ANO VI - EDIÇÃO No 356 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 23 de setembro de 2014
ENTREVISTA
A prioridade do partido é propor outro modelo econômico de desenvolvimento
AGENDA GLOBAL
69ª sessão da Assembleia Geral da ONU
Chefes de Estado e de Governo debatem uma agenda de desenvolvimento pós-2015 na sede das Nações Unidas, em Nova York. No centro das Págs. 3 e 12 discussões, o clima. DIVULGAÇÃO
Como já é tradição, o Caderno O Estado Verde faz a primeira entrevista da série que publicará com os candidatos ao cargo de Governador do Estado. Começamos com o representante do Psol, Ailton Lopes. Págs. 6 e 7
DIREITO
FOTO: BETHE DREHER
Lei Estadual de Combate a Desertificação
Quem afirma é o jornalista e especialista em legislação ambiental, Barros Alves, em sua coluna semanal no Estado Verde.
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FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 23 de setembro de 2014
VERDE
Coluna Verde TARCILIA REGO
AGENDA VERDE DE18 A 25 DE SETEMBRO SEMANA NACIONAL DO TRÂNSITO 2014
tarcilia_rego@terra.com.br
LIXO...
Na Rússia uma “justiceira do lixo” está em ação. Trata-se de uma motoqueira que fica parada em pontos específicos, esperando que algum motorista, inadequadamente, descarte resíduos pela janela do carro. Atenta, a justiceira recolhe o lixo jogado, liga a moto e vai atrás do carro e devolve ao motorista o seu “pertence”. A ação foi registrada em um vídeo publicado no YouTube, no último dia 15/09, e dois dias após a publicação, já soma quase 6,5 milhões de visualizações. Confira o vídeo, vale a pena: http://www.youtube.com/watch?v=Xbs6eMxa5ds. Em Fortaleza, o programa da Coelce, que propõe a troca de material reciclável por bônus na fatura de energia, totalizou, no último mês de agosto, a marca de uma tonelada de pilhas arrecadadas. O destaque da informação é que o cliente não é contemplando com o bônus Ecoelce quando segrega esse tipo de resíduo, como acontece como acontece, por exemplo, com o PET. Mesmo assim, grande parte da população cearense destina o perigoso resíduo ao programa. Como afirma o responsável pela área de eficiência energética da Coelce, Odailton Arruda, o resultado “mostra que as pessoas não estão preocupadas somente com o desconto na conta de energia”. Realmente, uma boa notícia, o meio ambiente agradece. DIA DO IDOSO SEM REMÉDIO O Estatuto do Idoso em seu artigo segundo, diz que o “idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade”. Mas não é que acontece no Ceará. Vem aí, 1o de outubro, o Dia do Idoso e um significativo número de participantes do programa de atendimento no Centro de Atenção ao Idoso do Hospital Walter Cantídio da UFC, portadores de Mal de Alzheimer, possivelmente, passarão o dia que lhes é dedicado sem poder ingerir a substância donepezila (Eranz), importante e caro remédio que alivia o avanço da nefasta demência. A Secretaria de Saúde do Estado não está entregando quantidade suficiente do medicamento, segundo informou um dos funcionários da farmácia daquele hospital, sexta-feira, 19, quando estive lá. Existem várias leis que protegem os idosos de maus-tratos, mas eu não conheço nenhuma que os protejam do descaso do poder público, a exemplo da falta de medicamentos. É preciso, urgentemente,
Verde
pensar como resolver a questão. A falta do remédio indica a falta de comprometimento por parte do Governo em atender um direito adquirido pelo cidadão idoso, demonstra o desrespeito e a falta de cuidado para com os mais velhos, além de revelar (o que não é novidade) a incapacidade do Sistema Único de Saúde, em atender à população. CONFERÊNCIA ETHOS Com concepção e conceito inovadores, começa hoje, em São Paulo, a Conferência Ethos 2014. O economista Pavan Sukhdev confirmou presença, ele ficou conhecido em todo o mundo depois de aceitar o desafio de calcular o valor da biodiversidade global. EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Ecofor Ambiental realiza ações de Educação Ambiental nas escolas de Fortaleza. Até o mês de novembro, 25 escolas serão visitadas e mais de dez mil crianças, do 1o ao 5o ano escolar, serão alcançadas pelo Programa Ecocidadão. Ontem (22), o Colégio Frei Tito de Alencar Lima, na Praia do Futuro, recebeu a visita da equipe do programa, hoje (23), é a vez do Colégio Madre Teresa de Calcutá, em Messejana. REFLEXÃO: “Tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles, de alguma forma, já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.” Steve Jobs.
• Tema: “A Cidade para as pessoas: proteção e prioridade para o pedestre.”
23 DE SETEMBRO PRIMAVERA 2014
• “O Céu está tão lindo!” É Primavera, a estação que fica entre o inverno e o verão e que começa hoje no Brasil. É um tempo onde o colorido das flores desabrocha nos jardins e nas florestas, os dias são mais longos e a temperatura fica mais elevada do que no inverno. Segundo o IBGE, em países tropicais como o Brasil, a Primavera não altera muito o clima quando comparada ao Inverno, principalmente, se ele não tiver sido muito rigoroso.
25 DE SETEMBRO DIA DO RÁDIO
• Em 25 de setembro comemora-se o Rádio. Neste dia nasceu Roquete Pinto, considerado o “Pai do Rádio Brasileiro”. Para lembrar o Dia do Rádio a Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, realiza, desde ontem (22), a VII Exposição Temática sobre o Rádio, na Casa de Juvenal Galeno que fica na Rua General Sampaio, 1128, Centro. A mostra que é aberta ao público, termina dia 29. Mais informações no blog radiouvintes. blogspot.com.
DIA 28 DE SETEMBRO DIA DO SORVETE
• A data coincide com a fundação da Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (Abis) em 2002 e também com a data que todos os comerciantes que trabalham com sorvete comemoram: a chegada da Primavera, que nos aproxima do Verão em nosso País.
