O Estado Verde - Edição 22248 - 06 de maio de 2014

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Verde

ANO VI - EDIÇÃO No 336 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 6 de maio de 2014

MEIO AMBIENTE

Pesquisa afirma: Cidade mais verde é cidade mais feliz

Quem vive próximo aos ambientes naturais, como a vegetação, tem menos depressão e estresse e mais saúde e felicidade. Em Fortaleza, verticalização e crescimento demográfico Págs. 6, 7 e 8 barram o acesso da população aos benefícios da natureza. FOTO: DIVLGAÇÃO

FOTO: ANDERSON SANTIAGO

VISÃO GLOBAL Temperaturas adversas afetam a cultura do café Cada vez mais o aquecimento global tira o sono de investidores, especialmente no mercado

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INDÚSTRIA Fortaleza sedia encontro da CNI

“Meio Ambiente é um negócio para a humanidade, do catador ao industrial”, disse a titular da Seuma, durante a 13ª reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, em Fortaleza. Pág. 12


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VERDE

Coluna Verde TARCÍLIA REGO

tarcilia_rego@terra.com.br

MEU MUNDO

A pesquisa “Meu Mundo”, um esforço coletivo da Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar as prioridades de desenvolvimento pós-2015 da população em todo o mundo, já ouviu, aproximadamente, 1,6 milhão de pessoas. No Brasil, mais de 40 mil pessoas já disseram quais as prioridades que escolheram para um mundo melhor. Eu participei e você também pode participar. É legal, vale a pena. Acesse o site da campanha clicando em myworld2015.org/?lang=pr. Em abril último, a ONU lançou relatórios parciais da campanha por país. Uma “boa educação” foi preferência no Brasil, onde foi apontada como prioridade por quase todas as categorias da pesquisa (por gênero e por faixa etária). Os brasileiros elegeram saúde (2o), governo honesto (3o), proteção contra o crime e a violência (4o), proteção do meio ambiente (5o) alimentos (6o) como seus tópicos mais urgentes. O ESPERADO NÃO ACONTECEU Ou aconteceu o esperado? Mais uma vez, a PEC da Caatinga não foi votada. O requerimento 10066/2014, apresentado pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), para a inclusão na Ordem do Dia da Proposta de Emenda à Constituição nº 504/2010, a proposta que altera o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, para incluir o Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional, não foi apreciado no último dia 29 de abril, em face do encerramento da Sessão. Apenas isso, falta de tempo, ou melhor, apenas por falta de interesse dos legisladores. No ano que vem, a pauta volta à ordem do dia e de novo, acontece a mesma coisa. Até quando? NO SENADO Comissão de Educação pode votar, até o dia 15 de maio, a criação do Dia Nacional da “Amazônia Azul”. Se aprovado, segue diretamente para a Câmara dos Deputados. O assunto foi debatido dia 30/04, em Audiência Pública. O termo “Amazônia Azul” foi criado pela Marinha para chamar a atenção da sociedade e do Estado para a importância estratégica do oceano brasileiro. O contra-almirante, Marcos Silva Rodrigues, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, informou durante a audiência que 95% do comércio exterior passa pelo mar brasileiro. De lá, são extraídos 90% da produção de petróleo e 70% da de gás natural do País.

Verde

BELA INICIATIVA A Universidade do Trabalho Digital, iniciativa do Governo do Ceará, através da Secitece, acaba de iniciar um novo ciclo de cursos recebendo um número recorde de estudantes. São 710 alunos distribuídos em 30 turmas, que, desde ontem (05/05), estão em salas de aula, sendo capacitados nas áreas de Tecnologia da Informação. Uma bela iniciativa, somente com conhecimento se constrói um novo Estado. OUTRO DIA Aguardando a abertura do farol da Avenida Antônio Sales, esquina com a Avenida Senador Virgílio Távora, dentro do meu carro, presenciei cena que considero inusitada e “verde”. O meu querido amigo, Alexandre Fontoura, empresário do ramo gráfico, atravessava a avenida, e num bom e belo exemplo de cidadania, desprendimento e mudança de hábito, levava duas sacolas com resíduos recicláveis para depositar no Ponto de Entrega Voluntária (PEV) do Pão de Açúcar, na citada esquina. A família Fontoura, por iniciativa da esposa Marcia, segrega o lixo gerado em casa; cabe ao Alexandre, antes de chegar ao trabalho, depositar naquele PEV. Adorei, e o meio ambiente, agradece. Reflexão: “A persistência realiza o impossível. Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”. Ayrton Senna

AGENDA VERDE DE 07 E 08 DE MAIO 7ª EDIÇÃO DO SUSTENTAR

• Entre 07 e 08 de maio, acontece no Minascentro em Belo Horizonte (MG) a 7a edição do SUSTENTAR, considerado o maior evento sobre sustentabilidade da América Latina. O evento é uma associação de conferências, encontros e exposições que reúne, de forma multidisciplinar, renomados especialistas, executivos, lideranças e autoridades nacionais e internacionais, no intuito de promover transformações substanciais relacionadas às questões socioambientais. A programação prevê uma série de 22 eventos simultâneos, com 240 palestrantes e 6.000 participantes. Mais informações: www.sustentar.net.

08 DE MAIO DIA MUNDIAL DAS AVES MIGRATÓRIAS

• Data comemorada anualmente em todo o mundo com o objetivo de chamar atenção para as crescentes ameaças sobre as aves migratórias e a importância das mesmas para a biodiversidade planetária. Essas espécies, que migram de uma região para outra, conectam e utilizam praticamente todos os ecossistemas do globo terrestre e são reconhecidas como “indicadores-chave” da situação e das tendências da biodiversidade. A cada ano, aumenta o número de pássaros que não retornam às suas áreas reprodutivas. As causas são muitas, e entre os rigores físicos e os diversos perigos estão as ações humanas: envenenamento por pesticidas; perdas de habitat para a agricultura e outras pressões antrópicas. Outro fator preponderante é a mudança climática; o fenômeno pode prejudicar habitats e alterar o ritmo ecológico do qual essas aves dependem.

