O Estado Verde - Edição 22328 - 26 de agosto de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO No 352 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 26 de agosto de 2014

CLIMA

Fortaleza agora tem Inventário de GEE A gestão de carbono está se tornando um aspecto cada vez mais importante, também, nas agendas das cidades. A Prefeitura apresentou levantamento de gases emitidos no Município, em 2012. O grande vilão são os automóveis. Págs. 5 e 6

POLUIÇÃO SONORA Barulho de aviões causa desconforto ambiental e problemas de saúde

Se normas não forem seguidas, o impacto pode levar a estresse, Págs. 7 e 8 irritabilidade e até aumento da pressão arterial.

LIMPA BRASIL LET’S DO IT!

Participe! A Prefeitura vai realizar grande mutirão de limpeza em Pág. 12 Fortaleza


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VERDE

Coluna Verde TARCILIA REGO

tarcilia_rego@terra.com.br

RASTREADOR DE CARBONO

O relatório da iniciativa Carbon Tracker ou Rastreador de Carbono, intitulado “Carbon Supply Cost Curves. Evaluating financial risk to oil capital expenditures” (Curvas de Custo de Fornecimento de Carbono. Medindo o risco financeiro do capital gasto em petróleo), aponta a Petrobras como uma das empresas de mais alto risco do planeta, devido aos elevados investimentos que fez no pré-sal e ao tamanho das reservas dessa região em comparação com o total de reservas que a companhia possui. O documento (maio de 2014) alerta aos investidores que cobrem das empresas das quais são acionistas, informações constantes e transparentes sobre suas áreas de exploração e viabilidade. Destaca ainda que “a possibilidade de que as reservas mais custosas de exploração de petróleo na realidade não serão utilizadas e os investimentos nelas serão perdidos”. O Rastreador de Carbono, na verdade, é uma equipe de especialistas financeiros com o objetivo de fazer o risco do investimento de carbono, atualmente, visível nos mercados de capitais. CÚPULA DO CLIMA Em setembro de 2014, em Nova York, ocorrerá a Cúpula do Clima do secretário-geral da ONU, prevista para criar uma dinâmica para um acordo climático global consistente em 2015, sendo uma excelente oportunidade para os grandes investidores internacionais demonstrarem que estão realmente comprometidos com o combate às mudanças climáticas. GADO E AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA Pesquisa realizada pela Universidade de Yale e o Instituto de Ciências Weizmann de Rehovot, em Israel, e publicada no periódico “Proceedings of the Natural Academy of Sciences” (PNAS), aponta os fortes impactos ambientais causados pela criação de gado para consumo de carne, comparados com outras fontes de proteínas. A pesquisa pode ser vista em www.pnas.org/content/early/2014. Exigindo uma superfície 28 vezes maior do que a necessária para produzir carne de ave ou porco, laticínios ou ovos, a criação de gado também consome 11 vezes mais água, além de os bois eliminarem cinco vezes mais metano – gás ainda mais nocivo para o efeito estufa que o CO2. PRÊMIO EDP Estão abertas as inscrições para o Prêmio EDP Inovação 2020. A iniciativa do

Verde

Grupo EDP Energias de Portugal quer incentivar a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo no Brasil, por meio do estímulo ao desenvolvimento de negócios para Cidades Inteligentes. Até 5 de outubro deste ano, empreendedores, estudantes de cursos técnicos, universitários, mestrandos, doutorandos, pesquisadores e cientistas poderão inscrever seus projetos através do site http://www.edpbr.com.br/premio/ . O primeiro colocado ganhará R$ 25 mil e uma viagem com acompanhante e todas as despesas pagas para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). AGRÍCOLA FAMOSA Empresa cearense, que tem sede em Icapuí, começa em setembro a exportar, pela terceira vez, as frutas da atual safra para o mercado árabe. A companhia vende em torno de dez contêineres por semana para Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Produz e exporta, principalmente, melão e melancia. São 150 mil toneladas de frutas ao ano e cerca de 60% vai para o exterior. Reflexão: “Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos”. Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio.

AGENDA VERDE 27 DE AGOSTO DIA DA LIMPEZA URBANA UMA DATA PARA PENSAR

• O Dia da Limpeza Urbana é comemorado em 27 de agosto e faz parte do calendário ecológico nacional. A data serve para levar a sociedade a refletir sobre a importância de um meio ambiente limpo e consequentemente equilibrado.

28 DE AGOSTO DIA DA AVICULTURA DE 28 E 29 DE AGOSTO FEIRA DE PROFISSÕES UNIFOR

• Universidade de Fortaleza abre suas portas nos dias 28 e 29 de agosto, para apresentar ao público, primeira edição da Feira de Profissões Unifor. As inscrições são gratuitas, mais informações em: http://www.unifor.br.

29 DE AGOSTO DIA NACIONAL DO COMBATE AO FUMO

• O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes.

DIA INTERNACIONAL CONTRA TESTES NUCLEARES

• O Dia é celebrado com o objetivo de sensibilizar os estados membros e a opinião pública internacional sobre a necessidade de eliminar este tipo de teste e os efeitos nocivos, e os perigos contínuos e duradouros das armas nucleares. Em 10 de setembro de 1996, em Nova Iorque, a Assembleia Geral da ONU aprovou o Tratado para a Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), que não tem entrado em vigor. O tratado proíbe quaisquer explosões nucleares em todos os ambientes, tanto para fins militares, quanto civis.

6 DE SETEMBRO DIA DO LIMPA BRASIL

• Campanha Limpa Brasil estará, dia 6 de setembro, em Fortaleza, para um mutirão de recolhimento de material reciclável, de 8h às 13 horas, em diversos pontos de coleta, espalhados pela capital cearense. A ação é uma parceria da Prefeitura de Fortaleza com a Atitude Brasil – empresa especializada em comunicação social e representante do Movimento Let’s do it!, nascido na Estônia e denominado, aqui, de Limpa Brasil.