30 DE SETEMBRO PRÊMIO MOBILIDADE URBANA
• As inscrições para o Prêmio Mobilidade estarão abertas até o dia 30. Lançada pelo Instituto Cidade em Movimento (Institut pour la Ville en Mouvement, IVM, sigla em francês), a premiação contempla qualquer ação causadora de impacto positivo na mobilidade urbana, independentemente do porte. Podem participar – ou serem indicadas - pessoas físicas, associações de bairro, institutos, ONGs, empresas, poder público e outras organizações que tenham implementado uma forma inovadora em benefício da qualidade de vida e da mobilidade da Cidade. Mais informações: www.cidadeemmovimento.org/premiomobilidademinuto. Leia mais sobre a agenda na página 4.
O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873
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VERDE
AGENDA GLOBAL
Começa a 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
A
sexagésima nona sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas já começou. A agenda da cimeira, presidida pelo diplomata do Uganda, Sam Kahamba Kutesa, é composta por 177 pontos, no foco das discussões: a Agenda Global de Desenvolvimento Pós-2015 e as Mudanças Climáticas. Os debates de alto nível sobre política geral, no âmbito da sessão da Assembleia Geral que contará com a presença de 144 chefes de Estado e de Governo, será inaugurada amanhã (24) e termina dia 30 de setembro. Seguindo a tradição, o Brasil abrirá o debate geral. TEMA “Entregar e implementar uma agenda de desenvolvimento pós-2015, transformadora”, é o tema central das discussões que já começaram durante a semana inicial de deliberações ocorrida ente os dias 16 e 21. A partir amanhã (24), as autoridades dos 193 Países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), poderão fazer suas deliberações sobre várias questões preeminentes do mundo como a paz e a segurança internacionais, a
promoção dos direitos humanos, o desarmamento, o controle de drogas, a prevenção da criminalidade e a luta contra o terrorismo internacional. AGENDA PÓS-2015 Seguindo o costume, o presidente da Assembleia Geral abriu a primeira reunião plenária do dia 16 de setembro. Em seu primeiro discurso, Sam Kahamba Kutesa enfatizou que o momento é fundamental e histórico para construir uma agenda pós-2015 que traga resultados concretos e a melhoria na vida de todas as pessoas através do crescimento econômico sustentável e inclusivo. “A lista é longa como a pobreza e a fome desafiantes; o desemprego persistente; os conflitos armados violentos; os sistemas de ensino inconstantes; a mudança climática e o aumento do nível do mar; e a infraestrutura inadequada”, disse. Na ocasião, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou que “há muitas razões para estarmos preocupados com a atual situação do mundo. Mas também, há muitas razões para termos esperança”. Ele exortou aos chefes de Governo e de Estado de todo o planeta que aproveitem a oportunidade e apresentem, durante a Sessão, as oportunidades e soluções encontradas para os desafios enfrentados pela humanidade.
OS TRÊS GRANDES Ontem (22) já foram inaugurados os eventos de grande visibilidade: a Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas; a Sessão Especial da Assembleia Geral de Seguimento da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e a Cúpula do Clima 2014 – uma iniciativa do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon e reunirá os países membros. Todos estes eventos acontecem na sede das Nações Unidas em Nova York. A Assembleia reuniu-se ontem, também, numa sessão especial para avaliar os progressos feitos nos últimos 20 anos na implementação do Programa de Ação para o progresso social e econômico acordado na decisiva Conferência Internacional sobre a População e Desenvolvimento, realizada no Cairo, em 1994, e renovar o apoio político para alcançar esses objetivos “depois de 2014”. Hoje termina a primeira Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, uma reunião plenária de alto nível que tem como objetivo chamar a atenção para os problemas enfrentados pelos povos indígenas e partilhar as melhores práticas para concretizarem os seus direitos segundo os objetivos definidos na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e em outros instrumentos.
CIMEIRA DO CLIMA Para quem está de olho no tema Mudanças Climáticas, o evento mais importante da semana, talvez, mais importante do que o Debate Geral de amanhã, é, sem dúvidas, a Cimeira sobre o Clima 2014, que acontece hoje. O secretário geral Ban Ki-moon, convocou a reunião com líderes dos governos, negócios e sociedade civil com o objetivo de mobilizar a vontade política e catalisar ações ambiciosas sobre as alterações climáticas, uma oportunidade para combater o que ele descreve como “o problema dos nossos tempos”. A ASSEMBLEIA Criada em 1945, no âmbito da Carta das Nações Unidas, a Assembleia Geral ocupa uma posição central como órgão supremo deliberativo, responsável pela elaboração de políticas e de representação das Nações Unidas. Composta por todos os 193 membros das Nações Unidas, proporciona um fórum único para o debate multilateral do espectro total das questões internacionais abrangidas pela Carta (http://www.un.org/en/documents/ charter/index.shtml). A Assembleia reúne-se de forma regular de Setembro a Dezembro todos os anos, e depois conforme necessário.
