ANO VI - EDIÇÃO No 361 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 28 de outubro de 2014
Sete anos de comunicação para a sustentabilidade
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Coluna Verde TARCILIA REGO tarcilia_rego@terra.com.br
SETE ANOS DE COMUNICAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE Esta semana, O estado Verde (OeV) completa sete anos. Agradeço todas as pessoas que acreditaram na iniciativa, em especial, ao leitor, aos anunciantes, aos jornalistas, estagiários, revisores e diagramadores que passaram pelo OeV e claro, ao departamento comercial. Minha reverência ao superintendente Ricardo Palhano que confiou na proposta. Quando o decisor tem a visão e a vontade política, muita coisa acontece. Como pensei, não foi nada fácil chegar até aqui, ainda não está sendo. Por exemplo, a maioria dos anunciantes, ainda prefere anunciar em colunismo social ao invés de em responsabilidade social. Estou fazendo uma referência à sustentabilidade do OeV e a visão local de responsabilidade social. Mas estamos avançando... Atualmente já conto com boas parcerias da iniciativa privada, terceiro setor e com o apoio do Governo estadual, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal. Continuo aguardando o apoio da Prefeitura Municipal. Muito obrigada, o meio ambiente, também, agradece! MAIS MUDANÇAS, MAIS FUTURO? O que esperar do segundo governo de Dilma Rousseff, no campo ambiental? Não espero muito, o programa é tão genérico, quanto o título: Mais Mudanças, Mais Futuro. Com este título, Rousseff apresenta propostas para o próximo mandato. Na verdade o programa parece mais um relatório das ações empreendidas durante mandato anterior. Cita inclusive a aprovação do Código Florestal como uma vitória. Vitória da onde, de quem? Como proposta, mesmo, vi pouca coisa. No caso de meio ambiente, o programa não dedica mais do que seis curtos parágrafos. O que apresenta de mais concreto está relacionado ao “aprofundamento” do processo de “modernização” do licenciamento ambiental em curso, com a regulamentação da Lei Complementar (LC) 140. Por trás da 140, está o interesse do Governo de afrouxar o licenciamento ambiental, facilitar obras do PAC e construir mais “Belo Monte”, como se as mesmas fossem a salvação da segurança hídrica no País. A LC 140 altera a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981), marco legal para todas as políticas públicas do País referentes ao meio ambiente. O texto do programa, de forma genérica, ainda, afirma que “a segurança hídrica será tratada com prioridade (vai acreditando nisso), mobilizando ações compar-
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tilhadas e concatenadas das três esferas de Governo para que as necessidades múltiplas de uso da água – consumo humano, irrigação, hidroelétricas, pecuária e outros – sejam levadas em conta de forma racional e sustentável.” Consumo humano sempre vem na frente em todos os textos, mas na prática, sempre fica para depois. A 140 está mais preocupada com obras do PAC do que com o licenciamento ou com o acesso à água pelo sertanejo. MAIS PROATIVOS Conversando com o empresário Fernando Ximenes, da Gram Eollic, sobre meio ambiente, ele disse que infelizmente, nossos órgãos ambientais ainda seguem uma linha de comando e controle. “Precisam ser mais proativos, ao invés de só multar, educar a população e além de planejar mais, recuperar e promover mais, a restauração do meio ambiente degradado”. Reflexão: Abstenção, brancos e nulos tiraram 21,1% dos votos aos candidatos! Em números absolutos, 30,14 milhões deixaram de ir às urnas no segundo turno. Quase um quarto do eleitorado brasileiro não votou nem em Dilma nem em Aécio. É bom, sociedade e Congresso discutir o assunto. Talvez seja mais um indicador de que é chegada a hora de acabar com a obrigatoriedade do voto no País que se considera o mais democrático da América Latina.
AGENDA VERDE 28 DE OUTUBRO DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO
• Hoje é o dia do funcionário ou servidor público, categoria de agentes que representam a “força motriz da Administração Pública”. São as pessoas que trabalham para que os serviços públicos, prestados em várias áreas de atuação, como da justiça, saúde, segurança, etc., sejam eficazes. Classificam-se em três categorias: funcionários públicos estatutários; empregados públicos e os servidores temporários e estão divididos em classes hierárquicas, de acordo com os órgãos dos governos, podem ser municipais, estaduais ou federais. A maneira legítima de se ingressar nesta área é através de concurso. Os direitos e deveres dos servidores estão definidos e estabelecidos na Constituição Federal do Brasil, além dos estatutos das entidades em que trabalham. Em 11 de dezembro de 1990, foi publicado o novo Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a Lei nº8112, alterando várias disposições da antiga lei, Decreto nº 1.713, de 28/10/ 1939, que motivou o dia da comemoração.
29 DE OUTUBRO DIA NACIONAL DO LIVRO
• “Os livros são um conjunto de folhas impressas, onde o escritor coloca suas ideias, a fim de deixá-las registradas ou para que outras pessoas possam tomar conhecimento das mesmas.” Eles podem variar no gênero dos textos apresentados, sendo documentário, romance, suspense, ficção, autoajuda, bíblico, religioso, poema e poesia, disciplinas escolares, profissões e uma infinidade de áreas. A escolha da data foi em razão da fundação da Biblioteca Nacional do Livro, pela coroa portuguesa, na cidade do Rio de Janeiro, dia 29 de outubro de 1810.
01 DE NOVEMBRO DIA NACIONAL DA ESPELEOLOGIA
• A espeleologia é a ciência ou esporte que tem por objeto o estudo ou a exploração das cavidades naturais do solo (cavernas, grutas). O espeleólogo considera que em uma caverna nada se tira, a não ser fotografias, nada se deixa, a não ser pegadas e nada se mata, a não ser o tempo. Em 1969 foi fundada no Brasil a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), uma associação sem fins lucrativos, que congrega interessados na exploração, pesquisa e preservação de cavernas. Mais informações: http://www.sbe.com.br/.
O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873
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MERCADO DE TRABALHO
Vem aí mais uma edição da Feece
DIREITO AMBIENTAL NA CONFERÊNCIA NACIONAL DE ADVOGADOS Estive participando da XII Conferência Nacional de Advogados, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 20 a 23 do mês fluente. Fi-lo na condição de assessor de comunicação do Instituto dos Advogados do Ceará, entidade presidida pelo advogado e escritor João de Lemos, personalidade das mais gratas no meio jurídico cearense, que atuou profissionalmente durante mais de vinte anos em banca advocatícia na Cidade Maravilhosa, inclusive. O meio ambiente recebeu destaque especial em painel presidido pelo jurista Carlos Alberto Maluf Sanseverino, tendo como coadjuvantes nos debates o dr. Luciano Demaria e o dr. Gierck Guimarães Medeiros.
O colunista ladeado pelos presidentes da OAB-CE, Valdetário Monteiro, do Instituto dos Advogados do Ceará, João de Lemos e pelo advogado Jardson Cruz durante a XII Conferência Nacional dos Advogados-RJ.
