Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ - Novembro de 2012 - Ano XIII - Nº 163 Foto: Enepê
Diretor e Editor: Nelson Palma Jornalista: Bruna Righesso Chefe de Redação: Núbia Reis Conselho Editorial: Núbia Reis | Hilda Maria | Cinthia Heanna Colaboradores: Ligia Fonseca – Jornalista -RJ Gerhard Sardo – Jornalista - RJ Roberto J. Pogliese – Advogado, Joinville -SC Pedro Nóbrega Pinaud - Estudante - RJ Luciana Nóbrega - Atriz - RJ Ernesto Saikin – Jornalista - Argentina Loly Bosovnik – Jornalista - Argentina Maria Clara – Jornalista - Colômbia Denise Feit – Jornalista - Tel Aviv-Israel José Zaganelli – Ambientalista, IED BIG - Angra Neuseli Cardoso – Professora - Abraão Iordan Rosário – Morador - Abraão Amanda Hadama – Produtora Cultural - IG Rita de Cássia – Professora - Niterói Carlos Monteiro – Professor e Consultor – Petrópolis-RJ Jarbas Modesto - Consultor, SEBRAE - RJ Jimena Courau – Tradutora e Guia Submarina - Abraão Jason Lampe – Tradutor - New York Andréa Sandalic - Professora - Abraão Juliana Fernandes - Turismóloga - Brasília - DF Pedro Veludo - Escritor - RJ Cinthia Heanna – Pesquisadora e Especialista em advocacy - SP Pedro Paulo - Biólogo Blog: Karen Garcia - Abraão Webmaster: Rafael Cruz - Rio Diagramação: Idvan Meneses - Angra Impressão: Jornal do Commércio - RJ DADOS DA EMPRESA Palma Editora Ltda Rua Amâncio Felício de Souza, 110 Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis – RJ CEP 23968-000 CNPJ - 06.008.574/0001-92 Insc. Mun. 19.818 | Insc. Est. 77.647.546 SITE www.oecoilhagrande.com.br BLOG www.oecoilhagrande.com.br/blog e-mail oecojornal@gmail.com Tel.: 24 3361-5410 | 3361-5094 DISTRIBUIÇÃO Gratuita, mala direta e de forma espontânea pelos turistas. Impressão: Jornal do Commércio Tiragem: 5 mil exemplares
Editorial ....................................... 2 Informações Turísticas .......... 3 a 5 Questão ambiental ................ 6 a 8 Osig ..................................... 9 e 10 Coisas da Região .............. 11 a 21 Colunistas ................................ 22
COMUNIDADE PARTICIPATIVA A participação é o caminho que nos leva ao coletivo organizado de uma sociedade bem-sucedida, independentemente de seu tamanho, credo, cor ou “manias” culturais. É o individual em benefício do todo. Isto requer renúncias especialmente nos indivíduos mais radicais, pois temos que trabalhar somando com os que não gostamos. A razão nos mostra que um indivíduo que está entre “os 100” que menos gostamos, de repente tem uma ideia brilhante que pode resolver nossos problemas, portanto devemos abdicar de nossa, talvez prepotência, e somar com ele em sua ideia. Isto é ser participativo. A experiencia nos mostra que na dor nos juntamos mais fácil e na alegria, vinda da abundancia, acaba por nos conflitar ou sermos indiferentes para fugir do possível trabalho que advenha da participação coletiva. Vocês lembram da catástrofe de poucos anos passados? Pois é! Desta dor surgiu um movimento chamado “Viva Ilha”, que parecia ter surgido de um “povo marcado e não feliz”. Foi deste movimento que por necessidade de uma pessoa jurídica, surgiu a OSIG – ORGANIZAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE DA ILHA GRANDE. Como sempre, a Ilha muito promissora, fez clarear tudo em pouco tempo. Voltamos rapidamente para um certo eldorado, achando que não teríamos dificuldade “nunca mais”. Um grande número também esqueceu ou ignorou a OSIG. Novas dificuldades surgiram! Como exemplo: a Prefeitura nos abandonar nas festas de fim de
ano, que em verdade os gastos nestas festas é nossa contrapartida para o turista se divertir, pois ele é o gerador de nossa sustentabilidade, pagando um substancial pacote para o “Revellón”, transformado em benefício de todos. Mais uma vez observei a comunidade se juntando com certo ar de desespero tentando resolver o problema. Na primeira reunião surgiram ideias de todos os tipos, tamanhos, brilhos e absurdos. É! O absurdo também faz parte! “Raciocinar pelo absurdo é um tema bem dialético”! O importante disso tudo é que a comunidade voltou a se reunir em prol do todo. Gostei! A quarta reunião, já no dia 25, com bastante participantes, muita gente jovem, havendo convergência em todas as ideias certamente pela ausência das “vaca sagradas”. O grande grupo chamados de “SUGAS”, não apareceu a nenhuma reunião, sempre falando muito que não se faz nada e ainda batendo no peito de forma truculenta, que ele não ajuda ninguém e tem mais que pensar nele, porque aqui ninguém faz nada. Quer dizer: pior que um zero à esquerda nos efeitos comunitários. Pior, pois um zero à esquerda não soma nada, mas ele além disso desmerece a todos os que fazem a diferença. Temos que usar óleo de peroba neste cara de pau. Parabéns aos que compareceram, pois a festa é de todos e muito necessária. Se fossemos mais persistentes e mais coletivos, nada disso seria necessário, bastaria
prevenir-se para os imprevistos! Bastaria cada comerciante contribuir com mil reais por ano (média) que teríamos um montante substancial para nossos eventos. Isto não corresponde nem a cem reais por mês, menos que a diária de um carreteiro. Outra forma, com mais equidade seria cotas proporcionais ao estabelecimento. Daí decorrem mil maneiras de se criar um fundo justo. Tudo extremamente fácil, mas temos que ser participativos. Todos os bons lugares de turismo, cresceram desta forma. Bonito, entre tantos, é um exemplo forte. Os produtores criaram um modelo para eles e o município teve que se adequar ao que eles queriam. Nós temos tudo para sermos iguais a eles, basta participarmos. Podemos fazer quase tudo esquecendo a Prefeitura, mesmo que você não acredite. Trabalhar com a Prefeitura o desgaste é muito maior que com a comunidade, desde que seja participativa. Que tal pensar nisso? “A Prefeitura já está tão deficitária que merece termos pena e raiva dela”! Sua receita por volta de um bilhão, não dá conta da esplendorosa administração (calma editor)! Um agradecimento especial aos que espontaneamente contribuíram para o Natal Ecológico. Graças a eles, todos terão uma boa festa. Esta festa está anunciada na BRASTOA, ABAV, e outras importantes feiras de turismo, pelo nosso consultor, Professor Luís Carlos Monteiro. Isto traz benefícios para todos. Leia mais no Informativo da OSIG. O Editor
Interessante ..................... 23 e 30 Mapa ......................................... 31
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Nota: este jornal é de uma comunidade. Nós optamos pelo nosso jeito de ser e nosso dia-a-dia portanto, algumas coisas poderão fazer sentido somente para quem vivencia nosso cotidiano. Esta é razão de nossas desculpas por não seguir certas formalidades acadêmicas de jornalismo. Sintetizando: “é de todos para todos e do jeito de cada um”!
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Questão Ambiental Informações, Notícias e Opiniões Caso sejam encontrados turistas ou visitantes nestas áreas, os mesmos poderão ser autuados e responder processo administrativo e multa, conforme art. 46 da Lei Estadual de Crimes Ambientais nº. 3467.
O PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE - PEIG
Informativo on-line do Parque Estadual da Ilha Grande No. 11 ano 02 - Novembro/2012
Considerado o mais visitado dos parques estaduais do Rio de Janeiro, o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), é o segundo maior parque insular do Brasil com uma área de 12.052 hectares, conta com cerca de 10 praias, além de costões rochosos, florestas, restingas, manguezais, rios, cachoeiras, lagoas, construções históricas e mais de 80 km de trilhas que atraem pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo.
NORMAS E CONDUTA
TÁ CHEGANDO O VERÃO... Milhares de pessoas procuram ambientes naturais, como os encontrados na Ilha Grande, para atividades de lazer que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza, como as caminhadas, o surf, a canoagem, o mergulho e muitas outras. Na maioria desses locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com muito cuidado. O decreto n° 42.483 de 27 de maio de 2010, estabelece diretrizes para o uso público nos parques estaduais administrados pelo Instituto Estadual do Ambiente – INEA e dá outras providências. Art.28 – Os infratores dos dispositivos deste decreto que causarem dano direto ou indireto ao parque estadual estarão sujeitos às sansões previstas na Lei Estadual n°3.467/00 e na Lei Federal n°9.605/98, além de outras normas aplicáveis a cada caso específico. A Ilha Grande é protegida por quatro Unidades de Conservação administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA): Parque Estadual da Ilha Grande; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; Parque Estadual Marinho do Aventureiro e Área de Proteção Ambiental Tamoio.
A Reserva Biológica da Praia do Sul (RBPS) tem a finalidade de preservar os ecossistemas naturais, permitindo somente pesquisa científica e educação ambiental (sendo necessária prévia autorização do INEA, segundo portaria IEF/RJ/PR n° 227/ 07). A visitação nesta região é restrita à praia de Aventureiro e do Demo, ou seja, não é permitida a travessia ou caminhada nas Praias Sul e Leste e no Costão do Demo.
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RESPEITE A NATUREZA
Caminhar em ambientes como o do PEIG exige atenção para que seja evitado o impacto da poluição e da destruição destas áreas, segue cuidados básicos a serem observados e respeitados: • Recolha todo o seu lixo. Traga de volta também o de pessoas menos “cuidadosas”. Não abandone latas e plásticos. Garrafas (vidro) são proibidas dentro do Parque Estadual da Ilha Grande. • Para se aquecer você deve estar bem agasalhado e alimentado. Não faça fogueiras em nenhuma hipótese. • Mantenham-se na trilha principal, atalhos aumentam a erosão e causam impactos ao meio ambiente. • Não use sabão ou sabonete nas fontes, riachos e cachoeiras. • Respeite o silêncio e os outros. Não grite. Aprenda a ouvir os sons da natureza. • Não retire nem corte nenhum tipo de vegetação. • Não alimente os animais, cuidado, pois animais silvestres podem transmitir doenças. Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163
Questão Ambiental • Respeite os habitantes dos locais visitados.
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS: • Planeje seu roteiro e deixe sempre alguém avisado sobre ele. • Conheça regras básicas de primeiros socorros e orientação na natureza. • Cuidado com as bebidas alcoólicas. Elas não aquecem e baixam sua resistência. • Procure informações de hospedagens e passeios em empresas legalizadas: elas contribuem para preservação da Ilha. Lembre-se o barato pode sair muito caro. • Busque sempre o máximo de informações sobre o atrativo a ser visitado, a contratação de um guia experiente é sempre uma boa opção. É um direito e um dever de todos preservar o meio ambiente para hoje e para as gerações futuras.
REFORÇO NA EQUIPE PEIG – GUARDA-PARQUES O Instituto estadual do Ambiente (INEA) efetivou, no mês de novembro, 220 guardaparques que atuarão nos parques e reserva estaduais na proteção da biodiversidade e do patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico. São atribuições do cargo de guarda-parques: desempenhar ações de educação ambiental; prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas no interior das unidades de conservação e em seu entorno imediato; garantir a segurança dos visitantes e funcionários das unidades de conservação; empreender ações de busca e salvamento no interior das unidades de conservação; zelar pela vida selvagem, pelas belezas cênicas e, quando for o caso, pelo patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico; zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e atos normativos específicos das unidades de conservação; promover atividades de interpretação natural, cultural e histórica relacionadas à unidade de conservação; promover ações de caráter sócio-ambiental voltadas para as comunidades do entorno da unidade de conservação ou ainda residentes em seu interior; zelar pelo patrimônio físico das unidades de conservação; desempenhar ações de educação e conscientização ambiental, bem como auxiliar, quando necessário, nas demais atividades administrativas das unidades de conservação; e apoiar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro em caso de calamidade pública.
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Os agentes estão passando por um período de adaptação nas unidades para quais foram designados e após terão um treinamento adicional.
