O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO No 360 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 21 de outubro de 2014

SEMANA QUENTE

Um foco de incêndio assustou quem passava pelo Parque. Mas no Ceará, diferente do Centro Oeste e do Sudeste, a situação é tranquila. O Brasil já registra 146.339 pontos de queimadas. Páginas 6 e 7

FOTO: DIVULGAÇÃO

Até o Cocó estava queimando

NAGOYA O Brasil não pode comemorar a ratificação do protocolo

As nações cobertas pelo acordo vão começar a definir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de benefícios da biodiversidade. O nosso País fica de fora Página 3

DNOCS

Completa 105 anos transformando o Semiárido

Órgão recebe recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e construir 600 poços tubulares profundos e instalar 800 poços públicos. Página 5


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FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

Coluna Verde TARCILIA REGO tarcilia_rego@terra.com.br

PERU

O país que vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática Global em Lima no fim de novembro e dezembro, está sendo severamente impactado pelas alterações climáticas. O governo peruano afirmou dia 15, que as geleiras daquele país, reduziram em 40% nas últimas quatro décadas, e o derretimento gerou cerca de mil novos lagos a partir de 1980. As 2.679 geleiras, distribuídas por 19 cadeias de montanhas cobertas de neve, são fontes de grande parte da água potável do país vizinho que abriga 70% das geleiras tropicais do mundo, que são especialmente sensíveis as temperaturas mais elevadas. Quase 90% dos glaciares peruanos são menores do que um quilômetro quadrado, e por isso o risco de desparecimento das geleiras é bem grande. Assim como no Brasil, a mudança climática deve contribuir para diminuir as fontes de água no Peru. A situação do vizinho parece mais complicada do que a nossa, afinal, aqui, a questão passa muito mais pela redução do desmatamento. É mais fácil plantar árvores do que conter derretimento de gelo. Mas será que vamos ter consciência suficiente para evitar o desmatamento e conseguir plantar mais árvores? Preste atenção, isso também passa pelo consumo responsável. Por isso, pense duas vezes antes de consumir um produto.

AUMENTOU O desmatamento da Amazônia aumentou 191% em agosto e setembro de 2014, em relação ao mesmo bimestre de 2013, segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém. Em termos absolutos, a alta foi de 288 km² para 838 km². Pena que não temos um monitoramento, assim, da Caatinga. INVESTIMENTOS Artigo do economista José Eustáquio Diniz Alves, publicado na plataforma Eco debate, afirma que o mundo das finanças está passando por um período de instabilidade e o “setor energético, novamente, joga um papel central no processo de turbulência”. Todas as recessões mundiais anteriores foram precedidas por aumento do preço do petróleo e demais combustíveis fósseis, mas a crise atual está sendo agravada pela queda do preço dos hidrocarbonetos e pela baixa rentabilidade do capital investido pelas empresas de energia. Uma boa oportunidade para o investidor pensar sobre sustentabilidade, aquecimento global e etc.

Verde

O MEIO AMBIENTE AGRADECE A Carro de Boi é uma loja especializada em móveis que embute em seus produtos, conceitos de sustentabilidade, como a preservação dos recursos naturais. A empresa comercializa peças, produzidas a partir do reaproveitamento de madeira de demolição. Por isso, os artigos da Casa de Boi, além de agradar aos olhos do cliente, certamente, agradam ao meio ambiente. Localizada no Porto das Dunas, área metropolitana de Fortaleza, a loja disponibiliza uma vasta linha de artigos como aparadores, mesas, criados mudos, armários, baús, cômodas, bancos, poltronas, dentre outros. A maioria das peças vem de Minas Gerais e São Paulo. Reflexão: “Para 2015, não há elementos científicos suficientes para dizer se o ano será muito árido ou não. Se for, o impacto será devastador. “Carlos Nobre, climatologista do Inpe, em entrevista a Veja e falando sobre a atual escassez de chuva no Brasil.

AGENDA VERDE DE 21 A 24 DE OUTUBRO FIMMEPE – MECÂNICA NORDESTE

• Começa hoje, em Recife, a Fimmepe - Mecânica Nordeste, que acontece de 21 a 24 de Outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco. Mais informações: http://www.mecanicanordeste.org.br/.

DIAS 22 E 23 DE OUTUBRO SEMANA DA COMUNICAÇÃO DEBATE AS MÍDIAS DIGITAIS

• A Fanor | DeVry promove a Semana da Comunicação entre os dias 22 e 23 de outubro com o tema “Conexão com as mídias digitais”, e contará com palestras, mostras, oficinas, cines clubes e mesas de debate. O evento acontece no Campus Dunas, localizado na Avenida Santos Dumont, nº 7800. Entre os temas abordados estão o papel do jovem no processo de comunicação digital, comunicação transmidiática e gestão e estratégica de comunicação on line. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas momentos antes de cada programação.

DE 22 A 24 DE OUTUBRO XVII JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA 10º CONGRESSO BRASILEIRO DE CÂNCER BUCAL

• Começa amanhã (22), no Campus da Unifor, o evento acadêmico da Odontologia mais antigo do Estado do Ceará, a Jornada Acadêmica de Odontologia da Unifor. E agora, em sua 17ª edição, será realizada junto ao 10º Congresso Brasileiro de Câncer Bucal, com o tema “Câncer Bucal: Prevenção – Diagnóstico – Tratamento”. Mais informações e inscrições: www.jaoodontounifor.com.