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873


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VERDE

AGRICULTURA FAMILIAR

Iniciativa na Colômbia beneficia mais de 50 mil famílias rurais, diz FAO

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o ano em que a comunidade internacional celebra a Agricultura Familiar uma boa notícia vem da Colômbia. O governo daquele país lançou um novo programa de apoio à agricultura familiar que vai beneficiar 50 mil famílias de pequenos agricultores de 18 estados do país, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O programa conta com orçamento previsto acima dos 292 milhões de dólares e tem como objetivo melhorar as condições de financiamento, infraestrutura, produção e comercialização para milhares de famílias rurais. Fontes do Ministério da Agricultura apontaram que o programa vai aumentar a renda dos pequenos agricultores, melhorar a qualidade de vida e reduzir a pobreza no setor rural por meio do fortalecimento das unidades produtivas familiares que vão se organizar para gerar valor agregado. “A agricultura familiar é uma aliada fundamental na luta contra a fome na América Latina e no Caribe. Produz a maioria dos alimentos para o consumo local e responde por grande parte do emprego rural, fortalecendo a segurança alimentar”, afirmou Raúl Benítez, representante regional da FAO, durante o lançamento do projeto. O representante da FAO destacou ainda que 80% das propriedades na América Latina e no Caribe pertencem

à agricultura familiar, incluindo mais de 60 milhões de pessoas, e que 74% das unidades agrícolas da Colômbia também pertencem a esse setor.

tander, Norte de Santander e Valle del Cauca. Em 2015 vai ser aberto um novo leque de regiões e de maneira gradual vai chegar a todo o território nacional.

ACESSO A MERCADOS E ECONOMIA DE ESCALA Um ponto fundamental do programa colombiano da agricultura familiar é fomentar a associação como um fator de competitividade, já que isso vai permitir que os pequenos agricultores tenham acesso a novos mercados, gerando capacitações, capital social e economias de escala. A primeira fase do programa vai ser realizada nos estados de Bolívar, Boyacá, Guajira, Tolima, Antioquia, San-

AGRICULTURA FAMILIAR Os governos da América Latina e do Caribe demonstraram o compromisso com o setor ao estabelecer a agricultura familiar como uma das três iniciativas regionais da FAO, durante a última Conferência Regional da Organização. A agricultura familiar consiste em um meio de organização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola que são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mão-de-obra familiar,

tanto de mulheres quanto de homens. Além de agrupar cerca de 80% das propriedades agrícolas da região, contribui com altas porcentagens da produção: de 27% no Chile até 67% na Nicarágua. Ocupa nacionalmente entre 12% e 67% da superfície agropecuária, gerando entre 57% e 77% dos empregos agrícolas em toda a América Latina e Caribe. ANO INTERNACIONAL Em 2014, o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) l está sendo celebrando. A meta do ano é aumentar a visibilidade do setor e centralizar a atenção mundial sobre a importância dos pequenos agricultores na luta pela erradicação da fome e da pobreza.


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VERDE

ARTIGO

Inovações na construção civil garantem sustentabilidade ALBERTO GOMES RUIZ*

LEI DO LIXO ZERO PRECONIZA LIMPEZA GERAL

crescimento acelerado da população e a migração cada vez maior para os centros urbanos geram, entre outras consequências, maior demanda de energia, transporte, alimentação e infraestrutura. Calcula-se que, até 2050, a população mundial deva chegar a nove bilhões de pessoas e dois terços estarão vivendo nas grandes cidades. Esse movimento deve causar um forte impacto na maneira como a indústria da construção civil se posiciona. Uma das principais questões a serem repensadas no setor é que, diferente de outras indústrias, a construção não incorporou inovações ao seu processo e continua utilizando as mesmas técnicas há décadas. O método construtivo atual consome mais de 40% da energia produzida globalmente e contribui em 30% com a emissão de gases de efeito estufa, tornando-se o setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva. Por isso é preciso pensar e agir diferente no mercado da construção. É necessário aproveitar as tecnologias e materiais que reduzam o consumo de energia, de recursos naturais e que diminuam o impacto no meio ambiente. É indispensável avaliar o ciclo de vida dos materiais e seus reais efeitos na cadeia. Sabe-se, por exemplo, que o concreto é o segundo material mais utilizado em uma obra tradicional, depois da água. O cimento é responsável por 5% da emissão global de CO2 durante sua fabricação. Para compensar esse impacto, já existem aditivos químicos que garantem um concreto mais adequado a diferentes aplicações e que diminuem em 40% o uso de água em sua preparação. Além disso, ainda é baixa a dedicação às fases de projeto e planejamento. O uso de equipamentos mais eficientes, processos construtivos e tecnologias que promovam a redução de consumo de energia durante a utilização do edifício não são foco. Não se estabeleceu como rotina fazer o projeto pensando em eficiência energética. Em muitos casos não há aproveitamento da iluminação natural

O Estado do Rio de Janeiro aprovou uma lei que pune aqueles que jogam lixo na rua. É um diploma legal de 2001. O efeito não é lá muito alvissareiro desde a data em que a lei passou a vigorar aos dias atuais. Mas houve algum progresso, confirmando que a parte do ser humano que mais dói é o bolso. Se efetivamente cobrada a multa estipulada para o contraventor, o costume de respeito à lei vai-se sedimentando aos poucos. De igual modo, mais recentemente, Teresina, capital do vizinho Estado do Piauí adotou norma similar à do Rio de Janeiro. A lei aprovada na capital piauiense prevê multa para quem jogar lixo nas ruas da cidade. A Lei Lixo Zero, proposta pela vereadora Rosário Bezerra, determina uma multa de R$ 100 para quem for flagrado jogando papéis, latas ou qualquer outro tipo de lixo em via pública. O valor da multa pode dobrar em caso de reincidência.