O QUE FAZER SE VOCÊ ENCONTRAR UM FILHOTE DE AVE NO CHÃO? Em muitos casos o ideal é não fazer nada. Apenas deixe-o no solo, pois os pais da ave poderão alimentálo no chão até o animal conseguir voltar ao ninho. Em algumas situações a ave já está aprendendo a voar (quando já apresentar uma grande quantidade de penas) e se você mexer poderá atrapalhar o aprendizado para o voo. É difícil alimentar um filhote, alguns devem ser alimentados a cada 20 ou 30 minutos por 12 horas ao dia. Não dê leite à ave. Estes não tem a enzima que digere o leite, desta forma, esta bebida pode causar diarreia e/ou intoxicar o animal. Por fim, devemos lembrar que tudo faz parte do processo natural e que a intervenção humana pode atrapalhar. É bom lembrar também que as mães e pais dos filhotes de aves são os mais capacitados para alimentar e proporcionar o aprendizado que o animal precisa para sobreviver. Infelizmente em grande parte dos casos não conseguimos substituir o que a natureza levou milhões de anos para aperfeiçoar. Em caso de dúvidas ao achar uma ave, não mexa e entre em contato com a sede do PEIG. INFORMES: · Está confirmada para o dia 28 de dezembro, a Feira de troca de Livros e DVDs, na Casa de Cultura, das 10 às 16 horas. Participe!!! · Mutirão de limpeza da Praia do Sul e do Leste: no dia 05 de janeiro de 2013 o Parque e a Reserva Biológica em conjunto com o Clube Carioca de Canoagem farão uma atividade de limpeza das Praias do Sul e do Leste (RBEPS). Participe!! Fale com PEIG - Sugestões de pauta, curiosidades, eventos a divulgar, reclamações, críticas e sugestões: falecompeig@gmail.com; peig@inea.rj.gov.br;
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Questão Ambiental Notícias, Opiniões e Informações
A RO TINA DOS ROTINA “AP AGUINHOS” DE ENERGIA APAGUINHOS” Heitor Scalambrini Costa* A promessa de que o processo de privatização do setor elétrico, em particular das distribuidoras de energia elétrica favoreceria a concorrência e assim ofereceria melhor qualidade dos serviços e a modicidade nas tarifas, acabou sendo uma enorme decepção para aqueles que nutriram esperanças na transferência da gestão pública para a privada. Hoje com as distribuidoras 100% privatizadas, a tarifa paga pelo consumidor brasileiro é uma das mais caras do mundo. E a qualidade dos serviços deteriora ano a ano com os sucessivos “blecautes” atingindo vários estados brasileiros, quer por problemas na geração, como também na transmissão da energia. A justificativa das autoridades do setor, que enxergam o consumidor como “bobo da corte”, recaem quase sempre sobre fenômenos naturais (temporal, enchentes ou seca) e/ou falhas humanas. Todavia o problema é mais grave e teve início nas mudanças ocorridas em 1995, quando o setor elétrico passou a ser gerido pelas leis de mercado. Hoje a falta de investimentos em novos equipamentos, na qualificação de pessoal, na fiscalização e essencialmente na gestão do sistema nacional integrado são as principais causas das sucessivas interrupções no fornecimento de energia. Além do problema que tem suas causas na geração e na transmissão, com ampla repercussão na mídia nacional e internacional, têm-se as recorrentes quedas de energia nas cidades atendidas pelas distribuidoras estaduais, penalizando o consumidor. A fiscalização deste serviço é de responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que conveniada com as Agências Reguladoras Estaduais é quem deveriam monitorar a prestação dos serviços das concessionárias estaduais. A Aneel por sua vez para incentivar a melhoria dos serviços prestados a população, a partir da visão do consumidor residencial, concede anualmente o Premio “Índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC” para as concessionárias melhores avaliadas. O IASC é o resultado de uma pesquisa amostral realizada diretamente junto ao consumidor abrangendo a área de concessão das 63 distribuidoras do país. Para esta verificação são realizadas entrevistas com um pequeno número de consumidores de cada distribuidora. Este número de questionários aplicados depende do número total de consumidores de cada empresa. No caso da Companhia Energética de Pernambuco, para uma clientela em torno de 3 milhões de consumidores, são 450 questionários para todo o Estado (selecionados alguns municípios), incluindo pouco mais de 100 questionários para Recife. Em 2011, para concessionárias com mercado maior que 1 TWh, a Celpe foi classificada na 4ª posição entre 33 empresas. O que a coloca a níveis de eficiência que a situam entre as melhores distribuidoras de energia do Brasil. Esta classificação deveria possibilitar uma comparação da qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias. Mas não é o que acontece. O ranking foi elaborado com base no Indicador de Desempenho Global de Continuidade (DGC), é que permite avaliar o nível da continuidade dos serviços prestados pela distribuidora (valores apurados de duração e frequência de interrupções) em relação aos limites estabelecidos para a sua área de concessão (limites determinados pelas resoluções autorizativas da Aneel). As distribuidoras são avaliadas em diversos aspectos do fornecimento de energia elétrica através dos indicadores de continuidade como o DIC que é a duração de interrupção individual por unidade consumidora, ou seja, o intervalo de tempo que, no período de apuração, em cada unidade consumidora ocorreu descontinuidade da distribuição de energia
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elétrica; o FIC, que é a frequência de interrupção individual por unidade consumidora, logo o número de interrupções ocorridas, no período de apuração, em cada unidade consumidora; e o DMIC é a duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora, ou seja, o tempo máximo de interrupção contínua de energia elétrica, em uma unidade consumidora. Os indicadores FIC, DIC e DMIC são estampados na fatura de energia elétrica enviada ao consumidor, em um pequeno quadro “Duração e Frequência das Interrupções”. São mostrados o valor apurado pela companhia (mensal e trimestral) e os limites máximos autorizados pela Aneel. O que chama a atenção é que os valores apurados pela Celpe são imutáveis. Mesmo tendo o consumidor verificado naquele mês um maior número de interrupções do que o mês anterior, esta situação não modifica os valores apurados e indicados na fatura. Lembrando que na fatura é também informado que o cliente poderá a vir a ser compensado quando há violação em relação aos índices pre-estabelecidos pela Aneel. Todavia a falta de credibilidade dos índices apontados pela companhia é total, e não serve para o consumidor verificar se houve ou não descumprimento na prestação do serviço, e assim poder reivindicar seu direito de consumidor. O caso de Pernambuco é emblemático, pois é grande a frequência das interrupções no abastecimento de energia ocorridas não só na capital, como nas cidades interioranas. Já algum tempo a queda de energia nos bairros de Recife e em outras cidades atendidas tornou uma rotina, mas infelizmente estes episódios não têm a visibilidade de um apagão atingindo vários estados brasileiros ao mesmo tempo. Mas que não são menos importantes, pois os chamados “apaguinhos” trazem os mesmos problemas e transtornos. Os jornais, as rádios e os órgãos de defesa do consumidor são quem reverbera as denúncias e a insatisfação do consumidor pernambucano. A situação atingiu tal nível de insatisfação que até o atual governador, em um momento raro de defesa dos interesses da população, acusou publicamente a empresa de “não gostar de pobre”. Este fato ocorreu na solenidade de lançamento do Programa Chapéu de Palha no município de Afogados da Ingazeira (380 km de Recife), Neste dia, fez sérias acusações a Celpe de não fazer obras para os pobres, acusando-a de boicotar ações contra a seca, atrasando obras dos Governos Federal e Estadual, apesar de ter lucrado em 2011 mais de R$ 400 milhões, e de ter enviado seus lucros para a Espanha. Também criticou a imprensa, por não denunciar a Celpe por ser uma forte anunciante desses veículos. Pura retórica populista. É bom que se diga, que não é somente com a prestação de serviços elétricos que o cidadão sofre “as duras penas”, mas também com a qualidade dos serviços de água e esgoto, na área de saúde, telefonia, com as companhias aéreas, entre outras. Reclamar a quem? Só se for ao Bispo de Itu, pois as autoridades responsáveis, não estão nem ai. Fazem de conta que o problema não existe. Vivem em outro planeta. * Professor da Universidade Federal de Pernambuco
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Turismo NA NATTAL ECOLÓGICO 2012 Estamos em altas atividades na confecção das árvores de natal. Dia 22 de novembro foi o grande mutirão da Escola Brigadeiro Nóbrega. Mais de 50 alunos participaram do mutirão “O Lixo Virando Arte”, na sede da OSIG. Uns transformavam garrafas PET em flores, outros em arranjos e um grande número usando a máquina de cortar as garrafas, transformando-as em fitas para unir as peças produzidas. A máquina é “made in Palma”, em 5 segundo transforma o corpo de uma PET de dois litros em uma tira de 30m, que servirá para unir os arranjos em disposição adequada. A máquina também foi construída com o reúso de materiais, como tudo é feito no Natal Ecológico. Até a estrutura em bambu, que temos em abundância aqui na Ilha, colhemos os que estão secando ou caindo. Foi uma motivação para todos, e de 17 a 23 de dezembro teremos uma grande festa com atrações variadas que valorizarão o nascimento de Cristo, resgate cultural, Ecologia, em especial a ecologia humana, oportunidades para novos talentos, enfim de todos para todos. Por certo será bonito e atingirá os objetivos. fotos OBJETIVOS DO EVENTO O Natal Ecológico é realizado em Abraão na Ilha Grande, entre os dias 17 e 23 de dezembro de cada ano. Neste ano de 2012 já estamos na terceira edição. O evento contempla a apresentação de musicais, peças teatrais e outras manifestações culturais alusivas ao Natal, com foco na preservação ambiental e no equilíbrio ecológico, aliado ao resgate da cultura caiçara. tendo um paisagismo natalino ornamentado e iluminado por artesanatos, confeccionados a partir de materiais de reúso. O público-alvo é os próprios moradores da Ilha, como também os visitantes, que serão atraídos pelas apresentações culturais promovidas pelo Projeto. Essas apresentações terão a participação de representantes dos diversos segmentos da sociedade civil e da comunidade local, sendo acompanhadas e aprovadas pela entidade realizadora do Projeto, a OSIG – ORGANIZAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE DA ILHA GRANDE. Objetivo Geral: Mobilizar os diversos segmentos da população local no sentido do comprometimento com a sustentabilidade, sensibilizar para o resgate e a preservação da cultura local e conscientizar sobre a importância do equilíbrio ecológico, tendo como temática a música, o teatro e o artesanato, a partir do reúso de materiais. Objetivos Específicos: Promover o diálogo com os saberes e representações culturais da comunidade local; proporcionar condições para que possa mostrar sua música, teatro e artesanato; dar oportunidade a novos talentos; festejar o Natal num ambiente alegre, de integração e participação; gerar o sentimento de inclusão e pertencimento para a comunidade; proporcionar atratividade para os visitantes; estimular mídia espontânea e positiva; beneficiar o turismo local, e o consequente desenvolvimento econômico. ÁRVORE DE NATAL O projeto artístico prevê uma árvore em forma de vela, sobre uma canoa. A ideia é simbolizar a canoa de voga, que no passado levava para o continente pessoas e produtos da Ilha, trazendo em seu retorno, mercadorias. As viagens eram feira a remo e vela. Os alunos da Escola Brigadeiro Nóbrega, participaram do grande mutirão. Foi muito legal. REUNIÃO DO DIA 17 Com quorum substancial, decidimos sobre a matriz de responsabilidades que ficou assim por agora. Até o início do evento sofrerá alterações, por estar incompleta. Necessitamos ainda de voluntários para as lacunas abertas. Pela matriz, poderão observar o tamanho do evento.
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Turismo NOVID ADES NO NOVIDADES FECHAMENT O DO JORNAL FECHAMENTO
PREMIO BRAZTOA Estamos de parabéns!!! Fomos selecionados entre os 11 finalistas no Premio BRAZTOA, até 11 de dezembro saberemos o final. Este prêmio é de âmbito nacional, portanto para nós é de uma expressão muito significativa pois alem do valor do premio há uma grande mídia espontânea de Ilha a custo zero. Aos poucos vamos crescendo! NELSON PALMA - Coordenador
OBJETIVO PRINCIPAL: Mobilização de todos os segmentos representantes da comunidade: Escola, Capoeira, Artesanato, Igrejas, Brigada Mirim Ecológica, Associações, PEIG, Coral Sol, comunidade etc. AGRADECIMENTOS Nossos agradecimentos à direção do PEIG, pela presteza com que nos atendeu em relação ou pedido de corte de colmos de bambu, para fazer as estruturas das árvores de natal. Um agradecimento muito especial aos funcionários do Parque: João Correa, Bruno Mandes e Jorge Donato, por nos ter acompanhado com tanta boa vontade na retirada dos bambus. Estas pequenas coisas fazem a grande diferença no conjunto comunitário.
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Coisas da Região adobeebook/feuerbach.pdf SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Lisboa: Presença, s/d/.
ESCOLA Érica Mota*
XII TORNEIO DE XADREZ DA ILHA GRANDE
O Sucesso da Persistência Classificação Adulto: 1º lugar: Pedro Oliveira 2º lugar: Fernando Santana 3º lugar: Jorge Moraes, César Vieira e Renato Marques
Gostaria de chamar atenção para o envolvimento dos funcionários de apoio com o trabalho que realizo em sala. Não que isso me deixe surpresa pela possibilidade de acontecer, mas por se efetivar. Pensando no existencialismo de Sartre e na análise marxista da práxis, acredito que nos fazemos humanos com o tempo, transformando-nos através das relações afetivas, de trabalho e sociais em geral. Sr. Renaldo (Naldinho) e D. Celênia (Leninha), zeladores da escola, se permitem a uma participação que propicia esse processo que nos torna cada vez mais ‘humanos’, num coletivo que está em busca da prática da democracia e inclusão — situação bem a propósito de uma escola integral. Eles entram em sala de aula para participar de atividades sobre plantio de espécies, sobre reconhecimento de pássaros locais, participam de aulas passeio para nos ajudar a identificar as referências físicas da comunidade para montarmos nosso mapa, etc. A atividade retratada na fotografia deu-se a partir do estudo sobre ambientes, que temos feito em sala. Neste dia tratamos do ambiente escolar. Ao comentarmos sobre as atividades realizadas em cada espaço da escola, as crianças chegaram a conclusão que ‘tia Leninha’ e ‘tio Naldinho’ eram fundamentais para a manutenção do nosso ambiente, pois frequentam todos os espaços da escola, durante todo o dia escolar, fazendo a limpeza e manutenção da mesma —a princípio as crianças os associaram somente à limpeza (...). Depois da constatação da importância destes profissionais, as crianças logo sugeriram escrever-lhes cartas e bilhetes em agradecimento, por eles estarem junto à nós em vários momentos no espaço educativo. Com as cartas e bilhetes, além de praticarmos a função social da escrita e outros quesitos especificamente pedagógicos, praticamos também a afetividade e humanização no ambiente de trabalho. Esse reconhecimento é importante para que a presença desses trabalhadores não caia no óbvio dentro da escola, nem seja tida como ‘normal’ no sentido que GENTILE dá ao termo: “O ‘normal’ se torna cotidiano. E a visibilidade do cotidiano se desvanece (insensível e indiferente) como produto de sua tendencial naturalização.” (2007). Não é normal que esses profissionais trabalhem, e ainda precisem fazer greve para exigir o recebimento de salários atrasados! Em sala, com certeza, nós reconhecemos a importância desses profissionais dando e recebendo, cotidianamente, o que temos de melhor. Afinal, somos humanos e nos humanizamos a cada momento em que nos permitimos a essas trocas de saberes e afetos. * Educadora na escola CEHI Monsenhor P. de Carvalho, Saco do Céu, Ilha Grande. GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na esperança em tempos de desencanto. MARX, Karl. Teses sobre Feuerbech. www.ebooksbrasil.org/ Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163
Classificação Mirim: 1º lugar: Guilherme Masabel 2º lugar: Vinícius Camacho Crokidakis 3º lugar: Juan Batista dos Santos
Este ano de 2012, para os enxadristas da Ilha Grande, foi um sucesso. Bom número de participantes e muitas novidades, incluindo os enxadristas mirins. Tivemos representantes do Rio de Janeiro (Capital), Maricá, Paraty, Campinas, além do já conhecido grupo da Ilha Grande que este ano também cresceu em quantidade e qualidade. Diretamente de Campinas para sagrar-se campeão, Pedro atropelou campeão e vice-campeão dos anos anteriores. Ganhou todas as partidas jogadas e levou para São Paulo seu merecido e belíssimo troféu, uma escultura de esqueletos de coral-sol, idealizado e confeccionado por Renato Marques, também coordenador do evento, que já buscava alternativas para o uso desses esqueletos. Estabeleceuse assim uma estreita parceria com o Projeto Coral-Sol, com o intuito de divulgar suas ações, numa clara demonstração de apoio mútuo. Na abertura do evento, Daniel, administrador do Projeto fez uma explanação sobre as atividades realizadas para erradicação e controle desse coral invasor e estendeu convite para receber a todos no Centro de Visitante do Projeto. Aproveitou a oportunidade para doar brindes para os primeiros colocados (adultos e mirins) do Torneio.
O Campeão Pedro Oliveira jogando uma simultânea com os mirins
O ponto alto este ano foi a significativa participação das crianças, o que sempre representou o sonho e o maior objetivo do projeto de xadrez aqui na Ilha. Após algumas tentativas frustradas em anos anteriores, agora dez crianças abraçaram a oportunidade de aprender o jogo tão recomendado para desenvolver a concentração, o raciocínio, fortalecer a vida de relação social, o respeito pelo outro, o saber ganhar
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Coisas da Região e o saber perder, reforçando comportamentos adequados. Proporciona ainda o poder de ordenar o pensamento, estabelecer etapas para resolução de problemas, verificar alternativas de solução, prever consequências Tudo isso pode ser aplicado no cotidiano, facilitando a criação de hábitos básicos saudáveis para lidar com os “sins” e os “nãos” da vida. É gratificante, surpreendente e emocionante verificar como floresce e desabrocha o infinito potencial do ser humano quando se tem a oportunidade de alimentar o seu desenvolvimento. VAMOS CONTINUAR . . . Toda 4ª feira, às 17 horas, na Casa de Cultura, Renato, Edson, Felipe e quem mais quiser e puder ajudar, estarão à disposição para ensinar e praticar com as crianças (a partir de 8 anos), jovens e adultos. Parabéns a Renato e Edson que exemplificam a tolerância e a paciência, auxiliando no desenvolvimento dos hoje “pequenos cidadãos”. Com seus esforços possibilitaram realizar o XII Torneio de Xadrez da Ilha Grande. Parabéns e OBRIGADO a todos os patrocinadores e apoiadores desse projeto, cuja confiança e apoio financeiro tem sustentado o entusiasmo desses idealizadores: Pousadas Ancoradouro, Armação dos Anjos, Asalem, Bossa Nova, Cachoeira, Caiçara, Casa Bonita, Guapuruvu, Juliana, Manacá, Mar Azul, Mata Nativa, Porto Abraão, Recanto da Bruna, Riacho dos Cambucás, Sanhaço, jornal “O ECO”, Lojas Amazônia, Liga Cultural da Ilha Grande, na pessoa do Adriano, Mercado N. S. de Fátima, Restaurante Casarão da Ilha, Projeto Coral-Sol, ao fotógrafo André Cypriano pela bela foto para premiação, aos pais das crianças pelo incentivo e enfim, a todos que também indiretamente contribuíram para a realização e sucesso do evento.
NOTÍCIAS
AMPLA DEIXA RASTRO DE LIX O LIXO EM TRILHAS D DAA ILHA GRANDE As fotos abaixo foram feitas por um leitor do Eco, na trilha entre a Freguesia de Santana e Japariz. Atenção AMPLA, a população está de olho.