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7ª Feira de Emprego e Empreendedorismo do Ceará (Feece) prepara-se para receber um público estimado de 30 mil pessoas. Fortaleza sediará mais uma edição do evento que tem como objetivo intermediar o encontro entre quem procura e quem oferece oportunidades de emprego, estágio e aprendizagem e contribuir para a qualificação profissional no nosso Estado. Agendado para acontecer entre os dias 12 e 14 de novembro, no Centro de Eventos, oferecerá, gratuitamente, palestras, minicursos e oficinas aos participantes. Um dos destaques desta edição, segundo a presidente da Feece, Cristina Oliveira, será a Sala do Empreendedor - projeto coordenado pela Câmara Municipal de Fortaleza que visa à formalização de pequenos negócios na Capital. O espaço será destinado tanto àqueles que desejam tornar-se empreendedores quanto para àqueles que já possuem um negócio, mas buscam mais orientações. Para Cristina, a expectativa para este ano é o encaminhamento de pelo menos cinco mil pessoas para oportunidades de trabalho, assim como aconteceu
na edição de 2013. “Mesmo que a pessoa saia da feira sem um emprego, no mínimo, ela sairá da Feece com informações que serão úteis à sua trajetória profissional”, destaca. Segundo dados do site da Feira, 46% dos visitantes têm idade entre 18 e 24 anos, enquanto 89% do total possuem experiência profissional anterior e 73% cursam ou já completaram nível superior. A Feece contará neste ano com 60 estandes, divididos entre órgãos de apoio à inserção de pessoas no mercado de trabalho, empresas de recrutamento ou de setores variados e instituições de ensino. Contará ainda com três auditórios temáticos e as atividades de acordo com o perfil de cada público. Nos três dias de realização, a feira irá oferecer minicursos profissionalizantes: idiomas, informática e mercado de trabalho. SERVIÇO As inscrições para a feira podem ser feitas no próprio site : www.feiradeemprego.com.br . As inscrições são gratuitas, na entrada será exigido um quilo de alimento não perecível.
Sustentabilidade e meio ambiente Durante a exposição do painel que versou sobre meio ambiente, o foco foi a sustentabilidade no Direito Ambiental. O Dr. Flávio Ahmed, diretor da Escola Superior de Advocacia-RJ, discorreu sobre “Sustentabilidade como fator essencial ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”; o tema “Sustentabilidade como mecanismo de realização do direito fundamental ao desenvolvimento” foi exposto pelo jurista e escritor Paulo Affonso Leme Machado; o Dr. Augusto Neves Dal Pozzo, professor da PUC-SP, proferiu palestra focalizando “A responsabilidade municipal pela sustentabilidade e a questão do saneamento básico”; subordinada ao tema “Desenvolvimento sustentável e combate à fome” foi a conferência proferida pelo Dr. Nelson Miguel Friedrich, diretor de corrdenação da Itaipu Binacional. Direito fundamental Há uma unanimidade inquestionável entre os juristas: o direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado é um direito materialmente fundamental. Do ponto de vista formal está inserto na Carta Maior de JORNALISTA E ESCRITOR
1988; quanto ao aspecto material é importante observar que trata-se de uma condição indispensável para a realização da dignidade humana, fonte da qual provêm todos os direitos fundamentais, consoante a lição do professor Frederico Amado. Características do direito ambiental Aceito e sacramentado como um direito fundamental, o direito ambiental possui as seguintes características, a saber: 1. Historicidade (decorre de conquistas por lutas dos povos em prol da defesa do meio ambiente); 2. Universalidade (direitos dirigidos a toda a população mundial, muito embora exista variações entre as legislações das nações); 3. Irrenunciabilidade (o povo não poderá abrir mão do direito ao equilíbrio ambiental); 4. Inalienabilidade (está fora do comércio); 5. Limitabilidade (são relativos, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podendo ceder, no caso concreto, em razão de outro direito fundamental inconciliável na hipótese, mediante o juízo de ponderação, norteada pela proporcionalidade); 6. Imprescritibilidade (não prescrevem pelo não exercício).
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Nesta semana, o “O estado Verde” completa sete anos e dia a dia a nossa responsabilidade vem aumentando. Além da complexidade e urgência dos assuntos que geram as pautas nossas de cada dia, somos reconhecidos como veículo pioneiro, propositivo e acreditado. E, é isso que nos faz ter a percepção de quanto trabalho temos pela frente e o quanto os votos de parabéns que estamos recebendo funciona como combustível para o atingimento de metas ousadas como dobrar o número de páginas. Agradecemos aos leitores, apoiadores, patrocinadores, anunciantes, colaboradores e colegas do jornal O Estado, todos que nos prestigiam e nos incentivam a buscar a informação com qualidade, ineditismo, utilidade e empatia, entre outros critérios. Nestes sete anos de existência, O estado Verde vem cumprindo com louvor a sua missão de divulgar temas relacionados à sustentabilidade. Isso mostra o compromisso do caderno com a sociedade e, principalmente, com o meio ambiente. Parabéns e que venham ainda muitos anos de publicações.
Parabéns Estado Verde! É sempre bom falar sobre o trabalho “verde e maduro” do caderno, junto aos meus parceiros e clientes. Afinal aborda de forma leve e propositiva temas complexos e urgentes. (Marta Barbosa, executiva de vendas do jornal O Estado)
(Deputado Heitor Férrer)
Parabéns ao Caderno O Estado Verde, pelo pioneirismo, pela dedicação e pela persistência durante todos esses anos, trazendo uma informação que tem a ver com a nossa própria sobrevivência como espécie neste planeta limitado.
Que bom saber que segue firme com a divulgação de informações que contribuem para a conservação do meio ambiente ambiental!
(Antonio Rocha Magalhães Economista)
Eduardo M. Ehlers (Diretor de Graduação do Centro Universitário Senac – SP)
A publicação contribui para disseminar o debate ambiental na sociedade. Parabéns!
(Movimento Pro Árvore)
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Parabéns! Muito feliz por ter sido parte do caderno, ainda que por um período de apenas dois anos. Tarik Otoch (Editor de esportes – Jornal O Estado)
Parabéns! Ao Estado Verde, votos de muitos e muitos anos de publicação. Junior - Designer Gráfico
Parabéns pelos sete anos de um ótimo trabalho.
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Gerusa Barbosa (Assessoria de Comunicação - Ministério do Meio Ambiente)
Parabéns aos que fazem o caderno O estado Verde pelos 7 anos em prol de um mundo mais sustentável.
(Diretor Geral da VSM Comunicação, Marcos André Borges)
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O Estado Verde, publicação pioneira e especial. Contributo inestimável para o jornalismo especializado, imprescindível leitura para todos os que compreendem a importância de contribuir para a sustentabilidade ambiental. Parabéns!
