da sua extraordinária mediunidade, ela conseguiu fixar Ramatís conforme, na minha infância, o vi materializado, e como ainda o vejo, de vez em quando, no plano Astral. É tal a similitude da expressão da sua fisionomia, exuberante de paz e de bondade, que, ao contemplar seu retrato, meu espírito foi tomado por uma emoção de saudade intensa, que me propiciou, num instante, ser transportado ao momento inesquecível da primeira vez que ele me apareceu. Que Jesus abençoe essa irmã pela alegria espiritual que me proporcionou!”
5. AS FRATERNIDADES DO ESPAÇO Nos planos astralinos, os espíritos desencarnados se agrupam segundo suas afinidades morais e seu estado vibratório, ou seja, segundo as suas condições evolutivas, significando, para uns escravização e temores, e, para outros mais evoluídos, ordem, disciplina, responsabilidade, unidade de sentimentos e participação. Ao contrário do que ocorre nas esferas mais inferiores, há entre os seres das esferas mais elevadas predominância dos valores positivos da paz, da bondade, do respeito mútuo, da pureza, do idealismo, do amor; enfim, dos valores eternos do espírito imortal que os fazem ascender em direção a Deus. Nas regiões do plano Astral do planeta, zona vibratória mais próxima do plano físico dos encarnados, entidades das mais diversas localidades se unem, agremiando-se em verdadeiras organizações interessadas nos mais variados fins, seja por afinidade cármica passional e mesmo religiosa, com atuação junto aos encarnados. No astral inferior, as organizações trevosas, formadas por espíritos malévolos e ignorantes, são chefiadas por entidades arbitrárias, de pendores psíquicos em escala sempre degradante, buscando exercer cada vez mais poder e prestígio individual à base de violência, astúcia e impiedade. Já nas regiões astralinas mais evoluídas, os espíritos se agrupam em organizações voltadas para o Bem, que se mostram coesas, disciplinadas, moralizadas e idealistas, dirigidas por espíritos altamente responsáveis, que se aproximam dos encarnados para desempenhar atividades benéficas de auxílio, proteção, orientação pessoal e coletiva. Essas organizações de espíritos voltados para a prática do Bem, geralmente se autodenominam “Fraternidades”, termo utilizado para designar agrupamentos de pessoas ligadas entre si pelos mesmos ideais, desejos e objetivos, e que, em sua essência, significa “irmandade, amor, aproximação”, formando seus membros a partir de uma mesma comunidade, raça, povo ou nação. As Fraternidades do Espaço são, portanto, agrupamentos eventuais de espíritos desencarnados de certa evolução espiritual, que se unem sob um lema, uma bandeira, uma finalidade determinada, em busca de evolução ou de realizações espirituais, através da prática do Bem em suas mais variadas formas. As Fraternidades do Espaço têm oferecido, desde muitos anos, preciosa ajuda na execução das tarefas espirituais no plano terreno, e o elo mais forte e dominante dessa cooperação é o interesse pelo bem comum e a difusão dos conhecimentos e ensinamentos de cunho elevado, que promovem o reajuste espiritual das criaturas através de sua reforma de valores, visando sempre sua elevação espiritual; para os cristãos, em particular, a difusão e a exemplificação, nos campos individual e coletivo, dos ensinamentos de Jesus e das práticas evangélicas. Essas fraternidades não são míticas, sobrenaturais ou fruto de superstições de fanatismo religioso, mas grupos coesos, firmes e concretos de espíritos desencarnados, trabalhando de forma integrada, muitas vezes lutando contra as organizações das trevas, que já envolvem o planeta nestes dias de final de ciclo evolutivo, visando assegurar o predomínio do amor e da paz. As Fraternidades do Espaço desempenham papel importante na organização e funcionamento de organizações religiosas terrenas, concorrendo cada qual com o seu contributo espiritual, dentro de suas próprias especializações de trabalho, geralmente atuando na segurança espiritual, na manutenção da ordem, na proteção dos dirigentes e trabalhadores encarnados, na orientação dos cursos implantados e nas diferentes formas de atendimento ao público, somando milhares de membros que estendem suas atividades no Espaço, nas proximidades e nas próprias dependências das casas de reuniões de fito religioso. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
11
1. Ramatís e sua obra
6. A FRATERNIDADE DA CRUZ E DO TRIÂNGULO Ramatís, no Espaço, é líder da “Fraternidade da Cruz e do Triângulo”, comunidade sideral integrada por espíritos ocidentais e orientais, em trabalho mais específico sobre o território brasileiro. No século XIX, após significativa assembléia de altas entidades, realizada no Espaço, na região do Oriente, procedeu-se à fusão de duas importantes “Fraternidades” pré-existentes, que dali operavam em favor dos habitantes da Terra. Trata-se da “Fraternidade da Cruz”, com certa ação no Ocidente, que divulgava os ensinamentos de Jesus, e da “Fraternidade do Triângulo”, ligada à tradição iniciática e espiritual do Oriente. Após a memorável fusão dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as características psicológicas e o objetivo dos seus trabalhadores espirituais, alterando-se a denominação para a “Fraternidade da Cruz e do Triângulo”, na qual Ramatís exerce atualmente a função de Secretário Geral. Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada; sobre o peito, trazem suspensa delicada corrente confeccionada em fina ourivesaria, na qual se ostenta um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma cruz lirial. É o símbolo que exalça, na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental. Asseguram alguns mentores que todos os discípulos dessa Fraternidade, que se encontram reencarnados na Terra, são profundamente devotados às duas correntes espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o elo definitivo entre todos os instrutores terráqueos, quanto os labores de Antúlio, de Hermes, de Buda, assim como os esforços de Confúcio e de Lao-Tsé. É esse um dos motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramatís, na Terra, embora profundamente devotados à filosofia cristã, afeiçoam-se, também, com profundo respeito, à corrente espiritualista do Oriente. Segundo Edgard Armond, os antigos fraternistas do Triângulo eram espíritos ávidos de conhecimentos novos e mais amplos, que pediram reencarnação em várias regiões do globo que ofereciam condições para valiosas experiências; mais tarde, ao se unirem aos novos companheiros da então Fraternidade da Cruz, constituíram a Fraternidade da Cruz e do Triângulo, cujos membros ultrapassam 5.000 almas. Encontramse espalhados pelo globo, razão pela qual são pouco conhecidos; muitos se dedicam ao desenvolvimento das forças psíquicas e morais da humanidade e outros estão ligados a trabalhos de atendimento no setor de curas espirituais. Da fusão das duas “Fraternidades” realizada no Espaço, surgiram extraordinários benefícios para a Terra: alguns mentores espirituais passaram, então, a atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientação de certos trabalhos espíritas no campo mediúnico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a atuar na Índia, no Egito, na China e em vários agrupamentos que, até então, eram exclusivamente supervisionados pela antiga Fraternidade do Triângulo. Os espíritos orientais ajudam agora nos labores do Ocidente, ao mesmo tempo em que os da região ocidental interpenetram os agrupamentos doutrinários do Oriente, do que resulta ampliar-se o sentimento de fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de reencarnações entre espíritos amigos. Assim, processa-se um salutar intercâmbio de idéias e perfeita identificação de sentimentos no mesmo labor espiritual, embora se diferenciem os conteúdos psicológicos de cada hemisfério. Os orientais são lunares, meditativos, passivos e desinteressados geralmente pela fenomenologia exterior; os ocidentais, por outro lado, são dinâmicos, solarianos, objetivos e estudiosos dos aspectos transitórios da forma e do mundo dos Espíritos. O oriental e o ocidental sempre diferiram milenarmente quanto ao sentido da Vida. Enquanto a civilização ocidental, filha do intelecto, viveu debruçada “para fora”, no afã de conquista do Mundo das Formas, preocupada em “vencer na vida”, a do Oriente, nutrida de sabedoria introspectiva, filha da intuição, sempre soube que o propósito maior era “vencer a vida” ilusória, transcender “Maya”, para viver na Consciência Cósmica do Pai. Os antigos fraternistas do “Triângulo” são exímios operadores com as “correntes terapêuticas azuis”, que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos psíquicos, cruciais, das vítimas de longas obsessões. As emanações azul-claras, com nuanças para o esmeralda, além do efeito balsamizante, dissociam certos estigmas “pré-reencarnatórios” e que se reproduzem periodicamente nos veículos etéricos. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
12
1. Ramatís e sua obra
Ao mesmo tempo, os fraternistas da “Cruz”, preferem operar com as correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do carmim puro, visto que as consideram mais positivas na ação de aliviar o sofrimento psíquico. É de notar, entretanto, que, enquanto os técnicos ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os terapeutas orientais, mais afeitos à crença do fatalismo cármico da psicologia asiática, preferem exercer sobre os enfermos uma ação balsamizante, aproveitando o sofrimento para mais breve “queima” do carma. Eles sabem que a eliminação rápida da dor pode extinguir os efeitos, mas as causas continuam gerando novos padecimentos futuros; preferem, então, regular o processo do sofrimento depurador, em lugar de sustá-lo provisoriamente. No primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura é um hiato, uma prorrogação cármica. Os integrantes da Fraternidade da Cruz e do Triângulo estão comprometidos com o Comando Planetário na tarefa de transferir para as mentes ocidentais um conhecimento progressivo daquelas verdades intemporais, chamadas de Sabedoria Oculta, que se encontram no cerne de todas as grandes religiões do Oriente.
7. OS DISCÍPULOS DE RAMATÍS Vários dos antigos discípulos de Ramatís estão atualmente reencarnados no Brasil, efetivamente cooperando com entusiasmo nas tarefas daqueles que o conheceram na Indochina, na Índia, no Egito ou na Grécia; os mais afins viveram com ele nas antigas Atlântida e Lemúria. Os discípulos de Ramatís usam os conhecimentos adquiridos para ultrapassar as experiências físicas e sensoriais limitadas pela matéria, respeitando todas as linhas espirituais e compreendendo a necessidade que os homens têm de buscar a Verdade. Essa busca, segundo explicam, ativa o exercício de vôos mais amplos, que acabam por desvendar a verdade crística do mundo. Seus íntimos e verdadeiros admiradores são incondicionalmente simpáticos a todos os trabalhos das diversas correntes religiosas do mundo. Revelam-se libertos de exclusivismo doutrinário ou de dogmatismos e devotam-se com entusiasmo a qualquer trabalho de unificação espiritual. O que menos os preocupa são as questões doutrinárias dos homens, porque estão imensamente interessados nos postulados crísticos. Servem-lhes o ambiente do templo protestante, a abóbada da igreja católica, a mesa branca dos "Tatwas" esotéricos, os salões dos teosofistas, o labor fraternista "Rosa-Cruz", o acampamento Krishnamurtiano, a penumbra da sessão espírita, o canto dos salvacionistas nas praças públicas, a ruidosidade da Umbanda, as posturas muçulmânicas, os lamentos mosaístas, o fatalismo budista, o silêncio dos iogas, o sincronismo dos cenáculos ou as estrofes mantrânicas dos iniciados. Não os preocupam os invólucros dos homens movendo-se para solucionar o mistério da vida; sentem a realidade contínua do espírito, que só lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer momento e em qualquer local! Respeitam e compreendem a necessidade que os homens sentem de buscar a verdade, quando se situam em círculos doutrinários simpáticos, a fim de se exercitarem para os vôos crísticos do futuro. Não se adaptam, porém, a exclusivismo algum, e evitam que os postulados doutrinários lhes cerceiem a liberdade da razão. A respeito deles, diz textualmente Ramatís: "Não estamos fazendo revelações para todo o mundo; há grupos eletivos para as nossas mensagens e que nos compreendem pela via intuitiva, sem necessidade de demonstrações científicas ou de aplicação de equações algébricas. Esses sentem-nos fundamentalmente, na atmosfera templária do coração. Indiferentes ao veredicto acadêmico, eles consideram as nossas dissertações como de suma importância e de vigoroso ajuste psicológico aos seus anelos de conhecimentos espirituais. Os nossos simpatizantes atuais, que confiam em nossos dizeres, embora nascidos no Oriente, guardam as tradições de Krishna, de Hermes, de Buda e de outros, porque são egressos das regiões orientais. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
13
1. Ramatís e sua obra
Eles são mais intuitivos, místicos e sonhadores; algo despreocupados para com a exaustiva objetividade do Ocidente, e nos aceitam incondicionalmente, sem as preocupações formais do intelecto; sentem-nos, profundamente, no silêncio da alma, e advinham a divina realidade do "Eu Sou". Vivem um tanto fora das fronteiras rígidas do "espaço" e do "tempo", símbolo dos vossos entendimentos positivos; são mais negligentes para com as complexidades científicas e, embora vestindo o traje de carne dos ocidentais, os reconhecereis facilmente sob a psicologia inata do oriental. O oriental é essencialmente introspectivo; a sua agudeza mental "sente", muito antes, aquilo que os outros geralmente só percebem através da matemática da forma. Na profundidade do seu espírito vibra a misteriosa "voz sem som" que, no "caminho interior", adverte da realidade que transcende o reino de Maya - a Ilusão! É por isso que o que dizemos, lhes é eletivo; eles sentem na intimidade dos seus espíritos o exótico perfume que se evola, e uma "voz familiar" lhes segreda: "Antes que a Alma possa ver, deve ser conseguida a harmonia interior, e os olhos da carne tornados cegos a toda ilusão. Antes que a Alma possa ouvir, a "imagem" tem que se tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em fúria como ao sussurro prateado do pirilampo de ouro.” Estas palavras quase não têm sentido para o ocidental inato, porque para isso é preciso fazer o espírito mergulhar profundamente no seu interior, abstrair-se da complexidade ilusória da forma exterior, que o oriental sabe ser profundamente enganadora. Ele inverte fundamentalmente o problema, interessando-se em primeiro lugar pelo que a pitoresca linguagem iniciática chama o "Dhâranã", ou seja, a abstração completa de tudo que pertença ao universo físico, ao mundo dos sentidos; enfim, à dor de cabeça do cientista ocidental. As nossas palavras revivemlhes certas emoções fixadas na retina espiritual, enquanto que para os "não eletivos" podem até parecer ridículas ou obscurecedoras da realidade prática. Nenhuma censura ou crítica aos nossos comunicados causará perturbações a esses nossos simpatizantes, nem lhes anulará a confiança que já nos devotam. Na realidade, as almas se aproximam e comungam em grupos afins com os mesmos ideais e os mesmos sonhos; inútil será que outros se fatiguem para modificar essas simpatias, que se alicerçaram através de milênios de contato espiritual. Há sempre uma elite para cada tipo de mensagem, doutrina ou instrução religiosa; a simpatia íntima dos adeptos só poderia mudar se lhes mudassem, também, o conteúdo psicológico individual, acumulado no passado. Embora não pretendamos criar doutrinas ou seitas, existe um grupo eletivo, inconfundível e coeso, que corresponde intimamente às nossas intenções."
7.1 ATANAGILDO Atanagildo é espírito intimamente ligado ao grupo liderado por Ramatís, e foi seu discípulo algumas vezes, principalmente na Grécia, onde viveu várias vezes, tendo lá sua encarnação mais importante ocorrido entre os anos de 441 a.C. e 384 a.C, período em que foi contemporâneo de Ramatís na figura de Platão. Este discípulo de Ramatís é afeito à mesma índole universalista do seu mentor e amigo. Ligou-se ao seu mestre desde antes do êxodo dos hebreus do Egito, tendo-o acompanhado em várias existências físicas, haurindo-lhe os conhecimentos e a técnica espiritual de serviço no Além. O seu modo eclético é muito comum a todos os discípulos, admiradores e à maioria dos leitores de Ramatís que, em número de alguns milhares, permaneceram mais tempo reencarnados no Oriente, sob a visão protetora da "Fraternidade do Triângulo". Atanagildo está ligado a um plano de apressamento cármico combinado com Ramatís há alguns milênios, juntamente com outros milhares de espíritos exilados de outros orbes, que tudo fazem para adquirir as qualidades e o padrão vibratório que tanto precisam reajustar, a fim de poderem retornar ao seu planeta de origem. Ele delineou um plano severo de trabalho, estudo e cooperação aos terrenos, quando ainda se encontrava encarnado no Egito, visando atividades sacrificiais, que poderão auxiliá-lo com mais êxito a obter a sua mais breve alforria espiritual. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
14
1. Ramatís e sua obra
Desde que se desenvolva com sucesso a execução coletiva desse plano, é provável que por volta de 2.300, ou até do ano 2.400, ele possa se livrar das encarnações na Terra e retornar ao seu mundo planetário, do qual foi exilado assim que na Terra florescia a civilização atlante. Esse grande plano de aperfeiçoamento espiritual combinado por um conjunto de almas que desejam apressar a sua caminhada, também significa um plano cármico, dentro do carma do próprio planeta Terra. Em virtude de haver sido enxotado de outro orbe físico, em face de seu desequilíbrio espiritual, a Lei Cármica situou esse agrupamento de espíritos na Terra, que é de civilização primitiva e de clima geográfico muito mais rude do que o mundo que perderam. Na sua última romagem pelo orbe, Atanagildo habitou o Brasil, tendo vivido até os 28 anos de idade na cidade de São Paulo, onde desempenhava a profissão de agrimensor (topógrafo), tendo desencarnado provavelmente na década de 40 do século passado; sua identidade permanece no anonimato a fim de se evitar qualquer indiscrição em torno de sua família terrena. Atanagildo foi incumbido por Ramatís para transmitir, pela psicografia intuitiva, para o médium Hercílio Mães, as obras "A vida além da sepultura" e "A sobrevivência do espírito", em que descreve o processo de sua última desencarnação, a colônia espiritual Metrópole do Grande Coração, onde passou a habitar no Espaço, além de outras características do plano Astral. Além disso, transmitiu a obra "Semeando e colhendo", onde revela, através da descrição e análise de inúmeros casos reais, a sublime atuação da Lei do Carma, regendo o processo de reajuste espiritual das criaturas, rumo à eterna evolução.
7.2 NICANOR Nicanor foi discípulo de Ramatís na Indochina e hoje, no Astral, colabora com as falanges que se dedicam ao entrosamento espiritual entre o Oriente e Ocidente. Apresenta-se como um hindu e dá o nome de uma encarnação que teve na Grécia. Nicanor cooperou com a médium de Ramatís, América Paoliello Marques, na transmissão da obra "A rosa e o espinho", de exortação a temas filosóficos e morais, além de ser responsável por vários capítulos da obra "Mensagens do Grande Coração", em co-autoria com Ramatís e outros espíritos luminares.
7.3 "NHÔ QUIM" Alguns videntes têm confundido Ramatís com seu fiel discípulo do passado, que o acompanha no Espaço, também indochinês, conhecido por Fuh Planuh, e que aparece com o dorso nu, singelo turbante branco em torno da cabeça e, comumente, com os braços cruzados sobre o peito. É também um Espírito jovem na figura humana, embora conserve reduzida barba de cor escura, que lhe dá um ar mais sisudo. Há dez séculos, Fuh Planuh foi irmão da vestal chinesa que esposou um tapeceiro hindu, nascendo de ambos a entidade hoje conhecida por Ramatís, tendo se tornado discípulo deste após a fundação do seu templo iniciático na Indochina. Mais recentemente viveu perto do litoral paranaense, na figura de "Nhô Quim", individualização perispiritual de um excelente homem, filósofo sertanejo, espírito arguto, ágil, finíssimo e repentista.
7.4 NAVARANA Mestre Navarana evoca a suave figura do guru indiano, de amorosa vibração e poderosa mente, um Mestre de discípulos que continua, como na velha e amada Índia, a treinar-lhes o coração e a mente na senda da libertação de samsara – a roda das reencarnações. É integrante da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, dirigida por Ramatís e comprometida com o comando planetário na tarefa de transferir para as mentes ocidentais o conhecimento progressivo das verdades intemporais, chamadas de Sabedoria Oculta. Apresenta-se vestido de branco e sua aparência lembra a figura ascética de um daqueles clássicos magos do Oriente, cuja fisionomia é serena, mas enérgica. Foi instrutor de mentalismo avançado do discípulo Atanagildo na Metrópole do Grande Coração, colônia espiritual situada no Astral, sobre o território brasileiro, mas com habitantes de marcada ascendência oriental. Foi também um dos mentores do médium Hercílio Maes nos trabalhos de diagnóstico radiestésico de cura de que participava. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
15
1. Ramatís e sua obra
8. O PENSAMENTO UNIVERSALISTA DE RAMATÍS Os propósitos de Ramatís com sua obra objetivam a aproximação crística entre os valores doutrinários de todos os espiritualistas de boa vontade. Considerando que o Cristo é um estado pleno de amor e de associação divina, radiosa fisionomia espiritual destituída de rugas sectárias, então é também princípio de nutrição cósmica para todas as almas, amor entre os seres e coesão entre os astros. Ramatís advoga que a verdade crística não pode ser segregada por ninguém; é um estado permanente de procura e de ansiedade espiritual, bem distante dos invólucros estandardizados das religiões tradicionais! Assim, qualquer sistema ou seita religiosa que se considere o melhor pesquisador da verdade é apenas mais um concorrente presunçoso entre os milhares de credos isolacionistas do mundo. Por isso, Ramatís não é entidade exclusivamente devotada aos princípios doutrinários do Espiritismo de Kardec, pois evita a exclusividade que exalta os caprichos e as teimosias sectaristas, e contraria o dinamismo da vida espiritual, apesar de reconhecê-lo como a doutrina evolutiva que melhor atende às necessidades espirituais da atual humanidade terrena, em seu conjunto geral. Nos dizeres de Ramatís: “Antes de irdes ao vosso centro, loja, oráculo, igreja, tempo, terreiro ou instituição iniciática, reconciliai-vos com os vossos inimigos; antes da prece recitada em público, lamuriosa e poética, dedicai-vos tão abnegadamente aos vossos irmãos necessitados, de modo tal que nem vos sobeje tempo para orardes. Não julgueis a embriagues do irmão sem lar e sem ânimo para viver, mas estendei-lhe as mãos fraternalmente; abandonai o vosso veículo caríssimo e luxuoso, até que o infeliz aleijado do vosso caminho tenha o seu carrinho de rodas. Reduzi a quantidade excessiva de ternos que possuís, para que possais vestir alguns maltrapilhos da vizinhança; diminuí o uísque e as compotas da vossa adega, para que sobre pão ao faminto e vitaminas para a criança anêmica; economizai no gasto da “boate”, para socorrerdes a infeliz lavadeira que precisa de descanso, a parturiente que pede fortificante ou o operário desvalido que não cobre com o seu salário as suas despesas mensais. Buscai a colocação para o desamparado e para a jovem doméstica que luta com dificuldades financeiras; providenciai medicamento para o doente deserdado e livro para o estudante pobre. Não temais a abóbada da igreja católica, as colunas do templo protestante, o esforço do esoterista, a reunião do teosofista, o experimento do umbandista, as lições da Yoga ou a cantoria dos salvacionistas. Concorrei à lista para os pobres de todas as religiões, sem exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforço do irmão que vos oferece a Bíblia em lugar do livro fescenino, e auxiliai a divulgação da revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinário adverso do vosso modo de entender, mas que coopera para a melhoria do homem. Aprendei que uma doutrina religiosa é sempre um “meio” e não um “fim”. Eis o motivo por que não nos preocupamos em considerar esta ou aquela doutrina, esta ou aquela religião ou filosofia, como sendo a mais valiosa entre as demais do vosso orbe, em cujo panorama seríamos, então, um “novo intruso” no jogo atribulado dos problemas humanos. O nosso desejo essencial, através destas mensagens, é o de invocarmos os princípios crísticos que devem reunir todos os filhos de Deus. Importa-nos resguardar a idéia-mater, principalmente as conceituações abençoadas do Evangelho de Jesus, muito antes da comprovação meticulosa de nossas advertências no “espaço” e no “tempo”. Não pretendemos aliciar adeptos nem criar fascínios para as nossas singelas comunicações, mas apenas despertar real interesse para os efetivos valores espirituais, sendo inútil, pois, nos situarem neste ou naquele sistema filosófico ou doutrinário, pois não temos em mira aprovar ou reprovar postulados. Identificado com um pugilo de trabalhadores do bem espiritual do vosso mundo, operamos através de um médium, afastado de qualquer outro motivo que não seja um serviço desinteressado. Não reclamamos distinções pessoais no conjunto laborioso dos servidores de Jesus, nem fazemos exigências proselitistas. Sem pretendermos que se extingam as instituições desse setor, devemos dizer que já é tempo de o ser humano viver mais os princípios do Cristo do que os sistemas dos homens. Daí nossa mensagem especial, que se destina aos seres de boa-vontade, avessos ao sectarismo e à exigüidade espiritual das afirmações intransigentes. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16
1. Ramatís e sua obra
Já tendes maior alcance de pensamento e de consciência, graças aos tenazes esforços da ciência, às meditações dos filósofos e à evolução social, para compreenderdes melhor a realidade cósmica da Criação. Chegastes à desenvoltura do vosso intelecto que, liberto da canga dos dogmas asfixiantes, exige, para o seu equilíbrio, um sentimento mais amplo do Amor, brilhante refulgência do Divino Jesus! “.
9. OBRAS DE RAMATÍS 9.1 OBRAS RECEBIDAS ATRAVÉS DE HERCÍLIO MAES: 9.1.1 A MISSÃO DO ESPIRITISMO Universalista, como a tônica original da doutrina espírita, esta obra de Ramatís examina sucessivamente os grandes movimentos religiosos – o Catolicismo, o Protestantismo, o Budismo, a Teosofia e a Umbanda, e as relações do Espiritismo com cada um deles, e ainda com o Evangelho, a Bíblia e a Psicanálise, e a sua posição ante a Homeopatia. Ramatís delineia a missão transcendental da doutrina espírita, que, ao invés de “mais uma doutrina”, sectária e exclusivista, foi prevista pelo Alto como elo de união fraterna entre crenças e religiões. Como síntese acessível ao homem contemporâneo das grandes verdades “ocultas” iniciáticas, possibilita ao espírito ocidental, neste século da transição planetária, efetuar a “iniciação à luz do dia”. Esta obra vem recordar a alta missão de solidariedade universal do Espiritismo, como um movimento libertador de consciências, destacando sempre o ideal de Fraternidade que o anima, e sua alta função de atender a todas as indagações do conhecimento humano. Ao mesmo tempo, como um estudo de religiões comparadas, traz valiosas informações sobre os conteúdos dessas diversas correntes, salientando-se as preciosas informações sobre a Umbanda e sua elevada missão, esquematizada pelo Alto para o Terceiro Milênio. Títulos dos capítulos: A Missão do Espiritismo; Espiritismo e Religião; O Espiritismo e o Evangelho; O Espiritismo e o Catolicismo; O Espiritismo e o Protestantismo; O Espiritismo e a Teosofia; O Espiritismo e o Budismo; O Espiritismo e a Psicanálise; O Espiritismo e a Umbanda; O Espiritismo e a Bíblia; O Espiritismo em face da Homeopatia
9.1.2 A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO “A Sobrevivência do Espírito”, obra de Ramatís e seu discípulo Atanagildo, aborda a fisiologia oculta do corpo astral, a vida nos planos suprafísicos, e os poderes da alma em liberdade na sua verdadeira pátria. Analisa os sistemas e órgãos do corpo astral, com seu metabolismo transcendental; as incríveis dimensões do sentido da vista, no Além, que já prenunciam a onisciência futura do ser; a volição, precursora da onipresença intrínseca à centelha divina; as forças mentais e suas criações, tão fascinantes como contos de fada, atestando a onipotência que vive na intimidade dos pequenos deuses que somos – como a encantadora descrição da magia colorida e terapêutica de espíritos angélicos sobre um chafariz de sua cidade astral. Trata da música e seus efeitos, dos arcanjos constelatórios ao homem encarnado. Atento repórter, Atanagildo desce a minúcias sobre a música que se cultiva nas esferas astrais superiores, como instrumentos, gêneros, compositores e executantes. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
17
1. Ramatís e sua obra
Na segunda parte, inclui-se o mais singular estudo sobre um instrumento vital para a humanidade do Terceiro Milênio: o Esperanto. Ramatís desvenda o planejamento oculto do Comando Planetário para a Missão Esperanto na Terra, a estrutura mantrânica dessa língua fraterna, composta pelos técnicos siderais, dotada de poderosa força esotérica para servir de elo entre os homens, e a missão de Zamenhoff e seus aspectos ocultos. Atanagildo acrescenta a descrição de uma Academia de Esperanto no Astral Superior. Títulos dos capítulos: A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO: Aspectos da mediunidade; O “sentido” da vista, no Além; Noções sobre o Perispírito e suas delicadas funções; Revitalização do Perispírito no Astral – processos empregados; A volição e o poder da vontade; As forças mentais e seus poderes; Um chafariz de alta função terapêutica; O Diabo e a sede de seu reinado; A música e seus efeitos; Uma academia de Esperanto e sua modelar organização. ESCLARECIMENTOS DE RAMATÍS: A missão do Esperanto na Terra; Os “mantrans” e a língua Esperanto; O espírito do Esperanto; O Esperanto e o Espiritismo; Sonhos e recordações do passado; O suicídio e suas conseqüências cármicas
9.1.3 A VIDA ALÉM DA SEPULTURA "A morte do corpo é simples mudança de apartamento para o espírito". Em "A Vida Além da Sepultura", obra inspirada por Ramatís, o fenômeno da morte, despido de toda a morbidez, é descrito com a naturalidade própria de uma "volta para casa". Para tanto, Ramatís convida, para descrever sua própria "viagem de retorno", o discípulo que adota o nome de Atanagildo — um filho da Grécia antiga, cuja última encarnação se deu no Brasil. Com a salutar irreverência do espírito grego, Atanagildo descreve sua própria travessia e chegada no Além, revestindo de particular humor os velhos mitos fúnebres da humanidade. Oferece uma ampla descrição da cidade do Astral Superior, onde reside, conhecida como o "Grande Coração", cujo cenário de beleza sideral justificaria o velho conceito de "céu" das crenças tradicionais. Em contraponto, oferece um "tour" pelas colônias astrais de costumes antiquados, e pelas cidades do Astral Inferior, incluindo as zonas dos charcos, o ineditismo de um capítulo sobre Aves e Animais do Astral Inferior, e outro que trata das Organizações do Mal. Uma verdadeira anatomia do processo do desencarne, detalhando as providências técnicas de desligamento do espírito do corpo denso, que se transforma, pela verve e humor de Atanagildo, em fascinante relato desvendando a face luminosa da suposta Ceifadora de vidas: "Quando logrei despertar no Além, tive a grata surpresa de ser apresentado a dois espíritos com uma irradiação de luz azulada a lhes fluir pelo tórax, formando um halo em torno das cabeças: eram os dois espíritos técnicos que me haviam ajudado a desligar-me do corpo físico. Quando tal acontecera, eu me achava diante da lendária "Morte", tão temida... Aquelas fisionomias iluminadas, afáveis e sorridentes, junto do meu leito, eram um formal desmentido à lenda da megera esquelética com a sinistra foice! Eles leram, então, o meu pensamento, com certo ar travesso; depois, fitaram-me e, sem que eu também pudesse me conter, rimos francamente; um riso farto e sonoro, que inundou o ambiente de vibrações alegres e festivas! Ríamos diante da farsa da "morte"... Na Segunda parte da obra, Ramatís trata diretamente de temas como a obsessão, a limitação de filhos, a relações cármicas entre pais e filhos, e os processos de parasitismo de desencarnados sobre os encarnados. Em quase cinqüenta anos de reedições sucessivas, esta obra de fascinante conteúdo e repleta de informações continua uma das mais procuradas dentre as obras de Ramatís, como um oportuno "guia de viagem" para a inevitável e — porque não? — feliz travessia para a Outra Margem da vida. Títulos dos capítulos: A VIDA ALÉM DA SEPULTURA: A caminho do Além; Primeiras impressões; A metrópole do Grande Coração; Noções preliminares sobre o Além; O templo da “Grande Coração”; Noções gerais sobre o panorama astral; O “sentido” da vista, no Além; Residências e edificações; Considerações sobre a .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
18
1. Ramatís e sua obra
desencarnação; Colônias do Astral – aspecto geral; Colônias astrais de costumes antiquados; Colônias do Astral – raças e regionalismos; Colônias do Astral – migrações; As relações entre vivos e mortos; A desencarnação e seus aspectos críticos; Influências do “velório” sobre o espírito; A eutanásia e as responsabilidades espirituais; Espíritos assistentes das desencarnações; Noções gerais sobre o Astral Inferior; Noções gerais sobre as cidades do Astral Inferior; Organizações do mal; Os “charcos” de fluidos nocivos do Astral Inferior; Aves e animais do Astral Inferior; ESCLARECIMENTOS DE RAMATÍS: A obsessão, suas causas e efeitos; A limitação de filhos e suas conseqüências cármicas; As relações cármicas entre pais e filhos; Como servimos de “repastos vivos” aos espíritos das Trevas.
9.1.4 A VIDA HUMANA E O ESPÍRITO IMORTAL O agrupamento doméstico é considerado no Espaço um curso vestibular para o evento da família universal! É uma espécie de triagem onde se classificam os cidadãos diplomados na fraternidade consangüínea; e que se mostram eletivos para aplicar no mundo profano os dons superiores adquiridos e desenvolvidos entre a parentela humana! O lar proporciona ao espírito encarnado as iniciativas do sentimento fraterno; incentiva-lhe a tolerância, paciência, humildade e a conformação, adestrando-o para depois enfrentar as adversidades do mundo! No mesmo lar, as almas reciprocamente hostilizadas em existências pregressas contemporizam-se de suas diferenças porque se vinculam à mesma linhagem consangüínea, em cujo ambiente doméstico e por força da sobrevivência física avançam para a compreensão espiritual definitiva. Os filhos são os hóspedes, nem sempre desejados, que por força dos conflitos pretéritos achegam-se para substituir o ódio pelo amor, a desforra pela indenização. O lar funciona como um curso de confraternização e ajuste de sentimentos em conflito no passado! Obviamente, isso não poderá ser conseguido em estabelecimentos educativos, colégios, conventos ou quaisquer outras instituições profanas, as quais não podem proporcionar os ensejos de reajuste e contemporização próprias da experiência espiritual sob a mesma vestimenta consangüínea. Quando os esposos compreendem o objetivo real das leis espirituais, que os orientam na comunhão fraterna quando encarnados, inclusive atinente à função do mecanismo sexual como técnica criadora e não simples função de prazer transitório, é evidente que eles então se libertam da apregoada necessidade biológica sexual incessante e consideram-se apenas como "procuradores divinos", investidos da missão de criar outros corpos no mundo material. Muito antes de cultivarem deliberadamente a sensação física no intercâmbio sexual, eles não desconhecem a sua função de "deusinhos", que sob a procuração divina atuam no cenário da vida humana a fim de proporcionar novos equipos carnais para outros companheiros elevarem-se conscientemente à angelitude. Na hora do enlace sexual físico, a esposa e o esposo são apenas dois "campos magnéticos" de pólos opostos e atrativos, cujas forças criadoras, que emanam do mundo animal instintivo, também se fundem às energias captadas dos planos angélicos e estimulantes da ascese espiritual humana. Essas energias sublimes irrigam o perispírito do homem e da mulher na hora sexual, pois se acasalam em misterioso esponsalício na zona e no plexo solar e abdominal, onde o chacra umbilical controla os automatismos genésicos criadores e desata o esquema do renascimento. Títulos dos capítulos: Problemas da infância; Problemas da família; Problemas da limitação de filhos; Problemas da alimentação; Problemas do trabalho; Problemas dos idiomas; Problemas dos Governos; Problemas do vício de beber; Problemas de Religião; Problemas futuros do Brasil 9.1.5 A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES Apenas dois sensitivos no Brasil, até hoje, receberam o aval da Espiritualidade Superior para transmitir mensagens sobre a verdadeira natureza da civilização marciana: Francisco Cândido Xavier e Hercílio Maes. São informações idênticas. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
19
1. Ramatís e sua obra
Tanto Ramatís quanto a mãe de Chico Xavier ("Cartas de uma Morta") e Irmão X ("Novas Mensagens") são portadores de notícias chocantes para o ceticismo dos terráqueos: uma avançada civilização, espiritual e materialmente considerada, não só habita o Planeta Marte, como nos conhece perfeitamente. E nos visita, há décadas, nos famosos "Discos Voadores" — hoje OVNIs. Ramatís vai além, nesta obra revolucionária: transporta o leitor para o quotidiano da civilização marciana, com suas cidades de fantástica beleza, a arquitetura e transportes, o encanto transcendental dos cenários desse mundo, com um avançado sistema de governo. Permite ao nosso curioso olhar penetrar o interior da vida em Marte, com seus usos e costumes, educação e lazer, esportes e estrutura social. Conduz-nos à intimidade dos lares marcianos, para descobrir como se vestem e alimentam, como se relacionam, como vivem, enfim; como são a medicina e as crenças, as flores e escolas, a ciência e as crianças, os "livros", filmes, a música. Descreve a energia motriz superavançada que movimenta a vida marciana, as naves espaciais e viagens interplanetárias. E garante: "Marte é um grau sideral à vossa vanguarda e é, também, a vossa futura realidade espiritual". Essa obra entreabre à consciência as realidades que aguardam a humanidade na comunidade dos mundos do universo. Títulos dos capítulos: Aspectos gerais marcianos; Aspectos humanos; Casamento; Família; Infância; Educação e escolas; Idioma, cultura e tradições; Religião; Medicina; Alimentação; Esportes e divertimentos; Música; Canto, dança e teatro; Pintura; As aves; As flores; Fruticultura; Trabalho; Indústria; Comércio; Edificações e residências; Energia motriz; Governo; Faculdades psíquicas; Reencarnação e desencarnação; Aeronaves, espaçonaves, discos voadores; Viagens interplanetárias; Astrosofia; Filosofia espiritual marciana.
9.1.6 MAGIA DE REDENÇÃO "Malgrado os protestos e censuras dos conservadores e descrentes, insistimos em advertir os terrícolas de que o "feitiço" existe, e só os espíritos completamente liberados de resgates cármicos são invulneráveis aos seus efeitos". (Ramatís) O Grande Arquiteto, de tempo em tempo, envia à Terra mensageiros ousados e fora de rotina, que expõem mensagens construtivas, mas prematuras, as quais, mais tarde, são consagradas pela opinião da maioria. Assim foram Krishna, Moisés, Buda, Confúcio, Fo-Hi, Jesus, Kardec e Ghandi, que arriscaram sua estabilidade no cenário terrícola, ousando perturbar os viandantes que trafegam tranqüilos pelas "estradas asfaltadas" dos credos e religiões certinhas em direção ao Paraíso. Ramatís poderia filiar-se à linha convencional das entidades que transmitem para a Terra assuntos já consagrados. Porém, ele deu preferência a abordar problemas controvertidos, desmontando as prateleiras arrumadinhas das mentes condicionadas a clichês tradicionais. É o próprio Ramatís que lembra: "O espírito do homem atua num campo de forças em perpétua ação vibratória, às quais obedecem à vontade potencializada dos que conhecem as suas leis." Ao processo de convocar forças do mundo oculto para irradiar energias maléficas às criaturas, seja pela palavra, pensamento ou objetos, a humanidade milenarmente apelidou de "feitiço". Curiosamente, a palavra, em si, desperta geralmente mais repugnância e prevenção que muitas das próprias práticas que engloba. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
20
1. Ramatís e sua obra
"Magia de Redenção" analisa objetivamente em que consiste a Magia, o significado do Ritual, os processos técnicos de enfeitiçamento verbal, mental, através de objetos e animais, da aura humana, a produção de enfermidades etc., e antecipa as conclusões da Medicina Ortomolecular sobre o envelhecimento humano e as enfermidades, ao tratar do enfeitiçamento através dor metais organogênicos. Mas a principal revelação de Ramatís, nesta obra, é sobre a natureza do verdadeiro combustível das guerras e processos obsessivos e de parasitismos sobre os seres encarnados. Títulos dos capítulos: Considerações sobre o feitiço; Enfeitiçamento verbal; Enfeitiçamento Mental; Enfeitiçamento através de objetos; Enfeitiçamento através do sapo; Enfeitiçamento através do boneco de cera; Enfeitiçamento através de metais organogênicos; Enfeitiçamento através da aura humana; O uso do cabelo na feitiçaria; O mau olhado; O uso de amuletos e talismãs; Benzimentos e simpatias; As defumações e as ervas de efeitos psíquicos; A importância dos ritos, cerimônias e conjuros; A influência das cores na feitiçaria; Os males do vampirismo; O feitiço ante os tempos modernos; O feitiço e o seu duplo efeito moral.
9.1.7 ELUCIDAÇÕES DO ALÉM Nesta obra, Ramatís simplifica temas transcendentais relativos à constituição oculta do homem.Os corpos astral e mental (perispírito), o duplo etérico e suas funções, a descrição e funcionamento dos chacras etéricos e astrais, assim como noções sobre o prâna, são tratados de forma didática, na característica forma de perguntas e respostas que o luminoso Mestre da Grécia antiga utiliza para transmitir o conhecimento. Faculdades psíquicas outrora comuns nas escolas iniciáticas – algumas hoje tidas como "faculdades mediúnicas" – são analisadas de forma clara e acessível: Radiestesia, a Psicometria, os fenômenos de efeitos físicos e de "voz direta". Também é esclarecido o mecanismo que produz os chamados "lugares assombrados". Em capítulo especial, Mestre Ramatís desvenda o processo reeducativo que se verifica, em casos de retardo mental severo, no psiquismo enfermo dos espíritos fazedores de guerra do passado. Outro capítulo peculiar descreve a missão social e espiritual do Brasil na liderança da Nova Era, analisando os componentes do psiquismo do povo brasileiro que o credenciam para essa condição. Títulos dos capítulos: O Brasil e a sua missão social e espiritual sob a égide do Espiritismo; O espiritismo e o caráter da sua assistência material e espiritual; O sacerdócio ou apostolado crístico e o ambiente do mundo profano; As almas enfermas dos responsáveis pelas guerras; Os trabalhos mediúnicos e a amplitude do intercâmbio espiritual; Aspectos singulares das sessões mediúnicas; A responsabilidade e os riscos da mediunidade; Considerações sobre as sessões mediúnicas no lar; Recursos enérgicos dos guias, junto aos encarnados; Elucidações sobre o perispírito; Elucidações sobre a prece; Relato e análise da psicometria; Relato e análise da radiestesia; Os trabalhos de fenômenos físicos; O fenômeno da “voz direta”; A música nos trabalhos mediúnicos de efeitos físicos; Os fenômenos de efeitos físicos no caso das assombrações; Algumas noções sobre o Prâna; O duplo etérico e suas funções; Os chacras; É possível a morte do espírito?
9.1.8 MEDIUNIDADE DE CURA O chamado Mundo Oculto sempre atuou na cura das enfermidades humanas, sob as mais diversas formas. Assim se verifica nos relatos bíblicos, no xamanismo dos povos antigos, na tradição oculta e na mediunidade contemporâneos, aqui descritos por Ramatís. Nesta obra, que trata especificamente da terapêutica por via mediúnica, a profundidade do conhecimento iniciático de Mestre Ramatís, aliada a sua peculiar objetividade, desvendam com clareza os mecanismos de atuação curadora no duplo etérico do homem e na fisiologia dos chacras. Descreve a técnica utilizada pelas equipes espirituais nos receituários mediúnicos, a razão dos equívocos possíveis, e o charlatanismo que eventualmente ocorre nesse processo. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
21
1. Ramatís e sua obra
Também descreve a metodologia das cirurgias espirituais, a tarefa do médium receitista e suas dificuldades, os passes mediúnicos e o receituário homeopático e de água fluidificada. Desvenda a técnica dos “benzimentos” e “simpatias”, e elucida com precisão inédita como atua na cura dos quadros dermatológicos. Aponta os efeitos da eutanásia e da distanásia - a “morte difícil”, ou prolongamento artificial da vida, que impede o homem contemporâneo de morrer em paz! É leitura indispensável para quantos se interessam pelos processos da chamada cura espiritual, pela extensão e profundidade de análise dos mecanismos ocultos da mediunidade curadora. Títulos dos capítulos: A antiguidade do fenômeno mediúnico e sua comprovação bíblica; Algumas observações sobre os médiuns; Novos aspectos da saúde e das enfermidades; A assistência terapêutica dos espíritos e a medicina oficial da Terra; Aspectos do receituário mediúnico alopata; Os passes mediúnicos e o receituário de água fluidificada; Por que nem todos se curam pelo receituário mediúnico; Os Os impedimentos que prejudicam os efeitos das medicações espíritas; A tarefa dos médiuns receitistas e os equívocos das consultas; Considerações sobre os pedidos de receitas apócrifas; Os médiuns de cura e os curandeiros; O receituário mediúnico dos “pretos velhos”, índios e caboclos; A terapêutica exótica dos benzimentos, exorcismos e simpatias; As receitas mediúnicas remuneradas; Ponderações a respeito do médium enfermo; A psicotécnica espírita nas operações cirúrgicas; A assistência mediúnica aos moribundos; A luz dos fatos dissipará as trevas da dúvida e da ignorância.
9.1.9 FISIOLOGIA DA ALMA Nesta obra, Ramatís desvenda o mecanismo oculto que desencadeia, a partir dos corpos sutis do ser humano, as enfermidades do corpo físico. A origem e causa das moléstias, detida pelo conhecimento iniciático milenar, é transposta em linguagem clara e acessível, que abre extraordinários horizontes de compreensão do binômio saúde – enfermidade. A etiologia, raízes cármicas, tratamento e cura do câncer são analisados desde sua verdadeira origem no “mundo oculto” das causas e em suas relações com a extinta Atlântida. Analisando a Homeopatia, Ramatís elucida o verdadeiro processo de atuação das doses infinitesimais, a amplitude de sua atuação nos corpos sutis e na raiz dos processos patológicos, suas infinitas possibilidades terapêuticas ainda não inteiramente exploradas, e as condições requeridas para o êxito integral do tratamento homeopático. O capítulo “A Alimentação Carnívora e o Vegetarianismo” já se tornou um clássico sobre o tema. Acabou por desencadear uma nova visão e postura comportamental em milhares de pessoas, que assim se preparam para credenciar-se à cidadania terráquea do 3º Milênio. A atuação do álcool e do fumo, como agentes patogênicos nos corpos energéticos e físicos, é analisada por Ramatís sob a ótica do mundo oculto, além das conseqüências que se seguem à morte física, e o processo simbiótico dos “canecos vivos”. Capítulos específicos sobre as patologias de retardo mental grave, o carma, a influência do psiquismo nas moléstias digestivas e outros, completam essa obra fascinante para médicos e leigos, que transpõe em linguagem ocidental simples e acessível os conhecimentos de medicina transcendental próprios da tradição iniciática e dos terapeutas orientais. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
22
1. Ramatís e sua obra Títulos dos capítulos:
A alimentação carnívora e o vegetarianismo; O vício de fumar e suas conseqüências futuras; O vício do álcool e suas conseqüências; A saúde e a enfermidade; A evolução da Homeopatia; A terapêutica homeopática; O tipo do enfermo e o efeito medicamentoso; A Homeopatia e a Alopatia; As dinamizações homeopáticas; A Homeopatia, a fé e a sugestão; A Homeopatia – precauções e regime dietético; A medicina e o Espiritismo; Considerações gerais sobre o Carma; Os casos teratológicos de idiotismo e imbecilidade; A ação dos guias espirituais e o Carma; O sectarismo religioso e o Carma; A importância da dor na evolução espiritual; As moléstias do corpo e a Medicina; A influência do psiquismo nas moléstias digestivas; Considerações sobre a origem do câncer; Aspectos do câncer e sua manifestação cármica; Considerações sobre as pesquisas e profilaxia do câncer; Motivos da recidiva do câncer; Considerações sobre a cirurgia e radioterapia no câncer; A terapêutica dos passes e a cooperação do enfermo; Motivos do recrudescimento do câncer e sua cura.
9.1.10 MEDIUNISMO O mediunismo, tão antigo quanto a humanidade, em seus múltiplos aspectos e sutilezas, é abordado por Ramatís nesta obra com toda a riqueza e profundidade de um Mestre de Sabedoria. Todo o amplo espectro dos fenômenos mediúnicos, dos efeitos físicos à mais sutil intuição telepática, passando por temas nunca ou raramente tratados da complexa fenomenologia da mediunidade, são elucidados com a peculiar objetividade de Mestre Ramatís. Longe de trilhas a senda das instruções já conhecidas sobre o tema, ele desbrava exatamente os territórios inusitados e controversos, dúbios ou intrigantes, dessa matéria que fascina o ser humano desde os primórdios de sua existência planetária.
Título dos capítulos: No campo da mediunidade; Algumas palavras do médium; Preâmbulo; Considerações sobre o “Livro dos Médiuns”; A mediunidade e o Consolador Prometido; Todas as criaturas são médiuns?; A prova da obsessão; Os trabalhadores ativos no serviço mediúnico; O médium de “mesa” e o de “terreiro”; Considerações sobre a mediunidade natural e a de prova; As dificuldades nas comunicações mediúnicas com o Alto; A extensão e profundidade das comunicações mediúnicas; O médium anímico-mediúnico e o intuitivo; Uma observação individual; A mediunidade mecânica; A mediunidade intuitiva e a de incorporação; Mediunidade sonambúlica; Trabalhos de tiptologia; As comunicações perversivas pela tiptologia; Considerações sobre a vidência; Vidência ideoplástica; Algumas observações sobre o animismo; O aproveitamento anímico nas comunicações mediúnicas; A influência anímica na abertura dos trabalhos mediúnicos; A sugestão e a imaginação nas comunicações anímicas; O espírita e o bom humor; A telepatia e as comunicações mediúnicas; O problema da mistificação; As comunicações dos espíritos sobre tesouros enterrados; Considerações sobre a castidade por parte dos médiuns; Aspectos psicológicos das encarnações de apóstolos e líderes do cristianismo; A função dos guias e as obrigações dos médiuns; O peditório aos amigos do espaço; As influências obsessivas sobre os médiuns e suas conseqüências; Considerações sobre o desenvolvimento mediúnico.
8.1.11 MENSAGENS DO ASTRAL Em que consiste realmente, e o que se oculta por trás dos eventos rotulados de “juízo final”, já em curso no planeta? Qual o propósito da atuação do “astro intruso” e da verticalização do eixo terrestre, previstos para demarcar a Era de Aquário? E a “seleção planetária”, realmente já está se processando? Quem deverá continuar reencarnando no Planeta Terra, dentro da humanidade mais fraterna do terceiro milênio, e quem precisará repetir o curso elementar em escolas planetárias primitivas? Como se processa o fenômeno da profecia, e qual o verdadeiro simbolismo das imagens do Apocalipse? .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
23
1. Ramatís e sua obra
Somente um Mestre de Sabedoria como Ramatís poderia esclarecer questões como essas, desvendando o planejamento sideral oculto por trás do rótulo do “juízo final”, detalhando o processo, e descrevendo a Terra transformada, física e espiritualmente, após a transição. Temas iniciáticos como Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criação, As Influências Astrológicas e O signo de Peixes, a distinção entre a Descida Angélica e a Queda Angélica dos exilados de outros orbes, completam o atrativo desta obra vanguardista.
Título dos capítulos: Os tempos são chegados; O juízo final; As influências astrológicas; O signo de Pisces; O valor da profecia; O simbolismo do apocalipse; A besta apocalíptica; O número 666 na profecia apocalíptica; A queda Angélica e a ação satânica; O astro intruso e a sua influência sobre a Terra; Os que emigrarão para um planeta inferior; A verticalização do eixo da Terra; A higienização da Terra, suas futuras riquezas e novas condições de vida; Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criação; O terceiro milênio e a nova humanidade.
8.1.12 SEMEANDO E COLHENDO "Quando encarnados, custamos a entender a função retificadora do sofrimento como processo de aperfeiçoamento espiritual. Em verdade, somos como diamantes brutos que, por meio da lapidação, iremos nos transformar em "brilhantes" a irradiar Luz. Por isso, se o homem encarnado soubesse da importância das vicissitudes e dos sofrimentos, embora muitas vezes sob o guante de adversários de vidas pretéritas, formaria fila defronte da oficina do purgatório terreno, aguardando impaciente a vez de atenderem-lhe os necessários consertos espirituais." Esta verdade e outros belos ensinamentos compõem o enredo de "Semeando e Colhendo", sabiamente transmitido do Espaço por Atanagildo, co-autor de Ramatís em outras obras espíritas de igual valor. "Semeando e Colhendo" apresenta dezesseis contos reencarnacionistas de suprema beleza, dentre os quais o conto "O Polvo" premiou o médium Hercílio Maes com o primeiro lugar num concurso literário nacional. "Semeando e Colhendo" é literatura espírita que deve estar sempre ao alcance daqueles que desejam aprender com as lições verídicas da Lei de Causa e Efeito relatadas pela Espiritualidade e atingir um estado de equilíbrio mental que possa proporcionar-lhes uma trajetória segura no plano material. Títulos dos capítulos: O Quebra Ossos; Não se levanta!; O Ergástulo de Carne; A Mina; Os Romeiros; Assim estava escrito; Inquisição Moderna; O Cantor; A Serraria; Um mau negócio; Frustração; Adestramento Materno; Hei de ser rico; A Vida contra a vida; Expurgo Psíquico; Anjos Rebeldes.
9.1.13 O SUBLIME PEREGRINO Há séculos os homens desperdiçam seu tempo na indagação de minúcias em torno dos acontecimentos da vida de Jesus. No entanto, descuram-se de considerar e praticar os seus admiráveis ensinamentos de redenção moral e espiritual. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
24
1. Ramatís e sua obra
Embora fosse um anjo exilado do Céu, o Mestre nazareno viveu junto dos terrícolas, lutando na vida humana com as mesmas armas, sem privilégios especiais e sem recorrer a interferência extraterrena para eximir-se das angústias e dores inerentes à sua tarefa messiânica. Nesta obra, Ramatís procura transmitir aos leitores uma idéia mais nítida e certa da realidade do Espírito angélico de Jesus, recorrendo a informações contidas nos "registros etéricos" e a indagações feitas a alguns dos próprios discípulos do Mestre em serviço no Espaço. Longe de ser uma biografia romanceada, Ramatís esclarece a todos sobre diversos conhecimentos da vida oculta, preparando-nos para as revelações futuras, com referência à contextura do espírito imortal.
Título dos capítulos: Considerações sobre a divindade e existência de Jesus; Jesus e sua descida à Terra; A descida Angélica e a queda Angélica; Considerações sobre o Grande Plano e o Calendário Sideral; Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário; A identidade sideral de Jesus; A natureza do corpo de Jesus; Maria e sua missão na Terra; Maria e o período gestativo de Jesus; Maria e o nascimento de Jesus; Maria e os aspectos do seu lar; Jesus e sua infância; Considerações sobre Jesus e a família humana; Jesus e seus aspectos humanos; O aspecto bíblico do povo eleito para a vinda do Messias; A influência benéfica do povo Galileu na obra de Jesus; Por que Jesus teria de nascer na Judéia?; Aspectos da Judéia, Galiléia e Nazaré no tempo de Jesus; Jesus e Maria de Magdala; José, o carpinteiro e seu filho Jesus; Jesus e os seus precursores; As pregações e parábolas de Jesus; Jesus, seus milagres e sues feitos; Jesus e os relatos dos quatro evangelhos; Jesus e a Boa Nova do Reino de Deus; Jesus e os essênios; Os últimos dias da vinda de Jesus; Jesus e sua entrada triunfal em Jerusalém; A prisão e o julgamento de Jesus; Jesus e Pôncio Pilatos; O drama do Calvário
9.1.14 O EVANGELHO À LUZ DO COSMO Se na beleza irretocável dos ensinos e parábolas de Jesus nada pode ser acrescido ou alterado, contudo, hoje pode ser feita a leitura mais esotérica deles, e percebido o seu sentido interno e oculto, que durante séculos permaneceu velado à consciência comum da humanidade. É o objetivo da presente obra de Ramatís, que desvenda a dimensão secreta e cósmica das histórias singelas do Mestre Nazareno. A evolução mental do terrícola, atualmente, já permite desvelar essa realidade mais profunda do Evangelho, que é a de se constituir uma síntese das leis cósmicas, ou a "miniatura do metabolismo do próprio Criador". Nesta obra de cunho iniciático, mas na linguagem cristalina e acessível característica de Ramatís, o leitor encontrará, além da interpretação mais profunda e esotérica dos preceitos evangélicos, um estudo fascinante dos temas "Deus" e "Evolução", tratados com a profundidade e clareza. Títulos dos capítulos: Deus; Evolução; O Evangelho e a Lei do Cosmo; O Código Moral do Evangelho; A Ciência e a Fé do Evangelho; Jesus e as suas parábolas; O Semeador; “Ninguém vai ao Pai senão por mim”; “Meu reino não é deste mundo”; “Não se pode servir a Deus e a Mamon”; “Cada um será julgado segundo as suas obras”; “Com o juízo que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós”; “Sede Prefeitos”; “Ninguém poderá ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”; A Túnica Nupcial; O trigo e o joio .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
25
1. Ramatís e sua obra
9.1.15 SOB A LUZ DO ESPIRITISMO Como ficam os dilemas da vida quotidiana, à luz dos valores milenares da Sabedoria Espiritual, que a doutrina espírita se propôs divulgar no ocidente? Como serão vistos o aborto, a prostituição, o homossexualismo, a eutanásia, o sexo, o suicídio, a dor humana — temas que perpassam como fios de intenso colorido a trama do tecido social — sob a avaliação da Lei Cósmica? Distante do convencionalismo humano, mas falando dentro do coração humano a linguagem cheia de compaixão e lucidez dos Mestres da Sabedoria, Ramatís coloca esses temas na perspectiva em que são vistos pela Espiritualidade Superior, não pela restrita ótica social humana. No capítulo "A Mente", esse Mestre que há milênios se dedica a promover a unidade do conhecimento oriental e ocidental, oferece uma síntese admirável do conhecimento esotérico sobre as forças mentais, a ação da mente sobre a fisiologia humana, a estruturação multimilenar da Mente Instintiva e sua atuação no inconsciente humano. Obra cativante pela clareza com que verte em linguagem ocidental, profundos conhecimentos da Sabedoria Milenar, traz ao leitor elementos para repensar problemas de máxima atualidade, oxigenados pelo sopro renovador da espiritualidade cósmica. Títulos dos capítulos: A dor humana; Os fenômenos físicos; Exorcismo; Suicídio; Eutanásia; Aborto; A mente; Sexo; Homossexualismo; Prostituição; “Buscai e achareis”.
9.2 OBRAS RECEBIDAS ATRAVÉS DE AMÉRICA PAOLIELLO MARQUES: 9.2.1 JESUS E A JERUSALÉM RENOVADA Um novo encontro com o luminar mestre Ramatís, que nos revela, no desenrolar da obra, de maneira simples, sem o simbolismo rebuscado, tão em moda atualmente, mas norteado somente pelo espírito aberto e claro do mestre Jesus, palavras “da última hora”. Conforto e esperança na futura Terra, renovada e feliz. E, sobretudo, de confiança em nós mesmos, em nossas potencialidades e em nossa Essência Divina. São momentos memoráveis em que nos sentimos em contato íntimo e fraterno com um ser “liberado” que, numa prova de profunda humildade, vem até nós procurando esclarecer, reconfortar, dando-nos não somente normas de preceitos morais, mas rotas de renovação interior, sem as barreiras do separativismo religioso, político ou social. São lições profundas, que farão eco naqueles espíritos já libertos dos antolhos do sectarismo. espíritos fraternos, ansiosos pela união dos seres, no amálgama das raças, e que se guiam unicamente pelo Amor Crístico. Os capítulos iniciais são a chave que nos abrirá as portas dos esclarecimentos seguintes. Colocam-nos frente a frente com a realidade subjetiva dos ensinamentos do Mestre, sua aplicabilidade à nossa realidade espiritual, à nossa verdade. Quem verdadeiramente são os seus discípulos? Onde estão os trabalhadores da “última hora”? Refulge em suas linhas a essência da mensagem do Cristo, sem as deturpações religiosas que se lhe impuseram no decorrer dos séculos. Chega-nos como um convite, não a que sigamos esta ou aquela corrente, mas à reestruturação íntima e profunda, a níveis “subterrâneos”. Como seguir o Mestre buscando acender em nós a verdadeira Luz do Amor Cósmico? .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
26
1. Ramatís e sua obra
Tudo isso é analisado de maneira tão clara e cristalina que nossas mentes, acostumadas a intrincados “desvarios” intelectuais, se maravilham. No decorrer da obra, são abordados os mais variados temas atuais e vibrantes, todos dentro de um contexto real de nosso tempo. O Amor, a Virtude, a Compaixão, a Fé, o Trabalho são enfocados à Luz do Conhecimento Cósmico, sob um novo prisma, afinados com o Espírito da Nova Era do mentalismo, sem as distorções criadas pelo interesse de atrair adeptos para essa ou aquela facção religiosa. Tais assuntos são minuciosamente vistos como que através de uma lupa, onde se percebe, de maneira profunda e insofismável, a trama real da verdade. Sentimos, à proporção que nos aprofundamos em sua leitura, surgir um Novo Conhecimento vazado pelos fragmentos de todos os antigos e preciosos ensinamentos através dos tempos. São os princípios filosóficos, herméticos e orientais que foram trazidos e que se completam, não só na análise subjetiva do Homem, como também aclarando o caminho que o levará à sua “definitiva morada”. Cremos, por isso, não nos enganar quando afirmamos que este livro servirá ainda a muitas gerações futuras, ás gerações da Jerusalém Renovada. Títulos dos capítulos: Quem é o Pastor?; Como segui-Lo?; Quem são as ovelhas?; Trabalho e renovação; O amor; A virtude; A fé; A compaixão; O homem adormecido; O trabalho e a recuperação; O círculo que se fecha; Histórias de outras eras; Contrastes; Novos Apóstolos; Servos e Senhores; Ciência e Espiritualidade; Servos infiéis; Profecias; Os enviados.
9.2.2 MENSAGENS DO GRANDE CORAÇÃO A Metrópole do Grande Coração, cidade do Astral Superior localizada sobre o território brasileiro, abriga entidades com elevado nível de mentalismo e sintonia universalista, de origem oriental, mas hoje filiados ao movimento espiritualista do Ocidente. Na presente obra, se propõem traduzir conhecimentos dos templos iniciáticos do passado para as mentes ocidentais. Sob a orientação de Mestre Ramatís e de Akenathon — faraó que foi o primeiro monoteísta da História — diversos espíritos "orientais" e "ocidentais", como Irmão X, Sesóstri — o faraó, Ariel, André Luis, Dracus — servo de Maria, Rama-Schain e Rubataiana — instrutores hindus, e outros, desenvolvem estudos esotéricos variados. O Logus Universal, a Mônada, o Carma, os Espíritos da Natureza, a Intuição Mediúnica e muitos mais, acompanham abordagens inéditas de temas seculares, tais como O Sexo como Instrumento de Purificação e Engrandecimento da Alma, de Ramatís, Cristianismo e Rosacrucianismo, de Akenaton. Também traz os tocantes depoimentos sobre o Mestre Jesus, de João, o Discípulo Amado, e sobre a doce Maria de Nazaré, do ex-legionário romano na Palestina, Dracus. Parte da obra aborda o fascinante progresso da Recordação do Passado ou Regressão, com instruções e abordagens específicas sobre Emigrantes Espirituais, Encarnações-Chave, o Sentimento de culpa entre outros. A obra Mensagens do Grande Coração, que há décadas desperta a simpatia de estudantes espiritualistas de vários matizes, retorna oferecendo uma rara associação da sabedoria de Mestres Orientais com a clareza do espírito Ocidental. Títulos dos capítulos de autoria de Ramatís: Do Oriente ao Ocidente; O amor às esferas superiores e a necessidade de trabalho; O sexo como instrumento de purificação e engrandecimento da alma; Vitória; Unificação das correntes espiritualistas do Oriente e do Ocidente; União das correntes religiosas; O Logos Universal; A mônada; O carma; Os elementais ou espíritos da natureza; Mediunidade; Dúvidas no trabalho mediúnico; Atitude defensiva cristã – afirmações; A orientação da mente e o progresso espiritual; Renovação; As três zonas da consciência; Cromoterapia. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
27
1. Ramatís e sua obra 9.2.3 BRASIL, TERRA DE PROMISSÃO
Esta obra trata da missão espiritual do Brasil diante da Transição Planetária, ou dos “Tempos que são Chegados”.Em outras obras, Ramatís chamou a atenção para os desafios espirituais e materiais que estão reservados para a nação brasileira no terceiro milênio. O livro está organizado em quatro partes, onde Ramatís aprofunda a análise espiritual da preparação psicológica do povo brasileiro, da fase de realização e consolidação da liderança da nação brasileira, das conseqüências para a humanidade e dos testemunhos valiosos. São descritas as características gerais que permitirão ao povo brasileiro vencer as lutas de sua experiência do futuro, como um conjunto de circunstâncias cuidadosamente planejadas pela Direção Espiritual do Planeta, dentro dos quais serão enquadrados os espíritos preparados para valoriza-las. Segundo Ramatís, os valores da humildade constituem a base do planejamento traçado por Ismael, entidade responsável diretamente pela orientação espiritual da “Pátria do Evangelho, Coração do Mundo”. O desgaste do conceito vigente de felicidade e as provações coletivas tendem a se intensificar em todo o planeta. O bom uso do livre arbítrio poderá atenuar, mas não poderá mais sustar um processo que já está em andamento, visando à higienização planetária, onde “serão bemaventurados os misericordiosos e pacíficos”. E a índole fraterna do povo brasileiro representa uma semente que terá seu desenvolvimento acelerado face à necessidade de prestação de socorro em escala mundial, para dar testemunho do verdadeiro sentido do amor – o Amor Universal. Título dos capítulos: PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA – Origens étnicas; Desenvolvimento histórico; Características coletivas; Composição espiritual; Lutas de formação; Amálgama espiritual; REALIZAÇÃO – Herança espiritual; Liderança; Consolidação; Obstáculos; Realização; Harmonia; CONSEQÜÊNCIAS PARA A HUMANIDADE – Virtude e cristianização; Abertura dos canais espirituais; Tradição e fraternidade; Paraíso terrestre; Trampolim espiritual; Desligamento gradativo; CONCLUSÃO – Testemunhos valiosos; Mensagem de esperança; Exortação.