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FORTALEZA
Prefeito envia a Câmara projeto que altera o Conselho Municipal de Política Cultural
O
prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, encaminhou para a Câmara Municipal projeto que visa alteração da Lei no 9.501, de 1o de outubro de 2009, e que dispõe sobre a instituição, organização, atribuições e funcionamento do Conselho Municipal de Política Cultural, previsto pelo artigo 285 da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, criado pela Lei Complementar no 54, de 20 de dezembro de 2007. O projeto de Lei é fruto das reivindicações do Conselho Municipal de Política Cultural, que desenvolveu o projeto em colaboração com a Secretária Municipal de Cultural. Dentre as diversas alterações, destaca-se a ampliação do Conselho, que passará a ser composto por 52 membros com seus respectivos suplentes, recrutados dentre representantes do poder público e da sociedade civil, garantindo paridade entre si. Atualmente, o Conselho conta com 42 membros. Outro destaque é a alteração do artigo 5o, que prevê dois representantes da linguagem Cultura Tradicional Popular, sendo um representante da Comissão Cearense de Folclore e um do Fórum Temático de Cultura do Orçamento Participativo, além de um representante de cada uma das sete regionais de Fortaleza. As linguagens Humor, Moda e Mídia Digital também passarão a ter representantes no Conselho, caso a Lei seja aprovada. Por fim, é prevista a alteração do ar-
tigo 9º, que diz respeito à presença dos Conselheiros nas plenárias. A nova Lei prevê que o quórum mínimo de deliberação passa a ser de 1/3 da presença dos Conselheiros, ao invés de 1/2, facilitando assim a realização de reuniões com o poder de deliberação. “As mudanças na composição do CMPC são um avanço na medida em que agregam maior representatividade e participação ao Conselho e, consequentemente, à política cultural desenvolvida em Fortaleza. Os novos membros, que agora passam a ter direito de voz e voto e de regularizem seus fóruns, são de extrema importância para a vida cultural da nossa cidade e têm muito a contribuir com as discussões do CPMC nos próximos anos”, acredita o secretário de Cultura de Fortaleza, Magela Lima. “A aprovação da Lei irá fortalecer o Conselho, que atualmente conta com uma estrutura em defasagem. Poderemos contar com uma presença maior de conselheiros e do poder público, o que evitará a atual dificuldade de quórum. Com a modificação, teremos também estrutura mais simplificada, eficiente, o que irá contribuir na aceleração dos processos, como por exemplo, a constituição do Fundo Municipal de Cultura, uma outra lei importante”, frisa o secretário geral do Conselheiro Municipal de Políticas Culturais, Thalles da Silva. Fonte: Assessoria de Comunicação Secultfor
LEI ESTADUAL COMBATE A DESERTIFICAÇÃO No árido deserto em que tornou-se o Poder Legislativo cearense, carente de boas proposituras, aqui e acolá aparece um projeto de relevo que merece maior atenção. Um deles é uma propositura que se tornou lei, de autoria do deputado comunista Lula Morais. Foi apresentado uma primeira vez e não foi aprovado. Numa segunda tentativa, o parlamentar conseguiu convencer seus colegas, para a importância da matéria. Trata-se, com efeito, de uma iniciativa valiosa porque define um mecanismo legal para a conservação do ambiente, uma vez que o legislador institui a política estadual de combate à desertificação no Ceará, a estas alturas deveras carente de uma ação institucional firme neste sentido. Todavia, já se passaram mais de cinco anos que este projeto foi transformado em lei, mas, ao que parece, as ações governamentais ainda são muito tênues para pelo menos amainar tão grave problema. ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA A lei de Lula Morais é bem elaborada. Se os organismos que cuidam da área ambiental se dispusessem a empreender uma ação de enfrentamento permanente mais incisiva e qualificada contra a desertificação, o dispositivo legal em apreço assenta as bases para esta ação. O diploma lista de forma bem clara os caminhos e determinantes que se obedecidos e executados devidamente possibilitam o combate decisivo ao processo de desertificação que já afeta extensas regiões do Ceará. CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO Ao justificar a importância de sua propositura, o deputado Lula Morais lembrou que “as áreas do País suscetíveis de desertificação, as quais se enquadram na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, ocupam uma área total de 980.711,58 km2, o que representa 11,5% do território nacional.” Ele listou vários fatores que causadores do problema, tais como o desmatamento abusivo que compromete a biodiversidade e facilita a erosão do solo; o uso intensivo do solo que fica sem descanso e sem a devida conservação compromete ineJORNALISTA E ESCRITOR
xoravelmente a produtividade; a irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos, inviabilizando algumas áreas e alguns perímetros irrigados do semiárido”, entre outros. CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS O deputado Lula Morais chama a atenção para o fato de que, “além de serem correlacionados, esses problemas desencadeiam outros, de extrema gravidade para a região. É o caso do assoreamento de cursos d’água e reservatórios, provocado pela erosão, que, por sua vez, é desencadeada pelo desmatamento e por atividades econômicas desenvolvidas sem cuidados com o meio ambiente. Em decorrência da degradação ambiental, os problemas econômicos crescem, principalmente, no setor agrícola, com o comprometimento da produção de alimentos, além do custo quase incalculável de recuperação da capacidade produtiva de extensas áreas agrícolas e da extinção de espécies nativas.” A lei aqui referida pode ser lida na íntegra no seguinte link: http://www2.al.ce.gov.br/legislativo/proposicoes/ver.php?nome=27_ legislatura&tabela=projeto_ lei&codigo=123
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SEMANA NACIONAL DE TRÂNSITO 2014
As atividades socioeducativas prosseguem, em Fortaleza
Ações promovidas pela Prefeitura, através da AMC, pede que o cidadão dê passagem para a vida. No foco da campanha, a segurança do pedestre
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stamos em plena Semana Nacional do Trânsito 2014. Dando prosseguimento às atividades socioeducativas inseridas na programação da Semana, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), promove, hoje e amanhã (24), a campanha educativa “Dê passagem para a vida”, nos terminais da Messejana e Parangaba, respectivamente. Durante os horários de pico, entre 6h30 e 8h, educadores de trânsito e fiscais da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) farão abordagens com passageiros a fim de orientá-los acerca da travessia segura pela faixa de pedestres. Além da ação de respeito ao pedestre, a Unidade Móvel da AMC disponibilizará à população o serviço de credenciamento de idosos e deficientes para a utilização de vagas especiais de estacionamento. Até a próxima sexta-feira (26/09), os interessados poderão se credenciar, de 7 às 17h, na Praça dos Estressados, situada na Avenida Beira Mar. A credencial será emitida na hora, podendo ser utilizada imediatamente em qualquer veículo que o credenciado esteja trafegando. Para se cadastrar, a pessoa com deficiência precisa ter em mãos os seguintes documentos: fotocópia do laudo ou atestado médico atestando a deficiência, fotocópia do RG, fotocópia do CPF e fotocópia do comprovante de residência: água, luz ou telefone. No caso de menores de idade, é necessário acrescentar a fotocópia do documento do responsável. O idoso precisa dos mesmos documentos, com exceção do laudo médico. A programação das atividades educativas será encerrada quinta-feira (25/09) com ação para
quase 80% das unidades de emergência do Brasil são ocupadas por vítimas de acidentes de trânsito. DÉCADA MUNDIAL Estamos, também, na Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito - 2011/2020, na qual governos de todo o mundo se comprometeram a tomar novas medidas para prevenir os acidentes no trânsito, que matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano. Trata-se da nona causa de mortes em todo o mundo. Além disso, os acidentes no trânsito ferem de 20 a 50 milhões de pessoas a cada ano. Em muitos países, os cuidados de emergência e outros serviços de ajuda às vítimas do trânsito são inadequados.