Luiz Soares (Lead Comunicação, SP)
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OPINIÃO
Energia Eólica no Brasil “Na micro e minigeração, você não precisa esperar pelo sistema macro, você mesmo pode produzir sua energia em sua casa, comércio, ou na sua indústria”
POR FERNANDO XIMENES Cientista industrial
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contexto dos debates, acadêmico e econômico, apontam a fonte eólica como modelo de geração de desenvolvimento sustentável no mundo atual e no Brasil, converge com as necessidades de demandas brasileiras, compondo a matriz energética nacional. Atualmente a fonte eólica participa em 3,98% da matriz energética brasileira, o que corresponde a uma capacidade instalada de 5,1GW, operando no momento com 205 parques contemplados nos últimos leilões de energia. Ao considerarmos as ofertas de 93,73% médios da energia eólica nos leilões, confirmamos a tendência da virada energética brasileira com a fonte eólica, quando da constatação de que os contratos eólicos vencem em até 100% dos certames. Agrega-se a esse dado, o histórico dos leilões de energia que, em 2013, somou compra de 4,7 GW eólicos, onde 60,5% foram de fonte eólica contratados com aportes de R$ 21,2 bilhões em investimentos, comprados no leilão de energia (A-5) a R$ 109,93/MW h. Inquestionavelmente, as projeções da energia eólica para os próximos 20 anos é virar a matriz energética brasileira, chegando com participação de 60% nominal e geração, com potenciais de usinas eóli-
cas maiores e com máquinas de potencias entre 4 MW a 10 MW. O cenário significativamente positivo para a economia não para por aqui. Dentre as vantagens da matriz energética eólica, estar a de ocupar menor área física, enquanto a fonte de energia hídrica deverá ocupar 17% operacional, com reserva energética d’água em 34%%, ”fio d’água positivo”, ocupando grandes áreas em lagos. E nesse contexto, o estado do Ceará é o pioneiro em energia eólica no Brasil, tanto como objeto/berço/embrião dos primeiros estudos de ventos, iniciados na década de 90 quanto por ter sido em terras/ventos cearenses (Mucuripe), os primeiros parques eólicos testes e instalados: o de Taíba, com 5 MW (1998) e o da Prainha, com 10 MW (1999). Hoje, o Ceará se mantém como o estado brasileiro que mais gera energia eóli-
ca, falando de produtividades e recordes da geração de energia eólica, em agosto/2014, a energia eólica no Ceará continua despontando na frente das potencias instaladas e dos parques no Brasil e do mundo, quando o Ceará tem em operação nominal 39 usinas eólicas (1.112,8 MW) = 50,22,% do consumo de energia elétrica cearense; Em construção: 08 usinas eólicas (202,5 MW); Contratadas: 50 usinas eólicas (1.143,4 MW); Em testes: 5 usinas 120,4 MW, total 2.579,1 MW, estes números fazem com que o Ceará tenha atualmente 19,02% das usinas eólicas do Brasil, más, é extraordinário o recorde eólico mundial dos ventos nos parques eólicos do Ceará em agosto/2014, com eficiência de 56,23% constatada através da telemetria e dos cálculos da Gram-Eollic/Control, que é igual 625,72 MW h médios produzidos, equivalente = 50,22% do consumo de energia do estado do Ceará e 32,96% médios da produção de energia eólica do Brasil, com parques do litoral leste do Ceará que registraram em agosto/2014 produção de até 110,45% e fator de capacidade de até 70,33% firme, provando que a energia eólica é viável, eficaz e poderá suprir a necessidade energética mundial, neste contexto, prezado leitor, aguarde os cálculos crescente das médias de Set/2014 em conclusão. Para visualizar as perspectivas do cenário da produção de energia eólica e os
métodos de produção de energia, é preciso compreender o sistema macroenergético com as novas linhas de transmissão no SIN – Sistema Interligado Nacional, produtor independente, autoprodutor e micro e minigeração de energia. No tocante à matéria física e ambiental, a virada energética toma aceleração com a fonte eólica no Ceará e no Brasil, com menos emissão de Co² e aumento da capacidade eólica na matriz energética brasileira. Consequentemente, gerando mais energia para todo o território nacional, principalmente, no período seco, época em que as hidroelétricas estão com os reservatórios em baixa carga, produzindo menos energia. E é, exatamente nesse momento de ameaça energética, que a matriz energética brasileira precisa de outra fonte de apoio para atender à demanda nacional. É, prezado leitor, variáveis ou constantes, as correntes de vento existem o ano inteiro e quanto mais seco, mais vento e sol, o mesmo sol que nunca deixou de nascer. E é assim, sob a regência solar, que a matriz energética eólica tem garantia de geração o ano inteiro, sem precisar de rezas desesperadas por chuvas para gerar energia elétrica, assim, na micro e minigeração, você não precisa esperar pelo sistema macro, você mesmo pode produzir sua energia em sua casa, seu comércio, ou na sua indústria.
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MERCADO DE TRABALHO
A nova economia global faz surgir os diferentes empregos verdes
São atividades que desempenham papel central na “ecologização” de setores, como mineração, agricultura, indústria e transportes. Aponta para um mercado com novos padrões POR TARCILIA REGO
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resce demanda por empregos verdes ou green jobs. Afinal, as empresas começam a transformar compromissos em ações rumo à economia de baixo carbono. A ideia de redução de impacto ambiental promove o crescimento econômico dentro de uma dimensão de sustentabilidade levando cada vez mais as empresas a adotar posição de ecologi-
camente correta, socialmente responsável e economicamente viável. É um novo mercado que demanda profissionais qualificados e preparados para os desafios do desenvolvimento sustentável. Segundo o assistente técnico administrativo, Guilherme Muchale de Araujo, do Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), de acordo com o estudo “Setores Portadores de
Futuro para o Ceará”, realizado dentro do Programa Indústria Viva – Produzindo o Futuro”, do Indi, “ foi identificado que os temas ligados ao meio ambiente serão fundamentais para o desenvolvimento da indústria nos próximos 25 anos” e isso influenciará positivamente na oferta de emprego nessa área. “Com certeza, impacta positivamente”, disse Muchale. A exigência de produção será maior e mudará o perfil profissional.