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ou dos ventos para conforto térmico, nem há utilização denovas tecnologias para proteger o ambiente do calor. Ao contrário, os projetos contam sempre com ar condicionado nos ambientes. O pigmento frio é um exemplo de inovação para proteção térmica que é promissor, porque reduz a necessidade do uso do ar condicionado e pode ser aplicado, inclusive, em reformas e em projetos já iniciados. Adicionado à tinta, ele reflete a radiação solar, mantendo a superfície fria mesmo nas cores escuras. Esse tipo de pigmento foi aplicado e está sendo testado na CasaE, Casa de Eficiência da BASF, em São Paulo. Talvez seja cultural, mas há certa insegurança nos brasileiros em relação às novas tecnologias. Temos, além disso, um gargalo de qualificação de mão de obra que dificulta ainda mais a entrada de inovações no setor. Com a nova Norma de Desempenho NBR 15.575, que estabelece padrões mínimos de isolamento acústico, conforto térmico, durabilidade dos materiais e segurança, o mercado da construção civil no Brasil vai passar por fortes transformações. E essa mudança passa pelas inovações químicas, tecnológicas, novos sistemas construtivos e de eficiência energética. Para isso, é preciso quebrar alguns paradigmas, investir mais no planejamento e ter uma visão de longo prazo. Como será esse mercado no futuro? Como prever essas mudanças? O tempo para descobrir essas respostas está cada vez mais curto.

*Engenheiro civil, formado pela Universidade Estadual de Maringá (PR), com MBA pela USP e atua na divisão de Químicos para Construção da BASF.

Punição exemplar Desacostumados com o respeito às leis, os prefeitos de quase todas as cidades do País não respeitaram a lei que instituiu a Política de Resíduos Sólidos, a qual previa a extinção dos chamados lixões no prazo de 4 anos. O lixo continua sendo jogado em aterros a céu aberto, causando, inúmeros males à população. Esses dirigentes municipais desleixados, bem como os cúmplices da irresponsabilidade em qualquer instância de governo, deveriam ser punidos exemplarmente para aprenderem a cumprir a lei. E atentarem para a força do velho e batido ditado latino: dura Lex sed Lex. Descontrole Que dizer, então, da destinação do lixo eletrônico, muito mais perigoso e maléfico para a saúde das pessoas?!. E não se pode descuidar do fato de que o brasileiro é um sujismundo natural. Em termos de lixo eletrônico estamos um pouco acima da média mundial. Descartamos sete quilos de lixo eletrônico anualmente. O 1,3 milhão de toneladas anuais gerados no Brasil já são o suficiente para colocá-lo na sétima posição entre as nações que mais contribuem para a descontrolada quantidade lixo eletrônico contaminando o ambiente. Sujismundo Entre as cinco prioridades estabelecidas pela Lei que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305) está o lixo eletrônico. De acordo com o texto, o consumidor teria a opção de JORNALISTA E ESCRITOR

recorrer à logística reversa e retornar os objetos usados para a loja onde os comprou ou para os fabricantes. A lei, no entanto, depende de regulamentação e tem sido tema de interminável debate entre governo, varejistas e empresas. Falta autoridade e empenho do governo em solucionar o problema, esta a verdade insofismável. E-lixo Estado de São Paulo editou lei em 2009 que trata da reciclagem de eletrônicos. Iniciativa deveria ser seguida por outros Estados. A Lei de Resíduo Eletrônico, também denominada vulgarmente como E-lixo, Lixo Eletrônico, Lixo Digital, é conhecida ainda pela abreviatura REEE (Resíduo de Equipamentos Eletrônicos), termo utilizado para qualificar equipamentos eletroeletrônicos descartados ou obsoletos. Esta definição inclui, PC’s, computadores, monitores, celulares, tablets e outros. Problema O Lixo Eletrônico descartado de maneira inadequada, torna-se um sério problema para o meio ambiente, pois possui em sua composição metais pesados altamente tóxicos, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, além de outros compostos químicos que em contato com o solo contaminam o lençol freático e se forem incinerados liberam toxinas perigosas. Devido a isso a manipulação deve ser feita de maneira correta. Portanto, a legislação a este respeito deve ser rigorosa e a punição imediata para os infratores.


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VERDE

CLIMA

Fortaleza agora tem Inventário de GEE A gestão de carbono está se tornando um aspecto cada vez mais importante, também, nas agendas das cidades. A Prefeitura apresentou levantamento de gases emitidos no Município, em 2012 POR TARCILIA REGO

tarciliarego@oestadoce.com.br

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mudança do clima representa riscos e oportunidades para todos os setores, do público ao privado, particularmente, em países emergentes como o Brasil. Os impactos advindos das Mudanças Climáticas podem afetar o desempenho econômico, ambiental e social das cidades, mas também, está impulsionando o surgimento de uma nova economia de baixa emissão de Carbono. E é neste contexto, que a gestão de carbono está se tornando um aspecto cada vez mais importante, também, nas agendas das cidades. Tendo como objetivo orientar a inserir de maneira competitiva a Cidade, na nova Economia de Baixo Carbono, a Prefeitura realizou o primeiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O projeto coordenado e realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e com o apoio do Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (Iclei - sigla em inglês) foi apresentado na tarde da última sexta-feira (22), no Paço Municipal. O documento traz o levantamento de ga-

ses emitidos em 2012, que contribuíram para a geração de efeito estufa na Cidade e permitirá que o Município defina estratégias de controle e qualidade do ar. Segundo a titular da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Águeda Muniz, a parceria com o Iclei para realizar o inventário é mais um importante passo para a definição de um plano de ação e os projetos necessários para mitigar os efeitos desses gases no meio ambiente e, principalmente, na saúde das pessoas. “Nossa cidade só estará segura a partir de uma política ambiental, urbana que começa pela saúde dos fortalezenses”, disse a titular. O Iclei é uma associação criada há 23 anos, com atuação em mais de 70 países com foco no desenvolvimento sustentável local. “A Prefeitura Municipal já realizou, através de sua Política Ambiental, vários projetos e ações relacionados à mitigação dos efeitos desses gases, principalmente com a criação de uma célula de Controle da Poluição Atmosférica, o que não foi contemplado pela gestão anterior. O Iclei veio apresentar o que se identificou na Cidade em relação às emissões e assim, iniciarmos um plano de ação que findará numa lei de Política de Mudan-

