ANO VI - EDIÇÃO No 364 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 18 de novembro de 2014
PRAÇAS Responsabilidade Social ou interesse comercial?
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Inalienáveis e constituindo-se patrimônio da Cidade no decorrer da nossa história e até hoje, algumas praças estão abandonadas, outras estão sendo adotadas. O desafio Páginas 9 e 10 é conquistar interessados em adotar áreas na periferia de Fortaleza.
G20
O acordo maior aconteceu fora da cúpula global
No encontro das vinte maiores economias, os dois maiores foram os protagonistas e colocaram a mudança climática no centro das discussões. EUA e China assinam acordo histórico para reduzir emissões de gases poluentes. Página 3
TECNOLOGIA
Fica mais fácil e “limpo” fazer exames clínicos
Exames computadorizados estão tornando-se alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas, além de facilitar a vida dos usuários dos serviços clínicos. Uma empresa já deixou de emitir 125 mil chapas de raio-x. Página 8
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VERDE
Coluna Verde
AGENDA VERDE 20 DE NOVEMBRO DE 2014 Dia da Consciência Negra
TARCILIA REGO
• Um dia para dizer não ao preconceito racial. Em 20 de novembro exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Deve ser um dia de festividade, alegria, dia para renovar a conquista de direitos e igualdade de oportunidades.
tarcilia_rego@terra.com.br
DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA Desmatamento aumentou cinco vezes, só no último mês. Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectou 244 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal (AL) em outubro de 2014. Isso representou um aumento de 467% em relação a outubro de 2013 quando o desmatamento somou 43 quilômetros quadrados. É como se mais de 24 mil campos de futebol fossem destruídos. O Imazon chama a atenção não apenas para o aumento do desmatamento, mas também, para a degradação florestal (aquelas áreas de florestas exploradas pela atividade madeireira ou impactadas pelo fogo). As florestas degradadas na AL somaram 468 quilômetros quadrados em outubro de 2014. Em relação a outubro de 2013 houve um aumento de 1.070%, quando a degradação florestal somou 40 quilômetros quadrados. Para um bioma que levou mais de 50 milhões de anos para se formar, os números representam são trágicos. Recente estudo, “O Futuro Climático da Amazônia” mostra a urgência de reverter o desmatamento e garantir as funções climáticas do bioma, alertando que os serviços ambientais fornecidos, continuamente, pela floresta, estão sendo negligenciados e isto poderá trazer consequências sérias impactando, inclusive, sobre o PIB. POPULAÇÃO MUNDIAL O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) divulga, hoje, o mais novo relatório sobre a “Situação da População Mundial”. Nesta edição, o documento traz dados globais inéditos sobre a população jovem – 10 a 24 anos – e revela que o mundo está vivendo um momento único, com a maior população de jovens da história. No entanto, cerca de um terço dessa população está em situação de vulnerabilidade social e vive abaixo da linha da pobreza, com menos de dois dólares por dia. O relatório indica que os países, especialmente aqueles em desenvolvimento, podem alcançar avanços econômicos e sociais expressivos se investirem nos direitos e no potencial produtivo de suas populações jovens; caso isso não ocorra a tempo, esta oportunidade única poderá ser perdida. No Brasil, o relatório será apresentado na Casa da ONU, em Brasília. PIB DO NORDESTE Segundo o IBGE, com 16,2% do PIB brasileiro, a Região Sul manteve a participação de 2011. O Nordeste (13,6% do PIB) avançou sua participação em 0,2 ponto percentual em relação a 2011. Dos estados nordestinos, apenas Bahia (3,8%) e Pernambuco (2,7%) alteraram
Verde
suas participações no PIB brasileiro: recuo 0,1 ponto percentual e avanço 0,2 ponto percentual, respectivamente, em relação a 2011. Um crescimento pífio. DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL Começa, hoje, o I Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e o IX Fórum de Desenvolvimento Territorial e seguem até o dia 21, no Hotel Romanos, em Fortaleza. Promovidos pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), através da UGP do Projeto São José III e o IICA, tendo como parceiros o Banco Mundial, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Interior (Minter), governos da Bahia e Pernambuco, os eventos simultâneos deverão reunir cerca de 500 especialistas da América Latina e Caribe e África. Reflexão: “A questão atual do desaparecimento dos pequenos cursos d’água, alimentadores dos maiores, é apenas a ponta de um ‘iceberg’ que tende a se tornar cada vez mais evidente.” Antropólogo, Altair Sales Barbosa.
• Dia Mundial da Filosofia O Dia Mundial da Filosofia é o momento propício para se compreender, com Merlau-Ponty, que “a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todos os anos ele é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Neste ano de 2014, os eventos alusivos à data acontecem na próxima quinta (20), dia durante o qual se discutirá, entre outras coisas, sobre para que serve a filosofia. • Seminário “Imortalidade e Vida” em Fortaleza Um evento para a promoção da Cultura de PAZ no Ceará acontece no próximo dia 20, às 19 horas, no Vianna’s Buffet. É o Seminário Imortalidade e Vida que será ministrado pelo médium e conferencista Divaldo Franco, considerado o maior divulgador da Doutrina Espírita em nível mundial. Durante o seminário acontece a pré-estreia nacional do documentário “O Sobrevivente do Mundo - A história de Jorge Damasceno”. O filme, com roteiro e produção do Glauber Filho, narra história do ex-empresário cearense dos anos 1990, que perdeu tudo por causa do vício das drogas, deu a volta por cima e atualmente ministra palestras, em escolas, contra a dependência química. Mais informações pelo telefone (85) 3212.1092 ou pelo email: fe_espirita@yahoo.com.br.