11 DE MAIO SETOR QUÍMICO: 2Oo PRÊMIO DE INOVAÇÃO

• As inscrições, para a segunda edição do Prêmio de Inovação Setor Químico 2014, estão abertas até o dia 11 de maio. A iniciativa é do Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquímica), com a coordenação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE). O objetivo é incentivar o aprimoramento do setor químico e farmacêutico cearense a partir do fomento a práticas de gestão inovadora das empresas, além de reconhecer e premiar projetos inovadores com aplicabilidade para o segmento químico. Os valores das premiações variam entre dois e cinco mil reais. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por meio do preenchimento do formulário no site www.premio.sindquimicaceara.org.br.

GESTORA E EDUCADORA AMBIENTAL

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873


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VERDE

ECONOMIA E CLIMA

Temperaturas adversas afetam a cultura do café

Eventos relacionados com o clima no Brasil, considerado um grande produtor de café, estão causando preocupação entre os comerciantes do mercado internacional

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

POR TARCILIA REGO* tarciliarego@oestadoce.com.br

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clima está cada vez mais impactando os negócios e tirando o sono de investidores, especialmente no mercado de grãos. Artigo do coeditor, Kieran Cooke, da Climate News Network, publicado no último domingo, alerta que nos últimos dias grãos de café arábico – “de longe, a variedade mais popular de café” – encerrou abril, com alta em torno de US$ 2 americanos por libra, no mercado mundial. Isso é quase o dobro do preço de um ano atrás. “Vários fatores parecem estar empurrando o mercado para cima: na América Central, uma área significativa de produção, um surto de uma doença chamada ferrugem da folha, que se acredita, pode estar ligada às mudanças climáticas, danificou severamente a cultura”. No Vietnã, hoje, o segundo maior produtor de café do mundo, um período prolongado de seca e excepcionalmente alguns dias de clima frio afetou as previsões de colheita de grãos Robusta, usado principalmente para a produção do café instantâneo. “A falta de chuva também atingiu as áreas produtoras de café na África Oriental”.

BRASIL Mas, são os eventos relacionados com o clima no Brasil, o maior produtor de café do mundo e responsável por pelo menos 40% da produção global, ao que tudo indica, está é o que está causando mais preocupação entre os comerciantes do mercado internacional. O estado de Minas Gerais, por exemplo, que produz 25% da safra de café do país, foi atingido por temperaturas que subiram bem acima da média, e as típicas chuvas no mês de dezembro, janeiro e fevereiro – nomalmente período de maior precipitação – ficaram em torno de 10% do normal. Segundo um relatório recente da Coffee & Climate (C & C), organização que colabora com os produtores de café em todo o mundo com relação às questões de adaptação às mudanças climáticas, os dados de 68 estações meteorológicas e de 264 pluviômetros, indicam que o clima em Minas Gerais está mudando. “Quase todas as áreas do estado foram, significativamente, impactadas pelo aquecimento global, ao longo do período 1960 a 2011. Os períodos extremamente quentes aumentaram, enquanto os períodos de extremo frio diminuíram.” O relatório está disponível

em http://www.coffeeandclimate.org/ tl_files/CoffeeAndClimate/. “O estado mineiro foi afetado por temperaturas máximas médias entre 3 ° C e 4 ° C (5,5 ° F e 7 ° F) em janeiro, bem acima da média de longo prazo. O resultado tem sido um desastre para muitos produtores de café. Sem água suficiente, bagas secaram ou tornaram-se os chamados flutuantes [cascas praticamente vazias]. Nas últimas semanas, as chuvas chegaram de forma torrencial: o que pode ser maléfico ao invés de benéfico para a colheita está se aproximando rapidamente. Os produtores brasileiros de café têm esperança de uma reviravolta de última hora”. QUEDA Especialistas em commodities projetam que em consequência da queda na produção de grãos arábica no Brasil, no decorrer de 2014, provalvelmente, significa queda de até 35% na produção mineira, e de 18% na produção global. Como a demanda mundial por café disparou nos últimos anos, os agricultores estão correndo para plantar mais mudas de café, porém essas novas plantações, são mais suscetíveis à escassez de água, por isso agricultores e comerciantes de café também estão preocupados com a

qualidade, bem como com a quantidade, e o quanto a cultura poderá ser afetada pelo clima adverso. IPCC O maior temor está relacionado às condições de seca e aos padrões climáticos, cada vez mais voláteis, que ameaçam uma grande parte do Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que a produção de café está susceptível e pode diminuir em todo o mundo em consequência das temperaturas altas. NÃO VAI FALTAR Para àquelas pessoas que não dispensam um cafezinho, mesmo em tempos de aquecimento global, tem uma luz no fim do túnel. Os preços não devem subir este ano – ou pelo menos, não muito. A maioria das grandes casas de café ou torrefadores tende a comprar no que é chamado mercado futuro – “fazem uma reserva do produto e garantem um preço fixo para os grãos, muitas vezes, com anos de antecedência”. Além do mais, os comerciantes estocaram os grãos colhidos fartamente na safra do ano passado. Por enquanto não vai faltar café.


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VERDE

ARTIGO

Compensação ambiental em Pernambuco

POR TIAGO ANDRADE LIMA

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lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conversação, em seu art. 36, estabeleceu, para fixação dos valores de compensação ambiental, um percentual não inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento. Todavia, no ano de 2008, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do percentual, afirmando que o percentual e o cálculo dos recursos só poderiam ter relação com os impactos negativos e não mitigáveis ao meio ambiente. Assim, coube aos órgãos de meio ambiente estabelecer metodologias para definição dos valores a serem fixados. No Estado de Pernambuco, encontra-se vigente a Resolução CONSEMA no 04/2010, que estabelece a metodologia de gradação de impactos ambientais e procedimentos para fixação e aplicação da compensação ambiental no Estado de Pernambuco. Segundo a Resolução vigente, considera-se Valor de Referência – VR - o somatório dos investimentos inerentes à implantação do empreendimento, incluindo-se o montante destinado ao cumprimento de medidas mitigadoras

