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Portugal Prevê-se que o crescimento real do PIB diminua de 6,7 % em 2022 para 1 % em 2023 e 1,2 % em 2024, uma vez que a guerra da Rússia contra a Ucrânia, as perturbações nas cadeias de abastecimento, os preços elevados da energia e o aumento das taxas de juro afetam a atividade. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsionará o investimento público, mas existem riscos de que os atrasos na execução continuem. O aumento dos preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares fará subir a inflação global dos preços no consumidor para 8,3 % em 2022, antes de desacelerar para 6,6 % em 2023 e 2,4 % em 2024. O crescimento dos salários irá fortalecer-se à medida que a taxa de desemprego se aproximar dos mínimos históricos, mas não o suficiente para proteger o poder de compra dos agregados familiares. A política orçamental tornar-se-á mais restritiva. As medidas de apoio, nomeadamente as transferências de numerário, contribuíram para atenuar os choques dos preços da energia em 2022, mas serão progressivamente eliminadas em 2023. Embora o aumento da dívida pública desde 2019 tenha sido moderado, em comparação com outros países da OCDE, o seu nível elevado combinado com o envelhecimento da população fazem da consolidação orçamental uma prioridade. A garantia de uma execução eficiente e atempada do PRR iria reforçar as infraestruturas ecológicas, a eficiência energética e a capacidade de produção de energia renovável e ajudaria a compensar o abrandamento em 2023. A recuperação perdeu força O abrandamento da recuperação do consumo e do turismo, a desaceleração da economia mundial, os preços elevados da energia, a incerteza e o aumento das taxas de juro começaram a pesar sobre a atividade. Embora as taxas de emprego historicamente elevadas, as poupanças excedentárias e as transferências monetárias do Estado estejam a prestar algum apoio aos agregados familiares, a confiança dos consumidores abrandou e o indicador coincidente de consumo privado do Banco de Portugal continuou a abrandar em setembro. Os fortes aumentos dos custos de produção e a escassez de materiais afetaram negativamente a confiança empresarial e, em particular, o sentimento na construção e na indústria. O crescimento dos salários tem permanecido aquém da inflação homóloga dos preços no consumidor, que atingiu 10,6 % em outubro, reduzindo o poder de compra dos agregados familiares.
PERSPECTIVAS ECONÓMICAS DE LA OCDE © OECD 2022