motociclista na Av. Presidente Castelo Branco, de 15 às 17 horas, ao lado da Marinha. Durante a mobilização, educadores de trânsito fornecerão dicas sobre medidas preventivas para um tráfego seguro e responsável. SEMANA NACIONAL Garantida na Lei 9.503, de 23/09/1997, do Código de Trânsito Brasileiro, a semana sempre acontece entre os dias 18 e 25 de setembro. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a valorização da vida. Com o foco de conscientizar a sociedade sobre a garantia do direito de ir e vir dos cidadãos, especialmente do pedestre, ator mais frágil no trânsito, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) escolheu o tema “Cidade para as pessoas: Pro-
teção e Prioridade ao Pedestre”, para a campanha de 2014. Todos os dias são cerca de 370 pedestres envolvidos em acidentes de trânsito no Brasil. TRÂNSITO NO BRASIL O trânsito brasileiro chama a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) como problema de saúde pública, pelo grande número de acidentes. Estudos apontam que 1,4 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito, no mundo. O Brasil está em quarto lugar no ranking, com 40 mil mortes a cada ano. A maioria das vítimas são os jovens de 20 a 29 anos, eles representam 25% dos acidentes fatais. Fatores como álcool e uso de celular ao dirigir estão entre os mais recorrentes. Ainda segundo a OMS,
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ENTREVISTA
Ailton Lopes, candidato do Psol ao governo do Estado do Ceará FOTOS: BETH DREHER
POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
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ão 6,2 milhões de pessoas que estão aptas a votar no Ceará em 5 de outubro para eleger presidente, governador, senador e representantes para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa. No caso do posto máximo do Palácio da Abolição, são quatro candidatos na disputa. Para permitir uma melhor análise do perfil e das propostas de cada um dos concorrentes, o Caderno O Estado Verde, como já é tradição, publica a partir de hoje uma série de entrevistas com todos os concorrentes. Eles respondem sobre temas estratégicos como: Segurança Pública, Saúde, Educação, Transporte, Desenvolvimento, Economia, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Semiárido. Hoje, você pode conferir a entrevista com o candidato do Psol, Ailton Lopes. [O estado Verde] Por que o senhor decidiu disputar as eleições para o cargo de governador do Ceará e por que o senhor acha que merece ser eleito? [Ailton Lopes] A nossa candidatura existe para ser porta-voz das lutas populares nas quais estamos e sempre estivemos presentes, ecoando demandas coletivas de diversos setores da sociedade que estão à margem dos processos decisórios sobre como o Estado deve agir sobre os desafios de sociedade. Esses diversos grupos sociais tem produzido leituras sobre a realidade e propostas de como temos que viver com mais saúde, educação de qualidade, ofertas de trabalho digno, divisão justa das riquezas. Esse conjunto de propostas tem que ganhar o debate público e estamos a serviço disso. Não é uma questão de
merecimento, mas de posicionar-se politicamente ao lado de quem sofre as injustiças do sistema econômico e as opressões produzidas socialmente. [OeV] Se eleito o que vai priorizar no seu Governo? [AL] A nossa prioridade é propor outro modelo econômico de desenvolvimento, que, diferente do atual, não concentre riquezas, não gere desigualdade social e respeite o meio ambiente, dando centralidade para as políticas sociais, como: saúde, educação, cultura, esporte e lazer. A integração dessas políticas é outro eixo central para que tenhamos resultados concretos no bem viver da população, de modo que as pessoas tenham saúde e sentido para realizarem suas vidas. [OeV] O atual governo do Estado afirma que tem envidado no sentido de combater a criminalidade, mas a sociedade queixa-se dos resultados e do clima de violência e insegurança. Por que será? Como resolver a questão? [AL] A prioridade dos últimos governos para a segurança foi em aumentar
o efetivo policial e a ação deste efetivo sobre as populações das periferias urbanas, seja na região metropolitana ou nas médias cidades do interior do Estado. Isso não trouxe mais segurança. Os resultados concretos são assustadores: mais homicídios, com centralidade, ainda que não admitida pelo Estado, na juventude pobre, negra e moradora das periferias e o encarceramento desta mesma população, muito associado à guerra às drogas. Nós queremos uma sociedade que cometa menos crimes, e isso passa por entender que os níveis de violência se cruzam com os níveis de desigualdade ao qual grande parte da população é submetida. A melhoria da segurança passa pela garantia de direitos sociais, integração e permanências dessas políticas públicas e melhores serviços públicos em territórios em que sempre foi ofertada apenas a polícia. Defendemos também um novo modelo de polícia. Em primeiro lugar, desmilitarizada, pois entendemos que a atual estrutura na qual a PM se organiza - hierarquizada e sob a lógica de guerra é um dos principais resquícios da ditadura civil-militar que permanece até hoje.