9.2.4 EVANGELHO, PSICOLOGIA E IOGA Obra inspirada por Ramatís e outros guias espirituais, constitui-se de um conjunto de 28 estudos, organizados em sete ciclos de quatro, numa ordem, ritmo e seqüência profundamente significativos, e que serve de roteiro seguro para os que buscam abrir os canais interiores para o contato com a sua Essência Divina. Essas lições representam a fusão de ensinamentos do Mentalismo Oriental e do Evangelho de Jesus, apoiando-se em orientações básicas do Espiritismo, ditadas a Allan Kardec pelos Orientadores Espirituais da Humanidade, visando também lançar luz sobre as modernas teorias da Psicologia. Segundo Ramatís, “pesquisar” a alma humana em dimensões do que poderia ser classificado de “Psicologia Abissal” é conhecer os atalhos através dos quais o homem desembocou na angústia dos tempos modernos, e não temer descer às regiões escuras do passado reencarnatório para, em seguida, impulsiona-la à grandiosa síntese do Ser Imortal. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
28
1. Ramatís e sua obra
São abismos inferiores e superiores, nos quais o homem de hoje precisará aprender a arrojar-se, tal como a ciência material desce ao fundo dos oceanos, repositórios das reservas acumuladas pela Terra, e lançar-se igualmente à aventura que o conduzirá ao futuro intercâmbio interplanetário. Títulos dos capítulos de autoria de Ramatís: Magnetismo e Mediunidade; Maturidade espiritual; A conquista do Superconsciente; O pensamento criador e o Espiritismo; A mulher e o terceiro milênio Títulos das mensagens de Ramatís: “Venho concitar-vos”; Roteiro para alcançar a vitória espiritual no esforço mediúnico; Intuição pura; Esclarecimentos; Plasmando os moldes mentais do futuro; Reformulação; Autenticidade; Confiança; O pêndulo do progresso; Maleabilidade; Mensagem de Ramatís; Psicologia e Evangelho; A missão do Espiritismo.
9.3 OBRAS DE MARIA MARGARIDA LIGUORI ATRIBUÍDAS A RAMATÍS 9.3.1 O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA O mundo no momento sofre, e o homem procura um lenitivo. Portanto, este trabalho é destinado exclusivamente aos que sofrem aprisionados na encarnação, àqueles aos quais não é dada a oportunidade maior de esclarecimentos; é destinado aos que lutam, procurando uma compreensão. Todo o trabalho é destinado a você, meu querido filho, que é humilde e ama. na seqüência em que estamos projetando nossa explanação tem sido nosso objetivo maior o de servir ao homem, alertando-o para as coisas mais simples de seu viver. De que valeria falar de estrelas enquanto o homem não conhece suas reações, por que falar do Sol se o homem igualmente não conhece sua luz interior que tem maior potência? As oportunidades da vida são apresentadas a todos, mas só alguns conseguem conquistá-las e, assim aproveitando, encontram sua própria evolução. Os momentos decisivos são inúmeros. Títulos dos capítulos: Amar para voltar glorioso; Torne sua volta mais amena; O homem será forçado a modificações; O preço da liberdade; O homem é o microcosmo; Homem, sinta seu coração!; O homem da nova era; Família – o grande poder do exemplo; O homem é igual aos demais seres; Quando o homem será liberto?; Vigie sua porta de entrada, seu coração; Você é responsável por sua família; ...E mais cedo o homem despertará!; É importante o conhecimento dos próprios sentimentos; Solidários no amor à mãe natureza; Os efeitos dos pensamentos dos homens; Experiências genéticas – caminho muito perigoso; Somos todos irmãos; O homem e seu meio ambiente; O homem é o exemplo; Volta, ó homem, a seu estado natural; Entrando na grande fase da Terra; Urge despertar a solidariedade humana; Todos deverão estar em seus caminhos; É preciso descobrir sua fonte; É tão fácil o ser feliz!; Há um sem número de escolhas; O poderoso poder de dar; Com dignidade e clareza encontrará o caminho; Ser feliz e fazer outros felizes; o alicerce de sua encarnação; Pelo caminho dos sentimentos nobres; Cumpra o ato de amar a própria vida; Homem e mulher: seres que se completam; Dualidade de sentimentos; É preciso ser humilde no recebimento; O homem ainda poderá se reencontrar; As verdadeiras posições do homem; Oportunidades lhe são dadas!; Sua contribuição é importante; Quando não há mais nada a descobrir; A escolha pertence ao homem; Homem, faça sua reciclagem!; Homem, cuide de sua morada!; Homem, equilibre seus sentimentos!; É preciso buscar seus motivos na vida espiritual; Doação de órgãos; Por que sua presença se faz necessária? Reflita!; A atenção solidária onde está?; O porquê da insegurança e intranqüilidade; Manutenção do corpo humano; Não importa o tempo; A vida é feita de trocas; Formação familiar – sua importância; Descubra o tesouro de seu coração; A vida dependerá da vida do homem, hoje; Sua fonte está jorrando auxílios, desperte!; Mulher – árvore da vida; Siga a clareza de sua mente espiritual; Quando as portas de abrirem; Você é a presença de Deus no plano terra; Os tempos são chegados, e o homem despertará; Surge uma nova era; Quando a consciência despertar; O mesmo caminho percorrem muitos irmãos; Mistérios da encarnação; No transpor do milênio; É hora de descobrir... e trabalhar!; O momento atual é de muita atenção; Procure seu caminho .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
29
1. Ramatís e sua obra
de volta; A natureza é vida, e vida é oportunidade de evolução; É preciso vigiar sempre a mente física; Não deixe passar a oportunidade; O homem é o principal forjador; É preciso ter livre arbítrio; O fim não existe, a transformação sim!; O motivo maior é a harmonia; Preste atenção à linguagem dos sentimentos!; O presente é a reprodução do passado; Se faz, tem que receber – é a lei!; O tempo é o agora, reflitam!; Terra, homem, natureza, todos estarão em modificações; Tudo é sempre igual ao trabalho feito; O sentimento do perdão; O ser humano é a fonte viva de auxílios mútuos; A voz do coração traz a mensagem da alma; Quem é mais inteligente, o homem ou o animal?; A vigilância é o ponto principal; O estado natural do homem é sua paz; Que seja o futuro um grande exemplo; Tudo volta ao ponto de partida; Muitos atalhos o farão despertar; O viver do homem é uma oportunidade sem par; seria preciso que todos se amassem mais; Tempos de paz que envolvem a humanidade; Procura compreender hoje sua origem.
9.3.2 O HOMEM E O PLANETA TERRA Os que presenciam os acontecimentos que assolam o plano Terra, serão testemunhas de sua própria destruição, serão os mesmos que em outras ocasiões prestarão socorro a outros povos, de outros planos, a se erguerem do caos, pois suas próprias mãos é que estão exterminando a natureza que os acolheu. É preciso refletir! Nas acomodações deste plano, em sua parte mais íntima, ligada aos reinos da natureza, estão se passando grandes transformações. Assim também acontece no plano da Terra; seus abalos estão se fazendo sentir na superfície, mas em suas camadas profundas estão se processando as alterações. Nesta ocasião em que a Terra se modifica em sua estrutura física, está dando, também, oportunidade a que sejam mudadas suas reações e ações no plano mais sutil, na parte cósmica que envolve o planeta, ou sejam, as modificações em seu plano oculto, pois todo corpo tem sua contrapartida no oculto. Vamos chamar a parte oculta do plano como sua alma. A Terra, portanto, está sofrendo os abalos que refletem em seu íntimo e que transformam os acontecimentos do plano em sua estrutura física. Estão ocorrendo no momento grandes transformações, tanto em seu clima, como em sua própria natureza. O homem está interferindo em tudo que está a seu alcance, tanto assim que as modificações atmosféricas, tais como a poluição, estão dando uma outra investida a seus habitantes. Estamos vendo que o homem é seu próprio algoz, e não há mais esperanças de sua ambição terminar; todos estão num só princípio e numa só atuação de destruição. Portanto, é hora de reflexão! O homem deve refletir em sua atuação, pois chega ao fim de um milênio e não sabe ao certo sua própria direção. Que todos possam encaminhar suas ações para um bem comum, e não perder a rota, a direção que é o verdadeiro caminho da LUZ, da PAZ, do AMOR. * É PRECISO ACERTAR SEU CAMINHO, NÃO SE PERDER PELOS ATALHOS, POIS HÁ UM CENTRO A SUA ESPERA. REFLITA!
Títulos dos capítulos: Despertar radioso; Todos juntos serão um; Há um Centro e sua espera; Que é viver a vida?; É preciso a vontade consciente; O homem é o alicerce do bem; Cuide para achar o seu caminho; Homem – essência divina; O homem descobre seu destino?; É preciso cumprir o programa!; Cuide de seu alvorecer!; Mantenha sua esperança!; É preciso cuidar da semente; Como são os sentimentos?; CorpoEspírito: intercâmbio de solidariedade; É chegada a hora!; É preciso querer ver!; É preciso refletir na caridade!; Construindo o futuro; A visa tem história; Motivos e objetivos; Um – força ... muitos – resistência; Cérebro humano – fonte concentrada; Tudo está ao alcance do homem; O despertar do homem; Espírito itinerante; Bloqueio de sentimentos; Caridade – sublime perfume do amor; O que você recebe não é em vão; Ressonância de paz; Amor – fonte de vida eterna; Seu trabalho começa agora; Faça sua parte; è preciso acordar!; Homem: ainda é tempo de retroceder!; Caridade – força máxima; Cuida de seu renascimento!; Cuidado com sua participação!; Quando o homem silenciar; Seu passado está presente .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
30
1. Ramatís e sua obra
agora!; A escolha do caminho; A hora presente é a grande ilusão; Abra seu coração!; O valor da fé; Plano e homem – amigos inseparáveis; Ser digno e ser objetivo; O destino do homem; É sempre tempo da procura e do achado; A vida é um dom divino; É preciso enxergar a si mesmo; É preciso ser atento e estar atento; O caminho está à frente de todos; A humanidade está em guerra; É preciso respeitar a vida; A conquista de seu próprio Eu; Homem – principal motivo do plano; O homem está se levantando; A recompensa de viver; è preciso estar e ser!; O valor da descoberta; O homem do século XXI; A responsabilidade dos pais; Se o homem é um anjo; Sua oportunidade é esta; Você é um ponto de força; Características principais do homem; O homem é feliz e não sabe; A descoberta mais importante; Esteja em guarda, sempre; Tempo – grande aliado; O homem é sentimento; Venda nos olhos; A importância das ondas sonoras; Seja um ponto positivo; Todos caminham seus caminhos; Equilíbrio de emoções; Pensamento – alimento também do corpo físico; Acorde seus sentimentos; Viva e deixe que vivam; É preciso fazer sua parte; O homem vive e não vive; Na sofrer por fazer outros sofrerem; Seria tão bom viver!; O infinito está nele mesmo; Toda evolução se faz em grupo; Homem – é preciso cooperar!; Tudo é fim como foi princípio; O espírito programa sua volta; O homem é predestinado; A Nova Era de esclarecimentos; O retorno a seu dono; O homem e sua alma; Caridade – o dom maior.
9.3.3 JORNADA DE LUZ Nem todos sentirão a tranqüilidade do dever cumprido, mas todos terão sua oportunidade de evolução. As tendências dos homens estão nitidamente ligadas a seu foro íntimo. Todos sentimos o que fazemos, mesmo nas vezes em que fazemos irrefletidamente; os sentimentos, embora desequilibrados, estão presentes. Os pensamentos são como os ventos; fazem oscilar as folhas, mexem com os cabelos, mas os sentimentos colocam em perigo a personalidade do homem, e, muitas vezes, toda sua estrutura. No momento exato, o que tem que acontecer, acontece, mas, nesse momento exato, se o homem colocasse em evidência seus sentimentos básicos, nada de tão grave poderia acontecer. Portanto, "fuja das ocasiões que Eu o guardarei". Essas palavras estão escritas com letras bem claras no coração do homem por sua própria consciência; são palavras sagradas. Mas o homem, preocupado com sua hora presente, esquece-se de seu equilíbrio interior, deixando para trás seu viver. No momento atual, muitos espíritos estão atuando no mundo espiritual; são falanges inteiras que se lançam no plano, atuando sobre os homens; são espíritos querendo revanche. E se assim não fora, existe uma leva perigosa deles atuando sobre a mente dos homens, transmitindo toda a sorte de influências tais, fazendo com que o homem se desequilibre e cometa grandes atos, cheios de vingança, muitas vezes, sem motivo aparente. A avalanche de correntes de destruição está investindo sobre o plano, desequilibrando-o e é por isso que o momento atual é perigoso, é tenebroso, envolto em densa penumbra. Dando seqüência a série de mensagens de alerta iniciadas em obras anteriores, Ramatís aponta, neste novo livro, a direção correta da conduta humana, da qual desviou-se o indivíduo. Ciente da urgência em conscientiza-lo da necessidade de transformação moral, através da reforma íntima, o autor espiritual desta obra, esclarece o leitor sobre os caminhos para alcançar esse objetivo e as conseqüências de seus desvios.
Títulos dos capítulos: Solidariedade: elo de sustentação do planeta Terra; É preciso compreender e aproveitar a oportunidade; Modificações ocorrem no planeta Terra e no homem; Ouça o seu coração; Homem e Universo pertencem a uma só Fonte; O poder mágico do amor; O poder da lágrima; A evolução é um plano; Século XXI, novas descobertas; Núcleo familiar, esteio da sociedade; Procure o motivo; O silêncio; Os tempos podem mudar, os sentimentos fraternos nunca; Contemple a própria Alma!; É preciso o .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
31
1. Ramatís e sua obra
cultivo dos sentimentos; O homem tem poderes, mas é mendigo por insensatez; Família: poderio maior do ser humano; Não há impulso maior sem fé; Família: centro de equilíbrio da sociedade; Irmãos solidários: fortalezas que se juntam; O organismo humano reproduz o Sistema Planetário; O homem é produto impresso de seu ser; Sem amor não existirá floração; O caminho está dentro do homem; A nenhum é dado além de suas forças; Cuide de seu caráter; Alerta é o ser em constante vigília; Sentimentos; grande sentinela de guarda do homem; Despertem para a vida; O poder do sentimento e da verdade; A grandeza de um momento de encarnação; O dia de seu despertar está reservado. Decida!; Esteja atento à rede de comunicação de seu corpo; A vida pode se multiplicar; Nada há de se interpor quando se está a serviço do Pai; A vida evolutiva na fé; A vida é em equilíbrio; O poder do desejo controlado faz do homem um ser equilibrado; O homem é seus momentos; O homem é uno com sua essência; Seus sentimentos revelados; O caráter individual faz a ascensão do espírito; A harmonia é o ponto da felicidade do corpo – espírito; O homem é uma fonte; O homem é sua guarda; O sofrimento dará oportunidade de evolução; As ocasiões estão provando o despertar do homem para sua evolução; Todos são iguais perante a Lei de Evolução; A harmonia da encarnação está na compreensão; A verdade é um dos alicerces da evolução; A orquestra da natureza em harmonia; As necessidades de uma encarnação; O corpo físico bem dirigido encontra a harmonia; A união física de irmãos dá segurança na caminhada; A encarnação na direção exata da evolução; A humildade é um alicerce da evolução; A vida só é plena de vida se for pautada pelo amor; Não deixe que seu ego inferior o destrua; A encarnação redentora e a atenção plena; Sua evolução dependerá de seu amor; A evolução não poderá ser adiada, terá que ser feita; Estando juntos, tudo será mais fácil; No momento atual, seu coração é sua defesa; O caminho é percorrido a dois; A vontade é força divina que une encarnados; A vida estará presente sempre; A harmonia do grupo faz a subida do espírito; A fonte vigida dá proteção e mata a sede; A reflexão e o conhecimento trazem segurança ao caminho; A força motriz que une os encarnados está em sua criação; O homem é uma célula, faz parte de um sistema; A união dá a sustentação de uma evolução; A sede do equilíbrio está na família; O momento é de escolha acertada; A transformação do Plano Terra; As funções físicas dão sustentação ao desempenho no Plano Terra; A harmonia será implantada, todos se beneficiarão; Homens, astros, Planos em harmonia; A presença da Força Divina no viver do homem; É preciso estar alerta!; O homem, trabalhando em conjunto, consegue a paz; As sentinelas de uma encarnação: a atenção e o propósito; Você pode contribuir, sua parte é indispensável; Unidos, sentirão a vida passar como um prêmio e não como um castigo.
9.3.4 EM BUSCA DA LUZ INTERIOR Os males sociais estão provando que não existe mais oportunidade de intercâmbio entre as pessoas. Cada um cuida de si, como que não tendo alguém para repartir suas alegrias, suas dores. Os desencontros entre os homens constituem uma tendência predominante na sociedade moderna. Assim, os tempos atuais têm sido de provas para a transformação de seu caráter. Quem sabe, com toda essa situação, ele não se erguerá do caos em que se precipitou? Consciente de seus deveres, o homem tem negligenciado e alijado seus sentimentos mais nobres. Porém, com tudo que tem passado, sua transformação gradativa ocorrerá e ele irá se recompor, buscando novos rumos. Tanto assim que, embora enfraquecido seu núcleo familiar, tem procurado manter-se entre seus irmãos. Temos certeza de que este sentimento apenas está adormecido em seu centro, e logo despertará após ter purgado seus próprios desatinos. Neste belo livro, Ramatís traz novas mensagens esclarecedoras, buscando conduzir a consciência humana ao seu real objetivo, que é a convivência fraterna entre os seus semelhantes - primeiro passo para entender o mecanismo do Criador. Você faz parte integrante da verdade da vida, da verdade de estar aqui à disposição das forças que regem a existência do espírito encarnado. Faça sua parte que é seu dever, e estará cumprindo a Lei. Nada é mais forte do que o amor entre os irmãos. Todos deveriam se olhar com os olhos do coração para sentir a união com Deus. Há uma necessidade urgente de todos se alimentarem do pão que mata a fome da alma, que é a fé e a caridade. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
32
1. Ramatís e sua obra
Nem sempre os que chegam primeiro sabem por onde vieram; são apenas impulsionados pelo hábito. Se você tem um desafeto, trate-o com compreensão. Mais tarde ele poderá ser seu amigo e companheiro de grandes aventuras no plano das encarnações.
Títulos dos capítulos: A força propulsora está no coração do homem; Nada se perderá, a oportunidade está presente; O caminho a percorrer é igual para todos; O homem destrói seu paraíso; A participação atuante do homem em seu meio; A vida depende do respeito humano; Sua atuação é importante na hora presente; O respeito é fundamental à harmonia; O jovem ensina ao velho que o caminho é seguro; O homem é a união corpo e espírito que voltará ao ponto de partida; O poder de construção e o poder de destruição caminham juntos; A união será a alavanca para o engrandecimento do ser humano; Se você vai só, terá dificuldades; A força do entendimento entre irmãos; Agora á seu tempo, não deixe para mais tarde; A fé no coração do homem; Aparências são artifícios da mente; Seu momento é seu, aproveite-o!; A destruição será feita pelas mãos do homem; As necessidades do ser humano; O esforço de cada um faz parte de um todo; O homem faz aquilo que recebe; A vida é a guardiã do plano; Quem respeita, recebe; O homem estará presente quando despertar; A meditação dá harmonia e paz; O homem não é solitário; O amor pelo amor, o sofrer pelo sofrer; É preciso despertar; O tempo de permanência está à prova; Está na vontade a força que o elevará; O fumo, inimigo do corpo são; É preciso compreender sua atuação; A verdadeira direção do homem está em seus sentimentos; Há necessidades de mudanças na atitude dos homens; As investidas dos elementos sobre o próprio homem; A direção certa está nos atos dirigidos com discernimento; Pelo despojamento o homem será feliz; O homem, forjador de seus males; O homem à procura de sua essência; O remédio da alma; A libertação se dará pelos sentimentos; As conquistas da posse; A transformação do homem no cadinho do fogo; O caminho das descobertas; O homem e seu conjunto caminharão; É hora de despertar; O alcance é fácil, a permanência importante; A evolução do planeta Terra depende de todos; Os iguais se atraem; O destino do homem é ele quem faz; O homem e suas ocasiões de progresso; A união dos que trabalham trará alegria de aqui estarem; A atenção é a grande proteção; Atenção, a vida é sempre um despertar!; É hora de refletir; A hora é de trabalho; O dever cumprido na preservação da vida; Todos por um só objetivo; O anel de luz formado pelos sentimentos dos homens; Sua atuação será nefasta se não compreender sua posição; É tempo de reconstruir; O tesouro escondido; A hora da distribuição; O remédio da alma; A vida precisa ser cuidada; A mãe, porto seguro do filho; O estar e o ser; A modificação está presente; O dar e o receber fazem milagres; O momento preciso atuando; É hora de mudar; O despertar para a consciência; A alegria de viver atuando na saúde; Homens e astros sofrerão; O alcance depende de cada um; O itinerário do homem; Causando juntos a destruição; As necessidades do momento; As riquezas do homem; Ainda é tempo de modificação; A recuperação do homem depende dele mesmo.
9.3.5 MOMENTO DE REFLEXÃO - 3 volumes Após a publicação deste livro, em mensagem à médium que o recebeu, referindo-se ao assunto, ramatís escreve: “Quando nos referimos ao trabalho que começamos com nossa filha, era nossa intenção atingirmos essa faixa de leitores que não tiveram a oportunidade de conhecimento profundo da espiritualidade, e esse objetivo está sendo alcançado. Necessitamos da boa acolhida dos leitores, em cujas mãos caem esses escritos; eles serão libertados quando for despertado seu coração. O momento é de agradecimento, pois o alvo está sendo atingida. É preciso notar o poder da simplicidade, até no transmitir. De que valem ensinamentos que na sejam direcionados ao homem? É fácil atingi-lo quando são simples em seu intento. O médium varia em sua linguagem conforme o seu conhecimento; portanto, caminhe, minha filha, no seu caminho sem nunca discordar do caminho em que caminha o outro; todos se dirigem para um mesmo fim. Esse trabalho que estamos transmitindo, pela minha filha, está sendo absorvido plenamente por muitos que nunca foram tocados antes, e temos certeza de que o nosso desejo é este. Creiam no poder da palavra e sejam envolvidos na Luz, na Paz, no Amor”. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
33
1. Ramatís e sua obra Títulos dos capítulos:
VOLUME I – A certeza do caminho a percorrer; Não há deserdados; Que a mão do homem se detenha; Quando os astros se alinharem; É preciso urgente alerta de todos; Na hora da vida este a hora da morte; Se todos se voltassem para um só ponto; Abra a porta da expiação; Quando as forças se encontram; É preciso deixar que vivam os outros; Quer alcançar as estrelas; Entrando em silêncio interior; As faculdades foram adormecidas; O homem aprenderá pelo seu próprio esforço; A morte dos sentimentos negativos; Encarar as aparências enganosas; O homem é uno com sua essência?; Transforme o meio, é mais sensato; Círculo da harmonia e da paz!; É preciso acordar e sentir!; A força da fé; Precaução e obediência; Agora é a hora do amanhã; A natureza dá o exemplo; Unamo-nos para a grande vitória; Pela interiorização dos sentimentos; É feliz quem distribui felicidade; Dar uma direção exata ao homem; Passando a limpo sua vida; Há uma longa caminhada; Todo médium tem de viver em grupo; É preciso acordar para a vida do espírito; Por que não cada qual em seu lugar?; Amor: sentimento-alicerce da humanidade; Faça seu irmão aprender a amar; O objetivo do espírito; Nas estrelas está seu destino; Iluminação interior; É preciso estar de olhos abertos;Está na hora do crescente; O tempo se escoa; Faça a aliança da fraternidade; Última estância de uma evolução; E o homem se erguerá; Bendito aquele que deseja com o coração; O adiantamento espiritual está dentro e não fora; É preciso ter coração-alma-razão; Os atalhos são muitos; Acorde enquanto é tempo; A amplitude dos sentimentos; As duas faces de um acontecimento; Se todos afinarem seus instrumentos; O espírito quer liberdade e evolução; Façamos nossa parte; Contágio espiritual; A foram básica para a evolução; Aprumem-se na escalada de sua realidade; Quando esta harmonia se faz sentir; A concentração espontânea; É pela mocidade que tudo caminha; Dar orientação e direção ao seu coração; Cosmo – fonte de toda a energia; O achado de um coração; Seu motivo de ascensão; A energia atômica; As experiências genéticas; Estado de graça; De onde veio, para onde vai; O ressurgimento do próprio homem; Que seja agora o despertar!; O amor é a fala universal dos sentimentos; É preciso escolher e caminhar; O estar consigo mesmo; Os momentos do homem estão incertos; A glória do homem está nele mesmo; O homem está fadado á evolução; E o homem renascerá das próprias cinzas; A vida á um desejo de fé; Ajude seu irmão em sua busca; É preciso erguer o pensamento; Cada um em seu mundo; Que cada um procure o equilíbrio; No conhecimento exato do seu caminhar; Semeou ventos, colheu tempestades; Estar sempre onde há necessidade de estar; A natureza é a mãe acolhedora da humanidade; Um grande centro de força e poder; É hora de trabalho intenso; É preciso unirem-se pais e filhos; Levantem-se para andar; ...E o homem se fez humano; Para alcance de seu definitivo lugar; Tempos de intemperança e descrença do homem; Estarão cumprindo seu caminho?; Nos astros está o domínio dos homens; Surgirá o homem do futuro; O grande selecionador de sentimentos; O que for do mundo aqui ficará; É preciso raciocinar mais com o coração; O homem não poderá ficar de joelhos; Não deixem suplantar o mal.
VOLUME II – De que valeria falar de estrelas?; Supervisionar o seu proceder; Quem poderá mudar o rumo de uma salvação?; Se você è parte de um todo...; É hora de refletir, de meditar, de escolher; Direção certa do caminho escolhido; Sublimes deveres do espírito; A grande oportunidade se aproxima; Amar o próprio amor; Volta ao seu estado primitivo; Encontrar uma saída!; E você sabe perdoar?; Apenas ouvir a voz interior; Antenas vivas; Pobre é aquele que não conhece; A mãe é o depositário do espírito; Assim como vieram, assim voltarão; O todo é um e o um é o todo; A saída é uma só, as entradas são várias; Homens trôpegos pelo mundo estéril!; Astros e homens caminham juntos; O homem é produto daquilo que faz; Procure a vida!; A perseverança do caminhante; Nada é em separado; Correntes magnéticas; A fonte de fora e a de dentro; A força das mãos; Todos pertencem ao mesmo foco; Sentinela maior do ser constituído; O poder da prece; O brilho do farol!; Hábito da interiorização; A posse; Quando se reparte, aumenta; O momento é este; Amor – sublime aliado; O sofrimento maior; A intensidade da fé; O coração de quem serve; Conhecimento da verdade; Na magia dos achados e perdidos; Todos clamam a Deus; Cabedal maior; Saber dar com o coração; O homem é dono do seu destino; Será perdoado quem perdoar; O bem e o mal; Na procura do seu caminho; É dever do homem estar alerta!; O plano Terra terá também coração?; O homem tem tudo e não terá nada; A finalidade é cumprida; Na hora precisa, o momento exato; è tão sublime encontrar!; Sentinela máxima do seu viver; O homem é um estranho na própria vida; Alerta, oh! homem; Se todos ouvissem o seu coração; O momento é também de ação; Um pouco de atenção do homem; A luz da aurora é para todos!; É preciso amar e saber por que se ama; Sendo ciência é também amor; Vida é amor distribuído; Pontos básicos de uma sociedade; Coração – fonte de afeto e amparo; O mal está entre os homens; ...Quando se é humilde na súplica; A sociedade moderna perdeu sua direção; Perguntas sem respostas; Na reconstrução deste cenário; Você é responsável por sua fonte; Se o homem se aliasse à Natureza; Caráter espiritual; Como se poderá estar em silêncio?; Por que o homem tem que sofrer?; A estrela brilha; Que é viver o presente?; Os sedentos são muitos; O homem estará glorioso?; O homem adquire os seus próprios hábitos; Atenção plena a seu momento de vida. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
34
1. Ramatís e sua obra
VOLUME III – Grandes alicerces; Controle das atitudes; Crescimento do espírito; O corpo dos sentimentos; Conceitos de conduta; Fantasias; É preciso a mente limpa; Influências espirituais; Harmonia corpo – espírito; Celeiro maior; Canal de comunicação; Muitas saídas; Nada fica impune; O cultivo dos sentimentos; Cuidados espirituais; Sem sair do lugar; Do átomo ao infinito; Lugares do encarnado; A evolução da matéria; Lei do perdão; Hábitos – sua direção; Caridade e ser caridoso; O viver é servir; Caminho feito; Alcance de um objetivo; Lembrança para o futuro; Sabedoria; Trabalho a dois; Liberdade encarnacional; Ouça sua voz interior!; Elo de ligação; O homem do amanhã; Brada por socorro; O homem emite ondas; O amor é vida; É preciso saber receber; Harmonia – estado permanente; O fluxo e o refluxo; Tudo conforme a ação; Condutor mágico Ame e será amado; É preciso observar!; Sensores apurados; Aparições; Seu motivo principal; Estar desperto; O sentido da expiação; Acerte seu passo; É preciso fazer a luz; Você conhece seu próximo; A transformação do homem; Interpretar sentimentos; Sob o domínio dos sentimentos; Cuidado com sua mente; Manifestações físicas; Tempos chegados; Para que haja perfeita sintonia; Escolherá sempre sua senda; Fontes de força; A caridade dos sentimentos; Provas e expiações – reflexo de vida; Passos incertos; Manifestações; Resistência; Equivalência; Quando surgir a estrela; A esperança é amiga do homem; Mãos limpas; Antes que a estrela se apague; Circunstâncias; Transformação do planeta Terra; Vida – renovação constante; Ouvir o clarim da alvorada; Dar sempre o melhor; É hora do despertar; Alma – coração do encarnado; Você é uma parte do todo.
9.4 OBRAS DE NORBERTO PEIXOTO ATRIBUÍDAS A RAMATÍS 9.4.1 SAMADHI Ramatís traz, nesta obra, um novo espectro de conhecimentos para ampliar nossa penetração no infinito universo dos fenômenos "ocultos". Na tônica universalista que o caracteriza, Ramatís empenha-se agora em elucidar realidades pouco compreendidas que se conhecem como orixás, sete linhas vibratórias, oferendas, magia na natureza, elementais, agentes mágicos, e outros. Situa essas realidades no contexto iniciático, correlacionando-as com a regência vibratória dos astros e os Grandes Princípios Cósmicos que representam. Umbanda e Apometria são analisadas com a peculiar objetividade e profundeza do pensamento desse antigo mestre atlante. Lembrando que "a maior parte dos grandes progressos tecnológicos e científicos verificados na História ocorreu por influência de culturas extraterrestres", aponta a intervenção genética dessas culturas na formação de raças terrestres; e analisa os processos de clonagem humana. Uma preciosa contribuição para umbandistas e espiritualistas estudiosos é a participação da entidade extraterrestre que adota a personalidade de Vovó Maria Conga. Com a mesma limpidez de estilo de Ramatís, ela esclarece algumas das mais controvertidas facetas desse culto de raízes milenares - a Umbanda. Esta obra é parte do grande livro esquecido da Sabedoria Cósmica, que a humanidade começa a redescobrir para compor o Conhecimento Integral da Nova Era. Títulos dos capítulos: Resposta a um ateu; Experimentação na matéria densa; Vida e clonagem; Criação e cosmogênese; Consciência cósmica; Plano divino de evolução; Fé científica; Congraçamento mediúnico; Umbanda e Apometria; Magia Aumbandhã; Oferendas e magismo da natureza; Orixás, corpos e chacras; Regência vibracional dos astros; Irmãos de fé; Sobre mediunidade de cura; Sete vibrações e manifestações mediúnicas; Breve elucidário umbandista (pelo espírito Vovó Maria Conga); Vivência crística e universalidade; Aversão a outros credos, religiões e raças.
9.4.2 EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL Periodicamente, a humanidade deste planeta azul recebe, de seus Altos Dirigentes, novos e mais avançados recursos didáticos para promover o adiantamento consciencial dos matriculados nesta escola de almas. A obra "Evolução no Planeta Azul" trata de dois desses avançados recursos: Umbanda e Apometria. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
35
1. Ramatís e sua obra
Ramatís, o conhecido Mestre de Sabedoria, mostra a interação que se processa nos planos invisíveis, enlaçando ambas no atendimento espiritual à humanidade. A Umbanda, já apontada por ele como a futura grande religião de massas do Terceiro Milênio, é estudada em seus aspectos menos superficiais, desvendando o significado esotérico, que se insere na milenar Sabedoria Oculta, de seu conteúdo e suas práticas. Vovó Maria Conga, sábia entidade extraterrestre que assim se apresenta na Umbanda, responde junto com Ramatís a questões sobre os temas mais controvertidos do universo umbandista, de forma clara e didática. Iniciantes e estudiosos irão enriquecer sua compreensão sobre inúmeras facetas mal compreendidas desse culto que retoma as bases da Sabedoria Sagrada mais antiga da humanidade. A Apometria, técnica ancestral de larga disseminação na atualidade, é analisada de forma fascinante, enfocando sob ângulos inéditos a sua técnica, com estudo de casos de variados transtornos anímicos e obsessivos, relatando a atuação complexa das falanges invisíveis que dão cobertura aos trabalhos apométricos, junto às organizações trevosas do Astral Inferior. Desvendando novos horizontes para a humanidade do Planeta Azul, esses caminhos da Nova Era se oferecem nesta obra com profundidade, mas transparentes e acessíveis a qualquer leitor, pela peculiar objetividade com que Ramatís já cativou milhares de aprendizes da Sabedoria. Títulos dos capítulos: APOMETRIA: “NOVOS” CONHECIMENTOS: Consciência holística; Unidade cósmica; Técnica apométrica; Fenômenos nos grupos de Apometria; Aparelhos parasitas e magia negra; MIRONGA DE PRETA(O) VELHA(O): Caridade socorrista; Umbanda à luz do Cosmo; Magia das ervas e plantas astrais; Orixás – vibrações cósmicas; Mecânica de incorporação; Agentes mágicos (exus) e seus arcanos; BREVIÁRIO: Mediunismo nos grupos de Umbanda e Apometria; MEDIUNISMO NOS GRUPOS DE UMBANDA E APOMETRIA NA CASA DO JARDIM: Histórico e objetivos do grupo; Relatos de casos.
9.4.3 CHAMA CRÍSTICA Ramatís é porta-voz dos conhecimentos milenares da chamada Sabedoria Secreta, que os Dirigentes Planetários desejam devolver gradualmente à consciência da humanidade, num grande projeto que envolve todas as correntes espiritualistas. Em “Chama Crística”, ele estabelece a conexão dessa Sabedoria Oculta com suas fontes originais: a Lei Maior Divina – Aumbandhã ou Conhecimento Integral - trazida de outros mundos siderais, e presente no planeta desde as mais antigas raças. Revela particularidades desses exilados de outras constelações e sua trajetória no planeta, após a chegada na Atlântida. Para tanto, revive sua condição de antigo Mestre Atlante, mostrando as técnicas sutis com que essa Magia Divina dos Templos da Luz continua a operar no Plano Astral, no resgate dos sofredores e líderes das trevas. Dos arcanos dessa Ciência Secreta, nos transmite noções de Física Cósmica, chacras siderais e buracos negros, campos dimensionais e eixo planetário. Detalha a magia do magnetismo curador, dos enxertos ectoplásmicos, da fitoterapia astral, dos Quatro Elementos, e da antiga medicina Ayurvédica da Índia. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
36
1. Ramatís e sua obra
Entre múltiplos ensinamentos e revelações, ele sublinha o Universalismo, base da nova consciência planetária: “A espiritualidade é universalista, crística, não existindo do lado de cá sectarismos, seitas ou religiões, dogmas ou ritualismos exclusivistas”. Esta nova obra de Ramatís inicia uma nova espiral de revelações para a Era de Aquário. Títulos dos capítulos: Consciência em expansão; Sentimento e influenciação; Repercussão vibratória; Aptidão psíquica imanente; Princípio espiritual; Educandário da Alma; Impermanência do Ser; Instrumentos da fé; Divina Chama da Verdade; Sete inverdades dogmáticas; Lei das correspondências vibracionais; Física cósmica universal; Magia do magnetismo curador; Fitoterapia astral, cura milenar; Quatro elementos e mediunidade; Eu crístico; Eixo planetário e campos dimensionais; Espiritualidade universalista; Posfácio de Ramatís; Unidade.
9.4.4 JARDIM DOS ORIXÁS Os instrumentos utilizados pelos magos negros das Sombras para buscar o domínio das mentes encarnadas são variados e complexos. Nesta obra, Ramatís prossegue na tarefa de transcender as fronteiras do já-sabido para iluminar ângulos menos compreendidos do cenário oculto do planeta, esclarecendo com peculiar objetividade alguns desses processos indesejáveis. A manipulação dos Artificiais e o seqüestro de corpos etéricos, a utilização do ectoplasma dos "vivos" e a manutenção dos "centros de vampirização energética", dissimulados nos redutos de prazer astralinos, a hipnose coletiva quotidiana das multidões imantadas às regiões umbralinas durante o sono, são desvendados com clareza. Vários recursos utilizados pela Umbanda e pela Apometria na libertação e na cura são analisados aqui em profundidade. As experiências extracorpóreas, os desdobramentos grupais, a experiência mística, as capacidades psíquicas, entre outros. A atuação das falanges de Umbanda e a sua estrutura mágica são ilustradas pelo trabalho de entidades que incursionam com o médium no Invisível. Ramatís não deixa dúvidas quanto à natureza real dos veículos do homem, e a verdadeira dimensão em que a Apometria atua sobre eles, restabelecendo as verdades simples da Sabedoria Milenar, ensinada desde o alvorecer da raça humana pelos Instrutores Planetários. Títulos dos capítulos: INSTRUMENTOS DE MAGIA: Historia de Tertuliano; Os artificiais, condensadores energéticos na magia negra; Estímulos magnéticos transcranianos no atendimento apométrico; Pagamento pelo benefício dos Espíritos e o fracasso dos médiuns; Relato de caso I; A EXPANSÃO DAS CAPACIDADES PSÍQUICAS E AS EXPERIÊNCIAS EXTRACORPÓREAS: Aspectos psíquicos da experiência mística; Sexo na exploração do plano extrafísico; Correntes astrais coletivas de pensamentos parasitas; Desdobramentos grupais na apometria; Assédios psíquicos entre encarnados fora do corpo físico; Relato de caso 2; DEMAIS RELATOS DE CASOS: Relatos de casos 3, 4 e 5; Anexo - A sabedoria milenar dos corpos espirituais
9.4.5 A MISSÃO DA UMBANDA Embora surgida no Brasil em 1908, com a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas pelo médium Zélio de Moraes, a umbanda é “mais antiga nos planos rarefeitos que o próprio planeta Terra”. Para desvelar sua essência e seus verdadeiros fundamentos, Ramatís retorna à literatura espiritualista e delimita o perfil doutrinário e ritualista desta religião eminentemente brasileira fundamentada no Evangelho do Cristo, que em nada se parece com as práticas mágicas populares e os cultos de origem africana. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
37
1. Ramatís e sua obra
O que são verdadeiramente os orixás e exus, o que representam os assentamentos vibratórios, o surgimento da tela etérica e sua relação com o mediunismo, as correspondências vibratórias entre os planos do Universo, os corpos sutis, os chacras e os orixás; as escolas orientais e a gênese desta religião de raízes cósmicas, os sincretismos e as influências indígena, negra e branca, são elucidados com a objetividade que lhe é peculiar. E mais: a realidade oculta atrás dos sacrifícios de animais, prática que nada tem a ver com a ritualística da verdadeira umbanda, assim como os populares “despachos” nas esquinas urbanas, são definitivamente esclarecidos. Esta obra é, portanto, um relevante marco na trajetória do movimento umbandista, e sem dúvida uma importante referência para todos os umbandistas sérios e espiritualistas estudiosos.
Títulos dos capítulos: Nascimento da Umbanda e centenário do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Projeto Divina Luz na Terra. Parte 1: Formação da consciência umbandista e práticas mágicas populares. 1. Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas. 2. A dualidade do sincretismo na crendice popular: orixás santificados, exus demonizados. 3. Despachos e “iniciações” com sacrifícios nos ritos, e cultos sincréticos distorcidos. 4. Preconceitos racistas contra os espíritos. 5. Magia e dialética científica. Parte 2: Uma perspectiva esotérica da Umbanda. 1. Origem cósmica e universal da Umbanda. 2. Mediunismo e surgimento da tela búdica. 3. Escolas filosóficas orientais e gênese umbandista. 4. Correspondências vibracionais das sete dimensões do Universo com os raios cósmicos ou orixás, os corpos sutis e os chacras. Parte 3: Psicologia de preto velho. 1. Breve história de Vovó Benta. 2. Era “gira de preto velho” no terreiro. 3. O milagre da mediunidade. 4. Por que isso foi acontecer justamente comigo? 5. A voz do silêncio. 6. Discriminação. 7. A bênção de Pai Benedito. 8. A lição de Pai Tomé. 9. A bengala de Pai Antônio. Parte 4: Refletindo sobre a Umbanda.
9.4.6 VOZES DE ARUANDA De Aruanda – estância do Astral Superior de onde se focalizam os elevados mentores do movimento umbandista no planeta – Ramatís e Babajiananda, dois mestres orientais de milenar afinidade, trazem novo aprofundamento à temática Umbanda e Apometria, iniciada com as obras Evolução no Planeta Azul e Jardim dos Orixás. Babajiananda relata as vivências com seu guru ancestral, que o mundo conhece como um dos mais sublimes iniciados do planeta. Esclarece a natureza e a diferença das iniciações da Grande Fraternidade Branca e aquelas dos médiuns da Umbanda – assunto tão pouco conhecido como freqüentemente distorcido. Temas de crucial interesse, não só para umbandistas e apômetras como para todos os estudiosos da espiritualidade, são dissecados com a peculiar objetividade de Ramatís. A vida mental, formas de pensamento, a força mental e magnética, mecanismos da magia, magnetização de objetos, rituais, mecanismos de atendimento à distância, entre outros. Com seu característico empenho em desvendar novos territórios além do já sabido, aprofunda conhecimentos sobre o eu superior e inferior e os veículos do homem, desfaz equívocos sobre a dinâmica dos trabalhos apométricos, particulariza a natureza, contextura e atuação dos sete corpos, e define realidades concernentes aos espíritos da natureza e sua participação nas lides apométricas e umbandistas. Os estudos de caso incluídos na obra são fascinante roteiro de estudo prático dos fenômenos e patologias peculiares ao universo da Apometria. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
38
1. Ramatís e sua obra
Títulos dos capítulos: O que é Aruanda; Liberdade com responsabilidade. Parte 1: 1. A grande iniciação (pelo espírito Babajiananda). 2. O mentalismo e a mediunidade. 3. Relato de caso I. 4. Pontos de fixação mental na Umbanda. 5. Atos ritualísticos na dinâmica apométrica. 6. Relato de caso 2. 7. Relato de caso 3. Parte 2: 1. Viciação mental-emocional. 2. Relato de caso 4. 3. Relato de caso 5. 4. Complexos psíquicos e as imagens mentais. 5. Relato de caso 6. 6. Percepções supraconscientes. 7. Os espíritos da natureza. 8. Microprocessadores astral-magnéticos. Parte 3: 1. Relato de caso 7. 2. Relato de caso 8. 3. Relato de caso 9. Anexo 1: A voz de Haiawata – A luz e a sombra de Peixes. Anexo 2: A voz de Haiawata – Personalidades.
9.4.7 UMBANDA PÉ NO CHÃO Impressiona a quantidade de leitores sedentos de esclarecimentos sobre a umbanda cresce a cada dia, sejam eles freqüentadores de centros espíritas kardecistas, de casas universalistas, ou mesmo dos terreiros. Isso ocorre porque a Umbanda se caracteriza como um movimento caritativo de inclusão espiritual que dissemina as verdades universais com base no Evangelho de Jesus, sem se importar com a raça, o status social ou a crença dos que a procuram em busca da caridade e do consolo para seus males. Portanto, esclarecer, desmistificar conceitos infundados, e fortalecer sua verdadeira identidade, livre de preconceitos religiosos alimentados por uma absurda desinformação, é tarefa emergencial providenciada pelo Alto. Umbanda Pé no Chão esclarece de forma muito objetiva assuntos relacionados com os Orixás (energias cósmicas, e não espíritos que incorporam) e sua influência no psiquismo humano, os exus (elemento deslocador de fluido cósmico entre os planos, e não entidade de “chifres”) e sua atuação como agentes de reajustamentos cármicos, as formas de apresentação dos espíritos, a finalidade dos amacis e das ervas, os florais e suas afinidades com os orixás, a magia como movimentação de energia voltada para a caridade, além de preciosos detalhes sobre o desenvolvimento mediúnico, as diferenças ritualísticas nos terreiros, a importância dos condensadores energéticos, e uma abordagem inédita da presença da vibração dos orixás nas passagens do Evangelho de Jesus. Sem sombra de dúvidas, este guia de estudos contribuirá positivamente para que a umbanda seja melhor compreendida e praticada.
9.4.8 DIÁRIO MEDIÚNICO É considerável a quantidade de pessoas que chegam aflitas aos centros de umbanda, em busca de cura e alento para suas dores físicas e psíquicas, onde são acolhidas amorosamente por entidades benfeitoras que respeitam profundamente as diferenças de crenças e cultos. Essa índole universalista, que não discrimina ninguém, ao contrário, pratica a caridade sem olhar “pra quem”, conduz os cidadãos a uma convivência mais fraterna e benevolente. O que acontece no “lado de lá”, após os atendimentos? Diário Mediúnico, segundo volume da trilogia Um Guia de Estudos da Umbanda, traz importantes elucidações sobre o dia a dia dos trabalhos de um grupo mediúnico umbandista, apresentando um paralelo entre os acontecimentos nos dois planos de vida. Com a mesma linguagem simples e objetiva de Umbanda Pé no Chão, este novo livro analisa os traumas psíquicos causados pelos abusos espirituais, os processos sutis de obsessão aos médiuns e de assédio às casas espíritas, as iniciações e os elementos utilizados nos trabalhos, exaltando os verdadeiros fundamentos umbandistas alicerçados no respeito à vida animal. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
39
1. Ramatís e sua obra
Diário Mediúnico aprofunda também questões relacionadas com os métodos de socorro nos desligamentos de recém-desencarnados, sob a égide dos orixás, e explica como se dá a recepção no “lado de lá”. E mais: aborda com ineditismo a psicografia na umbanda. Entre preceitos de magias, consagrações, benzeduras e patuás, riscando pontos e confortando pacientes entristecidos pela dura existência, os guias de umbanda vão trabalhando com humildade e afinco. Estas e outras histórias são relatadas aqui amorosamente, pela inspiração de Ramatís e de outros amigos da seara umbandista, para esclarecimento e aprendizado do leitor. 9.4.9 MEDIUNIDADE E SACERDÓCIO Este livro aborda relevantes questões sobre o mediunismo na seara umbandista, a exemplo dos aspectos relacionados com os sutis processos psíquicos de fascinação de que os médiuns são alvo, bem como os esquemas de assédio direcionados para o agrupamento terreno pelas altas inteligências das Sombras, temas que servem de pano de fundo para a descrição das incursões de socorro no Umbral inferior, aqui descritas de forma simples e objetiva como nos volumes anteriores. As características dos guias espirituais que laboram do lado de lá, dando cobertura aos trabalhos mediúnicos, são narradas com instigantes detalhes - a proteção dos exus-guardiões, o uso da sonoridade como elemento de aglutinação de energias, o agrupamento do Oriente e sua movimentação no plano mental - , explicando com clareza a “especialidade” ou esfera de ação de cada falange. O esclarecimento de que orixá não é uma entidade extracorpórea, mas sim uma essência primordial, energética e vibratória que influencia no modo de ser e no destino de cada espírito, seja ele encarnado ou desencarnado, elucida a formação de nossa genética espiritual cármica e exalta a importância do entendimento da mediunidade na umbanda, como sagrado sacerdócio. Por fim, Mediunidade e Sacerdócio apresenta um trabalho de pesquisa na área de Antropologia da Religião, conduzindo o leitor a refletir sobre os motivos pelos quais a Umbanda, uma religião mediúnica tipicamente brasileira, de inclusão espiritual, voltada para a prática de caridade, estaria perdendo espaço no imaginário popular para os evangélicos neopentecostais, conforme apontam os últimos censos.
9.5 OBRA DE JAN VAL ELLAM ATRIBUÍDA A RAMATÍS 9.5.1 MUITO ALÉM DO HORIZONTE Esta obra apresenta os pontos de ligação entre os espíritos de Allan Kardec, Ramatís e J.W. Rochester, a partir do relato de algumas de suas encarnações e tarefas realizadas na Terra e em ambientes espirituais. Por volta de 300 a.C. até os dias atuais, essas três personalidades estão envolvidas com alguns dos trabalhos mais representativos do Plano Maior para a espiritualização do nosso planeta. Revendo a história dos últimos 2500 anos, Jan Val Ellam, assistido por mentores espirituais e cósmicos, aponta as estratégias traçadas pelo Mais Alto, os respectivos acertos e equívocos inerentes à natureza humana, ressaltando o empenho e os esforços pessoais dos personagens citados. Sob nova ótica de abordagem, é apresentado o pano de fundo da Codificação, a escolha do espírito de Allan Kardec para edifica-lo no mundo terreno e revelações quanto à equipe do Espírito da Verdade. O livro traz também outros painéis, ainda desconhecidos para a humanidade, quanto ao processo em curso no Programa da Revelações Progressivas, elaborado pela Espiritualidade conforme promessas do Cristo. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
40
1. Ramatís e sua obra
Título dos capítulos: Reencontro; O sonho de Alexandria; Projetos Espirituais; Fim do sonho romano; Fantasmas do passado; Antes da Codificação; Plano da Espiritualidade Maior; O Imponderável e seus caminhos; Alternativas do livre arbítrio; Cento e quarenta anos decisivos; Oriente e Ocidente; Onde as religiões falham; Onde os homens falham; Diversos caminhos; Os avatares; O fator Rochester; O sonho de Ramatís; As possibilidades humanas; A revelação espiritual; A revelação cósmica; Além do horizonte terrestre.
9.6 RESENHA 9.6.1 RAMATÍS UMA PROPOSTA DE LUZ O amplo espectro de ensinamentos iniciáticos transpostos nas obras de Ramatís inclui textos sem paralelo, pelo ineditismo e profundidade, na literatura espiritualista do ocidente. Ramatís ditou a vários médiuns, dentre os quais se destaca Hercílio Maes, um conjunto de obras que conquistaram, em meio século, um universo de leitores. Numa linguagem clara, objetiva, acessível, traz profundas e inovadoras informações que compõem um verdadeiro curso de Sabedoria Oculta compatível com a mentalidade ocidental. A par de conhecimentos sobre a constituição interna do homem, a sua fisiologia oculta, a origem e causa das doenças, as sutilezas das manifestações psíquicas, o mediunismo, Ramatís desvendou novos e fascinantes horizontes do Conhecimento. Foi a primeira voz a alertar para o fenômeno da Transição Planetária e a descrevê-lo, em "Mensagens do Astral". Enfrentando o ceticismo, ofereceu-nos um modelo de civilização, em "A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores". Trouxe a mais detalhada e tocante descrição da vida do Mestre Jesus jamais escrita, em "O Sublime Peregrino", fruto de sua experiência pessoal. Desvendou em detalhes inéditos o Astral Inferior e Superior, em "A Vida além da Sepultura" e "A Sobrevivência do Espírito". E, numa obra única na literatura espiritualista do Ocidente, lançou uma luz definitiva num tema controverso, em "Magia de Redenção". Este livro é uma coletânea de trechos seletos das obras mais características de Ramatís, que dá ao leitor uma dimensão real do seu pensamento universalista e uma visão sintética de seus principais ensinamentos.
Títulos dos capítulos: A vida no Planeta Marte e os discos voadores: capítulo 4 – Família; Mensagens do Astral: capítulo 14 – A verticalização do eixo da Terra; A vida além da sepultura: capítulo 9 – Considerações sobre a desencarnação; A sobrevivência do espírito: capítulo 3 – Noções sobre o perispírito e suas delicadas funções; Fisiologia da alma: capítulo 20 – Considerações sobre a origem do câncer; Mediunismo: capítulo 8 – As dificuldades nas comunicações mediúnicas com o Alto; Mediunidade de Cura: capítulo 6 – Os passes mediúnicos e o receituário da água fluidificada; O Sublime Peregrino: capítulo 5 – Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário; Elucidações do Além: capítulo 19 – O duplo etérico e suas funções; Semeando e colhendo: capítulo 16 – Anjos rebeldes; A missão do Espiritismo: capítulo 1 – A missão do Espiritismo; Magia de Redenção: capítulo 10 – O mau-olhado; A vida humana e o espírito imortal: capítulo 5 – Problemas do trabalho; O Evangelho à luz do Cosmo: capítulo 3 – O Evangelho e a Lei do Cosmo; Sob a luz do Espiritismo: capítulo 7 – A mente.
Fontes bibliográficas: 1. MAES, Hercílio. A vida no planeta Marte e os discos voadores – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 10. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1991. 2. MAES, Hercílio. A missão do Espiritismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1988. .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
41
1. Ramatís e sua obra
3. MAES, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 1. ed. São Paulo: Divino Mestre, 1956. 4. FUZEIRA, José. A luz e a dor salvarão o mundo. 1. ed. Rio de Janeiro: Ouvidor, 1956. 5. THOMAZ, Martha Gallego. O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do Espaço. 1 ed. São Paulo: FEESP, 1994. 6. OS MESTRES DO ESPÍRITO – Planeta Especial. 1. ed. São Paulo: Editora Três, s.d. Edição especial. 7. ARMOND, Edgard. Vivência do Espiritismo religioso 2. ed. São Paulo: SP. Aliança, 1989. 8. RAMATÍS, O MESTRE DA LUZ UNIVERSAL. Mestres Ascensionados. Revista Sexto Sentido, São Paulo: Mythos, n. 23, 2007, p.14-19. Edição especial. 9. Fraternidade Espírita Ramatís – Disponível em <http://www.ramatis.org.br>. Acesso em abril de 2005. 10. Editora do Conhecimento – Disponível em <http://www.edconhecimento.com.br/ramatis.asp>. Acesso em abril de 2005. 11. Sociedade Espírita Ramatís – Disponível em <http://www.ramatisrio.com.br>. Acesso em abril de 2005. 12. Grupo de Estudos Ramatís, Rio de Janeiro – GER Rio – Disponível em <http://geocities.com/area51/zone/2407> Acesso em abril de 2005.
.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
DEUS 1. DEUS “... nós, do “lado de cá”, dispomos de uma visão mais ampla, que não se restringe a fixar apenas as contingências do presente. Em alguns casos conseguimos ver os horizontes luminosos do amanhã. E, por isso, em certas matérias que abordamos nas obras que transmitimos à Terra, algumas das nossas “divagações” já constituem esclarecimentos fundamentais para o futuro.” RAMATÍS (“Elucidações do Além”)
1.1 A NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE DEUS Dado que o homem existe, também existe um Universo que lhe ampara a vida. Por pura necessidade de lógica, “todo efeito observado no Universo deriva-se de uma origem ou causa; não há efeito sem causa”. Se o homem existe como efeito de uma realidade endossada pela mente humana, há de existir, também, uma Causa primordial que plasmou o Universo, que é Deus! Independentemente da suposição ou da natureza que se atribua a essa realidade divina, é evidente que Ele existe acima e além da concepção infantil mitológica ou da própria pesquisa científica. O homem é uma entidade criada, conseqüentemente e sob a premissa lógica de que o efeito tem causa, o homem é o efeito criado de uma Causa Criante: Deus! O apercebimento da existência de Deus é pura questão de sensibilidade psíquica, pois quando a criatura sente que existe como individualidade ou consciência definida no seio do Cosmo, ela também sente no âmago de si mesma a natureza divina e criadora do Pai! O homem não é um ser estático e produto de um acaso acidental, que após compô-lo e criá-lo, o abandonou como efeito de uma causa sem inteligência e discernimento progressista.
Todo efeito inteligente no seio do Cosmo só pode se originar de uma Causa também inteligente.
O homem atual é fruto de uma incessante atividade de elaboração, cuja linhagem inferior se apura e eleva cada vez mais sobre a própria espécie animal, que lhe fornece a vestimenta carnal, revelando, como pano de fundo, um processo inteligente de evolução física. O homem é o ser mais valioso e inteligente da Criação e rege a maior expressão no planeta Terra, operando e contribuindo para a metamorfose de um mundo primário, em transformação, para maior perfeição, à semelhança de Deus. Mas, vítima da própria cristalização personalista, o homem por vezes confunde o potencial criador do Universo, que vibra em si próprio, com a faculdade e a capacidade humana de descobrir o que Deus já criou, confundindo “transformação” com “criação”, o que o leva a atribuir sua existência ao Acaso, à guisa de um deusinho que lhe satisfaz a vaidade. Basta ao homem analisar e pesquisar as leis justas e coerentes que regem o Universo para se aperceber da existência de um Autor inteligente, sábio e amoroso, tradicionalmente aceito por “Deus”, governando o Cosmo sob o controle de uma Suprema Inteligência. Só a existência de uma Mente Cósmica sábia e justa pode se responsabilizar por todos os fenômenos e acontecimentos que ocorrem no Universo, sob incessante e implacável aperfeiçoamento. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 2 A existência de Deus é, portanto, uma necessidade lógica, dado que as estruturas estáveis, perfeitas e complexas, presentes no Universo, obedecendo a leis sensatas, lógicas e sábias, não podem ser explicadas como fruto do acaso ou de um acidente imprevisível que pudesse produzir fenômenos e fatos inteligentes, como a Vida no Cosmo, demonstrando um plano de inteligência incomum e superior ao mais avançado índice de intelecto humano. O homem sem presunção acadêmica, ao estudar as leis que regem a natureza, o destino do seu orbe e de si mesmo, sente que Deus existe como causa das próprias leis atuantes, ainda, acima da capacidade e do entendimento humano.
Apesar do homem não poder comprovar corretamente a realidade de Deus, ele pode inferir quanto a Sua existência através das leis e dos fenômenos inteligentes da Natureza.
1.2 A IDÉIA DE DEUS A idéia de Deus, como a certeza de sua existência, é inata no homem por que seu espírito é uma centelha de luz divina despertando e se desenvolvendo incessante e conscientemente no seio do Espírito Eterno do Criador: O homem foi feito à imagem de Deus.
GÊNESE JESUS
O reino de Deus está próprio no homem. O homem e Deus são um só.
SABEDORIA ORIENTAL (Hermes)
Deus é o macrocosmo e o homem é o microcosmo; o que está em cima está embaixo.
O homem em seus vários estágios evolutivos sempre buscou Deus: . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 3 ALGUNS ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DA IDÉIA DA DIVINDADE SUPREMA (conforme o progresso, entendimento e cultura humana) POVO / RELIGIÃO
ENTIDADE SUPREMA
Silvícolas
Tupã
Atlantes / Egípcios / Astecas
Sol
Hebreus
Jeová
Deus guerreiro e poderoso
Católicos
Deus
Vive no Céu, distribui graças aos Seus devotos e condena ao Inferno os pecadores
Espíritas
Deus
Suprema Inteligência do Universo / Causa Primária de todas as coisas
CARACTERÍSTICAS Deus do Raio e do Trovão Centro da Vida Divina do Criador
Deus não é apenas uma idéia ou fruto das necessidades psicológicas do homem; à medida que este mais compreende a Vida, mais seu psiquismo se apercebe da Verdade Cósmica. A criatura tem uma visão de Deus tanto mais fantasiosa ou mais próxima da realidade quanto maior for sua experiência, sabedoria, sensibilidade e evolução, mas sem nunca atingir a solução que lhe ultrapassa a sua capacidade mental. O progresso técnico e científico do mundo, ao contrário de causar prejuízos e enfraquecer a crença ou idéia de Deus, substituíndo-a por uma realidade controlada pela própria ciência do mundo, ajuda o homem a distinguir e a separar o real da fantasia improdutiva, em conseqüência do seu melhor ajuste a uma vivência cada vez mais autêntica, com melhor percepção da realidade exata da Criação.
A Verdade definitiva e imutável é expressa pelas próprias leis e princípios irrevogáveis do Cosmo ! “Buscai a Verdade e ela vos libertará !”
À medida que o homem se espiritualiza, pelo amadurecimento e amplitude de sua consciência, ele também melhora a sua concepção sobre Deus e abrange maior área da manifestação Divina. Não importam os diversos aspectos da imagem ou idéia de Deus elaborados pela humanidade ignorante da Realidade Divina, quando os homens podem sentí-lo ou mesmo identificá-lo através das leis justas e sábias que regem a Criação, pois que imanadas de um único Criador. O terceiro milênio há de apresentar à humanidade terrena uma nova expressão da idéia de Deus esposada até o presente, por cujo motivo, mesmo os mais avançados espiritualistas hão de sofrer o choque da mudança para o sentido mais real, e no entanto, sumamente revolucionário perante toda a tradição conhecida, obrigando a renovações mentais que trarão severo deslocamento psicológico e filosófico na concepção de Deus. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 4 O católico que só admite Deus como sendo um velhinho de barbas níveas, envolvido pelas nuvens imaculadas do céu, sentirá seu coração sangrar, se tiver que substituí-lo pela idéia esotérica e sem forma da Força, Luz, Amor e Sabedoria! A fase de transição para o terceiro milênio, conhecida por “fim de tempos”, também é portadora de renovações mentais que obrigarão a severa deslocação psicológica e filosófica na concepção de Deus.
3. CONHECIMENTO DA REALIDADE DE DEUS A criatura humana jamais conseguirá definir ou identificar racionalmente a Realidade Absoluta do Criador, embora ela seja também uma partícula divina, pois, tal como a parte não pode definir o Todo, o criado não tem como definir o Criador. Assim como um neurônio do cérebro humano não está em condições de avaliar o equipo “psicofísico” do seu dono, a criatura, que é tão somente uma partícula microcósmica do Universo, também não está capacitada para julgar e explicar o Cosmo em todos os seus aspectos. Caso o homem pudesse fazê-lo, ele então seria outro Deus para ser descoberto, descrito e identificado, pois só outro Deus, além ou semelhante ao que se pretende conhecer, é que poderia lograr tal intento.
Deus, fonte original e incriada da Vida, pré-existe antes de qualquer coisa ou ser; em conseqüência, não pode o homem explicar o que já existe muito antes e independente de sua própria existência!
Deus é a própria Eternidade, e seria demasiada vaidade e estultícia o homem pretender conhecê-Lo em tão curto lapso da vida humana. Deus é incessante e inesgotável alegria que mais interpenetra na intimidade da criatura quanto mais o homem avança em sua realização cósmica. Deus é o Espírito-Uno que sustenta cada forma e energia transcendental do Universo e existe no vazio do incriado, além de quaisquer fenômenos concebidos pelas criaturas em realização do autoconhecimento. Considerando-se Deus simbolizado por raios que partem geometricamente de um ponto central e se perdem no infinito, a consciência do homem pode ser comparada à figura de uma esfera limitada sobre o centro desses raios. À medida que o homem, após situar-se no seio da matéria, vai aumentando seu grau de conscientização, realizando em si mesmo seu desenvolvimento espiritual, vai ampliando, sua compreensão de Deus na mesma medida da amplitude da limitação humana. Embora essa consciência se amplie e se desenvolva incessantemente em todos os sentidos, ela jamais alcançará os raios infinitos. Dessa forma, à medida que o ser amplia essa consciência no contato incessante e educativo com as formas dos mundos planetários, ele também abrange maior porção divina e mais se apercebe de Deus. É justamente esse desejo incessante do homem de conhecer e sintonizar-se com o Criador que o impele e o estimula para sua mais breve elevação espiritual. Considerando-se Deus, o Espírito Total Cósmico, como “Chama” ou “Luz” infinita, acima e além do tempo e do espaço, então os espíritos dos homens, os filhos de Deus, podem ser comparados a pequenas centelhas emanadas dessa eterna, infinita e incognoscível Energia. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 5 No atual estágio de desenvolvimento espiritual do homem, de nada adiantaria o conhecimento da forma e da essência do seu Criador, pois isso não provocaria de per si as modificações necessárias e louváveis em sua vida, em direção à sua senda evolutiva, pela abdicação de interesses subalternos e pela dignificação da experiência das relações humanas. A criatura que ainda vibra num estágio espiritual primário não se encontra preparada para entender a natureza real de Deus e sua manifestação cósmica; para tanto, precisa emancipar-se do instinto primitivo através do cultivo dos valores divinos adormecidos em seu próprio espírito. O espírito humano precisa superar os resquícios da linguagem animal que lhe originou o organismo carnal e adquirir o estado angélico, para se libertar definitivamente da matéria e realizar-se como ser espiritual integral. Até que isso aconteça, deve procurar compreender os desígnios divinos através do respeito e do amor a todas as criaturas. Não é apenas a luta para ser livre da matéria que fará o homem conhecer Deus, mas é o binômio “sentir-saber” que realmente desvenda o panorama do infinito !
Liberdade sem sabedoria é poder ser direção.