21 DE NOVEMBRO DE 2014 Dia Mundial da Televisão
• A data foi proclamada pela ONU em 1996. A televisão existe desde os anos 20, mas as primeiras transmissões de TV, com mais qualidade, ocorreram na Alemanha em 1935. A televisão com imagem colorida surgiu em 1954, na rede norte-americana NBC. Em 1950, jornalista Assis Chateubriand, funda o primeiro canal de televisão do Brasil, a TV Tupi, que transmitia em preto e branco.
24 DE NOVEMBRO DE 2014 Dia do Rio
• Assim como é comemorado o Dia Mundial da Água, em 22 de março, o do Rio é comemorado dia 24 de novembro. Datas instituídas devido a grande preocupação, atual, como a escassez e a poluição dos recursos hídricos, bem como a preservação e proteção dos mesmos.
O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873
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G20
Acordo maior aconteceu fora da cúpula global com China e EUA
Em um encontro no qual o crescimento econômico e a geração de emprego sempre são os assuntos centrais, a mudança climática é o destaque. Graças ao presidente Obama POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
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erminou a reunião do G20 e o protagonista foi o presidente Barack Obama, dos Estados Unidos da América (EUA). Apesar de não ter sido incluído na agenda de debates da cúpula pela Austrália, país organizador da cimeira, o tema mudança climática veio à tona, e terminou sendo o destaque do encontro, após Barack Obama anunciar uma contribuição vultosa ao Fundo Verde da Organização das Nações Unidas (ONU), durante pronunciamento a jovens universitários, dia 15, na Universidade de Queensland, em Brisbane antes mesmo de sua participação na cúpula. “Anuncio que os Estados Unidos da América (EUA) dão outro grande passo. Vamos contribuir com US$ 3 bilhões ao Fundo Verde para o Clima de modo que possamos ajudar as nações em desenvolvimento. Uma oportunidade de ajudar as comunidades vulneráveis com um sistema de prevenção, com defesas mais fortes contra o surgimento das tempestades e uma infraestrutura mais resistente ao clima”, disse Obama. Ao citar “outro grande passo”, Obama referia-se ao acordo histórico sobre a mudança climática, que os EUA tinham acabado de assinar com a China. No úl-
timo dia 12, em Pequim, o presidente Obama e o dirigente Xi Jinping assinaram documento através do qual as duas nações comprometem-se a reduzir emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte de gases poluentes por parte da China e mais um pelos EUA. Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de gases em até 11 anos, ou seja, até 2025, o que representa um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e 2020. Os chineses se comprometem a cortar as
emissões até 2030, embora possa começar antes. Segundo presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas e renováveis. O acordo, que foi negociado durante meses pelos dois países, pretende promover um pacto em nível global, visando a Conferência sobre Mudança Climática que acontecerá em Paris no ano que vem. Mas Obama não se limitou ao anúncio da contribuição econômica e assinar o acordo com os chineses, mas também, pediu aos demais países para que estabeleçam um objetivo de redução das emissões e olhem com
objetividade os dados científicos e “consigam um forte acordo global no próximo ano”. Obama também lembrou que Austrália e Estados Unidos emitem muito carbono e alertou sobre o perigo que a mudança climática representa para a Grande Barreira de Corais, situada no nordeste da Austrália e declarada Patrimônio da Humanidade. Por sua vez, a China se comprometeu a, assim que for alcançado o nível máximo de emissões em 2030, começar a reduzi-las e, ao mesmo tempo, a fazer com que 20% de sua energia proceda de fontes limpas e renováveis. SOBRE O G20 O G20 é um grupo criado em 1999 para discutir a economia global. Foi inaugurado em Berlim e, neste ano, será reunido na Austrália. Composto por 19 países, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e EUA. A última cadeira sobra para a União Europeia. Em geral, as reuniões acontecem uma vez ao ano, mas pode acontecer de haver mais de um encontro anual também, como em 2009 e 2010, durante a crise financeira. O crescimento econômico e a geração de emprego sempre são os assuntos centrais do encontro.
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VERDE
OPINIÃO
O compromisso de Dilma com a política de resíduos sólidos Por Ariovaldo Caodaglio* A presidente da República reeleita precisa adotar com agilidade e eficácia soluções para um tema que ficou esquecido na campanha eleitoral dos presidenciáveis: a Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cuja execução prática é de extrema importância para o meio ambiente, a melhoria da qualidade da vida no meio urbano e a saúde pública. Infelizmente, o tema praticamente não foi abordado pelos candidatos e, ao mesmo tempo, a Câmara dos Deputados conseguiu aprovar a prorrogação por quatro anos da erradicação dos lixões, embutida em Medida Provisória que tratava de assunto econômico. Por isso, espera-se que a presidente Dilma Rousseff, no novo governo, deem à matéria tratamento à altura de seu significado para o desenvolvimento e condizente com a complexidade dos problemas a serem enfrentados. É pertinente lembrar que a PNRS alinha nosso país ao que há de mais contemporâneo no cenário urbano mundial, em termos de enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A lei prevê o aumento da reciclagem e reutilização de tudo o que for possível e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Institui, ainda, a responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e encarregados dos serviços de coleta na Logística Reversa das embalagens e produtos pós-utilização, processo indispensável para que equipamentos eletrônicos, pilhas, lâmpadas, pneus, embalagens em geral e restos do consumo não retroalimentem a degradação ambiental. A lei é ótima, mas sua execução está atrasada, prejudicando muito o Brasil e seu povo. O mais urgente refere-se à erradicação dos chamados lixões, cujo prazo, fixado pela PNRS, expirou em 2 agosto de 2014. Apenas cerca de metade dos municípios brasileiros conseguiu cumprir a determinação legal.