“Há uma serie de novos profissionais que devem surgir para complementar as necessidades da indústria. Com ganho de importância, criam-se novas profissionais e novos perfis de profissionais. Biotecnologia aplicada ao meio ambiente até gestão ambiental de água, ciclo de vida de produtos... A gama de novos perfis profissionais é muito diversa”, explica Muchale. Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), um novo modelo,
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de mercado de trabalho surge baseado na Economia Verde e é um mercado que está em ascensão e precisa de profissionais qualificados e preparados para os desafios ainda recorrentes no mercado de trabalho. Economia Verde ou de baixo carbono, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz, significativamente, riscos ambientais e escassez ecológica. ECOLOGIZAÇÃO O conceito de empregos verdes está intrinsicamente ligado ao conceito de economia verde. O relatório “Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono” (2008), financiado pelo Pnuma em parceria com a OIT, define empregos verdes como “trabalhos e atividades que contribuem substancialmente para preservar ou restaurar a qualidade ambiental. Isso inclui trabalhos que ajudam a proteger a biodiversidade e os ecossistemas; reduzam o consumo de energia, materiais e água através de estratégias de alta eficiência; reduzam a emissão de CO2 na economia; e minimizam e até evitam todas as formas de desperdício e poluição”. São atividades que desempenham papel central na “ecologização” de setores, como mineração, agricultura, indústria e transportes. FORMANDO ESPECIALISTAS Dentro deste contexto, as universidades perceberam a demanda por profissionais especialistas para o novo universo empresarial com foco na sustentabilidade e passam a oferecer formações específicas. No Brasil, o pioneirismo vai para a conta do Centro Universitário Senac-SP. Segundo o coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro, Fernando Rodrigues da Silva, em 1996, o Senac (SP) iniciou discussões que resultaram, em 1999, na criação do Centro de Educação Ambiental. “Com o objetivo de formular as diretrizes desse centro, foram realizadas dezenas de encontros com especialistas da área ambiental, representantes de órgãos governamentais e não governamentais, representantes do setor empresarial, pro-
fessores convidados e professores do Institut des Sciences de l’Environnement, da Université du Québèc à Montreal”, conta Rodrigues da Silva. Em 1999, o Centro de Educação Ambiental iniciou suas atividades promovendo cursos, seminários e fóruns de debates nas áreas de meio ambiente e de saúde ocupacional, constituindo o corpo docente do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. No mesmo ano, foi criada a Faculdade Senac de Educação Ambiental. SÃO PAULO Em fevereiro de 2000, foram iniciadas as atividades no ensino superior com o ingresso da primeira turma de alunos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. Dentre os objetivos da formação superior, destaca-se a proposta de conciliar a formação acadêmica e a formação prática, atendendo às necessidades e tendências do mercado. “Desde então, a área foi se fortalecendo por meio da ampliação do seu portfólio, lançando cursos de outras modalidades de ensino, como Técnico, Bacharelado e Pós-graduação, ganhando visibilidade e reconhecimento do mercado”. Em setembro de 2004, a Faculdade de Educação Ambiental tornou-se parte do Centro Universitário Senac. “Atualmente, o portfólio é composto por dezessete títulos de nível superior, sendo doze pós-graduações lato sensu, uma extensão
e quatro graduações, além de dois cursos técnicos, uma especialização técnica, três capacitações e onze aperfeiçoamentos”. Até o momento 225 profissionais formados em Engenharia Ambiental pela instituição. “Em média, o Senac forma cerca de 20 profissionais/ano. As colocações dos profissionais no mercado são nas indústrias de transformação, indústrias de serviços, agências de ecoturismo e consultorias ambientais”, esclarece a coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Senac/ SP, coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Senac. Os egressos encontram-se atuando em diversos segmentos, tais como consultorias ambientais na área de construções sustentáveis, resíduos e área contaminadas, bem como empresas de tratamento e disposição final de resíduos, indústrias de diversos segmentos, órgãos públicos ligados à área ambiental, construtoras, bancos, entre outros. CEARÁ Para Muchale, da Fiec, os profissionais que já estão no mercado, “com mais experiência tendem a ser mais valorizados”. A demanda vai crescer, e por ora, há pouca movimentação para aumentar a oferta. Segundo ele, a própria academia ainda precisa reformular-
-se para atender a essa oferta e adequar os currículos das disciplinas. “Acredito que isso é caminho natural. O grau da maturidade das formações vai crescer aos poucos”, encerra. O Instituto Brasileiro de Educação Continuada (Inbec) está presente em 25 capitais e em outras cidades do País, com cursos na área de Administração e Negócios, Arquitetura, Direito, Engenharia, Saúde e TI e conta com um curso que, a princípio, surpreende, é o MBA de Construções Sustentáveis e Cidades e Bairros e Condomínios Sustentáveis. No ponto de vista do engenheiro, Marcos Casado, o mercado de trabalho tem absorvido profissionais para a área. “Hoje, o setor de Construção está sendo cada vez mais exigido a desenvolver empreendimentos e até mesmo bairros, condomínios e cidades com menos impacto ambiental, social e econômico, ou seja, construções mais sustentáveis que promovam a qualidade de vida e a redução dos seus custos operacionais”, explicita Casado. O engenheiro é diretor de uma das maiores empresas de consultoria nesta área, a Sustentech, com sede na capital paulistana. A empresa tem, entres as diretrizes de contratação, a exigência de contratar profissionais com as qualificações e formação em cursos oferecidos pelo Inbec. “São focados nisto, temos no escritório do Rio de Janeiro e de São Paulo, cinco profissionais que fizeram este MBA”. MERCADO DE OPORTUNIDADES A Coelce é uma empresa que absorve profissionais para as áreas de sustentabilidade e meio ambiente. Segundo nota enviada ao estado Verde, os colaboradores da companhia são profissionais que possuem formação nas áreas onde atuam, como Meio Ambiente e Responsabilidade Social. “Contamos, na nossa força de trabalho, com estudantes que estão na graduação e profissionais graduados, especialistas e mestres. Como temos um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) certificado, aqueles que atuam diretamente na Área de Meio Ambiente, também têm profundo conhecimento da Norma ISO 14001.” A norma internacionalmente aceita, define os requisitos para estabelecer e operar um SGA. Para a empresa cearense, o mercado buscará mais profissionais dessa área de atuação, “num futuro
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VERDE bem próximo” e este “é um mercado cheio de oportunidades”. Cita como exemplo a implantação de empreendimentos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, o mercado para esses profissionais ficará aquecido. “Nesse contexto, também teremos termelétricas, companhia siderúrgica, refinaria Premium II – formando o Polo Petroquímico – e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Unidades que devem apresentar diversas licenças ambientais e buscar a Certificação ISO 14001, tendo em vista que essas empresas terão de seguir especificações ambientais de nível internacional”. Na opinião da especialista em educação ambiental, Alina Bertoni, de São Paulo, o futuro profissional pode esperar um mercado amplo de oportunidades, porque ainda não temos profissionais suficientes na área, a tendência é de que nos próximos anos as pequenas e médias empresas de todos os setores contratem gestores ambientais. “Já se fala na perspectiva do setor público, inclusive as Organizações Não Governamentais (ONG’s), contratarem gestores para projetos ambientais, e, ainda, para a contratação na área de consultoria a grandes, médias e pequenas empre-
sas.” Alina tem formação superior em gestão ambiental. Para o engenheiro Eduardo Frota, sócio da Ziatech, empresa cearense do setor de gerenciamento de projetos de energia renovável, tem no centro de suas atividades empresariais, a sustentabilidade. Frota só contrata mão de obra especializada. “Trabalhamos com soluções energéticas, através de fontes renováveis como a solar e a eólica e para realizar nossos projetos, contamos com especialistas em engenharia e gestão ambiental, engenharia civil, mecânica e elétrica”, disse. Frota ressalta que todos os projetos Ziatech estão de acordo com as normas de proteção ambiental. De acordo com o site da consultoria Catho, os cargos com mais oportunidades no mercado são: Engenheiro/Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro/ Técnico Ambiental, Técnico em Meio Ambiente, Engenheiro de Minas, Analista Ambiental e Engenheiro Florestal, que representam cerca de 2.000 oportunidades disponíveis. Através de assessoria de imprensa, a consultoria especializada na colocação
de profissionais no mercado disse que, atualmente, devido à grande preocupação com a preservação ambiental, consumo consciente, aplicação de leis
mais rigorosas relacionadas ao meio ambiente e o desenvolvimento de ações sustentáveis pelas empresas, “os empregos verdes têm ficado em evidência, aumentando consequentemente a procura por esses profissionais”.