O espírito realizado em Deus é aquele que já sobrepaira acima de todas as identificações com os sentidos e permanece consciente, em incessante união com o Criador. Quando encarnado, vive ao mesmo tempo consciente de sua realidade divina, e entende os motivos de sua própria existência e os objetivos de sua eterna ventura, executando sua tarefa educativa no mundo, mas usufruindo sua jubilosa calma interior. Em outras palavras, o espírito realizado é aquele que já dominou ou extinguiu em si “Maya”, a ilusão cósmica dualista, citada pelos Vedas, ou seja, apercebeu-se da unidade divina do Cosmo, ao verificar que ele não é autenticamente o próprio corpo, porém o seu corpo é tão somente a manifestação exterior, num certo momento e num certo tempo, do Espírito Imortal ! A compreensão de Deus exige do homem: UMA REALIZAÇÃO
ATRAVÉS DA
EXEMPLO
INTERNA
“COMUNHÃO COM DEUS“ busca da sabedoria e do equilíbrio psíquico (harmonia interior)
estado de êxtase (samádhi) atingido pelos iogues
EXTERNA
“AÇÃO POR DEUS“ ação exterior de renúncia e serviço fraterno a todos os seres na natureza
prática da caridade pelos cristãos
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 6 Jamais a criatura poderá equacionar o Universo e assimilar a natureza divina do Criador, confiando tão somente nos seus sentidos, mesmo que amparado pela mais perfeita técnica instrumental do mundo transitório e limitado da matéria. É mais fácil ao homem aperceber-se da Realidade Divina através da intuição, cuja sensibilidade aumenta quanto mais ele aufere e ausculta o mundo espiritual, do que através da inteligência, que, em realidade, é conseqüência da energia espiritual oculta que aciona a mente humana. O homem poderia encontrar satisfatória solução da Realidade Divina através da própria Ciência, transformada em filosofia transcendental, porém, com mais sucesso e precisão, se guiado nessa busca pelo sentimento intuitivo, que é seu mais íntimo vínculo com a Mente Cósmica. O destino glorioso do homem é a angelitude, e a luz que o guia queima no próprio combustível de sua centelha interna. Em face da própria centelha divina existente no âmago do homem, à medida que este amplia a compreensão mental também dinamiza o vínculo íntimo e intuitivo que liga a criatura ao Criador, a saber: o seu sentimento religioso! A incessante conscientização espiritual liberta-o das fórmulas, ritos, símbolos e dogmas interpostos pelas religiões convencionais no seu contato íntimo com Deus, e que o isolam da pureza iniciática religiosa de vibrar mais próximo da freqüência divina, pois, quanto maior for a amplitude de união eletiva entre os homens, também mais lhes é favorecida a penetração de maior área de Deus e, conseqüentemente, maior absorção de vibração divina.
Deus pode ser apercebido através das próprias leis imutáveis, sábias e criativas que agem corretamente em todos os níveis de vida e nas mais longínquas latitudes cósmicas.
Através dessas leis e princípios, cuja finalidade é o equilíbrio e a ordem, e que visa sempre o aperfeiçoamento da criatura, é que Deus opera sobre todos os seres e as coisas; são leis impecáveis, sensatas e disciplinadas, que regem os fenômenos do mundo material e comprovam Sua presença oculta no Universo! É a Vontade que preside todos os fenômenos do Cosmo e comunica a todos o anelo de perfeição e ascensão, pois o Universo é perfeito em sua criação infinita e eterna, porque perfeita é a Entidade Única que o criou! Jamais essas leis causaram surpresas, equívocos ou alienação, cuja existência só pode ser creditada à má interpretação ou ignorância humana. As próprias aberrações da Natureza, que poderiam despertar a censura dos homens contra um Criador imperfeito, não passam de importantes pesquisas e ensaios na busca de maior perfeição. Há perfeita ordem e coerência em todos os fenômenos ocorridos na Natureza física de nosso planeta, os quais atestam o efeito inteligente, progressista e sensato, sob inflexível lógica que aperfeiçoa todas as formas e seres. Tudo é harmonioso, sensato e coerente pois não há excentricidade ou qualquer aberração injustificável. Basta a criatura sensível e sem premeditação perscrutar a intimidade dos acontecimentos desagradáveis ou trágicos, considerados inúteis e onerosos, para descobrir, sob o véu do que é asqueroso ou daninho, a mensagem de uma inteligência oculta que atua no mundo espiritual modelando na matéria as futuras formas de estesia angélica. Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou feios, sadios ou enfermos e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se investiga e se conclui sobre os fenômenos da própria vida. As almas argutas podem perceber que essa ação oculta é mais sábia do que instintiva, é mais previsível do que simples acaso, mais ação do que passividade, disciplinando os mínimos acontecimentos sucedidos no Universo.
1.4 CRENÇA EM DEUS Somente a crença em Deus não basta para a elevação do homem em Sua direção, mas sim o desenvolvimento em si mesmo dos atributos divinos, ou seja, a ampliação da miniatura divina que todo ser possui dentro de si próprio. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 7
Somente crer em Deus não é a vivência em Deus; não é propriamente achá-Lo !
A crença, de per si, não é uma auto-realização, não proporciona o autêntico encontro de Deus, mas apenas uma simples projeção do próprio indivíduo no desconhecido. A simples crença traz em si uma recompensa extramaterial, constituindo um verdadeiro mercado de redenção espiritual, onde os crentes investem na expectativa dos dividendos da Divindade, pois têm na crença um motivo para viverem mais confiantes e esperançosos, pretensamente garantindo a salvação, caso exista alguma coisa além e após a morte do corpo físico. As religiões organizadas ficam repletas de crentes que cultuam certos postulados afins a uma idéia específica de Deus, condicionados a uma crença sistemática e padronizada, sem entretanto, modificarem o seu “eu interior” e sem incorporarem os valores incomuns do “EU superior” divino, que é conquista individual através do estudo, pela abnegação, serviço ao próximo e, sobretudo, ação independente de qualquer interesse egoísta. Pouco adianta o homem crer em Deus e não desenvolver em si mesmo os atributos divinos que possui latentes no âmago do seu próprio espírito, pois somente a ativação em si mesmo dos princípios que sintetizam o Amor, a Sabedoria e o Equilíbrio infinitos é que fará a criatura conseguir maior proximidade com o Criador.
A crença puramente intelectual e especulativa torna-se atributo dispensável, caso não modifique a maneira de agir e sentir do homem !
Embora o intelecto planeje através do poder mental, o centro psíquico que sublima e sensibiliza o ser é a afetividade, que vitaliza o crescimento divino através do Amor! A crença em Deus é de pouca significação no homem que não desenvolve em si próprio os valores críticos, mesmo que venha contribuindo financeiramente com obras religiosas e caritativas, geralmente por medo de perder o Céu! Muitos são aqueles que crêem veementemente em Deus, freqüentam instituições religiosas, mas vivem de maneira tão censurável que desmentem frontalmente a posse dos atributos do mesmo Criador em que eles crêem acreditar. A descrença em Deus não é atestado de inteligência incomum, mas apenas fruto da excessiva escravidão aos sentidos físicos do homem transitório, e conseqüência da ignorância humana de não saber que o Criador permanece integrado na sua obra, podendo ser “sentido” pelas suas criaturas. Isso ocorre quando o intelecto orgulhoso da personalidade humana transitória se sobrepõe à intuição do espírito imortal, dinamizado pelo cientificismo querelante, sentindo-se humilhado em fazer concessões a uma Realidade Divina, além de si mesmo. O estágio nos mundos físicos tem somente a função restrita de despertar os valores psíquicos do cidadão espiritual, mas impossível de lhe comunicar a Realidade Divina. O homem que ainda não se conhece a si próprio, infeliz vítima dos vícios e das paixões da coação animal, jamais deve se orgulhar de negar Deus, que criou o Universo. A crença em Deus pode ser enfermiça e devastadora, quando contraria e desmente os próprios atributos da Divindade, pelos crentes que ainda cultuam o ódio, a ignorância, a maldade e a injustiça, que são opostos aos valores divinos do Amor, Sabedoria, Bondade e Justiça, ou seja, ainda cultuam as manifestações normais da natureza inferior humana, em face de ignorarem a existência das leis divinas que regem o Cosmo e que são emanadas do Ser Supremo. O crente que age de modo censurável e repelente nega a sua assimilação a qualquer postulado religioso de aspecto divino, e com isso demonstra o seu atraso espiritual. É necessário que o homem creia para se renovar, para se higienizar espiritualmente, para se aperceber do divino e para atender ao impulso íntimo de comunhão com Deus na busca de ascese angélica, mas é ignomínia toda crença que divide os homens, e se transforma em atos censuráveis que desmentem frontalmente os valores autênticos da espiritualidade ante o predomínio dos instintos inferiores da animalidade. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 8
Não se pode louvar qualquer crença em Deus que leve o homem a se desgraçar em lutas antifraternas e religiosas.
A crença em Deus leva o indivíduo a demonstrar certa humildade, uma vez que confia em algo superior a si próprio, ao admitir a existência de um Criador além de sua reconhecida incapacidade humana. Essa humildade traduz um eficiente estado de apercebimento da própria vida superior, ou faculdade de auscultação psíquica que favorece o fluxo de intuição e, enquanto manifestação transcendental, requer uma certa eletividade do homem, uma espécie de encontro simpático no limiar de ambos os mundos espiritual e material. Assim a crença em Deus, e a admissão da sobrevivência do espírito, já é uma comprovação de uma sensibilidade mais incomum, embora possa ser rotulada de superstição, misticismo ou ingenuidade. Por outro lado, todo aquele que tiver de provar, pela matemática e lógica do mundo, todo fenômeno ou previsão do futuro, para só então crer em Deus, será lamentado pela infelicidade de nunca poder crer em Deus, porque, além de não poder analisa-lo e descreve-lo, Ele é incomprovável!
A simples premissa de que para crer é preciso provar, torna o homem eternamente ateísta, pois o maior e o mais importante fenômeno, que é Deus, nunca poderá ser “provado”!
1.5 PRESENÇA DE DEUS E EVOLUÇÃO Há uma sabedoria muitíssimo além da capacidade e da ação humana, e da pretensa espontaneidade da Natureza, que regula a procriação dos seres até um limite ou risco sensato, que permite a sadia e inteligente continuidade da vida. A sabedoria e o poder de Deus são perceptíveis nos mais singelos fenômenos da Natureza, nas incessantes mutações das coisas e dos seres orgânicos do mundo, antes da mais sábia intervenção humana. O psiquismo matriz da vida, de onde provém toda a substância do mundo, ampara a sobrevivência dos insetos, répteis, aves, animais e dos próprios homens em incessante progresso. Todos os esquemas de manifestação da vida, processada através das mais variadas formas físicas, compatíveis a cada tipo de orbe pulsante no Universo, são fruto de um planejamento cuidadosamente antecipado. Não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seu progresso biológico de estados inferiores para níveis superiores através dos milênios, num processo evolutivo e num sentido deliberadamente progressista de harmonia e beleza, cuja constatação se verifica pelo exame e comparação de sua vida desde a idade das cavernas até o conhecido estágio da atualidade. O próprio homem, periodicamente e pessoalmente, intervém na Natureza corrigindo as coisas e melhorando os seres do mundo físico, dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na fenomenologia da matéria, mas sempre em obediência a uma Sabedoria Divina, que ativa as energias latentes que fluem pela intimidade das formas, no milagre da incessante transformação. Mesmo o modo intuitivo, característico das espécies inferiores, é conseqüência desse mesmo princípio inteligente da Consciência Espiritual de Deus, que mobiliza os recursos adequados à sobrevivência e subsistência a cada espécie, cujos corpos carnais transitórios de seus indivíduos são apenas vestimentas passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde a exigências das mentes individualizadas. É uma fase de evolução em que esse psiquismo se ativa pelas experiências vividas no orbe, mesmo as dramáticas ou trágicas. Existe, portanto, um cuidado fundamental da Divindade em executar, pela vestimenta carnal mais instintiva, a ação de um futuro psiquismo melhor elaborado. A constatação desse fenômeno, embora não induza a qualquer conclusão cósmica definitiva acerca da comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas quanto à indiscutível verdade de uma Inteligência Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da natureza. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 9 Também ocorrem fenômenos na intimidade do corpo humano para comprovar a presença de uma sabedoria oculta, inata ao próprio homem, que, embora atue de um modo instintivo, demonstra uma faculdade deliberadamente inteligente.
O homem se revela um ser racional graças à sabedoria do seu psiquismo que lhe opera na intimidade, sob a diretriz de uma potência oculta superior e poderosa !
A entidade humana, portanto, está submetida a uma série de leis, princípios e regras que lhe orientam, instante a instante, o seu organismo, obedecendo, entretanto, a um esquema de alta precisão sob o controle da Suprema Inteligência de Deus, através da interferência oculta da sabedoria do seu psiquismo, no sentido de alongar a vivência do espírito do homem na matéria educativa. A vida no campo denso da matéria é propositalmente eivada de experiências dificultosas, nas quais o espírito do homem é ativado por energias que se atritam, requintam-se e se sublimam, para que ele supere o instinto animal que o protege, mas também o escraviza à vibrações inferiores. O homem luta sob o impulso energético das forças primárias da animalidade, sob a energia telúrica que eclode da espécie animal instintiva e implacável, mas seu espírito deve se opor veementemente a essa força bruta e alcançar os frutos definitivos dos princípios superiores. O corpo carnal é, portanto, o veículo em que o espírito se engasta sob a disciplina das regras e das tendências da vida física, mas deve se opor à vigorosa tirania do instinto animal, que o ajuda por um lado e que o escraviza por outro, ativando e desenvolvendo o amor e a sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo!
O processo evolutivo de transformar e sublimar a consciência humana até alcançar uma freqüência superior permitirá ao homem aperceber-se da essência do Criador !
O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, entretanto, é o autor da sua própria conscientização, o agente de sua própria evolução espiritual através dos mundos físicos transitórios, que lhe proporcionam a aquisição dos valores autênticos de sua felicidade, de seu glorioso destino que é a angelitude. O mal e o sofrimento na vida humana são etapas transitórias do mesmo processo evolutivo, que tende sempre a um resultado superior de aperfeiçoamento espiritual, visando despertar os valores eternos da imortalidade e alcançar sua própria ventura, sua auto-realização, quando o espírito aprimora conscientemente os seus poderes criativos e a possibilidade de plasmar nas formas do mundo toda a intuição superior. Em todos os reinos da vida física, o sofrimento e a dor são características fundamentais do aperfeiçoamento e embelezamento das formas e dos seres, sob a égide da justiça divina, que variam conforme a sensibilidade e o poder de comunicação daquilo que sofre, com o mundo exterior: REINO
AÇÃO DEPURATIVA
EXEMPLO
MINERAL
sofre silenciosamente a dor produzida o ferro na fundição sofre a fim de lograr a em suas entranhas adormecidas qualidade superior do aço
VEGETAL
estremece sob a ação externa os grãos do trigo e da uva sofrem torturante (registrável através de aparelhos esmagamento a fim de se transformarem em pão eletrônicos sensíveis) e vinho
ANIMAL
exterioriza a dor física em gemidos sofre na muda, na gestação e na competição lancinantes agressiva pela sobrevivência
HOMINAL
emotivo e racional, chega o homem a sofre a “dor humana” no renascer, na superação dramatizar seu burilamento doloroso de enfermidades para adquirir resistência, no em obras literárias despertar das sensibilidades superiores . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 10 É vedado ao homem, em seu atual estágio, recusar-se a sofrer para evoluir em sua conscientização individual, repudiando sua existência como criatura eterna no seio da Divindade, pois, mesmo se tratando de uma partícula inerente ao Todo Único, como é o espírito humano, só depois de sua emancipação espiritual, é que então poderia manifestar sua decisão pela continuidade de sua existência, ou por sua desintegração no Todo Cósmico. No entanto, quando tal estágio de desenvolvimento do espírito humano for alcançado, este já terá atingido a angelitude fascinante, autêntica e venturosa, à custa das etapas prévias da dor e do sofrimento nas existências ilusórias das vidas físicas efêmeras.
1.6 A VISÃO MONISTA DA REALIDADE DIVINA O Universo é uma entidade que abrange e incorpora tudo o que é possível da criatura conceber por existente. A ordem e a sabedoria que presidem os fenômenos da Vida no Cosmo comprovam a existência de uma só Vontade criando e governando o Cosmo. Em Deus está toda a sabedoria, a justiça, o amor e a realização, pois sendo a Unidade, Dele mesmo se derivam todos os processos que estabelecem os fenômenos do Universo.
Monismo é a concepção da existência de que tudo o que existe resulta de uma única Fonte!
A conceituação monista desvincula a Divindade de um aspecto antropomórfico, indicando a convergência da vida, em todas as latitudes cósmicas, para um princípio único ou central do Universo, em que Deus é a sua Unidade Autêntica e Infinita, é o fundamento orgânico e ao mesmo tempo a função dinâmica do Cosmo! Deus, a Inteligência Cósmica Incriada e Indestrutível é Uno, o Universo é monista; todas as energias se reduzem e convergem para um só comando e fenômeno em movimento!
Em contraposição ao monismo, que assevera que tudo o que existe provém de uma única origem, e que Deus está inserido em toda a Sua criação, pois ambos constituem uma única realidade, encontra-se o dualismo, que, de outro lado, prega que a essência da realidade divina é imperscrutável e de natureza desconhecida, distinta de tudo o que existe no Universo físico observável, que pode ser resumido no binômio matéria-energia.
MONISMO
O Universo é UNO: Criador e criatura constituem uma única e inseparável realidade. O UNO está nas partes e as partes integradas no UNO: CONCEPÇÃO TEÍSTA (DEUS = espírito + matéria + energia)
DUALISMO
O Universo é DUAL: O espírito, de origem divina, tem natureza totalmente diversa de tudo o que existe na realidade física: CONCEPÇÃO DEÍSTA (UNIVERSO FÍSICO = matéria + energia / DEUS = essência espiritual distinta)
A aceitação do princípio de que Deus é a Inteligência Suprema e a Causa Primária de todas as coisas implica em considerar, sem dúvida, que o Universo é monista, pois Inteligência Suprema é sinônimo de “Suprema Lei”, que incide na existência de um só Deus e na idéia de um Princípio Único, Eterno e Infinito, que anima, disciplina, movimenta e procria todo o Cosmo.
O Cosmo é tão somente o invólucro exterior e transitório da Divindade Absoluta, diminuta fração do princípio original e único que lhe vitaliza a intimidade imodificável.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 11 Afora do monismo, ter-se-ia de aceitar a existência de mais de uma Vontade com poderes de criar e comandar o Universo, ou aceitar a concepção de um Acaso inteligente criador, o que implicaria na ocorrência de conflitos, desarmonia e choques no metabolismo cósmico em decorrência da possível diferença de capacidade, objetos ou competições por parte das várias mentes atuantes, ou então dos acidentes fortuitos, o que, na prática, não se verifica em absoluto no Cosmo observável. É inegável e ponto definitivo que o princípio é um só, uma só origem e uma só vontade central criadora de todo o Cosmo; a Realidade Monista divina é indissolúvel!
Deus é a única e imodificável essência e a substância da qual os homens descendem como fagulhas, centelhas ou partículas espirituais divinas.
Depois de criadas no seio da Divindade, as mônadas ou centelhas divinas são lançadas em peregrinação pelas formas educativas dos orbes físicos, no processo incessante de organizar sua própria consciência individual e adquirir a noção de existir como entidade à parte, mas vinculadas intimamente ao próprio Todo, ou seja, como Espírito Imortal. Deste estágio em diante, passam então a ampliar essa consciência espiritual numa esfericidade sem limites, até abranger os fenômenos macro e microcósmicos da Vida. O espírito do homem, como herdeiro dos atributos divinos, é único e indestrutível, pré-existe à materialização ou gestação de um corpo físico na face dos mundos planetários, e sobrevive incólume ao desgaste e ao desfazimento de seu organismo provisório carnal. Por isso se afirma que “Deus está no homem”, que “o homem foi feito à imagem de Deus”, ou que “o Pai e o Filho são Um”. Com o decorrer do tempo, os espiritualistas adquirirão uma nova concepção de Deus, muito além de uma “Inteligência Infinita”, concepção mais adequada ao processo incessante da criatura humana. O excessivo apego aos ídolos e a formulas religiosas do mundo terminam por cristalizar a crença humana sob a algema dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos, para não chocar o sentimentalismo da tradição. As criaturas que estratificam no subconsciente uma crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional, terão de sofrer quando, sob o impulso imperativo do pregresso espiritual, tiverem de substituir sua devoção primitiva e saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade. Krishnamurti, numa concepção puramente monista, carregando toda a responsabilidade divina sobre os ombros do próprio homem, em exposição rasante e demolidora da velha idéia deísta (dualista), malgrado sua aparência herética, centrada no “pensar reto” e no “autoconhecimento”, afirma:
“É preciso o homem “matar” o velho Deus, limpar a mente das quinquilharias do passado, a fim de evitar a exploração religiosa de outros homens tolos, e encontrar a Divindade no microcosmo de sua própria alma !”
Essa afirmativa, em relação à busca de uma nova realidade divina, pode ser ilustrada considerando que “assim como um aposento só pode receber mobília nova depois de convenientemente desimpedido da mobília velha, a mente do homem também precisa arejar-se dos seus condicionamentos religiosos anacrônicos, para então assimilar os novos conceitos autênticos da espiritualidade! “
Fontes bibliográficas: 1. Maes, Hercílio. O Evangelho à Luz do Cosmo - Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. 2. Maes, Hercílio. O Sublime Peregrino – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1990. 3. Maes, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9 ed. São Paulo: Freitas Bastos, 1989. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
O PLANO DA CRIAÇÃO DIVINA Os astros, satélites, sistemas, constelações e galáxias do Universo observável não estão sujeitos a leis que variem de época para época, mas circunscritas unicamente à disciplina da Lei Perfeita e Imutável do Cosmo. Em toda a Criação, essa Lei organiza e rege, numa só pulsação harmônica e vital, todo o eterno pensar de Deus, e materializa no campo exterior o sucesso do Grande Plano Mental elaborado pelo Divino Arquiteto! É como um relógio de precisão, absolutamente certo e exclusivamente harmônico.
Não há ocorrência imprevista nos eventos siderais; tudo é manifestação exata de uma causa alhures já planejada com toda exatidão.
1. COSMOGÊNESE SEGUNDO A CIÊNCIA: O UNIVERSO PULSANTE Numa rápida visão panorâmica à luz da ciência terrena, o Universo material se apresenta constituído de milhões de galáxias formadas por miríades de estrelas de diversas espécies e idades siderais, em torno de certo percentual das quais giram orbes físicos, os planetas e seus satélites, além de outros corpos celestes característicos, como cometas, pulsares, quasares, etc., todos revelando um aspecto dinâmico de indescritível harmonia e beleza. Muito ao contrário de uma situação estática e de equilíbrio, a que uma abordagem superficial poderia induzir, o Cosmo se encontra em contínua e acelerada expansão, já detectada pelos cientistas desde meados do século XIX, que observaram o deslocamento para a cor vermelha da maior parte da intensidade resultante da fragmentação do espectro luminoso proveniente das estrelas. A teoria de cosmogênese atualmente defendida pela ciência oficial é a do “Big Bang” (a grande explosão) que assevera que, em seu início, todo o Universo esteve concentrado num único ponto diminuto, composto de um plasma, mistura de diferentes partículas subatômicas, sob temperatura e densidade incalculáveis, e que explodiu violentamente, resfriando-se paulatinamente à medida que a fabulosa expansão que sofreu foi “criando” o próprio espaço, até então inexistente.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
2
Nesse processo de súbita expansão, essas subpartículas se recombinaram formando átomos e moléculas em estado inicialmente gasoso, que, ao se condensarem por força do resfriamento, foram formando os corpos celestes constituintes do Cosmo. Em suma, para a Ciência a matéria surgiu no momento da criação. Atualmente, as galáxias continuam a se afastar mutuamente, tendo os cientistas formulado três hipóteses matematicamente possíveis, representadas graficamente nas figuras a seguir: 1ª) O Universo se expande tão rapidamente que a atração gravitacional entre suas galáxias não poderá jamais parar o processo de dilatação de suas fronteiras. Essa hipótese afirma que ele irá continuar a se expandir eternamente.
2ª) O Universo se expande continuamente, porém na velocidade estritamente necessária para isso. Nessa hipótese, a ação da atração gravitacional entre as galáxias é mais intensa que na anterior, porém insuficiente para impedir seu infindável afastamento mútuo.
3ª) O Universo, após a grande explosão inicial (o Big Bang), num primeiro momento se expande rapidamente, movido pelas forças que atuam nesse processo, porém a atração gravitacional entre suas galáxias é de tal modo intensa que se contrapões àquelas forças originais, vencendo-as em intensidade decorrido certo intervalo de tempo, após o qual passa a sobrepujá-las.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
3
As galáxias, então, começam a se mover umas em direção às outras e o Universo se contrai, até que elas se colapsem fundindo-se num único ponto concentrado e diminuto, acontecimento chamado de “Big Crunch” (a grande contração).
A quantidade de matéria presente no Universo é o fator que irá determinar para a Ciência se o seu processo de expansão continuará indefinidamente ou não.
Os cientistas especulam, baseados em argumentos teóricos, que após um “Big Crunch” seja criado um novo Universo a partir de um “Big Bang” seguinte, que poderá formar tipos de partículas completamente diferentes das do Cosmo atual.
A TEORIA CÍCLICA sugere que, pelo lado da Ciência oficial, o Universo pode continuar a se expandir e contrair-se alternadamente, num processo infinito (UNIVERSO PULSANTE).
2. O GRANDE PLANO DA CRIAÇÃO DIVINA E A DESCIDA ANGÉLICA Os velhos mestres do oriente, desde os iniciados dos Vedas há mais de 4.000 anos e dos instrutores da Dinastia de Rama na antiga Índia, vêm propugnando que o Universo é pulsante. Cada ciclo de expansão e correspondente contração é conhecido como “GRANDE PLANO” (“Manvantara” na escolástica hindu), uma pulsação ou “respiração” completa de Brahma, e que compreende 4.320.000.000 de anos do calendário terreno, divididos em duas fases de igual duração, tempo exato em que o Espírito Divino desce vibratoriamente até formar a matéria e depois a dissolve novamente, retornando à sua expressão anterior de puro espírito.
Conforme os Vedas, “uma respiração ou pulsação macrocósmica de Brahma (ou Deus) corresponde a uma respiração microcósmica do homem !”
Para Deus, na eternidade da Mente Divina, esse acontecimento entre principiar e cessar a explosão formadora do Universo sideral é tão instantâneo como o explosivo que estoura no período de um segundo terrestre. Aquilo que para Deus se sucede no “tempo” simbólico de um segundo terreno, na contagem do calendário humano, abrange 4,32 bilhões de anos: •
O Sol faz a cobertura astrológica de um signo zodiacal (atualmente no término do “signo de Piscis” e no início do signo de “Aquarius”) no prazo de 2.160 anos exatos, completando uma Era Zodiacal.
•
Um grande ano astrológico é formado pela passagem do Sol pelos 12 signos (12 Eras Zodiacais), perfazendo 25.920 anos.
•
Dois milhões de signos somam exatamente o total de 4.320.000.000 anos terrestres, ou seja, o tempo em que ocorre um Grande Plano da Criação Divina, chamado pelos antigos atlantes de “Supremo Giro de Ra (Sol)”.
1 GRANDE PLANO = 166.666 Grandes Anos = 2 milhões Eras Zodiacais = 4,32 bilhões anos
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
4
Um Grande Plano da Criação Divina abrange duas fases ou etapas de igual duração, cada qual com duração exata de 2,16 bilhões de anos do calendário terrestre: o Dia de Brahma, que vai do Big Bang até o ponto de máxima expansão das galáxias, e a Noite de Brahma, que vai deste ponto até o Big Crunch.
Deus embora sendo único, revela-se sob a manifestação exterior do Universo formal, fase em que o Espírito Divino desce vibratoriamente até formar a matéria, ou seja, se expande e pulsa centripetamente até atingir a compactação conhecida por “matéria”, acionado por Sua vontade a energia, sob impulso expansivo e criativo divino, para compor os mundos, as galáxias e os orbes físicos, ou seja, o próprio Cosmo. Pode-se entender, dessa forma, que o Universo sob esse aspecto está na condição de uma vestimenta transitória da Divindade, constituída por toda a criação física, pois que Deus o interpenetra e o vivifica, enquanto os espíritos se conscientizam, vibram e vivem no oceano cósmico, expandindo-se tanto mais quanto mais absorvem o conhecimento inesgotável e o Amor do Pai Eterno no comando do Cosmo monista. Esse processo de descida vibratória do princípio angélico, em que o Criador faz a criação emanar de Si formando o Universo exterior das formas, e “desce” para criar novas consciências dentro de sua própria Consciência Cósmica, é conhecido como descida angélica. Apesar de contínuo, esse processo é costumeiramente apresentado subdividido em diversos graus ou etapas da descida do espírito até a expansão da matéria: os Sete Planos da Manifestação Cósmica. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5
3. O Plano da Criação Divina
A essa fase de descida vibratória às formas exteriores dos mundos materiais, segue-se a fase em que o Espírito de Deus dissolve o Universo morfológico e retorna à sua essência anterior de Espírito Virginal.
O Universo é uma sucessão consecutiva de “Grandes Planos” ou “Manvantaras”, a se substituírem uns aos outros, em que se forjam os seres espirituais (as consciências individuais).
A Criação, que é produto do pensamento de Deus, nunca teve começo, assim como não terá fim; não se subordina ao tempo e ao espaço.
A manifestação divina é eterna, contínua e ilimitada, e não apresenta em si mesma divisão abrupta em duas fases distintas, como a da descida à forma exterior-matéria e a do retorno ou dissolução da substância; há uma passagem natural de uma à outra fase, num processo infinito.
1ª fase: 2,16 bilhões de anos
2ª fase: 2,16 bilhões de anos
“DIA DE BRAHMA”
“NOITE DE BRAHMA”
do Big Bang até o ponto de expansão máxima das galáxias
do ponto de expansão máxima das galáxias até o Big Crunch
“SÍSTOLE CÓSMICA”
“DIÁSTOLE CÓSMICA”
Gênese e expansão do Universo Físico (Cosmo)
Contração e desaparecimento do Universo Físico
FASE CRIATIVA DA MATÉRIA
FASE DESTRUTIVA DA MATÉRIA
fase em que Deus cria
fase em que Deus fisicamente desintegra (dissolução ou retorno da Substância)
DESCIDA ANGÉLICA
DESMATERIALIZAÇÃO
descida vibratória do Espírito Divino até atingir a forma exterior “matéria”
libertação do Espírito Divino da forma, de volta para o seu estado original (essência pura)
3. OS PLANOS DA MANIFESTAÇÃO DIVINA No curso de um Grande Plano, na etapa em que o Espírito Divino desce vibratoriamente até a fase exterior da expressão da matéria, há a formação de fases sucessivas intermediárias que graduam o processo de descida angélica, demarcam as pulsações rítmicas da Criação Divina e assimilam as faixas vibratórias que identificam as principais mudanças na energia do Cosmo. Embora muito aquém da Realidade Cósmica, as diversas fases da descida do espírito Divino têm sido apresentadas pelo conhecimento iniciático milenário com o “ritmo setenário”. Nele, o Universo emanado de Deus abrange sete planos ou estados energéticos sucessivos, desde o Mundo Divino até o Mundo Físico, que servem de degraus diferenciais no abaixamento vibratório e que a tradição Bíblica simboliza no trajeto ascensional da escada de Jacó. Esses planos ou mundos não se encontram em algum lugar particular do espaço e nem sobre postos entre si em camadas; são estados de consciência, perceptíveis ou penetráveis de acordo com o estado evolutivo de cada ser capaz de percebê-los. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
3. O Plano da Criação Divina
Como faixas vibratórias diferenciadas, esses planos interpenetram-se, coexistindo num mesmo espaçotempo (ou melhor, “fora” daquilo conhecido por espaço), sem interferirem entre si. São como Universos paralelos interpostos, mutuamente e simultaneamente coexistentes.
PLANO DE MANIFESTAÇÃO CÓSMICA
A Matriz-Base, o Pensamento Original e Total
7º
MUNDO DE DEUS
6º
MUNDO DOS ESPÍRITOS VIRGINAIS
5º
MUNDO DO ESPÍRITO DIVINO
4º
MUNDO DO ESPÍRITO DE VIDA
3º
MUNDO DO PENSAMENTO
CARACTERÍSTICAS
Origem dos espíritos diferenciados em Deus antes da sua peregrinação através da matéria, e origem dos veículos do homem
Origem das mais elevadas influências espirituais no homem
Origem do aspecto intuicional no espírito do homem
região do pensamento ABSTRATO
Contém as idéias germinais da forma mineral, vegetal, animal e humana, e idéias germinais do desejo e emoção dos animais e do homem. Origem do aspecto inteligente no espírito do homem (plano dos pensamentos puros)
região do pensamento CONCRETO
Origem das forças arquetípicas e da mente humana; reflete o espírito na matéria e contém os arquétipos do desejo, da emoção, da vitalidade universal e da forma Poder anímico } Luz anímica
} atração
Vida anímica } 2º
MUNDO DOS DESEJOS
Sentimentos Desejos Impressionabilidade Paixões e desejos inferiores ÉTER QUÍMICO – responsável por todos os fenômenos de assimilação e excreção nas relações do homem com o meio ÉTER VITAL – permite a propagação no meio físico e impregna desde o pólem até o espermatozóide
região ETÉRICA (interior) 1º MUNDO FÍSICO
ÉTER LUMINOSO – meio da percepção sensorial, capta as vibrações do ambiente exterior e transmite as emoções e sensações interiores da alma ÉTER REFLETOR – reflete toda a memória da natureza; consciência reflexiva por acumulação no simbolismo do tempo e do espaço
região QUÍMICA (exterior)
região composta pela matéria física nos estados sólido, líquido e gasoso .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7
3. O Plano da Criação Divina
Sob o ponto de vista dimensional, o Plano Físico apresenta três dimensões espaciais (todos os objetos possuem comprimento, largura e profundidade) e uma dimensão temporal (o tempo), perfazendo quatro dimensões. Entretanto, cada Plano de Manifestação Divina subseqüente ao Plano Físico, em direção ao Plano Divino, agrega mais uma dimensão física. Por exemplo, o Plano Astral (Mundo dos Desejos), imediatamente posterior ao Plano Físico (Mundo material) no diagrama a seguir, apresenta quatro dimensões espaciais e uma dimensão temporal, porém em estado vibratório muitíssimo superior à vibração letárgica da matéria densa. Nessa escala de sete planos de evolução da consciência, o Plano Divino totaliza dez dimensões. As várias escolas iniciáticas e religiões espirituais do oriente e do ocidente fazem diferentes designações e/ou simplificações desses diversos planos vibratórios, apresentadas a seguir, para fins comparativos: PLANOS DA CRIAÇÃO DIVINA EM DIFERENTES CORRENTES RELIGIOSAS plano
FILOSOFIA ROSA-CRUZ
OCULTISMO ORIENTAL
TEOSOFIA
VEDAS
7º
MUNDO DE DEUS
PLANO MAHAPARANIRVÂNICO
PLANO ÁDICO OU DIVINO
PLANO ADI
6º
MUNDO DOS ESPIÍRITOS VIRGINAIS
PLANO PARANIRVÂNICO
5º
MUNDO DO ESPÍRITO DIVINO
NIRVÂNICO
4º
MUNDO DO ESPÍRITO DE VIDA
3º
2º
1º
MUNDO DO PENSAMENTO
FÍSICO
PLANO BÚDICO
região do pensamento ABSTRATO região do pensamento CONCRETO
MUNDO DOS DESEJOS
MUNDO
PLANO
região ETÉRICA região QUÍMICA
PLANO ÁTMICO OU NIRVÀNICO
PLANO ÁTMICO
PLANO BÚDICO
PLANO BÚDICO OU INTUICIONAL
PLANO OU MUNDO DIVINO
PLANO MENTAL
RUPA
com forma
PLANO ASTRAL
PLANO ASTRAL
ETÉRICO
PLANO OU MUNDO ESPIRITUAL
PLANO ASTRAL
ETÉRICO PLANO FÍSICO
DENSO
PLANO ESPIRITUAL
PLANO ASTRAL
sem forma PLANO MENTAL
PLANO FÍSICO
ESPIRITISMO
PLANO MONÁDICO PLANO OU ANUPÁDICO ANUPÁDAKA
ARUPA PLANO MENTAL
ANTIGO EGITO
PLANO FÍSICO DENSO
PLANO FÍSICO
PLANO FÍSICO
Cada plano ou região de manifestação cósmica é ainda subdividido em até outros sete subplanos em graduações ascendentes.
4. OS TRÊS PRINCÍPIOS CÓSMICOS OU MANIFESTAÇÕES DA NATUREZA DIVINA NO COSMO Na ação de criar ou destruir sucessivamente o Universo físico, a Realidade Monista divina e indissolúvel, que é Deus Único, ao mesmo tempo se manifesta de modo trifásico, sem qualquer alteração íntima. Essa subdivisão em três aspectos distintos e mutuamente complementares é apenas recurso humano para facilitar a Sua melhor compreensão. A constatação desses três aspectos da Unidade Divina pela mente humana apenas gradua os atributos divinos como fases de um mesmo fenômeno e não modifica internamente Sua natureza, sendo inegável e definitivo que o princípio é um só, uma só origem e uma só vontade central criadora de todo o Cosmo, que permanece indestrutível na sustentação eterna e sábia de tudo o que Ele criou. O próprio homem, embora seja um único ser, pode se manifestar ao mesmo tempo sob o aspecto trifásico de PENSAR, SENTIR e AGIR, sem que sofra qualquer alteração íntima na sua individualidade constitucional. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8
3. O Plano da Criação Divina OS TRÊS PRINCÍPIOS CÓSMICOS DE DEUS 1º princípio: INCRIADO GERANTE
2º princípio: CRIADO GERANTE
3º princípio: CRIADO IMANENTE
A Unidade Cósmica O Cristo Cósmico O Espírito Eterno O Amor que estabelece o equilíbrio entre os opostos O Pensamento Original Cósmico Cimento que une o A Mente Abstrata do Supremo Pensamento Cósmico à forma CRIADOR (ATIVIDADE CRIADORA) O Pai Criador Absoluto ESFERA DO PENSAMENTO DIVINO ABSTRATO:
Deus em sua mais pura essência
Agente da ação que plasma o Pensamento Divino no desejo do Cristo Cósmico (concebe com a energia virgem para a gestação na matéria)
ALENTO ANIMADOR AGENTE EXECUTOR (ATIVIDADE SUSTENTADORA) (ATIVIDADE PRESERVADORA) O pensamento abstrato fora de O pensamento divino derramado Deus, manifestado como criação na Criação como Inteligência, Vida pela ação de agentes cósmicos e Amor ESFERA DOS AGENTES ESFERA DAS CÓSMICOS CRIADORES MANIFESTAÇÕES DE MUNDOS: DO ESPÍRITO DIVINO NA CRIAÇÃO: associado aos Arcanjos, Devas Maiores, Cristos, Logoi, O Verbo associado aos Anjos ou Devas ou Engenheiros Siderais Menores
Uma água quente, perfumada e colorida mantém intacta sua estrutura original de líquido, comparação onde a água representa Deus, seu calor “o espírito”, o perfume “a energia” e o colorido “a matéria” (forma, cor). O ASPECTO TRIFÁSICO DA MANIFESTAÇÃO DIVINA NO COSMO 1º aspecto: ESTÁTICO (de equilíbrio) “ESPÍRITO”
2º aspecto: DINÂMICO (de movimento) “ENERGIA”
3º aspecto: MORFOLÓGICO (de forma) “MATÉRIA”
PENSAMENTO O Pensar Divino
VONTADE O Arquétipo Divino
AÇÃO O Materializar Divino
As principais religiões da maioria dos povos, sob invólucro místico e religioso, sempre proclamaram os três aspectos de Deus como derivados e não “divididos” da mesma Unidade, não podendo ser simplesmente encarados como uma união de três pessoas numa só entidade divina. OS TRÊS ASPECTOS DA MANIFESTAÇÃO DIVINA EM DIFERENTES CRENÇAS religião
1º princípio
2º princípio
3º princípio
CATOLICISMO
Pai
Filho
Espírito Santo
HINDUÍSMO
Brahma
Vishnu
Shiva
BUDISMO
Amittaba
Alavokite Shavara
Naudjousri
EGÍPCIOS
Osíres
Ísis
Hórus
BABILÔNIOS
Ea
Ishtar
Thamus
GREGOS
Zeus
Demétrio
Dionísio
ASSÍRIOS
Baal
Astarté
Adônis
PERSAS
Orzmud
Ariman
Mithra
GERMANOS e CELTAS
Voltan
Friga
Dnar .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
9
3. O Plano da Criação Divina
A pedagogia sideral ensina que há três princípios cósmicos, uníssonos, que constituem o próprio Deus, três manifestações absolutas do Ser Supremo, e que não devem ser confundidos como sendo outras entidades criativas e governantes isoladas do Cosmo. O primeiro princípio está associado ao aspecto Criador, a Mente Abstrata da própria divindade, ou seja, Deus em sua essência mais pura. O Cristo Cósmico é o segundo princípio emanado de Deus que, na forma do Amor, serve de coesão entre o seu Pensamento Original Incriado e os mundos que os Arcanjos ou Engenheiros Siderais revelam sob a Vontade Divina. Ele significa o estado absoluto do Amor no Cosmo, cimento de coesão entre os astros e a luz pura que alimenta o amor entre os seres. É o elo entre o pensar interno e o existir exterior; é o canal que, no Cosmo e no seio do próprio Absoluto, une as duas margens externas da Criação: o Deus Pai (pensamento incriado) ao Deus - Espírito Agente, sua própria emanação na configuração material, de que a matéria é apenas vestimenta de Sua Idéia Fundamental e cuja vontade é transmitida pelo Cristo Cósmico. O terceiro princípio, associado à ação plasmando-se na forma, materializa a Vontade de Deus pelo seu Pensamento Incriado, recebendo o “sustento” através do Cristo Cósmico, o segundo princípio, e desce vibratoriamente até a configuração material. Quando isso ocorre, o terceiro princípio compõe a forma física ou incorpora-se como energia acumulada, atingindo a vibração letárgica da expressão-matéria, fazendo o descenso até o existir exterior. Os espiritualistas do Oriente denominam a Força Criadora do Universo pelo termo “LOGOS UNIVERSAL” , a força ativa da Criação, em atividade criadora, sustentadora e preservadora do ciclo evolutivo de cada ser. Brahm é a inteligência, é o comando e por assim dizer, a parte intelectual dirigente da Força criadora, ao passo que o Logos Universal é a manifestação ativa dessa força; são duas maneiras de designar aspectos diversos de uma única força. É a Força Irradiante responsável pela vida, da qual tudo parte e para a qual tudo retorna, que o homem se dirige em prece, quando invoca forças para a realização de seu destino de luz, ansiando pela paz e pela harmonia, e para onde se sente irresistivelmente atraído, quando atinge o término do período básico da consciência individual, sob o clamor interior da necessidade de uma integração ao seio do Eterno. A essa Força Criadora que as escrituras Sagradas se referem quando afirmam que “no princípio era o Verbo” e, após mostrarem ao homem de onde surgiu sua essência, passam os profetas a dar recomendações que lhe permitirão voltar ao seio do Criador, assinalando a utilidade das normas de conduta que proporcionam a felicidade do retorno ao ponto de partida: Deus ou O Logos Universal. Deus, em seu aspecto transcendente, é incognoscível para a compreensão e o entendimento humano. Deus Imanifestado, o Absoluto, o Inimaginável, só pode ser cognoscível quando toma um estado relativo com Ele mesmo, transformando-se na Sua própria manifestação, o Universo, com sua infinidade de corpos celestes. Esse Universo, com tudo o que Nele se contém, é a expressão de Sua Vida Consciente. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
10
3. O Plano da Criação Divina
Deus Imanifestado ou Transcendente = O Absoluto = O Logos Cósmico ou Universal
Deus é sempre uma Unidade, mas quando anima um Universo (passagem do Imanifestado para o Manifestado), o Uno o faz como uma trindade, com três modos fundamentais de manifestação. Quando o Logos Cósmico toma um estado relativo consigo mesmo, cria no Plano da Mente Divina a Ideação Cósmica, com todas as transformações que advirão, do princípio ao fim. Cria o arquétipo de todas as formas, forças e estágios de evolução, nos mínimos detalhes, por onde há de se desenvolver aquilo que se chama Vida, ou seja, cria o esquema evolucionário do Seu Sistema: o campo da evolução Logóica. Depois escolhe a porção do espaço destinado ao Seu Grande Plano de Evolução, onde nascerá toda a matéria diferenciada que existe no Cosmo. Nada existia ainda nesse espaço, formado de éter primordial ou raiz da matéria (Mûlaprakriti entre os orientais), mais apropriadamente chamado de Kóilon, a negação da matéria, segundo a Teosofia.
4.1 O TRABALHO DO TERCEIRO ASPECTO DO LOGOS Começa então pelo Terceiro Aspecto do Logos, a Grande Mente Universal, a construção propriamente dita dos sete planos cósmicos, cada um com os respectivos sete subplanos, através do que se conhece como Força-Matéria ou “Fohat”.
Antes da construção do Plano Físico, são construídos os planos hiperfísicos.
Depois de criados os sete planos cósmicos, o Terceiro Aspecto do Logos cria os sete subplanos de cada plano. O primeiro subplano de cada plano cósmico, o mais elevado vibratoriamente, é sempre constituído de átomos simples, enquanto os demais subplanos são formados das combinações desses átomos em moléculas. Dentro do Kóilon (o espaço primordial, vazio de matéria), o Terceiro Logos derrama sua poderosa energia e abre vários pontos luminosos ou bolhas, que vêm a constituir vários pontos de sua consciência, porquanto cada bolha ou ponto de luz só existe enquanto Ele conservar afastado o Kóilon que o envolve.
A matéria no Cosmo, tal como é conhecida, nada mais é do que “buracos” no éter primordial.
Em conseqüência, o átomo mais simples do plano físico não é constituído de matéria, mas de infinitos pontos de consciência do Terceiro Aspecto do Logos, numa disposição, numa trajetória orbital particular, para poder realizar um trabalho por Ele determinado: a construção do Plano Físico. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
11
3. O Plano da Criação Divina
Depois da formação dos estados atômicos de matéria, em cada um dos diferentes planos da natureza, o Terceiro Aspecto do Logos (ou terceiro aspecto da Trindade), o Doador da Vida, submerge no mar de matéria virgem do espaço e, em razão de sua vitalidade (Fohat, a Força – Matéria), desperta nos átomos de matéria atômica novas possibilidades ou poderes, que darão como resultado a formação das subdivisões de cada plano cósmico. No plano físico, o subplano mais elevado é formado de átomos simples de duas naturezas: átomos positivos e átomos negativos; pela combinação desses dois tipos de átomos, são construídos ou formados os subplanos restantes, além do atômico, a saber: subatômico, superetérico, etérico, gasoso, líquido e sólido. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
12
3. O Plano da Criação Divina
4.2 O TRABALHO DO SEGUNDO ASPECTO DO LOGOS Quando os sete planos cósmicos, com seus sete subplanos estão formados, após Fohat eletrificar essa matéria, e os átomos se combinarem em moléculas, começa o trabalho do Segundo Aspecto do Logos, a Segunda Emanação como Vida-Forma, através da energia conhecida como Prâna, energia ou fluido vital. Através do Prâna, a Vida do Segundo Logos anima todos os planos e subplanos cósmicos, fazendo com que toda a matéria que os constitui se torne apta para construir formas, a fim de abrigar a maravilhosa qualidade chamada Vida. Essa Vida do Segundo Aspecto do Logos modela a matéria dos diferentes planos, nas mais variadas formas, e cada forma persiste (sobrexiste), tem duração, enquanto essa Vida Divina, a Segunda Emanação, mantiver nela a matéria. Surge, então pela primeira vez nesse Universo, o fenômeno do aparecimento e do desaparecimento, porquanto uma forma nasce em razão da Vida do Segundo Logos ter um plano evolutivo para realizar por Seu intermédio. A forma de vida cresce quando esse plano prossegue até um determinado limite, e entra em decadência quando o Segundo Aspecto do Logos vai retirando Sua Vida da forma, para finalmente morrer ou desaparecer quando a Vida do Segundo Logos se retirar da forma a que animava, para ir constituir ou construir uma nova forma, mais apta para evoluir em novas experiências e novas adaptações. Essa Segunda Emanação, através de Prâna (Vida – Forma), recebe diferentes nomes nas diversas fases de sua “descida” à matéria: •
Em conjunto, denomina-se Essência Monádica, principalmente quando está envolta unicamente em matéria atômica dos diferentes planos.
•
Quando anima matéria não atômica (já combinada em moléculas), denomina-se Essência Elemental, nome dado pelos ocultistas medievais, que o atribuíram à matéria constitutiva dos corpos dos Espíritos da Natureza, que por eles eram chamados de Elementais.
•
Quando a Essência Elemental anima os três subplanos superiores do Plano Mental, denomina-se Primeiro Reino Elemental Mental Abstrato.
•
Depois de se desenvolver ao longo de um enorme período de tempo (uma “Cadeia de Evolução”), passa a animar os quatro subplanos inferiores do Plano Mental, sendo então chamada Segundo Reino Elemental Mental Concreto; neste grau, a Essência é também conhecida como “Essência Elemental Mental”.
•
Na etapa seguinte, passa a animar o Plano Astral, quando fica conhecida como Terceiro Reino Elemental Astral.
Esses três Reinos Elementais, em várias manifestações de diferentes formas de vida, juntamente com os reinos mineral, vegetal e animal, se constituem nos Reinos da Natureza. Tanto a Essência Elemental Mental, como a Astral, estão ligadas intimamente aos corpos ou veículos de consciência do homem, e logicamente à sua evolução. A Essência Elemental se encontra no arco descendente, impropriamente conhecido como “involução”, pois seu progresso evolutivo consiste em “descer” às formas de matéria mais densas, para aprender a se expressar por intermédio delas. Para o Homem, a evolução se verifica no sentido oposto, ou seja, depois de haver se aprofundado na matéria mais densa, começa a elevar-se na direção do Grande Fonte da qual proveio. Dessa forma, lenta e gradualmente, essa corrente de Vida flui através dos diferentes planos, permanecendo em cada um deles um período de tempo correspondente a um intervalo que dura muitos milhões de anos terrestres (uma Cadeia de Evolução). . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
13
A Vida do Segundo Logos, através da Segunda Emanação (Vida – Forma), não só vivifica os diferentes planos cósmicos, trazendo à existência os diferentes reinos de vida, como também põe em atividade as mônadas que, do Plano Anupádico, esperam que os outros planos inferiores estejam preparados para poder iniciar o seu trabalho.
A Segunda Emanação, a Vida do Segundo Aspecto do Logos, toma a matéria vivificada pela Primeira Emanação, do Terceiro Aspecto do Logos, modela-a e anima-a lenta e gradualmente, para formar os três reinos elementais, e finalmente os reinos mineral, vegetal e animal.
Dessa forma, a matéria vivificada por Fohat (1ª Emanação, do Terceiro Logos) recebe Prâna (2ª Emanação, do Segundo Logos), operação que resultou no dogma maior do Cristianismo: “O Filho encarna por obra e graça do Espírito Santo na Virgem Maria”.
4.3 O TRABALHO DO PRIMEIRO ASPECTO DO LOGOS O sétimo e último reino, o hominal ou humano, é criado pela descida da Vida do Primeiro Aspecto do Logos, quando da individualização da Mônada no reino animal. Mônadas (Átomos – Vida ou “Jivas”) são unidades de consciência geradas dentro da Vida Divina por um ato de Vontade do Primeiro Aspecto do Logos, antes que esteja formado na Ideação Cósmica um Campo de Evolução (um Grande Plano ou Universo Imanente).
As Mônadas são os filhos que moram desde o princípio de ima idade criadora no seio do pai; são originárias do Primeiro Aspecto do Logos.
As Mônadas são idênticas ao pai quanto à sua Divindade, mas inferiores quanto à natureza humana. Da condição estática, envolvendo todas as potencialidades divinas, chegam à condição dinâmica desenvolvendo todos os poderes divinos. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
14
3. O Plano da Criação Divina
A morada das Mônadas é o Plano Anupádico ou Monádico (Paranivânico), embora as raízes de sua vida estejam no Plano Ádico ou Divino (Mahaparanirvânico), pois são originárias do Primeiro Aspecto do Logos. No Plano Anupádico, a Mônada é onipresente e onisciente, porém é inconsciente nos demais planos e, através de sua involução até a matéria, chegará a ser onisciente e onipresente em todos os planos cósmicos, para que, no final de sua evolução, no decurso de idades sem conta, se torne um Logos Criador, produzindo de si mesma universos futuros.
AS TRÊS EMANAÇÕES DO LOGOS (MANIFESTAÇÃO DIVINA NO COSMO) 1º aspecto do Logos
2º aspecto do Logos
3º aspecto do Logos
VIDA - FORMA
FORÇA - MATÉRIA
3ª Emanação:
2ª Emanação: PRÂNA
1ª Emanação: FOHAT
PRINCÍPIO ESPIRITUAL OU PRINCÍPIO INTELIGENTE
PRINCÍPIO VITAL
PRINCÍPIO MATERIAL
5. AS HIERARQUIAS ESPIRITUAIS, OS ENGENHEIROS SIDERAIS E O SEU PAPEL NO PLANO DA CRIAÇÃO A consciência espiritual de Deus é o único Comando, controle e fundamento do Universo! As galáxias, constelações e sistemas planetários e os diversos reinos da Natureza, que constituem os orbes físicos, são manifestações ou materializações deste Psiquismo Cósmico em sua descida vibratória criativa. Nesse processo, Ele pode dispor de tantos centros de governo psíquico, no macro ou no microcosmo, conforme sejam as características criadoras exigidas nos campos, sistemas ou quaisquer unidades de Vida. Em verdade, Deus serve-se dos seus próprios filhos para exercer esse governo disciplinado e criativo universal, uma vez que eles são potencialmente o próprio Cosmo em miniatura.
Os Espíritos são uma das Potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais (a Providência Divina) em todos os níveis siderais.
Toda a obra Divina só é concretizada graças à infinita e imensurável hierarquia espiritual de elevada estirpe, poder e sabedoria, que cria, disciplina e aperfeiçoa os mundos em cada “Grande Plano” ou “Manvantara” da Criação, com seu limite extremo superior situado na própria Consciência Espiritual de Deus e o extremo inferior na consciência do próprio homem.
Deus, a Mente Criadora, faz cumprir a sua Vontade através de seus prepostos, mantendo o Cosmo em incessante atividade criadora, obra só concretizada graças à hierarquia de construtores, que se inicia nos espíritos arcangélicos e decresce até se findar no próprio homem limitado no mundo.
Esse é o motivo porque a história religiosa iniciática e esotérica do mundo terreno sempre admitiu a imagem de Deus cercado de uma corte refulgente de entidades de aparência luminosa, a cumprir-lhe a vontade augusta e única. Para a tradição católica, por exemplo, há O Senhor, sentado no “Trono Divino”, rodeado dos seus Anjos; já as religiões orientais conhecem esses seres radiantes por “Devas”. Os povos orientais antigos e os primitivos celtas mostravam-se familiarizados com a idéia da existência de “deuses” que rodeavam o “Trono do Senhor”, incumbidos das criações e providências mais avançadas e complexas do Universo. Em face de sua aparência harmoniosa e muitíssimo refulgente, que ressalta desses “deuses” tradicionais, reconhecíveis por exímios clarividentes, eles são conhecidos pela denominação de “DEVAS”, que em Sânscrito significa “seres brilhantes”. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
15
3. O Plano da Criação Divina
Os Devas operam na Criação como prepostos de Deus, e são espíritos que se burilaram nas lutas reencarnatórias, habitando e se aperfeiçoando nas diversas moradas do Pai. Os “Devas Maiores” correspondem aos Arcanjos da tradição religiosa ocidental, e os “Devas Menores” equivalem aos Anjos. O Arcanjo ou Deva Maior, projeta, cria, coordena e ratifica toda a atividade criadora e progressiva, por exemplo, de toda uma constelação, enquanto os Anjos ou Devas Menores, sustentam cada orbe dentro do esquema Arcangélico. Em conseqüência, a ação angélica pode ser mais íntima e sutil, ou mais periférica e indireta, tanto quanto for a natureza e o aprimoramento de cada reino ou espécie onde ela atua. As galáxias, constelações, os sistemas planetários, orbes e satélites são núcleos de vida psíquica que transitam pelo Cosmo sob o comando de entidades siderais arcangélicas e angélicas que lhes penetram a intimidade física com seu sublime psiquismo.
As auras dos espíritos angélicos e arcangélicos extravasam além dos sistemas siderais (galáxias, constelações, etc.) a que dão forma.
Na sua incessante “descida vibratória”, o Psiquismo Cósmico, que atua e interpenetra todo o Universo, possui as suas “subestações” de transformadores psíquicos, em ordem decrescente e conforme as necessidades dos departamentos da vida “psicofísica”.
As indescritíveis consciências arcangélicas e angélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam dessa forma, a ser doadores de energia sideral mais reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas. O Psiquismo Cósmico, nessa transformação de voltagem sideral, e sem qualquer alteração em sua Unidade Eterna, atinge, dessa forma, todos os núcleos de consciência e de vida. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina
16
Essas inteligências siderais absorvem e reduzem o “Potencial Virgem” do Criador para que o espírito imortal se situe na percepção consciencial humana e possa recepcionar o “quantum” exato de luz que deve alimentar-lhe o psiquismo e a noção diminuta de “ser” ou de “existir”, num fantástico processo de integração de todas as partes do Cosmo ao Criador, desde as suas mais remotas partículas componentes.
Há uma intercomunicação criativa que pulsa incessantemente desde Deus e interpenetra todo o Cosmo, a unir em ordem decrescente vibratória, desde a consciência arcangélica até a consciência humana no reino hominal. O UNO ESTÁ NAS PARTES, E AS PARTES INTEGRADAS NO UNO !
Nesse descenso psíquico procedido pela Consciência Cósmica através das galáxias, constelações e orbes, vão se elaborando, pouco a pouco, numa síntese regressiva, os próprios núcleos das futuras consciências humanas.
5.1 O PAPEL DOS DEVAS MAIORES O comando psíquico arcangélico de uma constelação, conhecido por “Deva Maior” entre os orientais, ou ainda Arcanjo ou Logos Constelatório, atua intimamente nas fímbrias de todas as atividades físicas e psíquicas se cada orbe habitado, ou em elaboração para futura moradia planetária, dessa constelação.
Os Arcanjos ou Devas Maiores são os agentes onipresentes e superfísicos da Vontade Criadora do Pai, senhores e diretores de todas as energias, leis, princípios e processos galaxiais, constelatórios, solares, interplanetários e planetários.
Embora o pensamento puro do Onipotente seja o princípio de todas as coisas e de todos os seres, existem elos intermediários entre o “pensar” e o “materializar” divino, que se constituem de leis vivas, operantes e imutáveis, que dão origem à matéria e à energia condensada. Esses conjuntos e leis vivas são Espíritos Arcangélicos, verdadeiros “Engenheiros Siderais”, que apreendem o pensamento divino e o revelam no plano denso da Criação. São entidades dotadas do poder e da força criadora, situados no Plano Anupádico, plano cósmico imediatamente abaixo do Plano Divino, os mais altos intermediários do pensamento incriado do Absoluto. Essas Inteligências Divinas, como agentes diretos de Deus, pois vibram em perfeita sintonia com a Mente Divina, corporificam e emitem ondas sucessivas de energia criadora inteligente, que se projetam nos espaços, criando os átomos, germes de vida, que potencializam energias, inteligência e amor, os quais se aglomeram e multiplicam dentro das leis divinas pré-existentes, formando os mundos materiais e seus seres. São os agentes inteligentes que animam, santificam e presidem a formação de Universos e galáxias, e que, a seu turno, delegam poderes a agentes seus: os CRISTOS ou LOGOI (“Logoi”: plural de Logos), que, como VERBOS DIVINOS, corporificam seus pensamentos, executando a criação de planetas, satélites e astros em geral (dos diferentes sistemas planetários), de que passam a ser seus governantes espirituais.
Os Engenheiros Siderais são entidades espirituais de elevada hierarquia no Cosmos que interpenetram o pensamento de Deus e o plasmam na forma dos mundos e de suas humanidades !
Através da ação dinâmica do VERBO, “o pensamento fora de Deus”, aquilo que permaneceria em condições abstratas na mente Divina, revela-se na figura de mundos exteriores. Os Engenheiros Siderais são os “reveladores”, na forma tangível, daquilo que pré-existe eternamente no mundo interior, mental e virgem de Deus; são intermediários submissos e operantes dessa Vontade Absoluta e Infinita, para fazê-la pousar até nas rugas das formas dos mundículos microcósmicos. Eles sustêm em suas auras imensuráveis a consciência física dos mundos e a consciência somática espiritual de cada humanidade. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
17
3. O Plano da Criação Divina
Cada uma dessas Consciências Arcangélicas, que abrange um orbe, sistema planetário ou galáxia, “sabe” e “sente” quais as necessidades evolutivas das humanidades ali existentes, assim como a consciência humana, situada no cérebro físico, sente todas as carências do corpo e providencia-lhe os socorros para a sua sobrevivência. Os Arcanjos Siderais consolidam os mundos e os alimentam em suas primeiras auras constelatórias ou planetárias, e ainda condensam e avivam as centelhas espirituais descidas do seio da Divindade até o microcosmo, e ativando-lhes a dinâmica ascensional. Todas as formas de vida estão impregnadas dos princípios espirituais: tudo tem alma e tudo evolui para estados mais sublimes, desde o elétron que rodopia no seio do átomo até as galáxias que giram e se arrastam em permanente afastamento mútuo.
Os Engenheiros Siderais presidem a ascensão de todas as coisas e seres para a Ventura Eterna.
Os Arcanjos Construtores são os “Divinos Condensadores” que se interpõem entre a Luz Máxima, refulgente de Deus, cujo potencial virgem e poderoso desagregaria os espíritos a ela diretamente submetidos e ainda incapacitados de suportar energia tão elevada, e a graduam pouco a pouco, dosando-a até ajustar-se ao nível do homem, através de suas próprias Consciências hemisféricas, galáxias constelatórias, planetárias e mesmo as que operam no comando dos quatro elementos da matéria, nos reinos da natureza, nos continentes e raças humanas. A série hierárquica dessas entidades, que agrupam em si mesmas o potencial mais alto e depois o transmitem à faixa vibratória mais reduzida em suas próprias auras conscientes, é que permite logicamente o crescimento e a ascensão do espírito humano para a sublime angelitude. Através de sua vibração altíssima e impossível de qualquer receptividade humana, cuja luz e energia criativa, ao incidir diretamente, pulverizaria qualquer ser, o Arcanjo ou Deva Maior é o campo vibratório de toda vida e aperfeiçoamento do sistema planetário onde atua. Por exemplo, o Arcanjo ou Logos Solar é a consciência psíquica mais evoluída do Sistema Solar, a nossa constelação em particular, e vibra na intimidade de todos os planetas, orbes e satélites que o constituem. O Sol do nosso sistema planetário é o local exato em que atua a consciência do Arcanjo, Engenheiro, Construtor ou Logos da Constelação Solar, que é o alento e a própria Vida de todo o conjunto de seus planetas, orbes, satélites ou poeiras siderais, inclusive todos os seres e as coisas viventes em suas crostas materiais. Esse Logos não se situa num local ou latitude geográfica do Cosmo; o que o distingue principalmente é o seu estado espiritual vibratório, inacessível ao entendimento humano, e que está presente e interpenetra todo o campo constelatório solar que emanou de si mesmo, em harmoniosa conexão com as outras demais constelações e galáxias que se disseminam pelo Cosmo, e que são, por sua vez, presididas por outras consciências arcangélicas, formando progressivamente a inconcebível humanidade sideral. À imagem e semelhança do Logos Cósmico, o Logos Solar é também uma trindade quando anima, quando transforma de Si Mesmo, um sistema de evolução.
Desde o astro solar até a órbita do planeta mais distante de um sistema planetário, sua respectiva Consciência Arcangélica se estende em todos os sentidos e coordena todas as ações que ocorrem nesse campo de vida, sob a supervisão excelsa da Mente Divina.
Por sua vez, cada orbe físico de um sistema planetário possui o seu “Deva Menor” ou Logos Planetário, que sob a ação e comando do Arcanjo do sistema planetário global, cumpre o desígnio criador em semear a vida e incentivar o progresso de todos os reinos sob o seu governo. O Arcanjo Constelatório projeta, cria, coordena e retifica toda a atividade criadora e progressiva de toda a constelação ou sistema planetário, enquanto os “Devas Menores” sustentam cada orbe do esquema arcangélico. Há um incessante intercâmbio entre as consciências menores, situadas nos reinos inferiores, e as maiores, que interpenetram sistemas e galáxias, sob a vigilância e a coordenação da Consciência Infinita e Eterna de Deus: . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
18
3. O Plano da Criação Divina
Não cai um só fio de cabelo ou uma só folha da árvore sem que Deus o saiba!
Muitas criaturas abandonam-se à Intuição e confiam plenamente na Providência Divina porque sabem que, através da escadaria infinita de consciências graduadas no Cosmo, a mais sutil aspiração humana consegue sua realização, de conformidade com o seu merecimento espiritual. Através do oceano etérico concentrado pela sua Consciência Mental e que banha e interpreta também as fímbrias dos átomos dos mundos que condensou em si mesmo, o Logos Solar também atua na consciência dos outros Arcanjos menores que corporificam os planetas e os governam em espírito, numa inconcebível operação harmônica da consciência constelatória, ao comandar instantaneamente as humanidades que palpitam em seus mundos constituintes, e que apresentam os mais variados matizes conscienciais. O Logos Solar é o condensador sideral que absorve a energia demasiadamente poderosa, proveniente da Mente Divina, e retém em si o “quantum” sideral inalcançado pelos espíritos menores.
Os Logoi Solares concretizam, na forma de sistemas planetários, viveiros de almas sedentas de ventura, uma das peças componentes da engrenagem cósmica que faz parte de um Grande Plano.
No caso, em particular, de nosso Sistema Solar, o conjunto de orbes, satélites e asteróides em torno do Sol significa o “corpo astro-físico” do respectivo Arcanjo Solar, cuja consciência espiritual é independente da maior ou menor extensão desse sistema planetário, que é apenas seu prolongamento ou sua emanação, assim como o corpo físico é apenas o prolongamento, instrumento ou emanação do espírito humano encarnado na Terra. Assim como as humanidades do Sistema Solar vivem mergulhadas na Essência Imortal do Logos Solar, que interpenetra todo o cortejo de nossa constelação, também ele se situa intimamente inserido na aura de outro espírito imensurável que, por sua vez, se liga a outro maior, e assim sucessivamente, até cessar o poder conceptual em Deus, que é a última e absoluta Consciência Universal. O refulgente Arcanjo Solar de nosso sistema planetário situa o seu comando no núcleo do Sol porque este é o centro “astro-físico” da constelação, do qual emanam todas as ações e providências necessárias para o governo de seus mundos e humanidades em evolução. Sua aura abrange todo o Sistema Solar e nutre todos os seres nele pululantes que materializam a Sua Vontade na matéria; é uma entidade viva, pensante e progressiva, inconcebivelmente mais viva do que qualquer um dos mais evoluídos seres a ele afetos, e faz a conexão perfeita entre todos os liames de ação e de vida em nossa constelação.