O principal motivo desse problema é a falta de recursos financeiros das prefeituras. Por isso, é decisivo o aporte de recursos da União para compartilhar esses investimentos com as cidades brasileiras. É premente extinguir a deposição dos resíduos sólidos a céu aberto, um verdadeiro atentado ambiental, e lhes dar correta destinação em aterros sanitários adequados. Esse é o alicerce que possibilitará o cumprimento integral da PNRS nos próximos anos. Assim, no novo governo, será decisiva a devida atenção ao tema, no âmbito dos compromissos de governo a serem colocados em prática no próximo ano. Nesse sentido, é decisivo que a lei Lei nº 12.305 saia definitivamente do papel na próxima gestão federal. O Brasil não pode mais postergar esse avanço em sua política de meio ambiente. Por isso, durante a campanha eleitoral relativa ao segundo turno da eleição presidencial, o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) enviou mensagem aos dois candidatos, na qual solicitava providências, perguntava de modo objetivo o que pretendem fazer a respeito e pedia a ágil alocação de recursos para que os municípios possam recuperar o tempo perdido, remover os lixões e implantar os aterros sanitários. Isso é prioridade máxima! Agora, o novo governo tem esse compromisso com a população. O Brasil está em dívida com o meio ambiente urbano. É preciso vencer esse desafio, que responde aos três eixos do mais atual conceito da sustentabilidade: o econômico, o social e o ambiental. Nossas cidades não podem continuar depositando os resíduos sólidos em céu aberto, o anticartão postal dos resquícios de nosso subdesenvolvimento. *Ariovaldo Caodaglio, cientista social, biólogo, estatístico e pós-graduado em meio ambiente, é presidente do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo).
PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL E SUAS FONTES Como anteriormente afirmado o Direito Ambiental se subordina e princípios específicos que norteiam ação e atuação de quantos se debruçam sobre o assunto, especialmente operadores do direito. Todo e qualquer princípio deve ser imprescindivelmente extraído do ordenamento jurídico vigente e não cabe a indivíduos em particular definir tal e qual princípio deve ser determinado. No caso do Direito Ambiental Brasileiro as fontes que lhe dão arrimo podem ser encontradas nos textos positivados tais como a Carta Magna oriunda da Constituinte de 1988; a Lei Federal 6938/81 (Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, recepcionada no ordenamento pós-Constituinte); as constituições estaduais, as declarações internacionais acordadas em fóruns de igual jaez e adotadas por organismos como a Organização das Nações Unidas e outros. Entre estas Declarações aceitas pela maioria dos países do planeta, ressaltam-se a de Estocolmo (1972), sobre o meio ambiente humano; e a do Rio de Janeiro (1992), sobre meio ambiente e desenvolvimento. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA Primeiro princípio sobre o qual se deve assentar qualquer decisão a respeito do meio ambiente é o Princípio da Supremacia do Interesse Público do Meio Ambiente em Relação aos Interesses Privados. Trata-se, de fato, de um princípio geral do Direito Público em que assoma a superioridade natural dos interesses da coletividade em relação a particulares de natureza privada. Enfim, é este princípio que assegura a estabilidade da ordem social republicana no sentido pleno que o termo deve abarcar. PRESERVAÇÃO DA VIDA Ainda que legítimos, os interesses de natureza privada não devem prevalecer sobre os interesses coletivos e a proteção ao meio ambiente, como direito fundamental, eleva-se sobre os demais neste quesito, uma vez que pressupõe a preservação da própria vida e, por extensão, da própria humanidade. Nos dias atuais não se concebe a vida em sociedade com perspectivas de futuro saudável, sem a JORNALISTA E ESCRITOR
preservação do meio ambiente. E, paradoxalmente, esta é condição sine qua non para a manutenção e o exercício pleno dos direitos individuais dos particulares. ATÉ NA LUA No plano internacional este princípio se coaduna com o Princípio de que o ambiente é patrimônio comum da humanidade. Este princípio incorporou-se ao Direito Internacional do Meio Ambiente e se encontra inscrito em tratados internacionais, tais como o Tratado sobre os Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes; e o Acordo da ONU sobre as Atividades dos Estados na Lua e nos demais Corpos Celestes; bem como constitui a orientação predominante no que diz respeito à atuação dos Estados na exploração dos recursos antárticos (Cf. “Princípios de Direito Ambiental na Dimensão Internacional e Comparada”, de José Aderson Leite Sampaio Chris Wold e Afrânio Nardy).