estabelecidas como condicionantes. Ademais, o parágrafo segundo do artigo 6º dispõe que, no detalhamento do Valor de Referência, também deverão ser computados aqueles valores destinados à mitigação dos impactos causados pelo empreendimento. O VR é utilizado para se determinar o valor da compensação ambiental do empreendimento. Dessa forma, quanto maior for o valor de referência, maior será o custo do empreendedor com a compensação. Assim, para efeito de fixação do montante compensatório, da forma como resta expresso na norma deverão ser somados aos custos com a implantação os valores gastos pelo empreendedor com a mitigação dos impactos causados pelo empreendimento. Porém, no âmbito federal, a nova redação dada ao § 3º do Artigo 31 do Decreto no 4.340/2002 excluiu do cálculo da compensação ambiental os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos. Essa redação não só estimulou o empreendedor a buscar alternativas tecnológicas de mitigação dos impactos do empreendimento, que geralmente são mais onerosas que as convencionais, como também não permitiu um aumento desarrazoado no VR. Dessa forma, não restam dúvidas que a Resolução Consema no 04/2010 carece de urgente revisão da norma junto ao Consema de modo a não atribuir uma dupla penalidade ao empreendedor do Estado de Pernambuco, que deverá cumprir as medidas mitigadores por meio de planos, projetos e programas, sem que isso aumente o valor do empreendimento para efeito de compensação ambiental. Titular de Direito Ambiental do Queiroz Cavalcanti Advocacia, mestre em Tecnologia Ambiental e especialista em Direito Público e em Direito Urbanístico. Foi também consultor jurídico na elaboração dos Projetos de Lei que instituíram o Sistema Estadual de Unidades de Conservação e a Política Estadual de Resíduos Sólidos em Pernambuco.

ARQUITETO CRITICA INTERVENÇÃO NA AVENIDA DOM LUÍS

O arquiteto e professor José Sales tem sido um analista perspicaz do processo urbanístico de Fortaleza e um crítico isento das questões pertinentes à intervenções urbanas, sobretudo no que diz respeito ao meio ambiente. Agora mesmo, em razão das modificações que a Prefeitura de nossa capital intenta realizar na Avenida Dom Luís e Praça Portugal, José Sales se inquieta em face daquilo que conceitua como um verdadeiro “crime ambiental”. Com o espírito de “ver de perto para contar o certo”, o arquiteto codena o modus operandi da prefeitura para a poda e retirada de árvores da supramencionada avenida. Segundo ele, o crime ambiental está caracterizado, porque pelo que viu in loco da forma como está feito a retirada por arrancamento, nenhuma árvore terá condições de sobreviver.

Normas técnicas Existem normas técnicas para transplante de árvores, que se não forem devidamente seguidas podem, de fato, resultar em crime. O primeiro a se fazer é pocurar um profissional qualificado nessa área, que pode ser um engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal. A poda das parvores deve ser realizada com no mínimo trinta dias antes do transplantio e a área foliar deve ser reduzida em no máximo um terço. Não realizar corte radical em galhos mais grossos, o que dificultaria a brotação posterior. O que se vê nas árvores da Av. Dom Luís é exatamente ao contrário do que diz a norma.

Cintas apropriadas É necessário marcar no tronco a indicação da posição da árvore em relação ao norte geográfico. O torrão somente poderá ser içado quando não houver mais raízes prendendo-o ao solo, utilizando-se cintas apropriadas feitas de lona ou material similar para não provocar ferimentos ou descascamentos no tronco que possam comprometer o sucesso do transplantio. Providenciar o amarrio do torrão com sacos de aniagem ou similar antes de içá-lo, de modo mantê-lo firme durante o transporte. Providenciar transporte adequado ao porte da árvore a ser transplantada.

Sangria e canaleta Deve-se também executar, por ocasião da poda, a sangria, que consiste em abrir no solo uma canaleta (feita com ferramenta manual) a uma distância de aproximadamente 50 a 80 cm do tronco e com profundidade mínima de 40 cm. Irrigar com abundância a canaleta aberta após estas operações. No dia do transplante, aprofundar a canaleta cuidadosamente. As raízes mais grossas (diâmetro maior ou igual a 5 cm) devem ser cortadas com ferramentas adequadas. O torrão deve ser trabalhado manualmente de modo a apresentar-se em forma de funil, estreitando-se o diâmetro de acordo com sua profundidade; o tamanho do torrão dependerá da espécie e do porte da árvore.

Cuidadosa adubação As covas que receberão as árvores devem ser preparadas com pelo menos quinze dias de antecedência ao plantio, observando-se o seguinte: a) apresentar dimensões compatíveis com o tamanho do torrão; b) receber adubação, no fundo da cova, de trezentos gramas de fosfato natural;c) receber adubação de trezentos gramas de superfosfato simples incorporados à terra vegetal de boa qualidade com a qual será preenchida a cova. Irrigar abundantemente a cova antes de se colocar a árvore, até a formação de barro no fundo da mesma.

JORNALISTA E ESCRITOR


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VERDE

ARBORIZAÇÃO

Avenida Carlos Jereissati recebe plantio de 830 mudas DIVULGAÇÃO/CONPAM

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rojeto Via Verde planta 830 mudas na Avenida do Aeroporto. As espécies nativas foram plantadas ao longo de 4,5 quilômetros da Carlos Jereissati, na manhã do último dia 30. A iniciativa é mais uma ação do projeto do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam) que segundo a assessoria de imprensa do órgão, tem como objetivo arborizar ruas e avenidas de todo o Estado. “Essa foi nossa segunda ação em Fortaleza e o local não poderia ser mais apropriado. A Avenida do Aeroporto é a entrada para os turistas e receberá fluxo intenso na Copa do Mundo. Nada melhor que recebê-los com muito verde e deixar para a cidade esse legado”, explicou o presidente do Conpam, Bruno

Todas as espécies plantadas são nativas de Fortaleza Menezes. Segundo a coordenadora de biodiversidade do Conselho, Isabella Matos, o plantio de espécies nativas favorece a fauna local.

As mudas escolhidas para o Via Verde são todas nativas, típicas dos ecossistemas locais. Dentre elas estão cedro, joão-mole, ipê, munguba, jaca-

randá, timbaúba, pau marfim, angico preto, angico vermelho, cumaru, araticum, jucá e sabiá. Todas as espécies possuem mais de 1,5 metros. A ação do Conpam teve o apoio da Base Aérea de Fortaleza no plantio e do Departamento de Estradas e Rodovias (DER) na manutenção das espécies. SOBRE O PROJETO VIA VERDE O projeto Via Verde pretende reaproximar o público cearense do seu patrimônio natural. O plano inicial é oferecer diversas espécies de mudas nativas para serem plantadas em cidades com grande população e buscar parceiros públicos ou privados que garantam a manutenção das espécies nas áreas plantadas. Com informações do Conpam.