SESSÃO SOLENE AO DIA D TURA DAA CUL CULTURA Foi realizado no dia 06 de novembro uma Sessão Solene Alusiva ao Dia da Cultura, ocasião em que cada vereador concedeu a Medalha de Mérito Brasil dos Reis, a personalidades angrenses. O homenageado do Vereador Cordeiro foi o Adriano Fábio da Guia, coordenador do ponto de cultura da Ilha Grande. Além de coordenador da “Arena Cultural da Ilha Grande” que funciona na casa de cultura do Abraão com as atividades: Capoeira; Ciranda; Artesanato; Literatura; Cinema e Teatro, Adriano é professor de Capoeira. “A Capoeira é uma mistura de diversas
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Coisas da Região danças, ritos, lutas, instrumentos musicais vindos de diferentes etnias e de várias partes da África. Essa mistura ocorreu no Brasil, na época da escravidão: a Capoeira é Brasileira, filha de mãe Africana.” – afirma Adriano.
Eventos de Fé - Comunidade Religiosa
PEREGRINAR PPARA ARA CONHECER AS DOZE IGREJAS D DAA ILHA Texto de Neuseli Cardoso Fotos de Mário Ricardo Pastoral da Comunicação Frequente a Igreja! Ouvi teu chamado. Em nome do Pai, em nome do Filho em nome do Espírito Santo. Atravessei o mar; cheguei à cidade, encontrei-me com os frades, embarcamos numa traineira cheia de passageiros, rumo à igreja de São Pedro, padroeiro da Praia da Longa, fomos celebrar a Santa Missa. Pude observar aquele espaço sagrado: limpo, arejado, organizado e respeitado. As paroquianas de joelhos agradeciam e apreciavam o momento de paz que a celebração trazia. Após a bênção do sacerdote pegamos a trilha, rumo a Igreja Nossa Senhora da Lapa, padroeira da Praia Grande de Araçatiba. Uma hora de caminhada, acompanhados pelos cantos dos diferentes pássaros saudando nossa missão. Que capelinha charmosa! Harmoniosa! Às 19h30min, celebramos a Santa Missa e todos cantamos em louvor ao Senhor. No outro dia cedo, pedimos carona no barco da escola, fomos direto a Praia do Provetá, lá pegamos uma trilha bem íngreme; como premio, o dia estava lindo brindando os participantes com suas cores através da florada dos Ipês, da lindíssima sinfonia da diversidade dos cantos dos animais e com seu perfume exalado das sementes da cana fístula. Sentia a presença Dele. Sorri, cantei, chorei, orei e agradeci por estarmos caminhando. Chegamos a Igreja de Santa Cruz, padroeira da Praia do Aventureiro. Os nativos mais antigos tratavam-na de Capelinha. Aquela Cruz está ali há mais de cento e cinquenta anos. O espaço passará por uma reforma. Nossas forças o Senhor vai animar para que juntos possamos manter nossa igreja e nosso lugar por quanto tempo o Senhor achar necessário. Fizemos a Exaltação a Santa Cruz Bendita e louvada seja; no céu a Divina Luz. Nós todos também na terra; Louvemos a Santa Cruz! Reportei-me a minha infância! Tive a sensação de ouvir a uma só voz, dos meus ancestrais, o santo sinal da Cruz. Na semana seguinte fomos Celebrar a Santa Missa na Igreja Sagrado Coração de Jesus padroeiro da Praia da Parnaioca, à sua porta está localizado o cemitério, ambos, cuidados com muito carinho pelo Sr. Sílvio. Local onde foram sepultados meus avós paternos e maternos assim também como os demais falecidos das vilas do Aventureiro e Parnaioca. Durante a Santa Missa nossas intenções foram dirigidas ao Campo Santo daquela localidade. Que assim seja. Com o mesmo entusiasmo, caminhamos mata adentro mais três horas, o que me chamou a atenção para a quantidade de espécies de cogumelos naquela região. Chegamos a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da Vila Dois Rios. Á noite, celebramos a Santa Missa. No dia seguinte bem cedo, pegamos carona num ônibus até a Vila do Abraão, onde temos a Igreja matriz, pois seu cotidiano é mantido por muitas atividades missionárias. Dispõe de uma equipe que não mede esforços para servi-la, tendo a frente nossos jovens frades Frei Luiz e Frei André, realizando ofícios religiosos e motivando as comunidades a participar desses eventos. Arrebanhando fiéis. Nós paroquianos temos o hábito de sair de barco, ora, rumo a Igreja São Cosme e São Damião padroeiros da Praia Saco do Céu. Participamos da
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missa, da procissão, do batizado e do almoço beneficente. Esta capela tem um excelente espaço físico para as celebrações. Nela, a beleza, a fé e a simplicidade mesclam-se a natureza exuberante do lugar. Ora para a Praia de Matariz, onde temos a Igreja Senhora Sant’Ana, o povo reza com muita fé e alegria, pois na sua festa chega gente de outras praias para louvar a Santa. Também traçamos o rumo para a Igreja Divino Espírito Santo na Praia do Bananal. Tem sempre um grande barco para conduzir o povo de Deus a este lugar, grande é a luz divina que todos recebem na partilha do Pão Sagrado, diante do intenso momento de fé. Assim como também para a Praia da Freguesia de Sant’Ana, pois lá encontramos a Igreja Senhora Sant’Ana, sendo uma das mais antigas da Ilha Grande, datada de 1843 e o dia 26 de julho é dedicado as festividades da Padroeira, atraindo fiéis de outras comunidades para louvar a Santa Mãe de Maria. Ainda atravessando mar, ora agitado, com lestada, ou percorrendo trilhas, encontramos a Igreja de São Benedito na Praia das Palmas. Chegamos a belíssima Praia de Lopes Mendes com seu mar verde esmeralda a cor da esperança. Esperança esta de rever sua Igreja Senhora Sant’Ana, revitalizada e que possa ser celebrada a Santa Missa, concretizando o sonho de todo peregrino missionário que por ali passar. “Jesus é o missionário do Pai. É nele que o discípulo missionário tem a sabedoria profética para anunciar o Evangelho da Vida”!( CNBB – Sou Católico vivo minha Fé) Muito agradecida, Senhor, por ser nosso Amigo por eu ter nascido nesta Ilha Grande querida.
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Coisas da Região EVENTOS
ECOMUSEU ILHA GRANDE INAUGURA EXPOSIÇÕES
Comida e Cárcere A mostra, organizada em três módulos - Aquisição, Preparo e Consumo -, está instalada no prédio da padaria do presídio, com finalidade de apresentar a rotina alimentar na penitenciária localizada em Vila Dois Rios até o momento de sua desativação. Reúne objetos, fotografias e documentos textuais e fílmicos que informam sobre as condições precárias nas prisões: locais e utensílios inadequados ao preparo e consumo dos alimentos, ausência total de higiene e baixa qualidade do que era servido. A curadoria é da equipe do Ecomuseu. Arte e Ciência das Formas e Padrões da Natureza A mostra é fruto do trabalho coletivo dos integrantes do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais – LARAMG e do Departamento de Biofísica e Biometria do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes/UERJ. Financiada pela FAPERJ, a exposição, composta por fotografias, apresenta formas e padrões encontrados nas belezas intrínsecas da natureza, retratando a flora e a fauna da Mata Atlântica. Ecomuseu Recicla Com a intenção de divulgar os resultados obtidos pelo projeto “Ecomuseu Recicla: alternativas para o desenvolvimento sustentável da Vila Dois Rios a partir do artesanato consciente”, apoiado pela FAPERJ, a exposição apresenta obras de materiais recicláveis feitas por artesãos da Vila de Dois Rios. A mostra, que conta com a curadoria do antropólogo Ricardo Gomes Lima, atual gestor do Ecomuseu Ilha Grande, apresenta objetos criados em pet, tecido, lata e madeira reciclados, que se convertem em fonte de renda e forma de expressão cultural para os artesãos da Ilha Grande.
Vinculado ao Departamento Cultural da Sub-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Ecomuseu Ilha Grande irá inaugurar as novas instalações do Museu do Cárcere com quatro exposições. São elas: Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje; Comida e Cárcere; Arte e ciência das formas e padrões da natureza e Ecomuseu Recicla. A abertura para convidados acontecerá em Vila Dois Rios, na sede do Ecomuseu, em Ilha Grande, no dia 13 de dezembro, quinta-feira, às 11h. As mostras estarão abertas ao público em geral a partir do dia 14 de dezembro, com entrada franca. Na mesma data, será também inaugurada a remontagem da exposição permanente 100 anos de presídio. Com curadoria da antropóloga Myrian Sepúlveda dos Santos, primeira coordenadora do Ecomuseu Ilha Grande, a mostra, que inaugurou o espaço, em 2009, traça um panorama histórico das diferentes unidades prisionais implantadas na Ilha Grande entre os anos de 1894, data em que foi instalado o primeiro presídio na ilha, e 1994, quando foi implodido o Instituto Penal Cândido Mendes.
AS EXPOSIÇÕES: Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje A exposição, com curadoria do historiador Gelsom Rozentino, atual coordenador do Museu do Cárcere, é resultado do projeto “História e Memória do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro”, financiado pela FAPERJ. A mostra busca contribuir para uma visão sobre o funcionamento e a construção das várias unidades penais e hospitalares que integram a estrutura física do sistema penitenciário ao longo da história. Nela, são apresentadas imagens que retratam passagens da história do sistema penitenciário e registros fotográficos que visam identificar diversas atividades que representam o cotidiano nas prisões.
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Exposições: “100 anos de presídio”, “Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje”, “Comida e Cárcere”, “Arte e ciência das formas e padrões da natureza” e “Ecomuseu Recicla” Local: Museu do Cárcere (MuCa) - Ecomuseu Ilha Grande Rua Amapá, s/nº - Vila Dois Rios, Ilha Grande – Angra dos Reis / RJ Abertura para convidados: 13 de dezembro, às 11h Visitação: a partir de 14 de dezembro De: terça a domingo, das 10h às 16h (incluindo feriados) Marcação de visita guiada: ecomuseu@uerj.br ou
(21) 2334-0939 /
(24) 3361-9055 ENTRADA FRANCA
O ECOMUSEU: O Ecomuseu Ilha Grande tem como um de seus principais objetivos o desenvolvimento de ações e atividades de pesquisa voltadas à preservação e difusão de questões relacionadas ao meio ambiente, à história e à vida sociocultural da ilha. Local reconhecido por sua beleza e riqueza natural, a Ilha possui um total de 87% de sua área preservada por legislação específica. Considerada patrimônio ambiental, cultural e histórico, a Ilha Grande é um dos pontos turísticos mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, atraindo visitantes nacionais e estrangeiros que buscam as suas paradisíacas praias, cachoeiras, rios, enseadas, trilhas, natureza e tradicionais vilas de pescadores, repletas de especificidades e memórias locais. Com uma área total de 193 km², consiste na terceira maior ilha oceânica do Brasil, com fauna e flora nativas da Mata Atlântica, rica vida marinha e relevo acidentado e montanhoso, dentre outras características. Sua história é também fortemente marcada pela presença de sistemas prisionais na região. Com a desativação das instalações carcerárias, concluída em 1994, o turismo se tornou a base da economia local, recebendo cerca de 120 mil visitantes por ano. O Ecomuseu, localizado em Vila Dois Rios, possui quatro unidades básicas – Centro Multimídia, Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente e Parque Botânico – que funcionam de forma integrada com o meio-ambiente e comunidade. O acesso à área é comumente feito pela trilha Abraão – Dois Rios, que percorre
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Coisas da Região o antigo caminho do presídio e possui vista privilegiada. O trajeto possui cerca de 11 km, com tempo médio de 2h30 a 3h de caminhada.
ANIVERSÁRIO No dia 26 de Novembro nossa amiga e moradora Maria das Graças, comemorou um novo aniversario junto amigos e familiares. Uma festinha surpresa, onde os detalhes infantis e a mistura da cultura brasileira e argentina, deram cor e alegria á noite! Desejos de felicidade e saúde para ela, mais um novo ano, festejando e compartilhando. FELIZ ANIVERSARIO DONA GRAÇA
Segundo ela, ele revolucionou a cultura brasileira através da dança brasileira - samba, maracatu, maculelê, frevo e outras, dando espaço as mais belas mulatas do planeta na década de 1970 e 1980. Em um cenário onde predominavam as louras, Sargentelli escalou as mulatas para performances de danças como o oba-oba, ziriguidum, balacobaco. A partir disso é que as mulatas começaram a ser valorizadas na cultura brasileira. Kaika Kar continua contribuindo e fortalecendo essa cultura. Hoje, faz um projeto de dança para estrangeiros e é produtora artística.
PALESTRAS
UNIVERSID ADE D UNIVERSIDADE DAA NORUEGA
No dia 7/11, foi realizada a segunda palestra para a Nesna University que está realizando um programa de estudos na Vila do Abraão. A palestra versou sobre ECOLOGIA, um assunto pertinente ao momento, não só por estarem na Ilha, mas pela importância do tema no planeta. A palestra foi ministrada pelo editor do Jornal O Eco, Nelson Palma, assistido por Agostina e Jason Lampe.
DANÇA Vocês lembram das mulatas do Sargentelli? Lógico que não, pois faz tanto tempo! Por isso nós vamos lembrar. Em torno dos anos 1970, surgiu este programa na televisão valorizando as mulatas, visto que o palco era dominado por louras. Kaika Kar, remanescente do programa, hoje professora de dança, que ensina alunos de uma universidade que fazem um programa acadêmico na Vila do Abraão, nos falou de Osvaldo Sargentelli.
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Coisas da Região PÉSSIMA EXPERIÊNCIA COM O SPEED CONNECTION Passei o feriado de finados na Ilha Grande. Como sempre é muito reconfortante voltar para aquele paraíso, encontrar os velhos amigos e repor as energias. É muita bênção, mesmo com chuva e com dias sem sol, a mudança de energia é imediata e é tanta a satisfação que você espera voltar a casa com um pouquinho da recarga para enfrentar os ciclos urbanos do nosso sistema de produção. Mas é uma pena que nossas intenções terminem derrubadas pela imprudência de empresas de turismo e transporte. No dia 4 de novembro, decidi voltar para Rio de Janeiro mediante o serviço de Speed Connection, que certamente é uma invenção maravilhosa para sair da ilha. Vale a pena ressaltar que no passado eu já tinha usado o serviço e minha queixa da vez se destinou a sua publicidade enganosa, quando o cartaz que anunciava num único pacote a via marinha e terrestre com uma fotografia de um catamarã. Ilusão que se desfazia no momento do embarque, quando se comprovava que não tinha tal, senão uma escuna. Foi por este meio que me queixei e fiquei feliz ao ver desta vez na publicidade a foto era de uma escuna. Me animei a voltar para Rio de Janeiro com Speed Conection porque não tinha comprado passagem de ônibus e o final de feriado prometia trânsito. Por esse motivo, tomei o serviço da 1h da tarde, com o intuito de chegar ao Rio de Janeiro antes dos costumeiros engarrafamentos de final de feriado. Em menos de 30 minutos estávamos eu e meus 12 colegas de viagem em Conceição de Jacareí para tomar uma van, que segundo o anunciado teria TV, DVD e ar condicionado. Apenas a pontualidade de saída foi atingida, pois a van nem cintos de segurança tinha, que diremos dos outros aditamentos anunciados. Mas o pior estava por vir, no mesmo momento da saída, a van começou dar problema, não dava arranque e foram necessárias três tentativas. Mesmo assim, pegamos a estrada, embora a van não atingia velocidade, o motor rugia de maneira esquisita anunciando que as coisas não estavam bem, parava repetidas vezes. Isto aconteceu várias vezes deixando nosso grupo bastante intranquilo. Éramos 13 pessoas - 1 colombiana, 2 chilenos, 2 espanhóis, 2 americanos e 6 brasileiros. Das 13 pessoas, 12 estavam se dirigindo para os aeroportos, ou seja, tinham hora marcada para chegar no aeroporto, fazer check-in e sair para seus destinos em avião. Obviamente estavam com presa para chegar ao aeroporto e ao mesmo tempo angustiados ao perceber a loucura daquela tentativa em tão precárias condições. Custo muito fazer entender ao motorista que não tinha forma de continuar assim e que por segurança o apropriado era parar. Ele forçava a máquina, a ligava quantas vezes pode e dirigiu pela estrada molhada, ao mesmo tempo em que pedia auxílio à empresa por celular. Não bastasse o estado da van, nos colocou em perigo ao falar ao celular enquanto mal dominava aquela máquina. Os estrangeiros entraram em pânico e foi o berro de uma senhora que pediu para saltar no primeiro ponto. Isto foi à altura de Muriqui. Uma vez ali e sob a chuva, descemos da van e aguardamos a resposta da empresa responsável. Quinze minutos depois nos informaram que três carros tipo Kangoo saindo de Santa Cruz nos recolheriam em meia hora na estrada. E assim foi, no tempo estimado foram chegando os auxílios e fomos nos acomodando, de acordo à urgência dada pelos horários dos voos. Acredito que ninguém tenha perdido o voo. Eu que era a única que não tinha voo marcado, e portanto fui no último carro. Comecei a conversar com o motorista, comentei o sucedido e a sua reposta que me motivou a escrever para o Eco:
Isto que é inconcebível, senhor editor, o motorista da empresa Speed Conection fingiu para nós que estava acontecendo algo “de repente” quando na verdade se tratava de um problema antigo e estrutural do carro, e certamente da empresa. Desde que subimos na van, esta deu problema. O que agrava a atitude da empresa é a desonestidade. Preocupada com o lucro e não com a segurança, menos ainda do conforto, colocou em risco nossas vidas e também as dos passageiros da manhã, não sabemos de quantos mais, que nem sempre tem o tempo de se queixar e que lá nos seus lugares de origem só podem se lamentar e passar para potenciais turistas a imagem do pouco profissionalismo e o altíssimo grau de improvisação que às vezes paira na Ilha Grande. Senhor editor, olha o grau de irresponsabilidade. Pese a que o problema já tinha sido detectado, nada tinha sido feito para resolve-lo. Fica evidente que o que importa aqui é ganhar o dinheiro do turista. Onde estão os controles do Estado numa hora destas? Stella Rodríguez
- Ah tá, então eles ainda não solucionaram nada. Esta manhã essa van deu problema e também fomos chamados para ajudar.