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VERDE
11° CAJU NORDESTE
Amanhã, começa o maior evento da cajucultura no Brasil O caju é comemorado todo dia 12 de novembro. Mas, no período de 19 e 22 de novembro, em Beberibe o fruto do cajueiro será mais do que comemorado, será o dono da festa e estará no centro das discussões. No Município, da Região Metropolitana de Fortaleza, acontece a 11ª edição do Caju Nordeste com o objetivo de contribuir com a organização, a modernização e o desenvolvimento da cultura do cajueiro. O evento busca atender às demandas da cadeia produtiva do caju, com apresentações, debates e incentivos ao uso de tecnologias inovadoras, de forma que os agentes da cajucultura possam usufruir as variadas oportunidades de negócios. TECNOLOGIA Uma das inovações no evento deste ano é o lançamento da máquina
de corte automático da castanha do caju. Há décadas, uma das principais dificuldades enfrentadas pelas mini fábricas de beneficiamento de castanha de caju no Brasil é o processo de corte para extração da amêndoa, pois os equipamentos existentes ainda são operados manualmente. Este gargalo é um dos responsáveis pela baixa produtividade e a elevação dos custos operacionais, pois exige um funcionário para cada máquina de corte, além da possibilidade de acar-
retar dano à saúde dos operadores devido o esforço repetitivo e o contato direto das mãos com o Líquido da Castanha de Caju (LCC). A máquina que está sendo apresentada foi desenvolvida pela Usinagem Santo Antônio, de Picos/ PI. Há vários anos, a empresa vem produzindo linhas de equipamentos para as minifábricas de extração da polpa do caju e a fabricação de cajuína e doces. PALESTRAS TÉCNICAS Durante o evento, haverá, também, um encontro dos empreendedores das minifábricas de beneficiamento da castanha e do pedúnculo do caju, uma boa oportunidade para que os
interessados em adquirir amêndoas, cajuína, polpa, doces e outros derivados do caju estabeleçam contatos comerciais com uma rede de fornecedores dos citados produtos. Acontecerão também palestras técnicas e oficinas para o público da área, como produtores e empreendedores rurais, agricultores familiares, micro, pequenos e médios empresários da cadeia produtiva do caju, agrônomos, pesquisadores e técnicos agrícolas, alunos e professores de escolas e cursos agrícolas, dentre outros. Confiram www.cajunordeste.org.br . SERVIÇO 11° Caju Nordeste Quando: 19 a 22 de novembro Onde: Beberibe www.cajunordeste.org.br
SETOR DE TRANSPORTES
Cepimar entrega o Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar 2014 Com o objetivo de reconhecer as empresas do setor de transportes de passageiros e de cargas que investem em responsabilidade ambiental, a Federação das Empresas de Transportes Rodoviários (Cepimar) realiza a entrega do Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar 2014 no próximo dia 26 (quarta-feira), às 16 horas, na Casa José de Alencar, em Fortaleza. A solenidade terá a presença de empresários, personalidades do setor e colaboradores das 28 empresas de transporte de passageiros e de cargas concorrentes ao prêmio. Em sua décima segunda edição, o certame busca reconhecer as organizações que mobilizam equipes e empreendem ações que priorizam a dimensão ambiental nas suas garagens e nas comunidades onde atuam. A solenidade contará com um momento simbólico, onde uma muda será plantada em nome do Programa Despoluir, iniciativa de respon-
sabilidade socioambiental do setor de transporte e coordenada pela Cepimar. O período de inscrição ao prêmio ocorreu de 1º de janeiro a 27 de fevereiro de 2014 e o de avaliação de 1º de janeiro a 30 de setembro de 2014. HOMENAGENS Além do troféu principal , destinado às empresas vencedoras, a premiação contempla com o Certificado de Qualidade Empresa 100%, as organizações com frota totalmente aprovada pelo Programa Despoluir e que não tiveram nenhuma multa aplicada pelos órgãos fiscalizadores ambientais. Também contempla, com o Troféu Destaque Ambiental, uma personalidade ou uma instituição, pelos relevantes serviços prestados ao meio ambiente e à sociedade. Nesta edição, o destaque ambiental vai para a diretora de Controle e Proteção Ambiental, Magda Kokay Farias, da Su-
perintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace). SOBRE O DESPOLUIR A Federação dos Transportes – Cepimar coordena desde 1997 o Despoluir, Programa Ambiental do Transporte, que tem como objetivo promover o uso racional de combustíveis e reduzir emissões de gases poluentes pelo setor de transporte. A equipe do Despoluir realiza inspeções veiculares periódicas nos veículos das frotas das empresas do Ceará, Piauí e Maranhão. Além de orientar sobre a qualidade do óleo diesel e realizar palestras sobre condução econômica e meio ambiente. SERVIÇO Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar – Versão 2014 - Fortaleza Local: Casa José de Alencar Data: 26 de novembro (quarta-feira) Hora: 16h
DIVULGAÇÃO/CEPIMAR
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VERDE
LIMPA E RENOVÁVEL
Empresa cearense desenvolve painel solar
Equipamento capta energia solar que pode ser utilizada tanto para aquecimento quanto para eletricidade. Tecnologia já está apta para o mercado POR JESSICA FORTES jessicafortes@oestadoce.com.br