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ELEIÇÃO 2014
O lado verde que Camilo prometeu durante campanha O novo governador, ainda candidato, disse ao O estado Verde, que levará água para o interior e a política de convivência com o Semiárido “se dará mais na perspectiva social e econômica e menos climática” POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
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eleitor escolheu Camilo. O novo governador do Estado, Camilo Santana, chega ao Palácio da Abolição com quase 2,5 milhões, dos 6.269.037 milhões de votos dos cearenses. A expectativa é que o novo governador, que afirma ter decidido disputar as eleições, porque “tem orgulho de fazer parte de uma geração que está pensando o Ceará para o futuro”, cumpra todas as promessas de campanha. Em 30 de setembro, quatro dias antes do primeiro turno, o Caderno O Estado Verde publicou entrevista com o então candidato Camilo. Ele respondeu perguntas relacionadas às suas propostas de Governo, sobre temas estratégicos como Meio Ambiente, Segurança Pública, Saúde, Educação, Mobilidade, Desenvolvimento, Economia, Recursos Hídricos e Semiárido. Hoje, destacamos alguns trechos dessa entrevista com foco nas questões socioambientais. O novo governador disse que, entre as suas prioridades, além da saúde, como a construção dos hospitais da Região Metropolitana e do Vale do Jaguaribe e a ampliação progressiva do número de escolas em tempo integral e valorização dos professores, na área de educação, vai construir o Cinturão das Águas, e assim, levar água para os Inhamuns, Sertão Central e Centro-Sul do Estado. MOBILIDADE URBANA Com relação à mobilidade urbana, na Capital, o novo governador disse que vai colocar para funcionar a Linha Sul, que já opera em fase de testes, e o VLT até 2015, além disso, fazer uma força-
-tarefa para não atrasar a construção da Linha Leste, que liga o Centro ao Fórum Clóvis Beviláqua. Propõe, para acelerar a ampliação do meio de transporte estratégico e fundamental para a melhoria da mobilidade urbana na Capital, a parceria com o governo da presidenta Dilma e com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, “são fundamentais para que a conclusão do metrô ocorra no tempo acordado”. INTERIOR Para alavancar a economia no interior do Ceará, o novo governador afirma que temos grandes oportunidades e vocações que precisam ser incentivadas e planejadas, especialmente no Semiárido. “O Ramal da Transnordestina, o Canal da Transposição do São Francisco e o Cinturão das Águas criarão as condições apropriadas para uma política de desenvolvimento regional diversificada entre nos setores primário (agricultura), secundário (industrial) e terciário (comércio e serviços)”. Camilo disse, também, que além de uma matriz logística diversa e interligada – portos, ferrovia, as estradas e aeroportos regionais – levará água e
energia, o binômio principal para a atração de investimentos econômicos no interior. “Isso permitirá que a política de convivência com o Semiárido se dê em outra perspectiva, mais social e econômica e menos climática. De maneira imediata, quero colocar para produzir mais de 15.000
hectares de perímetros irrigados que estão prontos”, destaca. LONGO PRAZO O caminho é avançar em direção à independência energética e a segurança hídrica. Segundo o governador Camilo, em parceria com o governo federal e os Municípios o Ceará vai expandir a rede de saneamento básico e o acesso à água de qualidade. “Queremos estabelecer um planejamento de longo prazo com metas, resultados e prazos para o desenvolvimento social e econômico para que a sociedade civil organizada acompanhe a estratégia de superação das desigualdades sociais e regionais”, enfatizou. MUDANÇAS CLIMÁTICAS Para garantir segurança hídrica ao Semiárido num ambiente de mudanças climáticas, o agora governador afirmou que as instituições vinculadas à Secretaria de Recursos Hídricos serão fortalecidas: Cogerh, Sohidra e Funceme. Destacou, também, a produção de conhecimento científico e a inovação tecnológica. “Por um lado, temos que procurar reverter o processo de aquecimento e desertificação que enfrentamos e, por outro, buscar alternativas para que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável”, disse. Camilo encerra, reforçando que a Transposição do São Francisco, o Cinturão das Águas, a Integração de Bacias e a dessalinização da água do mar são fundamentais para garantir a segurança hídrica de todo o Ceará.
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SABIAGUABA
Construção de rodovia impacta para uns e para outros não Denúncias dão conta de que as obras do Plano de Logística de Transporte do Porto do Pecém são irregulares e afetam área do Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba
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elatório de vistoria realizada no início do mês aponta que as obras da rodovia que faz parte do Plano de Logística de Transporte do Porto do Pecém estão adentrando a área do Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba. O documento, assinado por um consultor da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), explica as técnicas utilizadas para aferir que a estrada, hoje 30% concluída, está em conformidade com o projeto. No entanto, o estudo comparou imagens de satélite e arquivos digitais e concluiu que a obra, apesar de se ater ao projeto, ultrapassa os limites determinados pelo Plano Diretor Participativo do Município e tem causado impactos na geografia da área. A obra da rodovia é de responsabilidade da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) e pretende ligar os portos do Mucuripe e do Pecém, por meio do Anel Viário. O vereador Deodato Ramalho (PT), tem criticado constantemente a obra na Sabiaguaba e a forma, segundo ele, errada como ela está sendo levada pelo Governo com consentimento da Prefeitura. “Estive recentemente na comunidade, já foram demolidas centenas de árvores e a estrada está passando ao pé da duna sem que seja obedecido o plano de manejo”. Para Deodato, a obra é necessária, porém é preciso observar e cumprir as legislações ambiental e urbanística do município. ”Da forma como está, a Prefeitura aprovou a destruição de dunas fixas e móveis, que deveriam ser intocáveis, além da supressão vegetal de várias espécies de porte arbóreo. A Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em visita
Vereador Deodato Ramalho (PT), tem criticado, constantemente, a obra na Sabiaguaba técnica ao local, afirmou se quer conhecer a existência do plano de manejo. É uma obra necessária, mas tem que ser feita em conformidade com a lei e respeitando os limites da área de proteção ambiental, que não está acontecendo”, explica. A Sabiaguaba é uma Área de Proteção Ambiental (Apa), possui um Parque Natural de Dunas e vem
demonstrando muito potencial de investimento nos últimos anos, com ampla diversidade econômica e cultural. SEUMA NEGA A titular da Seuma, Águeda Muniz, nega qualquer irregularidade. De acordo com a secretária, após denúncias de que as obras estavam em desacordo com o projeto, a Seuma
realizou vistoria e o estudo de georreferenciamento, que resultou em um relatório técnico “sem a análise do contexto do projeto”. Ela explica que “o relatório é objetivo: ele diz que está de acordo (com o colocado pelo projeto) e diz que está ultrapassando a área, porque é um limite já estabelecido no Plano Diretor e no Plano de Manejo do parque”.