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Coisas da Região TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES
O ECO JORNAL 160 GERA DISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENT O ZONEAMENTO DA AP AMOIOS APAA DE TTAMOIOS A edição especial do Eco sobre a APA Tamoios, que saiu em Setembro último, está gerando repercussões. A redação do jornal recebeu por e-mail a manifestação do empresário Andreas Klien, proprietário de terras na Praia da Feiticeira (Ilha Grande).Abaixo reproduzimos seu conteúdo:
CARO NELSON, A última edição do jornal ECO teve por chamada de capa “Um Paraíso Ameaçado. Desleixo do Poder Público ou Interesses Escusos?”. A chamada já revela uma posição tendenciosa porque articula a “estratégia do carvão”. Procura sujar com insinuações mal explicadas todos aqueles que discordam da posição de um pequeno grupo de pessoas que procura ditar o futuro da Ilha Grande e está prejudicando o desenvolvimento do turismo sustentado. A maior parte do material publicado foi apresentado ao INEA quando da apresentação do manifesto assinado contra a criação das Zonas de Interesse Turístico. Este jornal já teve um posicionamento de defesa do turismo como a atividade mais adequada para o desenvolvimento econômico e social da Ilha Grande. Agora, aborda a questão de maneira parcial sem dar espaço e ouvir todos os lados envolvidos! A obrigação de um jornal é informar e, perdoe minha colocação, acredito que o distanciamento profissional foi esquecido e o respeito também. Tenho um apreço pessoal pela sua pessoa, mas como posso me calar quando o jornal abraça uma visão retrógrada e superficial da defesa da Ilha Grande! A ideia conservacionista de criar uma espécie de zoológico humano onde a principal atividade da população é o artesanato e a pesca atenta contra a dignidade humana. Um dos paraísos brasileiros com maior destaque no turismo nacional precisa é de projetos de turismo sustentado e empreendedores ambientalistas. Algumas pessoas acreditam que a imposição de um zoneamento restritivo à atividade turística vai preservar o meio ambiente da Ilha Grande. Isso é mentira. O zoneamento atual é restritivo e o resultado foi desastroso. A Ilha Grande recebeu uma massa de milhares de turistas sem infraestrutura adequada. A Ilha Grande foi favelizada. O Poder Público se omitiu e descumpriu todas as promessas que fez sobre a canalização e tratamento de esgoto dos núcleos urbanos! A população cresceu e o futuro profissional dos moradores/ habitantes caminha para sua assimilação pela indústria de Petróleo. Estes ambientalistas de camiseta em vez de conquistar o apoio de investidores e empreendedores para uma atividade sustentada, lançam calúnias e acusações sem fundamento como se fossem os paladinos da Justiça ou reais defensores da Ilha Grande. Balela. A maioria dos “grandes proprietários” investiram no tratamento de esgoto até porque o INEA fiscaliza com rigor as propriedades privadas. Isso é um fato e um exemplo. A iniciativa privada faz e o melhor papel do Poder Público é fiscalizar. A Praia das Feiticeiras foi um objeto de destaque na última edição do jornal ECO, que usou a imagem de um projeto hoteleiro sem a devida autorização ou a explicação que o assunto merece. Se esta autorização tivesse sido pedida, eu lhe teria pedido a oportunidade de apresentar as bases de um projeto modelo de turismo sustentado. O assunto foi tratado de modo leviano e lamento o fato, porque acredito que você foi enganado pelo discurso repetitivo de algumas pessoas
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que agem como o Ministro da propaganda nazista que afirmava que ao se repetir uma mentira mil vezes, esta passava a ser verdade para as pessoas... O debate nas reuniões do Conselho Consultivo da APA Tamoios em volta do zoneamento proposto pelo INEA já esclareceu e afastou a possibilidade de criação de Resorts, grandes empreendimentos hoteleiros e privatização de praias e/ou trilhas. Isso é fato! Então buscar o apoio da população contra a proposta do INEA com base em mentiras é abusar da boa-fé das pessoas. A proposta do INEA limita o tamanho dos empreendimentos e cria uma série de restrições que se ajustam a proposta de desenvolvimento de um turismo sustentado e ecologicamente correto. A proposta do INEA quebra o monopólio e a reserva de mercado dos pousadeiros do povoado do Abraão que estão presentes no grupo de trabalho que defendeu a proposta de proibição de criação de zonas de interesse turístico na Ilha Grande. A valorização das pousadas no caso de proibição de criação das zonas de interesse turístico não foi objeto de uma só linha na última edição do jornal ECO! Também não houve qualquer destaque a colocação do representante do CONSIG alertando o grupo que se opõe violentamente a proposta do INEA de que eles estavam atuando contra os interesses da Ilha Grande e da população ao fechar a porta ao turismo. A maior da prova da obtusidade como a questão está sendo tratada é o caso da Praia das Feiticeiras. Investi na recuperação da propriedade. Hoje, a Feiticeiras não tem mais esgoto a céu a aberto ou pichações. O empreendimento dará infraestrutura para o desembarque na praia que hoje é feito de modo irregular e é uma tragédia anunciada como em todas as praias da Ilha. Procuramos recuperar a vegetação e desenvolvemos um projeto modelo de uma pousada 5 estrelas com 50 quartos. Um empreendimento pequeno para um destino turístico que recebe 500 mil turistas/ano. O projeto prevê uma pousada mimetizada para não agredir a paisagem e com paisagismo ambiental para valorizar a Mata Atlântica. O projeto de modelo sustentado das feiticeiras busca equiparar a Ilha Grande aos grandes destinos turísticos do mundo. Quantas ilhas paradisíacas do pacífico e do Caribe possuem hotéis que ajudam a preservar o meio ambiente? O turismo é um atividade econômica de baixo impacto ambiental. A Ilha Grande merece possuir uma infraestrutura turística proporcional a beleza natural de suas paisagens. O empreendedor deve ser estimulado a investir numa atividade sustentada e de baixo impacto ambiental, mas os supostos ambientalistas mentem e enganam a população, caluniam e desestimulam o empresário brasileiro a se unir a causa de defesa do meio ambiente! Peço a este jornal ECO que procure dar espaço aos empreendedores que tentam investir no turismo na Baía da Ilha Grande. Este jornal já defendeu antes o Turismo e a maior ameaça que o meio ambiente pode ver concretizada é fechar as portas à atividade sustentada por excelência como alertou o representante do CONSIG aos subscritores do manifesto contra a criação das zonas de interesse turístico na Ilha Grande. Atenciosamente, Andreas Klie
RESPOSTA DO JORNAL POR SER CITADO Caro Andreas. O que nos levou a todo este desentendimento foi a postura de Carlos Minc, com relação ao zoneamento da APA. Andamos muito bem até a conclusão do zoneamento. Logo após houve uma “calmaria”, donde surgiu o Decreto 41.921 liberando os costões rochosos e as áreas de Preservação da Vida Silvestre. Isto tornava legal todas as mazelas já existentes. Tudo de forma velada (daí surgem os interesses escusos que nos referimos), onde podemos chamar o INEA protagonista ou até mentor intelectual de tudo. Ninguém soube de nada e o Conselho foi completamente traído. A partir daí o Conselho, cuja maioria atuante éramos nós, contra atacamos usando o Ministério Público (Estadual e Federal). Em contrapartida, o INEA criou as ZITHs e seu nomes derivados, que de certa forma substituiria o famigerado Decreto. Isto foi uma canalhice sem precedentes
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Coisas da Região com o conselho. Se tivessem aprovado o zoneamento como foi o consenso, posteriormente estudaríamos abertura para mais turismo nestas praias quase todas intactas. Como exemplo a Feiticeira. Mas um turismo adequado à Ilha Grande e não excludente como pretendem. Sei perfeitamente que você não gostou do excludente e na visão de seu perfil obviamente tem razão. Se a qualidade resort destas pousadinhas (segundo Carlos Minc), fossem como o Sagu Resort, aqui no Abraão, onde a trilha permaneceu no local, seu cais é usado por todos, os “bangalôs” sob a mata onde se tornam invisíveis, mesmo tendo a categoria resort, seriam plenamente aceitáveis. No entanto, nós temos certeza que não serão assim pois já tem várias praias em que o acesso é dificultado por seus proprietários, seja por terra (mudança de trilha), seja por mar (falsas fazendas marinhas). As trilhas também serão interrompidas como já o fizeram em lugares como a Camiranga. Nossa “volta a ilha”, o turismo de todo mundo já a consagrou como o caminho de Compostela, observadas as proporções. Todos gostariam de fazer a volta à Ilha como se fosse o seu “no limite”. Isto não haverá mais, por certo. Até entendo, pois neste nível de hospedagem as pessoas em parte querem isolamento ou precisam dele. Nada disso nos serve nem serve à população da Ilha. Não condeno sua razão de lutar pelo seu espaço e ponto de vista por ângulo diferente do nosso, pois vivemos em esferas completamente diferente e para muitos antagônicas. Infelizmente. Com relação à sua carta. - No primeiro parágrafo - a referência Paraíso Ameaçado. Desleixo ou Interesses Escusos do Poder Público? Refere-se ao todo, as favelinhas que deixam fazer no Abraão, em Araçatiba e vários lugares, o não respeito ao código de postura, onde é voz corrente que estas pessoas têm orientação do caminho mais fácil para burlar a lei, de funcionários do próprio Poder Público e depois de feito não tem mais jeito. A chamada é interrogativa, é para o leitor interpretar, portanto não é uma afirmação. - O Poder Público das três esferas aqui na Ilha é ausente e também antagônico entre si. Longe de pensar na estratégia do carvão, nós lutamos contra isso tanto quanto contra às ZITHs. Não são insinuações, as coisas são explícitas. Não somos um pequeno grupo, somos maioria esmagadora dos que vivem na Ilha, tampouco não queremos ditar futuro, mas, que ele exista de forma sustentável e para todos. A forma como vocês (Carlos Minc está incluso) querem, comercialmente poderá ser por um espaço de tempo, muito promissor, mas não será sustentável. Exemplo os resorts do continente, virando condomínios ou sendo renegociados a cada ano. Os condomínios nesta ilha seriam um absurdo e por certo será o destino das ZITHs ou seus nomes derivados. - Está equivocado quando declara que o jornal tinha posicionamento mais adequado no passado para o desenvolvimento turístico. O posicionamento continua o mesmo. Um turismo onde exista hospedagem para todos os níveis, ordenado, de impacto moderado e mantendo como importante o aspecto cultural da Ilha. Também não se inclui na forma parcial, pois sempre esteve aberto a todos, especialmente a você que temos um relacionamento mais próximo. O Eco Jornal tem mais de 80% de nota máxima em credibilidade, portanto difícil de ser questionado. - O jornal não abraça visão retrograda e superficial, ele abraça um ponto de vista, para nós adequado à Ilha Grande e sempre foi assim, por isso é outro equivoca acreditar que o jornal não tenha profissionalismo. - Nunca pensamos em “espécie de zoológico humano” tampouco tendo como atividade principal artesanato ou pesca a não ser a pesca em fazendas marinhas, que poderão ter bom futuro na sustentabilidade. A restrição que fazemos é para não tornar a Ilha igual ao continente, “um favelão postal”, onde resorts e favelas têm proximidade. - Não é mentira, o zoneamento restritivo nunca será um desastre e tampouco os empreendedores que você se refere são ambientalistas a menos que o capitalismo tenha mudado de nome. O pouco de verde que temos tem que ser segurado a qualquer preço, pois amanhã valerá muito mais como verde que como blocos de concreto, “possivelmente denominados de elefantes brancos”. - Neste item temos muita coisa em acordo. Todo o referido é por culpa do desleixo do Poder Público, nunca nossa. Veja como o desleixo está sempre presente e por trás deste desleixo se alicerçam parte dos interesses escusos.