Em segundo lugar, é preciso humanizar a atuação policial, que envolve outra formação para os policiais, valorização da profissão e envolvimento com a comunidade, em uma lógica não punitiva. Por fim, entendemos que é preciso fortalecer o papel investigativo e preventivo da polícia e não que esta seja o braço repressivo do Estado, como tem acontecido com os movimentos sociais. [OeV] Quase tudo que se arrecada é gasto com o custeio da máquina pública, uma máquina enorme, com órgãos muitas vezes ineficientes, desnecessários, com grande quantidade de cargos comissionados que consomem dinheiro público. Esta é a realidade, em praticamente , 100% dos estados brasileiros. Se eleito o senhor envidará esforços para uma reforma administrativa séria, dura, com “cortes na carne”? [AL] A forma como entendemos o Estado e como ele deve funcionar exigirá uma reforma administrativa; no entanto, ela não seguirá a receita tradicional de que a eficiência do Estado está associada ao estado mínimo. Não teremos saúde de qualidade, continuada, atenta aos problemas da população sem um quadro estável de profissionais, por exemplo. Não optaremos por mais terceirização ou flexibilização das relações de trabalho em setores que exigem trabalho qualificado e continuado, pesquisa e atenção. A centralidade de nosso programa de Governo está voltada para as maiorias sociais e, logo, para prestação dos direitos sociais fundamentais que garantem a dignidade da nossa população. Logo, entendemos que as áreas como saúde, educação, cultura, esporte, lazer, meio ambiente e geração de renda e trabalho tem de ter centralidade e receber os esforços administrativos, gente concursada e capacidade de executar as políticas necessárias e realizar planejamentos e avaliações.
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[OeV] O metrô de Fortaleza – a maior parte em obra e outras em estudo – conta com apenas 24 km de extensão e um longo período em obra (17 anos). O que o candidato propõe para acelerar a ampliação do meio de transporte estratégico e fundamental para a melhoria da mobilidade urbana na Capital? [AL] É preciso mudar o paradigma de mobilidade também, priorizando o transporte público em detrimento do individual e integrando os modais (metrô, ônibus, bicicleta, calçada para pedestre). A forma como a cidade se organiza tem a ver com a forma como as pessoas se movem e se relacionam com ela. As metrópoles precisam de meios de transporte de massa, mas, no momento, as propostas de melhoria da mobilidade têm se destinado a privilegiar o transporte individual e causando grandes impactos ambientais. O metrô é uma proposta que já se comprovou efetiva em grandes centros urbanos; em Fortaleza, a obra já se estende há muito tempo, está sempre sendo reforçada e até agora não trouxe resultados efetivos: tem apenas uma linha
funcionando das 8h às 12h. A celeridade da obra passa por uma reorganização do projeto, garantindo a transparência dos gastos e compreendendo a obra como necessária para a cidade. [OeV] O candidato é contra ou a favor da criação de novos municípios? [AL] Compreendemos a demanda das pessoas de ter serviços públicos próximos delas e com qualidade e de estarem próximas do centro de decisão políticas, mas nem sempre a criação de novos municípios garante isso e, muitas vezes, aumenta a burocratização. [OeV] Como alavancar a economia do interior do Ceará? Qual a política que o senhor propõe para desenvolver o Semiárido cearense, por exemplo? [AL] É preciso aproveitar a vocação de cada região a partir do que já existe, fortalecendo as iniciativas populares, como: turismo de baixo impacto, artesanato, produção agroecológica, pequenas e médias empresas autogestionárias e outros. O povo do Ceará já desenvolve diversas saídas para produzir sua vida em nossas diversas regiões, não podemos entregar ou for-
talecer o monopólio dessas atividades nas mãos de poucas pessoas, concentrando riqueza, terra e poder. O Estado tem que atuar para fortalecer essas iniciativas. Por exemplo, por que a produção na Chapada do Apodi precisa estar concentrada nas mãos das empresas fruticultoras locais ou nacionais, que expropriou terras e concentrou a água da região? A agricultura familiar é viável e neste caso poderia estar produzindo na mesma escala sem o uso de venenos, sem monopolizar água e terras e distribuindo riquezas. [OeV] Um projeto para o desenvolvimento do Semiárido passa pela melhoria do acesso à água e universalização do saneamento básico, no entanto estamos longe de resolver o problema que impacta diretamente sobre a saúde e a economia como um todo. Qual o caminho para enfrentar a situação? [AL] Precisamos buscar estratégias de convivência com o Semiárido. Já existem propostas de retenção de água das chuvas e criação de um sistema de abastecimento descentralizado construídas por organizações da sociedade civil, como Articulação Semiárido Brasileiro. Precisamos fortalecer es-
“Precisamos buscar estratégias de convivência com o Semiárido. Já existem propostas de retenção de água das chuvas e criação de um sistema de abastecimento descentralizado construídas por organizações da sociedade civil”
ses diálogos entre governo e sociedade organizada, assim como colocar isso no centro das prioridades do Estado. Isso não será possível priorizando o agronegócio e a nossa prioridade é o abastecimento humano. [OeV] Como garantir segurança hídrica ao Semiárido num ambiente de Mudanças Climáticas? [AL] O problema da segurança hídrica não passa apenas pelo problema climático da região, mas também pelo planejamento do Estado com relação à distribuição dos recursos hídricos, que hoje eles se concentram nas mãos das indústrias, agronegócio e latifúndios. Queremos garantir água para as famílias camponesas e pequenos agricultores, colocando a estrutura hídrica existente disponível para o abastecimento humano e a agricultura familiar e, ao mesmo tempo, construir um planejamento da oferta dos recursos hídricos que o Estado tem para as regiões mais secas, que têm sofrido mais fortemente com os impactos da crise climática, como os processos de desertificação e a diminuição acentuada do período chuvoso. Precisamos também investir em tecnologias de aproveitamento, captação e armazenamento de água no semiárido. FOTOS: BETH DREHER
[OeV] As escolas do Estado, em geral, não têm qualidade. O que o candidato propõe para melhorar o ensino público estadual? [AL] A escola pública precisa ser um espaço bom e atrativo para os profissionais e estudantes. Não são toleráveis os índices de evasão no ensino médio e de desestímulo dos profissionais de educação. Isso repercute séria e profundamente na aprendizagem e na qualidade de ensino. É preciso realizar concursos públicos, respeitar a carreira docente, ter diálogo permanente entre as entidades representativas e o Poder Executivo - ou seja, não criminalizar a luta dos professores e estudantes, como foi feito no governo Cid Gomes. Educação tem que ser prioridade, e o modelo de ensino tem que compreender a baixa atração que os estudantes têm pela escola nesse momento; mesmo as iniciativas de profissionalização devem entender as expectativas da juventude com o mundo do trabalho. Não podemos apostar em redes diferenciadas de ensino; a rede deve ser única, com as mesmas oportunidades e condições. Mais do que em tempo integral, a educação precisa alcançar a integralidade das pessoas: compreender o contexto das comunidades escolares, desenvolvendo as múltiplas capacidades e possibilidades de interagir com o mundo.