ças Climáticas para a nossa Fortaleza”, explica a secretária Águeda. Entre as ações destacam-se algumas: a eficiência energética nas novas habitações do Programa “Minha Casa, Minha Vida” pela Habitafor; substituição de lâmpadas na iluminação pública; Programa de Certificação Sustentável em Construções Civis –

“Fator Verde”; renovação da frota de transporte público, ações do Transfor: avenidas, terminais e BRTs; Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (PAITT): binários, estacionamentos, ciclovias e programas de bicicletas compartilhadas; Plano Municipal de Saneamento Básico; requalificação dos Parques Urbanos.

Os automóveis foram os grandes emissores de gases causadores do efeito estufa, no ano de 2012, em Fortaleza


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DIVULGAÇÃO/PMF

VERDE Para o gerente de Mudanças Climáticas do ICLEI, Igor Albuquerque, a rapidez do processo impressionou. “O nosso papel é dar voz a cidade e fomentar ações e políticas, as melhores soluções. E com esse espírito que temos trabalhado na Cidade que tem se mostrado muito colaborativa e com boa vontade”. A proposta é refinar cada vez mais os números e trabalhar cada vez mais para mitigar os efeitos dos gases”, explicou Albuquerque. O trabalho terá continuidade com a organização de estudos e grupos de trabalho setoriais da cidade, elaboração da minuta de Lei da Política de Mudanças Climáticas e a definição de um Plano de Ação. EMISSÕES O diagnóstico por setor facilita implementar ações em andamento pela Prefeitura. Segundo o gerente do Iclei, o “caminho é colocar os projetos de forma transversal. O levantamento, que usou a metodologia Green Climate Cities, constatou que as emissões 2012 totalizaram 3.827.521 tCO2e sendo que 61% (2.338.261 tCO2e) dos gases causadores do efeito estufa, no ano de 2012, em Fortaleza, foram emitidos pelos automóveis e 25% (959.746 tCO2e) pelos resíduos, o segundo maior emissor.

O projeto coordenado e realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e com o apoio do Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (Iclei - sigla em inglês) foi apresentado na tarde da última sexta-feira (22), no Paço Municipal

DICIONÁRIO ESTADO VERDE O que é um Inventário de Emissões? Um inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é a expressão de todas as emissões das fontes relevantes desses gases em uma empresa, em uma cidade, em um estado ou em um País. O que são gases do efeito estufa? Os gases do efeito estufa envolvem a Terra e fazem parte da atmosfera. Estes gases absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a radiação escape para o espaço e aquecendo a superfície da Terra.

Fonte: Urban Leds

Quais e quantos são esses gases? Atualmente são seis os gases considerados como causadores do efeito estufa: Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Oxido nitroso (N2O), Clorofluorcarbonetos (CFCs), Hidrofluorcarbonetos (HFCs), e Hexafluoreto de enxofre (SF6). Segundo o Painel Intergovernamental de mudanças do Clima, o CO2 é o principal “culpado” pelo aquecimento global, sendo o gás mais emitido (aproximadamente 77%) pelas atividades humanas.


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ANDERSON SANTIAGO

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AVIAÇÃO

Barulho vem do céu e está acima do permitido pela legislação A poluição sonora causada pelo tráfego aéreo causa desconforto ambiental e até problemas de saúde como estresse e aumento da pressão arterial

fruto de pesquisa da própria e com previsão de ser lançado ainda este ano.

urante muito tempo a humanidade teve um sonho e conseguiu realizá-lo: voar. Mas enquanto alguns usufruem dos benefícios do rápido e confortável deslocamento proporcionado pelos aviões, em terra outros são afligidos (até mesmo sem perceber), pela poluição sonora gerada pelos enormes pássaros de ferro. Ter uma conversa por telefone interrompida pelo barulho de uma aeronave ou ainda, sentir a casa vibrar, tamanho o ruído, são algumas das situações vividas por quem está na rota de aviões, caso não haja estrutura técnica adequada para diminuir o barulho, ou ainda, por quem mora perto de aeroportos. Durante o dia, esse incômodo é abafado por outros ruídos (embora ainda afetem o funcionamento da mente, além de outros aspectos do organismo), mas durante a noite eles destacam-se, provocando sustos, insônia e irritabilidade. Segundo a professora universitária, Conceição Dornelas, “o ruído passa pelo ouvido mesmo quando se está dormindo e, infelizmente, muitas cidades têm em seu coração um aeroporto”. A professora e médica, é autora do livro “Direito Ambiental - Poluição sonora por aeronaves versus poder econômico”,

PROBLEMAS NO PARAÍSO Para minimizar o efeito dos ruídos característicos da aviação, exigem normas técnicas e legislações federais e municipais que regulamentam rotas de aviões e zoneamento em torno de aeroportos. Essas regras, porém, são constantemente desrespeitadas. Em Fortaleza, se por um lado o crescimento urbano em torno do Aeroporto Pinto Martins segue de forma desordenada, por outro, há quem sofra com os ruídos mesmo estando longe do local. O caso acima citado é exatamente o do