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- Não somos ambientalistas de camiseta, nem caluniamos ninguém, nem somos paladinos da justiça, somos contra o que por aqui não dará certo e com o advento do pré sal, estes grandes proprietários administrarão grande condomínios que serão desastrosos para a Ilha e seu meio ambiente. A fiscalização que você afirma do INEA exercer sobre vocês, possivelmente esteja ligada a outros interesses que por certo devem ser escusos. Nós não temos razões para confiar no atual INEA. - Com relação à Praia da Feiticeira, você foi o único que apresentou em reunião pública o projeto. Você foi vitima de você mesmo, quando alegou que havia reflorestado e área e agora não poderia retirar a vegetação para construir, pois esta vegetação é protegida. Você foi vítima porque reflorestou. Lembra desta reunião? Também não somos levianos, pois simplesmente relembramos ao púbico o que já era público. Com relação ao seu ataque, devo dizer que não fui enganado, simplesmente não acredito no projeto de vocês, como algo sustentável, por ser mega e excludente. Você alega que uma pousada com cinquenta apartamentos não representa nada em relação ao volume turístico da Ilha, mas isto não representa realidade pois são 19 praias que vocês querem transformar em turismo de “alta qualidade”. Analise só o impacto ambiental e o caos que isso vai gerar no transporte e nos locais comuns, que são poucos pela dimensão da Ilha. Nós não somos loucos desvairados, somos pessoas de análise com projeção para o futuro. No futuro possivelmente você dirá: o Palma ajudou a me salvar de um prejuízo maior ou de ser proprietário de um “elefante branco” com nome de condomínio, cheio de caloteiros que não pagam em dia. - Sobre os debates em reuniões que você afirma a derrubada a ideia resort, na verdade, só foi limitado o tamanho, mas se construir vários continuarão ser grandes. O descrédito nisso é total, pois nunca cumpriram a lei, muito mais agora que já não acreditamos nem no Estado. Como exemplo a Camiranga que acabou com a trilha centenária e nunca conseguimos fazer cumprir a lei, pois o proprietário era mais forte. Isto também faz parte da dominância velada sobre o governo que algumas vezes nos referimos. - A proposta do INEA não é ambiental e também não há monopólio e reserva de marcado para os pousadeiros do Abraão, pois sempre se pensou na Ilha como um todo. Abraão é privilegiado geograficamente e pelo tempo de existência. Com relação a uma só linha como você se refere, é a linha de maior atuação no Conselho e que foi enganada pelo INEA. Favorável a esta ideia de uma só linha que você se refere, está toda a população da Ilha e tampouco nunca fechamos as portas para o turismo. O alerta do representante do CONSIG, foi fundamentado em pessoas que não representavam o Conselho, nunca estiveram presente as reuniões do Conselho. É lógico que o CONSIG é contra nossa atuação no Conselho, pois ele representa vocês. Eu transito bem com o CONSIG, lutei no desenvolvimento de seu projeto na Ilha (PDS), mas nunca consegui convencer ninguém a acreditar nele, exatamente pelo quadro social que o compõe. O alerta de que o nosso grupo estaria contra os interesses da Ilha e da população é um absurdo e não consigo acreditar que o Valdir pense assim, ele conhece melhor nossas intenções que vocês todos juntos e sabe que não é esta. - Com relação à prova de obtusidade como é tratada a Feiticeira... Já respondi em outro item. - O penúltimo item, a referência ao baixo impacto ambiental que o turismo gera. É engano, pois ele tem grande impacto até pela agregação de carga antrópica gerada e muitos destinos sucumbiram por isso. Quando se trata de uma administração como a do nosso município o resultado é de grande impacto, por certo e cada ZITHs terá a seu lado uma favelinha, como apoio ou pela tentativa natural de sobrevivência, gerada pelo falso eldorado que a ZITH provocou. - O mundo capitalista está ruindo e eu não vejo como sair disso a não ser cuidando do pouco verde que ainda resta. É óbvio que você veja diferente e até entendo, mas pare e pense, que poderá ser um grande negócio você só morar na Ilha, curtir suas belezas naturais, sendo um grande aliado nosso e jantarmos juntos uma vez por semana curtindo o belo da Ilha como ela é, sem a dor de cabeço dos investimentos. E não esqueça, o verde poderá ser mais lucrativos em futuro próximo que um hotel 5 estrelas. - Para este jornal não precisa pedir para dar espaço, todos tem espaço. Nunca mudou sua opinião sobre meio ambiente e turismo. Toda a matéria enviada,
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Coisas da Região publicaremos, nunca negamos matéria a ninguém a menos que seja comprometedora ou por ética, impublicável. O Eco 160 é uma síntese da vontade de uma população que sofre opressões desde os tempos carcerários. Este povo não consegue acreditar no governo e o maior erro que vocês cometeram foi entrar no embate ao invés da persuasão. O “juiz” Minc não soube julgar, como advogado não soube instruir o processo e suas entrevistas mostraram suas contradições. É o tal caminho Lewandowski - juiz e advogado da causa. Nada pior! Os custos de O Eco 160, foram cotizados pelos seus interessados e responsabilidade imputada a quem escreveu. O jornal e sua equipe têm total interesse que este conflito acabe e partamos para uma solução realmente sustentável, ambientalmente correta e com o INEA pensando a proteção à natureza e não desenvolvimento imobiliário. Qualquer aumento de carga antrópica na Ilha será uma temeridade. Não é paranoia, os meses de alta temporada demonstram isso. Desculpas Andreas se escrevi demais e me contrapus, mas o assunto é pelo menos polêmico, é uma guerra que envolve o governo e poderosos capitalistas, contra ambientalistas duros que mal conseguiram se cotizar para pagar o jornal tendo como apoio uma população também de pouco dinheiro. Mas fazem um jornal extra, onde o INEA não consegue fazer uma ata. Contudo, poderemos ser até poderosos se o governo levar em conta que toda esta comunidade está ao nosso favor, isto é democrático e sensato. Caro Andreas: não há nada pior que investir no que a comunidade participativa é contra! Diga isto ao Valdir Siqueira que é meu e seu amigo, também muito envolvido na Ilha, mas parece não conhecer a capacidade deste povo quando se coloca contra. Eu sempre tive e tenho bom diálogo com você e até com todos. Isso pesará no entendimento que em verdade é o que nós queremos. Quem gerou esta discórdia, foi a incapacidade mediadora de Carlos Minc que lamentavelmente é o dono da caneta. Atenciosamente, Nelson Palma – Dir. de O Eco Jornal
DA ONG PARCEIROS DA TERRA, POR INTERMÉDIO DO CONSIG Ao Editor do Jornal ECO 1º - a PARCEIROS DA TERRA (Instituto de Políticas Econômicas e Socioambientais) está acompanhando todo o debate e o processo no Conselho da APA Tamoios e tem uma perspectiva clara da arbitrariedade e uma posição crítica sobre a forma como debate sobre o zoneamento da Ilha Grande foi conduzido. 2º - O zoneamento Ilha Grande inicialmente proposto (esboço de 22 de agosto de 2011) sem Zonas de Interesse Turístico foi elaborado por um Grupo de trabalho do Conselho Consultivo da APA Tamoios - Alexandre do Codig + Frederico da Associação de Pousadeiros + Renato guia da Curupira que lideram as manifestações contra a expansão da atividade do turismo. 3º - Entendemos que se trata-se de uma tentativa de forçar uma reserva de mercado e uma tentativa de fazer a administração pública descumprir a Lei que rege as APAS. 4º - O Estado ao não indenizar os proprietários pela criação da APA tem a obrigação de lhes garantir o uso sustentado de uma parcela das propriedades, e o Turismo é uma atividade sustentada por excelência. 5º - O projeto inicialmente proposto e tão defendido pelos supostos “ambientalistas” ainda guarda um Cavalo de Tróia que estimula a expansão imobiliária dos núcleos urbanos, ao retirar a restrição estadual que limitava em 20% as áreas construídas em relação as propriedades. Este assunto não foi resolvido ou debatido! O que mostra que a preocupação com a degradação ambiental é secundária... 6º - O turismo pede o uso sustentado de menos de 10% das áreas recuperadas por diversos proprietários que nunca foram indenizados. A eleição de zonas específicas fere o princípio da isonomia constitucional e cria uma “indústria” de concessão de licenciamento ambiental.
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7º - A retórica o princípio da cautela vem sendo denunciada como um excesso que resulta na sabotagem do desenvolvimento da infraestrutura do país, pois até o recapeamento de rodovias federais tem sido dificultado pro questão licenciamento ambiental. 8º - Este mesmo discurso foi usado pelo Grupo que se opõe as ZIETS para vetar um projeto modelo de turismo sustentado. Quando vemos este discurso ser usado contra o desenvolvimento da infraestrutura do Turismo, o assunto é alarmante. 9º - A indústria do Turismo no Brasil é relativamente pequena em face do potencial que temos – 8.000km de costa. Portugal tem uma receita maior do que a nossa com esta atividade. Angra dos Reis é uma das pérolas do nosso turismo e francamente estamos enterrando a atividade ao deixar de investir na infraestrutura necessária a receber os turistas. 10º- A ilha Grande recebe no mínimo 500 mil turistas/ano e não tem uma infraestrutura correspondente. A reserva de mercado do Abraão poderá valorizar alguns empreendimentos ali localizados, mas entregará a Ilha ao atual turismo predatório e poluente de massa. 11º - A solução mais inteligente é permitir o desenvolvimento do maior número possível de hotéis e pousadas com infraestrutura para dar segurança no acesso às praias (hoje realizado de maneira ilegal e perigosa). Os empreendimentos podem ficar responsáveis por parte da limpeza das praias hoje poluídas por frequentadores sem uma educação ambiental adequada. 12º -É lamentável ver que um pequeno grupo de pessoas com uma perspectiva estreita professam uma crença de que estão “defendendo a natureza e a população da Ilha”, quando na verdade expressam um messianismo verde que destoa dos interesses coletivos. 13º - É realmente necessário verificar se a representação da sociedade civil no Conselho realmente está expressando a voz das entidades representadas e concordam com o que nos afigura como um posicionamento pessoal do grupo de 09 a 11 conselheiros que vem formando maioria no Conselho da APA pela ausência de muitos dos 34 representantes. O Conselho tem 34 integrantes e somente um terço de frequência. O ambientalismo está impregnado por uma visão fundamentalista e obscurantista que contamina a administração pública. O INEA, órgão responsável pelo licenciamento ambiental no Estado do Rio de Janeiro, simplesmente ignora a vigência deste Decreto fazendo valer outro Decreto nº 20.172/94 que é mais arbitrário e sem fundamento técnico (nunca foram realizados estudos de capacidade) e não permite o uso sustentado de uma propriedade dentro do âmbito de uma APA. O Estado do Rio de Janeiro até hoje só contratou um estudo técnico para zoneamento desta APA, mas que não agradou aos integrantes do Conselho Consultivo da Unidade de Conservação, fundamentalistas que comungam o tal princípio da precaução. Quanto mais restritiva a regra melhor! Em termos práticos, as APAS, que devem garantir o uso sustentado das áreas degradadas mediante a recuperação ambiental, se tornam Áreas de Preservação Permanente porque ninguém consegue licenciamento necessário. O Brasil necessita de uma ampla infraestrutura para o Turismo que é a atividade sustentada por excelência, com a melhor relação investimento/criação de empregos e com menor impacto ambiental. Investimos fortunas para estimular o crescimento deste setor trazendo grandes eventos para o país, Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas o setor privado não consegue expandir a rede hoteleira. Angra dos Reis é um exemplo do que acontece no resto do país. A primeira regra para instalar um hotel é a localização. Os turistas querem visitar lugares paradisíacos, bonitos e/ou relevantes. A indústria do Turismo no Brasil é ainda incipiente e se revela uma alternativa estratégica para desenvolver atividades sustentadas e preservar o meio-ambiente. A retórica de que o zoneamento restritivo busca preservar a floresta e a mata intocada cai diante do histórico da Ilha Grande que durante 400 anos foi explorada e o solo está empobrecido pelas monoculturas. A regeneração das matas se deve principalmente aos proprietários que investiram na recuperação e/ou preservação das áreas, objetivando desenvolver projetos sustentados. A revisão do plano de manejo da APA produzida dentro do Conselho Consultivo
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Coisas da Região não contemplava Zonas de Interesse Turístico na Ilha Grande que recebe 500 mil turistas por ano. O local carece de Hotéis e pousadas por força de um zoneamento restritivo sem base técnica. O turismo é de baixa qualidade, poluente e predatório. As embarcações não possuem infraestrutura e/ou meios de atracar legalmente nas praias e são comuns os acidentes com morte de banhistas. Angra dos Reis é um dos pólos turísticos estratégicos e emblemáticos do país e as autoridades responsáveis por presidir os processos de licenciamento desconhecem as regras de zoneamento que estão impondo aos cidadãos e proprietários. Ao impor restrições para o desenvolvimento de projetos sustentados na área do Turismo torna-se notória a falta de compromisso da administração com as futuras gerações! Qualquer dificuldade em perceber como é vergonhoso o uso do ambientalismo como slogan merece uma leitura da denúncia do advogado Fernando Pinheiro Pedro no ensaio “A quem interessa embargar o Brasil?” (http://pinheiropedro.com.br/ site/artigos/a-quem-interessa-embargar-o-brasil/). Além de nossa população ser privada das benesses que o desenvolvimento da infraestrutura do país engendrará, fica a constatação de que os ambientalistas deixam de lado os principais problemas ambientais do nosso país: a poluição dos cursos d’água, a ausência de uma rede eficaz de escoamento e tratamento dos esgotos e o fornecimento de água tratada. É importante chamar a atenção para o papel político e relevante que os operadores jurídicos podem exercer por formarem uma ampla rede de uma comunidade não-linear, que se relaciona por múltiplos laços que podem realimentar o debate do que é ambientalismo superficial e o que é ecologia profunda/essencial. Precisamos impedir que a “Legalidade burocrática” nos faça perder a posição estratégica que o país precisa desenvolver em direção à Sustentabilidade! PARCEIROS DA TERRA (ONG)
RESPOSTA DO JORNAL, COMO INTEGRANTE DO CONSELHO As lamentações e questionamentos são basicamente os mesmos de Andreas Clie, que pertence a esta mesma ONG, Parceiros da Terra, que é formada por grandes proprietários na Ilha Grande. Teve origem nas discussões sobre Lopes Mendes, ao que sabemos de propriedade, na época, do Banco Safra, onde Carlos Minc era nosso grande aliado. Portanto neste aspecto cabe-lhe as mesmas resposta endereçadas ao Sr. Andreas Clie, mas ressaltando alguns aspectos. A ONG Parceiros da Terra, sempre foi rechaçada pelas ONGs locais, face seu estilo poderoso e aparentemente não inclusivo. Dentro do Conselho, sempre representou uma minoria cuja ausência não lhe dava respaldo nem representatividade, a tal ponto que seu representante retirou-se do Conselho, além da ONG, nunca ter produzido nada para a Ilha Grande. Por estas razões ela nunca foi e nem será facilmente bem-vinda e aceita pelos habitantes da Ilha.
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O CONSIG, tem as mesmas características quanto ao quadro social, a começar pelo seu primeiro presidente que era o Sr. Roger Agnelli presidente da Vale. Mas o CONSIG tem uma grande vantagem, por ter sido o autor do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (PDS), onde trabalhamos juntos por dois anos, envolvendo todas as comunidades. Um trabalho gigantesco que foi atraindo a todos, pelo possível investimento da Vale, na ordem de 40 milhões, para o PDS. O parque absorveu parte deste dinheiro, suponho na ordem de dois milhões e todos tinham a esperança do PDS vingar. Além disso o CONSIG apoia a Brigada Mirim Ecológica e trouxe para cá o TEDx Ilha Grande. Portanto tem respaldo para discussão mesmo não sendo radicado aqui. Passados alguns tempos surgiu um projeto de saneamento básico, atendendo Saco do Céu, Provetá e alguns outros lugares, reavivando esperanças. Este projeto foi embargado e na famosa reunião chamada “dia do embuste” foi cobrado ao Sr. Carlos Minc, que se limitou a dizer que deu “chabu”! Ficou pela Ilha grande quantidade de material e nunca mais se falou nisso. Tampouco falou-se o que foi feito do valor (dinheiro) do projeto, creio que na ordem de seis milhões de reais. A comunidade cobra notícias sobre isso, mas não temos o que publicar. A grande vítima disso tudo é meu amigo Valdir Siqueira, que administra o CONSIG. Mesmo o jornal tendo apoiado para manter seu conceito em alta, cai a cada dia, porque a comunidade quer ver resultado e não tem como ver. Até as obras do PRODETUR estão sendo cobradas ao Valdir, por ser ele quem nos dá notícias. Esta espectativa (PRODETUR), foi criada há mais de dois anos e o jornal, em apoio sempre divulgou o andamento do projeto. A comunidade com razão cobra e já não quer acreditar em Papai Noel! Estas duas ONGs representam os interessados nas ZITHs, ZIRTs ou ZIETs como queiram chamar, e a meu ver será muito difícil conquistarem a simpatia da comunidade e sem ela “sairão de um lugar e chegarão a lugar nenhum”! Elas não convivem aqui, nem comungam com os anseios de nosso povo e contra a comunidade não se conseguirá andar. O mesmo acontece com o INEA que chega sempre de cima para baixo e depois se “atola”, como acontece agora com a reação do Conselho! Ele pode impor o que pretende, pois é dono da caneta, mas nunca terá paz na Ilha. Na guerra até quem vence é vítima. Bom para todos é não tê-la! Para a comunidade, o INEA não é transparente. Atualmente está em silêncio e não se sabe o que virá. Lamentavelmente sempre se aguarda o pior. Todo este imbróglio se deve à sua administração “conflitiva”! A equipe do jornal espera e apoia entendimentos, pois como está, gera um enorme desgaste, é improdutivo e paira sempre um ar de que a preocupação principal é “o meu pirão primeiro”, nada se fazendo em prol do todo! No todo se inclui a comunidade e sua opinião. O Jornal está aberto a publicações das partes! Pedimos entendimento para que este desacerto se conserte e a “celeuma” tenha fim. Sabemos que a culpa tem dono e como dono deveria se remir, o que será pelo menos improvável. Nelson Palma – Diretor de O Eco
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Colunistas LIGIA FONSECA*
COMO É FÁCIL DESTRUIR A NA TUREZA NATUREZA É como um piscar de olhos. O que conhecíamos como um dos lugares mais belos na Baía de Guanabara, próximo à Ilha de Paquetá, foi transformado em um grande lixão. Pobre Ilha de Jurubaíba, que tristeza para aqueles que lá iam, nos finais de semana, em busca de mar calmo, águas límpidas e mornas, onde era possível relaxar após uma semana estressante e de muito trabalho. Quantos momentos de êxtase foram ali vividos. Era um programão digno dos amantes da natureza visitar aquele exuberante lugar. Ao longe, sem nenhum esforço, já se avistavam as inúmeras palmeiras, no cume do pequeno morro, fazendo com que a ilha fosse de imediato reconhecida. Atualmente, alguns visitantes decepcionados comentam que apenas duas palmeiras sobreviveram à invasão.