ARTIGO

POR VIVIAN BLASO

vivianblaso@uol.com.br

A

nsiedade, precipitação, falta de visão sistêmica e imediatismo seriam os sintomas da nossa sociedade vigilante? Somos guiados por tecnologias smarts e a maioria das pessoas acha que sofre de TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade)? É isso mesmo? O sistema está em colapso e estamos à beira de um ataque de nervos? Infelizmente, esses comportamentos vêm sendo incorporados pelas pessoas também nos processos de gestão das marcas e talvez seja por isso que ataques de net-ativistas vêm sendo incorporados por consumidores ou formadores de opinião que vigiam os comportamentos e discursos equivocados frequentemente alvo desse tipo de ação. Gosto de lembrar o que Foucault (1970) mencionou sobre as práticas discursivas: As práticas discursivas não são pura e simplesmente modos de fabricação de

DIVULGAÇÃO

Somos todos macacos?

discursos. Ganham corpo em conjuntos técnicos, em instituições, em esquemas de comportamento, em tipos de transmissão e difusão, em formas pedagógicas, que ao mesmo tempo as impõem e as mantêm. Por isso, a responsabilidade de todos nós só aumenta porque as práticas discursivas em curso apenas mantêm o que estamos presenciando na boca das campanhas equivocadas, elas revelam muito sobre o pensamento vigente da

nossa sociedade atual e sobre nós mesmos. Todo cuidado é pouco. Precisamos mudar nosso modelo mental. Chega de jogar pedra na Geni: a publicidade não é a vilã! Só para lembrar: somos primatas humanos, incompletos. Nunca teremos as nossas necessidades plenamente satisfeitas, mas nossa responsabilidade aumenta cada vez mais porque temos o domínio de técnicas que nos permitem tomar decisões sobre todos os outros seres vivos da terra. Mas isso não nos faz superiores; ao contrário, tem nos tornado medíocres e míopes em relação a nós mesmos e às outras espécies. Esquecemos a solidariedade, a reciprocidade a favor de uma moral que privilegia os valores capitalistas de mercado. Frans de Waal, em suas pesquisas com bonobos e chimpanzés, conseguiu comprovar que a moralidade está presente também em primatas não humanos porque há dois fatores sempre presentes: a reciprocidade, o senso de

justiça e a partir deles a empatia e a compaixão. Infelizmente, os humanos vêm demonstrando visões imediatistas, supondo que o dinheiro pode comprar tudo ou que a publicidade pode vender tudo. No entanto, nem sempre essas estratégias capitalistas têm convencido as pessoas dessa falsa moral, e a campanha #somostodosmacacos acabou causando a antipatia do público. Encerro essa reflexão com o pensamento de Edgar Morin: A dominação dos objetos materiais, o controle das energias e a manipulação dos seres vivos foram importantes para o avanço da humanidade, mas se tornou míope para captar as realidades humanas, convertendo-se numa ameaça para o futuro humano. *Professora VIVIAN AP. BLASO SOUZA SOARES CÉSAR, Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais (PUC-SP), MBA em Gestão Estratégica de Marketing (UFMG), Especialista em Sustentabilidade (FDC) e Relações Públicas (CNP).


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VERDE

MEIO AMBIENTE

Áreas verdes proporcionam saúde e bem-estar ANDERSON SANTIAGO

Em Fortaleza, os ambientes naturais estão sendo tomados pelo concreto e o resultado é uma cidade sem cobertura vegetal e com pouco conforto ambiental

POR: SHERYDA LOPES oev@oestadoce.com.br

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esquisa divulgada em abril mostra o que a sociedade já vem percebendo há muito tempo: pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, constataram que pessoas que vivem perto de áreas verdes são mais propensas a ter saúde e bem-estar. Os benefícios que a proximidade da natureza traz à população mobilizam ambientalistas e a sociedade em geral no sentido de aumentar essas áreas e facilitar o acesso da população às mesmas. E com algumas iniciativas, quem vive no meio urbano também pode trazer um pouco dessa felicidade para perto de si. O território verde que existe atualmente em Fortaleza está escondido por muros, cercas de metal, ou em alguns casos, por barreiras invisíveis, como a sensação de violência pela qual a população passa. Essa é a avaliação do jornalista Ademir Costa, secretário do movimento Pró-Parque, que se mobiliza em prol do Parque Rio Branco, na Avenida Pontes Vieira. Para ele, não adianta ter áreas verdes se as pessoas não podem acessar as mesmas, e é dever do poder público garantir sensação de segurança e acesso a esses locais. “Eu não tenho dúvidas de que a proximidade a áreas verdes traz felicidade, mas desde que haja o acesso”, defende. Apenas 34% da área total da Cidade são ocupadas por vegetação, é o que mostra o Mapeamento das Áreas Verdes do Município de Fortaleza de 2012, estudo produzido pela então Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) em parceria com o Departamento de Geografia

A Praça do Jardim América é um das áreas mais arborizadas do bairro que sofre com a falta do verde

da Universidade Estadual do Ceará (Uece). A atual Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) informou por meio de assessoria, que em maio será iniciado o Plano de Arborização de Fortaleza, que prevê o levantamento de informações mais específicas e as ações de arborização devem acontecer de maneira integrada. BENEFÍCIOS O bem-estar proporcionado por áreas verdes é consequência da integração entre diversos e benéficos aspectos próprios dos ambientes naturais. O membro do movimento Pró-Árvore, Leonardo Jales, elenca o conforto térmico, a visão confortável proporcionada pela sombra ou fotolumínico e o conforto acústico que uma área arborizada oferece, elementos importantes numa

capital como Fortaleza. “As áreas verdes também têm a capacidade de purificar o ar, diminuindo a quantidade de gás carbônico e de outros tóxicos no ambiente e de proporcionar atrativos para a fauna, promovendo assim o equilíbrio do ecossistema”, complementa. Integrar a vegetação ao meio urbano, porém, é um desafio que exige planejamento no longo prazo. Para o professor de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), Antônio Carvalho Neto, um projeto eficiente e sustentável para a cidade precisaria ser feito para acontecer ao longo de, pelo menos, 50 anos. Porém, não há continuidade nas ações dos governantes no decorrer da história de Fortaleza, que interrompem os projetos em andamento a cada nova gestão, segundo a avaliação do professor.