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DIVULGAÇÃO

POR SHERYDA LOPES oev@oestadoce.com.br

médico e professor universitário Hélio Rôla, que reside em um sítio no bairro Lagoa Redonda, escolhido pelo pesquisador, justamente, por proporcionar tranquilidade e contato com a natureza. O local fica aproximadamente 10 quilômetros do Pinto Martins e mesmo nessa distância, ele vivencia o incômodo a cada vez que um avião sobrevoa a casa na qual vive, o que ocorre várias vezes ao dia. Por não suportar a situação, em 2006, o médico passou a registrar os horários em que os aviões passavam. “Estavam cada vez mais baixo. A gente já conseguia ver com mais clareza detalhes da aeronave, como o nome da empresa e até mesmo as janelas”, conta. O profes-

sor passou então a peregrinar por vários órgãos das instâncias municipais, estaduais e federais em busca de quem o ajudasse a cessar o tormento. “O Ministério Público Federal solidarizou-se com meu problema e entrou com uma Ação Pública em 2009, processo que tramita até hoje na Justiça”, narra o médico. O caso é narrado na obra de Dornelas, que inclui o professor como um dos homenageados. “Na época solidarizei-me com a situação dele, e fiz o estudo de caso para minha monografia de conclusão do curso de direito. Veja bem: Ele não foi morar ao lado do aeroporto. O avião é que foi bater a sua porta”, lembra Conceição.

No chão, nem sempre as vítimas percebem que estão expostas ao problema


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“Querida Conceição, veja só o estrupício aeronáutico que martiriza os que moram debaixo da rota de saída, nada sei sobre as rotas de entrada. Até agora deu isso e parece que vem alguma pausa por aí, veremos. Saludos, HeRo [Saudações, Hélio Rôla]. [Horário dos] VOOS a partir das primeiras horas da madrugada do dia 26/10/08: 1:42, 2:05, 2:22, 5:11, 5:17, 5:25, 5:34, 6:03, 6:14, 7:06, 8:08, 9:12, 10:00, 11:34, 11:45, 11:55, 12:50, 13:50, 14:02, 14:07, 14:20, 15:09, 15:17, 15:44, 16:14, 16:20, 16:25, 16:36, 16:45, 17:36, 17:41… dá uma tabelinha [na pesquisa]?” O procurador do Ministério Público Federal, Alexandre Meireles, afirma que, embora a ação caminhe há cinco anos, trata-se do tempo normal para o andamento do processo. Ele conta à reportagem do Estado Verde que já foram feitos dois estudos, sendo um realizado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e outro pela então Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Seman), de Fortaleza, atual Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Ambos os estudos mostraram que o ruído produzido na região estava acima do permitido pela legislação. No decorrer do processo foi definido que a Seuma deveria realizar um novo estudo na Lagoa Redonda, levantamento de dados relativo à implementação da Carta Acústica de Fortaleza na região. A assessoria de imprensa da pasta informa que “A Carta Acústica é uma Ferramenta de Gestão e Planejamento de Política Ambiental que permite conhecer as áreas mais ruidosas e silenciosas para proteger e melhorar o quadro acústico existente; avaliar o número de pessoas expostas à poluição sonora; informar o público; traçar e gerenciar planos de ações”. Segundo as informações, o relatório da região ainda não foi finalizado devi-

do ao período da Copa do Mundo, com tráfego aéreo atípico. Uma nova medição foi realizada na semana passada e segundo Meireles, deve ser apresentada na Justiça até outubro, e ajudará a verificar se houve melhorias realizadas pela Agên-

cia Nacional de Aviação Civil (Anac). SERVIÇO Carta acústica de Fortaleza: http:// www.fortaleza.ce.gov.br/seuma/carta-acustica

POLUIÇÃO SONORA CAUSA DANOS À SAÚDE Segundo o chefe do setor de otorrinolaringologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Deodato de Carvalho, o barulho excessivo, inclusive aquele do dia-a-dia causado pelos carros e movimentação de centros comerciais, pode trazer danos que vão desde o stress crônico e a insônia até a perda de audição. Esse último pode ocorrer tanto de forma gradativa ou de uma só vez. “Quando se está dormindo, por exemplo, e subitamente o organismo é submetido ao barulho de uma turbina de avião, pode ocorrer perda auditiva, dependendo da intensidade do ruído. É um efeito parecido com o de uma buzina tocada de forma súbita e intensa perto de uma pessoa. Você submete órgãos sensíveis e delicados a um impacto que não era esperado, quando os órgãos estão relaxados”, explica.

O médico recomenda que, para se proteger, a população localizada perto de aeroportos ou de rotas de aeronaves procure adaptar a residência de forma acústica, ou ainda, que utilize abafadores. “Mas o ideal é que as pessoas não ficassem expostas a esse barulho”, recomenda. Hélio Rôla, que é médico e vítima dos ruídos das aeronaves também aponta uma série de danos. “Mesmo que a pessoa esteja gostando, como no caso de ambientes com música muito alta, a fisiologia normal do organismo é alterada. O som é a única radiação que balança o corpo, o músculo, alterando assim o seu funcionamento”, diz. Entre as consequências para a saúde, Hélio destaca a possibilidade do aumento da pressão arterial e transtornos de agressividade ligados ao stress.