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ncubada no Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), a Autoterm, empresa especializada em apresentar soluções inovadoras em produtos e serviços para o mercado de energias térmica e elétrica, criou um painel heliotrópico seis vezes mais eficiente que um painel solar fotovoltaico estático convencional de mesma área. Criado pelo engenheiro Roberto Campos, o painel heliotrópico foi inspirado nas plantas de mesmo nome, que são caracterizadas por perseguirem o movimento do Sol, ao longo do dia, como é o caso do girassol. O movimento garante que o coletor solar aproveite a luz do Sol por mais horas, já que ele se movimenta de acordo com a posição solar. A energia captada serve para gerar energia térmica, para o aquecimento da água e energia elétrica para o funcionamento de eletrodomésticos. POTENCIAL NÃO É UTILIZADO Segundo Campos, o Ceará tem uma das maiores incidências de raios solares do mundo, mas praticamente não usufrui desse potencial, pois convencionou-se dizer que é uma tecnologia cara, que advêm da ausência de tecnologias que a tornem mais viável. Pensando nisso, o empresário e pesquisador criou o painel, que busca o máximo de aproveitamento da luz solar incidente. “A menor média anual de irradiação solar no Brasil é cerca de 30% maior que a maior média de irradiação solar da Alemanha (um dos líderes do mercado europeu no segmento)”. Conforme dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), o Brasil utiliza somente 10,14 kWth de potência solar por cada 1000 habitantes. Enquanto isso, países como Chipre,
FOTOS:DIVULGAÇÃO/CENTEC
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Israel, Áustria e Barbados utilizam 657, 498, 205 e 200 kWth, respectivamente. Ainda segundo dados da Abrava, apenas 730 mil domicílios utilizam aquecedor solar no Brasil, representando a fatia de 1,48% de todos os domicílios do País. Em paralelo, Israel, que tem política pública voltada para o setor, tem 90% das residências com aquecedores solares. Para aproveitar a forte incidência solar que o território nacional tem, Roberto Campos cobra medidas políticas e privadas de incentivo ao mercado de energia solar. Para chegar à tecnologia final do painel heliotrópico, ele teve que criar um aparelho chamado tensiostato. Ambas as tecnologias estão em processo de patenteação junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). “A tecnologia foi apresentada e já está apta para o mercado. Já temos dois pedidos de orçamentos e vamos iniciar a comercialização. No entanto, estamos procurando empresários que queiram investir no negócio e assim produzirmos em maior escala e consequentemente, baratear ainda mais os preços dos painéis. Atualmente, o nosso equipamento com uma produção por encomenda, ou seja, um a um, está, hoje, em relação ao convencional, com um custo 20% menor na instalação e com um payback (análise de investimentos e dos prazos de recuperação do capital investido) de cinco anos, bem menor que os convencionais”, explica o empreendedor. INCUBADORA CENTEC Segundo a coordenadora da Incubadora Tecnológica do Centec (Intece), Sueli Vasconcelos, as incubadoras são ambientes planejados para o desenvolvimento das empresas, colocando à disposição das mesmas, infraestrutura física, serviços de consultoria em gestão administrativa e operacional, facilitando a intermediação entre as empresas incubadas e os potenciais investidores, tais como instituições de ensino e pesquisa, governos e outros.
O Programa Intece tem como principal objetivo proporcionar as condições necessárias para que as empresas incubadas possam se preparar e se fortalecer para o mercado através da transferência de conhecimentos e de tecnologias geradas e adaptadas pelo Instituto Centec, universidades e outras instituições de ensino e pesquisa. De acordo com Sueli,99% das empresas do País são microempresas e representam 21% do PIB nacional, mas o índice de mortalidade é muito grande, pois muitas delas, dominam a técnica, mas não tem gestão, não tem planejamento, não tem a cultura da inovação, e a incubadora de empresas do Centec, faz a transferência destes conhecimentos, para o setor produtivo”. Dentro da incubadora as empresas tem uma gama de serviços ofertados que fazem com que elas tornem-se mais competitivas no mercado, melhorando níveis de produtividade e de inovação, além de uma série de recursos e facilidades que minimizam a mortalidade das mesmas. COMO PARTICIPAR Para participar do programa é necessário que o empresário/empreendedor elabore a proposta de Plano de Negócios da empresa e apresente à coordenação da incubadora, ou a um dos gerentes das Unidades da Intece localizadas no interior do estado. Após passar por análise de uma comissão quanto à viabilidade técnica e econômica, assim como quanto ao seu alinhamento às diretrizes de atuação da incubadora, da entidade gestora e dos parceiros, se o projeto for considerado viável e se houver disponibilidade de vaga no programa, o participante poderá iniciar as suas atividades na incubadora. Para os empreendedores que necessitem aprimorar os seus planos de negócios, há a possibilidade de pré-incubação, período no qual a empresa é estimulada a desenvolver o potencial do seu negócio para o efetivo exercício das suas atividades, fazendo uso de alguns serviços assistenciais fornecidos pela incubadora.
SAIBA MAIS •
O equipamento tem movimentos diferenciados que proporcionam maior captação de raios solares;
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Fonte de energia totalmente limpa, renovável, com um payback muito atrativo, além de economizar mais espaço do que os painéis convencionais;
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Seis vezes mais eficientes que o convencional;
• Tecnologia está sendo desenvolvida no País, isso diminui os custos, inclusive está sendo estudada parceria com o Centec para treinar e capacitar profissionais para fazer a manutenção; •
Empresa está buscando investimentos para produzir o equipamento em escala;
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Falta de água já afeta várias regiões do Brasil e uma saída é a geração de novas fontes de energia. A energia solar é uma tecnologia que já é possível;
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Para conhecer mais sobre a Autoterm, acesse o site da empresa. No site do Instituto Centec, você também pode conferir informações sobre a Intece.