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POLÍTICA E MEIO AMBIENTE
Parlamentares que flexibilizaram o Código Florestal tentam reeleição Deputados federais que votaram contra e a favor da manutenção do texto que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal disputam cargos nas eleições 2014
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olíticos que reduziram proteção de florestas tentam a reeleição”. Matéria publicada na plataforma de jornalismo de dados do site de notícias “((o)) eco” (http://www.oeco.org.br/oeco-data/28596-politicos-que-reduziramprotecao-de-florestas-tentam-eleicao) destaca a lista dos deputados federais que estão na disputa eleitoral deste ano e os relacionam à votação que definiu a flexibilização do Código Florestal em abril de 2012. O levantamento foi feito pelo “((o)) eco Data” com base no cruzamento da lista de votação e de pesquisas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral. A maioria dos parlamentares que votaram contra a manutenção do texto que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal, disputa as eleições de 2014, de um total de 274 políticos, 236 (86%) candidataram-se esse ano. Apenas 23 dos res-ponsáveis pela diminuição da preservação das matas não se candidataram – completam a lista, dois que faleceram, quatro que foram condenados e presos por corrução, nove que se elegeram prefeitos em 2012 e três que ocupam outros cargos - públicos. De acordo com a matéria “os que reduziram as garantias de preservação da natureza do País estão cinco candidatos a Governos Estadu-ais, sete ao Senado e um ao cargo de vice na Presidência da República. A maioria tenta mais um mandato na Câmara dos Deputados. São 211 candidatos à reeleição, incluindo aí os que se afastaram da Casa para assumir outros cargos e tentam agora voltar. Há também dois candidatos a suplentes no Senado e dez candidatos a deputados estaduais”. A reportagem, além de listar os que votaram de forma contrária à proteção dos nossos biomas, apresenta também a lista completa “dos que se posicionaram em favor da preservação ambiental e dos que estavam presentes em plenário,
mas se abstiveram de votar”. Como no dia muitos seguiram orientações de partidos, a matéria indica os partidos a que os políticos pertenciam no momento da votação - alguns migraram para novos partidos como Partido Republicano da Ordem Social (Pros). PROCESSO ATROPELADO As alterações feitas por parlamentares da base aliada do Governo e da bancada ruralista foram vistas com grande preocupação por parte da sociedade civil, conforme o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável (http://www. florestafazadiferenca.org.br/) . Em outubro de 2012, a coalizão, formada por cerca de 200 organizações da sociedade civil brasileira, enviou carta à presidente Dilma Rousseff , através da qual esclarecem, que o processo de votação do novo texto, tanto na Câmara, quanto no Senado, ocorreu de maneira atropelada sem considerar os alertas feitos por cientistas, estudiosos, movimentos sociais, religiosos e ambientalistas. “Temos agora um Código Florestal que gera insegurança jurídica, menos proteção às nossas florestas e demais vegetações e, consequentemente, insustentabilidade para as atividades do campo”. CEARÁ A lista dos deputados federais da bancada cearense que votaram contra a manutenção do texto que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal, traz catorze nomes, destes, 12 buscam a reeleição. Veja tabela. Já a lista dos deputados cearenses que votaram em favor da manutenção do texto que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal é menor e conta com cinco nomes, todos tentam a reeleição. Confira: Ariosto Holanda (PSB); Artur Bruno (PT);
Eudes Xavier (PT); José Airton (PT) e José Guimarães (PT). ENTENDA Os deputados que votaram “sim” desejavam a manutenção do texto aprovado pelo Senado, apoiado pelo Governo e que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal. Os deputados que votaram “não” optaram pelo relatório do deputado Paulo Piau, que anulou essas obrigações. 1. André Figueiredo 2. Antônio Balhmann 3. Arnon Bezerra 4. Chico Lopes 5. Danilo Forte 6. Domingos Neto 7. Genecias Noronha 8. Gera Arruda 9. João Ananias 10. José Linhares 11. Manoel Salviano 12. Mauro Benevides 13. Raimundo Gomes de Matos 14. Vicente Arruda
Ganharam por 90 votos e reformaram a principal lei florestal brasileira. Assim ficou a votação: SIM: 184; NÃO: 274; Abstenção: 2; Total de Votação: 460; Art. 17:1; Total Quórum: 461.
PDT Pros PTB PCdoB PMDB Pros PMDB PMDB PCdoB PP PSD PMDB PSDB PR
Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Reeleição Suplente de senador Não é candidato Reeleição Reeleição Reeleição
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FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 23 de setembro de 2014
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RECURSOS HÍDRICOS
Dia Nacional de Limpeza das Praias, Rios, Lagos e Lagoas
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Centenas de voluntários participaram da atividade e coletaram lixo em vários pontos da Cidade. A iniciativa aconteceu em mais de cem localidades do País
Durante a ação, os voluntários realizaram a limpeza de praias e de seis lagoas urbanas do Urubu, Papicu, Porangabussu, Parangaba, Maraponga e Messejana POR JESSICA FORTES oev@oestadoce.com.br
U
ma data para chamar a atenção da importância do cuidado com os recursos hídricos do País. Esse foi o objetivo do Dia Nacional de Limpeza de Praias, Rios, Lagos e Lagoas, celebrado no último sábado (20), com mutirões em vá-
rias lagoas e praias da Capital. A iniciativa, coletou diversos tipos de materiais recicláveis que serão separados e destinados corretamente. O Dia foi instituído pela Rede Nacional de Educadores Ambientais, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro.
A ação sempre acontece no terceiro sábado de setembro, anualmente. A iniciativa foi coordenada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), e teve o apoio da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Secretarias Regionais, Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) e Ecofor Ambiental.
No sábado, o mutirão de limpeza contou com centenas de voluntários, munidos de sacolas plásticas recicláveis e luvas. A iniciativa aconteceu, simultaneamente, em mais de cem localidades do País. Em Fortaleza, o mutirão realizou a limpeza de praias e de seis lagoas urbanas do Urubu, Papicu, Porangabussu, Parangaba, Maraponga e Messejana.