TIAGO STILLE

Um dos trechos do livro dá uma noção do transtorno sofrido por Hélio. Trata-se de um email enviado pelo professor para Conceição, em que ele relata 31 registros de passagem de avião em apenas um dia. Alguns têm menos de 10 minutos de intervalo entre um e outro:


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VERDE

ECONOMIA E MEIO AMBIENTE

Catástrofes naturais estão saindo caro para o Brasil e para o mundo

Aon Benfield avaliou que o impacto financeiro dos desastres naturais foi de US$ 54 bilhões. Entre os cinco maiores eventos, a seca no Brasil DIVULGAÇÃO

POR TARCILIA REGO

tarciliarego@oestadoce.com.br

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mercado segurador está atento aos riscos ambientais. Um tema que a cada dia, torna-se mais recorrente, haja vista a urgência das questões climáticas. A consultoria e corretora de resseguros Aon Benfield acaba de elaborar mais um Relatório Semestral de Clima e Catástrofe. O estudo avaliou que o impacto financeiro dos desastres naturais foi de US$ 54 bilhões durante o 1º semestre, valor 56% inferior às perdas de US$ 95 bilhões no mesmo período de 2013 e abaixo da média de US$ 106 bilhões aferida nos últimos dez anos. No período, as perdas seguradas representaram US$ 22 bilhões, queda de 19% em relação à média de US$ 27 bilhões alcançada na última década. Aproximadamente 55% das indenizações pagas a segurados foram realizadas nos EUA, 23% na Europa e 19% na Ásia. Em ordem econômica, os cinco maiores eventos nos primeiros seis meses de 2014 foram: o rigoroso inverno no Japão em fevereiro (US$ 6,25 bilhões); inundações em maio na Península Balcânica e Reino Unido (US$ 4,5 bilhões); seca no Brasil de janeiro a junho (US$ 4,3 bilhões); seca nos EUA de janeiro a junho (US$ 4 bilhões), e o calor rigoroso na França, Alemanha e Bélgica em junho (US$ 3,5 bilhões). O relatório aponta também que as tempestades severas foram responsáveis por 32% das perdas financeiras ao longo do primeiro semestre do ano em curso e 46% das catástrofes seguradas são oriundas desse fenômeno. Por outro lado, a ausência de chuvas, também, contribuiu para perdas de bilhões de dólares nos EUA, além do Brasil, que registrou crise no setor energético e fornecimento de água no estado de São Paulo.

MAPEAMENTO DE RISCOS Com objetivo de auxiliar as seguradoras, a Aon Benfield é a única consultoria e corretora de resseguros do Brasil que possui uma plataforma de georeferenciamento na qual é possível verificar previamente o mapeamento de riscos dos ativos segurados. Utilizado há cerca de dois anos no País, o sistema ImpactOnDemandSM consegue gerar sofisticados relatórios, possibilitando que as companhias analisem a possibilidade de sinistros ao identificar acúmulos e exposições à catástrofes ao redor de uma área determinada. Segundo o Chief Executive Officer (CEO) da consultoria, Elmo Avellar, a ferramenta pode avaliar para as seguradoras, por exemplo, o risco de propriedade e engenharia, responsabilidade civil, ameaça para os setores de óleo e gás, entre outros eventos. “Trata-se de uma poderosa plataforma, capaz de identificar no mapa mais de 500 mil locais de risco no mundo inteiro em menos de cinco segundos”, explica. SEGURO DAS SEGURADORAS Segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) resseguro é a

“a operação pela qual o segurador transfere a outro, total ou parcialmente, um risco assumido através da emissão de uma apólice ou um conjunto delas. Dessa forma reduz-se a responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo, cedendo a outro uma parte da responsabilidade e do prêmio recebido”. Simplificando: resseguro é o seguro das seguradoras. É um contrato que visa manter a solvência das mesmas, em outras palavras, o resseguro protege as seguradoras caso elas tenham algum problema como danos que possam surgir. CLIMA MAIS SEVREO Conforme informado pela Aon Benfield a esta editoria, o mercado de resseguro é diretamente afetado por eventos climáticos, e com o aquecimento global e que é possível perceber, cada vez mais, severidade nesses eventos. “Por exemplo, a ocorrência de chuvas torrenciais na Alemanha e República Tcheca no ano passado geraram um prejuízo econômico de US$ 16,5 bilhões, no entanto, as perdas seguradas (que tinham proteção de seguro) somaram apenas US$ 4,1 bilhões”. A análise mostra que o mercado ainda tem muito potencial de crescimento em todo mundo.

Ainda de acordo com o estudo, as perspectivas para o 2o semestre são de alta no número de desastres, uma vez que o terceiro trimestre é historicamente o mais caro para as catástrofes naturais e é impulsionada, principalmente, pelo pico da temporada de furacões no Atlântico. Ano passado o mundo enfrentou 308 desastres, dos quais 150 foram catástrofes naturais e 158 decorridas de atividades humanas. MERCADO BRASILEIRO Entre abril de 2013 e abril de 2014, o volume de prêmio de resseguros (valor que os clientes desembolsam para proteger o risco) emitido no Brasil foi de R$ 8,25 bilhões. As empresas costumam proteger geralmente a responsabilidade civil relacionada a danos ambientais como, por exemplo, poluição súbita, acidental ou gradual. SOBRE A AON A Aon é líder mundial em gestão de riscos, corretagem de seguros, resseguros e consultoria em benefícios e capital humano. A companhia está presente em 120 países. No Brasil, a empresa conta com cerca de 10 escritórios nas principais cidades do País. Para mais informações acesse o site aon.com/brasil.


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FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 26 de agosto de 2014

VERDE

PARTICIPE!