24 DE OUTUBRO DIA DAS NAÇÕES UNIDAS

•O Dia das Nações Unidas, ou Dia da ONU, é comemorado em 24 de outubro desde 1948, como aniversário da entrada em vigor, em 1945, da Carta das Nações Unidas. A celebração foi determinada em 1947 pela Assembleia Geral de forma que o dia fosse “dedicado a fazer serem conhecidos pelos povos do mundo os objetivos e conquistas da ONU e a obter apoio para” a sua obra. A data compõe a Semana da ONU, que vai de 20 a 26 de outubro. Em 1971 a Assembleia Geral adotou a Resolução 2782, que declaro que como feriado internacional o dia da ONU e recomenda que seja observado como um feriado público por todos os estados membros.

24 A 31 DE OUTUBRO SEMANA DO DESARMAMENTO E SEMANA MUNDIAL DA PAZ • Desde 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora, entre 24 e 31 de outubro, a Semana do Desarmamento ou Semana Mundial da Paz. A data coincide com a própria criação do organismo, em 24 de outubro de 1945. No Brasil, campanhas pelo desarmamento já retiraram mais de 500 mil armas de circulação e foram responsáveis pela regularização de 1,5 milhão de armamentos. No momento, a Campanha Nacional do Desarmamento parece desativa.

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873


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VERDE

BIODIVERSIDADE Países comemoram o Protocolo de Nagoya, mas o Brasil não pode entrar na festa

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ntrou em vigor, o Protocolo de Nagoya. O acordo internacional, que regulamenta o acesso aos recursos genéticos e o compartilhamento de benefícios da biodiversidade, está em vigor desde o dia 12 de outubro. Foi uma vitória para a Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, que estava reunida entre os dias 6 a 17 deste mês, em Pyeongchang, na Coreia do Sul para a 12ª Sessão da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 12). O anúncio foi bastante comemorado, pois é uma sinalização clara de que os países começam a dar valor à sua biodiversidade. E mais que isso. As nações cobertas pelo acordo vão começar a definir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de benefícios da biodiversidade. E isso interessa a todos: governos, empresas, comunidades, cientistas. Segundo o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, o brasileiro Bráulio Ferreira de Souza Dias, o Protocolo de Nagoya é fundamental para a biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável. “A sua entrada em vigor criará incentivos para a preservação da diversidade genética, da biodiversidade em geral e do conhe-

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cimento tradicional associado. Irá fornecer as condições para a investigação e desenvolvimento contínuos em recursos genéticos”, afirmou a imprensa internacional.

FORA DA FESTA O Brasil, porém, não pode participar da festa. Apesar de ter sido um dos principais articuladores do documento, o País não o ratificou “sob pressão do

agronegócio, que enxergou no protocolo uma ameaça aos seus interesses comerciais, sobretudo em relação à soja, cana e gado”. Foram esses os motivos que os ruralistas usaram para pressionar o Congresso Nacional para vetar a ratificação. O protocolo, assim, como qualquer outro acordo internacional, não tem efeito retroativo e nem tampouco incidiria no comércio das commodities. O resultado é que o Brasil, a despeito de ter um das maiores biodiversidades do planeta, não pode sentar-se à mesa e ajudar a definir como se darão as regras de acesso e repartição de benefícios provenientes da biodiversidade. Vamos somente ficar assistindo aos outros países, até menos importantes do ponto de vista da biodiversidade, tomando decisões, dando o formato final ao acordo. 2015 Já países que partilham com o Brasil o título de megadiversos, como Índia, Indonésia, África do Sul e Peru estão dentro. Assim como a União Europeia, Noruega, Suíça e Espanha. E se algum desses países quiser negociar conosco, estaremos sob as regras do protocolo. O texto final do acordo conta com 50 países, a sua implementação contribui para a 16ª Meta de Biodiversidade de Aichi, que previa que o instrumento deveria entrar em vigor e em funcionamento operacional no ano de 2015. Fontes: ONU e WWF Brasil


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VERDE

OPINIÃO

Meio ambiente e as campanhas políticas

Por Tarcilia Rego*

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nfelizmente, em um triste mau exemplo do uso de recursos públicos, pagos por todos nós, as Campanhas Políticas relativas às Eleições 2014 caracterizaram-se até o momento pelo baixo nível temático em detrimento da discussão séria de propostas para endereçamento de questões urgentes que afetam o nosso dia-a-dia, entre elas as ambientais. A presença da candidata Marina Silva, no primeiro turno, evidenciou, um pouco mais, à temática socioambiental e ou da sustentabilidade. Destaco, um pouco... Que candidato falou, em debates, por exemplo, sobre a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos? Sobre a escassez de água que assola, agora, também, a região mais rica do País? Há anos, no Nordeste, vivemos sob esta problemática e pouco acontece. Aliás, na atual camapnha política, o assunto recursos hídricos foi e está sendo tratado muito superficialmente, tanto nas campanhas locais, principalmente aquelas dos candidatos aos governos nordestinos, como na nacional, e quando falam, a cantilena é a mesma: Transposição do Velho Chico e “Convivência com a seca”. Transposição que não avança, ao contrário do desaparecimento das nascentes que avança sem medo e faz do Chico, um rio menos caudaloso. Transposição que não avança, enquanto o valente povo do Semiárido, especialmente da Caatinga, que sem chuva e sem direito à distribuição de água, seguem mansamente, iludidos com a transferência de renda. Mas, a transferência que todos precisamos neste momento, digo, todos, não apenas o Porto do Pecem ou a indústria paulistana, é a tranferência para a segurança hídrica do cidadão, seja via São Francisco, seja via Paraíba do Sul... Lamento, que em meio a um período de seca e escassez de água no Sudeste e Nordeste, sejamos informados que áreas de terras correspondentes a centenas de “campos de futebol” em APP (Áea de Preservação Permanente) na Mata Atlântica, na região de Cotia, São Paulo, sejam criminosamente desmatadas e destinadas a aterros clandestinos para disposição de lixo. O Greenpeace acaba de denunciar a derubada cladestina de