Se, numa comparação, o corpo físico do homem fosse a figura de Deus, então a consciência e a luminosidade áurica de um Arcanjo Sideral seria do tamanho da aura do núcleo de um átomo desse corpo!
Não se deve confundir o “corpo sideral” material e visível de um Espírito ou Engenheiro Sideral, centrado num sistema planetário, com sua “consciência sideral”, do qual o primeiro é apenas o seu prolongamento no plano físico, e que pode ser desintegrado sem que ele fique reduzido em sua consciência, da mesma forma que o espírito humano sobrevive à desintegração de seu corpo físico de uma dada reencarnação.
Em termos alegóricos, Deus, como Espírito Criador do Cosmo, realmente deve considerar que os mundos emanados de si são como o seu próprio corpo físico no plano material.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
19
3. O Plano da Criação Divina
Nesse sentido, se o Onipotente for simbolizado como sendo uma infinita esfera translúcida pejada de mundos e orbes que flutua disciplinadamente em seu seio, essa esfera pode ser subdividida mentalmente em dois hemisférios iguais, duas partes exatas. Embora Deus continue integralmente em toda a Esfera Infinita, essa simples divisão conceitual em dois hemisférios implica em se perceber a necessidade de dois comandos espirituais: duas novas consciências na figura de dois “condensadores siderais”, que devem então graduar o altíssimo potencial e a ilimitada energia de toda a esfera, a fim de situar as cotas correspondentes de cada hemisfério, que passam a ter vida à parte, nessa comparação, embora sem sair de Deus. Surgem, portanto, os dois Arcanjos Hemisféricos Siderais, que a vontade de Deus situa em termos conscienciais imediatamente abaixo de sua Vontade Infinita, e que atenderão a todas as necessidades da nova vida em agitação nesses hemisférios da hipotética Esfera Divina. Ao se continuar mentalmente subdividindo esses hemisférios, cada Arcanjo correspondente subdividir-se-á em outras duas consciências menores às quais eles também transmitirão sua vontade e poder criador, mas sempre as abrangendo, pois serão criações conscienciais de si mesmos. Nessa suposta ordem decrescente e redutora, a Fonte Máxima de Energia, que é Deus, desce vibratoriamente e vai compondo novas consciências cada vez menores, sem que por isso fique fora delas, terminando por compor as galáxias, os sistemas estelares, os orbes, os satélites, asteróides e poeiras siderais, onde se reconhece a respectiva graduação de subseqüentes consciências espirituais, que comandam, em ordem decrescente, mas sempre obedecem hierarquicamente à imediata vontade mais alta. Todas as galáxias possíveis de serem evocadas mentalmente formam o corpo de um Arcanjo Cósmico, que por sua vez coordena harmoniosamente os Arcanjos de cada galáxia; em cada uma delas, o seu Arcanjo Galaxial controla os respectivos sistemas solares e seus orbes, cujos Arcanjos Solares ou Logoi Solares disciplinam e provêm cada sistema sob a sua direção mental e espiritual, materializam e alimentam a substância e os orbes de seus sistemas. Cada orbe, por sua vez, possui seu Arcanjo Planetário, do qual é o corpo visível, o verdadeiro coordenador das necessidades dos reinos, seres e coisas ali existentes, e que constitui apenas a materialização exterior de sua “vontade espiritual”, ligada ao rosário infinito de outras vontades maiores, que se fundem na Vontade Última, que é Deus. A Terra, em particular, é a forma visível de uma vontade espiritual que a comanda no seu campo interior e que a criou sob o ritmo da Vontade Maior, descida do Pai, através dos seus prepostos que afloram cada vez mais à forma exterior, vontade essa conhecida como Logos ou Cristo Planetário. O Anjo ou “Deva Menor” é ainda capaz de atuar no mundo material, cuja possibilidade a própria Bíblia simboliza pelos sete degraus da escada de Jacó, mas o Arcanjo não pode mais deixar o seu mundo divino e efetuar qualquer ligação direta com a matéria, pois já abandonou, em definitivo, todos os veículos intermediários (corpos sutis de evolução) que lhe facultariam tal possibilidade. A fim de poder encarnar-se na Terra, Jesus de Nazaré, espírito angélico ainda passível de atuar nas formas físicas, teve de reconstituir as matrizes perispirituais usadas noutros mundos materiais extintos. Jesus de Nazaré, como agente da Entidade sob cuja jurisdição e dependência a Terra se encontra (o Logos Planetário da Terra), como mundo formado em um sistema planetário, concorreu à formação de nosso globo e de todos os seres que o habitam, passando a ser Governador Planetário.
O Cristo Planetário é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de Nazaré, espírito sublime e angélico, foi seu médium mais perfeito na Terra. Cristo é um Arcanjo Planetário, enquanto Jesus é o Anjo governador da humanidade terrícola.
Jesus é a mais Alta Consciência Diretora da humanidade terrena, mas não do Planeta Terra, porque ainda permanece diretamente em contato psicofísico com as consciências terrícolas encarnadas ou não. Ele é o Elo Divino e o mais lídimo representante de aspecto humano que se liga diretamente à Sublime Consciência do Arcanjo Planetário da Terra. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
20
3. O Plano da Criação Divina
O Comando Sideral do Sistema Solar (o Logos Solar) atua no Arcanjo do Planeta Terra, e este na imediata consciência espiritual abaixo de si e em condições receptivas de sentí-lo e cumprir-lhe a vontade no mundo físico: o insigne Jesus. O mestre angélico, além de ser o Governador Espiritual de nossa humanidade, participou da Assembléia Sideral em que o Arcanjo Espírito do Planeta Terra mentalizou os planos preliminares para a formação de nosso orbe, em perfeita conexão com os projetos maiores do Arcanjo ou Logos Solar do Sistema Solar. A jurisdição de Jesus assemelha-se a sublime janela viva que se abre na forma material para que o Arcanjo Planetário “veja” e “sinta” o que deve providenciar em seu interior espiritual para atender à progressiva eclosão das consciências humanas delineadas na matéria terráquea. Ante a incessante ascensão espiritual de Jesus e o seu conhecimento cada vez mais extenso sobre a consciência coletiva de nossa humanidade, acredita-se que no próximo Grande Plano ele provavelmente se torne um Arcanjo coordenador na criação dos mundos, sob a jurisdição direta de outro Logos Solar. Um Arcanjo, Logos Planetário ou Solar, representa a miniatura de todos os atributos de Deus, como seja a Sabedoria, o Poder, a Vontade, a Justiça e, obviamente, o Amor, que é o princípio crístico. Durante o período sob cada signo da tradição astrológica relacionada ao planeta Terra, que dura exatos 2.160 anos, é destacado um dos aspectos do Logos Planetário, condizente com o atributo que deve ser desenvolvido e cultuado pela humanidade terrena em evolução durante o período de vigência desse signo. Como o Amor foi o principal motivo destacado nos atributos do Logos do Planeta Terra para ser cultuado pelo homem, sob a vibração amorosa do signo de Piscis, todas as atividades missionárias e incentivadoras de nosso mundo atual giram em torno do aspecto CRISTO, ou seja, em torno da manifestação absoluta do Amor, um dos aspectos sublimes desse Arcanjo Planetário, a ser cultuado à parte, em correspondência com o favorecimento do magnetismo astrológico em vigor. O Cristo Cósmico, em sua generalidade, é o Segundo Princípio emanado de Deus que, na forma do Amor, serve de coesão entre o seu Pensamento Original Incriado e os mundos que os Arcanjos ou Engenheiros Siderais revelam sob a vontade divina; significa, portanto, o estado absoluto do Amor no Cosmo, cimento de coesão entre os astros, e luz pura que alimenta o amor entre os seres.
O Cristo revela-se em Deus na plenitude do Amor Eterno; o Cristo Galaxial é o próprio Logos ou Arcanjo das galáxias, mas destacado na sua expressão de Amor sobre os seus demais princípios de Poder, Sabedoria e da Vontade criadora. O Cristo Solar também é o mesmo Logos Solar, porém acentuado sideralmente no princípio do Amor e distinguido do Poder, da Vontade e da Sabedoria Solar. O Cristo da Terra, conseqüentemente, é a expressão absoluta do Amor do próprio Arcanjo de nosso planeta.
A ação angélica pode ser mais íntima e sutil, ou mais periférica e indireta, tanto quanto for a natureza e o aprimoramento de cada reino ou espécie onde ele atua.
5.2 A AÇÃO DOS DEVAS MENORES Os Devas Menores ainda representam um elevado estado do psiquismo Cósmico, mas já se constituem nas consciências psíquicas que comandam os diversos reinos da natureza (chamados nesse caso de “Psiquismo Diretor”), e ainda se subdividem em novos sub-comandos instintivos e responsáveis por cada espécie diferente de mineral, vegetal e animal de cada reino: as “Almas-Grupo” ou “Espíritos-Grupo”.
Os Devas Menores atuam nos diversos reinos da natureza operando intimamente desde o reino mineral, vegetal e animal e principalmente hominal. Senhores do psiquismo, pródigos de sabedoria e poder criativo, eles criam, disciplinam, orientam, aperfeiçoam e sublimam todas as manifestações de Vida nos mais diversos planos e regiões dos orbes físicos. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
21
3. O Plano da Criação Divina
Fontes bibliográficas: 1. Maes, Hercílio. O Evangelho à Luz do Cosmo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. 2. Maes, Hercílio. O Sublime Peregrino – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1990. 3. Maes, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9 ed. São Paulo: Freitas Bastos, 1989. 4. Feraudy, Roger. Umbanda, essa desconhecida – 1 ed. Porto Alegre: FEEU, 1984.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
INVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO NOS PLANOS DA CRIAÇÃO Sob a garantia histórica religiosa, o homem pode sentir-se um reflexo de Deus, uma centelha da Energia Cósmica Divina, e tranqüilo candidato à felicidade eterna! Ele não pode duvidar do seu Magnânimo Criador, que ativa incessantemente os sucessivos “Grandes Planos” ou “Manvantaras” da Criação, com o propósito divino de conduzir as suas criaturas à sublime condição angélica. Na sucessão consecutiva de Grandes Planos (Manvantaras), substituindo-se uns aos outros, se forjam as consciências individuais que, nascidas absolutamente virgens e ignorantes, são lançadas na corrente evolutiva das cadeias planetárias. Em seguida despertam, crescem, se expandem e absorvem a noção relativa do “bem” e do “mal”, do “belo” e do “feio”, do “sadio” e do “enfermiço”, até lograrem a consciência do seu próprio destino e se alçarem às faixas superiores da angelitude. Na seqüência, os espíritos já angelizados ainda galgam níveis cada vez mais sublimes para atingirem as freqüências arcangélicas através de outros “Grandes Planos”, assumindo as responsabilidades de comandos planetários e até constelatórios. Arcanjos emancipados e liberados de quaisquer condições opressivas e restritivas do Universo, eles então passam a orientar e guiar as novas humanidades planetárias, almas infantis, que vão surgindo e conquistando também a sua ventura, pelo despertamento da consciência nessa sucessão de diástoles e sístoles cósmicas. Esta é a Lei eterna e justa: os “maiores” ensinam os “menores” a escalonarem a senda evolutiva divina!
1. A CRIAÇÃO DAS CENTELHAS ESPIRITUAIS Uma peculiaridade inerente à Força Criadora é a necessidade de expansão do Bem, que é inesgotável, sem limites, pois tudo que é sutil, nobre, elevado, tende a se expandir generosamente na multiplicação por amor. É essa característica que faz a Força Criadora produzir, infinitamente, novas centelhas de vida, que, ao completarem o ciclo de evolução retornando à Origem, serão instrumentos de reforço à expansão dessa Força Central da Vida. Os seres humanos são filhos de Deus, criados originalmente na forma de “centelhas”, “chamas“ ou “partículas luminosas”, eternas e indestrutíveis, em cujo âmago de sua consciência individual, a Divindade Suprema é o fundamento eterno e a unidade espiritual de todos os seres, pois, sendo da mesma natureza que a de Deus, pois que Dele emanadas, trazem potencialmente latentes dentro de si todos os atributos divinos, que são desenvolvidos num longo processo evolutivo consciencial no Cosmo, designado apropriadamente de “campos de evolução do espírito”. Como o espírito do homem é centelha emanada da Chama Viva do Cosmo, que vem a ser o próprio Deus, eternamente presente na sua Criação, também o homem participa e vive da Sua Onisciência e Onipresença, embora presentemente ainda não esteja capacitado o suficiente para usufruir de todo o conhecimento e poder nele existentes.
2. INVOLUÇÃO OU DESCENSO VIBRATÓRIO DAS CENTELHAS ESPIRITUAIS Num processo evolutivo incessante, desde o instante cósmico de sua criação do seio da Divindade, a centelha ou mônada espiritual passa por um estágio de “descenso vibratório” por todos os planos da natureza, desde o Plano Divino, sucessivamente, até atingir o Plano Físico material ou denso, onde recebe influenciações do estado sólido de agregação molecular, seguindo por um estágio de “evolução vibratória”, ascensionando pelo reino mineral nos estados líquido e gasoso, e depois pelos reinos vegetal, animal, hominal e angelical. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
2
No sexto plano cósmico, onde se disciplina a primeira descida dos espíritos virginais a caminho da matéria, através das sete regiões de ascensão angélica, os Engenheiros Siderais, dotados de poder e da força criadora, condensam e avivam o espírito descido até o microcosmo, e ativam-lhe a dinâmica ascensional.
A ação do Logos, em sua manifestação, consiste em nutrir as essências espirituais até que possam atingir o grau de individualidade, tal qual mãe extremosa que vela por seu filho, que o nutre enquanto embrião, até que ele possa ter uma existência separada, como uma entidade autoconsciente.
O espírito do homem, como fragmento do espírito de Deus, descido à forma exterior da matéria, possui, portanto, no seu invólucro perispiritual a miniatura de todas as energias e substâncias do Cosmo. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
3
O espírito puro, nessa tradicional descida angélica até atingir a substância física, vai incorporando gradativamente os elementos de todos os planos que se situam no caminho. Em sentido contrário, as adaptações imaturas para o “mais alto” sempre oferecem maiores dificuldades, porque exigem um processo de vigorosa libertação das energias inferiores. Vezes há em que a própria vontade e a capacidade do espírito são débeis para a ascensão, enquanto que as adaptações para os planos inferiores são mais fáceis porque ele comanda energias também inferiores e se deixa plasmar pelo vigor atuante do “mais baixo”. O espírito é o “agente” que concretiza, progressivamente, todos os pensamentos contidos na Mente Divina e que, como centelha, evolui da inconsciência de grupos instintivos de reinos inferiores para a forma de consciência individual humana, quando então se dá o despertar do raciocínio, da hipnose animal para a ascese angélica! Essa interminável sucessão de movimentos ascensionais é sempre assistida por inteligências cada vez mais altas na infinita hierarquia espiritual. Assim como o espírito que ainda habita o organismo do homem das cavernas precisa de um guia que lhe sobrepuje apenas a precária inteligência e o sentimento, e lhe conheça de perto as primeiras necessidades, uma consciência tão ampla, como a de Jesus, inspira-se pela sublime entidade que é o Arcanjo Gabriel, Espírito Planetário (Logos Planetário da Terra), diretamente ligado ao Logos do Sistema Solar.
3. “DESCIDA ANGÉLICA” OU DESCENSO VIBRATÓRIO DO PSIQUISMO CÓSMICO A metamorfose macrocósmica de Deus se dá no processo inverso da metamorfose microcósmica do homem! Considerando-se que Deus é o Todo ilimitado, que interpenetra, coordena e ativa a vida universal, é evidente que esse Psiquismo Cósmico gradua-se em diversas freqüências vibratórias, a fim de poder governar tão eficiente e coerentemente uma galáxia ou constelação de astros, como se ajustar às necessidades sutis e ínfimas de um simples átomo de hidrogênio. Para tanto, a Mente Universal exerce a sua ação criativa e aperfeiçoativa através de entidades espirituais, numa ação psíquica “transformativa”, que reduz vibratoriamente a Energia Cósmica Divina até ajustar-se ao nível modesto de uma vida humana. Assim, as indescritíveis consciências arcangélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam a ser os doadores de energia sideral mais reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas. O Psiquismo Cósmico, nessa transformação de voltagem sideral, e sem qualquer alteração em sua Unidade Eterna, atinge a todos os núcleos de consciência e de vida.
Todas as formas de vida estão impregnadas dos princípios espirituais; tudo tem alma e tudo evolui para os estados mais sublimes, desde o elétron que rodopia no seio do átomo até as galáxias.
Assim, todos os orbes físicos estão interpenetrados entre si, não só pelo pensamento de vida, de Deus, como por todas as energias que se incorporam na descida angélica para a fase de matéria ou energia condensada. No decrescimento vibratório, desde o Arcanjo até a consciência humana, o Psiquismo Cósmico abrange desde as partículas subatômicas até a estrutura física dos orbes e da singeleza unicelular e psíquica do vírus, e à complexidade do homem! E depois faz o retorno pela “via interna”, quando o potencial divino adormecido desperta no microcosmo, em incessante ascensão para o macrocosmo. Os velhos mestres da filosofia oriental já pressentiam a lógica do monismo, doutrina que melhor resiste à lógica do pensamento humano ante o vertiginoso progresso científico, inclusive da física nuclear, que assim verifica a incontestável fusão das concepções espiritual e materialista na sutilíssima fase intermediária da energia. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
4
Há um só comando em todo o Universo, que é monista! Para fins de mais fácil compreensão, pode-se considerar o Universo governado pelo Psiquismo Cósmico, ou a própria Consciência Espiritual de Deus. Entretanto, não é o Psiquismo Cósmico que “desce” através de galáxias, constelações, sistemas planetários e reinos da natureza, desde o mineral até o hominal! Sob tal hipótese, então já deveriam preexistir essas galáxias e constelações muito antes do Psiquismo Cósmico efetuar a sua descida vibratória. Na verdade, trata-se das próprias fases ou etapas criativas, que ocorrem posteriormente no seio do Criador.
As galáxias, constelações ou sistemas planetários e os vários reinos da natureza que constituem os orbes físicos, são manifestações ou materializações do Psiquismo Cósmico, na sua descida vibratória criativa.
O Magnânimo Criador ativa incessantemente os sucessivos “Grandes Planos” ou “Manvantaras” da Criação com o propósito divino de conduzir as suas criaturas à sublime condição angélica. O homem sente em sua intimidade essa potencialização, que o impulsiona para as expressões mais sublimes da vida, a partir do próprio conflito entre o instinto que o imanta à matéria e o espírito que o convoca para Deus, embora muitas vezes isso o leve a praticar equívocos que exigirão futuras retificações, comandadas pela Lei do Carma.
Há um esquema sideral do Cosmo, sintetizado em cada ser, que o programa para despertar e desenvolver o potencial de energias criativas, como reflexo do próprio Deus.
4. ATUAÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NOS REINOS DA NATUREZA Algum bom senso e um pouco de acuidade espiritual ajudam a comprovar que a Vontade, Sabedoria, Beleza e Poder Divino estão latentes em toda a multiplicidade de expressões macro ou microcósmicas da Vida. Em conseqüência, é sintomático que a mais sábia e venturosa finalidade da existência é a transformação das potencialidades latentes na intimidade de todos os seres em poderes ativos e com crescentes resultados criativos.
Há um sentido, um rumo ou objetivo criador de ordem superior, mesmo nos seres mais execráveis, que comprova a generosa manifestação Divina, sem qualquer preferência, no sentido de incessante evolução!
Nos próprios reinos da Natureza, onde, para alguns, tudo já está feito, pode-se observar essa tendência de aprimoramento e beleza, como fatores de progresso que existem nas espécies de organizações mais simples, ou mesmo nas criações consideradas mais inúteis. Há um ideal superior para a consciência do reino mineral, que se manifesta no brilho facetado do quartzo ou do diamante; é a beleza e a solidez da forma. Para a consciência vegetal, o seu ideal é a multiplicidade de estruturas e formas, numa verdadeira orgia de criatividade, onde a forma, a beleza, a complexidade fundem-se no fenômeno que manifesta as cores e a fragrância odorífera das flores. Para a consciência animal vale o instinto das satisfações físicas e também o despertar da sensibilidade. Quando essas manifestações atingem a condição hominal ou humana, então surgem o pensamento e o raciocínio, capazes de criar as mais complexas teorias no campo da abstração, manifestação mais evidente dos poderes divinos latentes e criativos, que dormitavam nos reinos anteriores. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
5
A ação da lei do progresso e de economia da Vida, que age e interpenetra tudo, comprova que Deus opera incessantemente sobre todos os seres e as coisas, no sentido de maior sobrevivência e mais breve aperfeiçoamento da criação. Na sua incessante “descida vibratória”, o Psiquismo Cósmico parece fragmentar-se na miniatura da humanidade, mas isso é tão somente redução de potencialidade que, sob misteriosa atração, faz os seres se unirem para o retorno consciente à intimidade do próprio Criador!
É a vontade conduzindo à onipotência, a sabedoria à onipresença e o intelecto à onisciência!
Não existem fronteiras ou linhas divisórias rígidas e bem definidas entre os diversos reinos da natureza; há uma incessante e sucessiva evolução do reino mineral até o reino hominal. Em cada reino se observa uma graduação que vai do mais simples ao mais complexo, do menos organizado ao mais organizado, do menos sensível ao mais sensível, demonstrando os diversos graus evolutivos e a passagem gradativa de um para outro reino. Sempre há um vínculo oculto e transcendente, que atua na intimidade da Vida, com a finalidade de dirigir as forças criativas, embelezando e aperfeiçoando todas as manifestações e expressões do Universo: “A beleza da cor encontrada na forma das pedras preciosas, como a safira e a esmeralda, após a longa experimentação da Consciência Psíquica no reino mineral, evolui manifestando-se mais livre na variedade caleidoscópica dos incontáveis tipos de flores que, vivas e perfumadas, a bailarem nas hastes dos vegetais, lembram pedras preciosas irrequietas. Novo triunfo da Natureza ocorre quando as irisadas borboletas, em jubilosa liberdade, simbolizam as próprias flores, desobrigadas da limitação das hastes dos vegetais!” O Psiquismo é que plasma, elabora todas as formas do mundo físico e intervém na atividade morfológica criativa, efetuando experiências e promovendo iniciativas para o incessante aperfeiçoamento da própria Criação.
Tudo evolui e se transforma em expressões mais apuradas! A pedra sublima-se no vegetal, o vegetal no animal e o animal no homem!
Onde termina um reino, inicia-se o seguinte, porém intimamente ligados por uma Consciência Psíquica que opera instintivamente no âmago de todas as espécies, objetivando sempre o apuro e a beleza da forma. Na realidade, o que se presume por “Natureza”, é simplesmente a manifestação da Sabedoria do Psiquismo, inata, que não atua por acaso, mas cria, coordena, orienta e aperfeiçoa as espécies de todos os reinos sob a sua responsabilidade. As diferentes manifestações de vida dos reinos vegetal e animal nos demonstram que essa Natureza, tão providencial, não passa de uma Inteligência Sideral, um psiquismo sábio, que promove a mobilização de recursos da motricidade, instinto defensivo e da estratégia, que se completam pela riqueza dos meios de ataque e proteção. É por isso que o homem nada inventa de original, mas apenas desenvolve em sua faina racional o que a própria Natureza já compôs e providenciou, numa manifestação aparentemente eventual ou intuitiva, porém profundamente sensata, inteligente, produtiva e, sobretudo, diretiva. Sob o aspecto de generosa providência na continuidade das espécies, essa Sabedoria do Psiquismo modela nas plantas os órgãos que as firmam no solo ou nas paredes, e produz os espinhos, verdadeiras garras que ferem, protegendo certas flores contra os impulsos alheios da destruição; orienta o vegetal nos fenômenos do tropismo, onde os caules heliotrópicos orientam-se para o Sol, as raízes geotrópicas infiltram-se na terra ou os tipos hidrotrópicos buscam a água. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
6
Essa Sabedoria do Psiquismo, em atuação no reino vegetal, ainda dissemina o pólen das flores, numa clara demonstração de preocupação com a continuidade da mesma espécie: ora os deposita nas patas dos insetos, ora os esparge ao mais leve tocar no dorso dos animais ou nas asas das aves, ora através do caldo dos frutos, transformando todos os seres em novos semeadores das espécies que devem sobreviver. Num admirável sistema, as flores se destacam pelo fascínio da cor e pela produção de perfume embriagante e atrativo, cuja finalidade é despertar a atenção de novos propagadores de pólen, sempre com a finalidade criadora. As espécies vegetais carnívoras também usam desses artifícios e assim prendem os insetos imprudentes para sua alimentação. O Comando Psíquico do reino vegetal ainda, através de entidades conhecidas na maioria das lendas terrenas como gnomos, silfos, fadas e elementais, vitaliza, coordena e aperfeiçoa as incontáveis espécies de plantas, árvores, flores, ervas ou frutos para fins cada vez mais sublimes. No entanto, são entidades que obedecem a planos inteligentes traçados pelos espíritos responsáveis pelo progresso do reino vegetal em concomitância com o reino mineral. Finalmente, após terminar suas experiências, desde o reino mineral até o reino hominal, a Consciência Psíquica, cada vez mais evoluída e capacitada em sua sabedoria instintiva, então finda a peregrinação evolutiva global, para atuar de modo mais particular no homem, no controle do complexo metabolismo, que a própria ciência ainda não conseguiu desvendar em toda a sua plenitude “psicofísica”.
5. AÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NA FISIOLOGIA HUMANA Sob o invólucro exterior do homem, permanece em ação instintiva e controlada esse gênio invisível da Sabedoria do Psiquismo, ainda ignorado pelos mais abalizados cientistas do mundo. Após a multimilenária experiência pelos reinos da Natureza, o Psiquismo Cósmico atua na intimidade humana, ali manifestando o seu conhecimento e habilidade, adquiridos através de todos os reinos anteriores ao hominal: ALGUNS EXEMPLOS DA AÇÃO DA CONSCIÊNCIA PSÍQUICA NA FISIOLOGIA HUMANA • Faz crescer cabelos, unhas, dentes, ossos, nervos, músculos, ... • Fabrica linfa, sangue, hormônios, fermentos, bílis, insulina, sucos gástricos, ... • Providencia a drenação renal, filtração hepática, produção de enzimas, ... • Ativa o peristaltismo do intestino; • Regula a pressão de vesícula; • Controla a portinhola do piloro; Substitui as células e os tecidos gastos; • Extermina e desintegra os eritrócitos envelhecidos do baço; • Queima o excesso de glicose; • Exerce ação terapêutica, cicatrizante e anti-séptica ante o primeiro ferimento (mesmo que ignorado pelo seu portador). Tudo isso é efetuado sem o conhecimento consciente do homem, que assim não se atrapalha em suas atividades cotidianas, exercendo-as plenamente enquanto na sua intimidade o Gênio Psíquico trabalha, produzindo, controlando, retificando e, acima de tudo, aperfeiçoando a maravilhosa armadura humana que veste o futuro anjo! O homem é o produto final ou resultado superior da ação do Psiquismo Diretor através dos reinos da Natureza, ou seja, da metamorfose incessante das espécies inferiores até as elaborações superiores, processo em que a Natureza Divina despende milhões de anos a fim de elaborar o maravilhoso maquinário carnal, que então serve para o espírito finalmente individualizado organizar a mente humana e se manifestar educativamente nos planetas, que funcionam como espécie de estabelecimentos pedagógicos. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
A matéria sublima-se até organizar o corpo físico, resultante de um labor minucioso e adequado à vida de relação e comunicação do homem!
O corpo humano, portanto, é uma organização produto de longa e seletiva pesquisa em todos os reinos da chamada Natureza, que funcionam à guisa de verdadeiros compartimentos laboratoriais das operações experimentais e criativas, desde o protozoário ao animal, desde o homem até o arcanjo. Em verdade, o percurso é fastidioso e quase imperceptível, até que o minério bruto, passando pelo laboratório vegetal, termina a modelação de uma vestimenta carnal compatível para um Cristo Jesus! Mas no convencionalismo do tempo e espaço, é ainda mais longa e fatigante a senda para a centelha espiritual do homem despertar para a sua responsabilidade consciente e criativa no seio do Universo.
Jamais a mente humana poderá aquilatar a escadaria infinita que toda alma deve percorrer até a metamorfose indescritível do ser humano à condição de arcanjo galaxial !
Ninguém pode definir e avaliar, em medidas compreensíveis à mente humana, o caminho percorrido pelo binômio “alma-corpo”, pelos vários reinos da Natureza, através dos incontáveis “Grandes Planos” ou “Manvantaras”, que abrangem a criação e o desfazimento dos Universos físicos.
REINO MINERAL (sensação)
→
REINO VEGETAL (irritabilidade)
→
REINO ANIMAL (instinto)
→
REINO HOMINAL (inteligência)
→
REINO ANGELICAL (sabedoria)
Átomo por átomo, molécula por molécula, célula por célula, vão se organizando os sistemas solares e, de auscultação em auscultação, experiência em experiência, incessantemente repetidas e recapituladas, o Psiquismo Divino, após interpretar o Universo e subdividir-se por todos os orbes e reinos dos mundos, em freqüências ajustadas aos mais variados fenômenos, tece e modela novos “deuses”, numa apoteose criadora, aumentando eternamente a corte do Magnânimo Senhor Autor da Vida!
6. A AÇÃO DO PSIQUISMO DIRETOR Sem dúvida, há em cada reino da Natureza uma consciência psíquica instintiva e particularizada, que atua em determinada faixa e freqüência vibratória, vinculada à Mente Universal. Cumpre-lhe, especificamente aperfeiçoar as espécies minerais, vegetais e as próprias espécies animais, coordenando a distribuição da Substância e orientando, num sentido de despertamento e progresso, as espécies de cada reino. Cada reino da Natureza possui o seu “Psiquismo Diretor” responsável pelas criações e transformações ocorridas nesse reino, e que orienta a sua transposição para outro reino mais evoluído: REINO
AÇÃO DO RESPECTIVO PSIQUISMO DIRETOR
MINERAL
determina a composição e a configuração de todos os minerais do orbe
VEGETAL
plasma as inumeráveis espécies pertencentes à flora
ANIMAL
responsável por todas as espécies zoológicas viventes no planeta
Sob tal comando e progresso incessante, esse mesmo psiquismo instintivo amolda e apura os minerais, incorporando-os aos vegetais e, em seguida, os ajusta às espécies animais, providenciando a contextura do organismo carnal anátomo-fisiológico, que deverá servir para o futuro homem. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
8
É por isso que a própria ciência humana comprova que existe uma direção, um sentido orientativo e disciplinado na cristalização de alguns minerais. Observa-se uma espécie de “arquétipo oculto”, que além de proporcionar a necessária composição química, que se traduz por propriedades físico-químicas, ainda confere aos minerais as características geométricas de cada tipo, a distribuição harmoniosa das cores, os aspectos e as variedades peculiares de cada espécie. Sob essa ordem, previamente esquematizada pela Lei Divina, é que opera a consciência instintiva e diretora do reino mineral, ou seja, o seu Psiquismo Diretor. Nada é procedido ao acaso, mas existe um método na criação, cujos princípios agora a ciência começa a sentir e desvendá-los, eliminando a velha nomenclatura da mística dos alquimistas. Em cada mineral criado, há outras características observáveis que, por força de valências ou tipos atômicos, lhe confere nova qualidade ou propriedade particular, tal como condutibilidade elétrica, brilho, estado de agregação molecular, etc ...
O Psiquismo “dorme” no mineral, “sonha” no vegetal, “desperta” no animal, “vive” no homem e “cria” no anjo!
A ação psíquica dessa consciência instintiva, em operação em cada reino da Natureza, difere em ação, capacidade, graduação, poder e resultado progressista de consciência psíquica de um para outro reino, se confrontados seu estado físico e sua graduação evolutiva. Exemplificando, há considerável diferença entre o comando psíquico que atua instintivamente no reino mineral, caracterizado somente pela forma, em relação ao comando psíquico responsável pela complicada fisiologia do vegetal. Igualmente, essa diversidade ainda é bem maior entre a ação da consciência psíquica que atua no reino vegetal e a correspondente em atuação no reino animal, cujas espécies estão desligadas do solo, ensaiam as primeiras simbolizações sonoras e já atuam em conjuntos afins, sob o controle das “almas-grupo”.
7. ALMA-GRUPO OU ESPÍRITO-GRUPO Cada espécie que participa na composição de um reino da Natureza, constitui-se num “todo vivo”, governado por um centro de consciência instintiva, conhecida como “alma-grupo” ou “espírito-grupo” desde os pródromos da humanidade oriental. Esse centro psíquico ou “alma-grupo” é responsável pelas características, temperamento, ações e reações de certa espécie do reino mineral, vegetal ou animal.
Enquanto cada Psiquismo Diretor é mais propriamente um “campo-psíquico” total que abrange, interpenetra, incentiva, inter-relaciona e aperfeiçoa cada reino da Natureza de forma global, a Alma-Grupo, em contrapartida, já é um comando mais personalizado, mais particularizado, que governa cada espécie desse reino.
No reino mineral, por exemplo, existe uma alma-grupo para cada tipo de minério; no reino vegetal, o Psiquismo atua por diversos subcomandos psíquicos, conhecidos por almas-grupo, que regem cada espécie vegetal, como a espécie pinheiro, pitangueira, repolho ou cedro; e, finalmente, no reino animal governam as almas-grupo das águias, serpentes, peixes e elefantes, por exemplo. Por haver, ainda, diferenças de nutrição e de experiências psíquicas, a alma-grupo de um certo tipo de mineral, de certa espécie de ave ou de animal, pode ainda substabelecer comandos psíquicos menores, com o critério de velar e desenvolver espécies variadas do mesmo gênero. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
9
Particularizando, dentro do próprio reino animal há o subcomando psíquico que rege a formação, desenvolvimento e progresso dos mamíferos, que se subdivide ainda em outros comandos-grupos de raposas, cães, elefantes e outros componentes. Igualmente, outro subcomando psíquico atua nos insetos e é constituído pelas almas-grupo das borboletas, pulgas, gafanhotos, besouros, entre outros, e assim sucessivamente, seguindo de modo aproximado a escala biológica estabelecida pelas tentativas de sistematização zoológica ou fitológica engendradas pela Ciência.
Quanto mais apurada é a alma-grupo de uma espécie em particular, mais se mostram hábeis, adaptáveis ou sensíveis os componentes que constituem o seu corpo coletivo, porque já é maior o fluxo ou a filtragem da sabedoria do seu psiquismo diretor.
Exemplificando a ação particularizada de cada alma-grupo, enquanto a alma-grupo do peixe “tainha” só consegue lhe proporcionar a melhor orientação possível para a sua sobrevivência, tão somente lhe ativando o instinto de defesa ou fuga, nutrição ou procriação, já a alma-grupo psiquicamente mais apurada da espécie golfinho chega a dar-lhe condições de adquirir, sob treinamento, hábitos que indicam uma inteligência rudimentar. Enquanto o psiquismo-diretor comanda e incentiva a vida instintiva do reino vegetal ou animal, a alma-grupo trabalha e governa mais particularmente cada tipo caracterizado à parte, definindo-lhes as propriedades, que cumprem determinada função no esquema global da criação do mundo físico. Cada uma das unidades de vida de uma certa alma-grupo, quando aparece no mundo ligada a um organismo, vem provida da soma total de experiências adquiridas por toda a alma-grupo com a construção dos organismos precedentes. Cada unidade, pela morte do organismo, volta à alma-grupo e lhe traz, como contribuição, o que adquiriu em capacidade de reagir às excitações anteriores, conforme os métodos novos.
8. AÇÃO DAS ALMAS-GRUPO x EVOLUÇÃO Pode-se precipitadamente concluir que alguns animais já são espíritos movendo-se em organismos em vias de aperfeiçoamento para a condição humana; entretanto, convém entender que o espírito já é uma individualidade, um centro de consciência particularizada, dotado de capacidade analítica de sentir-se e saber-se existente por meio do próprio raciocínio. No entanto, o animal ainda vive e sente através de sua alma-grupo, que pode ser considerada o espírito global da sua espécie em particular. Assim, todos os cães agem e reagem da mesma forma e entendimento, sem quaisquer ações definidas ou à parte, que os distinguam de sua alma-grupo. Para um cão ou um cavalo agir de modo individual, com características diferentes das que a sua almagrupo impõe coletivamente, então seria preciso que ele já possuísse alguma substância mental, que é justamente a base fundamental do raciocínio e, conseqüentemente, o princípio que permite a elaboração de uma consciência particularizada. Embora o pano de fundo da consciência psíquica coletiva dos reinos e das espécies de seres do mundo, tanto quanto as consciências individualizadas dos homens, seja a própria Consciência de Deus, há perfeita distinção entre o “psiquismo”, que é a base da vida espiritual, e o “espírito”, entidade já distinguida no tempo e no espaço. O organismo carnal do homem é o refinamento final de todos os testes e experiências do psiquismo, após as múltiplas passagens através de todos os reinos da Natureza, especialmente pelo reino animal, até lograr a metamorfose da consciência humana. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
10
Como o homem representa a síntese de toda a escala evolutiva até o seu estágio atual, cada homem tem o seu psiquismo representado pelas experiências adquiridas e endereçadas para as novas experiências a adquirir.
Na figura do macaco, a Sabedoria do Psiquismo ainda é instinto, que preserva e imita; jamais cria e resolve simples problemas. Falta-lhe a riqueza de simbolização, que é a base do pensamento intuitivo e lógico; também é mínima a substância que lhe irriga os lobos frontais, o que lhe impede a síntese e análise de conceitos, fundamentos da razão necessária à escalonada humana em direção à linhagem angélica. Em conseqüência, há uma relação entre a estrutura orgânica e o nível evolutivo do ser, em que o êxito de sua manifestação também requer uma organização que lhe corresponda às atividades mentais e mesmo espirituais.
Os animais não são espíritos definitivos ou entidades conscientes, mas apenas vinculadas à alma-grupo governante da espécie, por cujo motivo as suas ações e reações são peculiares a todos da mesma espécie.
Exemplificando, há uma instintividade única numa manada de elefantes e num cardume de peixes. Em tal caso, não há fragmentação do psiquismo coletivo, ou da alma-grupo, que ali atua, pois a reação é semelhante e idêntica em qualquer membro da mesma espécie, seja qual for a situação de defesa ou ataque pela sobrevivência. É o caso do peixe: a reação de um peixe no oceano Atlântico, Pacífico ou Índico é exatamente a mesma, isoladamente ou em cardume, porque, sob o estímulo global e coordenador de sua alma-grupo, ele só manifesta uma reação coletiva idêntica ou semelhante. EXEMPLOS DA PRECISÃO DA AÇÃO GLOBAL DA ALMA-GRUPO •
Todos os salmões nadam contra a correnteza e saltam para águas mais altas nos rios da América do Norte por ocasião da desova;
•
Todas as abelhas constroem os seus favos de mel sob a mesma escala matemática;
•
Todos os joões-de-barro fazem suas casas contra a próxima tempestade;
•
Todas as formigas possuem o mesmo instinto de orientação.
Em conseqüência, para que um determinado indivíduo manifeste reações diferentes dos demais indivíduos da mesma espécie animal, seria preciso que já possuísse alguma noção particular de si mesmo, o que o faria reagir de modo algo diferente do instinto psíquico global de sua alma-grupo. Entretanto, os animais selvagens manifestam reações uníssonas e semelhantes em qualquer circunstância de defesa, agressão, nutrição ou procriação, porque todos os membros da mesma espécie constituem uma só vestimenta física de sua alma-grupo, malgrado a diferença de latitudes e climas geográficos. Quando ainda se trata de espécie selvagem, sem qualquer influência do homem, só lhe atua um instinto global que orienta os seus integrantes para a conduta mais certa ou busca da sobrevivência, porque são apenas unidades físicas dirigidas pelo instinto específico do mesmo comando grupal psíquico.
9. FRAGMENTAÇÃO OU DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMASGRUPO DAS ESPÉCIES MAIS EVOLUIDAS DO REINO ANIMAL Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos, uma alcatéia de lobos, são exemplos de espécies coletivas do reino animal que agem sob um mesmo caráter instintivo, movem-se pela ação diretora de um só Psiquismo, com suas reações perfeitamente idênticas. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
11
É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de maior adiantamento, como os do cão, do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da “consciência de grupo”, pois alguns componentes dessas espécies já revelam reações, gostos e preferências nitidamente individuais. Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do conjunto, revelando emoções à parte: há o cão destemido que ataca de frente, e há o cão traiçoeiro, vingativo, que agride pela retaguarda; enquanto o cão pacífico festeja o seu dono, esquecido da surra que levou, outro cão guarda rancor para com ele e nunca mais esquece seu algoz.
Só depois que os animais ultimam todas as experiências determinadas e coordenadas por sua alma-grupo é que então se verificam as primeiras oscilações ou características individuais, que esboçam alguma individualização à parte; sob tal progresso psíquico, já é possível observar alguma reação ou ação mais individualizada, em qualquer componente da mesma espécie.
Encerrando o curso de instintividade global psíquica, regida pela alma-grupo de certa espécie do reino animal, então se iniciam as primeiras fragmentações ou diferenciações psíquicas no animal ou na ave, por exemplo um princípio de paixão, simpatia ou antipatia, que discrepa dos demais membros do conjunto. Na Consciência Total de Deus, vão-se constituindo ou se fragmentando novos grupos de consciências espirituais coletivas, que então abrangem e coordenam de modo instintivo todas as espécies de animais e demais seres, disciplinando-lhes o progresso em grupos ligados pela mesma afinidade. Assim, permanece sempre ativa uma “consciência-grupo” que dirige cada raça animal no mundo físico, seja a espécie bovina, a eqüina ou a do peixe no oceano. Entretanto, no seio dessas espécies ou raças, que são o prolongamento instintivo de uma consciência diretora nos seus próprios componentes, vão-se destacando certas características psíquicas isoladas, que pouco a pouco passam a constituir novas consciências menores movendo-se na corrente da vida, e assumindo os deveres e as responsabilidades compatíveis com o seu entendimento já desperto. Desse modo é que a espécie cães selvagens é um conjunto animal mais fácil de ser coordenado e dirigido pela sua consciência psíquica diretora, porque, embora formando um agrupamento instintivo de vários milhares ou milhões de cães, ainda funciona e só reage como uma peça homogênea, sem apresentar quaisquer distinções isoladamente entre os seus componentes. No entanto, quando se trata de espécie “cão doméstico”, dispersa pelos lares humanos, verifica-se que os seus descendentes já reagem consciencialmente entre si, quer ainda estejam submetidos ao mesmo espírito-grupo e sejam oriundos da mesma prole. No seio do psiquismo coletivo da espécie a que pertencem, os exemplares já prenunciam um entendimento racional à parte,e em alguns até se observam os primeiros bruxuleios do sentimento humano. Enquanto os cães selvagens manifestam uma só índole instintiva, feroz e idêntica em toda a sua espécie racial, os cães domésticos, sob a influência do homem, diferenciam-se de modo notável. Há desde o cão heróico, o covarde, o valente, o flegmático e o jovial, assim como o animal ressentido, que não olvida os maus tratos, até aquele que a dor inesquecível o faz morrer junto à sepultura do dono a quem se afeiçoou. À medida que, na mesma espécie animal, os seus componentes vão-se distinguindo pela formação de uma consciência individual destacada do seu espírito-grupo diretor, também a Lei Cármica que dirige o conjunto passa a atuar com mais particularidade para lhes acelerar o progresso psíquico. Ela os impulsiona para objetivos mais inteligentes e elevados sob a visão do homem e, quando preciso, providencia até a transferência do animal para outros orbes, onde encontra condições mais favoráveis para apressar a sua formação consciencial. O que rege as espécies inferiores e coordena-lhes os movimentos evolutivos é o próprio determinismo evolutivo, ou seja, a ação do Carma sobre os espíritos-grupo, que coordenam e dirigem as espécies animais como uma só consciência coletiva, pois que orienta todo o conjunto ou espécie animal pela qual é responsável, a fim de induzi-lo a agir de modo mais acertado e proveitoso. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
12
Mas, com o decorrer do tempo e a intervenção do homem, não tardam a se processar as fragmentações psíquicas, que logo fazem distinguir as reações dos exemplares entre si e os destacam individualmente no seio do psiquismo instintivo e uniforme do “espírito-grupo” dirigente. Independentemente do controle geral da espécie ou raça, a Lei se desdobra orientando cada exemplar para que consiga a sua emancipação individual.
10. DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-GRUPO DAS ESPÉCIES DO REINO ANIMAL DOMESTICADAS OU SOB OS CUIDADOS DO HOMEM Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos ou uma alcatéia de lobos, espécies coletivas do reino animal, agem sob um mesmo caráter instintivo, movendo-se pela ação diretora de um só psiquismo, com suas reações perfeitamente idênticas. É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de mais adiantamento, como os do cão, do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da “consciência de grupo”, pois alguns componentes dessas espécies revelam reações, gostos e preferências nitidamente individuais. Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do conjunto, revelando emoções à parte; há o cão destemido, que ataca de frente, e há o cão traiçoeiro, vingativo, que agride pela retaguarda. Enquanto o cão pacífico festeja o seu dono, esquecido da surra que levou, outro guarda rancor para com ele e nunca mais esquece do seu algoz! Uma ninhada de animais selvagens que, por exemplo, nasce no ambiente civilizado do homem, se desvincula, pouco a pouco, do comando rígido e psíquico de sua alma-grupo correspondente, devido aos novos estímulos, iniciativas e disciplinas próprias da vivência humana. Os membros dessa ninhada principiam a reagir de modo mais individual entre si, embora apagadamente, sob a influência cotidiana dos seus donos e dos demais componentes do ambiente onde vivem. A própria forma de o animal ser tratado pelo seu dono influi-lhe frontalmente nos seus hábitos, o que desperta no animal reações, defesas e recursos bem diferentes dos costumes coletivos. Sob a força do domínio do homem, em face de sua insegurança num meio estranho à sua índole selvática, onde lhe cerceiam todo impacto instintivo e de sobrevivência natural, o animal selvagem domesticado é obrigado a mobilizar recursos novos, muito além da costumeira ação cômoda de sua alma-grupo. O lobo, valente, feroz, livre e guiado instintivamente para solucionar da melhor maneira as suas necessidades biológicas, quando domesticado, se transforma, à semelhança do cão surrado, exaurido e temeroso, pois perdeu parte de sua característica instintiva, modelado pelo treinamento compulsório do homem, num tipo dócil e obediente, diferente de sua espécie original. Assim, o lobo selvagem, depois de domesticado, vive mais tempo com sua prole e perde o instinto atabiliário de enxotá-la, confiando nas facilidades proporcionadas pelo auxílio do homem, criando assim um novo comportamento que o distingue visivelmente dos hábitos de sua raça ainda selvagem. O animal selvagem é violento e agressivo na defesa da prole e da própria vida e, após o cio, costuma acomodar-se com certa tranqüilidade; sob a força ativadora de sua alma-grupo, enxota os filhotes já crescidos para além do ninho ou da cova em que nasceram. Isto é instinto global e único de todas as unidades da mesma espécie ou raça; entretanto, devido à vivência junto ao homem que lhe controla as tendências primitivas sob a amenidade do meio ambiente mais refinado, o instinto feroz tende a se amansar e a violência a enfraquecer. Atualmente, alguns animais como o elefante, o cavalo e o macaco já podem vislumbrar algumas noções de razão, sob fundamento mental, pois já manifestam, de modo insofismável, alguns bruxuleios de inteligência, dado que podem adquirir diferenças instintivas, pelo treinamento ou comportamento orientando, de forma semelhante às consciências humanas na fase de infância física. Quanto ao afeto quase humano (e por vezes mais do que humano) que alguns animais têm demonstrado, superando por vezes a própria afetividade do homem ainda tão egoísta, isso demonstra que já revelam uma sensibilização fundamental na esfera do sentimento. Inúmeros casos foram demonstrados de afeto incomum do animal pelo seu dono, ou de animais de uma espécie que criam ou cuidam de filhotes de animais de outra espécie. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
13
Mesmo sob maus tratos de seus donos humanos, sob a guante da dor e do sofrimento, os animais domésticos apuram o seu psiquismo, e apesar de toda a amargura, também principiam a despertar os primeiros bruxuleios ou alvorada do sentimento, ante a necessidade de melhor se adaptarem às condições adversas, problemáticas e às surpresas da vida doméstica. Os peixes, os mariscos e os crustáceos, por exemplo, são “corpos coletivos”, correspondentes de um só “espírito-grupo”, que lhes dirige o instinto e lhes gera uma reação única e igual em toda a espécie. Um peixe, fora d’água ou dentro dela, manifesta sempre a mesma reação, igual e exclusiva de todos os demais peixes do mesmo tipo. Entre milhões de peixes iguais, não se consegue distinguir uma única reação diferente no conjunto. No entanto, inúmeras outras espécies de animais já revelam princípios de consciência; podem ser domesticadas e realizar tarefas distintas entre si. O boi, o suíno, o cão, o carneiro, o cavalo, o elefante, o camelo já revelam certo entendimento consciencial à parte, em relação às várias funções que são chamadas a exercer. Eles requerem cada vez mais a atenção e o auxílio do homem, a fim de se firmarem num sentimento evolutivo para outros planetas, nos quais as suas raças poderão alcançar melhor desenvolvimento, no comando de organismos mais adequados às suas características. Quando o seu psiquismo se credenciar para o comando de cérebros humanos, as suas constituições psicoastrais poderão então retornar ao planeta Terra e operar na linha evolutiva do homem terreno.
11. A DIFERENCIAÇÃO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DA CENTELHA ESPIRITUAL EM ESPÍRITO IMORTAL E SUA EVOLUÇÃO NO REINO HOMINAL Deus cria incessantemente novas consciências espirituais em todos os instantes da vida cósmica, que então se constituem em outras “centelhas” ou “chamas”, com a noção individual de existirem no oceano de energia Divina. Após o apercebimento de si mesmas, elas iniciam a amplificação de sua consciência através de incessante expansão psíquica, e que se sucede por todos os reinos e todas as formas dos mundos. É evidente que, embora se criem novos espíritos em todos os momentos da Vida Universal, Deus permanece inalterável em Sua Essência Eterna e, sem qualquer desgaste divino, as novas centelhas ou chamas particularizadas de Sua Luz então passam a se sentir alguém no comando de sua consciência individual.
Sob determinado impulso íntimo criador, as partículas de Luz provenientes do Espírito Cósmico de Deus em certo momento principiam a viver e a se configurar como núcleos de consciências centralizadas no Universo.
O apercebimento ou a definição psíquica aumenta pelo relacionamento incessante com o próprio mundo educativo das existências físicas, a fim de compor a sua memória perispiritual no simbolismo do espaço e do tempo. Eis o início da jornada ininterrupta e eterna do ser espiritual, que desenvolve tanta sabedoria e noção de existir, quantas sejam as suas experiências educativas no comando dos corpos físicos, ou na vivência nos mundos extrafísicos, quando desencarnados. Na forma de “centelhas”, “chamas” ou “partículas luminosas”, eternas e indestrutíveis, os homens são filhos de Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, a Luz Eterna e Infinita. No âmago da consciência individual de cada homem, portanto, Deus é o fundamento eterno e a unidade espiritual de todos os seres. Dessa forma, o homem é um “mini-Deus”, assim como a gota d’água do mar é um mini-oceano, pois o homem possui em si mesmo a miniatura de todos os atributos do Criador. Ao se criar um novo espírito no seio de Deus, ele já possui em si mesmo, latente e microscosmicamente, o conhecimento e a realidade macrocósmica do Universo. Isso acontece, porque a individualização espiritual do homem só ocorre depois que o Psiquismo Cósmico efetua o seu completo descenso vibratório, ou seja, a inversão do “macro” até o “microcosmo”. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
14
Os velhos mestres orientalistas já afirmavam, há milênios, que o “macrocosmo”, ou o mundo grande, está no “microcosmo”, o mundo pequeno, ou seja, “o que está em Deus está em sua criatura”.
O “macrocosmo divino” existe e contém-se na realidade do “microcosmo humano”, que é o homem. O homem é a miniatura de Deus, e Deus a amplificação cósmica do homem.
O centro de consciência humana, que se organiza individualmente no seio do Psiquismo Cósmico, constituise num campo íntimo, ou na miniatura psíquica do próprio macrocosmo: “O homem foi feito à imagem de Deus.” Ao despertar individualmente, o espírito humano já possui em si mesmo a miniatura potencializada do próprio Psiquismo Cósmico de Deus. A título de exemplificação algo simplista, o “macro-pinheiro” (a araucária), cujos ramos buscam o alto, forte e resistente na sua configuração definitiva, existiu inteirinho na “miniatura” do pinhão, ou seja, no “micropinheiro”. Pode-se dizer que o pinhão é um pinheiro em miniatura, pois contém dentro de si todos os atributos da araucária em estado latente, apto e prestes a desenvolvê-los paulatinamente. Assim que a semente do pinhão é plantada no solo, depois de certo tempo germina e, gradativamente, vence as adversidades do meio nos seus ajustes para a emancipação, até atingir a configuração gigantesca decisiva do pinheiro. É evidente que esse acontecimento ou fenômeno só se concretiza porque na intimidade do próprio pinhão há todo um pinheiro em estado de latência (em potencial), cujos atributos criativos despertam, e se impõe na própria razão do crescimento da árvore. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
15
De modo semelhante, o espírito do homem também é ajustado ao solo das lutas cotidianas, onde deve romper a crosta da personalidade animal inferior e desenvolver os atributos de Deus existentes em sua intimidade espiritual, até alcançar a plenitude do anjo consciente, que é a sua Realidade Divina.
O “homem velho”, produto dos instintos da animalidade, também deve morrer, assim como no fundo da terra o pinhão se modifica de simples semente até originar o pinheiro majestoso, para em seu lugar renascer o “homem novo”, onde predominam os sentimentos e a razão, meios para a ascensão angélica!
A consciência individual, ainda virgem e ignorante, mas excitada pelo dinamismo centrífugo, promove a sua ascese espiritual desde a transformação do átomo em molécula, da molécula em célula, da célula ao organismo, do organismo animal ao tipo humano, e depois, a metamorfose do homem até a configuração do arcanjo constelatório. Os atributos divinos, miniaturizados no espírito do homem, despertam e se amplificam à medida que ele desenvolve a sua consciência humana na experiência de mais vida, sabedoria e poder. O espírito do homem, eterno e incorruptível, uma vez desperto, cresce incessantemente, ampliando a consciência e o sentimento superior, desenvolvendo os próprios atributos divinos, porque foi criado da essência eterna de Deus, pois o Criador é o fundamento criativo e eterno de toda individualidade humana. O espírito do homem é indestrutível, porque foi criado da essência eterna e inalterável de Deus, mas, embora vinculado à “Consciência Cósmica”, é sempre uma consciência individual , que teve um princípio ou uma origem “pessoal” em certo espaço-tempo. Em conseqüência, houve uma época ou um “momento” em que o homem começou a ter noção de existir, como a criança a ter noção de si e do meio que a cerca.
O homem define-se e individualiza-se no Universo, figurando como entidade de importância e a caminho de desenvolver, também, o potencial criativo tanto quanto amplia sua consciência.
O espírito humano um dia iniciou sua conscientização, individualizou-se sob o impulso de uma vibração centrípeta, e finalmente personalizou-se no seio da Divindade. Em seguida, a consciência espiritual do homem, centro indestrutível de sua individualização, prossegue no incessante crescimento psíquico qualitativo, e ao mesmo tempo panorâmico, a fim de abranger cada vez maior volume ou porção da própria Mente Universal, sob processo contínuo e inexorável. Em conseqüência, o espírito do homem, embora seja eterno e indestrutível, possui uma idade sideral a partir da época ou do tempo em que iniciou a sua consciência particular e individualização no Cosmo, emancipando-se no tempo e no espaço, fichado nos “Registros Cármicos” por um código sideral definitivo. Os espíritos são classificados nos “Departamentos de Reencarnação”, no mundo espiritual, sob uma determinada sigla e número que lhes identifica a individualidade permanente, pois os nomes e as personalidades transitórias são de menos importância. Convém distinguir a idade que limita a personalidade humana transitória, a qual existe somente entre o berço e o túmulo físico em cada encarnação, comparada à consciência sideral, a entidade definitiva e inalterável, que se individualiza e se desenvolve na sucessão de séculos, milhões, bilhões e trilhões de anos! Através do perispírito, organismo que preexiste e sobrevive a todas as mortes físicas, a consciência espiritual indestrutível manifesta-se em cada existência humana, materializando um novo corpo físico transitório, mas sem perder o acervo e a memória das experiências de todas as vidas anteriores.
No aprendizado periódico que o espírito do homem realiza na superfície dos orbes materiais, ele desenvolve tanto os seus poderes latentes criativos, como passa a conhecer cada vez mais a sua própria individualidade.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
16
Tal qual imenso colar de contas que aumenta sucessivamente no tempo e no espaço pelo acréscimo incessante de novas contas, cada uma representando uma vida humana, o espírito imortal é o fio permanente que as une, sustentando as diversas personalidades humanas encarnatórias, moduladas nas sucessivas existências físicas, através de organismos carnais que se substituem sucessivamente na superfície dos orbes. Enquanto essas contas ou encarnações físicas podem variar em sua forma, cor, raça ou contextura personal transitória, o fio que as une, o espírito imortal, jamais se modifica. Não importa se em cada encarnação ou cada conta desse suposto colar, a personalidade humana transitória venha a ser conhecida por um determinado nome ou outro; o certo é que o fio do colar é a individualidade eterna que se emancipa no tempo e no espaço. Em cada existência física o espírito plasma um tipo de organismo cuja estrutura anátomo-fisiológica depende também da herança biológica da família onde se encarna; em seguida, recebe um nome adequado à raça ou parentela que lhe fornece a vestimenta anatômica, sem que isso lhe altere a identificação individual definitiva e figurada nos registros de ordem sideral. A individualidade do espírito não se enfraquece, mas se desenvolve e se encorpa, tanto quanto for o seu comportamento periódico às sucessivas vidas humanas. Todos os espíritos progridem lenta e incessantemente, sob o mesmo processo evolutivo, em consonância com a Sabedoria, Justiça e o Amor de Deus, pois não há discrepância, privilégio ou graça na pedagogia divina; assim, as distinções de capacidade, inteligência e cultura inata entre os homens são mais propriamente diferenças de idade sideral de seus espíritos. É o tempo de vida da consciência de cada espírito, ou mais propriamente a sua idade sideral, que o situa na faixa vibratória eletiva ao seu maior entendimento psíquico, em vez do conhecimento ou da aquisição obtida na precariedade de uma existência física. O troglodita, por exemplo, ainda é um espírito infantil, que apura a sua sensibilidade psíquica através do exercício dos cinco sentidos físicos em adestramento no mundo; é criatura que mal engatinha no apercebimento de sua consciência sideral, demasiadamente imatura para impor o seu princípio espiritual sobre a força milenária das tendências animais. Assim como a criança que, sob a disciplina do mundo, desenvolve-se protegida até alcançar a condição de homem adulto, e se liberta das irresponsabilidades da infância, todos os espíritos ainda crianças, ignorantes e virgens, também ingressarão no seio da humanidade angélica, conscientes de sua vida imortal.
“Nenhuma ovelha será perdida no aprisco do Senhor”
Cada uma das criaturas humanas é um espírito indestrutível porque foi criado da própria essência divina e eterna, mas variando conforme a idade sideral. Houve um tempo, ou momento, há séculos, milênios, milhões, bilhões ou trilhões de anos do calendário terrestre, em que então começamos a existir como indivíduos diferenciados no seio da criação. Assim, existem simultaneamente no Universo tantos espíritos novos e infantis, como antigos e adultos, mas cuja graduação ou gabarito espiritual depende exatamente do tempo em que eles principiaram a ter noção de existir. Em todos os instantes da vida, nascem, surgem ou se iniciam novas consciências, isto é novos espíritos se individualizam no Universo e adquirem a noção particular de existir, embora continuem vinculados sempre à fonte criadora Divina. Deus não concede privilégios especiais e extemporâneos, mas proporciona, eqüitativamente e sem quaisquer preferências ou simpatias, os mesmos ensejos de conscientização e aperfeiçoamento a todas as suas criaturas. Nenhum espírito é originalmente superior a outro, mas todos possuem em estado latente o mesmo poderio, a mesma capacidade, sabedoria e anseio evolutivo rumo à Fonte Criadora. As consciências majestosas e interplanetárias dos anjos e arcanjos, que iluminam e nutrem a intimidade psíquica dos orbes e das constelações astronômicas, não passam de entidades emancipadas sob o mesmo processo espiritual e evolutivo que preside a gestação e o desenvolvimento da consciência de todos os filhos de Deus. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
17
Assim, aquele que hoje é um pecador, no futuro será um anjo! Ante o determinismo do processo evolutivo, que é justo, equânime e sem privilégios para os filhos de Deus, a centelha espiritual mais ínfima do Cosmo um dia há de ser um Logos Solar, embora essa maturidade sideral só ocorra após a criação e a destruição de alguns Universos físicos (Grandes Planos ou Manvantaras). Ainda sob o invólucro de uma criatura primária e pecadora, Deus serve-se dos atributos divinos ali existentes, e modela a criatura à sua imagem. Lenta e inexoravelmente, no residual da própria animalidade, gesta-se a consciência radiosa de um anjo e o comportamento sublime de um santo. O homem ainda vive sob os impulsos e as excitações da energia criativa do instinto animal, a qual lhe organiza a vestimenta de carne na face dos orbes físicos, mas, depois que supera a animalidade, ele também se converte num transformador sideral, capaz de absorver certo impacto energético do Psiquismo Cósmico, a fim de distribuí-lo, por sua vez, gradativamente, na intensidade psíquica adequada à vida dos seres menos evoluídos.
O Psiquismo Cósmico, em sua descida vibratória, filtra-se a atua através dos diversos campos e reinos do mundo físico, até modelar a configuração do espírito do homem.
Entretanto, o nascimento, a formação ou definição do espírito individualizado do homem não é apenas um simples fato, primário ou conseqüente de súbito fenômeno ocorrido no seio do Psiquismo Cósmico. A centelha ou partícula espiritual, quando assinala o seu primeiro apercebimento íntimo e consciência de existir e se diferencia do Todo Divino, já é a etapa final de um longo processo em gestação através de todas as múltiplas formas do Universo. Não se trata de um acontecimento miraculoso, a diferenciar um novo núcleo de consciência particularizada no seio de Deus, mas essa individualização consciencial só ocorre após o descenso vibratório psíquico, desde a forma galaxial, constelatória e planetária até ultimar a sua filtração pela intimidade dos reinos mineral, vegetal, animal e se definir no homem, como o produto mais precioso e avançado. A alma humana, originária da essência angélica de Deus e portanto indissolúvel e permanentemente ligada ao Criador, não reconhece “instantaneamente” a sua consciência divina, mas fálo de modo gradual, à medida que passa por um processo ou aprendizado espiritual gradativo pelos mundos planetários. As almas dos homens são entidades espirituais “virgens” que se diferenciam no seio da própria Consciência Cósmica e depois desenvolvem a sua consciência física e individual pelo acúmulo de fatos e das imagens vividas nas existências carnais ou nos intervalos de sua permanência no mundo astralino. A sua memória cresce e se amplia no infinito do tempo e do espaço, até se consolidar num apercebimento consciente do ser-indivíduo que dali por diante se sente uno e inconfundível no seio do próprio Criador. Durante a eclosão da luz crística que se manifesta na intimidade de toda criatura, num processo endógeno (de “dentro para fora”), o espírito do homem vai se apercebendo do mistério de sua origem divina e da coesão de conhecer-se a si mesmo. Ele passa a reconhecer e compreender o processo que o torna um “ser-indivíduo”, à parte, no Cosmo, de modo gradativo, sem fundir-se com o Todo Criador, adquirindo a consciência plena, global e completa. Apesar do espírito do homem encontrar-se “ligado” eternamente com Deus, em cuja fonte ele se originou e se alimenta, e que o torna a miniatura portadora dos mesmos atributos da divindade, ele deve “reunir-se” ou “religar-se” com o Pai, ampliando e divinizando a sua consciência pelo entendimento completo da vida e pelo sentimento crístico incondicional, num estado de religiosidade, através da sublimação espiritual, que o faz aproximar-se ou assemelhar-se com Deus. O homem deve buscar a mobilização dos recursos sublimes do próprio ser, para então gozar de maior intimidade com o seu Criador, num estado superior de espírito, quando ele procura realmente maior aproximação com a “verdadeira” natureza de Deus. Não importam os séculos e os milênios que já foram vividos na matéria em contato com a animalidade, em que o homem desenvolve a sua consciência e enriquece sua memória sideral, pois no momento oportuno de maturidade e progresso espiritual, a Faísca Divina eclode na alma humana, fazendo com que o anjo que nela habita assuma definitivamente o comando do seu ser. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
18
O homem eleva-se ou afina-se em espírito, à medida que purga os seus pecados, abandona os vícios ruinosos, domina as paixões perigosas e despreza os prazeres lascivos da carne.
Comumente o homem excita os seus nervos tanto quanto seja o seu interesse em maior contato com o turbilhão da vida, e principalmente devido à cobiça pelas coisas do mundo material.
Aqueles que pretenderem uma existência tranqüila e quiserem libertar-se dos ciclos aflitivos da vida física, precisarão orientar-se pela inteligente advertência de Jesus, quando disse: “Buscai os tesouros que a traça não rói e a ferrugem não consome!”.
Conforme reza a tradição religiosa, o homem á inspirado à direita pela voz do anjo, que então o aconselha à prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão capciosa do mal, simbolizada na figura tenebrosa do Diabo mitológico. Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões da carne e alçar-se às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal, ou Lúcifer, exige-lhe a submissão completa ao mundo das paixões crepitantes e dos vícios sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há tantos milênios ele domina.