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VERDE
TI E SAÚDE
Clínicas, profissionais e pacientes aderem a Tecnologia da Informação
Exames computadorizados estão se tornando uma alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas. Empresa já deixou de emitir 125 mil chapas de raios-x
DIVULGAÇÃO
POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
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uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no setor de saúde tem crescido em todo o mundo nas últimas três décadas, tanto no setor privado quanto no público. Os exames computadorizados, por exemplo, estão se tornando uma alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas – nocivas ao meio ambiente. Apesar disso, apenas 49% dos hospitais brasileiros registram, eletronicamente, os dados clínicos conforme a pesquisa TIC Saúde 2013, divulgada pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic). Em São Paulo, a DVI Radiologia, buscando soluções para evitar o processo de gerar resultados apenas por meios físicos, especializou-se em diagnósticos virtuais, enviados por meio de sistema (site com login e senha) ou CD. A empresa, desde o início de sua operação em 2005, já deixou de emitir 125 mil chapas de raio-x. Por ano, são realizados mais de 100 mil exames digitalizados, evitando que esse montante seja emitido e descartado no meio ambiente. “As chapas tradicionais são compostas por uma lâmina plástica, produzida a partir de um material termo sensível, que pode demorar até 450 anos para se deteriorar”, explica Hugo Rosin, sócio-diretor da DVI Radiologia. A empresa também utiliza um sistema de envio de imagens, auxiliando e agilizando o processo de leitura dos exames. “O resultado e o diagnóstico do exame ficam disponíveis online, podendo ser acessados a qualquer momento e de qualquer aparelho que esteja conectado à internet”, ressalta o executivo. Apesar disso, a impressão da película ainda é solicitada em 70% dos casos atendidos pela DVI. Para atender à de-
manda de pacientes e dentistas, a empresa encaminha uma película que não possui metais pesados e é totalmente reciclável. “Consideramos importante ressaltar, informar e conscientizar nossos clientes de que, o processo digital é vantajoso não só para eles, como também para o meio ambiente”, finaliza Rosin. Na Capital cearense, também encontramos clínicas que ao mesmo tempo estão preocupadas com a qualidade ambiental e agilidade de seus processos e adotam critérios médicos que usam tecnologia informatizada para simplificar e melhorar o processo de prescrição e atendimento tradicional em papel. É o caso da Clínica Trajano Almeida, que atua há 36 anos em diagnósticos por imagem e metade dos resultados é entregue em CDs e a outra metade em filmes. “Mas a revelação não é manual”, destaca a secretária da diretoria da clínica, Margarida Carneiro. Segunda ela, há mais de dez anos a revelação na Trajano Almeida, deixou de ser manual, “é digitalizada como fotografias”, disse. “Faz muito tempo que deixamos de usar revelação manual, em decorrência, principalmente, dos impactos ambientais”.
Elas possuem metais pesados, que podem prejudicar a saúde e não devem ser jogadas em lixo comum, pior, muitas vezes, são incinerados. “Se isso acontece, os metais que ela possui podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente”. O potencial de aplicações das TIC em saúde para melhorar a oferta de atendimento de saúde vai muito além do exemplo da telessaúde. Registros eletrônicos em saúde são vistos, cada vez mais, como uma ferramenta importante para otimizar a qualidade do atendimento, além de torná-lo mais eficaz ao permitir acesso rápido e melhor transmissão das informações médicas do paciente para todo o espectro do atendimento de saúde. A aposentada Branca Bezerril tem diabete e por conta da doença faz uma série de exames, a cada três meses. Ela disse à nossa reportagem que agora ficou mais fácil, apenas vai ao Laboratório Pasteur colher a amostra de sangue. “Daí pego o resultado pela internet e envio diretamente para o endereço eletrônica de minha médica. É uma facilidade, já não tenho que voltar ao laboratório.” Além da praticidade evita o uso de veículos que emitem gases poluentes, uso de mais papel, contribuindo para a
sustentabilidade ambiental. PESQUISA TIC SAÚDE Desde 2013 o Cetic. br realiza a pesquisa TIC Saúde, que investiga a infraestrutura, a disponibilidade das TIC e de aplicações nelas baseadas nos estabelecimentos de saúde no País. Além disso, observa como médicos e enfermeiros fazem uso dessas ferramentas em seu trabalho e as principais barreiras para a sua incorporação. A pesquisa TIC Saúde busca analisar o estágio de adoção das TIC em estabelecimentos de saúde brasileiros, desenvolvendo indicadores relacionados a: Infraestrutura de TIC e gestão de TI; Registro eletrônico em saúde e troca de informações; Serviços oferecidos ao paciente e prática de Telessaúde. SERVIÇO - A DVI - Diagnóstico Volumétrico por Imagem: www.dviradiologia.com.br - O Laboratório Pasteur: http://www.labpasteur.med.br/. - Clínica Trajano Almeida: http://www. trajanoalmeida.com.br/.
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PRAÇAS E ÁREAS VERDES
Adoção de espaços públicos dá vida nova aos locais, mas ainda é desafio
Programa, embeleza os logradouros, dá novos ares à rotina da Capital. Apesar disso, Prefeitura Municipal ainda enfrenta dificuldade de adesão na periferia de Fortaleza
DIVULGAÇÃO
POR JESSICA FORTES jessicafortes@oestadoce.com.br
A
s praças e áreas verdes são espaços de lazer, inalienáveis e constituindo-se patrimônio da Cidade, segundo Lei Orgânica do Município. Apesar de Fortaleza possuir diversos locais, assim, grande parte deles encontra-se abandonado ou em situação precária. O Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes faz parte da Coordenadoria de Políticas Ambientais da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com a Vice- Prefeitura e as secretarias regionais. O objetivo é integrar as políticas de urbanismo e meio ambiente, além de aumentar a boa conservação destes lugares. As praças e áreas verdes de Fortaleza somam 475 logradouros. Atualmente, 163 estão contempladas com o projeto, sendo que 42 já foram adotadas e 121 estão em processo final de adoção. Seis áreas foram reformadas e entregues, a exemplo, das praças Engenheiro Pedro Felipe Borges, Eudoro Correia e Doutor Moreira de Souza. Esta última foi a terceira a ser reformada na área da Secretaria Executiva Regional (SER) II. Os espaços são utilizados diariamente pela população, seja para uma caminhada, passeio com o cachorro, prática de atividades físicas, jogar bola ou apenas conversar com os amigos. Mas, apesar do alto número de amparos, grande parte delas se resume à SER II ou à Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor). Com o programa e as transformações espaciais, defende a secretária Águeda Muniz, as pessoas voltam às ruas, à convivência com Fortaleza. “A cidade contemporânea é a cidade onde a sociedade e o poder público agem para o bem viver em comunidade”, considera. É desafio, porém, conquistar interessados para a adoção de praças em áreas