floresta na Amazônia, para a produção ilegal de madeira. Sabe o que acontece? Nada. O máximo que pode acontecer, é o encaminhamento dos números para estatísticas. Atenção, ninguém passará ileso à crise ambiental. Como é de praxe, nos últimos tempos, as diversas instâncias e níveis do poder público, que deveriam zelar pela vida de todos os cidadãos brasileiros, vida essa, intrinsicamente dependente, em sua maioria, da conservação dos estoques naturais, não parecem atentos à questão. Geralmente, “não viram nada, não escutaram nada e não sabem de nada”. Foi o que aconteceu no Ministério do Meio Ambiente quando busquei informações sobre a Agenda 21, um dos principais resultados da conferência Eco-92 e uma das principais ações transversais dos programsa de educação do então Governo do presidnte, Lula da Silva. O que aconteceu? Acabaram com ela. Voltando à água, faço questão de ressaltar o fato de que se não cultivarmos áreas verdes não

teremos água. Não pensem que construir Belo Monte resolverá a questão energética do Brasil. Vai sim, contribuir, ainda mais para desmatamentos e ocupação irregular, acelarada e sem planejamento da Amazônia e consequentemente, provocar mais desordem no nosso, já desorganizado, regime de chuvas. De certa forma, a escassez de água que assola a região mais rica do País, que me perdoem os paulistanos, “chegou em boa hora”. Na cabeça dos brasileiros, até então, seca só acontecia no Nordeste. A seca no Sudeste evidencia o limite do uso do recurso, no País como um todo, e reforça que nas cidades, o crescimento populacional e industrial não é acompanhado pelo aumento da oferta de água tratada. Morei 21 anos naquela Capital, nunca imaginei que um dia, faltaria água acolá. Ledo engano. Como eu pude pensar assim, apesar das Mudanças Climáticas? Quando digo “em boa hora”, quero fazer uma referência à capacidade de mobilização daquela sociedade. Tenho certeza

que a seca que esturrica o solo da Represa da Cantareira está mexendo com a cabeça e a consciência de povo trabalhador e mobilizador, como ninguém. Que surja um “Água Abundante” como surgiu o “Passe Livre” e nos provoque a pensar o que estamos fazendo para preservar o pouco de água que ainda resta nos reservatórios artificiais e naturais, até a chegada da chuva abundante ou das Mudanças Climáticas. Em curto prazo, o caminho é um só: “economizar água, economizar água, economizar água”, como alerta o especialista em recursos hídricos, Benedito Braga, da Poli-USP. Espero e tenho fé em Deus que a população brasileira seja feliz em suas escolhas nas eleições no próximo dia 26 e que a pessoa eleita para exercer o cargo de Presidente da República coloque o viés da Sustentabilidade e da Responsabilidade Socioambiental em todas as ações previstas em seu Programa de Governo. *Editora de sustentabilidade e meio ambiente do Jornal O Estado, Caderno O Estado Verde.


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DNOCS

Completa 105 anos transformando o perfil do Semiárido brasileiro Órgão recebe recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e construir 600 poços tubulares profundos e instalar 800 poços públicos

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oje, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), completa 105 anos de atividades que beneficiam o Semiárido brasileiro. Foi o primeiro órgão do governo federal a estudar a problemática da região, marcando, nesse período, sua presença em todo o território nordestino. Seu acervo de obras envolve a construção de rodovias, ferrovias, campos de pouso, aeroportos, portos, implantação de redes de energia elétrica, ações de abastecimento, açudagem, irrigação, piscicultura, entre outras ações complementares. Hoje, a instituição continua responsável por ações que possibilitam o desenvolvimento regional e a redução das desigualdades sócioeconômicas, executando obras de grande relevância como as inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento (Pac), que totalizam mais de R$ 2 bilhões e com recursos para 2014 da ordem de R$ 318 milhões. São as barragens Figueiredo (CE) já concluída e faltando apenas a conclusão do reassentamento programada para o mês de novembro; Fronteiras (CE), com barramento licitado e aguardando autorização do Ministério da Integração Nacional (MIN) para o lançamento da licitação das obras complementares e a ordem de serviço para o início dos trabalhos de construção; Congonhas (MG), cuja licitação deverá ser lançada até o próximo dia 22; Oiticica (RN) com 17 por cento das obras concluídas através de um Termo de Compromisso assinado entre o Dnocs e o Governo do Rio Grande do Norte e de Nova Algodões (PI) cujo Termo de Compromisso já foi assinado entre o órgão e o Governo do Piauí.

O Pac contempla, também, as segundas etapas dos projetos de irrigação Tabuleiros de São Bernardo (MA), Tabuleiros Litorâneos e Platôs de Guadalupe (PI), Tabuleiros de Russas, Baixo Acaraú e Araras Norte (CE) Santa Cruz do Apodi (RN) e as obras de implantação da segunda etapa da Adutoras do Pajeú (PE) com serviços executados da ordem de oito por cento.