Trava-se desesperado convite entre a “luz” e a “treva”, entre o “espírito” e a “carne”, pois no mundo oculto do ser, a personalidade humana impõe as suas algemas tirânicas, enquanto o espírito tenta a sua libertação definitiva!
Os santos e os gênios podem explicar isso, pois eles se sentiram perturbados, exauridos e desalentados quando, em sua luta titânica, tentaram a vitória do espírito sobre o desejo animal. Embora a alma forje a sua consciência de “ser” ou de “existir” no Cosmo, pela disciplina e coação educativa da matéria, paradoxalmente ela só consegue a sua libertação definitiva depois que foi escrava dos instintos! A alma liberta só se move no trânsito sideral quando logra o perfeito equilíbrio entre as suas duas asas, em que uma significa a razão, e a outra o sentimento, emancipados. Os credos, as religiões, os cursos iniciáticos e as doutrinas espiritualistas ajudam o homem a distinguir a senda mais certa para sua ventura espiritual, mas só a “auto-realização”, a vivência em si mesmo dos ensinamentos evangélicos, é que lhe concedem o direito de habitar planos paradisíacos.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
19
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
20
Depois de conhecer o programa superior do hábito do Bem e dos preceitos evangélicos, cabe-lhe a responsabilidade de executá-los em si mesmo na experimentação cotidiana, a fim de expurgar os resíduos da vida animal inferior que serviram de base à formação de sua consciência individual.
Todos os momentos que o homem vive na face dos mundos planetários devem ser aproveitados na “auto-realização” superior, uma vez que já conhece o programa espiritual que o conduz à felicidade!
12. O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO A consciência humana, desde os seus primeiros bruxuleios de vida isolada no seio do Cosmo, cresce continuamente em sentido esférico, passando por consciência grupal, racial, continental, planetária e constelatória. À medida que abrange maior área de conhecimento cósmico, também se despe dos seus pontos de vista, caprichos e limitações personalísticas, para então doar-se à condição de “divino alimento” às consciências menores que seguem na esteira da caminhada. Assim, pouco a pouco, o espírito-indivíduo desperta, reconhecendo-se intimamente ligado ao Pai e a todos os seres e coisas. A sua potencialidade eterna está no pensamento único de Deus, o princípio gerador, o primeiro princípio cósmico; a sua coesão está no amor, que reside no segundo princípio crístico, e a sua força criadora é o espírito operante, que vem a ser o terceiro princípio, componente da simbólica “divina trindade” numa só expressão, que é Deus, o Absoluto Criador Incriado. Tanto o perispírito como o corpo físico não passam de verdadeiros interruptores da visão espiritual infinita, que reduzem a influência limitada da massa da Consciência Total do Criador. Eles apenas “eliminam” o excesso de Onisciência, transferindo para o homem apenas o conhecimento menor, e apropriado a consolidar a sua consciência individual. É através desse conhecimento menor, mas incessantemente renovado e em expansão, devido ao intercâmbio educativo com os mundos transitórios da matéria, que o espírito vai compondo o seu campo consciencial e acumulando sua memória no seio da própria Consciência Cósmica de Deus. As consciências individuais, que se constituem nos espíritos destacados do próprio Espírito Infinito, ampliam-se sideralmente à medida que mais se lhe flui o conhecimento maior, fazendo-as progredir na percepção real do Sublime Princípio da Vida Imortal. Assim é que os cérebros do perispírito e do corpo físico, como principais órgãos de atração da consciência do homem no seio do Cosmo, funcionam então como verdadeiros interceptadores e eliminadores do potencial máximo da Onisciência, assemelhando-se a válvulas redutoras que graduam e transmitem só o conhecimento suficiente para a razão coesiva do espírito individualizado em Deus. Eles interrompem, no mundo astral e no físico, a excessiva massa de conhecimentos sem limites, cumprindo-lhes eliminar o que ainda for inassimilável pelo núcleo espiritual humano, ainda imaturo. Ademais, no Cosmo, tudo já existe perfeito e eterno, pois Deus não retrograda nem progride, mas é o próprio Conhecimento, o Poder e a Vontade, elevados ao máximo potencial, e humanamente indescritível. Só ele pode suportar o máximo e o infinito de “Ser” e de “Existir”, além e acima de qualquer outro limite ou definição conceitual por parte do homem. Em conseqüência, o homem não é um produtor de idéias nem criador de acontecimentos inéditos, mesmo submetendo-os a incessante progresso; mas, como tudo já existe num estado de absoluta perfeição e imutabilidade, integrado no Conhecimento Total do Criador, o espírito humano é apenas um captador da quantidade de conhecimento cabível em sua mente finita, e que ele gradua conforme sua capacidade de suportação racional ou de apreensão da própria consciência, forjada no simbolismo do tempo. O cérebro físico é, pois, o redutor da Onisciência no mundo da matéria, sendo esta a última fase da “descida angélica”, ou seja, a mais grosseira manifestação da Divindade. O cérebro perispiritual, no entanto, é o responsável por essa redução no plano da vida astral. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
21
Ambos selecionam, eliminam e ajustam somente aquilo que pode ser útil, suportável e entendível no campo da consciência-indivíduo, e ajudam-na a se expandir e a despertar no seio da Consciência Cósmica de Deus. Embora existam ainda outros órgãos que cumprem o mesmo objetivo redutor em planos ainda mais sutis, como no mental concreto e no mental abstrato, não convém alongar-se na descrição de tais processos e veículos atuando na intimidade do Espírito Cósmico e que também amoldam o conhecimento infinito, de modo suportável ao entendimento humano. Os espíritos criados no seio da Onisciência representam outras tantas miniaturas da vida cósmica, que despertam para o auto-entendimento e progridem incessantemente, alimentadas pelo próprio conhecimento infinito de Deus. A consciência do homem nada pode criar de novo no seio do conhecimento perfeito e infinito do Criador; no entanto, ele desperta sob os incessantes impulsos que se manifestam do interior para o exterior, despertamento esse ininterrupto e que prossegue por toda a eternidade, uma vez que Eterno é o próprio Deus! Esse processo e expansividade inata e ininterrupta de despertamento da consciência humana, os orientais têm consagrado através de vários conceitos tradicionalistas da vida oculta, como estes: “Busca o caminho avançando resolutamente para o exterior”; ou “Cresce como a flor, inconscientemente, mas ardendo em ânsias de entreabrir sua alma à brisa”; ou ainda “Busca a integração no Existente antes de ti”! Estas máximas referem-se ao convite incessante que a Consciência Total de Deus lança na intimidade da consciência individual do homem que, na figura de verdadeiro filtro ativado por inextinguível poder e inteligência, capta o conhecimento cósmico na conformidade do grau de sua própria percepção. A alma humana busca o conhecimento definitivo e pré-existente da Vida Real originada do Sublime Princípio Eterno, mas sem lhe poder acrescentar qualquer novidade, pois se pudesse fazer tal coisa, é evidente que também criaria algo desconhecido dentro do seio do próprio Deus. Então seria uma absurdidade que a centelha espiritual do homem, que é produto da Criação, pudesse criar ineditismos no seio do próprio Criador donde emanou!
13. CARMA E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL NO REINO HOMINAL O mundo, sem dúvida, seria um caos sem um planejamento antecipado que lhe aborda sensatamente todos os esquemas de manifestação da vida, processada através das mais variadas formas físicas compatíveis a cada tipo de orbe pulsante no Universo. Examinando-se a história biológica e geológica da natureza do planeta Terra, apesar das lacunas existentes, não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seu progresso de estados inferiores para níveis superiores, pelos milênios, num processo evolutivo, e deliberadamente num sentido de harmonia e beleza! É fácil de se verificar esse evento progressista, pelo exame e comparação da vida do homem das cavernas ao conhecido homem do concreto da atualidade! A intervenção periódica e pessoal do homem corrigindo as coisas e melhorando os seres do mundo físico, ele o faz somente dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na fenomenologia da matéria, porque através dela também se derrama a Sabedoria Divina ativando as energias latentes, que fluem pela intimidade das próprias formas, no milagre da incessante transformação. Sem dúvida, toda criação é intrinsecamente protegida por Deus, o Criador, que promove os meios de subsistência e de sobrevivência adequados a cada espécie animal. Embora ainda predomine no mundo a “lei do mais forte”, em que as espécies mais débeis são facilmente destruídas pelos tipos mais bem agraciados pela natureza, não há prejuízos definitivos, porque destruindo os corpos carnais transitórios, o Psiquismo que comanda cada espécie permanece inalterável. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
22
Pode-se considerar que os corpos físicos dos seres em evolução são apenas vestimentas passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde às exigências das mentes individualizadas. É uma fase de evolução em que esse Psiquismo se ativa pelas exigências vividas no orbe, inclusive nas próprias situações dramáticas ou trágicas. Além do cuidado fundamental da Divindade em proporcionar mais tempo de vida orgânica à criatura, ainda exercita, pela vestimenta carnal mais instintiva, a ação de um futuro Psiquismo melhor elaborado. O Criador proporcionou na busca da vida um sistema de “autoproteção” particular a certas espécies de animais que lhes permite uma defesa ou dissimulação mais adequada, para maior probabilidade de sobrevivência no ambiente onde vivem: o fenômeno do mimetismo, que as disfarça convenientemente de modo a iludirem ou desorientarem as espécies mais fortes e agressivas que deles se alimentam. O mimetismo disfarça ou confunde o ser no meio ambiente onde vive e o ajuda a passar despercebido na sua luta pela sobrevivência. Esse fenômeno, que serve de proteção à sobrevivência mais prolongada das mais variadas espécies do reino animal, embora não induza a qualquer conclusão cósmica definitiva, ou comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas, quanto à indestrutível verdade de uma Inteligência Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da Natureza. A vida no campo denso da matéria, inegavelmente, é um gravoso palco de lutas fatigantes de experimentações dificultosas, onde o espírito do homem é ativado pelas energias que se atritam, requintamse e se sublimam no sentido de ele superar o instinto animal, que o protege mas também o escraviza desairosamente às vibrações inferiores. O homem luta até uma certa freqüência sob o impulso energético das forças primárias da animalidade, as energias telúricas que eclodem da espécie animal instintivas e implacáveis, e deve opor-se veementemente à força bruta da tirania do instinto animal, que o ajuda mas o escraviza, para ativar e desenvolver em seu espírito o amor e a sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo.
O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, é o autor de sua própria conscientização, caso contrário não haveria para ele qualquer valor.
Apesar do protesto justificável, de que não há mérito nem valiosidade no sofrimento da criatura para depois ser venturosa, muito pior seria ela ter sido criada como um produto automatizado e elaborado mecanicamente em série.
É a auto-realização, a transformação preliminar, a garantia de um futuro venturoso, quando o espírito sentir conscientemente os seus poderes criativos e sentir a possibilidade de plasmar nas formas do mundo toda a intuição superior como poesia, arte e imaginação sublime.
Não importa se o homem, em princípio, confunde as quinquilharias dos mundos físicos transitórios como valores autênticos de sua futura felicidade; o certo é que ele jamais se perderá nos labirintos educativos das vidas materiais, porque o seu destino glorioso é a angelitude, e a luz que o guia queima no próprio combustível de sua centelha interior! Para tanto, precisa crer e confiar na pedagogia traçada pelo Criador, cujo resumo o ser possui em sua própria intimidade espiritual, na síntese microcósmica do “reino divino”. Para a absoluta segurança de a criatura alcançar mais breve e corretamente a sua ventura eterna, a Divindade estatuiu a Lei do Carma, que disciplina, corrige e ratifica os atos insensatos e enfermiços que o espírito pratica nas vidas sucessivas na face dos orbes físicos. Nenhuma criatura deve invadir o direito alheio ou perturbar o destino dos seus companheiros em curso de aperfeiçoamento espiritual. Ninguém pode, sequer, carregar a cruz do seu irmão e sofrer por procuração quaisquer reações desagradáveis e indesejáveis, que devem ser vividas pelos próprios responsáveis ou culpados. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
23
O espírito do homem é o autor do seu próprio destino e pessoalmente responsável pelos efeitos bons ou maus decorrentes dos seus atos pregressos! Cumpre-lhe a tarefa de despertar e desenvolver em si mesmo os valores íntimos que lhe devem assegurar a vivência futura entre as humanidades siderais felizes.
O homem pode semear dores, júbilos, prazeres ou tragédias; porém sob a Lei do Carma, que é inflexível e correta, mas justa e impessoal, ele se torna autor e, ao mesmo tempo, o receptor de todos os acontecimentos ou males praticados a favor ou contra o próximo. Ninguém pode alegar ignorância das sanções da Lei do Carma, num atribuir injustiças a Deus, depois das advertências insistentes de todos os instrutores e mestres da espiritualidade, que enunciaram que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, e que “a cada um será dado segundo as suas obras”. O mal é tão somente uma condição transitória, de cujo reajuste resulta sempre um benefício futuro ao próprio autor. Mesmo sob a perversidade humana, que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o “traje” carnal provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o Princípio de Causa e Efeito proporciona uma nova existência física para a vítima, auferindo-lhe mais proveito e compensação, porque ela foi perturbada no seu ciclo de evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é recolhido à oficina do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda dominada pelas ações negativas. Depois ele retorna para a mesma estrada de aperfeiçoamento espiritual, prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da imortalidade e alcançar a sua própria ventura.
O mal ou o sofrimento são etapas do mesmo processo evolutivo, cuja ação é transitória e tende sempre a um resultado superior.
Pode-se considerar, por exemplo, que é um mal a agressividade dos insetos, vermes e aves contra a planta na sua luta para crescer; no entanto, tudo isso não passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal à maior concentração de energia íntima na defesa, culminando no sucesso do seu próprio desenvolvimento.
O mal é tão somente acidente na escalonada evolutiva, a fase negativa que perturba mas se corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece tanto quanto o espírito firma a contextura definitiva de sua consciência.
Sob o princípio de “cada um colhe o que semeia”, todo mal pode causar dor e sofrimento para o seu próprio autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a vítima; contudo, disso resulta também a purificação do pecador e conseqüente melhoria de qualidade espiritual. Os considerados “atos malignos” causam prejuízos a outrem; mas se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria imortalidade, então desaparece o estigma detestável do “mal”, que é compensado pelo “bem” mais breve a que faz jus pelo seu sofrimento.
“O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro”; quando apanhado pela lei de retificação espiritual, o autor do próprio ato destrutivo ou perverso é submetido ao processo retificador, alcançando o reajuste e a redenção espiritual.
Na inconsciência da prática do mal, o espírito do homem aprende a consciência do próprio bem! A dor e o sofrimento indesejáveis, embora estigmatizados pelo homem, são manifestações implacáveis que sublimam todos os produtos ou seres criados por Deus, para ascensionar a estados e níveis siderais superiores. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação
24
Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou feios, sadios ou enfermos, e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se investiga e conclui sobre os fenômenos da própria vida. São fatos que se sucedem num encadeamento ordeiro e inteligente, mas a convergir sempre para um fim proveitoso e benfeitor da humanidade. Isso comprova os princípios e as regras que fundamentam a Bondade de Deus e, ao mesmo tempo, o amparo recíproco que existe entre todos os seres e as formas a serviço da conscientização do espírito imortal encarnado na matéria.
Fontes bibliográficas: Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
1
5. A Lei do Carma
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
A LEI DO CARMA A palavra “carma” é originária do sânscrito, antigo idioma hindu consagrado nos templos iniciáticos, e procede da raiz “kar” ou “kri”, ou seja, “fazer ou agir”, e do sufixo “ma”, que significa “o efeito de uma ação”. Os hindus são os que mais a empregam, considerando-a como o vocábulo técnico mais apropriado para designar a ação e o seu efeito correspondente nas encarnações sucessivas dos espíritos na Terra. Para eles, toda ação é Carma; qualquer trabalho ou pensamento que produzir algum efeito posterior é Carma. Assim, o Carma significa a lei em que toda causa gera efeito semelhante, que abrange o próprio destino dos homens, quando todos os atos e todas as causas vividas pelos espíritos em existências físicas anteriores ficam posterior e hermeticamente vinculados aos seus efeitos semelhantes no futuro!
Carma é essencialmente a “causa” e o “efeito”, enfim, a vinculação dos acontecimentos originais aos seus resultados posteriores.
Sob o mecanismo cármico ocorre a retificação que equilibra, esclarece, segrega, mas fortifica, pois obriga o credor à liquidação mais breve de sua dívida pregressa, mas também o libera para decidir quanto ao seu futuro. A Lei do Carma não é uma lei especificamente punitiva, pois, se disciplina rigorosamente, também premia generosamente o bom pagador, comprovando que será dado “a cada um conforme as suas obras!”
O Carma, que deriva da Lei Divina, ou da pulsação da própria Lei Cósmica, também regula o “livre arbítrio”, pois concede maior liberdade de ação e poder ao homem tanto quanto ele adquire mais sabedoria e se torna espiritualmente mais responsável.
Assim como os pais afrouxam a liberdade dos filhos à medida que estes se tornam mais cuidadosos, experientes e adultos, a Lei do Carma amplia o campo da ação e responsabilidade do espírito, tanto quanto ele se emancipa e se conscientiza, no curso educativo da Vida!
Carma é a lei de Causa e Efeito, com saldo credor ou devedor para com o espírito encarnado.
Os atos praticados por pensamentos, palavras ou obras nas vidas anteriores, ou seja, em vidas subseqüentes, devem trazer venturas ou acarretar desgraças aos seus próprios autores, na proporção entre o bem e o mal que deles resultou. Os seus efeitos, portanto, atuam posteriormente sobre a felicidade, a vontade, o caráter e os desejos do homem em suas vidas futuras. Embora pareçam anular o livre arbítrio, são forças que resultam sempre dos próprios atos individuais do pretérito. É o efeito agindo e dominando a própria vontade do ser, mas reagindo exatamente de acordo com as próprias causas que ele engendrou.
1. LEI DO CARMA x LEI DE CAUSA E EFEITO A lei de Causa e Efeito registra as ações boas ou más; a lei do Carma procede ao balanço das ações registradas e dá a cada espírito o “saldo” que lhe cabe em resultados bons ou maus.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2
5. A Lei do Carma
Metafisicamente, a palavra “Carma” se refere ao destino traçado e imponderável, que atua tanto nas coisas animadas como nas inanimadas, pois rege e disciplina todos os ciclos da vida, que vão desde o finito ao infinito, do átomo à estrela e do homem ao Universo! Há, pois o Carma do homem, o da família, o da nação, o do continente e da humanidade. Assim como se engendram destinos futuros, fundamentados nos atos ou pensamentos do homem, que serão regidos e disciplinados pelo seu Carma, também os orbes que balançam no espaço obedecem a um determinismo cósmico, de reajustamento de sua massa planetária, em concomitância com o efeito das causas coletivas de suas próprias humanidades. Há que considerar, portanto, desde o Carma atômico, que rege o princípio da vida microscópica no Cosmo para a formação da matéria, até o Carma do Universo, que então já é a Lei Cósmica manifestada fora do tempo e do espaço. Com referência ao Carma do homem, convém lembrar que Jesus muitas vezes advertiu sobre a existência de uma lei disciplinadora do mecanismo de relações entre os seres, e que liga as causas aos seus efeitos correspondentes, quando afirmou: •
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido”;
•
“Cada um há de colher conforme for a semeadura”.
Esses conceitos de Jesus não deixam dúvida de que o espírito há de sempre enfrentar os efeitos na esteira das reencarnações físicas, submetido implacavelmente ao determinismo das causas que gerou. Tais conceitos vêm a ser os mesmos da Lei de Causa e Efeito, isto é, de que todas as causas engendram efeitos futuros de igual intensidade e responsabilidade, com a diferença, porém, de que é lei imutável e severa, que tanto disciplina os fenômenos da vida planetária, o amor entre os seres e a afinidade entre as substâncias, como governa a coesão entre os astros dispersos pelo Cosmo.
Nenhum acaso rege o destino das coisas! É a Lei do Carma que tudo coordena, ajusta e opera, intervindo tanto nos fenômenos sutis do mundo microscópico como na vastidão imensurável do macrocosmo.
Ela tem por único objetivo dirigir o aperfeiçoamento incessante de todas as coisas e seres, de há muito já previsto nos Grandes Planos que fundamentam a harmonia da Criação. As condições psíquicas ou físicas das criaturas na Terra decorrem exatamente do engendramento das causas cármicas que elas já efetuaram noutras vidas. Se alguém atualmente usufrui alegria, paz e ventura, apenas goza o efeito cármico das boas sementes lançadas alhures; se lhe dominam a dor, a amargura e as vicissitudes repontam em sua existência, não deve culpar a Deus, nem a qualquer “destino” injusto e fatídico inventado por outrem, pois, de qualquer modo, só estará ceifando o resultado do plantio descuidado do passado! As regras inflexíveis de que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória” e a de que “a cada um será dado conforme as suas obras”, não abrem exceções a quem quer que seja, mas ajustam todas as criaturas à disciplina coletiva, tão necessária ao equilíbrio e harmonia da humanidade do orbe terráqueo. O Carma, como lei imutável, aliada à de lei de Causa e Efeito, rege todo o processo de vida cósmica. É a própria pulsação harmônica do Criador manifestando-se tanto na composição dos astros como no aglomerado dos elétrons constituintes dos átomos. Cada orbe e cada elétron ajusta-se perfeitamente a esse ritmo eterno e de aperfeiçoamento sideral, conjugando-se para a harmonia do Cosmo.
Há um entrosamento cósmico de ação e reação em todo o Cosmo!
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3
5. A Lei do Carma
Assim é que a Terra, movendo-se e consolidando-se sob a regência disciplinadora do seu Carma, só se aperfeiçoa em harmonia com o Carma da Constelação Solar a que pertence; mas esta, por sua vez, liga-se ao Carma de sua Galáxia, a Via Láctea, que também se submete ao Carma das demais Galáxias, dependentes do Carma dos Hemisférios Cósmicos. O globo terrestre está submetido ao metabolismo cármico de todo o sistema visível ou invisível do Cosmo; há uma rota definida e um ritmo ascensional, que o impulsionam para condições cada vez mais progressistas no cortejo planetário do seu sistema solar. Justamente devido à regência dessa Lei Cármica, que atua no sistema solar a que pertence a Terra, é que em certas épocas determinadas para a consolidação de sua massa planetária e o reajustamento de sua humanidade, se registram as seqüências dos “juízos finais” corretivos, conforme atualmente já está sucedendo como o planeta. Realmente a Terra já suportou muitos “juízos” parciais, sofrendo efeitos cármicos que reajustaram a sua massa e modificaram certas regiões e zonas geográficas, em perfeita concomitância com a necessária retificação de uma parte de sua humanidade, que, como viajeira da nave terrestre, também se encontra sujeita ao seu Carma planetário. Como a humanidade terrena ainda é composta de espíritos necessitados de experimentações em planetas primários, eles tendem a se ajustar ao campo magnético da substância terráquea, assim como o barro se ajusta à vontade do oleiro diligente. A Terra, como divina escola de educação espiritual, não se revolta contra o aluno que tenta reparar o curso perdido, embora, para isso, tenha que repetir novamente as lições atrasadas. A Terra, além de ajudar a sua humanidade a desenvolver o sentido direcional da consciência, contribui para que seus habitantes se livrem definitivamente das algemas das encarnações físicas.
O orbe terráqueo, com as suas seduções transitórias, simboliza o mundo de César, onde a alma, quanto mais se apega mais se enleia sob a disciplina implacável do seu próprio Carma.
Em vez de lamentar o rigor e a inflexibilidade da lei Cármica, que opera no campo letárgico das formas terráqueas, o espírito diligente e sábio deve entregar-se a uma vida de renúncia a todos os tesouros transitórios da matéria e devotar-se incondicionalmente ao culto do amor ao próximo, a fim de mais cedo se transladar para o mundo angélico, que será sua definitiva morada.
A lei do Carma não pune, mas reajusta!
Malgrado a ação inflexível da lei do Carma sobre as almas em trânsito pelos mundos materiais pareça uma lei draconiana ou processo corretivo severo demais, como a da implacável lei do “olho por olho e dente por dente”, em que a causa equívoca mais diminuta também gera um efeito milimetricamente responsável, tudo isto se sucede sempre objetivando a felicidade do espírito e o mais breve desenvolvimento de sua consciência angélica. O Carma é, portanto, a lei benfeitora que indica o caminho certo ao viajante despreocupado ou teimoso, corrigindo-lhe os passos titubeantes e os desvios perigosos, a fim de ajustá-lo mais depressa à sua ventura imortal. A humanidade terrena já se encontra suficientemente esclarecida para compreender que o seu sofrimento decorre, em particular, das suas infrações contra a Lei que justamente opera em seu favor! Uma vez que Jesus já deixou elevados ensinamentos, que marcam o roteiro para o homem viver em perfeita harmonia com a Lei Cármica e que regulam o equilíbrio da vida e da ascensão angélica, jamais se justificam as reclamações humanas sob o pretexto de qualquer injustiça divina! Mesmo entre a humanidade terrena, a ignorância da Lei não é motivo para o infrator se eximir de sua responsabilidade. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4
5. A Lei do Carma
Deus não é um cérebro atento e implacável que intervem punitivamente a cada momento em que alguém se equivoca. O pagamento do “ceitil por ceitil” é efetuado automaticamente pelo próprio espírito faltoso e, se a isso ele se sujeita, é porque costuma entrar em conflito com as regras que dirigem a sua própria ascensão espiritual.
Então, ele há de sofrer a ação contrária, da Lei, assim como a criança que queima a mão no fogo, não porque este seja vingativo e a castigue, mas apenas porque é um elemento comburente. Deus não cataloga ofensas praticadas por seus filhos, assim como não concede condecorações àqueles que o lisonjeiam constantemente. Ele apenas estabeleceu leis equânimes e sábias, que agem sob a égide do próprio homem e arrebatam os retardatários, os rebeldes e os teimosos que ainda estacionam à margem dos caminhos da vida ilusória da forma, ajustando-os novamente ao curso exato de sua ventura espiritual. A própria criatura é que se coloca diante de sua obra, devendo auferir-lhe os benefícios ou sofrer os prejuízos conforme disponha de sua vontade no sentido do bem e do mal. Mesmo considerando-se como severa e condenável a lei do “olho por olho, dente por dente”, convém notar que o sentido exato dessa sentença punitiva só se entende como a responsabilidade da própria alma para consigo mesma pois, se o conceito é draconiano, nada mais estabelece senão que qualquer ação boa ou má, praticada pela alma, há de produzir-lhe uma reação ou efeito perfeitamente correspondente à sua causa! Todo aquele que pratica somente ações benéficas terá como inócua para si essa lei tão severa que, semelhante à de que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, também só diz respeito ao cuidado da alma para consigo mesma, e não para com o próximo.
3. ATUAÇÃO DO CARMA SOBRE AS CRIATURAS A Lei de Moisés, lei vingativa em que era lícita a desforra do “dente por dente, e olho por olho”, não significa um princípio ou regra cármica, pois era apenas uma regra humana modelada para se conter um povo cujo temperamento e entendimento espiritual ainda eram rudimentares, e nada mais concebiam do que o mesmo pagamento igual delito! A fim de controlar o primarismo brutal da época, em que as paixões e as violências humanas não podiam ser disciplinadas pelas exortações religiosas de acenos do Paraíso, Moisés estabeleceu e decretou a lei do “olho por olho e dente por dente”, procurando diminuir crimes e pilhagens ante o direito da vítima de também punir o seu algoz ou desafeto, tanto quanto tenha sido o mal praticado. Mas entre o princípio e o direito do homem ser o próprio justiceiro dos prejuízos sofridos, capaz de exorbitar dessa concessão e punir um delito menor com outro crime mais cruel, justifica-se a Lei do Carma, implacável, justa e impessoal, que, além de indenizar a vítima, corrige e redime o criminoso. Sob a lei pessoal de “olho por olho e dente por dente”, o homem agraciado pelo direito de punir, pode abusar da desforra ultrapassando sadicamente o montante do débito da cobrança; mas sob a Lei do Carma, em sua função técnica e impessoal, a liquidação da dívida pregressa ainda proporciona investimentos benfeitores para o futuro do próprio culpado! A Lei do Carma não é bem a lei do “olho por olho e dente por dente”, como geralmente se entende, pela qual um fato delituoso terá que gerar outro fato idêntico e pagável pelo culpado. A solução do problema moral de cada alma é para consigo mesma e não para com a Lei, pois esta não cria acontecimentos iguais aos anteriores para, através deles, se cumprir a punição!
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5
5. A Lei do Carma
Não seria justo que o delito de um homem em certa existência obrigasse a Lei a criar um acontecimento criminoso no futuro, para que o culpado se ajustasse ao mesmo na próxima encarnação.
A Lei Cármica não promove, por exemplo, a reencarnação de um assassino do passado de modo a que venha a morrer de propósito nas mãos de outro impiedoso assassino, pois isso faria supor, sem dúvida, que alguém se transformaria fatalmente em homicida para que fosse cumprido o seu destino trágico! Na verdade, a Lei Cármica o situa num meio onde haja maiores probabilidades de ele ser vítima de violências, quer por se encontrar entre maior número de homicidas em potencial, quer por se achar ligado a adversários vingativos, que tenham sido suas vítimas no pretérito. Nesse exemplo, o assassino do passado não se defronta com um destino implacável a confeccionar novos homicidas para que se tornem instrumentos cármicos punitivos das infrações do passado. A Lei apenas aproxima adversários que se unem dentro de suas próprias afinidades e tendências espirituais, por cujo motivo terminam punindo-se entre si, ainda sob a lei de que “os semelhantes curam os semelhantes”.
4. OS ENSINAMENTOS DE JESUS SOBRE A LEI DO CARMA Jesus, em suas advertências e admoestações evangélicas, também se referiu a essa “causa” e “efeito”, que é a engrenagem do Carma. O Divino Mestre, como abalizado instrutor espiritual, conhecia perfeitamente o mecanismo e a razão da Lei do Carma, que preside e disciplina o destino dos espíritos encarnados. Sem dúvida, ele não podia expor claramente o mecanismo cármico ao povo de sua época, em face do primarismo dos seus conterrâneos e, sobretudo, para não contrariar os dogmas do Judaísmo, que não tardaria em protestar contra tal ensino inusitado. Mas esse conhecimento pode ser identificado em sua obra através de símbolos e parábolas, bastando examinar a sua conceituação evangélica. Os conceitos evangélicos de: •
“quem com ferro fere, com ferro será ferido”;
•
“a cada um será dado segundo as suas obras”;
•
“o homem pagará até o último ceitil”.
... são princípios insofismáveis da Lei do Carma, tanto quanto os aforismos e ditos populares, neste particular, que advertem: “quem semeia ventos, colhe tempestades”, ou, “o mal que se planta à noite, colhese de dia!” Assim, quando Jesus aconselhava que o maior dos mandamentos é o “ama ao próximo como a ti mesmo”, e também “faze aos outros o que queres que te façam”, a sua intenção era realmente orientar o homem para evitar um “mau futuro”, libertando-se da severidade do Carma inflexível e da imantação às superfícies dos orbes físicos. Malgrado a sua expressão de ensino moral ou de advertência espiritual, o conceito expresso por Jesus de “cada um colhe o que semeia” é uma lei científica. Além da conceituação moral dos ensinamentos do Mestre Jesus, há também o fundamento derivado das próprias leis do Universo! Jesus não foi apenas um instrutor espiritual, sociólogo ou expositor de um “Código Moral”, mas, acima de tudo, um avançado espírito que já tinha sintetizado num único conceito, os demais conceitos de filosofia, ciência e religião. Sem dúvida, o conceito de Jesus de “cada um colhe o que semeia”, em equivalência com outras máximas, como “a cada um será dado segundo as suas obras”, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, ou ainda “pagarás até o último ceitil”, evidenciam a presença de um princípio legislativo de “causa e efeito”, que decorre da própria Lei Única de “ação e reação” do Cosmo. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
5. A Lei do Carma
5. MECANISMO DA AÇÃO DO CARMA SOBRE O HOMEM O conceito de que se deve “colher conforme a semeadura” demonstra a existência de leis disciplinadoras e coordenadoras, que devem proporcionar o resultado efetual conforme a natureza e intensidade da causa fundamental. Evidentemente, quem semeia “cactos” jamais há de colher “morangos”, assim como quem movimenta uma causa funesta também há de lhe suceder um resultado igualmente funesto! O efeito destrutivo de um projétil depende exatamente do tipo e da intensidade da força que o impeliu. Todas as causas ocorridas no mundo material agrupam, atritam e movimentam elétrons, átomos e moléculas de substância física. Da mesma forma, quando o homem mobiliza e gasta combustível espesso, lodoso e quase físico do mundo astralino, para então vitalizar as suas atividades mentais inferiores, ele se torna o centro da eclosão de tais acontecimentos negativos e censuráveis, porque deve sofrer em si mesmo o efeito nocivo e danoso da carga patológica acionada imprudentemente. Mas, se ele eleva o seu campo mental e emotivo vibratório à freqüência mais sutil, a fim de utilizar energia superior para nutrir bons pensamentos e sentimentos, esse combustível sublimado então se metaboliza no perispírito sem deixar resíduos enfermiços. Após a desencarnação, o espírito densificado pelo fluido espesso é atraído pela sua compacidade astrofísica e cai nas regiões astralinas purificadoras, vitimado pela própria atuação danosa aos outros, e, sobretudo, a si mesmo. O homem movimenta forças em todos os planos da vida, desde a mais sutil vibração de onda do reino espiritual, até atingir a compacidade do mundo físico. Assim, o mínimo pensamento e a mais sutil emoção do espírito encarnado, pela sua conexão ao corpo físico, exige o gasto energético proporcional à intensidade e natureza das emissões mentais e ações emotivas, que repercutem plano por plano, até atingir o campo da vida material. De um modo geral, este conceito tem o seu equivalente nas conhecidas leis de reflexão da luz, do som, cujo nome transcendental é a Lei do Retorno, bastante conhecida no processo cármico e atuação no ciclo das encarnações! Quando o artista pensa em pintar um quadro de rosas na sua mais bela florescência, essa ideação é real em sua mente porque a tela florida em projeto só se delineia mentalmente graças à rapidíssima aglutinação de elétrons e átomos específicos, para comporem os polipeptídios básicos da memória do cérebro físico, com transformações energéticas para o espírito modelar o pensamento. O certo é que na mente física há modificações, com perda e ganho de energia, para sustentar e evoluir a idéia fundamental da futura pintura física, que então será visível aos sentidos humanos. Em verdade, a tela reproduz tão somente a “materialização”, à luz do dia, daquilo que já existia vivo no campo mental do pintor. No mundo das idéias tudo é real e possível num plano superior, graças ao eletromagnetismo dos átomos e das moléculas, que, apesar de sua elasticidade e instabilidade, aglutinam-se nas substâncias mais variadas sob o comando do espírito, assim como se fixam as tintas na tela física! Em conseqüência, é a manifestação ideal do espírito, superior e mais real do que a do corpo carnal, que é transitório, porquanto tudo o que é pensado registra-se no campo etérico do Universo por toda a eternidade, através dos assim chamados “registros akáshicos“. Desde que todos os pensamentos, atos e fatos são gravados na superfície do tempo e do espaço, o indivíduo pode, através da meditação, desenvolver a arte de sintonizar esses registros akáshicos, quase da mesma maneira como se pode reproduzir velhas fitas magnéticas gravadas. Considerando-se que a vida espiritual é a original e definitiva, obviamente são mais definidos, vitais e positivos os planos intermediários, que vinculam a entidade sideral à matéria, no chamado “descenso vibratório”. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma
7
Assim, o plano espiritual é o mais real e importante e, em seguida, o plano mental, onde o espírito corporifica primeiramente o seu pensamento e, sucessivamente, os planos astral da emoção e sentimento, o etérico da vitalidade e usina da vida física, e o carnal, que é justamente o mais inferior e transitório! Quanto o homem pratica um ato pacífico ou produtivo em favorecimento do próximo, ele apenas revela em público e através das diversas fases ou escalas descendentes que separam o espírito da matéria, o que realmente se sucedeu de modo positivo no seu mundo mental, e conseqüente repercussão na esfera do sentimento. Não é o ato puramente físico que lhe retrata a boa obra ou bondade interior, mas tal sentimento foi acionado primeiramente no campo definitivo da mente, isto é, da principal instrumentação do espírito imortal. Assim, a seqüência é perfeitamente científica e disciplinada num prosseguimento matemático, que opera gradativamente em cada plano da manifestação do espírito. A prática da mais singela virtude no mundo físico movimenta cientificamente leis de controle criativo em todos os planos ou campos da vida etérea, astral, mental, e mesmo espiritual. Tal processo lembra rudimentarmente a nuvem invisível de vapor d’água, que pouco a pouco se condensa sob condições adequadas de temperatura e pressão que regem os princípios da Física. Isso acontece desde o plano imponderável até formar a mesma nuvem que, em suspenso e pejada de líquido, daí por diante e pelo aumento de peso, sofre mais intensamente os efeitos gravitacionais do mundo físico, até se transformar na nuvem benfeitora! Sob o sol mais rutilante e o céu mais límpido e mais azul, a tempestade gera-se gradativamente, até eclodir impressionando os sentidos físicos do homem! Mas isso só acontece depois de obedecer às leis e aos princípios imperceptíveis aos sentidos humanos!
O carma do homem funciona também sob seqüências científicas e específicas a cada caso, que abrangem desde a sua natureza espiritual e moral até a sua atividade física.
Deus não patrocina nem administra propositadamente nenhuma instituição punitiva ou departamento específico de correção espiritual. Em verdade, toda conseqüência ou efeito desagradável, trágico, doloroso e infeliz do homem é sempre fruto do seu descaso aos ensinamentos e às advertências dos Instrutores Espirituais. A sua violência ou rebeldia aos princípios salutares e evolutivos decorrentes da Lei Maior, que regula o equilíbrio, harmonia e coesão do Cosmo, é que então produzem as conseqüências indesejáveis futuras. Ninguém é castigado porque “peca”, assim como ninguém é premiado porque é “virtuoso”, mas todo desvio do ritmo eletivo e da ascensão do ser espiritual resulta em atrito e reação retificadora da entidade imortal existente em cada ser. O estado de erro é vitalizado pelo consumo de energias de baixa vibração, porque são forças oriundas do reino animal primário e que sustentam o campo instintivo inferior! Após o gasto do combustível primário, então resta a fuligem aderida ao perispírito, que é resultante da movimentação dos desejos inferiores ou da violência mental e astral do homem! Quando o homem enxerga um terno de linho branco, convêm-lhe distanciar-se da proximidade de ambientes graxosos, a fim de evitar uma possível poluição; no entanto, a mesma graxa, que pode ser um “pecado” ou nódoa no terno de linho branco do turista, é louvável “virtude” como um símbolo de labor no macacão do mecânico diligente! A virtude e o pecado refletem apenas cada coisa no seu lugar certo, e cada ação visando um efeito útil no seu devido tempo e necessidade circunstancial. O que já foi virtude, como glória e consagração para a tribo de antropófagos, que devorava a carne do guerreiro vencido e valente para herdar-lhe o heroísmo, hoje é um pecado ignominioso e crime à luz da civilização! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8
5. A Lei do Carma
A virtude de ontem pode ser reprovada hoje, assim como o fato do homem do presente século ainda devorar um frango assado, em virtude das famigeradas proteínas, há de ser um fato censurável se ocorrer no seio de humanidades evoluídas de outros planetas, que se alimentam exclusivamente de frutas e legumes. Em face dos acontecimentos dolorosos e indesejáveis que ocorrem na vida humana, os reencarnacionistas afirmam que as criaturas em sofrimento físico ou moral estão “pagando dívidas”, ou “sofrendo o seu carma” passado. Na realidade, o espírito sofre em si mesmo o efeito censurável que movimentou no passado, quando contrariou, violentou ou desprezou o ritmo disciplinado e criativo em que as leis menores, derivadas da Lei Única, governam a vida em todos os planos e campos da sua manifestação. Eis o motivo por que o Evangelho do Cristo, com seus princípios e conceitos de aperfeiçoamento do deusinho em miniatura que é o homem, também é a síntese “micro-organograma” da Lei Suprema do Macrocosmo! A Lei do Carma, que controla a “ação” e a “reação” do Cosmo, diversifica-se em leis e princípios menores, que determinam e disciplinam o movimento e a função das galáxias, constelações e orbes, de modo a existir o perfeito equilíbrio e harmonia universal. Em rude analogia, caso o planeta Marte se revelasse contra essa Lei, pretendendo mudar a sua trajetória ou decidir-se por uma vivência planetária isolada, ele sofreria de imediato o impacto vigoroso e um efeito catastrófico corretivo, resultante da ação da Lei Única agindo através das leis menores. Seria penas uma correção técnica sideral, jamais uma punição divina, em que a legislação cósmica apenas evitaria maior catástrofe, repondo no rumo certo o orbe desgarrado do equilíbrio planetário. Em sua natureza disciplinadora, a Lei do Carma evita prejuízos indevidos e deformações no progresso incessante nas coisas e seres, adotando, de imediato, as providências que se fazem carentes no sentido de permanecer a harmonia da manifestação criativa da vida. É de advertência cármica que quem se isola será isolado, quem destrói sofrerá a destruição, quem calunia será caluniado, quem menospreza será menosprezado, “quem com ferro fere com ferro será ferido”, “quem semeia ventos colhe tempestades”! É o perfeito entrosamento funcional da ação e reação equivalentes, como lei que regula o efeito à causa em qualquer condição de vida ou latitude do Universo. Em suma, é assim que atua o processo do “Carma” nessa motivação científica e independente de castigo, mas que constrange os espíritos faltosos à retificação compulsória. Desde que a legislação cármica é educativa, e não propriamente uma resolução punitiva, mas apenas uma decorrência de ações científicas, esse dispositivo científico pode produzir efeitos morais corretivos, provenientes de causas morais censuráveis! Por exemplo, o homem que se compromete conscientemente a sustentar e amparar a esposa e seus filhos, pratica uma crueldade ou ato moral censurável quando os abandona, obcecado por outra paixão irregular, ou mergulha no vício, transformando-se num marginal improdutivo. Mas sob o cientificismo das leis criativas e disciplinadoras de cada plano de vida em ação nos diferentes estados energéticos, cada vez mais densos, o homem, para concretizar o ato imoral de abandonar a esposa e filhos, gasta energia mental, astral e etérea, consumidas nos diversos planos equivalentes, até se materializar no fato físico do “abandono” à família. É evidente que, antes, gera-se no espírito do homem a vontade ou decisão dele abandonar a família e, secundariamente, isso adquire forma e força pelo revestimento energético no corpo mental, incorporando-se na condição de prazer ou alívio no corpo astral dos desejos e sentimentos, para depois ser vitalizado no campo do duplo etérico, que é o intermediário entre o perispírito e o organismo carnal. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
9
5. A Lei do Carma
Conseqüentemente, para que se efetue o simples ato de fuga do homem aos deveres conjugais e paternos, movimenta-se um processo científico e gradativo, desde a matriz do seu Espírito, sediado no plano espiritual, cuja idéia “imoral” impregna-se de energia mental, e, no seu prosseguimento subdinâmico para baixo, deve revestir-se da energia astralina e revestir-se no campo das emoções! Finalmente, já no limiar do mundo físico, a idéia do abandono censurável projetado pelo Espírito, dinamizada mental e astralmente, então se vitaliza pela energia “etéreo-física” do plano intermediário que liga o mundo oculto e o físico, até se reproduzir “materialmente” num ato censurável, sob as leis e a moral do mundo físico. Em tal caso, o homem faltoso incorreu num ato “pecaminoso” porque se serviu maldosamente das forças criativas da vida correta e vinculada pelo amor, como são as energias mentais, astralinas e etéricas, para vivificar, sob a supervisão divina, a sua união a outros seres, traindo depois os vínculos de amparo e responsabilidade. Usou energias de todos esses planos para cometer um ato irregular ao trair os votos conjugais; a fim de praticar um ato “imoral”, mobilizou científica e tecnicamente as forças criativas do próprio Cosmo! Em conseqüência, ficou culpado, sob a Lei Cármica, de todos esses planos, cabendo-lhe corrigir o desvio praticado no mau uso das forças arregimentadas num ato irregular no mundo físico, e que fará num processo retroativo de compensação energética.
As causas perturbadoras, geradas pelo homem imoral nos diversos planos da vida oculta que vinculam o espírito à matéria, também hão de gerar-lhe efeitos idênticos e perturbadores no momento de sua retificação cármica.
Sob o julgamento humano e os preconceitos sociais do mundo, o abandono da família é tachado como ato censurável ou acontecimento exclusivamente punível na esfera da ética humana. É apenas a atitude censurável e comum de um pai de família que abandona o lar por vício, vagabundagem ou aventuras ilícitas pecaminosas, onerando o equilíbrio social e agravando a economia coletiva. Mas para a Lei do Carma humano, que se deriva intimamente da Lei Cármica do Cosmo, sob o mesmo ritmo e a pulsação energética de que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, ela abrange toda escala da perturbação, que decorre desde o mundo oculto, e altera a estabilidade do ritmo, equilíbrio e harmonia, em todos os planos subseqüentes. Há uma correção científica desde a atividade espiritual até a atividade física, que gera um efeito disciplinador moral, partindo de uma causa científica.
A intenção fundamental da Lei perturbada é indenizar vibratoriamente todas as deformações ocorridas, e ajustar o equilíbrio e a harmonia, que são violentadas nos vários setores de sua ação e reação.
E sob a própria lei do bom senso, serve-se do próprio autor nocivo para ele próprio reajustar o ritmo perturbado na seqüência da reação, e equilibra a ação que foi alterada!
6. O CARMA FUNDAMENTAL DO ESPÍRITO Carma fundamental de um espírito é a condição a que ele fica subjugado, inapelavelmente, sob um destino determinado pela natureza do próprio planeta, ou meio onde deve efetuar a sua nova experiência espiritual. Embora o espírito reencarnante possa ser de alto gabarito espiritual, ou então apenas um tipo primário, pouco importa se ele merece ou não renascer em tal ambiente, pois ficará inapelavelmente sujeito às injunções naturais e próprias do orbe onde tiver de habitar. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma
10
Assim, por exemplo, um campeão de natação, nem por isso fica livre das más conseqüências de nadar num rio infestado de jacarés, bem como um espírito santificado terá de sofrer as injunções do clima, da pressão, da instabilidade geológica e do solo geográfico do planeta onde ele tiver de se encarnar. Seria bastante absurda a exigência de se modificar de imediato a composição geofísica de certo orbe só porque lá se encarnou determinado espírito, cuja graduação espiritual não aprova tal ambiente onde deve viver! Assim, há muita diferença entre o “carma fundamental” do espírito que se encarna em Marte, cujo planeta agradável, tranqüilo e saudável, devido ao fácil controle climático e topográfico conseguido pelos marcianos, então proporciona existência física venturosa, quando comparado à natureza hostil e instável da Terra! O Planeta Terra, devido à sua instabilidade geológica, natureza agressiva e rude, moradia de humanidade primária, daninha, violenta, cruel, vingativa e destruidora, qualquer que seja o grau evolutivo e a sensibilidade do espírito superior ali encarnado, jamais poderá fugir das conseqüências “naturais” e próprias do meio primário onde precisa ou decidiu-se por habitar. Em conseqüência, quer o espírito seja mau ou bom, sadio ou enfermo, ignorante ou sábio, o seu “carma fundamental” deriva-se intrinsecamente da natureza e reação de cenário físico que lhe emoldura a vivência humana. Daí o motivo por que um espírito do quilate de um Francisco de Assis, que era absoluta renúncia, ou mesmo de Jesus, sacrificado até a última gota de sangue pelo seu amor aos homens, ainda sofrem mais do que o homem comum terrícola, porque este se defende com unhas e dentes pela melhor sobrevivência e não alimenta os escrúpulos e a tolerância das almas sublimes. Malgrado o seu elevado gabarito sideral, os santos não podem se livrar da agressividade da natureza primária de um planeta como é a Terra, nem da ferocidade dos seus habitantes, recém-saídos das cavernas da idade da pedra e que só entendem as especulações do mundo de César, mas descrêem da fantasiosa e duvidosa felicidade do “Reino de Deus”! Obviamente, Jesus não deve ter padecido na Terra efeito cármico de ter promovido uma crucificação no pretérito, mas, para ele ministrar o “Código Moral” do Evangelho aos alunos terrícolas, obrigou-se, conscientemente, a sofrer as injunções da escola primária em que viera lecionar, cujos alunos primários e rebeldes, daninhos, desrespeitosos e cruéis, então o crucificaram, dominados pela sua irresponsabilidade espiritual. Num mundo de natureza agressiva, próprio dos seres ferozes e impiedosos, tanto quanto mais delicado for o homem, mais facilmente ele será ferido pelo impacto violento e destruidor do meio. Há o carma do indivíduo, e depois o carma da família, que se constitui na soma do ativo e do passivo de todos os espíritos ali congregados para compor o grupo doméstico. Igualmente, há o carma de uma cidade, que compreende o carma dos membros de todas as famílias aí residentes. A soma do carma das cidades então é a do país, e a soma do carma de todos os países é o resultante do continente, e finalmente a soma de todos os continentes é a do próprio orbe! Considerando-se os vários tipos de planetas do sistema solar e as suas funções como orbes educativos primários, ginasiais, secundários ou acadêmicos, a Terra é um mundo de carma bem mais rude do que Marte, que lhe é um grau sideral superior.
A base fundamental do tipo de carma de cada espírito reside especificamente nas condições mesológicas do próprio planeta onde é chamado a residir ou renascer.
Só pelo fato de qualquer espírito reencarnar-se na Terra, ele só fica condicionado a um carma mais doloroso, por ser um orbe de natureza hostil e primária, portanto mais desventurado do que outro espírito que renasce em Marte, cujo planeta é mais sublimado do que o mundo terreno! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
11
5. A Lei do Carma
Em relação aos valores cármicos escalonados em cada planeta, a Terra é considerada um planeta mais inóspito e carmicamente inferior porque é uma escola de educação espiritual ainda primária, portanto um planeta de carma sobretudo corretivo, ou seja, de finalidade purificadora. É um orbe de natureza física instável, sujeito às inundações, tufões, secas, frio e calor extremos; suas florestas são povoadas de insetos, répteis de toda sorte, de animais perigosos e selvagens, enquanto todo o meio ainda é poluído de germes patogênicos nas imensas regiões pantanosas, ou de depósitos de detritos humanos, provocando o envenenamento químico do próprio ar na evasão de gases nauseabundos. Em conseqüência, geram-se epidemias mortais ou de efeitos deformantes, com proliferação de vírus e ultravírus, além dos intempestivos acidentes geográficos, que não permitem uma vivência de absoluta tranqüilidade. Na sua composição primária, e para efeito de polimento espiritual, os vulcões são verdadeiras válvulas de pressão da massa ígnea interna, e geram tragédias lamentáveis entre os povos, cujos espíritos muito endividados situam-se justamente nas áreas vulcânicas ou de instabilidade geológica. Assim como as escolas primárias do mundo são destinadas aos alunos incipientes, analfabetos e rudes, o planeta Terra é o lar físico de espíritos primários, defeituosos e rebeldes, cujo conteúdo psíquico, ainda bruto como o diamante extraído do solo, principia o ser desbastado para a louvável escultura do futuro brilhante espiritual! O Alto seria bastante incoerente, caso povoasse a Terra, que é um curso primário espiritual, com entidades de alto gabarito e de melhor freqüência sideral. Assim como a lixa amacia a madeira do tampo da mesa rústica, o ácido limpa a vidraça gordurosa, ou o calor apura o ferro até a condição louvável de aço mais resistente, um planeta como a Terra serve para desbastar as arestas grosseiras dos espíritos aí encarnados e prepara-los para outras vivências mais sublimes!
Um planeta primário, como a Terra, cuja estrutura geológica instável oferece pouco conforto no seu ambiente físico, só pode servir de palco ou moradia educativa para espíritos de características psíquicas primárias ou deficientes, ainda necessitados de corretivos redentores, como as intempéries, as mudanças climáticas e os cataclismos geológicos.
Entretanto, ao aluno diligente, estudioso e responsável, que verifica em nada poder contribuir para modificar a escola primária e elevar a conduta dos seus colegas, só lhe resta uma decisão: devotar-se, paciente e integralmente ao estudo libertador, e promover-se o mais cedo e eficientemente possível em seus exames, a fim de se desligar da escola tão rude e tão eletiva apenas aos alunos daninhos, irresponsáveis e rebeldes. O mesmo cabe ao espírito encarnado na Terra, cumprir disciplinada e devotadamente as lições para a sua mais breve libertação do jugo desconfortável da matéria, atendendo ao convite do Cristo, que assim adverte: “a cada um será dado segundo as suas obras”, mas acrescenta: “quem quiser alcançar o reino dos céus, apanhe a sua cruz e siga-me”.
7. O CARMA COLETIVO DA FAMÍLIA Considerando-se que o conceito de “cada um colhe o que semeia” é um princípio da Lei do Carma, constata-se que não é uma aberração os espíritos se encarnarem na Terra já estigmatizados por destinos fatalistas, que lhes cerceiam o livre arbítrio. Embora cada espírito deva renascer na vida física com o seu programa previamente esquematizado pela Administração Sideral da Terra, isso também se conjuga ao carma da raça e ao carma do próprio planeta de provas. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma
12
Há o carma individual do espírito reencarnante, que se conjuga ao carma da família em que ele ingressa, e inclusive ao carma do povo ou da raça de que ele vai participar.
É uma conjugação perfeita de valores positivos e negativos, que não podem exorbitar das regras e dos princípios disciplinadores da Lei do Cosmo, no esquema corretivo e indenizador das coletividades e dos indivíduos em suas inter-relações pessoais. A família terrena é constituída por espíritos dos mais variados tipos e graus evolutivos, os quais se digladiam há milênios no curso das vidas humanas, sujeitos ao carma coletivo do próprio conjunto familiar espiritual, povo, raça e da própria humanidade na sua eleição planetária. Sob a vestimenta carnal dos mesmos ascendentes biológicos, disfarçam-se espíritos amigos e inimigos, vítimas e algozes, credores e devedores, que ali se aproximam e se ajustam, sob a condição contemporizadora e convencional do lar humano! No seio da mesma família terrena, tanto vivem os espíritos amigos e unidos pelo amor, assim como as almas inimigas e adversas imantadas pelo próprio ódio que geraram no passado! Durante o treino afetivo e os interesses em comum que unem os membros da mesma família, amainam-se ódios pregressos e cessam os impulsos irascíveis, e que ainda ficam mais fortalecidos pelo sentimento da partida para o Além! Afora de sua retificação individual, cada espírito encarnado ainda fica na dependência da correção do conjunto dos espíritos afins, cuja família é também uma espécie de membro de cada povo e raça, e, conseqüentemente da própria humanidade terrícola, compondo a síntese do Carma da próprio orbe onde vivem! Sob dores, sofrimentos, necessidades econômicas, vicissitudes morais e dramas de família, os espíritos reunidos pelo mesmo tipo de delitos, culpas e dívidas cármicas então precisam amparar-se contra a agressividade do mundo exterior enquanto isso os ameniza em suas próprias mágoas e ressentimentos recíprocos do passado! Ademais, as alegrias e os sucessos dos membros da mesma família, quando se projetam nas esferas artística, política, social, intelectual ou mesmo desportiva, carreiam louvores e exaltações que lembram indenizações dos maus entendimentos pregressos. A euforia do conjunto, uma vez que a ventura de um familiar também se reflete no todo da parentela, aumenta a satisfação recíproca e extingue de forma mais breve as animosidades cármicas pregressas. Em face de cada família terrena se compor pela afinidade espiritual, atração e simpatia pelo afeto recíproco do passado, ou então sob a injunção cármica de dívidas e culpas, existem famílias tradicionalmente felizes, as quais passam pelo mundo deixando um rastro de júbilo, sucesso e venturas por parte de todos os seus componentes. No entanto, outras famílias carregam certo estigma doloroso, uma atmosfera trágica desde a sua formação, que surpreende a própria história. Há famílias totalmente agressivas, egocêntricas, degeneradas, inescrupulosas, vingativas, perversas, trágicas ou desventuradas, cujos membros e descendentes findam suas vidas sob o mesmo tipo de carma que os estigmatiza em conseqüência de vidas anteriores. Aliás, verifica-se, também que, em certas famílias, os seus membros extinguem-se sob um mesmo tipo de enfermidade, desde a tuberculose, lepra, cânceres ou forma de aleijamento, surdez, perturbações mentais, que surpreendem os próprios médicos, uma vez que há falecimento da maioria por moléstia idêntica e não contagiosa, ou mesmo hereditária, cuja explicação científica induz alguma predisposição atávica, mas na realidade é carma coletivo! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
13
5. A Lei do Carma
A Lei Cármica reúne sob a mesma vestimenta carnal e influenciados pelos mesmos ascendentes biológicos, espíritos afins, por força de culpas, deslizes, dívidas e mazelas semelhantes, compondo estigmas trágicos sob a dependência da mesma indenização espiritual pretérita.
São exemplos de agrupamentos de espíritos afins às provas semelhantes na mesma família, quanto à natureza das culpas ou pecados de vidas anteriores:
EXEMPLO DA SITUAÇÃO CÁRMICA:
CAUSA PRETÉRITA:
Família cujos membros sofrem acidentes ou se extinguem sob armas de fogo, às vezes de modo surpreendente, morrendo aparentemente sem culpa, atingidas por uma bala sem rumo ou ao examinar uma pistola ou fuzil.
Trata-se de um conjunto de espíritos em prova semelhante, provavelmente de ex-caçadores que no passado se divertiam em acabar com os animais nas florestas.
Vários componentes de um agrupamento familiar coincidem em morrer de câncer; isso constitui um enigma para a ciência profana.
Geralmente são comparsas que operaram em desfavor do próximo por ações negativas de magia, maledicência, calúnias, prejuízos ou extrema inveja.
Descendentes de uma certa família desencarnam por afogamento.
Cumpriram o carma de pirataria, quando lançavam ao mar os tripulantes dos barcos apreendidos.
Pais infelizes curtem a desdita angustiosa de só gerarem filhos hidrocéfalos, esquizofrênicos, retardados ou mongólicos.
Foram responsáveis por induzir ao vício da cocaína, morfina ou ópio os espíritos dos seus próprios descendentes atuais.
8. A AÇÃO CÁRMICA PLANETÁRIA: DETERMINISMO x LIVRE ARBÍTRIO Enquanto a humanidade ignorar o conceito evangélico de que “a cada um será dado segundo suas obras”, jamais o homem alcançará a ventura de uma existência tranqüila. Sob a regência do “livre arbítrio”, que permite ao espírito organizar a sua vivência nos mundos físicos, ele ainda fica enquadrado no esquema retificador do seu carma, o qual, sem dúvida, foi também uma causa que termina por reduzir a própria ação desse livre arbítrio.
O espírito deve sempre pesar e balancear quais serão os prejuízos que poderá causar ao próximo toda vez que se movimentar para atender a satisfação das próprias necessidades e prazeres.
Sob o conceito de senso comum, em que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, o homem deve medir rigorosamente o efeito dos seus passos na senda humana, porquanto “há de pagar até o último ceitil”, toda culpa ou prejuízo causado a outrem. Apesar do terrícola sofrer as limitações impostas pelo determinismo cármico do planeta Terra, o exercício do livre arbítrio vai muito além do que se pensa, porquanto ele já é uma vontade espiritual definida e superior ao próprio orbe que habita! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
14
5. A Lei do Carma
A diferença principal entre a ação do determinismo cármico planetário e o exercício do livre arbítrio individual está em que o terrícola deve assumir a responsabilidade de todos os seus atos, sejam bons ou maus!
O corpo material do planeta Terra representa a vestimenta exterior do seu Arcanjo Planetário, que em espírito o alimenta desde a sua intimidade mental e astral. A sua vontade poderosa significa a própria Lei atuando em harmonia com o carma dos demais planetas do sistema e agindo de comum acordo com o Arcanjo Constelatório, que é o responsável pelo progresso de toda a constelação solar. Aquilo que se poderia ser considerado um determinismo implacável, a tolher o livre arbítrio individual, é apenas o conjunto de leis que emanam do Espírito Planetário como o crescimento harmonioso de sua humanidade. Quando o homem se ajustar a essas leis evolutivas e só souber operar em seu próprio benefício espiritual, sem entrar em conflito com a coletividade, ser-lhe-á facultado o exercício do livre arbítrio de modo ilimitado. Por enquanto, o homem terrícola não pode usufruir o direito de exercer a sua vontade absoluta, pois até nas suas próprias relações genésicas ainda se mostra inferior aos animais, que as respeitam e praticam só nas épocas adequadas e exclusivamente com a finalidade de procriar. Em face do extremo egoísmo, cupidez e crueldade do atual cidadão terreno, a sua vida seria de contínua desordem e conflito se os poderes humanos pudessem gozar impunemente do seu livre arbítrio! Uma vez que é a irresponsabilidade do ser humano que lhe reduz o uso do livre arbítrio, este só poderá aumentar e ser exercido de modo mais amplo à medida que o homem se libertar da escravidão das formas e viver mais devotado ao mundo espiritual, onde a sua vontade pode ser exercida de modo ilimitado. O determinismo cármico da Terra, limitado pelo determinismo cármico de sua constelação solar, reduz também o livre arbítrio e a plena ação da vontade humana. O mundo material, com sua substância letárgica, significa o ergástulo que aprisiona o espírito, cuja natureza essencial é a liberdade no Além. Em conseqüência, esse livre arbítrio só pode ser exercido mais amplamente desde que a criatura também se liberte cada vez mais da substância material com compõe e limita o corpo exterior do planeta. À medida que o terrícola se integrar ao Cristo Planetário, que é o espírito excelso que nutre o orbe terreno, sem dúvida também crescerá o seu livre arbítrio em relação aos demais seres e coisas, pois, angelizandose, o homem também será mais consciente da Verdade Eterna. A fim de que desperte a consciência de sua individualidade, Deus lança as almas virgens na corrente da evolução planetária dos mundos físicos; então, curtindo as lições da vida humana e sofrendo as injunções da própria morada material, elas terminam consolidando as suas linhas demarcativas de “ser” e “existir” no seio da própria Consciência Cósmica. O Carma da Terra impõe à humanidade um determinismo resultante de suas próprias modificações cármicas, decorrentes dos demais orbes do sistema solar. Assim, os homens ficam também sujeitos às movimentações e às alterações cármicas terráqueas, e os seus ideais, projetos e interesses individuais só podem ser realizados ou satisfeitos até onde não colidam com os proveitos da coletividade. A Lei Cármica, pois, na sua função de ativar o progresso do Cosmo, tanto regula e limita o movimento do indivíduo para harmoniza-lo com a sua comunidade, como também as modificações e a estabilidade do próprio campo planetário. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
15
5. A Lei do Carma
9. A AÇÃO EDUCATIVA DA LEI CÁRMICA A criatura humana é sempre beneficiada, mesmo quando submetida à mais terrível prova cármica. Suponha-se, por exemplo, um espírito encarnado num corpo físico com paralisia total dos seus membros inferiores. Isso para ele é um mal porque, devido ao efeito cármico que lhe tolhe os movimentos das pernas, deixa de participar a contento do curso da vida transitória do mundo material. No entanto, em tal caso, a ação restritiva da Lei não tem por objetivo fazê-lo expiar de modo doloroso os seus erros do pretérito, mas apenas desenvolver-lhe um melhor senso diretivo dos seus passos futuros. Se, por um lado, o impede de participar ativamente das movimentações comuns da vida física e o manieta pela paralisia, assim o faz para obriga-lo a uma existência mais introspectiva e ao constante esforço reflexivo, que também lhe apura o psiquismo. A paralisia ou deformidade, que o cinge a uma cadeira de rodas ou leito de sofrimento, não só o obriga a uma vida mais psíquica, como o afasta das paixões perigosas e das ilusões que vicejam nos caminhos do trânsito fácil da matéria. O paralítico, então, pode melhor desenvolver os bens do espírito e instruir-se mais facilmente, pois bem menores são as suas necessidades materiais e também lhe sobeja maior cota de tempo para compensar os prejuízos do pretérito.
O que pode parecer punição ou expiação espiritual para as criaturas ignorantes do sentido criador e da recuperação cármica da alma, nesse caso não passa de retificação da onda de vida, que estava desarmonizada com a consciência do ser.
Da mesma forma, quando se represa o curso dos rios, não se faz para castiga-los, mas apenas para que, do acumulo de suas águas resulte maior força para a usina benfeitora. Assim, quando muitas vezes a Lei do Carma, ajustando o efeito à causa correspondente, represa a liberdade do espírito e o paralisa no ergástulo de carne retificador, não o faz com o fito de qualquer desforra divina, mas apenas para corrigir o desvio psíquico perigoso e reconduzir novamente a alma ao seu curso venturoso. A enfermidade física é apenas um efeito contensivo e transitório, que tanto ajusta o energismo espiritual negligenciado no passado, como também se torna o meio pelo qual o espírito expurga os venenos psíquicos que lhe impedem a diafanização do perispírito. A Lei Cármica tem relação íntima com os padecimentos de certas criaturas submetidas a tratamentos dolorosos através de cirurgia ou da terapêutica médica convencional. Atualmente, devido ao estado moral e espiritual do cidadão terreno, a Lei Cármica ainda lhe preconiza um tratamento doloroso, à base de seringas hipodérmicas, tubagens de órgãos combalidos, aplicações e ingestão de medicamentos repulsivos, tóxicos e lesivos, que funcionam como efeitos das causas culposas do passado. Em face de haverem evoluído os métodos punitivos das leis humanas, com a abolição das torturas medievais, os médicos (muitas vezes sem que o saibam) acabam por funcionar como instrumentos de retificações cármicas nos seus pacientes. Aqui, o usurpador cruel do passado, que oprimia os seus adversários políticos, sofre atrozmente devido à chaga infecciosa e rebelde que surge num órgão que foi operado precipitadamente. Ali, é o velho inquisidor do “Santo Ofício” que, estirado no leito de luxuoso hospital, mostra-se completamente perfurado por agulhas hipodérmicas, com as carnes maceradas pelas seringas dos soros e transfusões de sangue, que pingam através de tubos suspensos de aparelhos especiais, como se fossem instrumentos de tortura. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16
5. A Lei do Carma
Acolá, a feroz fazendeira, que se servia do fogo para supliciar os seus infelizes escravos, encontra-se transformada noutra figura humana submetida a terríveis cautérios e intervenções cruciantes, enquanto o seu coração combalido não permite a menor intervenção da anestesia para faze-la esquecer o sofrimento!