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VERDE Sobre os impactos na região da rodovia, que pretende escoar a produção do Porto do Mucuripe e ligá-lo ao do Pecém, a secretária afirma que “todos os impactos, com suas respectivas análises de magnitude, bem como as medidas mitigadoras e compensatórias ambientais foram demonstrados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o qual foi apresentado e aprovado tanto em Audiência Pública quanto em reunião do Conselho Gestor da Sabiaguaba”. DESMONTE DE DUNAS Quanto ao polêmico “desmonte de dunas fixas e móveis”, a secretária explica que “o que se verifica é a retirada de areia que se encontra ao pé da duna, que atualmente não permite a passagem de veículos. Esse fenômeno é previsível tendo em vista que a duna se comporta como um elemento natural móvel, quando não possui nenhum elemento fixador. Portanto, essa retirada de areia aconteceria independentemente da re-
FOTO:BANCO DE DADOS
A titular da Seuma, Águeda Muniz, nega qualquer irregularidade alização da obra”. Águeda ressalta ainda, que o projeto foi apresentado e aprovado pelo Conselho Gestor da Sabiaguaba, o qual segun-
do o Decreto Municipal 12.970 de 26 de Junho de 2012, em seu art. 3º, incisos V e VII do referido decreto tem-se estabelecido o seguinte: “Art. 3º - O Conselho
Gestor das Unidades de Conservação da Sabiaguaba terá as seguintes atribuições: [...]; V – manifestar-se, quando provocado, sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto ambiental no raio fixado para seu entorno; [...]; VII – avaliar os documentos e opinar sobre as propostas encaminhadas por qualquer cidadão ou entidade pública ou privada, que manifeste interesse em utilizar a área ou colaborar com as atividades permitidas pelo Plano de Manejo”. SAIBA MAIS Em nota, a Seinfra informou que “a estrada está no limite do parque, não cabendo à secretaria questionar o relatório da Seuma, que informa que o projeto está de acordo com o proposto. Todo o empreendimento está devidamente licenciado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), de forma a não representar prejuízo ao ecossistema da região”.
FATOR VERDE DA SABIAGUABA Já imaginou morar em um bairro ecologicamente correto? Um local onde a sustentabilidade seja levada a sério e onde as ações cotidianas possam ser pautadas pelo bem-estar e preservação do meio ambiente? Essa foi a proposta da antiga administração municipal de Fortaleza que teve como objetivo tornar a Sabiaguaba o primeiro “bairro verde” de Fortaleza. Ações como o controle do crescimento imobiliário, cuidado com o descarte de resíduos sólidos, preservação da mata nativa, águas limpas e desenvolvimento de áreas arborizadas fariam parte da implementação do Fator Verde da Sabiaguaba. A elaboração do bairro ecológico partiu de uma série de estudos técnicos para fomentar ações de encaminhamento do Fator Verde. Um destes estudos foi liderado pelo professor e doutor do departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, que apresentou um trabalho de metodologia e critérios ambientais para o projeto de Sabiaguaba. O Fator Verde foi criado em Estocolmo, na Suécia. Trata-se de um cálculo, realizado pela Prefeitura daquela cidade, que se aplica aos serviços ambientais para a emissão de licenças de construção em projetos e obras de requalificação urbana. A metodologia é uma parceria da Prefeitura da Capital sueca com a construção civil. Inicialmente foi planejada para um projeto habitacional de requalificação de moradias construído nos anos 1960 e 1970 e acabou sendo
estendido para toda a cidade. Chegou ao Ceará, através do órgão municipal de meio ambiente, que começou a estudar proposta de implantação do modelo, no ano de 2012, em Fortaleza, com o objetivo de estimular o desenvolvimento sustentável local. Planejada para ser implantada ainda naquele ano, na região da Sabiaguaba, a proposta não foi efetivada e no ano seguinte houve troca de gestão e o projeto foi esquecido. A atual administração do prefeito Roberto Cláudio,
através da Seuma, retomou a questão do Fator Verde e lançou, recentemente, o Programa de Certificação Ambiental em Construções Sustentáveis para a Construção Civil em Fortaleza – Fator Verde, que está em fase de licitação. Diferente do planejado para Sabiaguaba, o atual é focado na construção civil. A empresa vencedora produzirá a metodologia que será adotada para a Certificação, em conformidade com a legislação ambiental da Cidade. Segundo a Seuma, a expectativa é lançá-lo no próximo semestre.
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VIROU NECESSIDADE
Shoppings estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade O mote do desenvolvimento sustentável está levando a sociedade a ser mais exigente quanto aos aspectos ambientais do nosso dia a dia. Os shoppings já perceberam o movimento POR JESSICA FORTES jessicafortes@oestadoce.com.br
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e voltássemos vinte anos atrás e perguntássemos a qualquer pessoa sobre meio ambiente, ecologia, sustentabilidade ou consumo consciente, provavelmente elas não saberiam que estes temas seriam tão discutidos, ou que impactariam tanto a forma como consumimos ou nos relacionamos atualmente. Naquele tempo, não havia uma preocupação clara com os impactos e consequências das ações humanas sobre o meio ambiente. Também não havia um comprometimento das empresas com o tema. Mas discussões sobre sustentabilidade estão cada vez mais presentes no dia a dia do cidadão comum, dos governantes e do mundo empresarial.