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VERDE

A alegria de proporcionar ao filho o contato com a natureza aparece no sorriso de Yvone. Segundo ela, aos quatorze anos, o menino já fala em cursar agronomia, pois gosta muito de plantas. “Acho que é bom para o crescimento das crianças e para a saúde”, conta. O quintal de Yvone é o lugar especial da casa, onde relaxa e conversa com as plantas. A diarista não tem dúvidas de que elas trazem felicidade à vida das pessoas. “Quem não é feliz debaixo da sombra de uma árvore?”, questiona. MAIS ÁREAS VERDES PARA FORTALEZA A nova Política Ambiental do Município, com foco nas áreas verdes da cidade, foi apresentada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, dia 10 de janeiro. Na ocasião, o prefeito Roberto Cláudio assinou decretos regulamentando os parques municipais Rachel de Queiroz, Rio Branco, Parreão, Adahil Barreto, Guararapes, Parque da Liberdade (Cidade da Criança), Parque das Lagoas de Fortaleza, Pajeú, Parque das Iguanas e Parque Riacho Maceió. Também foram apresentados os primeiros resultados do Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes; e o Projeto Calçada Verde, com o plantio de árvores nos passeios da Cidade. ANDERSON SANTIAGO

CONTRASTES No Jardim América, localizado na Regional IV, as árvores fazem falta. O bairro é apontado no Mapeamento de 2012, como o menos verde, com apenas 0,008 km² ocupados por vegetação. O roupeiro de hotel Maykon Torres vive na região desde a infância e gostaria de ter mais sombra disponível. “Saio de casa ao meio-dia para trabalhar, e o calor é insuportável”, queixa-se o jovem, que também gostaria de morar em um local com ar mais purificado pela ação das plantas. Quem também se queixa da ausência do verde é o ambulante Raimundo Pinto, que vai três vezes por semana fazer caminhadas na Praça do Jardim América. Para ele, se o local tivesse mais verde, a população o frequentaria mais e faria mais exercícios. Já no Edson Queiroz, área com maior concentração de verde da Capital, as amigas Angelina Chaves, auxiliar de laboratório, e Yvone França, diarista, aproveitam o frescor do fim de tarde para conversar na calçada. Angelina se diz privilegiada por morar no bairro e ter esse contato com a natureza. Entre os principais benefícios, segundo ela, estão a temperatura agradável e o barulho das folhas ao vento. O bairro, localizado na Regional VI, tem 9 Km² de vegetação. ANDERSON SANTIAGO

QUINTAIS EM EXTINÇÃO Embora acredite que é nos bancos de escolas e universidades que está à esperança para um futuro mais verde para a Capital, Carvalho lamenta que existam áreas que dificilmente serão recuperadas. Entre os fatores responsáveis pelo problema, estão o crescimento demográfico e os altos índices de verticalização. Ou seja: os pomares e quintais que faziam parte de muitas residências estão dando lugar, cada vez mais, a prédios sem espaço, condições ou ações concretas para comportar espécimes vegetais. Nesse contexto, promover oportunidades para a população do campo e criar meios legais para controlar a verticalização ajudariam a diminuir o êxodo rural e o desmatamento para a construção de mais prédios. O professor também propõe uma reavaliação da estrutura da cidade, pois com a lógica de centralização de áreas comerciais e de trabalho há tendência de áreas com índices demográficos mais concentrados, com maiores necessidades de prédios residenciais, obras com asfalto e outras estruturas que vão tomando o lugar que poderia ser ocupado por solo natural. Para criar novas áreas verdes acessíveis ao público demandaria muitas desapropriações. “Seria preciso muito interesse e coragem dos governantes”, descrente, Carvalho avalia.

No Edson Queiroz, bairro mais arborizado de Fortaleza, amigas aproveitam o clima ameno para as conversas na calçada

As caminhadas ao ar livre fazem parte da rotina do ambulante Raimundo Pinto, que gostaria de ter mais sombra disponível


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VERDE

PLANTE UMA ESPÉCIE NATIVA

Plantas exóticas podem até parecer mais bonitas, no entanto não devem ser cultivadas por aqui, e sim evitadas, elas podem causar desequilíbrio aos ecossistemas e até poluir os lençóis freáticos. O alerta vem do

ambientalista, Leonardo Jales, do movimento Pró-Árvore. Segundo ele, “o nim indiano, por exemplo, se reproduz sem controle e produz uma substância tóxica poluente”. Plante uma árvore nativa. De acordo

com o Movimento Pro- Árvore, listamos as espécies mais indicadas para a arborização de Fortaleza. Escolha uma, duas, três... Coloque mais verde na sua vida, o meio ambiente agradece.

PEQUENO PORTE (Até quatro metros) Peroba (Tabebuia roseoalba) Pau-branco (Cordia oncocalyx) Catingueira (Poincianella gardneriana) Jucá (Libidibia ferrea) Araticum-do-brejo (Annona glabra) Sabonete (Sapindus saponaria) Pereiro (Aspidosperma pyrifolium) Côco-babão (Syagrus cearensis)

MÉDIO PORTE (Entre quatro e oito metros) Caraúba (Tabebuia aurea) Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) Ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius) Ipê-verde (Cybistax antisyphilitica) Oiticica (Licania rigida) Trapiá (Crateva tapia) Xixá (Sterculia striata) Cajueiro (Anacardium occidentale) Juazeiro (Ziziphus joazeiro) Jatobá (Hymenaea courbaril) Caroba (Jacaranda brasiliana) Pitomba (Talisia esculenta) Ingazeira (Inga affinis) Ingaí (Inga laurina)

GRANDE PORTE (Ultrapassam oito metros) Timbaúba (Enterolobium timbouva) Oiti (Licania tomentosa) Cedro (Cedrela odorata) Gameleira (Ficus elliotiana) (Ficus enormis) Cassia-rosa (Cassia grandis) Barriguda (Ceiba glaziovii) Pau-pombo (Tapirira guianensis) Angelim (Andira surinamensis) Mirindiba (Buchenavia tetraphylla) Macaúba (Acrocomia intumescens) Carnaúba (Copernicia prunifera)

Fonte: Movimento Pró-Árvore

PESQUISA

Áreas verdes ajudam a reduzir estresse POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br

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esquisadores da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin (UW), nos Estados Unidos, constataram que as pessoas que vivem em áreas verdes demonstram ser mais felizes e saudáveis. O estudo publicado no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública, dia 11/04,combina dados de saúde mental da Pesquisa da Saúde de Wisconsin (SHOW, sigla em inglês) e dados de satélite Landsat 5, de julho de 2009, que indicou a grande presença de vegetação em cada um dos blocos de amostragem do censo sobre a saúde da população daquele estado americano.