Das 21 barragens que fazem parte do Projeto de Integração do São Francisco, 19 foram construídas pelo Dnocs. O MIN está repassando ao órgão, recursos no valor de R$ 220 milhões para elaboração de projetos de recuperação e para as obras de recuperação dessas barragens. Os projetos de recuperação, para os quais foram destinados recursos no valor de R$ 21 milhões, foram concluídos e os projetos básicos para as obras estão em andamento. Também foi confiada ao Dnocs a implantação de pequenos sistemas de abastecimento de água e irrigação em 309 comunidades ao longo dos dois canais principais da transposição e a implantação de cinco agrovilas. Os projetos que possibilitam esse trabalho se encontram com 85% concluídos, cabendo a sua responsabilidade à coordenadoria estadual do Dnocs em Pernambuco. Através do programa Gestão de Riscos e Resposta aos Desastres/Ações de Defesa Civil Nacional, o Dnocs foi contemplado com recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e instalar 600 poços tubulares profundos e instalar 800 poços públi-

NAYANA MELO

“ÁGUA PARA TODOS” No programa “Água para Todos”, o Dnocs está instalando 75.000 cisternas na região. Desse montante, 32.381 estão sendo executadas, diretamente pelo próprio órgão, e outros 42.619 estão sendo implantados em parcerias com os governos estaduais. Essa ação do Dnocs, sob a coordenação do Ministério da Integração Nacional, visa minimizar os impactos da seca, que está sendo considerada uma das piores dos últimos 50 anos. Para o programa Sistema Simplificado de Abastecimento (SSA), o Departamento conta com recursos no valor de R$ 27 milhões para implantação de 546 sistemas em 206 municípios dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais.

cos (já perfurados). Essas metas estão sendo executadas de forma direta por todas as coordenadorias estaduais da instituição dos estados do Nordeste e de Minas Gerais. IRRIGAÇÃO No setor de irrigação, os 37 perímetros irrigados sob a responsabilidade do Dnocs tiveram uma renda bruta equivalente a R$ 360 milhões no ano agrícola de 2013, sendo R$ 26 milhões de produtos de origem animal e R$ 333 milhões dos produtos agrícolas, com a fruticultura participando com 62% do valor dessa renda. O Programa Mais Irrigação, estabelecido pelo MIN que visa a revitalização dos projetos assentados por pequenos produtores e, portanto, de forte apelo social, o Dnocs, está, no momento, atendendo a 10 perímetros irrigados situados nos estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Os recursos programados são superiores a R$ 130 milhões e vão possibilitar a recuperação da infraestrutura, regularização fundiária e ambiental, a organização e apoio à gestão dessas unidades produtivas. Além disso, o Dnocs, neste ano, está produzindo 35 milhões de alevinos (filhotes de peixe) no seu Centro de Pesquisas em Aquicultura e nas 14 estações de piscicultura, destinados ao povoamento dos espelhos d’água da região, principalmente açudes, lagoas, tanques e viveiros para produção intensiva e desenvolvimento do peixe, ofertando alimento de grande valor proteico às populações urbanas e rurais.

PROGRAMAÇÃO ANIVERSÁRIO DNOCS DIA 22 DE OUTUBRO DE 2014 08:00h Hasteamento das bandeiras, ao som do Hino Nacional, tocado pela Banda de Música da Polícia Militar do Ceará. Local: Pátio do DNOCS

09:00h Solenidade comemorativa aos 105 anos do órgão Local: Auditório da Administração Central Lançamento do Selo Comemorativo: Lançamento do livro “O Semiárido e Sua Gente” de

autoria do engenheiro Godofredo Chaves Queiroz. Encerramento da Solenidade pelo Diretor Geral. 15:00h Missa em Ação de Graças


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VERDE

CLIMA

Não é só o Cocó que está pegando fogo no Brasil

O Brasil já registra 146.339 focos ativos de incêndios, desde o início do ano. No Ceará, diferente dos estados do Tocantins e de São Paulo, a situação é menos preocupante IRATUÃ FREITAS

POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br

A

lém das invasões por ocupações irregulares, o fogo também resolveu invadir o Cocó. Um pedaço de mata fechada, nas proximidades da Avenida Sebastião de Abreu, dentro do Parque Ecológico do Cocó, maior área verde de Fortaleza, foi atingido por um foco de incêndio, na tarde de quinta-feira (16), mas logo controlado. Focos de queimada, neste período, não é um “privilégio” nosso, o fenômeno está acontecendo em quase todo o território nacional. CAUSAS Com relação ao Cocó, a causa do incêndio não foi identificada. O major Glaidson Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, que naquele dia encontrava-se no local, informou à reportagem d’O Estado, que é comum casos de incêndios na mata naquela área, decorrentes de fogueiras, queima de lixo, e até mesmo bitucas de cigarro lançadas por pessoas descuidadas. “Como neste período do ano a mata está mais seca e está ventando muito, o fogo se alastra rapidamente”, disse. As labaredas e a fumaça preta ficaram a uns 150 metros da margem do Rio Cocó, em área de mangue, assustaram, mas não representaram ameaça aos motoristas, pe-