Agora, ao chegar àquele recanto, com uma imagem ainda deslumbrante na memória, julgávamos estar em outro local. Não é possível, perplexos pensavam e murmuravam os passageiros da embarcação, que para lá nos levava mais uma vez, em busca das maravilhas do lugar. Doce engodo! Não existia quase mais nada do que conhecêramos, exceto na memória e em antigas fotos, do que fora um dia uma ilha aprazível e digna de ser visitada, onde se encontrava muita serenidade, em um encontro fantástico com a natureza. É muito fácil, em pouco tempo, destruir tudo o que a natureza, pura e saudável, colocou à disposição de quem ali quisesse desfrutar de momentos prazerosos. Mas é assim mesmo que acontece. Se faltam controle e administração, vai tudo para o brejo. O que hoje pode oferecer um bom e gostoso lazer corre o risco, em um próximo retorno, de nada daquilo ser encontrado como dantes, restando apenas as cinzas do que um dia fora um paraíso ecológico, onde até se viam golfinhos e tartarugas marinhas. Como era lindo, a partir de certo ponto do percurso, observar os golfinhos acompanharem a embarcação, dando as boas-vindas e, depois, ainda poder apreciar o seu bailado, exibindo-se vaidosos aos visitantes. Além deles, por vezes, apareciam, à tona d’água, as cabecinhas das tartarugas, talvez também curiosas. O voo das inúmeras garças que habitavam o tranquilo lugar, conhecedoras que eram da segurança ali existente, abrilhantavam ainda mais o cenário. Lamentavelmente, tudo isso acabou. Certamente golfinhos e tartarugas não confiam nem um pouco nos novos habitantes da ilha, a partir do momento em que, a princípio, ali se instalou o que se poderia chamar de “bar”, onde, entre uma bebidinha e outra, e com o forte calor do verão carioca, um banho de mar nas águas ainda tranquilas, porém não mais tão limpas, é bem convidativo.
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Entretanto, todos conhecem o efeito posterior a uma ou a várias cervejinhas. E as latinhas, deixadas sobre a areia da praia, por vezes, são catadas e empilhadas em um horrendo amontoado de lixo. E assim Jurubaíba ganhou novos habitantes, que lá construíram “suas casas”, cercaram “seus terrenos”, criaram suas galinhas e, cada vez mais, o movimento foi crescendo, crescendo, dando por finalizada uma era de um longo período de inesquecíveis passeios dos fiscais da natureza.
Felizes aqueles que puderam, em um passado não tão longínquo, desfrutar da fina areia que ainda separa o que, na verdade, são duas ilhas em uma só, dependendo da maré alta ou baixa. A Jurubaíba registrada, seja em fotos, em filmes ou na memória, jamais será esquecida, de tão bela e cativante que era. *É Jornalista
Cantinho da Sabedoria Colaboração do seu TULER “A personalidade pode abrir as portas, porém somente o caráter consegue mantê-las abertas.” (Letterman) “O verdadeiro sábio avalia claramente o quanto ainda ignora e se torna logo humilde e simples, condescendente e solidário.” Caio de Miranda “Não exija perfeição nos outros e nem mesmo em você, mas procure melhorar – se quanto possível.” André Luiz
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Colunistas IORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*
NA AREIA D DAA PRAIA Ontem eu estava assim, sei lá, meio sem emoção, vazio de inspiração para versar, procurava por um lugar ideal para minha inspiração voltar. Ao cair da tarde, sentei-me na areia da praia de frente para o mar olhando o infinito vendo o tempo passar, acendi um cigarro para me distrair por um instante, deixei minha mente vagar o silêncio do mar, a brisa fresca que sopra me fez no tempo voltar, clima convida de recordar. Na beira da praia de frente para o mar, no ar o cheiro bom de terra molhada que brota do chão quando do céu cai chuva nas mansas e
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ensolaradas tardes de verão. Na areia da praia de frente para o mar falou meu coração, aflorou recordações, viajei na jangada da ilusão nas águas cristalinas do rio Abraão, na roda da vida me vi criança jogando pião, peladeiro de praia com muita vibração, vi visitantes tomando banho na água gelada do prazeroso Bicão. Na areia da praia de frente para o mar, a natureza vem me alimentar, e me inspirar, vi o sol se esconder, e a lua cheia despontar, vi o pescador e sua canoa sair para pescar, também vi o santo da terra empolgado seus causos contar, no forro do canto com
as sereias seus paços marcar, meu santo é bom de mais recordar. Na areia da praia de frente para o mar o tempo eu vi passar, ouvindo o poeta sabiá versos rimar exaltando o Abraão sua grande paixão, ouvi o surdo marcar, e o samba órfão chorar cadê aquela alegria carnavalesco que na vila fazia o povo sambar. Na areia da praia de frente para o mar a vida volta a me inspirar vi o hoje homem ali tão inocente pegando jacaré na pancada da maré, e ao longe ouvi uma voz aflita a gritar saia logo dessa água menino que começou a trovejar. Na areia da praia de frente para o mar a emoção me encontrou e a
inspiração me abraçou fizemos uma viajem gostosa para falar de um tempo que passou. Sonhos! Qualquer um pode sonhar mais as realizações desses sonhos, é para quem luta, e faz desses sonhos a inspiração para ir em busca das conquistas almejadas. Mas um ano chega ao fim, um novo ano se aproxima , que esse novo ano venha repleto de paz e harmonia para todos, e que cada um dos sonhos sonhados se realizem. Desejamos a todos um Feliz Natal e um Ano maravilhoso em 2013.
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*É Morador
Interessante ABRAÇO DO AFOGADO Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva presidente do CODIG Os limites estão ultrapassados: o secretário estadual do Ambiente acaba de oficializar o uso do big stick. Usando seu poder imperial contra as relações tensas, mas até então civilizadas com a sociedade civil no âmbito do Conselho Consultivo da APA Tamoios, em Angra dos Reis, dá mostra de não querer conversa. E manda pegar pesado. Resultado: os conselheiros são colocados dentro de um cordão de silêncio e a servidora federal do ICMBio Sylvia Chada é punida. Esse é o Estado que pretende tratar o brasileiro como súdito e não como cidadão. O de não querer dar repercussão à nossa voz. Deveria a autoridade, em nome do bom senso e respeito no trato com o cidadão, não despencar no abismo da paranoia. E mais, ao fulanizar o conflito, ainda resolve desmoralizar o mensageiro, por não gostar da mensagem. Quais os limites da truculênciada retórica contra o “importante grupo de conselheiros”? Crê o estado que resolveram contribuir com a democracia utilizando as ferramentas da participação e do controle social apenas por diletantismo? Como figuras públicas tão preparadas para a leitura dos conflitos sociais se juntam em coro a um discurso tão irado e cruel? Vivemos ultimamente, em nosso país a “era do faz-de-conta”, do espetáculo, onde as palavras, as mensagens, os conceitos emitidos por aqueles que detêm o poder, revestem-se de tanta falsidade, que chega ao inimaginável! Sem precisar citar as dezenas de exemplos de “feitos extraordinários” do governante ou do seu “conjunto da obra” que colocam nosso país como o paraíso da legalidade, da natureza bem conservada, da educação, do sistema de saúde pública, da distribuição de renda e da liberdade de opinião, vamos ficar em nosso mundo particular, reportando-nos apenas à “última” da área ambiental estadual. Na tentativa de desacreditar o responsável trabalho de representantes legítimos e legais da cidadania no Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental de Tamoios, a autoridade comete o célebre erro de querer levar junto para o fundo os que se aproximam para ajudar, com lealdade e desinteresse pessoal, mas com dignidade e espírito crítico. É o abraço do afogado. Por razões inexplicáveis, o órgão ambiental fluminense negligencia e banaliza obrigações inerentes ao seu papel constitucional e trabalha para que a história seja contada pela casa-grande. Componente fundamental, o Processo Administrativo nº E-07/301.586/08, com o registro documental dos trabalhos, há muito deveria estar aberto ao público. Está na lei. A vaidade que permeia nossos executivos públicos, porém, não permite que reconheçam o enorme favor que esse grupo que tanto detratam vem prestando ao Estado. Até as pedras da Praça XV sabem que, na esfera jurídica os processos são a mais eficaz e eficiente ferramenta do operador do Direito que, sem ela, se tornará um zero à esquerda. Um advogado que se preza cuida dos processos, de sua elaboração e manuseio com todo o carinho. Essa é uma das razões pelas quais todos deveriam estar de absoluto acordo, sem nenhum desgaste. Esse tema deveria ser parte da capacitação continuada do funcionário público. Viver em uma região justa e que pugna para se inserir no mundo da sustentabilidade, é uma aspiração para os cidadãos. Entretanto, as iniciativas do governo do estado para a implantação de um modelo de ocupação territorial na região tendem a aprofundar as desigualdades e exclusões sociais e que irão criar ilhas de fartura em uma baía de pobreza. Nesse contexto, o “pequeno grupo de pessoas”, como depreciativamente tem sido chamado, se dispôs a lutar para mudar a lógica segundo a qual os interesses do mercado estão acima do bemestar da população. Não se trata de ser contra o falacioso turismo de qualidade ou de achar que o turismo não impacta o ambiente. Nada disso, senhores feudais! A discussão transcende essa baboseira e situa-se no campo da justiça social e igualdade de direitos. O que está claro nas propostas e manifestações de empresários é o domínio territorial, o lucro e o acúmulo de poder e riqueza, a vantagem econômica. Beira o deboche a afirmação de que “Nosso apoio não visa
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nenhuma área em especial, mas dirige-se apenas àquelas já degradadas ou que, de alguma forma, já faziam uso dessa atividade”.Onde estão as tais áreas degradadas na Ilha Grande e, se existem, quem as degradou? Por que a ênfase na Ilha Grande? É ela o objeto de vosso desejo? O conteúdo da edição extraordinário do Jornal O Eco nº 160 nada mais é do que o registro histórico oficial do trabalho que tanto nos ocupa. Por que a raiva, se o que foi lá colocado são registros, simples registros? Onde diabos está escondida a tão reclamada verdade dos fatos? O jornal se limita a, apenas e tão somente, identificar falhas nas políticas públicas ambientais do Rio de Janeiro. A convivência com o órgão ambiental fluminense tem sido um duro aprendizado, evidenciado pela enorme incapacidade de gestão do estado. A começar pelos trabalhos, que obedecem a um não planejamento, o que tudo permite, inclusive descumprir tratos e contratos. Tergiversar tornou-se a prática usual. A falta de cultura de planejamento para o cidadão, que leva a uma carência de olhar seletivo na identificação de prioridades, compromete a eficiência e a eficácia do trabalho público. Incrível, fantástico e extraordinário: a moagem de água já passa dos cinco anos; estamos literalmente engessados. Exemplos são muitos: • O inusitado apoio ao secretário Minc por parte majoritária (titulares de órgãos públicos) de gente que, ou não faz parte do Conselho ou nunca dele participou. Uma lamentável demonstração de desrespeito à participação legítima, mais uma pueril demonstração de poder que lembra as decisões tomadas por cartolas no tapetão. A famosa chave de galão; • O governo do estado descumpre o seu papel institucional de mediar conflitos entre os atores sociais e prefere se posicionar ao lado dos interesses dos poderosos, assegurando assimétricas relações com a sociedade; • A pressão sobre a Transpetro para que esta apoiasse à proposta de zoneamento do secretário Minc; • A inexplicável punição à Sylvia Chada – e aos seus apontamentos funcionais, à sua carreira - em clara demonstração de autoritarismo e desprezo pelo debate; • A notícia sobre as obras de pavimentação da Vila Abraão com recursos do Banco Mundial, passada extraoficialmente pelo lobby amigo e não pelos titulares dos órgãos públicos; • A referência debochada aos projetos de saneamento da Ilha Grande que deram “chabu” e consumiram R$ 6 milhões (ver dia do embuste); • O término do prazo contratual com a consultora encarregada para elaborar o Plano de Sustentabilidade da Ilha Grande sem nenhuma evidência de que os produtos contratados tivessem ficado prontos; • O Plano de Manejo do PEIG dormita o sono dos justos; • O cruel e bem-sucedido esvaziamento dos Conselhos do PEIG e da APA Tamoios, limitados atualmente a receber informes resumidos; • A inexistência de providências para dotar a APA Tamoios de instrumentos gerenciais efetivos: pessoal e recursos materiais; • A desinformação sobre a contratação de consultoria (as eternas consultorias....) para a modelagem dos parques estaduais com vistas à adoção do modelo de Parcerias Público-Privadas, cuja discussão é mantida ao largo do Conselho Consultivo do PEIG; • A alegada falta de experiência em negócios não pode justificar a dificuldade em definir marcos legais, processos regulatórios e a entrega da operação de espaços públicos a terceiros. Esse é um velho filme; • A própria publicação do decreto com o novo zoneamento da APA Tamoios, objeto de antiga demanda, que ainda não aconteceu. Como o silêncio reina e nada continua a ser feito, muito menos sobre o registro formal dos fatos relacionados com a APA Tamoios, “o pequeno grupo de pessoas” continua trabalhando. Afinal, o assunto não se esgota em apenas uma edição do jornal O Eco. Essa é a regra pétrea: o que se publica na presente edição é a continuação dos acontecimentos. A transparência continua a ser perseguida. Por nós.