A pesquisa considera os efeitos do verde sobre o bem-estar dos moradores. Cerca de 2.500 moradores de 229 bairros de Wisconsin responderam uma avaliação na qual foi pedido que classificassem os seus sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Os pesquisadores descobriram que em todos os estratos da sociedade, as pessoas que viviam em um bairro com menos de dez por cento de cobertura vegetal eram muito mais propensas a relatar sintomas de depressão, estresse e ansiedade, diferente de quem vivia em áreas antropizadas. A dra. Kristen Malecki, professora assistente de Ciências da Saúde da População na Escola de Medicina e Saúde Pública de UW, conforme nota à imprensa da Universidade, conta que ao atravessar bairros de Wisconsin, a partir da

Floresta Nacional de Chequamegon-Nicolet, no norte do Estado, os resultados são “impressionantes”. “Quanto mais espaços verdes menos sintomas de ansiedade, depressão e estresse, os moradores apresentavam”. Em 2012, a Organização Mundial de Saúde citou a depressão como a principal causa de incapacidade em todo o mundo. De acordo com a pesquisa, uma pessoa pobre que reside em uma estrada na Floresta Nacional, provavelmente, é muito mais feliz do que uma pessoa rica que vive em um bloco de apartamentos no Condado de Milwaukee. “Mais verde nos bairros pode ser uma solução simples para reduzir o estresse. Assim, quando uma pessoa não estiver se sentido bem, basta sair de casa“, conclui a dra. Malecki.

SOBRE AS PESQUISAS A Pesquisa da Saúde de Wisconsin foi o primeiro levantamento desse tipo, naquele estado americano, e mediu as informações sobre as condições críticas de saúde da população . O resultado do estudo apresenta uma visão abrangente da saúde das pessoas, de forma a ajudar a identificar necessidades e alocação de recursos. Quanto à pesquisa que considera os efeitos de áreas verdes sobre residentes de Wisconsin, de acordo com a equipe de pesquisadores , os resultados foram ajustados de forma que eles não fossem confundidos com fatores como raça, idade, nível de renda, escolaridade, estado civil, emprego e outros. Mais informações: http://www.wisc.edu/


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VERDE

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Conferência discutirá o tema em Fortaleza

Evento vai explorar qual o melhor caminho a seguir em um mundo onde os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais visíveis

V

ai acontecer em Fortaleza, nos dias 12 a 16 de maio, a terceira edição do International Climate Change Adaptation Conference – Adaptation Futures 2014. Esta conferência discutirá os impactos do clima e as opções de adaptação. Para isso a conferência pretende reunir pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais, de países desenvolvidos e em desenvolvimento, para compartilhar abordagens, métodos e resultados de pesquisa no tema. “A nossa meta é criar uma rede de pesquisa internacional, colaborativa e criativa de pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais interessados no tema”, declara José Marengo, chefe do CCST/INPE. “A conferência irá explorar qual o melhor caminho a seguir em um

mundo onde os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais visíveis e as ações de adaptação são cada vez mais necessárias”, complementa. A Conferência Adaptation Futures 2014 terá cinco eixos temáticos principais: Impactos das mudanças climáti-

cas nos diferentes setores e implicações para adaptação; Relação entre adaptação e desenvolvimento para o bem-estar humano; Abordagens integradas em diferentes níveis (local até global) frente a um mundo 4oC mais quente; Adaptação ao limite em regiões que são

AGROECOLOGIA

Prorrogadas as inscrições para o Edital do Ecoforte

As inscrições para a chamada pública do Ecoforte foram prorrogadas para 18h do dia 13 de junho, sexta-feira. Serão selecionados 30 projetos de associações sem fins lucrativos, fundações de direito privado ou cooperativas que atuam como representantes de rede de agroecologia e que desenvolvem projetos de agricultura orgânica e extrativismo de forma sustentável. Cada instituição só poderá inscrever uma proposta de projeto. A proposta precisa ter valor máximo de R$ 1,25 milhão e prazo de até 24 meses para execução. Podem receber apoio ações de formação e qualificação; assessoria (jurídica, contábil, sanitária e ambiental); assis-

tência técnica e extensão rural; gestão dos processos de negócios. Também estão entre os itens contemplados pelo edital: despesas com aquisição de máquinas e equipamentos novos; veículos; EPI (Equipamentos de Proteção Individual); e equipamentos de informática e software, entre outros. Dúvidas sobre o Edital podem ser encaminhadas à Comissão de Seleção por meio do correio eletrônico chamadaspublicas@fbb.org.br com o título “Edital de Seleção Pública no 2014/005 - Redes ECOFORTE – DÚVIDAS”, até o dia 6 de junho. Os documentos poderão ser enviados pessoalmente à Fundação Banco do Brasil, mediante protocolo até às 18h do dia