destres e ou moradores da região. Segundo o meteorologista, Leandro Jacinto, da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), as condições climáticas – escassez de chuva, massa de ar quente e seca e altas temperaturas, neste período do ano, no Ceará, “deixa-nos vulneráveis a este tipo de evento”. Sobre a possibilidade de ter ocorrido um incêndio criminoso no Cocó, o meteorologista, disse que não tinha informações suficientes para falar sobre o acontecido no Parque. Ressaltou a contribuição dos “fatores climático e humano” para ocorrências desse tipo. “Pode ter sido provocado ou acidental, os fatores, principalmente, aqueles relacionados ao clima seco, são favoráveis ao

fogo”, destaca Jacinto. Criminosos ou não, os incêndios em áreas verdes destroem a vegetação e colocam em risco a vida de pessoas e a biodiversidade do ecossistema atingido. BAIXA UMIDADE Ainda, de acordo com o meteorologista, Fortaleza, por estar na faixa litorânea, apresenta umidade relativa do ar acima de 50%, mas ultimamente, registra índices bem abaixo da normalidade. “Se compararmos com municípios do Sertão cearense, Crateús, por exemplo, que tem umidade relativa na faixa de 30%, podemos ter uma ideia de como estamos propensos ao surgimento dos focos de queimadas”, esclarece. A Funceme registrou, no último dia 12 de

agosto, ao meio-dia, em Fortaleza, 28% de umidade relativa do ar, nível considerado de “Atenção” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). UM FENÔMENO NACIONAL Nos últimos dias, a imprensa do País, como um todo, tem destacado o fenômeno de seca que assola, neste momento, várias regiões no Brasil. O Sudeste, Centro-Oeste, e parte do Nordeste, como acontece em Fortaleza, estão sentindo o efeito das altas temperaturas e do clima seco, que “quebrando” todos os recordes de calor, contribui para o surgimento de incontáveis focos de queimadas, em várias localidades do território brasileiro. No Tocantins, só nos primeiros 19 dias de outubro, já foram registrados 3714 focos, acima da média máxima dos últimos 16 anos o mês que é de 3680 pontos, conforme dados de monitoramento do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A detecção de focos de queimada é intensificada todos os anos, nesta área, principalmente, a partir de agosto, quando os incêndios podem começar sair do controle. Segundo o pesquisador, Fabiano Morelli, do Ceptec/ Inpe, além de a estiagem colaborar para o registro de incêndios acidentais naquela região de Cerrado, o uso do fogo para


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VERDE a limpeza de terrenos baldios também colabora para o aumento de ocorrências de focos de queimadas. “Principalmente, por influência do uso e ocupação do solo”, disse. 146339 FOCOS Apesar de estar plenamente inserido em uma região semiárida, a situação no Ceará, se comparada à dos estados que agora sofrem com a estiagem e com as altas temperaturas e a baixa umidade do ar, como é o caso de São Paulo e Tocantins, não parece crítica. Segundo o Ceptec/ Inpe, foram registrados 177 focos ativos de incêndio nos primeiros 19 dias de outubro, em todo o território cearense. Mais de 2 vezes e meia menor, em comparação ao mesmo período do ano passado que registrou 466 focos. Os estados do Tocantins e de São Paulo já acumulam, desde o início desse ano, 13952 e 4472, respectivamente, enquanto o Ceará, 735 pontos. No Brasil registra 146339 focos de incêndio desde o início do ano. Nesta matéria apresentamos a tabela com os números do monitoramento de queimadas no estado do Ceará que trazem a comparação do total de focos ativos detectados pelo satélite de referência em cada mês, no período de 1998 até o dia 19 de outubro (domingo). O satélite registra somente grandes focos, com cerca de 30 metros

de extensão por um de largura. CHUVA De acordo com o meteorologista da Funceme, essa onda de calor teria relação com o surgimento do El Niño, provocado quando a temperatura do Oceano Pacífico aumenta. Dis-

se ainda, que provavelmente em dezembro, próximo, chove no Ceará, é o chamado período pré-chuvoso, mas o prognóstico oficial para a quadra chuvosa 2015, no Estado, só em janeiro. “O regime de chuvas no Ceará recebe influência dos dois oceanos”, encerra.

SERVIÇO Para mais informações sobre queimadas acesse http://sigma.cptec. inpe.br/queimadas/ . “O acesso às informações é livre, e se quiser receber em tempo quase real as coordenadas geográficas das queimadas e desenvolver sua própria base de aplicações, contatar queimadas@cpetec.inpe.br”.

nâmica dos ecossistemas e a diversos tipos de agricultura do planeta, impactando significativamente os processos de mudanças climáticas na terra e do aquecimento global. Existem também em menor escala, incêndios causados por pessoas descuidadas que jogam pontas de cigarro nas margens das estradas, ateiam fogo a lixões e ainda aqueles causados por balões.

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SOBRE QUEIMADAS A queimada é um processo de queima de biomassa que pode ocorrer por fatores climáticos ou naturais humanos. Sua evolução passa pelos estágios de ignição, chamas, brasas e extinção. A ignição depende do material a ser queimado (biomassa) e de fatores ambientais como temperatura, umidade relativa do ar e vento. Elas atingem os mais diversos sistemas ecológicos e tipos de agricultura,

gerando impactos ambientais em escala local e regional. O ser humano é o maior responsável pelos incêndios florestais, o que exige a implantação de um programa permanente de educação ambiental pertinente à questão. Grande parte dos incêndios florestais tem motivos econômicos. É uma prática utilizada em todo o mundo, e acarreta sérios prejuízos à biodiversidade, à di-