As criaturas que ainda precisam percorrer a “via crucis” dos consultórios médicos, submetem-se a exames radiográficos, experimentações dolorosas, tratamentos espartanos e hospitalizações urgentes, enquanto os seus males se agravam dia-a-dia, sem dúvida ainda gemem sob um carma penoso!
A Lei não se vale dos acontecimentos cármicos para punir as criaturas, o que seria incompatível com a bondade de Deus; mas transforma-os em recursos terapêuticos para as suas almas, efetuando-se a cura através do processo homeopático, em que “semelhante cura semelhante! (“similia similibus curantur”).
A equanimidade da Lei do Carma é que marca o resgate do “último ceitil” de que falou Jesus.
A Lei do Carma exige que se pague “ceitil por ceitil”, ou seja, o total de todas as perturbações que o homem ocasionar aos outros com a sua natureza animal inferior. Mas a bondade divina permite que ele diminua a quantidade ou a intensidade do mal praticado, desde que ele trabalhe em favor dos miseráveis, ou então se sacrifique heroicamente para a melhoria do mesmo mundo em que tenha contribuído para a sua perturbação.
O homem tanto tem oportunidade de pagamento contínuo de sua dívida cármica, quanto incessante crédito provindo dos serviços espontâneos de abnegação e amor desinteressados.
Nesse sentido, há mil recursos oferecidos pela vida humana, que permitem à alma laboriosa e decidida reparar os seus delitos do pretérito. Daí se infere que a Lei é rigorosa, mas é justa; que o Pai é fundamentalmente Amor, e não simplesmente Justiça!
Não há júri punitivo no Espaço, ou instituição penal com a finalidade exclusiva de julgar e acertar as contas dos desencarnados sob o conceito de “olho por olho, dente por dente!”
As leis cármicas, traduzidas pelos aforismos de “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, ou ainda, “terás de pagar até o último ceitil”, são muito suavizadas pelo conceito de auto-responsabilidade, que assim diz: “a cada um será dado segundo as suas obras”. Não se trata de sentenças ou leis punitivas determinando castigos aos pecadores; trata-se simplesmente de conseqüências técnicas, em que os efeitos resultantes derivam de causas semelhantes. Assim, o homem rico, que consome sua fortuna em seu exclusivo bem e disso resultam prejuízos alheios, estabelece uma “causa” culposa pelo abuso do livre-arbítrio, devendo corrigi-la ao sofrer os seus efeitos danosos noutra vida, quando então enfrentará a prova da miséria como a terapêutica para o seu reequilíbrio espiritual. Da mesma forma, a mulher que se nega a ter filhos, fugindo ao sagrado imperativo do “crescei e multiplicai-vos”, numa existência futura poderão nascer-lhe gêmeos, trigêmeos e quíntuplos, constituindo uma prole numerosa, para a compensação da negligência pregressa. Os pais que abandoam os filhos nas vidas anteriores, como péssimos zeladores dos seus próprios descendentes, a Lei do Carma os torna estéreis nas encarnações futuras, a fim de que se adestrem e desenvolvam o sentimento paterno criando filhos adotivos! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
17
5. A Lei do Carma
10. OS SENHORES DO CARMA Raros espiritualistas mostram-se esclarecidos quanto ao verdadeiro sentido da recuperação cármica, pois mesmo entre os espíritas ainda se confunde o programa técnico de limpeza perispiritual com a concepção de castigos, sofrimentos ou resgates de culpas pregressas.
Não existem departamentos corretivos nos planos superiores para punir as faltas dos filhos de Deus.
Afora alguns arremedos de tribunais de justiça, sediados nas regiões do astral inferior sob o comando de entidades malévolas do submundo espiritual, a dor, desdita, desgraça, tragédia ou infelicidade são apenas fases de um processo técnico benfeitor, traçado inteligentemente pelos “Senhores do Carma”, com o objetivo exclusivo de proporcionar a felicidade breve aos espíritos ignorantes.
Os Senhores do Carma, assim conhecidos pela filosofia oriental, são espíritos encarregados de esquematizarem os programas redentores dos encarnados no processo de retificação espiritual.
Conhecidos por “Senhores do Carma” na escolástica hindu, ou por “Mentores Cármicos” na sinalética oriental, eles controlam cada espírito desde os primeiros bruxuleios de sua consciência, através das fichas cármicas, com o prefixo sideral da família espiritual a que pertencem, acrescidas dos dados da sua graduação sempre atualizados. O número sideral é a identificação definitiva do “espírito-indivíduo”, em todas as suas encarnações e ascese sideral. É evidente que, se determinado espírito se chama na Terra, João, Rafael, Júlio César ou Sócrates, isso se refere apenas à sua existência transitória na carne, não propriamente à sua verdadeira identifica espiritual, que é um número sideral permanente.
11. LEI CÁRMICA x JULGAMENTO ALHEIO Também o conceito evangélico de “não julgueis par anão serdes julgados”, ou “não condeneis e não sereis condenados”, amplia-se no seu sentido moral, abrangendo já algo no processo cármico e no julgamento das relações e conseqüências entre os espíritos nas suas encarnações sucessivas. Esses conceitos de Jesus são importantes advertências de que toda ação negativa do espírito redunda sempre em seu próprio prejuízo, pois julgar o alheio é “medir-se” a si próprio; nada mais é que um mecanismo de defesa do “ego”, em que, para ressaltar-se ou elevar-se, o homem julga o próximo e o diminui por uma conclusão inferior! Muito além da simplicidade de um julgamento pessoal de homem para homem, essa sentença do Cristo abrange a vivência do espírito através de suas encarnações. Ela é extensível à continuidade da vida espiritual, abrangendo os maus e bons juízos que o espírito pronuncia no decurso de todo o processo de sua angelização! Isso se refere ao fato da criatura julgar os equívocos, as imprudências e os pecados dos seus irmãos, e depois verificar a frustração de já ter procedido assim em vidas anteriores, ou aperceber-se de que ainda poderá pratica-los no futuro. Essa conceituação de Jesus é mais propriamente uma lei do que um aforismo, que além de funcionar fora do tempo e do espaço, adverte e disciplina as atividades cármicas dos espíritos na sua ascese angélica. Ela refere-se precipuamente à essência da vida espiritual do homem, pois abrange as causas e os efeitos fundamentais de suas vidas sucessivas, sob o processo implacável e justo da Lei do Carma! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
18
5. A Lei do Carma
Daí certa semelhança entre os vários conceitos evangélicos sob a mesma concepção aforística, em que o Mestre Divino assim disse: •
“com a mesma medida com que medirdes, ser-vos-á medido”;
•
“aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”;
•
“a cada um será dado segundo as suas obras”;
•
“quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
... ou mesma síntese significativa, que assim adverte:
A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória!
Sob o invólucro dessas sentenças e aforismo cristãos, permanece sempre o inalterável conteúdo evangélico, que então esclarece quanto à mesma lei cármica de ação e reação, atuando em todos esses casos algo semelhantes. Não se trata apenas de advertência, censura ou sentença moral, porém é referência indiscutível a uma lei ou princípio específico, que age num determinado ângulo do Cosmo, visando sempre a harmonia e o equilíbrio criativo da Vida!
O carma é lei que corrige e cerceia a causa a fim de eliminar o defeito, mas proporciona um resultado educativo!
No âmago desses ensinamentos, o Mestre Jesus adverte e esclarece quanto aos prejuízos e à leviandade do espírito que, julgando-se santificado diante de algum delinqüente, muitas vezes condena os mesmos pecados que já cometeu alhures, ou que ainda poderá comete-los na atual e em existências futuras! Quanto mais o espírito se integra no conceito de justiça suprema e desenvolve o Amor, ele deixa de julgar os seus irmãos menos credenciados, livrando-se mais cedo da implacabilidade justa da Lei do Carma, que atua na sua função impessoal e exclusivamente para a retificação espiritual.
12. A “QUEIMA” DO CARMA Todos os pensamentos, sentimentos e ações do espírito encarnado geram um tipo de carma para o futuro, ou seja, produzem uma soma de efeitos bons ou maus, perfeitamente vinculados aos atos praticados pelo espírito em vidas anteriores.
Chama-se “queimar” o Carma, conforme é tão familiar nos ensinamentos orientais, quando os seus próprios autores resgatam as dívidas ou “efeitos” assumidos pelas causas culposas do passado.
Mas, em face de cada “causa” ou ação boa ou má de hoje também produzir um efeito bom ou mau nas vidas futuras, o espírito encarnado reduz as duas dívidas pregressas e, ao mesmo tempo, gera um novo carma, bom ou mau, através dos atos atuais, e cujos efeitos devem ser vividos na próxima existência. Satisfeita a Lei de Causa e Efeito em relação a algum débito em particular, cessa a sua ação em relação a esse aspecto sobre a criatura endividada, cumprindo-se então aquilo de que avisou Jesus, ao prevenir: “o que desligares na Terra, também será desligado no céu”! . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
19
5. A Lei do Carma
O Cristo deve servir de barômetro, a fim de se poder conhecer qual a “pressão” do espírito da criatura em todos os seus atos, à semelhança de uma agulha bussolar, que a guia sempre para o norte da bemaventurança eterna! Só existe um caminho para a definitiva libertação das algemas cármicas nos mundos físicos: a renúncia e o sacrifício absoluto para com os próprios algozes e detratores! E “se o teu adversário obrigar-te a andar uma milha, vai mais uma com ele e, se te tirar a capa, larga-lhe também a túnica”, é o conceito que melhor indica a solução desses problemas adversos do passado. Todos os espíritos bem intencionados, que progridem tomados de novos ideais e propósitos superiores, reconhecem que a sua libertação definitiva da carne lhe será mais breve se também se dedicarem a proteger os seus próprios algozes do passado. Não se trata de sentimentalismos de almas privilegiadas entre a humanidade sideral; são apenas condições naturais e comprovadas por aqueles mais experimentados na vida espiritual.
Na verdade, muda o diapasão da ventura do ser, quando também ele se torna criador de venturas alheias.
É a exata comprovação do ensinamento divino de Jesus, quando aconselha que “se caminhe mais uma milha a favor do adversário” ou que, depois de “exigido o manto, também se dê a túnica”. Quando isso lhe acontece em sua divina espontaneidade, sem quaisquer laivos de vaidade ou interesse mesmo espiritual, é porque então Deus já flui por intermédio dele, e porque ele já reflete parte do Seu Amor Incondicional!
13. LEI CÁRMICA x EVOLUÇÃO ESPIRITUAL Dentre os meios mais indicados para o indivíduo modificar para melhor o seu carma, o principal é o controle de seus pensamentos, palavras e obras, pois à medida que ele reduz ou modifica para melhor o seu Carma do passado, é certo que também cria um novo Carma para o futuro, e este ser-lhe-á tão amargo ou venturoso de conformidade com o Carma restante, das encarnações passadas e as causas que criar no presente. O Carma, em seu sentido específico, registra as ações da alma desde o momento em que ela principia a sentir-se “algo” existente dentro do seio da Divindade e, embora sem poder desprender-se do Espírito Criador da Vida Cósmica donde proveio, já se distingue como uma consciência individual existente à parte. A mesma Lei sábia que rege o mecanismo do Universo também se amolda e se ramifica gradativamente para regular o movimento dos elétrons no seio dos átomos. Os astrônomos conhecem a infalibilidade de certas leis que disciplinam o curso dos astros; os químicos sabem quais são os fatores reagentes, exatos e indiscutíveis, que orientam a afinidade de suas combinações costumeiras; os matemáticos reconhecem a precisão dos cálculos que geometrizam o Universo, enquanto a humanidade já principia a compreender que o homem também é o plano matemático do futuro anjo! Há uma lei indesviável, uma lei cármica reguladora da causa e do efeito, que tanto transforma a bolota em carvalho, a lagarta em libélula, como o celerado no ungido do Pai! Na verdade, uma Vontade Diretora espraia-se por tudo e sobre todos, como um imperativo de segurança e harmonia cósmica, tendo por único fim a Beleza e a Perfeição.
O Carma, como um ritmo submisso da Vontade Superior, é a própria pulsação do Criador atuando em ciclos disciplinadores, desde as órbitas dos elétrons até as órbitas dos sistemas solares.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
20
5. A Lei do Carma
É por isso que, em face do equilíbrio e da ordem absoluta na manifestação criadora do Universo, o conhecimento iniciático desde os tempos pré-históricos afiança que “o que está em cima também está embaixo”, e “o que está no átomo também está no Universo”. O Carma, para um sentido de compreensão geral, é a própria Lei do Progresso Espiritual, pois embora seja implacável na sua ação disciplinadora, é lei que só se aplica sob a decorrência da própria vontade do homem. Tanto apressa como imobiliza temporariamente a sua ventura espiritual, mas sempre o faz de acordo com o seu entendimento e grau de consciência desperta.
A finalidade precípua do Carma é a de promover o progresso e a retificação dos orbes e suas humanidades, ajustando as causas boas ou más aos seus efeitos correspondentes.
Eis porque o próximo acontecimento profético do “Juízo Final” ou “Fim dos Tempos”, que já se desenrola à superfície do orbe terráqueo, ainda é um efeito de ação irredutível da Lei Cármica, que tanto procura reajustar a massa planetária para melhores condições astrofísicas, no tráfego sideral, como encaminhar as almas rebeldes para objetivos superiores. O Carma, como lei atuando ininterruptamente nos eventos progressistas entre seres e orbes, age tanto no macro como no microcosmo, mas tem por único fim impelir todas as formas de vida para expressões cada vez mais altas e requintadas.
Fontes bibliográficas: 1. Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. p 195, 201, 206. 2. Marques, América Paolielo. Mensagens do Grande Coração – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. São Paulo: Freitas Bastos, 1995. p 117-126. 3.
Maes, Hercílio. A missão do Espiritismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1988. p 22, 23, 27.
4.
Maes, Hercílio. A vida humana e o Espírito imortal – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. p 177.
5. Maes, Hercílio. A vida além da sepultura – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1991. p 27-31, 189, 191, 247, 250, 254, 261. 6. Maes, Hercílio. A sobrevivência do Espírito – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. p 240.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
1
6. Prâna
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
PRÂNA Prâna é a palavra de origem sânscrita que, traduzida textualmente, quer dizer “sopro de vida”, ou energia vital. O termo sânscrito Prâna, formado pela aglutinação de dois outros termos: ”pra” (literalmente: para fora) e “an” (respirar, viver) significa a energia cósmica, força total e dinâmica, que vitaliza todas as coisas e todos os planos de atividade do Espírito Imortal, os Planos da Criação Divina.
Prâna é a Vida manifestada em cada plano de atividade do Espírito eterno (cada plano de manifestação divina); é o sopro vital de cada coisa e de cada ser. Onde quer que se manifeste a vida, aí existe Prâna.
Para os orientais, e principalmente entre os hindus, o Prâna possui significação ampla, sendo considerado manifestação centrífuga de um dos poderes cósmicos de Deus (2a. Emanação Divina, proveniente do 2o. aspecto do Logos). Para os hindus só há uma Vida, o Prâna, tido como a própria Vida do Logos!
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2
6. Prâna
1. FUNÇÃO DO PRÂNA Na matéria (Plano físico denso) o Prâna é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustandoas de modo a comporem as formas em todos os reinos: o mineral, o vegetal, o animal e o hominal.
Sem o Prâna, sopro indispensável, não haveria coesão molecular e nem a conseqüente formação de um todo definido, pois é ele que congrega todas as células independentes e as interliga em íntima relação, sustentando as formas. Assim como o cimento une os tijolos de um edifício, o Prâna é a liga, o elo vital ou elemento oculto que associa os átomos, as moléculas e as células para compor o Universo, no plano material . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3
6. Prâna
A coesão celular formada pelo Prâna assegura a existência de uma consciência vital instintiva, garantindo uma unidade sensível e dominante, que atua em todos os demais planos internos da Vida. O Prâna é a Vitalidade em todos os planos de manifestação dos seres e das coisas:
PLANO DE MANIFESTAÇÃO
PRÂNA CARACTERÍSTICO Prâna espiritual virginal
ÁDICO “
“
FUNÇÃO OU ATUAÇÃO Mantém a figura iniciática do Espírito no seu primeiro plano para a individualização “
MENTAL
Prâna mental
Responsável pela vida do pensamento
ASTRAL
Prâna astral
Nutre o desejo, o sentimento e a emoção
ETÉRICO
Prâna etérico
Alimenta o duplo-etérico através dos chacras
FÍSICO
Prâna físico
Enseja e produz a ação concreta da consciência “física” ou humana
O Prâna manifesta-se, subdivide-se ou incorpora-se conforme a necessidade e a natureza vibratória de cada plano em que o espírito do homem atua. O Espírito, ao “baixar” do seu mundo espiritual para formar sua individualidade consciente nos mundos materiais, submete-se a um processo gradativo inerente a cada plano da vida, sendo esse um fenômeno uniforme em todo o Universo. No mineral, essa “consciência” em formação permanece estática e adormecida, mas depois evolui para a irritabilidade de “consciência” do vegetal ainda em “sonho”; em seguida, vivendo novos estágios de adaptações, ela alcança o estado de consciência instintiva animal; e finalmente, atinge o raciocínio glorioso do homem! Em todo esse modelamento progressivo e demorado, é o Prâna ou energia vital o fio dadivoso que une as contas do imenso colar de moléculas para plasmar as múltiplas formas da Vida!
A Consciência do Espírito “dorme” no mineral, “sonha” no vegetal, “desperta” no animal, “vive” no homem e “cria” no anjo!
O Prâna não é um efeito ou conseqüência da Vida, pois o mineral, o vegetal, o animal e o homem é que são realmente seus produtos resultantes, visto absorverem em sua intimidade o "quantum” dessa energia vital indispensável para se manifestarem no mundo. O Prâna está presente e atuante em todas as expressões de Vida no Universo, porque ele é a essência vital que alimenta o “combustível” mental necessário ao homem para compor os seus pensamentos e idéias, assim como também vivifica a substância astralina que fotografa e manifesta todos os sentimentos e as emoções do Espírito.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4
6. Prâna
O Prâna é “sangue vital” de incrível poder e amplitude cósmica, que se manifesta em todos os planos da Vida, pois sua falta implicaria na desintegração e no desaparecimento instantâneo do Universo exterior, que é visível e sensível à consciência humana.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5
6. Prâna
2. AS CORES DO PRÂNA O Prâna físico pode ser identificado pelos sentidos dos espíritos desencarnados e pela vidência de médiuns encarnados, e se apresenta à visão etérica na cor branca em sua manifestação unitária. No entanto, essa cor é a síntese ou associação de outros sete matizes e tons diferentes, algo semelhante ao espectro solar ou ao disco colorido de Newton.
Em verdade, não se pode avaliar as cores ou os matizes que sintetizam o Prâna pela mesma nomenclatura ou convenção das cores conhecidas no mundo físico, devido à focalização vibratória do olho humano, pois que entre os próprios homens há diversidade na recepção vibratória ocular da cor; enquanto certas criaturas distinguem com absoluta nitidez o azul do verde, outros enxergam outros tons nessas cores. Os matizes do Prâna que sintetizam a cor branca são: amarelo, azul, roxo, verde, alaranjado e dois tipos de vermelho, sendo um destes mais carregado e o outro num tom róseo, que em certos casos emite reflexos lilases. É por isso que o Prâna, ou energia vital, em sua cor original branca, subdivide-se em outros diferentes matizes ao fluir pelos chacras do duplo etérico, que funcionam como verdadeiros prismas energéticos. Cada um dos sete matizes do Prâna possui função distinta na vida do homem, pois enquanto o tom do amarelo claro, formoso e transparente, alimenta as atividades superiores do intelecto, já o amarelo sujo e opaco, de aspecto oleoso, é mais característico do homem animalizado, cujas elucubrações cerebrais só operam nas regiões profundas do mundo instintivo.
Os vegetais, os animais e os homens assimilam e irrigam-se de Prâna, como elemento fundamental de sua vida, mas que possui cor em sintonia perfeita com seu tipo biológico e suas características psíquicas.
Só em casos raríssimos o homem seria capaz de absorver em si mesmo todo o conteúdo setenário do Prâna, ou seja, todas as suas sete tonalidades simultaneamente e, como conseqüência, adquirir a plenitude de consciência desde o mundo mental, astral, etéreo, até o físico.
Nem mesmo através de práticas de magia ou exercícios iniciáticos, seria possível ao homem desenvolver a capacidade de assimilar o Prâna em toda a sua manifestação setenária.
O próprio Buda, cujo intelecto era de nível super-humano, revelou um tom dourado despedindo cintilações na transfusão prânica pelo chacra coronário, mas não manifestava, ainda, o branco absoluto da síntese total do Prâna. De todos os seres humanos que já estiveram encarnados no planeta até hoje, somente Jesus, em alguns raros instantes de sua vida terrena, durante seus momentos de êxtase, conseguiu revelar o aspecto níveo e imaculado do Prâna, em sua integridade lirial absoluta. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
6. Prâna
No reino animal, no entanto, o gato é capaz de absorver o Prâna físico de baixa qualidade em todos os seus sete matizes inferiores, ou seja, a síntese das sete cores prânicas físicas animalizadas; por isso os sacerdotes do antigo Egito o consideravam um animal sagrado, com “sete fôlegos” ou “sete vidas”.
3. PRÂNA E EVOLUÇÃO A matéria nervosa é que faculta ao homem a sua condição tanto de sentir o prazer como a dor, gozar ou sofrer; no entanto se tal matéria fosse composta unicamente de Prâna físico, ela seria insensível ao homem, assim como no mineral. Os seres e as coisas que já possuem sensibilidade extramaterial, a saber, o vegetal, o animal ou o homem, também possuem o Prâna astral ou substância astralina, que é o fundamento vivo da emoção, do desejo e do sentimento, mesmo sob manifestações primárias ou muito rudimentares.
A matéria nervosa é fruto da combinação harmoniosa do Prâna astral com o Prâna físico que, ao darem vida à célula nervosa, lhe concedem também a sensibilidade própria das emoções e dos sentimentos humanos do Plano Astral.
No entanto, quando o homem pensa, pratica uma ação mais íntima do que “sentir” ou “emociona-se”, pois ele o faz através das células nervosas do cérebro que, além de estarem associadas ao Prâna astral da emoção, acham-se também impregnados do Prâna mental ou sopro vital sustentador do mundo do pensamento.
Durante seu “descenso” através dos planos vibratórios cada vez mais densos do mundo interno, o Espírito vai incorporando o Prâna de cada plano em que se manifesta, até poder atuar através do corpo físico.
Na contextura do mineral predomina o Prâna físico, e a vida nele não vai além de um adormecimento profundo, cuja atividade só é perceptível pelo desgaste; nos vegetais, principalmente nos de forte odorância e nos carnívoros (insetívoros), o Prâna astral se equilibra com o Prâna físico, razão porque eles reagem pela irritabilidade através das nervuras, ou espécie de sistema nervoso rudimentar. Nos animais, a maior proporção prânica astralina já lhes faculta uma consciência astral instintiva, tão desenvolvida ou avançada conforme seja a espécie, dando-lhes, por vezes, uma capacidade de sentir quase humana, principalmente entre os mamíferos superiores como o cão, o cavalo, o elefante, o gato, o carneiro, o macaco e o boi. Finalmente, o homem, que além do “sentimento” também é “pensamento”, abrange, numa associação ou síntese trifásica, o Prâna físico, o astral e o mental, razão porque ele possui as faculdades de pensar, de sentir e de agir simultaneamente em três planos diferentes: o físico, o astral e o mental: REINO DA NATUREZA
PRÂNA ABSORVIDO
CARACTERÍSTICA
MINERAL
Prâna Físico
Adormecimento profundo
VEGETAL
Prâna Físico Prâna Astral (-)
Irritabilidade
ANIMAL
Prâna Físico Prâna Astral (+)
Consciência Instintiva
HOMINAL
Prâna Físico Prâna Astral Prâna Mental
Ação Sentimento Pensamento .
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7
6. Prâna
Os elementos inorgânicos, como a pedra no reino mineral, e também os orgânicos nos vegetais, nos animais e no homem, já manifestam vida; todos nascem, crescem, desgastam-se e morrem, graças ao Prâna que está presente em todas as metamorfoses da Vida. O Prâna atua substituindo as formas estáticas ou cansadas, vivificando o mecanismo da procriação, selecionando as espécies mais puras das inferiores, concretizando assim o programa do Pensamento Ingerado e Incriado de Deus.
O Prâna é o elemento que permite ao espírito baixar do seu reino sutil de origem até a vida física e despertar-lhe a consciência individual de “Ser” e de “Existir” no seio do Cosmo; enfim, é o sublime revelador da Vida Espiritual à periferia dos mundos materiais!
Graças ao Prâna, segundo a tradição oriental, “o Verbo se fez homem”, porque a Vitalidade do Universo e dos seres, é, enfim, o próprio Prâna! Ante a manifestação incondicional e ilimitada do Prâna, os sábios orientais dizem que “o espírito, mesmo desprovido da palavra, é um Ser que fala!”. O Sol é um sublime condensador e reservatório de Prâna e o distribui para os seus “filhos planetários”, na forma de energias e fluidos, que alimentam todos os seres vivos, assegurando a estabilidade no Cosmo. Entre as inúmeras forças que emanam do Sol, fertilizando e interpenetrando as próprias energias dos orbes físicos que compõem o seu sistema planetário, a tradição espiritual do Oriente destaca três, que são as mais importantes e úteis ao conhecimento da humanidade atual:
FOHAT
Energia conhecida no ocidente como eletricidade, que pode se transformar em calor, magnetismo, luz, força ou movimento.
KUNDALINI
Energia solar muito vigorosa que se concentra no seio da Terra e depois flui violentamente para a periferia, ativando as coisas e os seres num impulso dinâmico de alto poder criativo e transformador.
PRÂNA
Energia ou vitalidade em potencial, responsável por todas as manifestações da Vida no Universo.
Essas três manifestações energéticas emanadas do Sol, que é o principal centro da Vida na Terra, conhecidas no Oriente por “Fohat”, “Kundalini” e “Prâna“, jamais se transformam em outras formas de energia, pois são tipos específicos, à parte, que atendem exclusivamente às funções e necessidades mencionadas. O Prâna, portanto, está presente em todos os fenômenos do mundo exterior da matéria, assim como nutre a vida no mundo oculto espiritual, mental, astral e etéreo. Em suma, o Prâna age em equilíbrio com cada plano de Vida e manifesta-se também em perfeita correspondência com a natureza vibratória desse plano. No plano físico ele constrói os minerais, as plantas, os animais, e os homens, e ainda está presente como: • energia vital da sensibilidade nervosa; • na oxigenação; • na excitabilidade muscular; • na vibração sangüínea; • na pressão do empuxo cardíaco; • na contração e dilatação dos brônquios; • na diástole e sístole do coração; • nos cinco sentidos; • nas modificações atômicas e fisiológicas; • nos estímulos endócrinos que fabricam os hormônios . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8
6. Prâna
Sem o Prâna, o perispírito não poderia aglutinar os átomos e as moléculas do mundo físico para materializar a sua forma fetal no útero materno, e nem o duplo-etérico conseguiria modelar-se em torno da figura humana em gestação.
O Prâna é a rede energética vital que interpenetra, afiniza e compõe a estrutura das coisas e dos seres em qualquer latitude ou longitude cósmica.
Entretanto, o Prâna não é o éter, o oxigênio ou o azoto, tidos como fonte criadora de vida na intimidade dos seres vivos, pois, na realidade, esses elementos é que vivem do Prâna que, em síntese, não é efeito, mas causa! O Prâna, que estrutura e nutre os nervos, é independente e distinto do conhecido magnetismo do homem ou fluido nervoso, porquanto estes são originários do éter físico exsudado do próprio corpo, ou seja, energia radioativada. O Prâna, no entanto, é energia independente, que flui pelos nervos do homem, mas não é o seu magnetismo, nem o fluido nervoso.
4. QUANTIDADE DE PRÂNA E SAÚDE Os organismos vivos, quando em equilíbrio e harmonia, só absorvem a quantidade exata do Prâna indispensável para manterem o seu corpo sadio e eufórico. O Prâna em excesso no homem afeta-lhe a saúde, pois o sistema nervoso se torna excitado e irregular, configurando em quadro mórbido, que se torna campo favorável às enfermidades físicas; em certos casos, pode resultar mesmo na morte, sob a paradoxal diagnose de “apoplexia vital”. É caso idêntico ao do sangue, que, em excesso, é danoso para o organismo humano, podendo resultar em ataque de apoplexia.
O Prâna em excesso no homem equivale à eletricidade com voltagem muito elevada, que “queima” ou danifica os aparelhos elétricos de capacidade reduzida, adequados a menor quantidade de força.
Em sentido oposto, quando há Prâna em quantidade insuficiente para atender às necessidades vitais comuns, o homem torna-se anêmico e morre pela exaustão. Se o homem realmente se dispusesse a investigar e conhecer a natureza, o potencial e a função do Prâna, sabendo ativá-los nas entranhas de seu organismo, ele conseguiria eliminar certas moléstias ainda freqüentes em sua existência. Através da purificação de sua respiração e pela graduação consciente e proporcional dessa maravilhosa energia vital para o seu corpo, o homem viveria à semelhança de um seguro aparelho de precisão, com excelente transformador de estabilidade a lhe regular a voltagem mais certa para seu tipo biológico. Nessas condições, o homem gozaria de um equilíbrio vital, semelhante a uma usina viva a fornecer energia vigorosa e criadora, para vitalizar os próprios familiares e proporcionar saúde aos enfermos. As criaturas que atingem estas condições literalmente são os que “vendem saúde!” Aqueles que dominam o metabolismo e a função dos “chacras”, do duplo etérico, são capazes de repor, de imediato, a carga vital faltante, consumida nas relações com as criaturas desvitalizadas, ou então, reduzir o excesso prânico, que resulta em tensão nervosa, excita os movimentos e conduz o homem a atos violentos, como expansão equilibrante de seu vitalismo. Basta ao homem um conhecimento singelo da fisiologia e dinâmica do chacra esplênico, que absorve o Prâna à altura do baço físico, para saber melhorar a cota e a qualidade de seu sangue, obtendo uma purificação sangüínea capaz de livrar sua pele e seu corpo de excrescências, verrugas, manchas e impurezas. Os antigos iniciados podiam apresentar-se remoçados e belos, com epiderme viçosa e acetinada, porque conheciam todos os segredos do Prâna e o distribuíam harmoniosamente na sua constituição psicofísica. Já as mulheres que usam excesso de maquiagem apresentam envelhecimento prematuro, pois o Prâna físico que se renova pela pele, rarefaz-se e reflui para a intimidade do corpo ante o entupimento dos poros. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
9
6. Prâna
Durante o dia, quando o Sol brilha, aumenta a vitalidade das coisas e dos homens; mas com o tempo sombrio, carregado de nuvens, ou nos dias tristes, diminui gradativamente a formação dos chamados “glóbulos vitais”, que constituem os fundamentos do Prâna, que é a Vida, a Vitalidade em todos os seres e em todos os planos da Criação.
À noite, decai quase que totalmente a manifestação ou a produção do Prâna, quando o homem vive das suas reservas prânicas acumuladas durante o dia. Depois da meia-noite, o Prâna ou a vitalidade se reduz no orbe, justificando-se, pois, o motivo porque uma hora de sono antes da meia-noite pode valer por duas ou mais usufruídas depois. As desencarnações são mais freqüentes depois da meia-noite, porque os espíritos desencarnados preferem libertar o agonizante quando ele também possui menos Prâna, pois a sua vitalidade mais baixa facilita-lhes cortarem os cordões fluídicos que ligam o perispírito ao corpo.
5. PRÂNA E ENFEITIÇAMENTO O feitiço é freqüente na Terra porque os seus habitantes ainda são desabusados em relação à vida de seu irmão, pois são raros os que sabem guardar o pecado do próximo sem revelá-lo em público ou criticá-lo de modo malicioso. Sem dúvida, aqueles que se descontrolam no mau falar, pensar e agir, que transbordam sua carga de Prâna nas práticas viciosas e nas paixões aviltantes, à noite estão exauridos, com sua vitalidade rarefeita e, portanto, mais suscetíveis às cargas maléficas do feitiço. Os impactos de magia negra ou as cargas enfeitiçadas que são enviadas pelos desencarnados à distância, contra certas vítimas previamente escolhidas, ajustam-se facilmente às pessoas maledicentes e desvitalizadas de Prâna, incapazes de reagirem vitalmente contra tais ofensas fluídicas.
Os bons sentimentos e os bons pensamentos, justos e elevados, é que realmente agem sobre o Prâna, e por isso conservam o homem saudável e vigoroso, transbordante de vitalidade e imune às investidas do astral inferior.
O Prâna que se irradia do homem bom, reto e evangelizado é de um tom rosado, transparente e de um odor agradável aos desencarnados; pela sua luminosidade, ele é capaz de desfazer ou fundir imediatamente as nódoas, as manchas e os impactos das cargas venenosas que se projetam contra o seu dono. Durante as relações entre o corpo físico, o duplo-etérico e o perispírito, o Prâna, sob a ação da luz, é o combustível sublime que aumenta ou diminui as defesas morais e vitais do ser contra tudo que é abjeto, ofensivo ou enfermiço. É por isso que os hindus, seguindo os ensinamentos de Buda, sabem que o primeiro passo no caminho do Nirvana (ou da Angelitude), é uma saúde perfeita, ou seja, saúde física e moral. Se os bons sentimentos e os bons pensamentos melhoram a qualidade do Prâna astral, etéreo e físico, revitalizando e fortalecendo o homem contra as ofensas do mundo exterior, é evidente que só podem ser enfeitiçadas as pessoas de um mau viver, mau pensar, mau falar, porque elas já cimentam em si mesmas as bases do feitiço físico, mental e verbal.
Fontes bibliográficas: 1. Maes, Hercílio. Elucidações do Além –Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1991. 2. Maes, Hercílio. Magia de redenção – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. 3. Powell, Major Arthur E. O duplo etérico. São Paulo: Ed. Pensamento, 1992. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
1
7. O duplo etérico
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
O DUPLO ETÉRICO 1. VEÍCULOS DE EXPRESSÃO DAS CRIATURAS NOS PLANOS DA CRIAÇÃO É evidente que se o Espírito é sem forma e se assemelha a um clarão, centelha ou chama imortal, sendo o núcleo real da vida do homem, ele precisa de corpos ou elos intermediários que lhe facultem descer vibratoriamente até poder se manifestar num mundo material como a Terra, mediante um corpo carnal. Esses corpos mediadores plásticos, que estabelecem a integração do mundo espiritual com a matéria, são constituídos com a essência ou substância dos planos intermediários em que o espírito tem de ingressar.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2
7. O duplo etérico
Não existem distâncias “métricas” ou lineares entre o reino do Espírito eterno e o mundo material, pois essa pretensa separação é apenas uma diferença de estados vibratórios de cada plano entre si. É óbvio que o Espírito, em face de sua natureza superior e vibração sutilíssima, para poder “encarnar-se” na matéria, precisa servir-se de veículos intermediários. Assim como o raio do Sol não pode mover um vaso de barro, o Espírito, pela sua natureza imaterial, também não é capaz de movimentar diretamente um corpo físico.
Entre o Espírito e o corpo carnal existe um “espaço” ou “distância vibratória” que precisa ser preenchido pelos corpos sutis, veículos ou elos intermediários, confeccionados da mesma substância que forma cada plano intermediário. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3
7. O duplo etérico
O homem, na verdade, é centelha imortal; é consciência e memória já acumuladas no tempo e no espaço, que age através de vários veículos ocultos no mundo invisível a vibrar nos seus planos correspondentes, para só depois situar-se na cápsula de carne, que é o corpo físico.
Em conseqüência, o homem é composto da essência da vida cósmica e também se liga a todas as manifestações de vida no Universo. O corpo físico pode ser comparado a uma espécie de ímã que atrai em torno de si, no espaço por ele ocupado, as partículas constitutivas dos corpos mais sutis. O homem, dependendo do estágio evolutivo, dispõe de consciência para sua expressão nos diferentes planos de constituição setenária é quase desconhecida no ocidente, simplificada conforme a escola de iniciação ou organização adiante, na próxima página).
até sete corpos ou veículos autônomos de manifestação da criação divina, porém, essa onde essa realidade costuma ser reduzida e religiosa em questão (ver quadro comparativo
Comparando-se a classificação setenária às divisões gregas, espírita e à tradicional cristã, verifica-se que a divisão em dois ou três corpos é apenas simplificação de uma divisão mais detalhada, pois todas as classificações procuram expressar didaticamente a mesma realidade, embora a divisão setenária defina melhor o “Eu Real” e seus veículos através de cada plano de expressão da Criação Divina. Nela, qualquer que seja a classificação correspondente, o corpo físico denso, veículo de expressão da consciência humana encarnada no plano material, é constituído de matéria química (nos estados de agregação sólido, líquido e gasoso), seguido nos demais planos por outros corpos nele interpenetrados, ditos corpos sutis, ou seja, seus veículos de expressão nos planos hiperfísicos.
1. O DUPLO ETÉRICO DO HOMEM O duplo-etérico, por vezes designado “corpo etérico”, é um veículo intermediário, espécie de mediador plástico ou elemento de ligação, entre o corpo físico do homem e o seu perispírito (complexo formado pelo corpo astral e pelo corpo mental concreto). É um veículo já conhecido e estudado desde há muitos séculos pelos velhos ocultistas e iniciados hindus, egípcios, caldeus, assírios, essênios e chineses. O duplo-etérico, à semelhança de um fio elétrico, cumpre a função de mensageiro submisso, que transmite ao corpo o que o espírito sente no seu mundo oculto, ou seja, as emoções que a alma plasma na sua mente espiritual imponderável. O duplo-etérico, portanto reage e transmite ao corpo físico todas as sensações que primeiramente atuam por via etérea. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4
7. O duplo etérico
O duplo-etérico recebe os impulsos do perispírito e os transfere para o corpo de carne, agindo também em sentido inverso.
O duplo-etérico, no entanto é a reprodução exata do corpo físico do homem e se distancia ligeiramente da epiderme, formando uma cópia vital e de contornos iguais. Apesar do duplo-etérico ser um corpo invisível para os olhos carnais, ele se apresenta aos videntes e à visão espiritual dos desencarnados como uma capa densa, algo física. Os clarividentes treinados vêem o duplo-etérico como um veículo vaporoso, que cobre o corpo em todos os sentidos e interpenetra-lhe os poros físicos e perispirituais. A sua configuração é transparente e a sua emanação etéreo-física ultrapassa o corpo do homem em cerca de 6 mm em todas as direções.
Para os clarividentes, e também para os desencarnados, o duplo-etérico se apresenta colorido, com tonalidades que dependem do estado de saúde do homem e de sua maior ou menor capacidade de absorver energia vital (ou Prâna), havendo predominância de tom róseo esbranquiçado, fracamente luminoso, impregnado ainda por tons azulíneos e emitindo algumas fulgurações violáceas. Há casos em que a sua cor pende para os matizes do alumínio transparente ou do vidro fosco. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5
7. O duplo etérico
O duplo-etérico, de aparência violeta-pálido ou cinza-azulado, em condições normais, se estende cerca de seis milímetros além da superfície do corpo físico denso correspondente, e atua como um intermediário entre o corpo físico e o corpo astral, não sendo, portanto, um veículo separado de consciência.
O duplo-etérico possui em sua periferia um sistema de chacras, ou centros de forças etéricas, e sua principal função é transmitir para a tela do cérebro do homem todas as vibrações das emoções e impulsos que o perispírito recebe do Espírito ou Alma Imortal. Além disso, ele também absorve Prâna ou a vitalidade do mundo oculto, emanada do Sol, conjugando-a com as forças exaladas do meio físico, e em seguida as distribui pelo sistema nervoso e por todas as partes do organismo do homem.
O Prâna (ou vitalidade) é a energia integradora que vitaliza e interpenetra todas as moléculas e todas as células, as mantêm unidas nos organismos definidos e possibilita a sua atuação como um conjunto com um fim determinado. É esse alento de vida do Logos que possibilita a criação das formas mais variadas, pois sem Prâna atuando na intimidade dos organismos, não haveria organização celular, apenas meras moléculas independentes. Absolutamente necessário para a vida do corpo físico denso, o duplo-etérico tem por função absorver e redistribuir para o corpo físico a energia vital (o Prâna), uma das sete forças emanadas pelo Sol, ou seja, das energias emitidas do Logos Solar.
2. O DUPLO ETÉRICO, OS CHACRAS E A AURA DA SAÚDE O duplo-etérico, além de suas importantes funções de intercambiar todas as reações entre o perispírito e o corpo carnal, é também um indispensável “reservatório vital”, razão porque, por vezes, é também chamado indevidamente de “corpo vital”. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
7. O duplo etérico
Os órgãos do duplo-etérico responsáveis pela absorção e circulação do Prâna ou energia vital no corpo físico denso são os centros de força, conhecido por “chacras”, cada qual com uma localização e função principal, em correspondência com uma região de plexos nervosos do corpo físico, sendo sete os principais chacras, ligados entre si por condutos conhecidos como meridianos (nadhis), por onde flui a energia vital por eles modificada.
Do duplo-etérico irradia-se uma aura radioativa resultante da exsudação do Prâna que, depois de absorvido pelo organismo etéreo-físico, é novamente expelido para o exterior formando a conhecida “Aura da Saúde”, que ultrapassa, em sua forma ovóide vários centímetros da periferia do corpo humano.
Externamente à configuração do duplo-etérico, se forma uma aura radioativa semelhante a um imenso ovo, que desprende, por vezes, umas chispas argênteas (prateadas), conhecidas entre os ocultistas e magos como “Aura da Saúde”, que atinge de 5 a 10 cm além do corpo físico. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7
7. O duplo etérico
A “Aura da Saúde” exsudada pelo duplo-etérico de um antropófago é um ovóide gorduroso, denso, a escorrer um visco de alguns centímetros além do corpo físico, ao passo que, em Jesus de Nazaré essa aura era como rica vestimenta fluídica e cristalina, e de vitalidade tão poderosa que fazia curar instantaneamente os enfermos e portadores de moléstias das mais estranhas e cruciantes. É por isso que os lugares onde sepultam criaturas de elevada estirpe espiritual ficam impregnados de uma “aura vitalizante”, ou energismo terapêutico capaz de curar certos doentes mais sensíveis. Porém, nesses lugares, com o decorrer do tempo, essa aura curativa também vai se tornando inócua, e eles, pouco a pouco, perdem a sua fama, conforme já sucede com as Águas de Lourdes, cujo éter-físico “miraculoso” já se exauriu. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8
7. O duplo etérico
3. O DUPLO-ETÉRICO EM FACE DA MEDIUNIDADE DE PROVA Os médiuns “de prova”, isto é, aqueles que se encarnam na Terra com a obrigação principal de cumprirem o serviço mediúnico, especialmente os médiuns de fenômenos físicos que elaboram e consomem ectoplasma, já nascem com certo desvio na linha magnética vertical dos pólos positivo e negativo do seu perispírito devido a uma intervenção deliberada que os técnicos siderais processam nele antes de se encarnarem.
Os médiuns de prova, principalmente os de fenômenos físicos, apresentam desviada para a esquerda de seu corpo, em diagonal, a linha magnética perpendicular, que desce do alto da cabeça, passa pelo umbigo e cruza entre os seus pés, atravessando assim a zona do baço.
O perispírito, com esse desvio magnético inclinado alguns graus à sua esquerda, cuja linha, que deveria cruzar-lhe os supercílios, atravessa-lhe o olho esquerdo, fincando-lhe entre os pés, termina por também modelar no útero feminino, durante a gestação do corpo físico, um duplo-etérico com esse mesmo desvio à esquerda.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico
9
Portanto durante o nascimento e o crescimento do homem com a prova de mediunidade, também se modela o seu duplo-etérico obedecendo à mesma inclinação da linha magnética do perispírito, que fica assim algo deslocado à altura do baço físico e do chacra esplênico, facilitando-lhe o transe mediúnico do modo mais freqüente. Dessa forma, em obediência às linhas de forças que lhe determinam o desvio à esquerda de seu corpo físico, o duplo-etérico se transforma em janela viva constantemente aberta para o mundo oculto, pondo o homem em contato mais íntimo com os fenômenos extraterrenos, o que lhe confere a condição de um médium, ou seja, aquele indivíduo que pressente e ausculta a vida invisível mediante fenômenos incomuns. (“médium de prova”). No entanto, a dupla inclinação do perispírito e do duplo-etérico, que faculta a mediunidade de efeitos físicos, a psicografia mecânica ou a incorporação completa, nada tem a haver com as faculdades espirituais inatas no homem superior, como o poder da Intuição Pura ou a Clarividência Espiritual, cujas qualidades sublimes dependem fundamentalmente da formação moral e do grau sidéreo da alma (“médium natural”), em vez de uma simples intervenção técnica extemporânea. Os médiuns, em geral, são mais sensíveis que o homem comum, pois se mostram nervosos e doentios, facilmente afetados pelos fenômenos materiais do meio onde vivem, e pelas reações morais, emotivas e mentais dos demais seres que os cercam no mundo. Eles vivem superexcitados pelas preocupações mais comuns, enquanto as coisas mais simples se avolumam e os afligem, devido a sua mente hipersensível e ao contato mais freqüente do seu duplo-etérico com o mundo oculto. O desvio parcial do duplo-etérico e do perispírito, que é bem mais acentuado nos médiuns de efeitos físicos do que nos outros medianeiros, é responsável por mantê-los em sintonia freqüente com a humanidade desencarnada e por fazê-los sofrer a influência dos sentimentos e das emoções boas ou más, projetadas do plano astral pelos espíritos desencarnados. Essa porta etérica aberta para o Além, devido ao desvio da linha perispiritual magnética, torna o médium de prova um ser hipersensível em contato mais demorado com os fenômenos do mundo oculto, mas lhe é também, uma faca de dois gumes, pois poderá arriscá-lo ao fracasso espiritual na vida física por imprudência, caso falseie em seus costumes, se devote às paixões violentas e cultive vícios degradantes. Portanto, os médiuns de prova necessitam de constante vigilância de seus atos no mundo físico, pois as entidades malfeitoras do Invisível os espreitam a todo o momento através desta porta psíquica vulnerável. Raros médiuns de fenômenos físicos puderam atingir o final de sua existência terrena de modo lisonjeiro, pois, em geral, os maquiavélicos das sombras conseguiram perturbar-lhes o mandato sideral, explorandolhes o orgulho, a vaidade, a cupidez, despertando-lhes interesses mercenários na especulação censurável de sua mediunidade. Infelizmente os médiuns de prova são criaturas que vivem a atual existência humana onerados por grandes responsabilidades ou delitos do passado e por isso, em face de qualquer descuido ou invigilância espiritual, eles se tornam vulneráveis às investidas perniciosas do mundo invisível, pois os de efeitos físicos, com raras exceções e devido à expulsão violenta do seu duplo-etérico, entram em transe à semelhança de ataques epilépticos ou dos viciados em entorpecentes.
O médium deve observar uma vigilância constante nas suas emoções, pensamentos e atos, e fugir das paixões e dos vícios lesivos, caso deseje resistir à vontade subvertida, as desmedidas ambições e aos projetos sinistros de espíritos malévolos e mistificadores.
Quando o médium de prova faz uso indiscriminado de anestésicos, entorpecentes, fumo, álcool e carne, essas substâncias tóxicas expulsam com violência do duplo-etérico do corpo físico; se ele se entrega desbragadamente às paixões violentas, aos vícios e aos prazeres condenáveis, então se isola imprudentemente dos próprios guias responsáveis pela sua segurança mediúnica no mundo terreno. Somente as criaturas de elevada estrutura espiritual, durante a sua existência heróica, mostram-se médiuns poderosos, e se colocam em freqüente contato com as entidades desencarnadas, sem correrem o risco de serem vítimas do poderio e da fascinação das Trevas. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
10
7. O duplo etérico
Os médiuns regrados, serviçais e magnânimos, alcançam o seu transe mediúnico sob a assistência dos espíritos técnicos benfeitores que os protegem a partir do mundo oculto e os livram das interferências nocivas e conseqüências espirituais. Sob esse controle espiritual amigo, o médium afasta ou retoma o seu duplo-etérico sem o desperdício inútil de energias, uma vez que fica amparado contra a investida do astral inferior, protegendo-se, dessa forma, contra a infiltração de microorganismos perigosos à sua contextura etéreo-física (seu duplo-etérico) e de uma desvitalização que lhe abale a saúde física.
4. EXTERIORIZAÇÃO DO DUPLO-ETÉRICO O duplo-etérico se separa do corpo carnal durante a anestesia, no transe mediúnico ou quando o espírito vaga fora do corpo carnal adormecido no leito, e isso provoca no homem uma redução de vitalidade física e queda da temperatura. Em tal condição, o duplo-etérico adquire mais liberdade de ação, aumenta seu energismo e se torna hipersensível, porque o corpo físico, estando adormecido ou em transe, se mantém com reduzida cota de Prâna para nutrir-se, não sendo difícil que o corpo depois manifeste, em sua contextura material, os eventuais efeitos de qualquer acontecimento ofensivo ocorrido durante a separação de seu veículo etérico.
O passe magnético, o passe espírita, a hipnose, a prática mesmérica e o transe mediúnico, bem como casos de acidente, são situações que podem afastar parcialmente o duplo-etérico, enquanto a morte, sem dúvida, o separa definitivamente do corpo físico.
Mesmo quando o duplo-etérico se afasta do organismo físico, ainda conserva a sua forma humana, lembrando o homem como recortado em massa nebulosa um tanto brilhante e movediça.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
11
7. O duplo etérico
Durante o processo de materialização, hipnose, anestesia e durante o sono, reduz-se muito a taxa de Prâna ou vitalidade que é absorvida comumente através do meio ambiente pelo chacra esplênico. Nessa ocasião, o duplo-etérico tende a projetar-se para o mundo oculto, no qual ele se sente “à vontade” e se mostra mais sensível e eufórico, enquanto se revigora de Prâna, sem necessidade de alimentar o corpo físico adormecido.
O transe mediúnico, a catalepsia, a anestesia total, a hipnose e o ataque epilético resultam, mais propriamente, do afastamento súbito do duplo-etérico, responsável pela absorção vital do meio, em relação ao corpo físico.
São fatores que afastam o perispírito (corpo astral) e o duplo-etérico: • Transe mediúnico (efeitos físicos) • Ataque epilético • Catalepsia • Anestesia total • Hipnose, mesmerismo • Sono • Passe magnético, passe espírita • Acidentes bruscos
5. SENSIBILIDADE DO DUPLO-ETÉRICO Tratando-se de um veículo etérico de acentuada sensibilidade suprafísica, simultaneamente interpenetrado pelo perispírito e pelo organismo carnal, o duplo-etérico tanto sofre como acusa acidentes, traumatismos, choques, lesões e agressões, que sucedem em ambos os corpos de que é fiel intermediário.
O duplo etérico acusa de imediato, hostilidade ao corpo-físico e ao perispírito, através dos centros sensoriais correspondentes, na consciência perispiritual e na física.
Algumas criaturas, havendo sofrido mutilação de um ou de outro membro do seu corpo, queixam-se de dores nesses órgãos físicos que já lhes foram amputados. Essa sensibilidade ocorre porque a operação cirúrgica não foi exercida sobre o duplo-etérico, que é inacessível às ferramentas do mundo material. É, pois, muito comum nos hospitais cirúrgicos, os operados que sofreram mutilações das pernas ou dos braços, ainda conservarem, por algum tempo, uma sensibilidade reflexa, que é transmitida à sua consciência física pelos correspondentes membros etéricos, que subsistem após a operação feita no corpo carnal. Os clarividentes desenvolvidos, frente a um amputado dos pés ou das mãos, conseguem ver os moldes invisíveis de tais órgãos. O perispírito, por sua vez, como um equipamento de atuação nos planos sutilíssimos do Espírito Imortal, ao manifestar o seu pensamento pelo seu corpo mental e os seus desejos ou sentimentos pelo corpo astral em direção à consciência física, também obriga o duplo-etérico a sofrer-lhe os impulsos bons e maus, tal qual os espíritos desencarnados quando lhe atuam do mundo oculto, inclusive acusando aos sentidos físicos os ataques dos espíritos malfeitores. O duplo-etérico é um corpo energético provisório que, além de constituir campo de efervescência da própria vida microbiana sutil, é veículo sensível a diversos elementos do meio material. São fatores que afetam o duplo-etérico: . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
12
7. O duplo etérico • frio, calor • eletricidade, magnetismo • perfumes, fumo, gases voláteis • condimentos
• sedativos, antiespasmódicos, substâncias hipnóticas, anestésicos, entorpecentes (barbitúricos, certos alcalóides como mescalina e ácido lisérgico ou LSD, diversas drogas psicotrópicas, excitantes ou depressivas do sistema nervoso) • ácidos, óxido de carbono • toque humano (em certos momentos de maior concentração) Os médiuns são também indivíduos mais vulneráveis aos efeitos tóxicos secundários das medicações sedativas, das drogas hipnóticas, anestesias operatórias ou entorpecentes, porque as substâncias alopáticas, tóxicas, agressivas e entorpecentes, deixam resíduos cruciantes no éter-físico que flui pelo seu sistema nervoso, assim como pressionam o seu perispírito e o seu duplo-etérico, aumentando a “frincha” ou “janela viva” que se entreabre para o mundo espiritual (ou seja, o desvio magnético).
6. AÇÃO DE CERTAS DROGAS SOBRE O DUPLO-ETÉRICO As anestesias operatórias, os antiespasmódicos, os gases voláteis, as drogas e sedativos hipnóticos, o óxido de carbono, o fumo, os barbitúricos, entorpecentes, o ácido lisérgico e certos alcalóides, como a mescalina, são substâncias que operam violentamente nos interstícios do duplo-etérico. Embora a necessidade por vezes obrigue o médium a se utilizar de algumas dessas substâncias, em momentos imprescindíveis, é sempre imprudente abusar delas sob qualquer pretexto ou motivo. As drogas entorpecentes e os gases anestesiantes, em geral afastam o duplo-etérico pelo lado esquerdo do corpo, à altura do baço físico, sobre o qual funciona o chacra esplênico, o que provoca transes, hipersensibilizações e inconvenientes, caindo a temperatura do corpo e reduzindo-se a vitalidade orgânica. Um exemplo da ação de droga farmacológica sobre o duplo-etérico foi o uso imprudente da conhecida “talidomida” pelas mulheres em gestação, que provocou o nascimento teratológico de crianças com deficiências de má formação fetal que iam desde o lábio leporino (fendido) até mãos diretamente ligadas aos ombros, pendendo-lhes dali como folhas atrofiadas. Indubitavelmente, essa droga exerce um impacto tóxico e deformante através do duplo-etérico em formação do feto, agindo nos genes formadores do nascituro alterando-lhes as linhas de forças que comandam o processo normal dos cromossomos e gerando criaturas deformadas. Em sua ação anestesiante ou isolativa, a talidomida se interpõe entre a contextura do duplo-etérico do nascituro e sua matriz espiritual, principalmente na região “mater” dos membros superiores. No entanto, sob o mesmo processo, os tóxicos perniciosos como os barbitúricos, entorpecentes e anestésicos também atuam e produzem alterações de modo nocivo na estrutura vital etérea (duplo-etérico) dos médiuns, levando-os a deformações de ordem psíquica. Assim como a talidomida age na contextura do feto em crescimento no ventre materno e o deforma, certas drogas, quando usadas em excesso pelos médiuns, podem deformar-lhes os hábitos comuns e enfraquecê-los na sua defesa psíquica, deixando-os ao desamparo nas suas relações com o mundo físico e oculto.
O médium abusando de entorpecentes que atuam com demasiada freqüência no seu duplo-etérico e no seu sistema nervoso, também pode se tornar um aleijão psíquico, pois se transforma num alvo mais acessível ao assédio do mundo inferior.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico
13
7. DUPLO-ETÉRICO E EPILEPSIA O epiléptico também é criatura cujo duplo-etérico se afasta com freqüência do seu corpo físico, e por isso, o ataque epiléptico e o transe mediúnico de um médium de fenômenos físicos apresentam certa semelhança entre si. A diferença, no entanto, é que o médium ingressa no transe de modo espontâneo e no momento oportuno, para o cumprimento de seu trabalho mediúnico determinado antecipadamente pelos Mentores do Espaço, tratando-se de fenômeno disciplinado pela intervenção da Técnica Sideral antes do espírito reencarnar-se, ao passo que o epiléptico á atirado ao solo, assim que seu duplo-etérico se satura dos venenos expurgados pelo perispírito e se afasta violentamente, para depois escoá-los no seu meio ambiente, sob absoluta imprevisão do seu portador.
Em certos casos, verifica-se que o epilético é também um médium de fenômenos físicos, em potencial, pois a incessante saída do seu duplo-etérico abandonando-lhe o corpo-físico, termina por abrir uma brecha mediúnica, que depois o sensibiliza para a fenomenologia mediúnica.
8. DUPLO-ETÉRICO E HIPNOSE Durante as sessões de hipnose, o corpo físico do hipnotizado pode sofrer e revelar efeitos cruciantes de diversas emoções, assumindo as mais variadas reações, pois, sob a sugestão do hipnotizador, ele pode baixar a temperatura, acelerar batimentos cardíacos, enrijecer a musculatura, elevar ou baixar a pressão arterial, acusar dores inexistentes, e até mesmo aliviar-se de sofrimentos indesejáveis. O hipnotizador atua pela sugestão na mente do hipnotizado e o induz ao estado de transe hipnótico, disso resultando o afastamento parcial do duplo-etérico, que fica “à deriva”, permitindo assim a imersão no subconsciente de modo a impor-lhe a exteriorização da sensibilidade correspondente a cada uma das emoções ou sentimentos que o hipnotizador fixar. Com isso o hipnotizado abre uma “fresta” no plano espiritual que o permite até mesmo manifestar e dar vivência aos estágios de sua infância e juventude, ou mesmo de alguns acontecimentos e fatos de suas vidas pretéritas. Sendo o duplo-etérico constituído do próprio éter físico do mundo terrestre, na forma de uma emanação radioativa, quando ele se distancia do perispírito e do corpo carnal, torna-se um veículo “catalisador” que acelera as vibrações em torno do hipnotizado e, por isso, favorece o despertamento do seu subconsciente e a imersão ou exteriorização dos acontecimentos arquivados nas camadas mais profundas do ser.
Durante o seu afastamento do corpo físico, o duplo-etérico eleva sua freqüência vibratória porque ele também se liberta da função passiva de obedecer ao comando do perispírito.
Desse modo, o hipnotizado corresponde e obedece às intimações do hipnotizador, integrando-se ou vivendo os estados psicológicos que lhe são sugeridos. Porém, somente os pacientes muito sensíveis, que ingressam facilmente em sono profundo, conseguem trazer à superfície da sua mente o acervo de suas vidas passadas. A hipnose possibilita experiência para comprovação da possibilidade do duplo-etérico transferir para o corpo físico do médium as ofensas que lhe forem feitas à distância, com isso provar como é profunda a sensibilidade do duplo-etérico em sua íntima conexão com o perispírito e o corpo carnal. Se o hipnotizador recortar um boneco de papelão ou de cera, configurando-lhe a cabeça, os braços, o tronco, o abdômen e as pernas, e, em seguida colocando-o nas mãos do hipnotizado, ordenar-lhe a transferência do seu magnetismo e sensibilidade nervosa para o mesmo, assegurando ao hipnotizado que ele irá sentir fisicamente, durante o transe, todas as picadas, beliscões ou ofensas que forem feitas no boneco ligado a sua pessoa, e depois ferir o boneco em qualquer lugar, logo o hipnotizado também acusará a dor em seu corpo, no local correspondente. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
14
7. O duplo etérico
No entanto, raros hipnotizadores sabem que durante a hipnose o duplo-etérico se afasta do corpo físico pela esquerda, ficando mais sensível ao contato material, e se torna tão mais hipersensível quanto mais profundo for o sono hipnótico. Em tal caso, o duplo-etérico do hipnotizado se torna um prolongamento vital sensibilíssimo entre o perispírito, o boneco e o corpo físico, podendo registrar qualquer ação que o hipnotizador exerça sobre ele, mesmo à distância. Essa possibilidade de se transferir a sensibilidade do duplo-etérico do homem para o boneco provocandolhe ofensas à distância, explica em parte as práticas de “feitiço”, pois a experiência com o boneco, bastante convincente, serve para comprovar a veracidade da antiga magia, cujas práticas ignóbeis são exercidas através de fragmentos de cabelos, peças de roupas e fotografias, entre outros objetos de suas vítimas. Porém, se as pessoas a quem o feitiço é dirigido cultivam sentimentos nobres, estas estão resguardadas de serem vítimas desses fluídos magnéticos de mau caráter, visto não haver afinidade para estabelecer o circuito. Se as práticas tenebrosas de feitiço maligno ainda infestam a Terra, isso é culpa exclusiva da humanidade terrena, que ainda vive indiferente à sua evangelização, a despeito dos esforços empreendidos pelos espíritos benfeitores na limpeza fluídica purificadora das residências de seus pupilos.
9. O AUTOMATISMO INSTINTIVO DO DUPLO-ETÉRICO O duplo-etérico não é um veículo consciente, pois é incapaz de atuar por si ou de modo inteligente, mesmo quando desligado do homem. Embora realize certos ajustes e tome providências defensivas, isto sucede devido ao automatismo instintivo e biológico do próprio organismo carnal, pois este último, quando se move independentemente do comando direto do espírito imortal, revela um sentido fisiológico inteligente e disciplinado; por exemplo, nutrindo e reparando as células gastas ou enfermas, substituindo-as por outras, sadias do modo a se recuperar de todas as perdas materiais. Apesar do duplo-etérico ser desprovido de inteligência e não apresentar sensibilidade consciente, não é apenas um intermediário passivo entre o perispírito e o organismo carnal, porquanto reage de forma instintiva às emoções e aos pensamentos daninhos que perturbam o perispírito e depois causam efeitos enfermiços no corpo carnal. Mesmo sendo um corpo desprovido do atributo mental do raciocínio, o duplo-etérico é movido por um seguro automatismo de instinto, ou sensibilidade diretora própria do éter físico que é exalado da Terra, e que lhe possibilita, até certo ponto, deter a carga deletéria dos aturdimentos mentais que baixam do perispírito para o corpo físico; do contrário, bastaria o primeiro impacto de cólera para desintegrar o organismo carnal e romper sua ligação com o perispírito, resultando na desencarnação. Considerando que os pensamentos desatinados provocam emoções indisciplinadas, gerando ondas, raios ou dardos violentos, que depois se lançam da mente incontrolada sobre o cérebro físico através do duploetérico, é claro que o sistema nervoso do homem se destrambelha sob esse mar revolto de vibrações antagônicas. Em seguida, perturba-se a função delicada do sistema endócrino, do linfático e do sangüíneo, podendo ocorrer conseqüências físicas na forma de patologias, como o surgimento de eczemas, de apoplexia decorrente do derrame de sangue vertido em excesso pela cólera, de síncope cardíaca pelo frenamento súbito da corrente sangüínea alterada pelos impactos do ódio, ou da repressão violenta da vesícula devido a uma explosão de ciúme. Todas as emoções afetam o duplo-etérico na sua tarefa de medianeiro entre o perispírito e o corpo físico; porém, quando submetido a impactos agressivos do perispírito perturbado, o duplo-etérico baixa seu tom vibratório, impedindo que os raios emocionais que descem da consciência perispiritual afetem o corpo carnal, promovendo assim uma espécie de “fuga vibratória”.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
15
7. O duplo etérico
Nos momentos de perturbações muito agudas, o duplo-etérico mobiliza recursos para sua autoproteção contra a excessiva turbulência projetada no perispírito pelo Espírito Imortal.
Assim, ele se adensa ou se encorpa, e este fenômeno aumenta-lhe a sua carga de éter-físico, fazendo com que se imunize contra a freqüência vibratória violenta do perispírito. O duplo-etérico contrai-se, isolando-se dessa forma do perispírito. Porém, ante os impactos súbitos e violentos do perispírito, o chacra cardíaco é o centro de forças etéricas que mais sofre os efeitos de tal descarga, pois é ele o responsável pelo equilíbrio vital e fisiológico do coração. Quando o duplo-etérico não consegue reagir com seus recursos instintivos de modo a proteger o corpo físico contra uma “explosão” emocional do perispírito, o duplo-etérico recebe um impulso de afastamento compulsório e, neste caso, cai instantaneamente a vitalidade orgânica do homem, o qual desmaia, correndo o risco de um enfarte cardíaco de conseqüências fatais. No entanto, o duplo-etérico, pelo seu instinto de defesa, mobiliza todos os recursos no sentido de evitar que os centros de forças etéricas se desintegrem por completo. Porém, se devido à reação defensiva do duplo-etérico, a descarga violenta do perispírito não consegue atingir o corpo físico, então essa carga de toxinas emocionais sofre um choque de retorno, tornando a fixar-se no perispírito, e nele fica “instalada” até que seja expurgada na atual encarnação ou noutra futura reencarnação, pois a única válvula de escape por onde esses venenos psíquicos podem ser expelidos é o corpo físico, que, para propiciar essa “limpeza”, sofre o traumatismo das moléstias específicas inerentes às causas que lhes dão origem.