Prefeitura vai realizar grande mutirão de limpeza em Fortaleza

O Governo local e o Movimento Limpa Brasil promovem ação para conscientizar a população sobre a destinação correta dos resíduos. Um exercício de cidadania de todos e para todos DIVULGAÇÃO

POR TARCILIA REGO

tarciliarego@oestadoce.com.br

N

o próximo dia 6 de setembro (sábado), a Prefeitura de Fortaleza e o Movimento Limpa Brasil realizam, das 8h às 13h, um grande mutirão de recolhimento de resíduos recicláveis, em 26 pontos de entrega voluntária distribuídos na Cidade, entre escolas, parques e mercados públicos. O objetivo é incentivar a reflexão para a mudança de atitude do munícipe em relação ao hábito de rebolar o lixo no mato. Fortaleza é a 20a cidade brasileira a receber a campanha Limpa Brasil, que conta com a cooperação da Unesco e apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A gestão do lixo é um exercício de cidadania, de todos e para todos. Segundo o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, raramente, paramos e pensamos sobre o tema, a ação será um ato simbólico. “Um dia para refletirmos sobre a gestão de resíduos sólidos na nossa cidade, e mais importante, um dia para envolver todas as pessoas numa nova cidadania e cuidar de um problema que não é só da nossa Capital. A coleta e o gerenciamento de resíduos é um assunto de toda grande Cidade”, disse o Prefeito, durante a coletiva de imprensa que ocorreu na tarde de sexta-feira (22), no auditório do Paço Municipal e apresentou o movimento Limpa Brasil. “O tema é uma dor de cabeça diária e exige um envolvimento de quem vive na Cidade. Fomos presenteados com a visita do Limpa Brasil, uma ação internacional de grande esforço e mobilização, precisamos muito da parceria de todos para fazer uma grande e inovadora ação de conscientização e termos uma Cidade mais limpa e ao mesmo tempo uma cidade que produza menos lixo e consequentemente, menos riscos ao meio am-

O ex-catador de gramacho Tião Santos, prefeito Roberto Cláudio e a titular da Seuma Águeda Muniz biente e à saúde da população”. COMO PARTICIPAR? Os interessados podem participar de duas formas: entregando o material reciclável de sua casa em qualquer ponto de entrega ou retirando, num desses pontos, um kit contendo um saco de 100 litros e luvas para coletar o material reciclável que estiver descartado indevidamente, na região da Cidade que preferir. A meta é recolher dez toneladas de material. O material recolhido será entregue aos catadores de materiais recicláveis de Fortaleza e Região Metropolitana. “Não é um simples descarte”, destacou a titular da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Águeda Muniz. “A ação contará com a participação da Rede de Catadores do Município que vai transformar esses resíduos descartados em emprego e renda”, esclareceu a titular. O resíduo será transportado pela empresa Ecofor para o Centro de Triagem do Bom Sucesso. “São 26 espaços distribuídos na Cidade para que possamos coletar os resíduos”, encerra. LIMPA BRASIL - LET’S DO IT! O movimento Limpa Brasil - Let’s do it! (www.limpabrasil.net) é um movimento de mobilização social, começou no Brasil em 2010 e já passou por 19 cidades e pretende incentivar a reflexão para a mu-

dança de atitude do cidadão brasileiro em relação ao hábito de jogar lixo fora do lixo. Durante a coletiva no paço Municipal, a coordenadora geral do Movimento Limpa Brasil, Marta Rocha, disse que é preciso garantir que a próxima geração seja mais consciente com a questão do lixo, “porque não fomos educados para

tratar o nosso resíduo de forma correta”. Na capital cearense já aconteceram palestras de mobilização para professores da rede municipal de ensino e para alunos do IEP (Instituto de Educação e Portal). Ministrada pelo ex-catador do Jardim Gramacho (Rio de Janeiro), Tião Santos, o objetivo das mobilizações é engajamento e capacitação das pessoas para participação na mobilização. O Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, ou Lixão de Gramacho, no Rio de Janeiro, foi recentemente fechado conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos que exige o fechamento de todos os lixões do País. Nos anos de 2011, 2012 e 2013 no Brasil, 19 cidades foram visitadas pelo Limpa Brasil - Let’s do it!. O resultado foi a participação de mais de 155 mil voluntários e o recolhimento de 1,3 mil toneladas de material reciclado doado às cooperativas de material reciclado.

PARTICIPE - “DIA D” DO LIXO EM FORTALEZA

No dia 6 de setembro será a sua vez de exercer a boa cidadania, participe do que agora é chamado “Dia D” do lixo em Fortaleza. Reúna-se com a família, amigos, colegas de escola, faculdade e mãos a obra, vamos participar do mutirão de limpeza e varrer Fortaleza. O recolhimento de reciclável acontecerá, das 8 horas às 13 horas, e tem ponto de coleta de sobra, para todo mundo, são 36 espaços da cidade, entre áreas públicas, escolas e supermercados. Veja todas as informações no site http://www.limpabrasil.net/limpa-fortaleza/


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FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 26 de agosto de 2014

VERDE

EÓLICA

Eusébio inaugura sistema gerador de energia limpa Além de pagar o consumo mensal da Autarquia Municipal do Meio Ambiente (Amma), sistema pode gerar energia excedente. Prefeitura espera que o custo de R$ 65 mil seja pago em 4 anos

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Prefeitura de Eusébio, através da Autarquia Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Amma) inaugurou, na manhã da última quinta-feira, 21, o Microgerador Eólico, sistema que aproveita a força dos ventos para a geração de energia elétrica. A inauguração do sistema representa o norte da Prefeitura do Eusébio quanto à sua política ambiental, que é a de buscar o crescimento de forma sustentável. O equipamento pode gerar 3.5 Megawatts de energia ao mês, suprindo todo o consumo do órgão municipal (2.5 MW) e ainda fornecendo energia extra para a rede pública de abastecimento, segundo informações do presidente da Amma, Celso Rodrigues. “Esse projeto condiz com a nossa missão, pois além de órgão fiscalizador e de controle, temos uma forte atuação na preservação do meio ambiente. Com esse projeto, que gera energia renovável e não poluente, teremos também uma redução significativa da emissão de CO² na at-

rá ser cedido para outro beneficiário, como informa o Rodrigues. “Vamos analisar o desempenho neste primeiro mês, para verificar o quanto ele realmente vai produzir para, assim, decidir o que fazer com o excedente”, disse. O microgerador custou aproximadamente R$ 65 mil, recurso do Município, e foi adquirido por meio de processo licitatório. De acordo com o executivo, a conta de energia da Autarquia é de aproximadamente R$ 1.300,00, despesa que pode ser sanada integralmente por meio do recurso . “O tempo de vida útil desse equipamento é de 20 anos, e com a economia na conta de luz, em quatro anos estará pago. Assim, o benefício ultrapassa a Gestão”, esclarece.