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VERDE

I EXPOGERAÇÃO

Evento visa fomentar a micro e minigeração de energia no Ceará

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Sindienergia-CE, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará, realizará entre os dias 28 e 29 de outubro, a ExpoGeração 2014 e o I Seminário sobre Micro e Minigeração Distribuída. O evento, que será realizado na FIEC, a partir das 18h30, debaterá a Micro e Minigeração como uma solução real para influenciar a Matriz Energética Brasileira para os próximos anos, diante da atual crise no setor. O encontro reunirá os maiores nomes e entidades da área como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Energie Agentur, Coelce, Sebrae, Senai, Unifor e a ONG Greenpeace, além de empresas que já atuam no setor de soluções no Nordeste. O objetivo é debater, apresentar os avanços e as oportunidades de aprimoramento da Resolução Normativa Nº 482/2012, que trata das regras destinadas para ins-

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talação de geração distribuída. A resolução determina que os brasileiros possam produzir sua própria energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes com base em energia solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades con-

SERVIÇO:

ExpoGeração 2014 / I Seminário sobre Micro e Minigeração Distribuída Data: 28 e 29 de outubro de 2014 Horário: Colocar horário no release e atualizar com a programação Local: Auditório Principal da Fiec

sumidoras. A microgeração é a geração de energia até 100KW de potência, e a minigeração, de 100KW a 1MW. “Queremos com esse encontro provocar a abertura do mercado, tornar o setor mais conhecido e despertar o interesse de autoridades e do público em geral para esta solução que contribui direto com a economia, reduzindo ou até podendo zerar a conta de energia do consumidor, além de aliviar de forma rápida e simples a crise energética, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa - GEE” explica o diretor setorial de Micro e Minigeração do Sindienergia, Wilmar Pereira. Ricardo Correia, membro do Sindie-

nergia e organizador do evento, reforça que a Micro e Minigeração adiam os investimentos do governo em transmissão e geração de energia, reduzem perdas técnicas, aumentam consideravelmente a oferta de empregos e a distribuição de renda. “É uma solução ambientalmente correta, melhora a imagem da empresa ou pessoa física que participa do processo de sustentabilidade na certeza do retorno econômico, financeiro e no bem estar do planeta. No Ceará, temos apenas 50 usuários dessa tecnologia ligado a rede.” enfatiza Ricardo. O desafio com a Expogeração é estimular o mercado para criar linhas de crédito para o setor, conscientizar o governo e a população que é uma boa solução e capacitar e regulamentar a atividade. Segundo a avaliação da empresa DNV KEMA Soluções Energy & Sustainability, o setor representa hoje R$ 48,9 bilhões com grande potencial de crescimento. Podem participar do evento empresários, engenheiros, arquitetos, ambientalistas, formadores de opinião, estudantes e jornalistas. As inscrições podem ser feitas pelo site www.expogeracao.com.br.

CONSUMO

Empresa combate desperdício de alimentos Acabamos de comemorar o Dia Mundial do Alimento ( 16/10), mas em algumas empresas, o tema é pauta durante o ano inteiro. As redes Extra e Pão de Açúcar, do GPA, buscam conscientizar seus consumidores sobre questões de nutrição e alimentação, incentivando um modo de consumo sustentável, saudável e consciente. Para isso, as duas redes contam com ações que combatem ao desperdício. Há 19 anos, o GPA deu início a um projeto de

doações e parcerias, que já beneficiou a muitas instituições assistenciais. No programa “Parceria Contra o Desperdício”, as lojas da rede doam as frutas e legumes que não estejam nas condições estéticas apreciadas pelo consumidor, mas apropriadas sim para o consumo. Mensalmente, uma média de 250 toneladas de alimentos é doada a aproximadamente 280 instituições validadas pelo Instituto GPA em todo o País. Estas instituições assinam

um termo de compromisso, responsabilizando-se pelo transporte e conservação dos itens doados. O programa acontece em 218 lojas, totalizando 1.518 toneladas de alimentos doados apenas de janeiro a junho de 2014. Outra ação para reduzir o desperdício de alimentos empreendida pela empresas do grupo e que também proporciona mais uma vantagem financeira aos clientes é a venda de produtos com validade próxima à data

de vencimento com descontos de até 40%. Os itens são agrupados em um local diferenciado nas lojas de acordo com sua categoria (perecíveis e não perecíveis), contando com sinalização própria para facilitar a identificação pelos clientes. A ação tem como objetivo, além de se tornar uma alternativa para economizar, aumentar o giro desses itens na loja, evitando que vençam e sejam descartados, reduzindo o desperdício de alimento nas lojas.


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ELEIÇÃO 2014

Amazônia procura um caminho para o desenvolvimento Ong’s, unidas, buscam apoio junto aos candidatos ao cargo de presidente, para reverter o dramático quadro socioambiental da região