Aliás, o ambiente do mundo atual, impulsionado por constantes agitações sociais, fruto do desajuste moral de seus habitantes, é uma fonte crescente de distúrbios psíquicos, degenerando em número cada vez maior de indivíduos neuróticos, esquizofrênicos, e de desesperados que resultam em suicídios, tudo isso como conseqüência da intensa explosão de emoções alucinantes que destrambelham o sistema nervoso. Isso resulta no cotidiano aumento do índice de vítimas de síncopes e enfartos do miocárdio, pois o chacra cardíaco do duplo-etérico se torna impotente para resistir ao bombardeio incessante das emoções tóxicas e agudas vertidas pela alma e alojadas no perispírito até que o “dreno” do duplo-etérico as transfira ao corpo físico. Essas descargas tóxicas, provenientes do perispírito, acabam por produzir no corpo físico eczemas, urticárias, neuroses, má circulação, distúrbios coronários, congestões renais e hepáticas, hemorróidas, entre outras disfunções nos órgãos delicados. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico
16
Se a carga deletéria acumulada em vidas anteriores for aumentada com desatinos da existência atual, então essa saturação degenera em afecções mórbidas mais rudes e cruciantes, como a lepra, o pênfigo (fogo-selvagem), a leucemia, a tuberculose, o câncer e outras enfermidades insuperáveis.
O duplo-etérico contrai a sua densidade no sentido de evitar o fluxo dessas toxinas mortíferas oriundas do perispírito, impedindo dessa forma, que um impacto psíquico de ódio, cólera, ou ciúme fique possibilitado de fluir livremente e atingir o sistema fisiológico do corpo físico.
10. NATUREZA DO DUPLO-ETÉRICO Conforme a concepção oriental, a essência virgem que interpenetra e alenta o Universo, a Substância Virgem é chamada de éter cósmico. O éter cósmico flui através dos poros da Terra, que funciona como um condensador de éter; sob tal condição, o éter cósmico perde a sua característica de essência “virgem” ou “pura”, para se tornar uma substância impregnada das impurezas do planeta durante a sua exsudação, transformando-se em éter físico que passa a irradiar da Terra. O éter-físico, embora seja invisível, é matéria rarefeita que possui cor, peso, temperatura e odor. Os clarividentes conseguem vê-lo na forma de ondas, vibrações ou emanações coloridas, vibrando em correspondência com as sete cores fundamentais e os matizes do arco-íris ou do espectro solar.
O duplo-etérico é constituído de éter-físico emanado do próprio planeta Terra.
O duplo-etérico é um veículo invisível à vista do homem comum, e ainda desconhecido da medicina terrena, constituindo-se em corpo etéreo, cuja contextura é um produto específico do éter físico, isto é, do éter impuro exalado através do orbe terráqueo. Deste modo, o duplo-etérico pode funcionar com êxito no limiar do mundo astralino (o plano astral) e no mundo físico (o plano físico denso), pois, enquanto a sua composição exterior é do éter físico terráqueo, a sua base íntima e oculta é o próprio éter cósmico. O duplo-etérico, por ser o veículo responsável por todos os fenômenos do mundo invisível em manifestação na matéria, abrange as diversas categorias de “matéria etérica”, próprias da vida do orbe, como sejam a eletricidade, o odor, a luz, o calor, etc... É a contrapartida do corpo físico denso no campo etérico, a sua duplicata perfeita formada por matéria física em estado mais sutil, em seus quatro níveis de subdivisão (matérias etérica, superetérica, subatômica e atômica, respectivamente ao grau de sutilização, segundo designação da Escola Teosófica) em proporções que variam de acordo com a raça, o tipo de indivíduo e até mesmo com o seu Carma. A contrapartida etérica de um pinheiro físico, por exemplo, contém em si todos os éteres do subplano etérico do mundo físico: • o éter químico assimila e excreta no metabolismo da seiva; • o éter vital procria e constitui, depois, as novas sementes para que a espécie se reproduza continuamente em novos arvoredos; • o éter luminoso dá ao vegetal a sensação de existir como um centro de sensação do “espírito-vegetal” (o correspondente espírito-grupo ou alma-grupo) no mundo etéreo-físico; e, finalmente, • o éter refletor conserva o “registro memorial” de todo o processo de gestação, crescimento e desintegração vegetal, após a desagregação física da árvore. No entanto, como esse éter-físico é tão grosseiro ou transparente conforme também o seja a própria natureza biológica do ser humano, então é óbvio que o duplo-etérico de seres extraterrestres mais adiantados é um corpo mais perfeito e delicado do que os dos terrícolas, porque são espíritos mais evoluídos. Assim, nos planetas inferiores, os seus habitantes também são portadores de um duplo-etérico mais grosseiro e opaco, de acordo com o ambiente físico mais compacto em que vivem. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
17
7. O duplo etérico
Os clarividentes treinados podem verificar a grande diferença que existe entre o duplo-etérico de um troglodita e o de um iniciado ou espírito superior. No primeiro caso, o duplo-etérico é de aspecto sujo e oleoso; no segundo, é translúcido, luminoso e róseo.
A contextura do duplo-etérico varia conforme seja o tipo biológico humano, pois ele será mais sutil e delicado nos seres superiores e mais denso nas criaturas primitivas.
Durante a gestação do feto no ventre materno, processa-se uma retenção e acúmulo de éter-físico do meio em que o espírito se encarna, cujo éter então penetra elétron por elétron, átomo por átomo, molécula por molécula, na intimidade da carne em formação, modelando pouco a pouco, a figura física e etérica do homem, resultando dessa forma, no surgimento do duplo-etérico, indispensável para o perispírito agir na matéria. À medida que o espírito vai plasmando o seu corpo de carne seguindo o molde pré-existente do perispírito, o duplo-etérico também vai se formando pela exsudação do éter-físico e se consolidando como fiel intermediário das sensações físicas para o mundo oculto, e deste para a consciência física. Embora o duplo-etérico seja um veículo ou corpo provisório constituído pelo éter-físico do meio ambiente exsudado da Terra e que figura como mediador plástico ou elemento de ligação entre o perispírito e o corpo físico, ele incorpora em si toda a carga de éter-físico que o homem absorve através do alimento, da respiração e das emanações telúricas do orbe. Por isso os médiuns deveriam ter o máximo cuidado em evitar alimentos que possam ofender o seu duplo-etérico, pois é dele que derivam os fenômenos mediúnicos de natureza mais física (fenômenos mediúnicos de efeitos físicos). A matéria não passa de “energia condensada”, o que ficou comprovado pela própria desintegração atômica conseguida pela ciência moderna, transformando novamente a matéria em energia. Deste modo, o que parece substância sólida, absoluta, é um campo dinâmico em contínua ebulição, cuja forma é apenas uma aparência resultante desse fenômeno admirável do movimento vibratório.
ÁTOMO FÍSICO ULTÉRRIMO
(base do éter físico)
Não há estaticidade absoluta no Cosmo, uma vez que, no seio da própria matéria sólida, há vida dinâmica, incessante, condicionada a atingir freqüências cada vez mais altas e perfeitas.
É assim que, na intimidade do corpo físico, o perfeito equilíbrio gravitacional das órbitas micro-eletrônicas, governadas pelas forças de atração e repulsão, é que lhe dá a aparência ilusória de matéria compacta. O corpo humano é apenas um aspecto ilusório de “matéria”, na qual predomina um número inconcebível de espaços vazios, denominados “interatômicos”, prevalecendo sobre uma quantidade microscópica de massa realmente absoluta, que, se totalmente comprimida, resultaria num punhado de pó compacto, que caberia numa caixa de fósforos! Em conseqüência, o organismo humano, na realidade, constitui um portentoso acumulador ou rede de energia, que a precariedade dos sentidos humanos distingue sob forma aparente de um corpo de carne, ou de “matéria”. Porém, a sua individualidade intrínseca e preexistente é o espírito eterno, cujo “habitat” adequado é o plano espiritual, onde ele utiliza os seus atributos de pensar e agir, sem precisar de um corpo físico. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
18
7. O duplo etérico
Quando o homem se alimenta, ele apenas ingere massa ilusória, repleta de espaços vazios ou interatômicos, nos quais a energia cósmica prevalece sustentando a figura do ser. Embora a alimentação comum do homem se componha de substância material, ela se destina essencialmente a nutrir os espaços vazios do “campo magnético” do homem.
O corpo físico funciona como um desintegrador atômico, que extrai todo o energismo existente nas substâncias que ele absorve em sua nutrição.
Na verdade, tudo se resume em “revitalização magnética”, isto é, aquisição de energia e não propriamente de substância. Os alimentos, o ar, a energia solar e demais fluidos ocultos do orbe terráqueo estão saturados de princípios similares aos da eletricidade, os quais, na realidade, é que asseguram a estabilidade da forma humana em sua aparência física.
Embora seja um intermediário entre os centros sensoriais da consciência perispiritual e os centros da consciência cerebral física, o duplo-etérico é resultante da emanação radioativa do próprio corpo físico da Terra (“éter-físico”).
O planeta Terra, evidentemente, também possui o seu duplo-etérico, o qual é composto da soma do éterfísico de todos os corpos etéricos de seres existentes à sua superfície.Considerando-se que o duplo-etérico da Terra a interpenetra por todos os poros e interstícios físicos, transbordando numa aura gigantesca radioativa que se irradia a alguns quilômetros do seu contorno esférico, o certo é que também não coincidem no orbe a sua linha vertical magnética com a linha geográfica do pólo Norte ao pólo Sul, fenômeno ainda inexplicável pela ciência (a diferença entre os pólos geográficos e os pólos magnéticos da Terra). Verifica-se assim, que também existe uma diferença entre a linha perpendicular dos pólos geográficos com a perpendicular dos pólos magnéticos, o que pode ser facilmente comprovado pelo desvio da agulha magnética da bússola, sempre a apontar o pólo Norte magnético mais à esquerda do pólo Norte geográfico, fato comum e explicável para os iniciados, mas no terreno das conjecturas para os cientistas terrenos.
O desvio do duplo-etérico da Terra é também uma hiper-sensibilização natural do orbe em seu progresso para desideratos superiores e que só traz benefícios à sua humanidade.
11. O DUPLO-ETÉRICO E A DESENCARNAÇÃO O duplo-etérico é um veículo intermediário entre o corpo físico e o perispírito que se dissolve no túmulo depois da morte física do homem, por ser constituído de éter-físico, isto é, de uma substância emanada da própria crosta terrestre; por isso ele exerce a sua ação exatamente no limiar do mundo material e do mundo espiritual, ou seja, onde termina o primeiro e começa o segundo. Durante a desencarnação, ele funciona como um “amortecedor” ou espécie de “colchão” etérico, uma vez que ao afastar-se do corpo físico cadaverizado, também suaviza a passagem do perispírito para o Além. Nesse caso, o duplo-etérico desligase do perispírito como se fizesse a sua devolução suave e gradativa ao verdadeiro “habitat”, sem provocar comoção ou choque pelo abandono ou rompimento brusco da vida física. Em vez de o perispírito promover um salto brusco e arrancar-se violentamente do corpo físico para ingressar-se no mundo espiritual, ele, por assim dizer, “escorrega-se" de leve através do duplo-etérico, possibilitando-lhe uma libertação mais suave. Enquanto o corpo do falecido repousa no seu ataúde, e antes de ser sepultado, os espíritos técnicos ainda podem servir-se do duplo-etérico e intercambiar energias de amparo energético para o perispírito do desencarnado; em concomitância, também eliminam para o cadáver os resíduos psicofísicos que ainda existem ligados ao perispírito. . Introdução ao estudo das obras de Ramatís
19
7. O duplo etérico
Porém, no caso de morte por acidente, suicídio ou síncope cardíaca, tudo se processa de modo diferente devido à expulsão violenta do duplo-etérico e do perispírito pelo rompimento brusco dos cordões fluídicos, que se desligam instantaneamente pela desintegração dos movimentos vorticosos (rotativos) dos chacras, ou centros de forças etéricas. Quando isso acontece, o duplo-etérico e o perispírito, em vez de se desligarem lenta e suavemente do corpo, sem choques inesperados, são projetados com violência no ambiente astral que lhes corresponde. O duplo-etérico, na hora da morte, às vezes se projeta até junto dos parentes distantes ou amigos do agonizante, e faz-se sentir pela repercussão vibratória de batidas ou ruídos, que se assemelham a areia lançada no telhado da casa, ou lixa esfregada no assoalho.
Fontes bibliográficas: 1. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991. 2. Magia de redenção – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989. 3. O duplo etérico – Powell, Major Arthur E. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1992.
. Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
OS CHACRAS DO DUPLO ETÉRICO 1. CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DOS CHACRAS DO DUPLO-ETÉRICO A palavra chacra, de origem sânscrita, quer dizer "roda" ou "pires" que, em seus movimentos vorticosos, forma uma depressão no centro; portanto, seu significado etimológico é "disco giratório". Os chacras do duplo etérico, também chamados "centros de forças etéricas", estão situados à sua superfície, distando de cinco a seis milímetros da periferia do corpo físico, e se apresentam como espécie de vórtices, turbilhões ou redemoinhos, verdadeiros discos giratórios etéricos em alta velocidade, com movimento contínuo e acelerado, em sentido horário.
São centros de forças que captam as energias sutilíssimas do mundo espiritual superior, fundem-nas com a Vitalidade ou o Prâna Astral, além de absorverem também as forças violentas, primitivas e instintivas do plano terreno, e distribuem todas essas energias, necessárias à vida do duplo-etérico, promovendo o sustentáculo carnal no cenário da matéria; também proporcionam o crescimento das faculdades psíquicas do homem, pois estão em relação com o perispírito, que transmite para o corpo físico as deliberações do Espírito. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2
6. Os chacras do duplo etérico
Os desencarnados e os videntes podem julgar o grau da capacidade espiritual do indivíduo pela simples visão da transparência, do colorido e do tamanho de cada chacra de seu duplo-etérico: CARACTERÍSTICAS DO FUNCIONAMENTO DOS CHACRAS INDIVÍDUO
ASPECTO E FUNCIONAMENTO
DIÂMETRO
CORES
FUNÇÃO
PRIMITIVO E RUDIMENTAR
lentos, com giro emperrado
reduzido, cerca de 5 cm
por vezes escuras e oleosas
só atendem às necessidades vitais do duplo etérico e do corpo físico
ESPIRITUALMENTE BEM DESENVOLVIDO
formosos, brilhantes, esplendorosos, translúcidos, dinâmicos, potentes e acelerados
ampliado, com 15 e até 20 cm
tons coloridos, fascinantes
canalizam maior quantidade de energias vitais e psíquicas que facilitam o desenvolvimento das faculdades do espírito
2. FUNCIONAMENTO DOS CHACRAS ETÉRICOS O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias etéricas sutilíssimas descidas do Alto, com forças etéricas primárias, agressivas e vigorosas que sobem da Terra, carregadas de impurezas próprias do mundo animal instintivo (éter físico). . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
3
Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens carregadas de água e entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terráquea, resultando nos conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tornados ou redemoinhos de vento.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
4
Os chacras, quando observados de perfil em seu veloz funcionamento giratório, se assemelham a verdadeiros "pratos" ou "pires" de energias turbilhonantes, com uma concavidade característica no centro; quando vistos de frente, lembram o movimento acelerado e vertiginoso das hélices dos aviões em alta velocidade, porém emitindo cintilações de cores devidas a absorção de Prâna ou Vitalidade, que os irriga e neles se decompõe em cores, como a luz solar ao incidir num prisma de vidro (ver figura na próxima página).
Embora cada chacra do duplo-etérico possa apresentar diversos matizes de cores ao mesmo tempo, e que diferem entre si pelos tons mais belos, mais límpidos ou mais feios e sujos, há sempre uma tonalidade de cor predominante sobre as demais, que revela o tipo vibratório ou energia útil que ativa este ou aquele sistema ou órgão do corpo físico, em sua absorção prânica. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
5
São, portanto, os centros humanos responsáveis pela irrigação de vitalidade, ao captarem o Prâna, que é o combustível essencial da Vida, e sem o que o Espírito não poderia exercer o seu controle e sua atividade sobre o corpo físico, e nem tomar conhecimento das sensações por este vividas, pois os chacras transferem à correspondente região anatômica cada decisão assumida pelo Espírito em seu mundo oculto. Os chacras do duplo etérico situados nas regiões mais instintivas do homem, a saber, o umbilical, o genésico e o básico, mostram-se em cores mais densas, mais robustas ou “materiais”, assimilando atividades de ordens mais afins ao mundo físico. Já os chacras situados nas zonas mais elevadas do duplo etérico do homem, a saber, o cardíaco, o laríngeo, o frontal e o coronário, se manifestam nas pessoas de boa índole espiritual sob aspectos cromosóficos formosos, transparentes e com maior número de raios (ou “pétalas” ).
Isso acontece porque o Prâna físico, ao filtrar-se pelos chacras das regiões instintivas do ser, mostra-se mais grosseiro e decai em sua freqüência vibratória habitual, ao sustentar sua atividade mais animal. Mas assim que essas diversas cores fluem pelos chacras mais inferiores e depois atingem as regiões mais elevadas do homem, elas então se modificam, clareiam e sutilizam-se, aumentando a sua beleza e colorido, pois recebem a contribuição das energias sublimes descidas das regiões angélicas através do sublime canal espiritual situado no alto da cabeça do homem: o augusto chacra coronário de “união divina”, permanentemente aberto para a região alta da vida do Espírito Imortal. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
6. Os chacras do duplo etérico
3. CHACRAS DO DUPLO-ETÉRICO x CENTROS DE FORÇAS DO PERISPÍRITO Existem centros de forças tanto no duplo-etérico quanto no perispírito, intimamente ligados uns aos outros e diretamente em contato energético entre si, situando-se sobre os plexos nervosos do corpo físico: CENTROS DE FORÇAS DO DUPLO-ETÉRICO E DO PERISPÍRITO CENTROS DE FORÇA
VEÍCULO A QUE PERTENCEM
DESIGNAÇÃO HABITUAL
CARACTERÍSITICAS Não tem consciência própria e nem funcionamento autônomo.
ETÉRICOS
DUPLO ETÉRICO
CHACRAS
Prismam cores conforme as respectivas desintegrações de Prâna. Conexão entre os mundos material e astral
CENTROS ASTRAIS
PERISPÍRITO
DE FORÇA
Núcleos de força impregnados de substância astral e mental acumulada. Subestações do Espírito sob um automatismo inteligente
DURAÇÃO
TRANSITÓRIOS Desintegram-se com a morte do corpo físico PERMANENTES, ESTÁVEIS E DEFINITIVOS Preexistentes no perispírito
O centro coronário do perispírito, por exemplo, é um fabuloso órgão sem analogia entre nós, sede das mais avançadas decisões do Espírito Imortal, ao passo que o mesmo chacra coronário do duplo-etérico é tão somente um elo de conexão, uma ponte viva sensibilíssima, mas sem autonomia, unindo o mundo divino perispiritual com o mundo humano da criatura em desenvolvimento. Existe uma ligação entre os chacras do duplo-etérico e os correspondentes chacras do corpo astral, constituída por uma rede ou capa de átomos etéricos do sub-plano atômico muito comprimidos entre si e impregnados de uma variedade especial de Prâna, que os interpenetra e serve de proteção, impedindo a comunicação direta entre os planos físico denso e o astral. Sem essa tela protetora, denominada TELA ETÉRICA, TELA ATÔMICA, ou TELA BÚDICA, poderiam chegar à consciência física todas as experiências astrais acumuladas pelo cérebro perispiritual, de existências físicas anteriores, o que ocasionaria certamente os mais diferentes danos.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
7
Essa tela pode ser rompida ou danificada em conseqüência de choques emocionais violentos, acessos de ira, alcoolismo, dependência de drogas e de desenvolvimento mediúnico desordenado, entre outras causas, ou apresentar-se naturalmente rompida por efeito de carma acumulado em encarnações anteriores, que determina a mediunidade de prova no indivíduo (provação cármica).
4. DESPERTAMENTO OU DESENVOLVIMENTO DOS CHACRAS Os chacras mais importantes do duplo-etérico podem ser acelerados, desenvolvidos ou "despertos" através de certas disciplinas de "positivação da vontade" ou "técnica respiratória" como ensinado pela Krya-Yoga, mas é aconselhável que isso seja feito em concomitância com o aperfeiçoamento moral e o controle mental do ser. De todos os chacras, o mais perigoso de ser "desperto" prematuramente é o chacra básico, sede da energia Kundalini (ou fogo serpentino), pois sem a garantia de uma boa graduação espiritual, o homem que o "abrir" perderá o seu domínio ante o primeiro descontrole emotivo ou mental em desfavor alheio, pois sua ira, desejo de vingança ou maus pensamentos serão quase que imediatamente concretizados sobre as vítimas em mentalização.
O desenvolvimento dos chacras deve se dar de forma natural e progressiva, à medida que o homem promove o seu próprio crescimento espiritual.
5. A ENERGIA KUNDALINI OU FORÇA PRIMÁRIA A energia Kundalini é uma energia poderosa, extravasada do Sol, violenta e agressiva, embora criadora, que embebe e se mistura à força telúrica do planeta terráqueo, e flui de modo centrífugo do centro da Terra, numa ondulação retilínea que lembra, de fato, uma serpente de fogo; daí sua denominação de "fogo serpentino".
Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra, a energia "mãe do mundo", (pois ele é realmente o principal fundamento da Vida na matéria), ao entrar em simbiose com as forças que descem do Sol, se assemelha a uma torrente de fogo líquido que aflui pelo chacra básico do duplo-etérico, situado na base da coluna vertebral do homem, sobe pela medula espinhal, avançando em ondulações turbilhonantes e serpentinas, e depois lhe ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal, acelerando a rotação dos demais chacras. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
8
A energia Kundalini é, portanto, um combustível poderoso que flui da intimidade terráquea ou das zonas de maior ebulição primaria, onde as energias criadoras do planeta se fundem num abraço agressivo, embora elas sejam o sustentáculo que alimenta a vida rudimentar, primaria, selvática e vigorosa no orbe, constituída por emanações de ondas de éter-físico, para alimentar a natureza animal das criaturas. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
9
A energia Kundalini faz pressão violenta quando se defronta com a energia espiritual descida pelo chacra coronário, situado no topo da cabeça do homem.
O "fogo serpentino" ou Kundalini é força adormecida, primaria e hostil, como um braseiro sob as cinzas, espécie de serpente de fogo enrodilhada que, ao despertar, aviva o poder primário do homem e proporciona a libertação do ser quando habilmente controlado pelo chacra básico ou fundamental, desde que esse despertamento seja efetuado por espírito equilibrado, sem vícios e paixões perigosas, despreocupado também dos tesouros e poderes das vaidades do mundo carnal; assim, os sábios, os santos e os yogas se tornam "senhores da Kundalini". Entretanto, os tolos, os fracos de vontade, os ambiciosos e os imorais, quando de posse de tal energia incomum, tornam-se vítimas de sua própria imprudência, escravos e joguetes de uma força que os massacra, sem poder controlá-la, por lhes faltar a força moral superior. É a simbólica e enganosa serpente que fez Eva, o espírito, tentar Adão, o corpo, dando ao homem o poder de criar no mundo físico, depois de expulso do Paraíso da contemplatividade, a fim de adquirir consciência individual no seio doloroso da carne. O indivíduo que abrir o chacra básico prematuramente dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa que irá lhe alimentar todas as paixões e todos os desmandos! Os seus desejos serão satisfeitos quase que de imediato, e terá poder sobre as demais criaturas, mas o orgulho poderá explodir e o recalque sensual dominá-lo-á, de modo a realizar os piores caprichos e ações sobre o próximo.
Essa energia poderosa, quando incontrolada, atinge maleficamente o perispírito da criatura de insuficiente preparo moral, alucina-lhe as células perispirituais e destrambelha os nervos do imprudente que, depois de desencarnado, é atirado nos charcos do astral inferior, como um animal ferido por mil aguilhões!
Quando essa energia descontrolada sobe pela medula e irriga o centro frontal de um homem inferior, alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a dureza de sentimentos.
A Kundalini disciplinada sob a direção moral superior, em criatura evangelizada, termina por ativar-lhe os centros de força do perispírito e faculta o desenvolvimento mais breve da mediunidade.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
10
6. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS CHACRAS DO DUPLO-ETÉRICO São em número de sete os chacras mais importantes do duplo-etérico, embora existam mais três centros de forças menores em desenvolvimento nas criaturas, porém de somenos importância nas relações entre o mundo oculto e o plano físico (ver quadro comparativo ao final deste item). Além destes, há ainda chacras considerados secundários e mesmo terciários no duplo etérico do homem.
6.1. CHACRA BÁSICO, RAÍZ, KUNDALÍNEO OU FUNDAMENTAL O chacra básico é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica. Quando muito desenvolvido, mas de insuficiente controle, pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa. No entanto, o chacra kundalíneo é utilíssimo, pois em função normal e sob disciplina biológica própria do homem superior, reativa os demais chacras através do fluxo de seu fogo serpentino, que se acumula e se distribui à altura do plexo sagrado. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
11
Quando a energia Kundalini é controlada e desviada de sua ação agressiva e ativadora da sexualidade inferior pelo homem que se mantém sob castidade e discernimento espiritual, então o fluxo vitalizante e sublimado sobe, em proporção benfeitora, pela coluna vertebral até o cérebro, irrigando-o energeticamente até fazer redobrar as atividades mentais do mundo superior. Torna o homem lúcido, dinâmico e portentoso ao nível das vibrações crísticas, e sua ação se exerce pela intimidade espiritual da criatura. Sob o comando de um espírito superior, de alta graduação e de vida sacrificial em favor da humanidade, a energia primaria do chacra kundalíneo se sublima, pela contínua aplicação somente às coisas elevadas, fazendo com que os seus resíduos deletérios baixem para o subsolo do planeta, local de onde provieram.
6.2. CHACRA GÁSTRICO OU UMBILICAL É um centro de forças etéricas de natureza rudimentar, e quando é muito desenvolvido, o homem aumenta sua percepção das sensações alheias, uma espécie de empatia, pois adquire um tato instintivo ou sensibilidade astral incomum, que o faz aperceber-se das emanações hostis existentes no ambiente onde atua, e também as vibrações afetivas que pairam no ar.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
12
6.3. CHACRA ESPLÊNICO O chacra esplênico, de excessivo magnetismo, é o principal centro energético vitalizador do corpo físico, funcionando ainda como o auxiliar do metabolismo da purificação sangüínea. Sua função energética muito intensa torna-o um pequeno sol rodopiante, emitindo cintilações ao absorver Prâna, impregnado de forças ativas solares, na forma de glóbulos de vitalidade do Sol, naturais na atmosfera, que promovem a revitalização sangüínea, favorecendo o aumento na produção de glóbulos vermelhos, em conjunto com demais forças magnéticas do orbe planetário.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
13
Depois que o centro esplênico atrai e incorpora as energias do meio ambiente, como a eletricidade, o magnetismo, os raios cósmicos, as emanações telúricas e as energias projetadas do Sol, ele as desintegra e as distribui na forma de átomos etéricos saturados de Prâna, anexando-os às diversas partes do corpo físico, conforme as funções vitais de cada órgão ou sistema orgânico, através do sistema circulatório, ao qual se acrescentam outras energias que fluem através dos chacras frontal e coronário, impregnando, desse modo, o conteúdo do sangue com o tom espiritual da alma imortal.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
14
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
15
O chacra esplênico também regula a entrada do Prâna para todo o duplo-etérico do homem (o corpo vital intermediário e energético entre o perispírito e o corpo físico), pois tem por função principal irrigá-lo e vitalizá-lo em toda a sua contextura. O Prâna, ao ser absorvido pelo esplênico, possui à vista astralina uma coloração branca, síntese de sete matizes de cores fundamentais presentes: o roxo, o azul, o verde, o amarelo, o alaranjado, o vermelho forte e o róseo. Cada matiz, em separado, é uma ondulação energética que atende determinada função orgânica vital do corpo humano, formando ainda novos tons ao fundir-se com as outras energias sutis descidas do Alto. O chacra esplênico também vitaliza o corpo astral, o veículo responsável pelos desejos, emoções e sentimentos do espírito encarnado, e que permite as saídas do espírito quando o corpo físico adormece. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
16
O Prâna róseo, ao penetrar pelo chacra esplênico e envolver-se em seu turbilhão etérico, irriga o baço físico, enquanto algumas de suas emanações mais suaves e delicadas atingem o baço do perispírito, resultando uma íntima relação de alta sensibilidade entre ambos os órgãos.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
17
Em seguida, essa energia rosada, distribuindo-se pelo duplo-etérico, enfeixa toda a estrutura da coluna vertebral e depois vitaliza todo o sistema nervoso do indivíduo, pois irriga o bulbo, o cerebelo e os hemisférios do cérebro, e depois desce pelo sistema nervoso central, derramando-se pelos plexos ao longo dessa trajetória; a seguir, ativa as principais glândulas do sistema endócrino.
Depois de irrigar o corpo físico em toda sua extensão e profundidade, e ativar as relações entre o perispírito e o corpo de carne, o Prâna róseo perde seu tom róseo fundamental, exaurindo sua vitalidade ou energismo peculiar, à medida que se distribui pelos diversos órgãos ou sistemas do homem.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
18
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
19
Uma vez cumprida a sua função vitalizante, o Prâna se descolore e passa a fluir algo enfraquecido para o mundo exterior, formando uma aura em torno do duplo-etérico, conhecida como aura vital pelos ocultistas. É a conhecida "aura da saúde", constituída pela exsudação de Prâna residual, anteriormente penetrado através do chacra esplênico, e que depois passa a se apresentar aos clarividentes num tom róseo bastante descorado, ou num tom azulado pálido.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
20
6. Os chacras do duplo etérico
A aura da saúde que envolve o duplo-etérico não deve ser confundida com a "aura do perispírito", que flui dos corpos astral e mental, cujas emanações e cores obedecem a processo diverso. CARACTERÍSTICAS DA PESSOA QUANTO À CAPACIDADE DE SEU CHACRA ESPLÊNICO ABSORVER O PRÂNA RÓSEO CHACRA EM PLENA ATIVIDADE assemelha-se a uma usina vitalizante (“vende saúde”) e deixa ao redor de si uma elevada taxa de energia vital, perceptível nos seus atos, gestos e palavras.
CHACRA DEFICIENTE (absorção desproporcional às necessidades metabólicas) torna-se irritável, hipersensível, com nervos aguçados e se incomoda ou se aflige por qualquer coisa ou ruído
As criaturas, cuja aura da saúde é pródiga de energismo, com sua simples presença fortalecem, reanimam, vitalizam e beneficiam terapeuticamente os outros, pois nelas as partículas róseas do Prâna utilizado em seu corpo físico alimentam-se de um magnetismo muito intenso. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
21
No entanto, aquelas cujo chacra esplênico funciona de modo deficiente, tornam-se verdadeiros vampiros involuntários das forças alheias, pois absorvem dos outros as energias que lhes vibram à flor da pele, tanto mais intensamente quanto maior for a sua capacidade inconsciente de captar o Prâna róseo alheio para a sua nutrição pessoal. Os médiuns e passistas que puderem desenvolver com proficiência o chacra esplênico tornar-se-ão excelentes terapeutas, a produzir curas milagrosas ante a abundância de fluidos róseo-prânicos absorvidos, um dos mais eficientes restauradores dos plexos nervosos.
A insuficiência no funcionamento do chacra esplênico pode levar o indivíduo à leucemia, como decorrência da redução da absorção dos glóbulos de vitalidade do Sol presentes na atmosfera, necessários a revitalização sanguínea.
Certas árvores como o pinheiro, o eucalipto, o cedro e a mangueira absorvem do ambiente o Prâna róseo adequado ao próprio homem, e, sob sua sombra ou vizinhança, as pessoas que sofrem de esgotamento nervoso podem manter-se eufóricas e recuperadas em sua saúde ao captarem do mundo oculto as forças benfeitoras que lhes são doadas de modo elogiável e superior por essas espécies vegetais.
6.4. CHACRA CARDÍACO O chacra cardíaco recebe eficiente contribuição vital do chacra esplênico, cujo Prâna róseo, ao atingi-lo, assume um tom do chamado "raio amarelo", que penetra no sangue pela via cordial e vitaliza-o, especialmente para que atenda à função cerebral.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
22
Para isso, esse raio amarelo, partindo do cardíaco, se eleva até atingir o chacra coronário, no alto do crânio, do que então resulta a consciência dos sentimentos ou das emoções, que costumam estimular as cogitações filosóficas de natureza elevada, confirmando a velha tradição de que o sentimento e a emoção geram-se no coração do homem. O homem cujo cérebro é fortemente vitalizado pelos fluidos prânicos do chacra esplênico, depois de combinados com os do chacra cardíaco, apresenta emoções e sentimentos mais propriamente resultantes das elucubrações metafísicas.
6.5. CHACRA LARÍNGEO Situado na perpendicular do fluxo energético prânico para o chacra frontal (do qual também recebe certa cooperação), estabiliza definitivamente a voz da criatura depois da época da puberdade, pois carreia a vitalidade que deve suprir o mecanismo vocal e o dispêndio energético no falar. Por isso, o chacra laríngeo é um órgão muito ativo e brilhante nos grandes cantores, poetas célebres, oradores sacros e homens que revelam o dom incomum da palavra, o magnetismo, a voz hipnótica. Seu aspecto geral, quando em boa disposição funcional, lembra a tonalidade de formoso raio de luar pousado sobre o mar tranqüilo.
A sua cor azul-clara fundamental, bem como o seu tamanho e sua luminosidade variam de acordo com o potencial e a qualidade verbal da criatura, e a sua função e o seu aspecto colorido se modificam rapidamente, de acordo com sonoridade, agudeza ou intensidade com que são pronunciadas as palavras pelo homem. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
23
É um chacra que influi muitíssimo nos demais centros de força e nos plexos nervosos do organismo humano, porque o ato da materialização das idéias através da fonação é um fenômeno que concentra todas as forças etéreo-magnéticas do perispírito, atuando em vigorosa sintonia com os demais centros energéticos reguladores das funções orgânicas.
6.6. CHACRA FRONTAL O centro etérico frontal se nutre do raio róseo-amarelo vitalizante do chacra esplênico, combinando-o com algo do raio azul do centro laríngeo, e se encontra intimamente ligado com o correspondente centro de forças astrais do perispírito.
Quando abundante de Prâna e em boa atividade com os outros chacras, confere ao homem encarnado, e também ao desencarnado, a faculdade de aumentar ou diminuir o seu poder visual, podendo até mesmo penetrar e observar com êxito a própria vida microbiana, impossível à visão comum. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
24
6.7 CHACRA CORONÁRIO Conhecido entre os hindus por "lótus de mil pétalas", possui 960 raios principais e um centro menor em turbilhão colorido, apresentando 12 ondulações ou raios. Enquanto os demais chacras do duplo-etérico apresentam certa depressão no seu centro vorticoso, lembrando a figura de um pires ou hélice em movimento turbilhonante, o chacra coronário mais se assemelha a um intenso foco de energias giratórias a despedir fulgores na forma de uma cúpula ou coroa fulgurante em torno da cabeça do homem, espargindo radiações que lhe formam um halo luminoso ou aura translúcida.
Este chacra é o centro de forças mais importante do ser humano, de maior potencial e radiações, responsável pela sede da consciência do Espírito e elo da consciência angélica com o mundo material. Os demais centros de forças recebem-lhe o influxo superior e se sensibilizam em suas funções de intercâmbio entre o mundo físico e o mundo oculto. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico
25
É o mais brilhante de todos os chacras do duplo-etérico e o regente orquestral dos demais centros de forças etéricas, aos quais se liga interiormente, ajustando-os e afinando-os para um metabolismo harmônico, presidindo-lhes as diversas funções sob uma regência ou comando emanados diretamente do Alto. À medida que o homem desenvolve os seus princípios espirituais superiores, seu chacra coronário se transforma num verdadeiro Sol rutilante de beleza inigualável, irradiando matizes de cores impossíveis de serem definidas pela retina física. A sua ação também é algo convergente à glândula pituitária ou hipófise, que é o único elemento de comunicação físico-psíquica com os planos superiores. Há certas criaturas em que o chacra frontal ainda se acha muito ligado à hipófise, e nelas o centro coronário se apresenta inclinado ou algo desviado, coincidindo e em relação direta com a glândula pineal ou epífise, cuja função psíquica, ainda ignorada pela ciência oficial, é de relevante importância na relação entre o Espírito e o corpo mental inferior. Nessas condições especiais, o chacra coronário permite a vidência astral, mas como sua ligação com a glândula pineal é um canal que serviu outrora ao ser mais animalizado, tal vidência se circunscreve às regiões inferiores, ou seja, a zona primitiva do mundo oculto, sendo, portanto, de pouco valor ou utilidade ao homem comum, dado que não lhe pode prestar qualquer benefício, em face de seu atual grau evolutivo. Poucos homens, excepcionais em sua evolução espiritual, graças ao desenvolvimento do seu chacra coronário, adquirem a capacidade de abandonar o corpo físico sem interromperem as atividades habituais da consciência, em vigília, podendo manter-se, ao mesmo tempo e cônscios de si, na fronteira do mundo angélico e do físico, num estado de percepção panorâmica, capaz de abranger os fenômenos de ambos os mundos ou planos. A Igreja Católica Romana costuma pintar seus santos, benfeitores ou líderes com uma auréola de luz dourada em torno da cabeça, comprovando a antiga tradição iniciática de que o chacra coronário é um potencial de beleza que aumenta na medida que progride o Espírito do homem, liberando energia psíquica no contato do Espírito imortal com o mundo físico.
Fontes bibliográficas: 1. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991. 2. Os chakras – Leadbeater, Charles W. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1990. 3. O duplo etérico – Powell, Major Arthur E. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1992. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
1
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
O PERISPÍRITO – 1ª parte: CORPO ASTRAL Através da escolástica hindu, sabe-se que o Universo é setenário, isto é, todas as manifestações mais importantes da Vida Cósmica são disciplinadas ou regidas por um padrão vibratório diretor, que é o número sete. Por essa razão, as filosofias e doutrinas espirituais da Terra, em sua essência, tratam da revelação cosmogônica pela ordem setenária, embora às vezes variem entre si nas suas denominações peculiares e especulações filosóficas, conforme a índole, o temperamento e as tradições de cada povo: CAMPO DE EVOLUÇÃO OU ESTADO DE CONSCIÊNCIA
5
4
3
PLANO ÁTMICO OU NIRVÂNICO
PLANO BÚDICO OU INTUICIONAL
PLANO MENTAL
VEÍCULO DE CONSCIÊNCIA
7
6
CORPO ÁTMICO
CORPO BÚDICO
Sem forma CORPO ou 5 MENTAL ABSTRATO ABSTRATO (RUPA)
FILOSOFIA YOGA
ESPÍRITO
PLANO ASTRAL
ETÉRICO 1
Espírito
MENTE ESPIRITUAL EGO ou ALMA
Intuição
Inteligência INTELECTO CORPO CAUSAL
Com forma CORPO MENTE ou 4 MENTAL INSTINTIVA CONCRETO CONCRETO (ARUPA)
2
TEOSOFIA
CORPO MENTAL
3
CORPO ASTRAL
CORPO ASTRAL
CORPO ASTRAL
2
DUPLO ETÉRICO
PRÂNA ou Força Vital
DUPLO ETÉRICO
PLANO FÍSICO DENSO
1
CORPO FÍSICO
CORPO FÍSICO
CORPO DENSO
BUDISMO ESOTÉRICO
HINDUISMO (Vedas)
ATMAN
ATMA (a vontade do Logos)
BUDDHI
ANANDA MAYAKOSHA (corpo ilusório de perene felicidade)
MANAS VIJNANA ARUPA MAYAKOSHA (mental sem (corpo ilusório forma) do espírito)
ESCOLAS ESOTÉRICAS
ÁTMICO
ESPIRITISMO
ESPÍRITO
CORPO CAUSAL BÚDICO
CORPO MENTAL ABSTRATO
MANAS MANAS RUPA CORPO MAYAKOSHA PERISPÍRITO (mental com MENTAL (corpo ilusório forma) COMPLEXO CONCRETO da mente) KAMAMANAS (desejoKAMA KAMA mente) CORPO MAYAKOSHA SHARIRA ASTRAL (corpo dos (corpo ilusório dos desejos) desejos) PRÂNA LINGA MAYAKOSHA SHARIRA (corpo ilusório (corpo vital ou onde circula a etérico) energia vital)
CORPO ETÉRICO ou VITAL CORPO FÍSICO
ANA STULO MAYAKOSHA SHARIRA (corpo ilusório (corpo denso) denso)
CORPO FÍSICO DENSO
CORPO FÍSICO
Por exemplo, a Filosofia Yoga se refere a sete divisões com relação ao homem, da seguinte forma: Espírito, Mente Espiritual, Intelecto, Mente Instintiva, Corpo Astral, Prâna ou Força Vital e Corpo Físico. No entanto, para melhor entendimento e facilidade de estudo, pode-se reduzir essa enunciação setenária, tão tradicional e familiar no Oriente, para uma concepção mínima de “quatro divisões”, assim esquematizada: “Espírito, Perispírito, Duplo-Etérico e Corpo Físico”. Deste modo, o perispírito, no estudo espiritista, é o veículo que abrange, no seu conjunto, a mente espiritual, o intelecto, a mente instintiva, o Prâna e o corpo astral da especificação Yoga. Esses corpos ou elementos intermediários da atividade espiritual, agrupados num só conjunto, constituem o perispírito que assim preenche os planos intermediários e serve de elo para que o Espírito entre em contato com a matéria. Dessa forma convencional, o perispírito é a ponte de ligação entre o reino espiritual e o mundo físico, sem necessidade de esmiuçá-lo com especificações e subdivisões que lhe destaquem o corpo mental, vital, espiritual ou astral, tão ao gosto dos orientais. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
2
Para os espíritas é suficiente enfeixar todas essas “subdivisões” e “veículos” intermediários, da filosofia Oriental, num só corpo: o perispírito. O corpo astral, por vezes confundido com o “duplo-etérico”, muito familiar dos esoteristas, teosofistas, rosacruzes e yogas, em verdade compõe o mesmo veículo que Allan Kardec generalizou sob o nome de “perispírito”.
1. ESPÍRITO x PERISPÍRITO O Espírito é a “chama”, a centelha ou o clarão etéreo, espécie de luz imaterial, que se justapõe ou se conjuga a um “invólucro”, o perispírito, no dizer de Kardec, a fim de lhe ser possível baixar e ajustar-se a um mundo planetário sob a configuração de um corpo físico ou humano.
“A vida do Espírito é a espiritual, que é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira, verdadeiro minuto na eternidade”. (Allan Kardec).
O Espírito, portanto, é a entidade imortal e sem forma humana, enquanto o perispírito é o seu invólucro, ou seja, o seu corpo fluídico, estruturado com fluidos mentais e astrais que o envolvem e lhe dão a configuração humana.
2. O CORPO ASTRAL O Corpo Astral, também chamado de “corpo dos desejos”, é um veículo ou expressão da consciência, de aparência bastante semelhante à do corpo físico correspondente, à visão astral ou clarividência; é o veículo pelo qual o homem expressa suas paixões, sentimentos, desejos e emoções, servindo de ponte ou intermediário, meio de transmissão, entre o cérebro físico e a mente.
A tradição ocultista ensina que o corpo astral, como um dos veículos que compõem o perispírito, é realmente o “corpo dos desejos”, no qual sedia-se o desejo do espírito e se conservam todos os resíduos produzidos pela emotividade e paixões vividas nos milênios findos. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
OS VEÍCULOS DA ALMA veículo de consciência
plano
finalidade
produto característico
superior corpo causal
para evoluir com
ideais pensamentos abstratos
inferior
corpo mental
para pensar com
idéias pensamentos concretos
PLANO ASTRAL
corpo astral
para sentir com
PLANO FÍSICO
corpo físico
para agir com
PLANO MENTAL
emoções desejos, sentimentos ações reações sensoriais
Através desse sutilíssimo corpo astral, constituído de toda a essência psíquica emotiva desde sua origem planetária, é que realmente se manifesta o desejo do espírito. Nessa contextura delicadíssima atuam, gritam e dominam todos os ecos e estímulos das paixões, desejos e vícios que hajam vibrado na alma através de suas encarnações físicas anteriores. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO ASTRAL • Atua como veículo de consciência e de ação totalmente independente no plano astral. • Torna possíveis ao ser as paixões, desejos e sentimentos de qualquer natureza. • Serve de intermediário entre o cérebro do corpo físico e o corpo mental. Dessa forma, o corpo astral atua como um transmissor de vibrações, tanto do corpo físico para o corpo mental, como do mental para o físico.
No ser humano, a inteligência normal do cérebro produz-se em virtude da união do desejo com a mente, o conhecido binário Kâma-Manas na terminologia hindu.
• Kâma: desejo, sentimento, paixões. • Manas: mente, interessando-se por coisas externas, objetivas. • Kâma-Manas: o Ser, o Eu pensante, a personalidade do homem (o Ego). No atual estágio da evolução humana, o corpo astral está intimamente ligado ao corpo mental concreto (“rupa” ou com forma), advindo daí o indissolúvel binário Kâma-Manas, o conhecido “perispírito” entre os espíritas. Entretanto, através do Yoga ou de práticas de outras escolas iniciáticas, é possível ao homem libertar-se desse binário, passando a atuar livre e conscientemente quer no veículo astral, quer no mental. O corpo físico não pode realizar as emoções e sentimentos da criatura, pois suas células não têm capacidade para sentir, limitando-se a colher e a transmitir aos veículos etérico (o duplo etérico) e astral (o corpo astral) as vibrações provenientes do mundo exterior. Quando essas respostas vibratórias atingem o corpo astral, são imediatamente transformadas nas mais diferentes sensações, sentimentos e emoções, como amor, ódio, prazer, dor, alegria, tristeza, etc. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
3. CORPO ASTRAL E PLANO ASTRAL O corpo astral é composto de matéria mais sutil que a física, a saber, a matéria astral, que compõe todo o plano astral da Criação Divina, e que antecede o plano físico. A matéria astral existe em sete graus de adensamento, ou ordens de contextura que, por falta de nomes específicos, recebem os mesmos nomes usados para a matéria físio-etérica: • Atômico • Sub-atômico • Super-etérico
nível de sensibilidade
• Etérico
e de freqüência
• Gasoso
vibratória diminuem
• Líquido • Sólido Tais graus ou subplanos evidentemente superpõem-se uns aos outros, dos mais grosseiros aos mais sutis. Como a matéria astral é muito rarefeita, ela interpenetra a matéria física.
Todo átomo físico flutua em um mar de matéria astral que o envolve e o interpenetra.
Dessa forma, um ser que vive no mundo astral pode ocupar o mesmo espaço ocupado por um ser vivente no mundo físico, totalmente inconscientes um da presença do outro, pois estão em planos de diferentes dimensões. O plano astral e os outros diferentes planos da natureza, embora possam ser interpenetrados, não se acham separados em espaço, isolados uns dos outros, mas sim sobrepostos em diferentes estados vibratórios, em outros estados de consciência. É uma condição da natureza, não uma localidade própria. Caso se pudesse, hipoteticamente, produzir fenômenos com um objeto tridimensional em um mundo bidimensional, ocorreriam os mais estranhos fatos ou evidências. Nessa condição, uma humanidade que só conhecesse o comprimento e a largura verificaria, com surpresa, o aparecimento e o desaparecimento de vários objetos através da terceira dimensão, a altura. No mundo astral, tal fenômeno se verifica através da quarta dimensão, pois o plano astral é quadridimensional, assim como o mental tem cinco dimensões e o plano búdico ou intuicional tem seis. Se existem sete dimensões, então não há seres de três ou de quatro dimensões; a diferença aparente está no limitado poder de percepção e não em alguma mudança nos objetos ou seres percebidos. O plano astral ainda pode ser subdividido em sete subplanos ou faixas vibratórias seletivas, com variações graduais de freqüência característica, que vão desde uma faixa ou zona vibratória luminosa até uma faixa ou região trevosa, representadas didaticamente na figura da próxima página, na forma de esferas concêntricas associadas ao planeta Terra. Há, portanto, uma seletividade de freqüências nos subplanos vibratórios do plano astral, sendo os mais densos constituídos de matéria astralina com estados de agregação igualmente mais densos, como sólidos, líquidos e gases astrais, e os mais sutis formados por matéria astral mais quintessenciada, nos estados etérico, super-etérico, sub-atômico e atômico. Essa característica confere aos habitantes do plano astral do planeta, situados vibratoriamente em subplanos distintos e com faixas de freqüência muito diferenciados, coexistência sobreposta, uma vez que um não toma conhecimento do outro no astral, devido à diferença dos próprios estados vibratórios. É assim que um desencarnado, vivendo em região luminosa do astral superior da Terra, não tem acesso ou percepção, por meio dos seus sentidos perispirituais, de um outro desencarnado que vive em região trevosa do astral inferior. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
5
As zonas luminosas ou do astral superior estão referidas como “supracrostais” enquanto as trevosas, umbralinas ou do astral inferior estão indicadas como “subcrostais”.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
A matéria astral é composta de átomos de viva luminescência, em constante movimento, podendo ser moldada ou plasmada a cada emissão de pensamento, e tomará uma forma efêmera enquanto durar a ação do pensador. Assim como as formas-pensamento, os sentimentos imprimem na matéria astral uma determinada cor, cujo brilho varia de acordo com a intensidade do sentimento ou emoção: PRINCÍPIOS QUE REGEM A PRODUÇÃO DAS FORMAS DOS PENSAMENTOS-EMOÇÕES aspecto
determinado pela
• COR
• qualidade do pensamento ou emoção
• FORMA
• natureza do pensamento ou emoção
• NITIDEZ DA FORMA
• precisão do pensamento ou emoção
• DURAÇÃO DA FORMA
• tempo, intensidade e precisão do pensamento ou emoção
O perispírito é o veículo mais avançado da alma para o ser encarnado, cujo grande potencial de energias não apenas sobrevive à destruição do corpo carnal, como ainda se revigora continuamente, a fim de servir às futuras encarnações. Ele é o instrumento para que o espírito possa descer novamente à Terra e aqui viver tanto tempo quanto seja o da resistência do seu corpo físico. Durante as inúmeras existências reencarnatórias, ele vai colhendo experiências através da dor, do sofrimento e das vicissitudes humanas. Após a desencarnação, ele se torna o precioso instrumento de que a alma se utiliza nos planos sutis do astral, pondo-se em relação direta com todas as energias originárias do próprio meio. À medida que o perispírito se torna mais sensível, devido ao sofrimento que lhe favorece contínuas expurgações da escória agregada durante as vidas materiais, também a sua alma consegue maior expansão na vida espiritual e favorecimento para um intercâmbio de realizações felizes. Só depois de desencarnado é que o homem compreende a ilusória realidade da existência carnal, ao compará-la com a vida de sensações maravilhosas e positivas que ele pode gozar depois de sua morte física, graças à cooperação do perispírito sobrevivente, preexistente à encarnação que se finda.
Diversamente do duplo etérico, que se extingue ao término de cada encarnação na matéria, o perispírito é, portanto, um veículo autônomo de consciência do espírito, sobrevivendo à morte do corpo físico e do duplo etérico, podendo ainda servir de veículo independente de consciência nas seguintes situações: . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
7
SITUAÇÕES EM QUE O CORPO ASTRAL SERVE DE VEÍCULO INDEPENDENTE DE CONSCIÊNCIA • durante o sono, em sonho, ou em transe, o corpo astral pode se separar do físico e atuar livremente no plano astral. • durante o período de vigília, com o cérebro e os sentidos físicos despertos, a ação da consciência no veículo astral pode se processar, mediante prévio desenvolvimento dos chacras. • consciente e deliberadamente, a qualquer momento que se queira, pode-se abandonar o veículo físico denso e atuar livremente no astral, com passagem de um plano para outro feito em absoluta continuidade de consciência, mediante exercícios de Yoga ou de práticas iniciáticas. • após a morte do corpo físico, o Ego se retira para o plano astral em corpo astral, e terá nesse plano existência de duração variável, dependendo da evolução espiritual de cada um.
4. CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO Na época da codificação espírita, o conceito generalizado dos seus adeptos era de que a morte do corpo carnal compacto deixava o espírito desencarnado tão somente atuando no campo mental, alegando que o espírito, depois da morte física, é pensamento. Em conseqüência, após a desencarnação, todos os fenômenos próprios do mundo físico não passariam de ilusões, que poderiam ser eliminadas nas doutrinações de espíritos sofredores, por exemplo; deste modo, a maior preocupação dos doutrinadores resumia-se em eliminar da mente dos comunicantes as “miragens” obstrutivas ou reminiscências da vida material. No entanto, com o advento de obras mediúnicas psicografadas posteriormente por bons médiuns, comprovou-se que o perispírito não é apenas um corpo tão simples como se supunha nas primeiras revelações espíritas. Trata-se de um equipo complexo, sobrevivente, que, além de sua capacidade mental, também se constitui do veículo astral, conhecido desde os vedas como o “corpo dos desejos”, e transmissor dos sentimentos e outros fenômenos do Espírito imortal. Em conseqüência, o simples desvestimento do corpo carnal não extingue vícios, desejos e velhos hábitos estratificados no mundo físico, assim como os fenômenos “post mortem” de sofrimento, lesões, fadiga, fome e sede não são frutos do pensamento indisciplinado no Além, mas cruciante realidade, atuando com mais intensidade no espírito desencarnado, cuja morte apenas o transfere para outra moradia, sem lhe violentar o campo de idéias e emoções cultuadas no mundo material. Há os religiosos dogmáticos que consideram os desencarnados no plano astral como bandos de almas penadas, sofrendo o castigo das chamas do inferno, ou então como felizes borboletas em eterno vôo sem pouso, no seio das nuvens amigas, ou presas no céu a contemplar a “face de Deus...”, há os que crêem que os mortos detestam qualquer parente, afeto ou coisa que tenha ficado no mundo terreno do pecado e que, por isso, não abandonam o céu para visitá-los. Outros já os consideram como prolongamentos vivos de seus ideais e responsabilidades, vivendo em ambiente sensato e sem hiatos violentos, possuindo corpos adequados às relações com o meio astral, porém temem-nos como espantalhos ou figuras doentias e caricatas de um mundo melancólico! Muitas pessoas ainda imaginam, erroneamente, o perispírito de um desencarnado como um corpo constituído de bloco de fumaça, ou então igual a uma espécie de massa vaporosa e informe, um corpo constituído de éter flutuante, que esvoaça à vontade do espírito, vagueando daqui para ali, sem qualquer organização ou função que lembre o corpo físico. Muitos consideram que o perispírito tudo vê, ouve e sente, como se um floco de nuvem tivesse inteligência e vida própria! Na verdade, um espírito desencarnado vivendo no plano astral tem para si uma percepção de vida muitíssimo mais viva do que se estivesse no corpo físico! . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
8
Isso ocorre porque ele atua no plano astral, um campo vibratório excessivamente mais dinâmico e fenomenicamente mais elástico do que é o plano letárgico e pesado da matéria, a ponto de considerar ter deixado na sepultura terráquea um pesado escafandro de carne ao qual estava algemado.
Para o desencarnado existindo no plano astral, o seu espírito é tão material como o corpo físico o é para o encarnado no mundo da matéria, e isso lhe é perfeitamente perceptível pelo sentido do tato.
Se o perispírito fosse uma dessas supostas configurações esvoaçantes etéricas, o desencarnado não poderia, por exemplo, apoiar a sua mão em sua cintura, pois seria de crer que essa mão afundasse no seio da imaginada massa gasosa de que deveria ser constituído, o que, em verdade, não ocorre. Servindo-se de seu perispírito, um desencarnado move-se tão logicamente no meio astral quanto o espírito encarnado se movimenta com naturalidade no mundo material, porque em ambos os casos cada corpo é feito da mesma substância que constitui o meio onde atua. Se um homem fosse feito de fumaça não poderia sentar-se numa cadeira de madeira; no entanto, sob a lei comum da reação igual entre as substâncias iguais, ele sentar-se-ia facilmente em outra cadeira que fosse construída de fumaça. Portanto, desde que o solo, as coisas, os seres e tudo o que constitui o mundo astralino são feitos da mesma substância, a vida de relações de um espírito desencarnado também decorre tão logicamente como decorre a vida na Terra, apenas com uma diferença: a vida astral é muito mais intensa e dinâmica do que a terrena. Isso ocorre porque os desencarnados atuam na matéria astralina quintessenciada que, além de mais rica na reprodução vibratória de suas emoções, ainda lhes oferece elevado padrão de beleza, dotada da pitoresca propriedade de uma encantadora luminosidade interior.
O espírito desencarnado move-se num ambiente de matéria astralina sutil do mesmo modo como o homem carnal se move dentro do cenário pesado do mundo terreno.
O homem, por ser portador de um corpo material, toca, apalpa ou manuseia perfeitamente a sua veste, o seu sapato ou o seu alimento, que são feitos de substâncias materiais. Do mesmo modo, mas sob outra modalidade vibratória, o espírito desencarnado, com o seu corpo feito de substância astral, pode sentar-se numa cadeira astral, vestir roupa astral ou ingerir sucos de frutas astrais. Depois de desencarnado, o homem atua pelo perispírito, que é o seu verdadeiro organismo, que tanto preexiste ao nascimento como sobrevive após a morte do corpo físico. Como esse delicado instrumento de relação com o ambiente astral é mais sensível às percepções do espírito, o desencarnado passa a gozar de maior sensibilidade psíquica. Visto que a chama espiritual (o “espírito”) é na realidade o centro da consciência individual do homem no seio do Todo, o seu corpo físico e o seu perispírito significam tão somente os seus respectivos veículos de atuação nos planos material e astral. Desses dois veículos, o mais valioso e importante para a estrutura espiritual do ser é, sem dúvida, o perispírito, porque, além de ser um organismo definitivo, é o que se liga mais intimamente à sua consciência imortal. Enquanto o corpo de carne é um organismo pesado e denso, que atende dificultosamente às intenções e necessidades do espírito reencarnado, o perispírito, devido à sua contextura sutilíssima e quintessenciada, é maravilhoso instrumento de ação no seio das energias vivíssimas do mundo astral. A sua leveza e dinâmica permitem atender, de imediato, à mais insignificante vontade do espírito desencarnado. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
9
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
O corpo físico, para o espírito encarnado, é como um escafandro a oprimir os movimentos do mergulhador no fundo do mar, restringindo-lhe os sentidos físicos no ambiente modificado pela água! Assim que o mergulhador despe o seu escafandro à superfície da água, logo se reintegra na posse de todos os seus movimentos naturais e passa a gozar da paisagem colorida e iluminada pelo Sol, que constitui o panorama da vida ao ar livre. Essa falsa idéia a respeito da verdadeira constituição do corpo perispiritual tem por base as deformações apresentadas nos trabalhos mediúnicos de materialização em que, muitas vezes, as figuras dos desencarnados parecem instáveis e sem continuidade, movendo-se no seio de massas gasosas, como se realmente fossem nuvens de algodão, com movimentos espasmódicos e deformantes. Outras vezes, durante a produção desses fenômenos de materialização, os espíritos desencarnados aparecem semelhantes a máscaras carnavalescas, cujos olhos, bocas e nariz horrendos não só assustam os neófitos, como ainda impressionam mal muitos freqüentadores habituais de sessões de fenômenos físicos, que então julgam-nos egressos de um mundo mórbido e lúgubre, no qual é provável que só vivam se compondo e se desfazendo incessantemente no seio da fumaça leitosa do astral. Porém, tudo isso é conseqüência das dificuldades no trabalho de efeitos físicos, devidas aos tipos de ectoplasma de certos médiuns. Em muitos deles, a fluidificação é rude e primária, produzida em centros orgânicos demasiadamente instintivos, sem a sutilização vibratória suficiente para configurar todas as minúcias e contornos da verdadeira configuração perispiritual. No entanto, a verdadeira aparência do desencarnado no astral é outra: os espíritos, quanto mais evoluídos são, mais belos e rejuvenescidos em seu aspecto humano se tornam; os seus modos são agradáveis, com certa graça e beleza que só pode ser comparada à delicadeza dos movimentos dos pássaros!
O espírito desencarnado, no plano astral, não é nenhum fantasma compungido ou consagrado pelas lendas fantásticas do passado, ou um produto virtual da imaginação dos médiuns.
5. FISIOLOGIA NO CORPO ASTRAL Ainda são raras as criaturas que se apercebem da complexidade de todos os órgãos e atividades do perispírito, que tanto preexiste ao nascimento físico como sobrevive após a morte carnal. Bem ao contrário de uma massa gasosa, uma simples fumaça astral, simulando mórbida caricatura, o perispírito possui órgãos, semelhantes e bem mais complexos do que os existentes no corpo grosseiro de carne, tais como coração, pulmões e fígado astrais, dotados de fisiologia sofisticada, e apresentam considerável semelhança com a configuração carnal.
Os órgãos do corpo físico são apenas cópias resumidas dos modelos ou das matrizes orgânicas esculpidas na substância etéreo-astral do perispírito e que há muitos milênios constituem a sua exata fisiologia. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
10
Enquanto o corpo de carne é temporário, feito para o homem viver na Terra por 60 a 80 anos em média, o corpo sobrevivente à morte física, o perispírito, é muito mais complexo e de maior valor do que aquele, sendo organização definitiva, cuja vida não pode ser medida pelo calendário humano.
A constituição do perispírito remonta há alguns milhões de anos terrenos, durante os quais ele veio se plasmando através de todos os reinos da natureza, no seio de todas as espécies inferiores.
Durante esse prolongado mas progressivo desenvolvimento, nele se acumularam as energias fundamentais, plasmaram-se os órgãos e os sistemas etéreo-astrais, até alcançar o progresso e a sensibilidade suficientes para servir como o mais valioso veículo intermediário entre o mundo invisível dos espíritos e o mundo físico dos encarnados. O perispírito é um organismo cuja fisiologia etéreo-astral é muito mais complexa e avançada do que a do corpo físico. Embora funcione num plano vibratório imponderável aos sentidos físicos, ele é o “molde preexistente” ou a matriz original do corpo físico, possuindo as contrapartes astrais de todos os órgãos carnais. Essas contrapartes astrais do perispírito, pouco a pouco, também se atrofiam pelo desuso, devido ao progresso espiritual da alma, que então se ajusta a planos cada vez mais sutis.
O perispírito, mesmo desligado do corpo físico e apesar de liberto das exigências da vida material, apresenta ainda uma fisionomia etéreo-astral que lembra o velho casulo de carne.
O perispírito de um desencarnado que se materialize em trabalho de fenômenos físicos, permite que se lhe ausculte o coração, que bate de modo perceptível, podendo até mesmo escutar-lhe a débil respiração, própria do ser vivo no plano físico, para a surpresa de muitos, comprovando nos desencarnados uma fisiologia semelhante à do organismo carnal. Não há discrepância ou anormalidade no fato de os encarnados apalparem ou ouvirem as pulsações dos órgãos de espíritos materializados, pois o seu invólucro perispiritual é anatômica e fisiologicamente idêntico às suas contrapartes do organismo físico. A diferença consiste em que esses órgãos palpitam noutra freqüência vibratória mais sutil e cumprem a função adequada ao plano em que se manifestam (o plano astral). Convém destacar a grande importância e preponderância do perispírito sobre o corpo físico, pois ele é a matriz, o molde, ou seja, a origem exata da organização de carne e o “detonador” de todos os demais fenômenos corporais projetados pela mente humana. Todos os seres vivos, inclusive os vegetais, são dotados de um duplo etérico que lhes configura a forma e também traça os limites do seu crescimento e expansividade. Assim como o homem é portador de um perispírito que lhe dá forma humana e o mantém equilibradamente no meio onde habita, as espécies vegetais também possuem um corpo etérico provisório, nutrido pelo Prâna ou vitalidade, o qual se desata da semente e se expande até um limite peculiar. Se o homem não fosse um perispírito limitado na sua configuração humana, é obvio que ele cresceria indeterminadamente em todos os sentidos, durante a sua existência física, tornando-se a humanidade terrena um conjunto de gigantes em relação à sua estatura tradicional atualmente conhecida. Em breve, sob essa hipótese, o orbe terráqueo estaria saturado e superpovoado por tais gigantes, ainda coberto por uma vegetação em incessante crescimento. No entanto, graças ao perispírito, que funciona à guisa de um “cartucho” ou “molde” invisível, a impedir o crescimento anormal do homem e do animal, e ao duplo-etérico que contém os vegetais, a Terra ainda é um planeta suficiente para ser povoado e cultivado por incontáveis milênios. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
11
O perispírito, situado no mundo oculto, modela, disciplina e sustém o corpo físico.
Em suas funções transcendentais, ele também possui órgãos astrais como o coração, fígado, baço, rins, pâncreas, estômago e intestinos, de substância idêntica à do meio astral e alguns novos projetos de acessórios orgânicos que servirão ao homem do futuro! O perispírito é um organismo definitivo, hipersensível, consideravelmente mais aperfeiçoado do que o corpo físico transitório; é, enfim, o molde original, a matriz ou “contraparte” astralina, que tanto preexiste no nascimento físico, como sobrevive à morte do corpo de carne. Todas as emoções de sentimentos deprimentes da alma repercutem na contextura sutilíssima do perispírito, dando lugar a afecções mórbidas no mesmo, as quais, por sua vez, repercutem e afetam o corpo carnal, que, na realidade, é o seu fiel prolongamento ou reprodução materializada. A mínima infecção ocorrida no fígado carnal do homem basta para também mudar a cor, a densidade, a temperatura, a luminosidade, o magnetismo, o odor ou o tipo de éter físico circulante no fígado matriz, ou seja, da contraparte “hepática astral” existente no perispírito. Os sinais cromosóficos, as alterações magnéticas, a transparência ou a luminosidade que o fígado perispiritual apresente à visão dos espíritos desencarnados e aos clarividentes terrenos servem para indicar-lhes a natureza e a gravidade da doença que grassa no fígado do corpo carnal. Assim como o duplo etérico, o corpo astral também é dotado de centros de forças ou chacras, sendo sete os principais, verdadeiros vórtices de quatro dimensões, que se estendem em direções muito diferentes das do corpo etérico; não são de forma alguma limítrofes com aqueles, ainda que alguma porção sempre coincida.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
12
Qualquer alteração na saúde física, por menor que seja, perturba o bom funcionamento dos chacras, ou centros de forças etéricos, situados no duplo etérico, que é o intermediário entre o corpo físico e o perispírito. Dessa conexão resulta que toda e qualquer emoção deprimente, dinamizada pela consciência do homem, gera os seus efeitos tóxicos que se manifestam e evidenciam tanto no perispírito como no organismo carnal.