periféricas da Capital, como nos bairros Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Canindezinho, Ancuri e Lagoa Redonda. Segundo a titular da Seuma, é importante e necessário dar a devida atenção a estas áreas, que possuem grandes espaços públicos urbanos como praças e campos de futebol. “O trabalho de divulgação e sensibilização da Prefeitura e da Seuma, vem aos poucos conquistando adotantes para essas áreas. Um dos exemplos que podemos destacar é a adoção da Praça Farias Brito, no bairro Passaré/Jangurussu”, comemora. ADESÃO A adoção é voluntária, sendo outro desafio da gestão sensibilizar as pessoas a cuidar de seu bem público numa busca contínua de melhor qualidade de vida
na Cidade. Por conta disso, o Programa abrange pessoas físicas, associações, empresas e entidades da sociedade civil. Os interessados devem se dirigir à Secretaria Regional responsável pela área e declarar interesse por meio da abertura de processo administrativo com a intenção de adoção. Com essa iniciativa, a Prefeitura visa contribuir com exemplos de cidadania e responsabilidade social, ao permitir que tantos cidadãos como empresas passem a zelar por áreas verdes do município. A atitude, segundo a titular, representa a quebra de paradigmas para a Cidade e, principalmente, para a sociedade, que costuma dissociar as questões ambientais das questões urbanas. Para ela, tal integração foca no desenvolvimento sustentável conside-
rando seus três pilares: ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo; no rigor do cumprimento das legislações urbanísticas e ambientais; e na aproximação e valorização da participação da sociedade civil nos processos decisórios. BONS EXEMPLOS Quem passa todos os dias pela Praça Bárbara de Alencar talvez nem lembre como ela estava diferente há alguns meses atrás. O espaço, na Avenida Heráclito Graça, era perigoso, escuro e sem frequentadores. Não tinha nenhum atrativo, mas após a adoção, em fevereiro, uma nova praça surgiu. O espaço adotado por uma construtora ganhou acessibilidade, quadras esportivas, nova iluminação e movimento.
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Outro bom exemplo é a Praça do Pajeú, no Centro, adotada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL). Antes do projeto, o lugar, segundo comerciantes e frequentadores, era abandonado, inseguro e vivia cheio de moradores de ruas usando drogas. Atualmente, o cenário é outro. “Sempre têm homens trabalhando na limpeza e crianças brincando, até as vendas aqui da lanchonete melhoraram depois que a praça foi reformada”, comenta a comerciante Maria Elisabeth. ADOTANTE Após a assinatura do Termo de Cooperação, o adotante será o responsável pela realização dos serviços descritos no processo de adoção. Os trabalhos mencionados envolvem a manutenção e reforma, desde a pintura do meio-fio, limpeza e cuidado do jardim, até a instalação de mobiliário e equipamentos e reestruturação completa da estrutura da área. O termo de cooperação tem o prazo de validade de cinco anos, contados da data da assinatura, podendo ser prorrogado segundo a conveniência e oportunidade da Prefeitura. De acordo com a secretária Águeda Muniz, ao se criar espaços públicos por meio da promoção da qualidade das áreas de lazer, como os parques, praças e passeios arborizados, pessoas são atraídas e novas centralidades são criadas. “Ao criar centralidades é possível contribuir para a mobilidade urbana na redução das viagens, na utilização de novos modais (bicicletas e pedestrianismo), na diminuição das emissões de gases e do consumo de combustíveis (ampliado durante os engarrafamentos)”.
POPULAÇÃO PRECISA PARTICIPAR O urbanista Euler Muniz, professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), defende que haja mais envolvimento da comunidade com o projeto, para que ele tenha mais abrangência e mais força em todos os bairros da Capital. Para ele, as pessoas não agem como se os espaços públicos os pertencessem e outorgam a responsabilidade a titularidade ao município, ou ao Governo. Mas de fato todos têm responsabilidade sobre a cidade, sobre o Estado e sobre o País, enquanto cidadãos. “É muito positivo, tanto do ponto de vista da Prefeitura encampar esta ideia, como das empresas e da sociedade de assumirem essa corresponsabilidade de adotarem os espaços e cuidarem deles. Não vejo como uma privatização. As responsabilidades precisam ser divididas, ainda que os interesses sejam diferentes. As empresas ganham mais visibilidade com ações sociais e as comunidades se beneficiam por ganharem espaços gratuitos de lazer, que muitas vezes, nem precisam de grandes reformas, mas de zelo que já é algo muito positivo”, ressalta. SERVIÇO Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes Pessoas físicas, entidades da sociedade civil, associações de moradores, empresas e órgãos de direito público ou privado podem adotar praças, parques, jardins e canteiros centrais de Fortaleza. Como: os interessados devem procurar a Secretaria Regional responsável pela área e declarar interesse na adoção. Informações: www.fortaleza.ce.gov. NAYANA MELO
br/seuma e (85) 3452 6910
NAYANA MELO
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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Edital seleciona 20 edifícios públicos para benchmarking
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stão abertas, até dia 31 de dezembro, inscrições para que agentes do setor público candidatem os seus edifícios para fazer parte de um estudo de benchmarking de eficiência energética em edificações públicas do Brasil. No País, a administração pública direta e indireta conta com mais de 22.000 edificações próprias e 1.400 imóveis alugados. Essas edificações juntamente com prédios comerciais e de serviços são responsáveis por quase 20% de todo o consumo energia elétrica do Brasil. O projeto pretende receber inscrições de ao menos 300 edifícios para a realização de um benchmarking de consumo de energia elétrica em prédios públicos de escritórios acima de 500m2, que será feito por meio de um processo de avaliação de dados que visa acessar o cenário
do consumo energético de edifícios públicos e comparar seus desempenhos. Para participar, os agentes do setor público devem preencher um formulário e fornecer – em caráter estritamente confidencial – dados simples de consumo energético de seus edifícios, que consistem em: contas de energia dos últimos 12 meses; área do edifício (com comprovação pelo IPTU ou outra fonte); e contatos de email e telefone do interlocutor responsável. O formulário deve ser preenchido e enviado pelo correio de acordo com as orientações do edital (www.pnud.org.br/arquivos). A ação faz parte do projeto “Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil”, que tem o objetivo de contribuir com a economia de até 4 milhões de MWh de eletricidade nos próximos 20 anos e de reduzir emissões
de gases de efeito estufa em até 2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). O projeto é executado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
segundo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Fontes: Pnud, MMA e Procel.