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Interessante Roteiro do apoio à proposta do governador Sérgio Cabral para a criação de Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos (ZIET) 1. Dos titulares dos órgãos públicos e demais parceiros Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2012 Ao Secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro Exmo. Sr. Carlos Minc As entidades abaixo relacionadas, integrantes do Conselho Consultivo da APA Tamoios, manifestam seu apoio à iniciativa do INEA que estabelece, no seu Plano de Manejo, a implantação de ZIETS (Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos). Acreditamos que é preciso estimular o desenvolvimento econômico da Baía da Ilha Grande através da atividade turística, essencial para a construção de um futuro próspero e ambientalmente saudável para a região. O turismo é a atividade econômica que menos impacta o meio ambiente e, no caso da Ilha Grande, ele é fundamental para o Parque Estadual e para a Vila do Abraão, pois diversifica as opções à disposição dos visitantes, reduzindo a sobrecarga em uma única localidade nos feriados prolongados, como hoje ocorre. O Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande considerou como direcionamento estratégico o “Turismo Qualificado e Sustentável”. Reconhecemos no turismo a única atividade econômica que pode suportar o desenvolvimento sustentável da Ilha Grande, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda para as comunidades sem outras opções de empregabilidade. Entendemos que os municípios que formam a Baía da Ilha Grande - Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty - não podem abrir mão desta atividade que é sua vocação e, por fim, entendemos que não será engessando as comunidades locais que estaremos construindo uma economia inclusiva. Nosso apoio não visa nenhuma área em especial, mas dirige-se apenas àquelas já degradadas ou que, de alguma forma, já faziam uso dessa atividade. Assinam este manifesto as seguintes entidades: 1 - Consig – Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande. 2 - DRM – Depto. de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro. 3 - Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro. 4 - IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis. 5 - IBIO – Instituto da Biodiversidade. 6 - ICMBio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. 7 - ISABI– Instituto Sócioambiental da Baía da Ilha Grande. 8 - Secretaria de Meio Ambiente de Angra dos Reis. 9 - Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis. 10 - TurisAngra. 11 - Turisrio 12 - UERJ. 2. Dos Parceiros da Terra Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2012. Ao Secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro Exmo. Sr. Carlos Minc. A entidade abaixo relacionada, integrante do Conselho Consultivo da APA Tamoios, manifesta seu apoio à iniciativa do INEA que estabelece, no seu Plano de Manejo, a implantação de ZIETS (Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos). Acreditamos que é preciso estimular o desenvolvimento econômico da Baía da Ilha Grande através da atividade turística, essencial para a construção de um futuro próspero e ambientalmente saudável para a região. O turismo é a atividade econômica que menos impacta o meio ambiente e, no caso da Ilha Grande, ele é fundamental para a Vila do Abraão, pois diversifica as opções à disposição dos visitantes, reduzindo a sobrecarga em uma única localidade nos feriados prolongados, como hoje ocorre. O Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande considerou como direcionamento estratégico o “Turismo Qualificado e Sustentável”. Reconhecemos no turismo a única atividade econômica que pode suportar o desenvolvimento sustentável
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da Ilha Grande, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda para as comunidades sem outras opções de empregabilidade. Entendemos que os municípios que formam a Baía da Ilha Grande - Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty - não podem abrir mão desta atividade que é sua vocação e, por fim, entendemos que não será engessando as comunidades locais que estaremos construindo uma economia inclusiva. Parceiros da Terra - Instituto de Políticas Econômicas e Socio-Ambientais. Observações: a. O DRM, a EMATER e a TURISRIO, cujos titulares se manifestaram, nunca se fizeram representar nas reuniões do conselho; b. O IBio (Instituto da Biodiversidade) e a Secretaria de Obras e Habitação da prefeitura de Angra não fazem parte do conselho; c. A UERJ participou dos trabalhos do conselho até a internação dos conselheiros no CEADS/Dois Rios em janeiro de 2010, quando foi concluído o zoneamento da APA Tamoios na Ilha Grande, tendo se manifestado formalmente contra o decreto nº 41.921, de junho de 2009 (ver O Eco nº 160); d. O ISABI foi um dos autores da representação (além da SAPÊ e do CODIG) contra o decreto nº 41.921 junto ao Ministério Público Federal e faz parte do processo de inconstitucionalidade (ADIN 4370) que transita no STF na qualidade de amicus curiae. Cronologia das mensagens (como acontecido) 1.De: Nathalia Nascimento - Enviada em 12 de setembro de 2012 Prezados, Em anexo, para seu conhecimento, estamos encaminhando manifesto de apoio ao INEA enviado ao Secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Sr. Carlos Minc. Abraço, Valdir Siqueira CONSIG 2.De: Valdir Siqueira - Enviada em 22 de agosto de 2012 13:15) Exmo. Sr. Carlos Minc. Para vosso conhecimento estamos enviando em anexo manifesto de apoio ao INEA assinado por algumas entidades integrantes do Conselho da APA Tamoios e outra, de teor distinto, assinado pela entidade Parceiros da Terra. Abraço, Valdir Siqueira CONSIG 3. De: Sylvia Chada ( - Enviada em: quarta-feira, 12 de setembro de 2012 13:58) Prezada Nathalia, Como eu é que vinha acompanhando as reuniões do Conselho Consultivo da APA Tamoios, na qualidade de conselheira do ICMBio/ESEC Tamoios, fui surpreendida com a assinatura do ICMBio no documento em anexo. Você pode me explicar como o ICMBio entrou nessa lista???? Obrigada e abraço a todos os conselheiros. Sylvia Chada Servidora Pública ICMBio/MMA 4. De:Nathalia Nascimento - Enviada em 12 de setembro de 2012 Boa Tarde Sylvia, O Valdir me informou que o ICMBio entrou nessa lista através do Pedro da Cunha e Menezes. Nathalia Nascimento CONSIG
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Interessante 5. De: Rafael Ribeiro - Enviada em 12 de setembro de 2012 Prezad@s Recebi pela Sylvia as declarações de apoio as ZIRTH (ou seja lá o que for). Para não complicar ainda mais nosso combalido Conselho e em respeito a quem dedicou tanto tempo a malfadada revisão do Plano de Manejo solicito que seja postada a cópia escaneada das assinaturas nas cartas de apoio. Justifico a solicitação pois diversas instituições públicas aparecem como signatárias, muitas das quais nunca tiveram qualquer participação no Conselho ou no debate da revisão e todas se associam a duas instituições (CONSIG, Parceiros da Terra) ligadas aos concessionários das terras públicas da Ilha Grande. Complementando estive com o pessoal da EMATER de Angra que também desconhece o documento. Daí a postagem dos documentos permitirá que tenhamos uma visão de como as instituições públicas estão se posicionando e quem de fato responde por elas. No mais solicito encarecidamente a retomada da discussão do fechamento da revisão do Plano, desmarcado em função da urgência. Obviamente este argumento caducou por decurso de prazo. Atenciosamente Rafael Ribeiro Conselheiro da SAPE 6. De: Sylvia Chada - Enviada em 13 de setembro de 2012 Bom dia, Nathalia, E desde quando o Pedro Menezes é conselheiro da APA Tamoios??? Ele pode se manifestar como diretor do ICMBio. Mas não como conselheiro. É um descaso total com a participação legítima. Que vergonha!!! Sylvia Chada Servidora Pública ICMBio/MMA 7.De: Alexandre G de Oliveira e Silva - Enviada em 16 de setembro de 2012 Prezado chefe da APA Tamoios, Ricardo Toledo, Pelo visto, o grupo oficial (googlegroups) de discussão da APA Tamoios caminha para o cemitério, o que confirma nossas suspeitas sobre a intenção de se esvaziar o controle social sobre as (poucas & boas) ações do poder público, para o qual somente os amigos batem palmas. Tomei conhecimento do assunto via grupo Mosaico Bocaina e soube que inúmeros conselheiros ainda estão sem saber o que acontece, o que os impede de se manifestarem. Afinal, a quem pode interessar a desinformação? Apoio a solicitação do conselheiro representante da Sapê para que possamos conhecer os signatários da referida carta de apoio. Por uma questão de justiça, entendo que somente de posse dessa informação os demais conselheiros poderão se manifestar. Apoio e me solidarizo com a conselheira representante da ESEC Tamoios na sua justa e legítima indignação. Como ela, considero o feito uma vergonha. Tenho certeza de que você prestará um grande serviço em esclarecer o assunto o quanto antes, para evitar maiores danos ao nosso evanescente conselho. Gostaria de ser esclarecido sobre as entidades IBIO - Instituto da Biodiversidade e Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis mencionadas na carta. Não consegui identificá-las na portaria IEF/RJ/PR nº 266, de 09 de dezembro de 2008 que estabelece a composição do Conselho da APA Tamoios. Em respeito aos demais destinatários, dou a eles ciência da presente em cópia oculta, solicitando aos mesmos que - se for o caso - inscrevam-se no grupo de debates da APA Tamoios. Atenciosamente, Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva
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8.De: Valdir Siqueira – Enviado em 18 de setembro de 2012 Prezados Conselheiros. A seguir o nome dos responsáveis pela assinatura do Manifesto encaminhado ao Secretário de Ambiente, Exmo Sr. Carlos Minc. Em caso de dúvida favor entrar em contato com os signatários. 1 - Consig – Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande. Carlos Borges/Valdir Siqueira 2 - DRM – Depto. de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro. Flávio Erthal 3 - Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro. Justino Antônio da Silva 4 - IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis. José Augusto Morelli 5 - IBIO – Instituto da Biodiversidade. Eduardo Figueiredo 6 - ICMBio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. Pedro de Castro da Cunha e Menezes 7 - ISABI– Instituto Sócioambiental da Baía da Ilha Grande. Ivan Marcelo Neves 8- Parceiros da Terra Cristiano da R.M. Pontes 9 - Secretaria de Meio Ambiente de Angra dos Reis. Mario Reis 10 - Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis. Wingle Neves Martins 11 - TurisAngra. Carlos Henrique Carloni 12– Turisrio Ronald Ázaro 13 - UERJ. Marcos Bastos Abraço, Valdir Siqueira CONSIG 9. De Rafael Ribeiro - Enviada em 19 de setembro de 2012 Prezado Valdir Siqueira e demais Grato pelo envio das informações solicitadas. Deixa claro que excluindo 03 signatários (Valdir, Ivan(ISABI) e Mário(SMA) nenhum dos demais signatários participou dos debates e trabalhos que resultaram no atual imbróglio que o INEA nos envolveu. Mas diante desse apoio significativo de membros governamentais na proposta do Estado para a APA Tamoios consignadas pelo CONSIG/Parceiros da Terra creio que a Secretaria do Ambiente/INEA pode concluir - sem medo de não aprovar suas propostas - o programa de revisão da APA conforme anteriormente acordado em reunião do Conselho que conduziu e contribuiu para sua elaboração. Nenhum resultado poderá ser pior do que o vazio e a indefinição ou a arbitrariedade. No aguardo de uma agenda de finalização, despeço cordialmente. Atenciosamente Rafael Ribeiro SAPE
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Interessante AS CONCESSÕES SISTÊMICAS SISTÊMICAS.. TUDO A VER VER..
RJ: Milionários destroem mata nativa com mansões| Carta Capital 06/11/12 10:29 http://www.cartacapital.com.br/sociedade/rjmilionarios-destroem-mata-nativa-com-mansoes/ #.UJfC1Iup6Lx.twitter Ilhas no litoral do Rio de Janeiro são alvos de desmatamento para construção de mansões. Eles são multimilionários e querem exclusividade nas praias de conhecidos paraísos tropicais no litoral do estado do Rio Janeiro. Para isso, violam leis
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ambientais e constroem mansões em áreas ecologicamente sensíveis de mata atlântica, protegidas por lei. O perfil dos mega empreendimentos destes brasileiros é o tema de uma reportagem da revista americana Bloomberg. A reportagem cita a propriedade de Antonio Claudio Resende, fundador deu ma grande empresa de aluguel de automóveis, que desde 2006 derruba vegetação nativa na Ilha da Cavala, em Angra dos Reis, para abrir espaço a uma mansão de 1,7mil metros quadrados. A casa está parcialmente abaixo do nível das árvores para se disfarçar em meio à mata,
podendo ser identificada apenas de avião, segundo o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro. O empresário luta na Justiça há quatro anos para não derrubar a construção. Resende é acusado de usar documentos falsos a fim de conseguir permissão para levantar o imóvel e, por isso, foi indiciado por fraude e crime ambiental em 2007. O empresário pagou, de acordo com a revista, 4,8 milhões de reais em 2005 a uma empresa de engenharia em Angra dos Reis (RJ) que tinha o direito de ocupar a área. Mas o caso de Resende, como exemplifica a publicação, não é uma exceção entre milionários brasileiros “apaixonados” pelas belezas naturais fluminenses. O diretor de cinema Bruno Barreto destruiu, aponta a revista, uma área preservada na Ilha do Pico em Paraty para construir uma casa de 450 metros quadrados. Em 2008, ele se comprometeu em juízo a demolir a mansão e restaurar a área em dois anos, mas até o momento nada mudou e o cineasta recorre das queixas do governo na Justiça. Outro caso recordado de violação de leis ambientais no estado é o da família que controla a construtora Camargo e Correa, que recebeu autorização para construir uma casa pequena e ergueu um complexo de mansões em frente à praia. Os herdeiros de Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, também construíram em 2008 uma casa de 1,3 mil metros quadrados, com piscina e heliponto que desmatou uma área de mata protegida na praia de Santa Rita em Paraty. A praia pública e a área da residência são protegidas por dois guardas armados com pisto lasa espantar quem tenta se banhar no local, afirma a Bloomberg. Em 2010, um juiz ordenou que a casa fosse derrubada e a área recuperada, mas os proprietários recorrem da decisão. A revista ainda cita a gravação do filme Amanhecer Parte 1, da Saga Crepúsculo, que utilizou como locação a casa do empresário do ramo de distribuição de alimentos Icaro Fernandes. O milionário comprou em 2003 uma propriedade de 400 mil metros quadrados na Praia da Costa em Mamanguá, com montanhas cobertas por floresta nativa que são o habitat de macacos e animais que se alimentam de formigas, como tamanduás. Fernandes foi processado por procuradores federais em 2004 por não ter licença para construção da casa de 15 quartos. A Justiça pediu que interrompesse a obra naquele mesmo ano, mas o empresário ignorou a ordem e agora deve derrubá-la. Ele recorre da decisão. Segundo a Bloomberg, o empresário não quis comentar, mas seu advogado admitiu que a casa foi erguida sem licença e o empresário tenta negociar com a Justiça a manutenção da propriedade em troca da recuperar 95% da propriedade. *Colaborou Ricardo Carvalho.
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Interessante Notícias: Insensatez ou chantagem? O que há por trás do licenciamento ambiental das obras da Estação de Tratamento de Água de Formação da Transpetro em Angra dos Reis? Data: 15/10/2012Fonte: Aepet Angrahttp:// www.aepet.org.br/site/ noticias/pagina/9258/ Insensatez-ou-chantagem Av. Nilo Peçanha, 50 Grupo 2409 - Centro - Rio de Janeiro-RJ CEP: 20020100Telefone: 21 2277-3750 - Fax 21 2533-2134 Contra todo o bom senso e lógica, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) do governo do Estado do Rio de Janeiro condiciona a liberação de obra da Transpetro em Angra dos Reis a um ato administrativo de sua própria atribuição. E com isso compromete o cronograma de um importante investimento que irá assegurar segurança ambiental às operações do terminal de óleocru de Angra dos Reis, o conhecido TEBIG. A pérola está lá, no item 28 das Condições de Validade Específicas da Licença de Instalação LI nº IN020801 assinada em 19 de setembro de 2012pela presidenta do INEA Marilene Ramos:”28 - Iniciar as obras do trecho inserido na área, atualmente classificada como ZCVS[1], somente após a publicação do decreto de recategorização (sic) do Plano de Manejo da APA Tamoios.” Tudo estaria de acordo se não fosse por um pequeno mas inusitado detalhe. Vejam como o INEA libera com uma das mãos a tão esperada LI, sobre a qual estava sentada, e com a outra condiciona o início das obras à publicação de um decreto cuja obrigação de fazê-lo é do próprio governo do estado. Noves fora, a obra não está liberada. Mais inusitado ainda, e cujo detalhe não é tão pequeno é que, mesmo sabendo da importância da obra para o Brasil – e para o ambiente - e já tendo liberado as licenças para as fases anteriores do projeto e recebido manifestação favoráveldo Conselho Gestor da APA Tamoios, o governo do estado poderia simplesmente fazer uso de suas prerrogativas e decretar a alteração do zoneamento apenas dessa área. Mas não o fez, a não ser quando publicou o Decreto nº 41.921em junho de 2009 para liberar áreas para empreendimentos imobiliários. Trocando em miúdos, libera para o mercado, mas não o faz para o interesse geral. O que também não faz nenhum sentido é que, segundo informações recebidas, o INEA tem retardado a liberação de licenças ambientais para as demais obras de modernização e atualização tecnológica da petroleira em Angra. E que tem pressionado a Transpetro, que é membro do Conselho Consultivo da APA Tamoios para se manifestar favoravelmente ao seu zoneamento ambiental de acordo com o proposto pelo governo do estado em janeiro deste ano [2]. Em nome da sensatez, o INEA deveria retirar o item 28 de sua LI. Nem que seja para não parecer outra coisa. [1] Segundo o Plano Diretor da Área de Proteção Ambiental de Tamoios, APA Tamoios , ZCVS quer dizer Zona de Conservação da Vida Silvestre, onde não são permitidas novas construções. [2]O zoneamento proposto pelo governo do estado é para liberar áreas conservadas para construção de hotéis e assim manter o espírito do Decreto nº 41.921.