Com a mudança de comportamento da sociedade como um todo, em relação à sustentabilidade, as empresas têm sido cada vez mais cobradas de soluções que evitam ou mitigam os impactos ambientais e que sejam sustentáveis ao longo do tempo. A mudança tem se refletido em todas as esferas de mercado e, ultimamente, tem chegado aos shopping centers. Mais que preços e produtos de qualidade, os consumidores, agora, exigem e cobram, intensamente, as corporações, para que estas apresentem programas “mais verdes”, sejam certificadas, e desenvolvam projetos que mitiguem os impactos causados por seus negócios. TENDÊNCIA Fortaleza possui vários shoppings, no entanto, nem todos atendem as
exigências dos clientes com relação às políticas sustentáveis ou socioambientais. Um bom exemplo é o da empresa Aliansce Shopping Centers, que faz parte do Consórcio Shopping Parangaba, inaugurado há quase um ano, na Capital, mas que já acumula, há algum tempo, experiência neste cenário. Segundo o superintendente do Shopping Parangaba, Leonardo Franco, o empreendimento já nasceu com as melhores práticas ambientais em sua construção e operação. Durante obra, a Marquise, empresa responsável pela construção, contratou uma consultoria ambiental, com o objetivo de analisar possíveis impactos ao meio ambiente e levantar a situação do terreno e das árvores. “Com o objetivo de reduzir o consumo de energia, contamos com três
grandes claraboias nos principais pontos do shopping, permitindo amplo uso de luz natural. Grande parte das lâmpadas, controladas por um sistema computadorizado, são acesas somente após 17 horas. Adotamos, também, o recurso de captação de água da chuva para reutilização em lavagem das áreas de serviço, rega do jardim e nos sanitários. Como forma de reduzir o desperdício de toalhas de papel biodegradável, fazemos o uso de secadores de mão elétricos, nos banheiros. Os óleos de cozinha dos restaurantes na nossa praça de alimentação também são armazenados, enviados para os pontos de descarte e são reaproveitados.” “PARANGABA SUSTENTÁVEL” O shopping, também realiza o projeto “Parangaba Sustentável”, que
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oferece pontos no estabelecimento (Centro Receptor de Resíduos Poluentes) para a realização de coleta seletiva e o recolhimento de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes queimadas. Esses materiais são encaminhados posteriormente ao local de descarte adequado. A iniciativa também conscientiza os clientes por meio de dicas sustentáveis afixadas nos espelhos em todos os sanitários do mall, postagens nas mídias sociais e no site do empreendimento. “Para facilitar a coleta seletiva dentro do empreendimento, contamos com uma Central de Gerenciamento de Resíduos. Desta forma, junto à cooperativa de catadores Associação dos Catadores do Jangurussu (Ascajan), o lixo reciclável é separado e distribuído a empresas especializadas para reutilização, enquanto que o lixo orgânico, já compactado, é destinado ao aterro sanitário. Em todo o mall, as lixeiras duplas de coleta seletiva, devidamente sinalizadas, estão à disposição dos clientes”, acrescenta Leonardo Campos. IGUATEMI: RESPONSABILIDADE AMBIENTAL O Iguatemi Fortaleza foi um dos primeiros shoppings do País e se mantém entre os poucos, a dispor de programa
próprio que trata todo o esgoto que produz. Também se destaca por utilizar um sistema que promove o reúso da água servida para jardins e resfriamento de máquinas de ar-condicionado. Desde a inauguração, em 1982, o empreendimento investe na perspectiva de consciência ambiental, alcançando resultados relevantes. O shopping já iniciou suas operações, no início da década de 80, com o pleno funcionamento de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Além da economia proporcionada para a empresa, o equipamento representa um instrumento de expressiva importância para a preservação de recursos hídricos. A responsabilidade ambiental é representada, também, no investimento realizado na gestão racional da água. Em 1994, o Iguatemi implantou um programa inteligente de reúso que lhe garantiu parte do abastecimento. Como resultado, redução dos custos condominiais para lojistas e, para a comunidade, menor impacto no sistema administrado pela concessionária do serviço público. Em 2002, novo investimento ampliou a atuação da ETE, passando a transformar 100% dos resíduos líquidos produzidos pelo shopping em
água tratada. Paralelamente ao trabalho da estação, foi implantado um programa de conscientização de todo o quadro de colaboradores para a importância do uso racional da água. Também foram realizados investimentos em automatização de sistemas, redutores de pressão e torneiras temporizadas, operando dentro de padrões internacionais. RESÍDUOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL A destinação responsável de resíduos sólidos, motivo de discussão e preocupação para autoridades ambientais do mundo inteiro, é uma das ações desenvolvidas pelo Shopping Iguatemi Fortaleza. Atualmente, mais de 45 toneladas de lixo são recicladas por mês através da Estação de Pré-Reciclagem (EPR) que funciona no empreendimento. Em vez de jogados em aterros ou lixões, os resíduos são encaminhados para empresas especializadas que tratam o material, transformando-o novamente em matéria-prima. “Iniciamos, em 2005, parceria com os catadores do Jangurussu, para reciclar resíduos como papelão, plástico e metal”, acrescenta a gerente de Marketing do Shopping Iguatemi, Raquel
Mendonça. O shopping disponibilizou uma prensa hidráulica para facilitar o trabalho dos catadores. COMO EXEMPLO Para Rachel, mais do que uma preocupação de mostrar à sociedade que o empreendimento está preocupado com o meio ambiente e a sustentabilidade, é uma necessidade de fazer. Ela acredita que as empresas, cidadãos e poder público têm condições de rever alguns processos ou hábitos pensando em minimizar os impactos ambientais. “Acho que as ações sociais e as práticas sustentáveis, vai além de uma questão de moda, representam algo que veio pra ficar e trazem cada vez mais, resultados positivos. Naturalmente, essas ações são bem vistas e aceitas pela sociedade”, comenta. “É importante mostrá-las, não por exibicionismo ou para fazer propaganda, mas para servir como exemplo para quem ainda não despertou essa nova consciência. É uma nova forma de se relacionar com os recursos naturais, com o pensamento mais focado no futuro desses recursos. Acredito que essa nova cultura ainda está engatinhando, mas dá mostras de que é o caminho certo a ser seguido.”