Quando os espíritos desencarnados examinam diretamente o perispírito dos encarnados, eles podem avaliar o tom vital e a resistência dos órgãos físicos do homem segundo seja o diâmetro, a transparência, o colorido e a dinâmica dos chacras, que, embora situados no duplo etérico, ficam à altura dos principais plexos nervosos. Através desses chacras fluem do organismo carnal para o perispírito os diversos tipos de energias sutilíssimas, casadas ao éter físico, aos elementos magnéticos procedentes do Sol (energia cósmica e prâna, ou energia vital), ou emanados da Terra (energia telúrica ou kundalini), e também dos fluidos provindos da aura astral dos orbes mais próximos (energias cósmicas planetárias). Em sentido inverso, o perispírito se utiliza desses mesmos centros de forças do duplo etérico para também alimentar o corpo físico com as energias espirituais superiores, que convergem pelo centro ou chacra coronário, a fim de sublimá-lo na sua espécie humana. Essa ligação íntima das energias do mundo angélico, em descenso para o homem encarnado, efetua-se principalmente pelo centro etérico ou chacra coronário, situado no alto da cabeça, que é por excelência o órgão de relação com o mundo espiritual superior, ou centro de “união divina”, supremo comandante dos demais chacras.
6. NUTRIÇÃO DO PERISPÍRITO O fato de se dizer que o perispírito possui órgãos semelhantes aos do corpo físico não implica em afirmar que o seu metabolismo é perfeitamente idêntico ao do corpo carnal. Esses órgãos atuam no perispírito em funções algo semelhantes às dos órgãos da matéria, mas não iguais, pois a nutrição do perispírito é outra, e bem diferente, de acordo com o mundo astral que passa a habitar, sendo inconcebível que continuasse a ingerir substâncias idênticas às fornecidas na Terra. A nutrição perispiritual se exerce mais pelo fenômeno da osmose magnética, por absorção e eliminação do magnetismo do meio ambiente astralino. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
13
No entanto, conforme o grau de materialidade do espírito recém-chegado da Terra, ele exige recursos afins e grosseiros para atender ao seu metabolismo astral, ainda fortemente condicionado às funções também grosseiras do corpo físico. Durante a absorção prânica, a energia magnética do astral, processam-se no metabolismo do perispírito transformações químicas de natureza transcendental muito mais acentuadas do que as que se registram para a alimentação e sustento do corpo de carne. Os resíduos das substâncias astrais consumidas pelo perispírito também precisam ser expelidos para o exterior, dissolvendo-se no meio ambiente astral através de um processo denominado “emanações residuais”. Os espíritos mais elevados se ajustam a essa alimentação magnética, e só quando descem para as regiões do astral inferior é que se servem de sucos etéricos de frutas, ou mesmo de caldos de substâncias de essências etéricas reconfortantes. À medida que o espírito vai ascencionando para esferas mais distanciadas da matéria, os órgãos do perispírito vão se atrofiando pelo desuso, mas enquanto ele ainda necessita de encarnações nos mundos físicos, é obvio que precisa manter em atividade os órgãos do seu perispírito, que são as contrapartes etéricas exatas dos mesmos órgãos físicos. Quando se trata, porém, de espíritos de certa elevação, que já se habituaram com a nutrição prânica astral e estão entrosados na vida sutilíssima do plano mental, o seu perispírito vai se tornando obsoleto, e então se encaminham para o fenômeno da “segunda morte”, no plano astral, porque tais espíritos não só já se imunizaram contra as emoções humanas alimentadas pelos fluidos astrais do “mundo dos desejos”, como também estão, em definitivo, dispensados dos renascimentos na carne. Passam, então, para o plano mental concreto, que lhes é imediato, onde o espírito vive instintivamente tudo aquilo que criou e pensou.
As matrizes originais do perispírito modelam os órgãos do corpo físico em cada nova encarnação, mas futuramente eles se atrofiam pelo desuso no ambiente astralino.
Só então a alimentação do espírito será exclusivamente mental e ele poderá dispensar o perispírito e poupar os cuidados para mantê-lo ativo, a fim de servir às futuras reencarnações. Alcançando, então, tal progresso, e habitando definitivamente um plano tão sutil, o espírito poderá dispensar o uso de fígado, estômago, intestino, rins, dentes astrais e uma infinidade de cuidados como os que os encarnados precisam ter com seus corpos carnais.
O homem deve buscar ter muito equilíbrio psicofísico, porque se materializa na Crosta em perfeita conformidade com o produto de suas criações mentais e espirituais, passando a possuir um organismo físico de acordo com o zelo e cuidado dispensados ao seu molde perispiritual; por isso, deve sempre se manter regrado, zelando pelas energias do perispírito.
7. O CÉREBRO DO CORPO ASTRAL Entre o espírito e o corpo físico, portanto, interpõe-se o perispírito, que é o verdadeiro veículo ou elo das relações boas ou más que o homem estabelece com o mundo invisível. O domínio do corpo físico não se exerce por uma ação energética, produto exclusivo da matéria, nem ele é uma entidade estranha, controlada por processo especial e isolado do pensamento humano; a carne materializa em sua configuração todos os atributos e conquistas milenárias não dela, mas do perispírito, que é o sobrevivente absoluto de todas as transformações físicas. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
14
O perispírito é um conjunto de natureza vital poderosíssima e de intensa atividade no seu plano eletivo do mundo astral, sendo organização levíssima e de tão assombrosa plasticidade, que reage imediatamente à mais sutil cogitação mental do espírito, por cujo motivo é extraordinariamente influenciável pela natureza dos pensamentos bons ou maus das entidades desencarnadas. Durante a encarnação, o perispírito “desce” vibratoriamente, a fim de aglutinar a matéria carnal do mundo físico, mas sempre o faz com sua poderosa influência magnética e com o seu psiquismo elaborado nos milênios findos; a seguir, submete-se às leis da vida física e sofre a ação das tendências hereditárias do corpo de carne, malgrado os seus princípios milenários. O organismo físico, apesar dos seus ascendentes biológicos, que parecem dar-lhe uma autonomia toda especial e um valor exclusivo em sua linhagem hereditária carnal, é apenas o revelador objetivo da alma à luz do ambiente do mundo material. No período de gestação do corpo carnal, o perispírito recapitula rapidamente todas as lições vividas na escalonada animal, e que lhe foram proporcionadas nos vários contatos anteriores com o mundo material, para, em seguida, servindo-se da nova oportunidade da vida física, poder ampliar e consolidar as suas próprias realizações anteriores. O comando do espírito sobre a carne não se faz diretamente pelo cérebro físico, mas sim através do cérebro do perispírito, que é a sua matriz etéreo-astral, o maravilhoso aparelhamento que se assemelha a poderosa e divina usina a serviço da vida superior. O cérebro do perispírito é o valioso órgão responsável pelo pensamento humano, desempenhando as admiráveis funções de transmissor da vontade e da inteligência da alma, como um produtor de onda, luzes e energia de todos os matizes, fazendo cintilar as suas altíssimas emissões desde o encéfalo até as forças e os elementos que se agrupam na região dos lobos frontais, que será o campo avançado das atividades do homem do futuro. O corpo físico, embora servindo de escafandro ou de muralha de carne protetora do espírito, é no mundo exterior o agente e o reagente dos fenômenos provindos das relações do espírito com o meio ambiente. E o seu verdadeiro domínio, obviamente, se processa no seu mundo interno e através do controle delicadíssimo do perispírito. O verdadeiro controle do organismo de carne, portanto, é processado por via interna, através do perispírito, isto é, exatamente onde tanto podem atuar os espíritos benfeitores como os malfeitores, isso dependendo, sem dúvida, da natureza elevada ou inferior das simpatias psíquicas de cada um. O cérebro do perispírito, embora estruturado com substância sutil, também se apresenta com os dois hemisférios característicos e sulcados pelas circunvoluções tradicionais configuradas pelos lobos, convenientemente separados entre as cissuras da massa encefálica. Mesmo o seu mecanismo orgânico, no plano “etéreo-astral”, guarda grande identidade com a própria função dos centros motores, descrita nos compêndios humanos, no tocante ao cérebro físico. Mas a supremacia excepcional do cérebro do perispírito consiste em que, à semelhança de complexo aparelhamento elétrico, jamais conhecido pelos olhos humanos, ela se transforma em verdadeira usina de força radiante, controlando as mais complexas operações exercidas pelo espírito e emitindo sinais luminosos, que variam tanto de zona para zona, como de lobo para lobo. São bem grandes as diferenças de potencial radiante das criaturas humanas: enquanto as almas mentalmente evoluídas emitem fulgurações luminosas nos lobos frontais, as desprovidas do conhecimento espiritual se tingem de sombras em torno da importante região frontal. Através de seu cérebro maravilhoso, talhado na substância astral e muito mais complexo e eficiente do que a sua cópia física, o espírito dirige e controla o seu perispírito, harmonizando o seu funcionamento de acordo com a qualidade dos seus pensamentos. Quando estes são elevados, realçam a luminosidade dos centros criadores mentais, mas quando de desregramento ou irritação, submergem a fronte diáfana na fuligem sombria das energias animalizadas. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
15
O cérebro do perispírito lembra, também, o automatismo do cérebro físico no seu comando de todas as operações instintivas, que se subordinam às atividades do subconsciente e são produtos de esforço milenário da evolução do homem.
O corpo físico é o “efeito” e não a “causa” da vida psíquica!
Em rude exemplo, pode-se compara-lo a um encorpado “mata-borrão”, capaz de absorver todas as substâncias exaladas pelo psiquismo do espírito encarnado. Do mesmo modo, a natureza das manifestações do corpo carnal depende fundamentalmente das funções do perispírito, pois este é realmente o verdadeiro molde ou o plasmador da configuração do organismo físico. Em verdade, o perispírito suporta simultaneamente a carga da vida humana em dois planos diferentes: o físico e o astral, embora ambos estejam profundamente interpenetrados, tanto em sua origem como na produção de seus fenômenos. É veículo preexistente ao nascimento e que, pelo fato de sobreviver à morte do corpo físico, é dotado de um energismo e produção vital muito intensos, que se disciplinam sob o seu inteligente automatismo milenário.
O perispírito é o equipo mais completo e valioso do ser humano, significando a sua veste indestrutível e o seu arquivo inalterável, onde se conserva toda a memória da alma, acumulada no pretérito!
As células nervosas do corpo físico, além de suas propriedades e manifestações objetivas, são núcleos sobrecarregados de eletricidade inteligentemente armazenada pelo perispírito. Os neurônios não servem unicamente para atender o curso das sensações exteriores, mas são também responsáveis pelas mensagens que os neurônios perispirituais lhes transmitem, como fruto das impressões internas enviadas pela consciência do espírito. Se são complexos os elementos físicos classificados pela ciência, e que no cérebro carnal funcionam à semelhança de interruptores, fusíveis, condutores, condensadores e osciladores constituídos pelos “plexo”, agrupamentos de gânglios nervosos e filamentos neurocerebrais na área do sistema nervosos, muito mais importantes e complexos são eles quando se referem ao cérebro do perispírito. Este significa admirável estação radiofônica, submissa ao serviço da mente, e ativada por indestrutível potencial de energia, ondas e emissões da mais alta freqüência vibratória, o que presentemente ainda é inacessível mesmo à mais avançada instrumentação científica. É central elétrica, funcionando entre o plano invisível e o material, atendendo às mensagens que são captadas no campo da vida física, e expedindo as sugestões provindas do mundo interior do espírito.
8. O AUTOMATISMO DO PERISPÍRITO O perispírito é possuidor de um automatismo permanente, conseqüente da onda de vida que flui por ele e o alimenta, automatismo esse que teve o seu impulso inicial há muitos milênios. Devido a esse poderoso impulso, que não só sustém coeso o perispírito como torna sensível a sua memória etérica, e alicerçada a consciência individual do espírito, não é possível que se destrua essa delicada e importante organização. Mesmo que muitas almas se desesperem a ponto de pretenderem extinguir-se definitivamente como entidades conscientes, isto lhes é impossível, em face de jamais poderem neutralizar a onda vital que se formou alhures, na maré da vida planetária. O perispírito é um organismo tão sábio, que é capaz de corrigir quase todos os descuidos do espírito e obedecer docilmente às leis imutáveis que lhe regulam o intercâmbio entre o mundo espiritual e o material. Esse automatismo, tão sábio e eficiente, se transfere para o corpo físico em cada encarnação do espírito, a fim de que possam ser controlados os fenômenos que podem dispensar a consciência. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
16
Sob a ação do automatismo milenário do perispírito, o homem não precisa pensar para dormir ou andar, nem precisa cogitar de promover a assimilação nutritiva e a produção de sucos ou hormônios, dispensando também o controle pessoal dos fenômenos excretivos de toxinas, suores e substâncias perigosas à integridade física. Graças a essa inteligente direção e capacidade de controle automático e milenário do perispírito, o corpo físico do homem realiza centenas de funções, sem que seja preciso intervir no fenômeno, e todos os dispêndios e recuperações de energias se efetuam sob elogiável disciplina e se destinam ao mais breve progresso e aperfeiçoamento do espírito. A prova da existência desse automatismo sábio do perispírito se revela, por exemplo, durante o seu afastamento no processo de anestesia, quando cai a temperatura do corpo físico e diminuem as suas funções orgânicas. As energias próprias do perispírito, que lhe sustém esse automatismo característico, se ativam mais durante o verão, quando o magnetismo perispiritual se torna mais ativo, e então as unhas, os cabelos e os pelos crescem mais rapidamente do que no inverno. O conhecimento avançado dessa maravilhosa organização, que é o perispírito, do qual a maioria dos homens ainda ignora o alto valor, permitirá solucionar muitos de seus problemas como paralisias, epilepsias, doenças desconhecidas e distúrbios nervosos. Isso porque ele é realmente o principal organismo onde está sediada a onda de vida que flui pela constelação solar, e depois através dos planetas e da Terra, para então se infiltrar pelos reinos mais inferiores, nutrindo o vegetal, o animal e o hominal.
9. A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO MATERIAL SOBRE O PERISPÍRITO O perispírito sofre em sua contextura até mesmo a influência da alimentação material do próprio corpo físico. Os carnívoros, por exemplo, são mais letárgicos em sua sensibilidade psíquica porque as fortes emanações de uréia e de albumina, que exsudam das vísceras animais durante a digestão, costumam obscurecer o delicado tecido etéreo-astral. O vegetarianismo contribui para higienizar a estrutura do perispírito, livrando-o dos fluidos viscosos da aura do animal sacrificado, cuja carne se decompõe no estômago humano; recorda o fato de que “as lentes dos óculos se conservam límpidas quando não sofrem os efeitos da gordura exsudada pelo calor do rosto”.
10. PERISPÍRITO E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL Todas as coisas e seres possuem o seu duplo etérico, estruturado do próprio éter físico exalado da Terra, que os relaciona com o mundo invisível e com as forças do atavismo animal. Entretanto, nem todos os animais são portadores de um perispírito, pois este é um veículo mais avançado porque incorpora em si o corpo astral dos “desejos” e o corpo mental do “pensamento rudimentar”. Os animais primitivos, sem capacidade cerebral para distinguir as reações emocionais, quando morrem, o que lhes sobrevive é um duplo etérico compacto, pois suas “ações” estão subordinadas ao instinto ou ação do espírito-grupo, sem qualquer resquício de consciência individualizada. Está nesta categoria, por exemplo, o peixe, cuja vida, circunscrita aos movimentos instintivos do cardume, faz com que seja sempre igual a outro peixe quanto ao modo de sentir. No entanto, as espécies mais evoluídas como o cão, o gato, o macaco, o elefante, o cavalo e o boi, já possuem um perispírito rudimentar, porque, além do duplo etérico, já possuem um corpo astral que, embora rude, já está em condições de lhes facultar a manifestação de certos desejos e emoções que demonstram vislumbres de sentimento. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
17
Enquanto são mais inferiores os corpos etéricos do peixe, dos pássaros e de certos animais de menor importância, que não passam de apêndices do “espírito-grupo” que os comanda instintivamente, o duplo etérico do cão, do cavalo ou do gato são portadores de certa dose de consciência à parte, e já se emancipam da consciência instintiva global do Espírito diretor da espécie e, conseqüentemente, da generalidade do seu corpo etérico.
Os animais que já possuem certa sensibilidade mental de discernimento, depois que morrem, o seu “espírito” embrionário é encaminhado para outros planetas, onde se lhes oferecem condições de vida num ambiente compatível com a sua consciência em formação; assim, pouco a pouco, eles adquirem a sua independência individual e se desprendem do espírito-grupo da sua espécie. Essas espécies de animais citadas são as que, na atualidade, mais se afastam do comando espírito-grupo, pois já denunciam emoções e reações diferentes no ambiente de sua própria raça. É comum, atualmente, uma ninhada de cães apresentar emoções diferentes entre cada um deles, pois se um é covarde, outro é fiel e valente; há também o que é mais afável e o que é mais egoísta. Isso prova que já existe uma individualização na espécie “cão”, ou seja, a sua sensibilidade emotiva, à medida que se desenvolve e se apura, amplia a sua faculdade do raciocínio, assim que a “alma-cão” encarnar em corpos com sistema cerebral ou fisiológico mais apurado. Na contínua evolução dos centros sensoriais físicos e dos centros astralinos dos animais, também se aperfeiçoa e sensibiliza o intercâmbio das células nervosas, pela constituição de um sistema somático e parassimpático mais adequado e sensível. Tal sensibilidade passa a ativar o cérebro animal e abrindo caminho, pela “via interna”, para o desenvolvimento do corpo mental, que é responsável pelo encadeamento dos raciocínios, encetando assim a sua mancha “individual” e a ascese, cada vez mais consciente rumo à perfeição. Por outro lado, quanto mais evoluída é a espécie vegetal, tanto maiores são as suas qualidades etéricas. Há plantas carnívoras cujo eterismo já está impregnado de desejos e de paixão, pois já participam do mundo astral, que é o dos desejos e que precede o mundo etérico na progressão formativa do planos da criação no esquema sideral dos Grandes Planos.
11. A AÇÃO MENTAL SOBRE O PERISPÍRITO Os espíritos desencarnados que já possuem a própria força mental razoavelmente desenvolvida podem impor a sua vontade sobre o funcionamento dos seus órgãos perispirituais; por exemplo, podem facilmente controlar, através da vontade, o seu ritmo de batimentos cardíacos, acelerando ou reduzindo o seu coração em seus movimentos de diástole e sístole, coisa que o ser encarnado ainda não consegue fazer com o seu coração carnal. Atualmente, os homens terrenos atuam nos órgãos originais existentes em seus perispíritos e aceleram inconscientemente os seus órgãos físicos; mas, não o fazem por maturidade espiritual, e sim através da violência, do desregramento, da irascibilidade, ou como conseqüência da cólera, do ódio, do ciúme ou do amor-próprio ofendido. As criaturas que mais sofrem dos intestinos, do duodeno ou do fígado, são geralmente as que mais se queixam de ser muito nervosas, ou de apresentarem exagerada sensibilidade, mas, na verdade, elas são muito descontroladas mental e psiquicamente e, por isso, vivem molestando os órgãos do perispírito e lesando continuamente as suas contrapartes físicas. Embora o homem possa ser portador de virtudes que o elevariam a planos superiores, ainda está sujeito a sofrer as conseqüências de certos descuidos com os principais órgãos do corpo físico.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
18
Todos os órgãos do corpo físico são duplicatas exatas ou cópias perfeitas dos originais correspondentes, existentes no perispírito; tanto o zelo como o descaso humanos com seus órgãos físicos produzem efeitos duradouros nos correspondentes órgãos delicados e valiosos do perispírito.
Por exemplo, a ação de fumar é nefasta ao perispírito porque, quando o fumo se carboniza, desprende substâncias etéreo-astrais nocivas, que então agridem os seus pulmões delicadíssimos e causam dificuldades ao espírito após a desencarnação. A vontade desenvolvida e a mente disciplinada com dignidade tanto podem remover os empecilhos do corpo físico, como controlar as próprias operações dos órgãos autônomos e desenvolvê-los a contento, de forma sadia. Muitos descrêem de tal possibilidade porque ainda não conseguiram o domínio espiritual de si mesmos, esperando que esses segredos, que sempre foram guardados sob o respeito das instituições iniciáticas, lhe sejam revelados como que por magia. O desenvolvimento da capacidade mental do homem, através da perseverança e tenacidade, sempre foi muito buscado pelos orientais, que não se deixam condicionar exclusivamente aos fenômenos transitórios dos cinco sentidos físicos. Muitos faquires, submetidos a experiências científicas em avançados centros médicos do Ocidente, já comprovaram a força real do pensamento ao demonstrarem absoluto controle mental sobre o metabolismo de seus corpos físicos. Muitos deles aceleram ou retardam a sua pulsação cardíaca, atuando deliberadamente nos centros térmicos de seus organismos, produzindo temperaturas gélidas ou quentes; outros logram inverter as funções peristálticas do intestino e apressam a diurese ou a produção de sucos gástricos e pancreáticos. Esses fenômenos são conseguidos no plano da matéria pela feliz atuação da vontade treinada sobre o perispírito e, em conseqüência, seus órgãos astrais, via os correspondentes órgãos do duplo etérico, reagem nas suas cópias físicas, sustendo funções ou incentivando o dinamismo material. É o que ocorre, por exemplo, na hipnose, quando o paciente, ao receber sugestões imperiosas do hipnotizador, agindo através de reflexos condicionados, atua nos seus centros térmicos e tanto pode baixar como elevar sua temperatura, sob a vontade daquele que o induz a sentir frio ou calor. Se alguns homens sem grandes atributos crísticos, mas teimosos e tenazes em sua disciplina física, conseguem exercer o domínio e controle em seus corpos carnais, esse domínio, no astral, dos desencarnados sobre o seu perispírito, pode ser alcançado de modo mais positivo e com absoluto sucesso, por já estarem livres das algemas da carne. O perispírito, sob ação mental elevada, respira aprimorado magnetismo; mas, submetido à violência psíquica e emotiva, se debilita e se intoxica, tornando-se então ponto convergente das energias do baixo astral. O seu magnetismo se adensa e o seu peso específico aumenta, nessas ocasiões, muito acima do normal e natural, fazendo-o precipitar-se nas regiões infernais, ao passo que, atuando por pensamentos sublimes, ele se adelgaça e se purifica, elevando-se para planos felizes, logo em seguida ao abandono do corpo físico. Quando o Mestre Jesus de Nazaré afirmou que “os humildes serão exaltados e os que se exaltam serão humilhados”, revelando a justeza do ensinamento da ciência transcendental, aludiu veladamente ao peso específico do perispírito, que tanto se adensa na exaltação da cólera ou do orgulho, como se afina e se eleva na humildade e na bondade.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
19
A cólera revela fraqueza do espírito e, portanto, comprova debilidade de caráter, pois aquele que se encoleriza perde a direção do seu comando mental em favor dos impulsos do instinto animal: obscurece-se a sua mente e se aniquila a sua vontade. O arrebatamento irascível semeia discórdia e conduz à revolta, transformando o homem racional num louco momentâneo. Por isso, quando o perispírito é submetido a tal processo pelo homem exaltado e desgovernado, enche-se de sombras e fulgores sinistros, que depois o sobrecarregam da fuligem gasosa do baixo astral, para onde se inclina em “queda específica”, devido ao aumento do seu peso magnético.
12. A INFLUÊNCIA DA MENTE SOBRE O PERISPÍRITO DOS DESENCARNADOS Nas colônias astrais há a necessidade de se manter o perispírito em equilíbrio com o meio no qual ingressou; por isso, se estabeleceu certa disciplina para os recém-chegados e débeis de vontade, para que, cultivando o espírito, possam sustentar-se no meio energético e ajustar-se mentalmente ao alto teor vibratório do ambiente em que se encontram. Essa disciplina especial visa, portanto, despertar nos desencarnados os seus poderes mentais e as suas energias vitais, que tanto subestimaram na matéria. Como os desencarnados aportam a certas esferas espirituais de melhor elevação grandemente desvitalizados em seu perispírito, devido à ignorância do mecanismo “magnético-respiratório”, que é o responsável pela absorção energética do meio ambiente astralino, são lá então submetidos a um tratamento e um exercício baseados na atuação da força astral do Sol, espécie de “helioterapia”, que muito ajuda a desenvolver as energias circulatórias do perispírito. Muitas metrópoles e colônias do Astral contam com cursos e exercícios, orientados por hábeis instrutores, que têm por finalidade ensinar o aproveitamento inteligente do magnetismo astral do Sol, que ajuda os desencarnados a ativar o dinamismo do perispírito e apurar ainda mais a sensibilidade para mais eficiente contato com o meio astralino, e maior clareza no intercâmbio emotivo com seus moradores.
O perispírito é muitíssimo complexo, particularizando-se por sistemas delicadíssimos, que são responsáveis pela produção de força, luminosidade, cores, magnetismo e temperatura, que precisam ser ativados e disciplinados, principalmente naqueles que ainda são fracos de vontade e débeis de energias para futuras reencarnações.
Após a desencarnação, o desenvolvimento do perispírito depende tão somente da sua energia mental, ou do próprio pensamento do espírito. Sem dúvida, a mente é o principal fator da atividade espiritual, em qualquer latitude cósmica em que se encontre.
A mente do espírito é a força propulsora com que ativa a sua consciência.
A mente desequilibrada é fonte de enfermidades no perispírito, produzidas pelas paixões destruidoras. Para extirpar os grandes males que comumente o atacam, é necessário empregar inteligentemente a força mental valiosa, para que sejam extintas a vaidade, a maledicência, o medo, a melancolia, a cobiça, e outros sentimentos que podem ferir a delicadeza do corpo astral. Acontece que só depois de desencarnar é que realmente o homem começa a perceber sua grande ignorância com relação ao potencial assombroso que significa o seu pensamento! Não só os sentimentos baixos, como a maledicência, a inveja, a sensualidade, a prepotência, o orgulho, etc., prejudicam a organização perispiritual e interferem na delicadeza do corpo astral, mas também os vícios do corpo carnal, tais como o do fumo, o do álcool, bem como a ingestão de carne de animais, pois com isso o homem o esbanja não só as suas forças vitais, como prejudica o seu perispírito, no desenvolvimento das leis que regulam o divino mecanismo da vida. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral
20
13. A TRANSIÇÃO PARA O PLANO MENTAL CONCRETO No mundo astral ocorre uma transição completa do espírito para o plano mental, que a tradição oriental esotérica chama de “segunda morte”. É quando o espírito abandona o corpo astral, que é o veículo revelador da emoção, e ingressa no plano mental, onde então passa a viver instantaneamente aquilo que “pensa” e não o que “sente”; porém, muitos espíritos abnegados e heróicos protelam por longo tempo esta “segunda morte” para o plano mental, a fim de não perderem o contato com os seus tutelados na Terra. Após a perda do corpo astral, que reflete as emoções algo terrenas do espírito, é dificílimo para este reconstruí-lo a tempo de atender a trabalhos mediúnicos.Também não compensam o consumo energético “mento-astral” e a colaboração exaustiva de entidades técnicas para procederem a uma fugaz exposição aos encarnados. Eis porque certos espíritos, que comunicar mediunicamente, e medianímicos a entidade que intermediário do corpo astral, já dos ocultistas.
se encontram em esferas inacessíveis ao contato terreno, não podem se também porque nem sempre se encontra presente nos trabalhos foi convocada ou se presume falar, porquanto pode faltar-lhe o elo desintegrado e somente sintetizado no átomo-semente, muito conhecido
O espírito nessa situação então transmite a sua mensagem para aqueles que operam em esfera abaixo do seu plano de moradia, os quais, por sua vez, a transferem para os encarnados. Por isso, em cada equipe de trabalhadores desencarnados, no astral, há sempre um elemento medianímico responsável pela transmissão dos recados daqueles que não podem se manifestar diretamente na matéria.
Fontes bibliográficas: 1. O Evangelho à Luz do Cosmo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987. 2. Umbanda, essa desconhecida – Feraudy, Roger. 1ª ed. Porto Alegre, RS. Ed. FEEU, 1984. 3. Mensagens do Astral – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9ª ed. São Paulo, SP. Ed. Freitas Bastos, 1989. 4. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS
O PERISPÍRITO – 2ª parte: CORPO MENTAL O perispírito não é apenas um organismo estruturado com a substância do mundo astral invisível, mas ainda é interpenetrado pela essência mais sutil do plano mental, que também impregna profundamente toda a intimidade do orbe terráqueo, e o põe em contato direto com a Mente Constelatória (o “Logos Solar”), que é responsável pelo progresso e sustentação cósmica do sistema em que vivemos.
O corpo mental, integrante do perispírito, é um veículo autônomo de consciência e tem uma atuação independente, uma ação separada em seu próprio plano, o plano mental. O corpo mental subdivide-se em dois veículos independentes: • corpo mental abstrato: abrange os três subplanos superiores do plano mental (atômico, sub-atômico e super-etérico) e é geralmente considerado como integrante do “corpo causal”. • corpo mental concreto: compreende os quatro subplanos inferiores do plano mental (etérico, gasoso. líquido e sólido) e pode ser simplesmente chamado de “corpo mental”. À visão espiritual, e aos clarividentes, o corpo mental se apresenta como um ovóide de vários matizes, com brilhos e reflexos mutáveis, de grande movimentação. A parte superior do ovóide é mais longa do que a parte inferior, e no seu centro está reproduzida a forma do veículo físico denso (a forma do corpo humano). . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
2
A matéria de que se compõe o corpo mental é muito mais sutil que a astral, mais refinada e sutilizada, apresentando luminosidade própria íntima. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO MENTAL: • Serve como veículo do Eu Superior para expressar pensamentos concretos. • Expressa esses pensamentos concretos por meio do corpo físico, atuando por intermédio do corpo astral, do cérebro etérico e do sistema cérebro-espinhal. • Desenvolve os poderes da memória, da imaginação, do raciocínio e da conceituação. • Serve como veículo de consciência no plano mental, à medida que avança a evolução do ser. • Assimila a experiência adquirida em cada vida encarnada e transmite sua essência ao Ego (Eu Superior) que mora no corpo causal, a tríade superior. O corpo mental, funcionando como um todo, pode atuar como veículo independente de consciência, sendo possível ao espírito fazer grandes deslocamentos no espaço através desse veículo.
Através do corpo mental, atuando de forma independente como veículo de consciência, o tempo e o espaço desaparecem, são absorvidos, podendo o homem atuar livremente em dimensões superiores. Por essa razão, abalizados cientistas já concluíram que a telepatia, faculdade própria do corpo mental, independe da distância e não pertence ao sistema físico de espaço e tempo; existe, para eles, um “espaço psicológico” que faz desaparecer as distâncias quando dois cérebros entram em perfeita sintonia mental. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
3
1. A AÇÃO E NATUREZA DO PENSAMENTO O homem, ao pensar, imprime impulsos vibratórios no seu corpo mental resultando, simultaneamente, na produção de ondas mentais e de formas-pensamentos.
O pensamento é uma vibração da mente que, embora sutilíssima, é constituída de matéria do plano mental.
É um fenômeno análogo ao da luz, pois se propaga em ondas, as quais vão se enfraquecendo à medida que aumenta a distância que percorrem. Entretanto, o pensamento é muitíssimo superior ao fenômeno da luz, porque ele é uma vibração de matéria mais quintessenciada, e a sua produção exige múltiplos fenômenos fisiológicos do corpo humano; por exemplo, a contenção cerebral, exigida pela função de pensar, faz afluir para o cérebro físico maior volume de sangue. Para que se possa compreender o sutil mecanismo do pensamento humano, deve-se inicialmente verificar como ele se processa. Quando se formula um pensamento concreto, qualquer que seja, imediatamente forma-se na mente a imagem correspondente a esse pensamento. Isso se verifica devido à grande plasticidade da matéria mental que, muito mais do que a matéria astral, pode ser modelada em detalhes pela emissão de energia mental, de forma imediata.
O homem, ao formular pensamentos, produz vibrações na matéria de seu corpo mental, que tenderão a se propagar no meio ambiente que lhes é próprio (o plano mental), como ocorre com quaisquer outras classes de vibrações.
Enquanto a “onda mental” apenas desperta sensações semelhantes onde recai, já a “forma-pensamento” transmite a idéia mais completa porque, além de fortemente sobrecarregada da substância mental de quem a emite, agrega-se facilmente ao campo do pensamento de outra pessoa e ali perdura a sua ação contagiante. O corpo mental do homem, ao ser tocado por uma forma-pensamento alheia, tende a produzir na sua mente um pensamento semelhante ao que surge, tanto quanto seja o grau de sua receptividade. Sem dúvida, o poder e a ação dominante das ondas mentais e formas-pensamentos projetadas por alguém, variam conforme a força de vontade de quem as emite, enquanto também se enfraquecem tanto quanto mais longe estiverem de sua fonte original. Os pensamentos, quando vitalizados por uma pessoa de vontade forte e experimentada, podem ser guiados tão seguramente quanto um operador à distância maneja o seu controle remoto. A onda de devoção, emitida por pessoa contrita em sua fé, também desperta noutra pessoa propícia a tal sentimento, um estímulo de devoção, que será tão forte quanto seja a força da onda mental e a sensibilidade do seu receptor; da mesma forma, uma onda mental de natureza especulativa, também aviva na pessoa receptora, impulso para transações comerciais PRODUTO DO CORPO MENTAL
CARACTERÍSTICAS
• ondas mentais
transmitem mais propriamente os sentimentos, as divagações e reminiscências de especulações propriamente psíquicas.
• formas-pensamentos
recortam figuras nítidas ou configuram símbolos de uma natureza mais objetiva e compreensível para os clarividentes.
Através da onda mental, há casos em que o vidente bem desenvolvido chega a ver a pessoa que a transmite, enquanto a forma-pensamento só se impõe por sua própria imagem. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
4
O ser humano absorve e esparge energias radiantes em todas as faixas vibratórias no Cosmo; por exemplo, no plano físico, em forma de calor ou eletricidade animal; no etérico, na espécie de forças imponderáveis vitalizantes impregnadas de éter-físico e químico, projetadas pelo duplo etérico. O pensamento propaga ondas mentais, que agem e reagem noutros seres, afetando-lhes o caráter da vontade e do temperamento. Funcionando como usina criadora de forças em todos os campos da vida oculta, o homem também é um receptor e transformador energético, absorvendo e transformando a carga que recebe de fora, devolvendo-a depois conforme a sua mentalidade moral e emotiva. Há uma interpenetração incessante entre todas as criaturas, que se processa através de suas expressões mentais, etéricas e elétricas. Nada existe completamente separado, pois tudo é interligado por imensurável rede de vibrações, que pulsam conforme as influências e reações recíprocas entre os homens. A mente humana, portanto, assemelha-se a poderosa estação receptora e emissora, criando em torno do homem uma atmosfera boa ou má, que varia de acordo com a sua conduta e os seus pensamentos. O metabolismo nas trocas áuricas faz-se por afinidade eletiva ou em simpatia com as vibrações provindas de forças mentais, astrais, etéricas ou eletromagnéticas emitidas por outros seres, pois a mente humana vibra em absoluta sintonia com a natureza substancial das energias que lhe vêm do exterior. Assim, entre bilhões de encarnados e desencarnados em intercâmbio incessante através do pensamento à superfície da Terra, a aura do orbe parece o centro de imenso oceano etérico, vaporoso e cintilante, alimentado pelas fabulosas energias que transmitem e refletem as formas-pensamentos dos homens, lembrando verdadeiros cardumes de peixes fantasiosos, coloridos ou pétreos. As mais absurdas e inconcebíveis configurações mentais flutuam, atritam-se e encorpam-se, para projetarse em várias direções, arrastando inapelavelmente formas semelhantes. É um turbilhão de ondas mentais propagando-se em todos os sentidos e de formas-pensamentos entrecruzando-se e buscando pouso incessante na multiplicação das mentes que compõem a consciência coletiva da humanidade. Há, na aura do planeta, uma riqueza de cores formosas e fascinantes, porém que jamais se misturam ou se fundem à massa de tons escuros, repulsivos, irascíveis e pegajosos do submundo mental. De conformidade com as leis transcendentais que regem o mundo mental: PRINCÍPIOS QUE REGEM A PRODUÇÃO DOS PENSAMENTOS: aspecto
determinado pela
•
COR
•
qualidade do pensamento
•
FORMA
•
natureza do pensamento
•
NITIDEZ DA FORMA
•
precisão do pensamento
•
DURAÇÃO DA FORMA
•
tempo, intensidade e precisão do pensamento
As cores do pensamento são fundamentais e jamais desmentem a sua cromosofia peculiar; assim, o pensamento de amor ou de paz, de ódio ou de guerra, possui sempre a mesma tonalidade colorida, quer seja produzido por um europeu, asiático, africano ou latino. Isso acontece porque a Mente Divina, em qualquer latitude cósmica do Espaço, fundamenta a mesma cor do pensamento e interpenetra todos os interstícios da mente humana. As ondas do pensamento projetam-se lenta ou violentamente, fraca ou fortemente, construtiva ou destrutivamente, segundo os sentimentos e as emoções que as geraram.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
5
Os pensamentos de amor, candura, tolerância, comiseração, piedade, júbilo, ânimo ou renúncia, impregnam-se de fluidos vitais de um elevado energismo, manifestando-se cores claríssimas e fascinantes, como o rosa, azul-celeste, verde-seda, amarelo-translúcido, carmim e lilás, que ainda se tornam mais belas quando agregadas a outros pensamentos semelhantes. No entanto, quando são gerados por sentimentos de cólera, ciúme, inveja, vingança, avareza, ódio, luxúria, egoísmo, irascibilidade, crueldade, desespero maledicência ou desânimo, poluem-se durante a sua trajetória, incorporando outros produtos mentais inferiores e degradantes, que lhe aumentam o teor original. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
NATUREZA DAS FORMAS-PENSAMENTOS
6
ASPECTO
• sublimes e benfeitoras
límpidas, translúcidas e formosas
• subvertidas e alimentadas por energias inferiores
obscuras, pétreas e oleosas .
1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
7
Infelizmente, devido à graduação primária da humanidade terrena em geral, ainda predominam na aura humana as cores escuras, viscosas e densas, como resultado de pensamentos nebulosos e próprios das mentes mal desenvolvidas. No estado presente de evolução humana, a maioria dos pensamentos dos homens ainda estão centralizados neles mesmos, porque são fundamentalmente egoístas e só circulam em torno dos seus próprios autores ou pensadores, formando-lhes uma espécie de couraça ao redor do seu corpo mental. Quando tais pensamentos são mórbidos, odiosos, tristes ou coléricos, eles criam preocupações aos seus próprios autores, pois lhes avivam os estados emotivos de melancolia, inquietação e desespero, justificando-se a velha lenda de que “o feitiço sempre se volta contra o próprio feiticeiro”. Sem dúvida, os pensamentos heróicos, decididos, animosos e confortantes, também incentivam as mentes sob tal vibração, pois influem incessantemente na propagação de idéias semelhantes. No entanto, os produtos mentais vigorosos, que depois geram vinganças, crimes ou suicídios, são verdadeiros enfeitiçamentos mentais que chegam a impelir outras criaturas a cometer iguais desatinos. Atualmente, já não se opõe dúvida de que os pensamentos são elementos tão poderosos como são a luz, o calor, a eletricidade e outras manifestações de energias mais inferiores. No futuro, tal qual acontece noutros planetas de vida humana superior, as criaturas serão educadas de modo a se utilizarem do pensamento, assim como hoje se ensina nas escolas as crianças a bem se utilizarem das mãos. O pensamento, usado inconsciente e tolamente, é arma que se volta contra o seu próprio autor, pois ele é realmente força que germina, condensa-se e revigora-se, retornando à fonte de que é lançado.
Os pensamentos, além de nutridos pela substância mental, também impregnam-se do fluído astralino que, no momento, nutre sentimentos semelhantes no corpo astral.
Assim, em qualquer ponto do Universo, a cor clara e límpida sempre decora os pensamentos de amor puro: COR DO PENSAMENTO
TIPO DE EMOÇÃO OU SENTIMENTO ASSOCIADO
• branco prateado
fundamenta os sentimentos messiânicos
• azul celeste
identifica a elevada emoção religiosa
• amarelo-ouro chispante
esforço mental para produzir raciocínios elevados e benfeitores à humanidade
O pensamento concreto regula-se pela assim chamada “Lei de Afinidade”, que pode ser expressa como “pensamento atrai pensamento na razão direta de sua intensidade ou freqüência vibratória”.
Bons pensamentos atraem pensamentos que lhes são afins, ao passo que maus pensamentos atraem outros maus pensamentos.
Quando o espírito pensa, ele agita todos os campos de forças que baixam vibratoriamente, até atingirem o seu perispírito e o corpo físico; assim, projeta em todas as direções as energias benfeitoras ou malévolas, criadoras ou destrutivas, segundo a natureza dos seus pensamentos e sentimentos. Os bons pensamentos, sublimes e altruístas, são de vibração muito rápida e sutil, alimentados por um combustível diáfano, que não deixa resíduos no perispírito. Quando atraídos por outras mentes afins, eles também ativam os sentimentos e as emoções superiores; mas tratando-se de pensamentos mais raros, só influem em seres de boa estirpe sideral. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
8
As idéias, sugestões e criações mentais sobre o amor, a paz e o bem, em verdade, são energias extraordinárias e de qualidade incomum, que adubam o crescimento sadio do espírito humano. Há pensamentos científicos, religiosos e teosóficos que influem preferencialmente em certo setor da atividade humana. Os pensamentos malévolos, vingativos, coléricos e odiosos, imantam-se de magnetismo inferior e sobrecarregam-se de fluido mental, astralino e etérico de baixa vibração, agindo tão eficaz e rapidamente na atmosfera terrena, que justificam realmente o velho rifão: “O mal se propaga mais facilmente que o bem!”
Enquanto a energia diáfana utilizada pelos bons pensamentos volatiliza-se do perispírito, absorvida pelo éter superior, a substância mental e astralina necessária para sustentar e mover os pensamentos daninhos e pecaminosos adere fortemente à vestimenta perispiritual, formando escórias que, mais tarde, produzem sofrimento ao serem drenadas para a carne, manifestando-se posteriormente na forma de doenças físicas, ou desintegradas nos charcos terapêuticos do astral inferior.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
9
O homem é aquilo que pensa! O seu espírito, quando escravo das manifestações desregradas, faz da mente apenas o instrumento de sua relação egoísta com o mundo inferior e, depois da morte, submerge-se num mar de magnetismo viscoso e aderente. Entretanto, sob a lei de que “os humildes serão exaltados”, eleva-se aos níveis angélicos todo aquele que usa o poder mental para aniquilar as paixões do mundo animal, em vez de hostilizar o próximo!
O pensamento elevado volatiliza-se no perispírito, tal qual a eletricidade que abastece um fogão elétrico, ao passo que um pensamento malévolo deixa resíduos no perispírito, como acontece num fogão alimentado a lenha.
2. AS ONDAS MENTAIS A mente humana assemelha-se a poderosa estação receptora e emissora, criando em torno do homem uma atmosfera boa ou má, que varia de acordo com a sua conduta e os seus pensamentos. Conforme a lei de repercussão vibratória, as vibrações do corpo mental do homem, originadas quando este se põe a pensar, propagam-se pela matéria mental que o rodeia, assim como a vibração da campainha se dissemina pelo ar atmosférico no ambiente onde é acionada. A atmosfera e o éter, que interpenetram todas as coisas do macro e do microcosmo, também estão impregnados de substância mental proveniente da própria Mente Cósmica e respondem prontamente a quaisquer impulsos vibratórios da mente humana. Esses impulsos mentais vibratórios produzem uma espécie de ondulações, à semelhança das ondas produzidas pelas pedras lançadas sobre a superfície da água, e que se propagam em todas as direções e muitas dimensões, assim como acontece com a irradiação da luz do sol ou de uma lâmpada.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
10
As ondas mentais, que se formam e se expandem em todas as direções, são multicolores e opalescentes, mas se debilitam à medida que se difundem à maior distância, lembrando o fenômeno que acontece comumente com as bolhas ou bolas de sabão, que vão se diluindo conforme o seu tempo de vida. As ondas mentais lembram as ondas geradas pela pedra jogada sobre a superfície da água, mas não são muito precisas na sua ação porque logo se desfazem onde incidem, sem produzir uma idéia completa na sua trajetória ou objetivo final. Como toda a onda vibratória, a “onda mental” possui três características: CARACTERÍSTICAS DE UMA ONDA MENTAL: • Intensidade ou freqüência vibratória; • Alcance da onda vibratória mental; • Duração da onda vibratória mental. • A intensidade depende da classe de pensamento; se ele for elevado e altruístico, terá maior potência vibratória, fazendo vibrar os subplanos mais sutis da matéria mental que constitui o plano mental. Já os pensamentos mais grosseiros farão vibrar com menos intensidade de potência os subplanos mais baixos, pois os pensamentos altruísticos e nobres têm sempre maior poder ou potência do que os indignos e torpes. • O alcance da onda vibratória mental depende exclusivamente da força mental do seu criador. Pensamentos indignos e torpes podem ter um alcance muito grande, quando o emissor da onda mental persiste, pelo poder da concentração nesse objetivo, ou quando tem grande força mental. • A duração da onda vibratória mental depende da clareza e precisão da imagem mental criada. Pensamentos vagos, imprecisos, terão menor duração, ou menor tempo de atuação na matéria do mundo mental, do que aqueles bem claros e precisos, que perdurarão por bastante tempo no plano mental, na forma de vibração ondulatória.
3. AS FORMAS-PENSAMENTOS O pensamento produz uma série de vibrações no corpo mental e este então projeta uma porção de si mesmo, em perfeita conexão com a matéria mental circundante.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
11
Desse fenômeno, gera-se uma forma-pensamento simples e pura, cuja configuração, radiação, brilho e colorido, perduram tanto quanto seja a força ou a convicção de quem a emite. A forma-pensamento, também conhecida por “elemental” ou “elemental artificial”, lembra uma entidade vivente, temporária, mas dotada de intensa atividade e animada pela idéia-mater que a gerou. É um produto da própria alma, mas nutrida pela essência elemental vivificante e eletrônica do corpo. Quando maligna, a forma-pensamento move-se implacavelmente para se impor sobre a pessoa escolhida para vítima, e alimenta-se pela força do ódio, inveja, cólera, despeito, ciúme ou vingança, que encontra em sua trajetória até arremessar-se no seu alento vital selvático.
É tão obstinada como a semente lançada no seio da terra que germina, malgrado a sufocação do solo, a ação destruidora dos vermes, que tudo fazem para devorá-la.
A forma-pensamento constitui-se de matéria sutilíssima, embora para alguns seja um produto fantasioso, pois, além de sobrecarregada de substância mental e astralina, fortemente vitalizada pelo éter-físico que se escoa pelo duplo-etérico humano, também se impregna da eletricidade e do magnetismo biológico da criatura.
Eletrizando-se no seu curso benéfico ou maléfico, a forma-pensamento atinge o objetivo qual dardo criador ou destrutivo, valendo conforme a intenção e o poder de quem a projeta. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
12
O pensamento, a vontade, o desejo são forças reais, talvez ainda mais poderosas do que a dinamite ou a eletricidade; sob tal influência, a matéria astral plástica faz-se compacta e toma forma, sob o alimento incessante das mesmas vibrações, pensamentos, etc. Então se produz um ser ou manifestação que adquire vida, animado de uma força boa ou má, conforme os pensamentos emitidos, influindo vigorosamente em todos os que passam a subordinar-se à sua influência.
O pensamento é tão real quanto o ar que rodeia os seres na vida material.
Comumente, a sua forma sutil, invisível e de aparência nebulosa, lembra um vapor d’água que varia de cor, densidade e de conformação característica, em perfeita sincronia com o temperamento e o poder do homem que pensa. Quando os pensamentos são emitidos com veemência e nutridos por aquela “fé que remove montanhas” da enunciação evangélica, eles então absorvem boa quantidade de prâna ou fluido vital, que mais lhes fortifica a contextura benéfica ou maléfica que lhes deu origem, multiplicando-lhes a ação em curso para determinado objetivo. Assim, o pensamento de amor sobre a criatura que nos tem feito mal é como que um refrigério, que lhe cai na mente apaziguando-lhe a raiva, o desespero, e ajudando-a à sensibilização espiritual superior; entretanto, a energia mental dosada pelo ódio é como a ave feroz que voa num ímpeto destrutivo. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
13
A força do pensamento e o vigor da emoção também determinam a forma mental e o seu tempo de vida como uma entidade separada do ser; no entanto, ela se deforma numa configuração instável e sem qualquer tom de beleza, manifestando-se como nódoas repugnantes e mórbidas, quando interpreta desejos, paixões e emoções predominantes do mundo animal.
Há médiuns e ocultistas bem desenvolvidos, ou clarividentes inatos, que podem ver os pensamentos; outros os sentem e, no futuro, a ciência poderá pesar e identificar os pensamentos através de instrumentação de elevada precisão. Quando um homem pensa num objeto concreto, como uma casa, um livro, um pássaro ou uma paisagem, ele também constrói uma diminuta imagem de tal objeto na substância de sua mente ou corpo mental. Assim, quando o pintor, o cientista ou o escultor imaginam alguma criação para o futuro, eles projetam para além de si uma forma-pensamento do que pretendem criar no mundo exterior da matéria. Sob a lei de afinidade e correspondência vibratória, essas formas-pensamento vagueiam até encontrar um campo mental semelhante e então passam a atuar com insistência até incorporar outras formaspensamento afins. Isso explica as razões de certos acontecimentos desairosos que por vezes acontecem na Terra, quando certas descobertas ou invenções surgem simultaneamente em mais de um cérebro humano, dando azo a mútuas censuras de plágios. O novelista, o poeta e o escritor, não só criam os seus personagens quando eles os imaginam, como ainda os impregnam de sua força e vivência mental; depois, os movimentam em suas obras como bonecos vivos, comandando-os pela mente criadora a seu bel-prazer, daqui para ali. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
14
Embora se trate de imagens ou personagens criados mentalmente, de existência física fictícia e podendo durar muito pouco tempo no campo espacial da mente do orbe, eles ficam sob a dependência do potencial da matéria mental de quem os criou.
As imagens ou formas-pensamentos criadas pelos homens, às vezes, são tão vigorosas e perfeitas que, em certos trabalhos espiritistas, umbandistas ou esotéricos, onde o ambiente mental e psíquico se torna hipersensível, os videntes mal desenvolvidos chegam a confundi-las com espíritos desencarnados, o que não passa de um fenômeno de ideoplastia mental. Em trabalhos de hipnotismo, é possível conduzir-se o “sujet” a ver numa folha de papel as formaspensamentos criadas simultaneamente pelo hipnotizador e que, então, lhes parecem objetos físicos e reais. Há personagens criados pelos seus autores, sob tal vitalidade e incessante nutrição mental, que permanecem na esfera da vida de todos os povos e destes ainda recebem mais alimento mental, espantando certos espíritos recém-desencarnados, que ficam boquiabertos revendo, vivos no Espaço, os personagens de um mundo de fadas! A existência de uma forma-pensamento depende precipuamente da vitalidade mental ali acumulada e da força de impulsão de quem lhe deu origem. Há formas-pensamentos que têm a duração de uma bolha de sabão, enquanto outras persistem meses, renovando-se mental e continuamente pela adesão ou incorporação de outras formas-pensamento semelhantes. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
15
4. AS EGRÉGORAS Há profunda tendência dos pensamentos emitidos por certas pessoas de se atraírem e se combinarem a outros pensamentos de natureza semelhante, resultando um aumento de força, além da produzida pela fonte original. Assim, os pensamentos misturam-se e combinam-se entre si, deixando a sua marca característica nos lugares onde são aglomerados, compondo uma egrégora ou aura constante do que ali se pensa freqüentemente. A egrégora é uma composição astral gerada por uma coletividade, pois o pensamento, o desejo e a vontade são forças tão reais e mesmo superiores às mais potentes energias da Natureza; debaixo dessa influência, a matéria astral, altamente plástica, faz-se compacta e toma forma. Então essa egrégora se torna um campo de influência coletiva, impelindo os que dela se interessam, para realizações positivas no mesmo gênero.
Egrégora é uma forma astral gerada e alimentada, mental e sentimentalmente, por uma coletividade, pela persistência de motivos, costumes, devoções ou ideais num mesmo ponto ou objetivo.
Assim, a egrégora é uma forma mental coletiva alimentada pelos pensamentos semelhantes; ela nasce, cresce e amplifica-se conforme a alimentação incessante de pensamentos sob o mesmo diapasão mental. Os pensamentos emitidos por diversas pessoas visando incessantemente a mesma finalidade, num certo ambiente, terminam por dar-lhe uma cor ou tom mental, facilmente reconhecido pelas pessoas mais sensíveis. Os lugares, assim como as pessoas, conservam as peculiaridades e características, boas ou más, depressivas ou vitalizantes, agradáveis ou desagradáveis, que são produto da soma dos pensamentos ali entretidos durante muito tempo. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
16
Há grande diferença entre o ambiente sedativo, inspirativo e acolhedor da quietude de uma igreja, em contraste com a atmosfera nauseante, mórbida e coercitiva de um matadouro! As pessoas que penetram numa igreja ou templo religioso, embora não sejam prosélitos de tais religiões, não conseguem fugir a um estado de espírito reverente, pacífico e altamente emotivo, que ali se exsuda da soma dos pensamentos e sentimentos das pessoas freqüentadoras, causando impressões mentais superiores.
No entanto, ninguém sentiria a mesma emoção no ambiente de um matadouro, embora possa estar enfeitado com as flores mais belas. O ar ambiental do mais estético e moderno hospital modifica o pensamento do visitante logo à entrada, não pela sua função material, mas devido à atmosfera mental triste, melancólica e de dolorosa expectativa, que se emana dos enfermos tomados por suas dores e apreensões negativas. O ambiente de uma penitenciária provoca repulsa, depressão e estímulos inferiores contundentes, devido ao aglomerado mental pernicioso que ali é emitido incessantemente por facínoras, tarados, ladrões, viciados e malfeitores. Há aldeias, cidades e nações que despertam nas criaturas suave simpatia ao sentirem a sua atmosfera mental; outras, no entanto, embora mais progressistas e fascinantes, desagradam-nas à primeira vista, porque sentem a composição hostil dos pensamentos dos seus moradores. As cidades novas são estimulantes e otimistas, assim como a juventude; mas as metrópoles envelhecidas e condenadas ao desaparecimento breve traem a sua imanência mental pessimista. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
17
As pessoas costumam dizer que gostaram do “ar” desta ou daquela cidade, deste ou daquele povo e, inadvertidamente, estão realmente se referindo ao espírito ou egrégora mental da mesma. Esse ar peculiar, agradável ou desagradável, é como o calor que persiste num aposento mesmo depois de extinto o fogo; ou como o perfume que continua fragrante na sala, após retirarem o frasco ou as flores que ali estiveram.
5. A AURA DAS COISAS E DOS SERES Todas as coisas e seres criados por Deus são centros de energia condensada e comprimida, conforme as concepções einsteinianas; porém, essa energia condensada no seu estágio material da vida, é um estado “anti-natural”, pois ela forceja continuamente por retornar ao seu plano original de energia livre, onde realmente ela se manifesta em sua plenitude integral. Deste modo, o mundo exterior ou físico desmaterializa-se segundo a segundo, ante a fuga incessante dessa energia, inerente à aura de cada objeto, planta, ave, animal ou homem, variando apenas quanto ao tempo ou prazo de sua liberação.
Há minerais, como o rádio (radium), que se extinguem mais cedo no cenário físico, pois, decorrido certo tempo, ele será apenas energia desintegrada e perderá a sua forma transitória no mundo físico, mas continuará a existir, ainda mais vivo e poderoso, no seu verdadeiro reino oculto do Cosmo.
Todas as substâncias, coisas e seres têm a sua aura de irradiação oriunda dos seus princípios elementares constitutivos, pois a expansividade e a fuga energética constituem seu determinismo de vida.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
18
A matéria, de maneira figurada, “é uma coisa anormal”, pois todas as formas do mundo palpitam em alta tensão, e não passam de prisões transitórias de energia, que se esforça incessantemente para retornar ao seu plano vibratório de origem.
O conteúdo íntimo de qualquer objeto, forma ou ser, no mundo físico, vibra numa reação rebelde e constante para fugir da sua condição incômoda e anormal de matéria! É um esforço expansivo e incessante para regresso à sua autenticidade energética.
Por isso, os hindus aconselham o homem a libertar-se de “Maya”, a grande ilusão representada pelo mundo material, efêmero e instável, onde os mais atraentes aspectos e fascinantes prazeres não passam de formas transitórias a caminho de sua dissolução em energia. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
19
A desintegração atômica é somente a libertação prematura da energia, prisioneira da condição matéria; isto é, graças à intervenção violenta da ciência humana no campo de força nuclear, então acontece de modo apressado aquilo que seria feito em longo prazo!
A configuração exterior do Cosmo é apenas energia comprimida, que escapa ou se sublima sem descanso, para retornar à sua fonte real.
Disso resulta uma aura esferóide ou ovalada que se irradia de tudo, ultrapassando sempre o espaço ocupado pelas coisas e pelos seres vivos. A aura lembra a chama que se evola esfericamente do pavio da vela, o calor irradiado de uma estufa, o perfume evolado de uma flor ou a luz de uma lâmpada.
A aura é somente a irradiação de um núcleo, veículo ou corpo central, que gera ou mobiliza as energias em incessante desgaste.
O homem é um espírito ou núcleo espiritual que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes dos diversos planos da vida. O corpo físico é a vestimenta transitória de menor importância no conjunto do homem, pois a energia que ali se condensa, na forma de matéria, forceja incessantemente a sua fuga e libertação para retornar ao seu plano de origem.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
20
Essa energia, aprisionada em todas as formas do mundo, produz, na sua exsudação permanente, as diversas auras que se compõem das radiações dos objetos e seres. É a polarização resultante do impulso centrífugo da energia condensada, tentando readquirir a sua vivência normal, ou estado de absoluta liberdade.
5.1. A AURA HUMANA A aura humana mostra-se, à visão do clarividente, semelhante a um enorme ovo evanescente, resultante da própria irradiação psíquica do indivíduo. A sua forma característica, comumente oval, circunda o homem até 80 a 90 centímetros em torno de seu corpo.
A aura humana não é o próprio indivíduo, mas apenas sua irradiação; é a síntese dos eflúvios de vários princípios energéticos que funcionam em diversos planos vibratórios, inclusive a soma das radiações resultantes do desgaste e resíduos do próprio duplo etérico.
A aura humana resulta do amálgama ou da fusão de sete princípios fundamentais que compõem o homem e variam na sua massa de luz, cor, energia e odor, conforme seja o caráter, temperamento e a graduação espiritual do ser; ainda se fundem no todo áurico do homem outras emanações provenientes do próprio corpo físico, como o seu magnetismo, calor, odores e a eletricidade biológica.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
21
5.2. A “AURA DA SAÚDE” OU AURA DO DUPLO-ETÉRICO A “aura da saúde”, configurada pelos eflúvios prânicos ou vitais, funde-se com a própria aura física revestida de calor e odor humano, especificidade magnética e eletrização do homem, formando o conjunto mais compacto à visão perispiritual. Ademais, ela irradia também as exsudações dos próprios minerais organogênicos em atividade no corpo carnal, como ferro, níquel, cádmio, fósforo, flúor, cobre, titânio, cálcio e outros, inclusive o que se pode chamar de “transmigração nervosa”. Há, ainda, uma cintilação que vai do alumínio fosco, por vezes rosado, até o tom de prata ou níquel, que se exorna diretamente do duplo etérico e dos chacras, ou centros de forças que interligam o perispírito à sensibilidade humana. Essa aura da saúde, a mais grosseira do homem, mostra-se numa cor branco-azulada de água clara, em sua manifestação comum, algo metálica e brilhante. Tem o aspecto do ovo vaporoso e estriado, cuja casca é semelhante a uma crina eriçada de agulhas cintilantes, retas e claras quando há saúde e vitalidade, porém retorcidas, enroscadas ou obscuras, como cabelos encrespados, nas zonas enfermiças do corpo humano. Lembra uma veste de pele de marta onde, por exemplo, em vez de pelos existam agulhas finíssimas, em tom de alumínio brilhante.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
22
A aura da saúde desprende partículas radioativas impregnadas de éter-físico, que permanecem longo tempo no local onde são projetadas, assinalando a pista da pessoa ou animal que por ali transitou, e que os cães farejam, pondo-se no encalço de fugitivos ou desaparecidos. Entretanto, como a água absorve a eletricidade, os cães perdem o faro do fugitivo que atravessa a água corrente. A aura do duplo-etérico, também conhecida por “aura prânica” ou vital, é distinta da aura do corpo físico e, quando saudável, lembra a aparência de uma chispa elétrica gigantesca, de cor rósea-pálida, suave, mas brilhante, incolor e vaporosa.
As pessoas com muito prâna ou vitalidade “vendem saúde”, conforme o velho ditado popular, mas também são facilmente vampirizadas em suas energias vitais quando cumprimentam outras criaturas mais enfraquecidas, ou quando se gesticulam em demasia, movendo os braços em direção aos ouvintes, praticando uma espécie de passe, inconscientemente. Assim como a ciência já assinala e examina a aura do corpo-físico do homem, que lhe irradia o eletromagnetismo, o calor e o odor, no futuro ela também conseguirá identificar a presença do éter-físico do duplo-etérico do homem e as suas quatro funções, a saber: química, vital, luminosa e refletora. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
23
5.3. AS CORES DA AURA HUMANA As cores e os eflúvios coloridos da aura são resultantes dos pensamentos e sentimentos humanos; são campos vibratórios, segundo as revelações emotivas e metais dos seres, que podem revelar aos clarividentes o estado de espírito da criatura naquele momento. Os sentimentos amorosos e pacíficos, o desejo ardente de proteger e servir o próximo, criam uma aura benéfica protetora matizada de cores agradáveis, nítidas, claras e quentes. As formas-pensamentos e as ondas mentais de alta vibração espiritual, além de se revelarem no mais belo colorido à visão transcendental, transformam-se em verdadeiros guardiões luminosos em torno do ser. Os pensamentos e sentimentos movem-se revestidos de cores inerentes à sua origem boa ou má: . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
COR PREDOMINANTE NA AURA
24
SITUAÇÃO CARACTERÍSTICA
lilás-róseo suave, refulgente e imantador
mãe devotando-se amorosamente aos filhos em estóica vigilância
azul-claro atraente
pessoa mergulhada em ardente desejo de oração
verde-seda, brilhante e afável
pessoa emitindo impulsos de simpatia
amarelo puro com franjas douradas
pessoa emitindo raciocínios elevados
Daí decorre a necessidade de o homem dominar o corpo mental e o astralino, a fim de evitar a criação de formas-pensamentos degradantes e ofensivas, porque elas vagueiam em busca de outras mentes afins e depois retornam centuplicadas em sua força perniciosa de origem. A projeção mental insistente de uma certa cor sobre outra pessoa pode despertar-lhe estímulos e associações de idéias que geram tal cor.
. 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
25
6. O CORPO CAUSAL Também denominado de morada da “Tríade Superior”, o corpo causal é assim chamado por ser a causa da formação dos veículos ou corpos mais inferiores do homem. COMPOSIÇÃO DA TRÍADE SUPERIOR • corpo átmico (atman) ou corpo espiritual • corpo búdico ou intuicional • corpo mental abstrato • O corpo mental abstrato possibilita ao homem ter pensamentos e idéias abstratas, sem forma associada, pois a matéria dos três subplanos superiores do plano mental, que constituem esse veículo de consciência, receberá as vibrações mais sutis que compõem essa qualidade de pensamentos ou idéias. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
26
Quando se pensa em uma “casa”, imediatamente a matéria mental nos seus quatro subplanos inferiores, devido à sua grande plasticidade, modelará essa forma concreta; porém, ao se pensar “casa é algo necessário para abrigar o homem”, se está pondo em vibração a matéria mental abstrata dos três subplanos superiores, idéia abstrata, que é incapaz de tomar qualquer forma.
• O corpo búdico, mais sutil e refinado do que o mental abstrato, é o veículo de consciência superior pelo qual o homem pode realizar os ideais mais sublimes e impessoais; é a via natural daquilo que se conhece por intuição. É o veículo que faculta ao homem ter o conhecimento global de todas as coisas, sem o recurso do raciocínio ou do intelecto, atributos relativos ao corpo mental. • O corpo átmico, o mais refinado e sutil de todos, é o veículo da Centelha Divina que habita em todos os seres, a morada verdadeira do Ego Superior, o veículo da Divina Mônada. Ao contrário dos quatro corpos inferiores já mencionados (físico, etérico, astral e mental concreto), o corpo causal é imperecível durante toda a evolução humana, em suas múltiplas existências.
O nome “corpo causal” se deve ao fato de nele residirem as causas que se manifestam como efeitos nos planos inferiores. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
27
O corpo causal é constituído de matéria dos três subplanos mais sutis do plano mental, e não se encontra em atividade no homem normal; somente em criaturas muito evoluídas espiritualmente, como os Mestres, tal veículo se acha plenamente desenvolvido, podendo servir de veículo separado de consciência.
Todo o grande trabalho desenvolvido durante tempos sem conta, antes do aparecimento do Corpo Causal, tem por finalidade desenvolver a matéria dos planos físico, astral e mental concreto, para que possam ser habitações adequadas para o Espírito Divino, que os ocupará com homem. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO CAUSAL: • serve de veículo do Ego, Eu Superior ou Eu Verdadeiro; por isso, o corpo causal é também chamado de Corpo de Manas, o aspecto-forma do homem real, da individualidade. • serve de germe e de receptáculo de todas as experiências vividas pelo homem nas diversas encarnações; como germe, ele irá projetar as qualidades e defeitos que irão exteriorizar-se nas próximas encarnações. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental
28
Fontes bibliográficas: 1. O Evangelho à Luz do Cosmo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987. 2. A Sobrevivência do Espírito – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. São Paulo, SP. Ed. Freitas Bastos, 1987. 3. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991. 4. Magia de redenção – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989. 5. Umbanda, essa desconhecida – Feraudy, Roger. 1ª ed. Porto Alegre, RS. Ed. FEEU, 1984. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
A MINHA REVISTA DIGITAL odilon trevisan 41 3242-5660