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N o t í c i a s : A privatização bate às portas da natureza Data: 23/10/2012 Fonte: Aepet-Angrahttp:// w w w. a e p e t . o r g . b r / s i t e / noticias/pagina/9289/Aprivatizao-bate-as-portasda-natureza Av. Nilo Peçanha, 50 Grupo 2409 - Centro - Rio de Janeiro-RJ CEP: 20020100Telefone: 21 2277-3750 - Fax 21 2533-2134 Dando continuidade ao modelo liberal de privatizações, agora com o singelo nome de concessões e que, como até a torcida do Flamengo sabe, faz mal ao Brasil, o governo do Rio de Janeiro assesta a sua mira na natureza. Com a edulcorada justificativa de criação de empregos verdes, a área ambiental fluminense se prepara para entrar na dança das concessões de áreas naturais públicas, especificamente os espetaculares parques estaduais, adormecidos há décadas no papel. Com a mesma justificativa de que o estado não tem condições de empreender e administrar seus parques, a Secretaria Estadual do Ambiente se rende à tentação das PPP, Parcerias Público-Privadas e empresta seu nome para a realização de negócios que irão render fortunas. Para poucos. Nesse sentido, acaba de assinar contrato com uma consultora para desenvolver o projeto “Fortalecimento e implantação do uso público para incremento da visitação nos parques estaduais do Rio de Janeiro” que envolve 12 unidades de conservação estaduais de proteção integral, em especial os chamados parques da Copa 2014. Está lá, no edital, como uma das obrigações contratuais da consultora, que vai receber R$ 4,37 milhões para, dentre outras obrigações: “Criar alternativas para concessões, permissões e autorizações de serviços de apoio à visitação nos parques estaduais do Rio de Janeiro, incluindo uma abordagem sobre oportunidades para Parcerias Público-Privadas”. Essa é a lição aperfeiçoada de modelagem (bem) aprendida do governo FHC. Outro movimento no sentido de assegurar destino privado às áreas naturais públicas, o INEA vem tentando passar por cima da sociedade civil organizada e criar o que passou a chamar Zonas de Interesse Especial Turístico (ZIET) na região de Angra dos Reis, na Área de Proteção Ambiental de Tamoios, a APA Tamoios. Isso nada mais é do que entregar à iniciativa privada praias e ilhas em estado ótimo de conservação para nelas construírem hotéis e pousadas. A nata da reserva do mercado territorial. Atentas aos fatos, 14 entidades representantes da sociedade civil organizada que atuam na região da Baía da Ilha Grande, colocaram no papel essa história. Já está circulando o Jornal O Eco Especial no 160, da Ilha Grande com uma retrospectiva completa sobre o zoneamento ambiental de uma das mais espetaculares e ameaçadas regiões do Rio de Janeiro. Acompanhe em detalhes a longa luta da cidadania organizada para manter a Ilha Grande, da Gipóia e demais ilhas e praias do litoral angrense longe das concessões e privatizações, estimuladas pelo governador Sérgio Cabral com o auxílio do Instituto Estadual do Ambiente. Com o título “Ilha Grande: um paraíso ameaçado. Desleixo do poder público ou interesses escusos?”, o jornal O Eco reproduz, ao longo de 64 páginas grande parte da documentação produzida em quase cinco anos de intenso e extenuante trabalho por um grupo de conselheiros da APA Tamoios para fazer valer a vontade da sociedade em assunto de interesse coletivo. Baixe o jornal O Eco da biblioteca eletrônica do Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG) (http://ilhagrande- codig.blogspot.com/), uma das entidades signatárias da publicação ou da página do jornal O Eco em http:// www.oecoilhagrande.com.br e saiba mais sobre uma luta desigual contra quem
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tem um arsenal de armas a seu favor. E a de seus amigos e parceiros. Opine sobre o assunto em 0APA Tamoios: contra a privatização de praias e ilhas da Baía da Ilha Grande Sempre ameaçada, a Ilha Grande e os espaços naturais da região de Angra dos Reis precisam de seu contínuo apoio. Assine contra a entrega de nossos espaços naturais à especulação imobiliária em https://secure.avaaz.org/po/petition/ Preservacao_da_Ilha_Grande/?auBchdb&external Deu na Revista Caros Amigos, de agosto de 2012:
A ECOLOGIA HUMANA É IMPORTANTE CUMPRIMENTE “Dizer bom dia é abrir a janela do bom humor. É começar o dia bem”!
CUMPRIMENTE! DIGA BOM DIA! - 28 -
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Interessante CASO SYL VIA SYLVIA Prezad@s A fim de informar os envolvidos posto algumas mensagens que tratam sobre uma nota de solidariedade a Sylvia diante de um processo por seu comportamento numa reunião da ESEC. Tudo começou com uma nota de solidariedade e respostas que podem ser lidas de baixo pra cima. Rafael Ribeiro SAPE Prezad@s Sobre a nota de solidariedade a servidora Sylvia Chada e as respostas veiculadas, venho registrar que: 1. Em que pese a minha condição de marido da servidora, testemunho seu compromisso com o trabalho, com as causas ambientais, e sua contribuição institucional: na moralização do ESREG-BIG, em 2002 quando ocorreu seu ingresso no IBAMA e posteriormente no exercício da Chefia deste escritório; na consolidação da ESEC Tamoios, inaugurando seu escritório em Mambucaba, montando a atual equipe, e criando seu Conselho Consultivo; assim como no processo de criação do Mosaico Bocaina e na criação de seu Conselho Consultivo, dentre outras... 2. Considero a abertura do processo contra a servidora emblemática da atual fase das instituições ambientais do país - que sofrem com o desmonte, perda de atribuições, e instrumento político dos mandarins de plantão – e uma forma de perseguição aos servidores comprometidos com as causas ambientais e a transformação social do país; 3. A motivação para o processo é claramente frágil. Distribuir um jornal assinado por diversas entidades, que participam de inúmeros Conselhos Consultivos da região, e - a despeito de serem poucas - atuam há quase cinco anos sobre o assunto que opinam, não torna ninguém que o distribui responsável pelas informações veiculadas; 4. Lamentavelmente nenhum dos gestores entra no mérito da discussão – a privatização de áreas naturais como forma de protegê-las da incompetência do Estado em geri-las – e é este o questionamento das entidades; 5. A missiva do Superintendente do INEA defendendo a institucionalidade da posição do ICMBio baseia-se numa carta assinada por um diretor do ICMBio que apóia a iniciativa da ZIETs(em anexo). A assinatura foi capitaneada pelo CONSIG – ONG ligada a interesses imobiliários – que reuniu entre os apoiadores da proposta do INEA dirigentes de cinco instituições públicas (DRM, EMATER-Rio, IBAMA, ICMBio, Turisrio). Os dirigentes e a maior parte destas instituições em nenhum momento participaram de qualquer discussão no âmbito do Conselho, nem se deram ao trabalho de oferecer qualquer subsidio para tal motivação, indicando que respondiam possivelmente a uma solicitação do Secretário do Ambiente, Sr. Carlos Minc; 6. A defesa do superintendente do INEA e do gestor da APA Cairuçu do posicionamento do ICMBio não questiona a divergência entre o posição do diretor e o parecer técnico da Conselheira da APA Tamoios fundamentado e ilustrado. Qual a validade do parecer da servidora na visão dos gestores? Houve algum questionamento institucional da postura do diretor de nem mesmo consultar a servidora formalmente nomeada para tal, ou a postura dos gestores é apenas uma atitude vassala em defesa de seus cargos? 7. A atitude do INEA de paralisar no final o processo de discussão do Conselho Consultivo por incapacidade de gerir um conflito de pontos de vista e, posteriormente, tentar desqualificar estas pessoas e instituições – que durante anos dedicaram trabalho voluntário para viabilizar este mesmo processo – é inaceitável; 8. Lembro que nestes muitos anos de militância estas poucas instituições atuaram e continuam atuando em defesa da APA Tamoios, muitas vezes contra o próprio Estado, que insiste em licenciar e regularizar dezenas de empreendimentos em áreas protegidas pelo zoneamento da APA, costões, restingas e manguezais; 9. A real defesa da insitucionalidade da APA Tamoios se dará com a contratação de funcionários efetivos e a APA não tem nenhum; com dotação de infraestrutura, como escritório, veículos e lanchas; com a autonomia de gestores de gerir processos, e assim não necessitar ficar pedindo autorização a cada momento ao INEA Central;
Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163
10. Finalmente, mais do que missivas, manifestos e punições precisamos reunir esforços em torno de nossas convergências, pois a Baia da Ilha Grande sofre pressões cada vez maiores da indústria pesada, do turismo de massa e do avanço da indústria do petróleo, além da especulação imobiliária aqui em foco, e se gestores e militantes da causa ambiental não se entenderem todos perderão. Rafael Ribeiro Conselheiro da SAPE – Sociedade Angrense de Proteção Ecológica, fundada em 1983.
Alexandre e demais, Impressiona-me a recorrência de sua manifestação ouvindo somente um lado da história e deformando as informações em funções de interesses. Nos encontramos pessoalmente a alguns dias atrás, oportunidade na qual teve para se inteirar do outro lado da história, mas parece que preferiu não fazê-lo. Impressionante também a sua descrição dos fatos sem ao menos estar presente na citada reunião. Primeiramente, reitero minhas palavras onde considerei a matéria do jornal O Eco desrespeitosa, começando pelo título, irresponsável e tendenciosa. A matéria apresentou documentos e artigos que só manifestavam a visão de um pequeno grupo de Conselheiros da APA Tamoios. Um jornal sério deve apresentar informações de tal modo que permita ao leitor fazer seu juízo de valor, o que não aconteceu, colocando em dúvida a credibilidade do próprio jornal. Aliás, em nome da transparência, seria interessante saber quem financiou esta edição. Com relação à analista Sylvia Chada, a quem respeito, admiro e tenho um carinho muito grande, lamentei sim, no momento da reunião, de que ela, servidora do ICMBio, em plena reunião do Conselho da ESEC Tamoios, tenha panfletado o referido jornal, porém, lhe garantindo também o direito da fala. Embora correndo o risco de perder uma relação de amizade de muitos anos, resolvi encaminhar o ofício na certeza de que estava cumprindo o meu papel institucional como representante do INEA na região. Guardadas as devidas proporções, o não manifestar seria como deixar de autuar um infrator por ele ser um amigo. No entanto, a frase que você reproduziu em seu pequeno trecho, onde fala que eu solicitei que adotasse “medidas pertinentes”, no ofício se encontra desta forma “solicito de V.Sª a adoção de medidas pertinentes objetivando que casos semelhantes não voltem a ocorrer em prol do bom relacionamento institucional atualmente em vigor”. Não pedi que a servidora fosse advertida ou que sofresse qualquer tipo de represália, até porque não desejo que isto aconteça. Acredite, se o caso está sendo julgado por instâncias superiores, não é por conta desde mero ofício, mas não me cabe entrar neste mérito. Todavia, gostaria de chamar a atenção ao fato de que, pelo que parece, somente a sociedade civil tem direitos. Ao Estado, somente deveres. Utilizei-me do meu direito e dever institucional de me manifestar com relação a um ato que considero desrespeitoso, mesmo me custando a perda de uma grande amizade. Porém, com uma grande diferença, manifestei-me verbalmente na frente da pessoa e, posteriormente, coloquei no papel. Julio Avelar Caríssimos, Com todo respeito e com toda trajetória e história que temos não devemos misturar alhos com bugalhos! Não me lembro de ter me manifestado até o momento Eduardo. Mas ainda vou fazê-lo. Cada qual sabe o que faz, como e para quem o faz! abraços cordiais, Monica Prezados desta lista, para quem não me conhece eu sou conselheiro da ESEC Tamoios e gestor de uma unidade de conservação vizinha que é a APA Cairuçu, ou seja, sou colega da Sylvia Chada, além disso eu estava no dia dessa reunião do conselho da ESEC Tamoios . Como vcs eu também admiro o trabalho dela mas entendo que a Sylvia se colocou de forma equivocada naquela ocoasião. Eu tenho certeza que o Julio Avelar não é contra
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Interessante o debate sobre a APA Tamoios e nem contra quem escreveu o jornal O Eco nº 160 só que a fala da Sylvia como funcionária da ICMBio não era o posicionamento da ESEC Tamoios muito menos do ICMBio. Ela não tinha comunicado seu chefe imediato que distribuiria tal jornal e falaria sobre o assunto que não estava em pauta na reunião. O que estamos tratando não é de fugir do debate ou autoritarismo e sim deixar que uma opinião pessoal passe por cima de um posicionamento institucional. Infelizmente ou felizmente quando representamos órgãos públicos a nossa opinião pessoal muitas vezes não é a posição da instituição. Acho que dessa forma a gente não avança em nenhum debate dessa agenda ambiental tão complexa que tratamos aqui na Costa Verde. Alexandre, Sylvia e Monica acho que não devemos confundir as coisas nem levar para as pessoas essa confusão. Até mais, Eduardo Godoy Aires de Souza Chefe da APA Cairuçu - ICMBio
Aos conselheiros da APA Tamoios, copiando para os do PEIG e do Mosaico Bocaina. O Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG) vem tornar público aos demais conselheiros da APA Tamoios fatos ocorridos no âmbito do Conselho da Estação Ecológica de Tamoios, bem como manifestar sua solidariedade à analista ambiental do ICMBio Sylvia Chada, conselheira suplente no Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental de Tamoios. Na última reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Tamoios, realizada em 9 de outubro de 2012, a analista ambiental Sylvia Chada distribuiu aos conselheiros da unidade de conservação onde trabalha o jornal O Eco nº 160. Como todos desta lista já sabem, o jornal trouxe uma retrospectiva do trabalho do conselho e seus embates com o órgão gestor, na tentativa de aprovação do plano de manejo da APA, identificando os conflitos de interesse e a visão das entidades que assinam o jornal. Além disso, o jornal disponibilizou vários documentos públicos que já haviam
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circulado no conselho ? inclusive o parecer da analista ambiental sobre a proposta de zoneamento apresentada pelo estado. Além de distribuir o jornal, a conselheira elogiou e destacou o valor histórico da publicação, a contribuição para o processo em curso, situando os conselheiros da ESEC Tamoios sobre o imbróglio atual em que virou o processo de elaboração do plano de manejo da APA. Presente nesta mesma reunião, o Superintendente do INEA, Sr. Júlio Avelar, protestou contra a distribuição do jornal, chamando a publicação de tendenciosa, desmerecendo o valor das informações ali presentes e mesmo desqualificando os conselheiros que organizaram o dossiê. Além de solicitar a inclusão na ata de suas manifestações, o Sr. Superintendente do INEA encaminhou ofício à chefia imediata da servidora, reiterando o que já havia dito na reunião, considerando desrespeitosa a atitude da analista e solicitando de sua chefia ?medidas pertinentes?. A questão está no momento sendo analisada em esferas superiores do ICMBio. Punição para a servidora? Destacamos que estamos falando de uma das melhores e mais bem preparadas profissionais que participa ? e muito colabora ? para a elevação do nível técnico do ambiente dos conselhos da região. Profissional com histórico de atuação nos movimentos socioambientais da região, que vem sendo penalizada justamente por seu compromisso e por sua história de vida. Estranhamos e lamentamos a forma como se deu o suposto apoio do ICMBio à proposta do INEA, por parte de um diretor que, longe do debate, age de forma autoritária e desrespeitosa ao usar seu cargo para ?apoiar ainiciativa do INEA que estabelece, no seu Plano de Manejo, a implantação de ZIETS (Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos)?. Dirigimos um respeitoso apelo à autoridade ambiental estadual representada pelo secretário estadual do Ambiente Carlos Minc para que atenda às legítimas demandas da sociedade organizada e que promova a retomada do necessário diálogo. Os avanços coletivos obtidos com enorme sacrifício de todos os cidadãos envolvidos, mesmo que abaixo do desejado, não nos permite ultrapassar os limites da razoabilidade e assim agir para o retorno ao passado obscuro e às trevas. Não estamos mais em uma ditadura. Não merecemos conspurcar nosso passado de luta contra o autoritarismo. O CODIG reitera que o conteúdo do jornal O Eco pretende apenas colaborar com a história, via inserção de registros factuais, no Processo Administrativo nº E-07/301.586/ 08, ao qual esperamos sejam incorporados. De fato e de direito. Atenciosamente, Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva
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