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rês das principais ONG’s que atuam na Amazônia decidiram se unir e apelar aos dois presidenciáveis que disputam o segundo turno nas eleições de 2014 em nome do desenvolvimento sustentável na região. A plataforma “Amazônia e as Eleições 2014: Oportunidades e Desafios para o Desenvolvimento Sustentável” formulada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Amigos da Terra Amazônia, partem do princípio de que o País já se mostrou capaz de resolver desafios que se colocam para a região, como a redução do desmatamento entre 2005 e 2012. O que falta, diz o documento, é conexão entre políticas públicas e investimentos adequados à complexidade regional. A plataforma ressalta que a região é superlativa em recursos naturais e importância ambiental. Abriga cerca de um terço das florestas tropicais, a maior bacia hidrográfica do planeta e é rica em recursos minerais e em potencial hidrelétrico. Suas florestas prestam um serviço crucial para os brasileiros: a produção de cerca de 20 bilhões de toneladas de vapor d’água por dia, que são transportadas em nuvens e geram chuvas para o Centro-Sul do País. Apesar desses atributos e do papel estratégico no cenário nacional, a plataforma aponta que as riquezas da Amazônia têm gerado poucos benefícios sociais e econômicos para a grande maioria dos seus mais de 24 milhões

de habitantes. Para reverter o dramático quadro socioambiental, as ONG’s pedem para que o novo governo reveja imediatamente a política energética atualmente imposta para a região e que tem como base em um ambicioso plano de expansão de geração de energia elétrica – que inclui a construção de 30 hidrelétricas (UHE) na Amazônia até 2023. Além de investir em eficiência energética, a plataforma reivindica priorizar fontes com menos impactos socioambientais, incluindo eólica e solar (fotovoltaica) e biomassa. A plataforma pontua também a existência de um “descasamento” entre as necessidades locais e os grandes projetos de infraestrutura. Enquanto os investimentos públicos nas áreas de energia, óleo e gás, logística e telecomunicações devem atingir cerca de R$ 130 bilhões até 2020 na Amazônia, o licenciamento ambiental das respectivas obras não consegue induzir a mitigação dos efeitos colaterais negativos. Para estimular o uso mais eficiente e sustentável das terras na região, as ONG’s sugerem acelerar a regularização das posses, mas sem subsídios, e cobrar efetivamente o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural e alocar as terras públicas devolutas. O apoio à agricultura familiar na Amazônia também deve de ser revisto e, para que o setor de agronegócio se torne rentável e sustentável na Amazônia, será necessário investir em técnicas agropecuárias já disponíveis. Fonte: Imazon

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DESMATAMENTO Cresce supressão de vegetação na região amazônica: já acumula 839 quilômetros

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desmatamento da Amazônia aumentou 191% em agosto e setembro de 2014, em relação ao mesmo bimestre de 2013, de acordo com o levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém. Isso representou um aumento de 290% em relação a setembro de 2013, quando o desmatamento somou 103 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 93% da área florestal na Amazônia Legal enquanto que em setembro de 2013 o monitoramento cobriu uma área menor (79%) do território. ESTATÍSTICAS Em setembro de 2014, o desmatamento ou supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo , concentrou em Rondônia (33%), Pará (23%), seguido pelo Mato Grosso (18%) e Amazonas (12%), com menor ocorrência no Acre (10%), Roraima (4%) e Tocantins (1%). O desmatamento acumulado no período de agosto a setembro de 2014, correspondendo aos dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 838 quilômetros quadrados. Houve aumento de 191% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a setembro de 2013) quando atingiu 288 quilômetros quadrados. As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 624 quilômetros quadrados em setembro de 2014. Em relação a setembro de 2013 houve um aumento de 3.797%, quando a degradação florestal somou 16 quilômetros quadrados.

SAD-EE

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Considerando os dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2014 a setembro de 2014), Rondônia lidera o ranking com 31% do total desmatado no período. Em seguida aparece o Mato Grosso (26%) e Pará (18%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 2.699% em Roraima e 939% em Mato Grosso. Em termos absolutos, Rondônia lidera o ranking do desmatamento acumulado com 260 quilômetros quadrados, seguido pelo

Desde julho de 2012, a detecção de alertas de desmatamento e de degradação florestal vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com o Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD, com imagens de refletância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.

Mato Grosso (222 quilômetros quadrados) e Pará (152 quilômetros quadrados). DEGRADAÇÃO FLORESTAL Em setembro de 2014, o SAD registrou 624 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ ou queimadas) . Desse total, a grande maioria (97%) ocorreu no Mato Grosso, seguido por Rondônia (2%) e Pará (1%). Já com relação à geografia do desmata-

DETER O levantamento do Imazon é paralelo ao realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza o sistema Deter. O mecanismo do Inpe analisa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta nos estados que possuem vegetação amazônica (todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).

mento, a maioria (59%) ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. As Áreas Protegidas também foram monitoradas. O SAD detectou 73 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação. No caso das Terras Indígenas, em setembro de 2014 foram detectados 8 quilômetros quadrados de desmatamento. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (20%), Unidades de Conservação (19%) e Terras Indígenas (2%). O sistema registrou 82 quilômetros quadrado de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária e os mais afetados mais afetados pelo desmatamento foram PAE Antimary (Boca do Acre; Amazonas), PA Monte (Boca do Acre; Amazonas) e PA Igarapé Azul (Nova Mamoré; Rondônia). E os municípios com situação mais crítica, devido à supressão de vegetação foram: Nova Mamoré (Rondônia) e Novo Progresso (Pará) . Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em setembro de 2014. DADOS SUBESTIMADOS Segundo o Imazon, foi possível monitorar 93% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 7% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Pará (21%) e Amapá (18%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em setembro de 2014 podem estar subestimados.

O dado mais recente do Deter, os mesmos utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente para monitorar o desmatamento do bioma, foi divulgado em setembro, com números referentes aos meses de junho e julho, e já indicava aumento de 195% no desmate na comparação entre os dois meses de 2013 e 2014. (Fonte: Imazon /SAD).