13/06/2014 ou postados até 13/06/2014 com AR - Aviso de Recebimento. ECOFORTE O Ecoforte integra o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Brasil Agroecológico). Neste primeiro edital estão previstas duas etapas. A primeira para a seleção das redes que receberão apoio; a segunda será a pré-habilitação das associações e cooperativas, pertencentes a essas redes, para participarem de chamadas públicas que visam implantar ou melhorar empreendimentos econômicos. Nesta primeira etapa, a iniciativa vai destinar R$ 25 milhões em investimentos

mais vulneráveis às mudanças climáticas; e compreendendo, avaliando e comunicando adaptação. O evento que já aconteceu, em 2010, na Austrália e, em 2012, nos Estados Unidos, é promovido pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) e pelo Programa das Nações Unidas para Estudos sobre Vulnerabilidade, Impactos e Adaptações às Mudanças Climáticas (PROVIA), com o apoio do Governo do Federal e Estadual e vai acontecer no Hotel Vila Galé, na Praia do Futuro, em Fortaleza. As inscrições para participar do Adaptation Futures 2014 podem ser feitas até o dia 11 de maio pelo site http://adaptationfutures2014.ccst. inpe.br/registration/

sociais, oriundos da Fundação Banco do Brasil, do Fundo Amazônia e do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As redes concorrerão por meio da apresentação de projetos territoriais com foco na estruturação de unidades de referência relacionados à produção sustentável. O foco será a estruturação das entidades que representem as redes relacionadas à produção orgânica, extrativista e de base agroecológica. Em uma segunda etapa haverá nova chamada pública para apoio à implantação ou melhoria de empreendimentos econômicos que estejam vinculados à rede selecionada na primeira etapa. Os recursos devem beneficiar cerca de 20 mil famílias de assentados da reforma agrária, agricultores familiares, indígenas, povos e comunidades tradicionais. A expectativa do Ecoforte é diversificar e ampliar a capacidade produtiva, intensificar as práticas de manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade e de sistemas produtivos orgânicos e de base agroecológica. Fonte: Fundação Banco do Brasil.


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VERDE

CEARÁ

A festa foi da Mata Branca

No dia da Caatinga o reconhecimento foi para pessoas, projetos e organizações que trabalham para fazer do Bioma um modelo de sustentabilidade DIVULGAÇÃO/CONPAM

POR ELIZABETH REBOUÇAS Especial para Estado Verde

C

Durante a solenidade foram lançadas publicações de projeto realizado em parceria com a Funceme colha destacando em seu agradecimento, a dimensão dos sonhos, dos pensamentos e da realização. Disse que dá trabalho cuidar da terra, e enumerou a luta que foi conseguir criar a Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe. O vice-governador, Domingos Filho, não perdeu a oportunidade de mostrar sua verve poeta, durante discurso de encerramento do evento. Em seus versos louvou a Caatinga e a força dos sertanejos, e entre a secura da terra e a ação que se sonha e vira realização, propôs um desafio para dona Dolores Feitosa, a de fundar em Tauá a Universidade Sem Fronteiras. Ela, de pronto, aceitou e fez, sorrindo, o seguinte comentário: “Ele vai se ver comigo”, no sentido de que vai aperrear para o projeto sair do papel. Ela defende formas de se criar mais consciência ambiental nos cidadãos. A prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, em seu discurso que destacou o consórcio da governança, frisou que vai poder construir o Jardim Botânico da Caatinga. Também presentes na solenidade uma delegação da Câmara de Comércio Ítalo Brasileira que busca implantar negócios no Semiárido.

OS RESULTADOS Os resultados considerados positivos foram alcançados no incremento da cadeia produtiva da apicultura. De acordo com os dados do escritório da Ematerce-Tauá, foi ampliado em 23%a produção de mel. Houve incremento na produção DIVULGAÇÃO/CONPAM

om a apresentação de documento impresso sobre os resultados do Projeto Mata Branca e a entrega da medalha Ambientalista Joaquim Feitosa para a Fundação Araripe, o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente, Conpam, comemorou o transcurso do Dia Nacional do Bioma Caatinga, 28 de abril. A solenidade ocorreu no auditório do Palácio Iracema e foi presidida pelo vice-governador Domingos Filho. À mesa, duas personalidades carismáticas receberam toda atenção das autoridades: O presidente da ONG do Crato, que recebeu a premiação, Pierre Gervaiseau e a dama da Caatinga, dona Dolores Feitosa, presidente da Fundação Joaquim Feitosa, com sede em Tauá. A solenidade constou de duas etapas. A primeira, foi o lançamento das publicações com os resultados do Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma Caatinga nos Estados da Bahia e do Ceará – Mata Branca, cujo Atlas foi publicado em parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme. Os dados foram apresentados pela coordenadora do Mata Branca, Tereza Farias e por Margareth Menezes, da Funceme. O segundo momento foi a entrega da Medalha Ambientalista Joaquim Feitosa, em sua décima edição, para o presidente da Fundação Araripe, Pierre Gervaiseau. O presidente do Conpam, Bruno Menezes, agradeceu a presença de todos e o trabalho em especial da equipe do Mata Branca, que tem no comando a ex-presidente do Conselho, Tereza Farias. Destacou ser um grande prazer conceder o Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa para a Fundação Araripe. “Você, Pierre Gervaiseau, presidente desta ONG, se apaixonou por uma cearense: dona Violeta Arrais, e foi mais além, se apaixonou pelo Nordeste e pela Caatinga”. Pierre, por sua fez, se disse surpreso com a es-

de hortaliças orgânicas, para consumo próprio, utilização em merenda escolar e vendas junto ao PPA e mercados locais. Foram construídos 150 fogões ecoeficientes em comunidades indígenas e quilombolas, tendo como entidade executora e replicadora do método o IDER-Instituto de Energias Renováveis. Os benefícios foram de ordem ambiental, pois pela eficiência energética dos fogões, reduzem o consumo de lenha, bem como, tem gerado melhorias na saúde da família pela redução de emissão de CO2, ocasionando aumento de doenças respiratórias. Implantação de Galpões e centro de triagem, treinamento e aquisição de equipamentos e treinamento junto aos catadores, possibilitando melhorias ambientais, sociais com geração de renda, destacando-se experiências em Crateús, Tauá, Novo Oriente e Parambu. Intenso processo de capacitação e extensão rural e atividades de Educação ambiental em escolas, tendo sido capacitados 6000 educadores em 100 escolas públicas, parceria com Seduc Credes e técnicos das Aspe-Conpam.