DIVULGAÇÃO/AMMA

A capacidade máxima do gerador é de 3.5 Megawatts (MW) ao mês, excedendo em 1 MW o consumo mensal da AMMA mosfera”, explica o titular da Amma. O desempenho do sistema depende da quantidade de ventos na região. O

excedente produzido será usado como crédito junto a Coelce para o abatimento da conta de energia ou ainda, pode-

PILOTO A medida funcionará como um piloto, e, a partir do desempenho do material e a economia alcançada com o projeto, pode ser estendida para os demais órgãos da administração municipal do Eusébio.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Ecoelce inaugura máquina inovadora em Aquiraz Amanhã, quarta-feira (27), a partir de 9h, o programa Ecoelce irá inaugurar mais um ponto de coleta de resíduo reciclável. O posto de autoatendimento ficará localizado dentro do Engenhoca Parque Ecoeducativo, no município de Aquiraz e chega com novidades para aqueles que gostam de ajudar o próximo. Promover a destinação correta de resíduos e, em troca disto, conceder bônus na conta de energia já é uma boa ideia.

Agora, além de contribuir com o meio ambiente e oferecer estes descontos, o Ecoelce possibilitará a geração de uma moeda solidária que levará crianças carentes para brincar no Engenhoca Parque Ecoeducativo. Funcionará da seguinte forma: ao levar o resíduo segregado para o autoatendimento, a máquina irá pesar o volume. Na tela, o cliente poderá escolher se o bônus na conta de energia vai para ele ou para alguma instituição. Ao selecionar

o projeto Engenhoca Solidário, o valor que será descontado vira moeda solidária. Dessa forma, uma vez por mês, 50 crianças poderão aproveitar o parque no Dia Solidário Engenhoca. O objetivo da nova ação é incentivar os clientes a participarem mais do programa Ecoelce no município de Aquiraz, fazer com que as crianças se envolvam mais em contribuir com o meio ambiente e se sensibilizarem com o espírito solidário.

ECOELCE O Ecoelce é um programa que propõe a troca de resíduos recicláveis por bônus na fatura de energia. Iniciado em janeiro de 2007, conta atualmente com 97 postos, entre a Capital e o interior do Estado e já atendeu 427.204 clientes cadastrados, contabilizou 17 mil toneladas de resíduos e concedeu R$ 2.204,664,99 em bônus na conta de luz.


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VERDE

CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

UC’s poderão ser geridas por parcerias ambientais público-privadas Projeto construirá o modelo para realização das parcerias ambientais. Para a ministra Teixeira do MMA, novos desafios serão colocados a partir de agora

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gestão de 313 Unidades de Conservação (UC´s) poderá ser feita por parcerias ambientais público-privadas, cujo modelo será definido em projeto que irá definir a Política Nacional de Parcerias (PNP). Lançado no último dia 19, no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, o projeto construirá o modelo para realização das parcerias ambientais. Para a definição da PNP, serão estudados modelos nacionais e internacionais. “Vamos buscar e desenhar novos modelos de parcerias e alianças nessa relação público-privada. O propósito final é a eficácia do sistema, conservando e desenvolvendo ao mesmo tempo”, afirmou o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin. O projeto, resultado do acordo assinado entre o MMA, ICMBio, Instituto Brasileiro de Administração Municipal

(Ibam), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ministérios da Fazenda e do Planejamento, será executado em quatro anos. Custará US$ 3,28 milhões, dos quais, o BID financiará 48,2 %. A Caixa Econômica Federal entrará no projeto com 31,37%. Além de aproveitar os nativos ambientais de maneira sustentável, o projeto pretende identificar oportunidades de negócios e geração de trabalho e renda para a população e empresas que irão participar das parcerias ambientais. As estratégias a serem adotadas devem promover o diálogo com as políticas sociais e econômicas que estão em curso, buscando ampliar o aproveitamento das potencialidades econômicas das UC’s . “Novos desafios serão colocados a partir desse projeto”, declarou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a cerimônia que celebrou o Acordo de Cooperação entre os partícipes.

CEARÁ Governo agora tem um procedimento padrão para nortear a criação das RPPN´S

BRASIL Panorama atual das Unidades de Conservação 313 unidades são geridas pelo governo federal, das quais 140 estão em regime de proteção integral e outras 173 apresentam atividades de uso sustentável. 112 unidades abertas ao público.

Com informações do Ministério do Meio Ambiente

O Governo do Ceará, agora, tem um procedimento padrão para nortear a criação das Unidades de Conservação (UC’s). Foi publicada no Diário Oficial, em 20 de agosto último, a Instrução Normativa no 01/2014.O proprietário interessado em ter seu imóvel, integral ou parcialmente, transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), deverá, no âmbito estadual, encaminhar requerimento ao Conselho de Politicas e Gestão do Meio Ambiente -Conpam, solicitando a criação da RPPN, como regulamenta o Decreto Estadual no 31.255 de 26/06/2013.

As UC’s são criadas por ato do poder público federal, estadual ou municipal. A criação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública, ocasião em que a população local pode participar na identificação da localização, dimensão e dos limites mais adequados. A consulta pública é obrigatória, exceto para a criação de UC nas categorias Estação Ecológica e Reserva Biológica. Para mais informações sobre os procedimentos de criação de UC’s consulte: http://www. conpam.ce.gov.br/.


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