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NOVIDADE

Máquina troca embalagens de shampoo por créditos para celular As embalagens da marca Seda são transformadas em R$ 2 de créditos. Já as embalagens de outras marcas rendem R$ 1 cada

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ma máquina especial, instalada na estação República do Metrô, funciona como um posto de reciclagem. Durante o mês de outubro, uma ação da Seda, assinada pela agência J. Walter Thompson troca embalagens descartáveis de shampoo de qualquer marca por bônus para celular através do novo equipamento. Ao fazer o descarte das embalagens de maneira sustentável, colaborando com o meio ambiente, o participante recebe bônus de recarga para celular das operadoras TIM, OI, Claro ou Vivo e ainda contribui com o trabalho da WWF-Brasil, ONG que faz parte de uma das maiores redes independentes de conservação da natureza, atuando em mais de cem países e que apoia cer-

ca de cinco milhões de pessoas. A ação faz parte da campanha de lançamento de uma linha de produtos Seda para os cabelos desenvolvida com ingredientes extraídos da natureza, como chá verde e extratos cítricos, raiz de ginseng e raiz de amoreira que ajudam a devolver a vitalidade do cabelo. Segundo o gerente de marketing de Seda, Diego Guareschi, “a ideia é que a consumidora, que está cada vez mais consciente da importância de preservar a natureza, possa contar com uma linha de produtos que a faça sentir-se engajada em causas nobres”. As embalagens da marca Seda são transformadas em R$ 2 de créditos. Já, as embalagens de outras marcas rendem R$ 1 cada.

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INDICAÇÃO DE LEITURA INDICAÇÃO DE LEITURA

WWF-Brasil lança guia inédito sobre consumo consciente O Dia Nacional do Consumo Consciente foi instituído pelo Ministério do Meio Ambiente para despertar a atenção sobre esse tema que impacta diretamente na conservação da natureza. Por considerar a data 15 de outubro, relevante para conscientizar a população brasileira sobre o uso de recursos naturais e bens de consumo, o WWF-Brasil lança o “Guia para o Consumidor Responsável”. Em formato de cartilha, a publicação eletrônica traz dicas simples de serem colocadas em

prática no dia a dia. Elaborada pela equipe do Programa Educação para Sociedades Sustentáveis da organização, o conteúdo do guia traz sugestões para o consumo dentro de sete grandes temas que permeiam o nosso cotidiano: Mobilidade, Eletroeletrônicos, Água, Alimentos, Produtos Madeireiros, Energia e Lazer. Além de conscientizar a respeito do que você consome, a publicação destaca que é preciso ser responsável e sustentável. Isso significa escolher o que

consumir a partir de uma avaliação do impacto gerado na sociedade e no meio ambiente. Saber de onde vem os produtos, como foram produzidos e o destino dado aos resíduos (lixo) são algumas atitudes que cada um de nós pode tomar. Consumo é diferente de consumismo. Não compre por comprar. Reflita antes de adquirir um produto. O WWF-Brasil acredita que qualquer pessoa pode ser um consumidor sustentável. Para isso, além de seguir as dicas dos especialistas, basta colocar

em prática os 7 R’s. Repensar, recusar, reduzir, reparar, reutilizar e reciclar. Para descobrir qual é o sétimo R, basta ler o Guia que está disponível em: http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/ downloads/cartilha_para_o_consumidor_responsavel___wwf_brasil.pdf. A decisão é sua! Se cada um fizer a sua parte pelo meio ambiente, garantimos um mundo mais verde para nós e para as futuras gerações. Fonte: WWF


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FOME ZERO

Fórum de Nutrição Infantil recomenda programas Encontro pede que governos considerem programas de alimentação escolar como um investimento. Participantes destacaram o Fome Zero

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Fórum Global de Nutrição Infantil, principal encontro mundial para discussão de políticas de alimentação escolar, realizou sua 16ª edição na África do Sul, entre 29 de setembro e 3 de outubro de 2014. Organizado pela Fundação Global para a Nutrição Infantil, em parceria com o Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, o evento teve cinco dias de intensa troca de conhecimento entre representantes de 40 países de todo o mundo. Os participantes foram convidados a pensar estratégias para garantir programas de alimentação escolar sustentáveis em seus países, discutir os benefícios de investir em alimentação escolar com foco em nutrição, além de propor caminhos e influenciar a agenda global pós 2015. Os 250 participantes, incluindo dez ministros e quatro vice-ministros de países africanos, escreveram um comunicado com as principais conclusões e recomendações do Fórum. Dentre os tópicos do comunicado estão o Desafio Fome zero, a Agenda Pós-2015 e o potencial da alimentação escolar para contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O documento recomenda que os governos considerem programas de alimentação escolar como um investimento e não uma despesa, ressaltando

PMA

Desenho de Roxana Daniela Elvir Barrientos, 10 anos, de Honduras. Ela foi uma das 13 crianças vencedoras de um concurso de arte que envolveu milhões de crianças que recebem refeições escolares do PMA em todo o mundo que os programas de alimentação escolar, sustentáveis que incorporam diversas refeições nutritivas e balanceadas ligadas à produção da agricultura familiar é uma estratégia fundamental para obter sucesso no Desafio Fome Zero e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

A programação do evento ofereceu momentos para o compartilhamento de desafios e conquistas de cada país no combate à fome. Muitos destacaram o avanço nas alimentações escolares em seu país após conhecer e estudar o programa brasileiro de combate à fome.

O Fórum Global foi apoiado pelo governo brasileiro, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Serviço Social da Indústria do Brasil (Sesi) e o governo da África do Sul. A organização do evento também foi apoiada pelo escritório regional do PMA na África do Sul.


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