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RIOMAR CHEGA CERTIFICADO O Shopping RioMar Fortaleza, que será inaugurado amanhã (29), foi aprovado para receber a Certificação Aqua (Alta Qualidade Ambiental) na fase “realização da obra”, considerada uma das mais importantes chancelas de sustentabilidade para a construção civil do País. Com isso, o empreendimento passa a ser o 1° do segmento no Ceará e o 2° do Nordeste a ter o reconhecimento na fase em questão. Das 14 categorias padrões exigidas para a certificação, o shopping recebeu a classificação “excelente” em oito, sendo elas: Relação do Edifício com seu Entorno; Canteiro de Obra com Baixo Impacto Ambiental; Gestão da Energia; Gestão de Resíduos de Uso e Operação; Manutenção – Permanência do Desempenho Ambiental; Conforto Hidrotérmico; Conforto Olfativo e Qualidade Sanitária da Água. O RioMar Fortaleza é o 12° do shopping do Grupo JCPM e é um dos mais modernos centros de compras do País, com área construída de 320 mil metros quadrados. SOLUÇÕES INOVADORAS Para conquistar a certificação, o shopping investiu em soluções inovadoras e de alto padrão, garantindo o menor impacto possível no ambiente e nas comunidades do entorno. Entre as ações que levaram a concessão do selo na fase obra estão à redução do consumo de água e energia, tratamento dos resíduos sólidos gerados e iniciativas ambientais realizadas junto à comunidade. Na fase de obra, foram gerados mais de 39 mil toneladas de resíduos sólidos, das quais 36 mil (equivalente a 92%) foram encaminhadas para reciclagem ou reutilizadas na obra. Dois parceiros do empreendimento receberam, em forma de
doação durante o período da obra, cerca de 160 toneladas de resíduos recicláveis, como papel/papelão, metal, plástico e óleo de cozinha, o Instituto Socioambiental Chico Mendes e a Ecoelce, que investem em projetos socioambientais com foco em coleta seletiva e reciclagem. Além disso, segundo o gerente de Desenvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM, Sérgio Maffioletti, 2.500 mil mudas de árvores nativas foram plantadas como arborização urbana do entorno do empreendimento e de outras áreas direcionadas pela Prefeitura de Fortaleza, e ainda realizadas ações de revitalização e proteção do entorno da Lagoa do Papicu, promovendo a requalificação da área. Maffioletti destaca que a conquista do selo é uma consequência da postura adotada pelo grupo. “A certificação ratifica nossa postura com relação a iniciativas sustentáveis e atende, inclusive, ao consumidor, cada vez mais criterioso e preocupado com os recursos naturais”, afirma. Entre as ações que serão desenvolvidas com a operação do shopping, após a inauguração, merecem destaque: a redução do consumo de água potável em 59%%; de 34,62% de energia em relação a empreendimentos convencionais; a operação de uma Central de Resíduos Sólidos para direcionar corretamente os resíduos gerados e com potencial de reciclagem. A expectativa é que 70% dos resíduos seja reciclados. A iluminação natural privilegiada, com a existência de grandes vãos e domus de vidro, reduzirá em 60% a demanda de iluminação artificial ao longo do dia. O sistema de esgoto a vácuo e sensores nas torneiras e mictórios possibilitará a redução de 80% no volume de efluentes descartados.
SELO AQUA O Selo Aqua é de origem francesa e foi adaptado à realidade brasileira pela Fundação Vanzolini, e leva em consideração critérios construtivos e operacionais rigorosos divididos em 14 categorias. O reconhecimento representa que o empreendimento está adequado às normas técnicas preestabelecidas e que visam melhorar o desempenho em pontos como redução de demanda de recursos naturais e a sua relação com o entorno. A Fundação Vanzolini é considerada uma das mais confiáveis certificadoras do setor da construção civil. A Fundação Vanzolini é uma instituição privada, sem fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
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Árvorevolução
POR ANTÔNIO SÉRGIO CASTRO E JÚLIA MANTA *
Q
uem tem ouvidos para escutar o murmúrio das árvores, “como se fossem os acordes da eternidade”? Árvores são genuínas hierofanias, é como se nelas morasse o tempo. E por falar em tempo, há três anos nascia um movimento de amor e defesa destes seres magnânimos, habitantes do nosso planeta há mais de 300 milhões de anos, organismos que se nutrem pela terra e pelo céu, que regeneram os solos, que purificam o ar, que alimentam diversas espécies animais. Movimento Pró-Árvore, como uma pequena criança dando seus passos no mundo, de olhos sempre atentos e brilhantes. O Movimento Pró-Árvore é um coletivo multidisciplinar de amantes da natureza, que se uniram para promover a cultura do amor e respeito pelas árvores, a partir da soma de sentimentos, pensamentos, conhecimentos científicos e populares, traduzidos em ações em prol da difusão da importância das árvores para a qualidade de vida das pessoas, colaborando na integração da sociedade civil e Estado, vislumbrando a melhoria das áreas verdes, parques, praças e ruas de nossas cidades. O MPA surgiu de um desejo incontido de ver essa cidade com um verde abundante, com árvores respeitadas, valorizadas, bem cuidadas, ilustrando a terra do sol, desejo de mudança, transmutação de uma triste realidade há muito vigente. Por isso, somos essencialmente rebeldes, no sentido biológico do termo, pois não nos conformamos e lutamos pela preservação e qualidade do ar que respiramos. Diferente do que disse Rimbaud, “o insuportável é que nada é insuportável”, que supomos querer dizer que as pessoas permanecem inertes mesmo diante do insuportável, para nós não é possível simples-
O MPA surgiu há três anos, com o objetivo de unir e promover a cultura de amor e respeito pelas árvores, vislumbrando a melhoria das áreas verdes, parques, praças e ruas de Fortaleza. mente assistirmos passivos à decadência ambiental que ameaça todos os seres vivos do planeta. E somos apartidários, mas estaremos sempre ao lado de quem considera o modelo atual insustentável, e que combate o consumo desenfreado dos recursos do planeta, o envenenamento do solo e dos alimentos que ameaçam espécies, a destruição das matas. Iniciado em setembro de 2011, com a palestra “A Cidade e suas Árvores”, de logo foi ganhando adeptos, as ações foram surgindo e se multiplicando. De lá pra cá, temos atuado na defesa das árvores e das áreas verdes, estimulamos e fazemos plantios em áreas públicas, produzimos e difundimos conteúdos, ações culturais e educativas, e fomentamos a pesquisa em biodiversidade regional, incluindo excursões ao mato (atividades que denominamos de “Idas ao mato” e “Expedições”). Temos participado também de audiências públicas, visitas técnicas, inventários
florísticos, rodas de conversa, bem como participações em jornais, rádios e TVs. Para quem deseja se aproximar de nossa causa, contamos com um grupo de discussões no Facebook, que já ultrapassa os 1.200 participantes, e temos também uma Fanpage na mesma plataforma - www.facebook.com/MovimentoProArvore. Foram mais de quarenta Idas e Expedições ao Mato, onde muitos de nós passaram a conhecer o que desconheciam – nossas plantas nativas, conterrâneas – a partir da livre partilha de conhecimentos, sem preconceitos sobre a que área de atividade pertence a pessoa, derrubando muros disciplinares – somos transdisciplinares – nossa disciplina é o amor e o desprendimento, a partilha e a colaboração, a transparência e a atitude. Somos visionários, criticamos a nossa realidade e estamos dispostos a trabalhar pela mudança, mudança essa que já começou. Defendemos ainda pontos essenciais
como o de que não basta plantar – tem de garantir que a árvore cresça bela e saudável, de que urge a criação de um órgão específico para tratar das árvores e áreas verdes, de que todos podem contribuir de alguma forma pra melhoria da qualidade ambiental de Fortaleza, o que significa qualidade de vida para todos. Enfim, três anos de muitas atividades, propagando o valor das árvores, seus inúmeros benefícios, denunciando todo o descaso. Um Movimento que parte do coração, do amor à cidade, aos espaços públicos, com conhecimento e altruísmo, senso de doação, que multiplica os gestos e atitudes. Juntos somos sólidos e fluidos, oceano infindo. Árvorevolução. *ANTÔNIO SÉRGIO CASTRO
é Engenheiro Agrônomo – Botânico e fundador do Movimento Pró-Árvore.
*JÚLIA MANTA
é formada em História, realizadora audiovisual e integrante do Movimento Pró-Árvore.