Representando a Fundação Araripe, Pierre Gervasieau recebe prêmio Joaquim Feitosa


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VERDE

CURIOSIDADE

Janguito um estádio pra lá de verde

Primeiro ecológico do Brasil, foi concebido de forma a economizar recursos econômicos e naturais, além de causar menor impacto ambiental

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lguns estádios de futebol são conhecidos como autênticas obras de arte em termos arquitetônicos, de design, como é o caso do Ninho de Pássaro, em Pequim, na China, ou por alguma outra particularidade como tamanho ou história, a exemplo, o Maracanã no Rio de Janeiro. Mas na Casa do Jotinha ou estádio Janguito Malucelli, o diferencial está mesmo é na questão ambiental e por que não dizer, na econômica. Econômica, porque o Janguito, na realidade, virou um estádio verde, quando a diretoria descobriu que não tinha recurso financeiro para construir um estádio tradicional, mas tinha recurso ambiental para fazer do local uma refe-

rência ecológica além da futebolística. O estádio que fica em Curitiba ao lado de um dos principais cartões postais da cidade, o Parque Barigui, foi cons-

truído de forma criativa priorizando o meio ambiente, ao invés de priorizar a engenharia e a arquitetura, que na maioria das vezes, prioriza o cimento.

O campo com quase dois milhões de metros quadrados de área verde fica “no pé” de uma colina, que serviu para a fixação das cadeiras sem o uso de concreto, o que era uma colina, virou uma arquibancada natural. As cadeiras da bancada foram construídas em madeira reciclada, assim como os bancos onde se sentam os jogadores suplentes e os técnicos das equipas. As cabines de imprensa também foram construídas com base neste conceito. O equipamento desportivo é considerado o primeiro “eco estádio” do Brasil e um dos mais ecológicos do mundo.

Gisele Bündchen, Don Cheadle, Yaya Touré e Ian Somerhalder lançam desafio A top model Gisele Bündchen, os atores Don Cheadle e Ian Somerhalder e o jogador de futebol Yaya Touré participam de um desafio para ver quem acumula o maior número de compromissos para o Dia Mundial do Meio Ambiente 2014 (WED 2014). Por meio de uma mensagem engarrafada, os Embaixadores da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) desafiam indivíduos e organizações do mundo todo a escolher um time e participar do WED 2014. Os compromissos podem ser registrados no site www.wedchallenge.com/po. Um dos materiais da campanha é um vídeo estrelando Gisele, Don e Yaya, que está disponível em sete lín-

rente, em apoio ao tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano: Aumente sua voz, não o nível do mar. Ao se comprometer a uma das causas e compartilhá-la por meio das suas redes sociais, você passa a fazer parte do time de um dos embaixadores. Acesse o site www. wedchallenge.com/po para participar!

guas no Youtube e será veiculado na CNN, nos telões da Times Square em Nova York (EUA) e no Piccadilly Circus em Londres (Reino Unido). O vídeo mostra os embaixadores em atividades que fazem parte de suas rotinas: Gisele Bündchen praticando kung fu, Don Cheadle tocando trompete (em

preparação para seu próximo papel, como Miles Davis, no cinema) e Yaya Touré treinando para jogar pela Costa do Marfim na Copa do Mundo de 2014. COMO FAZER PARTE Cada um dos Embaixadores da Boa Vontade te desafia para uma causa dife-

Times: Gisele Bünchen, Twitter: @giseleofficial Yaya Touré, Twitter: @Toure_yaya42 Don Cheadle, Twitter: @IamDonCheadle Ian Somerhalder, Twitter: @iansomerhalder Fonte: Divisão de Comunicação e Informação Pública do Pnuma.


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INDÚSTRIA

Fortaleza sedia reunião do Conselho de Meio Ambiente da CNI

“Meio ambiente é um negócio para a humanidade, do catador ao industrial”

JOSÉ SOBRINHO/FIEC

POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br

A

13a reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), envolvendo as regionais do Nordeste, aconteceu durante todo o dia 25 de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza . O encontro tem como objetivo discutir assuntos pertinentes à temática ambiental de interesse da região Nordeste. Na pauta, dentre outros temas da indústria, foi discutido o desenvolvimento sustentável e a situação dos portos nos estados nordestinos. A abertura do evento contou com a presença do secretário executivo do Coema, Shelley de Souza Carneiro, que também é o gerente de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, o presidente da Fiec, Roberto Proença de Macedo, a titular da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente do Município de Fortaleza (Seuma), Águeda Muniz e o diretor adjunto da Fiec, Edgar Gadelha Pereira Filho, e o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Cotema) da Fiec, Marcos Albuquerque, que deram as boas-vindas aos presentes. PARTICULARIDADES REGIONAIS Segundo Shelley Carneiro, as reuniões são importantes para conhecer as particularidades regionais, os problemas do setor empresarial em torno de temas comuns e elaborar uma proposta padronizada trabalhando os problemas da região. “Não adianta você ficar em Brasília falando, falando, discutindo coisas

Representantes da indústria reunidos na Fiec, discutiram a temática ambiental no contexto regional que muitas vezes são estranhas à região. Cada regional tem problemas específicos e precisamos entender essas dificuldades para transformar isso em ações políticas em Brasília”, explicou Carneiro. DNA Para o presidente da Fiec, Roberto Macedo, que disse trazer no sangue o DNA ambiental, meio ambiente requer um trabalho forte da indústria. “Temos que cumprir o nosso papel levando essa nova consciência para as nossas empresas. O nosso compromisso é grande e precisamos fazer isso com responsabilidade”, afirmou Macedo, que também é

conselheiro da Associação Caatinga e da organização ambientalista global The Nature Conservancy (TNC). UM NEGÓCIO PARA A HUMANIDADE A secretária da Seuma, Águeda Muniz relatou aos conselheiros que a maioria dos eventos relacionados às questões ambientais e dos quais é convidada a participar, quando não acontecem na Prefeitura, sempre acontecem na Casa da Indústria. “Meio ambiente é um negócio para a humanidade, do catador [para quem o resíduo talvez seja a única fonte de renda] ao industrial. Esse negócio só será efetivo se houver política

ambiental”, esclareceu Águeda, ressaltando que os processos de licenciamento ambiental serão desburocratizados. Os trabalhos da 13a Reunião continuaram no período da tarde, até às 18h30, comandados pelo gerente executivo do Coema. No dia 25, todos os participantes fizeram uma visita técnica a Recicla Nordeste, feira do setor de reciclagem e transformação que acontecia no Centro de Eventos de Fortaleza. Também, os representantes dos conselhos das federações presentes, puderam conhecer os vencedores do Prêmio Fiec por Desempenho Ambiental , foi apresentado pelo coordenador do Núcleo de Meio ambiente da Fiec, Renato Aragão.


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