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AQUASIS A Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) que participou da atividade e ficou responsável pela limpeza das praias da Barra do Ceará, Praia de Iracema, Titanzinho, Praia do Futuro e Sabiaguaba. Segundo a bióloga e coordenadora técnica do projeto, Ana Jesus, cerca de 650 bilhões de toneladas de resíduos são produzidos pelas cidades ao redor do mundo. Grande parte deste “lixo” vai para os oceanos, onde estimativas apontam para 100 bilhões flutuando nos oceanos.
NÃO LIMPARAM CAJAZEIRAS Apesar da ação em alusão ao Dia Nacional de Limpeza das praias, rios, lagos e lagoas, o excesso de entulho e sujeira continua a incomodar os moradores do Bairro Cajazeiras, em For-
taleza. Segundo moradores da região, caçambas despejam com frequência entulhos de construção civil e lixo, na lagoa que fica próximo a Seuma. A denúncia foi feita no início de agosto e na época, equipes de fiscalização da secretaria estiveram na área, mas segundo informações, não foi possível identificar os responsáveis. Quase dois meses depois da denúncia, o espaço permanece sujo e sem identificação, já que no banco de dados da Seuma não foi encontrado o cadastro do loteamento da área e o recurso hídrico não está cadastrado na cartografia, ou seja, não foi reconhecido e não possui nome oficial. Segundo o dicionário Ecologia e Ciências Ambiental da Editora Unesp (SP), Lagoa pode ser considerada um lago pequeno, uma porção de água, mas geralmente sem água estagnada. Pode ser natural ou artificial de forma que uma variedade de corpos d’água feitos pelo homem são classificados como lagoas. Apesar da caracterização, está em dicionário, à Secretaria não reconhece o local como tal e por isso, ele permanece abandonado e sujeito à poluição. FOTOS: DIVULGAÇÃO
PROJETO LIMPANDO O MUNDO Com o objetivo de prevenir milhares de toneladas de lixo de irem para o oceano, no fim da década de 1980 foi realizada, pela primeira vez, a ação “Clean Up The World”, em Sydney, Austrália, quando mais de 40 mil voluntários auxiliaram na remoção de dejetos da costa australiana. O Clean Up the World é uma grande campanha mundial que tem como objetivos incentivar o debate para soluções de problemas relacionados à orla marinha e, estimular à população a cultivar atitudes sustentáveis de respeito à natureza chamando a atenção de todos para a responsabilidade de cada um na geração e na destinação dos resíduos. O projeto ganhou o mundo e é realizado em diversos países e cidades, incluindo Fortaleza, onde as Organizações Não Governamentais (ONGs) Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e Instituto Povo do Mar (Ipom), o Serviço Social do Comércio (Sesc-CE) e a surfwear Greenish executam a tradução da iniciativa australiana, no Projeto Limpando o Mundo. No sábado (20), o projeto Limpando o Mundo articulou parcerias com mais de 20 instituições e contou com a participação de pelo menos 500 voluntários nos diversos grupos de limpeza. Todo o lixo coletado pelo projeto é separado para reciclagem, catalogado e descartado corretamente. Os números do total de lixo removido das praias serão divulgados em nota pelo projeto nos próximos dias.
“Isso causa uma série de impactos e consequências graves para a saúde humana, além de prejuízos econômicos na pesca e turismo, assim como degradação de áreas terrestres como aquáticas. Cerca de 300 mil mamíferos marinhos morrem a cada ano presos em aparelhos de pesca perdidos ou descartados intencionalmente ou por ingestão de resíduos de plástico”, lembra. Em 18 anos, a Aquasis coletou mais de 80 toneladas de lixo, recolhidos em mais de 75 km de áreas naturais cearenses (municípios de Cajueiro da Praia-PI, Jijoca de Jericoacoara, São Gonçalo do Amarante, Trairi, Paracuru, Caucaia, Fortaleza, Aquiraz, Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí), com 16 mil voluntários, entre eles 600 ativos no Projeto Limpando o Mundo. Em 2013, com o Projeto Limpando o Mundo, foram 12 toneladas, 60% das quais de origem plástica.
O projeto Limpando o Mundo articulou parcerias com mais de 20 instituições e contou com a participação de pelo menos 500 voluntários nos diversos grupos de limpeza
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“QUE ÔNIBUS PASSA AQUI?”