PRÉDIO PÚBLICO Conceito de prédio público na esfera federal são as edificações utilizadas e administradas direta ou indiretamente pelo Poder Público Federal,
INDICAÇÃO DE LEITURA EDUCAÇÃO DE ADULTOS
60 anos de trabalho são contados em livro Nas últimas seis décadas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) promoveu seis Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confitea). Para celebrar o marco, a organização da ONU produziu o livro Educação de Adultos em Retrospectiva: 60 anos de Confitea. O lançamento da publicação aconteceu no último dia 03, na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro, durante o Encontro Latino-americano de Educação para Jovens e Adultos em Situação de Restrição e Privação de Liberdade. O Confitea é um dos fóruns mais influentes da arena internacional em educação de adultos.
O livro escrito pelo professor da Universidade Federal da Paraíba (UFP), Timothy Ireland, representante da cátedra de EJA - Educação de Jovens e Adultos da Unesco e o oficial de projetos da representação do organismo no Brasil, Carlos Spezia, é inspirado no desejo de registrar a longa história de um movimento mundial, que se expandiu por seis décadas. Os autores consultaram registros e documentos oficiais produzidos para as conferências, particularmente os relatórios finais, elaborados pela Organização. Esse processo de resgate histórico tornou possível realizar uma leitura transversal do desenvolvimen-
to do conceito de educação de adultos ao longo dos anos. A expectativa é que o livro contribua para um entendimento dos resultados das Confiteas no mundo, bem como aprofunde as discussões em torno do conceito de EJA na perspectiva da aprendizagem ao longo da vida. A despeito dos avanços nos últimos 60 anos, os registros evidenciam os reais desafios para que as sociedades garantam o princípio do direito à educação básica para todos os jovens e adultos do mundo. O livro está disponível para download gratuito, em português, espanhol e inglês no endereço eletrônico: www.bit.ly/unesco_eja
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FESTORQUÍDEAS
Evento debate retirada da mata e comercialização ilegal das flores A s milenares orquídeas estão cada vez mais próximas de todos que procuram conviver um pouco mais com a natureza e sua beleza. Mas a venda de orquídeas retiradas do mato é a principal preocupação das diversas as-
sociações de orquidófilos que se multiplicam por quase todo o País. Este tema será debatido durante o 8º FestOrquídeas, que acontece entre os dias 28 e 30 de novembro na Casa José de Alencar (Av. Washington Sores, 6055).
Durante o evento que reúne orquidófilos para exibir suas flores, será expressamente proibida a exibição e/ ou comercialização de qualquer planta coletada na natureza. A participação no evento é gratuita, mas a Associa-
ção Cearense de Orquidófilos (ACEO), organizadora do evento, sugere aos visitantes a doação de alimentos não perecíveis, que serão doados à Assocrio, que atende pacientes com câncer, vindos do interior.
Câmara Federal Agora, a imagem, também, pode votar projeto, hoje emite energia limpa Com urgência constitucional, o Projeto de Lei 7735, de 2014, do Poder Executivo, que simplifica as regras para pesquisa e exploração do patrimônio genético de plantas e animais nativos e para o uso dos conhecimentos indígenas ou tradicionais sobre eles, pode ser votado hoje (18/11), no Plenário da Câmara. O projeto tranca a pauta naquela Casa. Atualmente, o acesso ao patrimônio é regulado pela Medida
Provisória 2.186-16/01 e cabe ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (Cgen) dar autorização prévia para o início das pesquisas por meio de processo que leva tempo e exige grande documentação do pesquisador. Na última rodada de negociações, governo, pesquisadores e agronegócio chegaram a um texto de maior consenso. Pontos polêmicos - fiscalização da agricultura, royalties e questão indígena - , no entanto, só serão resolvidos no voto. Segundo glossário legislativo da Câmara dos Deputados, há o trancamento de pauta, “entre outras hipóteses, quando vence o prazo (120 dias) para que a Casa se manifeste sobre medida provisória em tramitação, ou enquanto ela não delibera sobre matéria em regime de urgência já com o prazo vencido”.
O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ganha iluminação limpa e renovável. Desde o último fim de semana, a energia gerada a partir do movimento de pessoas sobre o piso naquele local, ilumina o símbolo da Cidade Maravilhosa. Ao cair da noite, será possível ver a estátua na cor verde, com um coração pulsante, em homenagem às pessoas que passaram por lá e transformaram seu movimento em luz. Os nove módulos do EcoPiso geram 250 watts-hora, o suficiente para carregar 50 celulares ou quatro televisores de 32 polegadas por hora ou, ainda, uma lâmpada fluorescente por 25 horas. A energia é armazenada em baterias de lítio especiais. A instalação é resistente à chuva e suporta veículos de todos os portes, podendo ser utilizada em estacionamentos, estradas e praças de pe-
dágio. A experiência foi patrocinada por Furnas Centrais Elétricas e pela EcoGreens Soluções Sustentáveis.