Brasil Perspectivas Economicas de la OCDE Noviembre 2022

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Brasil Estima-se que o PIB cresça 2,8% em 2022, 1,2% em 2023 e 1,4% em 2024. O consumo das famílias, o investimento privado e as exportações continuarão sendo os principais motores de crescimento, embora o impulso das exportações deva desacelerar em 2023. O gasto das famílias continua impulsionado por transferências sociais mais altas e pelo crescimento robusto do emprego, mas também deve diminuir no próximo ano. O investimento privado continuará aumentando devido à melhoria da confiança empresarial. Apesar do aumento das taxas de juros globais, a taxa de câmbio teve uma pequena valorização este ano, atenuando as pressões inflacionárias. Prevê-se que a inflação diminua ao longo do período de projeção, à medida que os impactos dos preços mais elevados da energia e dos alimentos enfraqueçam. A política monetária deve manter-se restritiva e a taxa de juros atual de 13,75% inalterada até meados de 2023. A taxa de juro de referência pode ser reduzida quando as pressões inflacionárias recuarem ainda mais. A política fiscal tem sido expansionista, contribuindo para as pressões inflacionárias ao elevar a demanda. É necessária uma estratégia de consolidação ampla para reduzir o déficit e restaurar a credibilidade do arcabouço fiscal. Reduzir a rigidez orçamentária e limitar as despesas obrigatórias ajudaria a melhorar a eficiência dos gastos. Uma melhor gestão do investimento público em infraestrutura, reformar o sistema de proteção social e mais incentivos à agricultura sustentável poderiam aumentar o crescimento potencial e melhorar o estado das finanças públicas. Diversificar ainda mais a matriz energética reforçaria a resiliência aos choques climáticos. Atividade surpreendeu positivamente na primeira metade de 2022 A atividade econômica acelerou no primeiro e segundo trimestres, com crescimento acima do previsto de 1,1% e 1,2% (na comparação trimestral), respectivamente. No entanto, o crescimento enfraqueceu no terceiro trimestre. Os indicadores mensais apontam para uma desaceleração da atividade mineira e para um cenário misto no setor manufatureiro. Os principais indicadores nesse setor apontam para um pequeno declínio agregado, impulsionado por bens intermediários e não duráveis, mas a maioria dos setores continuou crescendo. Além disso, a utilização da capacidade industrial aumentou para mais de 80%, confirmando uma ampla recuperação da manufatura. Os serviços tiveram uma ampla expansão em agosto pelo quarto mês consecutivo, impulsionados por serviços domésticos e informação e tecnologia, embora os relacionados ao transporte tenham diminuído. O setor de serviços continua sendo o principal motor de crescimento do PIB do lado da oferta, refletindo, em parte, a recuperação da procura após a suspensão das restrições de mobilidade. As vendas gerais no varejo diminuíram no terceiro trimestre com a estabilização do crescimento dos salários reais, a desaceleração do crescimento do crédito às famílias e a normalização da taxa de poupança.

PERSPECTIVAS ECONÓMICAS DE LA OCDE © OECD 2022


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