Cidadãos estão envolvidos na parada Projeto ajuda a sinalizar colaborativamente os pontos de ônibus das cidades brasileiras
A
falta de sinalização nos pontos de ônibus é um problema que causa confusão, inconveniente e perda de tempo à grande maioria dos cidadãos brasileiros em todas as capitais do País. Em quase todas, porque em Porto Alegre a coisa muda de figura. O problema que também estava afetando a vida dos porto-alegrenses que diariamente utilizam o transporte público, foi resolvido com uma simples pergunta: “Que Ônibus Passa Aqui?” Alguns cidadãos daquela Capital decidiram resolver a questão de uma vez e um grupo de moradores passou em cada uma das paradas de ônibus e levantou quais os coletivos que pa-
ravam em cada ponto. Em seguida, confeccionou e colou nas paradas, de forma bem visível, os adesivos com as informações sobre as linhas que atendem ao ponto. A ideia simples e rápida já foi realizada em 30 cidades do País e recentemente, venceu o Social Good Brasil (https://www.facebook. com/SocialGoodBrasil). “Que ônibus passa aqui?” é o nome do um projeto que busca sinalizar colaborativamente os pontos de ônibus das cidades brasileiras. No começo, a ação foi financiada por contribuições dos membros que inicialmente realizaram a operação, mas uma vez que os benefícios foram ficando mais visíveis, os
organizadores passaram a contar com o apoio de empresas gráficas e até mesmo o da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre. SERVIÇO Para participar, siga os passos: Baixe o adesivo, imprima: http://www.shoottheshit.cc/Baixe-aqui-o-adesivo Leia o passo-a-passo para colagem na parada de ônibus mais próxima de sua casa: http://bit.ly/YK2z4Q Assista à história do projeto: http://youtu.be/-sY49CFmCHY E para entrar em contato: projetos@shoottheshit.cc
CRIATIVIDADE
Menina filtra água e gera eletricidade com energia solar
A jovem inventora de 17 anos desenvolveu um dispositivo amigo do meio ambiente, barato e portátil Cera de 800 milhões de pessoas no mundo não tem acesso à água potável em quantidade e qualidade, assim como outros 1,3 bilhão de cidadãos vivem sem energia elétrica. Os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) deixou a estudante australiana, Cynthia Sin Nga Lam, preocupada e por isso ela decidiu, a partir da paixão que cultiva pela disciplina Química, criar uma solução econômica e viável para o problema. A jovem inventora de 17 anos desenvolveu um dispositivo ecofriendly, ou melhor, amigo do meio ambiente, barato e portátil, que purifica águas residuais e gera eletricidade usando apenas a energia do Sol. Batizado de H2prO, o aparelho é constituído por duas partes: unida-
de superior para purificar a água e gerar hidrogênio e o compartimento inferior onde a água é filtrada novamente. Na página do projeto – um dos 15 finalistas da Google Science Fair 2014 – (Feira de Ciências do Google 2014 (http://www.fastcoexist.com/company/google) –, Cynthia declara que no futuro, gostaria de estudar Medicina ou Ciências Ambientais e capacitar-se para ajudar aos necessitados, além de finalizar o projeto. “Há ainda um longo caminho a percorrer, mas estou feliz e eu tomei o meu primeiro passo para fazer a diferença, seria ótimo ter água potável e eletricidade fornecida de forma sustentável, sem precisar de qualquer ajuda externa”, afirma.
Entenda como funciona o protótipo do H2prO: 1) A água suja entra na parte superior do dispositivo e passa entre uma malha de titânio, que esteriliza a água quando ativada pela luz solar; 2) Essa reação fotocatalítica divide a água em oxigênio e hidrogênio; 3) O último é utilizado por uma célula de combustível de hidrogênio para gerar energia. E tem um plus: impurezas na água, como detergentes, também podem proporcionar mais hidrogênio, o que permite que o dispositivo gere ainda mais energia.
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Marcha Popular pelo Clima chama atenção do mundo
alterações climáticas, incluindo o governo dos EUA, que apesar da retórica da estratégia energética do presidente Obama, continua promovendo as empresas de combustíveis fósseis.”
POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br
PEOPLESCLIMATE.ORG
“P
ara mudar tudo, precisamos de todos”. Sob este mote, a Peoples Climate March ou Marcha Popular pelo Clima reuniu cerca de 100.000 pessoas na tarde de domingo (21), nas ruas de Nova York, Estados Unidos. A grande manifestação, talvez tenha sido a maior da história moderna, relacionada ao fenômeno das Mudanças Climáticas. O evento aconteceu dois dias antes da Cúpula do Clima, conferência convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon que também, participou da mobilização na Big Apple. A marcha ganhou visibilidade global e recebeu apoio de celebridades, líderes políticos e ativistas como o astro e ambientalista, Leonardo di Caprio, o ator, Kevin Bacon o ex-vice-presidente Al Gore, e o prefeito de Nova York. Começou pouco antes do meio-dia junto ao Central Park e terminou à tarde perto do Rio Hudson, oeste de Manhattan. Outras mobilizações simultâneas aconteceram em Londres, Paris, Berlim, Rio de Janeiro, Melbourne, Istambul, Índia, e Bogotá, entre outras cidades. Mais de 2.500 eventos em 158 países. Para o editor fundador da revista Indypendent e do Occupy Wall Street Journal, Arun Gupta, o nível de organização do evento impressiona e nunca foi visto antes, em qualquer outra manifestação, do clima ou não. De acordo com o artigo de sua autoria, publicado dia 19 (sexta), no portal de jornalismo investigativo CounterPunch (http://
www.counterpunch.org/2014/09/19/ how-the-peoples-climate-march-became-a-corporate-pr-campaign/), ele questiona a 350.org. – organização que dá suporte a condução de campanhas próprias e independentes a milhares de ativistas de base em 188 países. O jornalista, que também colabora com o Al Jazeera America e o inglês, The Guardian, estranhou o fato de uma marcha de protesto ter tantos recursos ao ponto de anunciar no metrô de Nova York, um gasto de mais de US$ 200 mil (considerado muito alto) em cartazes, além de convidar banqueiros de Wall Street para juntar-se a uma marcha para salvar o planeta. “Este não é um movimento popular”, segundo escreveu Gupta. “As pessoas estão se unindo com a preocupação genuína e paixão e esperança, para um mundo sustentável e equilibrado, mas o controle é de cima para baixo e acontece de portas fechadas. Todos com quem conversei, descreveram um pro-
cesso antidemocrático”. No oposto, informação disponível no portal da Marcha (peoplesclimate. org), afirma que mais de 1.400 organizações endossaram a mobilização, a maioria de base local, e muitas delas não são de movimentos ambientalistas: profissionais de saúde, professores, grupos religiosos, trabalhadores, artistas, cientistas e estudantes. “Essas pessoas estão exasperados com a apatia apresentada pela liderança política mundial sobre a questão das
CÚPULA DO CLIMA O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou a Cúpula do Clima para engajar os líderes mundiais no avanço da agenda climática. A Cúpula servirá como uma plataforma pública para que os líderes mundiais – Estados-membros da ONU, setor privado, sociedade civil e líderes locais dos setores, público e privado – mostrem o que estão fazendo e possam compartilhar os passos que irão tomar nas áreas mais críticas para que a temperatura do mundo suba menos de 2o C (graus Celsius). A Cúpula não faz parte do processo de negociação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), mas pretende promover ações nesta área – um ano antes do acordo que será alcançado em Paris – e pretende mostrar que líderes de todos os setores e em todos os níveis, estão tomando medidas para reduzir os fatores que provocam as mudanças climáticas.